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Mova Camarim - Cooperativa Paulista de Teatro

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<strong>Mova</strong> Cam arim<br />

A transform ação d o in form ativo em revista<br />

m arca a bu sca da n ova d iretoria da<br />

C ooperativa P au lista <strong>de</strong> T eatro<br />

p o r m ais qualida<strong>de</strong>para o<br />

T eatro em São Paulo.<br />

Este oitavo número da <strong>Camarim</strong> traz diversas<br />

alterações tanto no formato quanto no conteúdo. Sua<br />

mudança editorial procura tornar o veículo na<br />

expressão do pensamento dos associados da<br />

entida<strong>de</strong>, dando-lhe assim um tom mais<br />

interpretativo e opinativo.<br />

As informações mais imediatas, úteis para o dia-<br />

a-dia dos cooperados, circularão com mais<br />

velocida<strong>de</strong> quando estiver funcionando o s ite da<br />

<strong>Cooperativa</strong> na In tern et.<br />

Entre as mudanças, uma série <strong>de</strong> reportagens<br />

conta a história dos vários grupos que fizeram os<br />

vinte anos da <strong>Cooperativa</strong>.<br />

Na abertura, a trajetória do “Pessoal do Victor”<br />

(foto da capa), um dos fundadores <strong>de</strong> nossa entida<strong>de</strong>.<br />

Entrevistamos Gianni Ratto que conta um pouco<br />

<strong>de</strong> suas reflexões sobre <strong>Teatro</strong>.<br />

Lançamos as colunas Política Cultural e Olhando<br />

a Imprensa, que conta, neste número, com<br />

colaborações <strong>de</strong> Aimar Labaki e Beto Andretta,<br />

respectivamente. Outra colaboração é Luiz André<br />

Cherubini, na coluna sobre Estética Teatral.<br />

Abrimos também o Perfil, espaço para falar <strong>de</strong><br />

empresas que tem projetos contínuos <strong>de</strong> apoio e<br />

patrocínio <strong>de</strong> espetáculos e grupos.<br />

A <strong>Camarim</strong> passa a dispor, além das alterações<br />

editoriais, <strong>de</strong> espaços para veiculação <strong>de</strong> anúncios e<br />

uma seção <strong>de</strong> classificados, gratuita para associados<br />

da <strong>Cooperativa</strong>.<br />

Esperamos fazer mais alterações com as sugestões<br />

e críticas <strong>de</strong> nossos leitores.<br />

Boa diversão!<br />

*<br />

*<br />

*<br />

Í n d ic e<br />

CAPA<br />

C onheça a H istória d o<br />

P essoa l d o Victor.<br />

GIANNI RATTO<br />

A trajetória d e um gra n d e<br />

cenógra fo e d iretor<br />

SEGUNDA MOSTRA<br />

G rupos d e ou tros E stados<br />

já estão con firm a dos<br />

PENSANDO A POLÍTICA<br />

A im ar Labaki co lo ca o s<br />

gru p o s n o cen tro da discussão.<br />

8<br />

10<br />

ARTE PELO ARTISTA<br />

Luiz A ndré C herubini,<br />

doS ob revento, fala sob re<br />

<strong>Teatro</strong> d e B on ecos - M<br />

14<br />

DE OLHO NA IMPRENSA<br />

B eto A ndretta, d o Pia Fraus,<br />

analisa m atéria da Veja S ão P aulo<br />

so b re T eatro Infantil. | ^<br />

m O RM ESC<br />

Saiba so b re as<br />

ativida<strong>de</strong>s da<br />

C ooperativa.<br />

13<br />

Central do Circo,<br />

na página 13<br />

CAMARIM (Ano II - Número 8 - Maio)<br />

Uma publicação da C ooperativa <strong>Paulista</strong> d e <strong>Teatro</strong><br />

Redação: Hugo Possolo (coor<strong>de</strong>nação); Flávio Faustinoni; Cristiani Zonzini e Gabriel Guimard. Fotos<br />

da entrevista: Nora Prado. Colaboradores: Aimar Labaki; Beto Andretta e Luiz André Cherubini.<br />

Programação visual: Agentem esm o Produções Gráficas. Diagramação: Alexandre Roit. Fotolito<br />

e impressão: TypeLaser. Tiragem: 2.000 exem plares. Distribuição gratuita.


FRASE DOMES<br />

Uma das características dapós-mo<strong>de</strong>m ida<strong>de</strong> éa redução da cultura a m ero entretenimento,<br />

com exacerbação dos sentidos, em <strong>de</strong>trim ento da razão edo espínto. Para estim ular o<br />

99<br />

consum ism o,utilizam -se com oiscarecursos capazes <strong>de</strong> nos fazersentir m ais epensarmenos<br />

SEÇAO DE CARTAS<br />

Frei Betto, em artigo publicado na Folha <strong>de</strong> São Paulo, dia 4 <strong>de</strong> Abril<br />

Este espaço está aberto aos interessados para<br />

a publicação <strong>de</strong> cartas sobre assuntos relativos à<br />

<strong>Camarim</strong>, à <strong>Cooperativa</strong> e ao <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> modo<br />

geral. Os interessados <strong>de</strong>vem enviar cartas para a<br />

<strong>Cooperativa</strong> aos cuidados da redação da<br />

<strong>Camarim</strong>. As cartas po<strong>de</strong>m não ser publicadas na<br />

íntegra em função <strong>de</strong> espaço. Portanto, além <strong>de</strong><br />

en<strong>de</strong>reço remetente não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> colocar telefone<br />

ou e-mail para contatos mais rápidos.<br />

EFLEXÕES<br />

SOBRE TEATRO<br />

Além da Seção <strong>de</strong> Cartas, obrigação <strong>de</strong><br />

qualquer publicação, lançamos um espaço<br />

reservado para a reflexão <strong>de</strong> alguns aspectos sobre<br />

o <strong>Teatro</strong> que po<strong>de</strong>m contribuir para que artistas<br />

viabilizem seus trabalhos. Estamos inicialmente<br />

publicando uma pergunta, que <strong>de</strong>ve ser<br />

respondida em até 10 (<strong>de</strong>z) linhas e enviadas para<br />

a <strong>Cooperativa</strong> até 14 <strong>de</strong> maio, aos cuidados da<br />

<strong>Camarim</strong>. Serão aceitas também questões sobre<br />

o processo criativo, interpretação <strong>de</strong> obras,<br />

trabalho <strong>de</strong> ator, enfim, sobre aspectos artísticos<br />

que possam ser <strong>de</strong>batidos através <strong>de</strong>ste espaço.<br />

Este mês, a pergunta é: “O que <strong>de</strong>ve fazer o<br />

ator quando seu processo <strong>de</strong> elaboração, embora<br />

tenha bons resultados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste trabalho<br />

específico, é o único no elenco que não<br />

correspon<strong>de</strong> ao que propõe o diretor?”<br />

4<br />

•<br />

4<br />

> ■ x L \<br />

Grupo Harém (PI):<br />

PARTICIPE DA<br />

C A M A U f M<br />

Os associados da <strong>Cooperativa</strong>,<br />

interessados em participar da Ca <strong>Camarim</strong>,<br />

<strong>de</strong>vem comparecer dia 03 <strong>de</strong> Maio, às<br />

19:00h, na se<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> será realizada a<br />

reunião <strong>de</strong> pauta da edição <strong>de</strong> Junho.<br />

COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO<br />

R. Treze <strong>de</strong> Maio, 240- Sobreloja - Bela Vista - CEP01327—000-São Paulo—SP- Fone/Fax: (011) 2585361 e 258 7457<br />

Diretoria: P resid ente-Luiz Amorim; Wce-PresÁ/enfe-JoséGeraldoRocha; S ecretá rio -Neto <strong>de</strong> Oliveira; S egun d o S ecretário<br />

- Alexandre Roit; T esoureiro - G. Petean; S egunda T esoureira - Débora Dubois; Vogal - Cristiani Zonzini. Conselho Fiscal:<br />

Hugo Possolo; Sérgio Santiago e Beto Andretta. Suplentes do Conselho Fiscal: Luciano Draetta; Flávio Faustinoni e<br />

Luiz André Cherubini.


