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Publicação mensal | Edição 73 Ano X | FEV/2012<br />

Faça a coisa certa,<br />

você está sendo filmado.<br />

O Ex-Presidente<br />

e hoje Senador<br />

<strong>da</strong> República<br />

por Alagoas,<br />

Fernando Collor<br />

de Mello alerta<br />

sobre a PEC dos<br />

jornalistas,<br />

o risco a liber<strong>da</strong>de<br />

de expressão.<br />

Página 24<br />

Trinta e sete novas cãmeras estão instala<strong>da</strong>s em pontos<br />

estratégicos do Plano Piloto de Brasília, monitora<strong>da</strong>s por 135<br />

funcionários atentos aos movimentos do ci<strong>da</strong>dão. Policiais,<br />

Bombeiros e servidores do Detran estão espiando você 24<br />

horas. Big Brother Brasília, fique esperto. Página 17<br />

A jornalista Márcia Zarur,<br />

que nasceu em Brasília, e<br />

adora a ci<strong>da</strong>de, defende<br />

a manutenção do nome<br />

de Mané Garrincha<br />

ao Estádio de Brasília.<br />

Homenagem certa ao<br />

craque <strong>da</strong>s pernas<br />

tortas. Página 5


Quem somos nós<br />

Nemércio Nogueira<br />

Consultor de empresas e diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog<br />

Brasileiro<br />

é tão bonzinho...<br />

Chamou minha atenção o resultado<br />

<strong>da</strong> pesquisa feita pelo instituto<br />

GfK, divulga<strong>da</strong> em junho pela Folha<br />

de S.Paulo. Isso porque talvez aí esteja<br />

uma explicação concreta para<br />

o conformismo e a índole cor<strong>da</strong>ta<br />

atribuídos ao nosso povo, do qual<br />

frequentemente se critica a insuficiente<br />

cobrança de melhores serviços<br />

públicos, maior transparência e<br />

eficácia dos gastos governamentais,<br />

fornecimento de produtos e serviços<br />

de melhor quali<strong>da</strong>de pelas empresas<br />

e comportamento ético por parte de<br />

políticos, companhias e organizações<br />

de todo tipo.<br />

Contrastando com o ceticismo <strong>da</strong>queles<br />

outros povos, os brasileiros confiam<br />

mais que eles em quase todos os<br />

profissionais, com exceção dos policiais<br />

(única categoria em que nós acreditamos<br />

menos). Até nos políticos, unanimemente<br />

os últimos colocados na tabela, nós cremos<br />

mais que eles (19% contra 17%).<br />

Nessa pesquisa que entrevistou mil<br />

pessoas no Brasil e 17.295 em países <strong>da</strong><br />

Europa e nos Estados Unidos, os bombeiros,<br />

os mais críveis de todos (97% a 94%),<br />

são seguidos pelos carteiros, professores<br />

do ensino fun<strong>da</strong>mental e médio, médicos<br />

e pelos militares. Em to<strong>da</strong>s essas categorias<br />

nós acreditamos mais que os euro-<br />

O<br />

brasileiro é muito mais crédulo do<br />

que o americano e o europeu em<br />

relação às profissões.<br />

peus e americanos, mas estamos próximos,<br />

sempre acima de 80%.<br />

As maiores discrepâncias aparecem<br />

quando se fala nos publicitários e nos<br />

profissionais de marketing. Enquanto,<br />

nos primeiros, nós acreditamos 43% mais<br />

que os outros povos, os marqueteiros gozam,<br />

no Brasil, de 38 pontos a mais de<br />

credibili<strong>da</strong>de que na Europa e EUA.<br />

Os jornalistas vêm a seguir na tabela<br />

<strong>da</strong> creduli<strong>da</strong>de nacional. Nossa confiança<br />

neles é 35 pontos percentuais superior à<br />

que eles possuem entre os outros povos<br />

pesquisados (79% a 44%).<br />

Em segui<strong>da</strong>, nessa relação de discrepâncias,<br />

aparecem os diretores de grandes<br />

empresas. Essa menor confiança de<br />

europeus e americanos nos executivos se<br />

deve, sem dúvi<strong>da</strong>, à crise financeira que<br />

atingiu o mundo em 2008 e que até hoje<br />

nos assombra, flagrantemente causa<strong>da</strong><br />

pelos desmandos e abusos que partiram<br />

de Wall Street e contaminaram to<strong>da</strong>s as<br />

economias do mundo — mas <strong>da</strong> qual nós<br />

sofremos apenas a tal “marolinha”, graças<br />

a melhor controle do sistema financeiro e<br />

à pujança <strong>da</strong> economia brasileira.<br />

Depois dos executivos, na lista de<br />

nossa maior creduli<strong>da</strong>de, surgem os pesquisadores<br />

de mercado: no Brasil 81%<br />

acreditamos neles, enquanto Europa e Estados<br />

Unidos lhes atribuem apenas 54%<br />

de confiabili<strong>da</strong>de. E as ONGs ambientais<br />

vêm depois, com 82% dos brasileiros confiando<br />

nelas, enquanto só 65% de europeus<br />

e americanos lhes dão crédito.<br />

Os policiais é que an<strong>da</strong>m mal no<br />

Brasil, em comparação com o mundo desenvolvido.<br />

Única categoria em que nós<br />

acreditamos menos, 76% dos europeus e<br />

americanos confiam na polícia, enquanto<br />

sua credibili<strong>da</strong>de junto aos brasileiros só<br />

alcança 59%.<br />

Uma conclusão que se pode tirar de<br />

tudo isso, claro, é que somos todos uns<br />

trouxas facilmente engazopáveis. Mas<br />

me parece que o lado positivo dessa nossa<br />

tendência a confiar no outro e <strong>da</strong> nossa<br />

ausência de irredentismo é que possuímos<br />

um poderoso potencial para unir a<br />

socie<strong>da</strong>de civil em movimentos construtivos<br />

para melhorar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> população.<br />

Temos moral, por sermos crédulos e<br />

por termos fé nos conci<strong>da</strong>dãos, para nos<br />

unirmos eficazmente em iniciativas em<br />

prol <strong>da</strong> ética, <strong>da</strong> conservação ambiental,<br />

<strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de<br />

empresarial, governamental e política, <strong>da</strong><br />

sustentabili<strong>da</strong>de. Polianismo? Utopismo?<br />

Idealismo? Pode ser, mas isso é mau?<br />

Diretora Responsável: Kátia Maia; Impressão: Gráfica e Editora Ideal; Fotos: Macroproduções;<br />

Projeto gráfico e diagramação: Evaldo Gomes de Abreu; Colaboradores: Alexandre Garcia, Luís Natal,<br />

Ricardo Noblat, José Fonseca, Sheila D´Amorim, Luiz Cláudio Cunha, Wilson Ibiapina, Milton Seligman, Mário Rosa, MônicaWaldvolgel,<br />

Mayrluce Vilela, Paulo Pestana, Silvestre Gorgulho, Valéria Monteiro, Heraldo Pereira, Etevaldo Dias, Gilnei Rampazzo, Fernando Guedes,<br />

Christiane Samarco, Cristiana Pahl, Lisane Bufquin, Greicy Pessoa e Fernando Isoppo; Área de Publici<strong>da</strong>de: Forza Comunicação<br />

e Marketing; Telefone: (61) 3257-8434. Os artigos assinados são de inteira responsabili<strong>da</strong>de do autor. Telefone: (61) 3366-2393;<br />

e-mail: jornal.entrelagos@gmail.com. Site: www.revistaentrelagos.com.br<br />

2 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012


Bebericando por aí<br />

Josi Pieri<br />

Sommelière - josipieri@brancotinto.com.br<br />

Montalcino, um<br />

lugar memorável<br />

Há poucos dias visitei Montalcino,<br />

pequenina ci<strong>da</strong>de italiana de civilização<br />

etrusca, situa<strong>da</strong> numa colina intacta<br />

e selvagem. Apesar de estar relativamente<br />

próxima a capital, cerca de 220<br />

km de Roma, a primeira sensação que<br />

se tem em Montalcino é de que o tempo<br />

parou para eternizar a simplici<strong>da</strong>de. O<br />

lugar de rara beleza conserva sua história<br />

e beleza original.<br />

O centro de Montalcino reflete o seu<br />

passado valioso, o Forte é de 1361. Na praça<br />

principal - Piazza Del Popolo, fica a Torre <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de construí<strong>da</strong> em 1200. As fun<strong>da</strong>ções<br />

de algumas <strong>da</strong>s igrejas como Santa Restituta<br />

e Sesta, remontam às invasões bárbaras.<br />

A Abadia de Sant’Antimo foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por<br />

Carlos Magno no final do século VIII.<br />

Os vinhedos, ciprestes e oliveiras cercam<br />

as edificações medievais, intercala<strong>da</strong>s<br />

por construções em tons de areia com telhados<br />

terracota. Os restaurantes, os cafés<br />

e lojinhas minuciosamente decora<strong>da</strong>s completam<br />

o cenário cinematográfico. Há muita<br />

história em Montalcino, em 2004 a ci<strong>da</strong>de<br />

foi reconheci<strong>da</strong> como Patrimônio <strong>da</strong> Humani<strong>da</strong>de.<br />

A Itália é um país com geografia propícia<br />

para cultivar inúmeras varie<strong>da</strong>de de<br />

uvas e elaborar diversificados tipos e estilos<br />

de vinhos. Não é a toa que os gregos a chamavam<br />

de Enotria – Terra do Vinho. Junto<br />

com a França, a Itália é o maior produtor<br />

de vinhos do mundo. Mas nem todos os vinhos<br />

italianos são de quali<strong>da</strong>de. A maioria<br />

dos vinhos conhecidos não convence: Valpolicella,<br />

Bardolino, Frascati, Chiantis em<br />

garrafas boju<strong>da</strong>s envolta em palha, dentre<br />

tantos outros. Esses são medíocres e ácidos<br />

demais para o pala<strong>da</strong>r brasileiro. É claro que<br />

se você reclamar com um italiano ele discor<strong>da</strong>rá<br />

de você. Mas nem tudo está perdido,<br />

na Itália há excelentes vinhos, complexos e<br />

memoráveis.<br />

Montalcino tem algumas vantagens<br />

peculiares, clima quente e seco no verão, invernos<br />

rigorosos, solos rochosos, medianamente<br />

argilosos, ricos em calcário, tuffeau<br />

e pouco férteis. Chove pouco, cerca de 700<br />

mm ano. Para que se tenha uma ideia, no<br />

T odo<br />

Brunello segue um alto padrão<br />

garantido por lei. Obrigatoriamente<br />

precisa ser feito 100% de uvas<br />

Sangiovese Grosso, cultiva<strong>da</strong>s com um<br />

rendimento máximo de oito tonela<strong>da</strong>s,<br />

possuir um teor alcoólico mínimo de<br />

12,5% (embora a maioria tenha entre<br />

13% e 14%), e amadurecer pelo menos<br />

50 meses antes de chegar ao mercado.<br />

Vale dos Vinhedos, região sul do Brasil, as<br />

chuvas são superiores a 1700 mm ano.<br />

Distante apenas 50 km do mar Mediterrâneo<br />

e 560 metros acima do nível do<br />

mar, recebe influência <strong>da</strong>s brisas e dos ventos<br />

marítimos. 50% <strong>da</strong> vegetação é forma<strong>da</strong><br />

por bosques e encostas, 10% por oliveiras<br />

e 18% por vinhedos. Metade desses vinhedos<br />

é de plantio de Sangiovese, cepa destina<strong>da</strong><br />

à elaboração dos famosos Brunellos di<br />

Montalcino. Nessas condições as videiras se<br />

desenvolvem, mantem-se concentra<strong>da</strong>s e<br />

geram vinhos longevos.<br />

É interessante que Montalcino até a<br />

déca<strong>da</strong> de 70 era pobre e uma <strong>da</strong>s vilas mais<br />

esqueci<strong>da</strong>s do sul <strong>da</strong> Toscana. O reconhecimento<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de ocorreu a partir dos vinhos<br />

especiais de Ferruccio Biondi Santi, resultado<br />

de uma seleção de um clone particular<br />

de Sangiovese. Os vinhos acabaram virando<br />

modelo para o mais precioso produto <strong>da</strong> Itália:<br />

Brunello di Montalcino.<br />

Há registros de que a família Biondi-<br />

-Santi elabora vinhos desde 1800. Mas foi<br />

a partir de 1970 que os vinhos começaram<br />

a causar impacto, resultado <strong>da</strong> lenta fermentação<br />

e do envelhecimento por longos<br />

anos em antigos e grandes tonéis de carvalho<br />

eslavo e muitas déca<strong>da</strong>s em garrafas.<br />

A partir <strong>da</strong>í Montalcino atraiu interesses<br />

internacionais e hoje o vinho é vendido no<br />

mundo todo. Este fato fez com que a zona<br />

de produção se expandisse e permitiu a chega<strong>da</strong><br />

de novos produtores. Em 1960 eram<br />

60 hectares, hoje são 2000 hectares e mais<br />

de 200 produtores.<br />

A sucessão familiar chega aos dias<br />

de hoje com Franco Biondi-Santi, neto de<br />

Ferruccio, que tive o imenso prazer em conhecer.<br />

O herdeiro <strong>da</strong> “Tenuta Il Greppo”,<br />

um senhor sábio, de fala mansa, recor<strong>da</strong> e<br />

compartilha muitas histórias <strong>da</strong> família. “A<br />

nossa terra tem uma extraordinária vocação<br />

vitícola, sobretudo para a uva Sangiovese, especialmente<br />

a que faz parte <strong>da</strong> minha proprie<strong>da</strong>de,<br />

que produz vinhos com vi<strong>da</strong> longa, como<br />

se expressa o Brunello de Montalcino Biondi-<br />

-Santi do Greppo” conta orgulhoso. Apesar<br />

<strong>da</strong> avança<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, é Dr. Franco quem faz<br />

os vinhos e coman<strong>da</strong> os negócios. É também<br />

ele quem prova e dá a palavra final se<br />

naquele ano será engarrafado o Brunello<br />

Riserva ou Annata. Porque ao contrario de<br />

outros produtores do novo mundo, que definem<br />

no vinhedo se o vinho será um reserva<br />

ou não, o Dr. Franco define a categoria<br />

do seu Brunelo no tonel de carvalho. ”Aqui<br />

no Greppo não estamos guar<strong>da</strong>ndo o tempo,<br />

estamos guar<strong>da</strong>ndo a evolução do vinho”,<br />

confessa o homem que produz brunellos<br />

há mais de 80 anos.<br />

Em 1994, dezesseis jornalistas de oito<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 3


