12.04.2013 Views

clique aqui para ver a versão em PDF - Centro Excursionista ...

clique aqui para ver a versão em PDF - Centro Excursionista ...

clique aqui para ver a versão em PDF - Centro Excursionista ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Programação sujeita a mudanças.<br />

programação<br />

programação<br />

2<br />

ABRIL ABRIL / / 2008<br />

2008<br />

Dia Dia<br />

Via Via Via / / / LL<br />

Local LL<br />

ocal Graduação Graduação<br />

Guia<br />

Guia<br />

5 Como Nasc<strong>em</strong> os Anjos / Escalada 3º IV Sblen<br />

Contra-forte do Corcovado<br />

26 Dedo de Nossa Senhora / Caminhada s<strong>em</strong>i-pesada Boris<br />

PARNASO com escalada artificial<br />

27 Abertura de T<strong>em</strong>porada de - -<br />

Montanhismo - ATM 2008 / Urca<br />

Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões.<br />

Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue <strong>para</strong> o clube quinta-feira à noite: Tel.: 3285-8653<br />

Curso Curso Básico Básico de de de Montanhismo Montanhismo Montanhismo - - - CBM CBM I I - - 2008<br />

2008<br />

Data Data<br />

Aula Aula Aula<br />

T TTipo<br />

T ipo<br />

02/04 Ética e Mínimo Impacto teórica<br />

05/04 Campo Escola Urca prática<br />

06/04 Campo Escola Guaratiba prática<br />

07/04 Caminhada, acampamento, bivaque teórica<br />

09/04 Prevenção de acidentes/lesões teórica<br />

12/04 Coloridos - Escalada I prática<br />

13/04 Caminhada Passag<strong>em</strong> da Neblina ou Escalavrado prática<br />

14/04 Orientação e Mapas teórica<br />

16/04 Animais peçonhentos teórica<br />

19-20/04 Caminhada de dois dias com acampamento prática<br />

26/04 Agulhinha da Gávea - Escalada II prática<br />

E E tenta...<br />

tenta...<br />

Con<strong>ver</strong>sa durante a escalada no lance do Careca (Via Vento Solar – Pedra Riscada – Lumiar)<br />

Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Eliel, coloca o pé direito à frente, segura<br />

<strong>em</strong>baixo desta laca <strong>em</strong> oposição, junta<br />

o pé esquerdo <strong>em</strong> aderência e já dá a passada<br />

<strong>para</strong> direita neste platô.<br />

Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: O Rapa, tá querendo me ensinar o<br />

quê? Sou conquistador desta via... Eu conquistei...<br />

.... e tenta ... e tenta ...<br />

Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Ivan: Eliel é isso mesmo, coloca o pé <strong>em</strong><br />

aderência, confia no pé.<br />

Eliel: Porra, Ivan, eu conquistei esta via. Tá<br />

maluco, quer me ensinar. Já passei por <strong>aqui</strong>...<br />

... e tenta ... e tenta...<br />

Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Ivan, onde é que põe o pé mesmo?<br />

Associados, Associados, não não deix<strong>em</strong> deix<strong>em</strong> de de acertar acertar acertar suas suas mensalidades mensalidades no no clube. clube.<br />

clube.<br />

ani<strong>ver</strong>sariantes ani<strong>ver</strong>sariantes do do mês<br />

