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USF Monte da Caparica - 1º Boletim Informativo

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Nesta edição:<br />

Editorial 1<br />

Tema Livre 2<br />

Assunto<br />

temático<br />

Página do<br />

Ci<strong>da</strong>dão<br />

Página<br />

Ecológica<br />

Galeria<br />

de Arte<br />

Doenças de<br />

Gente Famosa<br />

Riscos para a<br />

População<br />

Gabinete<br />

Jurídico<br />

3<br />

4<br />

5<br />

8<br />

9<br />

10<br />

13<br />

Editorial<br />

Outubro—Dezembro 2007 Ano I—nº1/07<br />

Caros amigos, colegas e ci<strong>da</strong>dãos,<br />

Este boletim informativo pretende reforçar e melhorar a<br />

comunicação entre a nossa Uni<strong>da</strong>de de Saúde os ci<strong>da</strong>dãos<br />

e outras instituições <strong>da</strong> nossa comuni<strong>da</strong>de. Pretendemos<br />

manter uma publicação trimestral na nossa intranet<br />

(e de futuro na Internet) com participação de ci<strong>da</strong>dãos<br />

e instituições interessa<strong>da</strong>s em divulgar a sua perspectiva<br />

sobre a nossa comuni<strong>da</strong>de, estilos de vi<strong>da</strong> saudáveis,<br />

educação para a saúde, espaços saudáveis, activi<strong>da</strong>des<br />

de lazer e bem estar, eventos de interesse para os<br />

nossos utentes e respectivos programas, ou efectuar uma<br />

abor<strong>da</strong>gem crítica e actual sobre estes e outros temas<br />

pertinentes.<br />

Gostaríamos de incluir neste projecto todos os que quiserem<br />

colaborar.<br />

Nesta edição temos assuntos tão diversificados como a<br />

gripe, o consumismo e os custos ambientais, os direitos e<br />

os deveres do utente ou o poeta Bocage. Porém, a alimentação<br />

destaca-se por ser o tema mais abor<strong>da</strong>do.<br />

Entre excelentes contributos oferecidos a este boletim,<br />

uma educadora de infância propôs-nos uma reflexão crítica<br />

sobre um “retrato duma reali<strong>da</strong>de dos bairros<br />

sociais, <strong>da</strong>s escolas em zonas problemáticas, <strong>da</strong>s famílias<br />

no fio <strong>da</strong> navalha”. A Divina comédia ali mesmo ao virar<br />

<strong>da</strong> esquina, irresistível…<br />

Américo Varela<br />

Coordenador <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de de Saúde do <strong>Monte</strong> de <strong>Caparica</strong><br />

Seguinte >


Ano I – nº1/07 Página 2<br />

Tema Livre<br />

O MELHOR ALIMENTO<br />

O melhor alimento para o bebé é o<br />

leite materno. Isso é dos livros. Em<br />

to<strong>da</strong>s as primeiras consultas dos<br />

recém-nascidos não me canso de<br />

repetir as virtudes do leite materno:<br />

está sempre pronto a ser consumido,<br />

tem a temperatura ideal, a<br />

composição óptima e, ain<strong>da</strong> por<br />

cima, é de borla.<br />

Quadro de Picasso, A Materni<strong>da</strong>de<br />

Aviso a mãezinha que, no entanto,<br />

deve ter cui<strong>da</strong>do com o que come<br />

porque to<strong>da</strong> a sua alimentação se<br />

pode repercutir no bebé. Na<strong>da</strong> de<br />

álcool, na<strong>da</strong> de tabaco, na<strong>da</strong> de<br />

café e na<strong>da</strong> de comi<strong>da</strong>s esquisitas<br />

que possam, eventualmente, causar<br />

alguma alergia ou mau estar<br />

gastrointestinal ao petiz. Tenho<br />

ain<strong>da</strong> o hábito já antigo – e talvez<br />

ultrapassado – de receitar ao bebé<br />

umas gotinhas de vitamina C e<br />

vitamina D.<br />

A consulta do recém-nascido é<br />

sempre algo cansativa porque,<br />

para além <strong>da</strong> observação <strong>da</strong> criancinha,<br />

há uma série de conselhos a<br />

<strong>da</strong>r à mãe, chamar-lhe a atenção<br />

para a importância de fazer a consulta<br />

do puerpério e mais isto e<br />

mais aquilo.<br />

Sei que, para muitas <strong>da</strong>s minhas<br />

doentes, aquela consulta contém<br />

mais informação do que um telejornal<br />

do fim de semana e sei tam-<br />

<br />

bém que, algumas delas, se vão<br />

esquecer deste ou <strong>da</strong>quele pormenor.<br />

No entanto, não fico muito preocupado<br />

porque, durante o primeiro mês de<br />

vi<strong>da</strong>, o bebé vem semanalmente ao<br />

Centro de Saúde para se pesar e a<br />

enfermeira que trabalha comigo chama-me<br />

sempre para eu <strong>da</strong>r um olhinho<br />

ao umbigo do miúdo ou tirar uma<br />

dúvi<strong>da</strong> à mãe.<br />

A dúvi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Margari<strong>da</strong>, no outro dia,<br />

deixou-me perplexo:<br />

Ó doutor, as vitaminas que o doutor<br />

receitou eram para mim ou para o<br />

João Pedro?...<br />

O quê? - espantei-me. - Tu não me<br />

digas que tu é que estás a tomar<br />

as vitaminas do miúdo!...<br />

Sim... - respondeu a Margari<strong>da</strong> muito<br />

cora<strong>da</strong> – O doutor disse que tudo<br />

o que eu comesse passava pelo<br />

meu leite para o bebé...<br />

Artur Couto e Santos<br />

“um médico por família”<br />

“O doutor disse que<br />

tudo o que eu<br />

comesse passava<br />

pelo meu leite para<br />

o bebé…”


