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Fundamentos de Radioproteção Conceitos Básicos

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FUNDAMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO<br />

<strong>Fundamentos</strong> <strong>de</strong> <strong>Radioproteção</strong><br />

<strong>Conceitos</strong> <strong>Básicos</strong><br />

Programa Específico <strong>de</strong> Treinamento<br />

Proteção Radiológica<br />

<strong>Conceitos</strong> Gerais<br />

Preparado por<br />

Matias Puga Sanches<br />

FUNDAMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO<br />

<strong>Radioproteção</strong> – 2001<br />

APO-NP-002<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Radioproteção</strong> - NP<br />

Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Energéticas e Nucleares<br />

Comissão Nacional <strong>de</strong> Energia Nuclear – CNEN/SP


FUNDAMENTOS DE FÍSICA<br />

CONCEITOS BÁSICOS<br />

Eng o Matias Puga Sanches<br />

Do que é feito o mundo?<br />

O mundo é feito <strong>de</strong> um conglomerado <strong>de</strong> poucos blocos construtivos fundamentais, isto é,<br />

objetos simples e sem estrutura, não po<strong>de</strong>m ser subdivididos.<br />

Antigamente o homem pensava que o mundo era composto <strong>de</strong> quatro elementos básicos.


O que é um átomo?<br />

Por volta <strong>de</strong> 1900, pensava-se que os átomos eram pequenas bolas. Porém por meio <strong>de</strong><br />

experimentos verificou-se que os átomos possuem uma estrutura não sendo somente<br />

pequenas bolas. Estes experimentos ajudaram aos cientistas a <strong>de</strong>monstrar que os átomos<br />

possuem um núcleo positivo <strong>de</strong>nso e uma nuvem <strong>de</strong> elétrons, e que o núcleo possui<br />

prótons e nêutrons.<br />

Todas as coisas e pessoas no mundo, são compostas <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> matéria,<br />

elementos químicos. A menor parte <strong>de</strong> cada elemento é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> átomo. Um átomo é<br />

tão pequeno que po<strong>de</strong> ser visto somente através <strong>de</strong> microscópios muito potentes. Porém o<br />

átomo é a essência <strong>de</strong> cada uma das substâncias existentes no universo.<br />

Existem diferentes tipos <strong>de</strong> átomo?<br />

O tipo <strong>de</strong> átomo é único para cada um dos elementos existentes, tais como o ouro, a prata, o<br />

chumbo, o estanho, o rádio, o carbono, o tório. O nosso corpo é composto principalmente<br />

<strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> hidrogênio, carbono, oxigênio e cálcio. A fixação das lâmpadas numa sala é<br />

feita por algum tipo <strong>de</strong> átomo <strong>de</strong> um metal. O ar que nós respiramos, é composto <strong>de</strong> átomos<br />

<strong>de</strong> oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e outros. A água é composta <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> hidrogênio e<br />

oxigênio.


O que é radioativida<strong>de</strong>?<br />

Algumas vezes o centro <strong>de</strong> um átomo, seu núcleo, possui muita energia. Um átomo não<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ter esta energia para sempre. Mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, o átomo <strong>de</strong>ve livrar-se <strong>de</strong>ste<br />

excesso <strong>de</strong> energia e retornar ao seu estado normal, estável. Os átomos que possuem muita<br />

energia em seu núcleo são chamados <strong>de</strong> radioativos. Livram-se do excesso <strong>de</strong> energia<br />

emitindo radiação. Alguns átomos radioativos existem naturalmente no planeta, outros são<br />

produzidos artificialmente pelo homem.


O que é radiação?<br />

Um átomo radioativo emite radiação para livrar-se do excesso <strong>de</strong> energia. A radiação po<strong>de</strong><br />

ser emitida na forma <strong>de</strong> partículas que se movimentam em alta velocida<strong>de</strong>, ou na forma <strong>de</strong><br />

energia pura.<br />

A radiação é um termo amplo que inclui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> coisas como o calor, a luz, as ondas <strong>de</strong> radio,<br />

as microondas e outras formas familiares <strong>de</strong> energia. Quando são emitidas radiações <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

um átomo elas se movimentam em alta velocida<strong>de</strong>. Isto faz com que elas portem muita<br />

energia. Quando as radiações coli<strong>de</strong>m com alguma coisa, <strong>de</strong>positam parte ou toda a sua<br />

energia no objeto com o qual tenha colidido.<br />

Po<strong>de</strong>mos comparar as radiações emitidas por um átomo com os raios emitidos pelo sol.<br />

Quando os raios solares atingem o nosso corpo <strong>de</strong>positam a sua energia e a sensação <strong>de</strong><br />

calor que sentimos é a energia absorvida da radiação solar. Quando a radiação emitida por<br />

um átomo radioativo penetra em um objeto, <strong>de</strong>posita sua energia neste objeto tal como os<br />

raios solares <strong>de</strong>positam sua energia no nosso corpo.


O que é uma unida<strong>de</strong>?<br />

Uma unida<strong>de</strong> é uma maneira pela qual expressamos as medidas realizadas. Por exemplo,<br />

um metro é uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento. Um segundo é uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo. Um<br />

quilograma é uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa.<br />

Qual é o significado do sievert?<br />

O sievert é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> radiação. Normalmente é usado para <strong>de</strong>screver a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia que é <strong>de</strong>positada em algum material ou em alguma pessoa. Se o<br />

nosso corpo absorver energia equivalente a aproximadamente 0,2 milésimos <strong>de</strong> uma caloria,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que estamos recebendo um sievert <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> radiação.<br />

O sievert é uma dose <strong>de</strong> radiação muito gran<strong>de</strong>?<br />

Quando comparado com a dose <strong>de</strong> radiação que uma pessoa recebe, normalmente, todos<br />

os dias <strong>de</strong> sua vida proveniente das fontes <strong>de</strong> ocorrência natural, o sievert é uma dose <strong>de</strong><br />

radiação muito gran<strong>de</strong>, como uma tonelada é uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa muito gran<strong>de</strong><br />

quando comparada com o sal que salpicamos em nossa salada, e um quilômetro é uma<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento muito gran<strong>de</strong> quando comparada com o comprimento <strong>de</strong> um<br />

pãozinho que consumimos diariamente.


Existem unida<strong>de</strong>s menores que o sievert?<br />

Sim, existem os sub múltiplos do sievert, o centisievert, o milisievert e o microsievert. Um<br />

centisievert é a centésima parte do sievert, 1/100, 1 cSv; o milisievert é a milésima parte do<br />

sievert, 1/1000, 1 mSv; e o microsievert é a milionésima parte do sievert, 1/1000000, 1 µSv.<br />

Qual é o significado do termo taxa média?<br />

Uma taxa é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida em particular que ocorre durante um<br />

certo período <strong>de</strong> tempo. Por exemplo, quilômetros por hora é uma taxa <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, ou a<br />

distância percorrida por hora. Da mesma maneira o microsievert por hora é uma taxa <strong>de</strong><br />

dose, ou a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>positada durante o período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> uma hora.


Qual é o significado do bequerel?<br />

Um bequerel é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>. Representa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> átomos<br />

radioativos existentes em um conjunto <strong>de</strong> átomos em particular emitindo radiação. Do<br />

mesmo modo que uma resma <strong>de</strong> papel em um trefilador proporciona 500 folhas, um<br />

bequerel <strong>de</strong> rádio num recipiente proporciona 1 átomo <strong>de</strong> rádio emitindo radiação. Uma<br />

outra unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> é o curie que proporciona 37 000 000 000 <strong>de</strong> átomos<br />

emitindo radiação e eqüivale a 37 gigabequerel, 37 GBq.<br />

Um curie ou 37 GBq é uma quantida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>?<br />

Sim, se comparado com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> natural existente no nosso corpo, é<br />

uma quantida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>, aproximadamente <strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong> vezes maior. Portanto, é<br />

mais conveniente usarmos unida<strong>de</strong>s menores para indicar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong><br />

natural presente no nosso corpo, o bequerel ou o picocurie que eqüivale a um trilhionésimo<br />

<strong>de</strong> um curie, 1/ 1000000000000 Ci.


Existe um modo mais fácil <strong>de</strong> diferenciar o milisievert do bequerel?<br />

Sim, existe. Uma boa chama para aquecimento numa lareira é um bom exemplo para<br />

explicar a diferença entre estes dois termos. Numa lareira, a ma<strong>de</strong>ira que está sendo<br />

queimada irradia calor. Neste caso, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que está sendo queimada,<br />

combustível da lareira, é similar à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bequerel <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>. A quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> calor liberada pela lareira, energia, é similar à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> milisievert, energia da<br />

radiação.


Existe uma outra maneira para explicar o termo bequerel?<br />

Sim, vamos supor que estamos em um estádio assistindo a um evento esportivo. Quando<br />

acontece algo excitante, po<strong>de</strong>mos notar o disparo <strong>de</strong> vários lampejos <strong>de</strong> luz proveniente das<br />

câmaras fotográficas existentes no local. Se fosse possível contar, <strong>de</strong> algum modo, o<br />

número <strong>de</strong> lampejos durante um intervalo <strong>de</strong> tempo, consi<strong>de</strong>re 1 minuto, seria obtida a taxa<br />

<strong>de</strong> lampejos <strong>de</strong> todas as câmaras presentes no estádio. Esta medida é similar à<br />

<strong>de</strong>terminação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> existente em uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

material. Neste caso, conta-se as <strong>de</strong>sintegrações <strong>de</strong> radiação (lampejos) emitidas pelos<br />

átomos (câmaras) por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, 1 minuto. Quando são observadas 60<br />

<strong>de</strong>sintegrações por minuto tem-se a medida <strong>de</strong> 1 becquerel <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>,<br />

1 <strong>de</strong>sintegração por segundo.<br />

Como o milisievert po<strong>de</strong> ser explicado fazendo uso análogo ao bequerel?<br />

Vamos supor que durante o período em que se encontra <strong>de</strong>ntro do estádio você está<br />

portando um medidor <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> para medir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que é emitida em<br />

cada lampejo. O período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> medida é <strong>de</strong> uma hora. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz medida<br />

pelo medidor é a medida da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia proveniente das câmaras que estão<br />

fotografando <strong>de</strong>ntro do estádio. Esta medida é similar à dose <strong>de</strong> radiação (energia)<br />

proveniente dos átomos (câmaras) por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, uma hora. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

medida po<strong>de</strong> ser comparada ao milisievert por hora.


Qual é o significado do termo bequerel por quilograma?<br />

Este termo está relacionado com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> existente numa certa<br />

massa <strong>de</strong> substância sólida. Uma tonelada <strong>de</strong> concreto possui 454 kg <strong>de</strong> cascalho, 227 kg<br />

<strong>de</strong> cimento, e 227 kg <strong>de</strong> água. Para <strong>de</strong>screver esta mistura <strong>de</strong> concreto, po<strong>de</strong>ríamos dizer<br />

que o mesmo contém 227 kg por tonelada <strong>de</strong> cimento. Isto significa que para cada kg <strong>de</strong><br />

concreto, existirá um quarto <strong>de</strong> kg <strong>de</strong> cimento presente. Similarmente, se você quiser<br />

po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>screver a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> que existe comumente no solo, isto é,<br />

aproximadamente 37 Bq/kg <strong>de</strong> rádio, 37 Bq/kg <strong>de</strong> tório, e um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> outros<br />

elementos radioativos. Isto significa dizer que em um quilograma <strong>de</strong> solo também existem<br />

37 Bq <strong>de</strong> rádio e 37 Bq <strong>de</strong> tório, juntamente com os outros elementos radioativos<br />

encontrados comumente no solo.<br />

Qual é o significado do termo bequerel por litro?<br />

Este termo está relacionado com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> existente num litro <strong>de</strong> uma<br />

substância líquida. A água coletada, diretamente, na torneira contém aproximadamente 370<br />

microbequerel por litro <strong>de</strong> urânio, rádio e chumbo radioativo. Po<strong>de</strong> conter também um valor<br />

entre 4 a 15 bequerel por litro <strong>de</strong> hidrogênio radioativo, entre 4 a 20 bequerel por litro <strong>de</strong><br />

carbono radioativo, entre 0,4 a 1,2 bequerel por litro <strong>de</strong> berílio, e uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

outros elementos tais como o alumínio, cloro, silício, chumbo, bismuto, polônio, e argônio.<br />

Po<strong>de</strong> conter <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 4 a 40 bequerel por litro <strong>de</strong> gás radônio, principalmente, se for água<br />

retirada <strong>de</strong> um poço.


Existe radioativida<strong>de</strong> ao nosso redor?<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar, absolutamente, que sim. A terra sempre foi radioativa. Qualquer pessoa e<br />

coisa no planeta possui radioativida<strong>de</strong>. De fato a radioativida<strong>de</strong> natural no ambiente tem<br />

sido aproximadamente a mesma todos os dias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio da era neolítica, a mais <strong>de</strong><br />

10000 anos atrás.


Existe radioativida<strong>de</strong> no nosso corpo?<br />

Sim. Durante nossa vida, nosso corpo abriga quantida<strong>de</strong>s mensuráveis <strong>de</strong> átomos<br />

radioativos. Cerca da meta<strong>de</strong> da radioativida<strong>de</strong> em nosso corpo tem origem no potássio-40,<br />

uma forma radioativa natural do potássio. O potássio é um nutriente importante para o<br />

cérebro e os músculos. Parte da radioativida<strong>de</strong>, restante no nosso corpo, provém do<br />

carbono e hidrogênio radioativo.<br />

Carregamos em nosso corpo aproximadamente 4,5 quilobequerel <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>. Estas<br />

substâncias <strong>de</strong> ocorrência natural expõem o nosso corpo a aproximadamente 250<br />

microsievert por ano, 250 µSv/a.<br />

A maior parte das substâncias radioativas entram no nosso corpo pelos alimentos, água e<br />

ar que consumimos. O nosso corpo usa as formas radioativas e não radioativas dos<br />

elementos vitais ao nosso organismo tais como o iodo e o sódio. A radioativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

encontrada em todos os alimentos.<br />

Existem outras fontes <strong>de</strong> radiação natural?<br />

Um outro tipo <strong>de</strong> radiação natural é a radiação cósmica proveniente do sol e das estrelas.<br />

Devido a atmosfera terrestre absorver parte <strong>de</strong>sta radiação, as pessoas que vivem em<br />

maiores altitu<strong>de</strong>s recebem maiores doses que aquelas que vivem em altitu<strong>de</strong>s mais baixas.<br />

Geralmente para cada aumento <strong>de</strong> 30 metros na altitu<strong>de</strong> existe um incremento na dose anual<br />

<strong>de</strong> 10 microsievert.<br />

Viagens aéreas aumenta a nossa exposição a radiação cósmica.<br />

Em Ohio, nos Estados Unidos, a radiação presente no solo e rochas contribui com uma<br />

dose <strong>de</strong> aproximadamente 600 microsievert por ano. Em Kerala, na Índia, esta radioativida<strong>de</strong><br />

proveniente do solo e rochas po<strong>de</strong> contribuir com uma dose aproximada <strong>de</strong> 30 milisievert<br />

por ano, e a praia <strong>de</strong> Guarapari, Brasil, apresenta uma taxa <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> aproximadamente 50<br />

microsievert por hora.


