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Cartão-postal da Bahia<br />
de beleza e abandono<br />
6<br />
Conheça projeto de revitalização e<br />
porque ele não sai do papel<br />
Gente daqui<br />
10 Projeto da Ong de Maragareth Menezes<br />
já formou centenas de jovens.<br />
Fábrica de esperança<br />
Entrevista<br />
Jorge Codami<br />
12 14<br />
Fomos conhecer suas idéias e como vive este<br />
empresário que emprega 40 pessoas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />
Salvador, março de 2011 - Ano I - Nº I<br />
Ponto de Vista<br />
13 O glaucoma é uma doença silenciosa e assintomática<br />
que pode levar à cegueira irreverrível.<br />
Conheça os principais fatores de risco e onde<br />
encontrar ajuda especializada.<br />
Economia<br />
A vez dos atacadões<br />
Estabelecimentos surgem como alternativa para<br />
o consumidor comprar mais pagando menos.
Opinião<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Estado constrói<br />
terminal pesqueiro<br />
na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
Para dinamizar a atividade<br />
pesqueira baiana, a Secretaria<br />
da Agricultura, Irrigação<br />
e Reforma Agrária da Bahia<br />
(Seagri), por intermédio da Bahia<br />
Pesca, iniciou, no último mês de<br />
fevereiro, a construção do primeiro<br />
Terminal Pesqueiro de Salvador. “O<br />
investimento é de R$ 10 milhões”,<br />
informa o presidente da Bahia Pesca,<br />
Isaac Albagli. Segundo ele, quando<br />
estiver pronto, o terminal atenderá a,<br />
aproximadamente, 20 mil pescadores<br />
de toda o estado, que terão um<br />
local apropriado para desembarcar,<br />
benefi ciar e armazenar sua produção.<br />
Além de Salvador, o município<br />
de Ilhéus também está sendo atendido<br />
com um terminal pesqueiro, que<br />
começou a ser construído em novembro<br />
do ano passado. Na capital,<br />
o terminal será localizado na Ribeira,<br />
na Enseada dos Tainheiros, e sua<br />
área de abrangência inclui, além de<br />
Salvador, seis municípios do Litoral<br />
Norte, nove municípios da Região<br />
Metropolitana e sete municípios do<br />
Recôncavo baiano.<br />
“O objetivo é melhorar a qualidade<br />
e a produtividade do pescado<br />
local, as condições de trabalho do<br />
pescador, reduzir o custo do peixe<br />
para os moradores da cidade e região,<br />
entre outros”, assegura Albagli.<br />
EXPEDIENTE - JORNAL FOLHA DA <strong>CIDADE</strong> <strong>BAIXA</strong><br />
O jornal <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> é propriedade da Agência de<br />
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Publicidade - (71) 4101-5820<br />
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Gerente de Produção Thiago Berhends S. Santiago<br />
Fotografi a: Gilmar Santos<br />
FALE COM O JORNAL FOLHA DA <strong>CIDADE</strong> <strong>BAIXA</strong><br />
As Cartas para a redação deste jornal devem ser enviadas para:<br />
Largo da Madragoa, 116 – Ribeira – Salvador/Bahia<br />
CEP: 40420-180<br />
e-mail: redação@folhacidadebaixa.com.br<br />
O espaço trará benefícios também<br />
para os moradores do tradicional<br />
bairro da Ribeira, auxiliando, inclusive,<br />
no processo de revitalização da<br />
orla da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />
O equipamento ocupará a área<br />
do imóvel onde funcionou o antigo<br />
restaurante Quintela e que nos<br />
últimos anos serviu de abrigo para<br />
usuários de drogas e de animais nocivos<br />
à saúde pública. O prédio será<br />
demolido para implantação do terminal.<br />
O otimismo é compartilhado<br />
pelo vice-presidente da Federação<br />
de Pescadores do Estado da Bahia,<br />
Emílio Alves. “Tínhamos um problema<br />
de infraestrutura que será<br />
fi nalmente solucionado. Os colegas<br />
da região não tinham local para<br />
aportar, era tudo feito no improviso.<br />
O terminal vai solucionar um<br />
problema que temos há décadas”,<br />
afi rma.<br />
Infraestrutura<br />
Os terminais contarão com unidades<br />
de benefi ciamento do pescado,<br />
apoio e comercialização. O<br />
equipamento será dotado de câmaras<br />
e túneis de espera, congelamento<br />
e estocagem de iscas e refrigerados<br />
e casa de máquinas. Na unidade de<br />
comercialização, os usuários poderão<br />
desfrutar ainda de lanchonete e<br />
estacionamento.<br />
A unidade de apoio disponibilizará<br />
fábrica de gelo, abastecimento<br />
de água e combustível, central de<br />
fornecimento de energia, píer de<br />
embarque e desembarque, refeitório,<br />
sala de rádio, posto bancário, boxes<br />
de vendas, almoxarifado, ofi cina de<br />
manutenção de embarcações, carreira<br />
com guincho e central de higienização<br />
de caixas.<br />
A Bahia é o terceiro maior produtor<br />
de pescados do Brasil, com<br />
produção estimada em 120 mil toneladas<br />
por ano. Entre os grandes<br />
produtores do Brasil, é o estado que<br />
mais cresce. “Porém, toda produção<br />
é levada para ser benefi ciada nas<br />
suas origens. Aqui não há desembarque<br />
industrial de pescados porque<br />
não temos infraestrutura portuária.<br />
O preço quem paga é o consumidor.<br />
Com o terminal pesqueiro, essa anomalia<br />
será abolida. Ganha o pescador<br />
e ganha o consumidor”, completa<br />
Isaac Albagli.<br />
De acordo com Isaac Albagli, a<br />
construção do terminal está dentro<br />
dos planos da Bahia Pesca. A meta<br />
é atingir a produção de 140 mil toneladas<br />
por ano de pescado, e a liderança<br />
no ranking nacional do valor<br />
de produção.<br />
Fonte: Agecom<br />
As informações devem conter todos os dados do remetente (nome<br />
e endereço completo, RG e telefones para contato).<br />
As cartas serão checadas antes de publicadas e são de inteira<br />
responsabilidade dos autores, que se responsabilizam por<br />
eventuais questionamentos jurídicos. O jornal se reserva o<br />
direito de rejeitar cartas com acusações insultuosas ou sem<br />
identifi cação. Também não serão considerados elogios ou<br />
agradecimentos pessoais. Devido a disponibilidade de espaço,<br />
as cartas são seleciondas, podendo ser editadas e publicadas<br />
resumidamente. <strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> é distribuído<br />
gratuitamente em toda região da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, e ainda nos<br />
bairros de Liberdade, São Caetano, Fazenda Grtande do Retiro,<br />
Subúrbio Ferroviário e parte da <strong>Cidade</strong> Alta. No CAB, Secretarias<br />
de Estado, Empresas Estatais, Agências de Viagens, Locadoras<br />
de Veículos, Supermercados, Restaurantes, Lanchonetes,<br />
sorveterias, Bancos, Escritórios do Sebrae, Shoppings Centers,<br />
Clubes Sociais, Colégios, Universidades e Faculdades, principais<br />
clínicas médicas, odontológicas e rede hospitalar do estado.<br />
Estação Rodoviária, Estação do Ferry-boat. Departamentos<br />
de Turismo, Companhia de Navegação Baiana, Cursos prévestibulares,<br />
Postos de combustível.<br />
Periodicidade: 20.000 exemplares/mês.<br />
02<br />
EDITORIAL<br />
É com enorme satisfação que trazemos<br />
até você a primeira edição do<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Um veículo<br />
totalmente novo e independente.<br />
Neste momento em que Salvador se organiza<br />
para receber a Copa do Mundo<br />
de 2014, não poderíamos deixar de registrar<br />
alguns dos muitos problemas do<br />
bairro do Comércio, que já ostentou o<br />
título de maior centro fi nanceiro do país.<br />
Ciquenta anos depois, lixo, ruínas e descaso<br />
corroem a imagem deste belo retrato<br />
de nossa cidade (que no próximo<br />