mês<br />

1 Francisco Carlos P. Guedes<br />

2 Delfim Milagres da Silva<br />

3 Neyde de Carvalho Ramos<br />

3 Jacques Card<strong>em</strong>an<br />

3 Lúcia Maria A. Duarte<br />

3 Bernardo Machado Sacic<br />

5 Fernando Loureiro Junior<br />

6 José Augusto dos Santos Mattos<br />

6 José Carlos Loureiro Nacif<br />

6 Eduardo Toledo de Faria<br />

6 Dóris Goett<strong>em</strong>s<br />

6 Márcia de O. Cavalcanti<br />

7 José Jesuino Maciel Neto<br />

7 Maurício Roma Cavalcanti<br />

8 Ângela Pedreira de Moraes<br />

8 Antonio Carlos M. Lobo<br />

9 Dario de O. C. dos Santos<br />

11 Cláudia Bacelar<br />

13 Sérgio Mendes Costa<br />

13 Elena Maria Alvim<br />

13 Edelweiss Germer<br />

13 Lilian Soares Cruz<br />

13 Anderson Barata Custódio<br />

14 Antônio C. P. de Almeida<br />

16 Liana Wernersbach Pinto<br />

16 Paulo M. T. de Oliveira<br />

17 Valéria de Barros Perales<br />

17 Vânia de Barros Perales<br />

17 Fredrik Normann Hansen<br />

18 Paulo Roberto de Carvalho<br />

18 Rosane de Almeida<br />

19 Amilcar S. A. Guimarães<br />

20 Marco Aurélio P. da Silva<br />

20 Claudio Neumann Noceti<br />

20 Eliete Marostica<br />

20 Atlas Vasconcelos C. Neto<br />

21 Felinto G. Reis de Araújo<br />

21 Antonio Edmar Magnado<br />

21 Jorge M. F. de Carvalho<br />

21 Alexandre A. Magalhães<br />

22 Ana Maria de F. França<br />

22 Alzira D. Kuster Maia<br />

23 Betina Knoth<br />

24 Cibele Maria de M. Gomes<br />

24 Anne Mendes Pereira<br />

24 Carlos A. G. de Araújo<br />

24 Cezar Cornelsen<br />

24 Kyvya Teles Revoredo<br />

25 Cláudio Santiago Vaitsman<br />

26 Isabel Cristina B. Pereira<br />

26 Edson de Oliveira Deveza<br />

26 Kleber Ramon Ramos<br />

27 Carlos José L. de Souza<br />

29 Roberto Macoto Ichinose<br />

29 Dailton Mafra de Andrade<br />

Expediente<br />

Presidente residente<br />

Vice Vice P PPresidente<br />

P residente<br />

Tesoureiro esoureiro<br />

Secretária Secretária Geral<br />

Geral<br />

Diretor Diretor Técnico<br />

Técnico<br />

Diretor Diretor Social<br />

Social<br />

Dir Dir. Dir . Meio Meio Ambiente<br />

Ambiente<br />

Diretor Diretor Diretor Divulgação<br />

Divulgação<br />

Rodolfo Campos<br />

Roberto Schmidt<br />

Raphael Gouy<br />

Paula Gabi<br />

Boris Flegr<br />

Ivan Azevedo<br />

Francisco Saraiva<br />

Carla Vieira<br />

Colaboraram Colaboraram Colaboraram nesta nesta edição: edição:<br />

edição:<br />

TTTTTextos: extos: extos: extos: extos: Carla Vieira, João Mollica,<br />

Luiz Alberto e Rodolfo Campos<br />

FFFFFotos: otos: otos: otos: otos: Ivan Azevedo e Suelly Ribeiro<br />

Edição Edição Edição Edição Edição e e e e e Diagramação:<br />

Diagramação:<br />

Diagramação:<br />

Diagramação:<br />

Diagramação:<br />

Carla Vieira<br />

Reuniões euniões Sociais Sociais do do CEG<br />

CEG<br />

Todas as quintas-feiras, a partir das 19h.<br />

Caso queira contribuir com esse boletim,<br />

envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões<br />

<strong>para</strong> RRRRRua ua ua ua ua WW<br />

Washington WW<br />

ashington ashington ashington ashington LL<br />

Luiz, LL<br />

uiz, uiz, uiz, uiz, 9 9 9 9 9 - - - - - cobertura cobertura cobertura cobertura cobertura --<br />

--<br />

-<br />

Rio Rio Rio Rio Rio de de de de de Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro - - - - - RJ RJ RJ RJ RJ - - - - - Cep Cep Cep Cep Cep 20230-020<br />

