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archas<br />

opulares


Patrocinador Principal das <strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


80<br />

Anos<br />

1


Índice<br />

3<br />

Apresentações<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Vereadora da Cultura da<br />

Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Conselho <strong>de</strong> Administração<br />

da EGEAC<br />

6<br />

<strong>Lisboa</strong> Marcha há oitenta anos<br />

Professor Appio Sottomayor<br />

12<br />

Marchas Populares 2012<br />

Calendário<br />

Classificações 2011<br />

Júris<br />

Gran<strong>de</strong> Marcha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />

16<br />

Marcha Infantil<br />

Marcha dos Mercados<br />

Marcha da Ajuda<br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Marcha do Alto do Pina<br />

Marcha do Bairro Alto<br />

Marcha da Baixa<br />

Marcha do Beato<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Marcha da Bica<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

Marcha do Castelo<br />

Marcha da Graça<br />

Marcha da Madragoa<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />

Marcha da Mouraria<br />

Marcha dos Olivais<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />

Agrupamentos Convidados


Cida<strong>de</strong> milenar e das sete colinas,<br />

<strong>Lisboa</strong> projeta o seu nome além fronteiras,<br />

<strong>de</strong>corrente do seu vastíssimo património<br />

material e cultural que a evi<strong>de</strong>ncia como umas<br />

das mais antigas capitais da Europa e mesmo<br />

do mundo.<br />

À beleza intrínseca do seu recorte territorial e das suas hortas primitivas, que<br />

ao longo da margem do rio Tejo se esten<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>nominando os seus autóctones<br />

<strong>de</strong> “alfacinhas”, juntou-se-lhe o mosaico <strong>de</strong> culturas, religiões e tradições que ao<br />

longo dos séculos a ela afluíram, tornando-se uma cida<strong>de</strong> aberta e acolhedora.<br />

Este encontro <strong>de</strong> civilizações e culturas permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento dos factores<br />

distintivos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, on<strong>de</strong> o sagrado e o profano se cruzaram, numa doce<br />

convivência e num diálogo constante com os seus bairros, as suas gentes,<br />

as suas tradições. Esta simbiose obtém o seu clímax no mês festivo <strong>de</strong> junho,<br />

on<strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> vive um frenesim muito especial em torno das festivida<strong>de</strong>s dos<br />

seus Santos Populares, em particular <strong>de</strong> Santo António. Em 2012, a magia<br />

regressa com particular impacto. <strong>Lisboa</strong> comemora os 80 anos daquela que se<br />

revela ser uma das mais antigas e crescentes tradições populares: as Marchas.<br />

Ao assinalarmos o 80º Aniversário das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> iremos<br />

homenagear os largos milhares <strong>de</strong> participantes que, ao longo <strong>de</strong>stas oito<br />

décadas, têm participado com todo o seu empenho e <strong>de</strong>dicação neste evento,<br />

num misto <strong>de</strong> representação do seu bairro/coletivida<strong>de</strong> e orgulho pela pertença<br />

a <strong>Lisboa</strong>. Cantam assim as nossas almas para todos os marchantes,coreógrafos,<br />

figurinistas, ensaiadores, cenógrafos e músicos, com uma verda<strong>de</strong>ira,<br />

enriquecida e reconhecida salva <strong>de</strong> palmas. As Marchas Populares, as suas<br />

Associações e Coletivida<strong>de</strong>s estão assim <strong>de</strong> parabéns, mas também <strong>de</strong> parabéns<br />

está a sua cida<strong>de</strong>, <strong>Lisboa</strong>, que com todo o carinho e <strong>de</strong> braços abertos as recebe,<br />

ano após ano, com particular brilho e alegria no seu coração: a Avenida<br />

da Liberda<strong>de</strong>. Vivam as Marchas, vivam os lisboetas, viva <strong>Lisboa</strong>.<br />

