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Programação sujeita a mudanças.<br />
programação<br />
programação<br />
2<br />
ABRIL ABRIL / / 2008<br />
2008<br />
Dia Dia<br />
Via Via Via / / / LL<br />
Local LL<br />
ocal Graduação Graduação<br />
Guia<br />
Guia<br />
5 Como Nasc<strong>em</strong> os Anjos / Escalada 3º IV Sblen<br />
Contra-forte do Corcovado<br />
26 Dedo de Nossa Senhora / Caminhada s<strong>em</strong>i-pesada Boris<br />
PARNASO com escalada artificial<br />
27 Abertura de T<strong>em</strong>porada de - -<br />
Montanhismo - ATM 2008 / Urca<br />
Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.<br />
Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue <strong>para</strong> o clube quinta-feira à noite: Tel.: 3285-8653<br />
Curso Curso Básico Básico de de de Montanhismo Montanhismo Montanhismo - - - CBM CBM I I - - 2008<br />
2008<br />
Data Data<br />
Aula Aula Aula<br />
T TTipo<br />
T ipo<br />
02/04 Ética e Mínimo Impacto teórica<br />
05/04 Campo Escola Urca prática<br />
06/04 Campo Escola Guaratiba prática<br />
07/04 Caminhada, acampamento, bivaque teórica<br />
09/04 Prevenção de acidentes/lesões teórica<br />
12/04 Coloridos - Escalada I prática<br />
13/04 Caminhada Passag<strong>em</strong> da Neblina ou Escalavrado prática<br />
14/04 Orientação e Mapas teórica<br />
16/04 Animais peçonhentos teórica<br />
19-20/04 Caminhada de dois dias com acampamento prática<br />
26/04 Agulhinha da Gávea - Escalada II prática<br />
E E tenta...<br />
tenta...<br />
Con<strong>ver</strong>sa durante a escalada no lance do Careca (Via Vento Solar – Pedra Riscada – Lumiar)<br />
Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Eliel, coloca o pé direito à frente, segura<br />
<strong>em</strong>baixo desta laca <strong>em</strong> oposição, junta<br />
o pé esquerdo <strong>em</strong> aderência e já dá a passada<br />
<strong>para</strong> direita neste platô.<br />
Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: O Rapa, tá querendo me ensinar o<br />
quê? Sou conquistador desta via... Eu conquistei...<br />
.... e tenta ... e tenta ...<br />
Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Eliel é isso mesmo, coloca o pé <strong>em</strong><br />
aderência, confia no pé.<br />
Eliel: Porra, Ivan, eu conquistei esta via. Tá<br />
maluco, quer me ensinar. Já passei por <strong>aqui</strong>...<br />
... e tenta ... e tenta...<br />
Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Ivan, onde é que põe o pé mesmo?<br />
Associados, Associados, não não deix<strong>em</strong> deix<strong>em</strong> de de acertar acertar acertar suas suas mensalidades mensalidades no no clube. clube.<br />
clube.<br />
ani<strong>ver</strong>sariantes ani<strong>ver</strong>sariantes do do mês<br />
mês<br />
1 Francisco Carlos P. Guedes<br />
2 Delfim Milagres da Silva<br />
3 Neyde de Carvalho Ramos<br />
3 Jacques Card<strong>em</strong>an<br />
3 Lúcia Maria A. Duarte<br />
3 Bernardo Machado Sacic<br />
5 Fernando Loureiro Junior<br />
6 José Augusto dos Santos Mattos<br />
6 José Carlos Loureiro Nacif<br />
6 Eduardo Toledo de Faria<br />
6 Dóris Goett<strong>em</strong>s<br />
6 Márcia de O. Cavalcanti<br />
7 José Jesuino Maciel Neto<br />
7 Maurício Roma Cavalcanti<br />
8 Ângela Pedreira de Moraes<br />
8 Antonio Carlos M. Lobo<br />
9 Dario de O. C. dos Santos<br />
11 Cláudia Bacelar<br />
13 Sérgio Mendes Costa<br />
13 Elena Maria Alvim<br />
13 Edelweiss Germer<br />
13 Lilian Soares Cruz<br />
13 Anderson Barata Custódio<br />
14 Antônio C. P. de Almeida<br />
16 Liana Wernersbach Pinto<br />
16 Paulo M. T. de Oliveira<br />
17 Valéria de Barros Perales<br />
17 Vânia de Barros Perales<br />
17 Fredrik Normann Hansen<br />
18 Paulo Roberto de Carvalho<br />
18 Rosane de Almeida<br />
19 Amilcar S. A. Guimarães<br />
20 Marco Aurélio P. da Silva<br />
20 Claudio Neumann Noceti<br />
20 Eliete Marostica<br />
20 Atlas Vasconcelos C. Neto<br />
21 Felinto G. Reis de Araújo<br />
21 Antonio Edmar Magnado<br />
21 Jorge M. F. de Carvalho<br />
21 Alexandre A. Magalhães<br />
22 Ana Maria de F. França<br />
22 Alzira D. Kuster Maia<br />
23 Betina Knoth<br />
24 Cibele Maria de M. Gomes<br />
24 Anne Mendes Pereira<br />
24 Carlos A. G. de Araújo<br />
24 Cezar Cornelsen<br />
24 Kyvya Teles Revoredo<br />
25 Cláudio Santiago Vaitsman<br />
26 Isabel Cristina B. Pereira<br />
26 Edson de Oliveira Deveza<br />
26 Kleber Ramon Ramos<br />
27 Carlos José L. de Souza<br />
29 Roberto Macoto Ichinose<br />
29 Dailton Mafra de Andrade<br />
Expediente<br />
Presidente residente<br />
Vice Vice P PPresidente<br />
P residente<br />
Tesoureiro esoureiro<br />
Secretária Secretária Geral<br />
Geral<br />
Diretor Diretor Técnico<br />
Técnico<br />
Diretor Diretor Social<br />
Social<br />
Dir Dir. Dir . Meio Meio Ambiente<br />
Ambiente<br />
Diretor Diretor Diretor Divulgação<br />
Divulgação<br />
Rodolfo Campos<br />
Roberto Schmidt<br />
Raphael Gouy<br />
Paula Gabi<br />
Boris Flegr<br />
Ivan Azevedo<br />
Francisco Saraiva<br />
Carla Vieira<br />
Colaboraram Colaboraram Colaboraram nesta nesta edição: edição:<br />
edição:<br />
TTTTTextos: extos: extos: extos: extos: Carla Vieira, João Mollica,<br />
Luiz Alberto e Rodolfo Campos<br />
FFFFFotos: otos: otos: otos: otos: Ivan Azevedo e Suelly Ribeiro<br />
Edição Edição Edição Edição Edição e e e e e Diagramação:<br />
Diagramação:<br />