países degustaram diversas safras de Brunellos<br />

Riservas Biondi Santi. O primeiro<br />

lugar com nota máxima de 100/100 coube<br />

ao <strong>da</strong> safra de 1891. Isso mesmo, um vinho<br />

centenário, único.<br />

Todo Brunello segue um alto padrão<br />

garantido por lei. Obrigatoriamente precisa<br />

ser feito 100% de uvas Sangiovese Grosso,<br />

cultiva<strong>da</strong>s com um rendimento máximo de<br />

Artistas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de<br />

4 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

oito tonela<strong>da</strong>s, possuir um teor alcoólico<br />

mínimo de 12,5% (embora a maioria tenha<br />

entre 13% e 14%), e amadurecer pelo menos<br />

50 meses antes de chegar ao mercado.<br />

Desse período, ao menos dois anos do vinho<br />

precisam ser em barris de carvalho, sendo o<br />

restante em garrafa. Para os que ostentam a<br />

qualificação Riserva, o período mínimo em<br />

barricas aumenta para 62 meses. Geralmen-<br />

Chiquinho Dornas<br />

Hosana Bezerra, chegou, viu e venceu<br />

Hosana Bezerra nasceu em 1957 na<br />

ci<strong>da</strong>de de Recife, onde cresceu levando<br />

uma vi<strong>da</strong> modesta. Mudou-se para Brasília<br />

há 20 anos em busca de melhores<br />

perspectivas.<br />

Convivendo na “Brasília real”, Hosana<br />

mostra em suas telas uma Brasília imaginária<br />

que enxergamos ca<strong>da</strong> qual a sua maneira.<br />

Brasília geométrica, concreta. Contraponto<br />

ao cerrado orgânico, vegetal que nos rodeia.<br />

A geometria de Hosana tem suas raízes<br />

em seu trabalho com tecelagem e como<br />

auxiliar de desenhista, ain<strong>da</strong> em Recife, sua<br />

terra natal, e também com a jardinagem que<br />

exerceu para ganhar o pão de ca<strong>da</strong> dia nos<br />

difíceis tempos de sua chega<strong>da</strong> à capital federal.<br />

Apesar de to<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong>des, Hosana<br />

não deixava de observar atentamente as<br />

exposições que se realizavam nos corredores<br />

<strong>da</strong> casa do povo. Aproveitou a oportuni<strong>da</strong>de<br />

para admirar obras de importantes<br />

artistas que imprimiriam doravante grande<br />

influência em sua obra: Athos Bulcão e Rubem<br />

Valentim.<br />

Esse árduo período que o compeliu<br />

a vagar ao relento, serviu para que ele observasse<br />

atentamente as estrelas do imenso<br />

céu do planalto. “Vi no céu as estrelas<br />

compondo infinitos triângulos, retângulos,<br />

planos geométricos e linhas. A minha arte,<br />

hoje, é reconheci<strong>da</strong> pela geometria. A imensidão<br />

do cerrado modificado pela ci<strong>da</strong>de<br />

agora transformado em telas.”<br />

Brasília, portanto, “lhe deu régua e<br />

compasso”. As mesmas ferramentas utiliza<strong>da</strong>s<br />

por arquitetos, engenheiros, astrônomos<br />

e matemáticos nas tarefas de compreender<br />

o mundo em que vivemos e que também<br />

as crianças intuitivamente utilizam<br />

em seus brinquedos de encaixes e em seus<br />

Jornalista<br />

te utilizam barris eslovenos, maiores do que<br />

os tradicionais barris de 225 litros.<br />

Por lei os Brunellos só podem chegar<br />

ao mercado a partir do dia 1º de janeiro de<br />

seu 5º ano. Ou seja, as garrafas de 2007<br />

só puderam desembarcar no Brasil após<br />

1/1/2012. Enquanto a categoria Riserva<br />

2007 desembarcará após 1/1/2013. Sendo<br />

assim, o vinho já chega ao mercado com boa<br />

evolução, geralmente apresenta cor grana<strong>da</strong><br />

vivaz, aromas de musgo, couro, frutas secas<br />

e cristaliza<strong>da</strong>s, defumados, pimenta preta,<br />

alcaçuz e baunilha. Na boca é equilibrado,<br />

tem final longo e elegante.<br />

Para mim, e certamente para os montalcineses,<br />

o Brunello é o melhor vinho do<br />

mundo. Mas para muitos italianos, o melhor<br />

vinho é o <strong>da</strong> casa, o simples, o rude, feito<br />

pelo pai que aprendeu com o avô... Porque<br />

para eles o fun<strong>da</strong>mental é o festejar, e a<br />

família reuni<strong>da</strong> à mesa. E o vinho? Ahhh...<br />

“è una questione di abitudine”.<br />

lúdicos desenhos. Nas formas geométricas<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, Hosana imprimiu sua própria<br />

geometria. Inversamente a Lúcio Costa que<br />

partiu do papel e criou o volume de Brasília,<br />

Hosana partiu do volume de Brasília para<br />

criar telas surpreendentes.<br />

As pinturas acrílicas de Hosana Bezerra<br />

são vibrantes e contemplativas. Seu<br />

estilo único de arte é um reflexo do mundo<br />

moderno, com referencias à natureza<br />

e obras-primas <strong>da</strong> arquitetura de artistas<br />

mundialmente renomados, como Le Corbusier,<br />

Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Em<br />

sua arte, formas geométricas, imagens espelha<strong>da</strong>s,<br />

linhas perfeitas e cores balancea<strong>da</strong>s<br />

brincam com os olhos. Suas pinturas<br />

instigam a imaginação, permitindo que as<br />

pessoas encontrem significados naturais<br />

e monumentos construídos pelo homem<br />

dentro de suas obras.<br />

Recentemente, Hosana participou<br />

de uma lindíssima exposição na Fun<strong>da</strong>ção<br />

Assis Chateaubriand, Espaço Chatô, com o<br />

tema ‘Geometria Abstrata’, retratando sua<br />

atenção para a “harmonia <strong>da</strong>s coisas”.


Coisa nossa<br />

Marcia Zarur<br />

Jornalista<br />

Mané Garrincha,<br />

esse é o nome “Nem<br />

Como boa can<strong>da</strong>nga, tenho raízes<br />

profun<strong>da</strong>s finca<strong>da</strong>s em Brasília. Costumo<br />

brincar que não há ninguém mais<br />

brasiliense do que quem nasce no hospital<br />

<strong>da</strong> L-2 Sul. Pois bem, amo a ci<strong>da</strong>de<br />

e não a troco por nenhum lugar do<br />

mundo... Brasília conjuga vantagens<br />

dos grandes centros<br />

com pita<strong>da</strong>s <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do<br />

interior, estas ca<strong>da</strong> vez<br />

mais escassas, é ver<strong>da</strong>de.<br />

Mas para quem se<br />

apressar em citar as mazelas<br />

do trânsito, a violência<br />

crescente e o caos<br />

<strong>da</strong> saúde, eu rebato chamando<br />

a atenção para o<br />

nosso céu, o nosso verde<br />

e a nossa arquitetura<br />

inigualável.<br />

O Céu, dizem, é o Mar<br />

de Brasília e a escala sabiamente<br />

determina<strong>da</strong> por<br />

Lúcio Costa nos garante<br />

um horizonte sem fim. O<br />

verde está por to<strong>da</strong> parte,<br />

e temos a honra de abrigar<br />

um dos maiores parques<br />

urbanos do mundo.<br />

E a arquitetura?! Bem, esta<br />

dispensa comentários pois<br />

continua sendo o auge <strong>da</strong><br />

vanguar<strong>da</strong>, mesmo meio século depois!<br />

No aniversário de 50 anos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

mergulhei em suas histórias para uma série<br />

de reportagens para o DFTV. Pude sentir a<br />

aridez do cerrado e a poeira vermelha dos<br />

primeiros tempos, passeei pelo campus de<br />

uma UnB idealiza<strong>da</strong> por Darcy, tomei um<br />

café com JK no Catetinho e surpreendi a<br />

retina com a originali<strong>da</strong>de dos prédios de<br />

Niemeyer. Uma viagem guia<strong>da</strong> pelas lembranças<br />

de pioneiros...<br />

E o que seria de nós sem memória? Minhas<br />

lembranças de infância me trazem a<br />

ci<strong>da</strong>de tranqüila, com passeios pela Esplana<strong>da</strong><br />

onde a maior diversão era escalar a cú-<br />

pula do Senado. E observando as construções<br />

do Eixo Monumental me chamavam a<br />

atenção os cabos do Centro de Convenções<br />

e a grande arquibanca<strong>da</strong> em concreto do<br />

Mané Garrincha.<br />

Pela falta de tradição futebolística de<br />

Brasília, o estádio passou a fazer parte <strong>da</strong><br />

minha vi<strong>da</strong> adolescente no último show <strong>da</strong><br />

Legião Urbana na ci<strong>da</strong>de no fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

de 80. Mas a figura do grande craque Mané<br />

Garrincha me foi apresenta<strong>da</strong> bem antes,<br />

e não pelos lances inesquecíveis, mas pela<br />

imensa arquibanca<strong>da</strong> de concreto contrastando<br />

com o céu azul.<br />

Hoje a arquibanca<strong>da</strong> não existe mais.<br />

Foi destruí<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r lugar ao imponente<br />

Estádio Nacional. É certo que para abrigar<br />

um mundial precisávamos desta mu<strong>da</strong>nça.<br />

Mas era mesmo necessário mu<strong>da</strong>r o nome<br />

do estádio e deixar o Mané lá no fim, como<br />

se fosse um acessório dispensável?<br />

Em maio de 2011, <strong>da</strong>ta marca<strong>da</strong> para a<br />

tudo<br />

que é torto<br />

é errado.<br />

Veja as pernas<br />

do Garrincha<br />

e as árvores<br />

do cerrado.”<br />

Nicolas Behr<br />

demolição do antigo estádio, duas tentativas<br />

de implosão com tonela<strong>da</strong>s de dinamite<br />

falharam e a arquibanca<strong>da</strong> seguiu de pé.<br />

Um fiasco televisionado para o mundo todo.<br />

Não deixei de pensar que talvez Garrincha<br />

tivesse feito mais um dos seus desconcertantes<br />

dribles, deixando os adversários sem<br />

chão.<br />

O novo estádio já é quase uma reali<strong>da</strong>de.<br />

Tudo indica que deve ficar pronto a<br />

tempo, deve ficar belo e deve ser uma construção<br />

verde. Brasília, sem dúvi<strong>da</strong>, marcou<br />

muitos gols. Mas o gênio <strong>da</strong>s pernas tortas,<br />

que encheu o país de alegrias, merecia<br />

continuar sendo reverenciado – pelo menos<br />

no nome do estádio <strong>da</strong> capital do país.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 5


O nosso país<br />

6 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

Pedro Valls Feu Rosa<br />

Presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo<br />

O brasileiro tem<br />

que ser um forte<br />

Você sabe o que é benzeno? Segundo<br />

uma enciclopédia que consultei, trata-se<br />

de um líquido tóxico cujos vapores,<br />

se inalados, causam tontura, dores<br />

de cabeça e até mesmo inconsciência. A<br />

longo prazo seus vapores causam sérios<br />

problemas sanguíneos, tal como a leucopenia.<br />

O benzeno é uma substância utiliza<strong>da</strong><br />

como solvente de iodo, enxofre, graxas etc.,<br />

sendo ain<strong>da</strong> matéria-prima na produção de<br />

compostos como plásticos, gasolina, borracha<br />

sintética e tintas. Trata-se, finalmente,<br />

de uma substância comprova<strong>da</strong>mente carcinogênica.<br />

Você sabe o que é uma substância<br />

carcinogênica? Segundo um dicionário de<br />

termos médicos que consultei, “trata-se de<br />

uma substância com potencial cancerígeno,<br />

isto é, que tem como proprie<strong>da</strong>de o potencial<br />

de desenvolvimento de câncer, como a<br />

nicotina, o benzeno e as radiações”.<br />

Há poucos dias li uma séria e muito<br />

bem produzi<strong>da</strong> reportagem sobre a presença<br />

do benzeno em alguns refrigerantes.<br />

Sim, em alguns <strong>da</strong>queles refrigerantes que<br />

consumimos todos os dias. Foram comprova<strong>da</strong>s,<br />

nestes, quanti<strong>da</strong>des de benzeno até<br />

quatro vezes superior ao limite máximo<br />

permitido pela lei.<br />

Cito um pequeno trecho <strong>da</strong> longa reportagem:<br />

“Uma análise desenvolvi<strong>da</strong> pela<br />

Associação Brasileira de Defesa do Consumidor<br />

Pro Test, e publica<strong>da</strong> pela Folha de<br />

São Paulo, descobriu em sete <strong>da</strong>s 24 marcas<br />

de refrigerantes investiga<strong>da</strong>s substância<br />

cancerígena, o benzeno. Os outros 17 rótulos<br />

apresentam compostos que causam osteoporose,<br />

alergia, diabetes e hipertensão”.<br />

Em alguns outros países isto <strong>da</strong>ria<br />

margem a um escân<strong>da</strong>lo de graves proporções,<br />

a exames complementares<br />

imediatos com resultados<br />

amplamente divulgados<br />

e ao eventual recolhimento<br />

dos produtos<br />

que podem induzir<br />

câncer <strong>da</strong>s<br />

gôndolas dos<br />

supermercados,<br />

dos bares<br />

e dos restaurantes.<br />

Seguir-se-ia<br />

uma apuração<br />

rigorosa<br />

e, constata<strong>da</strong><br />

a falta, a responsabilização<br />

impiedosa dos<br />

eventuais culpados.<br />

Afinal, o cenário<br />

é gravíssimo: tra-<br />

ta-se de bebi<strong>da</strong> servi<strong>da</strong> a to<strong>da</strong> a população,<br />

inclusive às nossas crianças.<br />

Vamos a alguns exemplos. Lá no Japão,<br />

há poucos meses a empresa Fujiya viu-<br />

-se obriga<strong>da</strong> a retirar do mercado e a não<br />

mais vender os bolos que produzia – a fiscalização<br />

sanitária japonesa descobriu que<br />

estavam sendo utilizados alguns ingredientes<br />

com o prazo de vali<strong>da</strong>de esgotado. Não<br />

adiantou a empresa sustentar que todos os<br />

seus produtos estavam próprios para consumo,<br />

conforme comprovado por testes de<br />

laboratório. Não, não é esta a questão: nestes<br />

assuntos, o que importa é uma palavra<br />

denomina<strong>da</strong> “confiança” – afinal, falamos<br />

dos alimentos que consumimos.<br />

Na Inglaterra, há um ano, a presença<br />

de salmonela em algumas barras de chocolate<br />

fabrica<strong>da</strong>s pela empresa Cadbury causou<br />

a pronta retira<strong>da</strong> de to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

marca expostas em lojas e supermercados –<br />

um volume de produtos avaliado em torno<br />

de US$ 50 milhões. Nos Estados Unidos,<br />

no ano de 2003, a empresa Phillip Morris<br />

foi multa<strong>da</strong> em US$ 10 bilhões. O motivo:<br />

vendeu cigarros light como sendo menos<br />

nocivos. Ain<strong>da</strong> naquele país, em 1999, autorizou-se<br />

a ven<strong>da</strong> de um <strong>da</strong>do medicamento<br />

contra inflamações chamado Vioxx. Um ano<br />

depois, esta droga foi associa<strong>da</strong> à elevação<br />

do risco de ataques cardíacos. No ano de<br />

2002, a viúva de uma <strong>da</strong>s vítimas processou<br />

a empresa, e foi indeniza<strong>da</strong> em US$ 26 milhões.<br />

Pouco depois, após sucessivas derrotas<br />

no Judiciário, o laboratório ofereceu a<br />

47 mil outros parentes de vítimas, identifica<strong>da</strong>s<br />

em cerca de 6,4 mil processos, um<br />

valor total de US$ 4,85 bilhões. Enquanto<br />

isso, no Brasil, até onde sei, e decorri<strong>da</strong>s já<br />

algumas semanas, continuam os refrigerantes<br />

objeto de tão detalha<strong>da</strong> denúncia,<br />

basea<strong>da</strong> em exames de laboratório, absolutamente<br />

impávidos e à ven<strong>da</strong> em qualquer<br />

esquina. Aqui, na dúvi<strong>da</strong>, que continuem as<br />

ven<strong>da</strong>s!<br />

Diante de tal quadro fico a pensar, parodiando<br />

Euclides <strong>da</strong> Cunha, que o brasileiro<br />

tem mesmo que ser um forte!


