12.04.2013 Views

Folha CIDADE BAIXA.indd - Jornal Folha Cidade Baixa

Folha CIDADE BAIXA.indd - Jornal Folha Cidade Baixa

Folha CIDADE BAIXA.indd - Jornal Folha Cidade Baixa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cartão-postal da Bahia<br />

de beleza e abandono<br />

6<br />

Conheça projeto de revitalização e<br />

porque ele não sai do papel<br />

Gente daqui<br />

10 Projeto da Ong de Maragareth Menezes<br />

já formou centenas de jovens.<br />

Fábrica de esperança<br />

Entrevista<br />

Jorge Codami<br />

12 14<br />

Fomos conhecer suas idéias e como vive este<br />

empresário que emprega 40 pessoas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />

Salvador, março de 2011 - Ano I - Nº I<br />

Ponto de Vista<br />

13 O glaucoma é uma doença silenciosa e assintomática<br />

que pode levar à cegueira irreverrível.<br />

Conheça os principais fatores de risco e onde<br />

encontrar ajuda especializada.<br />

Economia<br />

A vez dos atacadões<br />

Estabelecimentos surgem como alternativa para<br />

o consumidor comprar mais pagando menos.


Opinião<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Estado constrói<br />

terminal pesqueiro<br />

na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

Para dinamizar a atividade<br />

pesqueira baiana, a Secretaria<br />

da Agricultura, Irrigação<br />

e Reforma Agrária da Bahia<br />

(Seagri), por intermédio da Bahia<br />

Pesca, iniciou, no último mês de<br />

fevereiro, a construção do primeiro<br />

Terminal Pesqueiro de Salvador. “O<br />

investimento é de R$ 10 milhões”,<br />

informa o presidente da Bahia Pesca,<br />

Isaac Albagli. Segundo ele, quando<br />

estiver pronto, o terminal atenderá a,<br />

aproximadamente, 20 mil pescadores<br />

de toda o estado, que terão um<br />

local apropriado para desembarcar,<br />

benefi ciar e armazenar sua produção.<br />

Além de Salvador, o município<br />

de Ilhéus também está sendo atendido<br />

com um terminal pesqueiro, que<br />

começou a ser construído em novembro<br />

do ano passado. Na capital,<br />

o terminal será localizado na Ribeira,<br />

na Enseada dos Tainheiros, e sua<br />

área de abrangência inclui, além de<br />

Salvador, seis municípios do Litoral<br />

Norte, nove municípios da Região<br />

Metropolitana e sete municípios do<br />

Recôncavo baiano.<br />

“O objetivo é melhorar a qualidade<br />

e a produtividade do pescado<br />

local, as condições de trabalho do<br />

pescador, reduzir o custo do peixe<br />

para os moradores da cidade e região,<br />

entre outros”, assegura Albagli.<br />

EXPEDIENTE - JORNAL FOLHA DA <strong>CIDADE</strong> <strong>BAIXA</strong><br />

O jornal <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> é propriedade da Agência de<br />

Notícias Portal do Recôncavo – Todos os direitos reservados<br />

Largo da Madragoa, 116 – Ribeira – Salvador/Bahia<br />

CEP: 40420-180<br />

Telefones: Redação - (71) 4101-5819<br />

Publicidade - (71) 4101-5820<br />

Diretor executivo: Dilton Borges Santiago<br />

Diretor de Marketing: Genivaldo Vieira<br />

Editor: Dilton Borges Santiago<br />

Diagramador: Jaime Bonfi m<br />

Gerente de Produção Thiago Berhends S. Santiago<br />

Fotografi a: Gilmar Santos<br />

FALE COM O JORNAL FOLHA DA <strong>CIDADE</strong> <strong>BAIXA</strong><br />

As Cartas para a redação deste jornal devem ser enviadas para:<br />

Largo da Madragoa, 116 – Ribeira – Salvador/Bahia<br />

CEP: 40420-180<br />

e-mail: redação@folhacidadebaixa.com.br<br />

O espaço trará benefícios também<br />

para os moradores do tradicional<br />

bairro da Ribeira, auxiliando, inclusive,<br />

no processo de revitalização da<br />

orla da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />

O equipamento ocupará a área<br />

do imóvel onde funcionou o antigo<br />

restaurante Quintela e que nos<br />

últimos anos serviu de abrigo para<br />

usuários de drogas e de animais nocivos<br />

à saúde pública. O prédio será<br />

demolido para implantação do terminal.<br />

O otimismo é compartilhado<br />

pelo vice-presidente da Federação<br />

de Pescadores do Estado da Bahia,<br />

Emílio Alves. “Tínhamos um problema<br />

de infraestrutura que será<br />

fi nalmente solucionado. Os colegas<br />

da região não tinham local para<br />

aportar, era tudo feito no improviso.<br />

O terminal vai solucionar um<br />

problema que temos há décadas”,<br />

afi rma.<br />

Infraestrutura<br />

Os terminais contarão com unidades<br />

de benefi ciamento do pescado,<br />

apoio e comercialização. O<br />

equipamento será dotado de câmaras<br />

e túneis de espera, congelamento<br />

e estocagem de iscas e refrigerados<br />

e casa de máquinas. Na unidade de<br />

comercialização, os usuários poderão<br />

desfrutar ainda de lanchonete e<br />

estacionamento.<br />

A unidade de apoio disponibilizará<br />

fábrica de gelo, abastecimento<br />

de água e combustível, central de<br />

fornecimento de energia, píer de<br />

embarque e desembarque, refeitório,<br />

sala de rádio, posto bancário, boxes<br />

de vendas, almoxarifado, ofi cina de<br />

manutenção de embarcações, carreira<br />

com guincho e central de higienização<br />

de caixas.<br />

A Bahia é o terceiro maior produtor<br />

de pescados do Brasil, com<br />

produção estimada em 120 mil toneladas<br />

por ano. Entre os grandes<br />

produtores do Brasil, é o estado que<br />

mais cresce. “Porém, toda produção<br />

é levada para ser benefi ciada nas<br />

suas origens. Aqui não há desembarque<br />

industrial de pescados porque<br />

não temos infraestrutura portuária.<br />

O preço quem paga é o consumidor.<br />

Com o terminal pesqueiro, essa anomalia<br />

será abolida. Ganha o pescador<br />

e ganha o consumidor”, completa<br />

Isaac Albagli.<br />

De acordo com Isaac Albagli, a<br />

construção do terminal está dentro<br />

dos planos da Bahia Pesca. A meta<br />

é atingir a produção de 140 mil toneladas<br />

por ano de pescado, e a liderança<br />

no ranking nacional do valor<br />

de produção.<br />

Fonte: Agecom<br />

As informações devem conter todos os dados do remetente (nome<br />

e endereço completo, RG e telefones para contato).<br />

As cartas serão checadas antes de publicadas e são de inteira<br />

responsabilidade dos autores, que se responsabilizam por<br />

eventuais questionamentos jurídicos. O jornal se reserva o<br />

direito de rejeitar cartas com acusações insultuosas ou sem<br />

identifi cação. Também não serão considerados elogios ou<br />

agradecimentos pessoais. Devido a disponibilidade de espaço,<br />

as cartas são seleciondas, podendo ser editadas e publicadas<br />

resumidamente. <strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> é distribuído<br />

gratuitamente em toda região da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, e ainda nos<br />

bairros de Liberdade, São Caetano, Fazenda Grtande do Retiro,<br />

Subúrbio Ferroviário e parte da <strong>Cidade</strong> Alta. No CAB, Secretarias<br />

de Estado, Empresas Estatais, Agências de Viagens, Locadoras<br />

de Veículos, Supermercados, Restaurantes, Lanchonetes,<br />

sorveterias, Bancos, Escritórios do Sebrae, Shoppings Centers,<br />

Clubes Sociais, Colégios, Universidades e Faculdades, principais<br />

clínicas médicas, odontológicas e rede hospitalar do estado.<br />

Estação Rodoviária, Estação do Ferry-boat. Departamentos<br />

de Turismo, Companhia de Navegação Baiana, Cursos prévestibulares,<br />

Postos de combustível.<br />

Periodicidade: 20.000 exemplares/mês.<br />

02<br />

EDITORIAL<br />

É com enorme satisfação que trazemos<br />

até você a primeira edição do<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Um veículo<br />

