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ANO III - Nº 10 Março/Maio de 2009 - sindimed-ba

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<strong>ANO</strong> <strong>III</strong> - <strong>Nº</strong> <strong>10</strong><br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

Impresso<br />

Especial<br />

9912230692/<strong>2009</strong>-DR/BA<br />

sinDimeD<br />

CORREIOS<br />

Rua Macapá, 241, Ondina, Salvador - Bahia<br />

CEP: 40.170-150 / Telefax: (071) 3555-2555<br />

Email: <strong>sindimed</strong><strong>ba</strong>@yahoo.com.br


Informe Publicitário <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do anunciante<br />

ÍNDICE<br />

4<br />

5<br />

9<br />

<strong>10</strong><br />

11<br />

12<br />

14<br />

17<br />

17<br />

18<br />

20<br />

23<br />

26<br />

<strong>ANO</strong> <strong>III</strong> - <strong>Nº</strong> <strong>10</strong><br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

Impresso<br />

Especial<br />

9912230692/<strong>2009</strong>-DR/BA<br />

sinDimeD<br />

Rua Macapá, 241, Ondina, Salvador - Bahia<br />

CEP: 40.170-150 / Telefax: (071) 3555-2555<br />

Email: <strong>sindimed</strong><strong>ba</strong>@yahoo.com.br<br />

Brasil presente no 12 O<br />

Congresso Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Entrevista – Ex-ministro, Adib<br />

Jatene, fala sobre SUS, <strong>de</strong>mocracia<br />

e amor à medicina<br />

Médicos <strong>de</strong> Salvador em<br />

campanha salarial<br />

Sesab promove concurso<br />

público<br />

Eleições no CFM / Salário<br />

Mínimo Profissional<br />

Defensoria Médica em ação<br />

Matéria <strong>de</strong> capa – Dengue<br />

aumenta 196% na Bahia<br />

Cirurgiões <strong>ba</strong>riátricos<br />

suspen<strong>de</strong>m atendimento<br />

Planserv<br />

30 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s do<br />

Hospital Geral Roberto Santos<br />

Maternida<strong>de</strong> Tsylla Balbino<br />

completa 50 anos<br />

Organização dos médicos<br />

cresce no interior<br />

Aposentados da Sesab estão<br />

na luta<br />

Humor e Opinião<br />

CORREIOS<br />

E D I T O R I A L<br />

Saú<strong>de</strong> em primeiro lugar?<br />

Cortes orçamentários, epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue, condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho difíceis<br />

e remuneração aviltada são assuntos<br />

que exigem uma reflexão da categoria<br />

médica.<br />

Em ralação à <strong>de</strong>ngue, com 59.360<br />

casos notificados, 1.145 suspeitos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue hemorrágica e 49 óbitos, o quadro<br />

da Bahia é dramático. E po<strong>de</strong>ria ser<br />

pior, não fosse o empenho que a categoria<br />

médica tem <strong>de</strong>monstrado nas<br />

frentes <strong>de</strong> com<strong>ba</strong>te à doença.<br />

No que pesem todos os esforços e<br />

necessida<strong>de</strong>s no setor Saú<strong>de</strong>, no início<br />

<strong>de</strong> março fomos surpreendidos com a<br />

notícia <strong>de</strong> um corte <strong>de</strong> R$ 47 milhões<br />

no orçamento estadual do setor. Esta<br />

quantia é superior ao estimado para a<br />

construção do hospital do subúrbio.<br />

Foi com indignação e revolta que as entida<strong>de</strong>s<br />

médicas se posicionaram contra<br />

a redução, em nota publica à população<br />

e ao governo.<br />

Já existe um sub-financiamento<br />

histórico da saú<strong>de</strong>, que exige regulamentação<br />

imediata da Emenda Constitucional<br />

29. Qualquer contingencia-<br />

Revista do Sindicato dos Médicos no Estado da Bahia, editada sob a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da diretoria. Rua Macapá, 241, Ondina, Salvador - Bahia<br />

CEP 40.170-150 - Telefax: (071) 3555-2555 / 3555-2551 / 3555-2554<br />

E-mail: <strong>sindimed</strong><strong>ba</strong>@yahoo.com.br - Portal: www.<strong>sindimed</strong>-<strong>ba</strong>.org.br<br />

DIRETORIA – Presi<strong>de</strong>nte: José Caires Meira. Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Francisco Jorge Silva Magalhães. Secretário Geral: Adher<strong>ba</strong>l Moyses<br />

Casé do Nascimento. 1ª Secretária: Débora Angeli <strong>de</strong> Oliveira. 1º Tesoureiro: Deocli<strong>de</strong>s Cardoso Oliveira Júnior. 2º Tesoureiro:<br />

Gil Freire Barbosa. Diretor <strong>de</strong> Assuntos Jurídicos: Dorilei<strong>de</strong> Loula Novais <strong>de</strong> Paula. Diretor <strong>de</strong> Imprensa e Comunicação:<br />

João Paulo Queiroz <strong>de</strong> Farias. Diretora Sócio-Cultural e Científica: Leila Chaves <strong>de</strong> Aquino Marques. Diretora <strong>de</strong> Condições <strong>de</strong><br />

Tra<strong>ba</strong>lho e Remuneração: Flávia Miranda Roriz <strong>de</strong> Assis. Diretor Administrativo e <strong>de</strong> Patrimônio: Solana Passos Rios. Diretor<br />

<strong>de</strong> Informática: Luiz Américo Pereira Câmara. Diretora <strong>de</strong> Sindicalização e Interiorização: Áurea Inez Muniz Meireles. Diretora<br />

<strong>de</strong> Assuntos do Aposentado: Julieta Maria Cardoso Palmeira. Diretor <strong>de</strong> Honorários Médicos: Suetônio Vasconcelos Pepe.<br />

Diretora <strong>de</strong> Administração da Gráfica do Médico: Maria do Carmo Ribeiro e Ribeiro. Diretora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ocupacional: Jane<br />

Luiza Vasconcelos <strong>de</strong> Oliveira. CONSElHO FISCAl – Lour<strong>de</strong>s Moreira Ruiz (H. G. Camaçari), Kátia Maria Ma<strong>de</strong>iro (Sesab), Ledilson<br />

Chaves <strong>de</strong> Araújo Miranda (HGE e H. Ibotirama). SuPlENTE DO CONSElHO FISCAl – Ilmar Cabral <strong>de</strong> Oliveira (H. São Rafael e HGRS),<br />

Eugênio Pacelli Mota <strong>de</strong> Oliveira (Sesau Camaçari), Paulo José Bastos Barbosa (H.S. Isabel). DElEGADOS JuNTO à FEDERAçãO<br />

NACIONAl DOS MéDICOS – Artur <strong>de</strong> Oliveira Sampaio (PSF Camaçari), Marcos Augusto Reis Ribeiro (HGE). SuPlENTE DA<br />

FENAM – Lour<strong>de</strong>s Alzimar Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Castro Marcellino (Proar), Andréa Beatriz Silva dos Santos (HGRS). REPRESENTANTES NO<br />

INTERIOR DO ESTADO – Ney da Silva Santos – Alagoinhas, Luiz Carlos Dantas <strong>de</strong> Almeida – Vitória da Conquista, Leônidas Azevedo<br />

Filho – Ilhéus, Sônia Regina Vitolrelli – Porto Seguro, Franklin Araújo – Livramento <strong>de</strong> Nossa Senhora, Roberto Andra<strong>de</strong> – Paulo Afonso<br />

e Fernando Correlo – Eunápolis.<br />

Jornalista – Redação e Edição: Ney Sá - MTb 1164 DRT-BA. Estagiários: Arysa<br />

Souza e Eric Carvalho. Fotos: arquivo Sindimed e João U<strong>ba</strong>ldo. Ilustração: Afo<strong>ba</strong>.<br />

Projeto Gráfico e Diagramação: IDADE MÍDIA (Tel: 71 3245-9943 - Toninho).<br />

Edição fechada em 13/05/<strong>2009</strong>. Fotolito e impressão: GENSA - Gráfica e<br />

Editora N. S. Aparecida. Tiragem: 18.000 exemplares.<br />

mento na área da saú<strong>de</strong> é inaceitável e<br />

acarreta prejuízos incalculáveis à socieda<strong>de</strong>.<br />

Estamos diante <strong>de</strong> uma crise já há<br />

muito anunciada e presenciamos situações<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s para a<br />

população, com reflexos in<strong>de</strong>sejáveis<br />

para os médicos, que no ambiente <strong>de</strong><br />

tra<strong>ba</strong>lho enfrentam até falta <strong>de</strong> água e<br />

sabão para lavar as mãos.<br />

Em Itabuna, a população e o Ministério<br />

Público, importantes agentes<br />

do controle social do SUS, equivocadamente<br />

i<strong>de</strong>ntificaram o médico<br />

como vilão, repercutindo na imprensa<br />

uma imagem negativa da categoria<br />

médica.<br />

Pergunta-se, <strong>de</strong> quem é a culpa?<br />

Cadê os recursos que <strong>de</strong>veriam ser<br />

aplicados na saú<strong>de</strong>? O que estão fazendo<br />

os gestores e prefeitos que se<br />

elegem a cada quatro anos? Seremos<br />

nós os médicos – recebendo um salário<br />

que hoje vai <strong>de</strong> R$ 582,00 até<br />

R$1.600,00 para uma jornada <strong>de</strong> 20<br />

horas semanais – que resolveremos o<br />

problema?<br />

Filiado à


Brasil representado<br />

no 12º Congresso<br />

Mundial <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

“Fazendo a Diferença na Saú<strong>de</strong><br />

Pública Glo<strong>ba</strong>l: Educação, Pesquisa<br />

e Prática”. Este foi o tema do 12º<br />

Congresso Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública,<br />

que aconteceu entre 27 <strong>de</strong> abril e<br />

1º <strong>de</strong> maio em Istambul (Turquia). O<br />

presi<strong>de</strong>nte do Sindimed, José Caires,<br />

participou do evento ao lado da <strong>de</strong>legação<br />

formada pela Fenam, com 11<br />

representantes do movimento médico.<br />

Delegações <strong>de</strong> 72 países se reuniram<br />

no evento.<br />

“A participação da Fenam pela primeira<br />

vez no Congresso qualifica glo<strong>ba</strong>lmente<br />

a entida<strong>de</strong> a discutir as políticas<br />

públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”, afirmou José<br />

Caires.<br />

De acordo com a Fiocruz, a progra-<br />

Fernando Vasconcelos, José Gomes<br />

Temporão (Min. Saú<strong>de</strong>), José Caires e<br />

Edson Gutemberg (Presid. Fenam - NE),<br />

se encontraram em Istambul<br />

04 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

púBliCa<br />

Representantes das entidas<strong>de</strong>s médicas brasileiras, integraram<br />

a comissão da Fenam que participou do Congresso Mundial<br />

mação científica totalizou 400 exposições<br />

orais distribuídas em mais <strong>de</strong> 80<br />

painéis e mesas, além <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 700<br />

apresentações em formato <strong>de</strong> pôsteres.<br />

Organizado pelo governo da Turquia e<br />

agências da ONU como OMS, FAO e<br />

Unicef, o congresso reuniu especialistas<br />

e pesquisadores <strong>de</strong> todo o mundo<br />

O autor analisou políticas e práticas<br />

<strong>de</strong> inclusão da pessoa com <strong>de</strong>ficiência<br />

física no mercado <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho em Salvador,<br />

Bahia. Consi<strong>de</strong>ra que a <strong>de</strong>ficiência<br />

é, acima <strong>de</strong> tudo, um produto social<br />

e que as estratégias <strong>de</strong> inclusão no tra<strong>ba</strong>lho<br />

adotadas no Brasil são insuficientes,<br />

não levando em conta aspectos relevantes<br />

do complexo mundo do tra<strong>ba</strong>lho<br />

e dos sujeitos envolvidos. O tra<strong>ba</strong>lho<br />

foi elaborado com <strong>ba</strong>se em questionários<br />

aplicadas a <strong>de</strong>ficientes físicos, chefes<br />

e colegas <strong>de</strong>sses tra<strong>ba</strong>lhadores com<br />

<strong>de</strong>ficiência, assim como técnicos e dirigentes<br />

<strong>de</strong> instituições relacionadas à<br />

<strong>de</strong>ficiência, totalizando 35 entrevistas.<br />

Também foram feitas visitas a instituições.<br />

O autor constatou que o sistema<br />

<strong>de</strong> cotas <strong>de</strong> emprego tem se <strong>de</strong>stacado<br />

para discutir a importância da participação<br />

da socieda<strong>de</strong> civil nas políticas<br />

e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>ba</strong>ter<br />

temas como formação continuada, financiamento<br />

glo<strong>ba</strong>l para a saú<strong>de</strong>, saú<strong>de</strong><br />

mental, controle do ta<strong>ba</strong>co, violência<br />

contra a mulher e ameaças à saú<strong>de</strong><br />

provocadas pela ur<strong>ba</strong>nização.<br />

O “bom tra<strong>ba</strong>lhador” <strong>de</strong>ficiente<br />

e estratégias <strong>de</strong> inclusão<br />

O ex-diretor do Sindimed, Fernando Vasconcelos, presente ao<br />

Congresso Mundial, apresentou tra<strong>ba</strong>lho <strong>de</strong> sua autoria no evento.<br />

principalmente pela discussão que traz<br />

sobre o tema do direito ao tra<strong>ba</strong>lho das<br />

pessoas com <strong>de</strong>ficiência. I<strong>de</strong>ntificou<br />

que as estratégias e práticas <strong>de</strong> inclusão<br />

estão marcadas por situações que<br />

<strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> “ironias da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>”,<br />

como, por exemplo, a ameaça <strong>de</strong> chefes<br />

a empregados, obrigando-os a tratar os<br />

“<strong>de</strong>ficientes” como “normais”; a visão<br />

da <strong>de</strong>ficiência como virtu<strong>de</strong>, por facilitar<br />

o acesso ao emprego e a utilização<br />

do <strong>de</strong>ficiente como exemplo <strong>de</strong> “bom<br />

tra<strong>ba</strong>lhador” e fator <strong>de</strong> disciplinamento,<br />

em razão da sua superação <strong>de</strong> limites.<br />

Em relação à crise atual, <strong>de</strong>stacou que<br />

há risco <strong>de</strong> que as pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

se tornem ainda mais vulneráveis<br />

e haja prejuízo aos poucos avanços obtidos<br />

na sua inclusão no tra<strong>ba</strong>lho.<br />

E N T R E V I S T A<br />

Medicina, <strong>de</strong>mocracia e amor<br />

► Luta Médica – Estamos no marco<br />

dos 20 anos do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

o SUS. Qual o significado disso?<br />

Adib Jatene – Para falar <strong>de</strong> SUS é<br />

preciso voltar ao passado, para ver o<br />

que existia antes. Eu ingressei na Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina em 1948, são,<br />

portanto 60 anos que eu estou convivendo<br />

com esse sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

e eu participei e testemunhei todos<br />

os <strong>de</strong>talhes.<br />

Hoje eu divido, sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />

didático, esses 60 anos em três<br />

períodos distintos: no primeiro nós<br />

tínhamos um número pequeno <strong>de</strong><br />

escolas, um número pequeno <strong>de</strong> médicos,<br />

um número menor ainda <strong>de</strong><br />

enfermeiras. Muitas das outras profissões<br />

que nós temos hoje não exis-<br />

Adib Jatene<br />

A “receita” para um bom coração, Jatene tem na ponta<br />

da língua: é preciso reeducar a mente, “inveja, vaida<strong>de</strong><br />

excessiva e nervosismo fazem mal ao coração”.<br />

O médico Adib Jatene, diretor-geral do Hospital do Coração (HCor)<br />

em São Paulo, por duas vezes ministro da Saú<strong>de</strong>, é o entrevistado <strong>de</strong>sta<br />

edição da Revista Luta Médica. Acreano nascido em Xapuri, em 4 <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 1929, Jatene gosta <strong>de</strong> dizer – sem preten<strong>de</strong>r trocadilho -, que<br />

