VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PRÓTESES ... - Univale
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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE<br />
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS.<br />
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA<br />
Anabella da Silva Dutra<br />
<strong>VANTAGENS</strong> E DES<strong>VANTAGENS</strong> <strong>DAS</strong> <strong>PRÓTESES</strong> PARAFUSA<strong>DAS</strong> E<br />
CIMENTA<strong>DAS</strong><br />
Governador Valadares<br />
2009
ANABELLA DA SILVA DUTRA<br />
<strong>VANTAGENS</strong> E DES<strong>VANTAGENS</strong> <strong>DAS</strong> <strong>PRÓTESES</strong> PARAFUSA<strong>DAS</strong> E<br />
CIMENTA<strong>DAS</strong><br />
Monografia para obtenção do titulo de<br />
Especialista em Prótese Dentária apresentada à<br />
Faculdade de Ciências da Saúde da<br />
Universidade Vale do Rio Doce.<br />
Orientador: Prof. MS. Cândido dos Reis<br />
Badaró Filho<br />
Governador Valadares<br />
2009<br />
1
ANABELLA DA SILVA DUTRA<br />
<strong>VANTAGENS</strong> E DES<strong>VANTAGENS</strong> <strong>DAS</strong> <strong>PRÓTESES</strong> PARAFUSA<strong>DAS</strong> E<br />
CIMENTA<strong>DAS</strong><br />
Monografia apresentada ao curso de<br />
Especialização em Prótese Dentária da<br />
Faculdade de Ciências da Saúde da<br />
Universidade Vale do Rio Doce, como<br />
requisito para obtenção do título de<br />
especialista em Prótese Dentária.<br />
Governador Valadares, 03 de dezembro de 2009.<br />
Banca Examinadora<br />
__________________________________________<br />
Prof. Ms. Cândido dos Reis Badaró Filho<br />
Universidade Vale do Rio Doce<br />
__________________________________________<br />
Prof. convidado<br />
Universidade Vale do Rio Doce<br />
__________________________________________<br />
Prof. convidado<br />
Universidade Vale do Rio Doce<br />
2
Dedico este trabalho ao meu querido esposo<br />
Toninho e aos meus filhos,Alexandre e Ana<br />
Carolina por todo amor, apoio e incentivo.<br />
Amo vocês.<br />
3
AGRADECIMENTOS<br />
Ao meu querido paizinho, nenhuma palavra vai ser suficiente para agradecer a infinidade de<br />
gentilezas que fez por mim... Amo você Tonico!<br />
À minha doce mãezinha, Herceli que é uma grande amiga... Obrigada pela compreensão, pelo<br />
incentivo, pelo amor incondicional. Com certeza, o que sou hoje, devo a você!<br />
Ao meu amado esposo Toninho e aos meus filhos, Xande e Carol, tenho muito a agradecer. A<br />
você Toninho meu eterno amor, obrigada pelas viagens na madrugada; pela espera no final<br />
das clínicas; pela paciência em carregar as malas de materiais. Te amo!<br />
Às minhas caríssimas irmãs Nádia e Niceli companheiras inseparáveis, que me motivaram e<br />
foram meu porto seguro.<br />
Ao meu cunhado Reginaldo pelo carinho e apoio recebendo os e-mails, dando caronas... valeu<br />
querido!<br />
Aos meus tios Hélia e Célio pelas hospedagens e por tanto carinho e amor.<br />
À Nenê que cuidou do meu lar durante minha ausência, sempre com esmero e amor. Você é<br />
dez!<br />
Ao meu amigo e orientador Cândido, professor incansável e que me ajudou completar essa<br />
jornada , o meu muito obrigada.<br />
Ao Rômulo Hissa exemplo de pessoa, sempre nos ensinando a não desistir nunca.<br />
Aos meus queridos e grandes amigos, Mário e Flavyany o meu carinho a apreço.<br />
A todos que de alguma forma me ajudaram o meu muito obrigada.<br />
E principalmente a Deus que é o meu melhor amigo!!!<br />
4
“ Deus é nosso refúgio e nossa força mostrou-se nosso amparo nas<br />
tribulações. Por isso a terra pode tremer, nada tememos: as próprias<br />
montanhas podem se afundar nos mares. Ainda que as águas<br />
tumultuem e venham abalar os montes,está conosco o senhor dos<br />
exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó.’’<br />
Salmo 45,2.<br />
5
RESUMO<br />
O objetivo deste estudo foi através de uma revisão de literatura demonstrar a diversidade de<br />
opiniões sobre vantagens e desvantagens da utilização de próteses cimentadas ou parafusadas<br />
sobre o implante.Constatou-se que a biomecânica é um dos aspectos mais importantes para a<br />
realização de uma prótese sobre implantes, assim como o assentamento passivo, ajuste oclusal<br />
e uma prótese que favoreça a higiene, são requisitos fundamentais à longevidade do trabalho;<br />
a oclusão e a estética não devem ser deixados de lado quando se utilizam parafusos somente<br />
para se ter uma melhor capacidade de remoção das próteses; no entanto, quando se deseja<br />
priorizar, especialmente na região anterior, a estética, as restaurações cimentadas são as mais<br />
indicadas. Da mesma forma, deve-se optar por este sistema de retenção quando se busca um<br />
maior aperfeiçoamento na passividade de adaptação e benefícios no aspecto oclusal. Porém,<br />
quando o espaço interoclusal não permite a confecção de restaurações cimentadas que<br />
respeitem os princípios biomecânicos que regem as próteses sobre implantes, ou quando se<br />
deseja priorizar a saúde dos tecidos moles periimplantares ou mesmo a reversibilidade da<br />
restauração, opta-se pela confecção de próteses parafusadas. Concluiu-se que, tanto a prótese<br />
cimentada quanto a parafusada podem ser corretamente utilizadas de acordo com a situação<br />
clínica apresentada. Não há evidências que favoreçam, de forma geral, um mecanismo de<br />
retenção em detrimento do outro.<br />
Palavras-chave: Próteses sobre implante. Prótese cimentada. Prótese parafusada.<br />
6
ABSTRACT<br />
A literature review demonstrate, this study was through the diversity of opinions about<br />
advantages and disadvantages of using cemented prosthesis or screws on the implant. It was<br />
found that the biomechanics is one of the most important for the realization of a prosthesis<br />