dia 29 completará 462 anos).<br />
Em nossa editoria de turismo, publicamos<br />
uma matéria sobre o projeto<br />
que retrata a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> do futuro,<br />
com tudo o que ela tem de melhor: sua<br />
gente bonita e trabalhadora, seus pontos<br />
turísticos, de lazer, sua história e cultura<br />
próprias, seu modo de vida diferente<br />
de qualquer lugar, seu comércio forte<br />
e acessível.<br />
Nosso entrevistado do mês é Jorge<br />
Codami. Um empresário apaixonado<br />
por esta localidade e que aponta,<br />
com inteligência, o que pode ser feito<br />
para melhorar e evitar a degradação<br />
da região em que vive há 59 anos. Aliás,<br />
quem enxergou com muita propriedade<br />
que algo devia ser feito por essa<br />
gente daqui foi a cantora Margareth<br />
Menezes, que nos ensina que podemos<br />
fabricar sonhos, mesmo quando não<br />
são os nossos.<br />
Do ponto de vista médico, convidamos<br />
a Dra. Fabíola Mansur, uma das<br />
maiores autoridades em oftalmologia<br />
do Brasil, para falar da importância do<br />
diagnóstico precoce e tratamento do<br />
glaucoma.<br />
E quem não gosta de economia?<br />
Aqui, você vai entender porque, cada<br />
vez mais, o consumidor da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
está trocando o luxo dos grandes supermercados<br />
pela versatilidade dos hiperatacados.<br />
Todo mundo concorda que é um privilégio<br />
morar, trabalhar e, principalmente,<br />
viver aqui. Percebemos esta sinergia<br />
durante uma caminhada ao amanhecer,<br />
nas diversas opções da sorveteria<br />
da Ribeira ou durante o pôr-do-sol na<br />
ponta do Humaitá. Com alto astral e<br />
sob as bênçãos do verão da Bahia, está<br />
nascendo o <strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />
Contamos com seu envolvimento e<br />
cumplicidade. Afi nal, esse canal de informação<br />
foi desenvolvido pensando<br />
em gente como você, que se orgulha<br />
da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> e acredita, como nós,<br />
que o melhor lugar do mundo é aqui. Estamos<br />
de portas abertas para, sempre<br />
que você quiser, aparecer. Dotados da<br />
hospitalidade e simpatia que Deus ungiu<br />
todo baiano, falamos de coração:<br />
pode entrar meu rei, a casa é sua.<br />
Dilton Santiago<br />
Editor
“Falou... e disse!<br />
“ Queria mesmo era trabalhar o ano inteiro para<br />
não ter que trabalhar no carnaval. É muito bom para<br />
ganhar dinheiro, mas lá de cima do trio a gente só vê<br />
coisa triste, agressão mútua e imposição de poder”.<br />
Leão é um sujeito que gosta de trabalhar. Às<br />
vezes, você vai ter que segurar um pouquinho<br />
porque ele é acelerado. Mas quem tem medo<br />
de trabalhar com gente competente que possa<br />
vir a deslanchar acaba só trabalhando com<br />
gente medíocre”.<br />
Governador Jaques Wagner, em clara menção a uma<br />
possível possibilidade de Leão se destacar a ponto de ser<br />
um possível candidato a prefeito em 2012.<br />
“Ele chegou, ele fez, ele arrumou, ele<br />
acabou, ele morreu, politicamente<br />
morreu. Pronto. No seu enterro houve<br />
pouca gente! Ele não era querido, era<br />
temido. Bastou perder o poder.”<br />
Professor Cid Teixeira, em entrevista ao portal<br />
Terra Magazine, avaliando a passagem de Antonio<br />
Carlos Magalhães pela política.<br />
André Motta de Lima<br />
Cantor e compositor Geronimo.<br />
“Nós temos a música,<br />
que é a nossa<br />
verdadeira arma para<br />
combater a violência e<br />
tantas coisas que não<br />
interessam a nossa<br />
sociedade.”<br />
Carlinhos Brown<br />
“isso parece um navio<br />
negreiro! Os negros vão<br />
esticando essa corda para os<br />
bonitões brancos brincarem lá<br />
dentro”.<br />
Vereadora Leo Kret, sobre a situacão<br />
dos cordeiros nos blocos de Carnaval.<br />
“É...prefeita, está dando mais entrevista<br />
do que eu.”<br />
“É a hora das mulheres prefeito.”<br />
Maria Quitéria, prefeita do município de Cardeal<br />
da Silva pelo PSB, após a conclusão dos processos<br />
que resultou na eleição do prefeito de Camaçari,<br />
Luiz Caetano (PT).<br />
03<br />
“Vou sim, quero sim e minha mulher<br />
também quer”.<br />
Nelson Pelegrino<br />
– respondendo ao apresentador Casemiro<br />
Neto, se disputará a prefeitura.<br />
“Não serei o grande líder.<br />
Preferi entrar na condição de<br />
comandado.<br />
Prefeio João Henrique Carneiro na<br />
cerimônia de adesão ao partido progressista<br />
(PP)
Shopping<br />
Largo do Papagaio - <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
04
ACONTECE<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Sim, as Mulheres<br />
no topo<br />
Das cadeiras de comando<br />
saem os<br />
executivos ultracompetitivos,dispostos<br />
a correr riscos e investir<br />
perigosamente.<br />
No lugar entram pessoas<br />
mais justas, com visão de<br />
longo prazo, e especialistas<br />
em equilibrar a balança pessoal<br />
X profi ssional. E elas<br />
serão, muito provavelmente,<br />
do sexo feminino. Um estudo<br />
recente realizado pela consultoria<br />
americana Catalyst,<br />
especializada em pesquisa<br />
sobre mulheres no trabalho,<br />
mostrou que elas estavam em<br />
postos de comando em mais<br />
de um terço das 353 empresas<br />
que permaneceram no<br />
ranking da revista Fortune,<br />
por pelo menos quatro anos.<br />
Ao que tudo indica, elas possuem<br />
habilidades mais adaptadas<br />
ao universo profi ssional<br />
de 2020. E em meios fl uídos,<br />
virtuais, onde uma administração<br />
mais cautelosa e focada<br />
em períodos longos será<br />
necessária, o sexo feminino<br />
leva uma boa vantagem.<br />
Há algum tempo as meninas<br />
estão se preparando para<br />
subir na vida. Nos Estados<br />
Unidos, atualmente elas obtêm<br />
60% dos diplomas e, aqui<br />
no Brasil, são 54% das pesso-<br />
as matriculadas no ensino<br />
superior. São as mulheres<br />
que compram 40% de todos<br />
os carros produzidos pela<br />
Ford e GM no Brasil e respondem<br />
por 41% de todos os<br />
empregos no país – sua participação<br />
no mercado cresce<br />
15% a cada década. E mesmo<br />
o mito de que elas ganham<br />
menos que os homens vem<br />
se desfazendo, estatisticamente.<br />
Nas grandes cidades<br />
americanas, como Chicago,<br />
Nova York e Los Angeles, por<br />
exemplo, as garotas na faixa<br />
dos 25 anos faturam tanto<br />
quanto os rapazes da mesma<br />
idade.<br />
Garotos deixados para trás<br />
Mark Penn, presidente da<br />
empresa de relações públicas<br />
Burson-Marsteller e colunista<br />
do Th e Wall Stret Journal,<br />
criou uma sigla para designar<br />
os homens que começarão a<br />
comer poeira no mundo corporativo<br />
nos próximos anos:<br />
são os GLBs, sigla em inglês<br />
para GUYS LEFT BEHIND,<br />
ou garotos deixados para<br />
trás. É a maneira feminina<br />
de administrar com prudência,<br />
foco maior nos resultados<br />
e horários fl exíveis que<br />
faz sucesso. E gera lucro.<br />
8 de março, dia<br />
internacional da mulher<br />
“É impressionante como esperam da gente,<br />
fragilidade”.<br />
Dilma Rousseff , primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de<br />
Estado e de governo, em toda a história do Brasil.<br />
05<br />
Lídice da Mata, primeira mulher eleita prefeita de Salvador.<br />
Primeira senadora eleita pelo estado da Bahia.<br />
Rilza Valentim, primeira<br />
prefeita eleita do município<br />
detentor do maior PIB<br />
brasileiro. Bacharel, mestre<br />
e doutoranda em Química<br />
pela Universidade Federal<br />
da Bahia.