Pegar um bronze Ariane Urbanetto<br />

ariane@amaralcarvalho.org.br<br />

Proteja-se dos raios solares<br />

Quem mora em Brasília, principalmente nos Lagos Sul e Norte e também<br />

nos condomínios, onde o banho de sol é mais comun e intenso nos fins de<br />

semana sabe bem que o sol de verão em Brasília é mesmo de rachar. Tudo<br />

bem, viva o sol e o calor, na<strong>da</strong> melhor que um bronze pra mostrar saúde<br />

e simpatia. Mas os médicos alertam; o sol pode ser perigoso para muita<br />

gente, se cuide.<br />

Essa é uma <strong>da</strong>s frases mais ouvi<strong>da</strong>s,<br />

especialmente no verão, quando o assunto<br />

é câncer de pele. Mas, se você acha<br />

que aplicar protetor solar uma vez e somente<br />

em dias ensolarados é sinônimo<br />

de proteção, está enganado. A dermatologista<br />

do Hospital Amaral Carvalho,<br />

Ana Gabriela Salvio — responsável pelo<br />

Programa de Prevenção do Melanoma,<br />

um dos cânceres de pele mais agressivos<br />

— elencou alguns dos mitos e ver<strong>da</strong>des<br />

sobre o uso de protetor solar e outros<br />

artifícios para não prejudicar a pele com<br />

os raios do sol. Protetor solar, chapéus,<br />

bonés, óculos escuros e roupas são aliados<br />

fortíssimos, quando utilizados adequa<strong>da</strong>mente.<br />

Acompanhe:<br />

VÁ PELA SOMBRA<br />

Você certamente já ouviu dizer que é<br />

preciso evitar a exposição ao sol entre<br />

as 10 e 16 horas (no horário de verão entre<br />

11 e 17h), o que é ver<strong>da</strong>de. “Nesse intervalo<br />

há grande incidência de raios ultravioleta<br />

B, principais responsáveis pelo surgimento<br />

do câncer de pele”, afirma Ana Gabriela. Por<br />

isso, deve-se evitar também a exposição ao<br />

sol por períodos muito longos e repeti<strong>da</strong>s<br />

vezes, pois as queimaduras solares predispõem<br />

esse tipo de câncer.<br />

BLOqUEIO<br />

É importante o uso de chapéus, bonés<br />

e óculos de sol com proteção UVB para bloquear<br />

os raios solares. Ao ar livre também<br />

podem ser utiliza<strong>da</strong>s barracas e roupas<br />

adequa<strong>da</strong>s que evitem a exposição direta <strong>da</strong><br />

pele com o sol.<br />

NãO é BRINCADEIRA<br />

Os cui<strong>da</strong>dos com crianças e bebês devem<br />

ser redobrados: menores de 6 meses<br />

devem ficar na sombra. “Coloque sombri-<br />

nha no carrinho do bebê, vista-o com roupas<br />

que cubram todo o corpo e chapéus.<br />

Lembrando que não se pode aplicar protetor<br />

solar em recém-nascidos”, explica a dermatologista.<br />

Bebês acima de 6 meses já podem usar<br />

protetor solar infantil com Fator de Proteção<br />

Solar (FPS) para os raios UVB de, no mínimo,<br />

30 e com proteção UVA.<br />

Ana Gabriela salienta que deve ser<br />

aplicado em crianças protetor solar de amplo<br />

espectro, hipoalergênico, que não irrita<br />

a pele e é fácil de passar.<br />

ATENçãO<br />

A simples aplicação de protetor solar<br />

não justifica a exposição de crianças por<br />

muito tempo ao sol. E a médica enfatiza<br />

que o exemplo dos pais e familiares é fun<strong>da</strong>mental<br />

para as crianças adquirirem o hábito<br />

<strong>da</strong> fotoproteção. “A proteção dos raios<br />

solares desde a infância diminui o risco de<br />

câncer de pele no adulto.”<br />

FILTRO SOLAR<br />

Muitas pessoas só se lembram de usar<br />

protetor solar quando vão à piscina ou praia,<br />

mas ele deve ser utilizado mesmo nos dias<br />

nublados. De acordo com a profissional, os<br />

raios ultravioleta conseguem atravessar as<br />

nuvens e queimar nossa pele sem nos <strong>da</strong>r<br />

a sensação no momento de ardor. “O uso<br />

do protetor solar deveria ser um hábito de<br />

todos. Mesmo em dias nublados ou no inverno,<br />

quando aparentemente a incidência<br />

dos raios solares não é tão intensa, os raios<br />

UVA e UVB alcançam a su perfície <strong>da</strong> terra.<br />

Além disso, outros fatores como a radiação<br />

<strong>da</strong> tela de computador e televisão ou luzes<br />

fluorescentes, podem resultar em manchas<br />

e envelhecimento precoce <strong>da</strong> pele. Por isso a<br />

proteção é necessária”, orienta.<br />

APLIqUE... REAPLIqUE<br />

A aplicação do protetor solar, portanto,<br />

deve ser um hábito diário. “Devemos<br />

passar o protetor no mínimo 30 minutos<br />

antes de sair de casa, para que o produto<br />

seja bem absorvido pela pele”, explica Ana<br />

Gabriela.<br />

A reaplicação, segundo a médica, deve<br />

ocorrer a ca<strong>da</strong> 3 horas. “Porém o suor e a<br />

água retiram o protetor <strong>da</strong> pele, então,<br />

sempre que houver transpiração ou contato<br />

com a água, deve ser repetido o processo de<br />

aplicação”.<br />

qUALIDADE<br />

Fique atento ao comprar protetores<br />

solares. A dermatologista comenta que nem<br />

todos os produtos protegem contra os raios<br />

UVA e UVB. “Procure por produtos que declaram<br />

sua ampla proteção na embalagem.<br />

Os mais eficientes possuem as siglas PPD<br />

e FPS. Além disso, é importante escolher<br />

produtos de marcas confiáveis ou conforme<br />

indicação médica, para garantir que tenham<br />

os elementos que permitam uma proteção<br />

eficaz e completa”, alerta.<br />

SAIBA MAIS<br />

O que é melanoma?<br />

Uma alteração <strong>da</strong>s células <strong>da</strong> pele<br />

que passam a crescer sem controle e<br />

podem se espalhar pelo corpo. As causas<br />

dessa alteração são os raios do sol<br />

(UVA e UVB) e herança genética.<br />

Maior incidência<br />

Pessoas com pele clara, que se<br />

queimam facilmente, que possuem<br />

muitas sar<strong>da</strong>s ou pintas, que têm familiares<br />

com câncer de pele ou que trabalham<br />

expostas ao sol por longo período.<br />

Alerta<br />

Examine sempre a pele. Se encontrar<br />

pintas diferentes ou lesões suspeitas,<br />

procure um médico.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 7


As margens do Lago<br />

Na Hora, e agora<br />

TAí, AS AUTORIDADES se queixam que a imprensa só fala mal<br />

do Governo, só faz críticas. Não é ver<strong>da</strong>de. A imprensa fala mal<br />

quando tem que falar mal. Por exemplo, não há como não elogiar o<br />

trabalho dessa equipe do Na Hora, enti<strong>da</strong>de cria<strong>da</strong> pelo GDF para<br />

atender a comuni<strong>da</strong>de em várias questões fun<strong>da</strong>mentais para o dia<br />

a dia do ci<strong>da</strong>dão. Sem burocracia e , pasmem, com atenção e gentileza<br />

as equipes atendem a todos com muita presteza.<br />

Valeu, chefia<br />

O GOVERNADOR AGNELO acertou em cheio, man<strong>da</strong>ndo instalar<br />

cãmeras em vários pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. A medi<strong>da</strong> vai aju<strong>da</strong>r a policia a<br />

fiscalizar , aumenta a segurança. Os lagos, Sul e Norte, tidos como<br />

áreas nobres e teoricamente mais seguros também precisam desse<br />

olho vivo, cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> situação. As atuais administrações carecem<br />

de mais agili<strong>da</strong>de, interesse, atenção e cui<strong>da</strong>do com os dois bairros.<br />

Faltam limpeza, iluminação, segurança e transporte coletivo.<br />

Política & políticos<br />

HÁ UMA EXPECTATIVA enorme em torno <strong>da</strong> sucessão do atual<br />

Governador de Brasília, Agnelo Queiroz. Claro, o que mais se comenta<br />

é que ele se candi<strong>da</strong>ta e a reeleição, com chances de ganhar.<br />

Agora, caso Agnelo desista quem vai se habilitar a entrar no Buriti?<br />

Um analista politico, timi<strong>da</strong>manete, arrisca citar os nomes de Reguffe,<br />

Rodrigo Rolemberg, Álváro Dias e Tadeu Felipelli. De fato,<br />

análise pra lá de tími<strong>da</strong>.<br />

Saúde, vexame nacional<br />

NO DIA 14 desse mês de fevereiro mais uma tragédia envolvendo<br />

médicos e um hospital de Brasília. Marcelo Dino, uma criança de 13<br />

anos, asmática, morre após ser atendi<strong>da</strong> no Santa Lúcia. O garoto,<br />

filho do Presidente <strong>da</strong> Embratur, foi levado ao hospital pela família,<br />

que explicou os problemas que ele enfrentava com a doença e tinha<br />

que receber cui<strong>da</strong>dos especiais. Morreu e deixou a família em desespero.<br />

Tempos atrás Brasília tinha seguinte fama; o melhor hospital<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de é a ponte aérea. Será que era apenas fama?<br />

8 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

Cão <strong>da</strong>nado<br />

José Natal<br />

TODO DONO DE cachorro que passeia com o bicho, sem focinheira,<br />

na certa deveria usar ferradura nos pés. Sim, por que não há ato<br />

mais insano e absurdo do que expor terceiros a um risco que pode<br />

ser totalmente evitado. Os que cometem essa asneira tem sempre a<br />

mesma explicação; o cão é manso, adestrado e não ataca ninguém.<br />

Pois sim, as estatísticas provam o contrário. Não há cão confiável a<br />

esse ponto, não há cão que possua atestado de bom comportamento<br />

com o aval <strong>da</strong> natureza animal. O cachorro é o melhor amigo do<br />

homem. O homem deveria preservar essa amizade, passeando com<br />

seu cão devi<strong>da</strong>mente amor<strong>da</strong>çado.<br />

W/3 pede socorro<br />

BRASíLIA TALVEZ SEJA a única ci<strong>da</strong>de brasileira que não tem nem<br />

esquinas nem aveni<strong>da</strong>s. As equinas ain<strong>da</strong> podem ser cria<strong>da</strong>s, talvez<br />

nas ci<strong>da</strong>des satélites elas existam, não tão caracteriza<strong>da</strong>s como nas<br />

outras ci<strong>da</strong>des do Pais. A única aveni<strong>da</strong> que temos no Plano Piloto é a<br />

W/3, local onde nasceram algumas <strong>da</strong>s mais tradicionas lojas comercias<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Hoje está em frangalhos. Comércio ruim, mal ilumina<strong>da</strong>,<br />

abandona<strong>da</strong>, sem atrativos, sem agências bancárias e esqueci<strong>da</strong>.<br />

Deveria ser revigora<strong>da</strong>, a comuni<strong>da</strong>de ia gostar. Sau<strong>da</strong>des <strong>da</strong> W/3<br />

dos tempos do Cine Cultura, Casa do Barata, Lojas Paranoá, Bi-Ba-<br />

-Bo, Armazem Serve Bem, Banco Nacional, Casa Thomas Jefferson,<br />

Restaurante GTB e os desfiles <strong>da</strong>s Escolas de Samba. Aquela W/3 era<br />

uma aveni<strong>da</strong>. Hoje é um corredor, sujo.


Ordem na casa<br />

Região dos lagos<br />

regulamenta<strong>da</strong><br />

Está no Diário Oficial do DF: novas normas para uso e ocupação<br />

<strong>da</strong> Área de Proteção Ambiental, de acordo com a Secretaria do<br />

Meio ambiente ,representam a chancela <strong>da</strong> preservação.<br />

A Área de Proteção Ambiental<br />

(APA) do Lago Paranoá ganhou novas<br />

regras para o uso e a preservação. O<br />

Decreto nº 33.537, publicado no Diário<br />

Oficial do Distrito Federal aprova<br />

o zoneamento ambiental e vai permitir<br />

uma melhor organização <strong>da</strong> APA,<br />

que existe desde 1989. De acordo com<br />

a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos<br />

Hídricos e o Instituto de Meio<br />

Ambiente e Recursos Hídricos , essa<br />

é apenas a primeira fase. A segun<strong>da</strong><br />

será o Plano de Manejo, que servirá<br />

como um detalhamento do decreto.<br />

Pelo documento, a área, que tem aproxima<strong>da</strong>mente<br />

16 mil hectares, fica dividi<strong>da</strong><br />

em quatro setores: Zona de Vi<strong>da</strong><br />

Silvestre; Zona de Ocupação Especial;<br />

Zona de Ocupação Consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>; e Zona<br />

do Espelho d’Água do Lago. Ca<strong>da</strong> uma<br />

delas tem subzonas.<br />

AçãO CONJUNTA<br />

Segundo o secretário do Meio Ambiente<br />

e Recursos Hídricos, Eduardo Brandão, esse<br />

zoneamento é obrigatório para as APAs. “Ele<br />

define setores em uma Uni<strong>da</strong>de de Conservação<br />

com o objetivo de se constituir planos<br />

de manejo e regras específicas, oferecendo<br />

tratamento diferenciado para a especifici<strong>da</strong>de<br />

de ca<strong>da</strong> zona”, explicou o secretário.<br />

Elaborado em conjunto com v órgãos do Governo<br />

do DF e custeado por meio de compensação<br />

ambiental pela Companhia Imobiliária<br />

de Brasília (Terracap), o Plano de<br />

Manejo já está pronto. Segundo Brandão,<br />

falta apenas a publicação para se tornar oficial.<br />

“A Semarh garantirá a publici<strong>da</strong>de do<br />

documento por meio de instrução normativa.<br />

O plano discorre sobre os diversos subprogramas<br />

de monitoramento, vigilância,<br />

educação ambiental e outras ações <strong>da</strong> APA”,<br />

afirma<br />

Segundo o secretário, o decreto vai garantir<br />

a convivência harmoniosa entre a ocu-<br />

pação urbana e o meio ambiente. “As novas<br />

regras em na<strong>da</strong> irão afetar os moradores dos<br />

lagos Sul e Norte. Pelo contrário, garantem<br />

e legalizam essas ocupações, já que em APAs<br />

são permiti<strong>da</strong>s ocupações urbanas de forma<br />

sustentável. O uso desordenado <strong>da</strong> orla é<br />

uma questão urbanística, o zoneamento<br />

ambiental não trata dessa questão”, disse<br />

Brandão. Explica ain<strong>da</strong> que esta é apenas a<br />

primeira etapa do processo. “Falta a aplicação<br />

do Plano de Manejo. O zoneamento de<br />

qualquer APA é obrigatório e a do Lago Paranoá<br />

ain<strong>da</strong> não tinha essa regra. A APA é<br />

forma<strong>da</strong> de 16 mil hectares. Um avanço para<br />

o meio ambiente, pois agora chancelamos a<br />

preservação do Lago”, avaliou.<br />

PRESERVAçãO<br />

Para a criação <strong>da</strong>s quatro zonas, foram<br />

adotados os limites de sensibili<strong>da</strong>de ambien-<br />

Ações proibi<strong>da</strong>s<br />

Estão veta<strong>da</strong>s na APA:<br />

• A caça<br />

• A coleta de espécimes <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora,<br />