António Costa<br />

O Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

3


4<br />

Marchas Populares 2012 – Oitenta anos da celebração popular<br />

Há oitenta anos atrás, em 1932, Leitão<br />

<strong>de</strong> Barros promove a organização das primeiras<br />

marchas populares, a pedido <strong>de</strong> Campos<br />

Figueira, então director do Parque Mayer, on<strong>de</strong><br />

cada bairro lisboeta é chamado a dar o melhor<br />

<strong>de</strong> si, provando a união da alma alfacinha<br />

à volta da celebração <strong>de</strong> Santo António.<br />

O culto ao Santo, nascido nos finais do século XII junto à Sé, <strong>de</strong>senvolveu-se<br />

na cida<strong>de</strong> logo após a sua morte, sendo consi<strong>de</strong>rado o protector das casas<br />

e da família; advogado na procura dos objectos perdidos, casamenteiro<br />

e curan<strong>de</strong>iro. Até aos dias <strong>de</strong> hoje, festeja-se o Santo com empenhada<br />

animação, bem como em inúmeras manifestações religiosas, das mais eruditas<br />

às mais populares, das procissões aos altares simples erguidos nas ruas<br />

da Velha <strong>Lisboa</strong>. Se as marchas afirmam, por um lado, a <strong>de</strong>ssacralização<br />

do culto, ou se afirmam como festa profana <strong>de</strong>dicada ao Santo, são, por outro<br />

lado, o ponto <strong>de</strong> encontro por excelência <strong>de</strong> cada um dos bairros da cida<strong>de</strong>,<br />

provando a unida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> que a caracteriza. As associações <strong>de</strong> cada<br />

bairro organizam-se durante largos meses, com horas e horas <strong>de</strong> trabalho,<br />

numa competitivida<strong>de</strong> saudável com as suas congéneres, preten<strong>de</strong>ndo ter<br />

a melhor música, o melhor traje, a maior coor<strong>de</strong>nação e a mais bela<br />

apresentação do seu particular modo <strong>de</strong> sentir, quer o Santo quer o que significa<br />

ser Lisboeta, manifestando com alegria a sua <strong>de</strong>dicação ao objectivo comum<br />

<strong>de</strong> cantar e contar a Cida<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> cedo o Município se associou aos festejos,<br />

consi<strong>de</strong>rando-os fundamentais para a promoção do convívio entre os<br />

Lisboetas. Não só com as Marchas, como também com os Casamentos <strong>de</strong> Santo<br />

António, a Câmara Municipal tem <strong>de</strong>monstrado total apoio aos seus munícipes,<br />

em comunhão com o espírito festivo bairrista. As marchas <strong>de</strong>ste ano <strong>de</strong> 2012<br />

revestem-se <strong>de</strong> particular importância dada a participação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

estrangeiras, nomeadamente <strong>de</strong> Macau e dos Emirados Árabes Unidos,<br />

que dotam esta festa <strong>de</strong> um valor multicultural único, que é o da afirmação<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> como cida<strong>de</strong> da Tolerância e <strong>de</strong> Cultura. Que <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong>sça a Avenida<br />

uma vez mais, e que estes oitenta anos <strong>de</strong> Festa se multipliquem!<br />

Catarina Vaz Pinto<br />

Vereadora da Cultura da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


Apenas a duas décadas <strong>de</strong> uma existência<br />

secular, as Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> celebram em<br />

2012 um percurso invejável provando que<br />

a tradição po<strong>de</strong> também ser sinónimo<br />

<strong>de</strong> renovação e criativida<strong>de</strong>.<br />

Sabemos que o sentido <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> não é um dos atributos mais profusos<br />

do nosso carácter colectivo, por isso valerá a pena questionar quais as razões<br />

da longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta manifestação da cultura popular lisboeta que em cada<br />

ano consegue estabelecer com a Cida<strong>de</strong> novos laços <strong>de</strong> efusiva afectivida<strong>de</strong>.<br />

Creio que uma primeira resposta estará no próprio momento do seu próprio<br />

nascimento. Os anos 30 são um momento <strong>de</strong> renovação da cultura popular<br />

da cida<strong>de</strong>, em que se combinam e articulam novos espaços materiais ou<br />

simbólicos <strong>de</strong>dicados à fruição artística, entre os quais po<strong>de</strong>ríamos citar o<br />