Diagramação:<br />
Diagramação:<br />
Diagramação:<br />
Carla Vieira<br />
Reuniões euniões Sociais Sociais do do CEG<br />
CEG<br />
Todas as quintas-feiras, a partir das 19h.<br />
Caso queira contribuir com esse boletim,<br />
envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões<br />
<strong>para</strong> RRRRRua ua ua ua ua WW<br />
Washington WW<br />
ashington ashington ashington ashington LL<br />
Luiz, LL<br />
uiz, uiz, uiz, uiz, 9 9 9 9 9 - - - - - cobertura cobertura cobertura cobertura cobertura --<br />
--<br />
-<br />
Rio Rio Rio Rio Rio de de de de de Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro - - - - - RJ RJ RJ RJ RJ - - - - - Cep Cep Cep Cep Cep 20230-020<br />
20230-020 20230-020 20230-020<br />
20230-020 ou<br />
por e-mail: guanabara@guanabara.org<br />
guanabara@guanabara.org<br />
guanabara@guanabara.org.br<br />
guanabara@guanabara.org<br />
guanabara@guanabara.org.br<br />
.br .br .br<br />
Tel.: el.: 3285-8653<br />
3285-8653<br />
3285-8653<br />
As matérias <strong>aqui</strong> publicadas não representam<br />
necessariamente a posição oficial do <strong>Centro</strong><br />
<strong>Excursionista</strong> Guanabara. Ressaltamos<br />
que o boletim é um espaço aberto àqueles<br />
que queiram contribuir.<br />
Tabela abela de de P PPreços<br />
P reços<br />
Mensalidade*:<br />
Mensalidade - casal*:<br />
Matrícula ou Descongelamento:<br />
Curso Básico de Montanhismo:<br />
Curso Avançado de Escalada:<br />
R$ 17,00<br />
R$ 27,00<br />
R$ 45,00<br />
R$ 390,00<br />
R$ 240,00<br />
*Veja no clube, preços especiais <strong>para</strong> anuidade<br />
abril/2008 www.guanabara.org.br 11
<strong>em</strong> rocha. Na cidade cruzamos com muitos<br />
outros amigos e até churrasco rolou.<br />
Estávamos <strong>em</strong> casa. A Mitre, uma das principais<br />
ruas da cidade, já era nossa velha<br />
conhecida. Acho que caminhamos mais<br />
por suas calçadas que <strong>em</strong> todo o resto da<br />
viag<strong>em</strong>.<br />
Quando o t<strong>em</strong>po melhorou, partimos<br />
<strong>para</strong> o refúgio Frey. Naquele dia estava<br />
b<strong>em</strong> frio mas nos mantínhamos relativamente<br />
aquecidos por conta do esforço físico<br />
de carregar mochilas com cerca de<br />
30 quilos, por uma trilha relativamente íngr<strong>em</strong>e<br />
de 11 quilômetros. Minhas costas<br />
ainda não se recuperaram totalmente.<br />
Se <strong>em</strong> Bariloche já nos sentíamos <strong>em</strong><br />
casa, no Frey estávamos no quintal. Mais<br />
brasileiros que argentinos. Destes, muitos<br />
conhecidos e amigos do Brasil. O visual<br />
também era deslumbrante. Era impressionante<br />
abrir a barraca toda manhã<br />
e de<strong>para</strong>r com aquele vale com centenas<br />
de agulhas de pedras, salpicadas de neve,<br />
e com o imenso lago no meio, fruto da<br />
água de degelo.<br />
Em relação às escaladas, o t<strong>em</strong>po não<br />
colaborou muito. Chovia quase todo dia e<br />
o máximo que fazíamos eram vias curtas de<br />
duas ou três enfiadas. O plano de escalarmos<br />
a Agulha Principal, ficava cada vez mais<br />
complicado. O pessoal foi ficando cada vez<br />
mais desanimado. A Michele resolveu ir <strong>em</strong>bora<br />
antes da hora e o Wal, um dos mais<br />
alegres durante toda a viag<strong>em</strong>, foi ficando<br />
cada vez mais borocoxô. Adiamos duas vezes<br />
a investida <strong>para</strong> a Agulha Principal. No<br />
terceiro dia de espera, o céu amanheceu<br />
nublado e com cara de chuva mas resolv<strong>em</strong>os<br />
encarar mesmo assim.<br />
Os cinco condores se agru<strong>para</strong>m e<br />
partiram <strong>em</strong> direção à montanha. Foram<br />
cerca de três horas de caminhada que<br />
exigiram boa dose de orientação e cuidado<br />
com os blocos de pedra que se desprendiam<br />
do caminho. Na base nos arrumamos<br />
rapidamente e começamos a<br />
escalada sob um forte vento que parecia<br />
que nos carregaria a qualquer instante.<br />
10<br />
O Sblen chegou a ser arr<strong>em</strong>essado pelo<br />
vento contra a parede e machucou o joelho.<br />
Para piorar, ainda tiv<strong>em</strong>os dificuldade<br />
de achar o traçado da via e perd<strong>em</strong>os<br />
muito t<strong>em</strong>po procurando. A comunicação<br />
também era muito complicada pois o vento<br />
fazia com que não ouvíss<strong>em</strong>os uns aos<br />
outros. Abortar a escalada chegou a ser<br />
cogitado mas o Wal, apesar do vento, do<br />
frio, da desorientação, da falta de comunicação<br />
e do teto de nuvens, tinha recuperado<br />
toda a sua alegria e estava determinado<br />
a atingir o cume.<br />
Os Condores, que ti<strong>ver</strong>am sua orig<strong>em</strong><br />
forjada nas frias, belas e misteriosas<br />
montanhas patagônicas, não recuaram<br />
frente aos perigos e todos alcançaram<br />
o cume que, claro, só cabiam duas<br />
pessoas de cada vez. E foi nesse momento,<br />
quando estávamos somente eu e o<br />
Wal, que todas essas l<strong>em</strong>branças me vieram<br />
à mente. Isso aconteceu no dia 14<br />
de janeiro, 15 dias depois de termos<br />
deixado o Rio de Janeiro. Parecia, porém,<br />
que quase toda uma vida já tinha<br />
se passado. E agora era a hora de voltar<br />
<strong>para</strong> casa.<br />
RRRRRodolfo odolfo odolfo odolfo odolfo Campos Campos Campos Campos Campos<br />
