PDF 9.6MB - Diário de Notícias da Madeira

SEMANÁRIO INDEPENDENTE 25 de Dezembro de 2009 l Ano 1 Nº 00026 l 0,30€ (IVA incl.) l Director Agostinho Silva
FOTO TERESA GONÇALVES
Duas gerações,
ambições iguais
Os irmãos Rúben (União SAD) e Duarte (Nacional) têm
em comum o futebol e o desejo de vencer P.10/11
I liga
Desilusõese
mais-valias
deMarítimoe
Nacional
Finda a primeira
etapadaépoca,jáse
consegue distinguir o
‘trigo do joio’. P.8/9
série madeira
Oheróido
primeiro
triunfodo
PortodaCruz
Rúben Paixão saltou do
banco para marcar os
golos que derrotaram
o Andorinha. P.12
basquetebol
Selecções
esperam
porquarteto
daMadeira
Vitória, Maria, Marcy e
Carolina mal festejam
o Natal. As selecções
esperam por elas P.16
atletismo
50 anos de recordes
na São Silvestre
Prova promete voltar a registar um novo
máximo de participantes P.19

2
quadro
honra
DE
JÉSSICA JARDIM
A ginasta do Grupo Desportivo do
Estreito é cada vez mais uma figura
importante no panorama da modalidade.
Recentemente, aquando da
participação das equipas da Região
na Taça de Portugal de Ginástica, a
Federação Portuguesa de Ginástica
atribuiu à madeirense o galardão de
‘Ginasta do Ano 2009’. Plenamente
merecido.
vozes
“Uma equipa que quer
ir à UEFA não pode sofrer
golos assim nos
últimos minutos.”
Mitchell Van der Gaag, após
a derrota do Marítimo, em
Setúbal.
25 de Dezembro de 2009
factos&números
FUTURO DE RÚBEN
É um dos assuntos predominantes na
actualidade desportiva. Todos os
dias é dada como certa a sua saída.
Mas o processo ainda não está concluído...
por enquanto.
600
mil euros lucrou Cristiano
Ronaldo com a visita ao
Uzbequistão. Quantia que
o madeirense vai doar
a instituições que apoiam
jovens carenciados.
VÂNIA LEÇA
A atleta do Clube Sports da Madeira
ganhou tudo o que estava em disputa
na segunda jornada do Circuito Nacional
Yonex de Badminton, realizada
nas Caldas da Rainha. Em singulares,
bateu na final Cláudia Figueira (GD
Estreito) e ganhou em pares femininos
com a mesma Cláudia Figueira.
Em pares mistos venceu com o colega
Alexandre Paixão. Notável!
“O mais difícil não é
chegar ao topo (da II
Liga). Complicado é
manter esse lugar.”
Leonardo Jardim, técnico
do Beira-Mar, em entrevista
ao DIÁRIO.
RECORDES DA NATAÇÃO
Foram estabelecidos 17 novos máximos
regionais no Campeonato Nacional
de Clubes da 1.ª e 2.ª Divisões de
natação. Um número que diz bem da
evolução da modalidade.
56
ponto de valorização. Foi
este o impressionante
registo de Ifeoma
Ononkwo, do União, no
dérbi frente ao CAB.
Mesmo assim perdeu...
LEONARDO JARDIM
É indiscutivelmente o técnico madeirense
mais conceituado da actualidade.
Os factos assim o comprovam:
é o único a orientar um clube
nos escalões profissionais, liderando
mesmo a II Liga nesta altura. Desiderato
ainda mais relevante se tiveremos
em consideração que o Beira-
Mar vive momentos aflitivos.
Leonardo está de parabéns.
“O Real Madrid tem
uma excelente equipa e
tem que lutar por todos
os títulos. O Mundial é
mais difícil, mas também
tenho esperança.”
Cristiano Ronaldo, em declarações
ao site da FIFA.
JUNIORES EM GRANDE
Merece relevo a campanha de Nacional
(3.º) e Marítimo (4.º) no campeonato
nacional de juniores. Somente
Benfica e Sporting fizeram melhor
até ao momento.
1200
atletas. É este o número
que é necessário alcançar
para que a Volta à Cidade
do Funchal possa registar
um novo recorde de
participantes.
retrospectiva
Por EDMAR FERNANDES
PREDRAG JOKANOVIC
Dois jogos, duas vitórias. É este o
saldo do treinador sérvio desde que
assumiu a liderança técnica do Nacional.
Os alvinegros golearam o
Áustria de Viena (5-1) e bateram a
Académica (4-3) no seu reduto.
Apontaram 9 golos em 180 minutos,
o que é assinalável. Jokanovic parece
promover uma cultura ofensiva à
equipa. Nós agradecemos.
“Peço que tenham
respeito por mim e pelo
meu empresário. Há
situações em que estão
a falta ao respeito às
pessoas.”
Rúben Micael, acerca da sua
eventual transferência
FUTEBOL DO UNIÃO
O União SAD lidera a II Divisão Nacional,
Zona Sul. O CF União já não perde
há oito jornadas na Série Madeira. Razões
mais do que suficientes para os
unionistas passarem um Natal feliz.
12
pontos. É este o registo do
Santacruzense após quatro
rondas do Regional de
futebol. Pleno que confere à
formaçãooestatutode
candidato principal ao título.
quadro
negro
JOÃO GUILHERME
Tantas vezes figura pela positiva,
o central verde-rubro merece
destaque desta vez pelos piores
motivos. A forma como se
deixou ludibriar em Setúbal no
lance que originou o terceiro
golo é infantil e o futebol profissional
não se compadece com
este tipo de fcilidades.
“É claro que fico feliz
com o interesse do
Sporting, mas esta não
é a primeira vez que
sou associado a clubes
grandes.”
Djalma, em declarações ao
DIÁRIO
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em foco
GALA DA FIFA 2009
Marta e Lionel Messi foram as estrelas da Gala da FIFA. A brasileira repete vitórias anteriores e o argentino vence, depois de dois segundos lugares, em 2008 e 2007.
Messi mais
consensual
Jorge Freitas Sousa
jfsousa@dnoticias.pt
Lionel Messi conseguiu, este ano, mais
138 pontos do que Cristiano Ronaldo
conquistou, no ano passado, quando
também foi eleito ‘Jogador do Ano’ da
FIFA.
O argentino teve um total de 1073
pontos que corresponderam a 182 primeiros
lugares e 49 segundos, nas votações
dos capitães e seleccionadores
das federações que integram a FIFA.
Umavotaçãoquetraduzograndeconsenso
em torno do jogador do Barcelona
que, na última época ajudou o sue
clube a conquistar todas as competições
em que participou. A última foi o
título de campeão do mundo de clubes.
Em 2008, Cristiano Ronaldo teve
935 pontos, correspondentes a 136 indicações
para o primeiro lugar, 77 segundos
e 24 terceiros. O ano passado
Messi, que também já tinha sido segundo
em 2007, atrás de Kaká e à
frente de Ronaldo, reuniu 678 votos.
Um diferença de 257 pontos para o jogador
português.
Este ano, os dois jogadores trocaram
de posições mas Ronaldo ficou muito
mais longe. O jogador madeirense, que
reconheceu que não esperava ganhar
nada na Gala da FIFA - recebeu o prémio
para o melhor golo do ano - só foi
indicado para o primeiro lugar por 12
dos votantes, o que correspondeu a
352 pontos. Xavi, o médio do Barcelona
que é apontado como um dos futuros
Argentino
bateu a
votação de
Ronaldo no
ano passado
vencedores do troféu, ficou-se pelos
196 pontos, mais seis do que Kaká.
PORTUGUESES VOTAM EM MESSI
Para a vitória esmagadora do avançado
argentino contribuíram vários portugueses.
Desde logo o seleccionador
nacional,CarlosQueirozeocapitãoda
selecção, Simão Sabrosa que votaram
em Lionel Messi para o primeiro lugar.
Os treinadores portugueses que comandam
outras selecções também
ajudaram Messi. José Couceiro (Lituânia)
e Humberto Coelho (Tunísia) colocaram
o argentino no primeiro lugar,
enquanto Henrique Calisto (Vietname)
e José Peseiro (Arábia Saudita) votaram
em Ronaldo.
Brasileira Marta soma e segue
com Prinz a manter a ‘prata’
‘Rainha’ ou “Pelé de Saias’, são alcunhas a que Marta Vieira da Silva,
uma jovem de 23 anos, nascida em Dois Riachos, Estado de Alagoas
(Brasil), já se habituou. Aquela que já é considerada como uma das melhores
jogadoras de sempre, a par da norte-americana Mia Hamm, conquistou
o seu quarto título consecutivo de ‘Melhor Jogadora FIFA’.
Desde que começou a ser presença regular nas Galas da Federação Internacional,
logo após uns Jogos Pan-americanos em que mostrou um
futebol muito acima da média, que nunca mais largou o lugar de ‘número
um’. Desta vez venceu com 833 pontos, menos do que os 1002 do
ano passado, mas suficientes para bater, claramente, Birgit Prinz
(290). A simpática ponta-de-lança alemã continua a ter de contentarse
com o segundo lugar.
25 de Dezembro de 2009
3

4 em foco
25 de Dezembro de 2009
‘BOXING DAY’
Nem todo o futebol está
Filipe Sousa
geral@maisdesporto.pt
Amanhã há ‘bola’. Em plena quadra
natalícia, os ingleses oferecem ao
mundo o presente mais ‘guloso’ dos
amantes do futebol: o ‘Boxing Day’,
nome pelo qual é conhecido o período
de três dias onde, tradicionalmente
desde há muitos, muitos anos, se disputam
duas jornadas da entusiasmante
Liga Inglesa, aquela que não
cansa ver, apesar de ter perdido esta
época uma das principais estrelas, o
madeirense Cristiano Ronaldo.
A origem do nome (Boxing Day)
data do século XIX e reside nas caixas
(box, em inglês) que, durante esta
época, eram colocadas nas igrejas
para recolher dinheiro para os pobres.
Essas caixas eram depois abertas no
dia de Natal e, apurada a colecta, era
distribuída no dia seguinte, a 26, com
a designação de ‘Boxing Day’ - simbolizando
um dia das prendas -, um costume
enraizado na Inglaterra, e que
também se estendia às casas mais
abastadas, onde, nesse mesmo dia, as
famílias ricas da sociedade ofereciam
prendas aos seus empregados.
Os clubes do futebol inglês, sempre
na ânsia de gerar mais receitas, adaptaram
esta secular tradição aos nossos
dias, oferecendo aquilo que melhor
sabem, futebol, de muitos prazeres.
E os adeptos respondem enchendo
estádios, vibrando com os seus
ídolos, fazendo o futebol parte das celebrações
natalícias inglesas.
“É a oportunidade que temos para
sair de casa, fartos de aguentar a sogra,
tomar umas cervejas e ver futebol”.
Assim definiu o ‘Boxing Day’ o
ex-futebolista inglês Gary Liniker.
Quando o futebol europeu vai quase
todo de férias - há excepções, como
vamos revelar -, em Inglaterra vive-se
mais do que nunca a paixão. E a tradição...
já conta com mais de 120 anos,
pois há registos datados de 1888 de
jogos disputados a 26 de Dezembro,
por exemplo o encontro que o Bolton
venceu o Derby Conty por 3-2 e o
West Brown o Preston por 5-0.
Até 1959, o campeonato inglês incluiu
mesmo jogos no dia de hoje, a 25
de Dezembro, algo que se manteve na
Escócia até 1976. Mas, desde essa
data, passou-se a jogar somente no
dia 26 Dezembro, no ‘Boxing Day’.
Em Inglaterra, o futebol sempre foi,
nesta quadra natalícia, um meio privilegiado
das multidões exteriorizarem
os seus mais profundos sentimentos
sociais e religiosos. Chegados a esta
altura, todos anseiam pelos grandes
jogos que colocam frente a frente os
diferentes bairros, cidades e regiões
que marcaram o século do futebol inglês.
Sim, porque o ‘Boxing Day’ não
se resume somente ao principal escalão
do futebol britânico, a Premier
League.Paratodoseemtodasasdivisões,
o futebol é a ‘religião’ do dia de
hoje.
De barriga cheia, logo após os al-
Amanhã
joga-se a
19.ª ronda
edia28há
mais futebol
No mundo da NBA há 5 jogos
agendados para o dia de hoje
No espectacular mundo da Liga Profissional de Basquetebol
dos Estados Unidos da América (NBA) não há direito a mor-
F.S. domias por altura de Natal, para dez equipas. Hoje, dia 25 de
Dezembro, há cinco jogos previstos, alguns dos quais entre as melhores
equipas, a forma encontrada pelos agentes da modalidade
para ‘segurarem’ os adeptos. Assim, destaca-se os embates entre os
Cleveland e os LA Lakers, bem como o embate entre os Boston Celtics
e os Orlando Magics - estas quatro equipas são as principais
candidatas ao título. Realce ainda para o jogo entre os Denver e os
Portland, com início às... 22h30 locais. Os outros dois jogos são: New
York Knicks-Miami Heats e LA Clippers-Phoenix Suns
Os adeptos do futebol agradecem o ‘Boxing Day’.
moços tradicionais desta quadra, muitas
famílias partirão à descoberta do
futebol nos estádios. Mas para quem
está em casa também poderá ter,
amanhã, um presente extra no ‘sapatinho’,
em frente à televisão. Infelizmente
um privilégio que não é para
todos.
registe-se que o futebol ingl~es não
se consome somente a dois dias como
habitualmente, de 26 a 28. Haverá futebol
‘extendido’ ao longo dos dias,
istoédeamanhãatéaodia30deDezembro
há pelo menos um jogo em directo
para assistir na televisão.
Entre os embates mais especiais,
destaque para a recpção do Arsenal
ao sensacional Aston Villa (dia 27) ou
a deslocação do Chelsea ao terreno
do Birmingham (amanhã), outra equipa
que está a realizar um campeonato
bem acima da média.
Numa altura em que se fala da ne-
19.ª jornada
26 de Dezembro
Birmingham - Chelsea 12h45 (TV)
Fulham - Tottenham 13h00
Man. City - Stoke City 15h00 (TV)
Sunderland - Everton 15h00
Burnley - Bolton 16h00
West Ham - Portsmouth 16h00
Wigan - Blackburn 16h00
Liverpool - Wolves 17h30 (TV)
27 de Dezembro
Arsenal - Aston Villa 13h30 (TV)
Hull City - Man. United 16h00 (TV)
SportTV
transmite
vários jogos
da Liga
Inglesa
cessidade imperiosa de salvar o futebol
português, poucos se lembram do
‘Boxing Day’. Porque motivo os campeonatos
nacionais têm de parar durante
esta altura, sobretudo as competições
profissionais? Não serão os
intervientes bem pagos os suficiente
para abdicarem de uns dias de férias,
entregando o ‘jogo’ nas mãos do povo,
que nesta altura anda sedento de acção?
Não traria vantagens ao nosso
futebol? Todos os agentes desportivos
referem que sim, mas a reestruturação
do calendário continua a ser um
tema tabu.
Contentemo-nos, portanto, com o
futebol inglês, ainda que somente
pela televisão. Talvez num futuro próximo
seja possível sair de casa para
ver futebol ao vivo e a cores. Passos
necessários para o futebol português
sobreviver, num quadro cada vez mais
difícil.
20.ª jornada
28 de Dezembro
Tottenham - West Ham 12h45 (TV)
Chelsea - Fulham 15h00 (TV)
Blackburn - Sunderland 15h00
Everton - Burnley 15h00
Stoke City - Birmingham 15h00
Portsmouth - Arsenal 16h00
Wolves - Man. City 17h30 (TV)
29 de Dezembro
Aston Villa - Liverpool 19h45 (TV)
Bolton - Hull City 20h00
30 de Dezembro
Man. United - Wigan 20h00 (TV)
(TV) 1 (TV) 1