20230-020 20230-020 20230-020<br />

20230-020 ou<br />

por e-mail: guanabara@guanabara.org<br />

guanabara@guanabara.org<br />

guanabara@guanabara.org.br<br />

guanabara@guanabara.org<br />

guanabara@guanabara.org.br<br />

.br .br .br<br />

Tel.: el.: 3285-8653<br />

3285-8653<br />

3285-8653<br />

As matérias <strong>aqui</strong> publicadas não representam<br />

necessariamente a posição oficial do <strong>Centro</strong><br />

<strong>Excursionista</strong> Guanabara. Ressaltamos<br />

que o boletim é um espaço aberto àqueles<br />

que queiram contribuir.<br />

Tabela abela de de P PPreços<br />

P reços<br />

Mensalidade*:<br />

Mensalidade - casal*:<br />

Matrícula ou Descongelamento:<br />

Curso Básico de Montanhismo:<br />

Curso Avançado de Escalada:<br />

R$ 17,00<br />

R$ 27,00<br />

R$ 45,00<br />

R$ 390,00<br />

R$ 240,00<br />

*Veja no clube, preços especiais <strong>para</strong> anuidade<br />

abril/2008 www.guanabara.org.br 11


<strong>em</strong> rocha. Na cidade cruzamos com muitos<br />

outros amigos e até churrasco rolou.<br />

Estávamos <strong>em</strong> casa. A Mitre, uma das principais<br />

ruas da cidade, já era nossa velha<br />

conhecida. Acho que caminhamos mais<br />

por suas calçadas que <strong>em</strong> todo o resto da<br />

viag<strong>em</strong>.<br />

Quando o t<strong>em</strong>po melhorou, partimos<br />

<strong>para</strong> o refúgio Frey. Naquele dia estava<br />

b<strong>em</strong> frio mas nos mantínhamos relativamente<br />

aquecidos por conta do esforço físico<br />

de carregar mochilas com cerca de<br />

30 quilos, por uma trilha relativamente íngr<strong>em</strong>e<br />

de 11 quilômetros. Minhas costas<br />

ainda não se recuperaram totalmente.<br />

Se <strong>em</strong> Bariloche já nos sentíamos <strong>em</strong><br />

casa, no Frey estávamos no quintal. Mais<br />

brasileiros que argentinos. Destes, muitos<br />

conhecidos e amigos do Brasil. O visual<br />

também era deslumbrante. Era impressionante<br />

abrir a barraca toda manhã<br />

e de<strong>para</strong>r com aquele vale com centenas<br />

de agulhas de pedras, salpicadas de neve,<br />

e com o imenso lago no meio, fruto da<br />

água de degelo.<br />

Em relação às escaladas, o t<strong>em</strong>po não<br />

colaborou muito. Chovia quase todo dia e<br />

o máximo que fazíamos eram vias curtas de<br />

duas ou três enfiadas. O plano de escalarmos<br />

a Agulha Principal, ficava cada vez mais<br />

complicado. O pessoal foi ficando cada vez<br />

mais desanimado. A Michele resolveu ir <strong>em</strong>bora<br />

antes da hora e o Wal, um dos mais<br />

alegres durante toda a viag<strong>em</strong>, foi ficando<br />

cada vez mais borocoxô. Adiamos duas vezes<br />

a investida <strong>para</strong> a Agulha Principal. No<br />

terceiro dia de espera, o céu amanheceu<br />

nublado e com cara de chuva mas resolv<strong>em</strong>os<br />

encarar mesmo assim.<br />

Os cinco condores se agru<strong>para</strong>m e<br />

partiram <strong>em</strong> direção à montanha. Foram<br />

cerca de três horas de caminhada que<br />

exigiram boa dose de orientação e cuidado<br />

com os blocos de pedra que se desprendiam<br />

do caminho. Na base nos arrumamos<br />

rapidamente e começamos a<br />

escalada sob um forte vento que parecia<br />

que nos carregaria a qualquer instante.<br />

10<br />

O Sblen chegou a ser arr<strong>em</strong>essado pelo<br />

vento contra a parede e machucou o joelho.<br />

Para piorar, ainda tiv<strong>em</strong>os dificuldade<br />

de achar o traçado da via e perd<strong>em</strong>os<br />

muito t<strong>em</strong>po procurando. A comunicação<br />

também era muito complicada pois o vento<br />

fazia com que não ouvíss<strong>em</strong>os uns aos<br />

outros. Abortar a escalada chegou a ser<br />

cogitado mas o Wal, apesar do vento, do<br />

frio, da desorientação, da falta de comunicação<br />

e do teto de nuvens, tinha recuperado<br />

toda a sua alegria e estava determinado<br />

a atingir o cume.<br />

Os Condores, que ti<strong>ver</strong>am sua orig<strong>em</strong><br />

forjada nas frias, belas e misteriosas<br />

montanhas patagônicas, não recuaram<br />

frente aos perigos e todos alcançaram<br />

o cume que, claro, só cabiam duas<br />

pessoas de cada vez. E foi nesse momento,<br />

quando estávamos somente eu e o<br />

Wal, que todas essas l<strong>em</strong>branças me vieram<br />

à mente. Isso aconteceu no dia 14<br />

de janeiro, 15 dias depois de termos<br />

deixado o Rio de Janeiro. Parecia, porém,<br />

que quase toda uma vida já tinha<br />

se passado. E agora era a hora de voltar<br />

<strong>para</strong> casa.<br />

RRRRRodolfo odolfo odolfo odolfo odolfo Campos Campos Campos Campos Campos<br />

Trabuco rabuco rabuco<br />

Con<strong>ver</strong>sa na trilha até a base da via Vento<br />

Solar na Pedra Riscada, <strong>em</strong> Lumiar:<br />

Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Eliel: Pessoal, cuidado com arapucas de<br />

caçadores.<br />

EncicloClesio: Arapuca não, são trabucos<br />

que os caçadores armam na mata.<br />

Ivan van van van: van Clesio, já que você está com o facão,<br />

corta um pedaço de pau e vai com<br />

ele na frente, <strong>para</strong> o caso de encontrar<br />

algum trabuco.<br />

EncicloClesio:<br />

EncicloClesio<br />

EncicloClesio<br />

EncicloClesio<br />

EncicloClesio : Ainda b<strong>em</strong> que não é atrás.<br />

editorial<br />

editorial<br />

Abril Abril é é mês mês mês de de ATM ATM 2008<br />

2008<br />

Se o ano de 2008 já começou com grandes<br />

novidades <strong>para</strong> os escaladores do<br />

Guanabara, imagine depois de decretada,<br />

oficialmente, a abertura da t<strong>em</strong>porada de<br />

montanhismo.<br />

No currículo do CEG já constam, só nos<br />

primeiros meses deste ano, viag<strong>em</strong> à Argentina,<br />

com direito a curso no gelo, caminhadas<br />

e escaladas; perrengue no Dedo de Deus,<br />

que você irá conferir nesta edição do boletim.<br />

Uma bela travessia de três dias pela Trilha<br />

do Ouro, que reuniu cerca de 20 pessoas<br />

na caminhada, e que esperamos ler alguns<br />

relatos na próxima edição.<br />

Se o mês de janeiro impossibilitou grandes<br />

investidas por conta da<br />

chuva, os meses de fe<strong>ver</strong>eiro<br />

e março foram generosos<br />

com nossos<br />

escaladores, proporcionando<br />

belíssimos dias de sol.<br />

Só no dia 8 de março,<br />

quando se com<strong>em</strong>ora o Dia<br />

Internacional da Mulher,<br />

reuniram-se na Urca mais<br />

de 60 escaladoras de todo<br />

o Brasil, num evento com<strong>em</strong>orativo,<br />

chamado Invasão<br />

F<strong>em</strong>inina, que já está se consolidando<br />

no calendário do montanhismo carioca. Ainda<br />

<strong>em</strong> março, uma nova turma deu início aos<br />

conceitos básicos do montanhismo ao ingressar<br />

no CBM I - 2008 (Curso Básico de<br />

Montanhismo), do <strong>Centro</strong> <strong>Excursionista</strong><br />

Guanabara. Sejam b<strong>em</strong>-vindos!<br />

No dia 27 de abril, quando será realizada<br />

a Abertura da T<strong>em</strong>porada de Montanhismo, o<br />

CEG espera você no nosso movimentado<br />

stand. O evento, que conta com a participação<br />

de todos os clubes de montanhismo do<br />

Rio não podia ser realizado <strong>em</strong> lugar melhor:<br />

na Praia Vermelha, na Urca, o playground de<br />

todo escalador. Aos veteranos, não se esqueçam<br />

de que no mesmo dia será realizado o<br />

tradicional almoço dos jurássicos, como diz a<br />

Suelly, no Restaurante do Círculo Militar.<br />

Convidamos a todos os associados a enviar<br />

fotos <strong>para</strong> compor nosso mural que será exposto<br />

no stand (<strong>para</strong> mais informações, procure<br />

o Raphael, no clube) e a participar desse<br />

encontro que é a grande oportunidade <strong>para</strong><br />

conhecer gente nova, re<strong>ver</strong> os amigos e tomar<br />

aquela cervejinha gelada! Neste ano, ha<strong>ver</strong>á<br />

competição de slackline entre os clubes. Cada<br />

clube poderá participar com dois representantes<br />

(um masculino e outro f<strong>em</strong>inino). Outra novidade<br />

será a comercialização<br />

de livros de<br />

montanhismo na barraca<br />

dos clubes e também na<br />

barraca da FEMERJ/<br />

CBME.<br />

Até o fechamento deste<br />

boletim as camisetas<br />

ainda não estavam à venda.<br />

Tão logo seja anunciada<br />

a comercialização,<br />

avisar<strong>em</strong>os na nossa lista.<br />

O valor estipulado é<br />

de R$ 20. Neste ano, a camiseta trará a logo<br />

vencedora do concurso na frente, como de costume,<br />

e atrás, apenas a logomarca da F<strong>em</strong>erj.<br />

O vencedor deste ano foi Alexandre Rebelo,<br />

do Clube <strong>Excursionista</strong> Carioca.<br />

Não deix<strong>em</strong> de levar 1kg de alimento não<br />

perecível. Além de concorrer a sorteio de prêmios<br />

doados por lojas e representantes de produtos<br />

de montanhismo, você estará colaborando<br />

<strong>para</strong> mais um montanhismo solidário!<br />

Particip<strong>em</strong>!<br />

Carla Carla Carla Carla Carla Vieira Vieira Vieira Vieira Vieira<br />

Comunicação<br />

Comunicação<br />

Comunicação<br />

Comunicação<br />

Comunicação<br />

abril/2008 www.guanabara.org.br 3


fique fique por por dentro<br />

dentro<br />

Fique ique atento atento atento ao ao novo novo sist<strong>em</strong>a sist<strong>em</strong>a de de acesso acesso ao ao Corcovado<br />