II MOSTRA SERA EM JULHO<br />

Por Flávio Faustinoni<br />

A <strong>Cooperativa</strong>, em p a rceria co m o S esc P om péia, realizará,<br />

em Ju lh o , a I I M ostra B rasileira <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Grupo.<br />

A continuida<strong>de</strong> do que está sendo <strong>de</strong>senvolvido<br />

projeto, que teve sua primeira por grupos”. Para ele, “por<br />

edição em fevereiro <strong>de</strong> 98, sermos uma cooperativa <strong>de</strong><br />

traz este ano grupos <strong>de</strong> trabalho e produção, é<br />

diversas regiões do Brasil. essencial realizar um evento<br />

Serão apresentados que fomente a discussão<br />

espetáculos do sobre <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Grupo no<br />

Piauí, Paraíba, Brasil, mostrar que o <strong>Teatro</strong><br />

Pernambuco, Bahia, <strong>de</strong> Grupo existe e é forte”.<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, A II Mostra promoverá<br />

Minas Gerais, Rio um intercâmbio entre os<br />

<strong>de</strong> Janeiro e São Estados e grupos, “vamos<br />

Paulo.<br />

apresentar trabalhos <strong>de</strong><br />

A I Mostra, em qualida<strong>de</strong> que foram<br />

98, também contou escolhidos através <strong>de</strong> um<br />

com grupos <strong>de</strong> rigoroso processo. Muitos<br />

vários Estados que grupos enviaram material e<br />

apresentaram esperamos que no ano<br />

espetáculos seguinte o número <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvidos a projetos recebidos seja ainda<br />

partir <strong>de</strong> várias maior, pois esta segunda<br />

linguagens como mostra significa que viemos<br />

circo, C om edia d ell’A rte, teatro para ficar”, diz Amorim.<br />

<strong>de</strong> rua, etc.<br />

Segundo Luiz Amorim,<br />

Além das apresentações,<br />

serão realizados <strong>de</strong>bates com<br />

presi<strong>de</strong>nte da <strong>Cooperativa</strong> e personalida<strong>de</strong>s do teatro<br />

i<strong>de</strong>alizador da mostra, “o brasileiro. Oficinas também<br />

even to tem co m o o b ie tiv o estão na nropram acão. com o<br />

REALIZAÇÕES<br />

a <strong>de</strong> formatação <strong>de</strong> projetos<br />

culturais, com Sônia<br />

Kavantan, e as que objetivam<br />

a troca <strong>de</strong> informações e uma<br />

reciclagem artística entre os<br />

grupos, como a <strong>de</strong> Gabriel<br />

Guimard, sobre técnicas <strong>de</strong><br />

palhaço para atores.<br />

Estão confirmados os<br />

grupos “Harém” (PI), “La<br />

Mínima” (SP), “ Cia <strong>Teatro</strong><br />

<strong>de</strong> Serafim” (PE), “Cia.<br />

Cômica <strong>de</strong> Repertório” (RS),<br />

“Cia. do Público” (RJ),<br />

“Olodum” (BA) e “Atores <strong>de</strong><br />

Laura” (RJ).<br />

Este ano, as apresentações<br />

se concentrarão em um único<br />

local, o Sesc Pompéia.<br />

Confira na edição <strong>de</strong> Junho<br />

da <strong>Camarim</strong>, a programação<br />

completa da II Mostra.<br />

II Mostra Brasileira <strong>de</strong><br />

<strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Grupo<br />

Sesc Pompéia.<br />

De 07 a 11 <strong>de</strong> julho.


6<br />

SÉRIE COOPERATIVA 20 ANOS<br />

A DIVINA CARREIRA DO<br />

PESSOAL DO OTCTOJt<br />

por Gabriel Guimard<br />

A p a rtir d es te n ú m ero, a C am arim a p resen ta rá a sér ie “C ooperativa 20 A nos”,<br />

on d e con tarem os a trajetória d o s gru p o s q u e Bzeram a n ossa h istóm .<br />

O Grupo “O Pessoal do Victor” foi um dos fundadores da <strong>Cooperativa</strong>. Sua trajetória<br />

marcou o teatro paulista nos anos 70, era constituído por atores recém saídos da Escola <strong>de</strong><br />

Arte Dramática, da USP. Na época, o núcleo era formado por Eliane Giardini, Marcüia Rosário,<br />

Maria Eliza Martins, Márcio Ta<strong>de</strong>u, Reinaldo Santiago, Paulo Betti e Waterloo Gregório.<br />

Com a peça “Victor ou As Crianças no Po<strong>de</strong>r”, <strong>de</strong> Roger Vitrac, direção <strong>de</strong> Celso Nunes,<br />

o grupo ganha projeção nacional e internacional. O espetáculo representou o Brasil no XI<br />

Incontroazione, em Palermo, na Itália, em 75.<br />

O esforço para a realização <strong>de</strong>ssa viagem, revelou entre seus participantes, outros talentos<br />

além do palco, o que acabou por dar origem a um núcleo <strong>de</strong> artistas que além <strong>de</strong> dominar o<br />

trabalho do ator, foram admistradores, divulgadores, produtores, tradutores, pesquisadores,<br />

realizando na prática a essência do que po<strong>de</strong>ria se chamar <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> cooperativado.<br />

Cena do espetáculo “Os IKS” com o Pessoal do Victor. Foto do arquivo pessoal <strong>de</strong> Marcüia Rosário.


PRINCIPAIS<br />

peças 00<br />

PESSOAL<br />

00 VICTOR<br />

Ceko N m S ÇaS ”° Po<strong>de</strong>r'' d= Roger Vitrac,<br />

’Nuen? “'n H'® ns e D« * Cannaan, direção<br />

homôn° *<br />

^ £ T ^ ^ o , d e fe„mdo<br />

C eto Nme°nh° ” <strong>de</strong> Cal<strong>de</strong>rón * la Barca, direção <strong>de</strong><br />

Sofredini, b i Í d f ^ P? r Car,os Alberto<br />

Parceiros * * t) „0s<br />

A fundação da <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>, em 79, veio <strong>de</strong> encontro às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> grupos como o “Pessoal do Victor” que precisavam funcionar cooperativadamente, diante<br />

do po<strong>de</strong>r público. Para uma da fundadoras do núcleo, Márcilia Rosário, “até essa época, não<br />

tínhamos um instrumento que nos permitisse assumir as características <strong>de</strong> nosso trabalho, isto<br />