Viver em uma casa <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, a contribuição da radioativida<strong>de</strong> proveniente dos materiais<br />

<strong>de</strong> construção proporciona uma dose <strong>de</strong> 300 a 500 microsievert por ano. Numa casa <strong>de</strong><br />

alvenaria, esta dose é <strong>de</strong> 0,5 a 1 milisievert por ano.<br />

A radioativida<strong>de</strong> encontra-se presente em outras coisas?<br />

Sim. Os indivíduos do público po<strong>de</strong>m receber os seguintes tipos <strong>de</strong> exposição:<br />

13 milisievert por ano em média para fumantes.<br />

6,5 milisievert para cada exame <strong>de</strong> cérebro em medicina nuclear.<br />

5 milisievert para cada exame <strong>de</strong> tireói<strong>de</strong> em medicina nuclear.<br />

4 milisievert para uma lavagem <strong>de</strong> estômago com bário.<br />

2,5 milisievert para uma série do trato gastro intestinal superior.<br />

1,5 milisievert para um exame pulmonar em medicina nuclear.<br />

1,1 milisievert para uma tomografia computadorizada <strong>de</strong> cabeça e corpo.<br />

75 microsievert por ano para parceiros <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> marcapasso.<br />

60 microsievert por radiografia <strong>de</strong>ntária.<br />

20 microsievert por ano pelo uso <strong>de</strong> camisinha <strong>de</strong> lampião.<br />

10 a 60 microsievert por ano pelo consumo <strong>de</strong> água doméstica.<br />

10 microsievert por ano por assistir televisão.<br />

5 microsievert por ano para consumo <strong>de</strong> 200 grama <strong>de</strong> castanha do Pará.<br />

3 microsievert por ano por consumo <strong>de</strong> combustíveis.<br />

1 microsievert por ano ao dormir com um parceiro.


É correto dizer que quase tudo que existe é radioativo?<br />

Sim, a radiação está presente em todos os locais. O nosso corpo e o mundo ao nosso redor<br />

são radioativos, porém não existe razão para alarmar-se. Existem níveis muito pequenos <strong>de</strong><br />

radioativida<strong>de</strong> natural, porém <strong>de</strong>tectáveis. Estamos expostos constantemente a radiação<br />

proveniente do sol e do cosmo. A radioativida<strong>de</strong> está presente no solo, ar, edifícios,<br />

alimentos, água, e produtos que consumimos. Um indivíduo do público recebe uma dose<br />

média <strong>de</strong> 4 milisievert por ano <strong>de</strong> origem nesta radioativida<strong>de</strong>.<br />

Esta dose média <strong>de</strong> 4 mSv/ano é perigosa?<br />

Não, nenhum efeito foi observado em doses inferiores a 50 milisievert recebidas durante um<br />

período <strong>de</strong> um ano. De fato, os efeitos po<strong>de</strong>m ser observados quando as pessoas são<br />

expostas a doses <strong>de</strong> 1 sievert por um período <strong>de</strong> tempo bastante curto. Estes efeitos po<strong>de</strong>m<br />

ser temporários e reversíveis. Doses <strong>de</strong> 5 sievert se recebidas em um período <strong>de</strong> tempo<br />

bastante curto po<strong>de</strong>m causar morte.


DECAIMENTO E MEIA VIDA<br />

Qual é o significado do termo <strong>de</strong>caimento <strong>de</strong> um radionuclí<strong>de</strong>o?<br />

Lembre-se que um radionuclí<strong>de</strong>o representa um elemento com uma combinação particular<br />

<strong>de</strong> prótons e nêutrons (nucleons) no núcleo do átomo. Um radionuclí<strong>de</strong>o possui uma<br />

combinação instável <strong>de</strong> nucleons e emite radiação no processo <strong>de</strong> obtenção da<br />

estabilida<strong>de</strong>. A obtenção <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> envolve o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento radioativo. Um<br />

<strong>de</strong>caimento, também conhecido como uma <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong> um nuclí<strong>de</strong>o radioativo,<br />

acarreta, necessariamente, uma mudança <strong>de</strong> uma combinação instável <strong>de</strong> nêutrons e<br />

prótons no núcleo para uma combinação estável, ou mais estável. O tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento<br />

<strong>de</strong>termina se a razão nêutrons – prótons aumentará ou diminuirá para alcançar uma<br />

configuração mais estável. Também <strong>de</strong>termina o tipo <strong>de</strong> radiação emitida.<br />

Como o átomo radioativo <strong>de</strong>cai?<br />

Os átomos radioativos <strong>de</strong>caem principalmente por <strong>de</strong>caimento alfa, emissão <strong>de</strong> radiação<br />

beta negativa, emissão <strong>de</strong> pósitron, e captura eletrônica.


Como o número <strong>de</strong> nêutrons – prótons varia em cada tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

O <strong>de</strong>caimento alfa ocorre, normalmente, em núcleos que são muito gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tal maneira<br />

que não po<strong>de</strong>m ser estáveis. No <strong>de</strong>caimento alfa, o núcleo ejeta um núcleo <strong>de</strong> hélio,<br />

partícula alfa, composto <strong>de</strong> dois nêutrons e dois prótons, reduzindo a massa do núcleo<br />

original <strong>de</strong> quatro unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> massa. Este núcleo menor é mais fácil <strong>de</strong> se manter estável.<br />

O que é <strong>de</strong>caimento beta?<br />

No <strong>de</strong>caimento beta negativo, o núcleo contém um excesso <strong>de</strong> nêutrons. Para corrigir esta<br />

condição instável, um nêutron é convertido em um próton, o que conserva o núcleo do<br />

mesmo tamanho, isto é, possui a mesma massa atômica, porém aumenta o número <strong>de</strong><br />

prótons e, portanto, o número atômico. No processo <strong>de</strong>sta conversão, uma partícula beta<br />

com uma carga negativa é ejetada do núcleo.


O que falar sobre o <strong>de</strong>caimento por pósitrons?<br />

No <strong>de</strong>caimento por pósitrons, ocorre uma situação oposta: a razão próton – nêutrons é<br />

maior que a <strong>de</strong>sejada. Consequentemente, um próton é convertido em um nêutron e uma<br />

partícula beta, porém com carga positiva, é ejetada. Novamente, o núcleo permanece do<br />

mesmo tamanho, porém o número <strong>de</strong> prótons diminui <strong>de</strong> um.<br />

O que é captura eletrônica?<br />

A captura eletrônica resulta do mesmo modo que no <strong>de</strong>caimento por pósitrons on<strong>de</strong>, no<br />

processo, o núcleo permanece do mesmo tamanho e o número <strong>de</strong> prótons reduz <strong>de</strong> um.<br />

Neste tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento, porém, o núcleo captura um elétron e combina com um próton<br />

para dar origem a um nêutron. É emitida radiação X quando um outro elétron próximo do<br />

núcleo se movimenta ao redor para compensar aquele que foi perdido.


Acontece algo mais durante o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

Po<strong>de</strong>-se observar que os modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento discutidos envolvem partículas. Portanto, o<br />

<strong>de</strong>caimento <strong>de</strong> um radionuclí<strong>de</strong>o resulta na perda <strong>de</strong> massa. A massa é convertida em<br />

energia e esta é liberada.<br />

É possível prever quando um átomo radioativo irá <strong>de</strong>cair?<br />

Não, o <strong>de</strong>caimento <strong>de</strong> um átomo é um processo aleatório. Porém, é possível prever quando<br />

o <strong>de</strong>caimento ocorrerá baseado na probabilida<strong>de</strong>, particularmente, quando existe uma perda<br />

<strong>de</strong> átomos radioativos. Afortunadamente, uma vez que os átomos são muito pequenos, não<br />

existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo para po<strong>de</strong>r<br />

representar muitos átomos.<br />

Se jogarmos uma moeda somente duas vezes e obtermos duas caras, não po<strong>de</strong>mos tirar<br />

conclusões a respeito <strong>de</strong> obtermos coroa no próximo lançamento, porque o tamanho da<br />

amostra sendo estudada é muito pequeno. Porém, se lançarmos uma moeda cem vezes e<br />

obtermos 51 caras e 49 coroas, po<strong>de</strong>mos concluir que a chance <strong>de</strong> obter coroa é <strong>de</strong> 50%.<br />

Apesar das proprieda<strong>de</strong>s físicas serem regidas pelas regras probabilísticas, po<strong>de</strong>mos<br />

prever aproximadamente os resultados globais <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> eventos<br />

aleatórios. No caso da meia vida, por exemplo, po<strong>de</strong>mos prever quando a meta<strong>de</strong> dos<br />

átomos <strong>de</strong> um certo grupo terá <strong>de</strong>caído aleatoriamente.


Qual é o significado da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento é simplesmente a ocorrência do número <strong>de</strong> átomos radioativos<br />

<strong>de</strong>caindo durante um período específico.<br />

Existe uma outra <strong>de</strong>signação para a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

Sim, a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento é convencionalmente conhecida como a ativida<strong>de</strong> ou<br />

radioativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um material, amostra ou meio.<br />

Que tipos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s são usadas para refletir a ativida<strong>de</strong> ou taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> incluem <strong>de</strong>sintegração por segundo, dps, <strong>de</strong>sintegração por<br />

minuto, dpm, bequerel, Bq, e curie, Ci. Cada uma <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s é uma medida do número<br />

<strong>de</strong> átomos sofrendo alterações durante um tempo específico. Um curie <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, por<br />

exemplo, representa 37 bilhões <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong>caindo por segundo, 37 bilhões <strong>de</strong> dps, um<br />

número muito gran<strong>de</strong>, já um bequerel é equivalente a um único átomo <strong>de</strong>caindo em cada<br />

segundo.


Quais fatores po<strong>de</strong>m ser usados para caracterizar ou i<strong>de</strong>ntificar um radionuclí<strong>de</strong>o?<br />

Basicamente, existem três fatores que separam um radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> outro. Estes são: a<br />

meia vida, a energia da partícula ou fóton associado com o <strong>de</strong>caimento, e o tipo <strong>de</strong> emissão.<br />

Qual é o significado do termo meia vida?<br />

A meia vida é <strong>de</strong>finida como o tempo necessário para que meta<strong>de</strong> ou 50% dos átomos<br />

radioativos sofram <strong>de</strong>caimento radioativo. Esta é conhecida como meia vida radioativa ou<br />

física. Todos elementos radioativos possuem uma meia vida associada a eles.<br />

Uma vez que a meia vida é <strong>de</strong>finida para o tempo em que 50% dos átomos <strong>de</strong>cairão,<br />

porque não po<strong>de</strong>mos prever quando um átomo individualmente irá <strong>de</strong>cair?<br />

O conceito <strong>de</strong> meia vida substitui o número <strong>de</strong> átomos radioativos que ainda estão<br />

presentes em uma amostra. Como exemplo, imagine o que po<strong>de</strong>ria ser visto acontecendo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um saco <strong>de</strong> pipocas colocado em um forno <strong>de</strong> microondas. Não po<strong>de</strong>ria ser


previsto quando um grão <strong>de</strong> milho em particular se transformaria numa pipoca, porém<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 2 a 3 minutos todos ou praticamente todos os grãos se transformarão em pipoca.<br />

De modo similar, meta<strong>de</strong> dos átomos radioativos, po<strong>de</strong>m ser previstos precisamente<br />

quando sofrerão <strong>de</strong>caimento, mesmo não sabendo o exato momento em que cada átomo<br />

individualmente <strong>de</strong>caiu.<br />

Que mais po<strong>de</strong>mos dizer a respeito da meia vida dos átomos?<br />

O intervalo <strong>de</strong> meias vidas varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> frações <strong>de</strong> segundos até bilhões <strong>de</strong> ano. Por<br />

exemplo, o carbono-14, um radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> ocorrência natural, possui uma meia vida <strong>de</strong><br />

5730 anos. Após ter passado este período <strong>de</strong> tempo, só existirá meta<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> inicial<br />

<strong>de</strong> carbono-14. Portanto, se iniciarmos com uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 74 GBq <strong>de</strong> carbono-14, após<br />

uma meia vida teremos a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta quantida<strong>de</strong>, ou seja 37 GBq 5730 anos <strong>de</strong>pois, e<br />

assim sucessivamente até reduzir-se praticamente a zero muitas meias vida <strong>de</strong>pois.


Po<strong>de</strong>mos acelerar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento?<br />

Infelizmente não. Cada radionuclí<strong>de</strong>o possui uma meia vida característica. Nenhuma<br />

operação ou processo po<strong>de</strong> alterá-la, isto é, nenhum processo químico ou físico po<strong>de</strong><br />

alterá-la.<br />

Qual é o significado do termo ativida<strong>de</strong> específica?<br />

O termo ativida<strong>de</strong> específica está relacionado à ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um elemento em particular, isto<br />

é, o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimentos por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, dividida pela massa do material. Em<br />

outras palavras, a ativida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong>fine a relação entre a ativida<strong>de</strong> e a massa do<br />

material. As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> específica incluem o Bq/kg e o Ci/g.<br />

Como a ativida<strong>de</strong> específica está relacionada com a meia vida?<br />

A meia vida possui um efeito profundo sobre a ativida<strong>de</strong> específica. Quanto mais curta é a<br />

meia vida maior é a ativida<strong>de</strong> específica. Quando um radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> meia vida curta sofre<br />

o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento, os átomos do radionuclí<strong>de</strong>o em questão emitem radioativida<strong>de</strong><br />

quando <strong>de</strong>caem. Quanto maior for esta taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento (ativida<strong>de</strong>), ao mesmo tempo em<br />

que mantém uma massa constante, maior será a ativida<strong>de</strong> específica. Em outras palavras,<br />

os átomos <strong>de</strong> um radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> meia vida longa, não <strong>de</strong>caem com uma freqüência muito<br />

rápida, portanto, ocorrerá uma menor taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma massa específica<br />

do material, resultando numa ativida<strong>de</strong> específica menor.


Quais são os exemplos <strong>de</strong> radionuclí<strong>de</strong>os com baixa ativida<strong>de</strong> específica?<br />

Muitos radionuclí<strong>de</strong>os possuem meia vida <strong>de</strong> milhões a bilhões <strong>de</strong> anos. O urânio-238, um<br />

radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> ocorrência natural, possui uma meia vida <strong>de</strong> 4,5 bilhões <strong>de</strong> anos. O<br />

potássio-40, um outro radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong> ocorrência natural presente no ar, água e solo,<br />

possui uma meia vida <strong>de</strong> aproximadamente 1,3 bilhões <strong>de</strong> anos. O plutônio-239, um<br />

elemento artificial, possui uma meia vida <strong>de</strong> 240 000 anos. Por causa <strong>de</strong> suas meias vidas<br />

longas, cada um <strong>de</strong>stes radionuclí<strong>de</strong>os e, muitos outros como eles, não <strong>de</strong>caem para outro<br />

elemento muito rapidamente, por esta razão, as suas ativida<strong>de</strong>s específicas são<br />

consi<strong>de</strong>radas baixas.<br />

O que falar sobre ativida<strong>de</strong> específica alta?<br />

Os radionuclí<strong>de</strong>os com ativida<strong>de</strong> específica alta possuem meia vida curta. Por exemplo, o<br />

nitrogênio-16, um radionuclí<strong>de</strong>o associado com a operação <strong>de</strong> uma central nuclear, possui<br />

uma meia vida da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7 segundos, portanto possui uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento muito<br />

alta. O tecnécio-99 na forma metaestável e o iodo-131, usados em medicina nuclear,<br />

possuem meia vida <strong>de</strong> 6 horas e 8 dias, respectivamente. O trício, hidrogênio-3, possui uma<br />

meia vida <strong>de</strong> 12,3 anos. Estes radionuclí<strong>de</strong>os com meia vida curta ou relativamente curta<br />

<strong>de</strong>caem a uma taxa freqüente muito maior que para os radionuclí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> meia vida longa.<br />

Quando cada uma <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s é dividida pela mesma massa, por exemplo, um grama,<br />

resulta uma ativida<strong>de</strong> específica alta.<br />

A meia vida e a massa possuem alguma espécie <strong>de</strong> relação?<br />

Sim. Para visualizar este conceito, consi<strong>de</strong>re dois radionuclí<strong>de</strong>os o enxofre-35 e o fósforo-<br />

32. O enxofre-35 e o fósforo-32 possuem meia vida <strong>de</strong> 87 e 14,3 dias, respectivamente.<br />

Portanto, o fósforo-32 <strong>de</strong>cai aproximadamente 6 vezes mais rápido que o enxofre-35.<br />

Tomando por base a massa, um sexto (1/6) da massa <strong>de</strong> fósforo-32 é, essencialmente,<br />

equivalente a um grama <strong>de</strong> enxofre-35, em termos <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong> a meia vida <strong>de</strong> um elemento ser usada para distinguí-lo <strong>de</strong> um outro elemento?<br />

Sim, na maioria dos casos po<strong>de</strong> ser usada. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um radionuclí<strong>de</strong>o po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminada por três fatores: meia vida, energia e tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento. Uma vez que os<br />

radionuclí<strong>de</strong>os possuem uma única meia vida, esta po<strong>de</strong> ser usada para propósitos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação. Por exemplo, se uma amostra que contem um radionuclí<strong>de</strong>o <strong>de</strong>sconhecido for<br />

contada usando um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> radiação apropriado, e a ativida<strong>de</strong> observada reduzir a<br />

meta<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> inicial após 14 dias, o radionuclí<strong>de</strong>o provavelmente será o fósforo-32,<br />

um emissor <strong>de</strong> partículas beta puro, <strong>de</strong>cai somente por emissão beta, com uma meia vida <strong>de</strong><br />

14,3 dias.