Corcovado<br />

No dia 27 de março, o Ibama implantou<br />

um novo sist<strong>em</strong>a de acesso ao Corcovado,<br />

que prevê mudanças na <strong>aqui</strong>sição do<br />

bilhete <strong>para</strong> visitação ao Cristo Redentor e<br />

proibições quanto a forma de se chegar ao<br />

monumento. Com isso, os montanhistas que<br />

desejam escalar as vias da região dev<strong>em</strong><br />

ficar atentos.<br />

Com o novo sist<strong>em</strong>a, o acesso à Estrada<br />

do Corcovado e à área do Monumento<br />

será permitido apenas aos veículos de transportes<br />

de visitantes contratados pelo<br />

IBAMA/ ICMBIO, unidade gestora do Parque<br />

Nacional da Tijuca e aos veículos oficiais<br />

ou de serviços necessários <strong>para</strong> abastecer<br />

e atender aos estabelecimentos comerciais,<br />

os cessionários e d<strong>em</strong>ais ocupantes<br />

regulares da área. Desde as 0:00 do<br />

dia 26/03/08, está proibida a circulação<br />

pela Estrada do Corcovado de veículos articulares,<br />

motocicletas, táxis, vans e d<strong>em</strong>ais<br />

veículos de turismo, que de<strong>ver</strong>ão estacionar<br />

nos locais indicados pela administração<br />

do Parque. Segundo a F<strong>em</strong>erj, “não<br />

há cobrança <strong>para</strong> entrar a pé (ou de bike)<br />

até chegar na catraca perto da estátua”,<br />

logo <strong>para</strong> escalar, não será necessário pagar<br />

o valor de R$ 13 cobrados a partir de<br />

então <strong>para</strong> visitar o Cristo.<br />

Para qu<strong>em</strong> for de carro, o acesso à Estrada<br />

das Paineiras - do Portão das Caboclas<br />

até o Hotel das Paineiras - ficará livre<br />

<strong>para</strong> veículos particulares, veículos de turismo,<br />

táxis, motocicletas e microônibus de<br />

até 25 lugares. Os veículos particulares, de<br />

turismo e táxis não terão acesso à Estrada<br />

do Corcovado e de<strong>ver</strong>ão estacionar nos locais<br />

delimitados no estacionamento próximo<br />

ao Hotel das Paineiras e ao longo da<br />

Estrada das Paineiras.<br />

A medida está sendo contestada pela<br />

Prefeitura do Rio que enviou, no dia 26 de<br />

março, uma carta à ministra do Meio Ambiente,<br />

Marina Silva, apresentando possíveis<br />

probl<strong>em</strong>as com a nova medida, tais como:<br />

estacionamento irregular ao longo da estrada<br />

das Paineiras, já que o local reservado<br />

<strong>para</strong> estacionamento só comporta 50 vagas;<br />

com o estacionamento irregular, ha<strong>ver</strong>á<br />

grande número de flanelinhas, caos no<br />

trânsito e afetará o controle urbano; o pagamento<br />

<strong>em</strong> dinheiro, <strong>para</strong> acesso ao monumento,<br />

além de gerar fila, será um convite<br />

<strong>para</strong> assaltos e <strong>para</strong> que se repitam desvios,<br />