Trabuco rabuco rabuco<br />
Con<strong>ver</strong>sa na trilha até a base da via Vento<br />
Solar na Pedra Riscada, <strong>em</strong> Lumiar:<br />
Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Pessoal, cuidado com arapucas de<br />
caçadores.<br />
EncicloClesio: Arapuca não, são trabucos<br />
que os caçadores armam na mata.<br />
Ivan van van van: van Clesio, já que você está com o facão,<br />
corta um pedaço de pau e vai com<br />
ele na frente, <strong>para</strong> o caso de encontrar<br />
algum trabuco.<br />
EncicloClesio:<br />
EncicloClesio<br />
EncicloClesio<br />
EncicloClesio<br />
EncicloClesio : Ainda b<strong>em</strong> que não é atrás.<br />
editorial<br />
editorial<br />
Abril Abril é é mês mês mês de de ATM ATM 2008<br />
2008<br />
Se o ano de 2008 já começou com grandes<br />
novidades <strong>para</strong> os escaladores do<br />
Guanabara, imagine depois de decretada,<br />
oficialmente, a abertura da t<strong>em</strong>porada de<br />
montanhismo.<br />
No currículo do CEG já constam, só nos<br />
primeiros meses deste ano, viag<strong>em</strong> à Argentina,<br />
com direito a curso no gelo, caminhadas<br />
e escaladas; perrengue no Dedo de Deus,<br />
que você irá conferir nesta edição do boletim.<br />
Uma bela travessia de três dias pela Trilha<br />
do Ouro, que reuniu cerca de 20 pessoas<br />
na caminhada, e que esperamos ler alguns<br />
relatos na próxima edição.<br />
Se o mês de janeiro impossibilitou grandes<br />
investidas por conta da<br />
chuva, os meses de fe<strong>ver</strong>eiro<br />
e março foram generosos<br />
com nossos<br />
escaladores, proporcionando<br />
belíssimos dias de sol.<br />
Só no dia 8 de março,<br />
quando se com<strong>em</strong>ora o Dia<br />
Internacional da Mulher,<br />
reuniram-se na Urca mais<br />
de 60 escaladoras de todo<br />
o Brasil, num evento com<strong>em</strong>orativo,<br />
chamado Invasão<br />
F<strong>em</strong>inina, que já está se consolidando<br />
no calendário do montanhismo carioca. Ainda<br />
<strong>em</strong> março, uma nova turma deu início aos<br />
conceitos básicos do montanhismo ao ingressar<br />
no CBM I - 2008 (Curso Básico de<br />
Montanhismo), do <strong>Centro</strong> <strong>Excursionista</strong><br />
Guanabara. Sejam b<strong>em</strong>-vindos!<br />
No dia 27 de abril, quando será realizada<br />
a Abertura da T<strong>em</strong>porada de Montanhismo, o<br />
CEG espera você no nosso movimentado<br />
stand. O evento, que conta com a participação<br />
de todos os clubes de montanhismo do<br />
Rio não podia ser realizado <strong>em</strong> lugar melhor:<br />
na Praia Vermelha, na Urca, o playground de<br />
todo escalador. Aos veteranos, não se esqueçam<br />
de que no mesmo dia será realizado o<br />
tradicional almoço dos jurássicos, como diz a<br />
Suelly, no Restaurante do Círculo Militar.<br />
Convidamos a todos os associados a enviar<br />
fotos <strong>para</strong> compor nosso mural que será exposto<br />
no stand (<strong>para</strong> mais informações, procure<br />
o Raphael, no clube) e a participar desse<br />
encontro que é a grande oportunidade <strong>para</strong><br />
conhecer gente nova, re<strong>ver</strong> os amigos e tomar<br />
aquela cervejinha gelada! Neste ano, ha<strong>ver</strong>á<br />
competição de slackline entre os clubes. Cada<br />
clube poderá participar com dois representantes<br />
(um masculino e outro f<strong>em</strong>inino). Outra novidade<br />
será a comercialização<br />
de livros de<br />
montanhismo na barraca<br />
dos clubes e também na<br />
barraca da FEMERJ/<br />
CBME.<br />
Até o fechamento deste<br />
boletim as camisetas<br />
ainda não estavam à venda.<br />
Tão logo seja anunciada<br />
a comercialização,<br />
avisar<strong>em</strong>os na nossa lista.<br />
O valor estipulado é<br />
de R$ 20. Neste ano, a camiseta trará a logo<br />
vencedora do concurso na frente, como de costume,<br />
e atrás, apenas a logomarca da F<strong>em</strong>erj.<br />
O vencedor deste ano foi Alexandre Rebelo,<br />
do Clube <strong>Excursionista</strong> Carioca.<br />
Não deix<strong>em</strong> de levar 1kg de alimento não<br />
perecível. Além de concorrer a sorteio de prêmios<br />
doados por lojas e representantes de produtos<br />
de montanhismo, você estará colaborando<br />
<strong>para</strong> mais um montanhismo solidário!<br />
Particip<strong>em</strong>!<br />
Carla Carla Carla Carla Carla Vieira Vieira Vieira Vieira Vieira<br />
Comunicação<br />
Comunicação<br />
Comunicação<br />
Comunicação<br />
Comunicação<br />
abril/2008 www.guanabara.org.br 3
fique fique por por dentro<br />
dentro<br />
Fique ique atento atento atento ao ao novo novo sist<strong>em</strong>a sist<strong>em</strong>a de de acesso acesso ao ao Corcovado<br />
Corcovado<br />
No dia 27 de março, o Ibama implantou<br />
um novo sist<strong>em</strong>a de acesso ao Corcovado,<br />
que prevê mudanças na <strong>aqui</strong>sição do<br />
bilhete <strong>para</strong> visitação ao Cristo Redentor e<br />
proibições quanto a forma de se chegar ao<br />
monumento. Com isso, os montanhistas que<br />
desejam escalar as vias da região dev<strong>em</strong><br />
ficar atentos.<br />
Com o novo sist<strong>em</strong>a, o acesso à Estrada<br />
do Corcovado e à área do Monumento<br />
será permitido apenas aos veículos de transportes<br />