TURISMO<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Salvador ganha projeto<br />
urbanístico para revitalizar<br />
<strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
Salvador começou voltada para<br />
a Baía de Todos os Santos. Ali,<br />
no que viria a ser o centro da<br />
cidade, a faixa ao nível da praia<br />
foi chamada <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Acima,<br />
a conhecida <strong>Cidade</strong> Alta integra<br />
outra parte do coração da capital<br />
baiana. Hoje, já bastante deteriorada<br />
e completamente sufocada pelo<br />
trânsito de veículos, a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
recebeu um plano para revitalização<br />
urbana - o Projeto Nova <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong>, assinado pelo Brasil Arquitetura,<br />
escritório paulista que contou<br />
com o apoio de arquitetos locais da<br />
A&P Arquitetura e Urbanismo.<br />
O projeto visa remodelar o centro<br />
com requalifi cação urbana, am-<br />
Colabore<br />
biental e paisagística, desde o bairro<br />
de Campo Grande até a Ribeira,<br />
abrangendo toda a extensão da<br />
baía, incluindo as famosas praias do<br />
Cantagalo e de Boa Viagem. Segundo<br />
as diretrizes do projeto, a orla<br />
deverá receber ampla área de novos<br />
espaços públicos qualifi cados para<br />
uso e lazer de pedestres, com ciclovias,<br />
novas linhas de transporte<br />
público (veículo leve sobre trilhos,<br />
ou VLT), além de moradias em edifícios<br />
residenciais baixos (para não<br />
esconder o horizonte), com serviços<br />
para seus moradores. Planeja-se<br />
ainda desviar o tráfego intenso para<br />
túneis e estacionamentos subterrâneos.<br />
06<br />
O plano dos arquitetos também<br />
prevê equipamentos de grande<br />
porte para a cultura e o desenvolvimento<br />
socioeconômico, como escolas<br />
profi ssionalizantes.<br />
A atual concentração demográfi<br />
ca da região não é homogênea,<br />
apresentando pontos mais densos<br />
(caso da região do Comércio), e outros<br />
mais esparsos, a exemplo dos<br />
pavilhões militares ou lotes com<br />
edifícios industriais degradados e<br />
subutilizados, juntos à orla. “A intenção<br />
principal é reaproveitar esse<br />
espaço urbano que tem forte apelo<br />
histórico e turístico, homogeneizando<br />
sua ocupação, ao gerar novas<br />
moradias e desviar veículos para<br />
que o uso do espaço seja público,<br />
com horizonte aberto para o mar”,<br />
conta Cícero Ferraz Cruz, do Brasil<br />
Arquitetura.<br />
Como se trata de um masterplan,<br />
ou seja, uma plano geral, sem<br />
detalhamento, o projeto não está<br />
pronto para ser executado. Assim,<br />
(71) 3310 1100<br />
0800 284 5284
como recurso de planejamento, a<br />
equipe de arquitetos dividiu a <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong> em cinco grandes áreas<br />
- Campo Grande/Praça Cayru; Comércio/Fuzileiros<br />
Navais; Jequitaia;<br />
Cantagalo/Boa Viagem e Mont-<br />
-Serrat-Tainheiros/Uruguai -, com<br />
inúmeras obras previstas para cada<br />
uma delas.<br />
Todas as cinco áreas seriam assim<br />
benefi ciadas por novos sistemas<br />
de transporte coletivo, como<br />
o VLT circular interligado com a<br />
linha suburbana de trem, e novos<br />
teleféricos para passageiros transitarem<br />
entre <strong>Cidade</strong> Alta e <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong>. Largos espaços para circulação<br />
de pedestres, ciclovias e uma<br />
linha regular de transporte náutico<br />
também seriam disponibilizados à<br />
população.<br />
No Campo Grande, pontos<br />
como Passeio Público, Parque da<br />
Aclamação e Forte de São Pedro serão<br />
requalifi cados, enquanto a Avenida<br />
Contorno deverá ganhar outro<br />
passeio anexo. O projeto prevê também<br />
a construção de um teleférico<br />
entre o Largo dos Afl itos e o Solar<br />
do Unhão, onde fi ca o Museu de<br />
Arte Moderna.<br />
Um túnel, chamado Mergulhão,<br />
desafogaria o tráfego, afunilado na<br />
junção da Avenida Contorno com a<br />
Avenida da França. A Praça Cayru,<br />
por sua vez, seria assim liberada<br />
da atual função viária para receber<br />
edifi cações de fi ns culturais, além<br />
de esconder, sob sua nova esplanada,<br />
um estacionamento subterrâneo<br />
de 400 vagas.<br />
Para o Comércio, a ideia é reestruturar<br />
– ou limpar – suas vias<br />
internas, totalmente encobertas<br />
por veículos e edifícios comerciais.<br />
“Propomos a priorização do fl uxo<br />
de pedestres sobre o de automóveis,<br />
com novos passeios, estacionamentos,<br />
e a transformação da Avenida<br />
da França, principal, em via de mão<br />
dupla”, conta Cruz<br />
Surgiria também uma nova Esplanada<br />
do Porto, espaço sem os<br />
armazéns portuários que hoje ocupam<br />
grande área, para que viesse a<br />
ter uso público, contínuo e aberto<br />
para a baía, com pontos comerciais<br />
de médio porte interligados por<br />
marquise, além de uma passarela<br />
elevada para conectar o Porto a<br />
um novo Terminal Internacional de<br />
Passageiros – onde fi ca ainda hoje o<br />
Instituto do Cacau.<br />
O Moinho da Bahia e o Moinho<br />
Salvador receberiam escritórios,<br />
salas de cinema e mais comércio.<br />
Ainda na área identifi cada como<br />
Fuzileiros Navais, torres hoteleiras<br />
supririam a demanda de turistas<br />
que chegam à cidade nos cruzeiros;<br />
um Terminal Intermodal faria<br />
conexão entre VLT, teleférico, ônibus<br />
e metrô, e o também chamado<br />
Novo Comércio receberia edifício-<br />
-garagem para mil vagas e um centro<br />
de convenções.<br />
07<br />
Polêmica<br />
O projeto Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>,<br />
apesar de prever melhorias<br />
para o espaço urbano de Salvador,<br />
não foi encomendado<br />
pelo poder público baiano.<br />
Segundo Por fi m, os dentre arquitetos os projetos da Bra- mais<br />
importantes e previstos no mastersil<br />
Arquitetura, foi a Fundaplan,<br />
a equipe do Brasil Arquiteturação<br />
repensou Baía Viva, a praia privada, de Boa Viagem quem<br />
como o encomendou um dos cartões e o postais doou mais ao<br />
importantes Estado da Bahia. da cidade, A Fundação e propõe<br />
sua Baía revitalização Viva foi fundada desde a em Ponta 1999 de<br />
Humaitá. Um novo parque, identi-<br />
por um grupo de empresários<br />
fi cado como Parque Metropolitano<br />
de baianos Itapagipe, “preocupados trará verde e mais com vida a<br />
à preservação área entre a Avenida do maior Suburbana cartão e<br />
a postal linha férrea. da Bahia e marco representativo<br />
da História do Brasil:<br />
a Baía de Todos os Santos”,<br />
conforme o site da entidade.<br />
A doação foi questionada<br />
pelo jornal baiano “A Tarde”,<br />
que publicou, em 27 de fevereiro<br />
de 2010, uma matéria<br />
cobrando do prefeito João<br />
Henrique Carneiro (PMDB) a<br />
identifi cação do patrocinador<br />
do projeto Salvador Capital<br />
Mundial, do qual a proposta<br />
Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> faz parte.<br />
Na reportagem, o jornal<br />
levanta a suspeita de que por<br />
trás da doação estariam interesses<br />
econômicos do próprio<br />
grupo diretor da fundação,<br />
que conta com empresários<br />
do mercado imobiliário entre<br />
seus membros - caso de Carlos<br />
Seabra Suarez.<br />
O arquiteto Marcelo Ferraz<br />
garante, no entanto, que não<br />
sofreu qualquer tipo de pressão<br />
para o desenvolvimento do<br />
projeto. “Fizemos aquilo que<br />
achávamos melhor para a cidade<br />
do ponto de vista urbanístico;<br />
inclusive com apoio de profi<br />
ssionais locais conceituados.”<br />
A reação lenta da prefeitura<br />
em responder às críticas<br />
ressentiu o doador do projeto,<br />
que desfez a doação, retirando<br />
o projeto das mãos do poder<br />
público. “Esperamos agora que<br />
o Governo do Estado, que se<br />
demonstrou muito interessado,<br />
possa reverter esta delicada<br />
situação, para que pelo menos<br />
parte do Nova <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
possa vir um dia a tramitar nos<br />
órgãos legislativos, ser aprovado<br />
e fi nalmente executado”, declara<br />
Marcelo Ferraz.<br />
Consultada pela reportagem,<br />
a assessora Ana Lúcia Andrade,<br />
da Sedham (Secretaria<br />
Municipal de Desenvolvimento<br />
Urbano, Habitação e Meio<br />
Ambiente de Salvador) afi rma<br />
que, uma vez que o projeto tenha<br />
sido “desdoado”, “ele não<br />
poderá mais ser licitado e nem<br />
mesmo comentado pelo poder<br />
público”.
