Prefeitura vende lotes e arremata mais de R$ 1 mi - Jornal Hoje

Cascavel, 14 de junho de 2012 www.jhoje.com.br POLÍTICA 03
INVESTIGAÇÃO
Para prefeito, CPI da Propina é politiqueira
A abertura da CPI da Propina na
Câmara de Vereadores foi classificada
como “politiqueira” pelo prefeito Edgar
Bueno (PDT). Ontem, em entrevista
exclusiva ao Hoje, ele afirmou que considera
a atitude da Câmara uma tentativa
de denegrir seu governo. O objeto
da CPI é um suposto pagamento de
propina ao prefeito e ao secretário de
Obras, Paulo Gorski. “Em véspera de
eleição abrir uma CPI é uma tentativa
de desacreditar o governo”, critica.
A denúncia feita ao Gaeco (Grupo
de Atenção Especial ao Crime Organizado)
e ao Ministério Público é de
que teria sido pagos pelo menos R$
23 mil ao prefeito e ao secretário. A
origem do dinheiro são contratos firmados
com a empresa Libeer Peças
e Serviços para Tratores Ltda para
manutenção de máquinas pesadas.
Em entrevista, o prefeito ratificou
que considera a denúncia infundada
sob alegação de que o denunciante
não se identificou. “A pessoa não teve
coragem de se identificar, então não
tenho medo disso”.
Edgar Bueno disse ainda que fará sua
defesa das acusações somente depois
que for notificado da abertura da CPI e
que pretende prestar todos os esclarecimentos.
“Eu não fiz nada errado e vou
prestar esclarecimentos necessários
para quem quer que seja”. (Laís Laíny)
Requerimento vai a votação
O presidente da Mesa Diretora, Marcos Damaceno (PDT), confirmou ontem
que o pedido de abertura da CPI da Propina será lido na próxima sessão
da Câmara, segunda-feira, mas terá que ser submetido a votação. “Será
lido, mas irá a votação, como todo requerimento. É o que diz a Lei
Orgânica”, afirma Damaceno.
Ele destaca que, como se trata de constituição de CPI, é necessária a
aprovação da maioria absoluta, ou seja, oito votos. “Sendo aprovado, eu
vou nomear os participantes. Nunca coloquei empecilhos para nada na
Câmara e agora também não vou colocar”.
Damaceno detalha que está verificando se os proponentes da CPI
poderão fazer parte dela. De acordo com o departamento jurídico da
Câmara, os proponentes podem participar. A proibição só seria válida se
os cinco vereadores que assinaram fossem os denunciantes, conforme
o jurídico da Casa de Leis.
O pedido de abertura da CPI foi assinado pelos vereadores Rosa da Saúde
(PSD), Otto dos Reis Filho (PSDB), Leonardo Mion (PSDB), Julio Cesar
Leme da Silva (PMDB) e Paulo Tonin (PP). (Laís Laíny)
ELEIÇÕES 2012 CRISE DOS FANTASMAS E DESGASTE NÃO INTIMIDA PARLAMENTARES
Treze vereadores vão
disputar a reeleição
N
a Câmara de Vereadores de Cascavel
o clima é de disputa. Qua-
se todos os vereadores já deci-
diram que vão se candidatar novamente
as eleições. Isso é, a maioria
não se intimida com a pior crise do
Legislativo municipal que envolve denúncias
de funcionários fantasmas e
apropriação de salários.
Dos 15 nomes da Câmara, os
dois peemedebistas ainda estão indecisos:
Julio Cesar Leme da Silva
(PMDB) e Nelson Padovani (PMDB)
deixaram para definir se disputarão
Marcos
Damaceno
(PDT) - presidente
Airton
Camargo (PR)
Paulo Tonin
(PP)
a reeleição na convenção partidária,
marcada para 30 de junho. Os demais
vereadores se dizem animados
com a possibilidade de permanecer
com os trabalhos a partir do ano que
vem. Incluindo Rosa Ligeiro Rafael
(PSD), a Rosa da Saúde, que assumiu
o cargo no lugar de Mário Seibert
(PTC), afastado de suas funções
por determinação judicial.
Apesar de estarem exercendo
suas atividades na Câmara, os vereadores
não precisam se afastar do cargo
para concorrer às eleições. Podem
Quem vai tentar reeleição
Paulo Bebber
(PR) - 1º vice
Gilmar
Gaitkoski (PSL)
Marcos Rios
(PDT)
Roberto
Magalhães
(PMN) - 2º vice
João Aguilar
Neto (PTB)
Rosa da Saúde
(PSD)
Leonardo Mion
(PSDB) - 1º
secretário
Luiz Bulgarelli
(PDT)
Julio Cesar
Leme da Silva
(PMDB)
INDECISOS
FOTOS ARQUIVO
Osmar Bispo
Santos (PSL) -
2º secretário
Otto dos Reis
Filho (PSDB)
Nelson
Padovani
(PMDB)
continuar o trabalho normalmente até
outubro e fazer campanha política,
desde que respeite a Lei das Eleições.
MAIS VAGAS
A Câmara manteve a aprovação de
15 para 21 lugares no Legislativo a
partir de 2013. Apesar do pedido do
Observatório Social contrário ao aumento,
os vereadores aprovaram mais
seis cadeiras. A opinião de alguns
deles é de que a cidade estará mais
bem representada. “Os bairros mais
distantes ou as localidades do interior
terão voz se elegerem mais pessoas.