de férias
FOTO SHUTTERSTOCK
Regresso das
diversas Ligas
Alemanha 16 de Janeiro
Áustria 12 de Fevereiro
Bélgica 16 de Janeiro
Bulgária 6 de Março
Croácia 27 de Fevereiro
Dinamarca 7 de Março
Escócia 2 de Janeiro
Eslováquia 6 de Março
Eslovénia 6 de Março
Espanha 3 de Janeiro
Estónia 7 de Fevereiro
Finlândia 16 de Janeiro
Grécia 5deJaneiro
Inglaterra5deJaneiro Israel 2 de Janeiro
Itália 6 de Janeiro
Noruega 14deMarço
Polónia 27 de Fevereiro
Rep. Checa 20 de Fevereiro
Portugal 10deJaneiro
Roménia 28 de Fevereiro
Rússia começa em Abril
Sérvia 28 de Fevereiro
Suécia 14 de Março
Suíça 12 de Fevereiro
Turquia 24deJaneiro
Ucrânia 27 de Fevereiro
Escócia, Bélgica e Israel não
deixam o futebol no Natal
A Bélgica resolveu copiar este ano o modelo britânico.
Pela primeira vez haverá jornada amanhã naquele país e
F.S. também no dia 30 deste mês. Por forma a ganhar expressão,
adeptos e, sobretudo, fazer dinheiro, os clubes belgas aprovaram
a realização da dupla jornada na quadra natalícia e estão
ansiosos por ver os resultados desta aposta, única no centro da
Europa.
Para além da Bélgica também há mais dois campeonatos com jornada
amanhã, naturalmente na Escócia e também em Israel. Nestes
dois países as ‘festas’ serão interrompidas para a realização
de uma jornada ‘extra’. De resto mais nenhuma Liga europeia
opta pela realização de jogos por esta altura do ‘campeonato’.
Eriksson queria uma paragem da Liga Inglesa no Inverno e quase se ‘tramava’.
25 de Dezembro de 2009
Eriksson não queria
jogos na altura do Natal
Quando chegou a Inglaterra
para treinar a selecção britâ-
F.S. nica, o simpático sueco Sven-
Goran Eriksson quase era... ‘comido
vivo’, pois ousou pedir uma paragem
de Inverno para a Liga Inglesa.
Não conhecia, certamente, a tradição
e as raízes do futebol inglês, caso
contrário não teria dito tamanha
blasfémia, que deixou os adeptos histéricos
e muito ofendidoa. Na altura, o
seleccionador inglês lançou a sugestão
com a melhor das intenções, queria
que o campeonato fizesse uma paragem
de duas a três semanas por alturas
do Natal para refrescar os jogadores,
por forma a pudessem ‘atacar’
a segunda metade da temporada com
outra forma física, salvaguardando
também os interesses da selecção inglesa
nas grandes competições mundiais,
pois é sabido que, normalmente,
quando se realizam os Campeonatos
do Mundo e Europa os jogadores estão
quase de ‘rastos’.
Pensava Eriksson, e bem, que os jogos
disputados na fase mais dura do
Inverno, por altura do Natal, castigavam
em demasia os jogadores e que
seria saudável evitá-los. Ainda que as
intenções de Eriksson tenham sido as
melhores, os ingleses não consegui-
Sueco pediu
paragem no
Inverno e
quase se...
‘tramou’
ram perceber a sugestão e a reacção,
extemporânea e viril, que tiveram
contra o seleccionador foi muito forte.
E tudo porque o futebol do ‘Boxing
Day’ é uma tradição intocável.
Sendo o ‘Boxing Day’ um dia associado
à ajuda aos mais pobres, e tendo
o futebol uma forte raiz popular, a
ligação entre os dois tornou-se praticamente
inquebrável. Ao longo dos
anos, a dupla jornada na quadra natalícia
ganhou tanta importância no calendário
futebolístico inglês como a final
da Taça de Inglaterra em Wembley.
É impensável imaginar o futebol
inglês sem o ‘Boxing Day’ que se tornou
mesmo uma tradição familiar,
5
FOTO DAVID DAVIES/AP
Madeirenses voltam à televisão
A I Liga portuguesa vai regressar
a 8 de Janeiro de
F.S. 2010, depois da paragem de
Natal e fim-de-ano.
Sp. Braga e Nacional abrem a 15.ª
jornada, que se prolonga até dia 11 de
Janeiro. Benfica e Sporting jogam no
mesmo dia, sábado, enquanto o FC Porto
recebe a União de Leiria no domingo.
O Académica-Naval fecha a ronda, às
20h15 de segunda-feira. Quanto ao Marítimo
joga no sábado, pelas 17 horas,
com o Vit. Guimarães, encontro que, tal
como acontece no caso do Nacional,
terá transmissão televisiva pela
SportTV.
TAÇA DA LIGA PRIMEIRO
Antes do regresso do campeonato, há
que contar com a Taça da Liga, que entra
no dia 3 de Janeiro na terceira fase.
Para este dia estão programados cin-
co jogos, entre os quais o Benfica-Nacional,
partida que está a gerar alguma
polémica, pois os nacionalistas colocam
a hipótese de dar falta de comparência,
comoformadeprotestoparacomoregulamento
de comeptição, que beneficia
os três grandes de Portugal, que durante
esta fase de competição jogarão
em casa duas vezes, ao passe que as
outras equipas apenas uma.
Quanto aos jogos previstos para dia 3
de Janeiro são os seguintes: Académica-Estoril
(16h00); Leiria-Trofense
(16h00); V.Guimarães-Rio Ave (16h00);
Benfica-Nacional (18h15 - SportTV); e
Sporting- Sp. Braga (20h15 - SIC).
Já no dia 5 de Janeiro, o FC Porto recebe
o Leixões, pelas 19h45 (SIC). Recorde-se
que os dragões defrontam a
Oliveirense dia 2 de Janeiro, jogo relativo
à Taça de Portugal, que foi adiado na
altura.
com muitos a aproveitarem o feriado
para irem ao futebol apoiar o seu clube
com as respectivas famílias.
‘BOXING DAY’ É QUASE DECISIVO
Para além dos aspectos culturais e sociais
do ‘Boxing Day’, os jogos disputados
neste curto espaço de tempo
são fundamentais para definir um
possível campeão. Quem estiver melhor
nesta altura terá meio caminho
andado para conseguir os seus objectivos,
estejam eles no topo ou no fundo
da tabela.
Mesmo tratando-se de uma maratona,
que premeia a regularidade ao
longodetodaaprova,aimportância
psicológica do ‘Boxing Day’ e dos jogos
que se lhe seguem no início do
ano novo é muita vezes fundamental
para fazer ou destruir um campeão -
Chelsea e Manchester United correm
lado a lado.
Feitas as contas, aos olhos do tradicionalista
povo inglês, muito agarrado
aos seus costumes e hábitos, o ‘Boxing
Day’ é uma parte importantíssima do
seu ritual Natalício. Por isso mesmo, os
viciados no ‘pontapé na bola’ terão, seguramente
por muitos anos, algo com
que aliviar o vício durante a (futeboliscamente
pobre) quadra da Festas.
15.ª jornada
da Liga
Sexta-feira (8 de janeiro)
Sp. Braga-Nacional 20h15*
Sábado (9 de Janeiro)
Marítimo-Guimarães 17h00*
Sporting-Leixões 19h15*
Rio Ave-Benfica 21h25**
Domingo (10 de janeiro)
Olhanense-P. Ferreira 15h00
Belenenses-V. Setúbal 16h00
FC Porto-U. Leiria 20h15*
Segunda-feira (11 de janeiro)
Académica-Naval 20h15*
*
**

6 cd nacional
25 de Dezembro de 2009
FUTEBOL
A história simples de Adriano
FOTOS HÉLDER SANTOS ASPRESS
Patrícia Gaspar
geral@maisdesporto.pt
A história de vida de Adriano Graça
podia ser apenas mais uma, parecida
com tantas outras no concelho
de Câmara de Lobos. Não se sabe se
por capricho do destino ou se à custa
do seu temperamento afável, há
dois anos, a vida fê-lo roupeiro do
Nacional. Para 2010, o câmara-lobense
já pediu um desejo: continuar
a servir o clube da Choupana.
“Eu quero fazer isto para o resto
dos meus dias”, assegura. Basta vêlo,
feliz, sentado junto aos jogadores,
num qualquer jogo dos alvi-negros,
para acreditar.
Há uma rotina meticulosa no diaa-dia
de Adriano Graça. O rapaz
que, em criança faltava às aulas
para jogar à bola, chega à Choupana
três a duas horas antes do treino
do Nacional. “Tem de estar tudo
perfeito”: Palavra de um jovem roupeiro
com uma vasta experiência na
área.
O primeiro olhar do ‘xavelha do
bairro da Argentina’ vai para o relvado
onde joga o amigo e antigo vizinho
Rúben Micael. “Ele casou com
uma prima de um primo meu”, conta.
O orgulho transparece no sorriso
franco. Adriano não desenvolveu
um dom para a bola e acompanhar
o sucesso de um conterrâneo no
clube da sua eleição é, garante, um
prazer redobrado.
Enquanto faz figas para que Rúben
Micael “vá para o estrangeiro e
renda dinheiro” ao clube de Rui Alves,
o roupeiro de olhos castanhos e
pele queimada pelo sol não esconde
a sua verdadeira vocação. Começou
Já ninguém duvida de que o lugar de Adriano é na Choupana. Chegou tímido e assustado, mas não demorou a se sentir bem acolhido e perfeitamente “à vontade”.
por cuidar do equipamento do Câmara
de Lobos aos sete anos. A família
precisava de dinheiro e Adriano
ganhava uns trocos a ajudar um
primo.
Apesar da relação de vizinhança
com Ruben Micael, foi Patacas
quem ganhou a confiança do rapaz
de 23 anos. Antes dele, Nenê era o
seu confidente.
“Quando o Nenê foi para a Itália,
fui jantar com ele, a esposa e a minha
namorada”, recorda Adriano
que ainda hoje guarda a camisola
do avançado brasileiro.
A humildade eoempenhodeNenê
continuam a inspirar o rapaz de
Câmara de Lobos que conseguiu sobreviver
a um contexto familiar difícil,
onde o apoio da mãe é o que
mais preza. É o ‘Messenger´ que o
mantém próximo do atleta, nos dias
em que a azáfama de um quotidiano
centrado no desporto assim o propícia.
Em casa, Adriano pouco fala.
Sempre foi assim. Aprendeu,na
mais tenra idade, a lidar sozinho
com os problemas e cresceu bem,
apesar de tudo, sem álcool, noitadas
e com muita responsabilidade
sobre os ombros. “Infelizmente”
nunca ‘deu nada para a escola’. É
por isso que, aos 23 anos, diz ter
chegado ao topo da carreira, com o
ingresso no Nacional da Madeira.
“O Nacional para mim é como
uma família”, confessa o roupeiro
cuja preocupação é agora fidelizar a
sua relação contratual com o clube.
Adriano não
esconde o
orgulho no
ex-vizinho
Rubén Micael
“O TREINADOR MANUEL
MACHADO É COMO UM PAI”
É por gosto que Adriano Graça se
empenha como ninguém nas tarefas
que desempenha ao serviço dos alvi-negros.
O dinheiro também faz
falta, não nega.
Por enquanto, o roupeiro que já
tem namorada há quatro anos não
pensa em casar. “E quem é que cuidaria
da minha mãe”, pergunta em
jeito de resposta. Não se lhe ouve
Patacas, o capitão alvinegro, é dos jogadores mais próximos de Adriano.

“O Bracali é o melhor guarda-redes do Mundo”, palavra de xavelha.
O roupeiro chega à Choupana 2 a 3 horas antes:“Tem de estar tudo perfeito”.
uma referência ao pai pescador…
Três horas antes dos treinos, o vizinho
de Rúben Micael chega à
Choupana. É preciso controlar tudo
nos balneários. Não há meia ou toalha
que não deva estar no devido lugar,
apesar de garantir que nenhum
alvi-negro é “esquisito”.
Esporadicamente cabe a Adriano
Graça cuidar da roupa dos atletas,
sobretudo nas deslocações ao estrangeiro
ou a território continental,
conforme aconteceu na última passagem
pela Alemanha à qual se seguiu
uma estadia em Rio Maior. “Aí,
sim,écomplicadoacertarnascamisas
de cada jogador”, refere, satisfeito
por nunca ter falhado.
Foi em viagem que surgiu, há dois
anos, a oportunidade de se juntar à
família alvi-negra. O nome de José
Oliveira, técnico de equipamento do
Nacional, é uma referência obrigatória
para o câmara-lobense. “Cruzávamo-nos
algumas vezes no avião,
quando estava no Câmara de Lobos,
e um dia ele convidou-me para o Nacional”,
lembra.
Quase todos os sonhos não passam
de uma quimera, mas Adriano
estava à beira de concretizar um.
Ainda assim hesitou em dar o salto
para a primeira divisão. Estava em
jogo a sua lealdade para o Câmara
de Lobos, razão pela qual a saída do
roupeiro não era totalmente apoiada
pela mãe.
Hoje já ninguém duvida de que o
lugar do nacionalista ferranho é na
Choupana. Chegou tímido e assusta-
do, mas não demorou a se sentir
bem acolhido e perfeitamente “à
vontade”.
Das tarefas no balneário ao campo
de treino onde dá apoio ao ‘mister’,
não há função que não agrade
ao roupeiro de Câmara de Lobos.
Quando ainda era Manuel Machado
quem comandava os atletas de
Rui Alves, Adriano só lhe pedia uma
coisa: vitórias e golos. Era também
Ferrenho do
Nacional,
o roupeiro
pedia golos
a Nenê
isso que exigia a Nenê antes dele rumar
a Itália. Em troca, recebia muito
mais: conselhos e amizade.
“O treinador Manuel Machado éi
como um pai para mim”. Adriano
Graça é, por norma, um dos últimos
a abandonar o relvado. Acabada a
partida, é ele quem recolhe o material.
Depois, dias há em que se propõe
gerir autênticas ‘sessões de autógrafos’.
25 de Dezembro de 2009
7
Para 2010, o câmara-lobense já pediu um desejo: continuar no clube alvinegro.
“Há pessoas que metem uma cunha
para os autógrafos”, declara o
roupeiro que se revela mais sensível
às solicitações das crianças e dos
atletas dos escalões de formação. É
preciso gerir bem os pedidos, para
não saturar os jogadores e, com “jeitinho”,
Adriano lá vai conseguindo
as assinaturas, sem que, por vezes,
não consiga evitar algumas tropelias.
“Já houve quem assinasse com o
nome de um jogador que nem sequer
estava no plantel”, conta, conformado.
Brincadeiras aparte,
Adriano Graça não tem dúvidas de
que “no Nacional, é tudo boa gente”.
Palavra de xavelha.
UMA HOMENAGEM
AO FRANCISCO
Como conta os equipamentos no final
de um treino para que nenhum
se perca, Adriano vai arrumando na
memórias os momentos mais relevantes,
desde a sua entrada no Nacional.
Pormenores como o melhor
golo ou o jogo mais emocionante
são o tipo de detalhes que daria
margem para longas conversas com
o amigo Francisco.
“Foi por causa do Chico que eu deixei
o Câmara de Lobos”, recorda com
mágoa. A família queria que Adriano
se mantivesse no clube que o acolheu
desde pequeno. “Mas, o Chico
avisou-me de que se eu não aceitasse
o convite do Nacional, deixava de
falar comigo”, recorda o jovem.
Era com o Francisco que o roupei-
ro assistia aos jogos do Nacional,
desde pequeno. Quinze dias depois
de aceitar o novo emprego, o Adriano
estava em serviço no Continente,
quando o telemóvel tocou. “O Chico
morreu em campo, durante um jogo
amador entre o Bairro da Argentina
e o Santacruzense. O câmara-lobense
não esquece o dia em que perdeu
o melhor amigo. Francisco tinha
apenas 34 anos.
Se Chico fosse vivo, havia de ficar
orgulhoso com o desempenho de
Adriano Graça, um rapaz de poucos
estudos que cresceu imune à toxicodependência
e outros problemas comuns
nos bairros sociais de Câmara
de Lobos e que graças ao Nacional
já conheceu países como a Rússia, a
Alemanha ou a Áustria.
Certamente que o amigo aplaudiria
o golo do Rúben Micael no Zenit,
no jogo mais emocionante que o
roupeiro assistiu até a data, e apoiaria
a escolha de Bracali para melhor
guarda-redes do Mundo.
O câmara-lobense sabe que
‘águas passadas não movem moinhos’.
O Chico é todavia, um amigo
que faz questão de recordar. Nos últimos
dois anos, já perdeu outros
companheiros. Chorou à saída de
Edson. Emocionou-se na despedida
a Nenê. Celebrou vitórias e não conteve
as lágrimas quando Cléber o
abraçou após ter marcado um dos
primeiros golos pelo Nacional.
Assim é a história simples de
AdrianoGraça:umxavelhaqueéfeliz
no Nacional.