totalmente novo e independente.<br />

Neste momento em que Salvador se organiza<br />

para receber a Copa do Mundo<br />

de 2014, não poderíamos deixar de registrar<br />

alguns dos muitos problemas do<br />

bairro do Comércio, que já ostentou o<br />

título de maior centro fi nanceiro do país.<br />

Ciquenta anos depois, lixo, ruínas e descaso<br />

corroem a imagem deste belo retrato<br />

de nossa cidade (que no próximo<br />

dia 29 completará 462 anos).<br />

Em nossa editoria de turismo, publicamos<br />

uma matéria sobre o projeto<br />

que retrata a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> do futuro,<br />

com tudo o que ela tem de melhor: sua<br />

gente bonita e trabalhadora, seus pontos<br />

turísticos, de lazer, sua história e cultura<br />

próprias, seu modo de vida diferente<br />

de qualquer lugar, seu comércio forte<br />

e acessível.<br />

Nosso entrevistado do mês é Jorge<br />

Codami. Um empresário apaixonado<br />

por esta localidade e que aponta,<br />

com inteligência, o que pode ser feito<br />

para melhorar e evitar a degradação<br />

da região em que vive há 59 anos. Aliás,<br />

quem enxergou com muita propriedade<br />

que algo devia ser feito por essa<br />

gente daqui foi a cantora Margareth<br />

Menezes, que nos ensina que podemos<br />

fabricar sonhos, mesmo quando não<br />

são os nossos.<br />

Do ponto de vista médico, convidamos<br />

a Dra. Fabíola Mansur, uma das<br />

maiores autoridades em oftalmologia<br />

do Brasil, para falar da importância do<br />

diagnóstico precoce e tratamento do<br />

glaucoma.<br />

E quem não gosta de economia?<br />

Aqui, você vai entender porque, cada<br />

vez mais, o consumidor da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

está trocando o luxo dos grandes supermercados<br />

pela versatilidade dos hiperatacados.<br />

Todo mundo concorda que é um privilégio<br />

morar, trabalhar e, principalmente,<br />

viver aqui. Percebemos esta sinergia<br />

durante uma caminhada ao amanhecer,<br />

nas diversas opções da sorveteria<br />

da Ribeira ou durante o pôr-do-sol na<br />

ponta do Humaitá. Com alto astral e<br />

sob as bênçãos do verão da Bahia, está<br />

nascendo o <strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />

Contamos com seu envolvimento e<br />

cumplicidade. Afi nal, esse canal de informação<br />

foi desenvolvido pensando<br />

em gente como você, que se orgulha<br />

da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> e acredita, como nós,<br />

que o melhor lugar do mundo é aqui. Estamos<br />

de portas abertas para, sempre<br />

que você quiser, aparecer. Dotados da<br />

hospitalidade e simpatia que Deus ungiu<br />

todo baiano, falamos de coração:<br />

pode entrar meu rei, a casa é sua.<br />

Dilton Santiago<br />

Editor


“Falou... e disse!<br />

“ Queria mesmo era trabalhar o ano inteiro para<br />

não ter que trabalhar no carnaval. É muito bom para<br />

ganhar dinheiro, mas lá de cima do trio a gente só vê<br />

coisa triste, agressão mútua e imposição de poder”.<br />

Leão é um sujeito que gosta de trabalhar. Às<br />

vezes, você vai ter que segurar um pouquinho<br />

porque ele é acelerado. Mas quem tem medo<br />

de trabalhar com gente competente que possa<br />

vir a deslanchar acaba só trabalhando com<br />

gente medíocre”.<br />

Governador Jaques Wagner, em clara menção a uma<br />

possível possibilidade de Leão se destacar a ponto de ser<br />

um possível candidato a prefeito em 2012.<br />

“Ele chegou, ele fez, ele arrumou, ele<br />

acabou, ele morreu, politicamente<br />

morreu. Pronto. No seu enterro houve<br />

pouca gente! Ele não era querido, era<br />

temido. Bastou perder o poder.”<br />

Professor Cid Teixeira, em entrevista ao portal<br />

Terra Magazine, avaliando a passagem de Antonio<br />

Carlos Magalhães pela política.<br />

André Motta de Lima<br />

Cantor e compositor Geronimo.<br />

“Nós temos a música,<br />

que é a nossa<br />

verdadeira arma para<br />

combater a violência e<br />

tantas coisas que não<br />

interessam a nossa<br />

sociedade.”<br />

Carlinhos Brown<br />

“isso parece um navio<br />

negreiro! Os negros vão<br />

esticando essa corda para os<br />

bonitões brancos brincarem lá<br />

dentro”.<br />

Vereadora Leo Kret, sobre a situacão<br />

dos cordeiros nos blocos de Carnaval.<br />

“É...prefeita, está dando mais entrevista<br />

do que eu.”<br />

“É a hora das mulheres prefeito.”<br />

Maria Quitéria, prefeita do município de Cardeal<br />

da Silva pelo PSB, após a conclusão dos processos<br />

que resultou na eleição do prefeito de Camaçari,<br />

Luiz Caetano (PT).<br />

03<br />

“Vou sim, quero sim e minha mulher<br />

também quer”.<br />

Nelson Pelegrino<br />

– respondendo ao apresentador Casemiro<br />

Neto, se disputará a prefeitura.<br />

“Não serei o grande líder.<br />

Preferi entrar na condição de<br />

comandado.<br />

Prefeio João Henrique Carneiro na<br />

cerimônia de adesão ao partido progressista<br />

(PP)


Shopping<br />

Largo do Papagaio - <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

04


ACONTECE<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Sim, as Mulheres<br />

no topo<br />

Das cadeiras de comando<br />

saem os<br />

executivos ultracompetitivos,dispostos<br />

a correr riscos e investir<br />

perigosamente.<br />

No lugar entram pessoas<br />

mais justas, com visão de<br />

longo prazo, e especialistas<br />

em equilibrar a balança pessoal<br />

X profi ssional. E elas<br />

serão, muito provavelmente,<br />

do sexo feminino. Um estudo<br />

recente realizado pela consultoria<br />

americana Catalyst,<br />

especializada em pesquisa<br />

sobre mulheres no trabalho,<br />

mostrou que elas estavam em<br />

postos de comando em mais<br />

de um terço das 353 empresas<br />

que permaneceram no<br />

ranking da revista Fortune,<br />

por pelo menos quatro anos.<br />

Ao que tudo indica, elas possuem<br />

habilidades mais adaptadas<br />

ao universo profi ssional<br />

de 2020. E em meios fl uídos,<br />

virtuais, onde uma administração<br />

mais cautelosa e focada<br />

em períodos longos será<br />

necessária, o sexo feminino<br />

leva uma boa vantagem.<br />

Há algum tempo as meninas<br />

estão se preparando para<br />

subir na vida. Nos Estados<br />

Unidos, atualmente elas obtêm<br />

60% dos diplomas e, aqui<br />

no Brasil, são 54% das pesso-<br />

as matriculadas no ensino<br />

superior. São as mulheres<br />

que compram 40% de todos<br />

os carros produzidos pela<br />

Ford e GM no Brasil e respondem<br />

por 41% de todos os<br />

empregos no país – sua participação<br />

no mercado cresce<br />

15% a cada década. E mesmo<br />

o mito de que elas ganham<br />

menos que os homens vem<br />

se desfazendo, estatisticamente.<br />

Nas grandes cidades<br />

americanas, como Chicago,<br />

Nova York e Los Angeles, por<br />

exemplo, as garotas na faixa<br />

dos 25 anos faturam tanto<br />

quanto os rapazes da mesma<br />

idade.<br />

Garotos deixados para trás<br />

Mark Penn, presidente da<br />

empresa de relações públicas<br />

Burson-Marsteller e colunista<br />

do Th e Wall Stret Journal,<br />

criou uma sigla para designar<br />

os homens que começarão a<br />

comer poeira no mundo corporativo<br />

nos próximos anos:<br />

são os GLBs, sigla em inglês<br />

para GUYS LEFT BEHIND,<br />

ou garotos deixados para<br />

trás. É a maneira feminina<br />

de administrar com prudência,<br />

foco maior nos resultados<br />

e horários fl exíveis que<br />

faz sucesso. E gera lucro.<br />

8 de março, dia<br />

internacional da mulher<br />

“É impressionante como esperam da gente,<br />

fragilidade”.<br />

Dilma Rousseff , primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de<br />

Estado e de governo, em toda a história do Brasil.<br />

05<br />

Lídice da Mata, primeira mulher eleita prefeita de Salvador.<br />

Primeira senadora eleita pelo estado da Bahia.<br />

Rilza Valentim, primeira<br />

prefeita eleita do município<br />

detentor do maior PIB<br />

brasileiro. Bacharel, mestre<br />

e doutoranda em Química<br />

pela Universidade Federal<br />

da Bahia.