implant, as well as the settlement liability, occlusal adjustment and an implant to promote<br />
hygiene, are essential prerequisites for longevity of work, occlusion and aesthetics should not<br />
be left out when using screws only to have a better capacity to remove prosthesis, however,<br />
when you want to prioritize, especially in the anterior, aesthetics, cemented restorations are<br />
the most suitable. Likewise, one should opt for restraint when seeking a further improvement<br />
in the passivity and benefits of adaptation in the appearance aspect. However, when the<br />
interocclusal space does not permit the manufacture of cemented restorations that meet the<br />
biomechanical principles governing the prosthetic implant, or if you want to prioritize the<br />
health of peri-implant soft tissues or even the reversibility of the restoration, the option is to<br />
prostheses screwed. It was concluded that both the cemented prosthesis as a bolt can be<br />
properly used in accordance with the clinical situation presented. There is no evidence to<br />
support, in general, a retention mechanism over the other.<br />
Keywords: Prostheses over implant. Prosthesis cemented. Prosthesis screwed.<br />
7
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1 - Coroas diretamente aparafusadas à cabeça do implante..................................... 14<br />
Figura 2 - As coroas cimentadas têm tipicamente dois componentes, sendo eles o pilar<br />
aparafusável ao implante e a coroa que sobre ele assenta.....................................................<br />
8<br />
15
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10<br />
2 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................<br />
2.1 PRÓTESE PARAFUSADA.......................................................................................... 12<br />
2.2 PRÓTESE CIMENTADA............................................................................................... 14<br />
2.3 <strong>VANTAGENS</strong> E DES<strong>VANTAGENS</strong> <strong>DAS</strong> <strong>PRÓTESES</strong> CIMENTA<strong>DAS</strong> E<br />
PARAFUSA<strong>DAS</strong>................................................................................................................<br />
3 DISCUSSÃO.....................................................................................................................<br />
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................<br />
REFERÊNCIAS...................................................................................................................<br />
12<br />
16<br />
22<br />
26<br />
9<br />
27
1 INTRODUÇÃO<br />
A osseointegração em si, de acordo com Oliveira et al. (2007) é a primeira<br />
preocupação dos profissionais que desejam oferecer aos seus pacientes uma alternativa de<br />
tratamento reabilitador para os dentes perdidos. Com a consolidação desta técnica, com altos<br />
índices de sucesso, as atenções começaram a se voltar para a melhoria dos aspectos estéticos<br />
relacionados às próteses implanto-suportadas que, de início, na década de 80, não<br />
apresentaram esta característica.<br />
Os Implantes Dentários estão se tornando, cada vez mais, a primeira opção para a<br />
reposição de dentes tanto por parte do profissional, bem como por parte do paciente. As<br />
vantagens apresentadas pelo tratamento de reposição dentária através de próteses<br />
confeccionadas sobre implante são inúmeras; porém, merecem especial destaque três destas<br />
indicações: a preservação biológica dos dentes adjacentes ao espaço protético, a preservação<br />
da estrutura óssea remanescente do rebordo alveolar e, é claro, a estética. Devido a esses<br />
fatores, como também pela maior veiculação de informações acerca dos implantes dentários,<br />
estes passaram a ser uma alternativa de tratamento bem aceita e procurada, deixando de ser,<br />
para muitos, uma novidade e tornando-se uma realidade. Todavia, muitos profissionais<br />
encontram algumas dúvidas em relação à melhor forma de como proceder com o tratamento<br />
protético sobre o implante, principalmente ao que se referem às vantagens e desvantagens da<br />
cimentação ou da fixação através de parafuso da coroa protética sobre o pilar do implante<br />
(BARBOSA e FEDUMENTI, 2006).<br />
O sistema de fixação da futura prótese dentária pode ser feito por cimento ou<br />
parafusos e deve ser projetado antes da cirurgia (MANTILLA, 1985). Pois, segundo Misch<br />
(2000) é importante se levar em consideração os princípios biomecânicos e cuidar para não<br />
interferir na estética. É o caso, por exemplo, de implantes anteriores, que necessitam de uma<br />
posição mais lingual de inserção, quando, no planejamento protético pré-cirúrgico, se decide<br />
pela confecção de uma coroa parafusada, porque o orifício de acesso para o parafuso é<br />
inserido no cíngulo da coroa. Implantes anteriores colocados em um plano excessivamente<br />
vestibularizado tornam a obtenção de uma estética favorável provavelmente comprometida<br />
(MISCH, 2000).<br />
10
Segundo Guichet et al. (2000), a grande maioria dos pacientes preferem uma<br />
restauração tipo cimentada por apresentar-se semelhante ao dente natural, sem o orifício para<br />
o parafuso oclusal. O inconveniente destas está no fato delas não permitirem a manutenção<br />
para o reaperto das conexões sem que haja a fratura da coroa no momento da remoção da<br />
mesma.<br />
A melhor opção está ligada aos objetivos do protesista, aos atributos do sistema de<br />
implantes utilizado e a filosofia de quem está executando o trabalho (JOHNSON, 1999).<br />
Para Bezerra e Rocha (1999), “mais do que uma preferência individual, o reabilitador<br />
deve ter em mente as vantagens e desvantagens de cada uma dessas opções protéticas na hora<br />