Existe situação em que a meia vida <strong>de</strong> um elemento não será usada para distinguí-lo<br />

<strong>de</strong> um outro elemento?<br />

Sim. Alguns radionuclí<strong>de</strong>os possuem meias vidas muito próximas que po<strong>de</strong>m complicar o<br />

processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação. Porém, nestes casos, as energias das radiações emitidas durante<br />

o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento serão diferentes e po<strong>de</strong>rão ser usadas para estabelecer a<br />

i<strong>de</strong>ntificação dos radionuclí<strong>de</strong>os.


Como o conceito <strong>de</strong> meia vida po<strong>de</strong> ser usado para <strong>de</strong>terminar a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais<br />

orgânicos?<br />

A datação radiométrica é uma técnica muito usada que faz uso da meia vida dos elementos<br />

radioativos como meio para estimar a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários materiais. São usados vários<br />

procedimentos. Naturalmente o mais comum é a datação por meio do carbono radioativo.<br />

No inicio do século 19, somente uma escala relativa <strong>de</strong> tempo versus uma escala absoluta<br />

podia ser usada pelos geologistas. Não podiam <strong>de</strong>terminar o valor absoluto da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

rocha ou <strong>de</strong> um fóssil porque não tinham meios para <strong>de</strong>terminar o tempo transcorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a sua existência. Então, em 1905, menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos após a <strong>de</strong>scoberta da radioativida<strong>de</strong><br />

por Henri Becquerel, foi introduzida a datação radiométrica, empregando o princípio do<br />

<strong>de</strong>caimento radioativo para medir a ida<strong>de</strong> das rochas e minerais.<br />

A datação radiométrica funciona para o caso dos elementos radioativos como um relógio<br />

geológico. Uma vez que cada elemento <strong>de</strong>cai com sua própria taxa característica, os<br />

geologistas po<strong>de</strong>m estimar o intervalo <strong>de</strong> tempo que o <strong>de</strong>caimento vem ocorrendo pela<br />

medida da quantida<strong>de</strong> da matriz radioativa existente em relação à quantida<strong>de</strong> dos elementos<br />

filhos estáveis. De um outro modo, a razão entre o pai e filhos po<strong>de</strong> indicar-nos o número <strong>de</strong><br />

meias vidas, que por sua vez, po<strong>de</strong> ser usado para encontrar a ida<strong>de</strong> em anos.<br />

Como funciona o processo <strong>de</strong> datação com o carbono radioativo?<br />

O carbono-14, um isótopo radioativo do carbono, é produzido naturalmente na atmosfera<br />

superior através do bombar<strong>de</strong>amento do nitrogênio-14 pelos raios cósmicos. O carbono-14<br />

é rapidamente oxidado pelo gás dióxido <strong>de</strong> carbono que é absorvido e usado pelas plantas,<br />

sendo, portanto, introduzido na ca<strong>de</strong>ia alimentar.<br />

A datação pelo carbono radioativo consi<strong>de</strong>ra que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono-14 encontra-se<br />

em equilíbrio numa concentração no carbono dos materiais biológicos vivos. A razão média<br />

<strong>de</strong> carbono-14 no corpo em relação ao carbono estável, carbono-12, permanece constante.<br />

Quando uma planta ou animal morre, cessa o processo <strong>de</strong> respiração, alimentação e<br />

absorção do carbono e, portanto, do carbono-14. Assim, a razão carbono-14 / carbono-12<br />

não se encontra mais em equilíbrio. O carbono-14 começa a <strong>de</strong>cair para nitrogênio-14,<br />

resultando na diminuição da concentração <strong>de</strong> carbono-14 em base a sua meia vida, redução<br />

à meta<strong>de</strong> após 5730 anos. Uma vez que a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento é conhecida, a concentração,<br />

ativida<strong>de</strong> específica do carbono-14, contida no material orgânico po<strong>de</strong> ser medida e usada<br />

para calcular a data em que a planta ou animal morreu.


Porque os radionuclí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> meia vida curta são usados frequentemente em<br />

aplicações médicas?<br />

Os procedimentos médicos são i<strong>de</strong>alizados para prestar ajuda aos pacientes. Quando um<br />

procedimento é realizado fazendo uso da radioativida<strong>de</strong>, a sua vantagem e importância, sob<br />

o ponto <strong>de</strong> vista da saú<strong>de</strong>, implica em usar radionuclí<strong>de</strong>os que satisfaçam o objetivo<br />

diagnóstico ou do tratamento <strong>de</strong>sejado e assim sofram <strong>de</strong>caimento antes que exponha o<br />

paciente a quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> radiação <strong>de</strong>snecessárias.<br />

Os radionuclí<strong>de</strong>os tais como o tecnécio-99m, com uma meia vida <strong>de</strong> 6 horas, são usados<br />

rotineiramente em mapeamento <strong>de</strong> ossos porque o objetivo médico é alcançado com uma<br />

pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo e muito rapidamente. Um outro exemplo é o<br />

tratamento <strong>de</strong> disfunções da tireói<strong>de</strong> com iodo-131 com uma meia vida <strong>de</strong> 8 dias.<br />

Existem radionucli<strong>de</strong>os <strong>de</strong> meia vida longa sendo usados em aplicações médicas?<br />

Sim, é o caso do plutônio-239 utilizado em marcapassos cardíacos, com uma meia vida <strong>de</strong><br />

87,7 anos. A meia vida <strong>de</strong>ve ser suficientemente longa, pois para o implante é necessário<br />

fazer uma intervenção cirúrgica.<br />

Meia vida biológica e meia vida física são conceitos iguais?<br />

Comparando com a meia vida física, a meia vida biológica é a medida do tempo necessária<br />

para que a meta<strong>de</strong> da radioativida<strong>de</strong> seja eliminada do corpo por processos biológicos, por<br />

exemplo, pela excreção.<br />

A meia vida física do césio-137 é aproximadamente 30 anos quando fora do corpo. Quando<br />

<strong>de</strong>ntro do corpo, o césio-137 possui uma meia vida biológica <strong>de</strong> 70 dias. Isto indica que o<br />

processo biológico acelera a taxa <strong>de</strong> eliminação associada com o radionuclí<strong>de</strong>o em<br />

comparação à meia vida física. Meta<strong>de</strong> da radioativida<strong>de</strong> será eliminada em 70 dias.


O que é meia vida efetiva?<br />

Se a radioativida<strong>de</strong> encontra-se no corpo, o <strong>de</strong>caimento do radionuclí<strong>de</strong>o ocorrerá tanto<br />

pelo principio físico como biológico. A meia vida efetiva é a medida da influência combinada<br />

<strong>de</strong>stas duas meias vidas. Por exemplo, no caso do césio-137, as meias vidas física e<br />

biológica são 30 anos e 70 dias, respectivamente. A meia vida efetiva neste exemplo é um<br />

pouco menor que 70 dias. É importante notar que a meia vida efetiva encontra-se sempre<br />

próxima da componente menor entre as meias vidas.<br />

MEDIDA DA RADIOATIVIDADE<br />

Como medimos a radioativida<strong>de</strong>?<br />

Assim como em outros materiais que comumente necessitamos realizar medidas, não<br />

po<strong>de</strong>mos pesar a radioativida<strong>de</strong> ou coleta-la em uma caixa, assim como não po<strong>de</strong>mos pesar<br />

ou coletar a luz do sol em uma caixa. Porém, po<strong>de</strong>mos medi-la indiretamente fazendo uso<br />

dos efeitos causados por ela. Ao contrário da luz solar que po<strong>de</strong>mos ver, a radiação nuclear<br />

invisível produz um efeito elétrico em materiais pelos quais ela passa. Se medirmos o efeito<br />

elétrico, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar quanta radiação passou através do material. Este meio é o<br />

principio operacional básico para a medida da radioativida<strong>de</strong>.<br />

Existem instrumentos para medida da radioativida<strong>de</strong>?<br />

O método <strong>de</strong>finitivo para verificar a presença da radioativida<strong>de</strong> é fazer medidas com um<br />

instrumento a<strong>de</strong>quado, empregando procedimentos a<strong>de</strong>quados. Alguns tipos <strong>de</strong> radiação<br />

são difíceis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>tectados em condições típicas <strong>de</strong> campo. Além disso, diferentes<br />

instrumentos são sensíveis a diferentes tipos <strong>de</strong> radiação. Não existe um instrumento<br />

universal que trabalha em todas as circunstâncias. Além do mais, a contribuição da


adiação <strong>de</strong> ocorrência natural <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada quando for <strong>de</strong>terminar a existência <strong>de</strong><br />

radioativida<strong>de</strong>.<br />

Qual é a base utilizada para <strong>de</strong>tectar a radiação usando instrumentos?<br />

Os princípios <strong>de</strong> ionização e excitação são os processos <strong>de</strong> interação fundamentais que<br />

proporcionam a base para a operação dos instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da radiação.<br />

O que é ionização?<br />

Ionização é o processo on<strong>de</strong> a radiação possui energia suficiente para arrancar elétrons do<br />

átomo. O processo <strong>de</strong> ionização resulta na formação <strong>de</strong> um elétron livre e um átomo<br />

residual positivo com falta <strong>de</strong> um elétron orbital. A radiação que é capaz <strong>de</strong> iniciar o<br />

processo <strong>de</strong> ionização é conhecida como radiação ionizante. Exemplos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

radiação incluem as partículas radioativas, com massa, tais como partículas alfa e beta; e as<br />

radiações fotônicas, energia pura, tais como a radiação gama e X. Os nêutrons e prótons<br />

são exemplos adicionais <strong>de</strong> radiações ionizantes.


O que é excitação?<br />

A excitação está relacionada com o processo on<strong>de</strong> a radiação não possui energia suficiente<br />

para arrancar elétrons dos átomos, porém excita-os ou promove-os para um estado<br />

energético superior <strong>de</strong>ntro do átomo. Os elétrons não são removidos fisicamente do átomo.<br />

Uma vez excitado, os elétrons retornarão para o estado fundamental ou original, emitindo a<br />

energia associada com esta transição na forma <strong>de</strong> radiação X.<br />

Existem categorias <strong>de</strong> instrumentos para <strong>de</strong>tecção da radiação?<br />

Sim. Os instrumentos usados para o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da presença da radiação<br />

ionizante po<strong>de</strong>m ser incluídos em várias categorias. Uma maneira <strong>de</strong> distinguí-los é verificar<br />

se utiliza um gás ou um sólido como meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção.


O que são <strong>de</strong>tectores enchidos com gás?<br />

Os contadores geiger müller, proporcionais, e câmaras <strong>de</strong> ionização são exemplos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tectores a gás.<br />

Cada um <strong>de</strong>stes três <strong>de</strong>tectores comumente utilizados contém um fio central conhecido<br />

como ânodo, que inicialmente porta uma carga positiva em relação à pare<strong>de</strong> externa do<br />

<strong>de</strong>tector. Esta pare<strong>de</strong> externa é conhecida como cátodo. O volume entre o fio e a pare<strong>de</strong><br />

externa é cheio com um gás, que po<strong>de</strong> ser o ar ou uma mistura <strong>de</strong> gases, por exemplo,<br />

argônio e metano. As partículas alfa e beta que entram no <strong>de</strong>tector interagem com os<br />

átomos do gás e arrancam elétrons do átomo, produzindo pares <strong>de</strong> íons primários. Os pares<br />

<strong>de</strong> íons consistem <strong>de</strong> um elétron livre e um átomo carregado positivamente. O componente<br />

elétron do par <strong>de</strong> íons será atraído pelo ânodo, fio central. A componente positiva do par <strong>de</strong><br />

íons será conduzida na direção da pare<strong>de</strong> externa.<br />

A interação da radiação gama ocorrerá, primeiramente, mais provável com a pare<strong>de</strong> externa,<br />

cátodo, ao invés <strong>de</strong> ocorrer no gás. Devido ao fato da radiação gama não possuir carga é


mais provável que interaja ou ioniza átomos contendo muitos elétrons tal como num sólido,<br />

ao invés <strong>de</strong> um gás on<strong>de</strong> os átomos não estão espaçados próximos uns dos outros. Estas<br />

interações arrancarão elétrons da pare<strong>de</strong>, os elétrons, como são partículas carregadas, irão<br />

ionizar o gás.<br />

O que são <strong>de</strong>tectores sólidos?<br />

O io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio (NaI); o sulfeto <strong>de</strong> zinco (ZnS); e cintiladores plásticos são exemplos <strong>de</strong><br />

instrumentos com meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção sólido. Os <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio e sulfeto <strong>de</strong><br />

zinco são sólidos cristalinos inorgânicos que respon<strong>de</strong>m a radiação gama e alfa,<br />

respectivamente, produzindo lampejos <strong>de</strong> luz. Por isso, é que são chamados <strong>de</strong> cintiladores.<br />

O termo inorgânico refere-se ao fato <strong>de</strong> que não possui nenhum átomo <strong>de</strong> carbono em sua<br />

estrutura molecular. Os <strong>de</strong>tectores plásticos orgânicos, que também operam pelo principio<br />

<strong>de</strong> cintilação, são usados principalmente para <strong>de</strong>tecção das partículas beta. Os <strong>de</strong>tectores<br />

orgânicos e inorgânicos, freqüentemente, são combinados para <strong>de</strong>tectar múltiplos tipos <strong>de</strong><br />

radiação. Para cada um <strong>de</strong>stes três tipos <strong>de</strong> cintiladores, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que a radiação<br />

cria no <strong>de</strong>tector é convertida em um sinal eletrônico e uma leitura correspon<strong>de</strong>nte num<br />

medidor <strong>de</strong> taxa ou escalímetro para propósitos <strong>de</strong> registro.<br />

O que é um <strong>de</strong>tector geiger müller?<br />

O <strong>de</strong>tector geiger müller é um <strong>de</strong>tector operado com uma tensão relativamente alta <strong>de</strong> tal<br />

modo que a ionização na região do <strong>de</strong>tector cria um pulso eletrônico gran<strong>de</strong> e facilmente<br />

<strong>de</strong>tectável. O tamanho do pulso é essencialmente o mesmo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número <strong>de</strong><br />

elétrons inicialmente ionizado no gás.<br />

Os <strong>de</strong>tectores geiger müller são usados como instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da radiação, são<br />

usados principalmente para <strong>de</strong>terminar a presença da radiação, ao invés <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o<br />

radionuclí<strong>de</strong>o e quanta radioativida<strong>de</strong> está presente. São mais comumente utilizados para<br />

<strong>de</strong>tectar níveis <strong>de</strong> contaminação radioativa.<br />

Existem três tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores geiger müller: o <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> janela na ponta, o <strong>de</strong>tector<br />

panqueca, e o <strong>de</strong>tector pare<strong>de</strong> lateral.<br />

O <strong>de</strong>tector janela na ponta usa uma pare<strong>de</strong> fina no final do tubo para possibilitar a entrada<br />

da radiação alfa e beta sem absorvê-las. Este <strong>de</strong>tector também me<strong>de</strong> radiação gama e X.


