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Anais do Encontro - Escola de Enfermagem da USP

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO<br />

ESCOLA DE ENFERMAGEM<br />

II ENCONTRO DE ENFERMAGEM<br />

PEDIÁTRICA:<br />

A CRIANÇA E O ADOLESCENTE COM DOENÇA<br />

CRÔNICA: PERSPECTIVAS ATUAIS DE CUIDADO<br />

SÃO PAULO, 04 e 05 DE JUNHO DE 2012<br />

Promoção<br />

Organização<br />

GECD –Grupo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s sobre a Criança Doente<br />

NIPPEL – Núcleo Interdisciplinar <strong>de</strong> Pesquisa em Per<strong>da</strong>s e Luto<br />

e-mail: nippel@usp.br<br />

http://www.ee.usp.br/pesquisa/grupo/nippel


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

ÍNDICE DE TRABALHOS<br />

1. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio às famílias <strong>de</strong> crianças com paralisia cerebral.<br />

2. Diabetes mellitus: preparo para o auto cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> paciente pediátrico no<br />

<strong>do</strong>micílio.<br />

3. Oficinas educativas para crianças com diabetes mellitus tipo 1.<br />

4. Apoio a família em oncologia pediátrica – construin<strong>do</strong> um cui<strong>da</strong><strong>do</strong> diferencia<strong>do</strong>.<br />

5. Leucemia Linfói<strong>de</strong> Agu<strong>da</strong>: perspectiva <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> a criança, família e<br />

profissionais.<br />

6. A equipe <strong>de</strong> enfermagem e o manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> pré-termo.<br />

7. Nível <strong>de</strong> estresse em equipe <strong>de</strong> enfermagem atuante em UTI neonatal:<br />

i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong>, qualifican<strong>do</strong> e propon<strong>do</strong> intervenções.<br />

8. Lúpus eritematoso sistêmico juvenil: uma revisão sistemática aplica<strong>da</strong> à<br />

enfermagem.<br />

9. Sistematização <strong>da</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem ao paciente com lúpus eritematoso<br />

sistêmico juvenil: uma abor<strong>da</strong>gem integral.<br />

10. Queimaduras<br />

enfermagem.<br />

em pediatria: reflexões sobre o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> humaniza<strong>do</strong> em<br />

11. Aplicação <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong> terapêutico no preparo <strong>de</strong> uma criança escolar para<br />

cirurgia pulmonar.<br />

12. Os profissionais <strong>de</strong> enfermagem frente às malformações congênitas.<br />

13. Diabetes mellitus <strong>de</strong>scompensa<strong>da</strong>: <strong>do</strong> diagnóstico à educação para o manejo<br />

<strong>do</strong>miciliar – relato <strong>de</strong> experiência.<br />

14. Educação e saú<strong>de</strong>: possíveis diálogos na inclusão escolar.<br />

2


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

1. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio às famílias <strong>de</strong> crianças com paralisia cerebral.<br />

3<br />

Naiara B. Polita 1<br />

Mauren T. G. Men<strong>de</strong>s 2<br />

Introdução: A paralisia cerebral é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns posturais e <strong>de</strong> movimento, causan<strong>do</strong><br />

limitação funcional <strong>da</strong> criança, que são atribuí<strong>do</strong>s a distúrbios não-progressivos, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> lesões ou<br />

anomalias, que ocorrem no cérebro em <strong>de</strong>senvolvimento fetal ou infantil, até o segun<strong>do</strong> ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> pós-natal¹. O<br />

sucesso <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong>miciliar <strong>de</strong> crianças com necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais está diretamente relaciona<strong>do</strong> à sua re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suporte². A busca por re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio e o tipo <strong>de</strong> suporte requeri<strong>do</strong> são construí<strong>do</strong>s sócioculturalmente e<br />

revelam a forma pela qual a <strong>do</strong>ença é significa<strong>da</strong>, avalia<strong>da</strong> e compartilha<strong>da</strong>, contribuin<strong>do</strong> para a compreensão <strong>de</strong><br />

seu impacto na família³. Objetivo: compreen<strong>de</strong>r como se compõe a re<strong>de</strong> e o apoio social às famílias <strong>de</strong> crianças<br />

com paralisia cerebral, <strong>de</strong>svelan<strong>do</strong> sua importância para esses familiares. Meto<strong>do</strong>logia: Trata-se <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem qualitativa, <strong>do</strong> tipo etnográfico, realiza<strong>do</strong> com famílias <strong>de</strong> crianças com paralisia cerebral<br />

hospitaliza<strong>da</strong>s na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>de</strong> Londrina (HU), no município <strong>de</strong> Londrina,<br />

Paraná. Os sujeitos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foram to<strong>da</strong>s as famílias <strong>de</strong> crianças com diagnóstico <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> paralisia cerebral<br />

hospitaliza<strong>da</strong>s na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pediatria <strong>do</strong> HU no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2011 a Março <strong>de</strong> 2012, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 2<br />

a 12 anos. A amostragem foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma intencional, com seleção <strong>do</strong>s casos críticos. Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

casos críticos aqueles que apresentavam questões importantes para a dinâmica familiar e manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença,<br />

como outro filho com <strong>do</strong>ença crônica, separação, a<strong>do</strong>ção, várias internações, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento<br />

multiprofissional e educação especial. Foi obe<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> o critério <strong>de</strong> saturação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s e incluí<strong>da</strong>s 10 famílias que<br />

concor<strong>da</strong>ram em participar <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Previamente foi realiza<strong>do</strong> teste piloto com duas famílias, as quais foram<br />

incluí<strong>da</strong>s na pesquisa por não ter ocorri<strong>do</strong> alteração nos instrumentos utiliza<strong>do</strong>s na coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

foram coleta<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2011 a Março <strong>de</strong> 2012, em local reserva<strong>do</strong> <strong>do</strong> HU e em <strong>do</strong>micílio<br />

localiza<strong>do</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrina, Paraná e em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s vizinhas. Os instrumentos utiliza<strong>do</strong>s foram: diário <strong>de</strong><br />

campo, genograma, ecomapa. Também foi realiza<strong>da</strong> entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> com o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r principal <strong>da</strong><br />

criança conten<strong>do</strong> perguntas referentes à composição <strong>da</strong> re<strong>de</strong>, apoio social e significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> componente para<br />

a família. Quan<strong>do</strong> estavam presentes outros membros <strong>da</strong> família durante a realização <strong>da</strong> entrevista também<br />

participavam <strong>da</strong> mesma. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s em conjunto. O méto<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> foi análise <strong>de</strong><br />

conteú<strong>do</strong> com categorização temática, segun<strong>do</strong> Bardin 4 . Esta pesquisa foi aprova<strong>da</strong> pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em<br />

Pesquisa Envolven<strong>do</strong> Seres Humanos <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina (CEP), protocolo n° 195/2011, CAAE<br />

0160.0.268.268-11. Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s as seguintes categorias: estrutura familiar, composição <strong>da</strong> re<strong>de</strong> social e<br />

fontes <strong>de</strong> apoio, dimensões <strong>do</strong> apoio social recebi<strong>do</strong> e percepções em relação à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social não<br />

supri<strong>do</strong>. Resulta<strong>do</strong>s: Na primeira categoria, verificou-se que to<strong>da</strong>s as crianças resi<strong>de</strong>m com suas mães<br />

biológicas. A maioria <strong>da</strong>s famílias é <strong>do</strong> tipo nuclear Ao contrário <strong>do</strong> pressuposto que os pais aban<strong>do</strong>nam seus<br />

filhos e esposa após receberem a notícia, eles constituem fonte importante <strong>de</strong> apoio. Apenas três são filhos<br />

únicos. Do restante, somente quatro moram com os irmãos. Há um caso em que os irmãos, menores <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

resi<strong>de</strong>m com os avós maternos, separa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> núcleo familiar. Há <strong>do</strong>is <strong>do</strong>micílios com família estendi<strong>da</strong>, no qual<br />

resi<strong>de</strong>m também os avós maternos. Já os familiares paternos, em sua maioria, apresentam nenhuma ou uma<br />

relação conflituosa com as famílias estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Na segun<strong>da</strong> categoria, evi<strong>de</strong>nciou-se que a composição <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

suporte é basicamente forma<strong>da</strong> por profissionais <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> referência para tratamento <strong>de</strong> crianças com<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais, pela família materna e pela fé/religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na terceira categoria, <strong>de</strong>stacam-se as<br />

dimensões <strong>de</strong> apoio social recebi<strong>do</strong> e i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> pelas famílias, as quais foram: apoio emocional, instrumental,<br />

informacional e cognitivo. Como fonte principal <strong>de</strong> apoio emocional foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> a família materna e a<br />

fé/religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Já como fonte <strong>de</strong> apoio instrumental <strong>de</strong>staca-se os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s instituições <strong>de</strong><br />

referência para atendimento especial, não aparecen<strong>do</strong> os profissionais <strong>da</strong> Estratégia Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família. A busca<br />

por suporte informacional se dá somente pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Também, o apoio cognitivo é ofereci<strong>do</strong> pela<br />

equipe <strong>de</strong> enfermagem, além <strong>de</strong> grupo religioso e outras famílias <strong>de</strong> crianças com <strong>do</strong>enças crônicas. A quarta<br />

categoria refere-se ao apoio social espera<strong>do</strong> e não recebi<strong>do</strong> por familiares, amigos, profissionais e serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>. Nesta categoria, i<strong>de</strong>ntificaram-se sentimentos <strong>de</strong> aban<strong>do</strong>no, revolta, tristeza e culpa, os quais traduzem o<br />

impacto <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença sobre a família e que influenciará to<strong>da</strong> a experiência familiar, ao longo <strong>da</strong> trajetória <strong>da</strong><br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Conclusão: As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio social às famílias <strong>de</strong> crianças com paralisia cerebral são compostas,<br />

em sua maioria, pelos profissionais <strong>de</strong> instituição <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> crianças com necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais, pela


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

família materna e pela fé/religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O apoio recebi<strong>do</strong> por essa re<strong>de</strong> é <strong>do</strong> tipo emocional, instrumental,<br />

informacional e cognitivo. O apoio social mostrou-se importante para o enfrentamento e busca <strong>de</strong> soluções para a<br />

situação e quan<strong>do</strong> não supri<strong>do</strong> resultou em sentimentos que influenciam e continuarão influencian<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a<br />

experiência familiar <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

Referências:<br />

1. Gração DC, Santos MGM. A percepção materna sobre a paralisia cerebral no cenário <strong>da</strong> orientação familiar.<br />

Fisioter. Mov. 2008 abr/jun; 21 (2): 107-13.<br />

2. Elias ER, Murphy NA, Council on Chlidren with Disabilities. Home care of children and youth with complex heath<br />

care needs and technology <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncies. Pediatrics. 2012 May; 129 (5): 996 -1004.<br />

3. Rabelo MC, Alvez PC, Souza I. Experiência <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença e narrativa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Fiocruz, 1999.<br />

4 Bardin L. Análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>. Lisboa: Edições 70, 2004.<br />

Descritores: apoio social; família; paralisia cerebral.<br />

1. Enfermeira. Mestran<strong>da</strong> em <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina (UEL). Email:<br />

naiarapolita@hotmail.com.<br />

2. Enfermeira. Doutora, Professor Adjunto, Vice-coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> Residência <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> em Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Criança e Docente Permanente <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> em <strong>Enfermagem</strong> <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> - Centro <strong>de</strong><br />

Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.<br />

4


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

2. Diabetes mellitus: preparo para o autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> paciente pediátrico no <strong>do</strong>micílio.<br />

Campos FV*<br />

Higashi MK**<br />

Pinto CMM*<br />

Rogenski KE*<br />

Introdução: Diabetes Mellitus (DM) é a <strong>do</strong>ença endócrina mais comum, acometen<strong>do</strong> 1 a 3% <strong>da</strong> população<br />

mundial, ou seja, aproxima<strong>da</strong>mente 100 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

5<br />

(1) . É caracteriza<strong>da</strong> por uma <strong>de</strong>ficiência total ou parcial<br />

<strong>do</strong> hormônio insulina, resultante em a<strong>da</strong>ptação metabólica ou alteração fisiológica em quase to<strong>da</strong>s as áreas <strong>do</strong><br />

organismo. Trata-se <strong>do</strong> distúrbio endócrino mais freqüente <strong>da</strong> infância, verifican<strong>do</strong>-se a incidência máxima no<br />

início <strong>da</strong> a<strong>do</strong>lescência. Existem diversos tipos <strong>de</strong> Diabetes Mellitus, que po<strong>de</strong>m diferenciar-se na etiologia,<br />

evolução clínica e tratamentos. As principais classificações <strong>de</strong> Diabetes são: tipo 1; tipo 2; síndrome <strong>de</strong> diabetes<br />

gestacional e aquelas associa<strong>da</strong>s a outras condições (2) . Segun<strong>do</strong> a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), DM<br />

tipo 1, é uma <strong>da</strong>s mais importantes <strong>do</strong>enças crônicas que atinge a população infanto juvenil. No Brasil há cerca <strong>de</strong><br />

cinco milhões <strong>de</strong> diabéticos, sen<strong>do</strong> que <strong>de</strong>stes, 300 mil são menores <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aumentar em<br />

50% até 2025 (3) . Diferentemente <strong>do</strong> que ocorre em adultos, o diagnóstico na criança é realiza<strong>do</strong> pelas<br />

manifestações clínicas (4) . O Diabete Mellitus em crianças e a<strong>do</strong>lescentes ocorre quan<strong>do</strong> a produção <strong>de</strong> insulina<br />

está sen<strong>do</strong> comprometi<strong>da</strong>, chegan<strong>do</strong>-se ao ponto <strong>da</strong> exaustão completa <strong>da</strong>s células betapancreáticas (as células<br />