Bairro do Comércio<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Região carece de serv<br />
Um dos maiores cartões-postais da<br />
Bahia, a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> vive um crônico<br />
processo de degradação e esquecimento,<br />
causado principalmente pela falta<br />
de planejamento nos serviços públicos e de<br />
infraestrutura, além de um olhar mais sensível<br />
às necessidades básicas de sua população.<br />
A região, que foi construída no século XVI a<br />
partir de várias ampliações da área de praia<br />
original, foi durante muitos anos o principal<br />
núcleo das atividades portuárias e o grande<br />
centro comercial do estado.<br />
Formada por 23 bairros, a região da <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong> é reduto de belezas naturais, consideradas<br />
singulares em todo mundo. Contudo,<br />
essas belezas correm sérios riscos de<br />
desaparecerem, caso não sejam implementadas<br />
políticas de reestruturação e preservação<br />
desse patrimônio histórico-cultural.<br />
A degradação dessa região, dentre outras<br />
causas, foi resultado da fuga dos grandes empreendimentos<br />
comerciais para outras regiões<br />
da cidade e na potencialização de outros<br />
pontos comerciais como a Região do Iguatemi<br />
e a criação do Centro Administrativo da<br />
Bahia (CAB). Esses acontecimentos foram<br />
fundamentais para que o bairro do Comércio,<br />
assim denominado por ter sido durante<br />
anos o maior centro comercial do país, ter<br />
perdido este posto e caído no esquecimento.<br />
Esquecimento<br />
Basta uma simples caminhada nas ruas<br />
desse reduto cultural para perceber alguns<br />
de seus muitos problemas. As pessoas são<br />
obrigadas a conviverem com esgotos a céu<br />
aberto enquanto esperam a condução. Problema<br />
este, que pode ser notado em vários<br />
pontos do bairro.<br />
Outro “retrato” que transmite a sensação<br />
de abandono é a grande concentração<br />
de lixo nas ruas. A população reclama que<br />
a coleta de lixo não tem sido frequente, o<br />
que ocasiona o acúmulo e acaba desenvol-<br />
A habitação é uma situação muito grave. Alguns<br />
casarões se encontram em estado de calamidade<br />
ou ocupados por sem-teto que correm sérios<br />
riscos de vida nesses locais.<br />
08<br />
vendo muitos outros transtornos, a exemplo<br />
da obstrução dos canais de esgoto, além do<br />
mau-cheiro nas ruas e a proliferação de insetos<br />
e animais causadores das chamadas doenças<br />
urbanas, como cólera, leishmaniose,<br />
dengue, entre outras.<br />
Patrimônio ameaçado<br />
Casarões que constantemente desabam<br />
ou pegam fogo, esse é o cenário do antigo<br />
centro comercial da capital baiana, o que<br />
um dia foi referência de beleza arquitetônica<br />
e financeira para o mundo, hoje vive<br />
em constante vigilância. O abandono é um<br />
problema secular para os moradores, que<br />
sofreram com a migração de empresas, e<br />
que ocasiona a redução do número de empregos<br />
criados. A deterioração do bairro<br />
do Comércio e de seu conjunto arquitetônico,<br />
não é o único problema enfrentado<br />
nas diversas ruas da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, berço do<br />
nascimento de Salvador. Outra insatisfação<br />
registrada pelos comerciantes e até turistas,<br />
são as adversas condições de transitar, trabalhar<br />
e contemplar a região. Eles criticam<br />
a falta de instalação de banheiros químicos<br />
em alguns pontos com maior fluxo de<br />
pessoas; outra queixa diz respeito à falta de<br />
segurança, que devia ser uma preocupação<br />
primordial de qualquer governo, pois cuidar<br />
da segurança da população é dar subsídios<br />
para o desenvolvimento da própria<br />
cidade. “O bairro do Comércio está acabando.<br />
O Governo precisa se pronunciar, do<br />
jeito que está, daqui há cinco ou dez anos<br />
não existirá mais. É lamentável! As pessoas<br />
vão ao shopping porque não existe segurança<br />
nas ruas, e a marginalidade está imperando.<br />
Depois das 17 horas, é impossível<br />
transitar por aqui... tudo fica entregue ao<br />
crack e à violência, por este motivo as lojas<br />
fecham cedo.” AROUVEL ANDRADE, 75<br />
anos, comerciante.
iços de infraestrutura<br />
Há dois anos uma ação do Ministério Público Federal determinou<br />
a paralisação da construção do Hotel Hilton. Segundo o diretor de<br />
construção e incorporação do Grupo Imocom, Duarte Sanganha, o<br />
cinco estrelas da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> tem previsão de ser inaugurado em<br />
dezembro de 2012.<br />
A chegada do grupo em Salvador representa um investimento de<br />
R$ 100 milhões e a criação de 500 empregos diretos. Para viabilizar o<br />
projeto, o Imocom adquiriu seis casarões, inclusive a casa de azulejo,<br />
uma das referências da região e que será a principal fachada do hotel.<br />
09<br />
“Todo dia no fi m da tarde<br />
esse boeiro transborda fezes e<br />
água suja, ninguém aguenta.<br />
Já chamamos a Embasa<br />
várias vezes e ...nada! Lá<br />
no Caminho de Areia, onde<br />
eu moro, passo pelo mesmo<br />
problema.<br />
JUVENAL LEAL DA<br />
CRUZ, guardador de automóveis<br />
no bairro do<br />
Comércio. Morador do bairro<br />
Caminho de Areia, na <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong>.
