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Associação Portuguesa de Apoio à Criança 1 - Governo de Portugal

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Discurso do Ministro da Solidarieda<strong>de</strong> e Segurança Social no III Fórum Abrigo -<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> <strong>Apoio</strong> <strong>à</strong> <strong>Criança</strong><br />

1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012<br />

Exma Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal do Montijo, Dra. Maria Amélia Antunes<br />

Exmo Senhor chefe <strong>de</strong> gabinete do Comissário europeu para o Emprego, Assuntos<br />

Sociais e Inclusão, Dra. Anabela Gago<br />

Exmo Senhor presi<strong>de</strong>nte da Comissão Nacional <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> <strong>Criança</strong>s e Jovens em<br />

Risco, venerável juiz conselheiro Armando Leandro<br />

Exma Senhora presi<strong>de</strong>nte da Emergência Infantil Dra. Maria Barroso Soares<br />

Exmo Senhor presi<strong>de</strong>nte da direção da Abrigo, Dr. Jacinto Guilherme Pereira<br />

Caros padrinhos e <strong>de</strong>mais convidados<br />

Representantes das forças <strong>de</strong> segurança e dos bombeiros.<br />

Antes <strong>de</strong> mais permitam-me agra<strong>de</strong>cer o gentil convite para integrar tão ilustre painel <strong>de</strong><br />

oradores e apoiantes <strong>de</strong>sta causa que hoje aqui foi discutida. Com tão ilustres padrinhos<br />

e apoiantes eu estou certo que as crianças, que são o nosso futuro, terão com toda a<br />

certeza o seu futuro bem mais risonho.<br />

É caso para dizer que estamos todos nós, sócios, concentradíssimos na construção <strong>de</strong><br />

um futuro para estas crianças!<br />

Dos momentos que hoje atravessamos – particularmente difíceis - quer por cá, no nosso<br />

próprio país, quer pelo resto do globo temos <strong>de</strong> ter presente sempre uma i<strong>de</strong>ia principal:<br />

a salvaguarda dos mais vulneráveis.<br />

Seja porque são mais idosos, seja porque estão mais expostos <strong>à</strong>s adversida<strong>de</strong>s sócio<br />

económicas, seja por serem mais novos e estarem – mesmo, por vezes, sem saber – com<br />

o presente dificultado e o futuro condicionado.<br />

A importância da discussão que hoje aqui se <strong>de</strong>u é indiscutível.<br />

Vivemos hoje um tempo <strong>de</strong> mudança.<br />

Gabinete do Ministro da Solidarieda<strong>de</strong> e da Segurança Social


Um tempo em que temos <strong>de</strong> questionar e refletir sobre o papel da socieda<strong>de</strong> civil no<br />

futuro. Se queremos que ela seja mais participativa e como preten<strong>de</strong>mos que ela o faça.<br />

E <strong>de</strong> que forma po<strong>de</strong>rá e <strong>de</strong>verá intervir. Este é um tempo em que este papel tem <strong>de</strong> ser<br />

transformado, tem <strong>de</strong> mudar, para que possa ele próprio transformar e melhorar<br />

<strong>Portugal</strong>.<br />

Se por um lado temos <strong>de</strong> mudar o paradigma das respostas sociais em <strong>Portugal</strong>,<br />

passando o estado a ombrear as instituições sociais para o prolongamento <strong>de</strong> uma<br />

resposta <strong>de</strong> combate <strong>à</strong> exclusão social, por outro também <strong>de</strong>vemos aproveitar o<br />

momento para mudar alguns comportamentos e atitu<strong>de</strong>s.<br />

O Estado não po<strong>de</strong> abdicar <strong>de</strong> algumas das suas responsabilida<strong>de</strong>s – algumas <strong>de</strong>las são<br />

mesmo in<strong>de</strong>legáveis – mas <strong>de</strong>ve encontrar nos parceiros certos, nomeadamente nas<br />

instituições sociais, parte da resposta social do País. O Estado não po<strong>de</strong> sonhar em<br />

chegar a tudo e a todos, sob o risco <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora. Mas <strong>de</strong>ve antes, com<br />

todos, com a participação <strong>de</strong> todos, saber construir uma malha fina <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que<br />

permita chegar aos mais <strong>de</strong>sprotegidos, aos mais vulneráveis.<br />

Para isso teremos <strong>de</strong> saber aproveitar este tempo <strong>de</strong> mudança.<br />

Sabemos e é já reconhecido pela gran<strong>de</strong> maioria que temos que inverter um rumo em<br />

que o gastávamos hoje não teria sequer cabimento no que produzíamos amanhã.<br />