TURISMO<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Salvador ganha projeto<br />

urbanístico para revitalizar<br />

<strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

Salvador começou voltada para<br />

a Baía de Todos os Santos. Ali,<br />

no que viria a ser o centro da<br />

cidade, a faixa ao nível da praia<br />

foi chamada <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Acima,<br />

a conhecida <strong>Cidade</strong> Alta integra<br />

outra parte do coração da capital<br />

baiana. Hoje, já bastante deteriorada<br />

e completamente sufocada pelo<br />

trânsito de veículos, a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

recebeu um plano para revitalização<br />

urbana - o Projeto Nova <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong>, assinado pelo Brasil Arquitetura,<br />

escritório paulista que contou<br />

com o apoio de arquitetos locais da<br />

A&P Arquitetura e Urbanismo.<br />

O projeto visa remodelar o centro<br />

com requalifi cação urbana, am-<br />

Colabore<br />

biental e paisagística, desde o bairro<br />

de Campo Grande até a Ribeira,<br />

abrangendo toda a extensão da<br />

baía, incluindo as famosas praias do<br />

Cantagalo e de Boa Viagem. Segundo<br />

as diretrizes do projeto, a orla<br />

deverá receber ampla área de novos<br />

espaços públicos qualifi cados para<br />

uso e lazer de pedestres, com ciclovias,<br />

novas linhas de transporte<br />

público (veículo leve sobre trilhos,<br />

ou VLT), além de moradias em edifícios<br />

residenciais baixos (para não<br />

esconder o horizonte), com serviços<br />

para seus moradores. Planeja-se<br />

ainda desviar o tráfego intenso para<br />

túneis e estacionamentos subterrâneos.<br />

06<br />

O plano dos arquitetos também<br />

prevê equipamentos de grande<br />

porte para a cultura e o desenvolvimento<br />

socioeconômico, como escolas<br />

profi ssionalizantes.<br />

A atual concentração demográfi<br />

ca da região não é homogênea,<br />

apresentando pontos mais densos<br />

(caso da região do Comércio), e outros<br />

mais esparsos, a exemplo dos<br />

pavilhões militares ou lotes com<br />

edifícios industriais degradados e<br />

subutilizados, juntos à orla. “A intenção<br />

principal é reaproveitar esse<br />

espaço urbano que tem forte apelo<br />

histórico e turístico, homogeneizando<br />

sua ocupação, ao gerar novas<br />

moradias e desviar veículos para<br />

que o uso do espaço seja público,<br />

com horizonte aberto para o mar”,<br />

conta Cícero Ferraz Cruz, do Brasil<br />

Arquitetura.<br />

Como se trata de um masterplan,<br />

ou seja, uma plano geral, sem<br />

detalhamento, o projeto não está<br />

pronto para ser executado. Assim,<br />

(71) 3310 1100<br />

0800 284 5284


como recurso de planejamento, a<br />

equipe de arquitetos dividiu a <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong> em cinco grandes áreas<br />

- Campo Grande/Praça Cayru; Comércio/Fuzileiros<br />

Navais; Jequitaia;<br />

Cantagalo/Boa Viagem e Mont-<br />

-Serrat-Tainheiros/Uruguai -, com<br />

inúmeras obras previstas para cada<br />

uma delas.<br />

Todas as cinco áreas seriam assim<br />

benefi ciadas por novos sistemas<br />

de transporte coletivo, como<br />

o VLT circular interligado com a<br />

linha suburbana de trem, e novos<br />

teleféricos para passageiros transitarem<br />

entre <strong>Cidade</strong> Alta e <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong>. Largos espaços para circulação<br />