de visitantes contratados pelo<br />
IBAMA/ ICMBIO, unidade gestora do Parque<br />
Nacional da Tijuca e aos veículos oficiais<br />
ou de serviços necessários <strong>para</strong> abastecer<br />
e atender aos estabelecimentos comerciais,<br />
os cessionários e d<strong>em</strong>ais ocupantes<br />
regulares da área. Desde as 0:00 do<br />
dia 26/03/08, está proibida a circulação<br />
pela Estrada do Corcovado de veículos articulares,<br />
motocicletas, táxis, vans e d<strong>em</strong>ais<br />
veículos de turismo, que de<strong>ver</strong>ão estacionar<br />
nos locais indicados pela administração<br />
do Parque. Segundo a F<strong>em</strong>erj, “não<br />
há cobrança <strong>para</strong> entrar a pé (ou de bike)<br />
até chegar na catraca perto da estátua”,<br />
logo <strong>para</strong> escalar, não será necessário pagar<br />
o valor de R$ 13 cobrados a partir de<br />
então <strong>para</strong> visitar o Cristo.<br />
Para qu<strong>em</strong> for de carro, o acesso à Estrada<br />
das Paineiras - do Portão das Caboclas<br />
até o Hotel das Paineiras - ficará livre<br />
<strong>para</strong> veículos particulares, veículos de turismo,<br />
táxis, motocicletas e microônibus de<br />
até 25 lugares. Os veículos particulares, de<br />
turismo e táxis não terão acesso à Estrada<br />
do Corcovado e de<strong>ver</strong>ão estacionar nos locais<br />
delimitados no estacionamento próximo<br />
ao Hotel das Paineiras e ao longo da<br />
Estrada das Paineiras.<br />
A medida está sendo contestada pela<br />
Prefeitura do Rio que enviou, no dia 26 de<br />
março, uma carta à ministra do Meio Ambiente,<br />
Marina Silva, apresentando possíveis<br />
probl<strong>em</strong>as com a nova medida, tais como:<br />
estacionamento irregular ao longo da estrada<br />
das Paineiras, já que o local reservado<br />
<strong>para</strong> estacionamento só comporta 50 vagas;<br />
com o estacionamento irregular, ha<strong>ver</strong>á<br />
grande número de flanelinhas, caos no<br />
trânsito e afetará o controle urbano; o pagamento<br />
<strong>em</strong> dinheiro, <strong>para</strong> acesso ao monumento,<br />
além de gerar fila, será um convite<br />
<strong>para</strong> assaltos e <strong>para</strong> que se repitam desvios,<br />
como os revelados pela Operação<br />
Iscariotes, que segundo a secretaria de Meio<br />
Ambiente, é uma das causas da nova ação.<br />
No regulamento, que consta no site do<br />
Guanabara (www.guanabara.org.br) há informações<br />
aos montanhistas:<br />
5. É permitido o acesso ao Alto do Corcovado<br />
pela trilha do Parque Lage, ou pelas<br />
d<strong>em</strong>ais trilhas d<strong>em</strong>arcadas da Serra da<br />
Carioca, sendo que os ingressos <strong>para</strong> o Monumento<br />
de<strong>ver</strong>ão ser adquiridos na bilheteria<br />
das Paineiras.<br />
5.1. Os montanhistas de<strong>ver</strong>ão utilizar<br />
tão somente a trilha d<strong>em</strong>arcada e sinalizada,<br />
sendo proibido abrir e usar atalhos;<br />
5.2. Ao término da subida da trilha do<br />
Parque Lage, os montanhistas de<strong>ver</strong>ão seguir<br />
pela Estrada do Corcovado de acordo<br />
com o acesso sinalizado, sendo proibido caminhar<br />
pela linha do tr<strong>em</strong> após esse acesso;<br />
5.3. Para descer até a bilheteria das<br />
Paineiras e adquirir o ingresso, o<br />
montanhista poderá utilizar o serviço de<br />
transporte de visitantes contratado pelo Parque<br />
Nacional da Tijuca/IBAMA/ICMBio;<br />
6. É livre o acesso dos montanhistas que<br />
acessar<strong>em</strong> a área do Monumento utilizando<br />
via de escalada regular do Corcovado.<br />
notícias artigo notícias artigo notícias artigo<br />
artigo<br />
artigo do do passado<br />
passado<br />
A A Volta Volta Para Para Casa<br />
Casa<br />
“Rodolfo, <strong>aqui</strong> começa minha volta<br />
<strong>para</strong> casa”. Foi o que disse Waldecy<br />
Mathias. Naquele instante, o vento gelado<br />
que soprou forte durante as sete horas<br />
da escalada tinha diminuído. Estávamos só<br />
nós dois sentados, ou melhor, montados,<br />
<strong>em</strong> um cume muito menor que o da Agulha<br />
do Diabo, a 2.045 metros do nível do<br />
mar, cont<strong>em</strong>plando um oceano de montanhas<br />
cobertas de neve a nossa volta. Logo<br />
acima das montanhas, um teto de nuvens<br />
escuras nos l<strong>em</strong>bravam que estávamos na<br />
Patagônia, mais especificamente no cume<br />
da Agulhe Principal do Cerro Catedral, no<br />
Frey, a cerca de 3.307 quiilômetros de<br />
casa. Seria uma longa volta.<br />
Essa afirmação do Wal, ou<br />
melhor, do Mathias, como é<br />
conhecido <strong>em</strong> terras argentinas,<br />
me fez refletir, não sobre<br />
nosso caminho de descida, casa, casa, casa, casa, no no no no FF<br />
FF<br />
mas, sim, sobre como havíamos<br />
chegado até ali. Foi, também,<br />
um longo caminho.<br />
Tudo começou no bar das “New<br />
Quengas” quando, depois de algumas cervejas,<br />
confirmei minha participação na viag<strong>em</strong><br />
antes mesmo de analisar a viabilidade<br />
disso. Parti <strong>para</strong> Buenos Aires no dia<br />
30 de dez<strong>em</strong>bro junto com o Waldecy, Ivan,<br />
Kate e Flavinho. Alguns do grupo já tinham<br />
ido antes e outros iriam depois. Passamos<br />
o reveillon na deserta capital portenha,<br />