<strong>da</strong>s ilhotas <strong>de</strong> Langerhans) (5) . Em geral, esses pacientes são jovens (crianças ou a<strong>do</strong>lescentes) e não obesos<br />

quan<strong>do</strong> os sintomas aparecem pela primeira vez. A Insulina é um hormônio responsável pela regulação <strong>do</strong> nível<br />

<strong>de</strong> glicose no sangue (glicemia); Em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong> produção <strong>de</strong>sse hormônio, há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> insulina exógena. A utilização <strong>da</strong> insulina varia <strong>de</strong> pessoa para pessoa; geralmente é feita uma<br />

combinação <strong>de</strong> insulina <strong>de</strong> ação curta com <strong>de</strong> ação longa e isto exige um forte índice <strong>de</strong> comprometimento <strong>do</strong><br />

paciente e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r, assim como educação intensiva e acompanhamento constante por parte <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

(2)<br />

. Outro fator relevante são as complicações que po<strong>de</strong>m se manifestar a curto prazo, tais como, as complicações<br />

agu<strong>da</strong>s: cetoaci<strong>do</strong>se diabética, hipoglicemia, hiperglicemia, lipodistrofia insulínica, lipo hipertrofia, em geral<br />

acometen<strong>do</strong> mais DM tipo 1; e a longo prazo, as complicações crônicas, tais como, <strong>do</strong>enças macrovasculares,<br />

microvasculares, neuropatia e coma hiperosmolar não cetótico que em geral é manifesta<strong>da</strong> em pacientes<br />

porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> DM tipo 2 (2) . O tratamento i<strong>de</strong>al é aquele realiza<strong>do</strong> a nível ambulatorial, porém a hospitalização está<br />

indica<strong>da</strong> se o paciente estiver <strong>de</strong>sidrata<strong>do</strong> (segun<strong>do</strong> grau ou mais), comatoso, confuso ou quan<strong>do</strong> a família estiver<br />

emocionalmente instável, a ponto <strong>de</strong> prejudicar a compreensão <strong>da</strong>s orientações e medi<strong>da</strong>s iniciais (4) . Este<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> permanência no hospital <strong>de</strong>ve ser aproveita<strong>do</strong> para o início <strong>do</strong> processo educativo. O controle somente<br />

será obti<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> orientação sistematiza<strong>da</strong> e individualiza<strong>da</strong> <strong>do</strong> paciente e <strong>de</strong> sua família, feita<br />

preferencialmente por vários profissionais (médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais)<br />

que compartilhem o mesmo objetivo. A educação <strong>do</strong> paciente e <strong>de</strong> sua família é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância para<br />

o êxito <strong>do</strong> tratamento. Objetivo: Relatar a experiência <strong>da</strong>s enfermeiras no treinamento <strong>do</strong> paciente diabético e<br />

seus cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res com a utilização <strong>de</strong> material educativo durante a internação e sua eficácia na a<strong>de</strong>são após a alta<br />

hospitalar com acompanhamento <strong>da</strong> enfermeira <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pacientes externos. Meto<strong>do</strong>logia: O estu<strong>do</strong> foi<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na clínica pediátrica e ambulatório <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (HU-<br />

<strong>USP</strong>), no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009 a agosto <strong>de</strong> 2011. A orientação ao paciente inicia-se no momento <strong>da</strong><br />

admissão quan<strong>do</strong> a enfermeira fornece material educativo sobre diabetes mellitus tipo 1. Durante a internação<br />

utiliza-se um instrumento tipo check list, sobre as informações referentes à patologia e seu tratamento. Neste<br />

impresso anota-se o assunto abor<strong>da</strong><strong>do</strong> e o que necessita ser reforça<strong>do</strong>, para que outro membro <strong>da</strong> equipe possa<br />

<strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> nas orientações. Realiza<strong>do</strong> também o treinamento <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> insulina e teste <strong>de</strong><br />

glicemia capilar, bem como os registros <strong>de</strong>stas informações em <strong>do</strong>micílio. Posteriormente, é agen<strong>da</strong><strong>da</strong> uma<br />

consulta <strong>de</strong> retorno ambulatorial no máximo em uma semana para averiguar e eluci<strong>da</strong>r as dúvi<strong>da</strong>s que forem<br />

surgin<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> em <strong>do</strong>micílio, além <strong>de</strong> fornecer o telefone <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> pediátrica para consulta rápi<strong>da</strong><br />

em caso <strong>de</strong> insegurança na realização <strong>de</strong> algum procedimento. Resulta<strong>do</strong>: Constatamos que após a utilização <strong>de</strong><br />

material educativo sobre Diabetes Mellitus para orientação <strong>do</strong> paciente e seu cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r, assim como a<br />

sistematização <strong>do</strong> treinamento, o controle terapêutico tem si<strong>do</strong> eficaz. A consulta <strong>de</strong> retorno ambulatorial é um<br />

momento em que o paciente e seu cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r retrata a a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> nova rotina em <strong>do</strong>micílio, <strong>de</strong>clarara outras<br />

dúvi<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>monstra maior segurança na a<strong>de</strong>são ao tratamento. Conclusão: Concluímos que o treinamento


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

sistematiza<strong>do</strong> e o seguimento ambulatorial tem si<strong>do</strong> eficaz, pois diminui a ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> família, proporciona maior<br />

segurança, aumento o vínculo com a equipe e faz com que diminua a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> ao Pronto Socorro infantil,<br />

reduzin<strong>do</strong> as internações e asseguran<strong>do</strong> o acolhimento ao binômio até a certificação <strong>do</strong> acompanhamento <strong>de</strong>ste<br />

paciente no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Referências:<br />

1. Cotran RS, Kumar V, Collins T. Robbins Patologia Estrutural e Funcional. In: Crawfor JM, Cotran RS. Pâncreas.<br />

6º Ed. São Paulo: Guanabara- Koogan S/A; 2000. p.817-18.<br />

2. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Sud<strong>da</strong>rth: Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Médico-Cirúrgico. 9º Ed. Guanabara-<br />

Koogan; 2002, 37(1): 933-83.<br />

3. Moreira PL, Dupas G. Viven<strong>do</strong> com Diabetes: a experiência conta<strong>da</strong> pela criança. Rev. Latino Americ <strong>de</strong> Enferm<br />

2006 jan-fev; 14(1): 25-32.<br />

4. Chagas AJ, Silva IN. Enciclopédia <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>: Diabetes Mellitus. Medsi; 2001. p. 425-563.<br />

5. Damiani D, Damiani D. Diabetes Mellitus na infância: diagnóstico e tratamento. Rev. Pediatr. Mod 2007 set-out;<br />

43(5):205-224.<br />

Descritores: diabetes mellitus; cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> criança; autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

*<br />

Enfermeiras <strong>da</strong> Clínica pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

** Enfermeira <strong>do</strong> Ambulatório <strong>de</strong> Pediatria <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

fernan<strong>da</strong>vcampos@gmail.com<br />

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II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

3. Oficinas educativas para crianças com diabetes mellitus tipo 1.<br />

7<br />

Kaneto Léia Alves 1<br />

Damião Elaine Buchhorn Cintra 2<br />

Introdução: O diabetes mellitus é uma <strong>do</strong>ença que exige to<strong>da</strong> uma vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> comportamentos especiais <strong>de</strong><br />

autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> o controle glicêmico a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Dessa forma, a monitorização <strong>da</strong> glicemia e a insulinoterapia<br />

são fun<strong>da</strong>mentais no tratamento <strong>do</strong> diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A utilização <strong>de</strong> grupos educativos no cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> pessoa com diabetes mellitus (DM) tem mostra<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s positivos no manejo <strong>da</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois permite<br />

além <strong>da</strong> veiculação <strong>de</strong> informações, o contato com outras pessoas, favorecen<strong>do</strong> a troca <strong>de</strong> experiências e o<br />

enfrentamento <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença. Objetivos: Verificar o conhecimento prévio, ensinar e fixar conceitos para<br />

crianças com DM1 sobre: a) O que é o diabetes? b) Técnica <strong>de</strong> monitorização glicêmica e c) Técnica <strong>de</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong> insulina. Méto<strong>do</strong>s: Trata-se <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> intervenção, no qual participaram oito crianças atendi<strong>da</strong>s num<br />

ambulatório <strong>de</strong> diabetes. A coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> em três momentos distintos, por meio <strong>de</strong> três<br />

instrumentos, aos quais foram atribuí<strong>do</strong>s escores para os passos referentes às técnicas <strong>de</strong> monitorização<br />

glicêmica e aplicação <strong>de</strong> insulina. O escore < 50% foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> insuficiente; <strong>de</strong> 50% a 69% regular e ≥ 70%<br />

satisfatório. Resulta<strong>do</strong>s: Em relação à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> monitorização capilar, o instrumento aplica<strong>do</strong> no início <strong>da</strong><br />

oficina mostrou os seguintes resulta<strong>do</strong>s: insuficiente: 2 (25%); regular: 4 (50%) e satisfatório: 2 (25%). Um mês<br />

após o término <strong>da</strong>s oficinas, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram: insuficiente 1 (12,5%); regular: 4 (50%) e satisfatório: 3<br />

(37,5%). Os erros mais frequentes inicialmente foram ‘não trocar a lanceta’ com 62,5% e ‘or<strong>de</strong>nhar o <strong>de</strong><strong>do</strong>’ com<br />

75%, entretanto, um mês após as oficinas, verificou-se melhora com 25% e piora com 87,5% <strong>do</strong>s respectivos<br />

passos. O instrumento sobre a técnica <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> insulina foi utiliza<strong>do</strong> apenas com quatro crianças, uma vez<br />

que somente esse número se auto-aplicava. Dessa forma, verificou-se inicialmente os seguintes escores:<br />

satisfatório: 4 (100,0%), que foram manti<strong>do</strong>s após um mês. Os principais erros em técnica <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> insulina<br />

antes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s consistiram em ‘não lavar as mãos’ antes <strong>do</strong> procedimento com 50% e ‘não comprimir local<br />

<strong>de</strong> aplicação’ com 50%. Após a reaplicação <strong>do</strong>s instrumentos essas falhas continuaram sen<strong>do</strong> as mais comuns<br />

com 50% e 100%, respectivamente. Conclusões: Ao fazer uso <strong>de</strong>stas estratégias, verificou-se que as crianças<br />

aumentaram o conhecimento sobre o diabetes e o autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>, além <strong>de</strong> se expressarem, refletirem e discutirem<br />

sobre suas condições perante a situação <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença. Envolver as crianças em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s interessantes contribui<br />

para a incorporação <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> e ao mesmo tempo permite que elas sejam sujeito ativo no processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem.<br />

Referências:<br />

1. Dall’Antonia C, Zanetti ML. Auto-aplicação <strong>de</strong> insulina em crianças porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> diabetes mellitus tipo1.Rev Lat<br />

Am Enferm, Ribeirão Preto,v.8 n.3, p.51-58, julho 2000.<br />

2. International Society for Pediatric and A<strong>do</strong>lescent Diabetes (ISPAD). Clinical Practice Consensus Gui<strong>de</strong>lines<br />

2009. Diabetes education. Pediatric Diabetes 2009:10 (Suppl.12): 51–57.<br />

3. Santos MA, Péres DS, Zanetti ML, Otero LM; Teixeira, CRS. Programa <strong>de</strong> Educação em Saú<strong>de</strong>: expectativas e<br />

benefícios percebi<strong>do</strong>s por pacientes diabéticos. Rev.enferm UERJ. 2009; 17(1): 57-63.<br />

Descritores: criança; diabetes mellitus tipo 1; automonitorização <strong>da</strong> glicemia; educação em saú<strong>de</strong>.<br />

1Pós Graduan<strong>da</strong> pelo Instituto <strong>de</strong> Ensino <strong>do</strong> Hospital Israelita Albert Einstein. Bacharel em enfermagem pela<br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, SP.<br />

2 Professora Doutora <strong>da</strong> <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong><br />

Estu<strong>do</strong>s sobre a Criança Doente - GECD, São Paulo, SP.