O <strong>de</strong>tector panqueca, também conhecido como <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> varredura, é similar a um janela<br />

na ponta, com uma janela fina <strong>de</strong> diâmetro suficientemente gran<strong>de</strong> para medir uma área<br />

gran<strong>de</strong>, encontrado nos monitores para monitoração <strong>de</strong> contaminação pessoal e <strong>de</strong><br />

superfície.<br />

Os <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> lateral <strong>de</strong>tectam radiação beta, gama e X fazendo uso <strong>de</strong> uma<br />

pare<strong>de</strong> externa <strong>de</strong> alumínio ou aço inox recortado em forma <strong>de</strong> grelha giratória para expor o<br />

<strong>de</strong>tector. Na configuração <strong>de</strong> janela aberta, me<strong>de</strong> radiação beta, gama e X acima <strong>de</strong> uma<br />

certa energia; com a janela fechada <strong>de</strong>tecta somente radiação gama e X.


Quais são as vantagens e limitações do <strong>de</strong>tector geiger müller?<br />

Os <strong>de</strong>tectores geiger müller são instrumentos rígidos úteis para serem empregados em<br />

trabalhos <strong>de</strong> campo. São <strong>de</strong> fácil operação e são apresentados em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

formas. São portáteis e leves, e são baratos. Respon<strong>de</strong>m rapidamente á radiação e são<br />

sensíveis a níveis <strong>de</strong> radiação relativamente baixos. Po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>tectar uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> radiações, partículas alfa e beta e radiação gama e X. Freqüentemente, são usados para<br />

monitoração da contaminação em equipamentos e pessoas e para realizar teste <strong>de</strong><br />

vazamento, e po<strong>de</strong>m ser modificados para medir exposição, porém para condições<br />

conhecidas.<br />

Os <strong>de</strong>tectores geiger müller são dispositivos usados principalmente para propósitos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tecção e não <strong>de</strong> medida. Devem ser conservados com a face para baixo para evitar<br />

perfurar a janela fina. Não po<strong>de</strong>m discriminar os tipos <strong>de</strong> radiação e as energias das<br />

radiações. A radiação alfa e beta po<strong>de</strong> ser auto absorvida nas pare<strong>de</strong>s do <strong>de</strong>tector,<br />

apresentam uma baixa eficiência para a radiação gama, e possuem uma alta <strong>de</strong>pendência<br />

energética. É calibrado para ler a taxa <strong>de</strong> dose verda<strong>de</strong>ira para uma fonte específica, mas<br />

será válida somente para outras fontes idênticas. O contador geiger müller não reproduz as<br />

condições para as quais a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição foi <strong>de</strong>finida.<br />

O contador geiger müller apresenta perda <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>vido ao seu tempo <strong>de</strong> resolução<br />

em campos intensos <strong>de</strong> radiação.<br />

O que é um contador proporcional?<br />

O contador proporcional é um <strong>de</strong>tector a gás operado numa tensão tal que o pulso<br />

eletrônico gerado é amplificado e é proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ionização criada na sonda.<br />

Permite fazer a discriminação dos pulsos in<strong>de</strong>sejáveis. Po<strong>de</strong> ser usado para <strong>de</strong>tectar<br />

radiação alfa na presença <strong>de</strong> radiação beta ou gama.<br />

São usados principalmente para <strong>de</strong>tecção da radiação. Devido a sua habilida<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>tectar radiação alfa e beta, os contadores proporcionais, freqüentemente, são usados<br />

para monitoração da contaminação.


Quais são os tipos mais comuns <strong>de</strong> contadores proporcionais?<br />

Os tipos mais comuns são o contador proporcional a ar e o <strong>de</strong>tector fluxo <strong>de</strong> gás. Um<br />

<strong>de</strong>tector proporcional a ar é i<strong>de</strong>alizado para contar radiação alfa e usa como gás <strong>de</strong><br />

contagem o ar. Um <strong>de</strong>tector fluxo <strong>de</strong> gás é i<strong>de</strong>alizado para <strong>de</strong>tectar radiação alfa e beta. È<br />

usada uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> contagem para proporcionar um fluxo <strong>de</strong> gás lento na<br />

sonda.<br />

Quais são as vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> se usar um contador proporcional?<br />

Os contadores proporcionais possuem uma série <strong>de</strong> vantagens, são versáteis po<strong>de</strong>ndo ser<br />

usados para uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações. São encontrados sob vários formatos e<br />

tamanhos, são bastante sensíveis. O tamanho do pulso eletrônico é proporcional ao número<br />

inicial <strong>de</strong> pares <strong>de</strong> íons. Po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>tectar vários tipos <strong>de</strong> radiação, radiação alfa, beta, gama,<br />

X e nêutrons. Também po<strong>de</strong>m distinguir os vários tipos <strong>de</strong> radiação em base ao formato dos


pulsos gerados. Possuem um fundo natural para radiação alfa baixo, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> zero<br />

contagem por minuto. Exibe um tempo morto praticamente nulo, possibilitando realizar<br />

contagens em campos intensos <strong>de</strong> radiação.<br />

Como <strong>de</strong>svantagens, requer uma fonte <strong>de</strong> tensão estável <strong>de</strong>vido a manutenção da<br />

amplificação no gás. São mais caros que os contadores geiger müller. Requer mais<br />

manutenção e maior treinamento ao usuário. Sofrem interferência das condições ambientais<br />

tais como calor, umida<strong>de</strong>. Apresenta baixa eficiência para radiação X e gama <strong>de</strong> alta energia.<br />

O gás <strong>de</strong> enchimento apresenta características perigosas, por exemplo, o propano. Antes <strong>de</strong><br />

colocar em funcionamento alguns <strong>de</strong>tectores proporcionais <strong>de</strong>vem ser purgados.<br />

O que é uma câmara <strong>de</strong> ionização?<br />

Uma câmara <strong>de</strong> ionização é um <strong>de</strong>tector a gás operado numa tensão tal que todas as cargas<br />

produzidas pela radiação ionizante será coletada porém sem nenhuma amplificação no<br />

sinal. Por causa disto, o sinal produzido na câmara é muito pequeno e exige uma<br />

amplificação externa. O instrumento me<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira das cargas produzidas<br />

no ar, sendo, portanto, um instrumento i<strong>de</strong>al para medida da taxa <strong>de</strong> exposição.<br />

A câmara <strong>de</strong> ionização é usada para medir a taxa <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> radiação gama e X. Estes<br />

dispositivos são calibrados para leituras em unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> R/h, mR/h, ou µR/h.<br />

A câmara <strong>de</strong> ionização é um dispositivo <strong>de</strong> medida ao contrario dos contadores geiger<br />

müller e proporcional que são dispositivos que simplesmente <strong>de</strong>tectam a presença da<br />

radiação, leitura em cpm. As câmaras <strong>de</strong> ionização me<strong>de</strong>m e quantificam os níveis <strong>de</strong><br />

radiação. São extremamente úteis para medir um intervalo amplo <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> exposição.<br />

Quais são os tipos mais comuns <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong> ionização?<br />

São as câmaras portáteis utilizadas para propósitos <strong>de</strong> monitoração. Também existem<br />

câmaras <strong>de</strong> ionização <strong>de</strong> bolso para monitoração individual.


Quais são vantagens e <strong>de</strong>svantagens das câmaras <strong>de</strong> ionização?<br />

As vantagens incluem a capacida<strong>de</strong> para medir taxas <strong>de</strong> exposição num intervalo bastante<br />

amplo; uma resposta plana acima dos 100 keV; e a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar radiação alfa e<br />

beta com um <strong>de</strong>senho e calibração a<strong>de</strong>quado.<br />

Apresenta como <strong>de</strong>svantagem um tempo <strong>de</strong> resposta muito baixo que requer observação<br />

cuidadosa para obtenção da leitura máxima. Geralmente são insensíveis a baixas taxas <strong>de</strong><br />

doses. São sensíveis à temperatura, pressão e umida<strong>de</strong>.<br />

O que é um <strong>de</strong>tector cintilador?<br />

Um <strong>de</strong>tector cintilador é um dispositivo que emite luz quando a radiação interage com o<br />

<strong>de</strong>tector. A luz é convertida em um sinal elétrico e registrada num dispositivo <strong>de</strong> leitura. A<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz é proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>positada, permitindo a<br />

discriminação <strong>de</strong> energia se necessário.<br />

São usados para várias aplicações inclusive em: espectrometria da radiação gama,<br />

aplicações ambientais, monitorações radiológicas, medicina nuclear, contagem <strong>de</strong> corpo<br />

inteiro, inspeções geológicas, <strong>de</strong>tecção e localização <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> baixa ativida<strong>de</strong>, e<br />

monitoração da contaminação.


O que é um <strong>de</strong>tector cintilador <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> zinco?<br />

O <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> zinco é um instrumento i<strong>de</strong>alizado para <strong>de</strong>tectar radiação alfa em<br />

presença <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> radiação, por meio da discriminação <strong>de</strong> energia. Uma cobertura<br />

<strong>de</strong>lgada <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> zinco, fósforo, é colocada atrás <strong>de</strong> uma janela bastante fina. As<br />

partículas alfa penetram a janela e interagem com o fósforo, produzindo lampejos <strong>de</strong> luz. As<br />

radiações beta e gama passam pelo fósforo sem interagir com ele, portanto, não são<br />

<strong>de</strong>tectadas.<br />

O que é um <strong>de</strong>tector cintilador <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio?<br />

O <strong>de</strong>tector cintilador <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio é um instrumento i<strong>de</strong>alizado para <strong>de</strong>tectar baixos<br />

níveis <strong>de</strong> radiação gama e X. Estes <strong>de</strong>tectores apresentam leitura em cpm, porém com<br />

calibração própria e <strong>de</strong>ntro do limite <strong>de</strong> energia, po<strong>de</strong>m ser usados para medir baixas taxas<br />

<strong>de</strong> exposição. Um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio é um vidro óptico sólido com um<br />

encamisamento externo. A espessura da camisa não permite que as radiações alfa e beta<br />

sejam <strong>de</strong>tectadas.<br />

O que é um <strong>de</strong>tector cintilador plástico?<br />

São <strong>de</strong>tectores feitos <strong>de</strong> material cintilador orgânico que é dissolvido num solvente e,<br />

subseqüentemente polimerizado. Por causa da facilida<strong>de</strong> com que po<strong>de</strong>m ser mo<strong>de</strong>lados e<br />

fabricados, são extremamente úteis. Depen<strong>de</strong>ndo do material e da maneira que são<br />

encamisados, os cintiladores plásticos po<strong>de</strong>m ser usados para <strong>de</strong>tectar radiação alfa, beta,<br />

gama e nêutrons.


Quais são as vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> utilizar um <strong>de</strong>tector cintilador?<br />

O número <strong>de</strong> vantagens é muito gran<strong>de</strong>. Por exemplo, por po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>tectar vários tipos <strong>de</strong><br />

radiação possuem uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações. Geralmente, são apresentados como<br />

<strong>de</strong>tectores portáteis, possuem uma baixa radiação <strong>de</strong> fundo para radiação alfa, possuem um<br />

tempo <strong>de</strong> resposta rápido, e possuem um tempo morto muito pequeno.<br />

As <strong>de</strong>svantagens incluem o fato <strong>de</strong> que são muito sensíveis a luz. Possuem uma alta<br />

radiação <strong>de</strong> fundo para o io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio e cintiladores plásticos. São dispositivos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da energia. O cristal <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio é afetado por impactos, temperatura e<br />

umida<strong>de</strong>. O cintilador <strong>de</strong> sulfeto <strong>de</strong> zinco apresenta fragilida<strong>de</strong> quanto a sua janela que é<br />

sujeita a perfuração. Todos os cintiladores po<strong>de</strong>m ser afetados por campos magnéticos,<br />

contém um tubo fotomultiplicador que é bastante frágil, requer uma fonte <strong>de</strong> tensão<br />

bastante regulável, representam perigo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga elétrica, e apresentam <strong>de</strong>gradação<br />

operacional com o passar do tempo.<br />

Existe um dispositivo único para <strong>de</strong>tectar a radioativida<strong>de</strong>?<br />

Para evitar um falso sentido <strong>de</strong> segurança por meio dos resultados medidos, os indivíduos<br />

que utilizam um instrumento para <strong>de</strong>tecção da radiação ou que realizam monitorações<br />

<strong>de</strong>verá sempre fazer o seguinte:<br />

<strong>de</strong>terminar o tipo <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> radiação que se encontra no local <strong>de</strong> medida;<br />

estabelecer quais taxas <strong>de</strong> exposição são atribuídas à operação e ao trabalhador;<br />

<strong>de</strong>terminar a intensida<strong>de</strong> da radiação <strong>de</strong> fundo no local;<br />

<strong>de</strong>senvolver um procedimento <strong>de</strong> medida para realizar a <strong>de</strong>tecção da radiação<br />

nos valores <strong>de</strong> interesse;<br />

estar seguro <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>tector foi calibrado para a radiação <strong>de</strong> interesse;<br />

verificar rotineiramente as condições do equipamento.<br />

Se qualquer um <strong>de</strong>stes passos for suprimido, o resultado da medida não <strong>de</strong>verá ser<br />

consi<strong>de</strong>rado confiável.<br />

CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS<br />

Contador proporcional a ar.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – Alfa<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração da contaminação por radiação alfa<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – próximo <strong>de</strong> zero<br />

Vantagens – <strong>de</strong>tecta somente radiação alfa; <strong>de</strong>tetor leve; não necessita nenhum gás <strong>de</strong><br />

contagem especial.<br />

Desvantagens – sensível a umida<strong>de</strong>; requer muita manutenção.


Contador proporcional fluxo <strong>de</strong> gás.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – Alfa, beta<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração da contaminação por radiação alfa<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – próximo <strong>de</strong> zero<br />

Vantagens – <strong>de</strong>tecta primeiramente a radiação alfa, possui sensibilida<strong>de</strong> para radiação<br />

beta; o gás <strong>de</strong> contagem é fácil <strong>de</strong> ser obtido; insensível a umida<strong>de</strong>; po<strong>de</strong> ser usado na<br />

presença <strong>de</strong> campos <strong>de</strong> radiação gama; a eficiência para radiação alfa e beta é da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 40%.<br />

Desvantagens – relativamente pesado; gás <strong>de</strong> contagem inflamável; requer muita<br />

manutenção.<br />

Contador geiger müller – janela na ponta e panqueca.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – Alfa, beta, gama e X<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração pessoal e monitoração da contaminação<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – aproximadamente 100 cpm<br />

Vantagens – barato; simples e confiável; resposta rápida; sensível a muitos tipos <strong>de</strong><br />

contaminação.<br />

Desvantagens – apresenta tempo morto gran<strong>de</strong>, perda <strong>de</strong> contagem para altas taxas <strong>de</strong><br />

contagem; não <strong>de</strong>tecta radiação alfa < 4 MeV e radiação beta < 70 keV; é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

com a energia.<br />

Contador geiger müller – janela lateral.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – beta, gama e X<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração pessoal e <strong>de</strong> área e monitoração da contaminação<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – aproximadamente 100 cpm<br />

Vantagens – barato; simples e confiável; resposta rápida; fácil <strong>de</strong> ser ajustado para<br />

respon<strong>de</strong>r a somente radiação gama e X.<br />

Desvantagens – apresenta tempo morto gran<strong>de</strong>, perda <strong>de</strong> contagem para altas taxas <strong>de</strong><br />

contagem; não <strong>de</strong>tecta radiação alfa e radiação beta < 200 keV; é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com a<br />

energia.<br />

Câmara <strong>de</strong> ionização<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – gama e X<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – mR/h, R/h, mrad/h, mGy/h.