como os revelados pela Operação<br />

Iscariotes, que segundo a secretaria de Meio<br />

Ambiente, é uma das causas da nova ação.<br />

No regulamento, que consta no site do<br />

Guanabara (www.guanabara.org.br) há informações<br />

aos montanhistas:<br />

5. É permitido o acesso ao Alto do Corcovado<br />

pela trilha do Parque Lage, ou pelas<br />

d<strong>em</strong>ais trilhas d<strong>em</strong>arcadas da Serra da<br />

Carioca, sendo que os ingressos <strong>para</strong> o Monumento<br />

de<strong>ver</strong>ão ser adquiridos na bilheteria<br />

das Paineiras.<br />

5.1. Os montanhistas de<strong>ver</strong>ão utilizar<br />

tão somente a trilha d<strong>em</strong>arcada e sinalizada,<br />

sendo proibido abrir e usar atalhos;<br />

5.2. Ao término da subida da trilha do<br />

Parque Lage, os montanhistas de<strong>ver</strong>ão seguir<br />

pela Estrada do Corcovado de acordo<br />

com o acesso sinalizado, sendo proibido caminhar<br />

pela linha do tr<strong>em</strong> após esse acesso;<br />

5.3. Para descer até a bilheteria das<br />

Paineiras e adquirir o ingresso, o<br />

montanhista poderá utilizar o serviço de<br />

transporte de visitantes contratado pelo Parque<br />

Nacional da Tijuca/IBAMA/ICMBio;<br />

6. É livre o acesso dos montanhistas que<br />

acessar<strong>em</strong> a área do Monumento utilizando<br />

via de escalada regular do Corcovado.<br />

notícias artigo notícias artigo notícias artigo<br />

artigo<br />

artigo do do passado<br />

passado<br />

A A Volta Volta Para Para Casa<br />

Casa<br />

“Rodolfo, <strong>aqui</strong> começa minha volta<br />

<strong>para</strong> casa”. Foi o que disse Waldecy<br />

Mathias. Naquele instante, o vento gelado<br />

que soprou forte durante as sete horas<br />

da escalada tinha diminuído. Estávamos só<br />

nós dois sentados, ou melhor, montados,<br />

<strong>em</strong> um cume muito menor que o da Agulha<br />

do Diabo, a 2.045 metros do nível do<br />

mar, cont<strong>em</strong>plando um oceano de montanhas<br />

cobertas de neve a nossa volta. Logo<br />

acima das montanhas, um teto de nuvens<br />

escuras nos l<strong>em</strong>bravam que estávamos na<br />

Patagônia, mais especificamente no cume<br />

da Agulhe Principal do Cerro Catedral, no<br />

Frey, a cerca de 3.307 quiilômetros de<br />

casa. Seria uma longa volta.<br />

Essa afirmação do Wal, ou<br />

melhor, do Mathias, como é<br />

conhecido <strong>em</strong> terras argentinas,<br />

me fez refletir, não sobre<br />

nosso caminho de descida, casa, casa, casa, casa, no no no no FF<br />

FF<br />

mas, sim, sobre como havíamos<br />

chegado até ali. Foi, também,<br />

um longo caminho.<br />

Tudo começou no bar das “New<br />

Quengas” quando, depois de algumas cervejas,<br />

confirmei minha participação na viag<strong>em</strong><br />

antes mesmo de analisar a viabilidade<br />

disso. Parti <strong>para</strong> Buenos Aires no dia<br />

30 de dez<strong>em</strong>bro junto com o Waldecy, Ivan,<br />

Kate e Flavinho. Alguns do grupo já tinham<br />

ido antes e outros iriam depois. Passamos<br />

o reveillon na deserta capital portenha,<br />

acampados na casa da Ana Maria e a única<br />

<strong>em</strong>oção da noite foi o show que duas<br />

amigas deram no chuveiro do apartamento<br />

do outro lado da rua. Já <strong>em</strong> Bariloche<br />

nos instalamos no refúgio Patagônia, um<br />

hostel muito simpático, com um proprietário,<br />

o Tato, mais simpático ainda, que se<br />

mostrou um grande amigo. Esse foi o nosso<br />

lar durante a viag<strong>em</strong>. Era de lá que saíamos<br />

<strong>para</strong> as montanhas e era <strong>para</strong> lá<br />

que voltávamos depois.<br />

Nosso primeiro objetivo era fazermos<br />

um curso de gelo e escalarmos o El<br />

Tronador, uma montanha com todos os el<strong>em</strong>entos<br />

de uma grande montanha, com<br />

seus glaciares, seracs e gretas, apenas mais<br />

baixa e não tão fria quando as do Himalaia.<br />

Depois de quase termos de abortar a escalada,<br />

ainda <strong>em</strong> Bariloche, devido a desentendimentos<br />

com o guia a respeito do<br />

valor do curso, partimos <strong>para</strong> o refúgio Otto<br />

Meiling, nossa base <strong>para</strong> atingir o El<br />

Tronador. Éramos eu, Boris, Sblen, Waldecy<br />

e Ivan. Ainda não sabíamos mas esse grupo<br />

se autodenominou, posteriormente, de<br />

Los Condores del Tronador. Mais outra<br />

idéia brilhante surgida <strong>em</strong><br />

um momento de <strong>em</strong>briaguez<br />

pela cerveja ou pela<br />

<strong>em</strong>polgação de estarmos ali.<br />

reyreyreyreyestávaestávaestávaestáva- Pela primeira vez a maioria<br />

de nós se de<strong>para</strong>va com<br />

aquela paisag<strong>em</strong> branca, tão<br />

familiar somente pelos livros<br />

de relatos de escaladas de altas montanhas.<br />

Durante o curso de gelo treinamos o resgate<br />

de gretas e, assim como eu, todos ficaram<br />

impressionados com a experiência de<br />

ser<strong>em</strong> “paridos” por uma fenda no gelo com<br />

mais de 30 metros de profundidade e três<br />

ou quatro de largura.<br />

No cume do El Tronador, a sensação<br />

de realização era enorme. Não tanto pelo<br />

orgulho do feito, já que não era uma montanha<br />

tão difícil de ser escalada, mas pela<br />

oportunidade de estarmos compartilhando<br />

com amigos aquela experiência tão diferente<br />

que sabíamos que marcaria a vida<br />

de todos ali.<br />

Depois do El Tronador voltamos <strong>para</strong> o<br />

nosso amigo Tato, <strong>em</strong> uma Bariloche chuvosa,<br />

ansiosos por uma melhora do t<strong>em</strong>po<br />

<strong>para</strong> irmos <strong>para</strong> o refúgio Frey escalarmos<br />

Se Se Se Se Se <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> Bariloche Bariloche Bariloche Bariloche Bariloche já já já já já<br />

nos nos nos nos nos sentíamos sentíamos sentíamos sentíamos sentíamos <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

casa, no Frey estáva-<br />

mos mos mos mos mos no no no no no quintal. quintal. quintal.<br />

quintal. quintal.<br />

4 abril/2008 www.guanabara.org.br<br />

9


ESCALANDO<br />

SCALANDO<br />

SCALANDO:<br />

SCALANDO<br />

• Capacete Capacete (Coloque-o durante a aproximação<br />

da base. Verifique se a gargantilha está<br />

fechada ao começar a escalar. Use-o na posição<br />

correta não permitindo que caia <strong>para</strong> trás<br />

na direção da nuca);<br />

• Cordeletes Cordeletes de di<strong>ver</strong>sos tamanhos <strong>para</strong>:<br />

a) montag<strong>em</strong> do “auto-seguro” (backup) nas<br />

descidas;<br />

b) <strong>para</strong> ascensão pela corda com o uso do<br />

“prussick” ou outro nó auto blocante;<br />

c) <strong>para</strong> o “travamento” do guia, caso necessário<br />

d) <strong>para</strong> pendurar a sua mochila no grampo,<br />

entre outros usos.<br />

• Baudrier Baudrier <strong>em</strong> bom estado. Procure ajustá-lo<br />

corretamente ao seu corpo e <strong>ver</strong>ifique s<strong>em</strong>pre<br />

as suas condições. Cuidado com a ferrug<strong>em</strong> das<br />

presilhas. Verifique se está corretamente montado.<br />

Verifique o de seu(s) companheiro(s) de<br />

cordada(s) e peça <strong>para</strong> que ele <strong>ver</strong>ifique o seu;<br />

L<strong>em</strong>bre-se que o suor é abrasivo... Portanto,<br />

lave o baudrier quando julgar necessário obedecendo<br />

as instruções do fabricante;<br />

• Encordamento: Encordamento: utilize o nó “oito” (azelha<br />

dupla), <strong>ver</strong>ifique se não está “trepado” e mostre-o<br />

<strong>para</strong> o Guia;<br />

• Repetindo: epetindo: <strong>ver</strong>ifique s<strong>em</strong>pre o encordamento<br />

e o baudrier do seu companheiro de cordada<br />

e peça <strong>para</strong> <strong>ver</strong>ifica o seu;<br />

• Segurança:<br />

Segurança: Segurança: ministre a segurança s<strong>em</strong>pre<br />

encordado olhando <strong>para</strong> o Guia e s<strong>em</strong> deixar<br />