Teatro <strong>de</strong> Revista e o Cinema, logo multiplicados e fixados na memória colectiva<br />

pelo dinamismo e o interesse crescente da Imprensa. Não é portanto fortuita<br />

a promoção, na primeira edição das Marchas Populares em 1932, do Parque<br />

Mayer, novo espaço <strong>de</strong> diversão da capital, do Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e do Notícias<br />

Ilustrado associados aos Bairros fundadores, no sentido <strong>de</strong> oferecer ao público<br />

Lisboeta um novo evento que lhe <strong>de</strong>volvesse em cada ano uma verda<strong>de</strong>ira<br />

crónica festiva do seu quotidiano. A segunda razão é consequência natural<br />

do extremo dinamismo do movimento associativo da Cida<strong>de</strong>, ancorado numa<br />

muito particular e vivência dos seus bairros afirmando-os como âncoras<br />

privilegiadas da sua originalida<strong>de</strong> e carácter. Nesta perspectiva é legítimo<br />

evocarmos aqui a forma como as Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> conseguiram ultrapassar,<br />

muitas vezes integrando-as, as gran<strong>de</strong>s transformações sociais, económicas<br />

e políticas que atravessaram a história <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> nestas oito décadas. Só assim<br />

se po<strong>de</strong>rá explicar o ressurgimento após 10 anos <strong>de</strong> interregno entre 1970/80,<br />

ou ainda a sua passagem a fenómeno televisivo nacional, sem que tal impeça<br />

que em cada edição milhares <strong>de</strong> pessoas acorram à Avenida, para ano após<br />

ano acolhendo-as com a mesma emoção e entusiasmo; ou ainda a renovação<br />

<strong>de</strong> inúmeras gerações <strong>de</strong> marchantes que, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> já não habitarem<br />

os bairros em que <strong>de</strong>sfilam, é neles que reencontram as suas raízes e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Oitenta anos <strong>de</strong> Marchas são também oitenta anos da vida <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, Obra<br />

colectiva <strong>de</strong> muitas vonta<strong>de</strong>s que jamais <strong>de</strong>ixaremos <strong>de</strong> amar e admirar.<br />

Parabéns…<br />

O Conselho <strong>de</strong> Administração da EGEAC<br />

5


6<br />

<strong>Lisboa</strong> Marcha<br />

há 80 Anos<br />

Appio Sottomayor<br />

Professor<br />

Ao festejar os 80 anos das marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, convirá, antes<br />

<strong>de</strong> mais, ter em conta o que <strong>de</strong> facto se comemora. Po<strong>de</strong>rão,<br />

na verda<strong>de</strong>, vir alguns conhecedores <strong>de</strong> tradições velhas objectar<br />

que não foi só em 1932 que os lisboetas <strong>de</strong>cidiram marchar em<br />

ritmo <strong>de</strong> festa, erguendo ao alto um arco, um balão ou qualquer<br />

enfeite. E não será difícil encontrar nas memórias <strong>de</strong> cada bairro<br />

os festejos a Santo António, com arraiais, petiscos e música<br />

bailável. Geralmente já <strong>de</strong> madrugada, os festeiros, praticamente<br />

todos vizinhos, seguiam então em marcha cantada, habitualmente<br />

a caminho da fonte ou do chafariz que existisse na zona, on<strong>de</strong><br />

matavam a se<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scansavam um pouco das fadigas da folia.<br />

Um exemplo aco<strong>de</strong> com facilida<strong>de</strong>: quem reveja o filme “A Canção<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”, lá topará com uma pequena marcha improvisada,<br />

on<strong>de</strong> pontificam Vasco Santana e Beatriz Costa. Ora o filme<br />