GENTE DAQUI<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Responsabilidade social<br />
No compasso da cidadania<br />
Margareth Menezes fundou<br />
em 2004 a ‘Fábrica Cultural’ que,<br />
através de um convênio de parceria<br />
fi rmado com a Secretaria Municipal<br />
da Educação e Cultura,<br />
da Prefeitura de Salvador, iniciou<br />
o “Programa Circulando Arte”,<br />
além de outros projetos no campo<br />
da arte, educação e cultura. A<br />
Organização Não-governamental<br />
atua desde 2008, na Ribeira<br />
e outros bairros da Península<br />
de Itapagipe, oferecendo cursos<br />
profi ssionalizantes para jovens<br />
e ofi cinas de arte-educação para<br />
crianças.<br />
Em 14 de julho de 2010, a<br />
organização, que desenvolveu o<br />
projeto “Na Trilha da Cidadania”,<br />
formou 500 jovens, através de<br />
um cerimônia que contou com<br />
a presença de Menezes. O projeto<br />
formou alunos nas áreas de<br />
produção musical, comunicação,<br />
estamparia. criação em costura e<br />
designer gráfi co. Durante o evento,<br />
a cantora disse que fi ca feliz<br />
com a formatura, pois, “logo na<br />
Rua Ilhéus, nº 80. Parque Cruz guiar. Rio Vermelho. Salvador - Ba. Cep.: 41.940-570. Tel.: (71) 3334-1113<br />
www.clinicabemestar.com.br<br />
Foto: Divulgação<br />
10<br />
primeira<br />
turma<br />
que estamosformando,<br />
é<br />
muito claro o<br />
valor, a energia e<br />
a qualidade desses<br />
jovens. É animador<br />
poder, juntamente<br />
com todo o pessoal<br />
da Fábrica, ajudar<br />
a proporcionar essa<br />
oportunidade”. A<br />
cerimônia contou<br />
com a presença de Fátima Mendonça,<br />
primeira-dama do estado,<br />
e Arany Santana, secretária do<br />
Desenvolvimento Social e Combate<br />
à Pobreza, que declarou: “O<br />
que estava faltando a esses jovens<br />
era acesso às ferramentas. Unindo<br />
isso ao querer e à competência<br />
desses meninos, com certeza eles<br />
vão construir um momento novo<br />
para cada um e para a Bahia”.<br />
Com sede no Clube Cabana<br />
do Bogary, a organização oferece<br />
cursos a jovens de 16 a 24 anos,<br />
cuja renda familiar não ultrapasse<br />
meio salário minímio, por pes-<br />
soa. Além disso, o aluno<br />
deve cursar o ensino fundamente<br />
e médio da rede pública. São oferecidas<br />
250 vagas por período e<br />
os alunos são contemplados com<br />
uma bolsa-auxílio.<br />
* Com informações da assessoria de Imprensa<br />
da Fábrica Cultural<br />
Perfi l<br />
Margareth Menezes nasceu no bairro<br />
da Boa Viagem, em Salvador. Filha de<br />
Dona Diva, uma costureira e doceira que<br />
veio da Ilha de Maré, e Adelício Soares da<br />
Purifi cação, motorista, falecido em maio<br />
de 2009, é a mais velha de cinco irmãos e,<br />
em 1977, aos 15 anos, ganhou uma guitarra<br />
e começou a cantar no coral da Igreja<br />
da Congregação Mariana da Boa Viagem,<br />
em Salvador.<br />
Morava na península itapagipana e,<br />
desde pequena, foi cercada pelo conjunto<br />
histórico da cidade de Salvador, como Igreja<br />
de Nosso Senhor do Bonfi m, e recebeu<br />
forte infl uência artística da própria família,<br />
pois a mãe gostava muito de samba de<br />
roda, e os eventos na Ilha da Maré eram<br />
realizados na casa da avó da cantora, que<br />
desempenhava um papel de “produtora<br />
cultural”.<br />
Foto: Divulgação
MotoBike: a sensação<br />
da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
Pensando em uma alternativa mais econômica<br />
de transporte para o trabalho, o<br />
técnico em Eletromecânica, Paulo Roberto<br />
Carvalho, adaptou um veículo, que, além de<br />
lhe proporcionar grande economia, gerou<br />
Criatividade e inovação AR-II de Itapagipe<br />
O Artista Plástico Sérgio Bahiana, morador<br />
da Ribeira, é um artista que se destaca<br />
pela originalidade. Sérgio cursou Artes<br />
Plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA.<br />
Sua marca é a criatividade e sensibilidade<br />
em suas criações. Telas pintadas de busto<br />
e fotos de família são suas especialidades.<br />
Curioso pela gastronomia se especializou<br />
na área de confeitagem, onde adaptou seus<br />
conhecimentos artísticos à confeitaria,<br />
passando a usar corantes e ingredientes<br />
culinários em suas pinturas comestíveis.<br />
a oportunidade de ter seu próprio negócio.<br />
Ele descobriu que uma empresa comercializa<br />
kits, para tornar uma simples bicicleta<br />
em uma Bike motorizada. Ou uma<br />
MotoBike.<br />
Tornou-se, então, Cake designer, seus<br />
bolos são esculpidos ou modelados, jovens,<br />
românticos, extravagantes, personalizados<br />
e exclusivos. Os recheios são feitos de<br />
combinações perfeitas com ingredientes ao<br />
gosto do cliente. Visite o site: www.sergiobahiana.com.br<br />
e confi ra.<br />
Seu próximo bolo será um sucesso!<br />
O Atelier fi ca na Rua Júlio David, 9 –<br />
Ribeira - Tel: 71 3316 9169<br />
Uma força na saúde<br />
Foto: Ascom<br />
José Carlos Pitangueira nasceu em<br />
15 de julho de 1947, em Salvador.<br />
É graduado em Odontologia pela<br />
Universidade Federal da Bahia (Ufb a).<br />
Por sempre fazer uso do traje branco,<br />
requisito indispensável na prática<br />
da Odontologia, foi muitas vezes<br />
confundido com médico, acabou<br />
conhecido como “Dr. Pitangueira”.<br />
Trabalhou por mais de 30 anos como<br />
administrador no serviço público de<br />
saúde estadual. Trabalhou também<br />
Como surgiu a ideia da MotoBike?<br />
A ideia surgiu pela necessidade de um meio de transporte,<br />
alternativo, relativamente barato, fácil de dirigir, facilidade de<br />
deslocamento no trânsito.<br />
Quanto custa transformar uma bicicleta em uma MotoBike?<br />
Hoje, para transformar uma bike comum numa motorizada,<br />
custa algo em torno de R$900.00, se for usar vários acessórios<br />
tais como:<br />
Para-lamas em aço inox, bagageiro, velocimetro, lanternas,<br />
farol, pisca-pisca, buzina, retrovisores etc. acrescenta-se<br />
mais R$ 250.00.<br />
As peças podem ser adquiridas em Salvador?<br />
As peças podem ser adquiridas aqui comigo, através da<br />
minha empresa(Megatecnica Eletromecânica)<br />
Quantos Km ela faz com um litro de combustível?<br />
A bike tem uma autonomia de, aproximadamente, 70km<br />
por litro de gasolina, aditivada ou comum.<br />
Pode ser adptada com motor fl ex?<br />
A bike motorizada ainda não dispõe de motor fl ex.<br />
Precisa de lincenciamento?<br />
Aqui na Bahia não exige licenciamento, por se tratar de<br />
um veiculo ciclomotor de baixa potência.<br />
Qual a velocidade máxima dá MotoBike?<br />
A velocidade máxima atingida é de 45km/h<br />
Você tem recebido pedidos para revenda?<br />
Não tenho pedidos para revenda, mesmo porque meu<br />
foco é o usuário fi nal.<br />
Quem quizer ter uma MotoBike, o que deve fazer?<br />
Pode telefonar para o número (71) 4102-8750 ou 8705-<br />
6932, e terei o maior prazer em ajudar a adquirir sua bike motorizada.<br />
Meu e-mail é: paulrobertcarv@hotmail.com<br />
tem novo gestor<br />
Elney Pitangueira de Andrade é o novo gestor da Siga<br />
2 (Administração Regional de Itapagipe). Graduado em<br />
Administração Pública pela Faculdade Polifucs, iniciou sua<br />
vida profi ssional no Bradesco, onde trabalhou por 15 anos,<br />
chegando ao cargo de Consultor de Operações Tecnológicas<br />
das agências do Estado da Bahia e Sergipe. Ingressando<br />
na carreira pública, prestou relevantes serviços a vários<br />
municípios da Bahia. “Venho com a intenção de estreitar<br />
os laços da prefeitura com a comunidade, otimizando a<br />
prestação dos serviços públicos, com objetivo de melhorar<br />
a qualidade de vida dos itapagipanos”., pontuou.<br />
nos hospitais Ana Nery, Geral de<br />
Camaçari, Geral do Estado e Roberto<br />
Santos.<br />
Não esquece a Ribeira, bairro<br />
onde nasceu e foi criado. Está sempre<br />
presente na comunidade, envolvido<br />
em promoção de atividades esportivas<br />
e sociais. Durante sua trajetória<br />
profi ssional, acumulou experiências<br />
no atendimento à população e garante<br />
que mantém essa mesma relação<br />
como vereador.<br />
A principal bandeira de luta de<br />
Dr. Pitangueira é a Saúde Pública.<br />
Defende a municipalização da saúde e<br />