é “paulista <strong>de</strong> coração”. Consi<strong>de</strong>rado por muitos como o mais importante<br />

cirurgião cardíaco do País, foi o aluno preferido do pioneiro doutor Eurycli<strong>de</strong>s<br />

Zerbini, na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da USP.<br />

Ministro da Saú<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> Fernando Collor, no início dos anos<br />

90, logo a<strong>ba</strong>ndonou o cargo <strong>de</strong>nunciando que as empreiteiras mandavam<br />

no País. Foi secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, entre 1979 e 1982, e<br />

voltou a ser ministro no governo FHC, quando ficou conhecido como criador<br />

da CPMF, o imposto da saú<strong>de</strong>. Apesar da atuação política, nunca foi<br />

filiado a qualquer partido.<br />

Membro da Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Medicina, foi um dos fundadores do<br />

Instituto do Coração da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Possui centenas <strong>de</strong><br />

tra<strong>ba</strong>lhos publicados em revistas in<strong>de</strong>xadas. É membro <strong>de</strong> 32 Socieda<strong>de</strong>s<br />

Científicas <strong>de</strong> várias regiões do mundo.<br />

tiam. Mas o Brasil era um país que<br />

tinha 51 milhões <strong>de</strong> habitantes dos<br />

quais 33 milhões viviam no campo e<br />

todas as cida<strong>de</strong>s brasileiras somadas<br />

tinham 18 milhões. Salvador não tinha<br />

400 mil habitantes.<br />

A assistência à saú<strong>de</strong> era oferecida<br />

pra três grupos <strong>de</strong> pessoas: os<br />

que podiam pagar do próprio bolso<br />

e recorriam aos médicos em seus<br />

consultórios; poucos se internavam,<br />

os hospitais não eram instituições<br />

muito populares, tanto que a maioria<br />

das mulheres preferia dar à luz<br />

em casa. Tinha um segundo grupo<br />

que eram os segurados da Previdência<br />

Social pelos institutos <strong>de</strong><br />

previdência que tinham se formado<br />

(IAPI, IAPC etc.) e tinha um gran<strong>de</strong><br />

Adib Jatene conce<strong>de</strong>u entrevista à Luta Médica no<br />

dia 6 <strong>de</strong> março, quando esteve em Salvador para<br />

presidir a aula inaugural do novo curso <strong>de</strong> pós-<br />

graduação do Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva (ISC) da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia (UFBA).<br />

grupo que eram os indigentes. Estes<br />

eram atendidos nas Santas Casas,<br />

on<strong>de</strong> se fazia o ensino das profissões<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que eram medicina<br />

e enfermagem.<br />

►LM – Como era atendida a população?<br />

AJ – A população não tinha acesso<br />

à medicina. E a gran<strong>de</strong> massa,<br />

principalmente que vivia na zona<br />

rural, era tratada com medicina caseira.<br />

Esse processo foi evoluindo. Nós<br />

chegamos no final dos anos 50 com<br />

um cidadão que se chamava Juscelino<br />

Kubitschek que resolveu que o<br />

País ia crescer 50 anos em cinco, e pra<br />

isso ele elaborou uma série <strong>de</strong> me-<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

05


tas. E para que essas metas se tornassem<br />

efetivas teve que trazer empresas<br />

<strong>de</strong> fora. Foi quando se criou a<br />

indústria automobilística, eletroeletrônica,<br />

a indústria aeronáutica, naval,<br />

a Belém-Brasília. Uma série <strong>de</strong><br />

metas que mexeram fortemente com<br />

este País.<br />

Como consequência, o que muita<br />

gente não se dá conta, ocorreu<br />

uma ur<strong>ba</strong>nização acelerada. Gran<strong>de</strong>s<br />

massas da população se <strong>de</strong>stinavam<br />

às maiores cida<strong>de</strong>s do País.<br />

Mas esta gran<strong>de</strong> ur<strong>ba</strong>nização não foi<br />

seguida da infraestrutura necessária<br />

para suportar isso.<br />

► LM – A economia do País <strong>de</strong>terminava<br />

o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

AJ – Sempre foi assim. Tínhamos a<br />

ênfase no <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />

e que se agravou, porque <strong>de</strong>pois<br />

veio o regime militar, que <strong>de</strong>u<br />

mais ênfase ainda. Foi quando se<br />

construiu Itaipú, estradas, se optou<br />

pelo transporte rodoviário e não o<br />

ferroviário.<br />

E houve um prejuízo ainda, que foi<br />

a <strong>de</strong>struição do serviço público. Os<br />

militares entregaram o comando da<br />

estrutura do serviço público à <strong>ba</strong>rganha<br />

política. Até então nós tínhamos<br />

o DASP, os acessos na carreira<br />

do servidor público eram feitos<br />

por mérito e concurso; se exigia um<br />

período <strong>de</strong>terminado para conseguir<br />

ser candidato ao ofício. E o que os<br />

militares fizeram foi extinguir todos<br />

os cargos acima do chefe <strong>de</strong> sessão<br />

e entregá-los como livre provimento<br />

<strong>de</strong> cargos <strong>de</strong> confiança.<br />

► LM – Foi uma orquestração para<br />

controlar o serviço público?<br />

AJ – Sem dúvida. Hoje são os milhares<br />

cargos <strong>de</strong> confiança que nós<br />

temos no País – e nós vimos recentemente<br />

a <strong>de</strong>núncia do senador Jar<strong>ba</strong>s<br />

Vasconcelos -, para <strong>ba</strong>rganha política.<br />

Então se coloca na direção <strong>de</strong><br />

um setor da administração pública<br />

Sempre que eu tenho uma<br />

perspectiva <strong>de</strong> futuro eu<br />

digo que o futuro não é<br />

uma abstração. O futuro é o<br />

resultado do que se fez no<br />

passado e das <strong>de</strong>cisões que<br />

se toma no presente. É isso<br />

que <strong>de</strong>termina o futuro.<br />

alguém que não conhece o setor, que<br />

não tem compromisso com o setor,<br />

que sabe que não vai ficar e que vai<br />

lá para ajudar aquele que o colocou<br />

no cargo. É preciso que entendamos<br />

este problema.<br />

Quando o ministro Bresser Pereira,<br />

no inicio do governo Fernando Henrique,<br />

se manifestou contra a estabilida<strong>de</strong><br />

do serviço público, eu convoquei<br />

a imprensa e disse “o ministro<br />

veio da iniciativa privada, ele não conhece<br />

o serviço público”. E formulei<br />

a idéia da diferença que existe entre o<br />

serviço privado e o serviço público.<br />

► LM – Qual é a diferença entre serviço<br />

público e privado?<br />

AJ – No serviço privado, a cúpula é<br />

permanente, traça objetivos <strong>de</strong> longo<br />

prazo e cuida para que eles sejam<br />

alcançados. A estrutura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

<strong>de</strong>sempenho e sabe disso, então funciona.<br />

No serviço público, a cúpula<br />

é transitória, dura quatro anos; se for<br />

reeleita dura mais quatro, mas, ministros<br />

e secretários raramente duram<br />

oito anos. Tem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

traçar objetivos <strong>de</strong> longo prazo, por<br />

isso a estrutura tem que ser estável,<br />

para garantir a continuida<strong>de</strong>.<br />

Nos países avançados, que todo<br />

mundo tenta copiar, isso é assim.<br />

Quando Giscard d’Estaing per<strong>de</strong>u<br />

a eleição pro Mitterrand, que era<br />

um socialista, mudaram 20 pesso-<br />

as, 40 no máximo. Toda a estrutura<br />

é do Estado. Só que a estrutura do<br />

serviço público é treinada para acatar<br />

as orientações, mas ela <strong>de</strong>veria<br />

po<strong>de</strong>r dizer não, e não ser substituída.<br />

O que o regime militar fez foi tirar<br />

a capacida<strong>de</strong> do servidor público<br />

<strong>de</strong> dizer não, porque se disser não,<br />

ele é substituído. Este é o processo<br />

que nós estamos vivendo e que é no<br />

fundo a <strong>ba</strong>se da corrupção. Então a<br />

gran<strong>de</strong> tarefa que nós temos é recuperar<br />

as carreiras do serviço público<br />

e aca<strong>ba</strong>r com esses arrivistas que<br />

vem ocupar o serviço público.<br />

► LM – E a população tem consciência<br />

disso, po<strong>de</strong> mudar?<br />

AJ – Não há uma consciência plena<br />

do problema, mas todo mundo<br />

sente os efeitos e existe sim mobilização<br />

para mudança. Eu me lembro<br />

que em 1980, a 7ª Conferência<br />

Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> foi realizada no<br />

auditório do Itamarati, só tinha técnicos,<br />

não tinha população. Eu fiz<br />

uma conferência sobre expansão <strong>de</strong><br />

serviços básicos em áreas metropolitanas,<br />

que era o Plano Metropolitano<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que nós estávamos elaborando.<br />

Em 1986 a 8ª Conferência<br />

Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> foi feita no Ginásio<br />

<strong>de</strong> Esportes <strong>de</strong> Brasília. Alguns<br />

dos que estão hoje no governo fe<strong>de</strong>ral,<br />

no comando <strong>de</strong> estados e municípios<br />

estiveram nessa conferência<br />

com gran<strong>de</strong> participação popular, <strong>de</strong><br />

sindicatos, entida<strong>de</strong>s, todos fazendo<br />

um gran<strong>de</strong> movimento.<br />

► LM – Já era o embrião do SUS?<br />

AJ – Sim, um grupo <strong>de</strong> militantes<br />

como o Arouca, o Guilherme Rodrigues<br />

da Silva, o próprio Temporão<br />

(hoje ministro da Saú<strong>de</strong>), <strong>ba</strong>talharam<br />

para encontrar um jeito <strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r a população. E constituíram<br />

o que se convencionou chamar<br />

<strong>de</strong> Grupo da Reforma Sanitária. Então,<br />

quando chegou na 8ª Conferência,<br />

esse grupo tinha total controle<br />

da situação. E o relatório <strong>de</strong>ssa Conferência,<br />

feito pelo Guilherme Rodrigues<br />

da Silva, que era professor<br />

<strong>de</strong> medicina preventiva da USP, serviu<br />

<strong>de</strong> orientação para o Capítulo da<br />

Saú<strong>de</strong> que foi inserido na Constituição.<br />

O pessoal da saú<strong>de</strong> não <strong>de</strong>sistiu, foi<br />

em cima <strong>de</strong> organizar o Sistema Único<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. E o ‘Único’ já criou o<br />

problema inicial. Por que? Porque<br />

nós somos um país fe<strong>de</strong>rativo. Cada<br />

estado é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, tem a sua<br />

Constituição, tem o seu governador<br />

eleito. O governador não é subordinado<br />

ao presi<strong>de</strong>nte, o secretário estadual<br />

não é subordinado ao ministro.<br />

E nós temos os municípios que<br />

são autônomos. O prefeito faz tudo<br />

que a Câmara <strong>de</strong> Vereadores autorizar<br />

e a Justiça não impedir.<br />

Chegamos então ao terceiro período,<br />

em que saú<strong>de</strong> é um direito do cidadão,<br />

um <strong>de</strong>ver do Estado. Com a criação<br />

do SUS, acabou o indigente. Então,<br />

para o po<strong>de</strong>r público, uma gran<strong>de</strong><br />

massa <strong>de</strong> doentes que não eram tratados,<br />

com quem o Estado não gastava,<br />

passou a ter que gastar e tratar.<br />

► LM – É aí que começa o sub-financiamento<br />

da saú<strong>de</strong>?<br />

AJ – Não. Os constituintes não foram<br />

irresponsáveis, eles estabeleceram<br />

que 30% do orçamento da Segurida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>via ser <strong>de</strong>stinado ao setor<br />

da Saú<strong>de</strong>. A Segurida<strong>de</strong> foi criada<br />

pela Constituição para gerar um<br />

tipo <strong>de</strong> recurso <strong>ba</strong>seado em contribuição.<br />

E contribuições são diferentes<br />

<strong>de</strong> impostos.<br />

É importante que eu esclareça isso<br />

aqui pra vocês. As contribuições<br />

têm <strong>de</strong>stinação específica. Elas só<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stinadas à previdência<br />

social, à saú<strong>de</strong>, à assistência social<br />

e à educação. Mas o governo conseguiu<br />

contaminar esse orçamento<br />

da previdência e da segurida<strong>de</strong> social,<br />

alocando encargos previ<strong>de</strong>nciários<br />

da União que não <strong>de</strong>veriam<br />

ser alocados. E a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> 30%<br />

do orçamento ao Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

nunca foi regulamentada. O que<br />

aconteceu foi que os recursos para<br />

saú<strong>de</strong> foram <strong>de</strong>crescendo ao longo<br />

do tempo.<br />

Eu escrevi um artigo no (jornal) Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, publicado na quarta-feira<br />

passada, comparando orçamentos.<br />

Em 1989 o orçamento da<br />

USP era igual ao do Hospital das<br />

Clínicas. Naquele ano foi estabelecido<br />

um percentual do ICMS para a<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong> 4,47%<br />

e o Hospital das Clínicas continuou<br />

na disputa anual do orçamento. Passaram-se<br />

20 anos, o orçamento do<br />

Hospital das Clínicas hoje, com as<br />

duas fundações <strong>de</strong> apoio, não chega<br />

a R$1,3 bilhão, enquanto o orçamento<br />

da Universida<strong>de</strong>, que foi vinculado<br />

ao ICMS, é <strong>de</strong> R$ 3 bilhões. Esse<br />

é o tamanho da perda.<br />

► LM – O problema do orçamento<br />

é crônico?<br />

AJ – Sim. Quem fica na disputa do<br />

orçamento não consegue obter recursos<br />

que sejam corrigíveis em valor<br />

real. Em 1995, quando eu estava<br />

no Ministério, nós tínhamos 22%<br />

do orçamento da segurida<strong>de</strong>, eu tentei<br />

chegar a 30% com a CPMF. Em<br />

Nós estamos habituados<br />

a entrar em reuniões com<br />

posições previamente<br />

estabelecidas. Esse grupo é<br />

a favor, esse grupo é contra,<br />

um não escuta o que o outro<br />

fala. Isso não é <strong>de</strong>mocracia.<br />

Quando uma pessoa diz uma<br />

coisa e o outro é contra, ele<br />

é contra a pessoa. Isso é um<br />

gran<strong>de</strong> problema.<br />

1998, com a CPMF sendo arrecadada,<br />

eu já não era ministro, nós tínhamos<br />

18% do orçamento da segurida<strong>de</strong>.<br />

E no ano passado, nos tínhamos<br />

14% do orçamento, então os recursos<br />

vão <strong>de</strong>crescendo em valor real.<br />

Nós temos que apren<strong>de</strong>r a mudar<br />

isso, e estamos apren<strong>de</strong>ndo. Está<br />

melhorando, <strong>de</strong>vagar. Nós temos os<br />

fundos, Nacional, Estadual e Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e nós temos instituições<br />

que as pessoas às vezes brincam<br />

e tal, mas são absolutamente<br />

fundamentais: a Comissão Intergestores<br />

Bipartite em cada estado, entre<br />

as Secretarias Estaduais e os representantes<br />

das Secretarias Municipais<br />

e a Comissão Intergestores Tripartite,<br />

entre o Ministério, o Conselho Nacional<br />

dos secretários Estaduais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e os secretários Municipais.<br />