é <strong>de</strong> 1931, anterior portanto à data que consi<strong>de</strong>ramos como<br />

a do começo da gran<strong>de</strong> festa alfacinha. Eram, nesses tempos<br />

recuados, as chamadas “marchas ao filambó”, <strong>de</strong>signação<br />

que mais não era do que a adaptação apressada das francesas<br />

“marches aux flambeaux”.<br />

Aliás, já nos escritos <strong>de</strong> Sousa Bastos – um homem <strong>de</strong> teatro, que acumulou<br />

as funções <strong>de</strong> autor e <strong>de</strong> empresário e foi responsável pelo lançamento <strong>de</strong> alguns<br />

gran<strong>de</strong>s nomes da cena, com <strong>de</strong>staque para sua mulher, Palmira Bastos – se fazia<br />

referência a marchas. Definia-as ele como “grupos compostos <strong>de</strong> trinta a quarenta<br />

figuras, que obe<strong>de</strong>ciam às or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> um diretor ensaiador, que as fazia manobrar<br />

ao toque <strong>de</strong> um apito”. No entanto, essas marchas tinham lugar pelo Carnaval,<br />

sendo por isso vulgarmente chamadas <strong>de</strong> “danças <strong>de</strong> Entrudo”. De qualquer forma,<br />

po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>radas entre os antepassados das marchas actuais.<br />

Será razão para riscarmos a data <strong>de</strong> 1932 como a mais marcante? De forma alguma.<br />

Nesse ano aconteceu a alteração do conceito da marchinha feita quase em família<br />

– e a cida<strong>de</strong>, no seu todo, passou a ser intérprete e espectadora. A ligação dos <strong>de</strong>sfiles<br />

à Avenida da Liberda<strong>de</strong> começou então, criando uma onda <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> que<br />

se tem mantido, e muitas vezes aumentado, nestas últimas oito décadas.<br />

Entretanto, não será bonito tirar as ilusões aos muitos amantes <strong>de</strong>sta festa, que<br />

acreditarão talvez que ela nasceu <strong>de</strong> arroubos puramente românticos, por obra<br />

e graça <strong>de</strong> artistas populares, que nada mais queriam do que homenagear as várias<br />

vertentes da sua cida<strong>de</strong>. Mas a verda<strong>de</strong> tem que ser dita: as marchas, como hoje as<br />

enten<strong>de</strong>mos, tiveram uma origem um tanto mais prosaica e utilitária – o que não quer<br />

dizer que não tenham ganho <strong>de</strong>pois a tal faceta histórica e popular que as caracteriza.


Pelas mãos <strong>de</strong> um artista nasceram, é verda<strong>de</strong>. Leitão <strong>de</strong> Barros era, em matéria<br />

<strong>de</strong> Arte, um verda<strong>de</strong>iro homem dos sete ofícios: foi professor, jornalista, pintor,<br />

autor teatral, realizador cinematográfico… Ora foi a ele e ao seu engenho que<br />

recorreu um dos administradores do Parque Mayer, o Dr. Campos Figueira.<br />

Ao que parece, o Parque estava a conhecer uma baixa <strong>de</strong> frequência e parecia<br />

necessária uma iniciativa que voltasse a <strong>de</strong>spertar o interesse dos lisboetas e dos<br />

forasteiros por aquele recinto. Pediu então o dito administrador a Leitão <strong>de</strong> Barros<br />

uma i<strong>de</strong>ia (e a respectiva execução) que <strong>de</strong>sse nova vitalida<strong>de</strong> ao Parque.<br />

Aceite o <strong>de</strong>safio, o artista contou com a sua imaginação e também com o apoio,<br />

em termos <strong>de</strong> propaganda, do semanário <strong>de</strong> que então era director, o “Notícias<br />

Ilustrado”. Nas suas próprias palavras, Leitão quis estimular “grupos populares<br />

e seus cantares”, em honra dos santos <strong>de</strong> Junho e principalmente <strong>de</strong> Santo António”.<br />

Foi então feito o convite a alguns “núcleos bairristas”. E assim apareceram as<br />

marchas, que então ainda se chamavam “ranchos” e não tinham <strong>de</strong>finido ainda<br />

o tom essencialmente “alfacinha” que <strong>de</strong>veria dar-se futuramente aos <strong>de</strong>sfiles.<br />