8 cd nacional
25 de Dezembro de 2009
FUTEBOL
Rúben, não dá para ficar
até final da época?
Pedro Freitas Oliveira
geral@maisdesporto.pt
Ponto prévio: qualquer semelhança
entre o título desta peça e o desejo
queosadeptosdoNacionalgostariam
de manifestar a Rúben Micael
não é pura coincidência, é a mais clara
realidade à luz de um início de época,
a todos os níveis brilhante, do talentoso
médio madeirense. Parafraseando
o famosíssimo anúncio publicitário é
caso para deixar uma constatação:
Podia o Nacional sobreviver sem o Rúben
Micael? Podia, mas não era a
mesma coisa! E não será, não duvidemos
disso, caso se confirme o cenário
avançado nos últimos dias.
A sua saída é inevitável, para desgosto
de todos aqueles que domingo
após domingo se deslocam ao Estádio
da Madeira e que, naturalmente, irão
sentir imensa falta daquele menino
que se fez homem, embalado pela experiência
dos grandes palcos, do rapaz
que veio da II Divisão B e que em
pouco tempo despertou a cobiça dos
grandes do futebol português e não
só... É um fora de série. Ponto final!
Nacional é Rúben Micael, mas é
também Leandro Salino, Rafael Bracali,
Pecnick, Luiz Alberto e o goleador
Edgar Silva... outros destaques
pela positiva da primeira volta do
campeonato.
GLÓRIA EM ST. PETERSBURGO,
DESACERTO EM CASA
O início de época foi de contrastes.
Muito bem lá fora, pior cá dentro. Os
mesmos que foram capazes de eliminar
o Zenit, na bela São Peterburgo,
não conseguiram, quatro dias depois,
mais do que um empate (1-1) na recepção
ao recém-promovido Olhanense.
À quarta jornada, o 13.º lugar e a
JOGOS MINUTOS
JOGADOS
ausência de vitórias não condiziam
minimamente com o valor da equipa,
embora os dois primeiros jogos tenham
reservado confrontos com
Sporting e FC Porto. Contudo, o Nacional
não tardou a demonstrar a sua verdadeira
faceta. Seguiram-se, então, três
triunfos consecutivos para o campeonato,
que valeram um salto na classificação
e pelo meio ainda houve tempo
para avançar duas casas rumo ao Jamor.
A visita à Luz trouxe abrupta e dolorosísima
interrompação na seríe de
bons resultados, retomados pouco depois,
em Matosinhos. Contas feitas, o
quarto lugar já não surpreende...
GOLOS SOFRIDOS SÃO NÓDOA
NUM PERCURSO BRILHANTE
Estranho é o exagerado número de golos
sofridos, que fazem da defesa alvinegra
a segunda mais batida do campeonato.
Nos 14 jogos para a Liga,
apenas por duas vezes Bracali não foi
buscar a bola ao fundo da baliza. Em
contrapartida, o ataque tem produzido
em ‘quantidades industriais’, muito
por culpa do segundo melhor marcador
do campeonato. Lá fora, o oitavo
melhor ataque nos grupos da Liga Europa
(entre 46 equipas) também não
enganam e atestam bem da capacidade
ofensiva da equipa.
MOMENTO DIFÍCIL ABALOU,
MAS REFORÇOU A UNIÃO
A meio do passado mês de Novembro,
os problemas de saúde que afectaram
Manuel Machado abalaram a equipa,
que, contudo, uniu-se para oferecer
vitórias ao professor. Foi um período
complicado, mas o pior já passou e
enquanto Machado não regressa, a
tarefa de manter o Nacional no topo
ficará entregue a Jokanovic. Para já,
tem cumprido!
Dados estatísticos individuais dos jogadores do Nacional na I Liga
GOLOS
MARCADOS
O 14 fará tanta falta ao Nacional, mas a sua saída em Janeiro é muito provável.
REMATES GOLOS
SOFRIDOS
ASSISTÊNCIAS FORAS-DE-JOGO FALTAS
COMETIDAS
FOTO ASPRESS
FALTAS
SOFRIDAS
Abra os olhos
Queiroz!
Simplesmente fantástica a
época que Rúben Micael tem
efectuado, a exemplo do que
já havia acontecido em
2008/2009. A Liga Europa
foi excelente montra e segurá-lo
para além de Janeiro
será impossível. Ai de Queiroz
se não o convocar para o
Mundial 2010.
Não é para
este nível
De início fez jogos a titular, as
pobres exibições relegaram-no
para o banco, jogos houve em
que nem foi convocado e finalmente
percebeu que estava a
mais. Rescindiu o contrato que
o ligava ao Nacional no passado
dia 22. Wellington, lateralesquerdo,
mostrou ser fraquinho
para jogar a este nível.
CARTÕES
AMARELOS
1. Rafael Bracali 14 1260 - - 24 - - - 2 - -
2. Patacas 13 1165 - 3 - 1 1 11 15 6 1
3. Felipe Lopes 13 1170 1 3 - - - 17 6 3 -
4. Halliche 10 607 - 3 - - 1 14 1 3 -
5. Wellington 5 261 - - - - 2 - - - -
33. Tomasevic 8 512 - 1 - - 1 6 1 - -
44. Clebão 7 560 - - - - - 10 3 4 1
55. Nuno Pinto 9 695 - 4 - 1 - 8 12 3 -
6. Cléber 12 968 - 1 - - 1 16 15 2 -
8. Luís Alberto 10 688 - 5 - 1 - 16 5 1 -
10. Pecnik 12 688 1 20 - 1 2 8 12 - -
14. Rúben Micael 14 1170 1 19 - 3 1 17 29 3 -
23. João Aurélio 12 720 2 9 - 1 4 9 18 1 -
27. Pedro Pacheco 2 18 - - - - - 1 - - -
30. Leandro Salino 13 937 - 4 - - - 15 36 1 -
9. Edgar Silva 11 823 9 23 - - 6 14 12 1 -
11. Amuneke 9 483 2 13 - - 8 13 14 1 -
18. Anselmo 6 153 3 5 - 1 1 5 - 2 -
29. Rodrigo Silva - - - - - - - - - - -
31. Mateus 8 528 2 17 - 2 8 7 8 2 -
CARTÕES
VERMELHOS

cs marítimo
FUTEBOL
Últimos jogos arrefecem
‘efeito Van der Gaag’
Pedro Freitas Oliveira
geral@maisdesporto.pt
Após a 12.ª jornada, o Marítimo ocupava
a quinta posição, não perdia há seis
jogos e Mitchell Van der Gaag estava
em estado de graça, consequência dos
resultados positivos, entre os quais, o
empate em Alvalade e a vitória sobre o
FCPorto,nosBarreiros,oque,decerta
forma, serviu para ‘ofuscar’ o péssimo
início de temporada. Porém, as últimas
duas jornadas arrefeceram o ‘efeito
Van der Gaag’ e colocaram igualmente
uma espécie de travão na onda de optimismo.
Num ápice tudo mudou e a
‘queda aparatosa’, do quinto ao nono
lugar, foi inevitável. Pior... a qualidade
exibicional também decresceu, e muito,
nas duas últimas rondas.
A frustrante derrota, em casa, com
o Rio Ave, foi um aviso. Um jogo mau
ou o início de um mau momento? Ficou
a dúvida... A confirmação viria uma semana
depois com novo desaire, desta
vez diante do último classificado, no
Bonfim. O ano não acaba bem, mas o
início de 2010 reserva dois jogos em
casa, embora os adversários (V. Guimarães
e Benfica) não sejam os melhores
para apagar a última imagem,
que, valha a verdade, não é lá muito
famosa.
FALSA PARTIDA
E O ‘SPRINT’ DO HOLANDÊS
O autocarro que partiu da Luz, afinal
mostrou não ser o ideal para estas andanças.
Depressa se percebeu que
aquele empate diante do Benfica era,
simplesmente, êxito pontual que não
encontraria reflexo nas jornadas seguintes,
pelo menos com a regularidade
desejada. A vitória sobre o Leixões,
com exibição pobre, ainda disfarçou,
mas estava escrito que Carvalhal não
iria ficar muito tempo por cá. Assim
foi! Três derrotas consecutivas, uma
das quais perante o eterno rival, apressaram
o destino.
A solução, encontrada a nível interno,
foi a melhor, pelo menos a avaliar pela
recuperação encetada por Van der
Gaag, quase em jeito de ‘sprint’ para
ganhar o terreno perdido, devido à falsa
partida. Se isto fosse uma corrida de
estafeta, é caso para dizer que Carvalhal
deveria ter passado o testemunho
muito mais cedo.
Mas se há muito trabalho do holandês,
há igualmente o dedo, ou melhor, o
talento do capitão. Sem Bruno esta
equipa nunca atinge, sequer, os níveis
aceitáveis. Joga, faz jogar, comanda e
pauta o jogo verde-rubro.
TAÇA DE PORTUGAL
ÉESPINHOATRAVESSADO
Nem tudo foram rosas nos primeiros
tempos de Van der Gaag e há mesmo
um espinho atravessado. Se no campeonato,
as coisas correram bem, já na
Taça de Portugal a eliminação precoce
voltou a abalar os corações maritimistas.
No duelo de ilhéus, foi mais forte o
Santa Clara e o sonho de repetir presença
no Jamor ficou uma vez mais reduzido
a cinzas. Na Taça da Liga, a mesma
história: Num grupo com equipas
do segundo escalão (Fátima e Trofense)
apenas um ponto, nova desilusão e guia
de marcha.
Mitchell assumiu o comando da equipa na sétima jornada.
Dados estatísticos individuais dos jogadores do Marítimo na I Liga
25 de Dezembro de 2009
JOGOS MINUTOS
JOGADOS
GOLOS
MARCADOS
REMATES GOLOS
SOFRIDOS
ASSISTÊNCIAS FORAS-DE-JOGO FALTAS
COMETIDAS
FALTAS
SOFRIDAS
CARTÕES
AMARELOS
CARTÕES
VERMELHOS
24. Peçanha 13 1011 - - 18 - - 1 5 1 1
1. Marcelo Boeck 3 203 - - 6 - - 3 2 - -
2. Alonso 13 1112 3 12 - - - 16 11 - -
3. Fernando Cardozo 6 540 - 3 - - - 1 3 - -
4. Miguel Ângelo 2 180 1 1 - - - 2 1 1 -
6. Robson 5 307 - - - - - 2 4 1 -
8. Paulo Jorge 13 1068 1 12 - 1 - 10 19 1 -
14. Fernando Silva 8 528 - 1 - - 1 7 3 2 -
21. Briguel 11 498 - - - - - 9 3 2 -
44. João Guilherme 11 990 1 9 - 1 - 3 7 2 -
5. Miguelito 6 419 - 11 - - - 6 7 - -
7. Taka 5 66 - 2 - - - - 1 - -
10. Bruno 8 685 2 5 - - - 12 11 - -
13. Olberdam 8 651 - 6 - - - 15 15 3 -
17. Djalma 14 920 4 14 - 3 2 16 28 4 -
18.LuísOlim 1 90 - - - - - 1 1 - -
20.JoãoLuiz 5 228 - - - - - 6 1 - -
26. Roberto Sousa 9 810 - 1 - - - 23 11 6 -
28. Marcinho 13 1035 1 16 - 4 1 4 19 - -
9. Cláudio Pitbull 4 50 - 1 - - - 1 - - -
11. Kanu 5 287 - 8 - - - 7 19 1 -
15. Manú 12 807 3 11 - - 2 12 11 1 -
22. Kléber 4 69 - 1 - - 4 - - 1 -
35. Baba 14 1245 5 38 - 1 9 - 14 14 -
40. Sami 1 1 - - - - - - - - -
59. Ytalo 1 28 - - - - 1 - - - -
9
Pura magia
aos 35 anos
A idade parece passar apenas
no BI, já que em campo isso
nem se nota. Ou melhor, Bruno
surpreende a cada época
que passa. O talento já é por
todos conhecidos, mas a magia
é renovada ano após ano,
sem que o avançar do calendário
seja capaz de retirar
atributos ao capitão.
Fracasso
confirmado
Quem te viu e quem te vê!
Nem parece o mesmo, aquele
jogador que brilhou para os
lados do Sado. Cláudio Pitbull
foiumdesejodoex-treinador,
mas tal como Carvalhal
não passou de um verdadeiro
fracasso nesta aventura insular.
Vai sair e, aos adeptos,
não deixa saudades.

10 futebol
25 de Dezembro de 2009
Dois irmãos, duas gerações,
ambições iguais no futebol
Francisco José Cardoso
geral@maisdesporto.pt
É frequente encontrarmos nos meandros
do desporto e do futebol, neste
caso, ligações familiares estreitas entre
praticantes. O caso de Ruben Dinarte
Andrade e de Duarte Nuno Andrade
só tem paralelo mesmo na sua
ligação familiar, são irmãos, na ambição
que demonstram ter, querem ser
os melhores, e na posição onde jogam
em campo, a médio ofensivo.
De resto, uma diferença de nove
anos os separa, geracionalmente, na
modalidade que amam e dedicam a
tempo inteiro, os clubes em que jogam
e, claro, o currículo e a experiência,
um já é capitão de equipa, o outro
ainda agora está a dar os primeiros
passos na sua nova equipa no campeonato
nacional de juniores.
Um já é sénior, o baluarte da formação
do União SAD na II Divisão,
melhor jogador e marcador na primeira
metade da época já jogados, tem
27 anos e sonha chegar à I Liga, de
preferência com o seu clube de coração.
O outro, mais jovem, tem o mundo
à sua frente aos 18 anos e conta
com os ensinamentos do irmão para
‘baixar a bola’, e crescer futebolisticamente
com humildade.
HÁ 10 ANOS NO UNIÃO
Ruben Andrade começou nos Iniciados
do Juventude, a treinar na Es-
Ruben
eDuarte
Andrade
são ‘irmãos
de armas’
cola dos Salesianos, durante época e
meia, passando depois para o CF
União, onde fez dois anos de Júnior,
ascendendo desde então à categoria
Sénior na equipa principal do União
SAD, vai fazer agora 10 anos.
“Agora sou capitão e equipa, muito
por causa do tempo que já estou naquela
casa e por ser madeirense, mas
também para ter alguma responsabilidade”,
analisa a sua carreira como
‘patrão’ de um clube que está em 1º
lugar na II Divisão. “O ambiente no
grupo de trabalho não poderia ser
melhor. Agora estas pequenas férias
para recuperar-mos forças e continuar.
Não tenho queixas da minha
carreira, o União sempre cumpriu com
assuasobrigaçõeseéumbomclube,
que dá oportunidades.
Tem apenas um arrependimento:
não ter aproveitado, quando era mais
jovem, para dar o ‘salto’. “Tive a oportunidade,
quando tinha a idade do
Duarte (à direita) conta com o irmão Ruben para crescer com humildade no futebol.
meu irmão, e agora que também quero,
as coisas ficam difíceis, há sempre
contrapartidas distintas quando se
tem já alguma idade”, reconhece.
“Fico triste por um lado, mas imensamente
satisfeito por estar num grande
clube, que me tem uma grande estima.
Têm sido espectaculares comigo”.
Recorde-se que no último defeso
Ruben Andrade teve uma proposta
para se mudar para o Marítimo, mas
o União fez ‘finca pé’.
Agora, ciente que não terá tantas
oportunidades, quer fazer as coisas
pelo seguro. “Agora, quero pensar as
coisas mais na minha segurança, apesar
de ainda ter muitos anos para dar
ao futebol, tenho outra forma de pensar,
que quando era novo não tive tanta
vontade de sair para o Continente
ou para o estrangeiro. Não me arrependo
das escolhas que fiz, mas sei
que se pudesse mudar, mudaria.”
UM SONHO CONSTRUÍDO
COM CALMA
Já Duarte Andrade está no ‘sétimo
céu’, depois da mudança que fez do
CF União para o CD Nacional, ainda
no início desta época. Também começounoJuventudeeaascensãotem
sido rápida, daí estar neste momento
com uma mão cheia de jogos a titular,
depois de um começo a suplente. Ganhou
o seu espaço e já dá cartas na
equipa, que está em 3º lugar no campeonato,
logo a seguir ao Sporting e
ao Benfica.
“ O meu irmão, com mais anos de
futebol que já leva, tem-me ensinado
muita coisa, acima de tudo a ter mais
cabeça no lugar, pois o futebol não é
Médios
ofensivos,
destros e
lutadores...
são irmãos!
CLASSIFICAÇÃO II DIVISÃO
Equipa J V E D G Pt
1 União SAD 12 8 3 1 27-13 27
2 Atlético 12 7 3 2 17-9 24
3 Est. Amadora 12 7 2 3 17-9 23
4 Pinhalnovense 12 6 4 2 18-12 22
5 Oriental 13 5 4 4 11-10 19
6 Camacha 12 5 3 4 18-12 18
7 Louletano 12 5 3 4 14-14 18
8 Lagoa 12 5 3 4 13-14 18
9 Pontassolense 13 5 3 5 18-20 18
10 Real 12 4 3 5 13-11 15
11 Atl. Monsaraz 12 4 3 5 13-14 15
12 Marítimo B 12 4 2 6 15-16 14
13 Odivelas 12 3 3 6 14-17 12
14 Igreja Nova 12 3 3 6 8-17 12
15 Aljustrelense 12 2 3 7 11-21 9
16 Santana 12 0 3 9 2-20 3
FOTOS TERESA GONÇALVES
tudo”, começa por contar. “Temos que
pensar com calma, pois se acontece
uma lesão, a carreira pode acabar aí.
No fundo, hoje sei que não é tanto pelos
pés que vou longe, mas sim com
mais inteligência e serenidade”, remata.
Ruben complementa: “Há muito
craque com o cérebro furado”.
“Quero chegar longe, mas aonde o
meu irmão chegou já era um objectivo
cinco estrelas”, confia Duarte. “Subir
mais é um sonho, mas no patamar do
Ruben já era fantástico.”
Para já, Duarte Andrade deixou os
estudos (9º ano) para se dedicar de
corpo e alma ao futebol, à sua paixão.
Ruben ficou com cadeiras do 12º por
fazer. “Tinha tempo para estudar, mas
não tinha vontade, pois só queria treinar,
ainda por cima quando entrei
para a equipa sénior”, resume Ruben.
Duarte parou, mas não quer ficar por
aqui: “Estou a apostar tudo no futebol,
se der errado, tiro um curso e vou
para outra vida.”
Dois médios ofensivos, destros
mas que jogam com os dois pés e
que gostam de ter a bola no pé, no
chão e com qualidade, e que querem
ser o “melhor jogador do Mundo”,
atiram meio a sério, meio a brincar,
denotando a sua ambição. “Esta
época está boa para ir para a I Liga,
tenho dado tudo o que posso e se
fosse já em Janeiro, adorava”, conta
Ruben o seu desejo pessoal de Natal
e Ano Novo. Duarte também espera
fazer a melhor época possível e quiçá,
para o ano, ter uma oportunidade
numa equipa sénior. “Seria o realizar
de um sonho, mas temos tempos”,
conclui.