de eleger os componentes adequados para solucionar seus casos clínicos”.<br />
A dupla possibilidade de restauração de prótese sobre implantes: cimentadas ou<br />
parafusadas, constantemente coloca-se frente a seleção do que melhor aplica-se aos pacientes<br />
individualmente (ADELL et al., 1981).<br />
O procedimento de fixação ideal da coroa ao pilar do implante seria aquele que<br />
possibilitasse a obtenção de um assentamento mais passivo com uma otimização da direção<br />
das cargas, um aperfeiçoamento da estética, um acesso melhorado com facilidade de provas,<br />
uma perda reduzida da crista óssea, e complicações, custo e tempo reduzidos (MISCH, 2000).<br />
De acordo com Sahin e Cehreli (2001), as próteses fixas apoiadas sobre implantes são<br />
essencialmente parafusadas ou cimentadas, requerendo uma profunda avaliação de várias<br />
premissas e parâmetros para o uso de qualquer uma delas.<br />
A realização deste trabalho através de uma revisão de literatura se justifica, diante da<br />
diversidade de opiniões sobre vantagens e desvantagens da utilização de próteses cimentadas<br />
ou parafusadas sobre o implante e, da não-existência de uma técnica ideal na fixação da<br />
prótese ao pilar do implante.<br />
11
2 REVISÃO DE LITERATURA<br />
2.1 <strong>PRÓTESES</strong> PARAFUSA<strong>DAS</strong><br />
As primeiras próteses sobre implantes osseointegrados utilizados foram as de<br />
parafuso-retidas, que surgiram a partir de estudos apresentados por Branemark (1977), quando<br />
sua reversibilidade era conseguida com facilidade. Instituiu a colocação de 4 a 6 implantes, na<br />
região intermentoniana de arcada inferior edêntula, com o objetivo de suportar uma prótese<br />
fixa parafuso-retida, com extensão distal. Esta disposição dos implantes foi devida à presença<br />
do nervo alveolar inferior e da deflexão sofrida pela mandíbula, durante seus movimentos<br />
funcionais, que poderiam limitar a colocação de implantes distalmente ao forame mentoniano.<br />
Neste sistema de prótese, consegue-se facilmente a sua remoção em caso de substituição de<br />
algum componente protético danificado.<br />
Williamson (2000), relatou que o sucesso da prótese unitária retida por parafuso<br />
depende da precisão da adaptação que é crítica para a saúde periimplantar, assim como para a<br />
longevidade do implante, o parafuso e a prótese propriamente dita.<br />
Davarpanah et al. (2003) citaram como desvantagem o perfil de emergência anatômico<br />
às vezes dificilmente realizável.<br />
Gomes et al. (2006) ressaltaram que as próteses parafusadas comprometem muito a<br />
oclusão porque a “loja” do parafuso utiliza aproximadamente 50% da superfície oclusal dos<br />
dentes posteriores, interferindo desta forma com os contatos axiais que deveriam ser sobre os<br />
implantes. Relataram um grande número de complicações e problemas protéticos<br />
apresentados principalmente com a fratura do parafuso de ouro, eles afirmam que este fato é<br />
devido a um assentamento não passivo da estrutura metálica ou devido à parafunção além dos<br />
problemas de sobrecarga mecânica e/ou biomecânica que podem aparecer nas próteses<br />
implanto-suportadas, desenho errôneo da prótese e/ou assentamento impróprio da peça.<br />
Informaram também que as possíveis conseqüências de uma sobrecarga mecânica são: o<br />
afrouxamento do parafuso que prende a prótese ou do parafuso que prende o pilar<br />
intermediário; a fratura de um destes parafusos e a fratura da prótese. E citam como vantagens<br />
da prótese parafusada a possibilidade de remoção periódica quando necessário; possibilidades<br />
12
de reintervenção cirúrgica; possibilidade de reparo ou modificação da prótese, após a perda de<br />
um implante; e possibilita a avaliação da higiene oral e a sondagem do tecido perimplantar. E<br />
como desvantagens um custo maior, se comparada a cimentada, além da complexidade de<br />
confecção.<br />
Freitas et al. (2007) adicionaram além das características citadas acima, a estética pelo<br />
orifício de acesso do parafuso de retenção.<br />
Oliveira et al. (2007) citaram algumas vantagens deste tipo de prótese: reversibilidade,<br />
espaços interoclusais reduzidos, disponibilidade e variação de componentes, implantes<br />
múltiplos, supra-estruturas com cantiléver e melhor adaptação dos componentes por serem<br />
pré-fabricados. E como desvantagens: a dificuldade de assentamento passivo, estética, menor<br />
versatilidade, limitação pelo posicionamento dos implantes, menor resistência a fratura da<br />
porcelana, maior custo de fabricação, presença de microgap, maior possibilidade de<br />
afrouxamento dos parafusos. Concluíram que os níveis de tensão das parafusadas é menor que<br />
as cimentadas.<br />
As próteses aparafusadas sobre implantes “clássicas” utilizam um parafuso para ligar o<br />
pilar ao implante (“abutment screw”), e um segundo parafuso para ligar o pilar à prótese<br />
(parafuso protético). Todos os componentes são facilmente desmontados, e, assim,<br />
recuperáveis. Uma alternativa mais comum e atual é o aparafusamento direto da prótese à<br />
cabeça do implante, com um único parafuso, utilizando pilares tipo “ U C LA” parcial ou<br />
totalmente calcináveis (Fig. 1). Esta técnica dispensa a utilização de uma meso-estrutura (que<br />
faça a ligação entre a coroa e o implante), tornando a reabilitação mais simples e econômica,<br />
estando reservada a coroas em metal-cerâmica. Uma desvantagem destas reabilitações é o fato<br />
de uma parte da estrutura, a coroa, não ser maquinada, existindo a possibilidade de pequenas<br />
discrepâncias marginais, minimizáveis com uma correta comunicação entre o<br />
implantodontista e o técnico de prótese dentária, e com a utilização de materiais de excelente<br />