Bastará dizer que o “rancho” <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Ourique, o primeiro a ser premiado,<br />

levou para a festa trajes “à moda do Minho”. Também as músicas não eram ainda<br />

originais: cada grupo entoava o que estava em moda e lhe viesse mais ao jeito, indo<br />

buscar material aos palcos das revistas ou às composições tradicionais.<br />

De qualquer forma, o objectivo do Parque Mayer foi atingido: muita gente se<br />

interessou por esta nova forma <strong>de</strong> festejar Santo António, em conjunto. Tanto assim<br />

que à primeira chamada só acorreram três bairros (Campo <strong>de</strong> Ourique, Alto do Pina<br />

e Bairro Alto), mas, dado o êxito obtido pelos <strong>de</strong>sfiles e pelas exibições no Capitólio,<br />

por alturas do S. Pedro já havia mais três bairros interessados e participantes:<br />

Alcântara, Alfama e a Madragoa.<br />

O cunho lisboeta<br />

A experiência <strong>de</strong> 1932, apesar <strong>de</strong> ainda um tanto amadora, <strong>de</strong>ixara sementes.<br />

Leitão <strong>de</strong> Barros, com a sua visão privilegiada do espectáculo <strong>de</strong> massas (viria<br />

a ser ele o organizador e coor<strong>de</strong>nador dos gran<strong>de</strong>s cortejos realizados em datas<br />

marcantes, como a <strong>de</strong> 1940 ou a do oitavo centenário da <strong>Lisboa</strong> cristã, em 1947),<br />

mostrou-se disposto a novas e mais cuidadas iniciativas. Mas, bem avisado,<br />

<strong>de</strong>cidiu não agir sozinho, sabendo reunir à sua volta outros amantes <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

que tiveram larga influência no lançamento dos <strong>de</strong>sfiles que há oito décadas<br />

povoam a imaginação e o labor <strong>de</strong> uma boa parte da cida<strong>de</strong>.<br />

Um dos primeiros nomes a ser lembrado foi o <strong>de</strong> Norberto <strong>de</strong> Araújo. Este era<br />

também um homem <strong>de</strong> múltiplos talentos: tendo começado a trabalhar muito cedo,<br />

como tipógrafo na Imprensa Nacional, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estudar enquanto trabalhava.<br />

Ingressou então no jornalismo, tendo laborado nos jornais “O Mundo”, “A Manhã”,<br />

“O Século”, “Diário <strong>de</strong> Notícias”, “A Noite”, acabando por se fixar no vespertino “Diário<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”, on<strong>de</strong> se manteve durante cerca <strong>de</strong> 30 anos, até à morte.<br />

Numa activida<strong>de</strong> fervilhante, além <strong>de</strong> ter marcado a sua época como repórter<br />

<strong>de</strong> enorme qualida<strong>de</strong>, ainda arranjou tempo para ser romancista, autor teatral<br />

e poeta popular. Em prol das marchas, além <strong>de</strong> usar o seu “Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” como<br />

tribuna <strong>de</strong> propaganda, percorreu os bairros interessados um por um, procurando<br />

chamar a atenção das colectivida<strong>de</strong>s organizadoras para as características próprias<br />

e a história <strong>de</strong> cada um. Era preciso que as marchas fossem essencialmente<br />

lisboetas e, portanto, que cada uma <strong>de</strong>las mostrasse o que tinha <strong>de</strong> particular.<br />

A título <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>, diga-se ainda que, não se contentando com toda esta<br />

7


8<br />

activida<strong>de</strong>, Norberto ainda formou uma célebre parceria com o maestro Raul<br />

Ferrão. Ele fazia as letras e Ferrão as músicas. E assim nasceram, entre outras,<br />

marchas que, passados tantos anos, ainda hoje andam nas bocas e nos ouvidos <strong>de</strong><br />

muita gente. “Olha o manjerico”, a marcha do centenário <strong>de</strong> 1947 (“<strong>Lisboa</strong> nasceu /<br />

pertinho do céu…”, “Ó noite <strong>de</strong> Santo António / ó <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar…” e talvez<br />

a mais popular <strong>de</strong> todas, “Lá vai <strong>Lisboa</strong> / co’a saia cor do mar…”.<br />