em to<strong>da</strong>s as zonas de manejo, ressalva<strong>da</strong>s<br />

aquelas com finali<strong>da</strong>de científica;<br />

• A prática de queima<strong>da</strong>, exceto para proteção<br />

<strong>da</strong> biota e mediante autorização do<br />

órgão competente;<br />

• A deposição de efluentes não tratados,<br />

resíduos sólidos, resíduos <strong>da</strong> construção<br />

civil, agrotóxicos e fertilizantes em nascentes<br />

e cursos d’água;<br />

• A deposição de resíduos de construção<br />

civil;<br />

• As intervenções de terraplanagem, aterro,<br />

dragagem e escavação, exceto com<br />

autorização ou licença concedi<strong>da</strong> pelo<br />

órgão ambiental competente;<br />

• A implantação e a operação de indústrias<br />

poluentes.<br />

O Pontão do Lago Sul , área preserva<strong>da</strong><br />

tal, geográficos e físicos. Para isso, alguns<br />

princípios serviram como base. São eles:<br />

preservar a integri<strong>da</strong>de dos ecossistemas<br />

existentes; resgatar e qualificar os espaços<br />

de acesso ao Lago Paranoá; manter e melhorar<br />

a quali<strong>da</strong>de ambiental do lago; promover<br />

a dinamização e a popularização do reservatório<br />

como espaço de lazer; preservar<br />

a fauna e a flora à margem; disponibilizar o<br />

lago para o uso <strong>da</strong> população; criar espaços<br />

de lazer, áreas verdes, ciclovias e passeios<br />

públicos que promovam a integração urbana<br />

e incentivem a sociabili<strong>da</strong>de e o desenvolvimento<br />

econômico local; entre outros.<br />

A ocupação pública em áreas só deverá ocorrer<br />

após a criação de um projeto específico<br />

na orla do Lago Paranoá, com diretrizes<br />

que abranjam os interesses <strong>da</strong> população. O<br />

mesmo vale para a construção de pontes no<br />

Lago Norte.<br />

Vigilância<br />

As Áreas de Interesse Turístico e de<br />

Lazer serão monitora<strong>da</strong>s pelos órgãos<br />

ambientais, para evitar <strong>da</strong>nos<br />

ambientais no uso e ocupação. Entre<br />

elas, estão: » Anfiteatro do Lago Sul<br />

» Parque <strong>da</strong> Ermi<strong>da</strong> Dom Bosco »<br />

Parque <strong>da</strong> Península Sul » Parque<br />

<strong>da</strong>s Garças » Parque do Mirante »<br />

Pier 21 » Piscinão do Lago Norte<br />

» Pontão do Lago Sul » Ponte JK<br />

» QL 13 do Lago Norte » Setor de<br />

Hotéis e Turismo Norte » Orla do<br />

Lago Paranoá, com excessão <strong>da</strong>s<br />

áreas particulares localiza<strong>da</strong>s no<br />

Setor de Clubes Sul e Norte, no<br />

Setor de Mansões do Lago Norte<br />

e nas Estações de Tratamento Sul<br />

e Norte.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 9


No Ceará tem disso sim<br />

Há quem diga que em todos os países do mundo há pelo menos dois os três<br />

cearenses, fazendo alguma coisa. Criativo, espirituoso e bem humorado<br />

o cearense não perde tempo, ocupa seu espaço com facili<strong>da</strong>de, astúcia e<br />

boa vontade. O que muita gente não sabia, ou não acreditava, era que o<br />

cearense também é bom na cozinha, entende dio riscado. Será ?<br />

Estamos acostumaodos com<br />

garçons cearenses. O que pouca<br />

gente sabe é que os cearenses<br />

estão,também, por aí dominando as<br />

cozinhas dos principais restaurantes<br />

do Rio, São Paulo e aqui de Brasília. E<br />

são respeitados. Um dos mais ba<strong>da</strong>lados<br />

restaurantes do Rio, o Antonio’,<br />

tinha um cearense na cozinha. Ficava<br />

no Leblon e era ponto de encontro de<br />

intelectuais e artistas nos anos 80. O<br />

jornalista Armando Nogueira em homenagem<br />

ao cearense cozinheiro Antônio<br />

foi quem batizou o restaurante<br />

como Antonio’s.<br />

O jornalista João Bosco Serra Gurgel,<br />

que tem casa em em Cabo Frio, conta<br />

que quatro bons restaurantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

são de cearenses. O melhor deles o Picolino<br />

tem uma família inteira de São Benedito.<br />

A dona mora em Ipanema e entregou<br />

o restaurante aos cabras que o mantem<br />

em alto nível. A truta é incomparável, diz<br />

o Serra com a boca cheia dágua. O Hipocampos,<br />

a Toca do Assis e a Churrascaria<br />

Encantado são de cearenses <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong><br />

Ibiapiaba.<br />

O Piantela, que fica na 202 Sul, é o<br />

mais tradicional restaurante de Brasília,<br />

frequentado por autori<strong>da</strong>des do governo,<br />

artistas, empresários, diplomatas, políticos<br />

e jornalistas. Os cearenses Gerardo<br />

“Palito”Maciel, de Santa Quitéria e Agenor<br />

Gomes, de Viçosa do Ceará, são os<br />

responsáveis pela quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> comi<strong>da</strong><br />

servi<strong>da</strong> ali há mais de 30 anos.<br />

O austriáco Fred criou o Freds na<br />

405. Foi-se e o restaurante não acabou.<br />

Bem diferente do que aconteceu com o Le<br />

Français, que morreu depois de duas tentativas<br />

de salvação. O bom do Freds é o<br />

12 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

Wilson Ibiapina<br />

Jornalista<br />

Os chefs cearenses<br />

picadinho. Todos os cozinheiros e alguns<br />

garçons são cearenses.Viçosa e São Benedito<br />

são grandes fornecedores de profissionais<br />

de cozinha.<br />

Lá na Serra <strong>da</strong> Ibiapaba, entre Ibiapina<br />

e São Benedito, no Ceará, tem um<br />

hotel escola, fun<strong>da</strong>do por seu Chico para<br />

preparar cearenses como cozinheiros e<br />

garçons. Ele não quer que seus conterrâneos<br />

passem pelo que ele passou. Chegou<br />

ao Rio, sem profissão e foi ralar nos restaurantes<br />

como servente, depois lavando<br />

pratos. Ele teve sorte.<br />

Foi trabalhar com o italiano Domenico<br />

Magliano na Sorveteria e Pizzaria La<br />

Mole, no Leblon. Quatro anos depois,<br />

o cearense Francisco Rego, conhecido<br />

como seu Chico, aquele mesmo<br />

que chegou lavando prato,<br />

assumiu a administração do La<br />

Mole que começou a ganhar<br />

filiais e a se transformar na<br />

primeira grande rede de restaurantes<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Chico<br />

virou dono e hoje tem até fábrica<br />

de macarrão para abastecer<br />

suas casas. Estes<br />

são apenas alguns exemplos de cearenses<br />

que preparam a alimentação e servem nos<br />

restaurantes Brasil a fora, conquistando,<br />

inclusive a admiração do jornalista Roberto<br />

Marinho de Azevedo Neto, que foi<br />

o papa <strong>da</strong> crônica gastronômico no país.<br />

Por mais de 30 anos assinou uma coluna<br />

no Jornal do Brasil, sob o pseudônimo de<br />

Apicius. Ele avaliava as cozinhas dos restaurantes<br />

como ruim, razoável, boa, muito<br />

boa excelente – ele conseguiu <strong>da</strong>r alma<br />

à gastronomia em forma de crônicas, Apicius<br />

se declarava um admirador dos cozinheiros<br />

cearenses a quem considerava os<br />

melhores chefs. E explicava: “os cearenses<br />

são geniais e um cearense bem ensinado é<br />

um grande cozinheiro. Talvez eles sejam<br />

como os japoneses, que nunca inventaram<br />

na<strong>da</strong>, mas na hora de reproduzir o fazem<br />

com tal competência que fica melhor<br />

que o original”. E dizia: “Os cearenses são<br />

os japoneses <strong>da</strong> cozinha”.


Comportamento Ariane Urbanetto<br />

As dificul<strong>da</strong>des para conciliar a carreira<br />

e a materni<strong>da</strong>de podem afetar decisivamente<br />

a fertili<strong>da</strong>de feminina, no futuro? As<br />

respostas para este questionamento foram<br />

reuni<strong>da</strong>s por pesquisadores <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

do Estado <strong>da</strong> Pensilvânia e divulga<strong>da</strong>s<br />

num artigo publicado recentemente no<br />

Family Relations Journal.Quando falamos<br />

em materni<strong>da</strong>de e carreira, primeiro, é preciso<br />

lembrar que homens bem-sucedidos<br />

não têm de li<strong>da</strong>r com nenhum tipo de opção<br />

muito difícil no âmbito pessoal. Geralmente,<br />

homens no mundo todo, que exercem<br />

qualquer profissão, inclusive os cargos diretivos,<br />

expressam livremente o desejo de ter<br />

filhos e os têm. Na ver<strong>da</strong>de, “quanto mais<br />

realizado o homem”, maior é a probabili<strong>da</strong>de<br />

de que ele se case e tenha filhos.<br />

Com as mulheres ocorre o inverso…<br />

Elas enfrentam os mesmos desafios que os<br />

homens em longos expedientes e sofrem<br />

as mesmas pressões de quem ocupa cargos<br />

importantes. Contudo, há desafios que são<br />

próprios de ca<strong>da</strong> sexo.<br />

“A história <strong>da</strong> mulher no mercado de<br />

trabalho está sendo escrita com base em<br />

dois quesitos: a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa de fecundi<strong>da</strong>de<br />

e o aumento do nível de instrução<br />

<strong>da</strong> população feminina. Estes fatores vêm<br />

acompanhando, passo a passo, a crescente<br />

inserção <strong>da</strong> mulher no mercado de trabalho<br />

e a elevação de sua ren<strong>da</strong>”, explica o ginecologista<br />

Jonathas Borges Soares, diretor do<br />

Projeto ALFA, Aliança de Laboratórios<br />

de Fertilização Assisti<strong>da</strong>.<br />

UM UNIVERSO MASCULINO...<br />

E quando falamos em mercado de trabalho<br />

e igual<strong>da</strong>de de oportuni<strong>da</strong>des entre<br />

homens e mulheres, precisamos mencionar<br />

que as emprega<strong>da</strong>s enfrentam uma mesma<br />

dificul<strong>da</strong>de global: o preconceito contra a<br />

www.marciawirt.com.br<br />

Dia Internacional <strong>da</strong> Mulher: dificul<strong>da</strong>des<br />

para li<strong>da</strong>r com a carreira e a materni<strong>da</strong>de<br />

afetam a fertili<strong>da</strong>de<br />

Por que as mulheres ain<strong>da</strong> se<br />

sentem forçados a escolher entre<br />

filhos e carreira, ain<strong>da</strong> hoje, em<br />

2012?<br />

materni<strong>da</strong>de. O ambiente de trabalho ain<strong>da</strong><br />

não contempla as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> mulher.<br />

São necessárias muitas mu<strong>da</strong>nças para que<br />

a materni<strong>da</strong>de e o sucesso profissional possam<br />

caminhar lado a lado: jorna<strong>da</strong>s flexíveis,<br />

possibili<strong>da</strong>de de trabalhar à distância, oferta<br />

dissemina<strong>da</strong> de benefícios, como creches.<br />

“O abismo salarial que ain<strong>da</strong> persiste<br />

entre homens e mulheres é fruto principalmente<br />

<strong>da</strong>s penali<strong>da</strong>des impostas à mulher<br />

no momento em que ela interrompe a<br />

carreira para ter filhos. De acordo com estudos<br />

recentes, uma fração ca<strong>da</strong> vez maior<br />

do abismo salarial se deve à materni<strong>da</strong>de e<br />

à educação dos filhos, que acabam por interferir<br />

na carreira <strong>da</strong>s mulheres – e não na<br />

dos homens –, afetando permanentemente<br />

seu salário potencial”, destaca o médico.A<br />

ideia de que as mulheres deveriam imitar,<br />

com o mesmo grau de sucesso, o modelo<br />

competitivo masculino é um complicador<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moderna porque os maridos ain<strong>da</strong><br />

não assumiram uma fatia significativa <strong>da</strong>s<br />

responsabili<strong>da</strong>des tradicionalmente atribuí<strong>da</strong>s<br />

a elas no plano doméstico.<br />

“Mesmo mulheres casa<strong>da</strong>s, com salários<br />

superiores aos dos maridos, se vêem<br />

obriga<strong>da</strong>s a li<strong>da</strong>r com a maior parte <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des<br />

domésticas. Poucos são os<br />

maridos que se ocupam do próprio trabalho<br />

e assumem a responsabili<strong>da</strong>de pela preparação<br />

<strong>da</strong>s refeições, os cui<strong>da</strong>dos com a roupa<br />

suja e/ou a limpeza <strong>da</strong> casa. No tocante aos<br />

filhos, o desempenho deles também não é<br />

melhor”, observa Jonathas Soares.<br />

MATERNIDADE ADIADA<br />

De acordo com <strong>da</strong>dos de uma pesquisa<br />

do Center for Work-Life Policy, que reuniu<br />

<strong>da</strong>dos de americanas e britânicas, quase<br />

metade, 43% <strong>da</strong>s mulheres <strong>da</strong> Geração X<br />

com nível universitário – aquelas que atualmente<br />

estão entre as i<strong>da</strong>des de 33 a 46<br />

anos – não têm filhos. Três quartos dessas<br />

mulheres sem filhos estão em relações estáveis,<br />

ou seja, o fato delas ain<strong>da</strong> não serem<br />

mães, provavelmente não é por falta de um<br />

parceiro. Será culpa <strong>da</strong> carreira?<br />

As mulheres pagam um preço maior<br />

pela ascensão profissional porque os primeiros<br />

anos “de batalha” se sobrepõem,<br />

quase que exatamente, aos anos mais<br />

apropriados para a materni<strong>da</strong>de. É difícil<br />

diminuir o ritmo nos estágios iniciais, acreditando<br />

que mais tarde será possível compensar<br />

o atraso. “As mulheres jovens aprendem<br />

que as pessoas bem-sucedi<strong>da</strong>s devem<br />

se dedicar à carreira na faixa dos 20 anos e<br />

canalizar to<strong>da</strong> a sua energia para o trabalho,<br />

durante pelo menos dez anos, se quiserem<br />

ter sucesso. Acontece que, seguindo esta recomen<strong>da</strong>ção,<br />

é bem provável que as mulheres<br />

se vejam com 35 anos ou mais e ain<strong>da</strong><br />

sem tempo para pensar na possibili<strong>da</strong>de de<br />

ter filhos. É exatamente nesta etapa <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

que a infertili<strong>da</strong>de pode se tornar um problema,<br />

conforme provam inúmeros casos.<br />

E mesmo com o emprego <strong>da</strong>s técnicas de<br />

reprodução humana assisti<strong>da</strong>, é bom saber<br />

que as chances de gravidez até 35 anos de<br />

i<strong>da</strong>de são de 40% a 50%. Acima de 40 anos,<br />

a taxa de sucesso é de 10% , diz o diretor do<br />

Projeto ALFA.<br />

CARREIRA X MATERNIDADE<br />

A maior pressão senti<strong>da</strong> hoje pela mulher<br />

não é a de provar sua competência, mas<br />

sim o próprio desejo de conciliar o trabalho<br />

com a família. O difícil balanço entre a vi<strong>da</strong><br />

profissional e a pessoal está na raiz de grande<br />

parte <strong>da</strong> insatisfação manifesta<strong>da</strong> pelas<br />

mulheres no mercado de trabalho.<br />

“O fato de que tantas profissionais sejam<br />

força<strong>da</strong>s a descartar a materni<strong>da</strong>de é<br />

uma injustiça flagrante, além de afetar significativamente<br />

os negócios em todo o mundo.<br />

Se grande parte <strong>da</strong>s mulheres que insiste em<br />

seguir carreira fica impedi<strong>da</strong> de constituir família,<br />

outra parte igualmente grande e que<br />

opta pela família é obriga<strong>da</strong> a encerrar a carreira”,<br />

informa Jonathas Soares.<br />

Diversas pesquisas no campo dos recursos<br />

humanos já apontaram que as mulheres<br />

se sentem mais felizes quando têm<br />

uma carreira e uma família ao mesmo tempo.<br />

“Precisamos fazer esta notícia ecoar,<br />

transpondo as barreiras corporativas, culturais<br />

e sociais”, defende o ginecologista.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 13


