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do narrador no romance a menina que roubava livros e de como ...

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Conforme relata Benjamin (1985, p. 132), em Magia e técnica, arte e<br />

política. Ensaios sobre literatura e história da cultura, “a tendência é uma<br />

condição necessária, mas não suficiente, para o <strong>de</strong>sempenho da função<br />

organizatória da obra”. O escritor não sabe, a priori, o <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> <strong>de</strong> seu livro:<br />

será o primeiro da lista? Lógico <strong>que</strong> a tendência é buscar isso, mas há uma<br />

espécie <strong>de</strong> acontecimento transcen<strong>de</strong>nte à tendência: o leitor.<br />

No caso da narrativa A <strong>menina</strong> <strong>que</strong> <strong>roubava</strong> <strong>livros</strong>, parece, tal<br />

movimento parece adquirir mais força, por<strong>que</strong> os <strong>livros</strong> mais vendi<strong>do</strong>s <strong>no</strong><br />

mesmo perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong>sse <strong>romance</strong> não trazem muita <strong>no</strong>vida<strong>de</strong>.<br />

Então alguém perguntaria sobre A <strong>menina</strong> <strong>que</strong> <strong>roubava</strong> <strong>livros</strong>: <strong>que</strong> <strong>no</strong>vida<strong>de</strong><br />

há na guerra <strong>de</strong> Hitler? Tu<strong>do</strong> parece ter si<strong>do</strong> escrito, consuma<strong>do</strong> e<br />

aborreci<strong>do</strong> o suficiente. Parece...<br />

De fato tal assunto já foi mastiga<strong>do</strong> o suficiente, o extremo da<br />

injustiça numa guerra <strong>que</strong> gerou fome, tristeza, solidão, temor e falta <strong>de</strong><br />

esperança. Mas <strong>que</strong>m está <strong>de</strong>ssa vez tal contan<strong>do</strong> a história? Po<strong>de</strong>-se sugerir<br />

<strong>que</strong> o narra<strong>do</strong>r seja A Morte. Faz senti<strong>do</strong>. Traz a primeira luz ao <strong>que</strong> parece<br />

assombrar o terre<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa dúvida acerca <strong>de</strong> um motivo para o sucesso<br />

<strong>de</strong>sta obra.<br />

O <strong>que</strong> a tendência saberia <strong>de</strong>sse encantamento <strong>do</strong> leitor? Nada<br />

talvez. Ainda mais, <strong>de</strong>sse leitor contemporâneo, <strong>que</strong> se apressa pelos<br />

corre<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s túneis em seus carros, <strong>que</strong> se acelera para pegar o ônibus<br />

caro e ruim, <strong>que</strong> mal <strong>do</strong>rmem, mal ouvem, mal veem. Mas <strong>que</strong> leem. E,<br />

parece, <strong>que</strong>rem estar encanta<strong>do</strong>s com alguma coisa na leitura, não apenas<br />

anseiam uma boa história <strong>de</strong> amor, com início, meio e fim. Nem <strong>de</strong>sejam o<br />

óbvio da caça aos vampiros somente. Nem aceitam <strong>que</strong> <strong>no</strong> fim <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> a<br />

morte <strong>no</strong>s espera, e <strong>que</strong> o fim po<strong>de</strong> ser uma guerra.<br />

Supostamente, o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> para esses leitores seria per<strong>de</strong>r a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> encantamento com <strong>no</strong>vas palavras, ainda <strong>que</strong> por meio <strong>de</strong><br />

uma história antiga e com palavras <strong>que</strong> acolham e recolham. Que, ao mesmo<br />

tempo, possam lhes dar possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vislumbrar <strong>que</strong>, apesar das<br />

tentativas, histórias sempre po<strong>de</strong>m ser ditas <strong>de</strong> maneira distinta. Para esses,<br />

uma guerra po<strong>de</strong> até ser horrorosa, matar milhões, tirar a esperança, mas<br />

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