acampados na casa da Ana Maria e a única<br />
<strong>em</strong>oção da noite foi o show que duas<br />
amigas deram no chuveiro do apartamento<br />
do outro lado da rua. Já <strong>em</strong> Bariloche<br />
nos instalamos no refúgio Patagônia, um<br />
hostel muito simpático, com um proprietário,<br />
o Tato, mais simpático ainda, que se<br />
mostrou um grande amigo. Esse foi o nosso<br />
lar durante a viag<strong>em</strong>. Era de lá que saíamos<br />
<strong>para</strong> as montanhas e era <strong>para</strong> lá<br />
que voltávamos depois.<br />
Nosso primeiro objetivo era fazermos<br />
um curso de gelo e escalarmos o El<br />
Tronador, uma montanha com todos os el<strong>em</strong>entos<br />
de uma grande montanha, com<br />
seus glaciares, seracs e gretas, apenas mais<br />
baixa e não tão fria quando as do Himalaia.<br />
Depois de quase termos de abortar a escalada,<br />
ainda <strong>em</strong> Bariloche, devido a desentendimentos<br />
com o guia a respeito do<br />
valor do curso, partimos <strong>para</strong> o refúgio Otto<br />
Meiling, nossa base <strong>para</strong> atingir o El<br />
Tronador. Éramos eu, Boris, Sblen, Waldecy<br />
e Ivan. Ainda não sabíamos mas esse grupo<br />
se autodenominou, posteriormente, de<br />
Los Condores del Tronador. Mais outra<br />
idéia brilhante surgida <strong>em</strong><br />
um momento de <strong>em</strong>briaguez<br />
pela cerveja ou pela<br />
<strong>em</strong>polgação de estarmos ali.<br />
reyreyreyreyestávaestávaestávaestáva- Pela primeira vez a maioria<br />
de nós se de<strong>para</strong>va com<br />
aquela paisag<strong>em</strong> branca, tão<br />
familiar somente pelos livros<br />
de relatos de escaladas de altas montanhas.<br />
Durante o curso de gelo treinamos o resgate<br />
de gretas e, assim como eu, todos ficaram<br />
impressionados com a experiência de<br />
ser<strong>em</strong> “paridos” por uma fenda no gelo com<br />
mais de 30 metros de profundidade e três<br />
ou quatro de largura.<br />
No cume do El Tronador, a sensação<br />
de realização era enorme. Não tanto pelo<br />
orgulho do feito, já que não era uma montanha<br />
tão difícil de ser escalada, mas pela<br />
oportunidade de estarmos compartilhando<br />
com amigos aquela experiência tão diferente<br />
que sabíamos que marcaria a vida<br />
de todos ali.<br />
Depois do El Tronador voltamos <strong>para</strong> o<br />
nosso amigo Tato, <strong>em</strong> uma Bariloche chuvosa,<br />
ansiosos por uma melhora do t<strong>em</strong>po<br />
<strong>para</strong> irmos <strong>para</strong> o refúgio Frey escalarmos<br />
Se Se Se Se Se <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> Bariloche Bariloche Bariloche Bariloche Bariloche já já já já já<br />
nos nos nos nos nos sentíamos sentíamos sentíamos sentíamos sentíamos <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong><br />
casa, no Frey estáva-<br />
mos mos mos mos mos no no no no no quintal. quintal. quintal.<br />
quintal. quintal.<br />
4 abril/2008 www.guanabara.org.br<br />
9
ESCALANDO<br />
SCALANDO<br />
SCALANDO:<br />
SCALANDO<br />
• Capacete Capacete (Coloque-o durante a aproximação<br />
da base. Verifique se a gargantilha está<br />
fechada ao começar a escalar. Use-o na posição<br />
correta não permitindo que caia <strong>para</strong> trás<br />
na direção da nuca);<br />
• Cordeletes Cordeletes de di<strong>ver</strong>sos tamanhos <strong>para</strong>:<br />
a) montag<strong>em</strong> do “auto-seguro” (backup) nas<br />
descidas;<br />
b) <strong>para</strong> ascensão pela corda com o uso do<br />
“prussick” ou outro nó auto blocante;<br />
c) <strong>para</strong> o “travamento” do guia, caso necessário<br />
d) <strong>para</strong> pendurar a sua mochila no grampo,<br />
entre outros usos.<br />
• Baudrier Baudrier <strong>em</strong> bom estado. Procure ajustá-lo<br />
corretamente ao seu corpo e <strong>ver</strong>ifique s<strong>em</strong>pre<br />
as suas condições. Cuidado com a ferrug<strong>em</strong> das<br />
presilhas. Verifique se está corretamente montado.<br />
Verifique o de seu(s) companheiro(s) de<br />
cordada(s) e peça <strong>para</strong> que ele <strong>ver</strong>ifique o seu;<br />
L<strong>em</strong>bre-se que o suor é abrasivo... Portanto,<br />
lave o baudrier quando julgar necessário obedecendo<br />
as instruções do fabricante;<br />
• Encordamento: Encordamento: utilize o nó “oito” (azelha<br />
dupla), <strong>ver</strong>ifique se não está “trepado” e mostre-o<br />
<strong>para</strong> o Guia;<br />
• Repetindo: epetindo: <strong>ver</strong>ifique s<strong>em</strong>pre o encordamento<br />
e o baudrier do seu companheiro de cordada<br />
e peça <strong>para</strong> <strong>ver</strong>ifica o seu;<br />
• Segurança:<br />
Segurança: Segurança: ministre a segurança s<strong>em</strong>pre<br />
encordado olhando <strong>para</strong> o Guia e s<strong>em</strong> deixar<br />
“barriga” longa na corda. Fique próximo da<br />
pedra, com um pé apoiado na mesma. Caso<br />
a diferença de peso entre Você e o Guia seja<br />
muito grande, se prenda com uma fita longa<br />
<strong>em</strong> uma árvore, pedra ou raiz, caso Você esteja<br />
na base;<br />
• Sapatilhas Sapatilhas <strong>em</strong> bom estado. Não compre muito<br />
apertadas a não ser que você vá fazer vias<br />
que exijam extr<strong>em</strong>a precisão, e não utilize sapatilhas<br />
