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O Príncipe, o Conselho de Estado e o Conselheiro na ... - LusoSofia

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16 António Bento<br />

da<strong>de</strong>, tornou mais difícil gover<strong>na</strong>r, porque os gover<strong>na</strong>dos po<strong>de</strong>m<br />

saber a este respeito tanto quanto os gover<strong>na</strong>ntes” 28 .<br />

Como quer que seja, “maquiavelismos”, haverá com certeza<br />

muitos: fiquemo-nos, no entanto, pelos aparentemente óbvios: o<br />

“maquiavelismo” <strong>de</strong> Maquiavel, o “maquiavelismo” dos “maquiavelistas”<br />

e o “maquiavelismo” dos “anti-maquiavelistas”. Mas se agora<br />

tomarmos por boa a formulação <strong>de</strong> que o “maquiavelismo” dos<br />

“anti-maquiavelistas” é o “maquiavelismo” tanto dos discípulos<br />

como dos inimigos <strong>de</strong> Maquiavel, então talvez nos tenhamos aproximado<br />

da razão <strong>de</strong> ser do “tacitismo”: se os “tacitistas” são “temperadores”<br />

ou “mitigadores” do “maquiavelismo” – e, como tal,<br />

alegadamente “anti-maquiavélicos” – não é porque Maquiavel tenha<br />

errado <strong>na</strong>s suas <strong>de</strong>scrições da “arte <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>r”, mas porque tudo<br />

o que Maquiavel escreveu “faz-se, mas não se diz”, ou antes, só<br />

se po<strong>de</strong> fazer precisamente <strong>na</strong> medida em que não se explica nem<br />

se sistematiza <strong>de</strong> maneira crítica isso (o mal) que se faz e o modo<br />

como se o faz.<br />

Numa elucidativa nota a uma passagem do livro III, capítulo<br />

VI, da edição <strong>de</strong> 1782 do Contrato Social, observa Rousseau a<br />

propósito <strong>de</strong> O <strong>Príncipe</strong> <strong>de</strong> Maquiavel: “A corte <strong>de</strong> Roma proibiu<br />

severamente o seu livro, segundo penso; é ela que ele mais claramente<br />

<strong>de</strong>screve” 29 .<br />

28 Cf. Ragguagli <strong>de</strong>l Par<strong>na</strong>so, 1610. . . , apud António Gramsci, “Maquiavel.<br />

Notas sobre o <strong>Estado</strong> e a política”, in Memórias do Cárcere, 1934.<br />

29 Cf. Contrat Social, 1782.<br />

www.lusosofia.net<br />

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