Política<br />

A era do<br />

oportunismo<br />

As últimas semanas trazem acontecimentos<br />

reveladores de um aspecto<br />

peculiar <strong>da</strong> “luta política” no Brasil,<br />

como a entendem o PT e o governo que<br />

ele lidera. Poderia ser resumido em dois<br />

conceitos: o relativismo como ideologia<br />

e a tática de recolher dividendos políticos<br />

sem se envolver diretamente, tirando,<br />

como se diz, a castanha do fogo com<br />

a mão do gato.<br />

A moral <strong>da</strong> fábula do macaco esperto,<br />

que, faminto, man<strong>da</strong>va o bichano recolher<br />

as castanhas <strong>da</strong>s brasas, esteve visível nos<br />

sucessivos movimentos na USP. A chama<strong>da</strong><br />

extrema esquer<strong>da</strong> desencadeou ações violentas,<br />

e o petismo saiu a criticar a “falta de<br />

diálogo” e a “falta de democracia”, que supostamente<br />

estariam na raiz dos distúrbios.<br />

De olho no voto moderado, o PT não<br />

quer para si os ônus do radicalismo ultraminoritário,<br />

mas pretende sempre recolher os<br />

bônus de apresentar-se como a solução ideal<br />

para evitar essa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de movimento<br />

político. Como se, em algum lugar do mundo<br />

ou momento <strong>da</strong> história, o extremismo,<br />

de direita ou de esquer<strong>da</strong>, tivesse sido contido<br />

apenas com diálogo e negociação. É<br />

um discurso conveniente, pois se apresenta<br />

como alternativa “racional” de poder. Uma<br />

vez lá, os tais movimentos serão cooptados<br />

na base <strong>da</strong> fisiologia e, se necessário, <strong>da</strong> repressão.<br />

Os críticos exigirão “coerência”, e o<br />

partido fará ouvidos moucos.<br />

Mas a vi<strong>da</strong> é mais complica<strong>da</strong> do que<br />

esses esquemas espertos. À medi<strong>da</strong> que vai<br />

acumulando força, o PT precisa li<strong>da</strong>r com<br />

desafios concretos, e aí surge a utili<strong>da</strong>de do<br />

relativismo. Querem um exemplo? Quando<br />

um governante adversário cui<strong>da</strong> de garantir<br />

o cumprimento <strong>da</strong> lei e de manter a ordem<br />

pública, o aparato de comunicação sustentado<br />

com verbas públicas sai a campo para<br />

denunciá-lo, atacá-lo, desgastá-lo a qualquer<br />

custo. Quando, no entanto, esse governante<br />

é do PT ou aliado próximo, a posição<br />

inverte-se.<br />

Se o adversário cumpre a lei, é acusado<br />

de “criminalizar os movimentos sociais”;<br />

quando um deles cumpre a mesma lei, então<br />

14 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

José Serra<br />

Ex-governador de Saõ Paulo<br />

são eles a criminalizar. Assim, os PMs em<br />

greve na Bahia governa<strong>da</strong> pelo PT são chamados<br />

de “bandidos”. Cadê o exercício do<br />

entendimento, a tolerância? Em São Paulo,<br />

em 2008, o PT ajudou na organização de<br />

uma marcha de policiais civis grevistas em<br />

direção ao Palácio dos Bandeirantes — marcha<br />

que, felizmente, não atingiu os objetivos<br />

sangrentos almejados.<br />

Em estados governados pelo petismo<br />

e aliados, são rotineiras as reintegrações<br />

de posse, mas quando precisa acontecer em<br />

São Paulo, por exemplo, a mando <strong>da</strong> Justiça<br />

e sempre sob a sua supervisão, o PT – e eis<br />

de novo a história <strong>da</strong>s castanhas – cavalga<br />

o extremismo alheio para denunciar inexistentes<br />

violações sistemáticas dos direitos<br />

humanos. Nunca ofereceu uma possível<br />

solução ao problema social específico, mas<br />

apresenta-se incontinenti quando sente a<br />

possibili<strong>da</strong>de de sangue humano ser vertido<br />

e transformado em ativo político.<br />

Vivemos uma era em que o oportunismo<br />

político do PT acabou ganhando o status<br />

de virtude. Perde-se qualquer referência<br />

universal ou moral de certo e errado, e essa<br />

separação é substituí<strong>da</strong> por outra. Se é o<br />

partido quem faz, tudo será sempre correto<br />

— os fins justificam os meios, seja lá quais<br />

forem esses fins. Se é o adversário, tudo<br />

estará sempre errado, pois suas intenções<br />

sempre seriam viciosas. A política torna-se<br />

definitivamente amoral.<br />

É uma lógica que acaba derivando para<br />

o cômico em algumas situações. No atual<br />

governo, os ministros foram divididos em<br />

duas classes. Alguns são blin<strong>da</strong>dos, podem<br />

<strong>da</strong>r de ombros quando são alvos de acusações;<br />

outros são lançados ao mar sem muita<br />

cerimônia. Quando é do PT, especialmente<br />

se for do grupo próximo, a proteção é altíssima.<br />

Mas, se tiver a sorte menor de ser apenas<br />

um “aliado” — conceito que embute a<br />

possibili<strong>da</strong>de de se tornar futuramente um<br />

adversário —, logo aparecem os vazamentos<br />

<strong>da</strong>ndo conta de que “o Palácio” mandou<br />

o infeliz explicar-se no Congresso, a senha<br />

para informar aos leões que há carne fresca<br />

na arena.<br />

POLíTICAS PúBLICAS<br />

Essa amorali<strong>da</strong>de essencial estende-<br />

-se às políticas públicas. Em 2007, quando<br />

governador de São Paulo, aflito com o congestionamento<br />

aeroportuário, propus ao<br />

presidente Lula e sua equipe a concessão à<br />

iniciativa priva<strong>da</strong> de Viracopos, cujo potencial<br />

de expansão é imenso. Na<strong>da</strong> aconteceu.<br />

Na campanha eleitoral de 2010, a proposta<br />

de concessões foi sataniza<strong>da</strong>. Pois o novo<br />

governo petista adotou-a em segui<strong>da</strong>! Perdemos<br />

cinco anos! E adotou-a privatizando<br />

também o capital estatal: o governo torna-<br />

-se sócio minoritário (49% <strong>da</strong>s ações) e oferece<br />

crédito subsidiado (pelos contribuintes,<br />

é lógico) do BNDES. Tudo o que era pra<br />

lá de execrado passou a ser “pragmatismo”,<br />

“privatização de esquer<strong>da</strong>”.<br />

O ridículo comparece também à internet,<br />

onde a tropa de choque remunera<strong>da</strong>,<br />

direta ou indiretamente, com dinheiro público<br />

e treina<strong>da</strong> para atacar a reputação alheia<br />

desperta ou se recolhe em ordem uni<strong>da</strong>, não<br />

conforme o tema, mas segundo os atores.<br />

São os indignados profissionais e seletivos.<br />

Como aquelas antigas claques de auditório,<br />

seguindo disciplina<strong>da</strong>mente as placas que alternam<br />

“aplaudir”, “silenciar” e “vaiar”.<br />

Vivemos tempos complicados, um<br />

tanto obscuros, algo assim como “se Deus<br />

está morto tudo é permitido” — e chamam<br />

de “pragmatismo” o oportunismo<br />

deslavado. A oposição, a despeito de notáveis<br />

destaques individuais, confunde-se<br />

no jogo, <strong>da</strong>do o seu modesto tamanho,<br />

mas também porque alguns são sensíveis<br />

aos eventuais salamaleques e piscadelas<br />

dos donos do poder. Um adesismo<br />

travestido de “sabedoria”. A política real<br />

vai se reduzindo a expedientes necessários<br />

à manutenção do poder e à mitigação<br />

do apetite dos aliados. A conservação do<br />

statu quo supõe uma oposição não mais<br />

do que administrativa e burocrática. Parece<br />

que a nova clivagem <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pública é<br />

esta: estar ou não na base alia<strong>da</strong>, de sorte<br />

que a política se definiria entre os que são<br />

governo e os que um dia serão.<br />

Não sou o único que pensa assim, mas<br />

sou um deles: política também se faz com<br />

princípios, programa e coerência. E disso não<br />

se pode abrir mão, no poder ou fora dele.


A vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> gente<br />

Fracasso não<br />

é acidente!<br />

A vi<strong>da</strong> dá sinais. É preciso estar atento<br />

a eles para não se achar surpreendido por<br />

um resultado aparentemente óbvio. Essa<br />

percepção é o seu leme. Pode levá-lo a navegar<br />

por belas costas marítimas, longínquos<br />

oceanos, atracar em um ribeiro ou nem sair<br />

do porto, com medo <strong>da</strong> maré.<br />

Saber que você é que está no leme é<br />

tanto uma boa, quanto uma má notícia. A<br />

má é que a carga está no seu barco. A boa,<br />

que a escolha é sua.<br />

Quando decidi conquistar o tetracampeonato<br />

mundial de karate, sabia exatamente<br />

o que tinha que superar. É ingênuo<br />

negar que existem reações fisiológicas relevantes<br />

para ca<strong>da</strong> pensamento. Especialmente<br />

quando deixamos esses pensamen-<br />

<strong>Carla</strong> <strong>Ribeiro</strong><br />

Advoga<strong>da</strong>, Mestre em Sociologia, Tetracampeã Mundial de Karatê<br />

tos serem mais forte<br />

do que queremos.<br />

Por essa razão, dominar<br />

meus pensamentos<br />

sempre foi<br />

uma estratégia de<br />

combate para mim.<br />

A determinação de<br />

vencer, me fazia, literalmente,<br />

escolher<br />

os pensamentos que teriam lugar na minha<br />

mente. É claro que as queixas sequer tinham<br />

lugar. Não importa se a dor era forte,<br />

se o árbitro um insano, se a organização do<br />

evento exigia fôlego de maratonista; minha<br />

mente determinava meu comportamento.<br />

Nessa experiência de vi<strong>da</strong>, minhas ações só<br />

tinham um foco: o 1º lugar no pódium. O 2º<br />

lugar estava reservado ao primeiro perdedor,<br />

não para mim. Lutas invictas, técnicas<br />

aplica<strong>da</strong>s, me<strong>da</strong>lhas doura<strong>da</strong>s no peito e a<br />

certeza de missão cumpri<strong>da</strong>.<br />

Quando refletimos sobre algumas situações<br />

de vi<strong>da</strong>, percebemos que ela não<br />

poderia estar diferente! Basta perguntar a<br />

si mesmo “por que com os pensamentos,<br />

comportamentos e escolhas que tenho, te-<br />

ria uma vi<strong>da</strong> diferente?” Afinal, eles se refletem<br />

nas nossas ações!<br />

Se assimilarmos essa percepção, entenderemos<br />

nossa história de vi<strong>da</strong>. Porém,<br />

proponho mais que compreender: mu<strong>da</strong>r.<br />

Se conseguirmos dominar essas percepções,<br />

isso se refletirá nas nossas opções. Dessa<br />

forma, não haverá questionamentos sobre<br />

porque a situação é essa, mas porque ela seria<br />

diferente.<br />

Esses sinais de vi<strong>da</strong> que anunciam um<br />

fracasso são aqueles que você não deu bola<br />

quando percebeu, no namoro, que aquela<br />

pessoa não te faria feliz no casamento, mas<br />

casou assim mesmo. Ou quando sentiu que<br />

aquele negócio era muito confuso, não <strong>da</strong>ria<br />

certo, mas assim mesmo assinou os papéis.<br />

Que bom! A vi<strong>da</strong> dá sinais. A dica é<br />

considerar atentamente a todos, antes de<br />

ca<strong>da</strong> escolha. Seja feliz!<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 15


Advertência<br />

A intervenção<br />

necessária<br />

é fun<strong>da</strong>mental o interesse do Ministério<br />

<strong>da</strong> Saúde no sentido de desven<strong>da</strong>r<br />

o que realmente aconteceu no<br />

atendimento dos hospitais privados do<br />

DF, Santa Lúcia, Santa Luzia e Planalto,<br />

que resultou na morte do Secretário de<br />

Recursos Humanos do Min. do Planejamento,<br />

dia 19 de janeiro. A investigação<br />

que está sendo feita pela competente<br />

Policia Civil do DF, deve revelar o<br />

que muitos usuários nos hospitais particulares<br />

já conhecem e sofrem antecipa<strong>da</strong>mente<br />

no atendimento por ter de<br />

oferecer, principalmente, uma caução<br />

financeira, geralmente exorbitante.<br />

16 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

Carlos Campbell<br />

Jornalista<br />

Realmente, há um descaso <strong>da</strong> rede priva<strong>da</strong><br />

de hospitais e uma lógica perversa onde<br />

o fator econômico é primeiro avaliado quando<br />

o paciente é quem deveria ser examinado<br />

e, só depois, é que se veria se este paciente<br />

tem um plano de saúde ou como pode pagar<br />

e se quer pagar pelos serviços de saúde<br />

de que necessita. Caso contrário, o próprio<br />

hospital particular deveria ter a obrigação de<br />

remover o paciente para o hospital público,<br />

já com as indicações do exame feito.<br />

Nas urgências dos pronto-socorros dos<br />

hospitais particulares está a perspectiva humanitária<br />

aos pacientes que deles se socorrem<br />

e que podem evitar tragédias como a de<br />

Duvanier Paiva e de tantas outras pessoas<br />

que morrem por falta de atendimento ante<br />

uma situação já conheci<strong>da</strong> nos hospitais particulares<br />

mas escancara<strong>da</strong> como a deste fato<br />

que interessou ao governo federal por se tratar<br />

de um funcionário público graduado.<br />

Duvanier passa, mas sua morte deveria<br />

servir para modificar o sistema privado<br />

de saúde no Brasil, através de leis que contemplem<br />

sanções severas inclusive de descredenciamento<br />

e até de impedimento do<br />

exercício como hospital. O médico, como<br />

sabemos, é o profissional que cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

de pessoas e, como tal, tem compromissos<br />

sociais. Quando seu compromisso passa a<br />

ser econômico, a vi<strong>da</strong> é relega<strong>da</strong> a outros<br />

planos e corre os riscos <strong>da</strong> sorte.