furadas ou com as solas muito gastas.<br />
S<strong>em</strong>pre procure usar meias (finas);<br />
• F FFita<br />
F ita solteira: solteira: não esqueça de quando for se<br />
“solteirar” no grampo s<strong>em</strong>pre fazer um<br />
“backup” com a corda (mosquetão mais fiel<br />
no outro grampo) sendo a <strong>para</strong>da dupla;<br />
• Aparelho Aparelho Aparelho de de de descida/segurança: descida/segurança: tenha cuidado<br />
ao manuseá-lo e se possível não deixe<br />
que ele caia.<br />
8<br />
• Arme Arme sua sua descida descida da da seguinte seguinte forma: forma: primeiro<br />
monte o “auto-seguro”, depois o aparelho<br />
e <strong>ver</strong>ifique. Peça s<strong>em</strong>pre <strong>para</strong> o seu companheiro<br />
de cordada <strong>ver</strong>ificá-lo, também.<br />
Qualquer dúvida peça <strong>para</strong> que o Guia arme<br />
<strong>para</strong> você. Porém, NUNCA, NUNCA, NUN-<br />
CA esqueça de armar o “auto-seguro” primeiramente<br />
e de prendê-lo na “perna” do<br />
baudrier!!!!!<br />
- L<strong>em</strong>bre-se de dar um nó nas pontas da(s)<br />
corda(s) no momento da descida, antes de<br />
arr<strong>em</strong>essá-las.<br />
- Arr<strong>em</strong>esse a corda s<strong>em</strong>pre com cuidado.<br />
Primeiramente o meio, depois as pontas.<br />
- Tenha cuidado ao “arrumar” material no<br />
baudrier. Procure equilibrá-lo mantendo o que<br />
você vai precisar s<strong>em</strong>pre à mão. Não deixe<br />
fitas e cordeletes “<strong>em</strong>bolados”.<br />
• Saco Saco de de de magnésio: magnésio: <strong>para</strong> os que gostam,<br />
l<strong>em</strong>br<strong>em</strong>-se de acomodá-lo da forma mais confortável<br />
<strong>para</strong> você. Não precisa ser necessariamente<br />
preso nas costas.<br />
Finalmente:<br />
L<strong>em</strong>bre <strong>em</strong>bre <strong>em</strong>bre-se <strong>em</strong>bre se que que o o Guia Guia é é a a autoridade autoridade maior<br />
maior<br />
durantedurante a a excursão. excursão. Atenda Atenda suas suas determinadetermina-<br />
ções ções imediatamente imediatamente e e não não as as discuta. discuta. Ele<br />
Ele<br />
t<strong>em</strong> t<strong>em</strong> mais mais experiência experiência do do que que V VVocê<br />
V ocê ocê. ocê<br />
• Obedeça s<strong>em</strong>pre os procedimentos de segurança;<br />
• “Leia” a pedra e com calma. Estude os lances<br />
antes de fazê-los;<br />
• Qualquer probl<strong>em</strong>a fale com o Guia (insegurança,<br />
mal estar, calor, frio, enfim, qualquer<br />
coisa que o incomode);<br />
• Verifique s<strong>em</strong>pre o seu encordamento e peça<br />
<strong>para</strong> o Guia <strong>ver</strong>ificá-lo. Não deixe de <strong>ver</strong> o do<br />
seu companheiro de cordada, também;<br />
• Redobre o cuidado nas descidas;<br />
• Leia s<strong>em</strong>pre as instruções do fabricante sobre o<br />
correto uso do seu material e procure informações<br />
sobre novos materiais e técnicas, nós etc...<br />
E, , seja seja pontual pontual nos nos pontos pontos de de encontro!<br />
encontro!<br />
O assunto é inesgotável, porém acredito que<br />
possa ter rel<strong>em</strong>brado alguns aspectos gerais.<br />
JJJJJoooooão ão ão ão ão Mollica Mollica Mollica<br />
Mollica Mollica<br />
artigo<br />
artigo<br />
artigo<br />
artigo<br />
Dedo Dedo de de Deus, Deus, esse esse entra entra <strong>para</strong> <strong>para</strong> história<br />
história<br />
O encontro foi pontual na Praça da<br />
Bandeira, de modo que às 7h05 da manhã<br />
partimos <strong>para</strong> Teresópolis. A previsão<br />
meteorológica dava como estável o dia e<br />
chuvas <strong>para</strong> o final do dia. Chegamos ao<br />
Paraíso das Plantas às 8h10 e às 8h30<br />
entramos na trilha.<br />
A idéia desde o começo era dar uma<br />
puxada forte até a base da escalada <strong>para</strong><br />
que ao cair da tarde já estivéss<strong>em</strong>os de volta<br />
à estrada. Assim foi até a Chaminé das<br />
Pedras Soltas, onde chegamos às 9h20.<br />
Aí, nossos planos começaram a ir, literalmente,<br />
por água abaixo. A canaleta lateral<br />
da chaminé estava impraticável devido<br />
a grande quantidade de vegetação e<br />
ao terreno absolutamente instável. A opção<br />
foi subir pela laje de pedra através<br />
dos cabos de aço. Essa laje estava molhada<br />
na primeira enfiada, o que dificultou a<br />
subida do Ivan e a minha <strong>em</strong> seguida.<br />
Por medida de segurança, ao chegar<br />
no platô, o Ivan armou segurança <strong>para</strong> a<br />
subida dos três participantes. À nossa frente<br />
havia um grupo composto de seis<br />
escaladores do Niteroiense (CNM), que até<br />
aquele momento mantinham uma distância<br />
que não interferia nos nossos planos.<br />
Vencida essa etapa e, já com o t<strong>em</strong>po contra<br />
nós, continuamos rapidamente até a<br />
base da escalada, onde nos equipamos<br />
rapidamente e iniciamos a subida.<br />
Na primeira chaminé já encontramos<br />
os últimos participantes do grupo de<br />
Niterói, o que nos fez perder muito t<strong>em</strong>po.<br />
Outra dificuldade adicional que enfrentamos<br />
foi o reboque das mochilas, pois optamos<br />
por subir s<strong>em</strong> elas e, depois de ancorados,<br />
fazíamos o reboque. O t<strong>em</strong>po<br />
abril/2008 www.guanabara.org.br<br />