Ano I – nº1/07 Página 3<br />

Assunto temático<br />

Higiene Alimentar<br />

As bactérias são microrganismos produtores<br />

de doenças que muito vulgarmente<br />

se encontram nos alimentos ou/e na<br />

água. A ingestão de alimentos que não<br />

foram adequa<strong>da</strong>mente conservados ou<br />

tratados, e nos quais se deu a proliferação<br />

de germes ou o aparecimento de<br />

toxinas, é a causa mais frequente de<br />

intoxicações alimentares.<br />

A contaminação bacteriana dos alimentos<br />

pode acontecer em qualquer ponto<br />

do seu processo: na sua produção<br />

(devido às infecções dos animais), na<br />

sua transformação, no transporte, no<br />

armazenamento, nos estabelecimentos<br />

de ven<strong>da</strong> e na preparação e/ou conservação<br />

dos alimentos antes de os consumir.<br />

É, por isso necessário, manter<br />

adequa<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s higiénicas, em ca<strong>da</strong><br />

etapa do seu processamento.<br />

Os alimentos que correm maiores riscos<br />

de contaminação , são os alimentos<br />

crus, os que se conservam à temperatura<br />

ambiente e os que forem insuficientemente<br />

aquecidos, São também muito<br />

susceptíveis de alteração os alimentos<br />

perecíveis, aqueles que têm muita água<br />

na sua constituição como é exemplo o<br />

fiambre, a alface, o tomate entre<br />

outros. Entre os alimentos “sensíveis”,<br />

destacam-se: Ovos, molhos, maionese;<br />

carne pica<strong>da</strong>, hambúrgueres, salsichas<br />

frescas; galinhas, frangos, patos e<br />

outras aves; produtos de caça; pescados<br />

e mariscos; leite, queijo fresco,<br />

natas, manteiga, iogurte e outros deri-<br />

<br />

vados; produtos de pastelaria e Sala<strong>da</strong>s de<br />

produtos sensíveis.<br />

Os factores de risco mais frequentes na<br />

Restauração, são: alimentos preparados<br />

com demasia<strong>da</strong> antecedência; alimentos<br />

reaquecidos a temperatura insuficiente;<br />

alimentos cozinhados a partir de matériasprimas<br />

contamina<strong>da</strong>s; carnes e produtos<br />

derivados mal cozinhados; congelação e<br />

descongelação lenta; contaminações cruza<strong>da</strong>s;<br />

conservação dos alimentos quentes<br />

entre os 5ºC e os 65ºC e contaminação<br />

pelos manipuladores.<br />

Pelo efeito, devem ser toma<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s<br />

de prevenção em relação ao perigo de<br />

contaminação cruza<strong>da</strong> (cruzamento de<br />

alimentos crus/confeccionados; de diferentes<br />

tipos (como carne/peixe); cruzamento<br />

entre áreas/zonas (Como zona <strong>da</strong><br />

confecção ser a mesma <strong>da</strong> preparação ou<br />

de lixos, etc...); durante as diversas operações<br />

de manuseamento dos géneros alimentícios.<br />

Tal como devem ser implementa<strong>da</strong>s boas<br />

práticas de higiene e medi<strong>da</strong>s preventivas<br />

em relação a equipamentos, materiais,<br />

ingredientes e matérias-primas, água, sistemas<br />

de ventilação, pessoal e fontes<br />

externas de contaminação.<br />

É por isso neste sentido que ca<strong>da</strong> vez mais<br />

se aposta e se deve investir na verificação<br />

e controlo destes pontos críticos, nos sectores<br />

<strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de alimentar, nomea<strong>da</strong>mente<br />