Uso principal – avaliação das condições radiológicas<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – 10 a 100 µR/h<br />

Vantagens – me<strong>de</strong> diretamente a taxa <strong>de</strong> exposição; apresenta pouco ou nenhum tempo<br />

morto; po<strong>de</strong> medir taxas elevadas.<br />

Desvantagens – tempo <strong>de</strong> resposta lento; sensível a temperatura, pressão e umida<strong>de</strong>;<br />

para configuração convencional é insensível a radiação particulada.<br />

Medidores <strong>de</strong> dose para nêutrons.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – nêutron<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – mrem/h, mSv/h.<br />

Uso principal – monitoração<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – poucos mrem/h<br />

Vantagens – po<strong>de</strong> proporcionar informação sobre dose equivalente ao tecido;<br />

empregando mo<strong>de</strong>rador <strong>de</strong> diâmetro variado po<strong>de</strong> fornecer informação sobre o<br />

espectro; certos <strong>de</strong>tetores, contador BF3, são insensíveis a radiação gama até 500 R/h.<br />

Desvantagens – volumoso; frágil; <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com a energia.<br />

Cintilador plástico.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – Alfa, beta, gama e nêutron<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração da contaminação<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – 1 cpm para radiação beta<br />

Vantagens – eficiência para radiação beta <strong>de</strong> 40%.<br />

Desvantagens – sensibilida<strong>de</strong> a radiação gama muito pobre; seletivida<strong>de</strong> isotópica<br />

muito pobre; muito caro.<br />

Cintilador io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> sódio.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – gama e X<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm; ou µR/h com calibração especial.<br />

Uso principal – monitoração ambiental<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – acima <strong>de</strong> 1000 cpm<br />

Vantagens – muito sensível na presença <strong>de</strong> radiação; resposta rápida.<br />

Desvantagens – a <strong>de</strong>tecção somente da radiação X; muito caro; alta radiação <strong>de</strong> fundo.<br />

Cintilador sulfeto <strong>de</strong> zinco.<br />

Tipo <strong>de</strong> radiação medida – alfa<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida – contagens por minuto, cpm.<br />

Uso principal – monitoração da contaminação alfa<br />

Resposta típica a radiação <strong>de</strong> fundo – próximo <strong>de</strong> zero cpm


Vantagens – <strong>de</strong>tecta radiação alfa em presença <strong>de</strong> radiação penetrante; leve; eficiência<br />

para radiação alfa da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 40%.<br />

Desvantagens – janela frágil; <strong>de</strong>tetor sensível a luz; muito caro.<br />

RISCOS DE IRRADIAÇÃO<br />

Como a radiação interage com a matéria?<br />

A radiação interage com os átomos estáveis arrancando elétrons ou criando partículas<br />

carregadas, chamadas íons.<br />

Existem dois modos básicos <strong>de</strong> medida da interação da radiação. O primeiro modo é<br />

<strong>de</strong>terminar quanto existe <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>, em bequerel, o que po<strong>de</strong> ajudar a prever<br />

quantas interações irão ocorrer. O outro modo é medir realmente quanta radiação foi<br />

absorvida pelo corpo ou material, em milisievert.


O que acontece com os íons?<br />

Os íons po<strong>de</strong>m recombinarem-se para formar um átomo neutro, po<strong>de</strong>m dar origem a outros<br />

íons, ou po<strong>de</strong>m recombinarem-se com outros íons para formar um novo composto. Quando<br />

ocorrer a segunda e terceira interação, outros átomos nas proximida<strong>de</strong>s serão<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados. Este é o mecanismo básico dos efeitos das radiações sobre a saú<strong>de</strong> dos<br />

seres vivos.<br />

O que acontece se a ionização ocorrer num tecido vivo?<br />

Em geral, resulta uma das duas coisas seguintes: primeiro a célula po<strong>de</strong> morrer, isto é<br />

conhecido como efeito agudo; segundo a célula po<strong>de</strong> ser danificada. Se a célula danificada<br />

for reparada, não existirá efeito. Se a célula não for reparada, porém, as funções da célula<br />

não foram alteradas, continuará a não existir efeito. Porém, se o dano causado à célula<br />

provocar uma disfunção, a célula sofre uma mutação. Algumas mutações po<strong>de</strong>m dar origem<br />

ao câncer.


O que acontece se um ser humano for exposto a muita radiação <strong>de</strong> uma só vez?<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do nível <strong>de</strong> exposição a pessoa pa<strong>de</strong>cerá das enfermida<strong>de</strong>s conhecidas como<br />

síndrome aguda da radiação. Na seqüência é fornecida uma <strong>de</strong>scrição dos efeitos versus a<br />

dose:<br />

Menos <strong>de</strong> 250 mSv, não existem efeitos observáveis diretos. Existem variações em<br />

algumas células que po<strong>de</strong>m ser observadas com um microscópio em exposições acima<br />

<strong>de</strong> 100 mSv.<br />

De 250 mSv a 500 mSv, não ocorrerá sintomas, mas po<strong>de</strong> existir alterações na química<br />

do sangue do indivíduo.<br />

De 1 Gy a 3 Gy, são observadas algumas alterações físicas tais como avermelhamento<br />

da pele e queda temporária <strong>de</strong> pelo, particularmente próximo do final do intervalo.<br />

De 3 Gy a 10 Gy, o primeiro sintoma a manifestar-se é o vomito, e as células formadoras<br />

<strong>de</strong> sangue per<strong>de</strong>m a sua habilida<strong>de</strong> para produzirem sangue. No limite superior <strong>de</strong>ste<br />

intervalo, geralmente, são necessários transplantes <strong>de</strong> medula óssea, e se não for<br />

aplicado cuidados médicos, a condição po<strong>de</strong> ser fatal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mês após a<br />

irradiação.<br />

De 10 Gy a 50 Gy, existirá vomito, perda da produção sangüínea, e falha do sistema<br />

gastro intestinal. Em geral, uma dose aguda <strong>de</strong>sta intensida<strong>de</strong> é fatal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> duas<br />

semanas.<br />

Maior que 50 Gy, o sistema nervoso central apresentará falhas, e a morte po<strong>de</strong>rá ocorrer<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dias.<br />

Para propósitos <strong>de</strong> comparação, a dose admissível máxima anual em situações <strong>de</strong><br />

exposição laboral à radiação ionizante é <strong>de</strong> 50 mSv.


O que acontece se um ser humano for exposto a radiação a longo prazo?<br />

Ao mesmo tempo em que uma dose <strong>de</strong> 3 Gy, se recebida <strong>de</strong> uma só vez po<strong>de</strong> ser fatal, se<br />

distribuída durante um período <strong>de</strong> meses ou anos po<strong>de</strong> não causar qualquer efeito. Isto<br />

acontece porque o corpo humano tem um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> reparação das células que sofrem<br />

danos. O mecanismo <strong>de</strong> reparação é muito importante para a terapia com radiação nos<br />

tratamentos <strong>de</strong> câncer.<br />

Quais são os riscos associados com a exposição a radiação?<br />

Geralmente, não são observados riscos ou efeitos provenientes <strong>de</strong> doses agudas ou<br />

crônicas <strong>de</strong> 250 mSv. Porém, <strong>de</strong>ve ser usado estudos estatísticos para prever a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efeitos a longo prazo, tais como o câncer. Infelizmente, existem<br />

complicações, tais como a incidência natural <strong>de</strong> câncer e câncer causado por outros<br />

agentes tais como o hábito <strong>de</strong> fumar, o que torna esta avaliação difícil.<br />

A radioproteção, por muitos anos, vem supondo conservativamente que existe algum risco<br />

associado com qualquer dose <strong>de</strong> radiação, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ser pequena ou não. O risco foi<br />

suposto aumentar linearmente com a dose, quanto maior for a dose maior será o risco.<br />

Baseado nesta suposição conservativa, o risco <strong>de</strong> morte por câncer resultante <strong>de</strong> uma dose<br />

<strong>de</strong> radiação <strong>de</strong> 1 Gy é 5 em 10000 ou 0,0005.<br />

Este fator 0,0005 representa um risco muito gran<strong>de</strong>?<br />

Quando comparado aos tipos <strong>de</strong> riscos que as pessoas estão expostas diariamente, este<br />

risco é realmente muito pequeno. Por exemplo, apresentamos as seguintes probabilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> morte:<br />

Câncer – 0,35<br />

Veículos em rodovias – 0,25


Ataques cardíacos – 0,11<br />

Quedas – 0,11<br />

Eletrocutado – 0,10<br />

Explosões – 0,04<br />

Queda <strong>de</strong> avião – 0,03<br />

Incêndio – 0,01<br />

Porém um dos princípios fundamentais da radioproteção é que nenhuma dose <strong>de</strong> radiação é<br />

aceita a menos que produza um benefício liquido correspon<strong>de</strong>nte com a dose.<br />

Um outro princípio é que toda dose <strong>de</strong> radiação <strong>de</strong>ve ser conservada ao menor valor<br />

praticável. O processo <strong>de</strong> avaliação das doses mínimas é conhecido como ALARA.<br />

A radiação apresenta benefícios?<br />

Sim, o uso da radiação apresenta muitos benefícios. A radioativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira controlada<br />

é usada, por exemplo, na esterilização <strong>de</strong> produtos farmacêuticos, na melhoria da qualida<strong>de</strong><br />

dos alimentos, nos processos industriais, na medicina, no estudo da poluição ambiental, na<br />

agricultura, e na hidrologia. Usamos a radioativida<strong>de</strong> até mesmo em nossas casas, e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> muitos dispositivos que fazem uso da radiação <strong>de</strong> uma forma ou outra<br />

quase que diariamente.<br />

CONTROLE EXTERNO DA EXPOSIÇÃO.<br />

Qual é o significado do termo exposição externa a radiação?<br />

A exposição externa a radiação refere-se àquela dose causada por uma fonte que se<br />

encontra fora do corpo.<br />

Todos os tipos <strong>de</strong> radiação po<strong>de</strong>m causar exposição externa a radiação?<br />

Geralmente, as radiações fotônicas gama e X, e nêutrons, representam um perigo <strong>de</strong><br />

exposição externa a radiação. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> sua energia, a radiação beta po<strong>de</strong> oferecer<br />

também um perigo <strong>de</strong> exposição externa a radiação. A radiação alfa não representa perigo<br />

<strong>de</strong> exposição externa a radiação porque não po<strong>de</strong> penetrar a camada externa da pele.


Quais são os métodos <strong>de</strong> proteção para a exposição externa a radiação?<br />

Existem várias maneiras <strong>de</strong> se proteger das fontes <strong>de</strong> exposição externa a radiação. Porém<br />

os três conceitos mais importantes são o tempo, a distância e a blindagem.<br />

Como o conceito tempo influencia na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida?<br />

O tempo gasto num campo <strong>de</strong> radiação é o método mais importante para a exposição<br />

externa a uma fonte <strong>de</strong> radiação. Para aplicar este método, é importante saber que a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida por uma pessoa é diretamente proporcional ao tempo<br />

gasto no campo <strong>de</strong> radiação. Isto significa se gastar <strong>de</strong> duas ou mais vezes tempo que uma<br />

outra pessoa num campo <strong>de</strong> radiação, receberá duas ou mais vezes dose <strong>de</strong> radiação.<br />

Portanto, para minimizar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida, o tempo gasto num campo <strong>de</strong><br />

radiação <strong>de</strong>verá ser mantido o menor possível.


Se você conhece a taxa <strong>de</strong> exposição numa certa área, como você po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>terminar<br />

a dose total baseada no tempo?<br />

Por exemplo, um instrumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da radiação registra em um ambiente uma dose<br />

<strong>de</strong> 5 microsievert por hora. Se ficarmos neste local durante uma hora, receberemos uma<br />

dose total <strong>de</strong> 5 microsievert. Porém, se ficarmos neste local durante duas horas<br />

receberemos uma dose <strong>de</strong> 10 microsievert. Por outro lado se permanecermos no local por<br />

somente meia hora a dose será <strong>de</strong> 2,5 microsievert.<br />

Como o conceito distância influencia na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida?<br />

A distância é um outro método importante para a redução da dose. Uma maneira muito<br />

comum e eficaz <strong>de</strong> reduzir a exposição é aumentar a distância entre a pessoa e a fonte <strong>de</strong><br />

radiação.


Em essência, a exposição reduz com o inverso do quadrado da distância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fonte <strong>de</strong><br />

radiação.<br />

Como o conceito blindagem influencia na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida?<br />

Diferentes tipos <strong>de</strong> radiação po<strong>de</strong>m ser parados ou bloqueados pelo uso <strong>de</strong> blindagem,<br />

assim como o calor <strong>de</strong> um cadinho quente po<strong>de</strong> ser bloqueado usando uma luva <strong>de</strong><br />

amianto.<br />

Quanta blindagem é necessária para reduzir ou elimar a exposição a radiação?<br />

Depen<strong>de</strong> do tipo e energia da radiação em questão.


Blindagem para partículas alfa.<br />

As partículas alfa possuem energia da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4 a 8 milhões <strong>de</strong> elétron volts, ou MeV.<br />

Porém, per<strong>de</strong>m energia muito rapidamente pelo processo <strong>de</strong> ionização. O alcance <strong>de</strong> uma<br />

partícula alfa num tipo <strong>de</strong> material em particular é muito curto. Uma simples folha <strong>de</strong> papel<br />

po<strong>de</strong> ser usada para eliminar por completo a exposição externa da maioria das radiações<br />

alfa.<br />

Blindagem para partículas beta.<br />

As partículas beta per<strong>de</strong>m energia semelhante às partículas alfa, pelo processo <strong>de</strong><br />

ionização, porém, não produzem o mesmo grau <strong>de</strong> ionização que as radiações alfa.<br />

Portanto, elas possuem um alcance maior que as partículas alfa em vários tipos <strong>de</strong><br />

materiais. De toda maneira, é muito fácil blindar ou bloquear a radiação beta. Para as<br />

energias médias <strong>de</strong> radiação beta menores que um MeV, poucos centímetros <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou<br />

poucos milímetros <strong>de</strong> alumínio são suficientes para eliminar a exposição externa a radiação.


Blindagem para radiação gama.<br />

Por não possuir carga, a radiação gama é muito mais difícil <strong>de</strong> ser blindada que as<br />

partículas alfa e beta. O procedimento básico para blindar a radiação gama é otimizar a<br />

espessura e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da blindagem <strong>de</strong> tal maneira que a intensida<strong>de</strong> do feixe seja reduzida<br />

a um nível aceitável. Em outras palavras, uma camada muito mais <strong>de</strong>lgada <strong>de</strong> chumbo ou<br />

aço po<strong>de</strong> ser muito mais a<strong>de</strong>quada que uma camada muito mais espessa <strong>de</strong> concreto ou<br />

ma<strong>de</strong>ira.<br />

Blindagem para nêutrons.<br />

A blindagem <strong>de</strong> nêutrons é baseada na mo<strong>de</strong>ração ou termalização dos nêutrons até que a<br />

sua energia seja reduzida o suficiente para permitir a sua captura por um átomo em sua<br />

circunvizinhança. Vários materiais <strong>de</strong> blindagem são utilizados para este propósito, com os<br />

mais comuns sendo a água e o concreto.