é, um grupo que dividia todas as funções <strong>de</strong> uma montagem teatral, os eventuais lucros e<br />

prejuízos, e que não tinha a figura do produtor”.<br />

Para ela, “foi com a fundação da <strong>Cooperativa</strong> que o “Pessoal do Victor”, bem como vários<br />

grupos <strong>de</strong>ssa época pu<strong>de</strong>ram se juntar e trocar experiências tanto administrativas quanto<br />

artísticas, tendo finalmente um instrumento à altura da importância da produção cultural <strong>de</strong>sses<br />

grupos no panorama do teatro paulista.”<br />

Em 78, além do seu trabalho inovador em relação a linguagem teatral e a questão do<br />

cooperativismo, o grupo foi convidado para formar o Centro <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> Unicamp, que se<br />

transformou no Departamento <strong>de</strong> Artes Cênicas da Unicamp.<br />

O gran<strong>de</strong> sucesso do grupo foi o espetáculo “Na Carrera do Divino”, escrita por Carlos<br />

Alberto Sofredinni, baseada no livro <strong>de</strong> Antônio Cândido “Os Parceiros do Rio Bonito”,<br />

incluindo <strong>de</strong>poimentos dos próprios participantes, cuja origem em sua gran<strong>de</strong> maioria era<br />

interiorana. A direção era <strong>de</strong> Paulo Betti. Esta foi uma das primeiras peças a abordar a<br />

linguagem, os costumes e a música do sertanejo, contando a história <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong><br />

lavradores expulsa <strong>de</strong> sua terra por interesses econômicos.<br />

Em 80, os integrantes do “Pessoal do Victor”, seguiram caminhos diversos. Marcília Rosário,<br />

Márcio Ta<strong>de</strong>u e Reinaldo Santiago formaram a Cia. <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> Lux in Tenebris. Hoje preparam<br />

o espetáculo “Bispo do Rosário - O Mistério das Vozes”. Um dos gran<strong>de</strong>s atores <strong>de</strong> sua geração<br />

e importantíssimo agitador cultural, Adilson Barros, faleceu em 97. Paulo Betti e Eliane Giardini,<br />

em função <strong>de</strong> trabalhos para a televisão mudaram-se para o Rio <strong>de</strong> Janeiro. Waterloo Gregório,<br />

hoje, <strong>de</strong>senvolve pesquisas na Unicamp. Celso Nunes, consagrado como diretor, continua a<br />

<strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> encenação com vários Grupos do país.<br />

7


8<br />

ENTREVISTA<br />

GIANNI RATTO:<br />

EXPRESSÃO DE UM PENSAMENTO<br />

Por Hugo Possolo<br />

Aos83anos, Gkinni Ratto ao ser perguntado sobre qual trabalho seu consi<strong>de</strong>ra mais importante, respon<strong>de</strong>: “opróxim o”.<br />

Um dos fundadores do Piccolo <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Mi] ano, <strong>de</strong>ixou a Itália e fez d o B rasilpalco d e sua aventura Teatral.<br />

Com um currículo invejável, não se cansa d e trabalhar e se preparapara lançar, em junho,<br />

seuüvro “AnúTratado d e C enografia— Variações Sobre o M esm o Tema”, pela editom Senac<br />

<strong>Camarim</strong> - Ao longo <strong>de</strong> sua carreira você passou pelas mais<br />

importantes fases recentes do <strong>Teatro</strong> brasileiro. Como seu processo <strong>de</strong><br />

trabalho participou em cada um <strong>de</strong>stes momentos?<br />

Gianni — D urante anos, trabalhei m uito fundam entado em uma<br />

experiência técnica, artística também, usando uma linguagem italiana em<br />

um contexto brasileiro. Sempre fui muito interessado em autores brasileiros.<br />

Acho que montei pelo menos 60 peças <strong>de</strong> autores brasileiros. Des<strong>de</strong> que<br />

cheguei aqui no Brasil, em 54, o que me interessou foi me aproximar do<br />

autor brasileiro, porque acho que sem um autor não se tem um <strong>Teatro</strong>. E<br />

cada vez que me aproximei, tentei modificar a minha ótica no sentido <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r o espírito, a linguagem, a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> textos que estavam<br />

ligados a uma realida<strong>de</strong> brasileira.<br />

<strong>Camarim</strong> — Quais as transformações em seu processo <strong>de</strong> trabalho<br />

nestes últimos anos?<br />

Gianni - Sempre quando a gente está próximo do túmulo que <strong>de</strong>scobre<br />

as verda<strong>de</strong>s. (Risos) Eu percebi que sempre fúi muito preocupado com o<br />

espetáculo bem acabado, perfeito, sobre o qual não po<strong>de</strong>ria se levantar<br />

nenhuma dúvida qualitativa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do próprio texto. Hoje, já<br />

tenho uma visão completamente diferente. Acho que a palavra é realmente<br />

a coisa mais importante no espetáculo e, paralelamente, o ator. O espetáculo<br />

Acho o p a la v ra<br />

m arcação<br />

um a Id io tice .<br />

O expefóculo tem<br />

que te r a expressão<br />

d e um pensam ento.<br />

— „ mmmHmmmmmM tem que ser a expressão <strong>de</strong> um pensamento. E quanto mais rico for este<br />

S ei que sou um<br />

d ireto r ecléflco.<br />

O ator tem<br />

que trab a lh a r<br />

não p a ra<br />

o público, m as<br />

com o p ú b lico .<br />

pensamento menos importante passa a ser o próprio espetáculo.<br />

<strong>Camarim</strong> — Hoje, o dramaturgista ou o diretor que escreve tentam fazer<br />

este papel?<br />

Gianni—Eu discordo disto. Acho que se uma obra é válida, poeticamente falando,<br />

não tem sentido modificá-la como não tem sentido em alterar uma gran<strong>de</strong> obra<br />

musical numa interpretação <strong>de</strong> regência. Você tem vinte regentes que interpretam<br />

diferentemente e a obra permanece. Não acho que o diretor é o dono do espetáculo,<br />

o criador. Ele tem que buscar no texto os valores que, as vezes, o próprio autor não<br />

percebe. Não que eu seja um servo do autor, mas o diretor é um interprete. As pessoas,<br />

me parece, estão esquecendo isto.<br />

<strong>Camarim</strong> — De que maneira você propõe que um ator traduza esta valorização<br />

da força poética do autor?<br />

Gianni—Não existem caminhos, existem posturas. E eu acho que é uma postura<br />

basicamente moraL E claro que você tem que ter a estrutura técnica e a capacida<strong>de</strong><br />

interpretativa. Parece meio romântico, meio passado, mas se você não se integra e se<br />

entrega ao que vai fazer, você será sempre um ven<strong>de</strong>dor. E para que isso não aconteça<br />

é, principalmente, o ator não trapacear. Se você pega um texto poético e lê em sua<br />

casa, sozinho, você cria uma atmosfera entre você e o poeta que é muito nítida. Cria<br />

um clima que é fantástico. Este clima se po<strong>de</strong> criar no teatro. Uma coisa que é<br />

importante: o ator tem que trabalhar não para o público, mas com o público.