Segurança<br />

Ponto para o governador Agnelo<br />

queiroz com a implantação do sistema<br />

de vigilância e monitoramento de<br />

Brasília, que agora está reforçado com<br />

37 câmeras instala<strong>da</strong>s na área central<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. As câmeras foram coloca<strong>da</strong>s<br />

pela Secretaria de Segurança Pública<br />

em pontos como os setores hoteleiros<br />

Sul e Norte, setores de Diversões Sul<br />

e Norte e Eixo Monumental. O GDF<br />

investiu R$ 785 mil no sistema, e<br />

a espectativa é que essa medi<strong>da</strong> se<br />

esten<strong>da</strong> a outras áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de nos<br />

próximos meses. Os lagos Sul e Norte<br />

também serão beneficiados no futuro,<br />

segundo a Secretaria.<br />

“A instalação faz parte do sistema<br />

de monitoramento inteligente do DF.<br />

Em função do seu alcance, as câmeras<br />

representam importante instrumento de<br />

combate à criminali<strong>da</strong>de, já que com elas<br />

será possível traçar políticas de prevenção<br />

mais eficazes, além de facilitar a resolução<br />

de crimes”, explicou o governador Agnelo<br />

Queiroz. “Iniciamos o sistema pela área<br />

central porque, além de ser uma região de<br />

grande circulação bancária, é onde temos<br />

Faça a coisa<br />

certa, você está<br />

sendo filmado<br />

registra<strong>da</strong>s as maiores incidências de<br />

delitos”, destacou.<br />

O governador ressaltou também<br />

que a medi<strong>da</strong> adota<strong>da</strong> agora “ é uma<br />

pequena amostra do que vamos fazer. Com<br />

as câmeras, teremos condições de ver a<br />

placa de determinado carro ou identificar<br />

uma pessoa em alguma atitude suspeita”,<br />

exemplificou.<br />

EM TEMPO REAL<br />

As 37 câmeras serão monitora<strong>da</strong>s<br />

por 135 funcionários <strong>da</strong> Ciade. Policiais<br />

civis e militares, bombeiros militares e<br />

servidores do Departamento de Trânsito do<br />

DF (Detran) estarão conectados 24 horas<br />

por dia, sete dias por semana, às imagens<br />

transmiti<strong>da</strong>s pelas câmeras.<br />

Para uma maior eficiência do serviço,<br />

foram instala<strong>da</strong>s câmeras móveis e fixas.<br />

As fixas vão captar imagens sempre de um<br />

mesmo ângulo. Já as móveis vão permitir<br />

ajustar o ângulo de acordo com a necessi<strong>da</strong>de<br />

de monitoramento. To<strong>da</strong>s contam com<br />

sistema infravermelho, que permite<br />

capturar imagens com boa visibili<strong>da</strong>de,<br />

mesmo em locais com iluminação deficiente<br />

ou na falta dela. As<br />

câmeras móveis<br />

permitem a<br />

ampliação <strong>da</strong><br />

imagem em até<br />

18 vezes.<br />

As câmeras<br />

<strong>da</strong> área central<br />

de Brasília são<br />

as primeiras que<br />

entraram em funcionamento.<br />

O governador Agnelo informou que 900<br />

câmeras serão instala<strong>da</strong>s em todo o Distrito<br />

Federal até a Copa do Mundo de 2014.<br />

As próximas serão nas áreas centrais de<br />

Taguatinga e Ceilândia.<br />

O processo de aquisição <strong>da</strong>s câmeras<br />

que vão monitorar as duas ci<strong>da</strong>des está<br />

em fase de licitação. A compra do material<br />

deve acontecer ain<strong>da</strong> no primeiro semestre,<br />

e previsão é de que o sistema e steja em<br />

funcionamento até o final deste ano.<br />

“Até a Copa <strong>da</strong>s Confederações, em 2013,<br />

quase a totali<strong>da</strong>de dessas câmeras estará<br />

em funcionamento”, afirma o governador.<br />

“Deixaremos um legado importante para<br />

a população na área de segurança pública.<br />

O monitoramento não contará somente<br />

com a participação <strong>da</strong>s forças de segurança,<br />

ser´pa feito de forma integra<strong>da</strong> com<br />

outros órgãos do governo responsáveis por<br />

áreas como saúde, energia, saneamento e<br />

transporte”, afirma o governador.<br />

O trabalho articulado já é colocado<br />

em prática. De acordo com o secretário<br />

de Segurança Pública, Sandro Avelar, a<br />

Companhia Energética de Brasília (CEB),<br />

em conjunto com setores <strong>da</strong> área de<br />

segurança, mapeou pontos críticos do DF<br />

onde há grande incidência de crimes para<br />

promover a melhoria <strong>da</strong> iluminação nesses<br />

locais. “São 240 áreas que serão prioriza<strong>da</strong>s<br />

pelo governo no combate à criminali<strong>da</strong>de”,<br />

afirma o secretário.<br />

REDE PRIVADA<br />

Agnelo Queiroz destacou também que<br />

o GDF estu<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong>, a utilização de câmeras<br />

priva<strong>da</strong>s, de estabelecimentos comerciais<br />

ou hotéis, por exemplo, no sistema de<br />

monitoramento coordenado pela Ciade. O<br />

compartilhamento de imagens de câmeras<br />

de outros órgãos públicos, como as do<br />

Departamento de Estra<strong>da</strong>s de Ro<strong>da</strong>gem<br />

do DF (DER-DF) que monitoram os eixos<br />

Rodoviários Sul e Norte, também está<br />

sendo avaliado pelo GDF. Outra negociação<br />

em vigor é o repasse <strong>da</strong>s imagens feitas<br />

pelas câmeras instala<strong>da</strong>s em algumas áreas<br />

do DF pelo Programa Nacional de Segurança<br />

Pública com Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia (Pronasci), do<br />

governo federal.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 17


O amor é lindo<br />

Os kits para o Dia <strong>da</strong>s<br />

Mulheres estão sendo<br />

comercializados a preços<br />

que variam de<br />

R$ 39,95 a R$ 79,95.<br />

Há descontos para<br />

compras efetua<strong>da</strong>s em<br />

quanti<strong>da</strong>de.<br />

Kits especiais que combinam os três<br />

presentes que agra<strong>da</strong>m a to<strong>da</strong>s as mulheres<br />

- flores, chocolates e produtos de<br />

beleza – já estão sendo preparados para<br />

a comemoração do Dia Internacional <strong>da</strong><br />

Mulher, em 8 de março.<br />

Para alavancar as ven<strong>da</strong>s de flores no<br />

Dia Internacional <strong>da</strong> Mulher, comemorado<br />

em 8 de março, a Flores4all, única online do<br />

Brasil que entrega flores frescas em todo o<br />

país diretamente dos produtores de Holambra<br />

decidiu criar kits com os três presentes<br />

que agra<strong>da</strong>m a maior parte <strong>da</strong>s mulheres:<br />

flores frescas, produtos de beleza e chocolates.<br />

A expectativa de Jerry van der Spek,<br />

proprietário <strong>da</strong> Flores4all, é um incremento<br />

de aproxima<strong>da</strong>mente 30% nas ven<strong>da</strong>s, motivado<br />

pela pratici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> compra dos presentes<br />

pela internet, já com a possibili<strong>da</strong>de<br />

de agen<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> entrega.<br />

“Recebemos solicitações de empresas<br />

que pretendem homenagear suas funcio-<br />

Kit para o Dia <strong>da</strong> Mulher<br />

pode conter flores e<br />

maquiagem<br />

Bombons<br />

também acompanham<br />

flores no Dia <strong>da</strong> Mulher<br />

Orquídeas, chocolates e cosméticos.<br />

Presentes para o Dia <strong>da</strong> Mulher<br />

As encomen<strong>da</strong>s são feitas por meio do<br />

site www.flores4all.com.br<br />

ou pelo e-mail<br />

contato@flores4all.com.br.Informações.<br />

18 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

nárias no Dia Internacional <strong>da</strong> Mulher com<br />

flores, mas querem agregar valor ao presente.<br />

Por isso criamos os kits que reúnem<br />

flores e chocolates ou fores e cosméticos, seguramente<br />

os presentes que agra<strong>da</strong>m praticamente<br />

to<strong>da</strong>s as mulheres”, explica Jerry.<br />

“Apesar <strong>da</strong> agili<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> pela<br />

internet, as empresas melhor organiza<strong>da</strong>s<br />

já estão realizando a pesquisa de presentes<br />

e solicitando orçamentos para garantir a<br />

disponibili<strong>da</strong>de dos produtos na <strong>da</strong>ta deseja<strong>da</strong>”,<br />

diz.<br />

As flores escolhi<strong>da</strong>s pela Flores4All<br />

para compor os kits para o Dia <strong>da</strong> Mulher<br />

é a orquidea Phaleanopsis branca, além<br />

<strong>da</strong>s tradicionais rosas e outras buquês.<br />

“Essas flores possuem um singulari<strong>da</strong>de<br />

em suas pétalas e uma plurali<strong>da</strong>de de cores<br />

que agra<strong>da</strong> quem as recebe e deixa o<br />

ambiente festivo”, justifica. Junto com as<br />

flores e o presente, estão incluídos no kit<br />

um vaso decorativo e o cartão, que pode<br />

ser personalizado.


Meio ambiente<br />

Irajá Abreu incentiva a<br />

silvicultura no Tocantins<br />

O deputado federal Irajá Abreu<br />

(PSD) apresentou, em abril de 2011,<br />

sugestão ao Governo do Estado do Tocantins<br />

para elaboração de uma lei<br />

visando à implantação <strong>da</strong> Licença Ambiental<br />

única (LAU).<br />

A Lei Nº 2.476, sugeri<strong>da</strong> pelo deputado<br />

Irajá Abreu, foi aprova<strong>da</strong> pela Assembléia<br />

Legislativa do Tocantins e sanciona<strong>da</strong> em 8<br />

de julho de 2011, pelo governador Siqueira<br />

Campos.<br />

Irajá Abreu considera que a aprovação<br />

<strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> Licença Ambiental Única é significativa<br />

para modernização e adequação <strong>da</strong><br />

legislação e já apresenta resultados práticos<br />

expressivos.<br />

“A Lei que dispõe sobre a Licença Ambiental<br />

Única (LAU) é uma conquista relevante<br />

para os produtores rurais do Tocantins.<br />

Um exemplo dos efeitos práticos <strong>da</strong><br />

desburocratização <strong>da</strong>s licenças ambientais<br />

para as proprie<strong>da</strong>des rurais e para as ativi<strong>da</strong>des<br />

agrossilvipastoris. Tenho certeza que<br />

a conquista significativa de ampliação em<br />

Lei Federal<br />

40% <strong>da</strong> área de silvicultura no Estado já é<br />

resultado <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> LAU”, enfatiza<br />

o deputado.<br />

Levantamento realizado pela Subsecretaria<br />

de Produção de Energias Limpas <strong>da</strong><br />

Secretaria <strong>da</strong> Agricultura, <strong>da</strong> Pecuária e do<br />

Desenvolvimento Agrário, divulgado no dia<br />

19 de janeiro, aponta que em 2011 a área de<br />

florestas planta<strong>da</strong>s no Tocantins passou de<br />

58 mil para 82 mil hectares, contabilizando<br />

o percentual de crescimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de<br />

silvicultura no Estado.<br />

O deputado Irajá Abreu também aponta<br />

como fatores decisivos para o crescimento<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des agrossilvipastoris no Tocantins<br />

a gestão responsável e empreendedora<br />

do governador Siqueira Campos que<br />

está implantando o Plano Florestal<br />

do Tocantins e o Programa de Adequação<br />

Ambiental de Proprie<strong>da</strong>de<br />

e Ativi<strong>da</strong>de Rural –TO LEGAL.<br />

O parlamentar afirma que o<br />

Plano Florestal do Tocantins prevê<br />

várias ações: a realização de<br />

A exemplo <strong>da</strong> lei que foi sanciona<strong>da</strong> pelo governador Siqueira<br />

Campos e já está em vigor no Tocantins, o deputado federal Irajá<br />

Abreu apresentou o projeto de lei 2163/2011 na Câmara<br />

dos Deputados que dispõe sobre o licenciamento ambiental<br />

para a instalação, a ampliação e o funcionamento de<br />

empreendimentos agropecuários, florestais ou agrossilvipastoris.<br />

O projeto de lei foi aprovado na Comissão de<br />

Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento<br />

e Desenvolvimento Rural (CAPADR),<br />

está em análise na Comissão de Meio Ambiente e<br />

Desenvolvimento Sustentável (CMADS), e tem<br />

como objetivo possibilitar que os benefícios<br />

práticos para a economia, a geração de emprego<br />

e ren<strong>da</strong> e o setor produtivo, que estão<br />

sendo registrados no Tocantins, possam<br />

ser estendidos para todo o Brasil.<br />

amplos estudos de zoneamento econômico-<br />

-ecológico; a implantação de políticas de incentivo<br />

fiscal; de infraestrutura logística; o<br />

oferecimento de linhas de crédito específicas<br />

de incentivo à ativi<strong>da</strong>de; a realização de<br />

ações para a desburocratização de licenças<br />

ambientais e regularização fundiária; qualificação<br />

<strong>da</strong> mão de obra e o oferecimento de<br />

apoio técnico.<br />

“Acredito, portanto, que com os avanços<br />

na gestão e na legislação vamos ampliar<br />

a nossa área de florestas planta<strong>da</strong>s para 300<br />

mil hectares e elevar o Tocantins ao 7º lugar<br />

no ranking brasileiro. Desta forma, reafirmamos<br />

a vocação do Estado para a implantação<br />

de ativi<strong>da</strong>des econômicas condizentes<br />

com o desenvolvimento sustentável,<br />

com as perspectivas<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ambientalmente<br />

responsáveis e<br />

com o moderno conceito<br />

de economia verde”, afirma<br />

Irajá Abreu.<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 19


Acabou, mas foi bom<br />

No carnaval do Rio, sempre lindo<br />

Foi lindo. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião,<br />

nordestino arretado, sanfoneiro campeão dos<br />

oitobaixos brilhou na Sapucaí nas alegorias,<br />

no samba enrredo e na criativi<strong>da</strong>de ousa<strong>da</strong> de<br />