Qual é a relação existente entre a energia da radiação e seu alcance numa blindagem?<br />

As radiações do tipo partícula carregada tais como a partícula alfa e beta atravessam<br />

distâncias fixas em diferentes materiais, com a distância real <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> sua energia<br />

em MeV. Quanto maior a energia, maior a distância percorrida pela radiação e maior a<br />

espessura <strong>de</strong> blindagem para pará-las.<br />

Porém, a blindagem para radiação gama e nêutrons é muito mais complexa. Na realida<strong>de</strong>, o<br />

alcance <strong>de</strong>stas radiações é in<strong>de</strong>finido. As distâncias percorridas por estas radiações po<strong>de</strong>m<br />

alcançar quilômetros antes <strong>de</strong> serem interrompidas.


Quais outros fatores <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados para redução da exposição externa a<br />

radiação?<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo em uma fonte também influência a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

exposição recebida. Se uma fonte possuir apenas a meta<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma outra fonte equivalente, somente meta<strong>de</strong> da radiação será emitida. Portanto, a taxa<br />

<strong>de</strong> exposição num certo local será somente a meta<strong>de</strong> em relação à fonte <strong>de</strong> maior<br />

intensida<strong>de</strong>.<br />

Em geral, as fontes <strong>de</strong> radiação são projetadas para obter um certo propósito, portanto, a<br />

redução da radioativida<strong>de</strong> não é um termo prático <strong>de</strong> ser empregado. Porém, se a fonte <strong>de</strong><br />

radiação não é mais necessária, uma boa prática é reduzir o número <strong>de</strong>las disponíveis no<br />

local. Um exemplo prático é o caso da contaminação radioativa, é pru<strong>de</strong>nte reduzir a sua<br />

quantida<strong>de</strong> ao menor valor praticável. Portanto, procedimentos <strong>de</strong> boas práticas é um item<br />

muito importante para a redução da radioativida<strong>de</strong> e radiação.


MONITORAÇÃO DA IRRADIAÇÃO EXTERNA<br />

Como uma pessoa po<strong>de</strong> ser exposta à radiação?<br />

Um indivíduo po<strong>de</strong> ser exposto a radiação tanto por fontes <strong>de</strong> radiação internas ao corpo,<br />

exposição interna, como por fontes <strong>de</strong> radiação externas ao corpo, exposição externa.<br />

Como avaliamos a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma exposição externa a radiação?<br />

Uma maneira <strong>de</strong> avaliarmos a exposição externa é realizar a medida da taxa <strong>de</strong> exposição no<br />

local <strong>de</strong> interesse e multiplicá-la pelo tempo gasto no local.


Um outro procedimento é fazer uso <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong>nominados dosímetros individuais.<br />

É prática comum fazermos uso da dosimetria individual?<br />

Sim, o uso do dosímetro individual é um dos mais importantes aspectos <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong><br />

monitoração. Estes dispositivos não somente <strong>de</strong>tectam, mas também me<strong>de</strong>m a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> radiação. Permitem ao profissional <strong>de</strong> radioproteção não somente garantir que a pessoa<br />

não está sendo exposta <strong>de</strong>snecessariamente, mas também <strong>de</strong>monstrar que os limites <strong>de</strong><br />

dose regulamentares não foram excedidos.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição externa a radiação recebida po<strong>de</strong> ser medida diretamente?<br />

Não, a irradiação externa geralmente envolve uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivada ou calculada, uma<br />

vez que, a medida direta da dose absorvida ou energia cedida aos órgãos ou tecidos do<br />

corpo com exatidão e precisão não é possível.


Quais são os componentes importantes <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> monitoração para<br />

exposição externa a radiação?<br />

Existem vários elementos importantes para um programa <strong>de</strong> monitoração da exposição<br />

externa a radiação, todos os quais são necessários para sua operação com sucesso. Por<br />

exemplo, o grupo que opera o programa <strong>de</strong>ve ser muito bem treinado. Alem do mais, os<br />

dispositivos <strong>de</strong> monitoração <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quados para os campos <strong>de</strong> radiação existentes<br />

no local, e <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminados parâmetros tais como duração <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento,<br />

posição do corpo no campo, para garantir que o resultado da exposição seja representativo<br />

do valor real. Os registros associados com as medidas e a sua interpretação são muito<br />

valiosos, o que não é encontrado por escrito não foi medido.<br />

Quais são os dispositivos <strong>de</strong> medida e como trabalham?<br />

Os dispositivos <strong>de</strong> monitoração individual, são dispositivos i<strong>de</strong>alizados para serem<br />

portados ou carregados no corpo <strong>de</strong> um indivíduo para o propósito da medida da exposição<br />

recebida por ele.<br />

Um dos tipos mais populares <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> monitoração contem pequenos cristais<br />

<strong>de</strong>nominados dosímetros termoluminescentes, DTL. Um outro tipo é a película fotográfica<br />

usada pelo <strong>de</strong>ntista para radiografia <strong>de</strong>ntária <strong>de</strong>nominado dosímetro fotográfico. Ambos os<br />

métodos requer um tipo <strong>de</strong> processamento antes <strong>de</strong> disponibilizar os dados referentes a<br />

dose recebida.


Existem pequenos instrumentos que apresentam leitura direta da dose acumulada por uma<br />

pessoa durante o exercício <strong>de</strong> uma tarefa. Estes dispositivos também po<strong>de</strong>m apresentar<br />

sinal sonoro quando exce<strong>de</strong>r a um certo nível <strong>de</strong> radiação.<br />

Um dosímetro individual po<strong>de</strong> ser passado para uma outra pessoa durante o mesmo<br />

período <strong>de</strong> monitoração?<br />

Não. O dispositivo <strong>de</strong> monitoração pessoal é <strong>de</strong> uso pessoal e intransferível. A dose<br />

registrada pelo instrumento não po<strong>de</strong> ser subtraída durante o período que uma pessoa o<br />

utilizou.<br />

Como um dosímetro termoluminescente opera?<br />

Um dosímetro termoluminescente po<strong>de</strong> conter uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais dosimétricos.<br />

Quando estes materiais são expostos a radiação, a energia absorvida é aprisionada e <strong>de</strong>tida<br />

in<strong>de</strong>finidamente. Quando o material é aquecido, posteriormente a irradiação, num<br />

dispositivo conhecido como leitor <strong>de</strong> DTL a energia aprisionada é liberada na forma <strong>de</strong> luz,<br />

luminescência. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz observada é relacionada com a dose <strong>de</strong> radiação.


Qual é a vantagem <strong>de</strong> se usar um DTL para propósitos <strong>de</strong> monitoração da radiação?<br />

O fato <strong>de</strong> que a energia <strong>de</strong> radiação absorvida é aprisionada in<strong>de</strong>finidamente é uma<br />

vantagem muito importante porque o usuário po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>cidir quando o DTL será lido e o<br />

resultado informado. Não é comum esperar mais que um mês para realizar a leitura do DTL<br />

após a irradiação. Uma outra vantagem é que o DTL é apresentado em vários tamanhos,<br />

formas e materiais. Estes dosímetros são pequenos, leves, fáceis <strong>de</strong> manusear, e po<strong>de</strong>m ser<br />

portados confortavelmente pelo indivíduo. São utilizados para medir doses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> poucos<br />

microsievert a milhares <strong>de</strong> sievert; também são utilizados na monitoração ambiental.<br />

O que é um dosímetro fotográfico?<br />

O dosímetro fotográfico é um monitor da radiação externa muito utilizado a 100 anos. Este<br />

dispositivo consiste <strong>de</strong> uma película fotográfica similar àquela utilizada em máquinas<br />

fotográficas. Quando o filme é exposto a radiação, ele enegrece, assim como quando é<br />

exposto a luz visível. O grau <strong>de</strong> enegrecimento é proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação. Em<br />

outras palavras, o enegrecimento do filme será maior quanto maior for a exposição a<br />

radiação.<br />

Como é <strong>de</strong>terminado o grau <strong>de</strong> enegrecimento no filme?<br />

O grau <strong>de</strong> enegrecimento é <strong>de</strong>terminado usando um dispositivo conhecido como<br />

<strong>de</strong>nsitômetro. Esta máquina compara a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que passa através do filme<br />

utilizado pelo usuário contra um filme previamente irradiado com uma dose conhecida.<br />

Qual é a vantagem <strong>de</strong> se usar o filme fotográfico para propósitos <strong>de</strong> monitoração da<br />

radiação externa?<br />

O filme po<strong>de</strong> ser lido muitas vezes e os valores po<strong>de</strong>m ser reconfirmados quantas vezes<br />

queira. A informação contida no filme não é <strong>de</strong>struída no processo <strong>de</strong> leitura. Uma outra<br />

vantagem é que o tipo e energia da radiação a que o filme foi exposto po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>terminados. São dispositivos pequenos, leves, fáceis <strong>de</strong> serem manuseados e<br />

confortáveis <strong>de</strong> serem utilizados.<br />

Como operam os dosímetros <strong>de</strong> alerta?<br />

Um dosímetro <strong>de</strong> alerta contém um pequeno <strong>de</strong>tetor geiger müller em um dispositivo<br />

eletrônico.<br />

Geralmente o dispositivo eletrônico provoca uma série <strong>de</strong> pios quando o <strong>de</strong>tector respon<strong>de</strong><br />

a radiação. Se calibrado a<strong>de</strong>quadamente, o número <strong>de</strong> pios po<strong>de</strong> ser equivalente a uma


quantida<strong>de</strong> conhecida <strong>de</strong> radiação. São utilizados para alertar o indivíduo que existe níveis<br />

<strong>de</strong> radiação exce<strong>de</strong>ndo a um valor pré-<strong>de</strong>terminado.<br />

Qual é a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> se usar um dosímetro <strong>de</strong> alerta para propósitos <strong>de</strong><br />

monitoração da radiação?<br />

Estes dosímetros criam um falso sentido <strong>de</strong> segurança para os trabalhadores quando<br />

funcionam ina<strong>de</strong>quadamente. Um dosímetro que sofreu uma queda, ou com baterias fracas,<br />

ou usado <strong>de</strong> maneira incorreta <strong>de</strong> tal modo que o sensor não possa sentir a presença da<br />

radiação, apresenta esta sensação <strong>de</strong> falsa segurança. Um dosímetro <strong>de</strong> alerta nunca <strong>de</strong>ve<br />

substituir o dosímetro comprobatório ou os instrumentos <strong>de</strong> avaliação necessários para o<br />

local <strong>de</strong> trabalho.<br />

O que é um dosímetro <strong>de</strong> leitura direta?<br />

Um dosímetro leitura direta, ou caneta dosimétrica, é um pequeno instrumento cheio <strong>de</strong> ar.<br />

Opera com o principio da ionização do ar pela radiação, e é capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a radiação<br />

fotônica e a radiação beta <strong>de</strong> alta energia. Também po<strong>de</strong>m ser utilizados para medir<br />

nêutrons.<br />

Contém uma fibra <strong>de</strong> quartzo fixa e uma móvel. Quando utilizado, uma carga elétrica é<br />

estabelecida nas fibras. Por possuírem cargas similares as duas fibras se repelem. Quando<br />

a radiação entra na câmara e ioniza o ar, as cargas existentes nas fibras são neutralizadas, e<br />

elas se aproximam uma da outra. O grau <strong>de</strong> movimento das fibras é proporcional a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radiação recebida, e po<strong>de</strong> ser visto através <strong>de</strong> um observador ocular no final<br />

do dispositivo.<br />

Porque <strong>de</strong>ve ser estabelecido um programa <strong>de</strong> monitoração da radiação individual?<br />

Os programas <strong>de</strong> monitoração individual são i<strong>de</strong>alizados e conduzidos por várias razões.<br />

Entre elas encontram-se: a proteção da saú<strong>de</strong> dos indivíduos; a i<strong>de</strong>ntificação da maneira<br />

incorreta <strong>de</strong> trabalho; a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> alterações nas condições radiológicas; a verificação da<br />

eficácia dos controles <strong>de</strong> engenharia e processo; a observação do principio ALARA; a<br />

<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> concordância com as exigências regulatórias; e a conservação dos<br />

registros a<strong>de</strong>quados.<br />

Quando a monitoração individual é necessária sob o ponto <strong>de</strong> vista legal?<br />

Sob o ponto <strong>de</strong> vista legal a monitoração individual é necessária em certas circunstâncias,<br />

geralmente quando um indivíduo apresenta potencial para receber uma dose superior a 10%<br />

dos valores <strong>de</strong> dose estabelecidos como limite ocupacional.


Quais tipos <strong>de</strong> registros <strong>de</strong>vem ser conservados?<br />

Os registros das medidas das doses individuais; a documentação das exposições<br />

ocupacionais recebidas durante os anos <strong>de</strong> trabalho; os dados necessários para estudos<br />

futuros; os resultados das monitorações do local <strong>de</strong> trabalho; os cálculos usados para<br />

<strong>de</strong>terminar a exposição ocupacional individual; resultados das calibrações; registro dos<br />

treinamentos; resultados das auditorias internas; e <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z em<br />

trabalhadoras; <strong>de</strong>vem ser conservados pelo tempo estabelecido pela autorida<strong>de</strong> regulatória.<br />

MONITORAÇÃO DA IRRADIAÇÃO INTERNA<br />

Como a radioativida<strong>de</strong> entra no corpo?<br />

Uma vez que a radioativida<strong>de</strong> faz parte do nosso mundo ela esta em contato com o interior<br />

do nosso corpo o tempo inteiro. Uma forma <strong>de</strong> entrada é a inalação, on<strong>de</strong> o material que se<br />

encontra suspenso no ar é respirado pelos pulmões. O material radioativo se encontra no ar<br />

na forma <strong>de</strong> pó e poeira. Aquecimento, ventilação, e movimento físico servem para aumentar<br />

as concentrações <strong>de</strong> sujeira no ar nas áreas contaminadas.


Uma outra forma é pela ingestão, quando o material radioativo é conduzido pela boca e<br />

subseqüentemente entra no trato digestivo. A ingestão ocorre quando as pessoas comem,<br />

fumam, ou bebem em áreas contaminadas ou com luvas contaminadas.<br />

Uma outra forma é a entrada através <strong>de</strong> ferimentos ou absorção pela pele. Porém a absorção<br />

é possível somente para poucos elementos.<br />

Existem limites para a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> entrar no corpo?<br />

Sim, assim como existem limites para a irradiação externa também existem limites para a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo que po<strong>de</strong> ser introduzida no corpo como resultado <strong>de</strong> uma<br />

ativida<strong>de</strong> laboral. Estes limites, que se encontram acima dos valores <strong>de</strong> incorporação<br />

diários em virtu<strong>de</strong> da radiação natural presente no nosso dia a dia, são conhecidos como<br />

limite <strong>de</strong> incorporação anual, LIA.<br />

Como sabemos se o LIA foi excedido?<br />

Existem basicamente dois métodos padrões para medida da incorporação <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong>.<br />

Estes são: a bioanálise direta, contagem <strong>de</strong> corpo inteiro; e a bioanálise indireta, análise <strong>de</strong><br />

excretas.