► LM – Então a política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

está num bom caminho?<br />

AJ – Claro. Eu não tenho dúvida ao<br />

dizer que a política pública do setor<br />

Saú<strong>de</strong> é a melhor que existe no País e<br />

talvez uma das melhores do mundo.<br />

Porque? Porque nós temos o Conselho<br />

Nacional, os Conselhos Estaduais<br />

e os Conselhos Municipais, com<br />

participação popular muito gran<strong>de</strong>.<br />

É fácil? Não. É complicado.<br />

O prefeito frequentemente quer ter<br />

um conselho que obe<strong>de</strong>ça a ele. E<br />

quando você consegue criar um<br />

conselho que é autônomo, ele quer<br />

mandar no prefeito. Porque? Porque<br />

nos temos uma estrutura <strong>de</strong>mocrática,<br />

mas nos não somos um país <strong>de</strong>mocrático.<br />

Nos somos um país autoritário.<br />

► LM – O senhor po<strong>de</strong> explicar melhor<br />

isso?<br />

AJ – Não <strong>ba</strong>sta ter eleição pra ser <strong>de</strong>mocrático.<br />

A <strong>de</strong>mocracia se <strong>ba</strong>seia<br />

numa coisa que eu chamo <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong>.<br />

Tudo que é legitimo todo<br />

mundo aceita. O gran<strong>de</strong> problema<br />

é que a legitimação se faz pela dis-<br />

06 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

07


cussão <strong>de</strong>mocrática. Só que no nosso<br />

meio a discussão <strong>de</strong>mocrática é<br />

muito mais a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

adversários e conquistar aliados<br />

e compor a maioria pra ganhar<br />

a votação. Só que isso não é a discussão<br />

<strong>de</strong>mocrática.<br />

Para que a discussão <strong>de</strong>mocrática<br />

seja legitimadora ela precisa <strong>de</strong> um<br />

pré-requisito que é a honestida<strong>de</strong> intelectual.<br />

A <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong> intelectual<br />

é a pior coisa. É o individuo que<br />

usa a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argumentação<br />

pra impor e enganar.<br />

► LM – Estamos falando muito da<br />

saú<strong>de</strong> no âmbito coletivo. Como o<br />

senhor vê, particularmente, o tra<strong>ba</strong>lho<br />

dos médicos em meio a tudo<br />

isso?<br />

AJ – No nosso País, em geral, os<br />

médicos não são preparados para se<br />

envolverem com a população. Ele<br />

não foi preparado para ser um elemento<br />

que cuida da saú<strong>de</strong> coletiva.<br />

Foi preparado para cuidar da saú<strong>de</strong><br />

dos indivíduos. E isso é importante<br />

porque quando uma pessoa adoece,<br />

qualquer que seja o seu nível social,<br />

econômico, intelectual, ela se transforma<br />

num ser aflito, com medo. E<br />

o oposto do medo não é a coragem,<br />

o oposto do medo é a fé. Ele precisa<br />

acreditar em quem o trata. Ele precisa<br />

ter vínculo com quem o trata. E<br />

este vínculo foi rompido.<br />

Rompido por quem? Pela tecnologia.<br />

O avanço científico, tecnológico<br />

que levou o homem à lua, que nos<br />

permitiu assistir televisão colorida<br />

e agora por telefone celular, falar<br />

com o mundo inteiro, isso veio em<br />

cima do setor da saú<strong>de</strong>. O equipamento<br />

<strong>de</strong> diagnóstico, com facilitação<br />

dos procedimentos criou especialida<strong>de</strong>s,<br />

fragmentou a medicina<br />

em 56 especialida<strong>de</strong>s reconhecidas<br />

e mais quase 60 áreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atuação que vão virar especialida<strong>de</strong>s.<br />

E fez uma coisa mais dramática<br />

que tudo: criou elementos ex-<br />

08 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

A mesa da aula inaugural no ISC, que teve Jatene como palestrante,<br />

contou ainda com as presenças do ex-governador Roberto Santos e o secretário<br />

estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Jorge Solla<br />

ternos entre o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

e o doente, que antigamente no máximo<br />

era o hospital.<br />

► LM – Que elementos são esses?<br />

AJ – A indústria <strong>de</strong> equipamentos,<br />

a indústria <strong>de</strong> próteses, <strong>de</strong> medicamentos,<br />

o governo, os planos e seguros<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>... E transformaram a<br />

ativida<strong>de</strong> num negócio, num gran<strong>de</strong><br />

negócio. E a ativida<strong>de</strong> não é um negócio,<br />

é um serviço. Isso é que tem<br />

que mudar.<br />

Eu me lembro que em uma<br />

das assembléias populares<br />

que eu fui, em São Paulo,<br />

passei a maior vergonha.<br />

Me levaram para visitar<br />

uma favela, on<strong>de</strong> tinha um<br />

senhor <strong>de</strong>itado, em coma.<br />

E eu perguntei pra mulher:<br />

‘porque você não o levou<br />

ao hospital?’ Ela olhou pra<br />

mim como se eu tivesse dito<br />

a maior besteira do mundo e<br />

disse: ‘on<strong>de</strong> é que o Sr. diria<br />

pra eu levar?’. Ou seja, não<br />

tinha pra on<strong>de</strong> levar...<br />

Por isso é que nós que militamos<br />

no setor da saú<strong>de</strong> temos uma responsabilida<strong>de</strong><br />

muito gran<strong>de</strong>. Recompor<br />

essas coisas, nós precisamos<br />

dar valor às pessoas. Porque o<br />

que tecnologia fez foi dar valor às<br />

coisas que as pessoas têm: o carro,<br />

a casa... não às pessoas. E fizeram<br />

com que as pessoas se movessem<br />

por interesses. Então para<br />

obter <strong>de</strong>terminado fim qualquer<br />

meio vale. Romperam com a ética,<br />

com o compromisso, o comportamento.<br />

E isso é uma coisa que nós<br />

precisamos recuperar, porque nesse<br />

sentido o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

está doente.<br />

► LM – Que mensagem gostaria<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar aos leitores da Luta Médica?<br />

AJ – Eu costumo citar uma frase<br />

que me emocionou muito, da Madre<br />

Tereza <strong>de</strong> Calcutá, que cuidava<br />

daqueles mais pobres e <strong>de</strong>pois se<br />

envolveu em cuidar dos aidéticos.<br />

Tem um livro cujo título é “Muito<br />

além do amor”. E a Madre Tereza<br />

dizia para aquelas moças e freirinhas<br />

que tra<strong>ba</strong>lhavam com ela, que<br />

não podiam per<strong>de</strong>r a fé, porque sem<br />

fé não existe o amor, sem o amor<br />

não existe a entrega <strong>de</strong> si e quem<br />

não for capaz <strong>de</strong> fazer a entrega <strong>de</strong><br />

si não está preparado para tratar dos<br />

que sofrem.<br />

MÉDICOS DO MUNICÍPIO<br />

Campanha em Salvador<br />

por melhores salários<br />

e condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

A campanha salarial <strong>2009</strong>, dos médicos<br />

estatuários da Prefeitura Municipal <strong>de</strong><br />

Salvador está a todo vapor. O movimento<br />

começou na assembleia do dia 18 <strong>de</strong> março,<br />

na se<strong>de</strong> do Sindimed, quando foram<br />

discutidas as más condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cujas instalações são<br />

precárias e não oferecem espaços a<strong>de</strong>quados<br />

para um bom atendimento.<br />

Diante do irrisório salário-<strong>ba</strong>se pago<br />

atualmente pelo município, que é <strong>de</strong> R$<br />

750,00 (valor que chega a R$ 1.300,00<br />

com as gratificações), para uma jornada<br />

<strong>de</strong> 20 horas semanais, ficou <strong>de</strong>cidido que<br />

a categoria reivindicaria junto à Secretaria<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a equiparação ao piso da Fe-<br />

No dia 13 <strong>de</strong> abril, o secretário<br />

José Carlos Brito voltou a receber o<br />

Sindimed. Na ocasião, foram <strong>de</strong><strong>ba</strong>tidas<br />

questões relacionadas ao Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF),<br />

que hoje, além da <strong>ba</strong>ixa remuneração<br />

e péssimas condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho,<br />

sofre com o problema da ausência<br />

<strong>de</strong> médicos em várias equipes.<br />

Das 154 equipes cre<strong>de</strong>nciadas, menos<br />

<strong>de</strong> <strong>10</strong>0 possuem médicos. Além<br />

disso, os novos profissionais contratados<br />

através do Regime Especial <strong>de</strong><br />

Direito Administrativo (Reda) entraram<br />

com remuneração maior do que<br />

os remanescentes da Real Socieda<strong>de</strong><br />

Espanhola, o que aumenta a insatisfação<br />

dos antigos profissionais.<br />

<strong>de</strong>ração Nacional dos Médicos (Fenam),<br />

que é <strong>de</strong> R$ 7.503,00 para uma jornada<br />

<strong>de</strong> 20 horas semanais.<br />

Já no dia 6 <strong>de</strong> abril, o Sindimed e uma<br />

comissão <strong>de</strong> médicos tiveram uma reunião<br />

com o secretário municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Salvador, José Carlos Brito. A questão<br />

salarial, as péssimas condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

e a insegurança nos postos <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

foram os principais assuntos discutidos.<br />

Na ocasião, Brito garantiu aos médicos<br />

a realização, ainda em <strong>2009</strong>, <strong>de</strong> um concurso<br />

público, <strong>ba</strong>seado na criação <strong>de</strong> um<br />

novo plano <strong>de</strong> cargos e salários. De acordo<br />

com o secretário, antes do envio para<br />

aprovação na Câmara Municipal, o novo<br />

PSF em pauta<br />

Segundo o secretário, o ajuste não<br />

po<strong>de</strong> ser feito porque os médicos remanescentes<br />

são mantidos por uma<br />

<strong>de</strong>cisão judicial.<br />

Até <strong>de</strong>zembro, a Secretaria terá que<br />

cumprir o termo <strong>de</strong> ajuste <strong>de</strong> conduta<br />

proposto pelo Ministério Público<br />

do Tra<strong>ba</strong>lho, com isso a Prefeitura terá<br />

que realizar um concurso e empossar<br />

os aprovados. O secretário propõe o<br />

salário <strong>ba</strong>se <strong>de</strong> R$ 4.500 para 40 horas<br />

e adicional <strong>de</strong> até 40%, a mesma<br />

proposta feita aos médicos do Reda<br />

que ainda não assumiram. O secretário<br />

disse que apresentará à Câmara, ainda<br />

este mês, uma proposta <strong>de</strong> remuneração<br />

criando o cargo para 40 horas nas<br />

ativida<strong>de</strong>s do PSF.<br />

Novas assembleias voltarão a<br />

acontecer para que as reivindicações<br />

sejam amplamente discutidas<br />

plano <strong>de</strong> cargos, que cria a categoria <strong>de</strong><br />

médicos <strong>de</strong> 40 horas, será amplamente<br />

discutido. Uma nova assembleia ficou<br />

marcada para o dia 14 <strong>de</strong> maio.<br />

Outro assunto contestado pelos médicos<br />

foi o ponto eletrônico. A sub-secretária<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Rosa Virginia, garantiu que<br />

o ponto tem caráter organizacional e que<br />

houve um equívoco no repasse <strong>de</strong> informações.<br />

O presi<strong>de</strong>nte dos Sindimed, José<br />

Caires, propôs que a Secretaria repasse<br />

uma circular pelas unida<strong>de</strong>s suspen<strong>de</strong>ndo<br />

a utilização do ponto, até que a situação<br />

seja esclarecida, uma vez que as particularida<strong>de</strong>s<br />

que o atendimento exige<br />

impossibilitam o cumprimento dos horários<br />

<strong>de</strong> forma rígida. Os médicos também<br />

cobraram o pagamento dos 3/12 referentes<br />

ao 13º salário, que ainda não foi quitado<br />

pela Prefeitura. A coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong><br />

Recursos Humanos da SMS, Socorro Tanuri,<br />

se comprometeu a passar ao Sindimed<br />

uma data para a quitação.<br />

INSegUraNça<br />

A reunião ocorreu poucos dias <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> uma invasão ao Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Areia Branca, região subur<strong>ba</strong>na <strong>de</strong> Salvador,<br />

que resultou em um tiroteio, causando<br />

a morte <strong>de</strong> um <strong>ba</strong>ndido e <strong>de</strong>ixando<br />

três pessoas feridas, entre elas, uma aten<strong>de</strong>nte<br />

do posto. O médico é o profissional<br />

mais exposto nas unida<strong>de</strong>s. O secretário<br />

Brito, disse que a Polícia Militar passará a<br />

tra<strong>ba</strong>lhar com ronda extensiva nos postos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> uma lista passada pela<br />

SMS das regiões mais perigosas.<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

09


CONCURSO PÚBLICO DA SESAB<br />

Depois <strong>de</strong> quase 20 anos sem concurso público para médicos da<br />

assistência na Bahia, os profissionais voltaram a ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ingressar na carreira pública. Antiga reivindicação do Sindimed, o concurso<br />

foi consi<strong>de</strong>rado uma importante vitória da categoria e <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

A<br />

seleção pública da Secretaria Estadual<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> foi realizada no<br />

dia 15 <strong>de</strong> março e <strong>de</strong>stinou 609<br />

vagas para médicos, em 35 especialida<strong>de</strong>s,<br />

como medicina do tra<strong>ba</strong>lho, cardiologista,<br />

cirurgião geral e, principalmente,<br />

médicos <strong>de</strong> urgência e emergência. Mais<br />

245 vagas foram direcionadas a outras 17<br />

carreiras <strong>de</strong> nível médio e superior. Segundo<br />

dados da Sesab, foram 39.861 inscritos,<br />

com abstenção <strong>de</strong> apenas 9,58%.<br />

A especialida<strong>de</strong> que teve o maior número<br />

<strong>de</strong> inscritos foi a <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Urgência,<br />

com 716 postulantes. Esta é também<br />

a especialida<strong>de</strong> com maior número<br />

<strong>de</strong> vagas oferecidas, 120. O salário <strong>ba</strong>se<br />

Ticiana Lira: o salário é <strong>ba</strong>ixo, mas<br />

vou ter estabilida<strong>de</strong> e direitos<br />

para os médicos <strong>de</strong> 20 horas variam entre<br />

R$1.<strong>10</strong>4 e R$2.602.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte do Sindimed José<br />

Caires, o concurso representa uma gran<strong>de</strong><br />

conquista dos médicos, já que há 18 anos<br />

não havia concurso na assistência, porém<br />

<strong>de</strong>stacou que ainda há muito a ser feito.<br />

“Este concurso é uma conquista, mas precisa<br />

ser ampliada, pois o número <strong>de</strong> médicos<br />

tra<strong>ba</strong>lhando no serviço público por<br />

outros meios, que não a contratação via<br />

concurso, ainda é muito gran<strong>de</strong>”.<br />

O Sindimed acompanhou a realização<br />

das provas e conversou com alguns candidatos<br />

sobre as expectativas em relação ao<br />

Mais servidores na Saú<strong>de</strong><br />

O secretário estadual da Saú<strong>de</strong>, Jorge Solla, - que<br />

esteve presente no Colégio Estadual Manoel Novaes,<br />

acompanhando as provas – <strong>de</strong>stacou que a realização<br />

do concurso é muito importante para ampliar o quadro<br />

<strong>de</strong> servidores e garantir a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento. “O<br />

número <strong>de</strong> candidatos inscritos reflete o <strong>de</strong>sejo dos profissionais.<br />

