jornal sintracom 381 - abril.end - SINTRACOM-BA

JORNAL DO
2 3
DBA não cumpre a lei
A DBA Engenharia, que faz a
manutenção de hotéis, supermercados
e bancos, continua
descumprindo a lei. A empresa
não deposita o FGTS dos trabalhadores
há mais de um ano.
Desse jeito, vamos chamar a
DRT!
Fator continua no erro
E o grupo Fator insiste no
erro. Continua contratando
empreiteiras totalmente irregulares,
que lesam os trabalhadores,
não depositam
FGTS, não cumprem a Convenção
Coletiva e querem
aplicar o tal contrato por obra
certa, instrumento ilegal, que só
serve para usurpar os direitos
dos trabalhadores. A diretoria
do SINTRACOM-BA já está
Merrett atrasa salários e peões param obra no Maristas
ESTAMOS EM GREVE
Veja só que contradição! A
Merrett Construção é contratada
para fazer obra em colégio de
cansada de chamar a DRT. Está
precisando parar pra acertar.
grã-finos e atrasa por
mais de 60 dias o salário
do peão!
Revoltados, 30 trabalhadores
da obra do
Colégio Maristas, em
Patamares, decidiram
cruzar os braços, no 4
de abril e, dia 5, a empresa
decidiu liberar os
trabalhadores, até que
receba a fatura do colégio
Maristas e possa
pagar os salários.
Os trabalhadores estão unidos
com o SINTRACOM-BA e firmes
Falta de segurança
é grave na ECPL
De novo a ECPL, envolvida
em acidente fatal. No dia 17 de
março, morreu eletrocutado o
operário Valdomiro Oliveira da
Silva, quando operava um
carro-muq, em Brumado,
região da Chapada. A empresa
é instaladora da rede elétrica e
terceirizada da Coelba, com
atuação em Brumado e região.
Em novembro de 2005, um
outro acidente, terminou com a
amputação do braço do
operário Cláudio Andrade da
Silva. Em 2002 e 2003 aconteceram
mais dois acidentes
fatais com trabalhadores. O
SINTRACOM-BA já deu
entrada no Ministério Público,
em pedido de investigação, para
responsabilizar a Coelba e
a EPCL.
na luta. Só retornam ao trabalho
quando receberem os atrasados.
Desde o dia 28/03 o SINTRA-
COM-BA solicitou uma reunião
com a DRT para tratar dessa
questão, mas ainda não obteve
resposta.
O Colégio Maristas é um dos
mais tradicionais da cidade e
está construindo uma nova
unidade, em Patamares, anexa
ao Lar Maristas, onde são realizadas
festas, eventos esportivos
e religiosos.
Pega mal, heim! A Merrett diz
que não recebeu do Maristas.
Greve neles!
Foi dada a largada para a campanha de cerâmica
Dia 5 de abril o SINTRACOM-
BA entregou a pauta de negociação
ao Sindcer - Sindicato da
Cerâmica, dando início às negociações
da campanha salarial
2006, data-base maio. Agora é
preciso que a categoria esteja
unida e firme na luta para garantir
a vitória!
Os trabalhadores reivindicam:
17% de reajuste, incluindo a
inflação do período, mais aumento
real; piso salarial mínimo de R$
381,00 (referente a ajudante
comum); 6% sobre o salário,
pagos mensalmente, a título de
anuênio, a partir de 1º de maio/
2006 e pagamento de 5% mensal,
PROPOSTA DE PISOS PARA A CERÂMICA
sobre o salário base, como produtividade.
Querem ainda: a implantação
de programa de Lucros e Resultados,
no prazo máximo de 30 dias,
e enquanto não for implantado, o
pagamento semestral de 50% sobre
o salário, a título de participação;
cesta básica com 12 produtos;
ticket refeição no valor de R$
10,00 por dia, quando as empresas
não oferecerem almoço; fornecimento
de café da manhã;
Uma novidade, que atende ao
chamamento da Campanha da Fraternidade,
lançada pela CNBB, a
inclusão de cláusula referente ao
ressarcimento, pela empresa, de
despesas com saúde e educação dos
filhos excepcionais dos empregados.