O que é a contagem <strong>de</strong> corpo inteiro?<br />

A contagem <strong>de</strong> corpo inteiro é um termo coloquial para a medida da radiação penetrante<br />

emitida pelo material radioativo que se encontra presente no corpo. Este método <strong>de</strong><br />

bioanálise po<strong>de</strong> ser usado para <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> presente no<br />

corpo no momento da medida, mas não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar diretamente a quantida<strong>de</strong> que<br />

estava presente num momento passado. Esta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser calculada pela medida do<br />

conteúdo no corpo do material específico, seguida pela aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos<br />

que <strong>de</strong>screvem o comportamento <strong>de</strong>ste material no corpo.<br />

O que é a bionálise indireta?<br />

A bionálise indireta, ou análise <strong>de</strong> excretas, esta relacionada com a i<strong>de</strong>ntificação e<br />

quantificação dos materiais radioativos que são excretados ou removidos do corpo. O<br />

procedimento <strong>de</strong> bioanálise indireta é usado rotineiramente em trabalhos <strong>de</strong> radioproteção<br />

para monitorar as pessoas quanto a uma possível incorporação aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> material<br />

radioativo.<br />

Após a ocorrência <strong>de</strong> uma incorporação por inalação ou ingestão, uma parte do material<br />

radioativo será absorvida no fluxo sangüíneo e será <strong>de</strong>positada nos vários órgãos ou<br />

tecidos do corpo ou será excretada pelo corpo. Portanto, pela análise das excretas das<br />

pessoas, po<strong>de</strong> ser dada uma indicação se ocorreu ou não uma incorporação <strong>de</strong> material<br />

radioativo.


Exemplos <strong>de</strong> excretas que po<strong>de</strong>m ser usados para bionálise indireta incluem a urina, fezes,<br />

tecidos, sangue, muco nasal, cabelos, <strong>de</strong>ntes, saliva, suor, e ar. Porém, para a maioria dos<br />

programas <strong>de</strong> monitoração rotineiros da exposição interna a radiação, a metodologia<br />

escolhida é a bionálise <strong>de</strong> urina, ou urinálise.<br />

A urinálise é um método sensível?<br />

Sim, com o passar do tempo o corpo começa a excretar o material radioativo retido pelos<br />

vários órgãos, e procedimentos padronizados <strong>de</strong> bioanálise indireta po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>tectar a<br />

presença <strong>de</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> radionuclí<strong>de</strong>os que não é possível por meio <strong>de</strong><br />

técnicas <strong>de</strong> contagem padrão <strong>de</strong> corpo inteiro. Esta diferença na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção<br />

torna mais evi<strong>de</strong>nte quando são envolvidos materiais radioativos insolúveis.<br />

Os procedimentos <strong>de</strong> urinálises são específicos para o tipo e forma <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> sendo<br />

usada no local <strong>de</strong> trabalho. Em geral, porém, uma ou mais amostras são coletadas em<br />

garrafas, a garrafa é fechada, e a amostra é remetida para o laboratório que realiza a análise<br />

do radionuclí<strong>de</strong>o.<br />

Um laboratório radiotoxicológico não possui capacida<strong>de</strong> para realizar os tipos <strong>de</strong><br />

procedimentos médicos ou laboratoriais comuns. Os equipamentos são capazes <strong>de</strong> isolar e<br />

<strong>de</strong>tectar somente os átomos radioativos.<br />

Como uma amostra po<strong>de</strong> ser analisada?<br />

Um método comum é colocar a amostra diretamente num <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> radiação que<br />

encontra-se conectado a um analisador baseado em técnicas <strong>de</strong> computador. Este método<br />

simples é bastante sensível e não requer qualquer preparação da amostra além da medida<br />

total do volume presente na amostra. Outros métodos, geralmente, exigem o processamento<br />

da amostra, mistura com algum produto químico, solidificação em uma matriz que extrai o<br />

material radioativo e posteriormente medida.


TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO<br />

O que você sabe sob o transporte <strong>de</strong> material radioativo?<br />

Uma das classes <strong>de</strong> materiais perigosos que são transportados por nosso território<br />

diariamente é a classe <strong>de</strong> materiais radioativos.<br />

O transporte <strong>de</strong> materiais radioativos não é uma tarefa simples, e equívocos po<strong>de</strong>m<br />

conduzir a situações negativas.<br />

O material radioativo é usado para vários propósitos, incluindo diagnóstico e terapia<br />

médica, exploração <strong>de</strong> petróleo, teste <strong>de</strong> materiais, produção <strong>de</strong> artefatos nucleares,<br />

produção <strong>de</strong> energia elétrica, produtos <strong>de</strong> consumo, e muitas outras aplicações. Para obter<br />

vantagem <strong>de</strong> seus usos benéficos, e para dispô-los quando necessário, o material radioativo<br />

<strong>de</strong>ve por necessida<strong>de</strong> ser transportado para o local <strong>de</strong> interesse.<br />

O transporte <strong>de</strong> material radioativo possui implicações regulamentares?<br />

O material radioativo não po<strong>de</strong> ser transportado sem a<strong>de</strong>são própria às normas <strong>de</strong><br />

transporte. Para ter uma idéia da importância que um embalado <strong>de</strong> material representa no<br />

transporte, cada violação dos regulamentos po<strong>de</strong> ser bastante custoso ao embarcador.<br />

Os regulamentos são importantes por uma série <strong>de</strong> razões, sendo que a principal envolve o<br />

conceito <strong>de</strong> segurança. A segurança é obtida pela eficiente contenção do material<br />

radioativo, controle da radiação emitida pelo embalado, prevenção <strong>de</strong> criticalida<strong>de</strong> para os<br />

materiais físseis, e a<strong>de</strong>quada dissipação <strong>de</strong> calor gerado <strong>de</strong>ntro do embalado.<br />

Quais organizações internacionais regulamentam o transporte <strong>de</strong> material radioativo?<br />

Várias organizações internacionais estão envolvidas no transporte <strong>de</strong> materiais radioativos.<br />

O Organismo Internacional <strong>de</strong> Energia Atômica, IAEA, fornece as bases principais para<br />

preenchimento das responsabilida<strong>de</strong>s; porém, outras organizações criadas recentemente


incluem a Organização Internacional <strong>de</strong> Aviação Civil, ICAO; a Associação Internacional <strong>de</strong><br />

Transporte Aéreo, IATA; e a Organização Internacional Marítima, IMO. A ICAO e IATA<br />

regulamentam o transporte <strong>de</strong> material radioativo por via aérea, enquanto que a IMO<br />

regulamenta o transporte por via marítima.<br />

Como comparar os regulamentos sobre transporte <strong>de</strong> material radioativo da CNEN<br />

com os regulamentos do IAEA?<br />

Os regulamentos estabelecidos pela CNEN em essência concordam com os estabelecidos<br />

pelo IAEA, embora existam algumas exceções e diferenças.<br />

No contexto <strong>de</strong> transporte, o material radioativo é <strong>de</strong>finido como aquele material que emite<br />

espontaneamente radiação ionizante e possui uma ativida<strong>de</strong> específica superior a 70 Bq/g<br />

<strong>de</strong> material. Qualquer coisa que possuir concentrações <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> menores po<strong>de</strong> ser<br />

embarcada sem obediência aos regulamentos da CNEN.<br />

Quais unida<strong>de</strong>s são usadas para os níveis <strong>de</strong> radiação no transporte <strong>de</strong> material<br />

radioativo?<br />

As taxas <strong>de</strong> dose são reportadas em Sv/h. Embarcar um embalado contendo material<br />

radioativo a<strong>de</strong>quadamente é fundamental sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> segurança, pois,<br />

possibilitará criar uma barreira entre o ambiente e o material radioativo.<br />

Quais são os parâmetros <strong>de</strong> influência na escolha <strong>de</strong> um embalado?<br />

A escolha dos embalados necessita do conhecimento do radionuclí<strong>de</strong>o envolvido, da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> a ser embarcada, e da forma em que o radionuclí<strong>de</strong>o se<br />

encontra.


Quais são os significados <strong>de</strong> A1 e A2?<br />

As categorias A1 e A2 foram <strong>de</strong>senvolvidas para estabelecer a quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> um<br />

radionuclí<strong>de</strong>o que po<strong>de</strong> ser transportada em um embalado Tipo A.<br />

O valor <strong>de</strong> A1 é a quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> para um radionuclí<strong>de</strong>o sob forma especial<br />

que é permitida num embalado Tipo A, enquanto que o valor A2 é a quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser transportada em um embalado Tipo A quando o material está<br />

apresentado sob outras formas. Nenhum valor <strong>de</strong> A1 ou A2 po<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r a 37 terabequerel,<br />

equivalente a 1000 curie.<br />

O que o valor <strong>de</strong> A1 representa realmente?<br />

O valor <strong>de</strong> A1 representa suposições conservativas, pior caso, relacionadas com os níveis<br />

<strong>de</strong> radiação externa proveniente <strong>de</strong> uma fonte sem blindagem a uma certa distância. Em<br />

geral, o valor <strong>de</strong> A1, para um certo radionuclí<strong>de</strong>o é <strong>de</strong>finido como a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

radionuclí<strong>de</strong>o que causaria uma taxa <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> 100 mSv/h a uma distância <strong>de</strong> 1 metro do<br />

embalado. O ponto chave é que o valor <strong>de</strong> A1 é aplicado somente a materiais apresentados<br />

sob forma especial e relacionado somente com a radiação direta. Alem da radiação externa<br />

um embalado po<strong>de</strong> apresentar material sob a forma dispersa se a embalagem for <strong>de</strong>struída.<br />

O que o valor <strong>de</strong> A2 representa realmente?<br />

O valor <strong>de</strong> A2 representa o pior caso para cinco vias <strong>de</strong> exposição: a radiação externa<br />

proveniente da radiação gama, a radiação externa proveniente da radiação beta para a pele,<br />

a inalação, a ingestão, e a radiação gama externa proveniente da imersão na nuvem <strong>de</strong><br />

gases radioativos liberados pelo embalado danificado, isto é, que sofreu perda <strong>de</strong><br />

integrida<strong>de</strong>. O ponto chave para este caso é que o valor <strong>de</strong> A2 aplica-se a forma normal em<br />

que se encontra o material radioativo e tanto a irradiação externa como a interna. Assim<br />

como a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> A1, a suposição é feita para a dispersão e contaminação do conteúdo<br />

do embalado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja provável a liberação inadvertida do conteúdo. Se você notar<br />

nas tabelas o valor <strong>de</strong> A2 po<strong>de</strong> ser igual ao valor <strong>de</strong> A1 , porém nunca po<strong>de</strong>rá exce<strong>de</strong>-lo.


Os valores <strong>de</strong> A1 e A2 foram i<strong>de</strong>alizados para normalizar os riscos radiológicos para todos<br />

os radionuclí<strong>de</strong>os que po<strong>de</strong>riam ser embarcados.<br />

Qual é o significado do termo material sob forma especial?<br />

Primeiramente, <strong>de</strong>ve ser lembrado que o termo forma especial é aplicado somente para os<br />

valores <strong>de</strong> A1. Este termo está relacionado com aqueles materiais que, se liberados <strong>de</strong> um<br />

embalado, apresentaria um risco somente <strong>de</strong>vido a irradiação externa. Assim, a forma em<br />

que a radioativida<strong>de</strong> é apresentada <strong>de</strong>ve ser tal que não originaria condições <strong>de</strong> irradiação<br />

por outras vias.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> radiação encapsulada ou selada é semelhante àquela utilizada nos<br />

<strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> fumaça, material sob forma especial. Para aumentar o limite <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong><br />

são admitidas capsulas <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> resistência física <strong>de</strong> maneira tal que seja<br />

garantido que não haverá dispersão da radioativida<strong>de</strong> presente. Além do mais, somente<br />

materiais sólidos po<strong>de</strong>m ser classificados sob forma especial.<br />

O encapsulamento sob forma especial é projetado <strong>de</strong> tal maneira que a capsula não possa<br />

ser aberta a menos que seja <strong>de</strong>struída. Em outras palavras, não existe mecanismo para<br />

abertura ou <strong>de</strong>sprendimento da capsula <strong>de</strong> maneira que pu<strong>de</strong>sse liberar inadvertidamente o<br />

seu conteúdo. As capsulas sob forma especial também são submetidas a rigorosos testes<br />

<strong>de</strong> verificação antes <strong>de</strong> receber esta classificação. Estes testes incluem o ensaio em<br />

temperatura, impacto, percussão, flexão, e fuga.


Que outros tipos <strong>de</strong> fontes po<strong>de</strong>m ser classificadas como material sob forma<br />

especial?<br />

Existem vários tipos <strong>de</strong> fontes que satisfazem o critério para expedição sob forma especial.<br />

Exemplos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> fontes são as fontes <strong>de</strong> nêutrons, as fontes para medidores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> por transmissão, as fontes para radiografia industrial, e as fontes utilizadas para<br />

esterilização e processamento. Uma cópia do certificado da fonte <strong>de</strong>ve acompanhar o<br />

transporte da mesma.<br />

Qual é o significado do termo material sob forma normal?<br />

Primeiramente, <strong>de</strong>ve ser lembrado que o termo material sob forma normal é aplicado<br />

somente para os valores <strong>de</strong> A2. Estes materiais estão relacionados como forma não<br />

especial, ou materiais que não necessitam ser qualificados como os materiais sob forma<br />

especial. Ao contrário dos materiais sob forma especial, os materiais sob forma normal<br />

po<strong>de</strong>m ser sólidos, líquidos ou gasosos e incluem qualquer material que não foi qualificado<br />

como forma especial.


Quando é exigido um embalado Tipo A para expedição <strong>de</strong> material radioativo e qual a<br />

quantida<strong>de</strong> máxima admitida no embalado?<br />

Um embalado Tipo A po<strong>de</strong> ser exigido quando a radioativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do embalado não<br />

exce<strong>de</strong>r aos valores <strong>de</strong> A1 ou A2. Um embalado Tipo A não po<strong>de</strong> ser usado se os valores <strong>de</strong><br />

A1 ou A2 forem excedidos uma vez que o mesmo foi projetado para suportar somente<br />

condições normais <strong>de</strong> transporte e pequenos aci<strong>de</strong>ntes. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo<br />

admitida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um embalado Tipo A não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r o valor A1 para expedições sob<br />

forma especial ou o valor A2 para expedições sob forma normal, em um único embalado.<br />

ELEMENTO<br />

BROMO<br />

CÉSIO<br />

ESTRÔNCIO<br />

IRIDIO<br />

PROMÉCIO<br />

TÁLIO<br />

COBALTO<br />

A1<br />

ISÓTOPO TBq<br />

Ci<br />

TBq Ci<br />

82<br />

Br 0,4 10 0,4 10<br />

137<br />

Cs 2 50 0,5 10<br />

90<br />

Sr 0,2 5 0,1 2<br />

192<br />

Ir 1 20 0,5 10<br />

147<br />

Pm 40 1000 0,9 20<br />

204<br />

Tl 4 100 0,5 10<br />

60<br />

Co 0,4 10 0,4 10<br />

Em quais situações são usados os embalados Tipo A?<br />

Existem várias situações on<strong>de</strong> os embalados Tipo A são utilizados. Alguns exemplos<br />

incluem a expedição <strong>de</strong> geradores <strong>de</strong> radionuclí<strong>de</strong>os para diagnóstico e tratamento médico,<br />

medidores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, e radionuclí<strong>de</strong>os em forma líquida para propósitos<br />

médicos e pesquisa. Os embalados Tipo A são construídos em papelão, ma<strong>de</strong>ira, plástico<br />

ou metal. Um embalado Tipo A é projetado com o objetivo <strong>de</strong> evitar a perda ou dispersão do<br />

conteúdo presente no embalado e manter a blindagem da radiação em condições normais<br />

<strong>de</strong> transporte.<br />

A1<br />

A2<br />

A2


Os testes realizados nos embalados Tipo A são um pré-requisito para seu uso?<br />

Sim, os embalados Tipo A são projetados para suportar condições <strong>de</strong> manuseio rigoroso.<br />

Portanto, <strong>de</strong>vem passar por uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> verificação, sucessivamente, que<br />

incluem ensaios <strong>de</strong> jato <strong>de</strong> água para simular o efeito das condições ambientais, ensaio <strong>de</strong><br />

queda livre, ensaio <strong>de</strong> penetração, e ensaio <strong>de</strong> empilhamento. As exigências quanto ao<br />

<strong>de</strong>sempenho para líquidos e gases são muito mais restritivas que para sólidos.<br />

Quando é exigido um embalado Tipo B para expedição <strong>de</strong> material radioativo e qual a<br />

quantida<strong>de</strong> máxima admitida no embalado?<br />

Um embalado Tipo B po<strong>de</strong> ser exigido quando a radioativida<strong>de</strong> a ser expedida exce<strong>de</strong>r aos<br />

valores <strong>de</strong> A1 ou A2. Os embalados Tipo B <strong>de</strong>vem, portanto, aten<strong>de</strong>r a todas as exigências<br />

estabelecidas para os embalados Tipo A. Devem também possuir capacida<strong>de</strong> para suportar<br />

condições <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes graves sem nenhuma perda subsequente da contenção e uma perda<br />

limitada da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> blindagem. A última exigência faz com que os embalados sejam<br />

submetidos a testes mais rigorosos. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo que exce<strong>de</strong> os<br />

valores limitados para os embalados Tipo A po<strong>de</strong> ser embarcada num embalado Tipo B.<br />

São exemplos <strong>de</strong> embalados Tipo B os dispositivos para radiografia industrial e os<br />

recipientes para transporte <strong>de</strong> elementos combustíveis queimados.