Mas este concurso é tão importante para os<br />

médicos, enfermeiros, psicólogos, radiologistas, quanto<br />

para a população”, afirmou. O secretário <strong>de</strong>stacou<br />

ainda que a atuação do Sindimed foi muito importante<br />

para a concretização do concurso público. “O sindicato<br />

esteve durante todos estes anos fazendo reivindicações.<br />

Esta, assim como a aprovação do PCCV, é uma conquista<br />

na qual o Sindimed atuou intensamente”.<br />

concurso. Para a anestesista Ticiana Goiana<br />

Lira, 27 anos, a principal expectativa<br />

em relação à aprovação no concurso é pela<br />

estabilida<strong>de</strong> no emprego, e não pelo salário.<br />

Para a ela a ausência dos direitos tra<strong>ba</strong>lhistas<br />

para o profissional médico causa<br />

dificulda<strong>de</strong>s. “O médico tem muitos problemas<br />

na relação <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho. Não tem<br />

13º, férias, licença maternida<strong>de</strong>, isso gera<br />

apreensão especialmente para as mulheres”.<br />

Porém Ticiana que já tra<strong>ba</strong>lha no serviço<br />

público, não vê com bons olhos a situação<br />

da saú<strong>de</strong> no Estado. “Já tra<strong>ba</strong>lho no<br />

serviço público e não espero muita coisa.<br />

Os médicos estão <strong>de</strong>smoralizados e falta<br />

respeito profissional”.<br />

Outro postulante a uma das vagas, o<br />

médico Antonio José Moreira Dias, 43<br />

anos, que concorreu na especialida<strong>de</strong> urgência<br />

e emergência, também concorda<br />

sobre a precarização da saú<strong>de</strong> pública no<br />

Estado. “Como em todo o Brasil, a situação<br />

é precária, principalmente nas emergências<br />

e nos gran<strong>de</strong>s hospitais. Está um<br />

sufoco danado porque o interior do Estado<br />

está muito mal equipado, o que sobrecarrega<br />

os gran<strong>de</strong>s hospitais. Então<br />

precisa melhorar muito”. Antônio também<br />

vê na estabilida<strong>de</strong> o principal motivo<br />

para pleitear uma vaga na carreira<br />

pública. “Espero que me proporcione estabilida<strong>de</strong><br />

e vantagens salariais, apesar<br />

<strong>de</strong> que o salário está bem aquém do que<br />

<strong>de</strong>veria”.<br />

Secretário Jorge<br />

Solla acompanhou<br />

pessoalmente o<br />

concurso<br />

CFM – eleIçõeS <strong>2009</strong><br />

médicos po<strong>de</strong>m votar pelo correio<br />

Este ano o CFM inovou com a opção do “voto em casa”. O médico<br />

recebe pelo correio a cédula <strong>de</strong> votação contendo as chapas<br />

postulantes, juntamente com um envelope <strong>de</strong> resposta <strong>de</strong>vidamente<br />

selado. Assim, por correspondência, o médico participa da eleição.<br />

Também haverá urna no Cremeb para receber os votos.<br />

No dia 1º <strong>de</strong> julho, os 320 mil médicos<br />

brasileiros elegem os conselheiros<br />

efetivos e suplentes para o Conselho<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina - CFM. Os<br />

eleitos atuarão em gestão que se inicia<br />

este ano e vai até 2014. O Conselho<br />

é composto por um representante<br />

<strong>de</strong> cada estado brasileiro mais<br />

um do Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Todo médico<br />

brasileiro tem o direito <strong>de</strong> votar e<br />

ser votado.<br />

Representando a Bahia, estão inscritos<br />

Jecé Brandão e Ceuci Nunes, na<br />

chapa “Dignida<strong>de</strong> Médica”, que abraça<br />

projeto político majoritário e histórico<br />

no Estado. A plataforma, que<br />

abrange, entre outros pontos, o PCCS<br />

do SUS, a regulamentação do ato médico<br />

e o piso salarial da Fenam, conta<br />

com o apoio da gran<strong>de</strong> maioria dos<br />

Projeto do Salário mínimo Profissional tem relatório favorável<br />

O Projeto <strong>de</strong> Lei 3.734/2008 <strong>de</strong> autoria do <strong>de</strong>putado<br />

Ri<strong>ba</strong>mar Alves (PSB-MA), que altera o Salário Mínimo<br />

Profissional dos médicos, recebeu relatório favorável.<br />

No texto do Projeto, que prevê mudanças na lei nº<br />

3.999, <strong>de</strong> 1961, há a indicação <strong>de</strong> que seja alterada a redação<br />

da lei. A sugestão é que seja estabelecido o período<br />

<strong>de</strong> 20 horas semanais no lugar do cumprimento <strong>de</strong><br />

2 a 4 horas diárias.<br />

O médico e relator do projeto na Câmara, Mauro Nazif<br />

(PSB-RO), propôs alterações importantes no PL como,<br />

por exemplo, na questão do piso salarial. O piso estipu-<br />

integrantes das diversas entida<strong>de</strong>s médicas<br />

<strong>ba</strong>ianas.<br />

A Resolução 1.896/<strong>2009</strong>, do Conselho<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina, publicada<br />

em 06 <strong>de</strong> abril, <strong>de</strong>fine as instruções<br />

para as eleições, que serão realizadas<br />

<strong>de</strong> forma direta, garantindo mais que<br />

o <strong>de</strong>ver, o direito ao voto <strong>de</strong> todo médico<br />

no pleno exercício profissional e<br />

quite com o Conselho Regional do seu<br />

respectivo estado.<br />

O Cremeb publicou, em 17 <strong>de</strong> abril,<br />

no Diário Oficial do Estado e jornal A<br />

Tar<strong>de</strong>, o edital das eleições que <strong>de</strong>fine<br />

o prazo para o registro <strong>de</strong> chapas <strong>de</strong><br />

candidatos para o CFM, bem como <strong>de</strong><br />

registro <strong>de</strong> chapas para membros efetivos<br />

e suplentes das Delegacias Regionais.<br />

Os interessados têm das 14h do<br />

dia 13 <strong>de</strong> maio, até às 18h do dia 1º <strong>de</strong><br />

Comprometido com a plataforma<br />

que unifica os médicos <strong>ba</strong>ianos, Jecé<br />

Brandão é o candidato do Estado<br />

junho <strong>de</strong> <strong>2009</strong>, para se candidatarem.<br />

O edital está disponível pela internet,<br />

na página eletrônica do Cremeb: www.<br />

cremeb.org.br.<br />

lado no projeto é <strong>de</strong> R$ 7 mil, enquanto na Lei nº 3.999<br />

o valor hoje correspon<strong>de</strong>ria a R$ 1.245,00 (três vezes o<br />

salário mínimo). Com a mudança, o reajuste será <strong>ba</strong>seado<br />

no INPC. De acordo com o <strong>de</strong>putado, este é um ponto<br />

favorável para tornar o trâmite mais rápido na Casa.<br />

Após ser aprovada pela Comissão <strong>de</strong> Tra<strong>ba</strong>lho <strong>de</strong> Administração<br />

e Serviço Público da Câmara dos Deputados,<br />

o Projeto – que corre em caráter terminativo – passará para<br />

análise da Comissão <strong>de</strong> Constituição, Justiça e Cidadania<br />

(CCJC) e em seguida vai para o Senado. O projeto <strong>de</strong>ve ser<br />

votado na Comissão <strong>de</strong> Tra<strong>ba</strong>lho no dia 20 <strong>de</strong> maio.<br />

<strong>10</strong> <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> 11


Sindimed dá entrada em ação<br />

para cobrar o pagamento da GID<br />

Já se passaram mais <strong>de</strong> dois meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que a Sesab prometeu regularizar o pagamento<br />

da Gratificação <strong>de</strong> Incentivo ao<br />

Desempenho (GID) a todos os médicos. O<br />

Plano <strong>de</strong> Cargos Carreiras e Vencimentos<br />

(PCCV), que <strong>de</strong>termina mudanças na política<br />

<strong>de</strong> gratificação e remuneração dos<br />

servidores da saú<strong>de</strong>, foi aprovado em lei<br />

estadual no dia 5 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

Com a situação estagnada e sem respostas<br />

efetivas do governo, o Sindimed<br />

<strong>de</strong>u entrada, no dia 16 <strong>de</strong> abril, na Justiça<br />

da Bahia (7ª Vara da Fazenda Pública),<br />

numa ação <strong>de</strong> cobrança que pleteia<br />

o cumprimento do PCCV, até agora não<br />

efetivado na sua totalida<strong>de</strong>.<br />

A <strong>de</strong>cisão foi tomada após a realização<br />

<strong>de</strong> duas audiências que o Sindimed<br />

teve com a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado<br />

(Sesab). Na última reunião, realizada<br />

no dia 27 <strong>de</strong> março, o diretor geral da<br />

Sesab, Amauri Santos Teixeira, chegou<br />

a afirmar que o problema já estava equacionado<br />

e que a Sesab corrigiria tudo em<br />

abril, prometendo até, se necessário, uma<br />

folha complementar. Nenhuma das promessas<br />

foi cumprida e os médicos continuam<br />

sem receber.<br />

A partir do dia 5 <strong>de</strong> maio, a juíza Lis-<br />

Cadê a GID?<br />

D E F E N S O R I A M É D I C A E M A Ç Ã O<br />

A entrada da ação no Fórum Ruy Barbosa<br />

bete Santos <strong>de</strong>u o prazo <strong>de</strong> <strong>10</strong> dias para<br />

o Estado se pronunciar a respeito do pagamento<br />

da GID.<br />

Em uma edição extraordinária do mês<br />

<strong>de</strong> abril do Info Saú<strong>de</strong>, a Sesab informou<br />

os ajustes que estão em andamento:<br />

– Acréscimo ou redução <strong>de</strong> 1/3 da GID<br />

quando da movimentação do servidor<br />

para ampliação ou redução <strong>de</strong> carga horária,<br />

respeitados os limites mínimos e<br />

máximos <strong>de</strong> cada faixa.<br />

– Esforço efetivo para que os médicos<br />

encaminhem seus Termos <strong>de</strong> Opção <strong>de</strong><br />

Carga Horária para os regimes <strong>de</strong> plantão<br />

<strong>de</strong> 12h e 24h, visando enquadramento<br />

e pagamento dos efeitos financeiros<br />

no mês <strong>de</strong> maio, retroativo a fevereiro<br />

<strong>de</strong> <strong>2009</strong>.<br />

aPOSeNTaDOrIa eSPeCIal<br />

PrIVaTIZaçÃO NO<br />

HOSPITal SÃO JOrge<br />

No dia 6 <strong>de</strong> maio, a Sesab<br />

anunciou que, além <strong>de</strong> realizar<br />

uma reforma estrutural no Hospital<br />

São Jorge, irá privatizar a<br />

unida<strong>de</strong>. O hospital será entregue<br />

oficialmente às Obras Sociais<br />

<strong>de</strong> Irmã Dulce (Osid) no<br />

dia 17.<br />

Indignados com o ato <strong>de</strong>spropositado<br />

do governo, o Sindimed,<br />

o Sindisaú<strong>de</strong> e o Sindprev,<br />

se reuniram com os<br />

médicos da unida<strong>de</strong> no dia 8<br />

<strong>de</strong> maio no auditório da unida<strong>de</strong>.<br />

Após a reunião, os profissionais,<br />

que serão alocados<br />

para outros postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

após o dia 21, realizaram uma<br />

manifestação em frente ao hospital.<br />

Paras os médicos, este ato<br />

evi<strong>de</strong>ncia o <strong>de</strong>scaso dos gestores<br />

públicos com a saú<strong>de</strong> no Estado.<br />

No dia 13 <strong>de</strong> maio foi realizada<br />

uma nova assembléia com<br />

a participação dos profissionais<br />

e <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong> da Penísula<br />

Itapagipana discutiu ações<br />

<strong>de</strong> resistência a esta medida.<br />

O Sindimed, através da <strong>de</strong>fensoria Médica, está entrando<br />

com uma ação coletiva e outras individuais <strong>de</strong> mandado <strong>de</strong><br />

injunção sobre a concessão <strong>de</strong> aposentadoria especial para os<br />

médicos que tra<strong>ba</strong>lham em área insalubre. As ações estão sendo<br />

protocoladas pelo setor jurídico do Sindimed.<br />

Já existe a jurisprudência do Sindicato dos Médicos <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina. No dia 15 <strong>de</strong> abril, o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

(STF) julgou 17 mandados <strong>de</strong> injunção e consi<strong>de</strong>rou todos favoráveis<br />

aos impetrantes.<br />

médicos do Hospital Salvador<br />

enfrentam <strong>de</strong>srespeito e<br />

atrasos salariais<br />

As atitu<strong>de</strong>s do Hospital Salvador têm sido totalmente<br />

contrárias ao próprio slogan da instituição:<br />

“A vida é o que mais importa”. Os médicos do<br />

Hospital Salvador estão há mais <strong>de</strong> seis meses com<br />

os salários atrasados, o que <strong>de</strong>monstra uma total<br />

incoerência no que o hospital diz ter como “priorida<strong>de</strong>”:<br />

a saú<strong>de</strong> dos pacientes. Além disso, os profissionais<br />

convivem com o <strong>de</strong>srespeito e com irregularida<strong>de</strong>s<br />

contratuais.<br />

O Sindimed recebeu diversas <strong>de</strong>núncias que<br />

relatam atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoralização aos profissionais.<br />

Segundo eles, muitos médicos eram dispensados<br />

quando chegavam para tra<strong>ba</strong>lhar.<br />

Juntamente com os médicos da unida<strong>de</strong>, o<br />

sindicato participou <strong>de</strong> duas mesas <strong>de</strong> conciliação<br />

na Delegacia Regional do Tra<strong>ba</strong>lho, para<br />

discutir a precarização do tra<strong>ba</strong>lho médico no<br />

hospital, já que os profissionais prestam serviços<br />

como pessoas jurídicas. Em uma das reuniões,<br />

a direção do hospital chegou a propor aos<br />

médicos que o pagamento fosse parcelado, com<br />

seis meses <strong>de</strong> carência, mas como alguns profissionais<br />

já haviam cumprido a carência, a proposta<br />

foi recusada.<br />

Como o caso prosseguiu sem solução e sem<br />

propostas alinhadas aos interesses e direitos dos<br />

médicos, muitos profissionais <strong>de</strong>cidiram resolver<br />

a questão na Justiça.<br />

Sindimed entra na Justiça<br />

contra prática ilegal da optometria<br />

OO Sindimed entrou com um pedido <strong>de</strong> liminar para proibir<br />

da prática ilegal da optometria em Jequié. A solicitação foi<br />

encaminhada para a Vara <strong>de</strong> Justiça da cida<strong>de</strong> pedindo apuração<br />

<strong>de</strong> várias <strong>de</strong>núncias. O exercício da optometria por profissionais<br />

não médicos se caracteriza como exercício ilegal da medicina<br />

e coloca em risco a visão da população, sobretudo a mais carente.<br />

A <strong>de</strong>núncia feita pelo <strong>de</strong>partamento jurídico do Sindimed conta<br />

com a participação efetiva da presi<strong>de</strong>nte da Socieda<strong>de</strong> Baiana<br />

<strong>de</strong> Oftalmologia (SOFBA), Claudia Galvão. O sindicato preten<strong>de</strong><br />

agora solicitar à Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Saneamento da Assembléia<br />