qualidade (STANLEY e ALHO, 2009).<br />
13
2.2 <strong>PRÓTESES</strong> CIMENTA<strong>DAS</strong><br />
Figura 1 - Coroas diretamente aparafusadas à cabeça do implante<br />
Fonte: Stanley e Alho (2009)<br />
Madallena e Madallena (1998) citaram a técnica da prótese cimentada como um dos<br />
métodos mais simples, mas pode causar um acúmulo de placa bacteriana devido a interface<br />
subgengival entre o implante e o poste com cimento excedente de difícil eliminação e<br />
consequentemente causando uma inflamação crônica.<br />
Alguns fatores influenciam a retenção nas próteses cimentadas, seja em dentes naturais<br />
ou em próteses sobre implantes. Dentre eles se destacam a convergência ou paralelismo, área<br />
da superfície e altura, polimento ou rugosidade da superfície e o tipo de cimento (HELBEL e<br />
GAJJAR, 1999).<br />
Gomes et al. (1999), descreveram como vantagens da prótese cimentada: o custo; a<br />
facilidade de confecção; e permitir o posicionamento da prótese sobre implante que estão fora<br />
de alinhamento, através de sobrefundições ou com o uso de munhões angulados. Porém, citam<br />
como desvantagem o fato de que, quando há falhas nas cimentações ou fraturas do pilar, será<br />
um problema sério a remoção do munhão do implante, sem danificar o mesmo. Salientam<br />
que, essa prótese só poderá ser utilizada, quando existe uma relação coroa/implante favorável.<br />
Além disso, mencionaram que há uma tendência em se usar próteses cimentadas sobre<br />
14
implantes, em vez de prótese retidas a parafuso, devido às suas qualidades relacionadas com a<br />
oclusão, estética e desalinhamento dos implantes.<br />
Neves et al. (2003), relataram que este tipo de prótese traz como vantagem principal, a<br />
possibilidade de reproduzir o contorno gengival no pilar, uniformizando o sulco gengival.<br />
Oliveira et al. (2007), destacaram em relação às próteses cimentadas a estética,<br />
melhor assentamento passivo, melhor direcionamento de forças axiais, menor custo de<br />
produção, menor complexidade em componentes, maior retenção, maior resistência à fratura<br />
de porcelana, maior versatilidade na correção de implantes mal posicionados, maior indicação<br />
para dentes anteriores e coroas unitárias e como contra-indicação espaços interoclusais<br />
reduzidos e menor possibilidade de reversibilidade.<br />
As próteses cimentadas têm igualmente um parafuso de conexão do pilar ao implante.<br />
No entanto, a prótese é cimentada ao pilar, de forma semelhante à prostodontia fixa sobre<br />
dentes (Fig. 2). A principal vantagem desta técnica é o fato de se poder utilizar coroas<br />
totalmente cerâmicas sobre pilares preparados em laboratório (metálicos ou em zircônia<br />
zircónio), e de permitir uma mais fácil correção prostodôntica de implantes mal posicionados<br />
(STANLEY e ALHO, 2009).<br />
Figura 2 - As coroas cimentadas têm tipicamente dois componentes, sendo eles o<br />
pilar aparafusável ao implante e a coroa que sobre ele assenta<br />
Fonte: Stanley e Alho (2009)<br />
15
2.3 <strong>VANTAGENS</strong> E DES<strong>VANTAGENS</strong> <strong>DAS</strong> <strong>PRÓTESES</strong> CIMENTA<strong>DAS</strong> E<br />
PARAFUSA<strong>DAS</strong><br />
Schnetzler Neto et al. (1993) descreveram as vantagens e desvantagens das próteses<br />
implantosuportas aparafusadas e cimentadas conforme descrito no quadro 01 a seguir:<br />
PROTESES IMPLANTO-<br />
SUPORTA<strong>DAS</strong> CIMENTA<strong>DAS</strong><br />
<strong>PRÓTESES</strong> IMPLANTO-SUPORTA<strong>DAS</strong><br />
APARAFUSA<strong>DAS</strong><br />
<strong>VANTAGENS</strong> <strong>VANTAGENS</strong><br />
Confecção mais simples e menos custosas; Possibilitam modificações na prótese e transformação do caso;<br />
Ótimo resultado estético; Podem ser empregadas em pilares de perfil baixo;<br />
Pode-se corrigir facilmente o eixo protético; Podem ser removidas periodicamente para a avaliação da<br />
higiene.<br />
Possibilita a higiene periimplantária; DES<strong>VANTAGENS</strong><br />
Assentamento da prótese mais passivo Maior custo e maior complexidade na sua confecção, se<br />
comparadas às cimentadas;<br />
Maior facilidade do emprego de cargas axiais<br />
sobre os implantes;<br />
A estética é comprometida pela presença dos parafusos nas<br />
faces oclusais<br />
Menos fraturas do acrílico ou porcelana. Necessidade de manutenção periódica (ajuste ou troca dos<br />
parafusos);<br />
DES<strong>VANTAGENS</strong><br />
Dificuldade de se obter um assentamento passivo da prótese;<br />
Não permitem a remoção da prótese Dificuldade na obtenção de cargas axiais e mais equitativas<br />
sobre os implantes, o que resulta em maiores tensões;<br />
Impossibilidade de ser empregada em pilares<br />
de perfil baixo.<br />
As "lojas" dos parafusos apresentam áreas debilitadas e que<br />
podem facilitar a fratura da porcelana ou do acrílico;<br />
Comprometem a oclusão e movimentos excursivos, devido à<br />
presença dos parafusos nas faces oclusais;<br />
Pacientes relatam sensação desconfortável descrita como<br />
"opressão",devido ao rosqueamento.<br />
Quadro 01 - vantagens e desvantagens das próteses implantosuportaas aparafusadas e cimentadas.<br />
Fonte: Schnetzler Neto et al. (1993).<br />
Estes mesmos autores constataram que a vantagem mais relevante da prótese<br />
parafusada sobre implantes é a facilidade de sua remoção, sempre que se faz necessário. E que<br />
as próteses implanto-suportadas cimentadas são preferíveis às próteses parafusadas, exceto em<br />
situações que o uso da prótese parafusada for imperativo, como por exemplo, relação<br />
coroa/implante desfavorável e espaço inter-oclusal insuficiente.<br />
16
Dario (1996) afirma que uma restauração parafuso-retida é reversível, e que uma<br />
prótese cimento-retida também pode ser reversível, desde que a seleção de cimentos leve em<br />