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

4. Apoio a família em oncologia pediátrica – construin<strong>do</strong> um cui<strong>da</strong><strong>do</strong> diferencia<strong>do</strong>.<br />

Oliveira, Marília Apareci<strong>da</strong> Silva 1<br />

Pereira, Norma Sueli Santana 2<br />

Introdução: Com a evolução <strong>do</strong> tratamento oncológico nas últimas déca<strong>da</strong>s, o câncer infantil <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter um<br />

caráter agu<strong>do</strong>, com morte inevitável, para crônico com possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cura. Receber o diagnóstico ou viver a<br />

recidiva <strong>de</strong>sta <strong>do</strong>ença impõe à criança e sua família sofrimentos e expectativas diversas, que interferem<br />

diretamente no núcleo familiar. As questões sociais, emocionais, afetivas, culturais e espirituais formam um<br />

enre<strong>do</strong> que submetem esta día<strong>de</strong> a fases que não <strong>de</strong>correm necessariamente <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> patologia. Diante<br />

<strong>de</strong>ste <strong>de</strong>safio, o enfermeiro em oncologia pediátrica <strong>de</strong>ve buscar a construção <strong>de</strong> uma dimensão diferencia<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

cui<strong>da</strong>r, privilegian<strong>do</strong>- estes aspectos tão particulares. O profissional <strong>de</strong>ve atentar para um cui<strong>da</strong><strong>do</strong> centra<strong>do</strong> na<br />

criança e família, alinhan<strong>do</strong> segurança em suas práticas cotidianas á um olhar que transcen<strong>da</strong> os limites técnicos<br />

<strong>de</strong>ste cui<strong>da</strong><strong>do</strong> tão específico on<strong>de</strong> se faz necessária a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> estratégias que acompanhem o percurso <strong>do</strong><br />

câncer infantil. Objetivo: i<strong>de</strong>ntificar e analisar as estratégias <strong>de</strong> apoio à família, utiliza<strong>da</strong>s por enfermeiros em<br />

oncologia pediátrica. Meto<strong>do</strong>logia: Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>, optou-se pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesquisa<br />

revisão integrativa, que consiste na análise ampla <strong>da</strong> literatura ten<strong>do</strong> em vista discussões sobre méto<strong>do</strong>s,<br />

resulta<strong>do</strong>s e conclusões gerais <strong>de</strong> uma área particular <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, bem como refletir sobre realização <strong>de</strong> pesquisas<br />

futuras. A abor<strong>da</strong>gem meto<strong>do</strong>lógica consiste em seis etapas: estabelecer a hipótese ou a pergunta <strong>da</strong> revisão;<br />

selecionar a amostra a ser revista; categorização <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s; avaliação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s; interpretação <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s e apresentação <strong>da</strong> revisão ou síntese <strong>do</strong> conhecimento. Para guiar esta revisão, elaborou-se a<br />

seguinte questão: Quais as estratégias <strong>de</strong> apoio à família são utiliza<strong>da</strong>s pelo Enfermeiro em oncologia pediátrica?<br />

Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nas bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s LILACS e Scielo, com recorte temporal <strong>de</strong> 2006 a 2011, sen<strong>do</strong><br />

encontra<strong>do</strong>s 23 artigos em português e seleciona<strong>do</strong>s 9 artigos que traduziram as estratégias <strong>de</strong> apoio utiliza<strong>da</strong>s<br />

pelo Enfermeiro. A análise <strong>do</strong>s artigos se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>scritiva, possibilitan<strong>do</strong> ao leitor visualizar informações<br />

específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> artigo, tais como: tipo <strong>de</strong> pesquisa, local <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, ano e periódico <strong>de</strong> publicação, objetivos,<br />

<strong>de</strong>lineamento meto<strong>do</strong>lógico e resulta<strong>do</strong>s. Resulta<strong>do</strong>s e Conclusão: Os acha<strong>do</strong>s significativos foram<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s em quadro sinóptico, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> as estratégias <strong>de</strong> apoio à família, utiliza<strong>da</strong>s por enfermeiros em<br />

oncologia pediátrica, em cinco categorias temáticas: 1) A<strong>de</strong>são ao tratamento/Aceitação <strong>do</strong> diagnóstico, <strong>da</strong><strong>da</strong> por:<br />

Não subestimar a competência <strong>do</strong>s pais e familiares, esclarecen<strong>do</strong> sobre os diversos aspectos <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, crian<strong>do</strong><br />

uma re-significação <strong>do</strong> câncer; <strong>de</strong>smistifican<strong>do</strong>-o e convi<strong>da</strong>n<strong>do</strong> os sujeitos a construírem novas representações <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença, auxilian<strong>do</strong>-os a li<strong>da</strong>r com a vi<strong>da</strong> – a vi<strong>da</strong> com uma história <strong>de</strong> câncer e incertezas. 2) Relacionamento <strong>de</strong><br />

confiança entre equipe e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r, <strong>da</strong><strong>da</strong> por: sentimento <strong>de</strong> segurança, pois na maioria <strong>da</strong>s vezes, a criança e<br />

família só se permite ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong> quan<strong>do</strong> acredita no profissional (sentimentos <strong>de</strong> confiança e amiza<strong>de</strong> serem<br />

suscita<strong>do</strong>s nos clientes), preocupação com o bem-estar e o atendimento às principais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> ser<br />

humano alia<strong>da</strong> às estratégias e ações técnico científicas e ao cui<strong>da</strong><strong>do</strong> afetivo e emocional. 3) Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio<br />

Social, <strong>da</strong><strong>da</strong> pela própria família <strong>da</strong> criança, os amigos e serviços <strong>de</strong> assistência social <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cui<strong>da</strong><strong>do</strong> tanto <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>ente quanto <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r familiar, vizinhos e colegas <strong>de</strong> trabalho. 4) Humanização, <strong>da</strong><strong>da</strong> por: negociar com a<br />

equipe e com os familiares um plano <strong>de</strong> assistência mais abrangente, a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte <strong>do</strong>s profissionais<br />

que é necessária para se perceber os múltiplos <strong>de</strong>terminantes que envolvem o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> à família, <strong>da</strong>r apoio<br />

emocional, compreen<strong>de</strong>r e estar disponível,conversan<strong>do</strong>, escutan<strong>do</strong>, encorajan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>dican<strong>do</strong>-se e prestan<strong>do</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em dimensões mais amplas, basea<strong>da</strong>s em princípios humanísticos. A humanização requer <strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Enfermeiro esta escuta diferencia<strong>da</strong>, com interesse genuíno, disposição, afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ausência <strong>de</strong> preconceitos<br />

ou censura. Sen<strong>do</strong> assim é relevante incluir as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s lúdicas no conjunto <strong>da</strong>s orientações aos familiares para<br />

os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> criança no <strong>do</strong>micilio, e não apenas focar sua assistência e orientações nas questões relaciona<strong>da</strong>s<br />

à <strong>do</strong>ença e seu tratamento. 5) Terminali<strong>da</strong><strong>de</strong>, finitu<strong>de</strong>, religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>/espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>da</strong> por: assegurar a<br />

digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> à criança, integran<strong>do</strong> a família nas <strong>de</strong>cisões terapêuticas, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> e facilitan<strong>do</strong> o<br />

direcionamento <strong>do</strong> sofrimento com vistas à busca <strong>de</strong> um senti<strong>do</strong>. Promoção <strong>de</strong> intervenções que auxiliem a família<br />

a encontrar um motivo para sua existência, fortalecen<strong>do</strong>-as no momento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfecho como a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cura ou morte evento este, que transcen<strong>de</strong> questões técnicas e normas e exige <strong>do</strong> Enfermeiro a construção <strong>de</strong><br />

estratégias efetivas que envolvam o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> espiritual. Neste momento <strong>da</strong> assistência a criança e sua família,<br />

torna-se essencial a compreensão pelo profissional <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> fé, neste cui<strong>da</strong><strong>do</strong>,<br />

facilitan<strong>do</strong> inclusive as práticas espirituais <strong>da</strong> família, oferecen<strong>do</strong>-se para fazer orações e preces junto com eles,


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

se essa promover o conforto e a compassivi<strong>da</strong><strong>de</strong> tão importantes neste momento. Consi<strong>de</strong>ramos por fim, que a<br />

atenção <strong>do</strong> enfermeiro em oncologia pediátrica aponta para um compartilhar <strong>de</strong> saberes com a família,<br />

direcionan<strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> humanístico á construção <strong>de</strong> novos caminhos em direção a alternativas que minimizem as<br />

angústias e conflitos que permeiam este cenário. Este encontro enfermeiro-familia-oncologia pediátrica po<strong>de</strong> ser<br />

revela<strong>do</strong>r e oportunizar uma ampla compreensão <strong>de</strong>sta complexa trajetória chama<strong>da</strong> câncer infantil.<br />

Referências:<br />

1. Silva FAC, Andra<strong>de</strong> PR, Barbosa TR, Hoffmann MV, Mace<strong>do</strong> CR. Representação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecimento<br />

<strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes oncologicos junto aos familiares. Esc Anna Nery Rev Enferm, 2009 abr-jun; 13(2): 334-<br />

41.<br />

2. Avanci BS, Carolin<strong>do</strong> FM, Góes FGB, Netto NPC. Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s paliativos à criança oncológica. Esc Anna Nery Rev<br />

Enferm 2009 out-<strong>de</strong>z; 13 (4): 708-16<br />

3. Di Primio AO, Schwartz E, Bielemann VLM, Burille A, Zillmer JGV, Feijó AM. Re<strong>de</strong> social e vínculos apoia<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong>s famílias <strong>de</strong> crianças com câncer. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2010 Abr-Jun; 19(2): 334-42.<br />

4. Sanchez KOL, Ferreira NMLA, Dupas G, Costa DB. Apoio Social à família <strong>do</strong> paciente com câncer: i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong><br />

caminhos e direções. Rev Bras Enferm, Brasília 2010 mar-abr; 63(2): 290-9.<br />

Descritores: enfermagem pediátrica; enfermagem oncológica; oncologia; família e criança.<br />

1<br />

Aluno <strong>do</strong> 7º Semestre <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro. São Paulo, SP. E-mail:<br />

mariliaoliveira91@gmail.com<br />

2 Professora <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro. São Paulo, SP.<br />

9


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

5. Leucemia Linfói<strong>de</strong> Agu<strong>da</strong>: perspectiva <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> a criança, família e profissionais.<br />

10<br />

Primo, Leyla Apareci<strong>da</strong> Xavier 1<br />

Santana, Norma Sueli 2<br />

Introdução: A leucemia, que é o câncer <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s hematopoiéticos, constitui a forma mais comum <strong>de</strong> câncer na<br />

infância. A incidência anual é <strong>de</strong> 4,2 por 100.000 indivíduos, entre as crianças brancas com menos <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong> 2,4 por 100.000, entre as crianças negras. Ocorre mais frequentemente em meninos <strong>do</strong> que em<br />

meninas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1 ano <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a incidência máxima é observa<strong>da</strong> entre 2 e 6 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Trata-se <strong>de</strong><br />

uma <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> câncer que vem apresentan<strong>do</strong> melhoras surpreen<strong>de</strong>ntes nas taxas <strong>de</strong> sobrevi<strong>da</strong>. As taxas<br />

atuais <strong>de</strong> sobrevi<strong>da</strong> <strong>de</strong> quatro anos para crianças com leucemia linfoblástica agu<strong>da</strong> ultrapassam 80% nos gran<strong>de</strong>s<br />

centros <strong>de</strong> pesquisa. Para a <strong>Enfermagem</strong> a prática em oncologia pediátrica apresenta <strong>de</strong>safios singulares no que<br />

diz respeito ao enfrentamento <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> forma integral. Há por um la<strong>do</strong> to<strong>da</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> física e<br />

emocional <strong>da</strong> criança e por outro, a família afeta<strong>da</strong> pelo diagnostico ou recidiva, temerosa sobre o percurso <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> morte e impotente para li<strong>da</strong>r com a situação. Aliar conhecimento e competência<br />

técnica no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> à criança com leucemia linfoi<strong>de</strong> agu<strong>da</strong> a uma perspectiva diferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, on<strong>de</strong> a<br />

postura aberta e atenta ao mo<strong>do</strong> como a família e criança enfrenta este evento, possibilita minimizar o impacto <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença e hospitalização. A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contato com os conhecimentos produzi<strong>do</strong>s acerca <strong>da</strong> criança com<br />

LLA e sua família é importante para enten<strong>de</strong>r-se a amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> enfermeiro em to<strong>da</strong>s as fases <strong>de</strong>ste<br />

tratamento. Objetivo: Analisar e refletir com base em estu<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s sobre as principais perspectivas <strong>da</strong><br />

atuação <strong>do</strong> Enfermeiro no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> leucemia linfoi<strong>de</strong> agu<strong>da</strong> em pediatria. Meto<strong>do</strong>logia: Trata-se <strong>de</strong> pesquisa<br />

<strong>de</strong> revisão integrativa que consiste na análise ampla <strong>da</strong> literatura ten<strong>do</strong> em vista discussões sobre méto<strong>do</strong>s,<br />

resulta<strong>do</strong>s e conclusões gerais <strong>de</strong> uma área particular <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, bem como refletir sobre realização <strong>de</strong> pesquisas<br />

futuras. Para guiar esta revisão, elaborou-se a seguinte questão: No cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em leucemia linfoi<strong>de</strong> agu<strong>da</strong>, quais<br />

são as perspectivas que envolvem a criança, família e profissionais <strong>de</strong> enfermagem? Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nas<br />

Bases <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s: Biblioteca Regional <strong>de</strong> Medicina (BIREME) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), com<br />

corte temporal entre 2008 e 2012, utilizan<strong>do</strong>-se os <strong>de</strong>scritores: Leucemia Linfói<strong>de</strong> Agu<strong>da</strong>, oncologia pediatrica,<br />

assistencia enfermagem, enfermagem familia. Para compor a amostra final utilizamos os seguintes critérios:<br />

pesquisas <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritiva e textos disponíveis na íntegra e em portugues diretamente relaciona<strong>do</strong>s com a<br />

temática. Para respon<strong>de</strong>r aos objetivos <strong>da</strong> pesquisa, a amostra final foi composta por sete estu<strong>do</strong>s. A análise <strong>do</strong>s<br />

artigos <strong>de</strong>u-se forma <strong>de</strong>scritiva, possibilitan<strong>do</strong> ao leitor visualizar informações específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> artigo, tais<br />

como: tipo <strong>de</strong> pesquisa, local <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, ano, periódico <strong>de</strong> publicação, objetivos, <strong>de</strong>lineamento meto<strong>do</strong>lógico e<br />

resulta<strong>do</strong>s. Resulta<strong>do</strong>s e Conclusão: A análise <strong>do</strong>s artigos que constituíram esta pesquisa possibilitou três<br />

categorias temáticas: perspectivas relaciona<strong>da</strong>s ao diagnóstico, perspectivas relaciona<strong>da</strong>s ao manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r ou<br />

outros sintomas no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença e relaciona<strong>da</strong>s às emoções <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> enfermagem ao li<strong>da</strong>r com<br />

a criança e família no diagnóstico <strong>de</strong> LLA. Os artigos que relatam o momento <strong>do</strong> diagnóstico trazem a<br />

compreensão <strong>de</strong> como a família vivencia este momento a influencia no dia-a-dia <strong>de</strong>ssas e <strong>da</strong>s suas crianças,<br />

reforçan<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer um apoio a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s durante o processo <strong>de</strong> “cui<strong>da</strong>r”. Os<br />

aspectos sobre manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e/ou outros sintomas está presente nos estu<strong>do</strong>s evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

educação permanente referente aos tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ou outras sintomatologias comuns, capacitan<strong>do</strong> os profissionais<br />

para a busca <strong>de</strong> conforto e alívio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadro. Também é reforça<strong>do</strong> que o treinamento para a equipe <strong>de</strong><br />

enfermagem não <strong>de</strong>ve ocorrer só no momento <strong>da</strong> contratação, esse é um processo contínuo que <strong>de</strong>ve ser<br />

revisa<strong>do</strong> sempre que possível, pois o julgamento <strong>do</strong> profissional é <strong>de</strong> extrema importância para o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

manejo <strong>de</strong>stes sintomas. Quanto às perspectivas relaciona<strong>da</strong>s às emoções que permeiam este cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, a<br />

literatura reforça que em vista <strong>do</strong> convívio prolonga<strong>do</strong> e a irremediável construção <strong>de</strong> vínculo com a criança e<br />

família, faz-se urgente o suporte emocional para equipe <strong>de</strong> enfermagem, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que a conscientização<br />

acerca <strong>do</strong>s aspectos emocionais envolvi<strong>do</strong>s na atuação cotidiana <strong>de</strong>sta equipe promove, facilita e aprimora o<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>. Os trabalhos também apontam para a construção <strong>de</strong> um atendimento humaniza<strong>do</strong> no qual a técnica<br />

necessita ser mais um instrumento para o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, e não seu foco principal. É importante pontuar que os<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong> não permitem fazer generalizações, uma vez que o número <strong>de</strong> artigos que o<br />

compõem foi pequeno. Porém, respal<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se na literatura, as perspectivas <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> criança e família em<br />

diagnostico <strong>de</strong> LLA, caminham para a capacitação técnica cientifica <strong>do</strong> enfermeiro tornan<strong>do</strong> eficaz a condução <strong>da</strong><br />

terapêutica e manejo <strong>de</strong> sintomas como também, para uma reflexão sobre a importância <strong>do</strong> autoconhecimento <strong>do</strong>