<strong>Camarim</strong> - Mas, quando o diretor cria imagens para si, o ator po<strong>de</strong> se afastar das próprias imagens que criou?<br />

Gianni — Um diretor impositivo é um diretor negativo. Meu trabalho com o ator tem que ser <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta<br />

simultânea, <strong>de</strong> conjunto. Os dois vão <strong>de</strong>scobrir. E claro que o diretor tem que ter uma visão global do que são os<br />

sentidos da peça, do texto. Uma visão, talvez nebulosa, <strong>de</strong> um clima, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado mundo que vai criar. No<br />

trabalho <strong>de</strong> mesa, nos ensaios, a <strong>de</strong>scoberta tem que ser constantemente recíproca.<br />

<strong>Camarim</strong> - Alguns diretores se voltam mais para a concepção do espetáculo e outros para a interpretação. Qual<br />

é o ponto <strong>de</strong> partida quando você vai dirigir uma peça?<br />

Gianni - Cada espetáculo tem uma realida<strong>de</strong> diferente como cada ator tem uma personalida<strong>de</strong> diferente. Não<br />

se po<strong>de</strong> trabalhar com todos os atores da mesma maneira. Acho a palavra marcação uma idiotice. Não se po<strong>de</strong><br />

marcar, o que se marca é uma vaca, que quer dizer que você é o proprietário <strong>de</strong>la. (Risos). Na minha maneira <strong>de</strong><br />

trabalhar tem um espaço <strong>de</strong>ntro do qual o ator se movimenta que é <strong>de</strong>terminado, nas suas variantes, pelo texto. O<br />

texto que diz algo provoca inevitavelmente uma reação física, que po<strong>de</strong> ser também uma imobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meia hora.<br />

<strong>Camarim</strong> - O TBC marcou por diversas mudanças no panorama do <strong>Teatro</strong>, sobretudo por uma forma brasileira<br />

<strong>de</strong> atuação. Como foi possível encontrar esta maneira brasileira <strong>de</strong> interpretar já que a mudança se <strong>de</strong>u através <strong>de</strong><br />

diretores estrangeiros?<br />

Gianni — O TBC foi um fenômeno que <strong>de</strong>ve ser visto com o maior respeito, que modificou os códigos <strong>de</strong><br />

interpretação que, na época, estavam fundamentados na Escola Portuguesa. Mas a sua importância, a meu ver,<br />

resi<strong>de</strong> muito mais no que ele provocou. Se saiu <strong>de</strong> um processo comercial bastante mo<strong>de</strong>sto para se oferecer a uma<br />

dda<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> caráter internacional. Todos os diretores <strong>de</strong>ram, da experiênda italiana, uma<br />

visão plástica do espetáculo, uma preparação técnica para os atores. Não há dúvidas que isto criou uma expectativa,<br />

mas acredito que o ponto, mais importante foi involuntário. Ele provocou uma reação, porque o TBC não conseguiu<br />

fazer um teatro que fosse brasileiro.<br />

<strong>Camarim</strong> — Essa reação é a formulação <strong>de</strong> uma dramaturgia nadonal pretendida pelo <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Arena?<br />

Gianni—O gran<strong>de</strong> resultado do TBC foi criar uma polêmica que fez o <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Arena, do qual partiram todos<br />

os movimentos novos. Depois <strong>de</strong> um período oscilante vem o Oficina, assim como o <strong>Teatro</strong> Opinão, do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro. O Oficina foi o movimento mais importante, eu consi<strong>de</strong>ro, embora inicialmente muito ligado ao L iv in g<br />

Theater. Curiosamente, eu estava <strong>de</strong>sligado <strong>de</strong>ste movimento. Estava com outra visão <strong>de</strong> trabalho.<br />

<strong>Camarim</strong> — De que forma sua visão <strong>de</strong> trabalho se voltou para estes movimentos?<br />

Gianni — Se é verda<strong>de</strong> que os movimentos se esvaziam, isto acontece no que se po<strong>de</strong> chamar <strong>de</strong> fa<strong>de</strong> cruzado.<br />

Começa apagar um e começa a surgir outro. Po<strong>de</strong>-se dizer então, que não são movimentos, mas que é o próprio<br />

<strong>Teatro</strong> que evoluiu. Esta evolução é que faz morrer uma posição para fazer surgir outra, é muito importante que a<br />

gente sinta isso. Se você não percebe esta possibilida<strong>de</strong>, esta inevitável variação, você morre. Acaba <strong>de</strong>rrotado, sem<br />

condições <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> idéias, <strong>de</strong> realizações.<br />

<strong>Camarim</strong> — Mas, antes <strong>de</strong>stes movimentos, você já tinha uma relação voltada para uma dramaturga brasileira?<br />

Gianni — Um ano antes <strong>de</strong> vir para o Brasil, procurd me informar melhor sobre os autores brasileiros. Tinha<br />

uma certa noção <strong>de</strong> textos traduzidos para o italiano <strong>de</strong> Gonçalves Dias e Machado <strong>de</strong> Assis. Quando cheguei tive<br />

a sorte <strong>de</strong> ter uma boa relação com o Dédo <strong>de</strong> Almeida Prado, com o Sábato Magaldi. Ensinei na Escola <strong>de</strong> Arte<br />

Dramática (E AD.), do Alfredo Mesquita, quando era na rua Maranhão. E, conversando, disse que estava interessado<br />

em montar autores brasileiros. Um dia o Dédo me disse que tinha um aluno que escrevia peças<br />

e que uma, em especial, era muito boa. Eu li e resolvi montar. Era a “A Moratória” e<br />

o aluno era Jorge Andra<strong>de</strong>.<br />

<strong>Camarim</strong> - Sua circulação entre um chamado <strong>Teatro</strong> Comercial e outro<br />

<strong>de</strong>nominado experimental ou <strong>de</strong> pesquisa, altera seu modo <strong>de</strong> dirigir um espetáculo?<br />

Gianni — Tenho uma visão muito clara do que faço, muito objetiva e<br />

autocrítica, forte. Sd que sou um diretor edético. Não tenho um posição <strong>de</strong>finida:<br />

Faço um teatro clássico? Polêmico? Político? Não. Eu faço <strong>Teatro</strong>. Então,<br />

me mexo com uma certa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação. Se faço espetáculo<br />

comercial, faço espetáculo comercial. Não tenho vergonha, nem medo <strong>de</strong><br />

fazer. Acho que é importante o tanto quanto. Mas se faço um espetáculo <strong>de</strong><br />

idéias, como no caso do “Vermouth” ou “Morus e o Seu Carrasco”,<br />

é claro que não me preocupo com a comercialida<strong>de</strong> do<br />

espetáculo. Em todas os meus trabalhos, procuro fazer que<br />

seja algo coerente com as idéias do texto. Acredito nas<br />

idéias. Se, <strong>de</strong> um lado sou eclético, eu sou eclético<br />

profissionalmente falando. Agora, moralmente eu<br />

não sou eclético.


fO<br />

Fo to : D iv u lg a çã o<br />

l i Os G rupos no Centro!<br />

§ 3<br />

§ '<br />

(<br />

*<br />

*<br />

A Boa: texto <strong>de</strong> Aimar,<br />

sucesso em Curitiba.<br />

Por Aimar Labaki<br />

O que sumiu primeiro, o ovo ou a galinha? Os grupos ou a política<br />

cultural específica para o teatro? Com certeza foram os grupos, já que tal<br />

política nunca existiu. ( Ótimas iniciativas isoladas resultam em geral mais<br />

isoladas que ótimas, por melhor que sejam.)<br />

Depois do golpe <strong>de</strong>ntro do golpe, em 68, os grupos <strong>de</strong>sapareceram. Ou<br />

per<strong>de</strong>ram sua hegemonia — ainda que tenham mantido sua excelência como<br />

forma <strong>de</strong> organização capaz <strong>de</strong> gerar resultados artísticos a longo prazo.<br />