de pedestres, ciclovias e uma<br />

linha regular de transporte náutico<br />

também seriam disponibilizados à<br />

população.<br />

No Campo Grande, pontos<br />

como Passeio Público, Parque da<br />

Aclamação e Forte de São Pedro serão<br />

requalifi cados, enquanto a Avenida<br />

Contorno deverá ganhar outro<br />

passeio anexo. O projeto prevê também<br />

a construção de um teleférico<br />

entre o Largo dos Afl itos e o Solar<br />

do Unhão, onde fi ca o Museu de<br />

Arte Moderna.<br />

Um túnel, chamado Mergulhão,<br />

desafogaria o tráfego, afunilado na<br />

junção da Avenida Contorno com a<br />

Avenida da França. A Praça Cayru,<br />

por sua vez, seria assim liberada<br />

da atual função viária para receber<br />

edifi cações de fi ns culturais, além<br />

de esconder, sob sua nova esplanada,<br />

um estacionamento subterrâneo<br />

de 400 vagas.<br />

Para o Comércio, a ideia é reestruturar<br />

– ou limpar – suas vias<br />

internas, totalmente encobertas<br />

por veículos e edifícios comerciais.<br />

“Propomos a priorização do fl uxo<br />

de pedestres sobre o de automóveis,<br />

com novos passeios, estacionamentos,<br />

e a transformação da Avenida<br />

da França, principal, em via de mão<br />

dupla”, conta Cruz<br />

Surgiria também uma nova Esplanada<br />

do Porto, espaço sem os<br />

armazéns portuários que hoje ocupam<br />

grande área, para que viesse a<br />

ter uso público, contínuo e aberto<br />

para a baía, com pontos comerciais<br />

de médio porte interligados por<br />

marquise, além de uma passarela<br />

elevada para conectar o Porto a<br />

um novo Terminal Internacional de<br />

Passageiros – onde fi ca ainda hoje o<br />

Instituto do Cacau.<br />

O Moinho da Bahia e o Moinho<br />

Salvador receberiam escritórios,<br />

salas de cinema e mais comércio.<br />

Ainda na área identifi cada como<br />

Fuzileiros Navais, torres hoteleiras<br />

supririam a demanda de turistas<br />

que chegam à cidade nos cruzeiros;<br />

um Terminal Intermodal faria<br />

conexão entre VLT, teleférico, ônibus<br />

e metrô, e o também chamado<br />

Novo Comércio receberia edifício-<br />

-garagem para mil vagas e um centro<br />

de convenções.<br />

07<br />

Polêmica<br />

O projeto Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>,<br />

apesar de prever melhorias<br />

para o espaço urbano de Salvador,<br />

não foi encomendado<br />

pelo poder público baiano.<br />

Segundo Por fi m, os dentre arquitetos os projetos da Bra- mais<br />

importantes e previstos no mastersil<br />

Arquitetura, foi a Fundaplan,<br />

a equipe do Brasil Arquiteturação<br />

repensou Baía Viva, a praia privada, de Boa Viagem quem<br />

como o encomendou um dos cartões e o postais doou mais ao<br />

importantes Estado da Bahia. da cidade, A Fundação e propõe<br />

sua Baía revitalização Viva foi fundada desde a em Ponta 1999 de<br />

Humaitá. Um novo parque, identi-<br />

por um grupo de empresários<br />

fi cado como Parque Metropolitano<br />

de baianos Itapagipe, “preocupados trará verde e mais com vida a<br />

à preservação área entre a Avenida do maior Suburbana cartão e<br />

a postal linha férrea. da Bahia e marco representativo<br />

da História do Brasil:<br />

a Baía de Todos os Santos”,<br />

conforme o site da entidade.<br />

A doação foi questionada<br />

pelo jornal baiano “A Tarde”,<br />

que publicou, em 27 de fevereiro<br />

de 2010, uma matéria<br />

cobrando do prefeito João<br />

Henrique Carneiro (PMDB) a<br />

identifi cação do patrocinador<br />

do projeto Salvador Capital<br />

Mundial, do qual a proposta<br />

Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> faz parte.<br />

Na reportagem, o jornal<br />

levanta a suspeita de que por<br />

trás da doação estariam interesses<br />

econômicos do próprio<br />

grupo diretor da fundação,<br />

que conta com empresários<br />

do mercado imobiliário entre<br />

seus membros - caso de Carlos<br />

Seabra Suarez.<br />

O arquiteto Marcelo Ferraz<br />

garante, no entanto, que não<br />

sofreu qualquer tipo de pressão<br />

para o desenvolvimento do<br />

projeto. “Fizemos aquilo que<br />

achávamos melhor para a cidade<br />

do ponto de vista urbanístico;<br />

inclusive com apoio de profi<br />

ssionais locais conceituados.”<br />

A reação lenta da prefeitura<br />

em responder às críticas<br />

ressentiu o doador do projeto,<br />

que desfez a doação, retirando<br />

o projeto das mãos do poder<br />

público. “Esperamos agora que<br />

o Governo do Estado, que se<br />

demonstrou muito interessado,<br />

possa reverter esta delicada<br />

situação, para que pelo menos<br />

parte do Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

possa vir um dia a tramitar nos<br />

órgãos legislativos, ser aprovado<br />

e fi nalmente executado”, declara<br />

Marcelo Ferraz.<br />

Consultada pela reportagem,<br />

a assessora Ana Lúcia Andrade,<br />

da Sedham (Secretaria<br />

Municipal de Desenvolvimento<br />

Urbano, Habitação e Meio<br />

Ambiente de Salvador) afi rma<br />

que, uma vez que o projeto tenha<br />

sido “desdoado”, “ele não<br />

poderá mais ser licitado e nem<br />

mesmo comentado pelo poder<br />

público”.


Bairro do Comércio<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Região carece de serv<br />

Um dos maiores cartões-postais da<br />

Bahia, a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> vive um crônico<br />

processo de degradação e esquecimento,<br />

causado principalmente pela falta<br />

de planejamento nos serviços públicos e de<br />

infraestrutura, além de um olhar mais sensível<br />

às necessidades básicas de sua população.<br />

A região, que foi construída no século XVI a<br />

partir de várias ampliações da área de praia<br />

original, foi durante muitos anos o principal<br />

núcleo das atividades portuárias e o grande<br />

centro comercial do estado.<br />

Formada por 23 bairros, a região da <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong> é reduto de belezas naturais, consideradas<br />

singulares em todo mundo. Contudo,<br />

essas belezas correm sérios riscos de<br />

desaparecerem, caso não sejam implementadas<br />

políticas de reestruturação e preservação<br />

desse patrimônio histórico-cultural.<br />

A degradação dessa região, dentre outras<br />

causas, foi resultado da fuga dos grandes empreendimentos<br />

comerciais para outras regiões<br />

da cidade e na potencialização de outros<br />

pontos comerciais como a Região do Iguatemi<br />

e a criação do Centro Administrativo da<br />

Bahia (CAB). Esses acontecimentos foram<br />

fundamentais para que o bairro do Comércio,<br />

assim denominado por ter sido durante<br />

anos o maior centro comercial do país, ter<br />

perdido este posto e caído no esquecimento.<br />

Esquecimento<br />

Basta uma simples caminhada nas ruas<br />

desse reduto cultural para perceber alguns<br />

de seus muitos problemas. As pessoas são<br />

obrigadas a conviverem com esgotos a céu<br />

aberto enquanto esperam a condução. Problema<br />

este, que pode ser notado em vários<br />

pontos do bairro.<br />

Outro “retrato” que transmite a sensação<br />

de abandono é a grande concentração<br />

de lixo nas ruas. A população reclama que<br />

a coleta de lixo não tem sido frequente, o<br />

que ocasiona o acúmulo e acaba desenvol-<br />

A habitação é uma situação muito grave. Alguns<br />

casarões se encontram em estado de calamidade<br />

ou ocupados por sem-teto que correm sérios<br />

riscos de vida nesses locais.<br />

08<br />

vendo muitos outros transtornos, a exemplo<br />

da obstrução dos canais de esgoto, além do<br />

mau-cheiro nas ruas e a proliferação de insetos<br />

e animais causadores das chamadas doenças<br />

urbanas, como cólera, leishmaniose,<br />

dengue, entre outras.<br />

Patrimônio ameaçado<br />

Casarões que constantemente desabam<br />

ou pegam fogo, esse é o cenário do antigo<br />

centro comercial da capital baiana, o que<br />

um dia foi referência de beleza arquitetônica<br />

e financeira para o mundo, hoje vive<br />

em constante vigilância. O abandono é um<br />

problema secular para os moradores, que<br />

sofreram com a migração de empresas, e<br />

que ocasiona a redução do número de empregos<br />

criados. A deterioração do bairro<br />

do Comércio e de seu conjunto arquitetônico,<br />

não é o único problema enfrentado<br />

nas diversas ruas da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, berço do<br />

nascimento de Salvador. Outra insatisfação<br />

registrada pelos comerciantes e até turistas,<br />

são as adversas condições de transitar, trabalhar<br />

e contemplar a região. Eles criticam<br />

a falta de instalação de banheiros químicos<br />

em alguns pontos com maior fluxo de<br />

pessoas; outra queixa diz respeito à falta de<br />

segurança, que devia ser uma preocupação<br />

primordial de qualquer governo, pois cuidar<br />

da segurança da população é dar subsídios<br />

para o desenvolvimento da própria<br />

cidade. “O bairro do Comércio está acabando.<br />

O Governo precisa se pronunciar, do<br />

jeito que está, daqui há cinco ou dez anos<br />

não existirá mais. É lamentável! As pessoas<br />

vão ao shopping porque não existe segurança<br />

nas ruas, e a marginalidade está imperando.<br />

Depois das 17 horas, é impossível<br />

transitar por aqui... tudo fica entregue ao<br />

crack e à violência, por este motivo as lojas<br />

fecham cedo.” AROUVEL ANDRADE, 75<br />

anos, comerciante.


iços de infraestrutura<br />

Há dois anos uma ação do Ministério Público Federal determinou<br />

a paralisação da construção do Hotel Hilton. Segundo o diretor de<br />

construção e incorporação do Grupo Imocom, Duarte Sanganha, o<br />

cinco estrelas da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> tem previsão de ser inaugurado em<br />

dezembro de 2012.<br />

A chegada do grupo em Salvador representa um investimento de<br />

R$ 100 milhões e a criação de 500 empregos diretos. Para viabilizar o<br />

projeto, o Imocom adquiriu seis casarões, inclusive a casa de azulejo,<br />

uma das referências da região e que será a principal fachada do hotel.<br />

09<br />

“Todo dia no fi m da tarde<br />

esse boeiro transborda fezes e<br />

água suja, ninguém aguenta.<br />

Já chamamos a Embasa<br />

várias vezes e ...nada! Lá<br />

no Caminho de Areia, onde<br />

eu moro, passo pelo mesmo<br />

problema.<br />

JUVENAL LEAL DA<br />

CRUZ, guardador de automóveis<br />

no bairro do<br />

Comércio. Morador do bairro<br />

Caminho de Areia, na <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong>.