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

profissional, pois, diante <strong>da</strong> aproximação com a família, ações, sentimentos e pensamentos que, muitas vezes<br />

ultrapassam suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s estarão presentes e esta família necessitará <strong>de</strong> um profissional capaz, que lhe<br />

aju<strong>de</strong> a olhar esses momentos como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> superar-se nas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que lhe faltam para o<br />

enfrentamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença <strong>da</strong> criança.<br />

Referências:<br />

1. Bueno PC, Neves ET, Rigor AG. O Manejo <strong>da</strong> Dor em Crianças com Câncer: Contribuições para a<br />

<strong>Enfermagem</strong>. Cogitare Enferm. 2011 Abr/Jun; 16(2):226-31.<br />

2. Teixeira FB, Gorini MIPC. Compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as Emoções <strong>do</strong>s Enfermeiros frente aos Pacientes com Câncer.<br />

Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2008set;29 (3): 367-73.<br />

3. Waterkemper R, Reibnitz KS, Monticelli M. Dialogan<strong>do</strong> com Enfermeiras sobre a Avaliação <strong>da</strong> Dor Oncológica<br />

<strong>do</strong> Paciente sob Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s paliativos. Rev. Bras. Enferm. Brasília 2012 Mar./Abr.; 63(2):334-9.<br />

4. Maranhão TA, Paixão MCS, Batista NNLAL. Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Presta<strong>do</strong>s às Crianças Porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong><br />

Leucemia: Limites e Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. ABEN Eventos [texto na internet]. Publica<strong>do</strong> em: 2009. Acesso em:<br />

28/04/2012.<br />

4. Rezen<strong>de</strong> AM, Schall VT, Mo<strong>de</strong>na CM. O Câncer <strong>da</strong> A<strong>do</strong>lescência: Vivencian<strong>do</strong> o Diagnóstico. Psicologia:<br />

Teoria e Prática - 2011, 13(3):55-66.<br />

Descritores: leucemia; linfoma; linfoblástico <strong>de</strong> células precursoras; pediatria; enfermagem oncológica.<br />

1Graduan<strong>da</strong><br />

em <strong>Enfermagem</strong> pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove <strong>de</strong> Julho – UNINOVE. São Paulo, SP. E-mail:<br />

leylaxavier@hotmail.com<br />

2<br />

Orienta<strong>do</strong>ra Enfermeira. Mestre em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove <strong>de</strong> Julho - UNINOVE. São<br />

Paulo, SP.<br />

11


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

6. A equipe <strong>de</strong> enfermagem e o manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> pré-termo.<br />

12<br />

Guimarães, Larissa Apareci<strong>da</strong> Oliveira Paiva 1<br />

Teixeira, Jesislei Bonolo <strong>do</strong> Amaral 2<br />

Apolinario, Letícia <strong>de</strong> Araujo 3<br />

Introdução: os neonatos não utilizam a fala para expressarem a <strong>do</strong>r que sentem o que os expõe à constantes<br />

paradigmas que remetem à reflexão <strong>do</strong> manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Objetivo: i<strong>de</strong>ntificar as formas <strong>de</strong> avaliação e manejo <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r <strong>de</strong> prematuros pela equipe <strong>de</strong> enfermagem. Meto<strong>do</strong>logia: Estu<strong>do</strong> quantitativo, <strong>de</strong>scritivo exploratório<br />

realiza<strong>do</strong> na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Internação Pediátrica <strong>do</strong> Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>da</strong> UFTM realiza<strong>do</strong> com 24 profissionais <strong>da</strong><br />

equipe <strong>de</strong> enfermagem. Resulta<strong>do</strong>s: A maioria <strong>do</strong>s profissionais acredita que o RNPT sentem <strong>do</strong>r, mas não há no<br />

serviço uma rotina <strong>de</strong> avaliação e manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Percebe-se que a falta <strong>de</strong> um protocolo estabeleci<strong>do</strong>. A equipe<br />

não utiliza escalas para avaliar a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> RNPT, mas relataram observam os parâmetros: choro, frequência<br />

respiratória, expressão facial e movimentos com os braços. Conclusão: a baixa porcentagem <strong>de</strong> profissionais que<br />

estu<strong>da</strong>ram o tema “<strong>do</strong>r em recém-nasci<strong>do</strong>s” salienta a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se abor<strong>da</strong>r a temática na educação<br />

continua<strong>da</strong> <strong>do</strong> serviço e <strong>de</strong> se sanar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes sujeitos para que se possa estabelecer uma mu<strong>da</strong>nça<br />

na rotina e implementar a avaliação <strong>da</strong> <strong>do</strong>r como quinto sinal vital.<br />

Descritores: equipe <strong>de</strong> enfermagem; manejo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r; recém-nasci<strong>do</strong>.<br />

1Acadêmica <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Graduação em <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Triângulo Mineiro.<br />

1 Enfermeira. Mestre. Professora Assistente na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Triângulo Mineiro. Uberaba-MG.<br />

3 Enfermeira. Especialização. Mestran<strong>da</strong> <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Pós Graduação stricto sensu em Atenção à Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Triângulo Mineiro. Email: leticiaapolinario@hotmail.com


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

7. Nível <strong>de</strong> estresse em equipe <strong>de</strong> enfermagem atuante em UTI neonatal: i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong>,<br />

qualifican<strong>do</strong> e propon<strong>do</strong> intervenções.<br />

13<br />

Men<strong>do</strong>nça, Aman<strong>da</strong> Roca Blasques <strong>de</strong>.*<br />

Bittes Junior, Arthur.**<br />

Introdução: O estresse ocupacional se <strong>de</strong>staca com especial importância, principalmente em algumas profissões<br />

como a enfermagem. <strong>Enfermagem</strong> é a 2º ocupação <strong>de</strong> mais alto risco laboral, assim classifica<strong>da</strong> pela Organização<br />

Internacional <strong>do</strong> Trabalho (OIT). Po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r então como o trabalho extenuante, longas jorna<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

trabalho, alta complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, convívio com o sofrimento <strong>do</strong>s familiares, <strong>do</strong>r e morte são impactantes em equipes <strong>de</strong><br />

enfermagem. Neste contexto, observamos ain<strong>da</strong> a correlação entre o estresse ambiental gera<strong>do</strong> pela rotina <strong>de</strong><br />

trabalho, associa<strong>do</strong>s a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s pacientes atendi<strong>do</strong>s pela uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recém-nasci<strong>do</strong>s prematuros <strong>de</strong> alto<br />

risco, fator este que parece ser o principal responsável pelo estresse i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> na população <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

Objetivos: Os objetivos <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> foram conhecer a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> em<br />

UTI Neonatal avalian<strong>do</strong> seu nível <strong>de</strong> estresse; natureza <strong>do</strong>s estressores, possíveis sinais e sintomas<br />

apresenta<strong>do</strong>s; a percepção <strong>do</strong>s mesmos quanto ao efeito <strong>do</strong>s estressores em sua vi<strong>da</strong> pessoal e profissional.<br />

Méto<strong>do</strong>s: A<strong>do</strong>tou-se a meto<strong>do</strong>logia quantitativa, <strong>de</strong>scritiva-exploratória. Foi realiza<strong>da</strong> em um hospital paulistano<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, priva<strong>do</strong> e referência na assistência neonatal. A pesquisa foi autoriza<strong>da</strong> pelo Comitê <strong>de</strong> Ética e<br />

Pesquisa <strong>do</strong> hospital sob protocolo nº 235/10. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram coleta<strong>do</strong>s em uma <strong>da</strong>s três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> complexo<br />

hospitalar, nos dias 15 e 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010. Foi aplica<strong>do</strong> um “Inventário <strong>de</strong> estresse em uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia<br />

intensiva neonatal” a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>do</strong> “WHOQL-100” <strong>da</strong> Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> são apresenta<strong>da</strong>s<br />

questões sobre quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, e <strong>da</strong> “Escala Bianchi <strong>de</strong> Stress” uma escala especifica <strong>de</strong> pontuação <strong>de</strong><br />

estresse <strong>do</strong> Enfermeiro. Sen<strong>do</strong> assim, o inventário é composto por 46 questões que caracterizam a faixa etária,<br />

gênero, nível educacional, sinais e sintomas <strong>de</strong> estresse, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, tarefas técnicas <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

relação interpessoal entre a equipe. Também foi utiliza<strong>do</strong> um software <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> estresse. Os<br />

pesquisa<strong>do</strong>s foram orienta<strong>do</strong>s sobre a relevância <strong>da</strong> pesquisa e assinaram o “Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre<br />

Esclareci<strong>do</strong>”. Classificaram-se para a pesquisa 86 profissionais <strong>de</strong> enfermagem atuantes por mais <strong>de</strong> 30 dias na<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> a amostra composta por 14 auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, 56 técnicos <strong>de</strong> enfermagem e 16<br />

enfermeiros, distribuí<strong>do</strong>s nos perío<strong>do</strong>s <strong>da</strong> manhã, tar<strong>de</strong> e noite. Os resulta<strong>do</strong>s foram expressos por meio <strong>do</strong><br />

agrupamento <strong>de</strong> questões em categorias. Resulta<strong>do</strong>s: I<strong>de</strong>ntificou-se vários fatores intrínsecos relaciona<strong>do</strong>s –<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, turno, carga horária <strong>de</strong> trabalho, esta<strong>do</strong> civil - que associa<strong>do</strong>s à rotina na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o relacionamento<br />

interpessoal entre a equipe interferem <strong>de</strong> forma significativa na atuação profissional. Outro fator i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> é a<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong> emocional no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> enfermagem como aten<strong>de</strong>r os familiares e li<strong>da</strong>r com o óbito <strong>de</strong> pacientes.<br />

Estes fatores interferem não apenas na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mas também na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> assistência presta<strong>da</strong>.<br />

Conclusões: Evi<strong>de</strong>ncia-se a relevância <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s que tenham como enfoque o estresse <strong>do</strong> profissional <strong>de</strong><br />

enfermagem, uma vez que este presta assistência direta ao paciente, e no caso <strong>da</strong> presente pesquisa, em recémnasci<strong>do</strong>s<br />

prematuros, que requerem uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> alta complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Demonstrou-se que a<br />

equipe encontrava-se com nível eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> estresse, entre a fase <strong>de</strong> resistência e exaustão, apresentan<strong>do</strong> 3 ou<br />

mais sintomas físicos <strong>de</strong> estresse e ao menos 1 psicológico.<br />

Referências:<br />

1. Montanholi LL, Tavares DMS, Oliveira GR <strong>de</strong>. Estresse: fatores <strong>de</strong> risco no trabalho <strong>do</strong> enfermeiro hospitalar.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>. 2006; 59(5): 661-665.<br />

2. Ferreira LRC, <strong>de</strong> Martino MMF. O estresse <strong>do</strong> enfermeiro: análise <strong>da</strong>s publicações sobre o tema. Revista <strong>de</strong><br />

Ciências Médicas. 2006; 15(3): 241-248.<br />

3. Ferrareze MVG, Ferreira V, Carvalho AMP. Percepção <strong>do</strong> estresse entre enfermeiros que atuam em terapia<br />

intensiva. Acta Paul <strong>Enfermagem</strong>. 2006; 19(3): 310-315.<br />

4. Fogaça MC, Carvalho WB, Cítero VA, Nogueira Martins LA. Fatores que tornam estressantes o trabalho <strong>de</strong><br />

médicos e enfermeiros em uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva pediátrica e neonatal: estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> revisão bibliográfica.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Terapia Intensiva. 2008; 20(3): 261-266.<br />

5. Santini AM, Costenaro RGS, Me<strong>de</strong>iros HMF, Zaberlan C. Estresse: vivência profissional <strong>de</strong> Enfermeiras que<br />

atuam em UTI neonatal. Cogitare <strong>Enfermagem</strong> Rio Grane <strong>do</strong> Sul. 2005; 10(3): 14-22


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

Descritores: estresse profissional; enfermagem; uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva neonatal.<br />

*Bacharel em <strong>Enfermagem</strong> pelo Centro Universitário Monte Serrat. aman<strong>da</strong>blasques@gmail.com<br />