Temos que inverter um rumo em que o paradigma da insustentabilida<strong>de</strong> era crescente e<br />

perceber que, maximizando as capacida<strong>de</strong>s instaladas po<strong>de</strong>mos dar mais resposta, com<br />

uma melhor alocação <strong>de</strong> recursos.<br />

Temos que inverter um rumo no qual o pagamento da factura era sistematicamente<br />

adiado.<br />

Temos <strong>de</strong> o fazer, <strong>de</strong>signadamente, para acautelar também o futuro das crianças e o<br />

nosso futuro enquanto nação.<br />

Esta inversão tinha <strong>de</strong> ser feita para que o risco no futuro pu<strong>de</strong>sse ser menor.<br />

Esta reflexão que também aqui vos queria <strong>de</strong>ixar, a par com tantas outras que terão aqui<br />

sido abordadas, não é só sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma resposta no imediato, <strong>de</strong> uma<br />

resposta que confira a proteção a<strong>de</strong>quada <strong>à</strong>s crianças no presente.<br />

A verda<strong>de</strong> é que as crianças e os jovens continuariam em risco se continuássemos no<br />

caminho até aqui trilhado, pois estaríamos a hipotecar o seu futuro.<br />

O Estado tem obrigação <strong>de</strong> proteger a criança contra todas as formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scriminação e<br />

<strong>de</strong> tomar medidas positivas para promover os seus direitos.<br />

Garantir a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nação é garantir o futuro das gerações que aí vêm!<br />

Gabinete do Ministro da Solidarieda<strong>de</strong> e da Segurança Social


Mesmo no que aos caos mais sensíveis diz respeito - e que a associação abrigo preten<strong>de</strong><br />

vir a prestar - a resposta passa sempre por dois níveis:<br />

A aposta prioritária tem sempre <strong>de</strong> ser na prevenção primária, na i<strong>de</strong>ntificação dos<br />

factores <strong>de</strong> risco que vivemos, e que os fenómenos <strong>de</strong> crise ten<strong>de</strong>m a acentuar.<br />

Mas também não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> investir e <strong>de</strong> ter condições para respon<strong>de</strong>r <strong>à</strong>s<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma prevenção secundária, e <strong>de</strong> continuar a fazer a apologia <strong>de</strong> uma<br />

cultura <strong>de</strong> prevenção.<br />

Isto tem sempre <strong>de</strong> ser feito em respeito pelo princípio da subsidarieda<strong>de</strong>, quer no<br />

respeito pela intervenção da família, quer no respeito pelas re<strong>de</strong>s sociais locais, em<br />

especial o papel das autarquias, da escolas, das IPSS e, claro está, das próprias<br />

comissões <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> menores.<br />

A noção da importância dos temas que estamos hoje a abordar está espelhada na agenda<br />

<strong>de</strong> criança que o governo está a construir.<br />

Um documento que tem como propósito, i<strong>de</strong>ntificar todos os constrangimentos e<br />

barreiras na afirmação dos direitos da criança, nas múltiplas facetas que assumem,<br />

propondo políticas públicas e intervenções legislativas operacionais que permitam<br />

<strong>de</strong>rrubar tais barreiras e impedir os constrangimentos.<br />

A agenda posicionará a criança no centro <strong>de</strong> toda a atuação pública, partindo a sua ação,<br />

das suas necessida<strong>de</strong>s, respon<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>vidamente integrada e articulada,<br />

protegendo-a socialmente e proporcionando-lhe as oportunida<strong>de</strong>s para uma vida em<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

Mas para além <strong>de</strong>sta agenda temos <strong>de</strong> fortalecer quem estando na realida<strong>de</strong> local po<strong>de</strong><br />

ter riscos a assinalar e com maior facilida<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para intervir.<br />

É isso que preten<strong>de</strong>mos ao fortalecer o terceiro sector, a economia social, as instituições<br />

sociais. Sabemos da extrema importância que têm não apenas sobre o apoio direto <strong>à</strong>s<br />

crianças mas também sobre as famílias, agindo numa lógica – como dizia – <strong>de</strong><br />

prevenção, proactiva. Muitas crianças em situação limite estarão protegidas, por terem<br />

as suas famílias protegidas pela articulação do estado com as instituições sociais, não<br />

tendo assim a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser institucionalizadas.<br />

Estamos também a trabalhar no sentido <strong>de</strong> aumentar em 17 o número <strong>de</strong> Comissões <strong>de</strong><br />

Proteção para <strong>Criança</strong>s e Jovens <strong>de</strong> norte a sul do País, para que funcionem como o<br />

braço operacional da agenda da criança no que se refere ao risco que correm e <strong>à</strong><br />

proteção que lhes importa dar.<br />

Hoje temos crianças e jovens em risco. Mas tudo estamos a fazer para que o mesmo não<br />

se passe com o seu futuro e o futuro <strong>de</strong>ste país. Aproveitemos pois este tempo <strong>de</strong><br />

mudança!<br />

Gabinete do Ministro da Solidarieda<strong>de</strong> e da Segurança Social

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