refeitórios, bares e cantinas escolares.<br />

Marisa Cristina Gonçalves Pereira<br />

Técnica de nutrição


Ano I – nº1/07 Página 4<br />

Página do Ci<strong>da</strong>dão<br />

“DIVIDA COMÉDIA<br />

Criancinhas<br />

A criancinha quer<br />

Playstation. A gente<br />

dá. A criancinha quer<br />

estrangular o gato. A<br />

gente deixa.<br />

A criancinha berra porque<br />

não quer comer a<br />

sopa. A gente eliminaa<br />

<strong>da</strong> ementa e acaba<br />

tudo em festim de chocolate.<br />

A criancinha<br />

quer bife e batatas fritas.<br />

Hambúrgueres<br />

muitos. Pizzas, umas<br />

tantas. Coca-Colas, às<br />

litra<strong>da</strong>s. A gente olha<br />

para o lado e ela incha.<br />

A criancinha quer<br />

camisola adi<strong>da</strong>s e ténis<br />

nike. A gente dá porque<br />

a criancinha tem<br />

tanto direito como os<br />

colegas <strong>da</strong> escola e é<br />

perigoso ser diferente.<br />

A criancinha quer ficar<br />

a ver televisão até tarde.<br />

A gente senta-a ao<br />

nosso lado no sofá e<br />

passa-lhe o comando.<br />

A criancinha desata<br />

num berreiro no restaurante.<br />

A gente faz<br />

de conta e o berreiro<br />

c o n t i n u a .<br />

Entretanto, a criancinha<br />

cresce. Faz-se<br />

projecto de homem ou<br />

m u l h e r .<br />

D e s p e r t a .<br />

É então que a criancinha,<br />

já mais cresci<strong>da</strong>,<br />

começa a pedir mesa<strong>da</strong>,<br />

semana<strong>da</strong>, diária.<br />

E gasta metade do<br />

orçamento familiar em<br />

saí<strong>da</strong>s, roupa <strong>da</strong><br />

mo<strong>da</strong>, jantares e<br />

bares. A criancinha já<br />

estu<strong>da</strong>. Às vezes passa<br />

de ano, outras nem<br />

por isso. Mas não se<br />

pode pressioná-la por-<br />

que ela já tem uma<br />

vi<strong>da</strong> stressante, de<br />

convívio em convívio e<br />

de noita<strong>da</strong> em noita<strong>da</strong>.<br />

A criancinha cresce a<br />

ver Morangos com<br />

Açúcar, cheia de pinta<br />

e tal, e torna-se mais<br />

exigente com os<br />

papás. Agora, já não<br />

lhe basta que eles<br />

estejam por perto.<br />

Convém que se comecem<br />

a chegar à frente<br />

na mota, no popó e<br />

numas férias à maneira.<br />

A criancinha, entregue<br />

aos seus desejos e<br />

sem referências, inicia<br />

o processo de independência<br />

meramente<br />

informal. A rebeldia é<br />

de trazer por casa.<br />

Responde torto aos<br />

papás, põe a avó em<br />

sentido, suja e não<br />

lava, come e não limpa,<br />

desarruma e não<br />

arruma, as tarefas<br />

domésticas são «uma<br />

s e c a » .<br />

Um dia, na escola, o<br />

professor dá-lhe um<br />

berro, tenta em cinco<br />

minutos pôr nos eixos<br />

a criancinha que os<br />

papás abandonaram à<br />

sua sorte, mimo e<br />

umbiguismo. A criancinha,<br />

já crescidinha,<br />

fica traumatiza<strong>da</strong>.<br />

Sente-se vítima de violência<br />

verbal e etc e<br />

tal. Em casa, faz queixinhas,<br />

lamenta-se,<br />

chora. Os papás, arrepiados<br />

com a violência<br />

sobre as criancinhas de<br />

que a televisão fala e<br />

na dúvi<strong>da</strong> entre a conta<br />

de um eventual psiquiatra<br />

e o derreter do<br />

ordenado em folias de<br />

<br />

hipermercado, correm<br />

para a escola e espetam<br />

duas bofeta<strong>da</strong>s<br />

bem <strong>da</strong><strong>da</strong>s no professor<br />

«que não tem na<strong>da</strong><br />

que se armar em paizinho,<br />

pois quem sabe<br />

do meu filho sou eu».<br />

A criancinha cresce.<br />

Cresce e cresce. Aos<br />

30 anos, ain<strong>da</strong> será<br />

criancinha, continuará<br />

a viver na casa dos<br />

papás, a levar a gor<strong>da</strong><br />

fatia do salário deles.<br />

Provavelmente, não<br />

terá um emprego.<br />

«Mas ao menos não<br />

an<strong>da</strong> para aí a fazer<br />

p o r c a r i a s » .<br />

Não é este um fiel<br />

retrato <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de<br />

dos bairros sociais, <strong>da</strong>s<br />

escolas em zonas problemáticas,<br />

<strong>da</strong>s famílias<br />

no fio <strong>da</strong> navalha?<br />

Pois não, bem sei.<br />

Estou apenas a antecipar-me.<br />

Um dia destes,<br />

vão ser os paizinhos<br />

a ir parar ao hospital<br />

com um pontapé<br />

e um murro <strong>da</strong>s criancinhas<br />

no olho esquerdo.<br />

E então teremos<br />

muitos congressos e<br />

debates para nos<br />

entretermos.”<br />

Miguel Carvalho


Ano I – nº1/07 Página 5<br />

Página Ecológica<br />

Investigação revela:<br />

À medi<strong>da</strong> que o consumo alastra,<br />

o planeta sofre.<br />

@ jpg, FCT/UNL, 2007 *<br />

Americanos e Europeus iniciaram,<br />

há déca<strong>da</strong>s, um consumo e desenvolvimento<br />

insustentáveis. Mas<br />

agora, de acordo com o relatório do<br />

Instituto Worldwatch (2004), os<br />

países em vias de desenvolvimento<br />

entraram igualmente nas vias dum<br />

crescimento rápido e constante, em<br />

detrimento do ambiente, <strong>da</strong> saúde<br />

e <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de.<br />

Perfeitamente cronometrado com<br />

os excessos <strong>da</strong>s férias desse ano, o<br />

relatório divulgado pelo Worldwatch<br />

em Washington, D.C., focou-se na<br />

investigação sobre o consumismo<br />

do ano (2004). Aproxima<strong>da</strong>mente<br />

1,7 biliões de pessoas em todo o<br />

Mundo pertenciam ao grupo ou<br />

classe dos ditos consumidores,<br />

caracterizado por um consumo de<br />

dietas alimentares altamente processa<strong>da</strong>s,<br />

desejo de maiores casas<br />

e mais e maiores carros, níveis de<br />

gastos mais elevados, e estilos de<br />

vi<strong>da</strong> regidos pela acumulação de<br />

bens não essenciais. Quase cerca<br />

de metade destes consumidores,<br />

residia em países em vias de<br />

desenvolvimento - incluindo 240<br />

milhões de Chineses e 120 milhões<br />

de Indianos – quer dizer nos mercados<br />

com maior potencial de<br />

expansão no Mundo.<br />

“O incremento do consumo ajudou<br />

a resolver os problemas <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

básicas e criação de<br />

<br />

emprego,” afirmou Christopher Flavin,<br />

presidente do Worldwatch Institute,<br />

durante uma reunião com a<br />

imprensa, “mas à medi<strong>da</strong> que se<br />

entra no novo século, este apetite<br />

dos consumidores, sem precedente<br />

à escala humana, mina e ameaça<br />

os sistemas naturais de que todos<br />

os humanos dependem, e está a<br />

tornar mais difícil aos pobres do<br />

mundo satisfazerem as suas<br />

necessi<strong>da</strong>des básicas.”<br />

A ameaça às fontes de água do<br />

planeta, o desperdício dos recursos<br />

naturais, e a destruição dos ecossistemas,<br />

encontram-se associados<br />

ao uso duma imensidão de materiais<br />

descartáveis, de sacos plásticos<br />

do lixo, e de bens baratos tornados<br />

obsoletos, relacionados com<br />

a mentali<strong>da</strong>de moderna do “usa e<br />

deita fora”. A maioria <strong>da</strong>s questões<br />

e problemas ambientais, hoje vividos,<br />

pode estar relaciona<strong>da</strong> com<br />

um (o) excesso de consumo. Apenas<br />

um pequeno exemplo: cerca<br />

de quase metade <strong>da</strong>s espécies<br />

vivas, poderão extinguir-se a muito<br />

curto prazo devido a mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas, relaciona<strong>da</strong>s directamente<br />