Raul Ferrão também tinha talento multifacetado: foi oficial <strong>de</strong> artilharia,<br />

engenheiro químico, professor – mas atingiu a imortalida<strong>de</strong> através da forma<br />

genial com que manuseava as sete notas musicais. Algumas composições suas<br />

(como a célebre “Coimbra”) tiveram gran<strong>de</strong> êxito no estrangeiro.<br />

Mas, para além <strong>de</strong> Norberto, outros olisiponenses ilustres colaboraram com Leitão<br />

<strong>de</strong> Barros. Po<strong>de</strong>rá ser dado relevo, por exemplo, a Luís Pastor <strong>de</strong> Macedo, que foi<br />

vereador e vice-presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Patrocinou com<br />

entusiasmo as marchas. No dizer <strong>de</strong> Leitão, Macedo viu “com superior sentido<br />

da vida citadina que as marchas populares, organizadas nos bairros, eram uma<br />

experiência que valia a pena repetir e incluir no programa das festas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”.<br />

Ou seja: estava garantido o apoio da Câmara aos festejos populares.<br />

Os anos 30<br />

A década <strong>de</strong> 30 do século passado marcou aquele que terá sido, provavelmente,<br />

o mais notável período do estudo e do verda<strong>de</strong>iro culto a que <strong>Lisboa</strong> foi votada.<br />

Coincidiram no tempo escritores, historiadores, cronistas, que amavam a sua<br />

cida<strong>de</strong> e a estudavam em profundida<strong>de</strong>. Nomes como Tinop, Matos Sequeira,<br />

Vieira da Silva, os já referidos Norberto <strong>de</strong> Araújo, Pastor <strong>de</strong> Macedo ou Leitão<br />

<strong>de</strong> Barros, a par <strong>de</strong> Rocha Martins, os irmãos Mac Bri<strong>de</strong>, Mário <strong>de</strong> Sampaio Ribeiro<br />

e outros eram entusiastas da sua terra e, naturalmente, criaram o Grupo “Amigos<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste, a revista “Olisipo”. Aquele celebrou recentemente<br />

os seus 75 anos e esta é, presentemente, a única publicação <strong>de</strong> índole cultural<br />

inteiramente <strong>de</strong>dicada a esta terra.<br />

As marchas foram, obviamente, atingidas por esta espécie <strong>de</strong> euforia. Começadas<br />

em 1932, veio dois anos <strong>de</strong>pois a Câmara, pela voz <strong>de</strong> Pastor <strong>de</strong> Macedo, anunciar<br />

que estava interessada em apoiar e <strong>de</strong>senvolver a iniciativa, transformando-a num<br />

cartaz popular e turístico <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Assim, o ano <strong>de</strong> 1934 po<strong>de</strong> ser apontado como<br />

o do início das gran<strong>de</strong>s festas anuais <strong>de</strong> Junho. As manifestações suce<strong>de</strong>ram-se:<br />

houve um cortejo histórico <strong>de</strong> bombeiros, um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> bandas regimentais, outro<br />

<strong>de</strong> representantes das casas regionais, uma exposição <strong>de</strong>dicada a Camões, provas<br />

<strong>de</strong> remo e um cortejo fluvial no Tejo, duas touradas <strong>de</strong> gala… Por outro lado, Matos<br />

Sequeira fazia representar no adro da Sé um “Auto <strong>de</strong> Santo António”, interpretado<br />

pelas maiores figuras do teatro português.<br />

Claro que as marchas apresentaram já uma versão inteiramente diferente do que<br />

acontecera em 1932. Desfilaram nada menos <strong>de</strong> 800 marchantes. O itinerário foi<br />

feito ao contrário do que acontece na actualida<strong>de</strong>: saiu do Terreiro do Paço e subiu<br />

a Avenida, até ao Parque Eduardo VII. O “Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” dava conta <strong>de</strong> 300 mil<br />

assistentes e <strong>de</strong>screvia o encanto do <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> doze bairros, cada um “com a sua<br />

filarmónica, seus vinte e quatro pares e doze arcos fantásticos e luminosos”.<br />