Paulo Barros, o carnavalesco que mais uma vez<br />

encantou a aveni<strong>da</strong>. Barros deu a Unidos <strong>da</strong> Tijuca<br />

o terceiro título no carnaval carioca, provando<br />

mais uma vez que na maior festa popular<br />

do planeta vence quem inova, cria e desafia. O<br />

carnavalesco, que desde 2004 faz o desfile <strong>da</strong><br />

Tijuca, e nunca ficou longe <strong>da</strong>s primeiras posições<br />

- dois titulos e dois vice-campeonatos<br />

- mais uma vez encantou o público, e teve seu<br />

trabalho reconhecido pelo Pais. O Salgueiro,<br />

muitas vezes campeão, ficou em segundo lugar,<br />

um décimo de pontos atrás <strong>da</strong> campeã. A Vila<br />

Isabel, tradicional e vitoriosa ficou em teceiro<br />

lugar, tamb ém faz endo um belo carnaval.<br />

A homenagem <strong>da</strong> Unidos <strong>da</strong> Tijuca aos 100<br />

anos a Luiz Gonzaga venceu por que foi mais competente,<br />

inovou a encantou . Mas o carnaval carioca,<br />

mais uma vez, <strong>da</strong>ndo provas de superação e<br />

disciplina leviou milhões de pessoas as ruas, fez a<br />

alegria de turistas do mundo inteiro e provou que<br />

apesar de crises, de ameaça de greve de policiais,<br />

boicote de bombeiros e outras restrições nao fugiu<br />

a tradição e mais uma vez foi um sucesso. E , como<br />

acontece todos os anos, termina já deixando no ar<br />

uma nova polemica que vai atravessar o ano sendo<br />

debati<strong>da</strong>. O Governador do Estado, Sergio Cabral,<br />

disse ain<strong>da</strong> no calor <strong>da</strong> festa que o carnaval carioca<br />

precisa de desvencilhar de vez do dominio do jogo<br />

do bicho, ter vi<strong>da</strong> própria e caminhar pelasa próprias<br />

pernas.<br />

Uma especie de carnaval ficha-limpa, segundo<br />

alguns criticos mais agudos. Cabral está certo, mas<br />

Folia de gente fina<br />

Na ver<strong>da</strong>de, o Rio de Janeiro sempre<br />

foi conhecido mundialmente pelo<br />

seu carnaval, a Sapucaí é ponto turístico<br />

e nessa época do ano as escolas desfilam<br />

espalhando uma energia contagiante.<br />

Só que nos últimos quatro anos,<br />

a ci<strong>da</strong>de resgatou a tradição dos blocos<br />

de rua, que com seu jeito democrático<br />

alavanca crianças, jovens, adultos e famílias,<br />

que fantasiados cedem lugar ao<br />

imaginário criativo. Tem fantasia simples,<br />

sofistica<strong>da</strong>s e aqueles que mesmo<br />

20 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

utópico. A intenção e a ideia são boas, mas dificil<br />

de ser aplicado na prática. Por incrivel que pareça,<br />

a coisa que mais se parece com desorganização nesse<br />

pais é o carnaval carioca. Mas talvez seja a única<br />

que sempre <strong>da</strong> certo. No Rio a festa foi lin<strong>da</strong>, em<br />

São Paulo um vexame. Marginais, travestidos de<br />

sambistas, invadiram o palanque, rasgaram papeis<br />

e tentaram melar um resultado que não aceitavam.<br />

Não deu certo, venceu quem tinha que vencer.<br />

NOS CAMAROTES, FESTA VIP<br />

Enquanto o samba rolava na aveni<strong>da</strong> Sapucaí,<br />

as Escolas faziam evoluções e o povo vibrava com<br />

a beleza <strong>da</strong> coreografia humana, nos camarotes <strong>da</strong><br />

folia moiçolas e famosos desfilavam charme e simpatia<br />

pra todos os gostos. A prefeitura do Rio trouxe<br />

a estonteante Jennifer Lopez, que cobrou dois milhões<br />

por algumas poucas horas nos camarotes <strong>da</strong>s<br />

cervejarias. Ficou de fato pouco tempo, mas o bastante<br />

para encantar com sorrisos, beijos e abraços<br />

centenas de pessoas que curtem a festa no ar condicionado,<br />

coquetéis abastados e muita animação.<br />

O ambiente é saudável, seguro e bem organizado.<br />

Quem frequenta, convi<strong>da</strong>do ou levado por alguma<br />

empresa, vê a festa de forma privilegia<strong>da</strong>, e curte<br />

muito. Pelos camarotes passam atores, jogadores de<br />

futebol, belas atrizes, empresários, cineastas e pessoas<br />

que todo mundo conhece. Divulgam o carnaval,<br />

ba<strong>da</strong>lam o evento e aparecem na<br />

midia mostrando o lado sofisticado<br />

de uma festa que , ca<strong>da</strong> vez mais, se<br />

tranforma no maior e mais rentável<br />

cartão de visita do Pais. Nossa<br />

festa atravessa o mundo, e mostra<br />

a alegria <strong>da</strong> nossa música e a beleza<br />

insuperável <strong>da</strong> mulher brasileira.<br />

Greicy Pessoa<br />

Nas ruas, a festa bem comporta<strong>da</strong><br />

sem fantasia alguma se divertem de<br />

manhã, de tarde e de noite.<br />

Não tem essa de bloco elitista ou popular,<br />

todo mundo junto e misturado caminham<br />

ao som <strong>da</strong>s marchinhas, <strong>da</strong> bateria<br />

que com sua bati<strong>da</strong> arrepia a alma e o coração.<br />

Sob o calor de quase 40 graus, os foliões<br />

esquecem a reali<strong>da</strong>de do dia-a-dia e durante<br />

quatro dias se entregam à animação efusiva.<br />

É um carnaval que resgata um enredo<br />

criativo e faz todo mundo <strong>da</strong>nçar <strong>da</strong> forma<br />

que sabe, com o samba no pé profissional ou<br />

Jennifer Lopez<br />

Rodrigo<br />

Santoro Deborah Secco<br />

Roberto Dinamite,<br />

Neymar e Fred<br />

Sabrina Sato e Fábio Faria<br />

Equipe <strong>da</strong> AMBEV no Camarote <strong>da</strong> Brahma<br />

Marcel Marcondes, José Victor Oliva, Jorge<br />

Mastroizze, Milton Seligman e Bruno Cosetino.<br />

Jornalista<br />

o rebolado amador.<br />

Conversando com um grupo de estrangeiros<br />

<strong>da</strong> Dinarmarca e dos Estados<br />

Unidos, eles pareciam estar familiarizados<br />

com aquele som e prometendo bis ano<br />

que vem. Mesmo com um português meio<br />

arranhado, John afirma que o carnaval<br />

do Rio de Janeiro é incomparável. “Já fui<br />

ao carnaval de Salvador, mas aqui é diferente,<br />

a ci<strong>da</strong>de tem um cenário peculiar e<br />

não tem como vir à essa festa uma vez só”,<br />

afirmou o turista.


Indo às compras<br />

Comprar em Miami é bom.<br />

Aqui, algumas dicas<br />

GULF STREAM:<br />

http://www.thevillageatgulfstreampark.<br />

com<br />

O mais novo Shopping aberto <strong>da</strong> Flóri<strong>da</strong><br />

(2 milhas acima do Aventura Mall).<br />

Além de ótimos restaurantes, o foco<br />

deste Shopping são as lojas de decoração:<br />

Potterry Barn; Crate&Barrel;<br />

Williams Sonoma; The Container Store;<br />

West elm; Z Gallerie são algumas<br />

delas. Estas lojas vendem de tudo,<br />

desde enfeites, pratos, copos, vasos<br />

até sofas, poltronas, tapetes, etc. Vale<br />

a pena conferir!<br />

POTTERy BARN (ADORO!!!)<br />

www.potterybarn.com<br />

ROTEIRO DE DECORAçãO EM MIAMI<br />

Encontramos em Miami uma<br />

enorme varie<strong>da</strong>de de lojas de decoração.<br />

Para quartinhos de bebê, objetos<br />

de decoração, utensílios para cozinha,<br />

móveis italianos, objetos de grife, enfim,<br />

quase impossível não encontrar<br />

o que deseja. Mas caso não encontre,<br />

é muito comum nos EUA comprar pela<br />

internet. é só pedir para entregar no<br />

hotel.<br />

Dicas:<br />

Eles possuem outras marcas como a<br />

Pottery Barn Kids e a Pbteen que vendem<br />

móveis de crianças e teenagers,<br />

além de roupinhas de bebê, jogos de<br />

cama e banho, brinquedos, decoração,<br />

etc. Diferente <strong>da</strong> Pottery Barn, a Pot-<br />

Marcela Passamani<br />

Estilista<br />

Sempre que falamos de decoração em<br />

Miami, remetemos para o Miami Design District,<br />

por ser uma região bem nova de Miami<br />

que foi to<strong>da</strong> redesenha<strong>da</strong> com o objetivo de<br />

ter os melhores restaurantes, lojas de mo<strong>da</strong>s,<br />

arte e decoração. Entretanto, o objetivo<br />

deste roteiro é apresentar lojas que estão<br />

espalha<strong>da</strong>s pela ci<strong>da</strong>de, facilitando sua programação<br />

de compras com enorme varie<strong>da</strong>de<br />

de produtos e marcas.<br />

tery Barn Kids só tem loja no shopping<br />

Merrick Park. Como a PBTeen ain<strong>da</strong><br />

não tem loja na Flóri<strong>da</strong>, só dá para<br />

comprar online.<br />

RESTORANTION HARDWARE:<br />

www.restorationhardware.com<br />

Um pouco mais clássica que a Pottery<br />

Barn. Dica: o site <strong>da</strong> empresa possui<br />

mais varie<strong>da</strong>de que a loja, mas se estiver<br />

na loja, não deixe de pedir o catálogo<br />

completo.<br />

SUR LA TABLE:<br />

www.surlatable.com/<br />

Essa loja possui tudo para cozinha,<br />

além de ser elegantérrima. O bacana é<br />

que vende marcas mais raras e difíceis<br />

de encontrar, como a marca Belga Demeyere.<br />

Fica no aventura Mall.<br />

ANTHROPOLOGIE:<br />

www.anthropologie.com<br />

Ja comentei sobre esta loja nas dicas<br />

de NY. Lá você encontra os melhores<br />

mimos e os detalhes mais charmosos<br />

para sua casa. Possui lojas no Merrick<br />

Park, Lincoln Road e no Aventura Mall.<br />

Caso precise, eles enviam mercadorias<br />

para o Brasil!<br />

LINCON ROAD:<br />

http://www.lincolnroad.org/<br />

Local obrigatório para quem visita<br />

Miami, esta rua, que fica entre a Alton<br />

Road e a Washington Avenue, possui<br />

vários restaurantes e lojinhas, entre<br />

elas, as lojas de decoração Pottery<br />

Barn e Williams Sonoma. Além disso,<br />

em alguns domingos do mês, acontece<br />

a feirinha de arte, que tem desde antigui<strong>da</strong>des<br />

até quiosques de sucos.<br />

BED BATH & BEyOND:<br />

www.bedbathandbeyond.com<br />

Vendem uma varie<strong>da</strong>de impressionante<br />

de mercadorias e marcas: - produtos<br />

de beleza, cremes, esmaltes, maquiagem<br />

- roupa de cama, travesseiros,<br />

cobertor- tapete de banheiro, toalhas,<br />

lixos, porta sabonete - panelas, torradeiras,<br />

liquidificador, forninhos, cafeteira,<br />

TODOS os utensílios que você<br />

possa imaginar para cozinha - ferro de<br />

passar roupa, aspirador de pó, produtos<br />

de limpeza - copos, pratos, jogos<br />

americanos, porta retratos.<br />

Dicas:<br />

Esta loja está sempre enviando cupons<br />

de descontos. PS: eles aceitam cupons<br />

vencidos.<br />

Boas compras e bom passeio!<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 21


Saúde é bom demais<br />

Acne atinge também<br />

mulheres adultas<br />

Adolescentes acometi<strong>da</strong>s pela acne<br />

são, muitas vezes, consola<strong>da</strong>s com a<br />

máxima: “quando você crescer, as espinhas<br />

sumirão”... Bem, é importante saber<br />

que as coisas não são bem assim...<br />

A acne agora se tornou “uma maldição”<br />

que aflige as mulheres ao longo <strong>da</strong>s suas<br />

vi<strong>da</strong>s. O sofrimento se estende <strong>da</strong> adolescência<br />

e entra na casa dos trinta. “Uma, em<br />

ca<strong>da</strong> cinco mulheres, fica choca<strong>da</strong> ao desenvolver<br />

a condição após os 25 anos de i<strong>da</strong>de.<br />

Mesmo as que nunca tiveram espinhas na<br />

adolescência podem apresentar o problema<br />

na fase adulta”, explica a dermatologista<br />

Cristine Carvalho, diretora do CDE – Centro<br />

de Dermatologia e Estética.<br />

E segundo algumas pesquisas feitas<br />

sobre o problema, o estresse é a razão mais<br />

comumente aponta<strong>da</strong> para o crescente número<br />

de mulheres com acne na vi<strong>da</strong> adulta.<br />

“O estresse faz as glândulas supra-renais liberarem<br />

mais hormônios masculinos, o que<br />

desencadeia a produção de mais oleosi<strong>da</strong>de<br />

pela pele, bloqueando os poros. No Reino<br />

Unido, as pesquisas indicam que 66% <strong>da</strong>s<br />

mulheres que são mães e trabalham fora ‘lutam<br />

contra as espinhas’<br />

”, observa<br />

a médica.<br />

Um estudo<br />

do Nantes University<br />

Hospital<br />

in France revela<br />

que as manchas<br />

provoca<strong>da</strong>s<br />

pela acne adulta<br />

apresentam-se<br />

de uma forma<br />

diferente <strong>da</strong>quelas<br />

que aparecem<br />

na adolescência.<br />

Ao contrário dos<br />

adolescentes,<br />

que tendem a ter<br />

erupções ao redor<br />

<strong>da</strong> zona T: testa,<br />

nariz e queixo, as<br />

mulheres, na casa<br />

dos vinte cinco<br />

22 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

anos, apresentam uma forma de acne que<br />

provoca manchas mais profun<strong>da</strong>s e mais<br />

difíceis de tratar. “As mulheres também<br />

são até três vezes mais propensas a sofrer<br />

de acne do que os homens. Esta diferença<br />

pode ser devido ao fato de a pele feminina<br />

ser mais sensível à ação dos hormônios<br />

masculinos sobre as glândulas sebáceas”,<br />

diz Cristine Carvalho.<br />

Outro fator que favorece o aparecimento<br />

<strong>da</strong> acne na vi<strong>da</strong> adulta é o tabagis-<br />

Márcia Wirth<br />

saude@marciawirth.com.br<br />

Níveis altos de estresse são<br />

responsáveis por surto de<br />

espinhas em executivas<br />

mo. Dois estudos recentes descobriram que<br />

mulheres fumantes sofrem com ataques de<br />

acne mais freqüentes e graves. “A nicotina é<br />

um fator que impulsiona a produção <strong>da</strong> oleosi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> pele, o que destrói as fontes de<br />

vitamina E, vitais para a reparação <strong>da</strong> pele”,<br />

explica a dermatologista, que também é<br />

chefe do Departamento de Fototerapia do<br />

Curso de Pós-Graduação em Dermatologia<br />

<strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Pele Saudável, Instituto BWS.<br />

Mu<strong>da</strong>nça no enfoque do<br />

tratamento <strong>da</strong> acne<br />

“Vivemos um momento em que é preciso reavaliar o que pensamos saber sobre a<br />

acne. É preciso reconhecer o quanto a acne afeta a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s mulheres adultas. Para muitas,<br />

ela ‘entra em ação na vi<strong>da</strong>’, mais tarde, quando elas têm que fazer malabarismos<br />

para <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong> família e <strong>da</strong> carreira, ao mesmo tempo. E como muitas <strong>da</strong>s pacientes<br />

do sexo feminino que sofre com acne tardia têm trabalhos estressantes, é muito importante<br />

aju<strong>da</strong>r a paciente a li<strong>da</strong>r com o estresse, além de tratar a pele”, defende Cristine<br />

Carvalho.<br />

Segundo a diretora do Centro de Dermatologia e Estética, o tratamento<br />

<strong>da</strong> acne adulta empregando a terapia de indução percutânea<br />

de colágeno tem sido de grande valia. “O tratamento pode ser feito por<br />

mulheres e homens que desejam amenizar as cicatrizes provoca<strong>da</strong>s pela<br />

acne. O estímulo mecânico à produção de colágeno realizado por meio do<br />

rolamento de um cilindro com pequenas agulhas provoca micro lesões na<br />

pele. Por meio deste procedimento, a produção de colágeno pode dobrar<br />

e o efeito pode, ain<strong>da</strong>, ser otimizado com a aplicação <strong>da</strong> vitamina C”,<br />

explica dermatologista.<br />

Cristine Carvalho esclarece que apesar do emprego <strong>da</strong>s microagulhas,<br />

o procedimento não causa dor ao paciente, pois antes de iniciar o<br />

procedimento, um creme anestésico é aplicado na pele. “O paciente poderá<br />

sentir suaves pica<strong>da</strong>s no local e ter pequenos sangramentos, não<br />

havendo per<strong>da</strong> de sangue”, informa.<br />

“No tratamento <strong>da</strong>s cicatrizes <strong>da</strong> acne adulta, após três sessões,<br />

com intervalo de dois meses entre ca<strong>da</strong> uma, já é possível visualizar os<br />

resultados. Ca<strong>da</strong> sessão pode levar, em média, uma hora e meia, pois,<br />

após a aplicação do anestésico na pele é preciso aguar<strong>da</strong>r 60 minutos.<br />

Para fazer o rolamento é necessário de 15 a 20 minutos. E ao final do<br />

procedimento, caso haja a aplicação <strong>da</strong> máscara de vitamina C, 15 minutos<br />

são suficientes”, explica Cristine Carvalho.