“barriga” longa na corda. Fique próximo da<br />

pedra, com um pé apoiado na mesma. Caso<br />

a diferença de peso entre Você e o Guia seja<br />

muito grande, se prenda com uma fita longa<br />

<strong>em</strong> uma árvore, pedra ou raiz, caso Você esteja<br />

na base;<br />

• Sapatilhas Sapatilhas <strong>em</strong> bom estado. Não compre muito<br />

apertadas a não ser que você vá fazer vias<br />

que exijam extr<strong>em</strong>a precisão, e não utilize sapatilhas<br />

furadas ou com as solas muito gastas.<br />

S<strong>em</strong>pre procure usar meias (finas);<br />

• F FFita<br />

F ita solteira: solteira: não esqueça de quando for se<br />

“solteirar” no grampo s<strong>em</strong>pre fazer um<br />

“backup” com a corda (mosquetão mais fiel<br />

no outro grampo) sendo a <strong>para</strong>da dupla;<br />

• Aparelho Aparelho Aparelho de de de descida/segurança: descida/segurança: tenha cuidado<br />

ao manuseá-lo e se possível não deixe<br />

que ele caia.<br />

8<br />

• Arme Arme sua sua descida descida da da seguinte seguinte forma: forma: primeiro<br />

monte o “auto-seguro”, depois o aparelho<br />

e <strong>ver</strong>ifique. Peça s<strong>em</strong>pre <strong>para</strong> o seu companheiro<br />

de cordada <strong>ver</strong>ificá-lo, também.<br />

Qualquer dúvida peça <strong>para</strong> que o Guia arme<br />

<strong>para</strong> você. Porém, NUNCA, NUNCA, NUN-<br />

CA esqueça de armar o “auto-seguro” primeiramente<br />

e de prendê-lo na “perna” do<br />

baudrier!!!!!<br />

- L<strong>em</strong>bre-se de dar um nó nas pontas da(s)<br />

corda(s) no momento da descida, antes de<br />

arr<strong>em</strong>essá-las.<br />

- Arr<strong>em</strong>esse a corda s<strong>em</strong>pre com cuidado.<br />

Primeiramente o meio, depois as pontas.<br />

- Tenha cuidado ao “arrumar” material no<br />

baudrier. Procure equilibrá-lo mantendo o que<br />

você vai precisar s<strong>em</strong>pre à mão. Não deixe<br />

fitas e cordeletes “<strong>em</strong>bolados”.<br />

• Saco Saco de de de magnésio: magnésio: <strong>para</strong> os que gostam,<br />

l<strong>em</strong>br<strong>em</strong>-se de acomodá-lo da forma mais confortável<br />

<strong>para</strong> você. Não precisa ser necessariamente<br />

preso nas costas.<br />

Finalmente:<br />

L<strong>em</strong>bre <strong>em</strong>bre <strong>em</strong>bre-se <strong>em</strong>bre se que que o o Guia Guia é é a a autoridade autoridade maior<br />

maior<br />

durantedurante a a excursão. excursão. Atenda Atenda suas suas determinadetermina-<br />

ções ções imediatamente imediatamente e e não não as as discuta. discuta. Ele<br />

Ele<br />

t<strong>em</strong> t<strong>em</strong> mais mais experiência experiência do do que que V VVocê<br />

V ocê ocê. ocê<br />

• Obedeça s<strong>em</strong>pre os procedimentos de segurança;<br />

• “Leia” a pedra e com calma. Estude os lances<br />

antes de fazê-los;<br />

• Qualquer probl<strong>em</strong>a fale com o Guia (insegurança,<br />

mal estar, calor, frio, enfim, qualquer<br />

coisa que o incomode);<br />

• Verifique s<strong>em</strong>pre o seu encordamento e peça<br />

<strong>para</strong> o Guia <strong>ver</strong>ificá-lo. Não deixe de <strong>ver</strong> o do<br />

seu companheiro de cordada, também;<br />

• Redobre o cuidado nas descidas;<br />

• Leia s<strong>em</strong>pre as instruções do fabricante sobre o<br />

correto uso do seu material e procure informações<br />

sobre novos materiais e técnicas, nós etc...<br />

E, , seja seja pontual pontual nos nos pontos pontos de de encontro!<br />

encontro!<br />

O assunto é inesgotável, porém acredito que<br />

possa ter rel<strong>em</strong>brado alguns aspectos gerais.<br />

JJJJJoooooão ão ão ão ão Mollica Mollica Mollica<br />

Mollica Mollica<br />

artigo<br />

artigo<br />

artigo<br />

artigo<br />

Dedo Dedo de de Deus, Deus, esse esse entra entra <strong>para</strong> <strong>para</strong> história<br />