perdido nessas manobras foi tornando<br />
cada vez mais distante o planejamento<br />
inicial, que era estar de volta à estrada às<br />
17:00!!! Vencida essa etapa, chegamos<br />
na Maria Cebola. Aí é que foi o probl<strong>em</strong>a,<br />
pois somente metade do grupo do<br />
Niteroiense havia passado. Seguramente<br />
perd<strong>em</strong>os ali mais de uma hora, t<strong>em</strong>po<br />
esse que nos fez muita falta mais à frente.<br />
O Ivan ainda tentou ganhar algum t<strong>em</strong>po<br />
entrando pela Blecaute, mas as condições<br />
estavam péssimas. S<strong>em</strong> alternativa, ficamos<br />
todos esperando o primeiro grupo liberar<br />
a via.<br />
Uma vez liberada, iniciei a subida,<br />
passando pela Cebola rapidamente e armando<br />
a segurança <strong>para</strong> o Ivan que veio<br />
logo atrás. Assim, enquanto ele dava segurança<br />
ao Manoel, eu rebocava as mochilas<br />
até a árvore logo acima da entrada<br />
da segunda chaminé. Claro que essas<br />
manobras d<strong>em</strong>oraram uma eternidade e,<br />
nesse meio t<strong>em</strong>po, as condições climáticas<br />
foram se deteriorando. Uma espessa<br />
massa de neblina encobria tudo.<br />
Ultrapassado esse obstáculo, o Ivan<br />
começou a subir a chaminé e logo depois<br />
foi a minha vez. Novamente as mochilas<br />
ficaram <strong>em</strong>baixo <strong>para</strong> ser<strong>em</strong> rebocadas a<br />
posteriori. Eram 14h30, eu e o Ivan nos<br />
encontrávamos presos no grampo na entrada<br />
da terceira chaminé, quando começou<br />
a cho<strong>ver</strong>. Primeiro vieram alguns pingos<br />
tímidos, que no segundo seguinte vieram<br />
confirmar nossos t<strong>em</strong>ores. Uma chuva<br />
intensa desabou sobre nós fazendo com<br />
que, <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po, as paredes se transformass<strong>em</strong><br />
<strong>em</strong> cachoeiras e o piso num<br />
pequeno riacho. Nada a fazer, a não ser<br />
5
continuar a subida. Por sorte que, <strong>em</strong>bora<br />
chovendo e as paredes da chaminé escorress<strong>em</strong><br />
água, não havia musgo, de<br />
modo que continuamos a subir, pedindo<br />
a Deus que não colocasse novamente o<br />
grupo de rapel impedindo nossa passag<strong>em</strong>.<br />
Nessa altura dos acontecimentos,<br />
com chuva e um vento gelado canalizado<br />
sobre nós, quando venc<strong>em</strong>os a última chaminé<br />
antes do cavalinho, tiv<strong>em</strong>os que colocar<br />
os anoraks. Eu, pelo menos, estava<br />
a um passo de uma hipotermia. B<strong>em</strong> antes<br />
de chegarmos nesse ponto, já havíamos<br />
decidido que ao passar pela escada<br />
do cume, seguiríamos diretos <strong>para</strong> o rapel.<br />
Passado o cavalinho, seguimos diretos<br />
até a última enfiada. Lá estavam eles, mas,<br />
por sorte, decidiram se enfiar pela chaminé,<br />
“prussicando” e “jumariando” e deixaram<br />
a entrada normal livre. Aproveitando<br />
que já havia gente deles acima, o Ivan<br />
pediu <strong>para</strong> o que estava subindo no momento<br />
levasse uma corda nossa e a colocasse<br />
<strong>em</strong> fixa. Feito isso, iniciei a subida e<br />
passei pelo lance, que por sinal estava todo<br />
molhado, e alcancei a base do cume. De<br />
lá reboquei as mochilas enquanto o Ivan<br />
vencia o último obstáculo e, <strong>em</strong> seguida,<br />
armava a segurança <strong>para</strong> o resto do grupo.<br />
No final ainda subiu pela nossa corda<br />
um participante do outro grupo.<br />
Eram 17h30 e o t<strong>em</strong>po estava muito<br />
ruim. Muito vento, nevoeiro e frio intensos.<br />
Conforme decidido anteriormente e, neste<br />
ponto ajudado pelo grupo de Niterói que<br />
decidiu subir até o cume, imediatamente<br />
iniciamos os pre<strong>para</strong>tivos de descida. Como<br />
tínhamos três cordas, sendo duas de 60<br />
metros e uma de 50 metros, fomos encadeando<br />
a descida continuamente. Antes, porém,<br />
de tocar o solo na Teixeira, a noite caiu<br />
e, junto com ela, mais chuva, vento e frio.<br />
Essas manobras todas de descida,<br />
<strong>em</strong>bora sejam de relativa facilidade, nos<br />
6<br />
levou muito t<strong>em</strong>po: primeiro pelo fato de<br />
a cada descida as cordas ter<strong>em</strong> de ser recolhidas<br />
e passadas <strong>para</strong> o guia que ia à<br />
frente, e <strong>em</strong> segundo pelos cuidados que<br />
tiv<strong>em</strong>os que ter com os participantes, devidos<br />
às condições climáticas vigentes.<br />
Tendo sido eu qu<strong>em</strong> abria os rapéis, ao<br />
chegar na Teixeira me deparei com uma<br />
situação aterradora. A um metro do solo<br />
firme, o vento que entrava com violência<br />
no grande canal entre o Dedo de Deus e a<br />
Cabeça de Peixe, ricocheteava na parede<br />
e me <strong>em</strong>purrava <strong>para</strong> fora, impedindo minha<br />
descida. Fiquei balançando no vazio<br />
algum t<strong>em</strong>po e, num momento <strong>em</strong> que o<br />
vento deu uma trégua, pendulei <strong>para</strong> dentro<br />
e soltei a corda. Caí meio s<strong>em</strong> jeito,<br />
mas <strong>em</strong> segurança e imediatamente mandei<br />
o resto do pessoal descer. Nesse momento,<br />
a escuridão era total, o que somado<br />
às outras condições extr<strong>em</strong>as tornaria<br />