Hoje, com a radicalização da distância entre o suposto mercado e a Arte<br />

propriamente dita, os grupos parecem voltar ao centro da discussão da<br />

viabilida<strong>de</strong> econômica da produção teatral. Além <strong>de</strong> serem a única aposta<br />

segura do ponto <strong>de</strong> vista da continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto estético, eles são<br />

hoje a única forma <strong>de</strong> viabilizar espetáculos que não sejam apenas<br />

comerciais — ou apenas eventuais.<br />

Mas é limitada a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> pais e publicitários —<br />

as verda<strong>de</strong>iras fontes <strong>de</strong> renda do artista <strong>de</strong> teatro no Brasil. Só se acumula<br />

capital, se ele for exce<strong>de</strong>nte. Não há lugar para a transcendência, quando é<br />

preciso lutar pela sobrevivência. (Nenhuma <strong>de</strong>ssas frases é minha. Mas não<br />

há espaço para citar os autores. Reclamações com a SBAT.)<br />

Ou os grupos se profissionalizam ou ten<strong>de</strong>m a se extinguir. Sim, vários<br />

já estão profissionalizados. Mas nenhum tem condições estáveis <strong>de</strong><br />

produção. Nenhum garante a subsistência permanente <strong>de</strong> seus artistas.<br />

Nenhum consegue se planejar com mais <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> antecedência.( O<br />

projeto <strong>de</strong> Antunes Filho no Sesc, padrão <strong>de</strong> excelência sobre qualquer outro<br />

aspecto, tem no entanto essa <strong>de</strong>ficiência. Apenas Antunes, entre os artistas,<br />

tem sua subsistência garantida.).<br />

Mas que fique claro. Dinheiro é apenas um dos lados<br />

da questão. O que mais falta é vonta<strong>de</strong> política. Obras<br />

e discursos garantem votos. Mas estão acabando com<br />

o pouco que resta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ponta.<br />

Qualquer política para a área <strong>de</strong>ve ser transparente,<br />

permanente e ter objetivos muito claros. Não adianta<br />

vestir um santo para <strong>de</strong>svestir outro; misturar educação,<br />

cultura e pequenas empresas, por exemplo. Sim, uma<br />

sinergia é possível, mas para tanto é necessário que cada<br />

elemento mantenha sua especificida<strong>de</strong>.<br />

Não adianta fazer um edital a cada três anos. Não<br />

adianta financiar espetáculos, sem articular sua<br />

circulação - pelo interior, pelo exterior e pela<br />

própria cida<strong>de</strong>! Não adianta <strong>de</strong>squalificar os adversários<br />

políticos — os problemas não <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> existir<br />

mesmo se todos nós nos calássemos.<br />

Os grupos voltaram a produzir o teatro mais<br />

importante e interessante do Brasil. Falta voltarem a<br />

ocupar seu lugar político e econômico. Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das<br />

atuais gestões nos três âmbitos — Municipal, Estadual<br />

e Fe<strong>de</strong>ral — vai ficar pro próximo século. Se não chover.


PERFIL DE PATROCINADOR<br />

A P a rterla da<br />

Coc -Cela<br />

Com o <strong>Teatro</strong><br />

Por Cristiane Zonzini<br />

Um bom exemplo <strong>de</strong> ação cultural é<br />

praticado pela Coca-Cola e Panamco Brasil no<br />

Caixa <strong>de</strong> Imagens: patrocínio e confiança. patrocínio <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> teatro que atuam na área<br />

infanto-juvenil. Criado há 11 anos no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e efetivo em São Paulo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 96, o projeto beneficia total ou parcialmente as<br />

companhias na montagem e viabilização <strong>de</strong> espetáculos inéditos. Neste período,<br />

premiou os melhores profissionais e produções.<br />

Para 99, a Coca-Cola reformulou o patrocínio, criando uma comissão para a análise<br />

dos projetos e um regulamento a fim <strong>de</strong> que os critérios sejam mais claros e transparentes<br />

aos concorrentes e futuros vencedores.<br />

O investimento <strong>de</strong>ste ano, em São Paulo, será <strong>de</strong> R$ 700 mil, igual ao <strong>de</strong> 98. A cota<br />

♦ para o patrocínio será <strong>de</strong> R$ 200 mil e viabilizará a montagem <strong>de</strong> 4 a 6 espetáculos que<br />

tenham como principais características um caráter inovador, que estimule o interesse<br />

♦ <strong>de</strong> crianças e adolescentes, uma base educativa e criativa, além <strong>de</strong> clareza na proposta<br />

<strong>de</strong> encenação e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma estética teatral <strong>de</strong>stinada ao público jovem.<br />

♦ Segundo Valéria Café, gerente <strong>de</strong> relações externas da Panamco Brasil, “o objetivo<br />

<strong>de</strong>ste projeto é valorizar o profissional que <strong>de</strong>senvolve um trabalho <strong>de</strong> estímulo e<br />

educação à criança e ao jovem brasileiro.”<br />

Para Mõnica Simões, do grupo Caixa <strong>de</strong> Imagens , “ com o patrocínio o Grupo<br />

(I passou a ter mais confiança na realização do espetáculo.” Henrique Sitchin, da Cia.<br />

Truks, outro Grupo patrocinado que já foi patrocinado, propõe que “a Coca e outras<br />

empresas subsidiem os grupos, garantindo a bilheteria, para que o público tivesse a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistir a alguns espetáculos <strong>de</strong> graça.”<br />

Para respon<strong>de</strong>r à questão da escolha específica pela segmentação infanto-juvenil,<br />

Valéria Café complementa: “investir nas artes cênicas para a infância e a adolescência<br />

é fundamental para aprimorar o horizonte <strong>de</strong>ste público através do mundo imaginário<br />

que o teatro representa.” Com esta iniciativa, o <strong>Teatro</strong> para crianças torna-se cada vez<br />

mais forte, criando entre os profissionais, aqueles que são especializados no trabalho<br />

com o público jovem, sem o preconceito e o <strong>de</strong>smerecimento <strong>de</strong> quem realiza teatro<br />

para adultos.<br />

Além do patrocínio e do “Prêmio Coca-Cola no <strong>Teatro</strong>”, existe<br />

ainda um concurso para <strong>de</strong>finir o troféu do prêmio e a proposta <strong>de</strong><br />

uma mostra <strong>de</strong> teatro infanto-juvenil que será realizada no interior e<br />

litoral paulista, em parceria com o Sesi. O prazo para a entrega <strong>de</strong><br />

projetos para patrocínio, <strong>de</strong>ste ano, encerrou dia 26 <strong>de</strong> Abril.<br />

Para concorrer ao “Prêmio Coca-Cola no <strong>Teatro</strong>”, as companhias<br />

<strong>de</strong>vem cumprir temporada <strong>de</strong>, no mínimo, dois meses na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo, entre 01 <strong>de</strong> janeiro e 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Os jurados do<br />

prêmio <strong>de</strong>verão assistir a todos os espetáculos.<br />

Maiores informações:<br />

Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Arte e Cultura.Tel.: (011) 3873 8781 Cia. Truks: sugestões.<br />