história<br />

O encontro foi pontual na Praça da<br />

Bandeira, de modo que às 7h05 da manhã<br />

partimos <strong>para</strong> Teresópolis. A previsão<br />

meteorológica dava como estável o dia e<br />

chuvas <strong>para</strong> o final do dia. Chegamos ao<br />

Paraíso das Plantas às 8h10 e às 8h30<br />

entramos na trilha.<br />

A idéia desde o começo era dar uma<br />

puxada forte até a base da escalada <strong>para</strong><br />

que ao cair da tarde já estivéss<strong>em</strong>os de volta<br />

à estrada. Assim foi até a Chaminé das<br />

Pedras Soltas, onde chegamos às 9h20.<br />

Aí, nossos planos começaram a ir, literalmente,<br />

por água abaixo. A canaleta lateral<br />

da chaminé estava impraticável devido<br />

a grande quantidade de vegetação e<br />

ao terreno absolutamente instável. A opção<br />

foi subir pela laje de pedra através<br />

dos cabos de aço. Essa laje estava molhada<br />

na primeira enfiada, o que dificultou a<br />

subida do Ivan e a minha <strong>em</strong> seguida.<br />

Por medida de segurança, ao chegar<br />

no platô, o Ivan armou segurança <strong>para</strong> a<br />

subida dos três participantes. À nossa frente<br />

havia um grupo composto de seis<br />

escaladores do Niteroiense (CNM), que até<br />

aquele momento mantinham uma distância<br />

que não interferia nos nossos planos.<br />

Vencida essa etapa e, já com o t<strong>em</strong>po contra<br />

nós, continuamos rapidamente até a<br />

base da escalada, onde nos equipamos<br />

rapidamente e iniciamos a subida.<br />

Na primeira chaminé já encontramos<br />

os últimos participantes do grupo de<br />

Niterói, o que nos fez perder muito t<strong>em</strong>po.<br />

Outra dificuldade adicional que enfrentamos<br />

foi o reboque das mochilas, pois optamos<br />

por subir s<strong>em</strong> elas e, depois de ancorados,<br />

fazíamos o reboque. O t<strong>em</strong>po<br />

abril/2008 www.guanabara.org.br<br />

perdido nessas manobras foi tornando<br />

cada vez mais distante o planejamento<br />

inicial, que era estar de volta à estrada às<br />

17:00!!! Vencida essa etapa, chegamos<br />

na Maria Cebola. Aí é que foi o probl<strong>em</strong>a,<br />

pois somente metade do grupo do<br />

Niteroiense havia passado. Seguramente<br />

perd<strong>em</strong>os ali mais de uma hora, t<strong>em</strong>po<br />

esse que nos fez muita falta mais à frente.<br />

O Ivan ainda tentou ganhar algum t<strong>em</strong>po<br />

entrando pela Blecaute, mas as condições<br />

estavam péssimas. S<strong>em</strong> alternativa, ficamos<br />

todos esperando o primeiro grupo liberar<br />

a via.<br />

Uma vez liberada, iniciei a subida,<br />

passando pela Cebola rapidamente e armando<br />

a segurança <strong>para</strong> o Ivan que veio<br />

logo atrás. Assim, enquanto ele dava segurança<br />

ao Manoel, eu rebocava as mochilas<br />

até a árvore logo acima da entrada<br />

da segunda chaminé. Claro que essas<br />

manobras d<strong>em</strong>oraram uma eternidade e,<br />

nesse meio t<strong>em</strong>po, as condições climáticas<br />

foram se deteriorando. Uma espessa<br />

massa de neblina encobria tudo.<br />

Ultrapassado esse obstáculo, o Ivan<br />

começou a subir a chaminé e logo depois<br />

foi a minha vez. Novamente as mochilas<br />

ficaram <strong>em</strong>baixo <strong>para</strong> ser<strong>em</strong> rebocadas a<br />

posteriori. Eram 14h30, eu e o Ivan nos<br />

encontrávamos presos no grampo na entrada<br />

da terceira chaminé, quando começou<br />

a cho<strong>ver</strong>. Primeiro vieram alguns pingos<br />

tímidos, que no segundo seguinte vieram<br />

confirmar nossos t<strong>em</strong>ores. Uma chuva<br />

intensa desabou sobre nós fazendo com<br />

que, <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po, as paredes se transformass<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> cachoeiras e o piso num<br />

pequeno riacho. Nada a fazer, a não ser<br />

5


continuar a subida. Por sorte que, <strong>em</strong>bora<br />

chovendo e as paredes da chaminé escorress<strong>em</strong><br />

água, não havia musgo, de<br />

modo que continuamos a subir, pedindo<br />

a Deus que não colocasse novamente o<br />

grupo de rapel impedindo nossa passag<strong>em</strong>.<br />

Nessa altura dos acontecimentos,<br />

com chuva e um vento gelado canalizado<br />

sobre nós, quando venc<strong>em</strong>os a última chaminé<br />

antes do cavalinho, tiv<strong>em</strong>os que colocar<br />

os anoraks. Eu, pelo menos, estava<br />

a um passo de uma hipotermia. B<strong>em</strong> antes<br />

de chegarmos nesse ponto, já havíamos<br />

decidido que ao passar pela escada<br />

do cume, seguiríamos diretos <strong>para</strong> o rapel.<br />

Passado o cavalinho, seguimos diretos<br />

até a última enfiada. Lá estavam eles, mas,<br />

por sorte, decidiram se enfiar pela chaminé,<br />

“prussicando” e “jumariando” e deixaram<br />

a entrada normal livre. Aproveitando<br />

que já havia gente deles acima, o Ivan<br />

pediu <strong>para</strong> o que estava subindo no momento<br />

levasse uma corda nossa e a colocasse<br />

<strong>em</strong> fixa. Feito isso, iniciei a subida e<br />

passei pelo lance, que por sinal estava todo<br />

molhado, e alcancei a base do cume. De<br />

lá reboquei as mochilas enquanto o Ivan<br />

vencia o último obstáculo e, <strong>em</strong> seguida,<br />

armava a segurança <strong>para</strong> o resto do grupo.<br />

No final ainda subiu pela nossa corda<br />

um participante do outro grupo.<br />

Eram 17h30 e o t<strong>em</strong>po estava muito<br />

ruim. Muito vento, nevoeiro e frio intensos.<br />

Conforme decidido anteriormente e, neste<br />

ponto ajudado pelo grupo de Niterói que<br />

decidiu subir até o cume, imediatamente<br />

iniciamos os pre<strong>para</strong>tivos de descida. Como<br />

tínhamos três cordas, sendo duas de 60<br />

metros e uma de 50 metros, fomos encadeando<br />

a descida continuamente. Antes, porém,<br />

de tocar o solo na Teixeira, a noite caiu<br />

e, junto com ela, mais chuva, vento e frio.<br />

Essas manobras todas de descida,<br />

<strong>em</strong>bora sejam de relativa facilidade, nos<br />

6<br />

levou muito t<strong>em</strong>po: primeiro pelo fato de<br />

a cada descida as cordas ter<strong>em</strong> de ser recolhidas<br />

e passadas <strong>para</strong> o guia que ia à<br />

frente, e <strong>em</strong> segundo pelos cuidados que<br />

tiv<strong>em</strong>os que ter com os participantes, devidos<br />

às condições climáticas vigentes.<br />

Tendo sido eu qu<strong>em</strong> abria os rapéis, ao<br />

chegar na Teixeira me deparei com uma<br />

situação aterradora. A um metro do solo<br />

firme, o vento que entrava com violência<br />

no grande canal entre o Dedo de Deus e a<br />

Cabeça de Peixe, ricocheteava na parede<br />

e me <strong>em</strong>purrava <strong>para</strong> fora, impedindo minha<br />

descida. Fiquei balançando no vazio<br />

algum t<strong>em</strong>po e, num momento <strong>em</strong> que o<br />

vento deu uma trégua, pendulei <strong>para</strong> dentro<br />

e soltei a corda. Caí meio s<strong>em</strong> jeito,<br />

mas <strong>em</strong> segurança e imediatamente mandei<br />

o resto do pessoal descer. Nesse momento,<br />

a escuridão era total, o que somado<br />

às outras condições extr<strong>em</strong>as tornaria<br />

nossa descida dali <strong>em</strong> diante muito mais<br />

difícil. Dali <strong>para</strong> baixo, vi<strong>em</strong>os rapelando<br />