Acredito que a Câmara vai resolver
de forma mais rápida e prática os
problemas da população”, disse o vereador
Robertinho Magalhães (PMN).
Para Airton Camargo (PR), o aumento
dos vereadores também é positivo.
Segundo ele, uma cidade do tamanho
de Cascavel com praticamente 300 mil
habitantes tem suporte para eleger um
vereador de cada bairro.
Mas essa mudança não agradou a
todos os vereadores. Paulo Tonin (PP)
disse que votou contra a alteração de
15 para 21 vagas. Para ele, “quantidade
não é qualidade e aqueles que são eleitos
vereadores precisam exercer a profissão
de vereador e não tê-la como um
bico”. Ou seja, ter tempo de ouvir a população,
levar os principais problemas
para serem debatidos na Câmara, entender
as leis e aquilo que pode ser inconstitucional
ou não. (Vanessa Bordin)
Sem pressão
A vereadora Rosa da Saúde (foto)
explicou ontem os motivos de ter
assinado o requerimento da CPI da
Propina. “Sou a favor da investigação
e assumi essa postura em favor do
interesse público”. Ela garantiu que
ARQUIVO
não teve orientação do partido nessa decisão e que
decidiu assinar depois de ler a denúncia. “É
necessário que a Câmara faça o seu papel de fiscalizar”.
Giro Político
giro@jhoje.com.br
Impasse
Rosa é técnica de enfermagem concursada da Prefeitura
de Cascavel. Como vereadora, ela vive o dilema sobre a
permanência ou não no serviço público enquanto exerce
o cargo de vereadora. Ela está decidindo se pedirá o
afastamento ou se exercerá a dupla jornada.
Fora do sindicato
O professor Paulo Porto
Borges, do PCdoB,
oficializou seu
afastamento da direção
do Sinteoeste
(Sindicato dos
Trabalhadores em
Estabelecimentos do
Ensino Superior do
Oeste do Paraná). Ele se
desincompatibilizou
semana passada em
razão de uma possível
candidatura a vereador
nestas eleições municipais.
PSC
A Executiva do PSC de
Cascavel se reúne hoje
para decidir sobre as
alianças para nesta
eleição, com a presença
do deputado estadual e
pré-candidato a prefeito
Leonaldo Paranhos. No
sábado haverá outro
encontro, mas dessa a
reunião será com os précandidatos
a vereador
do PSC, para definir os
32 nomes que podem
concorrer às eleições.
Convenções
E o PDT também se
reúne hoje para tomar
decisões. A sigla vai
decidir o local e o
horário da convenção,
marcada para o dia 30.
O encontro de hoje será
na sede do partido na
Rua Uruguai, às 18h30.
Outras decisões
importantes serão
tomadas segundo o
presidente do PDT, Atair
Gomes da Silva.
Mais um
O 11º partido a marcar
sua convenção para o
último dia foi o PV. Será
no dia 30, às 14h, no
diretório do PV, na Rua
Barão do Cerro Azul,
1.102, sala A. “Somos a
cebolinha e a salsinha
que todo o mundo quer
no molho”, brincou a
presidente da sigla,
Marlise da Cruz, que quer
trazer o deputado
estadual, Rasca
Rodrigues, para
participar da convenção.
Encontro
E o PT realiza neste
sábado um encontro
municipal regional da
sigla. O partido vai
aproveitar a vinda da
ministra-chefe da Casa
Civil, Gleisi Hoffmann, à
cidade para realizar o
evento. Estarão presentes
prefeitos e vereadores da
região oeste, além de
líderes de partidos
aliados ao governo
federal. O encontro será
a partir das 10h, na
Câmara de Vereadores
de Cascavel.
Duas décadas
O Ministério Público do
Paraná comemora esta
semana os 20 anos da
Lei de Improbidade
Administrativa. Para
marcar a data, o MP
promove um simpósio
em Curitiba.
Improbidade
Ela tira o sono dos
gestores há 20 anos.
Nesse período, a Lei de
Improbidade
Administrativa foi
responsável por 5.863
condenações em âmbitos
federal e estadual. No
Paraná, somente o
Ministério Público
Estadual propôs cerca
de 2 mil ações civis
públicas com base na lei,
das quais 439 já
obtiveram a condenação
dos requeridos.
Comemoração
Para marcar as duas
décadas da lei, o
Ministério Público do
Paraná, em parceria com
outras instituições,
promove nesta semana o
simpósio 20 anos da Lei
de Improbidade
Administrativa, que
pretende fazer um
balanço crítico da Lei
8.429/1992 e do papel
do Ministério Público,
dos Tribunais, do
Parlamento, da advocacia
pública e privada e da
imprensa no combate à
corrupção. O evento será
em Curitiba, hoje e amanhã.
Documento de identidade de categoria profissional
reconhecido por lei é considerado válido para
identificação do eleitor na hora da votação. A
informação foi divulgada ontem pelo TSE, que
reforçou a desobrigatoriedade de apresentar o título
de eleitor no dia da eleição, com a ressalva de que
isso é válido para quem souber a sua seção eleitoral.