Primeira página<br />

Um resgate <strong>da</strong> triste história<br />

O Instituto Vladimir Herzog lançará<br />

no próximo dia 14 de Março, em<br />

Brasilia, o livro As Capas desta história,<br />

que reúne as primeiras páginas dos jornais<br />

<strong>da</strong> imprensa alternativa, clandestina<br />

e no exílio que se opôs ao regime<br />

ditatorial.<br />

Na pesquisa realiza<strong>da</strong>, o coordenador<br />

geral, jornalista Ricardo Carvalho, encontrou<br />

ver<strong>da</strong>deiras rari<strong>da</strong>des que compõem<br />

a obra: são mais de 300 capas de jornais<br />

alternativos, clandestinos e produzidos no<br />

exílio. O livro é produto de um trabalho<br />

de 90 dias, realizado pelos coordenadores<br />

José Luiz Del Roio (contexto) e Vladimir<br />

Sacchetta (pesquisa), com a consultoria de<br />

Carlos Azevedo, além de três pesquisadores<br />

e do editor de texto José Mauricio de Oliveira.<br />

A obra reúne jornais produzidos entre<br />

1964, ano do golpe, e 1979, quando foi aprova<strong>da</strong><br />

a Lei <strong>da</strong> Anistia, trazendo ain<strong>da</strong> capas<br />

de jornais considerados precursores <strong>da</strong>s publicações<br />

dos anos de chumbo. São imagens<br />

de jornais que ro<strong>da</strong>ram no exílio, em países<br />

como Chile, México, Suécia, Itália, França,<br />

Portugal e Argélia. Na seção dos clandestinos<br />

estão publicações <strong>da</strong>s principais tendências<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> que atuaram durante a<br />

ditadura, como a Ação Libertadora Nacional<br />

(ALN), de Carlos Marighella, que editou O<br />

Guerrilheiro, e a VAR-Palmares (Vanguar<strong>da</strong><br />

Arma<strong>da</strong> Revolucionária-Palmares), de<br />

Carlos Lamarca, que produzia o Palmares.<br />

Aparecem nesta parte jornais dos PCs (PCB<br />

e PCdoB), de organizações trotskistas e de<br />

grupos ligados à Igreja Católica.<br />

O bloco dos alternativos traz desde<br />

capas de jornais do movimento operário,<br />

estu<strong>da</strong>ntil (O Movimento), <strong>da</strong> imprensa satírica<br />

(Pif-Paf), experimentos literários, além<br />

O<br />

Ministério <strong>da</strong> Cultura, o Instituto Vladimir<br />

Herzog e a Secretaria de Direitos Humanos<br />

lançam em Brasília dia 14 de março, às 19hs,<br />

livro que resgata a imprensa que lutou contra a<br />

ditadura no Brasil<br />

A enti<strong>da</strong>de, que recebeu <strong>da</strong>s mãos <strong>da</strong><br />

presidenta Dilma Rousseff o Prêmio de<br />

Direitos Humanos, concedido pela Secretaria<br />

de Direitos Humanos <strong>da</strong> Presidência <strong>da</strong><br />

República, lança no Carpe Diem o livro As<br />

Capas desta história<br />

de publicações liga<strong>da</strong>s às causas ambiental,<br />

gay e negra. Já a parte dos precursores reúne<br />

experiências como o Correio Braziliense,<br />

que era editado em Londres, uma vez que a<br />

corte portuguesa proibia a produção de jornais<br />

no Brasil, além de outras publicações,<br />

como o Jornal Subiroff. Periódicos elaborados<br />

por exilados e até agora inéditos no Brasil<br />

se destacam ao lado de capas de jornais<br />

mais conhecidos, como Pasquim, Opinião e<br />

o Uni<strong>da</strong>de, do Sindicato dos Jornalistas de<br />

São Paulo.<br />

Além disso, o capítulo inicial Precursores<br />

desta história demonstra a tendência<br />

contestadora e questionadora <strong>da</strong> imprensa<br />

brasileira, desde seus primórdios. A <strong>Revista</strong><br />

de Antropofagia e Klaxon, liga<strong>da</strong>s ao Movimento<br />

Modernista Brasileiro <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />

1920; e o jornal A Manha, diário de crítica<br />

e sátira do Barão de Itararé, são alguns que<br />

fazem parte desta seção especial.<br />

As Capas desta história integra o projeto<br />

Resistir é Preciso..., idealizado pelo Instituto<br />

Vladimir Herzog, que tem por objetivo<br />

manter viva na memória dos<br />

brasileiros a luta <strong>da</strong> imprensa<br />

durante a ditadura, momento<br />

em que centenas de profissionais<br />

do meio foram presos, torturados<br />

e assassinados. A obra<br />

junta-se à coletânea de 12 DVDs<br />

Os Protagonistas desta História,<br />

patrocina<strong>da</strong> pela Petrobras, com<br />

depoimentos de 60 jornalistas<br />

e “fazedores de jornais” que vivenciaram<br />

e enfrentaram as dificul<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> época, lança<strong>da</strong> em<br />

Junho do ano passado.<br />

Patrocinado pelo BNDES,<br />

Camargo Corrêa e Souza Cruz<br />

e com apoio do Ministério <strong>da</strong> Cultura, por<br />

meio <strong>da</strong> Lei de Incentivo à Cultura, o livro<br />

está à ven<strong>da</strong> na Livraria Cultura e no site do<br />

Instituto Vladimir Herzog (www.vladimirherzog.org).<br />

Além disso estão sendo distribuidos<br />

gratuitamente 1.350 exemplares<br />

a bibliotecas públicas do País.<br />

Também está à ven<strong>da</strong> no portal do projeto<br />

Resistir é Preciso...(www. resistirepreciso.org.br),<br />

que contém todo o material já<br />

produzido para essa iniciativa do Instituto<br />

Vladimir Herzog.<br />

PRêMIO DE DIREITOS<br />

HUMANOS<br />

Em apenas dois anos de existência,<br />

o trabalho que vem sendo desenvolvido<br />

pelo Instituto Vladimir Herzog já obteve<br />

o reconhecimento do mais alto escalão do<br />

Governo Federal. Em Dezembro de 2011 a<br />

enti<strong>da</strong>de foi vencedora, na categoria Ver<strong>da</strong>de<br />

e Memória, <strong>da</strong> 17ª edição do Prêmio de<br />

Direitos Humanos, concedido pela Secretaria<br />

de Direitos Humanos <strong>da</strong> Presidência <strong>da</strong><br />

República.<br />

Clarice, Ivo e Lucas Herzog – viúva, filho<br />

e neto de Vladimir Herzog – receberam<br />

o prêmio, pelo Instituto, na cerimônia realiza<strong>da</strong><br />

no Palácio do Planalto, lidera<strong>da</strong> pela<br />

presidenta <strong>da</strong> República Dilma Rousseff e<br />

pela ministra de Direitos Humanos, Maria<br />

do Rosário Nunes.<br />

“Este prêmio na ver<strong>da</strong>de é uma homenagem<br />

a meu pai, Vladimir Herzog e a to<strong>da</strong>s<br />

as outras pessoas que foram assassina<strong>da</strong>s,<br />

tortura<strong>da</strong>s e vitima<strong>da</strong>s de várias formas pela<br />

ditadura. E é também um grande incentivo<br />

<strong>da</strong> Presidência <strong>da</strong> República para que a nossa<br />

e outras enti<strong>da</strong>des continuemos a aju<strong>da</strong>r a<br />

recuperar a história recente do País<br />

<strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012 | 23


Política<br />

O Senado Federal está prestes a<br />

apreciar em segundo turno a PEC dos<br />

jornalistas. Trata-se de emen<strong>da</strong> à Constituição<br />

instituindo a exigência de diploma<br />

para exercer a profissão. A opção<br />

de inserir o tema no texto <strong>da</strong> Lei Maior<br />

se deu pelo posicionamento já firmado<br />

pelo Supremo Tribunal Federal de que<br />

qualquer norma nesse sentido é inconstitucional<br />

por ferir a liber<strong>da</strong>de de<br />

expressão. Acreditam os idealizadores<br />

<strong>da</strong> PEC que, ao alterar a Carta Magna,<br />

aquele princípio basilar <strong>da</strong> democracia<br />

estará atendido, o que não procede.<br />

Porém, mais do que a impertinência,<br />

a proposta poderá configurar o embrião, a<br />

gênese de futuro controle social dos meios<br />

de comunicação ou, em outras palavras, <strong>da</strong><br />

própria censura. O primeiro passo é exatamente<br />

a regulação <strong>da</strong> profissão mediante a<br />

exigência de diploma para seu exercício.<br />

O segundo passo será regulamentar a<br />

emen<strong>da</strong> por lei ordinária, já que aquela carece<br />

de sanções pelo seu descumprimento, o<br />

que a tornará inócua ou letra morta. O terceiro<br />

passo, atrelado à regulamentação <strong>da</strong><br />

emen<strong>da</strong>, será a criação do respectivo conselho<br />

profissional, nos moldes do Crea, <strong>da</strong><br />

OAB, do CFM, entre tantos outros.<br />

A justificativa será a de viabilizar a<br />

necessária fiscalização do cumprimento <strong>da</strong><br />

lei. Para tanto, necessitará do poder público<br />

concedido a essas autarquias corporativas,<br />

que detêm a prerrogativa de multar, embargar<br />

o funcionamento ou propor o fechamento<br />

de empresas do setor, além de cassar<br />

licença para o exercício <strong>da</strong> profissão.<br />

Com a criação do órgão de fiscalização,<br />

institui-se também o julgamento ético dos<br />

profissionais nele registrados, pois essa é<br />

uma <strong>da</strong>s principais funções desses conselhos.<br />

Ocorre que, quando se fala em ativi<strong>da</strong>des<br />

relaciona<strong>da</strong>s à manifestação de opinião<br />

e à liber<strong>da</strong>de de expressão, isso se torna extremamente<br />

perigoso.<br />

A reboque do poder de julgamento ético<br />

de conduta, ou mesmo de imputação de<br />

sanções às empresas, sempre haverá o risco<br />

de passar a existir o denuncismo, as ameaças<br />

24 | <strong>Revista</strong> Entre Lagos | Edição 73 | FEV/2012<br />

Fernando Collor<br />

Senador <strong>da</strong> República (PTB-AL)<br />

O embrião do controle social<br />

dos meios de comunicação<br />

Porém, mais do que a<br />

impertinência, a proposta<br />

poderá configurar o embrião, a<br />

gênese de futuro controle social<br />

dos meios de comunicação ou,<br />

em outras palavras, <strong>da</strong> própria<br />

censura. O primeiro passo é<br />

exatamente a regulação <strong>da</strong><br />

profissão mediante a exigência<br />

de diploma para seu exercício.<br />

de representação ou abertura de processo,<br />

as chantagens, as negociações e barganhas<br />

para condenar ou absolver, os conflitos de<br />

interesses e tudo mais que envolve esse universo<br />

<strong>da</strong> fiscalização e do julgamento. É um<br />

campo fértil de possibili<strong>da</strong>des que acabarão,<br />

de uma forma ou de outra, comprometendo<br />

o trabalho do profissional e <strong>da</strong>s empresas de<br />

comunicação.<br />

Em suma, é muito tênue a linha que<br />

separa o controle do exercício profissional<br />

do controle do conteúdo do trabalho desse<br />

mesmo profissional. Mais ain<strong>da</strong> quando se<br />

trata <strong>da</strong>s empresas desse setor, pois há o entendimento<br />

de que pessoas jurídicas também<br />

exercem a profissão e, portanto, são<br />

passíveis de registro no conselho e, consequentemente,<br />

submeti<strong>da</strong>s a julgamentos,<br />

multas e outras sanções.<br />

Os mecanismos e instrumentos<br />

para tanto são muitos, principalmente<br />

a depender do poder que o<br />

Estado conce<strong>da</strong> a essas autarquias<br />

ao criá-las por lei.<br />

Os conselhos de fiscalização<br />

profissional, além do poder de fiscalizar<br />

e julgar, possuem a competência<br />

para legislar por atos e resoluções<br />

naquilo que for afeto ao<br />

exercício <strong>da</strong> respectiva profissão.<br />

O desenrolar disso tudo é<br />

imprevisível, especialmente por<br />

se tratar de serviços — a notícia,<br />

a opinião, o comentário — que chegam de<br />

forma indiscrimina<strong>da</strong> a to<strong>da</strong> a população de<br />

uma só vez, diferentemente do que ocorre<br />

com as outras profissões, cujo exercício se<br />

restringe a um contrato entre profissional<br />

ou empresa e um ou poucos clientes.<br />

A presidente Dilma Roussef já se<br />

manifestou contrária ao controle dos meios,<br />

principalmente através de um conselho que,<br />

vale lembrar, pode vir revestido de qualquer<br />

nome, característica ou natureza. Porém,<br />

a Constituição pretende ser eterna, acima<br />

dos governos temporários. Que garantia<br />

teremos no futuro de que o pensamento de<br />

ocasião será o mesmo do <strong>da</strong> atual titular <strong>da</strong><br />

Presidência <strong>da</strong> República? Não por acaso, a<br />

maioria dos conselhos profissionais foi cria<strong>da</strong><br />

em períodos de exceção, como o Estado<br />

Novo e os governos militares, quando o controle<br />

e a restrição eram palavras de ordem.<br />

A própria regulamentação inicial <strong>da</strong><br />

profissão de jornalista remonta a 1938, depois<br />

a 1969 e, finalmente, a 1979. Portanto,<br />

há de pensar a longo prazo, de preferência<br />

impedindo, já de agora, o vírus que se pretende<br />

inocular para restringir ou mesmo<br />

amputar a completa liber<strong>da</strong>de de expressão.<br />

No fundo, ao final do processo, será o ressurgimento<br />

<strong>da</strong> censura no país, ain<strong>da</strong> que<br />

com outra roupagem, de forma dissimula<strong>da</strong><br />

e escamotea<strong>da</strong>.

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