e utilizando o mesmo esqu<strong>em</strong>a da subida.<br />

O primeiro descia carregando outra corda<br />

<strong>para</strong> montar novo rapel. O segundo descia<br />

trazendo a outra corda e assim por diante.<br />

Eu vinha na frente enquanto o Ivan cuidava<br />

da retaguarda, até que num determinado<br />

ponto o cabo de aço que servia de<br />

guia <strong>para</strong> o rapel, desapareceu, ou melhor,<br />

estava cortado b<strong>em</strong> acima de uma lombada<br />

que levava <strong>para</strong> lugar nenhum. Fiquei<br />

preocupado de descer e depois ter que subir<br />

pela pedra totalmente molhada. Nesse<br />

momento o Ivan tomou a dianteira e fez o<br />

rapel, comprovando que o caminho era<br />

aquele mesmo. O esqu<strong>em</strong>a de descida continuou<br />

até que chegamos à laje da chaminé<br />

das Pedras Soltas. Nessa altura dos acontecimentos,<br />

arriscávamos qual seria a hora<br />

mais provável de chegarmos à estrada; o<br />

Leusin arriscou 02:00; o Ivan arriscou 12:00.<br />

Para essa descida, decidimos unir as<br />

duas cordas de 60 metros <strong>para</strong> chegar direto<br />

no balcão e de lá desceríamos com a<br />

corda de 50 metros até a base. O Ivan<br />

desceu primeiro até o balcão e eu fui <strong>em</strong><br />

seguida, porém, continuei até o final da<br />

corda e lá, encontrando um grampo do<br />

cabo de aço, me ancorei e o Ivan armou<br />

um novo rapel com a corda de 50 metros.<br />

Iniciei, então, a descida, s<strong>em</strong> saber se a<br />

corda tinha ou não chegado na base. Em<br />

poucos minutos descobri que não, já tendo<br />

passado pelo último grampo, o que me fez<br />

ter que voltar <strong>para</strong> ele me puxando pela<br />

corda toda ensopada e na laje igualmente<br />

molhada. Fiquei pendurado lá por um t<strong>em</strong>po,<br />

até que o Manoel e o Cláudio, que<br />

estavam na ancorag<strong>em</strong> acima, orientados<br />

pelo Ivan re-armass<strong>em</strong> o rapel com a corda<br />

de 50 metros.<br />

Finalmente chegamos todos <strong>em</strong> segurança<br />

na base da Chaminé, inclusive um<br />

dos participantes do Niteroiense que se<br />

artigo artigo<br />

artigo<br />

R<strong>em</strong><strong>em</strong>orando<br />

R<strong>em</strong><strong>em</strong>orando<br />

abril/2008 www.guanabara.org.br<br />

desgarrou do resto do grupo. Eram 23h25,<br />

portanto, levamos da escada do cume até<br />

ali, praticamente seis horas! Dali até o final<br />

da trilha foi mais 1h20, quando chegamos<br />

à estrada às 00h45. Exaustos, mas satisfeitos<br />

com a performance. D<strong>em</strong>oramos<br />

muito, é <strong>ver</strong>dade, devido a algumas decisões<br />

equivocadas, mas o ponto altamente<br />

positivo foi o modo como a excursão se desenvolveu.<br />

Tendo enfrentado todas as dificuldades<br />

que enfrentamos, <strong>em</strong> nenhum momento<br />

foi ouvida uma reclamação ou qualquer<br />

sinal de insegurança, tanto da parte<br />

dos guias como dos participantes.<br />

Sab<strong>em</strong>os que uma excursão é b<strong>em</strong> sucedida<br />

quando acaba b<strong>em</strong>, ou seja, s<strong>em</strong><br />

nenhum stress ou acidente. Esse Dedo de<br />

Deus vai ficar na história como um curso,<br />

pois se tornou suficiente <strong>para</strong> testar capacidades<br />

e resistências, físicas e mentais,<br />

de todos que lá estávamos.<br />

LLLLLuiz uiz uiz uiz uiz Alberto Alberto Alberto Alberto Alberto<br />

T<strong>em</strong>os que ter s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> mente certos cuidados antes de participarmos de uma excursão.<br />

Tais cuidados se iniciam <strong>em</strong> casa, na véspera.<br />

Para onde vou, qual é o tipo de excursão, o que devo levar?<br />

Porém dev<strong>em</strong>os ter alguns artigos que nunca sa<strong>em</strong> de dentro da mochila:<br />

• Estojo de primeiros socorros (onde você vai<br />

levar fundamentalmente aqueles medicamentos<br />

que você usa com habitualidade além de<br />

pequena quantidade de sal e açúcar);<br />

• Protetor solar, repelente de insetos, boné ou<br />

chapéu e óculos escuros;<br />

• Lanterna com pilhas novas e um jogo de extras<br />

(Eu carrego duas lanternas, aí a escolha é sua);<br />

• Muda de roupas/outro tênis ou sandália (que<br />

pod<strong>em</strong> ficar, se for o caso, no carro);<br />

• Roupas de banho;<br />

• Anorack e capa térmica;<br />

• Lanche com uma pequena quantidade extra<br />

de alimento <strong>para</strong> o caso de uma <strong>em</strong>ergência;<br />

• Cantil com água (leve s<strong>em</strong>pre clorin ou similar);<br />

• Canivete;<br />

• Isqueiro;<br />

• Papel e caneta;<br />

• Sacos de lixo <strong>para</strong> guardar o lixo produzido<br />

e recolher o encontrado;<br />

• Procure acondicionar o seu material dentro<br />

de um saco plástico <strong>para</strong> não molhar no caso<br />

de chuvas;<br />

• Botas ou tênis confortáveis;<br />

• S<strong>em</strong>pre leve o material acima descrito. São<br />

coisas que não dev<strong>em</strong> sair da sua mochila.<br />

Pod<strong>em</strong> até pesar um pouco, porém um dia você<br />

pode precisar.<br />

• Use o bom senso e componha a sua própria lista.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!