**Enfermeiro, Doutor em <strong>Enfermagem</strong> pela EE<strong>USP</strong>, Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Oswal<strong>do</strong> Cruz, Professor Titular <strong>do</strong> Centro Universitário Monte Serrat.<br />

14


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

8. Lúpus eritematoso sistêmico juvenil: uma revisão sistemática aplica<strong>da</strong> à enfermagem.<br />

15<br />

Souza, Débora Peres Moreno <strong>de</strong>¹<br />

Chiang Filho, Kim¹<br />

Parra, Mariana Lopes¹<br />

Vasques, Raquel Candi<strong>do</strong> Ylamas²<br />

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma <strong>do</strong>ença crônica, complexa, que acomete diversos<br />

órgãos e tem importantes repercussões bio-psico-sociais. É caracteriza<strong>do</strong> como LES Juvenil (LESJ) quan<strong>do</strong><br />

diagnostica<strong>do</strong> no indivíduo menor <strong>de</strong> 18 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesta faixa etária, a patologia age <strong>de</strong> maneira mais<br />

agressiva e agu<strong>da</strong> em relação ao <strong>da</strong>no sistêmico, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> ao adulto. O conhecimento <strong>do</strong><br />

comportamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na criança promove o diagnóstico precoce e melhor escolha terapêutica no manejo <strong>do</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, possibilitan<strong>do</strong> o controle sintomático e <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco. Dessa forma, surgiu a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> levantar<br />

o perfil <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s publica<strong>do</strong>s com essa temática, disponibilizan<strong>do</strong> estes evidências científicas necessárias para<br />

direcionar e embasar o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> enfermagem. Objetivos: Realizar a caracterização e a categorização <strong>do</strong>s<br />

artigos científicos elenca<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>stacar o perfil <strong>da</strong>s pesquisas realiza<strong>da</strong>s acerca <strong>do</strong> tema. Méto<strong>do</strong>: Foi realiza<strong>da</strong><br />

revisão sistemática com artigos científicos nas bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s LILACS, IBECS, MEDLINE, Cochrane e SciELO,<br />

publica<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2001 a 2011, utilizan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>scritor “Lúpus eritematoso sistêmico”. Foram encontra<strong>do</strong>s<br />

40.520 artigos, analisa<strong>do</strong>s e submeti<strong>do</strong>s à triagem <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os critérios <strong>de</strong> inclusão: artigos disponíveis em<br />

português, nas bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s pré-<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, na íntegra e gratuitamente; estu<strong>do</strong>s conten<strong>do</strong> informações sobre a<br />

<strong>do</strong>ença na infância/ a<strong>do</strong>lescência. A análise foi feita por meio <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> resumos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s: artigos<br />

que tratam especificamente <strong>da</strong> patologia no adulto; pesquisas que <strong>de</strong>screvam <strong>do</strong>enças associa<strong>da</strong>s ao LESJ;<br />

artigos que não apresentaram coesão na proposta <strong>de</strong> resposta aos objetivos e pergunta <strong>de</strong> pesquisa. Após a<br />

seleção, o grupo realizou leitura exploratória e interpretativa para a inclusão <strong>do</strong>s artigos no trabalho, seguin<strong>do</strong> os<br />

critérios supracita<strong>do</strong>s. Os artigos elenca<strong>do</strong>s foram caracteriza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o ano <strong>de</strong> publicação, o tipo <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>, a área profissional <strong>do</strong>(s) autor(es) e categoriza<strong>do</strong>s em tópicos <strong>de</strong> temática em comum. Resulta<strong>do</strong>s:<br />

Foram elenca<strong>do</strong>s 22 artigos e uma tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>. Este número representa 8% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> artigos na íntegra<br />

encontra<strong>do</strong>s nessa pesquisa. Ao analisarmos o quantitativo <strong>de</strong> publicações ao <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2001<br />

a 2009 houve crescente numero <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, exceto pelo ano <strong>de</strong> 2006 que apresentou 4% <strong>de</strong> que<strong>da</strong> em relação<br />

ao ano anterior. Contu<strong>do</strong> em 2009 houve o maior numero <strong>de</strong> publicações, com cinco artigos, uma que<strong>da</strong><br />

significativa em 2010 <strong>de</strong> 5% e abrupta em 2011 em que, até o mês <strong>de</strong> Outubro (finalização <strong>da</strong>s pesquisas), não foi<br />

encontra<strong>da</strong> nenhuma publicação especifica sobre LESJ. Do total <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s elenca<strong>do</strong>s 96% foram elabora<strong>do</strong>s<br />

por médicos e 1 artigo por psicólogos, não foi encontra<strong>do</strong> nenhum artigo publica<strong>do</strong> por enfermeiros. A maioria<br />

(52%) <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s eram originais e <strong>de</strong> relato <strong>de</strong> caso/experiência (31%), fator que <strong>de</strong>monstra que as pesquisas<br />

realiza<strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>ram novas evidências e conhecimentos a respeito <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na infância/a<strong>do</strong>lescência. A<br />

categorização por temática abor<strong>da</strong><strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstra que a maioria <strong>do</strong>s artigos <strong>de</strong>screvem as<br />

alterações neuropsíquicas e <strong>do</strong> sistema tegumentar, com 17% em ambos. Em segun<strong>do</strong> lugar, com 13% ca<strong>da</strong>,<br />

estão os estu<strong>do</strong>s sobre as alterações hematológicas e méto<strong>do</strong>s diagnósticos/<strong>de</strong> avaliação. Estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

encontra<strong>do</strong>s foram convergentes ao perfil <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença <strong>de</strong>scrito na literatura. Contu<strong>do</strong> as alterações renais e o uso<br />

<strong>do</strong> tratamento medicamentoso são frequentes nos pacientes com lúpus e representaram apenas 4% <strong>da</strong>s<br />

pesquisas em ca<strong>da</strong> tema, fato que po<strong>de</strong> ser justifica<strong>do</strong> pela baixa ocorrência em crianças e a<strong>do</strong>lescentes ou pela<br />

escassez <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s nas áreas, sen<strong>do</strong> mais provável a segun<strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Conclusão: Devi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong><br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s categóricos levanta<strong>do</strong>s pelos artigos, o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> enfermagem<br />

<strong>de</strong>ve contemplar a criança em sua integrali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A alta concentração <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s na área médica, encontra<strong>do</strong>s<br />

nesta pesquisa, bem como a ausência <strong>de</strong> artigos publica<strong>do</strong>s por enfermeiros reflete a falta <strong>de</strong> produção científica<br />

<strong>da</strong> enfermagem referente ao tema. A disseminação <strong>de</strong> informações essenciais sobre a <strong>do</strong>ença possibilita a<br />

sistematização <strong>da</strong> assistência a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, embasa<strong>da</strong> pelo conhecimento científico, à criança/a<strong>do</strong>lescente com<br />

lúpus. Desta forma, o perfil <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstra que é necessário o aprofun<strong>da</strong>mento em pesquisas volta<strong>da</strong>s às<br />

peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na faixa etária pediátrica, assim como as implicações <strong>de</strong>stas para a assistência <strong>de</strong><br />

enfermagem.


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

Referências:<br />

1. SOUZA, Débora P. M. <strong>de</strong>; CHIANG FILHO, Kim.; PARRA, Mariana L. Atenção integral à criança com lúpus<br />

eritematoso sistêmico: implicações para a enfermagem. Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong><br />

(Graduação), Centro Universitário São Camilo, 2011.<br />

Descritores: cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> enfermagem; lúpus eritematoso sistêmico; saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança.<br />

¹ Enfermeiro<br />

² Enfermeira. Mestre em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica pela EE<strong>USP</strong>. Professora Assistente no Centro Universitário São<br />

Camilo-SP. E-mail: <strong>de</strong>boraperes.enf@gmail.com.<br />

16


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

9. Sistematização <strong>da</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem ao paciente com lúpus eritematoso<br />

sistêmico juvenil: uma abor<strong>da</strong>gem integral.<br />

17<br />

Parra, Mariana Lopes¹<br />

Chiang Filho, Kim¹<br />

Souza, Débora Peres Moreno <strong>de</strong>¹<br />

Vasques, Raquel Candi<strong>do</strong> Ylamas²<br />

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma <strong>do</strong>ença crônica, complexa, que acomete diversos<br />

órgãos e tem importantes repercussões bio-psico-sociais. É caracteriza<strong>do</strong> como Juvenil quan<strong>do</strong> diagnostica<strong>do</strong> no<br />

indivíduo menor <strong>de</strong> 18 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesta faixa etária, a patologia age <strong>de</strong> maneira mais agressiva e agu<strong>da</strong> em<br />

relação ao <strong>da</strong>n<strong>do</strong> sistêmico, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> ao adulto. O conhecimento <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na<br />

criança promove o diagnóstico precoce e melhor escolha terapêutica no manejo <strong>da</strong> mesma, possibilitan<strong>do</strong> o<br />

controle sintomático e <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco para agudização. Desta forma, surgiu a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> levantar o papel<br />

<strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem e as evidências científicas necessárias para <strong>de</strong>linear um plano <strong>de</strong> assistência integral e<br />

humaniza<strong>do</strong>. Objetivos: Elaborar a Sistematização <strong>da</strong> Assistência <strong>de</strong> enfermagem à criança/ a<strong>do</strong>lescente com<br />

LESJ, através <strong>de</strong> embasamento científico. Méto<strong>do</strong>: Foi realiza<strong>da</strong> revisão sistemática com artigos científicos nas<br />

bases <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s LILACS, IBECS, MEDLINE, Cochrane e SciELO, utilizan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>scritor “Lúpus eritematoso<br />

sistêmico”. Foram encontra<strong>do</strong>s 40.520 artigos, analisa<strong>do</strong>s e submeti<strong>do</strong>s à triagem, sob os critérios <strong>de</strong> inclusão<br />

pré-<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Para <strong>de</strong>linear o plano <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s, foi utiliza<strong>da</strong> a taxonomia NANDA, NOC e NIC. Resulta<strong>do</strong>s e<br />

Discussão: O Processo <strong>de</strong> enfermagem em cinco etapas é composto pela coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s a respeito <strong>da</strong> condição<br />

<strong>do</strong> cliente, diagnóstico <strong>de</strong> enfermagem, planejamento <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, implementação <strong>da</strong>s intervenções e avaliação <strong>do</strong><br />

resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s ações realiza<strong>da</strong>s. Este processo, na criança, é dificulta<strong>do</strong> muitas vezes <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à existência <strong>de</strong><br />

barreiras cognitivas, como fala e interpretação <strong>da</strong> informação questiona<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> pensamento<br />

crítico, utiliza<strong>do</strong> para interpretar <strong>de</strong> maneira precisa as respostas humanas, associa<strong>do</strong> à avaliação intencional e<br />

não intencional <strong>do</strong> cliente, no entanto, permite uma interpretação mais abrangente <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

criança, e <strong>de</strong>sta forma, realizar uma assistência integraliza<strong>da</strong> e precisa. No manejo <strong>do</strong> LESJ, o enfermeiro tem<br />

como principal meta <strong>de</strong> enfermagem o auxílio à criança e familiares no controle <strong>da</strong> exacerbação <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença e<br />

a<strong>da</strong>ptação às limitações por esta instala<strong>da</strong>s. Seguin<strong>do</strong> as etapas <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> enfermagem, a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

e avaliação <strong>de</strong>ve ser direciona<strong>da</strong> ao estadiamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, o comprometimento sistêmico <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> por<br />

este, e a relação <strong>do</strong> impacto clínico <strong>da</strong> patologia com a dinâmica familiar e <strong>de</strong>senvolvimento psicosocial <strong>da</strong><br />

criança. Nesta etapa, o enfermeiro <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar possíveis fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vínculo afetivo, atrasos no<br />

crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reabilitação física. A partir <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s publica<strong>do</strong>s acerca <strong>do</strong><br />

comportamento <strong>do</strong> LESJ e sua abor<strong>da</strong>gem na pediatria, foi possível elencar quatro diagnósticos <strong>de</strong> enfermagem<br />

que permitem a aplicação <strong>de</strong> intervenções integra<strong>da</strong>s, volta<strong>da</strong>s principalmente à educação em saú<strong>de</strong> e que visam<br />

a promoção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e estímulo <strong>do</strong> autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>, tanto no ambiente intra quanto extra-hospitalar. São<br />

eles: 1) Proteção ineficaz, associa<strong>do</strong> à distúrbios <strong>da</strong>s respostas imunológicas e comprometimento hematológico<br />

<strong>do</strong> paciente com LESJ. As intervenções <strong>de</strong> enfermagem para que haja controle <strong>do</strong>s riscos infecciosos e promoção<br />

<strong>da</strong> autonomia pessoal e saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente são: I<strong>de</strong>ntificar os riscos, realizar controle <strong>de</strong> infecção, realizar<br />

proteção contra infecção, incentivar o enfrentamento e promover a assistência no autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>. 2)Nutrição<br />

<strong>de</strong>sequilibra<strong>da</strong>: menos <strong>do</strong> que as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s corporais, relaciona<strong>do</strong> às manifestações gastrointestinais e<br />

emocionais <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (como anorexia e lesões em mucosas gástricas, dificultan<strong>do</strong> a ingesta <strong>de</strong> alimentos).<br />

Visan<strong>do</strong> a melhora <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> nutricional, as intervenções aplicáveis à este diagnóstico são: Efetuar<br />

aconselhamento nutricional, realizar controle nutricional e hídrico, incentivar a modificação <strong>do</strong> comportamento. 3)<br />

