Avaliação ergonômica do posto de trabalho - UEM
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AVALIAÇÃO ERGÔNOMICA DO POSTO DE TRABALHO: APRESENTAÇÃO DE<br />
METODOLOGIAS COMO SUPORTE A PROPOSTAS DE MELHORIAS.<br />
Flávia Aparecida Siqueira<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá<br />
flavinha_siquep@hotmail.com<br />
Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Santiago Luz<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá<br />
mlsluz@uem.br<br />
Resumo<br />
Com o intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ativida<strong>de</strong>s que causem constrangimentos físicos aos<br />
trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> pintura em uma empresa <strong>de</strong> pequeno porte <strong>do</strong> ramo<br />
metal-mecânica, foi realiza<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong>, utilizan<strong>do</strong> como parâmetro <strong>de</strong> análise a<br />
meto<strong>do</strong>logia OWAS, em consonância com o Diagrama <strong>de</strong> Dores <strong>de</strong> Corlett e<br />
Manenica, nortea<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> a percepção <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r. Coletadas e organizadas<br />
as informações obteve-se um diagnóstico em que foram salientadas as ativida<strong>de</strong>s<br />
que mereciam intervenções juntamente com o grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.<br />
Palavras-Chave: Ergonomia; Diagnóstico; Sistema Owas; Diagrama <strong>de</strong> <strong>do</strong>res.<br />
1. Introdução<br />
Crescente em estu<strong>do</strong>s e valorização, a Ergonomia, acentuou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
a<strong>de</strong>quar as máquinas aos seus usuários. O progresso técnico <strong>do</strong>s equipamentos,<br />
com complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operações e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão fez com que os olhares se voltassem para um componente importante <strong>do</strong><br />
funcionamento <strong>do</strong>s mesmos, o homem. Verificou-se que além <strong>do</strong>s avanços técnicos<br />
alcança<strong>do</strong>s, é necessária uma boa conexão com seu manusea<strong>do</strong>r para aten<strong>de</strong>r com<br />
eficiência á sua funcionalida<strong>de</strong>.<br />
A partir daí, seja na execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s em uma produção, seja na elaboração<br />
<strong>de</strong> produtos; as pesquisas feitas na área <strong>de</strong> Ergonomia expandiram suas fronteiras<br />
atingin<strong>do</strong> o meio industrial, crescen<strong>do</strong> substancialmente e ainda com uma longa
trilha a seguir, na busca <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> processos, ambientes e produtos que<br />
atendam às expectativas <strong>de</strong> seus usuários com qualida<strong>de</strong>, eficiência e segurança.<br />
Dada a relevância <strong>do</strong> assunto, este <strong>trabalho</strong> teve como objetivo realizar um<br />
diagnóstico ergonômico <strong>de</strong> um <strong>posto</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em uma empresa <strong>de</strong> pequeno<br />
porte <strong>do</strong> setor Metal-Mecânico, que trabalha com produção <strong>de</strong> implementos<br />
agrícolas na região noroeste <strong>do</strong> Paraná. Para tal, foi realiza<strong>do</strong> o diagnóstico por<br />
meio da Análise Ergonômica <strong>do</strong> Trabalho (AET), premissa necessária para<br />
intervenção e transformação <strong>de</strong> um <strong>posto</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />
2. Materiais e Méto<strong>do</strong>s<br />
Por meio das observações in loco das tarefas <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> pintura registrou-se as<br />
<strong>de</strong>scrições das ativida<strong>de</strong>s. Utilizou-se a Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Análise Ergonômica <strong>do</strong><br />
Trabalho (GUERIN, 2001). A meto<strong>do</strong>logia OWAS foi uma ferramenta auxiliar para a<br />
obtenção <strong>de</strong> um pré-diagnóstico das tarefas que causam constrangimentos físicos<br />
aos funcionários em consonância com outra ferramenta conhecida como Diagrama<br />
<strong>de</strong> Dores <strong>de</strong> Corlett e Manenica, que por meio da percepção <strong>do</strong>s usuários verificouse<br />