Legislativa do Estado uma audiência pública para discutir o tema,<br />

visando a criação <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> lei que obrigue os optometristas<br />

a tra<strong>ba</strong>lharem apenas na aérea que lhes compete.<br />

O problema da optometria tem se evi<strong>de</strong>nciado também em outros<br />

municípios <strong>ba</strong>ianos, como é o caso <strong>de</strong> Santo Antonio <strong>de</strong> Jesus.<br />

Porém o Ministério Púbico por meio <strong>de</strong> uma ação civil pública,<br />

aceita pela Justiça, proibiu o optometrista Edmelson José da Silva<br />

<strong>de</strong> exercer a prática ilegal. O proce<strong>de</strong>nte indica a suspensão da ativida<strong>de</strong><br />

em todo o Estado. Na <strong>de</strong>cisão, o promotor Julimar Barreto,<br />

reconhece que o optometrista prescrevia óculos, lentes <strong>de</strong> contato<br />

e colírios, todas ativida<strong>de</strong>s restritas aos oftalmologistas. Na ação o<br />

MP requer a observância do Decreto Regulamentador do exercício<br />

da oftalmologia: tra<strong>ba</strong>lhar apenas em uma fábrica <strong>de</strong> lentes ou em<br />

uma ótica, aten<strong>de</strong>ndo a receitas médicas. O acusado possui apenas<br />

nível técnico, o que segundo a oftalmologista Fabíola Mansur,<br />

diretora da Associação Baiana <strong>de</strong> Medicina (ABM) agrava ainda<br />

mais a situação. “Somos contra todo tipo <strong>de</strong> optometria, principalmente<br />

a <strong>de</strong> nível técnico”.<br />

De acordo com as normas do Conselho Brasileiro <strong>de</strong> Oftalmologia,<br />

o optometrista não po<strong>de</strong> prescrever ou indicar o uso <strong>de</strong><br />

lentes <strong>de</strong> grau, essa tarefa é exclusiva dos oftalmologistas. A fiscalização<br />

fica a cargo da Vigilância Sanitária.<br />

12 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> 13


DENGUE<br />

14 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

CASOS AUMENTAM 196% NA BAHIA<br />

Os números da <strong>de</strong>ngue em <strong>2009</strong> assustam.<br />

Até o dia 25 <strong>de</strong> abril, o boletim epi<strong>de</strong>miológico<br />

da Sesab registrou 59.360<br />

casos da doença na Bahia. A dimensão<br />

do problema fica ainda mais clara quando a calculadora<br />

aponta que aos já elevados números do<br />

ano passado somam-se 39.358 casos. O aumento<br />

é <strong>de</strong> 196% em relação ao mesmo período <strong>de</strong><br />

2008, quando o número <strong>de</strong> casos notificados atingiu<br />

17.324.<br />

Vale ressaltar, entretanto, que todos estes dados<br />

estão envoltos pela realida<strong>de</strong> das subnotificações.<br />

Não é necessário saber se os verda<strong>de</strong>iros<br />

números apontariam para o dobro (118.720)<br />

ou o triplo (178.080) <strong>de</strong> casos para se ter consciência<br />

<strong>de</strong> que é preciso agir. A preocupação é<br />

ainda maior com a chegada das chuvas associadas<br />

ao calor, o que torna o ambiente ainda mais<br />

propício ao mosquito Ae<strong>de</strong>s Aegipty.<br />

Diante <strong>de</strong>ste quadro, o Comitê <strong>de</strong> Com<strong>ba</strong>te à<br />

Dengue do Sindimed – criado em 2008 – <strong>de</strong>u continuida<strong>de</strong><br />

às ações no <strong>ba</strong>irro <strong>de</strong> Ondina. Além <strong>de</strong><br />

moradores da comunida<strong>de</strong>, o comitê conta com<br />

a participação do Cremeb, da ABM, <strong>de</strong> repre-<br />

sentantes <strong>de</strong> escolas, clínicas e empresas vizinhas<br />

à entida<strong>de</strong>.<br />

O grupo, que se reúne às quartas-feiras na se<strong>de</strong><br />

do Sindimed, discute ações <strong>de</strong> segurança ambiental<br />

e <strong>de</strong> infraestrutura, medidas preventivas, e <strong>de</strong><strong>ba</strong>te,<br />

principalmente, sobre os possíveis focos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue na região, buscando alternativas para com<strong>ba</strong>tê-los.<br />

Nos últimos meses, além dos encontros,<br />

o comitê produziu camisas e panfletos educativos<br />

para serem distribuídos à socieda<strong>de</strong>. Outra ação<br />

importante foi a realização <strong>de</strong> um levantamento<br />

<strong>de</strong> todas as escolas, igrejas e associações do <strong>ba</strong>irro<br />

para que eles participem do comitê.<br />

PaleSTraS<br />

No dia 15 <strong>de</strong> abril, a médica Sumaia Boaventura,<br />

que é integrante do comitê, realizou uma palestra<br />

na se<strong>de</strong> do Sindimed abordando questões como<br />

medidas preventivas e sintomas da doença. “O comitê<br />

cumpre o seu papel na educação e comunicação<br />

em saú<strong>de</strong>, disponibilizando informações com<br />

<strong>ba</strong>se científica, em linguagem acessível, sobre as<br />

características da <strong>de</strong>ngue, características do vetor,<br />

e medidas <strong>de</strong> prevenção”, afirmou Sumaia.<br />

Preocupado com<br />

o recente aumento<br />

do número <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

registrados na Bahia,<br />

o Sindimed continua<br />

promovendo ações<br />

com a comunida<strong>de</strong><br />

para discutir o<br />

com<strong>ba</strong>te à<br />

doença no <strong>ba</strong>irro.<br />

O comitê preten<strong>de</strong> iniciar, ainda neste<br />

mês, a realização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> palestras<br />

educativas nas escolas vizinhas à entida<strong>de</strong><br />

para conscientizar os alunos e a comunida<strong>de</strong><br />

sobre a importância do com<strong>ba</strong>te à<br />

<strong>de</strong>ngue. Além disso, o grupo irá treinar 15<br />

crianças e jovens da comunida<strong>de</strong> do Cala<strong>ba</strong>r<br />

para participarem da Brigada Juvenil.<br />

O objetivo é que eles recolham objetos<br />

que possam se transformar em <strong>de</strong>pósito<br />

<strong>de</strong> água, i<strong>de</strong>ntifiquem focos do mosquito,<br />

orientem os moradores e, por fim, façam<br />

um levantamento quantitativo na<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

OUTraS açõeS<br />

Além das ações realizadas em conjunto<br />

com a vizinhança, no entorno da<br />

se<strong>de</strong> da entida<strong>de</strong>, o Sindimed também<br />

abriu espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>ba</strong>te entre os médicos<br />

no sentido <strong>de</strong> fazer uma atualização<br />

dos diversos aspectos da doença.<br />

Diretora do<br />

Couto Maia, a<br />

infectologista<br />

Ceuci Nunes,<br />

<strong>de</strong>u uma<br />

verda<strong>de</strong>ira aula<br />

sobre <strong>de</strong>ngue<br />

no Sindimed<br />

A infectologista e diretora do Hospital<br />

Couto Maia – referência em doenças<br />

infecto-contagiosas do Estado -, Ceuci<br />

Nunes, realizou uma palestra no auditório<br />

da entida<strong>de</strong>, no dia 19 <strong>de</strong> março, com<br />

o tema “A <strong>de</strong>ngue e suas complicações”.<br />

Direcionada aos médicos do Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família <strong>de</strong> Salvador, a palestra<br />

abordou aspectos como o diagnóstico<br />

e o tratamento da doença.<br />

No dia seguinte (20/03), o presi<strong>de</strong>nte<br />

do Sindimed, José Caires e o vice-presi<strong>de</strong>nte,<br />

Francisco Magalhães, acompanhados<br />

do advogado Domingos Arjones,<br />

estiveram no Hospital João Batista<br />

Caribé para esclarecer questões legais<br />

sobre o atendimento a pacientes com<br />

<strong>de</strong>ngue. Durante a visita, o advogado<br />

expôs aos médicos sua preocupação<br />

com a situação da <strong>de</strong>ngue na Bahia e<br />

orientou os profissionais a exigirem dos<br />

pacientes que <strong>de</strong>sejam <strong>de</strong>ixar o hospital<br />

um termo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> pelo<br />

a<strong>ba</strong>ndono do tratamento.<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

15


I T A B U N A<br />

Com<strong>ba</strong>te à <strong>de</strong>ngue<br />

marcado pela solidarieda<strong>de</strong><br />

Uma comissão <strong>de</strong> dirigentes<br />

médicos foi até Itabuna nos<br />

dias 7 e 8 <strong>de</strong> abril, acompanhar<br />

a situação do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do<br />

município. Os presi<strong>de</strong>ntes das entida<strong>de</strong>s<br />

médicas, José Caires (Sindimed),<br />

Antônio Carlos Vieira Lopes (Associação<br />

Baiana <strong>de</strong> Medicina) e Jorge Cerqueira<br />

(Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina),<br />

cumpriram uma extensa agenda<br />

<strong>de</strong> visitas. A comitiva visitou o Hospital<br />

Manoel Novaes, o Hospital<br />

Calixto Midlej Filho, a Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Pronto Atendimento<br />

Val<strong>de</strong>nor Cor<strong>de</strong>iro e o Hospital<br />

<strong>de</strong> Base.Nas unida<strong>de</strong>s, foram ouvidos<br />

diretores, médicos, outros<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os pacientes<br />

vitimados pela epi<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue que assola o município.<br />

Sindimed, ABM e Cremeb<br />

acompanharam o esforço e as di-<br />

ficulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho enfrentadas pela<br />

classe médica.<br />

Na noite <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril, uma assembleia<br />

reuniu 1<strong>10</strong> médicos, número que<br />

correspon<strong>de</strong> a um 1/3 dos médicos que<br />

atuam em Itabuna, <strong>de</strong>ixando claro o<br />

sentimento <strong>de</strong> mobilização e união da<br />

categoria. Questões éticas e tra<strong>ba</strong>lhistas<br />

foram discutidas, além da reiteração<br />

do compromisso dos médicos com<br />

a saú<strong>de</strong> pública.No dia seguinte, os pre-<br />

O quadro<br />

dramático<br />

em Itabuna<br />

sensibilizou<br />

as li<strong>de</strong>ranças<br />

médicas que lá<br />

estiveram<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes das<br />

entida<strong>de</strong>s médicas<br />

estiveram em Itabuna<br />

si<strong>de</strong>ntes das entida<strong>de</strong>s médicas se reuniram<br />

com o promotor <strong>de</strong> Justiça do<br />

Ministério Público da comarca <strong>de</strong> Itabuna,<br />

Clodoaldo da Anunciação, para<br />

levar a ele a <strong>de</strong>cisão tomada pelos médicos<br />

na assembleia da noite anterior.<br />

A maioria dos 1<strong>10</strong> profissionais<br />

reprovou a <strong>de</strong>cisão<br />

do MP em relação à exposição<br />

dos médicos feita à imprensa,<br />

como ocorreu no mês <strong>de</strong> março.<br />

Uma vez que a carga horária<br />

dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é flexibilizada<br />

<strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong><br />

do serviço e levando em conta a<br />

ativida<strong>de</strong> especial que é exercida,<br />

tal cobrança e exposição não<br />

<strong>de</strong>veriam ocorrer.<br />

Além disso, foi relatada ao promotor,<br />

a <strong>de</strong>svalorização histórica do<br />

profissional médico em Itabuna, com<br />

vencimentos <strong>de</strong> R$ 650 e péssimas<br />

condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho, inclusive com<br />

a <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> que em <strong>de</strong>terminadas<br />

unida<strong>de</strong>s, sequer água e sabão são encontradas.<br />

As reivindicações da categoria<br />

foram passadas ao promotor pelos<br />

dirigentes, que <strong>de</strong>ixaram claro que<br />

sem o atendimento <strong>de</strong>stes pleitos, o<br />

exercício da função médica torna-se<br />

difícil, e a categoria permanece mobilizada.<br />

Cirurgiões <strong>ba</strong>riátricos<br />

suspen<strong>de</strong>m atendimentos<br />

pelo Planserv<br />

Os cirurgiões <strong>ba</strong>riátricos conveniados<br />

ao Planserv anunciaram, no dia 13 <strong>de</strong><br />

maio, a suspensão do atendimento através<br />

<strong>de</strong>ste convênio. A <strong>de</strong>cisão foi tomada após<br />

várias tentativas <strong>de</strong> negociação pela manutenção<br />

dos honorários médicos da especialida<strong>de</strong>,<br />

e começa a valer a partir do<br />

dia 20 <strong>de</strong> maio. Os médicos asseguram o<br />

atendimento aos pacientes que estão com<br />

cirurgia agendada, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da data.<br />

Após a negociação e a fixação <strong>de</strong> honorários<br />

dos cirurgiões <strong>ba</strong>riátricos há cinco<br />

anos, o Planserv está tentando agora<br />

impor uma redução da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70% sobre<br />

o que vem sendo praticado.<br />

Para a Comissão Estadual <strong>de</strong> Honorários<br />

Médicos, o que o Planserv chama <strong>de</strong><br />

repactuação é uma tentativa pura e simples<br />

<strong>de</strong> corte nos honorários. O argumento <strong>de</strong><br />

que está em curso uma sistematização <strong>de</strong><br />

todas as especialida<strong>de</strong>s e uma suposta vinculação<br />

à CBHPM (Classificação Brasileira<br />

Hierarquizada <strong>de</strong> Procedimentos Médicos)<br />

não convence. “Se assim fosse, porque<br />

o Planserv continua pagando as consultas<br />

a<strong>ba</strong>ixo da referência?”, dispara Fabíola<br />

Mansur, membro da Comissão.<br />

alTa COMPleXIDaDe<br />

Por enten<strong>de</strong>r que a cirurgia <strong>ba</strong>riátrica é<br />

<strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>, exigindo um acompanhamento<br />

pré e pós operatório criterioso<br />

e extenso, a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Cirurgia<br />

Bariátrica (SBCBM) estabelece valor<br />

mínimo <strong>de</strong> referência em âmbito nacional,<br />

que inclui acompanhamento multidisciplinar<br />

e que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>srespeitado.<br />

Segundo o médico <strong>ba</strong>iano, Marcos Leão,<br />

que é vice-presi<strong>de</strong>nte da SBCBM, “a iniciativa<br />

do Planserv tenta abrir um prece<strong>de</strong>nte<br />

que po<strong>de</strong> repercutir nos <strong>de</strong>mais planos,<br />

inaceitável e perigoso para médicos<br />

e pacientes”.<br />

O Sindimed e as <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s médicas<br />

da Bahia se posicionaram contrárias<br />

à proposta do Planserv. A Comissão<br />

Estadual <strong>de</strong> Honorários Médicos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que os “pacotes” (com honorários, procedimentos<br />

e materiais), tecnicamente discutidos,<br />

<strong>de</strong>vem ser respeitados.<br />

Inaugurado no dia 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

1979, o Hospital Geral Roberto<br />

Santos comemora em <strong>2009</strong>,<br />

30 anos <strong>de</strong> fundação. O hospital que<br />

é o maior da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />

Bahia, presta atualmente em média mil<br />

atendimentos ambulatoriais e 350 atendimentos<br />

emergenciais em dias úteis. O<br />

hospital é referência em cirurgias bucomaxilofaciais<br />

e vasculares, clínica<br />

médica em neurocirurgia e nefrologia,<br />

conta com 680 leitos e cerca <strong>de</strong> 2.600<br />

funcionários. O HGRS é referênia para<br />

hemorragia digestiva, toxicologia, neurocirurgia,<br />

e está entre as melhores residências<br />

em pediatria no Brasil. O<br />

nome é uma homenagem ao ex-governador,<br />

ex-reitor da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

e médico Roberto Santos, filho do<br />

também ex-reitor da UFBA e médico,<br />

Edgar Santos.<br />

A direção do hospital realizará durante<br />

todo o ano ativida<strong>de</strong>s para comemorar<br />

seu 30° aniversário. A primeira<br />

<strong>de</strong>las foi o lançamento do Manual <strong>de</strong> Urgências<br />

e Emergências Cardiovasculares,<br />

no dia 20 <strong>de</strong> março. O manual será<br />

uma referência na prática do atendimento<br />

a doenças cardiovasculares. Já no dia<br />

30 <strong>de</strong> março, ocorreu na unida<strong>de</strong> um seminário<br />

tendo como foco a <strong>de</strong>ngue. Uma<br />

novida<strong>de</strong> para este ano é que o Roberto<br />

Santos vai se tornar referência no tratamento<br />

da doença entre crianças.<br />

eXeMPlO<br />

O obstetra Ilmar Cabral é médico do<br />

HGRS <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação da unida<strong>de</strong>. Para<br />