consideração suas propriedades retentivas, de acordo com a retenção requerida pela<br />
restauração. Assim, restaurações com múltiplos abutments longos requerem um cimento com<br />
menor retenção, quando comparadas com restaurações com poucos e curtos abutments. O<br />
autor cita que a remoção das restaurações cimento-retidas envolve muito menos tempo e<br />
esforço, quando comparada a remoção das próteses parafuso-retidas. Também próteses sobre<br />
o implante parafuso-retidas quando comparadas com próteses cimento-retidas, apresentam<br />
geralmente fabricação mais complexa, requerem mais componentes protéticos e<br />
proporcionam um custo mais elevado. O autor relata que as restaurações provisórias cimento-<br />
retidas podem ser confeccionadas da mesma maneira que aquelas para os dentes naturais,<br />
oferecendo um custo e tempo de trabalho menor. Assim, também as próteses cimento-retidas<br />
oferecem mais facilidades para se conseguir uma ótima estética e uma excelente integridade<br />
oclusal, quando comparadas com as próteses parafuso-retidas.<br />
Singer e Serfaty (1996) apresentaram um estudo com 92 próteses parciais fixas<br />
cimento-retidas sobre implantes, por um período de 5 meses a 3 anos. Foram colocados 225<br />
implantes do sistema Spectra-System (Corevent), no total, sendo 86 na maxila e 139 na<br />
mandíbula. Nas próteses foram usados cimentos temporários Temp-bond (Kerr, Mfg. Co) e<br />
IRM (Caulk division, dentsply), e os abutments usados foram os passíveis de preparo<br />
protético. A porcentagem de complicação, como perda do cimento, ficou em 9,8% dos casos.<br />
Na manutenção dessas próteses foi verificado o princípio de reversibilidade com uso de<br />
cimento temporário. A vantagem da reversibilidade das próteses parafusadas, também se<br />
verificou nas próteses cimentadas. Na análise das forças transmitidas ao implante, com o uso<br />
de prótese cimento-retida, constatou-se ser um mecanismo bem favorável.<br />
Ganor et al. (1996) apresentaram um método que garante a reversibilidade das<br />
próteses cimento-retidas. Dentro desse enfoque criaram uma técnica de confecção de um<br />
coping metálico para coroa matalocerâmica cimentada em abutments angulado. Essa técnica<br />
foi idealizada para permitir a retirada da coroa cimentada, em casos de afrouxamento do<br />
parafuso de retenção do abutment. Através de um pequeno orifício de acesso, situado na face<br />
vestibular ou oclusão-vestibular, de diâmetro suficiente para inserir um instrumento para<br />
desparafusar o complexo abutment-coroa, consegue-se uma reversibilidade facilitada da coroa<br />
17
metalocerâmica, sem que seja necessária sua destruição, não comprometendo sua resistência<br />
ou estética, e o orifício pode ser coberto com resina composta ou com porcelana.<br />
Hebel e Gajjar (1997) discutiram a influência da estética e da oclusão na seleção de<br />
sistemas parafusados ou cimentados, com retenção para prótese sobre implante. Para os<br />
autores, um dos argumentos mais utilizados pelos defensores das próteses parafusadas é o de<br />
dar condição da prótese ser reutilizável, mas que quando é selecionado um cimento adequado<br />
a prótese cimentada também pode ser reutilizável. Desvantagens importantes como a<br />
instabilidade do parafuso são encontradas nas próteses parafusadas. Quando uma força<br />
vertical ou oblíqua atua sobre a prótese, produz-se tensão no parafuso, o que provoca<br />
instabilidade ou afrouxamento no mesmo.<br />
Guichet et al. (2000) compararam a integridade marginal e a tensão gerada durante o<br />
assentamento de restaurações retidas por implantes, cimentadas e parafusadas. A passividade<br />
de adaptação e as discrepâncias entre as próteses cimentadas e parafusadas foram avaliadas<br />
por um modelo fotoelástico de um arco mandibular parcialmente edêntulo posterior com três<br />
implantes do tipo roscados. Três implantes de 10mm (Nobel Biocare) foram fixados na área<br />
do primeiro e segundo pré-molar, e do primeiro molar, sobre estes dez próteses foram<br />
fabricadas (cinco parafusadas e cinco cimentadas) em liga de ouro. Nas próteses parafusadas<br />
foi utilizado um pilar cônico (3i) e sobre este um cilindro de ouro, no qual foi encerada e<br />
obtida a prótese. O desenho de próteses cimentadas foi obtido utilizando pilares de perfil de<br />
emergência tipo postes (3i), os quais foram colocados sobre o modelo de trabalho e<br />
preparados seguindo as instruções do fabricante. Após polimento foi realizado o enceramento<br />
e a fundição das próteses. As fundições parafusadas foram fixadas sobre os implantes com os<br />
valores de torque recomendados e as cimentadas assentadas utilizando cimento de oxido de<br />
zinco e eugenol (Temp Bond, Kerr), sob uma carga de 4,5kg. Leituras da adaptação marginal<br />
foram realizadas antes e depois da cimentação e antes e depois do torque nas restaurações<br />
parafusadas. A passividade e a tensão gerada durante o assentamento foi avaliado através de<br />
modelo fotoelástico. Concluíram que a desadaptação marginal das próteses, antes de ser<br />
parafusadas ou cimentadas, não foram estatisticamente diferentes entre os dois<br />
grupos(parafusadas 46,7µm, e cimentadas 45,0µm). Após serem fixadas, o grupo de próteses<br />
parafusadas teve uma desadaptação marginal estatisticamente diferente que o grupo de<br />
próteses cimentadas após sua cimentação (parafusadas 16,5µm, cimentadas 49,1µm). Quando<br />
a geração da tensão foi avaliada após a fixação ou cimentação das próteses, o desenho<br />
18
parafusado apresentou uma maior variabilidade na intensidade e localização da tensão que o<br />
desenho de próteses cimentadas.<br />
Misch (2000) constatou que a coroa cimentada simplifica a criação da forma e de uma<br />