Um Natal cheio de saúde é o que desejam os irmãos Andrade, ansiosos pelo nascimento de mais um para completar o trio.
“Muita saúde” são os desejos
Ruben Andrade nasceu a 7
de Junho de 1982, sensivel-
F. J. C. mente nove anos depois, a
19 de Junho de 1991, nascia o Duarte
Andrade, os dois na freguesia de
São Pedro, Funchal. Agora, mais de
18 anos depois, deverá nascer o terceiro
irmão, já no Ano Novo de
2010.
É com este mote que os dois juntam
os habituais desejos de Feliz
Natal a todos, a um desejo especial,
ao irmão e aos pais, para que todos
tenham muita saúde.
Com uma família unida, que vai
em comitiva ver os jogos em que
participam, Ruben e Duarte sabem a
importância do conforto paternal.
“É o mais importante, o que tem
mais valor, sentirmos o apoio da família”,
afiança o mais experiente.
Duarte acena afirmativamente com
a cabeça.
“Ainda vamos ter mais um irmão,
que vem já com muitos anos de
atraso, mas que esperamos venha
com boa saúde”, deseja Ruben, que
nasceu há 27 anos. Duarte seguiu-se
nove anos depois, agora vem o rebento
da família, 18 anos depois
deste. “A minha mãe gosta de dar
espaço”, diz a sorrir.
“Tanto para mim, como para ele
(Duarte), os nossos pais, os nossos
avós, tios, primos, todos gostam de
ir ao domingo ver o futebol, quando
jogamos”, reafirma. “O meu pai nun-
Os votos de
dois jovens
àesperado
irmão para
fazer o trio
ca teve a oportunidade, mas no seu
tempo de jovem o nosso avô era
muito duro e não queria que ele deixasseosestudoseotrabalho,para
se dedicar ao desporto. Ele chegou a
jogar no Marítimo, só que o nosso
avô nunca o deixou ir longe.”
Em jeito de conclusão, um desejo
de Natal. “Para o ano desejava estar
ao lado do meu irmão a jogar como
sénior, seria um sonho já realizado.
Desejo muita saúde ao meu irmão
que está para nascer, aos meus pais,
que corra tudo bem e tudo do melhor
para a família”, diz Duarte.
“Retribuo a saúde, já que é a base
de tudo. Se houver saúde, a vontade
e tudo o resto aparece naturalmente.
É claro, um desejo especial ao
meu mano que vem aí, aos meus
pais e só coisas boas para todos.
Mas também espero que o Duarte
chegue muito mais longe do que eu”,
conclui.
25 de Dezembro de 2009
11
jogo rápido
FUTEBOL
Calheta-Machico
ainda sem data
O encontro entre o Estrela da
Calheta e Machico, adiado devido
ao intenso nevoeiro que se
fazia sentir na altura, ainda
não tem data marcada. As
equipas aguardam a marcação
da data do jogo por parte da
FPF. O plantel do Estrela da Calheta
regressa ao trabalho a 28
de Dezembro.
Três saídas no plantel
do Portosantense
Nuno Correia, Palhares e Artur
Vasconcelos já não fazem parte
do plantel do Portosantense.
Os jogadores rescindiram o
contrato que os ligava ao clube
até ao final da época 2009-
2010. Entretanto, os responsáveis
do clube asseguraram o
concurso até ao final da temporada
de Antero, que actuava
na formação do Nelas.
CF União regressa
a 28 de Dezembro
O plantel do CF União retomam
actividade no próximo
dia 28 de Dezembro, após ter
gozado uma semana de férias
natalícias. O apronto,
que marca o início do ciclo de
preparação, visando a recepção
ao Porto da Cruz, está
aprazado para as 19h30, no
Complexo Desportivo dos
unionistas, na Camacha.
Marceloéopçãopara
a visita ao Andorinha
Em pleno gozo de férias o
plantel do Câmara de Lobos
aguarda a decisão, relativamente
à marcação do encontro
em atraso com o
Canicense. Os câmaralobenses
jogam na próxima jornada no
reduto do Andorinha. Um jogo,
em que Carlos Graça já pode
contar com Marcelo.
Jogos em atraso
a 30 de Dezembro
Os encontros em atraso da
Série Madeira, adiados devido
ao mau tempo que assolou
a Região no passado fimde-semana,
deverão ser marcados
para o próximo dia 30
de Dezembro. O regulamento
de provas da FPF obriga à
realização dos jogos em atraso
antes do início da segunda
volta.

12 futebol
25 de Dezembro de 2009
ENTREVISTA A RÚBEN PAIXÃO
“Disse ao
presidente
que resolveria
o jogo”
Pedro Freitas Oliveira
geral@maisdesporto.pt
Campo do Andorinha, domingo, 20 de
Dezembro. O Porto da Cruz perde por
1-0eocronómetroavançaaoencontro
da 11.ª derrota da temporada, sem
que nada nem ninguém seja capaz de
alterar a infeliz tendência que relegou
a equipa para o lugar mais indesejado
da classificação. É necessário recorrer
ao banco, encontrar inspiração extra,
força suplementar e trazer à ribalta
um herói improvável. A escolha
recai sobre Rúben Paixão e a opção
não podia ter sido mais acertada.
Entrou aos 71 minutos, fez o empate
aos 74 e nos descontos teve sangue
frio para marcar a grande penalidade
que valeu a primeira vitória do Porto
da Cruz nos Nacionais. Mas o ‘feeling’
já lá estava, tanto assim é, que antes
de entrar avisou o presidente: “Não se
preocupe que eu vou resolver o jogo.”
Dito e feito! Rúben, o tal que em tempos
jogou com Pepe na equipa B do
Marítimo, cumpriu a promessa num
jogo recordado, com emoção, em conversa
com o MAIS Desporto.
Rúben Paixão foi mesmo o herói do
jogo, mas, com dose certa de humildade,
sublinha que o mérito tem de
ser repartido por todos. “O mérito não
é apenas meu, pois toda a equipa lutou.
Tivemos espírito de sacrifício durante
todo o jogo e recebemos a nossa
prenda de Natal”, aponta o avançado
madeirense.
Qualquer bom resultado corresponde
a um reforço de moral, mas a vitória
de domingo tem múltiplos sabores, todos
eles bem doces. Foi a primeira do
campeonato, sobre uma equipa com
aspirações muito mais ambiciosas e
obtidas em condições complicadíssimas,
até porque foi preciso recuperar
de uma desvantagem, ainda para mais
em casa alheia, o que eleva o grau de
dificuldade, mas também engrandece
o feito que já de si é histórico.
DNA
RÚBEN ANDRÉ FREITAS
PAIXÃO
Avançado
Data de Nascimento
04 de Junho de 1985 (24 anos)
Nacionalidade Portuguesa
PERCURSO
Nacional (infantis), Marítimo (até
aos juniores), Marítimo B, Ribeira
Brava, União SAD, CF União e Porto
da Cruz.
PRINCIPAIS TÍTULOS
Título regional de infantis e juvenis.
Campeão regional da I Divisão
(2008/2009).
A época não estava a correr bem e
o sufoco do último lugar também não
ajudava. Mas tudo mudou em Santo
António. Num jogo, o Porto da Cruz
marcou metade dos golos que já havia
apontado nas restantes dez jornadas
da Série Madeira. Efeito imediato da
primeira vitória? O lanterna já mora
do outro lado da Ilha, no Porto Moniz.
“Lutámos sempre para ganhar, mas
no futebol há momentos de sorte e
outros de azar. É assim... Fizemos um
grande jogo, mas considero que já
merecíamos esta vitória há mais tempo,
por tudo o que temos feito. Vamos
aproveitar o bom momento de forma
que atravessamos para tentar assegurar
a manutenção na Série Madeira”,
reforça Rúben Paixão antes de salientar
que este até não pode ser considerado
o melhor jogo da equipa esta
temporada: “Tivemos bem noutros jogos,
como aconteceu frente ao Canicense.
Não jogamos mal, o problema é
que sofremos muitos golos de bola
parada. Temos algum azar nesse aspecto,
pois 90 por cento dos golos
que sofremos foram nessas ciscunstâncias.”
FESTEJADA COMO SE FOSSE
A LIGA DOS CAMPEÕES
Aos 90 minutos, com o 1-1 no ‘placard’,
o Porto da Cruz iniciou rápida
jogada de contra-ataque. O toque de
calcanhar de Rúben Paixão isolou
Júlio que depois foi derrubado pelo
guarda-redes do Andorinha no interior
da área. Soou o apito de Marco
Cardoso, árbitro de Vila Real, que
logo de seguida apontou para a
marca dos 11 metros. Durante breves
segundos, Rúben Paixão teve
nos ombros enormíssima responsabilidade.
Nele recaiam todas as esperanças
naquele momento. “Já tenho
alguma experiência, estive nos
Nacionais e marquei alguns penaltis.
Com aquele resultado, num momento
daqueles, é preciso ter sangue
CLASSIFICAÇÃO
Equipa J V E D G Pt
1 Ribeira Brava 11 6 5 0 13-5 23
2 Caniçal 12 6 5 1 25-12 23
3 Portosantense 12 5 5 2 22-8 20
4 Andorinha 11 5 3 3 16-12 18
5 União 11 4 5 2 17-10 17
6 C. Lobos 10 4 4 2 14-12 16
7 Est. Calheta 10 4 1 5 18-15 13
8 1º de Maio 11 3 4 4 18-20 13
9 Machico 11 2 6 3 14-15 12
10 Canicense 10 2 4 4 12-20 10
11 Porto da Cruz 11 1 3 7 6-24 6
12 Porto Moniz 12 1 1 10 14-36 4
FOTO TERESA GONÇALVES
No domingo, com 71 minutos de jogo, o Porto da Cruz perdia 1-0 com o Andorinha. Entrou Rúben e tudo mudou...
Em 20
minutos, dois
golos. Saiu
do banco
para ser o
herói!
frio. Mas estou à vontade nesse aspecto,
seja ao minuto 90, como noutro
qualquer”, lembra o herói de domingo
antes de descrever o ambiente
vivido no balneário após a primeira
vitória da época: “Estavam todos
contentes e até parecia que tínhamos
ganho a Liga dos Campeões. É
normal. Temos de manter este ritmo
para iniciar bem a segunda volta.”
Rúben Paixão reconhece que a vitória
sobre o Andorinha “deu um impulso”
para lutar com mais força
pelo objectivo.
PEPE E DANNY NOS MELHORES
MOMENTOS DA CARREIRA
As três épocas que passou no Marítimo
B foram as melhores da carreira
e disso não tem qualquer dúvida.
Jogou ao lado de Pepe e Danny e foi,
inclusive, o melhor marcador da
equipa em duas temporadas consecutivas.
No último ano de júnior, efectuou
oito jogos na equipa B dos verde-rubros
e apontou seis golos. “O Geraldão
era o treinador na altura. Apostou
em mim, marquei alguns golos e
fui mesmo o segundo melhor marcador”,
recorda com orgulho. Na ocasião,
jogou com Pepe e Danny, “jogadores
humildes” e que reflectiam a
coesão desse grupo, tal como disse
Rúben Paixão que, na II Divisão, defendeu
também as cores do Ribeira
Brava.
No entanto, o futebol já viveu melhores
dias e apostar exclusivamente
numa carreia de jogador é extremamente
difícil, atendendo à situação
actual da maioria dos clubes
madeirenses. “Quando saí dos Nacionais
comecei a trabalhar e, este
ano, tive novo convite para lá voltar.
Tenho trabalho seguro neste momento
e o futebol, mais cedo ou
mais tarde, acaba. Se aos 24 anos já
é difícil arranjar emprego seguro,
com 30 muito mais”, refere o jogadordoPortodaCruzquefazdofutebol
um hobby.