GENTE DAQUI<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Responsabilidade social<br />

No compasso da cidadania<br />

Margareth Menezes fundou<br />

em 2004 a ‘Fábrica Cultural’ que,<br />

através de um convênio de parceria<br />

fi rmado com a Secretaria Municipal<br />

da Educação e Cultura,<br />

da Prefeitura de Salvador, iniciou<br />

o “Programa Circulando Arte”,<br />

além de outros projetos no campo<br />

da arte, educação e cultura. A<br />

Organização Não-governamental<br />

atua desde 2008, na Ribeira<br />

e outros bairros da Península<br />

de Itapagipe, oferecendo cursos<br />

profi ssionalizantes para jovens<br />

e ofi cinas de arte-educação para<br />

crianças.<br />

Em 14 de julho de 2010, a<br />

organização, que desenvolveu o<br />

projeto “Na Trilha da Cidadania”,<br />

formou 500 jovens, através de<br />

um cerimônia que contou com<br />

a presença de Menezes. O projeto<br />

formou alunos nas áreas de<br />

produção musical, comunicação,<br />

estamparia. criação em costura e<br />

designer gráfi co. Durante o evento,<br />

a cantora disse que fi ca feliz<br />

com a formatura, pois, “logo na<br />

Rua Ilhéus, nº 80. Parque Cruz guiar. Rio Vermelho. Salvador - Ba. Cep.: 41.940-570. Tel.: (71) 3334-1113<br />