com o consumo.<br />

Da Luxúria à Necessi<strong>da</strong>de<br />

A globalização é um factor director<br />

que, pode tornar bens e serviços<br />

previamente fora do alcance em<br />

países subdesenvolvidos ou em<br />

vias de desenvolvimento, agora<br />

muito mais disponíveis. Artigos<br />

que foram em determina<strong>da</strong> altura<br />

considerados de luxo – e.g. televisores,<br />

telefones celulares, computadores,<br />

e sistemas de ar condicionado,<br />

são agora considerados<br />

como necessi<strong>da</strong>des pelo mais<br />

comum dos mortais.<br />

A China fornece um exemplo desta<br />

mu<strong>da</strong>nça de mentali<strong>da</strong>de. Por muitos<br />

anos, as ruas de ci<strong>da</strong>des principais<br />

de China forram caracteriza<strong>da</strong>s<br />

por um mar virtual de pessoas<br />

de bicicletas, e há 25 anos eram<br />

raros os carros próprios. Cerca do<br />

ano 2000, existiam já 5 milhões de<br />

carros na deslocação de pessoas e<br />

serviços e esperava-se que esse


Ano I – nº1/07 Página 6<br />

número atingisse 24 milhões em<br />

2005.<br />

O aumento <strong>da</strong> confiança nos<br />

automóveis significa mais poluição,<br />

maior tráfego e gastos<br />

maiores de combustíveis fósseis.<br />

Os carros e outras formas de<br />

transporte contribuem para quase<br />

30 % do gasto <strong>da</strong> energia do<br />

mundo e 95 por cento do consumo<br />

global de petróleo.<br />

A mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> dieta alimentar,<br />

com ênfase crescente no consumo<br />

de carne, (sobretudo de bovino)<br />

ilustra o preço ambiental e<br />

social exigido pelo consumo<br />

desenfreado. Para produzir mais<br />

carne de vaca, galinha, e porco,<br />

a bastante para satisfazer a<br />

actual procura, a indústria de<br />

criação de animais domésticos<br />

moveu-se para uma produção<br />

fabril em série. Produzir oito<br />

onças <strong>da</strong> carne requer 6.600<br />

galões (25.000 litros) <strong>da</strong> água;<br />

95 % de colheitas <strong>da</strong> soja do<br />

mundo são consumidos pelo<br />

gado, e 16 % do metano atmosférico,<br />

um gás poluidor responsável<br />

pelo efeito de estufa, são<br />

emitidos pela flatulência dos animais<br />

domésticos. O escoamento<br />

<strong>da</strong>s enormes quanti<strong>da</strong>des do<br />

esterco produzi<strong>da</strong>s nas fazen<strong>da</strong>s<br />

fabris transformou-se em um<br />

desperdício tóxico, mais do que<br />

num fertilizante, ameaçando as<br />

ensea<strong>da</strong>s, baías, e estuários circun<strong>da</strong>ntes.<br />

As galinhas são manti<strong>da</strong>s em<br />

fazen<strong>da</strong>s de exploração em gaiolas<br />

com aproxima<strong>da</strong>mente nove<br />

polega<strong>da</strong>s quadra<strong>da</strong>s<br />

(aproxima<strong>da</strong>mente 60 centímetros<br />

quadrados) do espaço /por<br />

animal. Para forçá-los a colocar<br />

mais ovos, são frequentemente<br />

coloca<strong>da</strong>s em regime subalimentar.<br />

As galinhas massacra<strong>da</strong>s<br />

para carne são sobretudo engor<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

com hormonas, às vezes<br />

até as suas patas não conseguirem<br />

sustentar o peso do seu corpo.<br />

As circunstâncias <strong>da</strong> aglomeração<br />

podem conduzir à propagação<br />

rápi<strong>da</strong> <strong>da</strong> doença entre os animais.<br />

Para impedir isto, são<br />

<br />

incluídos antibióticos em larga escala<br />

na sua alimentação. A organização de<br />

mundial de saúde (OMS) alerta para o<br />

uso difundido destas drogas na indústria<br />

dos animais domésticos que torna<br />

os micróbios resistentes aos antibióticos,<br />

e complica o tratamento <strong>da</strong>s<br />

doenças, quer nos animais quer nas<br />

pessoas.<br />

Mas as transgressões têm continuado.<br />

Em 2002, uma cadeia de refeições<br />

rápi<strong>da</strong>s (“fast-food”) anunciou que não<br />

compraria mais ovos aos fornecedores<br />

que mantivessem galinhas confina<strong>da</strong>s<br />

em gaiolas, em ou regime de alimentar<br />

que as forçasse à postura adicional.<br />

Em 2004, outra cadeia de “fast-food”<br />

requereu aos seus fornecedores de<br />

frango que parassem de administrar<br />

antibióticos para promover o crescimento<br />

<strong>da</strong>s aves. Estes factos dão uma<br />

páli<strong>da</strong> ideia do descalabro a que chegou<br />

a situação.<br />

O Banco Mundial repensou, também, a<br />

sua política de financiamento às<br />

“fábricas” de animais domésticos. Em<br />

2001, um relatório do banco concluiu<br />

que “há um perigo significativo que as<br />

pessoas pobres estejam a ser aglomera<strong>da</strong>s<br />

em baldios, o ambiente corroído,<br />

a protecção global e a segurança do<br />

alimentar ameaça<strong>da</strong>s.”<br />

Limitações à Felici<strong>da</strong>de<br />

De acordo com diversos estudos, o<br />

aumento na prosperi<strong>da</strong>de não está a<br />

tornar os seres humanos mais felizes<br />

ou mais saudáveis. Os resultados <strong>da</strong>s<br />

análises à satisfação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em mais<br />