Baixa autoestima situacional, associa<strong>do</strong> ao distúrbio <strong>da</strong> imagem corporal <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s por lesões múltiplas<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (alopecia, exantema, e<strong>de</strong>ma sistêmico) como também às mu<strong>da</strong>nças no papel<br />

social e alterações no <strong>de</strong>senvolvimento. Para que o paciente alcance melhora <strong>da</strong> autoestima, a<strong>da</strong>ptação<br />

psicossocial e melhora <strong>de</strong> enfrentamento, as intervenções serão volta<strong>da</strong>s ao aconselhamento, promoção <strong>da</strong><br />

melhora <strong>da</strong> imagem corporal, suporte emocional e controle <strong>do</strong> humor. 4) Dor crônica associa<strong>da</strong> às neuropatias e<br />

comprometimento articular <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença. Para que o controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>r seja efetivo,<br />

assim como a promoção <strong>de</strong> melhor nível <strong>de</strong> conforto e menor nível <strong>de</strong> estresse, as intervenções são: Administrar<br />

analgésicos e realizar controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e <strong>de</strong> medicamentos. O acompanhamento <strong>de</strong>ve priorizar o reestabelecimento<br />

<strong>de</strong> funções orgânicas e avaliação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s durante o processo <strong>de</strong> enfermagem, modifican<strong>do</strong> a abor<strong>da</strong>gem ou


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

ajustan<strong>do</strong> o plano terapêutico quan<strong>do</strong> necessário. Conclusão: O enfermeiro tem um gran<strong>de</strong> campo <strong>de</strong> atuação<br />

profissional, e <strong>de</strong>ve estar prepara<strong>do</strong> para o atendimento <strong>de</strong> crianças porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças crônicas em diversos<br />

ambientes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a atenção primária até o atendimento assistencial intensivo. Ain<strong>da</strong>, é responsável pela<br />

ligação entre paciente-familiar, como facilita<strong>do</strong>r <strong>do</strong> convívio intra e extra hospitalar. Com base nesta visão, o lúpus<br />

como uma <strong>do</strong>ença crônica e complexa, <strong>de</strong>ve ser contempla<strong>do</strong> não somente em sua manifestação clínica mas<br />

como uma patologia que reflete diariamente no <strong>de</strong>senvolvimento psicológico e emocional <strong>da</strong> criança. O processo<br />

<strong>de</strong> enfermagem, quan<strong>do</strong> direciona<strong>do</strong> ao atendimento <strong>de</strong>stes pacientes, torna-se uma ferramenta nortea<strong>do</strong>ra <strong>do</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, mostran<strong>do</strong>-se efetivo quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira individualiza<strong>da</strong> e humaniza<strong>da</strong>, e ao mesmo tempo,<br />

engloban<strong>do</strong> paciente, família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Referências:<br />

1. SOUZA, D P M; FILHO, K C; PARRA, M L. Atenção Integral à Criança com Lúpus Eritematoso Sistêmico:<br />

Implicações para a <strong>Enfermagem</strong>.2011. 67 f. Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (Graduação) - Curso <strong>de</strong><br />

<strong>Enfermagem</strong>, Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2011.<br />

Descritores: lupus eritematoso sistêmico; enfermagem pediátrica; cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> enfermagem.<br />

¹ Enfermeiro.<br />

² Enfermeira. Mestre em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica pela EE<strong>USP</strong>. Professora Assistente no Centro Universitário São<br />

Camilo-SP. E-mail: parra.mariana@gmail.com.<br />

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II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

10. Queimaduras em pediatria: reflexões sobre o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> humaniza<strong>do</strong> em enfermagem.<br />

19<br />

Arru<strong>da</strong>, Karen Cristina Giacomini 1<br />

Pereira, Norma Sueli Santana 2<br />

Introdução: As queimaduras são lesões cutâneas <strong>de</strong> causa direta ou indireta <strong>do</strong> calor. Essas lesões po<strong>de</strong>m<br />

comprometer diferentes estruturas orgânicas e são avalia<strong>da</strong>s em graus, conforme a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> trauma nos<br />

teci<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> um problema grave e quan<strong>do</strong> a vítima é criança po<strong>de</strong> ter prejuízo psíquico, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

crescimento ósseo, reabilitação <strong>de</strong>mora<strong>da</strong> e per<strong>da</strong>s funcionais. Ela po<strong>de</strong> comprometer a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional <strong>da</strong><br />

pele, responsável pela homeostase hidroeletrolítica, controle <strong>da</strong> temperatura interna, flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e lubrificação <strong>da</strong><br />

superfície corporal. Atualmente se discute a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se humanizar o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, a assistência, a relação<br />

entre o usuário e o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a constantes ações <strong>de</strong>sumaniza<strong>da</strong>s percebi<strong>da</strong>s entre a equipe <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>. Objetivo: Refletir e analisar sobre o evento queimadura na população pediátrica e a importância <strong>da</strong><br />

humanização neste cenário. Meto<strong>do</strong>logia: Revisão integrativa na base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s Scielo, com recorte temporal <strong>de</strong><br />

2004 a 2011, foram encontra<strong>do</strong>s 20 artigos em português, sen<strong>do</strong> seleciona<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sses 15 que apresentaram maior<br />

relevância ao tema. Resulta<strong>do</strong> e Conclusão: Os acha<strong>do</strong>s significativos foram relaciona<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>monstramos em<br />

quadro sinóptico dividi<strong>do</strong> em autores/título/fonte/origem, estu<strong>do</strong>/objetivo/população estu<strong>da</strong><strong>da</strong>/procedimento <strong>de</strong><br />

coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>stes foram encontra<strong>da</strong>s 6 classificações, sen<strong>do</strong>: aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao<br />

processo <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, aspectos epi<strong>de</strong>miológicos, percepção <strong>da</strong> <strong>do</strong>r, aspectos relaciona<strong>do</strong>s à prevenção <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes, risco <strong>de</strong> infecção e intervenção cirúrgica. O estu<strong>do</strong> revelou que a maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s é <strong>do</strong> tipo<br />

retrospectivo <strong>de</strong>scritivo quantitativo, apresentan<strong>do</strong> 73,33% e prospectivo, apresentan<strong>do</strong> 26,66%. Observou-se<br />

também que as principais causas <strong>de</strong> queimaduras são causa<strong>da</strong>s por aci<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>mésticos, relaciona<strong>do</strong>s à falta <strong>de</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e <strong>de</strong>satenção <strong>do</strong>s familiares e/ou cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r, refletin<strong>do</strong> em trauma psicológico fazen<strong>do</strong>-se refletir sobre o<br />

processo <strong>de</strong> humanização no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> às pequenas vítimas <strong>de</strong> queimaduras. A humanização busca resgatar o<br />

senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> assistência à saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> ser humano e reflete sobre as práticas <strong>da</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem. A<br />

atribuição essencial consiste em suavizar a <strong>do</strong>r e o sofrimento <strong>de</strong>sta, <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong> é necessário compreen<strong>de</strong>r a<br />

criança que sofre com <strong>do</strong>r como um ser integral com características exclusivas. É fun<strong>da</strong>mental que a equipe<br />

multidisciplinar trace estratégias conjuntas enfocan<strong>do</strong> o aprimoramento nos conhecimentos teóricos científicos,<br />

que englobam tratamento, diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e conforto às crianças queima<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> proporcionar uma<br />

assistência humaniza<strong>da</strong>.<br />

Referências:<br />

1. Paschoal-Gimeniz SR, Nascimento EM, Pereira DM, Carvalho FF. Ação educativa sobre queimaduras infantis<br />

para familiares <strong>de</strong> crianças hospitaliza<strong>da</strong>s. Rev. Paul. Pediatr. 2007; 25 (4): 331-36.<br />

2. Martins CBG, Andra<strong>de</strong> SM. Queimaduras em crianças e a<strong>do</strong>lescentes: análise <strong>da</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> hospitalar e<br />

mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Acta Paul. Enferm. 2007; 20(4): 464-69.<br />

3. Varela MCG, Vasconcelos JMB, Santos IBC, et al. Processo <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> criança queima<strong>da</strong>: vivência <strong>de</strong><br />

familiars. Rev. Bras. Enferm. 2009; 62(5): 723-28.<br />

4. Silva BA, Ribeiro FA. Participação <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem na assistência à <strong>do</strong>r <strong>do</strong> paciente queima<strong>do</strong>. Ver.<br />

Dor. 2011: 12(4): 342-48.<br />

Descritores: enfermagem pediátrica; queimaduras; humanização <strong>da</strong> assistência.<br />

1Pós-graduan<strong>da</strong> Especialização em Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove<br />

<strong>de</strong> Julho – UNINOVE. São Paulo, SP. E-mail: karincgiacomini@hotmail.com<br />

2 Enfa Mestre em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove <strong>de</strong> Julho - UNINOVE. São Paulo, SP.


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

11. Aplicação <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong> terapêutico no preparo <strong>de</strong> uma criança escolar para cirurgia<br />

pulmonar.<br />

20<br />

Alves, Priscila <strong>do</strong>s Santos Netto 1<br />

Silveira, Ana Paula Xavier <strong>da</strong> 2<br />

Pinto, Carolina Marques Marcon<strong>de</strong>s 3<br />

Almei<strong>da</strong>, Fabiane <strong>de</strong> Amorim 4<br />

Santos, Nanci Cristiano 5<br />

Introdução: A hospitalização po<strong>de</strong> ser uma experiência difícil para a criança e sua resposta frente a esta situação é<br />

influencia<strong>da</strong> por diferentes fatores: seu estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, duração <strong>da</strong> hospitalização, atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s pais e<br />

equipe, informações recebi<strong>da</strong>s, entre outros (1) . A criança é submeti<strong>da</strong> a diversos procedimentos, até cirurgia. Para a<br />

criança, essa experiência po<strong>de</strong> ser mais difícil <strong>de</strong> enfrentar, já que nem sempre ela compreen<strong>de</strong> o que está<br />

acontecen<strong>do</strong> (1,2) . Para amenizar o sofrimento e favorecer seu <strong>de</strong>senvolvimento, ela e sua família <strong>de</strong>vem ser<br />

prepara<strong>da</strong>s. Como recurso <strong>de</strong> preparo <strong>da</strong> criança para a cirurgia, o enfermeiro po<strong>de</strong> utilizar-se <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong><br />

terapêutico (BT) (2-4) . Trata-se <strong>de</strong> técnica não dirigi<strong>da</strong>, utiliza<strong>da</strong> pelo enfermeiro e indica<strong>da</strong> para qualquer criança que<br />

vivencie uma situação atípica para sua i<strong>da</strong><strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> aliviar a ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e auxiliar no preparo para<br />

procedimentos, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dramatizar situações vivi<strong>da</strong>s e manusear instrumentos utiliza<strong>do</strong>s no hospital<br />

ou que o representem. Para o profissional, possibilita compreen<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e sentimentos <strong>da</strong> criança. O<br />

BT po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> em: dramático, instrucional e capacita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> funções fisiológicas. As sessões duram <strong>de</strong> 15<br />

a 45 minutos e po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>da</strong>s em qualquer lugar (3,4) . Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os benefícios <strong>do</strong> BT na assistência <strong>de</strong><br />

enfermagem (5) , este estu<strong>do</strong> propõe-se a explorar seu emprego no preparo <strong>da</strong> criança para cirurgia. Objetivo:<br />

Descrever a experiência <strong>do</strong> preparo <strong>de</strong> uma criança escolar com brinque<strong>do</strong> terapêutico para cirurgia pulmonar.<br />

Méto<strong>do</strong>: Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso realiza<strong>do</strong> com um menino <strong>de</strong> sete anos, interna<strong>do</strong> em um hospital público, <strong>de</strong> nível<br />

secundário, em São Paulo. Foram realiza<strong>da</strong>s cinco sessões <strong>de</strong> BT dramático e instrucional durante a internação,<br />

sen<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong>s: boneco <strong>de</strong> pano, gorro, luva, máscara cirúrgica, agulhas, seringas e roupa <strong>de</strong> centro cirúrgico.<br />

Resulta<strong>do</strong>s: TBS foi encaminha<strong>do</strong> ao Pronto Socorro Infantil <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> queixas <strong>de</strong> <strong>do</strong>r torácica. Foi interna<strong>do</strong> na<br />

pediatria para investigação diagnóstica. Submeti<strong>do</strong> à exames, diagnosticou-se abcesso pulmonar, sen<strong>do</strong> indica<strong>da</strong><br />

lobectomia, realiza<strong>da</strong> com sucesso. Permaneceu interna<strong>do</strong> 28 dias, 2 em uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva pediátrica<br />

após a cirurgia. Esteve acompanha<strong>do</strong> <strong>da</strong> mãe durante a hospitalização, receben<strong>do</strong> visitas <strong>do</strong> pai e irmão. Na<br />

internação, a criança mostrou-se preocupa<strong>da</strong> ao realizar o exame PPD (Deriva<strong>do</strong> Protéico Purifica<strong>do</strong>),<br />

apresentan<strong>do</strong> episódios <strong>de</strong> pruri<strong>do</strong> intenso sem justificativa clínica, sen<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> o diagnóstico <strong>de</strong><br />

enfermagem “ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>”. Neste momento, foi realiza<strong>da</strong> a primeira sessão <strong>de</strong> BT instrucional, <strong>de</strong> 15 minutos. Foi<br />

ofereci<strong>do</strong> à criança boneco <strong>de</strong> pano e seringa agulha<strong>da</strong>, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong>-se o procedimento <strong>de</strong> PPD e, em segui<strong>da</strong><br />

foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> a repetir no boneco. Após repetir o procedimento, mostrou-se mais calmo e menos ansioso,<br />

verbalizan<strong>do</strong> que estava enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o que era PPD. Além disso, estabeleceu um vínculo <strong>de</strong> confiança com a<br />

enfermeira, chaman<strong>do</strong>-a para brincar <strong>de</strong> “furar o boneco”. Na segun<strong>da</strong> sessão <strong>de</strong> BT, <strong>de</strong> 30 minutos, foi conta<strong>da</strong> a<br />

história <strong>de</strong> um menino que precisou ser interna<strong>do</strong>, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> punção venosa e inalação. A criança<br />

permaneceu calma, atenta na história e dramatização <strong>do</strong>s procedimentos. Manipulou os materiais ofereci<strong>do</strong>s,<br />

puncionou o boneco e instalou a inalação. Na terceira sessão <strong>de</strong> BT, a criança foi convi<strong>da</strong><strong>da</strong> a contar a história <strong>de</strong><br />

uma criança que estava <strong>do</strong>ente. Então, o menino iniciou relatan<strong>do</strong> que o boneco recebia a visita <strong>do</strong> pai e <strong>do</strong> irmão e<br />

a mãe permanecia com ele o tempo to<strong>do</strong>, mas estava muito nervosa. A quarta sessão <strong>de</strong> BT realizou-se no dia em<br />

que necessitou colher exames <strong>de</strong> sangue, foi punciona<strong>do</strong> diversas vezes, sen<strong>do</strong> que o volume não foi suficiente.<br />