a autonomia da secretaria municipal,<br />
11<br />
como também, a inclusão da<br />
especialidade em pediatria nos postos<br />
de saúde.<br />
Mandato – Dr. Pitangueira (PRB)<br />
é presidente da Comissão de Saúde,<br />
Planejamento Familiar e Seguridade<br />
Social. É membro da Comissão de<br />
Defesa dos Direitos da Mulher e<br />
suplente da Comissão de Reparação.<br />
Perfi l – Dr. Pitangueira (PRB)<br />
Vereador da Câmara Municipal de<br />
Salvador<br />
Gabinete: 3320-0312<br />
Dr.pitangueira@cms.ba.gov.br
ENTREVISTA<br />
Um rosto para a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
O empreendedor e político Codami cita investimentos necessários para a região<br />
Jorge Codami é uma daquelas pessoas<br />
que construiu sua trajetória de vida<br />
com muito trabalho e perseverança,<br />
que não esconde suas origens e tem orgulho<br />
de sua caminhada. Como ele mesmo<br />
se defi ne, é formado na escola técnica<br />
da vida em Administração de Empresas.<br />
Apaixonado pela península, coordena um<br />
grupo de empresários que trabalham pela<br />
revitalização da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />
Apesar da origem humilde, o homem<br />
de espírito empreendedor e fi -<br />
lho de pai portuário, começou a trabalhar<br />
aos 13 anos, em paralelo aos<br />
estudos, tem vasta e diversa experiência<br />
profi ssional. Há 21 anos no ramo<br />
automotivo, atualmente emprega 40<br />
funcionários no Centro Automotivo<br />
Codami, localizada no bairro Caminho<br />
de Areia. Nesse segmento, destaca-se<br />
como fundador do Sindicato dos<br />
Reparadores Automotivos do Estado<br />
da Bahia (SINDIREPA-BA) e o primeiro<br />
vice-presidente do grupo. “Todos<br />
os meus investimentos são na <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong>”, afi rma.<br />
Como ex-presidente da Federação<br />
dos Clubes de Regatas do Estado da Bahia<br />
(FCRB), Codami traça aqui, um panorama<br />
sobre a atual situação do esporte.<br />
Qual a importância de se investir em<br />
atividades relacionadas ao esporte e cultura?<br />
“O social deveria ser prioridade nessa<br />
cidade, porque nenhum jovem quer ser<br />
bandido. Muitas vezes, o caminho do crime<br />
é uma triste circunstância.”<br />
Política<br />
Dedicado à religião cristã e familiar, casado<br />
há 34 anos, tem quatro fi lhos e duas<br />
netas, Codami também nutre uma grande<br />
paixão pelo esporte de infância, e que<br />
pratica até hoje: o remo. A dedicação ao<br />
tradicional esporte da Baía-de-Todos-os-<br />
-Santos o levou à presidência da Federação<br />
dos Clubes de Regatas do Estado da Bahia<br />
(FCRB), da qual se afastou recentemente<br />
para se dedicar a política. Talvez seja a forte<br />
atuação na comunidade em que vive, desde<br />
que nasceu, que levou Jorge Codami a disputar<br />
uma vaga na Câmara municipal para<br />
o cargo de vereador. Foi um dos fundadores<br />
do Partido Democrático Trabalhista<br />
(PDT) na Bahia, após o processo de redemocratização<br />
do país, defende como principal<br />
proposta, uma reforma política através<br />
do voto distrital. Segundo ele, assim, os<br />
vereadores representariam de verdade suas<br />
respectivas comunidades.<br />
Com base em sua experiência, Codami<br />
afi rma não ser possível desenvolver uma<br />
boa gestão municipal, sem visão administrativa<br />
estratégica. Problemas de infraes-<br />
Como aconteceu o contato com o tradicional<br />
esporte da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>?<br />
“O remo é uma paixão de infância.<br />
Nós crescemos aqui e esse esporte é a<br />
nossa maior diversão. Na Ribeira, são 106<br />
anos de tradição, é a federação mais antiga<br />
da Bahia. Antigamente, a coqueluche da<br />
cidade era assistir ao remo.”<br />
Por que o Remo perdeu tanto prestígio?<br />
“A decadência neste esporte está em<br />
trutura são apontados, sobretudo, em regiões<br />
fundamentais para o desenvolvimento<br />
econômico da capital. Para o empresário,<br />
há poucos investimentos federais de grande<br />
porte em Salvador. Apesar do programa<br />
da Companhia de Desenvolvimento Urbano<br />
da Bahia (CONDER) para retirada das<br />
palafi tas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, Codami acredita<br />
que essa intervenção física já ocorreu antes<br />
e hoje o número de residências é bem<br />
menor. “O ideal seria a criação de conjuntos<br />
habitacionais e urbanização em regiões<br />
como a <strong>Baixa</strong> do Petróleo e Mangueira”,<br />
aponta a ausência desta intervenção como<br />
um dos motivos para a poluição das praias<br />
na região.<br />
Investimentos na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
Em outro ponto de crítica, mira na<br />
Avenida Suburbana que, segundo ele, foi<br />
construída sem o devido planejamento<br />
habitacional. Para ele, outros requisitos<br />
básicos de uma boa gestão política na <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong> seriam: geração de empregos<br />
pela criação de empresas não-poluentes;<br />
segurança pública; aumento do número<br />
de escolas profi ssionalizantes e desenvolvimento<br />
de atividades esportivas e culturais<br />
para jovens. Segundo Jorge Codami, a<br />
prioridade ao social é um meio direto para<br />
evitar a criminalização e o tráfi co.<br />
Fatos como a escolha de Salvador para<br />
sediar a Copa em 2014, o fazem questio-<br />
todo o Brasil, esse esporte poderia estar<br />
melhor se não fosse a falta de investimentos.<br />
São priorizados o futebol,vôlei e basquete.<br />
Recentemente, a prefeita da cidade<br />
de Ibicoara, Sandra Vidal, esteve aqui e<br />
me pediu para fazer o projeto de uma escolinha<br />
de remo, após me ver inaugurar<br />
a escolinha do Dique do Tororó. O que<br />
falta é isso, incentivo ao esporte.”.<br />
O Clube de Regatas de Itapagipe<br />
era um ícone da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>. Por<br />
nar a estrutura precária de determinadas<br />
regiões da cidade e a importância de se<br />
fortalecer o turismo. Entre eles, a reparação<br />
e manutenção de localidades referências<br />
para a <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, como a Ponta de<br />
Humaitá e Ribeira, com o apoio efetivo da<br />
Guarda Municipal. Outra grande referência<br />
que aponta é o projeto da Via Náutica,<br />
que poderia explorar mais a Baía de Todos<br />
-os -Santos, e atrair mais turistas.<br />
Segurança Pública<br />
Um fato descrito por ele que chamou<br />
sua atenção este ano, foi a quantidade de<br />
participantes durante o cortejo da tradicional<br />
festa popular da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, em<br />
relação aos anos anteriores, “todas as festas<br />
de largo de Salvador têm sido esvaziadas<br />
por conta da violência, não acontece<br />
apenas na Lavagem do Bonfi m”.<br />
Sobre a situação do patrimônio histórico,<br />
acha que os turistas estão deixando<br />
de visitar Salvador devido à falta de bom-<br />
-senso dos governantes. Salvador deve<br />
ser valorizada como a primeira capital do<br />
país”. Sobre o papel do gestor na busca de<br />
apoio do governo federal, Codami acredita<br />
ter sido um erro o município assumir<br />
o controle da estação de trem da Calçada,<br />
sem antes pedir ajuda para a recuperação<br />
de sua linha férrea. Com o trem nos trilhos,<br />
teríamos mais um produto turístico<br />
para a região.<br />
“Eles deixaram o Itapagipe acabar.”<br />
12<br />
Jorge Codami<br />
Luciana Zacarias - Repórter<br />
Gilmar Santos - Fotos<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
O centro Automotivo Codami emprega 40 pessoas na <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>.<br />
que acabou?<br />
“O clube Itapagipe era clube de Carnaval<br />
e de remo. Podia-se fazer parcerias<br />
para não ter o mesmo destino da associação<br />
atlética. Mas, as sucessivas administrações<br />
sem qualidade, o levaram à falência<br />
total. Eles deixaram o Itapagipe acabar. As<br />
dívidas com IPTU e Justiça do Trabalho ,<br />
são muito altas, não tem mais como resgatar.<br />
O prédio hoje está em processo de leilão,<br />
já não pertence mais a seus associados<br />
e sim a prefeitura”.