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A VEJINHA E O 1EATMNHO<br />

por Beto Andretta<br />

Quando uma revista do porte da Veja São Paulo<br />

<strong>de</strong>dica sua capa, e uma gran<strong>de</strong> matéria, ao teatro<br />

infantil, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> concluir que nossa<br />

ativida<strong>de</strong> está mais viva do que nunca. O melhor<br />

ainda é quando vários dos grupos citados no texto<br />

são artistas cooperativados.<br />

Sabemos que a presença na mídia é vital para<br />

que o <strong>Teatro</strong> Infantil ganhe visibilida<strong>de</strong> e seja<br />

valorizado por parte do público, do Estado, das<br />

escolas e pelos próprios artistas. Além disso, faz<br />

um bem enorme para o nosso ego <strong>de</strong><br />

realizadores! /<br />

A matéria da Veja São Paulo faz uma<br />

análise positiva e realista da cena paulista e.<br />

<strong>de</strong> uma maneira geral, me agrada. Concordo Domingos Montagner e Beto Andretta<br />

com a maioria <strong>de</strong> seus critérios <strong>de</strong> análise do Pia Fraus em o Vaqueiro e o Bicho Froxo.<br />

mas, com um olhar mais crítico, po<strong>de</strong>mos<br />

ver, em <strong>de</strong>terminados momentos, alguns <strong>de</strong>slizes do texto.<br />

O primeiro <strong>de</strong>les é o título da matéria: “O Que Há <strong>de</strong> Bom no Teatrinho”. A idéia<br />

não po<strong>de</strong>ria ter sido mais imprópria, reforçando um hábito irritante <strong>de</strong> utilizar o<br />

diminutivo em assuntos relativos à infância. Ainda sobre os títulos, entre aqueles que<br />

compõem o “Quadro Geral <strong>de</strong> Espetáculos” encontramos outras escolhas infelizes,<br />

como: “Babá por uma Hora” e “Romancinho Açucarado”.<br />

Com relação ao conteúdo, ao comentar o espetáculo “No Reino das Águas Claras”,<br />

a matéria erra ao afirmar: “é raro que peças infantis tenham cenas do imaginário<br />

brasileiro”, pois isso não é verda<strong>de</strong>iro. E fácil listar uma série <strong>de</strong> espetáculos que<br />

trabalham com esse tipo <strong>de</strong> recurso.<br />

Para concluir, uma crítica à lista dos melhores espetáculos em cartaz, composta<br />

basicamente por espetáculos <strong>de</strong> maior orçamento e produções, a meu ver, é um método<br />

<strong>de</strong> análise nem sempre correto.<br />

De uma maneira geral, são pequenos <strong>de</strong>slizes <strong>de</strong> uma boa matéria. Parabéns a todos<br />

os artistas que fazem do <strong>Teatro</strong> Infantil paulista uma arte viva e atuante.<br />

TEATROPRALt<br />

PRODUÇÃO FACILITADA<br />

Recentemente lançado pela NPA Editora em conjunto com o SESC São Paulo, o Guia Brasileiro <strong>de</strong> Produção<br />

Cultural traz diversas informações sobre Música, <strong>Teatro</strong> e Eventos. Além <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços importantes para quem faz<br />

produção Teatral, como <strong>de</strong> locais aluguel <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> som e luz em várias cida<strong>de</strong>s brasileiras, o Guia fornece<br />

também orientação sobre o uso da leis <strong>de</strong> incentivo e en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> Festivais Internacionais <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>.<br />

Guia <strong>de</strong> Produção Cultural - R$ 20,00 - NPA Editora/SESC São Paulo<br />

Tel/Fax: (011) 3871 0413 - Internet: www.dialdata.com.br/nataleguia<br />

BRINCADEIRAS QUE VIRAM TEATRO<br />

Um dos livros mais utilizados por arte-educadores a partir da década <strong>de</strong> 70, acaba <strong>de</strong> ser relançado. “Improvisação<br />

Para o <strong>Teatro</strong>” não se limita a proposta do <strong>Teatro</strong> como jogo apenas para adolescentes, objetivo principal da autora<br />

Viola Spolin. Com uma linguagem direta e clara, propõe exercícios e métodos <strong>de</strong> discussão sobre as funções dos<br />

vários elementos abstratos do <strong>Teatro</strong>, como ação, ativida<strong>de</strong> em cena, personagem e o foco da ação.<br />

Improvisação Para o <strong>Teatro</strong> — R$ 31,00 - Editora Perspectiva — Tel.: (011) 885 8388


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VITÓRIA MA QUESTÃO DO INSS<br />

O Juiz Fe<strong>de</strong>ral Carlos André <strong>de</strong> Castro Guerra conce<strong>de</strong>u<br />

a <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> uma liminar suspen<strong>de</strong>ndo<br />

a retenção e o recolhimento do INSS por qualquer contratante<br />

<strong>de</strong> serviços dos associados. Devido a cobrança do INSS por<br />

parte <strong>de</strong> alguns contratantes, a <strong>Cooperativa</strong>, através do<br />

advogado Dr. Megumu Kameda, fez o pedido da medida<br />

cautelar, que foi <strong>de</strong>ferida.<br />

Entre as comissões que a nova diretoria propõe, uma é <strong>de</strong><br />

ação política. A idéia é sensibilizar <strong>de</strong>putados e senadores a<br />

encamparem a luta <strong>de</strong> uma legislação específica para<br />

cooperativas <strong>de</strong> artistas. São constantes as confusões causadas<br />

e os problemas gerados pela falta <strong>de</strong> entendimento das<br />

necessida<strong>de</strong>s reais na viabilização do trabalho em <strong>Teatro</strong>.<br />

Enquanto isso, para garantir que o INSS não seja cobrado,<br />

a <strong>Cooperativa</strong> substituiu a Nota fiscal por Fatura Duplicata,<br />

que garante ao associado o recebimento dos serviços prestados.<br />

ASSESSORIA CONTÁBIL<br />

A empresa O n T im e é a nova<br />

assessoria contábil da <strong>Cooperativa</strong>.<br />

A O n T im e está realizando uma<br />

auditoria fiscal, contábil e<br />

administrativa facilitando o<br />

procedimento <strong>de</strong> trabalho dos<br />

núcleos da <strong>Cooperativa</strong> e<br />

diminuindo custos.<br />

CONTRIBUIÇÃO<br />

SINDICAL<br />

De acordo com a resolução<br />

sindical n° 008/98 do Sated-SP, os<br />

Grupos com contrato padronizado<br />

<strong>de</strong> participação mútua, recolherão<br />

com base em 3 salários mínimos. Os<br />

Grupos da <strong>Cooperativa</strong> ficam,<br />

então, <strong>de</strong>sobrigados <strong>de</strong> cumprir a<br />

tabela <strong>de</strong> piso, aprovado nos acordos<br />

salariais e dissídios coletivos.<br />

CAETANO DE CAMPOS<br />

A Secretaria <strong>de</strong> Estado da<br />

Cultura renovou o contrato com a<br />

<strong>Cooperativa</strong> ce<strong>de</strong>ndo o <strong>Teatro</strong><br />