de 65 países, indicou que salários e<br />

felici<strong>da</strong>de tendem a estar correlacionados<br />

até ao valor aproximado de US<br />

$13.000 do salário anual por pessoa<br />

(1995) (isto é, cerca de 10 000€).<br />

Para além deste valor, salários superiores<br />

parecem produzir somente<br />

modestos incrementos na felici<strong>da</strong>de<br />

auto-relata<strong>da</strong>.<br />

O aumento do consumismo tem revelado<br />

custos muito elevados. As pessoas<br />

estão a endivi<strong>da</strong>r-se e a trabalhar<br />

mais tempo para ter um estilo de vi<strong>da</strong><br />

mais consumista, e consequentemente<br />

gastando menos tempo com família,<br />

amigos, e organizações comunitárias.<br />

“O consumo excessivo parece ser contra-produtivo,”<br />

afirma Gardner. “A ironia<br />

é que níveis mais baixos do consumo<br />

podem realmente sanar alguns


Ano I – nº1/07 Página 7<br />

destes problemas.”<br />

As dietas alimentares de componentes<br />

altamente processados e o estilo<br />

de vi<strong>da</strong> sedentário, confiado na condução<br />

de viaturas automóveis, têm<br />

conduzido a uma epidemia mundial<br />

de obesi<strong>da</strong>de. Nos USA, estima-se<br />

que cerca de 65 % dos adultos possuem<br />

peso excessivo ou são obesos,<br />

e o país possui a taxa a mais eleva<strong>da</strong><br />

no mundo de obesi<strong>da</strong>de entre adolescentes.<br />

Os resultados são taxas crescentes<br />

de doenças cardíacas e diabetes,<br />

custos exponenciais nos cui<strong>da</strong>dos<br />

de saúde, e uma quali<strong>da</strong>de mais baixa<br />

de vi<strong>da</strong> quotidiana.<br />

Alguns aspectos deste consumismo<br />

galopante, tiveram consequências<br />

anormalmente gritantes. O Instituto<br />

Worldwatch reportou que as despesas<br />

anuais mundiais com cosméticos<br />

totalizaram US $18 biliões e a estimativa<br />

para as despesas anuais<br />

requeri<strong>da</strong>s para eliminar a fome e a<br />

subnutrição seria de $19 biliões. As<br />

despesas com os alimentos de animais<br />

de estimação nos USA e CEE<br />

totalizam $17 biliões anuais e o custo<br />

estimado de imunização de to<strong>da</strong>s as<br />

crianças, do fornecimento de água<br />

potável para to<strong>da</strong>s, e implementação<br />

<strong>da</strong> alfabetização básica universal<br />

seria de $16.3 biliões.<br />

Não há, naturalmente, nenhuma<br />

solução fácil para o problema. Os<br />

investigadores têm exigido impostos<br />

verdes (que reflictam os ver<strong>da</strong>deiros<br />

custos ambientais dos produtos),<br />

e programas de reciclagem<br />

de produtos ou bens por parte dos<br />

produtores/fabricantes, bem como de<br />

programas de consciencialização e<br />

educação ambiental para os consumidores.<br />

Mas, o mais importante e acima de<br />

tudo seria reorientar a forma de pensar<br />

do Homem Moderno. Sugere-se a<br />

partir desta advertência, uma mu<strong>da</strong>nça<br />

paradigmática no sentido de estabelecer<br />

as bases dum novo paradigma<br />

ambiental baseado na reorientação<br />

<strong>da</strong> forma do pensamento humano.<br />

É necessário mu<strong>da</strong>r a forma de<br />

realização/produção de bens mas é<br />

igualmente importante mu<strong>da</strong>r as for-<br />

<br />

mas como se consome, como se<br />

compreende e como se age para<br />

com o ambiente.<br />

REFERÊNCIA.<br />

Do texto introdutório à investigação<br />

do Prof. Auxiliar; João Pereira<br />

Gama, ED. D. FCT/UNL, 2007,<br />

com base em Hillary Mayell for<br />

National Geographic News,<br />

January 12, 2004


Ano I – nº1/07 Página 8<br />

Galeria de Arte<br />

Cecília<br />

Data de Nascimento: 27-8-1971<br />

Nasceu na ci<strong>da</strong>de do rio azul (Setúbal), onde reside. Desde<br />

garota que sempre gostou de trabalhos manuais, activi<strong>da</strong>de<br />

que ain<strong>da</strong> mantém nos tempos livres. Desde que deixou a<br />

carreira militar (ex-tenente do exército) tem se dedicado<br />

com mais afectivi<strong>da</strong>de a esses trabalhos. Considera-se apenas<br />

uma “curiosa” que gosta de novos desafios e de ensinálos<br />

a quem os quiser aprender. VER TRABALHOS<br />

Saraiva<br />

Data de Nascimento: 13-11-1955<br />

Pertence à equipa <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de de Saúde do <strong>Monte</strong>.<br />

Dedica o seu tempo disponível na arte gastronómica.<br />

VER TRABALHOS<br />

Fernan<strong>da</strong><br />

Data de Nascimento: 29-04-1953<br />

Além <strong>da</strong> minha activi<strong>da</strong>de profissional no âmbito <strong>da</strong> Saúde,<br />

dedico todo o pouco tempo disponível na minha aula de pintura<br />

meramente como obi. Gosto de criar e pintar.<br />

VER TRABALHOS<br />

Marisa<br />

Data de Nascimento: 18-01-1980<br />

É Técnica de Nutrição a exercer funções nos Serviços de<br />

Acção Social do Instituto Politécnico de Setúbal. Apresento<br />

estes trabalhos esperando corresponder às expectativas.<br />

VER TRABALHOS<br />

Beatriz<br />

Data de nascimento: 23-05-1990<br />

Frequenta a Escola Secundária Artística António Arroio. Escolheu<br />

esta escola porque é exclusivamente de artes. Começou<br />

por se interessar mais pelo desenho de ban<strong>da</strong> desenha<strong>da</strong> e a<br />