Ponto de Vista<br />
Drª. Fabiola Mansur<br />
CEAPG é referência no<br />
tratamento do glaucoma<br />
Benício José dos Santos Filho: “Com a medicação de grace fi ca mais fácil controlar a doença.”<br />
Que a Bahia é o estado com<br />
maior número de negros do<br />
país, a maioria das pessoas<br />
sabe. O que muitos ainda desconhecem<br />
é que a raça é um dos principais<br />
fatores de risco para o desenvolvimento<br />
do glaucoma, a terceira<br />
maior causa de cegueira do Brasil e a<br />
maior causa de cegueira irreversível.<br />
Não é à-toa que, desde o dia 20<br />
de novembro de 2010, Salvador<br />
passou a contar com o Centro de<br />
Atenção ao Paciente Glaucomatoso<br />
(CEAPG). Lançado justamente no<br />
Dia da Consciência Negra, o Centro<br />
– que faz parte do Programa de<br />
Assistência ao Portador de Glaucoma,<br />
referência no combate à doença<br />
INCIDÊNCIA<br />
De acordo com a oft almologista<br />
Fabíola Mansur, os negros têm<br />
mais chance de desenvolver a doença.<br />
Só para se ter uma ideia, dados<br />
da Organização Mundial de Saúde<br />
(OMS) revelam que a incidência de<br />
glaucoma entre a população é de 1%<br />
a 2%. Na Bahia, a incidência é muito<br />
superior, entre 4% e 5%. “Não temos<br />
ainda uma explicação para isso, mas<br />
é certo que os negros devem redo-<br />
– inova ao prestar atendimento integral<br />
ao paciente.<br />
“O grande diferencial<br />
do CEAPG é a centralização<br />
do tratamento, que<br />
abrange desde a consulta<br />
básica com o oft almologista,<br />
os exames complementares<br />
até o tratamento,<br />
com a distribuição<br />
gratuita dos colírios”, explica<br />
a coordenadora do<br />
Centro, Fabíola Mansur,<br />
que é também diretora<br />
médica da clínica Oft almoDiagnose,<br />
onde fun-<br />
ciona o CEAPG.<br />
O Centro atende uma<br />
brar os cuidados”, alerta.<br />
A doença conta ainda com outros<br />
fatores de risco como o aumento<br />
da pressão ocular, herança familiar<br />
e idade, já que é mais comum<br />
em pessoas acima de 40 anos. Devem<br />
fi car atentos também aqueles<br />
com alta miopia e diabetes.<br />
Há dois exames principais para<br />
o diagnóstico da doença que são: a<br />
medida da pressão ocular e o exa-<br />
média de 1.500 pessoas por mês e<br />
conta com uma equipe com oito<br />
profi ssionais. “Um dos maiores problemas<br />
era a falta de adesão ao tratamento,<br />
em muitos casos, por conta<br />
do custo dos colírios que são utilizados<br />
para controlar a pressão. Com a<br />
distribuição gratuita, é muito mais<br />
fácil manter o paciente em tratamento”,<br />
afi rma a oft almologista Fabíola<br />
Mansur.<br />
O preço dos colírios indicados<br />
para o tratamento do glaucoma custam,<br />
em média, R$ 100, sendo que,<br />
na maioria dos casos, o paciente deve<br />
utilizar mais de um colírio que deverá<br />
ser instilado de uma a três vezes ao<br />
dia, o que difi culta o tratamento.<br />
Esse foi o caso do autônomo Benício<br />
José dos Santos Filho, de 44 anos.<br />
Com uma renda mensal no valor de<br />
um salário mínimo, ele era obrigado<br />
a pagar R$ 124 pelo colírio todo mês.<br />
O glaucoma é uma doença silenciosa<br />
e assintomática que pode cegar.<br />
“É um inimigo oculto da visão que<br />
vai danifi cando o nervo óptico aos<br />
poucos, causando a perda lateral do<br />
campo visual. Quando a pessoa se dá<br />
conta, a visão central já está acometida”,<br />
esclarece Mansur. A doença não<br />
tem cura, mas tem controle. “O que<br />
cega hoje é a desinformação e a fal-<br />
Drª. Fabiola Mansur: “O que cega hoje é a desinformação e<br />
a falta de adesão ao tratamento.”<br />
13<br />
me de fundo de olho, para avaliar o<br />
nervo óptico. O comparecimento ao<br />
oft almologista vai depender da situação<br />
de cada indivíduo, podendo<br />
ser de três em três meses, semestralmente<br />
ou apenas uma vez ao ano.<br />
“O período vai depender dos fatores<br />
de risco. Quanto mais fator de risco<br />
o paciente tem, mais frequentemente<br />
terá que ir ao oft almologista”,<br />
explica.<br />
Thiana Chaves - Repórter<br />
Gilmar Santos - Fotos<br />
ta de adesão ao tratamento. Com o<br />
diagnóstico precoce e o tratamento<br />
contínuo é possível evitar os danos<br />
causados pela doença”, alerta Fabíola<br />
Mansur.<br />
Para se cadastrar no programa, o<br />
paciente deve comparecer ao Centro<br />
com o cartão do Sistema Único<br />
de Saúde (SUS). Os colírios também<br />
podem ser adquiridos no Centro<br />
de Referência Estadual para Assistência<br />
Oft almológica – CREOFT,<br />
que funciona no Hospital São Jorge<br />
(PAN-Roma), no Largo de Roma.<br />
PERFIL<br />
Fabíola Mansur é carioca, residindo<br />
em Salvador desde 1977,<br />
onde começou sua carreira profi ssional.<br />
Foi a primeira mulher do<br />
Nordeste brasileiro a compor a diretoria<br />
do Conselho Brasileiro de<br />
Oft almologia. Recentemente, foi<br />
eleita a primeira diretora de Defesa<br />
Profi ssional da Associação Bahiana<br />
de Medicina, biênio 2008/2010.<br />
Médica oft almologista, cirurgiã<br />
de catarata e refrativa a laser,<br />
com mais de 12 mil olhos operados.<br />
Uma profi ssional premiada e<br />
reconhecida por sua competência,<br />
exercício ético e ações em defesa<br />
da saúde pelos colegas e entidades<br />
médicas, na Bahia e Brasil.<br />
Graduada pela UFBA, com especialização<br />
em oft almologia no<br />
Hospital das Clínicas e pós-graduação<br />
na Universidade de Miami,<br />
EUA. Preocupada com gestão, faz<br />
MBA em Saúde pela Fundação Getúlio<br />
Vargas.<br />
Ciente de seu papel social,<br />
idealiza e promove com seus parceiros,<br />
campanhas de combate às<br />
principais causas de cegueira tais<br />
como: glaucoma, catarata e retinopatia<br />
diabética, além de ações<br />
educacionais na área de saúde, benefi<br />
ciando mais de 30 mil baianos.<br />
SERVIÇO<br />
Mais informações sobre os<br />
serviços e tratamentos oferecidos<br />
pela Oft almodiagnose<br />
através do site www.oft almodiagnose.com.br<br />
ou pelo telefone<br />
3183.8000. A Clinica fi ca<br />
localizada na Avenida Ademar<br />
de Barros, número 422, em<br />
Ondina, próximo à UFBA e ao<br />
Jardim Zoológico.
