Capítulo 6 - Descrição articulatória do português - FALE
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a vogal pode nasalizar a consoante oclusiva alveolar vozeada. Isso acontece<br />
no gerúndio: [], [] (falan<strong>do</strong>, mancan<strong>do</strong>) que são pronunciadas<br />
[], []. Também numa assimilação progressiva, a consoante<br />
nasal pode nasalizar a vogal que se segue, normalmente antes de pausa<br />
(ex.: []). 14<br />
Figura 6.7 – Vogais nasais.<br />
Observa-se uma variação dialetal da nasalidade no <strong>português</strong> <strong>do</strong> Brasil,<br />
em que os dialetos <strong>do</strong> sul, provavelmente a partir de São Paulo, apresentam<br />
uma ressonância nasal mais breve ou completa desnasalização. Cagliari 15<br />
registrou, no dialeto paulista, a pronúncia da palavra [], no lugar de<br />
[] (cama), isto é, conserva-se a qualidade da vogal, desnasalizan<strong>do</strong>-a.<br />
Fenômeno semelhante, ou um perío<strong>do</strong> reduzi<strong>do</strong> de nasalização, que ainda<br />
não foi estuda<strong>do</strong>, pode ser uma característica de dialetos <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil.<br />
Em dialetos de São Paulo, observa-se, também, a ditongação da vogal nasal<br />
anterior semifechada, [] (enten<strong>do</strong>). Não há ainda uma descrição<br />
fonética dessa ditongação das vogais nasais <strong>do</strong> <strong>português</strong> brasileiro.<br />
Alain Marchal | César Reis 169<br />
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