HOSPITAL ROBERTO SANTOS<br />

Há 30 anos no dia-a-dia da Bahia<br />

Ilmar, o Roberto Santos oferece gran<strong>de</strong><br />

aprendizado. “É um local que tem<br />

sempre algo a acrescentar. Em Salvador<br />

não existe outro em termos <strong>de</strong> formação<br />

profissional. Aqui se discute melhor<br />

cada caso, a convivência com resi<strong>de</strong>ntes<br />

e outros profissionais contribui<br />

para isso”, diz o médico. Porém Ilmar<br />

<strong>de</strong>staca que o fato <strong>de</strong> ser um hospital<br />

<strong>de</strong> referência e principal da re<strong>de</strong> pública<br />

acarreta problemas à unida<strong>de</strong>. “Casos<br />

<strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixo risco e que po<strong>de</strong>riam ser<br />

atendidos em outro lugar vêm para cá,<br />

aí, quando chegam os <strong>de</strong> alto risco, não<br />

temos on<strong>de</strong> colocar, porque o leito está<br />

ocupado com um paciente <strong>de</strong> <strong>ba</strong>ixo risco.”<br />

O médico diz que sente falta <strong>de</strong> humanização<br />

no Hospital. “Além das mudanças<br />

físicas, é preciso humanização.<br />

Em todos os níveis. O que se vê hoje é<br />

meramente aten<strong>de</strong>r o paciente e pronto”<br />

conclui Ilmar.<br />

16 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> 17<br />

Foto: Evaldo Vieira<br />

Ilmar Cabral<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mais<br />

humanização<br />

no HGRS


“A MÃE DE TODOS” COMPLETA 50 <strong>ANO</strong>S<br />

Há cinco décadas atrás, em 1959,<br />

nascia “a mãe <strong>de</strong> todos”, como é<br />

conhecida a maternida<strong>de</strong> Tsylla<br />

Balbino. Fundada no mês <strong>de</strong> março<br />

pelo governador Antônio Balbino, a<br />

maternida<strong>de</strong> - que recebeu o nome da<br />

então primeira dama – realiza, atualmente,<br />

cerca <strong>de</strong> dois mil atendimentos<br />

mensais, entre procedimentos ambulatoriais,<br />

partos e cirurgias.<br />

Localizada na Baixa <strong>de</strong> Quintas, a<br />

unida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que<br />

é referência para assistência em obstetrícia<br />

e gestação <strong>de</strong> risco, foi a primeira<br />

unida<strong>de</strong> no Estado a disponibilizar<br />

o método Canguru.<br />

Com capacida<strong>de</strong> para 154 leitos, a<br />

18 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

1959 <strong>2009</strong><br />

Tsylla Balbino é conhecida pela assistência<br />

humanizada. Segundo a diretora<br />

da unida<strong>de</strong>, Maria José Silva, a principal<br />

missão da maternida<strong>de</strong> é “prestar<br />

assistência à mulher <strong>de</strong> forma humanitária<br />

e com qualida<strong>de</strong>, no âmbito da<br />

obstetrícia materna, incluindo a assistência<br />

neonatal, bem como colaborar<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estágios curriculares<br />

e pesquisas técnico-científicas<br />

em sua área <strong>de</strong> atuação”.<br />

Para a médica neonatologista Áurea<br />

Muniz, o atendimento humanizado<br />

foi uma escolha importante não só para<br />

suprir a falta <strong>de</strong> tecnologia na unida<strong>de</strong>,<br />

mas também para consolidar o reconhecimento<br />

da maternida<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong>stes<br />

50 anos. “Além <strong>de</strong> ser um marco histórico,<br />

este cinqüentenário representa uma<br />

vitória <strong>de</strong> todos os funcionários que<br />

lutaram pelo renascimento da Tsylla<br />

quando ela esteve fadada a fechar. Fizemos<br />

isso porque temos um vínculo<br />

afetivo com este lugar”, afirmou.<br />

Assim como a neonatologista, o<br />

obstetra Deraldo Aleixo, que tra<strong>ba</strong>lha<br />

há 30 anos na MTB, vê nos 50 anos da<br />

maternida<strong>de</strong> “a perseverança <strong>de</strong> uma<br />

instituição que já enfrentou tempos áureos<br />

e tempos sombrios, mantendo-se<br />

ainda em condições <strong>de</strong> continuar aten<strong>de</strong>ndo<br />

todos que a procuram, sem distinção”.<br />

Para o médico, a Tsylla não<br />

é apenas uma maternida<strong>de</strong>. “É a mi-<br />

“Cinquentona, jamais<br />

senil. Em pleno apogeu<br />

da vida, comemoras o<br />

teu jubileu com força<br />

revigorada e ainda<br />

encontrarás muita energia<br />

para mais cinqüenta<br />

anos. És a mãe dos<br />

mais necessitados e <strong>de</strong><br />

muitos remediados. És o<br />

gran<strong>de</strong> templo do saber,<br />

és reduto do sorriso e<br />

da dor. És eternamente a<br />

minha amada”.<br />

Deraldo Aleixo<br />

nha segunda casa. Mãe <strong>de</strong> minha apaixonante<br />

especialida<strong>de</strong>, toda adquirida<br />

aqui: a obstetrícia. O meu sentimento<br />

é o <strong>de</strong> um filho ou mesmo do cônjuge<br />

festejando cinqüenta anos da mãe<br />

ou da esposa amada, sem diferença”,<br />

concluiu.<br />

COMeMOraçÃO<br />

As comemorações pelos 50 anos da<br />

maternida<strong>de</strong> tiveram início no dia 4 <strong>de</strong><br />

março, com a celebração <strong>de</strong> uma missa<br />

campal, pelo padre Álvaro Teixeira e<br />

Sessão Especial na Câmara <strong>de</strong> Salvador registrou os 50 anos da Maternida<strong>de</strong><br />

com a participação <strong>de</strong> monsenhor Gaspar<br />

Sadoc, responsável pela missa <strong>de</strong><br />

inauguração da maternida<strong>de</strong>. No mesmo<br />

dia, o Coral Vozes da MTB (foto<br />

a<strong>ba</strong>ixo) fez uma apresentação, seguida<br />

<strong>de</strong> homenagens <strong>de</strong> servidores e usuários<br />

à maternida<strong>de</strong>.<br />

No dia 26 <strong>de</strong> março, foi realizada<br />

uma sessão especial, solicitada pela<br />

vereadora Aladilce Souza, na Câmara<br />

<strong>de</strong> Vereadores <strong>de</strong> Salvador, também<br />

contemplada com a apresentação<br />

do coral da maternida<strong>de</strong>, que cantou o<br />

hino da MTB e emocionou os presentes.<br />

Em seguida, funcionários, ex-diretores<br />

e aposentados <strong>de</strong>ram <strong>de</strong>poimentos<br />

sobre a vivência na maternida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram a recuperação estrutural e<br />

funcional do local.<br />

Representando o secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

Jorge Solla, o diretor geral da Re<strong>de</strong><br />

Própria da Secretaria da Saú<strong>de</strong> do Es-<br />

Dia <strong>de</strong> festa,<br />

ou não,<br />

sempre<br />

a mesma<br />

<strong>de</strong>dicação dos<br />

profissionais<br />

da saú<strong>de</strong><br />

tado (Sesab), Renan Araújo, falou da<br />

alegria <strong>de</strong> participar do cinqüentenário<br />

da maternida<strong>de</strong> na qual ele nasceu<br />

e disse que consi<strong>de</strong>ra a unida<strong>de</strong> uma referência<br />

na humanização da assistência.<br />

“Não sou o mais ilustre nascido na<br />

Tsylla, como o campeão <strong>de</strong> boxe Acelino<br />

Popó Freitas, mas tenho muito orgulho<br />

<strong>de</strong> lá ter nascido”, brincou.<br />

A diretora da Tsylla Balbino, Maria<br />

José, contou um pouco da história<br />

da unida<strong>de</strong> e disse que a maternida<strong>de</strong><br />

“inova na busca <strong>de</strong> uma assistência<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e na política <strong>de</strong> humanização”.<br />

No final do evento, as entida<strong>de</strong>s<br />

das áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> distribuíram um<br />

broche comemorativo confeccionado<br />

pela ABM, Cremeb, Sindimed, Sindisaú<strong>de</strong>,<br />

Conselho <strong>de</strong> Farmácia, Sindicato<br />

dos Farmacêuticos do Estado da<br />

Bahia, Crefito, Aben e Sindicato dos<br />

Enfermeiros.<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

19


F E I R A D E S A N T A N A<br />

A diretora do Hospital Clériston Andra<strong>de</strong>, Edilma dos Reis,<br />

expressou as preocupações dos médicos aos diretores do Sindimed<br />

Cresce organização<br />

da categoria médica<br />

O Sindimed esteve em diversas oportunida<strong>de</strong>s no município<br />

<strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana, on<strong>de</strong> além <strong>de</strong> acompanhar a situação<br />

dos hospitais da Mulher e Clériston Andra<strong>de</strong>, participou<br />

<strong>de</strong> assembleias e audiências com gestores municipais.<br />

No dia 11 <strong>de</strong> fevereiro, o Sindimed<br />

visitou hospitais e teve audiência<br />

com o secretário municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana,<br />

João Carlos Lopes Cavalcante. Durante<br />

a reunião, o secretário afirmou que o<br />

PSF dispõe <strong>de</strong> 83 equipes no município,<br />

mas que pelo menos 14 <strong>de</strong>las não<br />

têm médicos. Ele atribuiu esta carência<br />

à <strong>de</strong>fasagem salarial. Enquanto nas cida<strong>de</strong>s<br />

vizinhas o salário chega a R$ 8<br />

mil, em Feira é <strong>de</strong> R$ 4.400 (40h / município)<br />

e R$ 4,700 (40h /zona rural).<br />

Nesta mesma data, à noite, o sindicato<br />

se reuniu com os médicos da cida<strong>de</strong>,<br />

no auditório da Unimed para apresentar<br />

o resultado da mesa <strong>de</strong> negociação<br />

com a Sesab.<br />

No dia 25 <strong>de</strong> março, o Sindimed<br />

voltou a Feira, on<strong>de</strong> novamente esteve<br />

noHospital Geral Clériston Andra<strong>de</strong>.<br />

Os diretores foram recebidos<br />

pela diretora Edilma dos Reis Silva,<br />

que <strong>de</strong>clarou a sua preocupação com<br />

os médicos que buscavam informações<br />

sobre o pagamento da GID (Gra-<br />

tificação <strong>de</strong> Incentivo ao Desempenho).<br />

A folha <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> março<br />

foi fechada, mas a gratificação não<br />

foi agregada. A reivindicação foi levada<br />

pelo Sindimed à Secretaria <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>.<br />

aSSeMbleIa DO PSF<br />

O sindicato participou ainda, no<br />

mesmo dia 25, <strong>de</strong> uma assembleia com<br />

os médicos do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana. Com a presença<br />

do <strong>de</strong>legado sindical da cida<strong>de</strong>,<br />

Vagner Bomfim, a assembleia ocorreu<br />

no auditório do Hospital Unimed <strong>de</strong><br />

Feira <strong>de</strong> Santana e contou com a presença<br />

<strong>de</strong> 30 médicos do PSF.<br />

Os médicos discutiram as condições<br />

<strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho extremamente precarizadas,<br />

a ausência <strong>de</strong> vínculos tra<strong>ba</strong>lhistas,<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> férias, licença<br />

maternida<strong>de</strong>, 13º salário e direitos previ<strong>de</strong>nciários.<br />

A Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Feira <strong>de</strong> Santana tem se isentado <strong>de</strong> sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> constitucional e vem<br />

repassando as obrigações para falsas<br />

cooperativas, todas sob investigação<br />

do Ministério Público do Tra<strong>ba</strong>lho da<br />

região em conjunto com ações do próprio<br />

Sindimed.<br />

O sindicato levou as solicitações<br />

ao conhecimento da Secretaria <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong>. Uma nova assemblEia<br />

com os médicos do PSF foi realizada<br />

no dia 08 <strong>de</strong> abril, para que<br />

avaliassem a proposta <strong>de</strong> Carlos Cavalcante,<br />

que oferecia a remuneração<br />

<strong>de</strong> R$ 5.300 para o médico <strong>de</strong> zona<br />

ur<strong>ba</strong>na e <strong>de</strong> R$ 5.700 para o médico<br />

<strong>de</strong> zona rural. A proposta foi recusada<br />

pelos médicos, que fizeram uma<br />

contraproposta <strong>de</strong> R$ 7.400, líquido,<br />

unificado, levando em conta que esta<br />

remuneração ainda não correspon<strong>de</strong>,<br />

sequer, ao piso estabelecido pela Fenam,<br />

<strong>de</strong> R$ 7.500 para 20 horas semanais.<br />

A categoria pe<strong>de</strong> que as contratações<br />

passem a ser feitas através do<br />

Regime Especial <strong>de</strong> Direito Administrativo<br />

– Reda, uma vez que o mes-<br />

mo contempla os direitos tra<strong>ba</strong>lhistas<br />

que são a<strong>de</strong>quados em vínculo público,<br />

porém mantém os esforços visando<br />

a realização <strong>de</strong> concurso público,<br />

a partir da elaboração <strong>de</strong> um plano<br />

<strong>de</strong> carreira.<br />

Outra <strong>de</strong>liberação da assembleia foi<br />

a solicitação <strong>de</strong> que o município apresente<br />

um cronograma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Os<br />

médicos propõem um <strong>de</strong><strong>ba</strong>te sobre as<br />

questões <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho e segurança.<br />

Uma nova audiência com os<br />

gestores da saú<strong>de</strong> feirense foi marcada<br />

para o dia 23 <strong>de</strong> abril, porém o secretário<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do município não compareceu<br />

