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<strong>CAPÍTULO</strong> 6<br />
<strong>POLÍMEROS</strong><br />
•Polimerização<br />
•Técnicas industriais de polimerização<br />
•Preparação da mistura a ser moldada<br />
•Processos de moldagem<br />
•Estrutura dos polímeros<br />
•Propriedades dos polímeros<br />
Serão tratados apenas os polímeros orgânicos (a base de carbono)<br />
sintéticos, desprezando os silicatos em cadeia (inorgânicos) e os polímeros<br />
orgânicos naturais (p.ex.: celulose). Estes polímeros são sintetizados<br />
próximos a plantas refinadoras de petróleo, uma vez que saem dali as<br />
matérias primas principais.
Mecanismos de polimerização<br />
POLIMERIZAÇÃO<br />
Poliadição:<br />
1- Não há subproduto de reação<br />
2- Alta velocidade de reação<br />
3- Alto grau de polimerização. Peso molecular em torno de<br />
4- Reação em cadeia<br />
Iniciação: um sítio ativo é criado na molécula do monômero. Isto pode ser feito<br />
por calor, radiação, eletricamente (alta pureza do polímero) ou por uma<br />
substância química (o mais comum).<br />
Propagação: monômeros conectam-se sucessivamente ao sítio ativo, fazendo<br />
a molécula crescer. Ocorre rapidamente.<br />
5<br />
10
Terminação: ocorre quando o terminal ativo da macromolécula é desativado.<br />
Isto pode ser causado por outra molécula de ativador químico, por ligação a<br />
outra macromolécula, por transferência de cadeia com formação de<br />
ramificação, etc.<br />
O maior volume de polímeros produzidos no mundo usa este mecanismo de<br />
polimerização. São sintetizados assim, por exemplo, polietileno de alta e<br />
baixa densidades (PEBD e PEAD), polipropileno (PP), poliestireno (PS),<br />
elastômero de polibutadieno (BR) etc.
Policondensação:<br />
1- Múltiplas reações.<br />
2- Há formação de subprodutos de baixo peso molecular:H2O, HCl, NH3<br />
3- Baixa velocidade de reação<br />
4- Facilidade de copolimerização e redes ramificadas.<br />
5- Grau de polimerização médio. 4<br />
10<br />
Este tipo de reação produz freqüentemente monômeros trifuncionais que são<br />
capazes de produzir polímeros com ligações cruzadas e em rede. A<br />
polimerização é mais lenta. Não há ordem no crescimento das<br />
macromoléculas. A polimerização depende das quantidades de reagentes<br />
colocados. Extinto um reagente, cessa-se a polimerização.<br />
Polímeros sintetizados assim são: politereftalato de etileno (PET), poliamida<br />
(PA), policarbonato (PC), resina fenólica (PR) etc.
PET
Copolimerização<br />
É uma polimerização na qual mais de um tipo de monômero é empregado.<br />
Deste modo, meros diferentes existem na macromolécula. De acordo com o<br />
posicionamento de cada tipo de mero, pode-se classificar os copolímeros:<br />
Despolimerização<br />
As ligações são rompidas e a macromolécula se desfaz. Isto pode ocorrer<br />
de diversas formas, tendo como causa o fornecimento de energia ao<br />
material para que e suas ligações sejam rompidas. Calor, pressão, radiação<br />
são exemplos de alternativas que podem ser usadas para se<br />
despolimerizar.
TÉCNICAS INDUSTRIAIS DE POLIMERIZAÇÃO<br />
Polimerização em massa<br />
é usada para a poliadição. O monômero e o iniciador (catalisador) são colocados<br />
no reator e o processo tem início. Permite a produção de peças moldadas<br />
somente com o uso da temperatura procedente da reação exotérmica<br />
proporcionada pela polimerização. Esta técnica produz grandes gradientes de<br />
temperatura os quais estão ligados a diferentes taxas de polimerização. Como<br />
resultado, nas partes mais quentes são obtidos os polímeros de maior peso<br />
molecular. A reação é rápida. A viscosidade aumenta rapidamente. Dificulta a<br />
troca de calor e a retirada de iniciador. A distribuição de peso molecular é<br />
bastante larga. Ex.: polimetil metacrilato de metila (PMMA), poliuretano (PU).
Polimerização em solução<br />
neste tipo de polimerização coloca-se o monômero, eventualmente o iniciador,<br />
e um solvente. Este processo é mais utilizado quando o processo de<br />
polimerização é por condensação, mas também pode-se empregar a<br />
poliadição. O solvente permite a melhor distribuição de temperatura, mas a<br />
polimerização procede mais lentamente, em comparação com o método<br />
anterior. Graças a isso, a distribuição de peso molecular é mais estreita. O<br />
solvente às vezes é aproveitado, por exemplo, quando o polímero é aplicado<br />
em tintas, às vezes deve ser retirado, pois o polímero deve ser usado seco. A<br />
retirada do solvente pode causar bolhas e trincas. O polímero pode não ser<br />
dissolvido pelo solvente. Neste caso, temos a polimerização em lama ou com<br />
precipitação. Ex. resina fenólica (PR) e elastômero de polibutadieno (BR).