Planejamento 2006: a importância do sindicato
SINTRACOM-BA debate precarização
do trabalho e racismo na construção civil
No dia 8/04, o SINTRACOM-BA
realizou no Espaço Dom Bosco, na
Avenida Paralela, o 1º Seminário sobre
a Trajetória do Negro na Construção
Civil na Bahia. O evento teve o apoio da
Assembléia Legislativa e contou com a
participação da vereadora (PCdoB) e
ex-Secretária de Educação e Cultura
de Salvador, Olívia Santana, do
deputado estadual (PCdoB) Álvaro
Gomes e do sociólogo Valdir Estrela,
cuja monografia de conclusão do curso
de Ciências Sociais teve como tema “A
Precarização do Trabalho na Construção
Civil de Salvador”.
Olívia Santana lembrou que “é difícil
ver um branco carregando bloco, na
construção civil” e que “a abolição não
teve política de inserção do negro, para
quem restaram as funções sem
qualificação”. O racismo “é uma grande
opressão e marca a história dos
trabalhadores e do poder no Brasil”,
disse.
E convidou a todos para a comparecerem,
dia 18, às 19 horas, na
Câmara de Vereadores, quando será
concedida a Medalha Zumbi dos Palmares
a compositor baiano Nelson
Rufino, autor de “Vazio” (Está faltando
uma coisa em mim), “Todo menino é
um rei” e “Verdade” (gravado por Zeca
Pagodinho).
O deputado Álvaro Gomes lembrou
que 90,6% dos trabalhadores da construção
civil na Bahia são negros e 94,8%
são homens. “É uma categoria que
sofre com um trabalho penoso e
pesado”. E que é necessário lutar para
mudar essa discriminação. E informou
que a AL aprovou sua indicação para
conceder o título de cidadão baiano ao
cantor e compositor Martinho da Vila.
Valdir Estrela falou sobre sua monografia:
“A categoria dos trabalhadores
da construção civil tem o poder
de transformar os espaços na cidade,
que é um papel tão importante, mas
não tem retorno pessoal, nem profissional.
Sua pesquisa foi desenvolvida de
22 de junho a 29 de setembro de 2004,
em canteiros de obras no Candeal,
Metrô, Morada dos Cardeais (Campo
Grande) e da maternidade no Pau
Miúdo. E concluiu que a precarização
do trabalho na construção civil é intensa
e permanente.
A Diretoria do SINTRACOM-BA se reuniu
nos dias 30 e 31 de março, e 1º de abril, em
Imbassahy, para planejar suas ações e metas
para 2006. Os diretores debateram o papel
político e sindical, e a importância do sindicato
para garantir o respeito aos direitos dos
trabalhadores.
O Planejamento contou com a presença do
presidente da CUT, Everaldo Augusto, e do
deputado federal Daniel Almeida (PC do B). O
dirigente sindical falou sobre o momento
político nacional e internacional, e acusou o
presidente Bush, dos Estados Unidos, de ser
o grande responsável pela instabilidade
internacional e de ser uma ameaça à paz no
continente americano.
Dentro do quadro da América Latina,
Everaldo Augusto diz: “Dá pra entender que
uma outra América está em marcha”. E que no
Brasil estamos vivendo um momento de grande
confusão ideológica, mas é preciso ter firmeza.
“A ocupação dos espaços democráticos é
muito importante”, analisa, lembrando que a
situação internacional é a matriz do que
acontece no Brasil.
Ele lembrou que das vagas de postos de
trabalho criadas no Governo Lula, 25% são no
setor da construção civil. E que há essa
cruzada moralista contra a corrupção é o
discurso mais fácil que a direita reacionária
usa para desestabilizar o governo.
O dirigente da CUT lembrou que um
sindicato sem mobilização não é nada, que é
necessário “ter visão estratégica, pois estamos
vivendo momentos que antecedem a uma
virada política na América Latina”, com a luta
contra o racismo, a luta pela cidadania, a
mobilização das mulheres, por salários e
melhores condições de trabalho e de vida.
“Tudo isso terá um desfecho”, diz Everaldo
Augusto, para a construção de “uma nova
hegemonia” (comando) para o movimento
sindical. E finalizou: “O sindicato é a escola do
socialismo”.