www.clinicabemestar.com.br<br />

Foto: Divulgação<br />

10<br />

primeira<br />

turma<br />

que estamosformando,<br />

é<br />

muito claro o<br />

valor, a energia e<br />

a qualidade desses<br />

jovens. É animador<br />

poder, juntamente<br />

com todo o pessoal<br />

da Fábrica, ajudar<br />

a proporcionar essa<br />

oportunidade”. A<br />

cerimônia contou<br />

com a presença de Fátima Mendonça,<br />

primeira-dama do estado,<br />

e Arany Santana, secretária do<br />

Desenvolvimento Social e Combate<br />

à Pobreza, que declarou: “O<br />

que estava faltando a esses jovens<br />

era acesso às ferramentas. Unindo<br />

isso ao querer e à competência<br />

desses meninos, com certeza eles<br />

vão construir um momento novo<br />

para cada um e para a Bahia”.<br />

Com sede no Clube Cabana<br />

do Bogary, a organização oferece<br />

cursos a jovens de 16 a 24 anos,<br />

cuja renda familiar não ultrapasse<br />

meio salário minímio, por pes-<br />

soa. Além disso, o aluno<br />

deve cursar o ensino fundamente<br />

e médio da rede pública. São oferecidas<br />

250 vagas por período e<br />

os alunos são contemplados com<br />

uma bolsa-auxílio.<br />

* Com informações da assessoria de Imprensa<br />

da Fábrica Cultural<br />

Perfi l<br />

Margareth Menezes nasceu no bairro<br />

da Boa Viagem, em Salvador. Filha de<br />

Dona Diva, uma costureira e doceira que<br />

veio da Ilha de Maré, e Adelício Soares da<br />

Purifi cação, motorista, falecido em maio<br />

de 2009, é a mais velha de cinco irmãos e,<br />

em 1977, aos 15 anos, ganhou uma guitarra<br />

e começou a cantar no coral da Igreja<br />

da Congregação Mariana da Boa Viagem,<br />

em Salvador.<br />

Morava na península itapagipana e,<br />

desde pequena, foi cercada pelo conjunto<br />

histórico da cidade de Salvador, como Igreja<br />

de Nosso Senhor do Bonfi m, e recebeu<br />

forte infl uência artística da própria família,<br />

pois a mãe gostava muito de samba de<br />

roda, e os eventos na Ilha da Maré eram<br />

realizados na casa da avó da cantora, que<br />

desempenhava um papel de “produtora<br />

cultural”.<br />

Foto: Divulgação


MotoBike: a sensação<br />

da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

Pensando em uma alternativa mais econômica<br />

de transporte para o trabalho, o<br />

técnico em Eletromecânica, Paulo Roberto<br />

Carvalho, adaptou um veículo, que, além de<br />

lhe proporcionar grande economia, gerou<br />

Criatividade e inovação AR-II de Itapagipe<br />

O Artista Plástico Sérgio Bahiana, morador<br />

da Ribeira, é um artista que se destaca<br />

pela originalidade. Sérgio cursou Artes<br />

Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA.<br />

Sua marca é a criatividade e sensibilidade<br />

em suas criações. Telas pintadas de busto<br />

e fotos de família são suas especialidades.<br />

Curioso pela gastronomia se especializou<br />

na área de confeitagem, onde adaptou seus<br />

conhecimentos artísticos à confeitaria,<br />

passando a usar corantes e ingredientes<br />

culinários em suas pinturas comestíveis.<br />

a oportunidade de ter seu próprio negócio.<br />

Ele descobriu que uma empresa comercializa<br />

kits, para tornar uma simples bicicleta<br />

em uma Bike motorizada. Ou uma<br />

MotoBike.<br />

Tornou-se, então, Cake designer, seus<br />

bolos são esculpidos ou modelados, jovens,<br />

românticos, extravagantes, personalizados<br />

e exclusivos. Os recheios são feitos de<br />

combinações perfeitas com ingredientes ao<br />

gosto do cliente. Visite o site: www.sergiobahiana.com.br<br />

e confi ra.<br />

Seu próximo bolo será um sucesso!<br />

O Atelier fi ca na Rua Júlio David, 9 –<br />

Ribeira - Tel: 71 3316 9169<br />

Uma força na saúde<br />

Foto: Ascom<br />

José Carlos Pitangueira nasceu em<br />

15 de julho de 1947, em Salvador.<br />

É graduado em Odontologia pela<br />

Universidade Federal da Bahia (Ufb a).<br />

Por sempre fazer uso do traje branco,<br />

requisito indispensável na prática<br />

da Odontologia, foi muitas vezes<br />

confundido com médico, acabou<br />

conhecido como “Dr. Pitangueira”.<br />

Trabalhou por mais de 30 anos como<br />

administrador no serviço público de<br />

saúde estadual. Trabalhou também<br />

Como surgiu a ideia da MotoBike?<br />

A ideia surgiu pela necessidade de um meio de transporte,<br />

alternativo, relativamente barato, fácil de dirigir, facilidade de<br />

deslocamento no trânsito.<br />

Quanto custa transformar uma bicicleta em uma MotoBike?<br />

Hoje, para transformar uma bike comum numa motorizada,<br />

custa algo em torno de R$900.00, se for usar vários acessórios<br />

tais como:<br />

Para-lamas em aço inox, bagageiro, velocimetro, lanternas,<br />

farol, pisca-pisca, buzina, retrovisores etc. acrescenta-se<br />

mais R$ 250.00.<br />

As peças podem ser adquiridas em Salvador?<br />

As peças podem ser adquiridas aqui comigo, através da<br />

minha empresa(Megatecnica Eletromecânica)<br />

Quantos Km ela faz com um litro de combustível?<br />

A bike tem uma autonomia de, aproximadamente, 70km<br />

por litro de gasolina, aditivada ou comum.<br />

Pode ser adptada com motor fl ex?<br />

A bike motorizada ainda não dispõe de motor fl ex.<br />

Precisa de lincenciamento?<br />

Aqui na Bahia não exige licenciamento, por se tratar de<br />

um veiculo ciclomotor de baixa potência.<br />

Qual a velocidade máxima dá MotoBike?<br />

A velocidade máxima atingida é de 45km/h<br />

Você tem recebido pedidos para revenda?<br />

Não tenho pedidos para revenda, mesmo porque meu<br />

foco é o usuário fi nal.<br />

Quem quizer ter uma MotoBike, o que deve fazer?<br />

Pode telefonar para o número (71) 4102-8750 ou 8705-<br />

6932, e terei o maior prazer em ajudar a adquirir sua bike motorizada.<br />

Meu e-mail é: paulrobertcarv@hotmail.com<br />

tem novo gestor<br />

Elney Pitangueira de Andrade é o novo gestor da Siga<br />

2 (Administração Regional de Itapagipe). Graduado em<br />

Administração Pública pela Faculdade Polifucs, iniciou sua<br />

vida profi ssional no Bradesco, onde trabalhou por 15 anos,<br />

chegando ao cargo de Consultor de Operações Tecnológicas<br />

das agências do Estado da Bahia e Sergipe. Ingressando<br />

na carreira pública, prestou relevantes serviços a vários<br />

municípios da Bahia. “Venho com a intenção de estreitar<br />

os laços da prefeitura com a comunidade, otimizando a<br />

prestação dos serviços públicos, com objetivo de melhorar<br />

a qualidade de vida dos itapagipanos”., pontuou.<br />

nos hospitais Ana Nery, Geral de<br />

Camaçari, Geral do Estado e Roberto<br />

Santos.<br />

Não esquece a Ribeira, bairro<br />

onde nasceu e foi criado. Está sempre<br />

presente na comunidade, envolvido<br />

em promoção de atividades esportivas<br />

e sociais. Durante sua trajetória<br />

profi ssional, acumulou experiências<br />

no atendimento à população e garante<br />

que mantém essa mesma relação<br />

como vereador.<br />

A principal bandeira de luta de<br />

Dr. Pitangueira é a Saúde Pública.<br />

Defende a municipalização da saúde e<br />

a autonomia da secretaria municipal,<br />

11<br />

como também, a inclusão da<br />

especialidade em pediatria nos postos<br />

de saúde.<br />

Mandato – Dr. Pitangueira (PRB)<br />

é presidente da Comissão de Saúde,<br />

Planejamento Familiar e Seguridade<br />

Social. É membro da Comissão de<br />

Defesa dos Direitos da Mulher e<br />

suplente da Comissão de Reparação.<br />

Perfi l – Dr. Pitangueira (PRB)<br />

Vereador da Câmara Municipal de<br />

Salvador<br />

Gabinete: 3320-0312<br />

Dr.pitangueira@cms.ba.gov.br


ENTREVISTA<br />

Um rosto para a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

O empreendedor e político Codami cita investimentos necessários para a região<br />

Jorge Codami é uma daquelas pessoas<br />

que construiu sua trajetória de vida<br />

com muito trabalho e perseverança,<br />

que não esconde suas origens e tem orgulho<br />

de sua caminhada. Como ele mesmo<br />

se defi ne, é formado na escola técnica<br />

da vida em Administração de Empresas.<br />

Apaixonado pela península, coordena um<br />

grupo de empresários que trabalham pela<br />

revitalização da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />

Apesar da origem humilde, o homem<br />

de espírito empreendedor e fi -<br />

lho de pai portuário, começou a trabalhar<br />

aos 13 anos, em paralelo aos<br />

estudos, tem vasta e diversa experiência<br />

profi ssional. Há 21 anos no ramo<br />

automotivo, atualmente emprega 40<br />

funcionários no Centro Automotivo<br />

Codami, localizada no bairro Caminho<br />

de Areia. Nesse segmento, destaca-se<br />

como fundador do Sindicato dos<br />

Reparadores Automotivos do Estado<br />

da Bahia (SINDIREPA-BA) e o primeiro<br />

vice-presidente do grupo. “Todos<br />

os meus investimentos são na <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong>”, afi rma.<br />

Como ex-presidente da Federação<br />

dos Clubes de Regatas do Estado da Bahia<br />

(FCRB), Codami traça aqui, um panorama<br />

sobre a atual situação do esporte.<br />

Qual a importância de se investir em<br />

atividades relacionadas ao esporte e cultura?<br />

“O social deveria ser prioridade nessa<br />

cidade, porque nenhum jovem quer ser<br />

bandido. Muitas vezes, o caminho do crime<br />

é uma triste circunstância.”<br />

Política<br />

Dedicado à religião cristã e familiar, casado<br />

há 34 anos, tem quatro fi lhos e duas<br />

netas, Codami também nutre uma grande<br />

paixão pelo esporte de infância, e que<br />

pratica até hoje: o remo. A dedicação ao<br />

tradicional esporte da Baía-de-Todos-os-<br />

-Santos o levou à presidência da Federação<br />

dos Clubes de Regatas do Estado da Bahia<br />

(FCRB), da qual se afastou recentemente<br />

para se dedicar a política. Talvez seja a forte<br />

atuação na comunidade em que vive, desde<br />

que nasceu, que levou Jorge Codami a disputar<br />

uma vaga na Câmara municipal para<br />

o cargo de vereador. Foi um dos fundadores<br />

do Partido Democrático Trabalhista<br />

(PDT) na Bahia, após o processo de redemocratização<br />

do país, defende como principal<br />

proposta, uma reforma política através<br />

do voto distrital. Segundo ele, assim, os<br />

vereadores representariam de verdade suas<br />

respectivas comunidades.<br />

Com base em sua experiência, Codami<br />

afi rma não ser possível desenvolver uma<br />

boa gestão municipal, sem visão administrativa<br />

estratégica. Problemas de infraes-<br />

Como aconteceu o contato com o tradicional<br />

esporte da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>?<br />

“O remo é uma paixão de infância.<br />

Nós crescemos aqui e esse esporte é a<br />

nossa maior diversão. Na Ribeira, são 106<br />

anos de tradição, é a federação mais antiga<br />

da Bahia. Antigamente, a coqueluche da<br />

cidade era assistir ao remo.”<br />

Por que o Remo perdeu tanto prestígio?<br />

“A decadência neste esporte está em<br />

trutura são apontados, sobretudo, em regiões<br />

fundamentais para o desenvolvimento<br />

econômico da capital. Para o empresário,<br />

há poucos investimentos federais de grande<br />

porte em Salvador. Apesar do programa<br />

da Companhia de Desenvolvimento Urbano<br />

da Bahia (CONDER) para retirada das<br />

palafi tas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, Codami acredita<br />

que essa intervenção física já ocorreu antes<br />

e hoje o número de residências é bem<br />

menor. “O ideal seria a criação de conjuntos<br />

habitacionais e urbanização em regiões<br />

como a <strong>Baixa</strong> do Petróleo e Mangueira”,<br />

aponta a ausência desta intervenção como<br />

um dos motivos para a poluição das praias<br />

na região.<br />

Investimentos na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

Em outro ponto de crítica, mira na<br />

Avenida Suburbana que, segundo ele, foi<br />

construída sem o devido planejamento<br />

habitacional. Para ele, outros requisitos<br />

básicos de uma boa gestão política na <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong> seriam: geração de empregos<br />

pela criação de empresas não-poluentes;<br />

segurança pública; aumento do número<br />

de escolas profi ssionalizantes e desenvolvimento<br />

de atividades esportivas e culturais<br />

para jovens. Segundo Jorge Codami, a<br />

prioridade ao social é um meio direto para<br />

evitar a criminalização e o tráfi co.<br />

Fatos como a escolha de Salvador para<br />

sediar a Copa em 2014, o fazem questio-<br />

todo o Brasil, esse esporte poderia estar<br />

melhor se não fosse a falta de investimentos.<br />

São priorizados o futebol,vôlei e basquete.<br />

Recentemente, a prefeita da cidade<br />

de Ibicoara, Sandra Vidal, esteve aqui e<br />

me pediu para fazer o projeto de uma escolinha<br />

de remo, após me ver inaugurar<br />

a escolinha do Dique do Tororó. O que<br />

falta é isso, incentivo ao esporte.”.<br />

O Clube de Regatas de Itapagipe<br />

era um ícone da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Por<br />

nar a estrutura precária de determinadas<br />

regiões da cidade e a importância de se<br />

fortalecer o turismo. Entre eles, a reparação<br />

e manutenção de localidades referências<br />

para a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, como a Ponta de<br />

Humaitá e Ribeira, com o apoio efetivo da<br />

Guarda Municipal. Outra grande referência<br />

que aponta é o projeto da Via Náutica,<br />

que poderia explorar mais a Baía de Todos<br />

-os -Santos, e atrair mais turistas.<br />

Segurança Pública<br />

Um fato descrito por ele que chamou<br />

sua atenção este ano, foi a quantidade de<br />

participantes durante o cortejo da tradicional<br />

festa popular da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, em<br />

relação aos anos anteriores, “todas as festas<br />

de largo de Salvador têm sido esvaziadas<br />

por conta da violência, não acontece<br />

apenas na Lavagem do Bonfi m”.<br />

Sobre a situação do patrimônio histórico,<br />

acha que os turistas estão deixando<br />

de visitar Salvador devido à falta de bom-<br />

-senso dos governantes. Salvador deve<br />

ser valorizada como a primeira capital do<br />

país”. Sobre o papel do gestor na busca de<br />

apoio do governo federal, Codami acredita<br />

ter sido um erro o município assumir<br />

o controle da estação de trem da Calçada,<br />

sem antes pedir ajuda para a recuperação<br />

de sua linha férrea. Com o trem nos trilhos,<br />

teríamos mais um produto turístico<br />

para a região.<br />

“Eles deixaram o Itapagipe acabar.”<br />

12<br />

Jorge Codami<br />

Luciana Zacarias - Repórter<br />

Gilmar Santos - Fotos<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

O centro Automotivo Codami emprega 40 pessoas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />

que acabou?<br />

“O clube Itapagipe era clube de Carnaval<br />

e de remo. Podia-se fazer parcerias<br />

para não ter o mesmo destino da associação<br />

atlética. Mas, as sucessivas administrações<br />

sem qualidade, o levaram à falência<br />

total. Eles deixaram o Itapagipe acabar. As<br />

dívidas com IPTU e Justiça do Trabalho ,<br />

são muito altas, não tem mais como resgatar.<br />

O prédio hoje está em processo de leilão,<br />

já não pertence mais a seus associados<br />

e sim a prefeitura”.