partir dos seus estudos na disciplina de Desenho, evoluiu o<br />

seu estilo e traço próprio.<br />

VER TRABALHOS<br />


Ano I – nº1/07 Página 9<br />

Doenças de Gente Famosa<br />

BOCAGE<br />

Bocage nasceu em<br />

Setúbal em 1765, a<br />

15/09, um bonito dia a<br />

despedir-se do Verão.<br />

Foi baptizado na Igreja<br />

de S. Sebastião, freguesia<br />

a que pertenciam<br />

os moradores do<br />

Largo de Santa Maria.<br />

Chamaram-lhe Manuel<br />

e acrescentaram Maria<br />

em homenagem à Virgem<br />

– Manuel Maria de<br />

Barbosa L'Heclois du<br />

Bocage. Nasceu numa<br />

casa de boa construção,<br />

no Largo de Santa<br />

Maria, compra<strong>da</strong> pelo<br />

bisavô materno Leonardo<br />

Lestoff, um<br />

holandês respeitado,<br />

cônsul do seu país, que<br />

enriquecera com o<br />

comércio do sal.<br />

Em 1801, depois de<br />

uma vi<strong>da</strong> de turbulência<br />

e desgaste, os<br />

médicos diagnosticaram-lhe<br />

um aneurisma.<br />

O mesmo era<br />

dizer, uma condenação<br />

à morte com prazo<br />

incerto.<br />

A casa onde nasceu Bocage,<br />

segundo uma aguarela de<br />

Alberto de Sousa existente na<br />

Câmara Municipal de Setúbal.<br />

O poeta, maltratado pela<br />

miséria, nasceu numa família<br />

<strong>da</strong> alta burguesia.<br />

"Magro, de olhos azuis, carão<br />

moreno", como o poeta se<br />

auto-retratou e como o pintor<br />

(Elói) o viu (Câmara Municipal<br />

de Setúbal)<br />

Facha<strong>da</strong> <strong>da</strong> Casa onde<br />

o poeta morreu, na<br />

Travessa de André<br />

Valente, em Lisboa.<br />

Exausto por uma vi<strong>da</strong><br />

agita<strong>da</strong>, Bocage ali<br />

viveu os últimos tempos,<br />

regenerado pelo<br />

trabalho, purificado<br />

pelo sofrimento, confortado<br />

por amigos e<br />

admiradores, reconciliado<br />

até com velhos<br />

inimigos.<br />

<br />

Em 1805, morre o<br />

Intendente Pina Manique.<br />

Bocage sentiu a<br />

falta do seu velho inimigo<br />

...<br />

“também os inimigos<br />

fazem falta<br />

para espicaçar o<br />

talento”<br />

Nesse mesmo ano, a<br />

doença ia fazendo<br />

estragos no aspecto do<br />

poeta; a pele morena<br />

converteu-se em baça<br />

e terrosa, os olhos<br />

azuis perderam o brilho<br />

e olhavam para um<br />

ponto invisível, os sulcos<br />

do envelhecimento<br />

foram cavando a face e<br />

o ânimo pousava numa<br />

tristeza de adivinhação<br />

do fim próximo.<br />

O último papel escrito<br />

que caíra <strong>da</strong> mão do<br />

poeta ...<br />

“Já Bocage não sou! ...<br />

À cova escura<br />

Meu estro vai parar<br />

desfeito em vento ...<br />

Eu aos céus ultrajei! O<br />

meu tormento<br />

Leve me torne sempre<br />

a terra dura.”