Após explicar e <strong>de</strong>monstrar o que seria feito, a enfermeira puncionou-o mais uma vez para coletar o material que<br />

faltava. Neste dia, ele foi novamente convi<strong>da</strong><strong>do</strong> a contar uma história <strong>de</strong> uma criança <strong>do</strong>ente. Então, ele iniciou a<br />

brinca<strong>de</strong>ira, dizen<strong>do</strong>: “o último tubo, o maior! Não foi suficiente, vai ter que te picar <strong>de</strong> novo, mas não se preocupe.<br />

Vai ser com a agulha <strong>de</strong> bebê” E dramatizava repetin<strong>do</strong> na brinca<strong>de</strong>ira a situação por ele vivencia<strong>da</strong>. Quan<strong>do</strong> a<br />

enfermeira lhe perguntou se o boneco tinha me<strong>do</strong> <strong>da</strong> injeção, afirmou: “Não, injeção não dói. Ele não tem me<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>la, tem me<strong>do</strong> <strong>do</strong> que ele tem”. Relatou à enfermeira que sentiria sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> hospital, que não queria ir para<br />

casa. A mãe contou que ele estava gostan<strong>do</strong> muito <strong>da</strong>s brinca<strong>de</strong>iras com o boneco e as agulhas. A última sessão<br />

<strong>de</strong> BT foi realiza<strong>da</strong> após confirma<strong>da</strong> a cirurgia. Até este momento não sabia que seria opera<strong>do</strong> e a mãe mostrou-se<br />

preocupa<strong>da</strong> em ter que explicar ao filho sobre a cirurgia. Mais uma vez utilizou-se o BT instrucional, propon<strong>do</strong>-se à<br />

criança criar uma história, juntamente com a enfermeira, sobre uma criança que seria opera<strong>da</strong>. Foi ofereci<strong>do</strong> luva,


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

máscara, agulhas, seringas, roupa cirúrgica e bonecos. Foi explica<strong>do</strong> a ela que a cirurgia iria “consertar o pulmão<br />

que estava com problemas”. A criança colocou a roupa <strong>do</strong> centro cirúrgico, puncionou o boneco e disse que ele iria<br />

tomar um remédio, que não iria ver na<strong>da</strong> e dramatizou a i<strong>da</strong> <strong>do</strong> boneco para o centro cirúrgico. Foi ofereci<strong>do</strong> à<br />

criança um frasco coletor <strong>de</strong> secreção pulmonar, semelhante ao dreno <strong>de</strong> tórax, que a enfermeira colocou no<br />

boneco, explican<strong>do</strong> sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong>. A criança retirou-o <strong>do</strong> boneco e colou em seu tórax, dizen<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s que era seu<br />

dreno. Perguntou a enfermeira se para retirá-lo sentiria <strong>do</strong>r e esta afirmou que iria incomo<strong>da</strong>r. A criança, então<br />

disse: “se você está falan<strong>do</strong> assim, vai <strong>do</strong>er”. Permaneceu tranqüilo durante to<strong>da</strong> a sessão, manipulan<strong>do</strong> o material.<br />

Após a cirurgia, quan<strong>do</strong> recebeu alta <strong>da</strong> UTI e retornou a pediatria, logo voltou a brincar, apesar <strong>de</strong> ter se submeti<strong>do</strong><br />

a cirurgia <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Consi<strong>de</strong>rações finais: Hospitalização e cirurgia são situações traumáticas e<br />

estressantes, e o me<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser aterrorizante. Os resulta<strong>do</strong>s evi<strong>de</strong>nciam que é necessário<br />

preparar a criança para procedimentos e cirurgias. Por meio <strong>da</strong>s sessões <strong>de</strong> BT, a criança pô<strong>de</strong> manipular os<br />

materiais utiliza<strong>do</strong>s nos procedimentos a que foi submeti<strong>da</strong>, além <strong>de</strong> verbalizar seus me<strong>do</strong>s, manifestar sua<br />

ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e, criar vínculo <strong>de</strong> confiança com a enfermeira que o assistiu. O BT mostrou-se efetivo no preparo <strong>da</strong><br />

criança escolar e <strong>de</strong> sua família para os diferentes procedimentos realiza<strong>do</strong>s durante a hospitalização.<br />

Referências:<br />

1. Algren C. Cui<strong>da</strong><strong>do</strong> centra<strong>do</strong> na família <strong>da</strong> criança durante a <strong>do</strong>ença e a hospitalização. In: Hockenberry MJ,<br />

Wilson D, Winkelstein ML, editores. Wong Fun<strong>da</strong>mentos <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica. Trad. Danielle Corbett et al. 7ª<br />

ed. São Paulo: Elsevier, 2006. cap. 21, p.637- 705.<br />

2. Almei<strong>da</strong> FA. Brincan<strong>do</strong> no hospital: preparan<strong>do</strong> a criança par a cirurgia. In: Viegas D. Brinque<strong>do</strong>teca hospitalar:<br />

isto é humanização. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Walk; 2007. p:133-140.<br />

3. Ribeiro CA, Almei<strong>da</strong> FA, Borba RIH. A criança e o brinque<strong>do</strong> no hospital. In: Almei<strong>da</strong> FA, Sabatés AL (orgs).<br />

<strong>Enfermagem</strong> pediátrica: a criança, o a<strong>do</strong>lescente e sua família no hospital. Barueri: Manole; 2008. P. 65-77.<br />

4. Ribeiro CA, Borba RIH, Rezen<strong>de</strong> MA. O brinque<strong>do</strong> na assistência à saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança. In: Fujimori E, Ohara CVS,<br />

orgs. <strong>Enfermagem</strong> e a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança na atenção básica. São Paulo: Manole; 2009. p. 287-327.<br />

5. Jansen MF, Santos RM, Favero L. Benefícios <strong>da</strong> utilização <strong>do</strong> brinque<strong>do</strong> durante o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> enfermagem<br />

presta<strong>do</strong> à criança hospitaliza<strong>da</strong>. Rev Gaúcha Emferm., Porto Alegre (RS) 2010 jun;31(2):247-53.<br />

Descritores: jogos e brinque<strong>do</strong>s, enfermagem pediátrica, cirurgia.<br />

1 Especialista em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica e Neonatal. Enfermeira <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário<br />

<strong>da</strong> <strong>USP</strong>.<br />

2 Especialista em <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica e Neonatal. Enfermeira <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário<br />

<strong>da</strong> <strong>USP</strong>; anapaulaxs@yahoo.com.br<br />

3 Especialista em <strong>Enfermagem</strong> em Nefrologia. Enfermeira <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> <strong>USP</strong>.<br />

4 Doutora em Psicologia. Professora <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> <strong>do</strong> Instituto Israelita <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa<br />

Albert Einstein.<br />

5 Mestre em enfermagem. Enfermeira Chefe <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> <strong>USP</strong>.<br />

21


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

12. Os profissionais <strong>de</strong> enfermagem frente às malformações congênitas.<br />

Gomes Renata 1<br />

Fauaz Grasiele 2<br />

Introdução: Malformação Congênita (MC) são alterações estruturais ou numéricas <strong>do</strong>s cromossomos,<br />

ocasiona<strong>da</strong>s durante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> feto. Possuem etiologia multifatorial, ou seja, apresentam-se<br />

isola<strong>da</strong>s, associa<strong>da</strong>s ou até mesmo como complexos malformativos. Diante <strong>da</strong> MC, nota-se que alguns<br />

profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> sentem-se <strong>de</strong>sconfortáveis, pois precisam li<strong>da</strong>r com a manutenção <strong>da</strong>s<br />

anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Outros alegam sentimentos <strong>de</strong> impotência, pois os recursos tecnológicos são<br />

insuficientes para permitir a sobrevivência. O nascimento <strong>de</strong> uma criança com MC gera em gran<strong>de</strong><br />

impacto familiar, <strong>de</strong>sgaste emocional e difícil aceitação. Nestes casos, há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma boa<br />

comunicação e atuação conjunta <strong>da</strong> equipe multidisciplinar. Objetivo: Relatar a respeito <strong>do</strong>s atuais<br />

conhecimentos <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem sobre a MC, bem como a padronização <strong>do</strong>s registros nas<br />

<strong>de</strong>clarações <strong>da</strong>s crianças com MC. Meto<strong>do</strong>logia: Foram entrevista<strong>do</strong>s 30 profissionais <strong>de</strong> enfermagem,<br />

atuantes em neonatologia, alojamento conjunto, saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança e <strong>da</strong> mulher, <strong>de</strong> um Hospital-<br />

Materni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> SP, escolhi<strong>do</strong>s aleatoriamente, conforme disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e concordância em participar<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Resulta<strong>do</strong>s: Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram que 6,6% conceituaram e i<strong>de</strong>ntificaram a<br />

etiologia <strong>da</strong> MC, 6,6% apenas a conceituaram e 76,66% apenas i<strong>de</strong>ntificaram a etiologia. 73,33% <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s relataram necessitar <strong>de</strong> maior tempo para realizar procedimentos com esses pacientes.<br />

Nenhum <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong>monstrou conhecimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> sobre a importância <strong>da</strong> Declaração <strong>de</strong><br />

Nasci<strong>do</strong> Vivo (DNV), Sistemas <strong>de</strong> Informação sobre Nasci<strong>do</strong>s Vivos (SINASC) e Sistema <strong>de</strong> Informação<br />

sobre Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> (SIM), quan<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong>s especificamente à MC. Conclusão: Uma criança com<br />

MC requer cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais e atendimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s<br />

profissionais entrevista<strong>do</strong>s não conseguiu conceituar a MC. A busca pela melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

registros nas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong>ve ser continuamente incentiva<strong>da</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir assistência<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> a estes acometi<strong>do</strong>s. Preten<strong>de</strong>-se, assim, que os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> possam contribuir<br />

para uma melhor assistência <strong>de</strong> enfermagem frente às malformações congênitas.<br />

Descritores: malformação; anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s; <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s; <strong>de</strong>feitos congênitos.<br />

1<br />

Bacharel em <strong>Enfermagem</strong> pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove <strong>de</strong> Julho. E-mail: enfermeiragomes@bol.com.br<br />

2<br />

Doutora em Ciências, Professora <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nove <strong>de</strong> Julho. E-mail:<br />

grasiele@uninove.br<br />

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II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

13. Atendimento à criança com Diabete mellitus <strong>de</strong>scompensa<strong>da</strong>: <strong>do</strong> diagnóstico à<br />

educação para o manejo <strong>do</strong>miciliar – relato <strong>de</strong> experiência.<br />

23<br />

Fogaça,Vanessa Dias 1<br />

Campos, Fernan<strong>da</strong> Vieira <strong>de</strong> 2<br />

Brogna, Tarcisia <strong>de</strong> Lima 3<br />

Introdução: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma <strong>do</strong>ença crônica grave que acomete milhares <strong>de</strong> pessoas em<br />

to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, especialmente crianças e a<strong>do</strong>lescentes, necessitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> tratamento intensivo e educação <strong>da</strong><br />

família para seu controle <strong>do</strong>miciliar. Os protocolos para tratamento <strong>da</strong> CAD são inúmeros, porém a gran<strong>de</strong> maioria<br />

inclui a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> internação, preferencialmente em local com equipe treina<strong>da</strong> para tratamento <strong>de</strong> urgências,<br />

a reposição a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> fluí<strong>do</strong>s e eletrólitos, a correção <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> insulina, o monitoramento clínico e<br />

bioquímico constantes, com o objetivo <strong>de</strong> restabelecer completamente as alterações metabólicas, evitan<strong>do</strong>-se<br />

complicações agu<strong>da</strong>s como e<strong>de</strong>ma cerebral, hipo- glicemia e hipocalemia. Objetivo: Relatar a experiência <strong>da</strong>s<br />

enfermeiras que prestaram assistência a uma criança <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua admissão no pronto Socorro infantil ate a alta<br />

hospitalar <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> internação pediátrica. Meto<strong>do</strong>logia: Trata-se <strong>de</strong> um relato <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> uma<br />

criança <strong>de</strong> 3 anos e 2 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo feminino, que foi admiti<strong>da</strong> no Pronto Socorro Infantil(PSI) por hipótese<br />

diagnóstica <strong>de</strong> primo-<strong>de</strong>scompensação e cetoaci<strong>do</strong>se diabética. Apresentava há três dias <strong>do</strong>res ab<strong>do</strong>minais,<br />

polidipsia, poliúria, per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso acentua<strong>da</strong>, polifagia e vômitos. Foi admiti<strong>da</strong> em regular esta<strong>do</strong> geral,<br />

hipocora<strong>da</strong>, <strong>de</strong>sidrata<strong>da</strong>, hipoativa, com ruim perfusao periferica. Feito glicemia capilar encontran<strong>do</strong>-se HI,<br />

acusan<strong>do</strong> uma glicemia superior a 600 miligramas <strong>de</strong> glicose por mililitro <strong>de</strong> sangue. Coleta<strong>do</strong>s amostras <strong>de</strong><br />

sangue por punção venosa periférica a qual representou um <strong>de</strong>safio para a equipe <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a extrema <strong>de</strong>sidratação<br />

apresenta<strong>da</strong>. Resulta<strong>do</strong>s: Diante <strong>da</strong>s condições clínicas <strong>da</strong> criança na admissão e após a checagem <strong>de</strong> exames<br />

laboratoriais verificou-se <strong>de</strong> fato a condição <strong>de</strong> cetoaci<strong>do</strong>se diabética. Nestes casos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o protocolo<br />

institucional, é indica<strong>do</strong> a internação <strong>do</strong> paciente em uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva, entretanto neste caso o quadro<br />