REVIVER O PASSADO
25 de Dezembro de 2009
“Hoje é tudo por encomenda”
Edmar Fernandes
geral@maisdesporto.pt
Carlos Alberto da Mota Baptista,
ou simplesmente Rui em memória do
pai, foi árbitro de referência do futebol
regional entre as décadas de 70 e
80. Nascido a 15 de Outubro de 1950,
Carlos Alberto dirigiu “mais de 400
jogos de futebol”. Perdeu literalmente
a conta de quantos encontros apitou
mas sabe que era sempre “empurrado
para os jogos em que se esperava
maior aperto. As pessoas que faziam
as nomeações eram meus amigos”,
brinca.
Todos os que viveram, por dentro
ou por fora, o futebol da altura recordam-se
bem do ex-juiz. Pessoa de trato
fácil e bastante dialogante fruto,
também, de ter abraçado uma profissão
em que é preciso também ter a
conversa em dia. “Sou barbeiro desde
os meus 14/15 anos. E gosto do que
faço”, apressa-se a enaltecer independentemente
de até já ter sido prejudicado
por “não ter estudado, por
exemplo para engenheiro”. “Acabei
por descer de divisão na arbitragem
simplesmente porque era barbeiro e o
que ficou à minha frente, o Aníbal
Guerreiro, de Setúbal, era engenheiro”,
recorda a rir.
Gostou de ser parte integrante do
fenómenoqueéofutebol principalmente
pelas amizades que construiu
e ainda hoje guarda. “Continuo a falar
com toda a gente, com o Jorge
Coroado, com o Ricardo Correia, o
César Correia, entre outros”. Mas
até jogadores e jornalistas conseguiu
reunir no seu lote de amigos
como o “Eduardo Luís, Quim, Quim
Manuel, Jorge Costa, Nelinho, Tininho,
Amaral, Chico, Gomes Vieira,
Acácio Pestana, Henrique Moniz, enfim,
muitos mesmo.”
Aos59anos,obarbeironãosearrepende
de nada ao longo do seu trajecto.
Teve o apoio da família, “só assim
é que é possível andar na arbitragem”,
e todos os passos que tomou
foram “conscientes e nunca feitos em
função das pressões ou outra coisa
do género.”
“VERGONHA DE DIZER
QUE FUI ÁRBITRO”
Admite, porém, que “nem tudo são
rosas”nomeioeéatéextremamente
Carlos Alberto iniciou-se na arbitragem logo após a revolução do 25 de Abril.
crítico quando fala na arbitragem
actual. “É por causa daquilo que sei
que não vou ao futebol e até nem
acompanho tanto como poderia.
Vejo o essencial para saber que as
arbitragens de hoje são todas por
encomenda. Na minha altura não havia
nada disso mas também não havia
muito dinheiro envolvido. Hoje
em dia são milhões de euros. Na altura
podíamos tomar um café com
este ou aquele mas era só para travar
conhecimento”, justifica.
Carlos Alberto tem, por isso, “vergonha”
de dizer que foi árbitro. Fundamentalmente
porque alguns directores
do meio “não conseguem despir
a camisola”. Mas os árbitros também
têm a sua quota parte de culpa...
“Acredito na má fé de alguns árbitros
também.”
O gosto pela arbitragem não foi
Albino Rodrigues fora-de-série
Trabalhou com muitos árbitros, viu outros tantos em acção, mas o
melhor madeirense de sempre na sua opinião é Albino Rodrigues.
“Era muito bom em todos os capítulos do jogo. O Emanuel Correia
também”, nota. Em termos nacionais foi Purânio Luís que lhe encheu
as medidas. “Um homem que chegava a ir à pista de atletismo só
para não atrapalhar os lances.” Hoje em dia destaca Jorge Sousa e
Pedro Proença. O primeiro é um pouco “mais resguardado, prefere
não tomar nenhuma decisão que lhe possa ser prejudicial”, enquanto
o segundo é um pouco mais “corajoso”.
Carlos
Alberto foi
uma das
figuras da
arbitragem
Carlos Alberto, ladeado por José Maria Camacho e António Pão.
FOTO TERESA GONÇALVES
algo intrínseco. Aliás, começou por
ser praticante de atletismo. E só
quando percebeu que o futebol era a
sua grande paixão é que trocou as
pistas pelo apito. Fez o exame oral no
Estádio do Jamor e o seu examinador
foi um – se não a maior – figura da arbitragem
da altura: Francisco Guerra.
“Estava ali de pé, com várias pessoas
a avaliar e até fiquei um pouco nervosos
mas a seguir mentalizei-me que tinha
de passar e correu bem. O Fran-
13
Agredido nos
anos da esposa
Em toda a sua carreira, Carlos
Alberto foi agredido somente
uma única vez., precisamente
no dia de aniversário
da mulher. “Foi a 11 de
Maio, dia dos anos da minha
mulher e por isso não queria
fazer o jogo. Queria ir jantar
mais a esposa mas tanto me
pediram que lá acabei por ir.
O jogo foi no Liceu entre o Juventudeeo1.ºdeMaio.Marquei
um penálti, o jogador
não concordou e agrediu-me.
Claro que o jogo acabou aí e o
atleta apanhou três anos de
suspensão e 2 anos de pena
suspensa pelo tribunal. Não
podia perdoar uma atitude
daquelas”, explica.
cisco Guerra era uma das figuras centraisdaarbitragemeoslivrosdalei
de jogo eram todos baseados nas suas
escritas”, recorda.
Chegou a árbitro de 3.ª divisão e
auxiliar de 2.ª, mas até poderia ter ascendido
à 1.ª Divisão a convite de
Emanuel Correia. “Mas o meu pai
adoeceu e tive de recusar”, nota sem
arrependimento.
14 ESCUDOS POR JOGO
Hoje em dia o futebol movimenta milhões
de euros mas na altura um árbitro
era apenas mais uma pessoa sem
grandes rendimentos no desporto.
“Um auxiliar ganhava 14 escudos no
regional. Um árbitro ganhava 500 escudos
na 3.ª Divisão nacional e tinha
apenas 250 escudos de subsídio de
alimentação. Como é que comíamos?”.
Diferente era também a forma
como tinha de se deslocar para os jogos.
“Apanhava o avião e tinha de depender
dos amigos para me darem
boleia até ao estádio. Senão ia a pé.
Hoje os árbitros têm carro e até ‘chofer’
se for necessário.”
Tempos bem distintos, em que os
relvados da região eram todos pelados
excepção feita aos Barreiros.
“Mas quando chovia não havia jogo
para ninguém. A Junta Geral mandavafecharequandochegávamoslá
não podíamos entrar.”
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14 futebol
25 de Dezembro de 2009
ILigaregressasóa8deJaneiro
Benfica visita o Estádio dos Barreiros no mês de Janeiro.
Martinho Fernandes
geral@maisdesporto.pt
A interrupção dos quadros competitivos
do futebol profissional e amador
não vai para a além de semana. A única
excepção são os campeonatos regionais
de seniores e dos diversos escalões
etários mais jovens. No futebol
profissional a prova máxima do futebol
português vai sofrer uma interrupção
de duas semanas. O regresso da
Super Liga está marcado para o próximo
dia 8 de Janeiro de 2010, com a
realização da última jornada da primeira
volta. Entretanto, estão agendados
para 2 e 3 Janeiro de 2010 os jogos
referentes da segunda fase da
Taça da Liga. No que toca ao Nacional
e ao Marítimo os técnicos concederam
uma semana de folga aos seus profissionais.
O regresso ao trabalho de preparação
está marcado para 28 de Dezembro,
pelas 16 horas. Os nacionalistas
têm um compromisso, logo no dia
3 de Janeiro, com o Benfica a contar
paraaTaçadaLiga.Umapartida,em
que os responsáveis do Nacional, pela
voz do seu presidente, chegaram a colocaram
a hipótese de faltar ao encontro
aprazado para o Estádio da Luz.
Por sua vez, afastados da Taça da
Liga, os maritimistas só entram em
cena a 10 de Janeiro, para defrontar o
Vitória de Guimarães, naquele, que
jogo rápido
FUTEBOL
Nacional-Marítimo
joga-se a 6 Janeiro
Inicialmente marcado para 2
de Janeiro de 2010 o dérbi
entre o Nacional e o Marítimo,
na categoria de juniores
foi adiado para 6 de Janeiro,
pelas 19 horas, no Cristiano
Ronaldo Campus-Estádio. O
confronto entre os ‘velhos’ rivais
refere-se à décima oitava
jornada do Campeonato Nacional
de Juniores, zona sul.
O Nacional
desloca-se a
3 de Janeiro
à Luz para a
Taça da Liga
será o último jogo da primeira volta da
Super Liga, edição 2009-2010. Recorde-se
que na saída do ano 2009 o Nacional
está colocado no quarto lugar e
o Marítimo no nono, com cinco pontos
de diferença do seu eterno rival.
Pontassolense recebe
União a 10 de Janeiro
O Pontassolense só volta à competição
oficial a 10 de Janeiro
de 2010. Os homens da Ponta do
Sol estão de folga a 3 de Janeiro
pelo facto de terem antecipado
o encontro com o Oriental.
Uma partida, em que os pupilos
de Vítor Miguel saíram derrotados
por 2-1. Recorde-se que a no
segundo domingo de Janeiro o
Pontassolense vai receber a
ilustre visita do União SAD.
II DIVISÃO E SÉRIE MADEIRA
VOLTAM A 3 DE JANEIRO
No que diz respeito às provas, sob a
égide da Federação Portuguesa de Futebol
a paragem será apenas de uma
semana, ou seja, o Campeonato Nacional
da II Divisão, zona sul e a Série Madeira,
onde estão inseridas as equipas
madeirenses, vai parar a 27 de Dezembro,
estando o regresso marcado para
3 de Janeiro de 2010, com a realização
dos jogos referentes da décima terceira
jornada, que engloba o dérbi, entre o
Marítimo B e a Camacha. O Santana
vai deslocar-se a Pinhal Novo para defrontar
o Pinhalnovense, enquanto o
União SAD, vai jogar na qualidade de
anfitrião, diante do Estrela da Amadora.
No que diz respeito ao escalão secundário
registe-se o facto do Pontassolense
já ter realizado o encontro referente
a esta ronda. Uma partida, em
que os homens da Ponta do Sol saíram
derrotados, no confronto com o Oriental
por 2-1. O mesmo cenário aplica-se
às equipas da Série da Madeira, que
também só voltam à competição no
primeiro domingo de Janeiro de 2010.
Recorde-se, que Portosantense, Machico,
Caniçal e Porto Moniz já cumpriram
os compromissos agendados para esse
dia. Na altura o Portosantense venceu
Machico por 3-0, enquanto o Caniçal
foi ao Porto Moniz derrotar o conjunto
local por 3-0.
Provas regionais
com paragem prolongada
No calendário de provas da Associação de Futebol da Madeira
a paragem é muito mais alargada No futebol sénior o re-
M. F. gresso à competição está marcado para 9 de Janeiro de
2010, com a realização da I Eliminatória da Taça da Madeira, enquanto
o campeonato só volta uma semana depois, ou seja, 16 de Janeiro.
No que diz respeito aos escalões etários mais jovens a paragem
é de três semanas. Juniores, Juvenis e Iniciados voltam à actividade
a 10 de Janeiro de 2010.
Juniores regionais param
três semanas
Os Campeonatos Regionais da I
edaIIDivisão,noescalãode
Juniores vai sofrer uma paragemdetrêssemanas.Asformações
regionais, no referido escalão,
que actuaram a 12 de Dezembro,
só retomam a competição
a 9 de Janeiro de 2010.
Uma interrupção alargada, que
motivou algum desagrado entre
os responsáveis técnicos dos
clubes regionais.
Taça da Madeira
inicia-se a 9 de Janeiro
A paragem do Campeonato Regional
da I Divisão, vai dar lugar
à realização da I Eliminatória
da Taça da Madeira, edição
2009-2010, que congloba os seguintes
confrontos: Santacruzense-Bom
Sucesso; Choupana-
Santo da Serra: Juventude de
Gaula-Prazeres e São Vicente
Carvalheiro.
A formação do o ‘Os Xavelhas’
ficou isenta.

modalidades
Em Janeiro, a ADC Ponta do Pargo vai disputar os quartos-de-final da Taça ETTU.
‘Santo’ descanso chega
ao desporto amador
Carlos Alberto Moniz
geral@maisdesporto.pt
As modalidades ditas amadoras vão
parar nesta quadra festiva, que
abrange o Natal e o Fim-de-Ano.
Altura para os técnicos fazerem
um balanço aos resultados alcançados
nesta primeira fase de arranque
dos campeonatos e lançar estratégias
para mudar o que tem estado
mal.
Para os atletas, a ausência de
competição não implica forçosamente
o alheamento total, porque
em algumas modalidades as respectivas
associações organizam estágios.
Neste caso, está o Badminton, que
tem muitos atletas da Região no
O trio madeirense de Hóquei
em Patins vai estar de ‘férias’
C.A.M.
atéaodia9deJaneiro.
Na I Divisão masculina, o Porto
Santo SAD. a fazer uma época abaixo
das expectativas, com apenas duas vitórias
em nove jogos realizados, irá ao
continente defrontar o Gulpilhares,
que está na 4.ª posição, em jogo marcado
para as 18 horas.
Já o CS Marítimo, na II Divisão -
Zona Norte -, será anfitrião da Norteccope.
Numa época ‘desconhecida’,
a equipa ‘verde-rubra’ tem vindo a
Madeira e
Ponta do
Pargo têm
provas
europeias
Centro de Estágios da Federação
Portuguesa de Badminton, nas Caldas
da Rainha, acompanhados pelo
director técnico regional, Marco
Vasconcelos.
Também o ténis-de-mesa tem jovens
promessas em estágio no Pavi-
Hóquei volta no dia 9
melhorar as suas prestações, aparecendo
agora na 9.ª posição.
No regresso ao rinque, os maritimistas
terão pela frente a Fundação
Nortecoope, que está no 4.º lugar.
Finalmente, na III Divisão - Zona
Sul, o CD São Roque irá ao reduto
d’Os Lobinhos’.
Os ‘sanroquinos’ têm feito um percurso
muito positivo, com dez vitórias,
um empate e uma derrota em 12
jogos, o que lhes dá a liderança. O adversário,
nesta altura, ocupa o 10.º lugar
da tabela.
lhão Rafael Gomes. Uma das duas
sessões já decorreu e outra irá ser
realizada de 26 a 28 deste mês.
Quanto às provas regionais e nacionais,
os campeonatos de equipas
apenas vão regressar no dia 9 de
Janeiro, dia em que oito equipas femininas
irão iniciar o Campeonato
Regional da I Divisão.
No final de Janeiro, a ADC Ponta
do Pargo irá participar na primeira
mão dos quartos-de-final da Taça
ETTU, visitando as polacas do KTS
‘Forbet’ Tarnobrzeg.
Quanto ao Andebol, as seis equipas
madeirenses também irão regressar
às provas em Janeiro, sendo
de referir que no dia 9 o CCF Madeira
irá cumprir o jogo com o Ginásio
do Sul, que deveria ter sido disputado
no passado domingo e foi adiado
devido ao mau tempo.
ATLETISMO ESTREIA
Ao nível nacional, o Atletismo vai
terarrancarnosdias9e10deJaneiro
com as competições de pista
coberta, em Pombal.
Na altura serão disputadas as taças
da Federação Portuguesa de
Atletismo de Velocidade/Barreiras,
Provas Combinadas e Saltos, esta
última na pista de Alpiarça.
Quanto aos campeonatos nacionais
propriamente ditos, têm o seu
arranque marcado para o dia 17 de
Janeiro, nas ilhas açorianas do Pico
e Faial, com o Campeonato Nacional
de Estrada.
25 de Dezembro de 2009
CS Madeira regressa
no Dia de Reis
15
‘Amigos’
recomeçam
na Liga
no dia 3
O Basquetebol não ‘foge à regra’
e pára também nesta
C.A.M.
época festiva.
Em Janeiro, dia 3, os ‘Amigos’ vão
defrontar o Illiabum, às 16 horas, no
seu pavilhão. A equipa madeirense
ocupa actualmente a 6.ª posição, com
10 pontos, enquanto os visitantes estão
no 10.º lugar, com 9.
Quanto à Liga feminina, CAB Madeira
e CF União vão regressar à actividade
no dia 9. As ‘Amigas’, que estão
no 3.º lugar, com 14 pontos, vão
receber às 16 horas a visita do Olivais
de Coimbra, que é 2.º com mais um
ponto, enquanto, no Pavilhão do Caniço,
às 16h30, as ‘azul-amarelas’, ainda
sem vitórias, terão como adversário a
AD Vagos, que lidera a tabela classificativa.
Na I Divisão de Seniores femininos,
o CS Marítimo também irá recomeçar
o campeonato no dia 9. As ‘verde-rubras’
estão na última posição, com 9
pontos, e recebem o Lousada, actual
8.º, às 18h30.
Finalmente, no CNB1, o CF União
(último) volta a 9 de Janeiro, para um
compromisso com o FC Porto ‘B’ (2.º.
No dia 6, o CS Madeira irá jogar para a primeira mão dos 1/16 avos
da Challenge Cup, frente às finlandesas do LP Salo, no Pavilhão da
Levada, sendo por isso a primeira equipa de Voleibol a regressar ao
activo.
Na Divisão A1, o reinício da temporada será no dia 9 de Janeiro. O CS
Marítimo vai a Matosinhos para defrontar o Leixões, enquanto a AD
Machico terá um dérbi insular frente ao Fonte Bastardo, de São Miguel.
Já em femininos, as duas equipas vão actuar fora da Região; o CS
Madeira vai ao recinto do Trofa, enquanto o CSD Câmara de Lobos
irá jogar no pavilhão do Braga.

16 modalidades
25 de Dezembro de 2009
BASQUETEBOL
De olhos nos cestos
do Campeonato da Europa
Vitória Pacheco, Marcy Gonçalves, Carolina Escórcio e Maria Correia, são internacionais por Portugal desde os 16 anos.
Leonel Luís
geral@maisdesporto.pt
Maria João Correia, Marcy Gonçalves,
Carolina Escórcio e Vitória Pacheco
foram chamadas para os trabalhos
das Selecções Nacionais de
sub-20 e sub-18, que iniciam amanhã,
26 de Dezembro, a sua preparação
com vista aos Campeonatos da
Europa dos referidos escalões.
Entre o lote de eleitas de Eugénio
Rodrigues, seleccionador nacional
de sub-20, e de Mariyana Kostourkova,
seleccionadora das sub-
18, estão quatro atletas dos clubes
da Madeira, três do Clube Amigos
VITÓRIA
VITÓRIA REBECA FREITAS
PACHECO.
Data de Nascimento
19 de Outubro de 1992 (17 anos)
Localidade
Faro
Inicio da prática
2002/2003(Mini10)
Clube
CF União
25 Internacionalizações
12 sub-16 e 13 sub-18
do Basquete e uma do CF União, já
com grande historial nas equipas lusas.
O MAIS Desporto juntou estas
quatro atletas para falarem sobre a
Selecção. De forma unânime, todas
referem que é com orgulho que representam
a Selecção Nacional. Outra
ideia comum deste grupo de atletas,
prende-se com o facto da dedicação
ao trabalho ser sempre um
ponto de partida.
Maria João Correia, a mais internacional
do grupo, vai apresentar-se
na equipa nacional de sub-20, pela
1.ª vez. Sobre esse facto, comenta:
“A adaptação não será problema, já
MARIA
MARIA JOÃO BETTENCOURT
CORREIA
Data de Nascimento
28 de Fevereiro de 1991 (18 anos)
Localidade
Funchal
Inicio da prática
1999/2000 (Mini 8)
Clube
CAB
50 Internacionalizações
25 sub-16 e 25 sub-18
que conheço todas as atletas deste
grupo.” Maria, prosseguindo reconhece
que “temos uma boa equipa, e
por isso, acredito que podemos fazer
um bom campeonato.”
Por sua vez, Marcy Gonçalves
aposta que “vamos conseguir realizar
bons jogos, com o apoio de todas.”
Para a extremo do CAB Madeira
e da Selecção Nacional, a passagem
da equipa lusa da Divisão ‘B’
para a Divisão ‘A’ pode mesmo acontecer.
Já Carolina Escórcio, a terceira
atleta do CAB Madeira, opina: “Todas
nós vamos trabalhar muito”. Carolina
vai para o seu 5.ª Campeonato
CAROLINA
CAROLINA ABREU ESCÓRCIO
Data de Nascimento
17 de Outubro de 1990 (19 anos)
Localidade
Funchal
Inicio da prática
2000/2001 (Mini 10)
Clube
CAB
34 Internacionalizações
10 sub-16, 10 sub-18 e 14 sub-20
FOTO JOANA SOUSA/ASPRESS
da Europa. Caso seja uma das doze
eleitas, refere que ‘os nervos já fazem
parte do passado, sobretudo
pela experiência acumulada neste
tipo de competições.”
Finalmente a mais nova do grupo,
Vitória Pacheco, e por isso vai representar
as sub-18. Aponta como desejo:
“Espero que consigamos bons
resultados.” Prosseguindo, a atleta,
que se transferiu no defeso, do CAB
para o União, assegura; “Estou convicta
que podemos conseguir um
bom lugar no Europeu.” Sobre o lugar
pretendido, Vitória, sem rodeios
aponta: “Acho que podemos subir à
Divisão ‘A’ nas sub-18.”
MARCY
MARCY ARIANA SOUSA
GONÇALVES
Data de Nascimento
16 de Junho de 1990 (19 anos)
Localidade
Venezuela
Inicio da prática
2002/2003 (sub-16)
Clube
CAB
44 Internacionalizações
11 sub-16, 19 sub-18 e 14 sub-20
curiosidades
Histórias que
se cruzam
Carolina Escórcio e Marcy
Gonçalves, para além de
colegas de clube e de equipa,
são também colegas de
selecções há muito, desde as
Selecções da Madeira às
Selecções Nacionais. A
história destas duas atletas
temmuitoemcomume
cruzam-se nos sucessos.
Carolina Escórcio e Marcy
Gonçalves partilham, no
currículo, dois títulos
nacionais de cadetes, pelo
Clube Amigos do Basquete.
Outrodadoemcomum
nestas atletas é a presença
nos Campeonatos da Europa.
Tanto Carolina como Marcy
vão para a sua quinta
participação, duas em sub-
16, duas em sub-18 e uma em
sub-20. A dupla também
contribuiu para os últimos
sucessos das Selecção da
Madeira, nos Campeonatos
de Portugal Inter-Selecções.
Carolina e Marcy, que
começaram a jogar juntas
bem cedo, hoje fazem parte
da equipa principal do Clube
Amigos do Basquete. Este
ano somaram mais seis jogos,
nas Taça da Europa, mais um
contributo, importante, para
ganhar experiência.
Vitória é
Algarvia
Vitória Pacheco nasceu em
Faro a 19/10/1992, onde
viveu até aos 16 anos.
Começou a jogar basquetebol
ainda com a idade de Mini 10,
na época de 2002/2003, no
Futebol Clube São Luís.
Depois transferiu-se para o
CAB Madeira em
2007/2008,ondesefez
jogadora. Esta miúda do
Algarve, que “batia e
mandava umas bolas”, como
referem alguns ‘Amigos’, fezse
jogadora na Madeira.
Representou a Região no
Inter-Selecções e passou a
ser assídua das Selecções
Nacionais. No último defeso,
reforçou o CF União, na Liga
Feminina, e no último fim-desemana,
aos 17 anos, realizou
os 40 minutos do derbi, com
o CAB Madeira, terminando o
jogo com 8 pontos e 10
ressaltos.