nossa descida dali <strong>em</strong> diante muito mais<br />
difícil. Dali <strong>para</strong> baixo, vi<strong>em</strong>os rapelando<br />
e utilizando o mesmo esqu<strong>em</strong>a da subida.<br />
O primeiro descia carregando outra corda<br />
<strong>para</strong> montar novo rapel. O segundo descia<br />
trazendo a outra corda e assim por diante.<br />
Eu vinha na frente enquanto o Ivan cuidava<br />
da retaguarda, até que num determinado<br />
ponto o cabo de aço que servia de<br />
guia <strong>para</strong> o rapel, desapareceu, ou melhor,<br />
estava cortado b<strong>em</strong> acima de uma lombada<br />
que levava <strong>para</strong> lugar nenhum. Fiquei<br />
preocupado de descer e depois ter que subir<br />
pela pedra totalmente molhada. Nesse<br />
momento o Ivan tomou a dianteira e fez o<br />
rapel, comprovando que o caminho era<br />
aquele mesmo. O esqu<strong>em</strong>a de descida continuou<br />
até que chegamos à laje da chaminé<br />
das Pedras Soltas. Nessa altura dos acontecimentos,<br />
arriscávamos qual seria a hora<br />
mais provável de chegarmos à estrada; o<br />
Leusin arriscou 02:00; o Ivan arriscou 12:00.<br />
Para essa descida, decidimos unir as<br />
duas cordas de 60 metros <strong>para</strong> chegar direto<br />
no balcão e de lá desceríamos com a<br />
corda de 50 metros até a base. O Ivan<br />
desceu primeiro até o balcão e eu fui <strong>em</strong><br />
seguida, porém, continuei até o final da<br />
corda e lá, encontrando um grampo do<br />
cabo de aço, me ancorei e o Ivan armou<br />
um novo rapel com a corda de 50 metros.<br />
Iniciei, então, a descida, s<strong>em</strong> saber se a<br />
corda tinha ou não chegado na base. Em<br />
poucos minutos descobri que não, já tendo<br />
passado pelo último grampo, o que me fez<br />
ter que voltar <strong>para</strong> ele me puxando pela<br />
corda toda ensopada e na laje igualmente<br />
molhada. Fiquei pendurado lá por um t<strong>em</strong>po,<br />
até que o Manoel e o Cláudio, que<br />
estavam na ancorag<strong>em</strong> acima, orientados<br />
pelo Ivan re-armass<strong>em</strong> o rapel com a corda<br />
de 50 metros.<br />
Finalmente chegamos todos <strong>em</strong> segurança<br />
na base da Chaminé, inclusive um<br />
dos participantes do Niteroiense que se<br />
artigo artigo<br />
artigo<br />
R<strong>em</strong><strong>em</strong>orando<br />
R<strong>em</strong><strong>em</strong>orando<br />
abril/2008 www.guanabara.org.br<br />
desgarrou do resto do grupo. Eram 23h25,<br />
portanto, levamos da escada do cume até<br />
ali, praticamente seis horas! Dali até o final<br />
da trilha foi mais 1h20, quando chegamos<br />
à estrada às 00h45. Exaustos, mas satisfeitos<br />
com a performance. D<strong>em</strong>oramos<br />
muito, é <strong>ver</strong>dade, devido a algumas decisões<br />
equivocadas, mas o ponto altamente<br />
positivo foi o modo como a excursão se desenvolveu.<br />
Tendo enfrentado todas as dificuldades<br />
que enfrentamos, <strong>em</strong> nenhum momento<br />
foi ouvida uma reclamação ou qualquer<br />
sinal de insegurança, tanto da parte<br />
dos guias como dos participantes.<br />
Sab<strong>em</strong>os que uma excursão é b<strong>em</strong> sucedida<br />
quando acaba b<strong>em</strong>, ou seja, s<strong>em</strong><br />
nenhum stress ou acidente. Esse Dedo de<br />
Deus vai ficar na história como um curso,<br />
pois se tornou suficiente <strong>para</strong> testar capacidades<br />
e resistências, físicas e mentais,<br />
de todos que lá estávamos.<br />
LLLLLuiz uiz uiz uiz uiz Alberto Alberto Alberto Alberto Alberto<br />
T<strong>em</strong>os que ter s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> mente certos cuidados antes de participarmos de uma excursão.<br />
Tais cuidados se iniciam <strong>em</strong> casa, na véspera.<br />
Para onde vou, qual é o tipo de excursão, o que devo levar?<br />
Porém dev<strong>em</strong>os ter alguns artigos que nunca sa<strong>em</strong> de dentro da mochila:<br />
• Estojo de primeiros socorros (onde você vai<br />
levar fundamentalmente aqueles medicamentos<br />
que você usa com habitualidade além de<br />
pequena quantidade de sal e açúcar);<br />
• Protetor solar, repelente de insetos, boné ou<br />
chapéu e óculos escuros;<br />
• Lanterna com pilhas novas e um jogo de extras<br />
(Eu carrego duas lanternas, aí a escolha é sua);<br />
• Muda de roupas/outro tênis ou sandália (que<br />
pod<strong>em</strong> ficar, se for o caso, no carro);<br />
• Roupas de banho;<br />
• Anorack e capa térmica;<br />
• Lanche com uma pequena quantidade extra<br />
de alimento <strong>para</strong> o caso de uma <strong>em</strong>ergência;<br />
• Cantil com água (leve s<strong>em</strong>pre clorin ou similar);<br />
• Canivete;<br />
• Isqueiro;<br />
• Papel e caneta;<br />
• Sacos de lixo <strong>para</strong> guardar o lixo produzido<br />
e recolher o encontrado;<br />
• Procure acondicionar o seu material dentro<br />
de um saco plástico <strong>para</strong> não molhar no caso<br />
de chuvas;<br />
• Botas ou tênis confortáveis;<br />
• S<strong>em</strong>pre leve o material acima descrito. São<br />
coisas que não dev<strong>em</strong> sair da sua mochila.<br />
Pod<strong>em</strong> até pesar um pouco, porém um dia você<br />
pode precisar.<br />
• Use o bom senso e componha a sua própria lista.