superfície mastigatória funcional e estética. Porém, na coroa parafusada, devido à necessidade<br />
de orifícios para a colocação dos parafusos, esta criação fica impossibilitada.<br />
Taylor et al., (2000) afirmaram que a seleção de próteses cimentadas ou parafusadas<br />
envolve uma preferência pessoal, não existindo evidencias de que um método de retenção é<br />
superior a outro. Para os autores as vantagens da restauração parafusada são limitadas à<br />
reutilização ou recuperação da restauração, enquanto que dentre as vantagens das restaurações<br />
cimentadas encontram-se: uma melhor estética, melhor oclusão, simplicidade de fabricação e<br />
redução dos custos dos componentes e da fabricação. Uma possível vantagem adicional da<br />
restauração cimentada é que tem potencial de ser colocada de forma passiva na boca, devido à<br />
ausência de um parafuso para puxar a desadaptação dos componentes com a força de aperto.<br />
Se uma pode ser feita para assentar passivamente em vários pilares, a introdução de cimento<br />
dentro do espaço entre as próteses e o pilar não introduzirá tensão no sistema. Esta potencial<br />
vantagem com as outras mencionadas, fazem que a restauração implanto cimentada tenha<br />
aumentado. Defensores da restauração cimentada afirmam ainda, que a reutilização pode ser<br />
mantida se um cimento provisório é utilizado. Infelizmente existem poucas evidências que<br />
demonstrem previsibilidade da reutilização de vários agentes cimentantes provisórios, quando<br />
são cimentados dois componentes metálicos, isto é provavelmente que um cimento que<br />
funciona como provisório para restaurações cimentadas a dentes, será um agente cimentante<br />
definitivo para metal cimentado a metal. Similarmente cimentos utilizados para cimentação<br />
permanente, podem ser inadequados quando cimenta-se metal a metal.<br />
Neves et al. (2003) sugeriram, em seu artigo, uma seqüência de avaliação para a<br />
seleção do pilar em próteses fixas sobre implantes cimentados e parafusados, onde mostraram<br />
que a seleção do pilar está mais relacionada às informações clínicas do que ao sistema<br />
propriamente dito. Analisaram as vantagens e desvantagens das próteses parafusadas e<br />
cimentadas do espaço protético, da inclinação do implante, da profundidade e espessura<br />
gengival. Dividiram em três grupos em relação ao pilar utilizado: 1) próteses segmentadas<br />
parafusadas; 2) próteses segmentadas cimentadas e 3) próteses não segmentadas. Observaram<br />
que na não-existência de uma técnica ideal na fixação da prótese ao pilar do implante, devem-<br />
19
se observar as vantagens e desvantagens de cada uma, e optar por aquela que mais se<br />
aproxima do ideal.<br />
Torrado et al. (2004) demonstraram que a resistência à fraturas, em coroas de<br />
porcelana parafusadas sobre os implantes, diminui consideravelmente quando comparadas às<br />
cimentadas, devido a presença do orifício de acesso ao parafuso de retenção destas próteses.<br />
Barbosa e Fedumenti (2006) realizaram uma revisão de literatura com o objetivo<br />
esclarecer quais as vantagens e desvantagens apresentadas na utilização de cimentos e<br />
parafusos para fixação de Próteses Parciais Fixas sobre Implantes, bem como esclarecer o por<br />
quê de cada uma delas. Concluíram que ambas as técnicas possuem seus prós e contras,<br />
ficando a decisão final sobre que tipo de fixação se utilizar em Próteses Parciais Fixas<br />
Implanto-Suportadas diretamente relacionada ao conhecimento que o profissional possui<br />
sobre cada uma delas. Destacaram a importância de que esta decisão seja tomada com base<br />
em um plano de tratamento criterioso, que englobe experiência e capacidade do profissional,<br />
bem como as necessidades físicas e psicológicas do paciente.<br />
Oliveira (2007) realizou um estudo, propondo avaliar a resistência à fratura da<br />
cerâmica em próteses metalo-cerâmicas implantosuportadas cimentadas e parafusadas com<br />
dois diferentes desenhos de infraestruturas. Além disto, observar se a simulação de<br />
envelhecimento da cerâmica através da ciclagem mecânica influencia na sua resistência à<br />
fratura sob carga compressiva. Para isto, 10 coroas metalo-cerâmicas cimento-retidas (Grupo<br />
controle), 10 coroas metalo-cerâmicas parafusadas diretamente sobre o implante e orifício de<br />
acesso ao parafuso em metal medindo 2 mm de altura (Próteses parafusadas com "chaminé")<br />
e 10 coroas metalo-cerâmicas parafusadas diretamente sobre o implante com orifício de<br />
acesso ao parafuso em porcelana medindo 2mm de altura (Próteses parafusadas sem<br />
"chaminé") foram confeccionadas de forma padronizadas. Metade dos corpos-de-prova de<br />
cada grupo (n=5) foram submetidas ao teste de ciclagem mecânica com auxílio de uma<br />
máquina eletro-mecânica de fadiga que continha um dispositivo de aço inoxidável com a<br />
ponta da forma esférica (6 mm de diâmetro) que promovia uma carga simultânea em 4<br />
vertentes triturantes (2 vestibulares e 2 linguais), simulando um contato com o dente<br />
antagonista por 1.200.000 ciclos, com uma freqüência de contato de 2Hz e carregamento de<br />
100N, em água a uma temperatura de 37ºC. Todos os corpos-de-prova foram submetidos ao<br />
teste de compressão axial realizado em uma máquina de testes a uma velocidade de<br />
0,5mm/min para que um dispositivo de extremidade arredondada (6mm de diâmetro) entrasse<br />
20
em contato com a coroa. Os valores médios da força requerida para a fratura dos corpos-de-<br />
prova foram calculados e comparados pela análise de variância a 2 critérios (1= tipo de infra-<br />
estrutura; 2= ciclagem prévia) e teste de Tukey. Pode-se concluir que a ciclagem mecânica não<br />
influenciou na resistência final dos corpos-de-prova quando submetidos à carga compressiva.<br />