os locais <strong>do</strong> corpo on<strong>de</strong> sofrem uma maior incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>res, ao término <strong>de</strong> seu<br />
turno <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />
3. Resulta<strong>do</strong>s e Discussões<br />
Depois <strong>de</strong> se obter o levantamento das ativida<strong>de</strong>s realizadas, bem como a forma<br />
que são executadas, codificou-se as ativida<strong>de</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> melhor i<strong>de</strong>ntificálas,<br />
quan<strong>do</strong> da aplicação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> OWAS, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim, se obter uma<br />
visualização direta <strong>do</strong> grau em que cada ativida<strong>de</strong> se enquadra, segun<strong>do</strong> os critérios<br />
inerentes à meto<strong>do</strong>logia. A Figura 1 ilustra o quadro que esquematiza os critérios<br />
inseri<strong>do</strong>s na meto<strong>do</strong>logia OWAS, <strong>de</strong>limitada a tarefa <strong>de</strong> envernizamento (6).<br />
Pela percepção <strong>do</strong> usuário fora apontada a tarefa <strong>de</strong> envernizamento, <strong>do</strong> setor <strong>de</strong><br />
pintura, como sen<strong>do</strong> a tarefa que maior causa constrangimentos ao trabalha<strong>do</strong>r,<br />
especificamente no <strong>do</strong>rso, por exigir inclinação <strong>do</strong> corpo. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> passar<br />
óleo e quan<strong>do</strong> necessário pegar peças na altura <strong>do</strong> chão, também foram apontadas<br />
com maior índice <strong>de</strong> aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>res. No entanto, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
envernizamento fora a <strong>de</strong> maior indicação por causar instantaneamente maiores
índices <strong>de</strong> <strong>do</strong>res <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à repetitivida<strong>de</strong> das operações, sen<strong>do</strong> enquadrada na<br />
classe 3 que aponta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correções, logo que possível.<br />
Figura 1: Posturas relacionadas com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> envernizamento<br />
A Figura 2 é uma ilustração <strong>do</strong> Diagrama <strong>de</strong> Dores <strong>de</strong> Corlett e Manenica, que em<br />
conjunto com o questionário <strong>de</strong> percepção serviu como ferramenta auxiliar ao<br />
diagnóstico.
Figura 2: Diagrama <strong>de</strong> áreas <strong>do</strong>lorosas<br />
Fonte: IIDA, 2005.<br />
Desta forma, utilizan<strong>do</strong> as ferramentas como complementares a AET, po<strong>de</strong>-se<br />
verificar que as ativida<strong>de</strong>s mais críticas, que merecem correções, se referem as que<br />
exigem inclinação <strong>do</strong> <strong>do</strong>rso, conforme evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> nas localizações numeradas<br />
como 33, 34, 43 e 44, avaliadas com nota 5, proximamente ao indica<strong>do</strong>r<br />
“extremamente <strong>de</strong>sconfortável”, especificamente quan<strong>do</strong> da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pegar<br />
as peças que se encontram <strong>de</strong> forma geral localizadas na altura <strong>do</strong> chão e <strong>de</strong>mais<br />
necessida<strong>de</strong>s que o funcionário se abaixe para a execução <strong>de</strong> uma tarefa.<br />
Como medida <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> melhorias para o <strong>posto</strong>, sugeriu-se o uso <strong>de</strong> mesas<br />
eleva<strong>do</strong>ras, ou carrinhos pantográficos, que poupassem o esforço <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r em<br />
repetidas agachamentos, constrangen<strong>do</strong> a região <strong>do</strong>rsal.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se, portanto que as ferramentas <strong>de</strong> apoio a AET são <strong>de</strong> fundamental<br />
importância para a consolidação <strong>de</strong> um diagnóstico, reforçadas por propostas <strong>de</strong><br />
intervenção para obtenção <strong>de</strong> um ambiente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e saudável.<br />
Referências<br />
GUÉRIN et al. Compreen<strong>de</strong>r o Trabalho para Transformá-lo: A prática da Ergonomia.São Paulo:<br />
Editora Edgard Blücher, 2001<br />
IIDA, I. Ergonomia - Projeto e Produção. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2005