<strong>de</strong> cetoaci<strong>do</strong>se foi conduzi<strong>do</strong> pela equipe multidisciplinar <strong>do</strong> pronto Socorro infantil, a qual estava composta por<br />

<strong>do</strong>is enfermeiros, <strong>do</strong>is médicos assistentes, <strong>do</strong>is resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pediatria. Após 18 horas e vinte minutos <strong>de</strong><br />

observação e estabilização <strong>da</strong> criança a mesma foi interna<strong>da</strong> <strong>da</strong> clínica pediátrica em companhia <strong>da</strong> mãe. Durante<br />

esse tempo <strong>de</strong> permanência no PSI a mesma permaneceu por quase 10 horas em jejum receben<strong>do</strong> expansão<br />

volumétrica com soro fisiologico 0,9 por cento, reposição <strong>de</strong> potassio, insulin regular por infusão intravenosa em<br />

bomba <strong>de</strong> infusão continua 1,2 mililitros por hora a qual foi reduzi<strong>da</strong> a meta<strong>de</strong> após 10 horas <strong>de</strong> observação.<br />

Durante esse perío<strong>do</strong> os controles <strong>de</strong> glicemia ocorriam com frequência <strong>de</strong> uma hora, o que se tornou motive <strong>de</strong><br />

choro, agitação, <strong>da</strong> criança e uma extrema angustia <strong>da</strong> mãe a qual verbalizava que não aguentaria viver aquele<br />

sofrimento por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua filha. Nesse momento é conversa<strong>do</strong> com a família a respeito <strong>do</strong> quadro atual,<br />

enfatizan<strong>do</strong> que aquela condição <strong>de</strong> “<strong>de</strong>scontrole” sera reverti<strong>da</strong>, porém ja não se fala mais em cura a partir <strong>da</strong>i e<br />

sim controle <strong>de</strong> uma enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a qual a família infelizmente terá <strong>de</strong> conviver. No dia seguinte <strong>da</strong> internação<br />

na pediatria a mãe ja estava apta a iniciar o treinamento <strong>de</strong> controle glicemico sen<strong>do</strong> convoca<strong>do</strong>s outros membros<br />

como o pai e a avó, os quais ficaram a cargo <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciar os insumos. Quan<strong>do</strong> proposto treinamento para o pai<br />

o mesmo se negou a principio o que culminou e novas tentativas <strong>de</strong> aproximar o pai <strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> e educação que a<br />

situação requeria, o que aos poucos ocorreu. Solicita<strong>do</strong> interconsulta <strong>da</strong> enfermeira <strong>do</strong> ambulatorio para<br />

esclarecer dúvi<strong>da</strong>s sobre o acompanhamento ambulatorial. Conclusão: Após 18 dias entre admissão e internação<br />

a criança foi libera<strong>da</strong> <strong>de</strong> alta hospitalar com a família acolhi<strong>da</strong>, envolvi<strong>da</strong> e educa<strong>da</strong> para o manejo <strong>do</strong>miciliar. O<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> treinamento <strong>da</strong> equipe multiprofissional, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos tecnológicos e insumos<br />

possibilitaram o êxito <strong>de</strong>sse atendimento.<br />

Descritores: enfermagem pediátrica; cetoci<strong>do</strong>se diabetic; educação em saú<strong>de</strong>.<br />

1<br />

Enfermeira <strong>do</strong> Pronto Socorro Infantil <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Especialista em<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia Intensiva Pediátrica<br />

2<br />

Enfermeira <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo .Especialista em<br />

Pediatria<br />

3<br />

Enfermeira <strong>da</strong> Clínica Pediátrica <strong>do</strong> Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Especialista em<br />

Pediatria e Neonatologia.


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

14. Educação e saú<strong>de</strong>: possíveis diálogos na inclusão escolar.<br />

24<br />

Sanino, Giane Elis <strong>de</strong> Carvalho 1<br />

Introdução: O Ministério <strong>da</strong> Educação e Cultura (MEC) tem o princípio <strong>da</strong> inclusão como nortea<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s políticas<br />

públicas, e consi<strong>de</strong>ra a educação inclusiva como uma abor<strong>da</strong>gem que: procura respon<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aprendizagem <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as crianças, jovens e adultos, com foco específico naqueles que são vulneráveis à<br />

marginalização e exclusão (1) . Para a Organização Mundial <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) a <strong>de</strong>ficiência não é <strong>do</strong>ença, e sim<br />

consequência <strong>de</strong> uma <strong>do</strong>ença e/ou aci<strong>de</strong>nte, portanto, os porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência não são necessariamente<br />

<strong>do</strong>entes. A OMS também faz diferenciações entre as várias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências, agrupan<strong>do</strong>-as <strong>da</strong><br />

seguinte maneira: <strong>de</strong>ficiência física, reunin<strong>do</strong> sequelas <strong>de</strong> poliomielite, paralisia cerebral, amputação <strong>de</strong> um ou<br />

mais membros, má-formação congênita, lesão medular e outras; <strong>de</strong>ficiência mental e <strong>de</strong>ficiência sensorial (visual<br />

e auditiva) e, distingue ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>svantagem (2) . Objetivos: I<strong>de</strong>ntificar o papel <strong>do</strong>s<br />

profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e educa<strong>do</strong>res para a efetivação <strong>da</strong> universalização <strong>do</strong> acesso a inclusão escolar e<br />

<strong>de</strong>screver as práticas sociais <strong>de</strong> inclusão. Meto<strong>do</strong>logia: Trata-se <strong>de</strong> um ensaio fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> na pesquisa<br />

bibliográfica exploratória. Resulta<strong>do</strong>s: Ao longo <strong>da</strong> história, a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> tem si<strong>do</strong> permea<strong>da</strong> por diversas práticas<br />

sociais <strong>de</strong> atendimento às pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais. A primeira prática social dispensa<strong>da</strong> à<br />

pessoa porta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência foi a exclusão social. No momento <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong>ssa prática, a pessoa porta<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, por fugir <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> pré-estabeleci<strong>do</strong>s pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, era consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>do</strong>ente,<br />

inútil e incapaz para o trabalho, razão pela qual era totalmente excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (3) . Em nível fe<strong>de</strong>ral<br />

foi instituí<strong>da</strong> através <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto nº. 914 <strong>de</strong> 06/09/1993, Art. 1º a Política Nacional para a Integração <strong>da</strong> Pessoa<br />

Porta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Deficiência, que dispõe <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> orientações normativas, que objetivam assegurar o pleno<br />

exercício <strong>do</strong>s direitos individuais e sociais <strong>da</strong>s pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência (2) . Apenas 41,3% <strong>do</strong>s municípios<br />

brasileiros prestam atendimento especializa<strong>do</strong> à pessoa porta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, conforme <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> MEC, o que<br />

comprova que a maior parcela <strong>da</strong>s pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência não tem acesso ao atendimento<br />

especializa<strong>do</strong> (1) . As raízes <strong>de</strong>ssa situação estão no processo histórico <strong>da</strong>s políticas públicas referentes à<br />

assistência em saú<strong>de</strong> e reabilitação <strong>de</strong>sses indivíduos, que, ao longo <strong>do</strong>s anos, caracterizou-se pelo repasse <strong>de</strong><br />

recursos financeiros para instituições filantrópicas, manten<strong>do</strong> a atenção à <strong>de</strong>ficiência no âmbito <strong>do</strong><br />

assistencialismo e humanitarismo (4) . A reali<strong>da</strong><strong>de</strong> conforme <strong>de</strong>scrita por Dutra tem excluí<strong>do</strong> pessoas com<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais <strong>do</strong>s recursos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, como comprovam as barreiras arquitetônicas, sociais e<br />

educacionais e no plano <strong>do</strong>s atendimentos específicos, <strong>da</strong> seguinte forma (3) : Saú<strong>de</strong>: os locais <strong>de</strong> atendimentos<br />

são pequenos, superlota<strong>do</strong>s e sem infra-estrutura. As políticas <strong>de</strong> prevenção, às vezes, ficam restritas a algumas<br />

campanhas <strong>de</strong> vacinação e os programas <strong>de</strong> diagnóstico precoce são insuficientes. Os testes com aparelhos <strong>de</strong><br />

última geração são <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a poucos; as <strong>de</strong> terapias/fisioterapias oferecem poucas vagas em relação à<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>; a obtenção <strong>de</strong> próteses e órteses são difíceis e as filas <strong>de</strong> espera são enormes; Educação: A reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tem mostra<strong>do</strong> que os ciclos <strong>do</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental, com a aprovação automática, e a falta <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores, <strong>de</strong> recursos técnico-pe<strong>da</strong>gógicos, <strong>de</strong> estímulo suplementar, <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> equipe<br />

multidisciplinar (fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros) <strong>de</strong>ixam a<br />

questão <strong>da</strong> inclusão escolar sem estrutura eficiente. Cabe ressaltar a importância que a reflexão interdisciplinar<br />

tem toma<strong>do</strong> para situar as questões nesse campo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Cavalcante a criança com <strong>de</strong>ficiência, para<br />

suprir ou amenizar seus déficits, <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>da</strong> a tratamento reabilita<strong>do</strong>r conduzi<strong>do</strong> por uma equipe<br />

composta por vários profissionais; <strong>de</strong>ntre eles, <strong>de</strong>stacam-se fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,<br />

fonoaudiólogos, psicólogos, pe<strong>da</strong>gogos e enfermeiros (5) . Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> qualquer que seja o tratamento ao qual a<br />

criança esteja submeti<strong>da</strong>, não será efetivo se essa experiência não for transferi<strong>da</strong> para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu<br />

cotidiano, po<strong>de</strong>-se, então, refletir sobre a importância <strong>da</strong> orientação aos pais, on<strong>de</strong> uma equipe forma<strong>da</strong> por<br />

diferentes profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> participar <strong>de</strong> orientações escolares; i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> as barreiras que a criança<br />

vai enfrentar nesse ambiente, bem como as expectativas e as exigências impostas, visan<strong>do</strong> contribuir para<br />

melhorar o aprendiza<strong>do</strong> <strong>da</strong> criança. Conclusão: A orientação conduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira simples e volta<strong>da</strong> para<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e brinca<strong>de</strong>iras integra<strong>da</strong>s na rotina <strong>da</strong> família, <strong>de</strong> uma maneira diverti<strong>da</strong> e foca<strong>da</strong> no potencial <strong>da</strong><br />

criança será benéfico para ambas às partes, à medi<strong>da</strong> que os processos emocionais e afetivos <strong>do</strong>s pais forem<br />

compreendi<strong>do</strong>s, analisa<strong>do</strong>s e orienta<strong>do</strong>s pelos profissionais tanto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como educa<strong>do</strong>res. A partir <strong>do</strong> exposto,<br />

foi possível concluir que a prática <strong>da</strong> inclusão social possibilita o trabalho em parceria com as áreas <strong>da</strong> educação


II <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> Pediátrica<br />

A criança e o a<strong>do</strong>lescente com <strong>do</strong>ença crônica: pesrpectivas atuais <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

<strong>Escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong>/<strong>USP</strong><br />

04 e 05 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012<br />

e saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma interdisciplinar por meio <strong>de</strong> objetivos comuns e coletivos. Deste mo<strong>do</strong>, é preciso abrir espaço<br />

para os diálogos entre profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação e pais <strong>de</strong> crianças com necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais, <strong>de</strong> forma<br />

que esta integração leve a reflexão e a criação <strong>de</strong> um novo conceito inclusivo fazen<strong>do</strong> com que to<strong>do</strong>s se sintam<br />

responsáveis pela concretização <strong>da</strong>s políticas públicas <strong>de</strong> inclusão escolar e consequentemente sociais.<br />

Referências:<br />

1. Ministério <strong>da</strong> Educação. Ensaios pe<strong>da</strong>gógicos. III Seminário Nacional <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Gestores e Educa<strong>do</strong>res<br />

– Educação Inclusiva: direito à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Educação, Secretaria <strong>de</strong> Educação Especial,<br />

2006. 146 p.<br />

2. Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>. Manual <strong>de</strong> Legislação em Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Pessoa Porta<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> Deficiência. Textos Básicos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, 2003.<br />

3. DUTRA, C. P. Diferentes olhares sobre a inclusão. [on line]. 2005. Disponível em:<br />

Acesso em: 13 mar 2011.<br />

4. MIRANDA, L. P. et al. A criança e o a<strong>do</strong>lescente com problemas <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no ambulatório <strong>de</strong><br />

pediatria. Jornal <strong>de</strong> Pediatria, vol.79, Supl.1, 2003.<br />

5. CAVALCANTE, R. S. C. A inclusão aluno com necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s educacionais especiais na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> ensino<br />

regular: o papel <strong>do</strong> professor. Temas sobre Desenvolvimento, v.9, n.52, p.31-5, set/out, 2000.<br />

Descritores: enfermagem; saú<strong>de</strong> escolar; educação especial.<br />

1<br />

Enfermeira Doutoran<strong>da</strong> em Educação, Mestre em Educação, Professora Adjunta <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Graduação em<br />

<strong>Enfermagem</strong> <strong>da</strong> UNIP. elissanini@ig.com.br.<br />

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