Quão mais rigorosos são os testes para embalados Tipo B?<br />

Os embalados Tipo B são lançados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s alturas em superfícies irregulares, são<br />

expostos a temperaturas elevadas e são imersos em água. Os embalados Tipo B são<br />

testados rigorosamente antes <strong>de</strong> serem colocados em uso para proporcionar confiança <strong>de</strong><br />

que a sua integrida<strong>de</strong> estrutural será mantida durante o transporte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

material radioativo.<br />

De que outra maneira os valores <strong>de</strong> A1 e A2 são utilizados no transporte <strong>de</strong> material<br />

radioativo?<br />

Múltiplos fracionários dos valores <strong>de</strong> A1 e A2, valores menores, são usados para estabelecer<br />

limites para outras categorias <strong>de</strong> embalados para material radioativo. Estas categorias são<br />

<strong>de</strong>nominadas, quantida<strong>de</strong>s limitadas, artigos exceptivos e materiais <strong>de</strong> baixa ativida<strong>de</strong><br />

específica – BAE.


O que são quantida<strong>de</strong>s limitadas?<br />

Uma quantida<strong>de</strong> limitada é uma classificação para expedição <strong>de</strong> material radioativo que<br />

admite embalados com uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material radioativo enquadrada como<br />

isenta da maior parte das exigências estabelecidas na norma para transporte <strong>de</strong> material<br />

radioativo.<br />

O que são embalados exceptivos?<br />

Os embalados exceptivos estão relacionados com embalados que contém material<br />

radioativo oferecendo um risco muito pequeno <strong>de</strong>vido a sua pequena quantida<strong>de</strong> ou a sua<br />

baixa concentração. O embalado é projetado para conter e proteger o conteúdo durante<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expedição normal. Um exemplo on<strong>de</strong> este tipo <strong>de</strong> embalado é usado<br />

regularmente é o transporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> fumaça. Este dispositivo contém uma<br />

quantida<strong>de</strong> limitada ou isenta <strong>de</strong> Americio-241.<br />

Quais são as exigências para embalados exceptivos?<br />

Existem várias exigências que <strong>de</strong>vem ser satisfeitas. Em geral, o limite <strong>de</strong> contaminação<br />

removível não <strong>de</strong>ve ser excedido, certos limites para a taxa <strong>de</strong> dose <strong>de</strong>vem ser observados<br />

no embalado em si ou na superfície do artigo sem embalado, rótulos <strong>de</strong> material radioativo<br />

<strong>de</strong>vem ser afixados na parte interna do embalado, e <strong>de</strong>vem ser incluídos os documentos <strong>de</strong><br />

transporte ou papeis equivalentes.<br />

Tem-se a impressão que existem muitas regras. Existe uma maneira lógica <strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r a avaliação para a escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> embalado?<br />

Bem, vamos tentar resolver isto. Iniciaremos primeiramente com os conceitos básicos para<br />

facilitar o trabalho. Lembre-se existem materiais que não são regulamentados pela norma <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> material radioativo porque não reúnem os dados para serem consi<strong>de</strong>rados<br />

materiais radioativos, acima <strong>de</strong> 70 Bq/g. Uma vez <strong>de</strong>finido que o seu embalado vai conter<br />

material radioativo, este será embalado obe<strong>de</strong>cendo a seguinte hierarquia, do conteúdo<br />

menos radioativo para o mais radioativo: embalado exceptivo, para quantida<strong>de</strong>s limitadas e<br />

artigos exceptivos, que são da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1000 a 10000 vezes menores que os valores <strong>de</strong> A1<br />

ou A2; embalado Tipo A, que po<strong>de</strong>m conter material radioativo não exce<strong>de</strong>ndo aos valores<br />

<strong>de</strong> A1 ou A2; e embalados Tipo B, que po<strong>de</strong>m conter materiais exce<strong>de</strong>ndo aos valores <strong>de</strong> A1<br />

ou A2. Também existem embalados conhecidos como embalados industriais, EI, que são<br />

algumas vezes utilizados para embarcar materiais <strong>de</strong> baixa ativida<strong>de</strong> específica, BAE.


O que voce enten<strong>de</strong> por indice <strong>de</strong> transporte, IT?<br />

O índice <strong>de</strong> transporte ou IT é um valor que vem sendo utilizado a muitos anos. É <strong>de</strong>finido<br />

como taxa <strong>de</strong> dose <strong>de</strong> radiação em microsievert por hora dividido por <strong>de</strong>z, ou em milirem<br />

por hora a distância <strong>de</strong> um metro da superfície externa do embalado, sem a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

medida. É um número adimensional que é i<strong>de</strong>ntificado no rótulo <strong>de</strong> categoria <strong>de</strong> risco<br />

grudado em duas laterais opostas no embalado e correspon<strong>de</strong> ao grau <strong>de</strong> controle a ser<br />

exercido pelo transportador e outras partes envolvidas durante o manuseio do embalado.<br />

Se a taxa <strong>de</strong> dose a um metro da superfície externa <strong>de</strong> um embalado for <strong>de</strong> 50 microsievert<br />

por hora ou 5 milirem por hora, o IT será igual a 5,0.<br />

CATEGORIA<br />

I - BRANCA<br />

II - AMARELA<br />

III - AMARELA<br />

III - AMARELA<br />

USO EXCLUSIVO<br />

NÍVEL DE RADIAÇÃO<br />

MÁXIMO<br />

SUPERFÍCIE EXTERNA<br />

•<br />

H ≤ 0,005 mSv/h<br />

( 0,5 mrem/h )<br />

( 5 µSv/h )<br />

•<br />

0,005 mSv/h < H ≤ 0,5 mSv/h<br />

( 50 mrem/h )<br />

( 500 µSv/h )<br />

•<br />

0,5 mSv/h < H ≤ 2,0 mSv/h<br />

( 200 mrem/h )<br />

( 2000 µSv/h )<br />

•<br />

2,0 mSv/h < H ≤ 10 mSv/h<br />

( 1 rem/h )<br />

ÍNDICE DE TRANSPORTE<br />

NÍVEL DE RADIAÇÃO<br />

A UM METRO<br />

( IT )<br />

•<br />

H - DESPREZÍVEL<br />

IT = ZERO<br />

•<br />

0 < H ≤ 0,01 mSv/h<br />

( 1 mrem/h )<br />

0 < IT ≤ 1,0<br />

•<br />

0,01 mSv/h < H ≤ 0,1 mSv/h<br />

( 10 mrem/h )<br />

1,0 < IT ≤ 10<br />

•<br />

0,1 mSv/h < H ≤ 0,5 mSv/h<br />

( 50 mrem/h )<br />

10 < IT ≤ 50


O que significa o termo veículo sob uso exclusivo?<br />

Uso exclusivo significa que os embalados contendo material radioativo, uma vez colocados<br />

no veículo, permanecem no veículo até que o <strong>de</strong>stino final seja alcançado. Não ocorre<br />

nenhuma operação <strong>de</strong> carga ou <strong>de</strong>scarga com o veículo em trânsito. São fornecidas pelo<br />

transportador instruções específicas <strong>de</strong>talhando o <strong>de</strong>scarregamento e procedimentos para<br />

manutenção da expedição e para o embalado contendo o material radioativo.<br />

Existe uma taxa <strong>de</strong> dose máxima para um veículo que não seja classificado como uso<br />

exclusivo?<br />

Sim, existe. Geralmente são estabelecidos dois limites. O primeiro <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> no máximo<br />

2000 microsievert por hora em qualquer ponto da superfície do embalado. O segundo, a taxa<br />

<strong>de</strong> dose não po<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r a 100 microsievert por hora a um metro da superfície externa do<br />

embalado. O último valor é reduzido se o embalado for colocado num avião <strong>de</strong> passageiros<br />

<strong>de</strong> acordo com o tamanho da aeronave. Existem exigências adicionais relacionadas com o<br />

valor máximo do índice <strong>de</strong> transporte associado com um grupo <strong>de</strong> embalados e a distância<br />

<strong>de</strong> separação entre os embalados.<br />

Existe uma taxa <strong>de</strong> dose máxima para um veículo que seja classificado como uso<br />

exclusivo?<br />

Sim, mas a situação é mais complexa porque existem vários cenários para estabelecer o<br />

emprego <strong>de</strong> um veículo sob uso exclusivo. Por exemplo, se um embalado é carregado num<br />

veículo convencional, fechado, sob uso exclusivo, significa que o embalado encontra-se<br />

<strong>de</strong>ntro do veículo e inacessível ao público, assim o limite máximo seguinte é aplicável: 1<br />

sievert por hora na superfície do embalado, 2000 microsievert por hora em todas as laterais,<br />

frente e traseira do veículo, 100 microsievert por hora a dois metros <strong>de</strong> todas as superfícies<br />

do veículo fechado, e 20 microsievert por hora na cabina do motorista. Se o veículo for<br />

aberto, on<strong>de</strong> o acesso ao embalado é restrito ou não, os limites são alterados. Se o acesso<br />

não for restringido, o limite <strong>de</strong> 1 sievert por hora é reduzido para 2 milisievert por hora <strong>de</strong><br />

maneira a garantir os objetivos da segurança radiológica.


Existem limites para contaminação <strong>de</strong> superfície nos embalados?<br />

Sim. O limite <strong>de</strong> contaminação é aplicável à contaminação removível existente na superfície<br />

do embalado. Para emissores <strong>de</strong> radiação beta e gama e alfa <strong>de</strong> baixa toxicida<strong>de</strong>, o limite é<br />

<strong>de</strong> 0,4 Bequerel por centímetro quadrado, o que eqüivale a 2200 <strong>de</strong>sintegrações por minuto,<br />

dpm, por 100 centímetros quadrados. Os outros emissores <strong>de</strong> radiação alfa possuem um<br />

limite que é 10 vezes menor ao valor apresentado. Este limite é aplicado ao transporte e não<br />

ao veículo.<br />

O que é um material classificado como BAE ou OCS?<br />

BAE significa baixa ativida<strong>de</strong> específica, e OCS significa objeto contaminado na superfície.<br />

Existem duas <strong>de</strong>signações importantes envolvendo quantida<strong>de</strong>s baixas ou médias <strong>de</strong><br />

materiais radioativos.<br />

Os materiais <strong>de</strong> baixa ativida<strong>de</strong> específica são gerados nas instalações do ciclo do<br />

combustível nuclear bem como em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> centros industriais, médicos, pesquisa<br />

e acadêmicos.<br />

Os objetos contaminados na superfície é uma <strong>de</strong>signação para os rejeitos sólidos contendo<br />

contaminação radioativa na superfície externa. Os materiais contaminados na superfície são<br />

originados nos processos <strong>de</strong> limpeza, manutenção e <strong>de</strong>scontaminação.<br />

Os materiais classificado como BAE apresentam um risco radiológico?<br />

Sim, porém somente com um grau limitado. A <strong>de</strong>signação BAE indica que não são emitidas<br />

muitas radiações durante o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento.<br />

Os materiais BAE são classificados em três categorias.<br />

A <strong>de</strong>signação para BAE-I é usada geralmente para materiais radioativos com um nível <strong>de</strong><br />

radioativida<strong>de</strong> muito baixo. Exemplos <strong>de</strong>sta categoria incluem, mas não estão limitados a,<br />

minérios <strong>de</strong> urânio e tório <strong>de</strong> ocorrência natural, escória <strong>de</strong> mineração, terra contaminada,<br />

cascalho, e outros materiais em que o material radioativo encontra-se uniformemente<br />

distribuído e a ativida<strong>de</strong> específica média não exce<strong>de</strong> um limite específico.<br />

A <strong>de</strong>signação para BAE-II inclui água contendo tritío, porém não exce<strong>de</strong>ndo a um limite<br />

específico, uma distribuição uniforme <strong>de</strong> material radioativo com ativida<strong>de</strong> especifica não<br />

exce<strong>de</strong>ndo a limites específicos para sólidos, líquidos e gases.<br />

A <strong>de</strong>signação para BAE-III contem ativida<strong>de</strong>s mais elevadas, com material radioativo<br />

uniformemente distribuído numa forma relativamente insolúvel.<br />

O que é um material classificado como OCS?<br />

Esta <strong>de</strong>signação aplica-se aos objetos não radioativos que foram contaminados em sua<br />

superfície. Existem duas categorias conhecidas como OCS-I e OCS-II. Estas categorias


estão relacionadas tanto com a contaminação removível como com a fixa e em superfícies<br />

acessíveis ou não.<br />

Quais são as exigencias para embalados com material classificado como BAE ou<br />

OCS?<br />

Em geral, o embalado <strong>de</strong>stes materiais está baseado no potencial <strong>de</strong> risco radiológico do<br />

material a ser transportado. Em alguns casos, é suficiente um embalo <strong>de</strong> superfície<br />

resistente. Em outros casos são necessários embalados Tipo A ou até mesmo embalados<br />

Tipo B. Geralmente são transportados em embalados industriais, EI.<br />

Quais são as outras exigências para o transporte <strong>de</strong> material radioativo?<br />

São os documentos que <strong>de</strong>vem acompanhar o transporte, os símbolos e rótulos, e os<br />

painéis a serem afixados nos veículos. Além disso, a classe <strong>de</strong> risco, o número <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação UN, e o nome próprio do material.<br />

Porque são exigidos rótulos nos embalados <strong>de</strong> material radioativo?<br />

Porque eles proporcionam uma informação útil, alertam as pessoas quanto ao conteúdo do<br />

embalado e que o mesmo requer controles e manuseio especial sobre como <strong>de</strong>ve ser<br />

empilhado e como <strong>de</strong>ve ser realizada a separação entre os embalados.<br />

Quais são os tipos <strong>de</strong> rótulos empregados normalmente?<br />

São usados os rótulos <strong>de</strong> categoria <strong>de</strong> risco, Branco I, Amarelo II e III. O rótulo Branco I<br />

significa um risco <strong>de</strong> radiação externa baixo e não requer regras especiais <strong>de</strong> manuseio. Já<br />

os rótulos Amarelo II e III indicam que os níveis <strong>de</strong> radiação externo são suficientemente<br />

altos para requerer consi<strong>de</strong>rações quanto ao manuseio. O veículo transportando material<br />

sob categoria Amarela II e III <strong>de</strong>ve ser sinalizado com painéis.


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