Caetano <strong>de</strong> Campos até o final <strong>de</strong><br />

99. A exemplo da Oficinaria, série<br />

<strong>de</strong> oficinas integradas realizada no<br />

<strong>Teatro</strong>, a <strong>Cooperativa</strong> quer realizar<br />

outras ativida<strong>de</strong>s. O objetivo é<br />

tornar o Caetano <strong>de</strong> Campos, além<br />

<strong>de</strong> local para apresentação <strong>de</strong><br />

espetáculos, em um lugar<br />

permanente para oficinas, w orkshops<br />

e <strong>de</strong>bates.<br />

SEU GJIUPO<br />

NA IN TERN ET<br />

Está sendo construído um Web<br />

S ite da <strong>Cooperativa</strong> que contará<br />

com informações sobre nossas<br />

ativida<strong>de</strong>s. Será montada também<br />

uma página para cada Grupo<br />

interessado. Precisamos urgente <strong>de</strong><br />

material <strong>de</strong> cada Grupo contendo:<br />

tempo <strong>de</strong> existência, componentes,<br />

repertório, linguagem do grupo e<br />

duas fotos.<br />

Procurar Flávio Faustinoni da<br />

Cia. do Sol - Tel/Fax: 448 7372<br />

YO SHI O IDA<br />

N O BRASIL<br />

A <strong>Cooperativa</strong> traz, pela<br />

primeira vez ao Brasil, o ator japonês<br />

Yoshi Oida, que durante sua carreira<br />

foi o primeiro ator da companhia <strong>de</strong><br />

Peter Brook. Yoshi participou dos<br />

filmes <strong>de</strong> Brook “Livro <strong>de</strong> Cabeceira”<br />

e “Mahabarata”, entre outros. Aqui<br />

em São Paulo, o ator lançará um livro<br />

contando sua trajetória e apresentará<br />

o espetáculo “Interrogações”, além<br />

<strong>de</strong> ministrar duas oficinas. Tudo<br />

promovido pela <strong>Cooperativa</strong> em<br />

conjunto com o Sesc. Na <strong>Camarim</strong><br />

<strong>de</strong> Junho, matéria especial sobre a<br />

vinda <strong>de</strong> Yoshi.<br />

Espetáculo e oficinas<br />

Sesc Pompéia - 17 a 26 <strong>de</strong> Junho.<br />

NOTÍCIAS<br />

ALTERADO M ÍN IM O DOS<br />

TEATROS DA PREFEITURA<br />

Diversas produções e as<br />

próprias administrações dos <strong>Teatro</strong>s<br />

da Prefeitura foram surpreendidos<br />

com um <strong>de</strong>creto do Prefeito Celso<br />

Pitta, publicado no Diário Oficial,<br />

no penúltimo dia do ano,<br />

estabelecendo a cobrança <strong>de</strong> valor<br />

mínimo <strong>de</strong> ocupação para as salas <strong>de</strong><br />

espetáculo públicas municipais.<br />

Algumas soluções temporárias<br />

foram encontradas até que todos<br />

pu<strong>de</strong>ssem compreen<strong>de</strong>r os motivos<br />

e o funcionamento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>creto<br />

que inviabilizava as produções.<br />

Uma das primeiras ações da<br />

nova diretoria da <strong>Cooperativa</strong> foi<br />

levar a insatisfação <strong>de</strong> nossos<br />

profissionais com o <strong>de</strong>creto, e com<br />

o acordo, à reunião do Conselho<br />

Municipal <strong>de</strong> Cultura. Após<br />

reuniões entre a <strong>Cooperativa</strong> e o<br />

Departamento Jurídico da Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Cultura, ficou<br />

estabelecido que, em referência ao<br />

Decreto n° 37.778, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1998, no caso dos<br />

grupos que ocupam os teatros<br />

públicos, através <strong>de</strong> Edital, não será<br />

cobrada essa taxa, que se <strong>de</strong>signa às<br />

empresas privadas ou outras<br />

entida<strong>de</strong>s que solicitam os teatros<br />

para eventos isolados.<br />

ESPAÇO DO CIRCO<br />

A Central <strong>de</strong> Circo, on<strong>de</strong><br />

funcionava o galpão do Acrobático<br />

Fratelli, é hoje mantido por mais <strong>de</strong><br />

vinte cinco artistas, alguns da<br />

<strong>Cooperativa</strong>, integrantes dos<br />

grupos Pia Fraus, Circo Mínimo, La<br />

Mínima, Circodélico, Fratelli e<br />

Linhas Aéreas. Fica na rodovia<br />

Raposo Tavares e é o espaço i<strong>de</strong>al<br />

para quem quer treinar, estudar,<br />

pesquisar ou mesmo se apresentar.<br />

Em breve, cursos estarão nas<br />

ativida<strong>de</strong>s da Central, local que<br />

promete se tornar referência para o<br />

Circo em São Paulo.<br />

Central do Circo<br />

Rua Adib Auada, 41 — Granja Viana<br />

Tel/Fax: (011) 7922 9087


Por Quo é Quo Mão Está Rolando?<br />

por Luiz André Cherubini<br />

Nenhuma análise que se proponha ser objetiva, técnica ou cientifica parece ser muito agradável<br />

a artistas. E <strong>de</strong> mentiras que os sonhos são feitos e talvez as mentiras sejam as verda<strong>de</strong>s mais<br />

profundas. Mas o tempo passa inexorável. Precisamos <strong>de</strong> novas respostas, que sejam tão boas quanto<br />

as anteriores eram até pouco tempo atrás. Mas não há o que temer <strong>de</strong> novas verda<strong>de</strong>s, pois há verda<strong>de</strong>s<br />

suficientes para todos e cada um <strong>de</strong>ve escolher a que melhor lhe agra<strong>de</strong>. Propor uma certa<br />

objetivida<strong>de</strong> bem po<strong>de</strong> parecer um pouco duro. Mas não há o que temer das coisas objetivas, já<br />

que, fervido o leite, o mal que elas po<strong>de</strong>m fazer à Arte é pouco. E há os benefícios que a Ciência<br />

traz, para contrabalançar, especialmente no campo tecnológico. Como se não bastasse, a Ciência,<br />

em última análise, fecha-se em si mesma. Assim sendo, pouco há para se preocupar: se fosse artigo<br />

<strong>de</strong> farmácia, não seria remédio, mas tampouco chegaria a veneno. O fato é que inventou-se a<br />

Semiologia e o <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Bonecos passou a ser um processo <strong>de</strong> comunicação, com direito a emissor,<br />

receptor, código, meio, mensagem e tudo o mais.<br />

Mas e a magia? E a energia? E o piá? E o tchan?<br />

On<strong>de</strong> é que ficam nesta história?<br />

O <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Bonecos - ao contrário do que nós,<br />

bonequeiros, gostamos <strong>de</strong> ouvir - não é melhor do<br />

que nenhum outro processo <strong>de</strong> comunicação. E,<br />

em uma análise semiológica, não chega a haver<br />

diferença entre ler um jornal, ver um ou tdoore. assistir<br />

a um espetáculo <strong>de</strong> fantoches. De modo que, se<br />

enten<strong>de</strong>mos que não há mais do que três<br />

dimensões, mais do que cinco sentidos e que tudo<br />

se dá no tempo e no espaço, fica muito difícil<br />

explicar a magia do <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Bonecos usando um<br />

repertório <strong>de</strong> palavras como o que normalmente _ . _ „ , ,<br />

está ligado a ela. Acreditando que Deus morreu, Sobrevento aPresenta Ca<strong>de</strong> Meu HeroL<br />

como Nietzsche disse há cem anos atrás, sentiríamos o chão <strong>de</strong>smoronar sob os nossos pés. O artista,<br />

porém, não tem que ter os pés no chão. Mas o caso é que Newton também andou dizendo umas<br />

coisinhas acerca da gravida<strong>de</strong>. E Javier Villafarie - que todos nós, bonequeiros latino-americanos,<br />

amamos como bonequeiro, vagabundo e poeta - disse: “para que precisamos voar, se temos pés<br />

para nos levar a qualquer lugar’ . Assim, tentando buscar enten<strong>de</strong>r um pouco esta magia, há quem<br />

se valha da Semiologia. E, para isto, usam-se termos nem melhores nem piores, porém mais concretos.<br />