VOLEIBOL
25 de Dezembro de 2009
20 anos ao serviço da Região
Paulo Vieira Lopes
geral@maisdesporto.pt
Foi em 1989 que Vagner Aragão conheceu
a Madeira e a partir daí nunca
mais a ‘perdeu de vista’.
Passados duas décadas, este brasileiro
é considerado como o brasileiro
mais madeirense do voleibol regional,
uma modalidade que abraçou
ainda jovem e que nunca mais a largou.
O MAIS DESPORTO quis saber
um pouco mais do longo trajecto do
atleta assim como a sua nova ‘aventura’
agora como treinador de voleibol.
Porquê a aposta no voleibol madeirense?
Tinha eu 19 anos e tive a
oportunidade de ser convidado pelo
Nacional para fazer a minha estreia
no voleibol fora do Brasil. Foi um
contrato de um ano mas foi renovando
por mais um e outro e acabei
por ficar de vez na Madeira.
Podemos dizer que foi uma
aposta ganha? Com certeza. Para
além dos grandes momentos que
tive no voleibol, é graças à Madeira
que hoje em dia tenho uma família
linda.
Como foi este trajecto longo na
Madeira? Foram quase 20 anos a
jogar voleibol. Comecei no Nacional
em 1989 e em 1994 até 1996 tive a
oportunidade de ir jogar para a AD
Machico. No ano seguinte voltei ao
Nacional, para em 1998 e até 2000
jogar novamente na equipa de Machico.
A partir daí tive a felicidade
de ir jogar para o Sporting de Espinho,
numa época de luxo, para no
ano seguinte regressar a casa. Em
2003 voltei à Região e a Machico
novamente. Em 2005 foi a vez de fazer
a estreia no Marítimo, clube
onde estou actualmente mas agora
como treinador.
Durante quase vinte anos a jogar
quais foram os momentos
mais marcantes da carreira, em
termos positivos e negativos? Foram
muito momentos bons que tive
como jogador nas equipas madeirenses.
Contudo tenho a destacar a
época em que estive em Espinho,
pois o Sporting de Espinho conquistou
nesse ano, a Supertaça, a Taça
de Portugal e foi a primeira equipa
portuguesa a vencer uma competição
europeia, na altura o ‘Top Team
Cup’. Em relação aos piores momentos
acho que foram todos aqueles
jogos em que não conseguiu ganhar.
Ainda hoje esses são os momentos
negativos.
Há muito a viver na Madeira podemos
dizer que o Vagner é já um
‘autêntico’ madeirense? Desde
1994 que tenho dupla nacionalidade.
A minha família é madeirense e
por isso tenho que admitir que sou
um brasileiro madeirense. Estou em
casa.
Actualmente a posição dentro
de campo mudou bastante. Como
começou a aventura de treinador?
Aconteceu por acaso. É verdade é
que já tinha feito um curso de técnico
quando estivem no continente,
mas assumir uma equipa apenas
aconteceu com a saída do Jorge Caldeira
do Marítimo. Perguntaram-me
se queria assumir o cargo e disse
sim. Terminei a época de
Vagner fez a sua estreia no voleibol madeirense na equipa do CD Nacional.
Com 37 anos o brasileiro deixou a carreira de jogador e abraçou o cargo de treinador, no Marítimo.
2008/2009 e agora nesta nova
temporada, onde espero que o Marítimo
possa atingir novamente o
play-off.
Com longos anos ligado ao voleibol
a nível regional e nacional,
como vê o estado actual da modalidade?
É claro que o voleibol evoluiu
nos últimos anos a nível nacional.
Mas olhando para o panorama
regional acredito que poderá ser feito
muito mais. Para além da crise financeira
que existe e que chega
também ao desporto, o voleibol madeirense
precisa urgentemente de
criar bases fortes nos escalões de
formação. É preciso aparecer novos
atletas madeirenses no escalão sénior,
mas para isso temos que trabalhar
muito a formação. Por exemplo,
no Marítimo, aos poucos e poucos
estamos a trabalhar no voleibol
juvenil e penso que essas novas
apostas, ou seja os novos talentos
madeirenses irão aparecer. Para
além disso acho que uma equipa deveria
ter alguém profissional dentro
da secção de forma a poder ajudar
ainda mais a modalidade eoclube.
Sei que não é fácil na conjuntura actual,
mas era bastante positivo.
Acha que a vinda do jogador
brasileiro para Portugal veio dar
uma melhor qualidade à modalidade
em termos de evolução do
jogador português? OBrasiléum
país que consegue formar muitos
bons jogadores de voleibol e a presença
de bons jogadores em qual-
Vagner quer
estar ligado
ao voleibol
por muitos
mais anos
17
FOTO ASPRESS
quer campeonato vem dar sempre
um maior espectáculo e melhor
competitividade. Agora no meu entender
o jogador português tem
muita qualidade e potencialidades.
Em Portugal aposta-se muito na
qualidade e isso é importante para o
futuro da modalidade.
Como estamos na quadra de Natal
o que deseja como prenda para
a sua equipa assim como para o
voleibol madeirense? Para o Marítimo
é claro que a melhor prenda seria
estarmos já com um lugar garantido
no play-off. Estamos no bom caminho,
mas infelizmente teremos
que esperar não pelo dia de Natal
mas para o mês de Janeiro (risos).
Quanto ao voleibol madeirense e
como já referi gostaria de ver muitos
miúdos nos escalões de formação.
Era bom a vinda de uma selecção
portuguesa à Madeira para realizar
um jogo ou uma qualquer formação
de promoção da modalidade.
É preciso promover ainda mais o voleibol,
quer com acções, por exemplo
com as selecções portuguesas assim
como com acções de promoção nas
escolas da Madeira.
Com um longo caminho no voleibol
ao mais alto nível, até quando
teremos o Vagner ligado à modalidade?
O voleibol está no ‘sangue’ e
espero estar ligado à modalidade
por muitos mais anos. Agora sou
treinador e é claro, enquanto os directores
do clube me quiserem à
frente da equipa eu estarei lá.

18 modalidades
25 de Dezembro de 2009
BRIDGE
Grande época desportiva
recordada em festa de Natal
Filipe Sousa
geral@mais desporto.pt
O bridge fechou as ‘contas’ de 2009
no último sábado, com um torneio de
encerramento, seguido de um jantar
de confraternização, que serviu para
lançar o ano desportivo de 2010.
Como em todas as actividades, ao
aproximar-se o final da época desportiva
é natural que se olhe para trás e
que se avalie a época como um todo. E
para bridge madeirense, 2009 foi uma
época para recordar. Desde logo porque
pela primeira vez a ABM conquistou
dois títulos nacionais na modalidade
de equipas. Em Julho, Miguel Teixeira,
Carlos Luiz, Jaime Sousa, Ricardo
Fernandes e Rodrigo Martins Soares
venceram o Campeonato Nacional
das Regiões, prova em que participam
equipas das várias Associações Regionais
da Federação Portuguesa de Bridge.
Já este mês foi a vez da equipa de
Bruno Macedo, João Machado Oliveira,
José Macedo e Pedro Macedo conquistar
o Campeonato Nacional de Segundas
Categorias, o que acontece
pela primeira vez com uma equipa madeirense.
“Estes títulos são, no mínimo, bons
indicadores da evolução positiva do nível
competitivo do bridge madeirense
no panorama nacional. Se repararmos
na melhoria consistente dos resultados,
ao nível regional, de outros jogadores
oriundos da formação de anos
recentes como é o caso de Bruno
Abreu, Bruno Neves, Gonçalo Esmeraldo,
Luís Correia, Luís Sampaio, Luís
Silva, Nuno Pereira, Nuno Martins, ou
no amadurecimento de jogadores aparecidos
em 2008, como Sandra Batista,
Carlos Jesus, Eduardo Fernandes,
João Santos, José Manuel Freitas,
Marco Teixeira e Nuno Alves podemos
concluir que estamos na direcção certa
neste caminho longo, aparentemente
lento, em direcção à melhoria da
qualidadedobridgequesepraticana
Madeira”, vincou ao MAIS Desporto,
José Júlio Curado, director técnico da
Associação de Bridge da Madeira.
GANHAR MAIS PRATICANTES
A lei dos grandes números aplica-se a
todos os desportos, eobridgenãoé
excepção. Cada vez que em qualquer
área do globo há um incremento no
número de novos praticantes a qualidade
média aumenta. “Isto porque, ao
contrário do que algumas pessoas
possam pensar, sendo um bridge um
jogo em que se aprende muito mais
com os erros do que com os sucessos,
esses novos praticantes, necesariamente
mais inexperientes, em vez de
‘diluir’ a qualidade média, agitam as
águas, por assim dizer, provocando
um aumento de competitividade. É
este que conduz invariavelmente a
uma melhoria geral dos praticantes e
que ao nível do topo promove a excelência”,
explicou José Júlio Curado,
vincando a aposta de conquistar mais
praticantes para o modalidade.
Nesse sentido, o novo ano, poderá
haver pelo menos mais um jogador
madeirensenorestritolotedas1ªsCa-
FOTOS HÉLDER SANTOS/ASPRESS
tegorias, passando dos três de 2008 e
dos quatro de 2009, para cinco ou
mesmo seis em 2010 . Esta classificação
é função da classificação no
Ranking Nacional, estando reservada
ao Top 10% desse ranking. Nesse sentido
a aposta que a ABM tem feito na
divulgação e formação de novos praticantes
tem vindo a dar alguns frutos
com o aparecimento de cerca de uma
dúzia de jogadores promissores. De
entre estes não pode deixar de se referir
os nomes de Carlos Viveiros, Marco
Teixeira e Fábio Fernandes, que se juntaram
a Sandra Batista, na delegação
da ABM no Campeonato Nacional de
Pares Juniores (Sub-28) decorrido no
passado mês de Outubro em São Miguel,
nos Açores ou de Acácio Quadrado,
Carlos Ribeiro, José Pereira, Luís
Jardim, Miguel Bettencourt, Pedro
Teixeira, Pedro Jardim, Pedro Varela,
Sebastião Gonçalves ou Sílvio Nobrega
que começam agora, um pouco timidamente,
a aparecer na competição
regional.
MUITAS PROVAS ORGANIZADAS
Do ponto de vista de organização de
provas a ABM organizou um bom conjunto
de provas. Para além do internacionalmente
reconhecido Open de
Bridge da Madeira, organizado em
conjunto com o Club Sports Madeira
que, num ano especialmente difícil por
causa da crise económica mundial, se
saldou uma vez mais por enorme sucesso,
a ABM organizou uma vez mais
a Fase Final da Taça de Portugal, no
Porto Santo. Ao nível regional foram 6
Circuitos Regionais em outros tantos
concelhos fora do Funchal (Santana,
Machico, Porto Santo, São Vicente,
Porto Moniz e Calheta), 12 Campeonatos
Regionais e 76 sessões dos Simultâneo
Nacionais para um total superior
a 135 sessões anuais, continuando
a tendência de crescimento do número
de participantes por sessão.
Como foi referido para 2010 a principal
aposta recai uma vez mais na divulgaçãoeformaçãodenovospraticantes
estando já previstas algumas
acções com início marcado para o
mês de Janeiro. Os interessados podem
pedir mais informações e esclarecimentos
por mail para aprender@bridge-madeira.com.
Contudo,
porque a modalidade vive muito da
‘prata da casa’ o director técnico da
Associação de Bridge da Madeira fez
questão de se lembrar “do núcleo
duro do bridge madeirense, os indefectíveis
e mais fieis praticantes,
aqueles que para além dos já referidos
vão a quase todas, como são os
casos de Ana Cunha, Ângela Matias,
Acácio Matias, Assis Correia, Candido
Reis, Fernando Ribeiro, Filipe Gonçalves,
Henrique Ribeiro, Joaquim Trindade,
John Freitas, José A. Fernandes,
José Maria Gouveia, Leonardo Velosa,
Pedro Morgado, Pedro Nunes, Ricardo
Luiz, Silvio Costa e Virgilio Mota”. “Se
me esqueci de mais alguém, o que
pode ter acontecido, apresento desde
já as minhas desculpas”, disse a finalizar
o director técnico da referida associação.