à reunião. O Sindimed continua<br />

acompanhando a situação e voltará a se<br />

reunir com os médicos em uma nova<br />

data.<br />

reUNIÃO COM<br />

PrOMOTOr DO MINISTÉrIO<br />

PúblICO DO Tra<strong>ba</strong>lHO<br />

Durante visita à Feira <strong>de</strong> Santana,<br />

no dia 25 <strong>de</strong> março, os diretores<br />

do Sindimed tiveram uma audiência<br />

com o promotor do Ministério Público<br />

do Tra<strong>ba</strong>lho (MPT) da região,<br />

Bernardo Carvalho Ribeiro. Os membros<br />

do sindicato levaram ao promotor<br />

as <strong>de</strong>núncias contra a precarização<br />

do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

- PSF, em Feira, causado por cooperativas<br />

irregulares terceirizadas pela<br />

Prefeitura. O promotor <strong>de</strong>monstrou a<br />

preocupação do MPT com a situação<br />

e mostrou-se disposto a continuar as<br />

investigações contra as cooperativas<br />

fantasmas.<br />

O MPT vai formalizar uma <strong>de</strong>núncia<br />

da precarização da saú<strong>de</strong> pública em<br />

Feira <strong>de</strong> Santana, contra a Prefeitura do<br />

município e contra a cooperativa Gestmed,<br />

acusada <strong>de</strong> ser uma empresa fantasma.<br />

O promotor propôs a realização<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> fórum entre representantes<br />

dos médicos, das secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

do MPT e <strong>de</strong> outras representações<br />

para que se possa discutir amplamente<br />

a situação das terceirizações e a precarização<br />

da saú<strong>de</strong> pública.<br />

Este espaço está aberto para os pendores literários dos médicos, especialmente para as crônicas. A única<br />

restrição é quanto ao tamanho dos textos. Exercitem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> síntese para evitarmos as letrinhas. Aqui,<br />

menos quase sempre é mais...<br />

20 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong> Jul/Out <strong>de</strong> 2008 21<br />

ILDO SIMõES*<br />

Viajando: martírio da ida<br />

Viajar é um <strong>ba</strong>rato. Dito assim <strong>de</strong> chofre<br />

parece mesmo. Mas tem as entrelinhas.<br />

As entrelinhas é que são elas. Quando a<br />

gente quer ofen<strong>de</strong>r, disfarçar ou enganar<br />

usa as entrelinhas que ainda são o melhor<br />

recurso.<br />

A passagem a gente encontra na internet<br />

a preço <strong>de</strong> <strong>ba</strong>nana - quando <strong>ba</strong>nana estava<br />

a preço <strong>de</strong> <strong>ba</strong>nana. Ai vem as entrelinhas.<br />

O vôo PPCQT sai exatamente às quatro.<br />

Isto mesmo as quatro. E não se pense que<br />

são quatro horas da tar<strong>de</strong>. São quatro horas<br />

da manhã mesmo, que vem chuvosa e<br />

que a gente passou até às duas da manhã<br />

ou madrugada (como quiserem) acordada,<br />

em<strong>ba</strong>lando e <strong>de</strong>sem<strong>ba</strong>lando objetos e<br />

quinquilharias, presentes para parentes e<br />

a<strong>de</strong>rentes, uns nem tanto a<strong>de</strong>rentes. Mas<br />

a culpa é nossa. Da última viagem um<br />

a<strong>de</strong>rente nos pagou um sanduíche numa<br />

conhecida lanchonete e como lembrança<br />

da terra nor<strong>de</strong>stina nos pe<strong>de</strong> uma moringa<br />

daquelas que não tem alça, quebra-se ao<br />

menor atrito e não cabe na mala. Ou seja,<br />

vai na mão, no que ocupa, claro, uma mão<br />

e nos causa o maior transtorno na hora do<br />

lanche no avião. O táxi atrasa e o taxista<br />

resmunga porque além <strong>de</strong> ser madrugada,<br />

chove a cântaros, as malas parecem ter<br />

chumbo e a corrida não compensa. Mal<br />

dá para pagar o combustível. Madrugada,<br />

o aeroporto mal iluminado, a aten<strong>de</strong>nte<br />

com a boa vonta<strong>de</strong> do mundo e a gente<br />

não acha na bolsa o bendito papel do vôo.<br />

Alguém nos lembra que está junto com o<br />

envelope da volta e <strong>de</strong>ntro da mala que a<br />

esta altura, por pouco, não já está a rolar na<br />

esteira. Saboreando um mísero cafezinho<br />

passado Deus sabe quando, escutamos o<br />

auto-falante esbravejando na chamada aos<br />

passageiros do vôo PPCQT e dizendo que<br />

é a última chamada enquanto o café nos<br />

queima goela a<strong>ba</strong>ixo e a gente sai em <strong>de</strong>sa<strong>ba</strong>lada<br />

carreira com a menina da cafeteria<br />

correndo atrás por que esquecemos <strong>de</strong><br />

pagar a infusão da rubiácea. Jogamos em<br />

sua mão um monte <strong>de</strong> moedas e chegamos<br />

na revisão. Tiramos o celular, o cinto e o<br />

sapato que tem fivela, a aliança <strong>de</strong> bijuteria<br />

e a maquininha apitando nervosamente.<br />

Lembro-me do safado do <strong>de</strong>ntista que <strong>de</strong>ve<br />

ter misturado algum metal <strong>de</strong> segunda categoria<br />

no pivot do meu canino. E não <strong>de</strong>u<br />

outra. Era o dito cujo e tive que passar na<br />

revista <strong>de</strong> boca aberta.<br />

Em<strong>ba</strong>rcado na aeronave que a gente<br />

chama popularmente <strong>de</strong> avião, começa<br />

a mocinha dos sinais a dar instruções <strong>de</strong><br />

bordo. E como assustam!! – Em cima das<br />

asas dianteiras há duas portas <strong>de</strong> saída,<br />

duas no rabo do avião e duas na frente.<br />

Amarrem bem os cintos <strong>de</strong> segurança, e<br />

segundo nosso comandante esta aeronave<br />

é um..mu..muui... to seg. s eg seg segura.<br />

Desculpem o soluço, mas é a primeira vez<br />

que estou em um avião como aeromoça.<br />

Já viajei uma vez, mas era bebê. E não me<br />

lembro muita coisa.<br />

Fico a imaginar o avião <strong>de</strong>spencando,<br />

as duzentas e cinqüenta pessoas amarradas<br />

nas ca<strong>de</strong>iras tentando encontrar um<br />

buraquinho para sair. Retorno à cruzadinha<br />

e a pergunta é: <strong>de</strong>feito no trem <strong>de</strong><br />

pouso que dificulta o pouso;quatro letras:<br />

-Ah! pane!! Falo tão alto que assusto o<br />

vizinho <strong>de</strong> poltrona que agarra tão fortemente<br />

a minha mão que me <strong>de</strong>ixa as<br />

marcas das unhas. Nesta hora a aeronave<br />

começa a sacolejar e a mocinha das<br />

instruções está mais pálida, mais gaga e<br />

mais nervosa. Não escon<strong>de</strong> o suor que lhe<br />

escorre pelo rosto, mas diz que é emoção<br />

<strong>de</strong> voar.<br />

Servem-nos um lanchinho medíocre<br />

que tenho que me acomodar com uma<br />

mão só, porque a outra carrego a bendita<br />

moringa. Por óbvias razões dispenso o<br />

refrigerante.<br />

Uf chegamos!! Um parente nos espera<br />

no aeroporto com um fusquinha 57 e temos<br />

que fazer uma bruta ginástica para<br />

acomodar a cunhada <strong>de</strong> quase 200 quilos,<br />

o sobrinho que adora a tia <strong>ba</strong>iana e<br />

pergunta logo pelo chocolate, as malas,<br />

a moringa e um bendito dum pequenês<br />

que não po<strong>de</strong> ficar em casa sozinho e late,<br />

late, e late!!<br />

Vou ler mais poesia e fazer viagens ao<br />

centro <strong>de</strong> mim mesmo.<br />

*Presi<strong>de</strong>nte da Socieda<strong>de</strong><br />

dos Médicos Escritores


I N T E R I O R I Z A Ç Ã O<br />

<strong>ba</strong>rreIraS<br />

Nos dias 29 e 30 <strong>de</strong> abril, o Sindimed esteve em Barreiras,<br />

no Oeste do Estado, para conversar com os médicos<br />

da região e visitar as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município<br />

em companhia da conselheira e <strong>de</strong>legada regional<br />

do Cremeb, Isa Bessa.<br />

No primeiro dia da visita, o sindicato se reuniu com<br />

os médicos da cida<strong>de</strong>. No encontro os profissionais abordaram<br />

a questão do pagamento da GID, que até agora<br />

não foi efetivado na sua totalida<strong>de</strong>, e escolheram por unanimida<strong>de</strong><br />

a médica Helena Marta como <strong>de</strong>legada sindical<br />

da região.<br />

Durante a reunião, os médicos Hospital do Oeste, terceirizados<br />

pela Sesab às Obras Assistências <strong>de</strong> Irmã Dulce,<br />

queixaram-se do péssimo tratamento que recebem da<br />

diretora administrativa da unida<strong>de</strong>. Segundo os colegas,<br />

além do vínculo precarizado, por Pessoa Jurídica (PJ), os<br />

médicos convivem com uma gestão autoritária. Os profissionais<br />

afirmaram que a diretora manda revistar as bolsas<br />

e impe<strong>de</strong> a entrada dos médicos que não tra<strong>ba</strong>lham<br />

na unida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> agir <strong>de</strong> forma grosseira.<br />

No dia seguinte, o Sindimed foi à unida<strong>de</strong> para verificar<br />

a situação. No Hospital do Oeste, os médicos reafirmaram<br />

a insatisfação do vínculo empregatício. “Esse<br />

tipo <strong>de</strong> contratação fragiliza a relação médico-paciente.<br />

O médico não tem direito a férias, 13º salário e nenhum<br />

tipo <strong>de</strong> garantia. Tivemos uma colega que ao ficar grávida<br />

<strong>de</strong> trigêmeos teve que a a<strong>ba</strong>ndonar a ativida<strong>de</strong> sem<br />

nenhum respaldo previ<strong>de</strong>nciário e ainda ouviu <strong>de</strong>saforo<br />

da diretora”, relatou um dos profissionais.<br />

Os médicos da unida<strong>de</strong> pediram que o sindicato tomasse<br />

providências tanto com relação à precarização do<br />

tra<strong>ba</strong>lho na região quanto à maneira com que eles têm<br />

sido tratados. O Sindimed já enviou um oficio ao secretário<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do município, Juca Galvão, protestando<br />

contra a situação da unida<strong>de</strong>.<br />

Durante a viagem, o sindicato esteve também no Hospital<br />

Eurico Dutra, que foi municipalizado no início <strong>de</strong><br />

abril. Antes <strong>de</strong> ser entregue ao município, o hospital foi<br />

reformado pela Sesab, apresentando uma significativa<br />

melhora estrutural. No momento da visita o plantonista<br />

da unida<strong>de</strong> era o médico José Batista Amaral, <strong>de</strong> 79<br />

anos. Apesar <strong>de</strong> ser aposentado pela Sesab, o médico<br />

relatou que ainda tra<strong>ba</strong>lha <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar<br />

o <strong>ba</strong>ixo salário que recebe como aposentado. “A<br />

aposentadoria que eu recebo é insignificante, mas gosto<br />

muito <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lhar aqui. É como se fosse uma casa,<br />

uma família”.<br />

22 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

ITabera<strong>ba</strong><br />

O Sindimed esteve, dia 23 <strong>de</strong> março, no município <strong>de</strong><br />

Itabera<strong>ba</strong>, on<strong>de</strong>, a convite dos médicos da região, esclareceu<br />

questões relacionadas ao Plano <strong>de</strong> Cargos Carreiras e<br />

Vencimentos (PCCV) e discutiu a situação dos médicos municipalizados.<br />

Durante a visita, os médicos mostraram-se preocupados<br />

com a atual situação dos profissionais, que estão à disposição<br />

das prefeituras e não recebem a Gratificação <strong>de</strong> Incentivo<br />

ao Desempenho (GID). “Essa situação precisa ser resolvida.<br />

Nós não pedimos para ser municipalizados. Somos<br />

servidores públicos, concursados. Entramos pela porta da<br />

frente e queremos que nossos direitos enquanto médicos da<br />

Sesab sejam reconhecidos”, afirmou Geraldo José Bensa<strong>ba</strong>th,<br />

médico que tra<strong>ba</strong>lha no município <strong>de</strong> Rui Barbosa há<br />

mais <strong>de</strong> 30 anos. Os profissionais ficaram confiantes em resolver<br />

a situação que terá empenho do Sindimed.<br />

Os diretores do Sindimed estiveram em Itabera<strong>ba</strong> por<br />

solicitação do representante local da ABM, Benelson<br />

Guimarães (à esquerda, <strong>de</strong> frente)<br />

laUrO De FreITaS<br />

Médicos <strong>de</strong>nunciam<br />

condições precárias <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

O Sindimed recebeu <strong>de</strong>núncia sobre a<br />

precarieda<strong>de</strong> e irregularida<strong>de</strong> do PSF <strong>de</strong> Lauro<br />

<strong>de</strong> Freitas. Com 16 equipes habilitadas, somente<br />

cinco médicos concursados continuam<br />

aten<strong>de</strong>ndo no Programa. Além do <strong>ba</strong>ixo<br />

salário, os profissionais se queixam das péssimas<br />

condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho, em locais insalubres<br />

e inseguros. Falta até água para beber.<br />

Em alguns postos até tem água, mas é<br />

no telhado, arriscando danificar a fiação elétrica,<br />

“a qualquer momento po<strong>de</strong> acontecer<br />

um curto-circuito ou uma <strong>de</strong>scarga elétrica<br />

atingir alguém”, alerta um dos profissionais<br />

do PSF.<br />

Em 2007, quando foi realizado o concurso<br />

público no município, o Sindimed alertou<br />

a Prefeitura <strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas sobre a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer como salário o<br />

piso <strong>de</strong>finido pela Fenam, que à época era<br />

<strong>de</strong> R$3.500,00 para jornada <strong>de</strong> 20 horas semanais.<br />

Não foi ouvido.<br />

Hoje, dos 40 médicos concursados, apenas<br />

cinco permanecem tra<strong>ba</strong>lhando no PSF,<br />

por absoluta falta <strong>de</strong> incentivo. Prepostos da<br />

Prefeitura têm alar<strong>de</strong>ado que a mão-<strong>de</strong>-obra<br />

médica será terceirizada e os remanescentes<br />

concursados sentem-se pressionados.<br />

PCCV da Sesab <strong>de</strong>ixa aposentados <strong>de</strong> fora<br />

Um café da manhã, no dia 25 <strong>de</strong><br />

abril, reuniu na se<strong>de</strong> do Sindimed<br />

os médicos aposentados do serviço<br />

público <strong>ba</strong>iano. Com proventos <strong>de</strong><br />

R$600, em média, os aposentados da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado (Sesab),<br />

discutiram a aplicação do Plano<br />

<strong>de</strong> Cargos, Carreira e Vencimento<br />

(PCCV), aprovado em lei estadual<br />

no dia 5 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>ste ano e até<br />

agora não aplicado para os aposentados.<br />

A reivindicação é para que possam<br />

ser reenquadrados no nível máximo,<br />

já que pelo plano vigente da<br />

época eles foram aposentados no nível<br />

máximo.<br />

Essa parcela da categoria, estimada<br />

em 500 médicos, entre aposentados<br />

e pensionistas, discutiu os vários<br />

problemas que enfrentam, inclusive a<br />

proposição <strong>de</strong> uma Ação <strong>de</strong> Inconsti-<br />

Hoje a parte humana da medicina<br />

foi relegada à 2º plano.<br />

dr. Augusto Teixeira – Cirurgião<br />

tucionalida<strong>de</strong> contra o Governo do Estado,<br />

cobrando o PCCV. Entre os médicos<br />

presentes e que sofrem com a<br />

<strong>de</strong>svalorização da aposentadoria estão<br />

nomes reconhecidos como Augusto<br />

Teixeira, Assis Fernan<strong>de</strong>s, Jorge Cerqueira,<br />

Nelson Barros e outros.<br />

O Sindimed já <strong>de</strong>u entrada na Justiça<br />

(TJB), numa ação <strong>de</strong> cobrança<br />

que pleiteia o cumprimento do PCCV<br />

e o pagamento da Gratificação <strong>de</strong> Incentivo<br />

ao Desempenho (GID), para<br />

os médicos da ativa. Agora é a vez<br />

dos aposentados buscarem seus direitos,<br />

e o sindicato está atento e atuante<br />

nesse sentido. O assunto foi abordado<br />

com a Sesab, que disse estar sensível<br />

ao problema. Resta saber agora<br />

da Secretaria, qual o prazo para que<br />

o PCCV também seja aplicado aos<br />

aposentados.<br />

O Sindimed não se esquivou da luta<br />

por essa parcela da categoria.<br />

dr. Nelson Barros – Pediatra<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