Ano I – nº1/07 Página 10<br />

Riscos para a População<br />

O que é a Gripe<br />

A gripe é uma doença contagiosa<br />

resultante <strong>da</strong> infecção pelo vírus<br />

influenza. O vírus influenza infecta<br />

o tracto respiratório (nariz, seios<br />

nasais, garganta, pulmões e ouvid<br />

o s ) .<br />

A maior parte <strong>da</strong>s pessoas recupera<br />

em uma a duas semanas. A gripe<br />

é mais perigosa nas crianças<br />

pequenas, nos idosos (com mais<br />

de 65 anos de i<strong>da</strong>de), nos doentes<br />

com problemas do sistema imunitário<br />

(infectados pelo VIH ou<br />

transplantados), ou com doenças<br />

crónicas (pulmonares, renais ou<br />

cardíacas). Nestes grupos de<br />

doentes a gripe pode levar a complicações<br />

graves, é nos quais ocorre<br />

o maior número de hospitalizações<br />

e de mortes.<br />

Gripe aviária ou gripe <strong>da</strong>s aves<br />

A maioria dos vírus <strong>da</strong> gripe <strong>da</strong>s<br />

aves não são infecciosos para o<br />

Homem. No entanto, se um vírus<br />

<strong>da</strong> gripe humana e outro <strong>da</strong> gripe<br />

aviaria infectarem uma pessoa ou<br />

um animal, os dois tipos de vírus<br />

podem unir-se, sofrer mutações e<br />

<strong>da</strong>r origem a um vírus novo, passível<br />

de se transmitir dos animais<br />

para o Homem, ou de pessoa para<br />

p e s s o a .<br />

<br />

As vacinas desenvolvi<strong>da</strong>s e administra<strong>da</strong>s<br />

até à <strong>da</strong>ta para a prevenção<br />

<strong>da</strong> gripe não seriam eficazes<br />

contra este novo vírus mutante,<br />

o que torna a espécie humana<br />

vulnerável à infecção.<br />

Os peritos consideram que a próxima<br />

pandemia (epidemias de grandes<br />

proporções que surgem em<br />

diversas zonas geográficas mais ou<br />

menos em simultâneo) de gripe<br />

poderá vir a surgir desta forma.<br />

Os sintomas <strong>da</strong> Gripe<br />

A gripe caracteriza-se pelo início<br />

súbito de sintomas que incluem<br />

frequentemente:<br />

• Febre eleva<strong>da</strong><br />

• Arrepios<br />

• Dor de cabeça<br />

• Dor muscular<br />

• Garganta inflama<strong>da</strong><br />

• Nariz entupido<br />

• Tosse seca<br />

Na gripe sem complicações, a<br />

doença agu<strong>da</strong> geralmente resolvese<br />

ao fim de cerca de 5 dias e a<br />

maioria dos doentes recupera em<br />

1-2 semanas. Porém, em algumas<br />

pessoas, os sintomas de fadiga<br />

podem persistir várias semanas.<br />

Como se transmite o vírus <strong>da</strong><br />

Gripe<br />

O vírus <strong>da</strong> gripe (vírus influenza)<br />

transmite-se facilmente de pessoa<br />

para pessoa através <strong>da</strong>s gotículas<br />

emiti<strong>da</strong>s com a tosse ou os espirr<br />

o s .<br />

A inalação dessas gotículas através<br />

do nariz ou garganta permite


Ano I – nº1/07 Página 11<br />

a entra<strong>da</strong> do vírus no organismo.<br />

Uma vez dentro do organismo, o<br />

vírus destrói a membrana mucosa<br />

do tracto respiratório e infecta as<br />

c é l u l a s .<br />

É relativamente frequente a proliferação<br />

bacteriana nas membranas<br />

mucosas <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s pela<br />

infecção pelo vírus influenza, que<br />

provocam infecções secundárias<br />

como pneumonia, sinusite, faringite,<br />

otite ou bronquite.<br />

Complicações <strong>da</strong> Gripe<br />

O risco de ocorrência de complicações,<br />

hospitalização ou morte, em<br />

resultado <strong>da</strong> gripe, é maior nos<br />

idosos (com mais de 65 anos), nas<br />

crianças pequenas e nos doentes<br />

c r ó n i c o s .<br />

As complicações <strong>da</strong> gripe podem<br />

incluir a exacerbação de doenças<br />

já existentes ou problemas respiratórios<br />

(a pneumonia viral e/ou a<br />

pneumonia bacteriana secundária<br />

são as complicações respiratórias<br />

mais graves mas<br />

pode surgir otite média, bronquite,<br />

etc) ou não respiratórios<br />

(convulsões febris, síndroma de<br />

Guillain-Barré, encefalopatia, miosite,<br />

miocardite, entre outras).<br />

Prevenção <strong>da</strong> Gripe<br />

A principal medi<strong>da</strong> de prevenção<br />

<strong>da</strong> gripe é a vacinação. A vacinação<br />

deve ser repeti<strong>da</strong> anualmente<br />

e deve ser feita especialmente nos<br />

grupos de risco (idosos, crianças e<br />

doentes crónicos).<br />

Uma vez que o vírus sofre alterações<br />

frequentes que o transfor-<br />

<br />

mam num organismo diferente, a<br />

vacinação deve também ser repeti<strong>da</strong><br />

anualmente para poder ser eficaz.<br />

Estudos apontam para que a<br />

vacina <strong>da</strong> gripe oferece uma protecção<br />

de 30% a 90% aos indivíduos<br />

vacinados.<br />

Gripe - Tratamento<br />

Habitualmente, a gripe é trata<strong>da</strong><br />

com medicamentos para o alívio<br />

dos sintomas (analgésicos, antipiréticos,<br />

descongestionantes nasais,<br />

e t c ) .<br />

Os antibióticos são ineficazes contra<br />

a infecção viral mas podem ser<br />

prescritos se surgir uma infecção<br />

bacteriana secundária à gripe.<br />

Existem actualmente medicamentos<br />

inibidores <strong>da</strong> neuramini<strong>da</strong>se,<br />

que bloqueiam a multiplicação dos<br />

vírus responsáveis pela gripe. Desta<br />

forma consegue-se suspender a<br />

rápi<strong>da</strong> proliferação do vírus e controlar<br />

a doença.<br />

Plano Pandémico<br />

As pandemias de gripe são eventos<br />

raros, mas recorrentes. Ocorrem<br />

normalmente com intervalos de 10<br />

a 40 anos. O exemplo mais conhecido<br />

é a pandemia de 'gripe espanhola'<br />

de 1918, que se estima que<br />

tenha causado a morte a 30 a 50<br />

milhões de pessoas em todo o<br />

m u n d o .<br />

De acordo com a Organização<br />

Mundial de Saúde (OMS), uma<br />

pandemia de gripe ocorre quando<br />

aparece uma nova estirpe do vírus<br />

influenza A contra a qual a população<br />

humana não tem imuni<strong>da</strong>de.


Ano I – nº1/07 Página 12<br />

Em todo o mundo, ocorrem surtos<br />

sucessivos que podem <strong>da</strong>r origem a<br />

números elevados de mortes e casos<br />

de doença, causando uma perturbação<br />

generaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong> estrutura social.<br />

Segundo a Direcção Geral de Saúde:<br />

"A OMS recomen<strong>da</strong> que os países e<br />

as empresas se preparem para uma<br />

possível pandemia de gripe, pois,<br />

apesar de não se poder prever quando<br />

vai ser o seu início, existe actualm<br />

e n t e e s s e r i s c o .<br />

Em situação de pandemia de gripe,<br />

as empresas têm um papel fulcral a<br />

desempenhar na protecção <strong>da</strong> saúde<br />

e segurança dos seus empregados,<br />

colaboradores e clientes, assim como<br />

na limitação do impacte negativo<br />

sobre a economia e a socie<strong>da</strong>de.<br />

Deste modo, as empresas deverão<br />

Gripe vs Constipação<br />

<br />

ter Planos de Contingência que<br />

contemplem a redução dos riscos<br />

para a saúde dos trabalhadores e a<br />

continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des<br />

essenciais, de forma a minimizar o<br />

impacte de qualquer disrupção e a<br />

assegurar o funcionamento <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de."


Ano I – nº1/07 Página 13<br />

Gabinete Jurídico<br />

O Gabinete Jurídico é um espaço<br />

dirigido ao Utente/Ci<strong>da</strong>dão, no qual<br />

se poderá manter informado sobre<br />

os direitos e interesses legalmente<br />

protegidos, mas também dos seus<br />

deveres. Aqui poderá colocar questões<br />

e esclarecer dúvi<strong>da</strong>s.<br />

A saúde é um direito fun<strong>da</strong>mental<br />

consagrado no artigo 64º <strong>da</strong><br />

Constituição <strong>da</strong> República.<br />

A saúde é um bem a que todos<br />

temos direito. Contudo, ao contrário<br />

do que se possa pensar os cui<strong>da</strong>dos<br />

de saúde não se restringem<br />

aos que são prestados pelos médicos,<br />

enfermeiros, paramédicos e<br />

outros profissionais de saúde. O<br />

primeiro passo cabe a ca<strong>da</strong> um de<br />

nós, ci<strong>da</strong>dãos do mundo, um mundo<br />

que evolui a um ritmo frenético.<br />

Assim, para pôr em prática este<br />

direito fun<strong>da</strong>mental, torna-se indispensável<br />

referir as pré-condições<br />

para a saúde (água potável, saneamento<br />

e alimentação adequa<strong>da</strong>s,<br />

saúde ambiental, saúde ocupacional,<br />

informação relativa à saúde).<br />

Como diz o ditado “mais vale<br />

prevenir, do que remediar”, a nossa<br />

conduta torna-se por isso muito<br />

importante. Actualmente, existem<br />

inúmeras campanhas publicitárias a<br />

incentivar o desporto, uma alimentação<br />

saudável, vacinações e testes<br />

para detectar sinais de doença<br />

(rastreio). As pessoas têm que ter<br />

<br />

consciência que as suas acções<br />

podem pôr em causa a sua saúde,<br />

mas também a dos outros (riscos<br />

colectivos provocados pelo homem:<br />

pense-se no caso <strong>da</strong> poluição resultante<br />

dos gases dos automóveis e<br />

nos consequentes <strong>da</strong>nos para os<br />

seres humanos). Existe um dever<br />

fun<strong>da</strong>mental de proteger a sua própria<br />

saúde, pois a vi<strong>da</strong> não é feita<br />

unicamente de direitos, mas também<br />

de deveres.<br />

“Todos têm direito à protecção <strong>da</strong><br />

saúde e o dever de a defender e<br />

promover” (art.64ºCRP). Segundo<br />

este art. “O direito à protecção <strong>da</strong><br />

saúde é realizado:<br />

• Através de um serviço nacional<br />

de saúde universal e geral e,<br />

tendo em conta as condições<br />

económicas e sociais dos ci<strong>da</strong>dãos,<br />

tendencialmente gratuito;<br />

• Pela criação de condições económicas,<br />

sociais, culturais e<br />

ambientais que garantem,<br />

designa<strong>da</strong>mente, a protecção<br />

<strong>da</strong> infância, <strong>da</strong> juventude e <strong>da</strong><br />

velhice, e pela melhoria sistemática<br />

<strong>da</strong>s condições de vi<strong>da</strong> e<br />

de trabalho, bem como pela<br />

promoção <strong>da</strong> cultura física e<br />

desportiva, escolar e popular,<br />

e ain<strong>da</strong> pelo desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> educação sanitária do povo<br />

e de práticas de vi<strong>da</strong> saudável.”<br />

O conhecimento dos Direitos e<br />

Deveres dos Utentes <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des<br />