ATLETISMO
Nesta 51.ª edição, a luta pela vitória em masculinos e femininos deverá ser empolgante.
Volta à Cidade conta
com nomes de topo
Carlos Alberto Moniz
cmoniz@dnoticias.pt
Na noite da próxima segunda-feira, o
Funchal vai receber a sua Volta à Cidade
em Atletismo, já na sua 51.ª edição.
Reza a história que a modalidade
nasceu na Região em 1913, altura em
que se realizavam os chamados ‘Jogos
Olímpicos Madeirenses.
Todavia, só em meados dos anos
vinte, e durante alguns anos, a modalidade
teve uma actividade mais ou
menos regular, com a organização de
provas nos campos dos Barreiros, Almirante
Reis e da Achada pela Liga
Madeirense dos Sports Atléticos, fundada
em 5 de Maio de 1925, pelo Clube
Sports da Madeira, Clube Sport
Marítimo, Clube Desportivo Nacional e
União Futebol Clube.
Em Outubro de 1925 havia 42 atletas
inscritos.
No final da década de 50, aparece a
“Decidida só no final”
Policarpo Gouveia, presidente
da Associação de Atletis-
C.A.M. mo da RAM, confessa-se “satisfeito
pela adesão registada até
agora” em termos de inscrições para
a 51.ª Volta à Cidade.
“Esta é uma excelente oportunidade
para os atletas da Região poderem
correr ao lado de grandes figuras
mundiais”. Por isso, lança o apelo:
“inscrevam-se, porque isso é possível
até ao próprio dia da prova, por fax
ou e-mail, ou no Palácio de São Lourenço”.
E a propósito, salienta: “Não podemos
deixar de agradecer a disponibilidade
e a abertura do Palácio ao Atletismo,
o que acontece pela primeira
vez”.
Quanto aos atletas forasteiros, o
Volta
pela Saúde
aberta
a toda
a população
presidente da AARAM salienta: “Será
difícil fazer prognósticos, porque o
equilíbrio entre os cabeças-de-cartaz
é muito grande. Por isso, penso que a
corrida será decidida só no final”.
Sobre as condições meteorológicas,
que têm estado más, Policarpo Gouveia
afirma: “No dia 28 está previsto
bom tempo. Por isso, convido todos a
virem ao Funchal para participarem
na Marcha pela Saúde e assistir à
prova”.
Quanto a valores, o dirigente da
AARAM lamenta: “Não há dúvida que
temos de ser muito cuidadosos com a
gestão dos 40 mil euros que conseguimos.
As passagens aéreas levam
uma grande fatia do orçamento. Não
se compreende porque custa tão caro
viajar de um lado para outro do país”.
primeira edição da Volta à Cidade, organizada
pelo Clube Desportivo Nacional,
que se manteve à frente até 1962,
ano em que surgiu a Associação de
Desportos da Madeira.
A ADM organizou a Volta à Cidade
até 1997, quando foi criada a Associação
de Atletismo da RAM, com o Clube
Sport Marítimo, Centro de Atletismo
da Madeira, Grupo Desportivo do
Estreito, Associação Desportiva da
Camacha, Associação Desportiva São
João e Valour Futebol Clube.
A partir de então a AARAM tem organizado
ininterruptamente a Volta à
Cidade, para muitos a São Silvestre do
Funchal.
AFESTAREPETIDA
A população tem um carinho muito especial
pela Volta à Cidade. Bem enquadrada
nas festas de Natal e Ano
Novo, a prova da Associação de Atletismo
da RAM regista sempre a presença
de milhares de espectadores ao
longo dos 6 km do percurso.
Aestefactonãoéalheiaapresença
de atletas de renome e, pese o facto
de a crise impedir a vinda de atletas
de maior valor, os nomes entretanto
adiantados para a edição deste ano
garantem uma corrida bem disputada,
tanto no sector masculino como feminino.
Neste particular, houve mudanças,
uma vez que este ano toda a gente vai
correr ao mesmo tempo, não havendo,
portanto, provas separadas para homens
e senhoras.
Quanto ao programa, vai começar
às 18 horas, com animação musical
junto ao cais da cidade. Depois, a partir
das 20 horas, haverá uma corrida
para jovens com idades entre os 11 e
os 15 anos.
Às 20h15, a população é convidada
a participar na Volta pela Saúde e às
21 horas irá chegar o ponto alto da
noite, com a LI Volta à Cidade, com
partida e chegada em frente do cais.
Números
FOTO ARQUIVO
804
inscrições recebidas
paraaprovarainha
633
corredores são
do sexo masculino
171
atletas femininas
vão alinhar na prova
40
mil euros é o valor
estimado da Volta
51
edições realizadas
sem interrupção
25 de Dezembro de 2009
19
Palmarés
Ano Vencedores País/Clube
1959 Juvenal Freitas Barreirense
1960 Dias Santos Sporting
1961 João de Freitas Madeira
1962 Joel Pinto Marítimo
1963 Joel Pinto Marítimo
1964 João Pinto Marítimo
1965 Joel Pinto Marítimo
1966 José Rodrigues Marítimo
1967 Joel Pinto Marítimo
1968 Alvarino Mendonça Marítimo
1969 António Timóteo Marítimo
1970 Joachim Heike Alemanha
1971 Américo Barros Marítimo
1972 Banjt Nasde Suécia
1973 Aniceto Simões Benfica
1974 Banjt Nasde Suécia
1975 Haven Spik Finlândia
1976 Karle Fleschen Alemanha
1977 Fernando Mamede Sporting
1978 Jovni Kertelainen Finlândia
1979 Seppo Liuttu Finlândia
1980 Detlef Uhlemann Alemanha
1981 Michael Spoettei Alemanha
K. Hildenson Suécia
1982 Carlos Lopes Sporting
Aurora Cunha FC Porto
1983 Carlos Lopes Sporting
Conceição Ferreira Sp. Braga
1984 José Frias Spiroc
Sílvia Abreu Spiroc
1985 José Frias Albufeira
Silvia Abreu Marítimo
1986 Nené Carreira Açores
Maria José Pereira Marítimo
1987 José Teixeira Ginásio Trofa
Amélia Araújo Ginásio Trofa
1988 José Teixeira Ginásio Trofa
Amélia Araújo Ginásio Trofa
1989 José Regalo Benfica
Amélia Araújo Ginásio Trofa
1990 António Monteiro Sporting
Dores Leal FC Porto
1991 José Moreira Benfica
Dores Leal Viana
1992 Victor Almeida Benfica
Carla Sacramento Sporting
1993 Cândido Maia Terbel
Ana Dias Maratona Faro
1994 Carlos Monteiro IN Balance
Carla Sacramento Maratona
1995 Hélder Ornelas Maratona
Lúcia Subano Quénia
1996 Rui Borges FC Porto
Fernanda Marques Maratona
1997 José Regalo Sporting
Fernanda Ribeiro FC Porto
1998 Rui Silva Sporting
Getenesch Urge Etiópia
1999 Rui Silva Sporting
Genete Gebregiorgios Etiópia
2000 Rui Silva Sporting
Fernanda Ribeiro FC Porto
2001 Rui Silva Sporting
Fernanda Ribeiro FC Porto
2002 Rui Silva Sporting
Fernanda Ribeiro FC Porto
2003 Rui Silva Sporting
Jelena Prokopchuka Letónia
2004 Sergiy Lebid Ucrânia
Jelena Prokopchuka Letónia
2005 Kiprono Menjo Quénia
Fernanda Ribeiro Valência
2006 Kiprono Menjo Quénia
Jéssica Augusto Maratona
2007 Rui Silva Sporting
Eunice Jepkorir Quénia
2008 Kiprono Menjo Quénia
Jéssica Augusto Individual

20 modalidades
25 de Dezembro de 2009
PESCA DESPORTIVA
A festa dos campeões
Paulo Vieira Lopes
geral@maisdesporto.pt
A Associação de Pesca Desportiva da
Madeira aproveitou a época natalícia
para homenagear e consagrar os
grandes campeões de mais uma época
desportiva regional.
Depois de um total de 34 provas ao
longo de 2009, ‘pescadores’, treinadores,
dirigentes e amantes da modalidade
juntaram-se num enorme convívio
na Estalagem da Encumeada onde
para além de consagrar as grandes figuras
dos vários campeonatos, serviu
igualmente para enaltecer as grandes
prestações dos madeirenses em provas
nacionais assim como em termos
internacionais, nomeadamente em
Campeonatos do Mundo.
Num ano em que a Pesca Desportiva
voltou a ganhar novos adeptos na
Região, a aposta para 2010 é continuar
a desafiar os vários mares da
Madeira, cada vez com mais atletas,
assim como conseguir conquistar alcançar
os mais altos lugares do pódio
no panorama nacional e internacional.
Prémios do ano
REGIONAL DE PESCA À BÓIA (IND)
1. Nuno Barradas (São Roque)
2. Marco Fernandes (Iate C. St. Cruz)
3. Hélder Santos (CSDC CM Pt. Santo)
REGIONAL DE SENHORAS
1. Rosa Basílio (C. Tiro e Pesca)
2. Cecília Camacho (G Amadores Pesca)
3. Iolanda Rodrigues (São Roque)
REGIONAL DE JUVENIS
1. Catarina Abreu (C:ª Lobos)
2. Tiago Gouveia (Iate C St. Cruz)
3. Fátima Alves (Iate C St. Cruz)
REGIONAL DE JUNIORES (SUB-16)
1. Alexander Hainey (São Roque)
2. Rui Lima ( CDC Porto Moniz)
3. Pedro Vasconcelos (Iate C. St. Cruz)
REGIONAL DE JUNIORES (SUB-21)
1.Joaquim Gregório (C.ª Lobos)
2. Tiago Pereira (C.ª Lobos)
3. Nuno Jesus (C. Naval do Funchal)
REGIONAL DA I DIVISÃO
1. Miguel Freitas (Iate C St. Cruz)
2. Gilberto Sousa (Sporting Madeira)
3. Cristovão Alves (Iate C St. Cruz)
REGIONAL DA II DIVISÃO
1. Ilídio Mendonça (C. Tiro e Pesca)
2. Virgílio Ascensão (Bom Sucesso)
3. José Freitas (AN C.ª Lobos)
REGIONAL DA III DIVISÃO
1. Jacinto Gouveia (AN C.ª Lobos)
2. Nuno Henriques (C.ª Lobos)
3. João Gonçalves (Iate C St. Cruz)
REGIONAL DE CLUBES
1 Iate Clube de Santa Cruz
2. CCD Câmara Municipal do Funchal
3. Sporting Clube da Madeira
REGIONAL DE CLUBES DE BÓIA
1 Grupo Amadores Pesca d. Madeira
2. Iate Clube Santa Cruz
3. Club Sport Marítimo
PRÉMIOS INTERNACIONAIS
Orisa Ornelas (São Roque)
Rui Henriques (CSDC Porto Santo)
André Luís (G Amadores Pesca)
Nuno Jesus (C Naval do Funchal)
Diogo Sousa (G Amadores Pesca)
PRÉMIOS NACIONAIS
Orisa Ornelas (São Roque)
Fábio Abreu (G Amadores Pesca)
Ernesto Alves (São Roque)
Gilberto Sousa (Sporting Madeira)
André Luís (G Amadores e Pesca)
Rui Henriques (CSDC Porto Santo)
Tiago Gouveia (Iate C St. Cruz)
Clube Desportivo São Roque
Presidente
da
Federação
esteve na
festa

talentos
KARTING
“Karting faz parte
da minha vida”
Miguel Justino
geral@maisdesporto.pt
JoséLuísBotaséoprimeiroTALENTO
madeirense a ser apresentado pelo
MAIS Desporto aos seus leitores.
Aquele que é considerado o piloto mais
rápido na sua categoria venceu aos 15
anos o título Campeão da Madeira de
Karting, cujo ceptro foi alcançado na última
jornada numa prova disputadíssima
e muito valorizada pela concorrência,
na circunstância João Bazenga e
Duarte Carvalho.
Para trás ficaram algumas marcas
deixadas pela prática da modalidade,
de onde se destaca um acidente de alguma
gravidade ocorrido em 2006, em
Leiria, aquando da sua primeira participação
numa prova de índole nacional.
Mas quem é José Luís Botas, que
desde muito cedo tomou gosto pelo
Karting? Ele tem como objectivo, um
dia, competir nas ‘fórmulas’, já que
chegar à Formula 1, que é o seu grande
sonho, considera “praticamente
impossível”.
“O interesse pelo desporto motorizado
começou muito cedo. Ainda muito
pequeno via corridas de Formula 1 com
o meu pai, que não perdia uma. Ainda
me lembro de acordar às 6 da manhã
para assistir a corridas na televisão”, recorda.
O gosto pelos motores não se
cingia apenas a esta competição, já que
“desde os meus 4 anos que ia com os
meus pais ver os ralis regionais”. Foi assim
que começou a ter o ‘gostinho’ pelas
corridas.
Do gosto de ver até sentir a adrenalina
de conduzir um Kart, o piloto madeirense,
que prefere as pistas aos ralis
mas que não coloca de parte um dia
disputar esse tipo de competição, começou
nestas andanças motorizadas
em Dezembro de 2005 quando “recebi
um convite para experimentar um kart
e foi aí que tudo começou.” Mesmo sendo
a primeira vez que andava de kart,
os tempos que obteve foram bastante
satisfatórios. “Os amigos do meu pai
começaram a dizer-lhe que deveria investir
em mim, pois eu teria jeito”. No
Natal desse ano veio a prenda tão ambicionada,
que alterou completamente
o seu quotidiano e, quem sabe, o seu futuro:
“O meu pai ofereceu-me o equipamento
todo de competição e percebi
logo que o kart iria passar a fazer parte
da minha vida”.
No seu trajecto na competição, e
apesar da sua juventude, José Luís já
Tudo
começou
com uma
experiência
num kart
conseguiu algumas alegrias, mas também
vários dissabores que lhe impediram
de fazer aquilo que mais gosta.
Neste contexto, o ano de 2006 foi deveras
marcante e por motivos antagónicos,
como o próprio relata: “Em Março
chegou à Madeira o kart CRG que o
meu pai me comprou e que comecei a
usar todos os fins-de-semana em treinos
e a aperfeiçoar a técnica de condução.
Daí à competição foi um salto”,
confessa, mas no sentido inverso. Na
primeira vez que competiu no continente
sofreu um acidente que o impediu de
pilotar durante certa de seis meses.
“Aconteceu em Leiria. Tive uma saída
de estrada numa ultrapassagem, embatendo
numa viatura de recolha que estava
mal estacionada. Ainda participei
em mais uma manga, mas tive de ir
para o hospital e o carro praticamente
foi para o lixo”, regista.
Resultado: lesões nas costelas e rotura
de ligamentos, quatro meses fora da
competição que em nada impediram de
dar continuidade à pilotagem do seu
kart CRG: “Ainda estava a fazer a fisioterapia,
mas já competia e cheguei por
duas vezes ao pódio”, confessa com a
maior naturalidade.
O ano que está prestes a terminar
foi o do culminar dum objectivo que
tanto perseguiu.” O importante é que,
cinco anos depois de ter começado a
competir, consegui alcançar o título
regional que já me tinha fugido algumasvezes”,dizcomenormesatisfação,
este jovem piloto, sem medo e
amante da velocidade.
Cinco anos para chegar ao título regional
José Luís Botas iniciou-se muito cedo no Karting, em 2005, e no seu ano de estreia, com apenas 11 anos de
idade, classificou-se na 7ª posição no Campeonato Regional, num total de 18 participantes. No ano seguinte
registou uma grande evolução, conseguindo atingir a 3ª posição, quedando-se a escassos 2 pontos do
Vice-campeão. Em 2007 classificou-se na 9ª posição, depois do grave acidente, para em 2008 voltar a subir
ao pódio ao alcançar a 3ª posição. O ano em curso foi de ouro para o jovem piloto madeirense. Nas primeiras
competições, na 1ª prova de resistência da Cidade do Funchal, foi 2º classificado nos juniores e 3º na
geral, fechando a temporada com o título de campeão de juniores.
25 de Dezembro de 2009
José Luís Botas tem uma curta experiência no Karting.
21
Como chegou a campeão
O piloto da JB KAR-
TING/RED LINE MOTORS-
M. J. PORT/BURN, José Luís Botas,
descreve como chegou ao título
na sexta e última ronda do ‘Madeira +
Saúde Kart Cup 2009’, prova onde se
iria discutir entre três pilotos (Luís
Botas,DuarteCarvalhoeJoãoBazenga)
o título de campeão regional na
categoria Júnior.
“Mesmo estando a recuperar de
uma fractura numa costela sofrida na
prova anterior, dei, no sábado à tarde,
indícios de que não iria facilitar a vida
aos seus mais directos adversários,
dando forte andamento que estava a
conseguir imprimir ao meu bólide””,
conforme consta no seu site. No domingo
foi um confirmar das boas indicações
anteriores, desde a primeira
manga até á vitória final.
José Luís Botas saiu da pole-position
para a finalíssima já com o título
a lhe sorrir e o à-vontade, sabendo
que um terceiro lugar seria suficiente
para se sagrar campeão regional.
Sem baixar os braços, Luís Botas
brinda o publico com novo arranque
digno de registo e mantém atrás de si
o pelotão até ao final da corrida que
ganha com uma larga vantagem. Luís
Botas esteve mesmo inspirado, sendo
em todos os momentos o mais rápido
da Júnior, pode ler-se no site
www.jbkarting.com.