23


Sinam em nova fase<br />

Des<strong>de</strong> 1998 a Associação Bahiana <strong>de</strong> Medicina disponibiliza<br />

uma alternativa <strong>de</strong> atendimento médico que traz benefícios<br />

para médicos e usuários: o Sinam – Sistema Nacional <strong>de</strong> Livre<br />

Acesso ao Médico.<br />

Ao completar <strong>10</strong> anos <strong>de</strong> existência, o Sinam conta com mais <strong>de</strong><br />

180 mil usuários, constituindo-se num importante mercado <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

para os médicos. Em fase <strong>de</strong> reestruturação, o sistema conta<br />

agora com uma diretoria específica, ocupada pelo Dr. Augusto<br />

Holmer, e terá uma página própria na internet e um novo mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> gerenciamento.<br />

O Sinam não é um plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, é um projeto alternativo <strong>de</strong><br />

assistência médica que não cobra mensalida<strong>de</strong>, não tem carência,<br />

nem condicionantes <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> doenças pré-existentes. Qualquer<br />

cidadão po<strong>de</strong> fazer parte, a participação no sistema é voluntária<br />

e sem intermediários. É livre a escolha dos profissionais cadastrados.<br />

O Atendimento por parte dos profissionais cadastrados no Sinam<br />

é particular, mediante a apresentação da carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do<br />

usuário. Os honorários pelos serviços prestados são pagos diretamente<br />

ao profissional, pessoa física ou jurídica, sem qualquer tipo<br />

<strong>de</strong> intermediação, obe<strong>de</strong>cendo os valores da Classificação Brasileira<br />

Hierarquizada <strong>de</strong> Procedimentos Médicos – CBHPM.<br />

24 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

Seguro <strong>de</strong> Afinida<strong>de</strong>s Sindimed<br />

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temporária e resi<strong>de</strong>ncial;<br />

• Condições diferenciadas em relação ao mercado em geral;<br />

• Benefício extensivo aos pais, filhos e cônjuges;<br />

• Opção <strong>de</strong> pagamento parcelado, SEM JUROS;<br />

• Não há cobrança <strong>de</strong> taxas adicionais por nenhum serviço prestado;<br />

• Não há custo <strong>de</strong> apólice;<br />

• Completo Serviço <strong>de</strong> Assistência 24 horas, 365 dias por ano;<br />

• Atendimento personalizado aos sindicalizados;<br />

• Apoio em caso <strong>de</strong> sinistro, com atendimento exclusivo e <strong>de</strong>dicado.<br />

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Rua Macapá, 241, Ondina, Salvador - BA - CEP 40.170-150 – Telefax: (071) 3555-2555 / 3555-2551 / 3555-2554<br />

Correio eletrônico: <strong>sindimed</strong><strong>ba</strong>@g<strong>de</strong>seguros.com.br<br />

► EspEra<br />

O Sindimed solicitou audiência ao novo presi<strong>de</strong>nte da União<br />

dos Municípios da Bahia (UPB), Roberto Maia, para expor<br />

as mais diversas situações referentes ao tra<strong>ba</strong>lho médico nas<br />

cida<strong>de</strong>s do interior. A solicitação foi feita há mais <strong>de</strong> dois<br />

meses e até agora o sindicato não recebeu reposta.<br />

► Médicos dE araquE<br />

Novas <strong>de</strong>núncias apontam a atuação <strong>de</strong> falsos médicos na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Esplanada. De acordo com os médicos da região,<br />

o exercício ilegal da profissão tem sido uma prática freqüente<br />

no hospital da cida<strong>de</strong>. Com a palavra as autorida<strong>de</strong>s.<br />

► casal do Mal<br />

O sindicato recebeu várias <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> que a Prefeitura da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itatim contratou um casal <strong>de</strong> falsos médicos <strong>de</strong><br />

prenomes Marcos e Márcia que atuam no PSF e no hospital<br />

regional. Encaminhamos a <strong>de</strong>núncia para o Cremeb e para a<br />

Promotoria Pública <strong>de</strong> Santa Terezinha, município vizinho,<br />

para que sejam adotadas as <strong>de</strong>vidas providências.<br />

► a EtErna novEla dE caMaçari<br />

Algumas novelas parecem que nunca vão aca<strong>ba</strong>r. Assim<br />

como a interminável Malhação, a novela <strong>de</strong> Camaçari chega<br />

a mais uma temporada com as histórias <strong>de</strong> sempre:<br />

péssimas condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho, falta <strong>de</strong> segurança e <strong>ba</strong>ixos<br />

salários. Os médicos do município não suportam mais<br />

conviver num cenário com postos <strong>de</strong> emergência e ambulatórios<br />

em situação precária. O sindicato, mais uma vez,<br />

solicitou audiência com o prefeito Luiz Caetano. Até o<br />

momento só obtivemos resposta do secretário <strong>de</strong> Administração,<br />

A<strong>de</strong>mar Delgado, que ficou <strong>de</strong> marcar uma reunião<br />

com o prefeito. Quando essa novela vai ter fim?<br />

► rEEncontro<br />

No dia 19 <strong>de</strong> março, o Sindimed esteve no Diretório Acadêmico<br />

Pirajá da Silva, da Escola Bahiana <strong>de</strong> Medicina e<br />

Saú<strong>de</strong> Pública (EBMSP). Na oportunida<strong>de</strong>, o presi<strong>de</strong>nte<br />

José Caires e o vice-presi<strong>de</strong>nte Francisco Magalhães, exintegrantes<br />

do DA, conversaram com os universitários e<br />

<strong>de</strong>monstraram o interesse <strong>de</strong> realizar estes encontros com<br />

frequência para que a questão da educação médica seja<br />

<strong>de</strong><strong>ba</strong>tida. Durante a visita, os representantes do sindicato<br />

encontraram um antigo funcionário da instituição. Maurício<br />

Pai Veio, que tra<strong>ba</strong>lha na Bahiana há mais <strong>de</strong> 50 anos,<br />

além <strong>de</strong> ser muito querido pelos estudantes da escola, é<br />

consi<strong>de</strong>rado um patrimônio vivo da EBMSP.<br />

B i s t u r i<br />

► privilégio sEM dor<br />

Outro hospital alvo <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia é o Manoel Vitorino.<br />

Na unida<strong>de</strong>, os médicos acusam os gestores que<br />

representam a Sesab <strong>de</strong> privilegiar a entrada <strong>de</strong> um<br />

grupo <strong>de</strong> anestesistas terceirizados pelo Governo do<br />

Estado em <strong>de</strong>trimento da manutenção <strong>de</strong> funcionários<br />

concursados.<br />

► abuso dE autoridadE<br />

Muitos médicos têm apresentado reclamações ao Sindimed<br />

em relação à atuação <strong>de</strong> alguns policiais militares nos<br />

hospitais. No Hospital São Jorge, uma <strong>de</strong>legada chegou a<br />

ameaçar um médico pediatra <strong>de</strong> prisão. O mesmo aconteceu<br />

no HGE. Este comportamento, além <strong>de</strong> reprovável, é contrário<br />

a <strong>de</strong>mocracia. Esperamos providências da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Segurança Pública. Em casos semelhantes, o médico<br />

po<strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>núncia através da Ouvidoria do Sindimed ou<br />

pelo site http://www.<strong>sindimed</strong>-<strong>ba</strong>.org.br/.<br />

Foto: Djalma Rocha<br />

► bola dE nEvE<br />

Dois meses <strong>de</strong> salários atrasados, condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

ruins, falta <strong>de</strong> aparelhos e medicamentos são alguns<br />

dos problemas enfrentados pelos médicos que tra<strong>ba</strong>lham<br />

no Hospital da Bahia. A todas estas limitações,<br />

soma-se ainda a questão do vínculo precarizado (PJ),<br />

a que muitos profissionais da unida<strong>de</strong> estão submetidos.<br />

Insatisfeitos com este quadro, alguns profissionais<br />

pediram <strong>de</strong>missão do hospital, o que ocasionou a falta<br />

<strong>de</strong> algumas especialida<strong>de</strong>s. A equipe <strong>de</strong> gastro foi uma<br />

<strong>de</strong>las, resultando na carência <strong>de</strong> profissionais para a<br />

realização <strong>de</strong> endoscopia. O Sindimed está agendando<br />

uma visita para apurar a situação e pedir providências<br />

à administração do hospital.<br />

<strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

25


O P I N I Ã O M É D I C A NeM beM SaIU O MOSqUITO e lá VeM O POrCO...<br />

SUgeSTÃO<br />

Preten<strong>de</strong>ndo participar do movimento nacional pela restauração<br />

e melhoria da assistência à saú<strong>de</strong> pública em nosso País, estu<strong>de</strong>i<br />

e organizei um programa nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>nominado<br />

Pronasp, para o qual gostaria <strong>de</strong> chamar a atenção da revista<br />

do Sindimed, sua análise e possível publicação nas próximas edições.<br />

Para mais <strong>de</strong>talhes, solicito visitar: www.jornalmunicipal.<br />

blogspot.com.<br />

Itamar José <strong>de</strong> Oliveira - cirurgião geral, sindicalizado.<br />

PSF<br />

Sou médica <strong>de</strong> um PSF há 11 meses e fui <strong>de</strong>spedida. Gostaria<br />

<strong>de</strong> saber dos meus direitos. Eles justificam <strong>ba</strong>seando na folha<br />

<strong>de</strong> pagamento, porém o secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> me comunicou e não<br />

me <strong>de</strong>u nenhum documento. É necessário ou não? Agra<strong>de</strong>ço pela<br />

orientação, tentarei agendar a consulta com o advogado. Sou do<br />

interior, o que dificulta um pouco. Porém estamos sem contrato,<br />

daí não sei como ficam as coisas.<br />

Dra. Andresa - médica do PSF.<br />

Olá Andresa, você <strong>de</strong>ve ter um contrato <strong>de</strong>terminado para um<br />

ano, que é garantido por lei. Porém, você <strong>de</strong>ve receber alguns direitos.<br />

E necessário conversar com a advogada. Ligue para 3555-<br />

2555 e marque um horário. Uma primeira consulta você terá in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> ser sindicalizada. Caso precise acionar nossa<br />

Defensoria Jurídica, você <strong>de</strong>verá sindicalizar-se.<br />

DeNúNCIa aTraVÉS DO SITe<br />

Sou médico em Crisópolis. Até hoje não recebi o salário referente<br />

a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008. Já tentei <strong>de</strong> todas as formas receber,<br />

inclusive contatos com o prefeito e o secretario <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que me<br />

mandaram buscar a Justiça. A Secretaria <strong>de</strong> Administração também<br />

não <strong>de</strong>u em nada, gostaria que o Sindimed entrasse em contato<br />

com a Prefeitura para eles viabilizarem o pagamento. Prefeitura<br />

<strong>de</strong> Crisópolis: 75 34432182.<br />

Cleber Santos<br />

SaúDe eM CaMaçarI<br />

Tenho tra<strong>ba</strong>lhado por muitas cida<strong>de</strong>s do interior, conhecendo<br />

um pouco da realida<strong>de</strong> do médico e <strong>de</strong> sua relação com os gestores<br />

da saú<strong>de</strong>. Na maioria das vezes, não somos valorizados, nem<br />

ouvidos quando a questão envolve melhoria das condições <strong>de</strong> tra<strong>ba</strong>lho<br />

e <strong>de</strong> salários.<br />

Tive uma experiência no âmbito tra<strong>ba</strong>lhista, quando organizamos<br />

uma <strong>de</strong>missão coletiva, tendo avisado o Ministério Público, a<br />

Prefeitura, o secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a diretoria do Hospital <strong>de</strong> Santa<br />

Luz. Deixamos claras nossas solicitações, e uma negativa levaria<br />

à <strong>de</strong>missão coletiva. Fomos bem sucedidos, porém precisamos <strong>de</strong><br />

26 <strong>Março</strong>/<strong>Maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />

uma orientação do nosso sindicato para proce<strong>de</strong>rmos totalmente<br />

<strong>de</strong>ntro da lei, inclusive sensibilizando a população para a nossa<br />

luta, melhorando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em Camaçari.<br />

Sou amplamente a favor das greves como mecanismo legítimo<br />

pelos direitos tra<strong>ba</strong>lhistas, achando que <strong>de</strong>ve ser a via mais<br />

comemorada entre os colegas, visto que a mais eficaz. Po<strong>de</strong>mos<br />

ter como exemplo, os profissionais médicos <strong>de</strong> Maceió, quando<br />

daquela greve, que envolveu propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão coletiva... até<br />

o Governo Fe<strong>de</strong>ral se envolveu para não <strong>de</strong>ixar a situação generalizar<br />

pelo País...<br />

Como sugestão, já que é tão difícil mobilizar os colegas, seria<br />

i<strong>de</strong>al uma lista <strong>de</strong> e-mails <strong>de</strong> todos os médicos <strong>de</strong> Camaçari, on<strong>de</strong><br />

se faria contato semanal ou quem sabe até diário, para os mesmos<br />

exporem suas insatisfações. Somos gigantes adormecidos, só a<br />

nós cabe o nosso <strong>de</strong>stino. Devemos fazer por on<strong>de</strong> e proporcionar<br />

a nós mesmos a melhora da nossa categoria, sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

dos humores <strong>de</strong> gestores tão pouco compromissados com qualquer<br />

outra coisa senão seus próprios “umbigos”.<br />

“Gran<strong>de</strong>s realizações e gran<strong>de</strong>s amores envolvem gran<strong>de</strong>s riscos”<br />

- Provérbio chinês.<br />

Ciro Leal<br />

Colega Ciro, foi muito boa esta sua manifestação. Devo dizer<br />

que sempre solicitamos audiência com o prefeito, mas não fomos<br />

atendidos. Recentemente o secretário da Administração, A<strong>de</strong>mar<br />

Delgado, nos procurou para uma conversa. Fizemos nossa proposta<br />

do piso da Fenam e solicitamos uma contraproposta para<br />

então convocarmos uma assembleia. Não tivemos resposta a não<br />

ser os boatos <strong>de</strong> que pagariam R$ 4.115,00.<br />

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A estrutura do Hospital Unimed é uma das mais mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> Salvador.<br />

São mais <strong>de</strong> <strong>10</strong> mil metros quadrados <strong>de</strong> área equipados com unida<strong>de</strong><br />

ambulatorial, laboratórios, diversas especialida<strong>de</strong>s médicas, serviço <strong>de</strong><br />

Day Hospital para procedimentos cirúrgicos e um padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que<br />

inclui uma estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água. Tudo isso é muito importante,<br />

mas o que faz o Hospital Unimed uma referência na área da saú<strong>de</strong> é bem<br />

mais que aparelhos e instalações. É a <strong>de</strong>dicação com que a nossa equipe<br />

cuida das pessoas. Esse é o maior conforto que um hospital po<strong>de</strong> oferecer.

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