Sanitárias possibilita aos utentes<br />

uma intervenção activa na melhoria<br />

progressiva dos Cui<strong>da</strong>dos e Servi-


Ano I – nº1/07 Página 14<br />

ços.<br />

“A «Carta dos Direitos e Deveres<br />

dos Utentes» representa mais um<br />

passo no caminho <strong>da</strong> dignificação<br />

dos utentes e <strong>da</strong> humanização dos<br />

Cui<strong>da</strong>dos de Saúde, caminho que<br />

os utentes, os profissionais e a<br />

comuni<strong>da</strong>de devem percorrer lado<br />

a lado.”<br />

Direitos dos Utentes<br />

1. O utente tem direito a ser tratado<br />

com cortesia e no respeito pela<br />

digni<strong>da</strong>de humana.<br />

2. O utente tem direito a receber<br />

informações sobre a promoção <strong>da</strong><br />

Saúde e cui<strong>da</strong>dos preventivos,<br />

curativos, de reabilitação e terminais,<br />

apropriados ao seu estado de<br />

Saúde.<br />

3. O utente tem direito a não ser<br />

discriminado, nem na base do<br />

sexo, <strong>da</strong> raça ou etnia, <strong>da</strong> condição<br />

socio-económica, <strong>da</strong> religião, <strong>da</strong>s<br />

suas opções políticas ou ideológicas,<br />

nem ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> doença de que<br />

padecem.<br />

4. O utente tem direito à confidenciali<strong>da</strong>de<br />

de to<strong>da</strong> a informação clínica<br />

e elementos identificativos que<br />

lhe respeitam.<br />

5. O utente tem direito à privaci<strong>da</strong>de<br />

na prestação de todo e qualquer<br />

acto médico.<br />

6. O utente tem direito a ser informado<br />

sobre a sua situação de Saúde<br />

e a aceder aos <strong>da</strong>dos registados<br />

no seu processo clínico<br />

7. O utente tem direito a <strong>da</strong>r ou<br />

<br />

recusar o seu consentimento explícito,<br />

antes de qualquer acto médico<br />

invasivo ou de participação em<br />

qualquer projecto de investigação<br />

ou ensaio clínico.<br />

8. O utente tem direito à prestação<br />

de cui<strong>da</strong>dos continuados e a beneficiar<br />

do sistema de referência.<br />

9. O utente tem direito ao respeito<br />

pelas suas convicções culturais,<br />

filosóficas e religiosas, desde que<br />

elas não comportem risco grave<br />

para a sua vi<strong>da</strong>.<br />

10. O utente tem direito por si, ou<br />

por quem o represente, a apresentar<br />

sugestões e reclamações.<br />

11. O utente tem direito ao apoio<br />

familiar e as crianças têm direito a<br />

ser acompanha<strong>da</strong>s pelas suas mães<br />

ou avós.<br />

Deveres dos utentes<br />

1. O utente tem o dever de zelar<br />

pelo seu estado de Saúde, de<br />

adoptar modos de vi<strong>da</strong> saudáveis e<br />

de procurar cui<strong>da</strong>dos preventivos.<br />

2. O utente tem o dever de fornecer<br />

aos profissionais de saúde<br />

to<strong>da</strong>s as informações necessárias<br />

para obtenção de um correcto diagnóstico<br />

e adequado tratamento.<br />

3. O utente tem o dever de respeitar<br />

os direitos dos outros utentes.<br />

4. O utente tem o dever de colaborar<br />

com os profissionais de saúde,<br />

respeitando as indicações que lhe<br />

são recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s.


Ano I – nº1/07 Página 15<br />

5. O utente tem o dever de respeitar<br />

as regras de funcionamento dos<br />

Serviços de Saúde.<br />

6. O utente tem o dever de utilizar<br />

os serviços de saúde de forma<br />

apropria<strong>da</strong> e de colaborar activamente<br />

na redução de gastos desnecessários.<br />

7. O utente tem o dever de denunciar<br />

cobranças ilícitas e outras formas<br />

de comportamentos incorrectos<br />

por parte de trabalhadores de<br />

Saúde.<br />

8. O utente tem o dever de pagar<br />

taxas moderadoras dentro <strong>da</strong>s suas<br />

possibili<strong>da</strong>des económicas.<br />

O Serviço Nacional de Saúde<br />

(SNS) é o prestador universal de<br />

Cui<strong>da</strong>dos de Saúde pelo que deve<br />

prestar Cui<strong>da</strong>dos de Saúde a todos<br />

os ci<strong>da</strong>dãos, segundo o princípio <strong>da</strong><br />

igual<strong>da</strong>de e sem discriminação de<br />

qualquer tipo. Assim, não podem<br />

ser feitas cobranças eleva<strong>da</strong>s fora<br />

<strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong><br />

população. No entanto, o SNS pode<br />

requerer dos utentes pequenas<br />

contribuições que se destinem a<br />

desencorajar e evitar o uso indevido<br />

e exagerado dos Serviços de<br />

Saúde para além do que é estritamente<br />

necessário. São estas quantias<br />

módicas e ao alcance <strong>da</strong> maioria<br />

<strong>da</strong> população que são chama<strong>da</strong>s<br />

«taxas moderadoras» e que os<br />

utentes têm o dever de pagar.<br />

Em caso de pobreza extrema, o<br />

utente ficará isento do pagamento<br />

dessas taxas moderadoras, e em<br />

nenhum caso podem ser recusados<br />

cui<strong>da</strong>dos de urgência por falta de<br />

pagamento <strong>da</strong>s taxas moderadoras.<br />

Existem, actualmente, cerca de<br />

55% de pessoas isentas em Portugal.<br />

A saúde não pode ser totalmente<br />

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