Ponto de Vista<br />

Drª. Fabiola Mansur<br />

CEAPG é referência no<br />

tratamento do glaucoma<br />

Benício José dos Santos Filho: “Com a medicação de grace fi ca mais fácil controlar a doença.”<br />

Que a Bahia é o estado com<br />

maior número de negros do<br />

país, a maioria das pessoas<br />

sabe. O que muitos ainda desconhecem<br />

é que a raça é um dos principais<br />

fatores de risco para o desenvolvimento<br />

do glaucoma, a terceira<br />

maior causa de cegueira do Brasil e a<br />

maior causa de cegueira irreversível.<br />

Não é à-toa que, desde o dia 20<br />

de novembro de 2010, Salvador<br />

passou a contar com o Centro de<br />

Atenção ao Paciente Glaucomatoso<br />

(CEAPG). Lançado justamente no<br />

Dia da Consciência Negra, o Centro<br />

– que faz parte do Programa de<br />

Assistência ao Portador de Glaucoma,<br />

referência no combate à doença<br />

INCIDÊNCIA<br />

De acordo com a oft almologista<br />

Fabíola Mansur, os negros têm<br />

mais chance de desenvolver a doença.<br />

Só para se ter uma ideia, dados<br />

da Organização Mundial de Saúde<br />

(OMS) revelam que a incidência de<br />

glaucoma entre a população é de 1%<br />

a 2%. Na Bahia, a incidência é muito<br />

superior, entre 4% e 5%. “Não temos<br />

ainda uma explicação para isso, mas<br />

é certo que os negros devem redo-<br />

– inova ao prestar atendimento integral<br />

ao paciente.<br />

“O grande diferencial<br />

do CEAPG é a centralização<br />

do tratamento, que<br />

abrange desde a consulta<br />

básica com o oft almologista,<br />

os exames complementares<br />

até o tratamento,<br />

com a distribuição<br />

gratuita dos colírios”, explica<br />

a coordenadora do<br />

Centro, Fabíola Mansur,<br />

que é também diretora<br />

médica da clínica Oft almoDiagnose,<br />

onde fun-<br />

ciona o CEAPG.<br />

O Centro atende uma<br />

brar os cuidados”, alerta.<br />

A doença conta ainda com outros<br />

fatores de risco como o aumento<br />

da pressão ocular, herança familiar<br />

e idade, já que é mais comum<br />

em pessoas acima de 40 anos. Devem<br />

fi car atentos também aqueles<br />

com alta miopia e diabetes.<br />

Há dois exames principais para<br />

o diagnóstico da doença que são: a<br />

medida da pressão ocular e o exa-<br />

média de 1.500 pessoas por mês e<br />

conta com uma equipe com oito<br />

profi ssionais. “Um dos maiores problemas<br />

era a falta de adesão ao tratamento,<br />

em muitos casos, por conta<br />

do custo dos colírios que são utilizados<br />

para controlar a pressão. Com a<br />

distribuição gratuita, é muito mais<br />

fácil manter o paciente em tratamento”,<br />

afi rma a oft almologista Fabíola<br />

Mansur.<br />

O preço dos colírios indicados<br />

para o tratamento do glaucoma custam,<br />

em média, R$ 100, sendo que,<br />

na maioria dos casos, o paciente deve<br />

utilizar mais de um colírio que deverá<br />

ser instilado de uma a três vezes ao<br />

dia, o que difi culta o tratamento.<br />

Esse foi o caso do autônomo Benício<br />

José dos Santos Filho, de 44 anos.<br />

Com uma renda mensal no valor de<br />

um salário mínimo, ele era obrigado<br />

a pagar R$ 124 pelo colírio todo mês.<br />

O glaucoma é uma doença silenciosa<br />

e assintomática que pode cegar.<br />

“É um inimigo oculto da visão que<br />

vai danifi cando o nervo óptico aos<br />

poucos, causando a perda lateral do<br />

campo visual. Quando a pessoa se dá<br />

conta, a visão central já está acometida”,<br />

esclarece Mansur. A doença não<br />

tem cura, mas tem controle. “O que<br />

cega hoje é a desinformação e a fal-<br />

Drª. Fabiola Mansur: “O que cega hoje é a desinformação e<br />

a falta de adesão ao tratamento.”<br />

13<br />

me de fundo de olho, para avaliar o<br />

nervo óptico. O comparecimento ao<br />

oft almologista vai depender da situação<br />

de cada indivíduo, podendo<br />

ser de três em três meses, semestralmente<br />

ou apenas uma vez ao ano.<br />

“O período vai depender dos fatores<br />

de risco. Quanto mais fator de risco<br />

o paciente tem, mais frequentemente<br />

terá que ir ao oft almologista”,<br />

explica.<br />

Thiana Chaves - Repórter<br />

Gilmar Santos - Fotos<br />

ta de adesão ao tratamento. Com o<br />

diagnóstico precoce e o tratamento<br />

contínuo é possível evitar os danos<br />

causados pela doença”, alerta Fabíola<br />

Mansur.<br />

Para se cadastrar no programa, o<br />

paciente deve comparecer ao Centro<br />

com o cartão do Sistema Único<br />

de Saúde (SUS). Os colírios também<br />

podem ser adquiridos no Centro<br />

de Referência Estadual para Assistência<br />

Oft almológica – CREOFT,<br />

que funciona no Hospital São Jorge<br />

(PAN-Roma), no Largo de Roma.<br />

PERFIL<br />

Fabíola Mansur é carioca, residindo<br />

em Salvador desde 1977,<br />

onde começou sua carreira profi ssional.<br />

Foi a primeira mulher do<br />

Nordeste brasileiro a compor a diretoria<br />

do Conselho Brasileiro de<br />

Oft almologia. Recentemente, foi<br />

eleita a primeira diretora de Defesa<br />

Profi ssional da Associação Bahiana<br />

de Medicina, biênio 2008/2010.<br />

Médica oft almologista, cirurgiã<br />

de catarata e refrativa a laser,<br />

com mais de 12 mil olhos operados.<br />

Uma profi ssional premiada e<br />

reconhecida por sua competência,<br />

exercício ético e ações em defesa<br />

da saúde pelos colegas e entidades<br />

médicas, na Bahia e Brasil.<br />

Graduada pela UFBA, com especialização<br />

em oft almologia no<br />

Hospital das Clínicas e pós-graduação<br />

na Universidade de Miami,<br />

EUA. Preocupada com gestão, faz<br />

MBA em Saúde pela Fundação Getúlio<br />

Vargas.<br />

Ciente de seu papel social,<br />

idealiza e promove com seus parceiros,<br />

campanhas de combate às<br />

principais causas de cegueira tais<br />

como: glaucoma, catarata e retinopatia<br />

diabética, além de ações<br />

educacionais na área de saúde, benefi<br />

ciando mais de 30 mil baianos.<br />

SERVIÇO<br />

Mais informações sobre os<br />

serviços e tratamentos oferecidos<br />

pela Oft almodiagnose<br />

através do site www.oft almodiagnose.com.br<br />

ou pelo telefone<br />

3183.8000. A Clinica fi ca<br />

localizada na Avenida Ademar<br />

de Barros, número 422, em<br />

Ondina, próximo à UFBA e ao<br />

Jardim Zoológico.