Polimerização em emulsão<br />
usa-se o iniciador, o monômero e um solvente que não dissolve o<br />
monômero. Adiciona-se também um emulsificante (um sabão). Sua utilidade<br />
é formar finas partículas que caracterizam as emulsões. Este método é<br />
usado em poliadição. O tamanho das partículas da emulsão varia entre<br />
0,001μm e 1μm. Este método caracteriza-se por rápida polimerização,<br />
resultando em macromoléculas de alto peso molecular e distribuição de peso<br />
molecular estreito. A retirada do emulsificante é difícil e inviabiliza o uso de<br />
polímeros assim produzidos em algumas aplicações.<br />
Emulsão é a mistura entre dois líquidos imiscíveis<br />
em que um deles (a fase dispersa) encontra-se na<br />
forma de finos glóbulos no seio do outro líquido (a<br />
fase contínua). Exemplos de emulsões incluem<br />
manteiga e maionese, margarina, café expresso e<br />
alguns cosméticos como cremes e loções. As<br />
emulsões mais conhecidas consistem de água e<br />
óleo. Um exemplo de alimento emulsificante é a<br />
clara de ovo, que contém o fosfolipídio lecitina que<br />
estabiliza a emulsão do azeite na água.
Ex.: polibutadieno, poliestireno,<br />
policloreto de vinila (PVC)<br />
1- O iniciador é solúvel na água.<br />
2- O surfactante possui uma<br />
extremidade hidrofóbica e outra<br />
hidrofílica. O fim hidrofóbico fica em<br />
contato com as gotas do monômero<br />
insolúvel em água.<br />
3- O excesso de surfactante cria<br />
micelas. Porções de monômero<br />
difundem através do solvente até as<br />
micelas, formando gotículas de alta<br />
superfície específica.<br />
4- O iniciador realiza a polimerização<br />
nestas micelas. A cadeia cresce e cria<br />
uma partícula de polímero. Estas<br />
partículas crescem se mais monômero<br />
difunde pelo solvente.<br />
Polimerização do PVC
Polimerização em suspensão<br />
iniciador e monômero são agitados na água para se pulverizarem em<br />
minúsculas gotículas entre 1μm e 10μm. Adiciona-se substâncias tenso-ativas<br />
para evitar que estas gotículas se juntem. A polimerização ocorre em cada<br />
gotícula. O iniciador deve ser solúvel no monômero. No fim do processo a<br />
agitação é cessada e as gotículas caem. Ex.: poliestireno, policloreto de vinila<br />
etc.
PREPARAÇÃO DA MISTURA A SER MOLDADA<br />
Antes da fabricação de um produto qualquer cuja composição contêm o<br />
polímero, a matéria prima deve ser adequadamente preparada. Isso porque em<br />
geral o material consiste de uma mistura de componentes que deve ser<br />
preparada e homogeneizada. O polímero geralmente é adicionado na forma de<br />
pérolas e é misturado a produtos na forma de pó. Depois de preparada a<br />
mistura está pronta para a moldagem. Os componentes adicionados ao<br />
polímero têm funções diversas:<br />
•Plastificantes: toda e qualquer substância adicionada ao polímero que reduza<br />
sua dureza e aumente sua flexibilidade. O plastificante diminui o módulo de<br />
elasticidade, reduz a viscosidade do fundido e aumenta sua capacidade de<br />
alongamento. Estes efeitos são explicados pala diminuição das forças de Van<br />
Der Waals que atraem as macromoléculas.<br />
•Estabilizantes: aditivos que inibem os mecanismos de degradação dos<br />
polímeros. Os mecanismos de degradação podem ser térmicos, químicos<br />
(reação com oxigênio) e óticos (exposição ao ultra violeta).<br />
•Lubrificantes: reduzem o atrito entre as moléculas do polímero e entre estas<br />
e a vizinhança. Os lubrificantes internos facilitam o movimento entre as<br />
moléculas do polímero. Os lubrificantes externos diminuem o atrito entre a<br />
massa fundida e o molde de conformação.
•Cargas: são compostos adicionados com o intuito principal de diminuir os<br />
custos de produção, provendo o enchimento. Em algumas ocasiões, as cargas<br />
também alteram as propriedades dos polímeros, como por exemplo a dureza, a<br />
tenacidade, a estabilidade dimensional etc. Carbonato de cálcio, talco, caulim,<br />
quartzo, micro-esferas de vidro, pó de madeira são exemplos de cargas.<br />
•Reforços: são materiais particulados ou fibrosos adicionados com o intuito de<br />
melhorar as propriedades mecânicas do polímero, mesmo com o aumento do<br />
custo do material. A fibra de vidro é muito usada.<br />
•Pigmentos: são usados para modificar a cor, por razões estéticas ou de<br />
aumentar a estabilidade dos polímeros. Os pigmentos são insolúveis,<br />
geralmente em forma de pó. Os corantes são solúveis. O dióxido de titânio<br />
confere cor branca e é usado principalmente para estabilizar o polímero,<br />
protegendo-o da degradação da radiação solar. O negro de fumo é utilizado em<br />
borrachas como reforço e em plásticos e tintas como pigmentos e protetor<br />
contra UV.<br />
•Agentes de expansão: para formação de estruturas celulares no polímero,<br />
como poros. São: composto químico que se decompõe na forma gasosa<br />
durante o processamento, líquido de baixo ponto de fusão que se volatiliza,<br />
difusão de gases no polímero sob pressão, seguindo-se aquecimento e<br />
descompressão etc.
Outros:<br />
•Controladores de viscosidades: redutores e espessantes.<br />
•Solventes.<br />
•Biocidas: eliminar micro-organismos.<br />
•Promotores de adesão: promove adesão a substratos.<br />
•Anti-estáticos: para eliminar eletricidade estática na superfície do polímero.<br />
•Antibloqueio e deslizantes: diminuem a adesão do polímero a superfícies.<br />
•Retardantes de chama e supressores de fumaça.<br />
•Desmoldantes: para facilitar a retirada do molde de conformação.