Além disto, verificou-se que as próteses cimentadas apresentaram maior resistência à fratura<br />
da cerâmica que as duas variações de infra-estrutura para próteses parafusadas com níveis de<br />
significância estatística (p' < OR ='0,5). Entre as próteses parafusadas não foram observadas<br />
diferenças estatisticamente significantes (p' > OR = '0,5).<br />
Moura (2008) realizou um trabalho com a finalidade avaliar as principais vantagens e<br />
desvantagens das próteses cimentadas e parafusadas. Observou que as próteses cimentadas<br />
apresentam melhor estética, oclusão, passividade, custo e dissipação das cargas oclusais axiais<br />
e não-axiais e reversibilidade, devido à utilização de cimentos provisórios. As próteses<br />
parafusadas apresentam, principalmente, vantagens como a reversibilidade e a retenção nos<br />
casos de coroas clínicas curtas. O sucesso da reabilitação dependerá do posicionamento<br />
preciso e da angulação dos implantes dentais, ficando a cargo dos profissionais da área as<br />
decisões mais relevantes.<br />
3 DISCUSSÃO<br />
Para se ter sucesso com implantes, é necessário avaliar previamente se a prótese será<br />
cimentada ou parafusada, será necessário conhecer direções corretas mesiodistal e<br />
vestíbulolingual, a profundidade do sulco, a área de superfície suficiente para o suporte de<br />
carga a angulação, a qualidade, o contorno e a quantidade do tecido mole e a estética.<br />
(MISCH, 2000).<br />
21
Neste contexto, Branemark (1977), apresentou estudos demonstrando como vantagens<br />
das próteses parafusadas, a facilidade de sua remoção em caso de substituição de algum<br />
componente protético danificado.<br />
Williamson (2000) condicionou o sucesso para a saúde peri-implantar, ao uso de<br />
prótese parafusadas devido a sua precisão de adaptação, o que levará a longevidade do<br />
implante, do parafuso e a prótese propriamente dita. O mesmo que relata Gomes et al. (2006),<br />
Schenetzler Neto et al. (1993), Oliveira et al. (2007), Stanley e Alho (2009) citando que além<br />
disso estaria associados a possibilidade de remoção periódica da prótese quando necessário, a<br />
possibilidade de avaliação da higiene oral, a possibilidades de reintervenção cirúrgica e a<br />
possibilidade de modificação da prótese, após a perda de um implante.<br />
Ainda que para Schnetzler Neto et al (1993) e Moura (2008) esta vantagem de<br />
facilidade de remoção da prótese parafusada, é clinicamente insignificante se comparada com<br />
as vantagens oferecidas pelas próteses cimentadas, devendo preferi-las (aparafusadas) apenas<br />
quando for imperativo, a relação coroa/implante desfavorável e o espaço inter-oclusal<br />
insuficiente (coroa clínica curta).<br />
Autores como Freitas et al. (2007), citam como desvantagens das próteses parafusadas,<br />
a estética, pois esta fica comprometida pelo orifício de acesso do parafuso de retenção; sendo<br />
apoiado por Davarpanah et al. (2003) que observaram a dificuldade de realizar o perfil de<br />
emergência anatômico.<br />
Oliveira et al. (2007) destacaram a reversibilidade, espaços interoclusais reduzidos,<br />
disponibilidade e variação de componentes, implantes múltiplos, supra-estruturas com<br />
cantiléver e melhor adaptação dos componentes por serem pré-fabricados. Ainda Stanley e<br />
Alho (2009), observaram que todos os componentes são facilmente desmontados, e, assim,<br />
recuperáveis.<br />
Gomes et al. (2006), relataram que as próteses aparafusadas comprometem muito a<br />
oclusão porque a “loja” do parafuso utiliza aproximadamente 50% da superfície oclusal dos<br />
dentes posteriores, interferindo desta forma com os contatos axiais que deveriam ser sobre os<br />
implantes; grande número de complicações e problemas protéticos apresentados<br />
principalmente com a fratura do parafuso de ouro. Afirmam ainda que este fato é devido a um<br />
assentamento não passivo da estrutura metálica ou devido à parafunção, além dos problemas<br />
22
de sobrecarga mecânica e/ou biomecânica que podem aparecer nas próteses implanto-<br />
suportadas, desenho errôneo da prótese e/ou assentamento impróprio da peça; possíveis<br />
conseqüências de uma sobrecarga mecânica são: o afrouxamento do parafuso que prende a<br />
prótese ou do parafuso que prende o pilar intermediário; a fratura de um destes parafusos e a<br />
fratura da prótese.<br />
Para Oliveira et al. (2007) a dificuldade de assentamento passivo, estética, menor<br />
versatilidade, limitação pelo posicionamento dos implantes, menor resistência a fratura da<br />
porcelana, maior custo de fabricação, presença de microgap, maior possibilidade de<br />
afrouxamento dos parafusos, são desvantagens das próteses parafusadas.<br />
Dario (1996), observou a necessidade de mais componentes protéticos, fabricação<br />
mais complexa, custo elevado e complicações protéticas.<br />
Em relação às próteses cimentadas Stanley e Alho (2009), relataram que a prótese<br />
sobre implante possui uma parte de sua estrutura, a coroa, que não é maquinada, por isso,<br />
existe a possibilidade de pequenas discrepâncias marginais, porém estas são minimizáveis<br />
com uma correta comunicação entre o implantodontista e o técnico de prótese dentária e<br />
também com a utilização de materiais de excelente qualidade para cimentação.<br />
Para Hebel e Gajjar (1999), alguns fatores influenciam a retenção nas próteses<br />
cimentadas, seja em dentes naturais ou em próteses sobre implantes, dos quais se destacam a<br />
convergência ou paralelismo, área da superfície e altura, polimento ou rugosidade da<br />
superfície e o tipo de cimento.<br />
Madallena e Madallena (1998) constataram que a técnica da prótese cimentada é um<br />
dos métodos mais simples. Gomes et al. (1999) destacaram suas vantagens e destacaram o<br />