ECONOMIA<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Crescimento e disputa entre<br />
“atacadões” favorecem consumidor<br />
Maria Conceição de Sousa e Maria Onorata: “Os mercados sobem o valor<br />
dos produtos pouco a pouco<br />
Seguindo pela Avenida Jequitaia<br />
sentido à estação de trem<br />
da Calçada, numa distância<br />
de aproximadamente 500 metros,<br />
o consumidor soteropolitano tem<br />
quatro opções para efetuar suas<br />
compras de produtos alimentícios:<br />
o Atacadão Atakarejo, o Mercantil<br />
Rodrigues, a Cesta do Povo e a Feira<br />
de São Joaquim.<br />
Entre as quatro opções citadas,<br />
nota-se que duas são de mercados<br />
voltados para compras em atacado<br />
(Atacadão Atakarejo e o Mercantil<br />
Rodrigues). A expansão desse<br />
tipo de estabelecimento vem acontecendo<br />
em todo o Brasil e tem se<br />
tornado uma ótima opção para o<br />
consumidor comprar mais e gastar<br />
menos.<br />
Para as senhoras Maria Conceição<br />
de Sousa e Maria Honorata, as<br />
compras efetuadas nos “atacadões”<br />
valem à pena. “Os produtos realmente<br />
são mais em conta e sempre<br />
existem promoções”, afi rma a Sra.<br />
Honorata. As duas consumidoras<br />
moram nas imediações da Avenida<br />
Bonocô e todo mês se deslocam<br />
para os “atacadões” na região da<br />
Calçada, mesmo tendo mercados<br />
mais próximos para efetuar suas<br />
compras.<br />
Segundo o site da Associação<br />
Brasileira de Atacadistas e Distribuidores<br />
(Abad), os chamados<br />
“atacarejos” estão atraindo cada<br />
vez mais consumidores que antes<br />
compravam apenas em supermercados<br />
ou pequenos comércios, isso<br />
fez com que nos últimos dez anos<br />
esse segmento tivesse crescimento<br />
de 300% no país.<br />
Como os dois “atacadões” são<br />
vizinhos, a guerra para ver quem<br />
tem o preço mais baixo tem sido<br />
boa. O Mercantil Rodrigues tem<br />
mais espaço, o que facilita a circulação<br />
e a procura das mercadorias<br />
na hora da compra, mas com relação<br />
às promoções e campanhas de<br />
marketing, o Atacadão Atakarejo<br />
tem desenvolvido estratégias interessantes<br />
para atrair o consumidor<br />
e estimular a disputa de preços junto<br />
à concorrência.<br />
As consumidoras Maria Conceição<br />
e Maria Honorata ainda<br />
afi rmam que qualquer divergência<br />
entre o valor exposto nas placas e<br />
o registrado nos caixas é resolvido<br />
imediatamente, o que facilita e<br />
agiliza o processo das compras. O<br />
gerente Adilton comenta que essa<br />
foi mais uma atitude adotada pela<br />
empresa para facilitar a vida dos<br />
consumidores, já que na maioria<br />
dos mercados, quando ocorre um<br />
problema desse tipo, os caixas têm<br />
que esperar a presença de um superior<br />
para resolver a situação.<br />
“Percebemos que isso acabava<br />
14<br />
gerando uma insatisfação muito<br />
grande nos consumidores e, para<br />
minimizar essa situação, damos<br />
uma maior autonomia aos nossos<br />
caixas para resolver esse tipo de divergência”,<br />
conclui o gerente.<br />
Dois problemas nos “atacadões”<br />
são os mesmos dos encontrados<br />
nos supermercados tradicionais:<br />
fi las grandes e a falta de empacotadores.<br />
Outro ponto que deve ser<br />
observado na hora de efetuar suas<br />
compras é que nem todos os produtos<br />
são mais baratos, por isso, a importância<br />
do consumidor fazer sua<br />
própria pesquisa de preços.<br />
Mas essa ampliação de mercados<br />
na modalidade de atacado, com<br />
foco no consumidor comum e não<br />
em armazéns ou mercadinhos, e a<br />
disputa de preços entre esses estabelecimentos<br />
só trazem benefícios<br />
ao consumidor, infl uenciando diretamente<br />
na economia e no valor da<br />
cesta básica.<br />
Aumento de preço<br />
Sobre o aumento dos preços dos<br />
alimentos, as consumidoras Maria<br />
Conceição de Sousa e Maria Honorata<br />
citaram a carne, leite e tomate<br />
como produtos que tiveram aumento<br />
mais acentuado. “Os mercados<br />
sobem o valor dos produtos pouco<br />
a pouco e na correria das compras<br />
acabamos não percebendo instantaneamente<br />
esse aumento. Mas<br />
quando chegamos em casa percebemos<br />
que as coisas subiram de<br />
preço pela quantidade de alimentos<br />
adquirida, normalmente menor do<br />
que a do mês anterior”, disse a Sra.<br />
Maria Conceição.<br />
Quase todas as mercadorias do Atakarejo têm tabelas com o seu<br />
preço e o valor cobrado pela concorrência, facilitando assim a<br />
comparação de preços pelo consumidor. Segundo Adilton Alcântara,<br />
gerente operacional do Atakarejo da Calçada, “essa pesquisa de<br />
preços nos estabelecimentos concorrentes é feita diariamente há dois<br />
anos e meio, desde que a empresa começou a ampliar seus negócios”.
CULTURA<br />
<strong>Folha</strong> <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - Março de 2011<br />
Carnaval 2011<br />
Bola cheia de brilho e alegria<br />
no maior Carnaval do planeta<br />
Agremiação da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
completou 15 anos na avenida.<br />
Cantor Missinho, ex-<br />
-integrante da banda Chiclete com<br />
Banana, arrastou uma multidão<br />
que acompanhou o bloco no Circuito<br />
Osmar.<br />
Já passavam das quatro da tarde<br />
do terceiro dia ofi cial do Carnaval,<br />
quando surgiu na passarela do<br />
Campo Grande (circuito Osmar)<br />
o bloco Bola Cheia, trazendo uma<br />
verdadeira inovação na avenida:<br />
uma dupla de abre-alas, que, trajando<br />
belas fantasias, emocionaram<br />
o público que vibrava nas arquibancadas.<br />
Notáveis da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong><br />
Composto de 2.500 foliões, em<br />
sua maioria de aposentados da Petrobras,<br />
a galera jovem da <strong>Cidade</strong><br />
<strong>Baixa</strong> vem, a cada ano, marcando<br />
presença no Bloco que desfi lou sábado<br />
na avenida, domingo, no Pelourinho<br />
(circuito Batatinha) com<br />
a banda de percussão do mestre<br />
Bira, encerrando sua participação<br />
no Carnaval 2011, na segunda-feira,<br />
no Campo Grande .<br />
Parabéns Bola Cheia. Até 2012.<br />
Itapagipe – Um presente de Deus<br />
Cecy Ramos Costa – Guardiã de Itapagipe<br />
Itapagipe, pedacinho do mundo,<br />
onde a natureza faz sua morada.<br />
não sei porque vive no esquecimento<br />
desta mística e humanitária cidade!<br />
triste, choro e lamento.<br />
por isso quer exaltá-lo nesse momento:<br />
15<br />
Sua colina é sagrada.<br />
uas águas, são tranquilas.<br />
Sua paisagem é belíssima!<br />
Seu mirante, que maravilha!<br />
Seu céu azul ou estrelado<br />
refl ete a beleza do fi rmamento<br />
que lhe fora, um dia legado.<br />
É fascinante o seu arrebol,<br />
Seja na aurora ou no por-do-sol.<br />
Por-do-sol visto da Penha<br />
Rycon - Fotos<br />
Ou da Ponta do Humaitá:<br />
Belo cenário que leva à refl exão<br />
De algo tão sublime – a criação.<br />
É um presente de Deus,<br />
Esse aprazível e agradável lugar.<br />
Em Salvador não existe<br />
Semelhante local.<br />
Aqui, está o mais lindo<br />
CARTÃO-POSTAL.