Não quero dizer que haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a magia. Acredito mesmo que não há<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r coisa alguma. O fato <strong>de</strong> escrever um texto é que obriga a dizer algo. Mas<br />

é preciso ensaiar, corrigir tempos e ritmos, “limpar” cenas: é preciso consertar e refazer. E é difícil<br />

controlar algo sem conhecê-lo, ajeitar sem repetir, estrear sem ensaiar. Ensaios, ajustes, repetições<br />

só acontecem em três dimensões, através dos cinco sentidos, no tempo e no espaço. A magia existe,<br />

sim, mas somente se houver uma quarta dimensão, um sexto sentido, um terceiro conhecimento a<br />

priori e se Deus não estiver morto. Ou existirá mais junto ao receptor que ao emissor <strong>de</strong> uma<br />

mensagem, como mais uma das informações agregadas ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>codifícação.<br />

Enquanto isto, a mocinha da Vila Madalena, fiel à tradição, tirou a máscara da mão do amigo.<br />

Recriminou-o: “com uma máscara não se brinca”. “E não se po<strong>de</strong> colocar uma máscara no rosto<br />

como você está fazendo”. E, lembrando da tradição do <strong>Teatro</strong> Nô, na Sala dos Espelhos, antes <strong>de</strong><br />

entrar no palco, disse que o amigo não <strong>de</strong>veria vestir a máscara, mas “entrar na máscara”, “colocar-<br />

se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la”. Permitiu que o amigo ficasse no camarim, antes que ela entrasse no palco, limitando-<br />

se a pedir que ele guardasse silêncio absoluto. A menina fez silêncio, concentrou-se, “entrou na<br />

máscara” e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma hora, ouviu o terceiro sinal e subiu ao palco. O espetáculo era chatíssimo,<br />

a menina era chatíssima. Naquela noite não “rolou”.<br />

Talvez o incenso do camarim não tivesse sido suficiente.<br />

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O PUBLICO<br />

DE TEATRO<br />

E/TÁ AQUI.<br />

ANUNCIE.<br />

>4 <strong>Camarim</strong> é uma revista <strong>de</strong>stinada a atores,<br />

diretores e produtores <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>.<br />

Além disto, é distribuída gratuitamente<br />

para jornalistas, entida<strong>de</strong>s e orgãos públicos<br />

voltados à Cultura.<br />

É um veículo expressivo e direcionado.<br />

Anunciando na <strong>Camarim</strong> sua empresa estará vinculando<br />

sua marca ao que se produz<br />

<strong>de</strong> mais importante no <strong>Teatro</strong> em São Paulo.<br />

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Meia Página - COR R$ 350,00 - P/B R$ 250,00<br />

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G r u p o s Q ue F azem<br />

O T eatro A c o n t e c e r<br />

A J aca E s t<br />

A Palavra e o G esto<br />

A bacirco<br />

A crobático F ra telli<br />

A gora d e A to res<br />

A lém T empo<br />

 nima<br />

A rarama<br />

A rle q u in s <strong>de</strong> T e a tro<br />

A rt h u r A rn a ld o<br />

As G raça s<br />

As Madamas<br />

As Meninas d o C o n to<br />

A s fa lto Selvagem<br />

A tu ra rte<br />

A ves T e a tro<br />

Baba Chumbo<br />

B aleia A z u l<br />

Barata A lb in a<br />

B a rraçã o T e a tro<br />

B en ditos M a ld itos<br />

B o n ecos U rbanos<br />

B o to V erm elh o<br />

B u rla n tim<br />

C a n tos e A to s<br />

Casa d o S o l<br />

C a sca <strong>de</strong> A rro z<br />

C em itério <strong>de</strong> A utom óveis<br />

Cenas e L e tra s<br />

N ú c le o C ê n ico P a u lista<br />

C ia do F e ijã o<br />

C h iq u ititas<br />

C irandar<br />

C irco B ranco<br />

C ir co e C ia<br />

C ir co G ra fitte<br />

C ir co N avegador<br />

C írculo d e C o m ediantes<br />

C lip s e C lops<br />

C oan e C ia .<br />

C onfraria T eatral N ih il<br />

C ontando F lo res<br />

C oroposta<br />

D elir iu m T rem ens<br />

D eu sd em o<br />

T eatro D iadokai<br />

D ragão 7<br />

D u o C lown<br />

D uo Marc e F erran<br />

E n teu d e T eatro<br />

E sco la L ivre<br />

G rupo E strang eiro<br />

E ureka<br />

E xpresso A r t<br />

F ábrica C ên ica<br />

F ábrica C ia . T eatro<br />

F arândola T roupe<br />

F ilh o s d e P róspero<br />

F olias D ram áticas<br />

F orça T arefa<br />

F ulanos d e T a is<br />

F urunfunfum<br />

G erator<br />

G ira C ia . T eatral<br />

G iraso nho s<br />

G randiosa C ia .<br />

G rupo T em po<br />

In sig h ts<br />

K apaficu s<br />

K yo<br />

L a d rõe s <strong>de</strong> M e tá fora<br />

Cia. d o La tão<br />

L e tra s em Cena<br />

L iv re <strong>de</strong> T e a tro<br />

C ia d o s L o b o s<br />

L u a rn o a r<br />

L ú d ica <strong>de</strong> T e a tro<br />

L u z da R ibalta<br />

Mama’e<br />

M angará<br />

M egamini<br />

M etam orfaces<br />

Cia. B ra s ile ira <strong>de</strong><br />

M is té rio s e N ovida<strong>de</strong>s<br />

N a Companhia d o S o l<br />

N au <strong>de</strong> Íc a ro s<br />

N ú c le o d o C a s te lo<br />

O m strab<br />

Os C h a rle s<br />

Os E x tra d iv á rio s<br />

N ú c le o <strong>de</strong> P esquisa<br />

L a tin o A m ericana<br />

P a rla p a tõ es,<br />

P atifes & P aspalhões<br />

P asárg ad a<br />

P aulista d e A r te<br />

P aulista d e P antomima<br />

P erso n a<br />

P ia F raus T eatro<br />

P/c e N ic<br />

P imentas A tônitos<br />

P ompa C ô m ica<br />

G rupo P utas<br />

R aso da C atarina<br />

R a y L uar<br />

R ein o das<br />

Á guas C laras<br />

R enata J esio n<br />

S ão G en ésio<br />

S o breven to<br />

S tudio A r te V iva<br />

S tu ltíferas N aves<br />

T eatro d e P apel<br />

T eatro dos Q uinto<br />

T eatro Íntim o<br />

T eatro S em N ome<br />

T eatro ao strago s<br />

T erra B rasileira<br />

T ragédia P ouca<br />

é B o cag e<br />

T reco s e C aca reco s<br />

T riptal D ec isu s<br />

T rupe T ruz<br />

T rupe V erm elh a<br />

Va r ie t é E te c et er a<br />

Vila S ésam o<br />

Viram undo.<br />

Z ir k u s

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