22 opinião
25 de Dezembro de 2009
dream dream BempodiamseroPaiNatal
team
Ricardo Miguel Oliveira
geral@maisdesporto.pt
Tudo se conjugava para que o
segundo capítulo das ‘babes’
de Ronaldo ganhasse expressão,
mas nesta quadra, qualquer
homem de boa vontade é
sensível à agenda do craque.
Sobretudo quando mete solidariedade
e pedagogia, como
se viu na recente viagem solidária
ao Uzbequistão onde
deixou mais de 20 mil adeptos
em delírio e vários truques de
futebol corrido, aplicáveis nas
‘game boxes’ locais ou nos
recreios das escolas secundárias.
Tudo pela módica soma
de 600 mil euros, verba que
alegadamente há-de fazer
felizes crianças que vivam em
instituições de solidariedade
social por esse mundo fora,
Madeira incluída, pois por
muito que tentem mandar-nos
para a lua, continuamos cúmplices
deste planeta.
Como não há mulherio em
jogo, a não ser a brasileira
Marta que voltou a ganhar o
título de melhor jogadora do
ano, o que aconteceu pela
quarta vez consecutiva, avancemos
então para o negócio
da época: as prendas. Sacos
de boxe para Hulk e Sapunaru,
um grande clube para Rúben
Micael desde que haja 10
milhões em troca, uns barretes
Wellington para Rui Alves,
jogadores do Marítimo sem
medo de meter a bola fora em
situação de aperto, um túnel
para todos os clubes da I Liga
Edmar Fernandes
geral@maisdesporto.pt
O mau tempo que continua a
assolar o país, e a região não é
excepção, deixou marcas um
pouco por toda a parte. Alguns
jogos na Madeira tiveram de ser
adiados em função de uma
intempérie que deixou prejuízos
ainda não contabilizados em
diferentes recintos desportivos.
Condições climatéricas adversas
que não impediram o Nacional de
somar mais um triunfo, o segundo
sob a mão do técnico Predrag
Jokanovic, que mantém assim um
registo vitorioso desde que foi
chamado a assumir a orientação
da equipa. Com mais estes três
pontos acumulados, os alvinegros
entram em 2010
confortavelmente instalados no
4.ºlugardatabelaclassificativa,
o mesmo com que terminaram a
época finda. Em suma, os
nacionalistas terminam o ano bem
mais satisfeitos que os rivais.
em nome da igualdade de oportunidades
e de um espaço mediático
equitativo, árbitros sem
margem de erro e estádios sem
obras, chuva, nevoeiro e frio, mas
comgenteefesta.Mascomo
não há dinheiro para tanta coisa,
não será demais pedir esforços
redobrados para dar cabo do
tempo de compensação tipicamente
português, aquele que
nunca dá mérito a quem o tem,
antes arranja maneira de desconsiderar
os feitos dos outros.
Quanto ao ‘dream team’ da
semana, sem palavras. É inglório.
A FIFA estragou-me uma das
surpresas mais engendradas no
ano futebolístico em curso.
Bolas! Andei a estudar méritos e
estatísticas pensando que a Gala
dos troféus cobiçados só ocorria
em Janeiro e de repente, numa
segunda-feira manhosa, lá apareceu
o Pedro Pinto, a Laura
Pausinni e o Michel Platini a
antecipar ironicamente o
momento. E riram-se à brava.
Azar meu. E sorte do nosso
modesto conterrâneo Cristiano
Ronaldo que numa noite em que
não esperava ganhar nada, falou
em bom português e conseguiu
o terceiro pódio consecutivo no
prémio de melhor jogador do
ano da FIFA, ao ser segundo,
atrás do argentino Messi, depois
da vitória do ano passado e do
terceiro posto de 2007.
O ex-jogador do Andorinha,
Nacional, Sporting e Manchester
United torna-se, assim, o primeiro
jogador português a ficar
três vezes no pódio, superando o
registo de Figo, que venceu o
prémio em 2001, depois de ter
sido segundo colocado em 2000.
Além de ter sido eleito o segundo
melhor jogador do ano,
Cristiano Ronaldo viu ainda o
seu golo marcado ao FC Porto,
no Dragão, na edição transacta
da Liga dos Campeões, ser eleito
Imagens da semana
Dani Alves
Steven Gerrard
John Terry
Xavi Hernandez
Numa noite em que não ia
ganhar nada, Ronaldo
arrecadou três troféus!
como o melhor do ano, o que lhe
valeu conquistar a primeira ediçãodoprémio‘Puskas’.
Eis então o ‘onze ideal’ de 2009,
tudo malta que bem podia ser o
Pai Natal nesta época em que
Iker Casillas
Vidic
Andrés Iniesta
Ronaldo Messi
Patrice Evra
Fernando Torres
muito daqueles que querem
fazer boa figura lá em casa até
pedem dinheiro emprestado.
Com o orçamento que paga
todos estes donos da bola, os
estádios cresciam como cogu-
melos, acabavam-se os subsídios
ao desporto, ninguém
fazia contas a campeonatos
domésticos, ganhar era mais
importante do que ir a uma
competição europeia e o
governo não era sócio de
coisa nenhuma, mas sim parte
do ‘dream’.
Dada a notoriedade dos craques,
a FIFA recomendou que
apenas fossem tecidas apreciações
sobre um único jogador,
pois ter onze processos
por abuso de liberdade de opinião
é obra apenas ao alcance
de grandes patrões dos
media, se é que ainda existem.
1. Iker Casillas. Há guardaredes
assim. Com sorte. Nem
precisam de defender muito.
Basta-lhes não ser do clube
que mais jogadores coloca no
‘onze ideal’. Se não houvesse
descontinuidade territorial,
Bracalli e Peçanha também
tinham hipóteses.
2. Dani Alves
3. John Terry
4. Nemanja Vidic
5PatriceEvra
6. Xavi Hernandez
7. Andrés Iniesta
8. Steven Gerrard
9. Cristiano Ronaldo
10. Lionel Messi.
11. Fernando Torres.
Suplentes
Valdez, Benzema, Samuel
Eto’o, Drogba, Aimar, Essian,
Ronaldinho, Pato, Coelho,
Gazela, Kaká, Saviola, Di
Maria, Liedson, Miguel Veloso,
Dani, Patacas, Rúben Micael,
Bruno, Abelhinha, Jorgito,
Calaça, Fagundes, Lourenço,
Zé da Rocha, Ricardo
Quaresma e sei lá quantos
mais, todos treinados por
Mourinho, dada a indisponibilidade
de André Vilas Boas.
Boas. Muito Boas Festas e um
2010 repleto de boas notícias.

Da FIFA açambarcadora
à nossa imaginação fértil
a jornada
Agostinho Silva
director@maisdesporto.pt
Na altura de todas as ‘galas’ – nas últimas
semanas vimos na Madeira uma
dinâmica interessante em várias modalidades
que promoveram a sua ‘festa
anual’, com ou sem distinções aos melhores
– o mundo do futebol virou-se
novamente para Zurique, onde a FIFA
continua a usar toda a sua influência e
poderio para concentrar em si todos os
holofotes do ‘desporto-rei’.
Este ano, a Gala ‘FIFA World Player
2009’ congregou também a eleição do
‘melhor 11 do mundo’, a cargo dos profissionais
de alta competição de todo o
planeta. Em matéria de prémios, vamos
ver até quando resistirá a revista francesa
‘France Football’, pioneira na eleição
do melhor jogador do mundo ‘Balon
d’Or’. Como se tem visto, desde que a
FIFA descobriu o filão destas distinções
anuais, tem vindo ano após ano a açambarcar
uma série de iniciativas com a
mesma finalidade, embora com métodos
diversos.
Tendo tido já o privilégio de viver
uma Gala FIFA ‘por dentro’ – no início
deste ano, aquando da consagração de
Cristiano Ronaldo relativa ao ano 2008
– consigo imaginar todas as movimentações
antes e depois do espectáculo
transmitido pelo ‘Eurosport’.
Tal como o ano passado, o prémio
principal estava antecipadamente atribuído.
O que abona a favor da credibilidade
da iniciativa, pois vai ao encontro
das expectativas mais generalizadas,
respeitando os pressupostos que regem
a eleição do Melhor Jogador do Mundo:
as performances individuais consubstanciadas
na conquista de títulos colectivos.
Na persecução de tudo açambarcar,
a FIFA abriu a gala deste ano com uma
novadistinção–oPrémioPuskaspara
o Melhor Golo do Ano – atribuída ao
madeirense Cristiano Ronaldo pelo golaço
que eliminou o FC Porto da última
Liga dos Campeões. Curioso é ver as leituras
que se fazem a este propósito,
pois não faltou quem vislumbrasse ali
uma subtileza para equilibrar as evidências
entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
Como é fértil a nossa imaginação! Do
mesmo modo que a FIFA não interfere
na eleição do Melhor Jogador do Mundo
– que compete exclusivamente aos
treinadores e ‘capitães’ de todas as selecções
nacionais -, a escolha do Melhor
Golo do Ano foi feita pelos internautas,
possivelmente sem que o senhor Joseph
Blatter se tenha infiltrado no Departamento
de Informática da FIFA,
pela calada da noite, acedendo à contagem
electrónica e acrescentando uns
votos para fazer pender a votação para
o jogador madeirense.
O que os ‘experts’ da FIFA fazem – e
fazem bem, com base em critérios bem
claros – é a nomeação dos 50 candidatos
a Melhor do Mundo ou a escolha
dos 10 golos a colocar à votação. Com
leques tão alargados, ninguém acredita
que um potencial vencedor possa ser
esquecido.
Leonardo, nome a fixar
Leonardo Jardim é um jovem treinador português, há
muitos anos com o IV Nível. Antes de chegar a técnico
A.S. principal, fez a sua aprendizagem no terreno em várias
equipas secundárias, ao lado de outros treinadores que o ajudaram
a escolher o seu próprio caminho.
Desde que o anterior presidente da AD Camacha, Aurélio Antunes,
lhe entregou a equipa sénior, Leonardo Jardim vem cumprindo os
objectivos que lhe têm sido propostos, quase sempre com recursos
escassos.
O treinador nunca escondeu a ambição de ‘não ser apenas mais um’.
Por isso, acedeu ao desafio do Chaves, há dois anos, e agora o do
Beira Mar, cuja equipa chega a esta altura na liderança da II Liga.
Numa altura em que as principais equipas madeirenses parecem
disputar um ‘campeonato interno’ com várias nuances, estranha-se
que entre tantas hipóteses nunca tenham ponderado o nome de
Leonardo. Será por ser madeirense?
Juniores em alta
Uma das formas de Nacional
e Marítimo conseguirem
A.S.
manter o nível das últimas
épocas, com classificações que dão
acesso a competições da UEFA e assim
afastados da antiga angústia de
lutar para não descer, passa também
pelo contínuo aperfeiçoamento dos
métodos de aquisição de jogadores e
pela formação.
Neste último capítulo, tendo por
base a disputa do campeonato nacional
de Juniores, os dois clubes madei-
FOTO STEFFEN SCHMIDT/EPA
renses estão bem encaminhados, ao se
posicionarem logo abaixo de Benfica e
Sporting. É óbvio que, para tudo se
traduza em resultados, é importante
que Nacional e Marítimo aumentem o
número de jovens ‘prata da casa’ que
vão lançando nas suas equipas principais.
A dependência da ‘lotaria’ do
mercadobrasileiro,edeoutros,como
o de Leste, podem e devem ser equilibrados
com um trabalho cada vez menos
amador ao nível da formação.
Para já, os sinais são encorajadores.
25 de Dezembro de 2009
Clientes
frequentes
23
Pelo terceiro ano
consecutivo, Ronaldo,
A.S. MessieKaká
chamaram a si as ‘luzes’ da
Gala da FIFA, revezando-se
nos lugares cimeiros. E tudo
indica que este ciclo iniciado
em 2007 se estenda pelo
menos durante mais dois ou
três anos.
Em relação a Portugal e a
jogadores portugueses
também já distinguidos ao
mesmo nível, Cristiano
Ronaldo já ultrapassou todas
as marcas. Facilmente se
aceita que o madeirense
continuará a ser ‘cliente
frequente’ nas próximas
épocas, pelo que é provável
que o seu nome venha a
figurar num restrito leque de
figuras mundiais da
modalidade.
A esse propósito, depois do
empate a toda a linha entre
Messi e Ronaldo quando
comparados os anos de 2008
e 2009, a única conclusão
que se pode retirar desde já é
que está aberta a corrida a
Melhor do Mundo em... 2010!
Sabendo-se que o escolhido
será um dos jogadores que
integrar a Selecção que vier
asagrar-secampeãdo
mundonaÁfricadoSul,no
dia 11 de Julho de 2010,
resta a Cristiano Ronaldo e a
Lionel Messi fazerem pela
vida.
Efeito CAN
A I Liga Portuguesa só regressa
a 8 de Janeiro. Até lá, os
A.S.
clubes têm a Taça da Liga para
desentorpecer das festas natalícias e
de fim-de-ano. O regresso do principal
campeonato acontece precisamente no
dia em que começa, em Angola, o
CAN’2010, prova que contará com vários
jogadores de Nacional e Marítimo.
As ausências de jogadores determinantes
poderão chegar a cerca de um
mês. São contingências que já estavam
previstas e que contam também para
outro dos objectivos dos clubes – a ‘valorização
dos seus activos’, como agora
se diz com alguma sofisticação. Mas dificilmente
serão evitadas consequências
negativas. O que os clubes poderão
fazer é, apenas, minimizar esses efeitos.
No fim de Janeiro faremos as contas.

24 última última
25 de Dezembro de 2009
FUTEBOL MUNDIAL
Ronaldo é mais
completo que Messi
O madeirense Cristiano Ronaldo, do
Real Madrid, foi considerado recentemente
como o jogador de futebol
mais completo em comparação
com o actual melhor jogador do
Mundo, o argentino Lionel Messi,
do Barcelona.
A conclusão foi obtida através de
um estudo feito pelo jornal espanhol
‘Marca’, que comparou os dois jogadores
em diversas situações futebo-
lísticas, como o passe, drible, conclusão
e cabeceamentos. Nas ‘contas’
o português venceu a disputa
por 88-80.
A Marca referencia os dois astros
como os melhores jogadores do
mundo da actualidade, mas afirma
que é muito difícil colocar um à frente
do outro: “É parecido com o dilema
do amor de um pai pelos filhos.
Só as necessidades de uma equipa
conversas doentias
OGOLODORONALDO
NUNCA DEVIA SER
CONSIDERADO O
MELHOR DO ANO! ENTÃO, PORQUÊ?
em particular podem fazer decidir
por um ou por outro”, diz o jornal.
Cristiano Ronaldo e Messi disputaram
recentemente o título de melhor
jogador do mundo de 2009 e
desta vez a vitória foi do argentino,
que ‘roubou’ a coroa conquistada
pelo português no ano anterior. Na
votação da FIFA, o jogador do Barcelona
‘goleou’ o rival por 1073 a
352 pontos.
PORQUE FOI COM
MUITA FORÇA!
B LA
QUADRADA
Futebol
no temporal
Luís Calisto
lcalisto@dnoticias.pt
Os clubes madeirenses eram
obrigados a mexer-se mais no
tempo dos ‘regionais’ do que
hoje. Havia que fazer pela vida
financeira. E aproveitavam a
quadra de Natal e fim-de-ano
para trazer cá um clube conhecido
do topo nacional a ver se
alguma verba reforçava os
cofres para aliviar o resto da
época.
O pior era quando o tempo
resolvia comportar-se tão mal
como neste final de 2009. Com
oadversáriocontratadojána
Madeira, chuva até meia baliza,
vento inclemente e frio de gelar
cerveja, como arranjar receita
para pagar ao menos a despesa
do visitante?
- Lá foram 60 contos... – foi a
explicação que os directores do
Marítimo deram a Alexandre
Rodrigues quando o antigo treinador
os foi surpreender na
sede acabrunhados e silenciosos,
como se estivessem a velar um
defunto.
A vinda da simpática
Académica de Coimbra, na altura
forte componente do
Campeonato Nacional, resultara
num doloroso fiasco, à conta do
temporal que assentou arraiais
no Arquipélago nesse Natal de
sessentas. Alexandre Rodrigues
não tinha funções dirigentes,
mas costumava visitar a sede do
clube.
- É uma desgraça, saiu tudo ao
contrário – lastimavam os directores.
- Deixem estar que vou arranjar
esse dinheiro lá fora – prontificou-se
Alexandre.
Conta a carismática figura maritimista
que o presidente Bacili
Dionísio se ofereceu para participar
na diligência, mas que
‘francamente atrapalhava’. E lá
foi Alexandre sozinho bater a
portas conhecidas, Blandy,
Leacock, George Welsh, Alex
Zino – que compreenderam a
dramática situação e deram o
primeiro grande passo para a
solução. Faltava recorrer ao
Turismo, para compensar o prejuízo
na totalidade. Só que o
delegado, arq.º Carlos Alberto
Lameiro, pôs logo à frente da
conversa que o Turismo não dispunha
de verba para finalidades
como aquela.
Alexandre puxou então pela
imaginação.
- É que, se não conseguirmos o
dinheiro, quem vai ficar prejudicado
é o sr. Gameiro da agência,
não sei se conhece... Ele fiou ao
Marítimo as passagens da
Académica, o tempo estragou
tudo e o homem não dorme...
Lameiro e Gameiro eram bastante
amigos, costumavam conviver
no Funchal desse tempo.
Alexandre simplesmente fingiu
desconhecer essa amizade.
- Vou estudar o assunto – disse
o delegado do Turismo.
Brilhar
com os
golos dos
outros é
vício velho
No dia seguinte, Alexandre recebeu
o cheque e pagou o calote.
Já no Apolo, encontrou o tesoureiro
do Marítimo.
-Cáestáorecibodaspassagens.
Tudo liquidado.
- Mas não deveria ser eu a ir à
agência pagar isso, na qualidade
de tesoureiro? – complicou o
dirigente.
“Dei-lhe um berro que se ouviu
no calhau!”, conta ainda hoje
Alexandre. “Quer-se dizer: o
‘moço’ tinha andado de porta
em porta a pedir o dinheiro e
depois ia o senhor tesoureiro
fazerfiguracomotrabalhodo
‘moço’! Ele vinha cá fora e não
arranjava 15 tostões!”
Apesar do susto, o Marítimo
continuou a arriscar em jogos
de fim-de-ano. Sem o sucesso de
bilheteira dos clubes ingleses
nesta quadra, mas... ajudava.
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