ECONOMIA<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Crescimento e disputa entre<br />

“atacadões” favorecem consumidor<br />

Maria Conceição de Sousa e Maria Onorata: “Os mercados sobem o valor<br />

dos produtos pouco a pouco<br />

Seguindo pela Avenida Jequitaia<br />

sentido à estação de trem<br />

da Calçada, numa distância<br />

de aproximadamente 500 metros,<br />

o consumidor soteropolitano tem<br />

quatro opções para efetuar suas<br />

compras de produtos alimentícios:<br />

o Atacadão Atakarejo, o Mercantil<br />

Rodrigues, a Cesta do Povo e a Feira<br />

de São Joaquim.<br />

Entre as quatro opções citadas,<br />

nota-se que duas são de mercados<br />

voltados para compras em atacado<br />

(Atacadão Atakarejo e o Mercantil<br />

Rodrigues). A expansão desse<br />

tipo de estabelecimento vem acontecendo<br />

em todo o Brasil e tem se<br />

tornado uma ótima opção para o<br />

consumidor comprar mais e gastar<br />

menos.<br />

Para as senhoras Maria Conceição<br />

de Sousa e Maria Honorata, as<br />

compras efetuadas nos “atacadões”<br />

valem à pena. “Os produtos realmente<br />

são mais em conta e sempre<br />

existem promoções”, afi rma a Sra.<br />

Honorata. As duas consumidoras<br />

moram nas imediações da Avenida<br />

Bonocô e todo mês se deslocam<br />

para os “atacadões” na região da<br />

Calçada, mesmo tendo mercados<br />

mais próximos para efetuar suas<br />

compras.<br />

Segundo o site da Associação<br />

Brasileira de Atacadistas e Distribuidores<br />

(Abad), os chamados<br />

“atacarejos” estão atraindo cada<br />

vez mais consumidores que antes<br />

compravam apenas em supermercados<br />

ou pequenos comércios, isso<br />

fez com que nos últimos dez anos<br />

esse segmento tivesse crescimento<br />

de 300% no país.<br />

Como os dois “atacadões” são<br />

vizinhos, a guerra para ver quem<br />

tem o preço mais baixo tem sido<br />

boa. O Mercantil Rodrigues tem<br />

mais espaço, o que facilita a circulação<br />

e a procura das mercadorias<br />

na hora da compra, mas com relação<br />

às promoções e campanhas de<br />

marketing, o Atacadão Atakarejo<br />

tem desenvolvido estratégias interessantes<br />

para atrair o consumidor<br />

e estimular a disputa de preços junto<br />

à concorrência.<br />

As consumidoras Maria Conceição<br />

e Maria Honorata ainda<br />

afi rmam que qualquer divergência<br />

entre o valor exposto nas placas e<br />

o registrado nos caixas é resolvido<br />

imediatamente, o que facilita e<br />

agiliza o processo das compras. O<br />

gerente Adilton comenta que essa<br />

foi mais uma atitude adotada pela<br />

empresa para facilitar a vida dos<br />

consumidores, já que na maioria<br />

dos mercados, quando ocorre um<br />

problema desse tipo, os caixas têm<br />

que esperar a presença de um superior<br />

para resolver a situação.<br />

“Percebemos que isso acabava<br />

14<br />

gerando uma insatisfação muito<br />

grande nos consumidores e, para<br />

minimizar essa situação, damos<br />

uma maior autonomia aos nossos<br />

caixas para resolver esse tipo de divergência”,<br />

conclui o gerente.<br />

Dois problemas nos “atacadões”<br />

são os mesmos dos encontrados<br />

nos supermercados tradicionais:<br />

fi las grandes e a falta de empacotadores.<br />

Outro ponto que deve ser<br />

observado na hora de efetuar suas<br />

compras é que nem todos os produtos<br />

são mais baratos, por isso, a importância<br />

do consumidor fazer sua<br />

própria pesquisa de preços.<br />

Mas essa ampliação de mercados<br />

na modalidade de atacado, com<br />

foco no consumidor comum e não<br />

em armazéns ou mercadinhos, e a<br />

disputa de preços entre esses estabelecimentos<br />

só trazem benefícios<br />

ao consumidor, infl uenciando diretamente<br />

na economia e no valor da<br />

cesta básica.<br />

Aumento de preço<br />

Sobre o aumento dos preços dos<br />

alimentos, as consumidoras Maria<br />

Conceição de Sousa e Maria Honorata<br />

citaram a carne, leite e tomate<br />

como produtos que tiveram aumento<br />

mais acentuado. “Os mercados<br />

sobem o valor dos produtos pouco<br />

a pouco e na correria das compras<br />

acabamos não percebendo instantaneamente<br />

esse aumento. Mas<br />

quando chegamos em casa percebemos<br />

que as coisas subiram de<br />

preço pela quantidade de alimentos<br />

adquirida, normalmente menor do<br />

que a do mês anterior”, disse a Sra.<br />

Maria Conceição.<br />

Quase todas as mercadorias do Atakarejo têm tabelas com o seu<br />

preço e o valor cobrado pela concorrência, facilitando assim a<br />

comparação de preços pelo consumidor. Segundo Adilton Alcântara,<br />

gerente operacional do Atakarejo da Calçada, “essa pesquisa de<br />

preços nos estabelecimentos concorrentes é feita diariamente há dois<br />

anos e meio, desde que a empresa começou a ampliar seus negócios”.


CULTURA<br />

<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />

Carnaval 2011<br />

Bola cheia de brilho e alegria<br />

no maior Carnaval do planeta<br />

Agremiação da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

completou 15 anos na avenida.<br />

Cantor Missinho, ex-<br />

-integrante da banda Chiclete com<br />

Banana, arrastou uma multidão<br />

que acompanhou o bloco no Circuito<br />

Osmar.<br />

Já passavam das quatro da tarde<br />

do terceiro dia ofi cial do Carnaval,<br />

quando surgiu na passarela do<br />

Campo Grande (circuito Osmar)<br />

o bloco Bola Cheia, trazendo uma<br />

verdadeira inovação na avenida:<br />

uma dupla de abre-alas, que, trajando<br />

belas fantasias, emocionaram<br />

o público que vibrava nas arquibancadas.<br />

Notáveis da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />

Composto de 2.500 foliões, em<br />

sua maioria de aposentados da Petrobras,<br />

a galera jovem da <strong>Cidade</strong><br />

<strong>Baixa</strong> vem, a cada ano, marcando<br />

presença no Bloco que desfi lou sábado<br />

na avenida, domingo, no Pelourinho<br />

(circuito Batatinha) com<br />

a banda de percussão do mestre<br />

Bira, encerrando sua participação<br />

no Carnaval 2011, na segunda-feira,<br />

no Campo Grande .<br />

Parabéns Bola Cheia. Até 2012.<br />

Itapagipe – Um presente de Deus<br />

Cecy Ramos Costa – Guardiã de Itapagipe<br />

Itapagipe, pedacinho do mundo,<br />

onde a natureza faz sua morada.<br />

não sei porque vive no esquecimento<br />

desta mística e humanitária cidade!<br />

triste, choro e lamento.<br />

por isso quer exaltá-lo nesse momento:<br />

15<br />

Sua colina é sagrada.<br />

uas águas, são tranquilas.<br />

Sua paisagem é belíssima!<br />

Seu mirante, que maravilha!<br />

Seu céu azul ou estrelado<br />

refl ete a beleza do fi rmamento<br />

que lhe fora, um dia legado.<br />

É fascinante o seu arrebol,<br />

Seja na aurora ou no por-do-sol.<br />

Por-do-sol visto da Penha<br />

Rycon - Fotos<br />

Ou da Ponta do Humaitá:<br />

Belo cenário que leva à refl exão<br />

De algo tão sublime – a criação.<br />

É um presente de Deus,<br />

Esse aprazível e agradável lugar.<br />

Em Salvador não existe<br />

Semelhante local.<br />

Aqui, está o mais lindo<br />

CARTÃO-POSTAL.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!