Magazine TV_19-08.p65
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4 Sant’Ana do Livramento - <strong>19</strong> de Agosto de 2007<br />
P – Qual foi a sua reação ao saber que sua personagem apareceria de “cara lavada” no início da novela?<br />
R – Fiquei surpresa e tive uma resposta que não esperava dos homens e das mulheres no início da novela. Eles diziam que<br />
eu estava linda. Não é uma coisa absurda? O primeiro a falar isso foi o meu marido. Mas pensei: ele é suspeito! Apesar de<br />
ser bom ouvir isso dele depois de 36 anos de casamento. E é claro que eles não diziam isso porque eu, Irene, estava bonita.<br />
Mas sim porque as cenas eram belas, o que eu passava na história era belo. O curioso é que os homens não diziam que eu<br />
estava linda quando fiz a Katina em “Belíssima”. Acho que a beleza da Katina era mais ameaçadora. Já as mulheres tiveram<br />
reações diversas. Algumas ficaram incomodadas e outras acharam “uma maravilha”.<br />
P – Você acredita que a idade acaba limitando o seu trabalho de atriz e fazendo com que os autores te convidem sempre<br />
para os mesmos papéis?<br />
R – Isso acontece. Os papéis são sempre os mesmos, de mãe ou de avó. Mas cabe a mim fazê-los diferentes. É aí que entra<br />
a minha contribuição pessoal. Às vezes, penso em dar um retoque no meu rosto, mas antes preciso saber que personagem<br />
vou fazer. Na minha opinião, a plástica só deixa o rosto mais esticado, não deixa mais jovem. E o problema de ficar esticada<br />
é que, para alguns papéis, não funciona. Gosto de me imaginar com um corpo de borracha, que vai ter a cara e a idade que<br />
eu quiser. É óbvio que dentro de um limite.<br />
P – Você já tem projetos para depois da novela?<br />
R – O Jô Soares me telefonou dizendo que gostaria de trabalhar comigo e quer me mandar um texto. Também adoraria<br />
trabalhar com ele! Além disso, tem um texto da jornalista Marta Góes, que adoro e, provavelmente, farei. Costumo dizer que<br />
tenho um casamento aberto com a Marta. Me apaixonei pelo texto dela, mas existem oportunidades que não posso deixar<br />
passar. Mas, se outra atriz puder montar o texto da Marta antes de mim, vou adorar do mesmo jeito. É que depois da novela<br />
quero ver se produzo um texto da Andréa Beltrão para o Miguel Magno. Mas entraria apenas como produtora.<br />
Irene Ravache nunca foi de fazer composição física das<br />
personagens que interpreta na tevê. “Vou mais pelo interi<br />
or. Se empresto meu corpo e minha voz à personagem,<br />
empresto meus sentimentos também”, conta. No ar como a<br />
amargurada Loreta de “Eterna Magia”, a atriz com 42 anos de<br />
carreira na tevê, esbanja bom humor e conta que não teve<br />
medo de exibir, no início da novela, seu rosto ao natural, sem<br />
maquiagem. “Sou muito grata à Loreta por poder mostrar que,<br />
apesar da idade, não sou excluída por causa das minhas rugas”,<br />
orgulha-se ela, que de uns tempos para cá, já usa uma leve<br />
maquiagem e está se abrindo para a vida na trama. “Dois acontecimentos<br />
marcaram essa mudança da Loreta: o trabalho e a<br />
chegada da Joyce, uma jovem que não leva aquela mulher de<br />
cara amarrada a sério”, explica.<br />
Declaradamente apaixonada pelo teatro, Irene se considera<br />
uma atriz que eventualmente faz televisão. Mas, de 2005 para<br />
cá, parece que a tevê “pegou de jeito” a atriz. Afinal, “Eterna<br />
Magia” é o terceiro trabalho que ela emenda na Globo. Antes<br />
da novela de Elizabeth Jhin, Irene deu vida à Katina em “Belíssima”<br />
e encarnou Beatriz na minissérie “Amazônia – De Galvez<br />
a Chico Mendes”. “São oportunidades que a gente não pode<br />
abrir mão”, admite. Depois que a trama das seis acabar, contudo,<br />
Irene pretende tirar férias da tevê. “Até porque, as pessoas<br />
precisam descansar da minha imagem”, acredita a atriz, que<br />
assinou contrato por três anos com a Globo.