custo; a facilidade de confecção; e permitir o posicionamento da prótese sobre implante que<br />
estão fora de alinhamento, através de sobrefundições ou com o uso de munhões angulados.<br />
Neves et al. (2003), observaram a possibilidade de reproduzir o contorno gengival no pilar,<br />
uniformizando o sulco gengival.<br />
Oliveira et al. (2007) concluíram que em relação às próteses cimentadas a estética,<br />
melhor assentamento passivo, melhor direcionamento de forças axiais, menor custo de<br />
produção, menor complexidade em componentes, maior retenção, maior resistência à fratura<br />
23
de porcelana, maior versatilidade na correção de implantes mal posicionados, maior indicação<br />
para dentes anteriores e coroas unitárias.<br />
De acordo com Stanley e Alho (2009) nas próteses cimentadas pode-se utilizar<br />
coroas totalmente cerâmicas sobre pilares preparados em laboratório (metálicos ou em<br />
zircônia zircónio), e também permitem uma mais fácil correção prostodôntica em implantes<br />
mal posicionados.<br />
As desvantagens das próteses cimentadas também foram observadas por Madallena e<br />
Madallena (1998) ao concluírem que pode causar um acúmulo de placa bacteriana devido a<br />
interface subgengival entre o implante e o poste com cimento excedente de difícil eliminação<br />
e consequentemente causando uma inflamação crônica, Gomes et al. (1999), quando há falhas<br />
nas cimentações ou fraturas do pilar, será um problema sério a remoção do munhão do<br />
implante, sem danificar o mesmo; essa prótese só poderá ser utilizada, quando existe uma<br />
relação coroa/implante favorável.<br />
Oliveira et al. (2007), salientaram que os espaços interoclusais reduzidos e menor<br />
possibilidade de reversibilidade,são contra-indicações para próteses cimetadas.<br />
Schnetzler Neto et al. (1993), Singer e Serfaty (1996), Taylor et al., (2000), Moura<br />
(2008) destacaram a facilidade de sua remoção como vantagens da prótese parafusada quando<br />
comparada a cimentada.<br />
Como desvantagens das próteses parafusadas Dario (1996), observou a necessidade de<br />
mais componentes protéticos, fabricação mais complexa, custo elevado e complicações<br />
protéticas.<br />
Schnetzler Neto et al. (1993) concluiram que a vantagem de facilidade de remoção da<br />
prótese parafusada, é clinicamente insignificante já que na atualidade, se esta for comparada<br />
com as vantagens oferecidas pelas próteses cimentadas. Concluíram que as próteses implanto-<br />
suportadas aparafusadas, são preferíveis apenas quando for imperativo, a relação<br />
coroa/implante desfavorável e espaço inter-oclusal insuficiente..<br />
Dario (1996) afirma que uma restauração de prótese cimento-retida também pode ser<br />
reversível, desde que a seleção de cimentos leve em consideração suas propriedades<br />
24
etentivas, de acordo com a retenção requerida pela restauração. Concluíram que as próteses<br />
cimento-retidas também oferecem mais facilidades para se conseguir uma ótima estética.<br />
Singer e Serfaty (1996), Hebel e Gajjar (1997) constataram que a vantagem da<br />
reversibilidade das próteses parafusadas, também se verificou nas próteses cimentadas.<br />
Oliveira et al. (2007) concluíram que as próteses cimentadas apresentaram maior<br />
resistência à fratura da cerâmica com níveis de significância estatística<br />
Taylor et al., (2000) afirmaram que a seleção de próteses cimentadas ou parafusadas<br />
envolve uma preferência pessoal, não existindo evidencias de que um método de retenção é<br />
superior a outro. Neves et al. (2003) sugeriram, que a seleção do pilar está mais relacionada às<br />
informações clínicas do que o sistema propriamente dito.<br />
Barbosa e Fedumenti (2006) e Moura (2008) concluíram que ambas as técnicas<br />
possuem seus prós e contras, ficando a decisão final sobre que tipo de fixação se utilizar em<br />
Próteses Parciais Fixas Implanto-Suportadas diretamente relacionada ao conhecimento que o<br />
profissional possui sobre cada uma delas. Destacaram a importância de que esta decisão seja<br />
tomada com base em um plano de tratamento criterioso, que englobe experiência e capacidade<br />
do profissional, bem como as necessidades físicas e psicológicas do paciente.<br />
4 CONCLUSÕES<br />
• Tanto a prótese cimentada quanto a parafusada podem ser corretamente<br />
utilizadas de acordo com a situação clínica apresentada. Não há evidências que<br />
25
favoreçam, de forma geral, um mecanismo de retenção em detrimento do<br />
outro;<br />
• A biomecânica é um dos aspectos mais importantes para a realização de uma<br />
prótese sobre implantes, assim como o assentamento passivo, ajuste oclusal e<br />
uma prótese que favoreça a higiene. Estes são requisitos fundamentais à<br />
longevidade do trabalho;<br />
• A oclusão e a estética não devem ser deixados de lado quando se utilizam<br />
parafusos somente para se ter uma melhor capacidade de remoção das próteses;<br />
• As próteses parafusadas podem ser removidas periodicamente para a avaliação<br />
da higiene;<br />
• No entanto, quando se deseja priorizar, especialmente na região anterior, a<br />
estética, as restaurações cimentadas são as mais indicadas;<br />
• Da mesma forma, deve-se optar pelo sistema de retenção cimentadas quando se<br />
busca um maior aperfeiçoamento na passividade de adaptação e benefícios no<br />
aspecto oclusal;<br />
• Porém, quando o espaço interoclusal não permite a confecção de restaurações<br />
cimentadas que respeitem os princípios biomecânicos que regem as próteses<br />
sobre implantes, ou quando se deseja priorizar a saúde dos tecidos moles<br />
periimplantares ou mesmo a reversibilidade da restauração, opta-se pela<br />
confecção de próteses parafusadas.<br />
26
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