O entusiasmo não abrandou, pelo que, no ano seguinte, as marchas voltaram.<br />

E a verda<strong>de</strong> é que 1935 foi um ano <strong>de</strong>cisivo, dado que nele se registou uma <strong>de</strong>cisiva<br />

viragem para as raízes lisboetas. Por outro lado, pela primeira vez foi entoada por<br />

todos os participantes uma Gran<strong>de</strong> Marcha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> – aquela a que já se fez


eferência, musicada por Raul Ferrão, com letra <strong>de</strong> Norberto <strong>de</strong> Araújo e que<br />

ficou conhecida por “Lá vai <strong>Lisboa</strong>”. Neste ano surgiram também as regras a que<br />

os festejos teriam <strong>de</strong> submeter-se: foi fixado o número <strong>de</strong> marchantes, bem como<br />

dos músicos e acompanhantes. Entraram 14 marchas.<br />

Intervalos e cortejos históricos<br />

A i<strong>de</strong>ia inicial era tornar as marchas num número anual das festas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />

Mas o homem põe e Deus dispõe. A <strong>de</strong>spesa era gran<strong>de</strong> e, por vezes, as priorida<strong>de</strong>s<br />

avantajavam-se, relegando os cortejos para segundo plano. A economia portuguesa<br />

foi muito afectada por dois conflitos internacionais: a Guerra Civil <strong>de</strong> Espanha<br />

(1936-39) e a II Guerra Mundial (1939-45). Não é <strong>de</strong> espantar, por isso, que ao êxito<br />

<strong>de</strong> 1935 se seguissem alguns anos <strong>de</strong> intervalo.<br />

Mesmo assim, um ano houve que foi excepção quase obrigatória: o <strong>de</strong> 1940,<br />

quando o País celebrou um duplo centenário – o da In<strong>de</strong>pendência e o da<br />

Restauração. Mal pareceria que na capital, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>corria a maior parte das<br />

comemorações, estivessem ausentes as marchas. Doze bairros estiveram presentes<br />

no <strong>de</strong>sfile, que continuou a fazer-se do Terreiro do Paço para o Parque Eduardo VII.<br />

Na noite <strong>de</strong> S. Pedro, as marchas exibiram-se na Exposição do Mundo Português,<br />

em Belém.<br />

Longo intervalo se seguiu <strong>de</strong>pois. Só quando chegou 1947, o ano em que <strong>Lisboa</strong><br />

festejou longamente o oitavo centenário da conquista aos mouros, as marchas<br />

voltaram em pleno. As comemorações tiveram um carácter exaustivo: a 15 <strong>de</strong> Maio,<br />

tudo começou com o hastear da Ban<strong>de</strong>ira no Castelo, realizando-se <strong>de</strong>pois um<br />

simulacro <strong>de</strong> combate no mesmo local. A cida<strong>de</strong> estava replecta <strong>de</strong> <strong>de</strong>corações<br />

e muito iluminada. Seguiram-se conferências, cortejos fluviais, concertos,<br />

exposições, arraiais, romagem dos municípios <strong>de</strong> todo o País até à capital, um<br />

campeonato do mundo <strong>de</strong> hóquei em patins (ganho por Portugal). O ponto mais<br />

alto terá sido, contudo, um majestoso cortejo histórico, mais uma vez organizado<br />

por Leitão <strong>de</strong> Barros, no qual se apresentava uma breve história <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />

As marchas não podiam faltar. Foram <strong>de</strong>z bairros à Avenida. A dupla do costuma<br />

(Ferrão-Norberto) compôs a gran<strong>de</strong> marcha. E a cida<strong>de</strong> cantou. “<strong>Lisboa</strong> nasceu /<br />

pertinho do céu / toda embalada na fé…”. O primeiro prémio coube ao Castelo.<br />

Após o brilho alcançado em 1947, nova pausa na realização das marchas se seguiu.<br />

Só voltaram os bairros à Avenida em 1950. Norberto <strong>de</strong> Araújo colaborou mais<br />

activamente pela última vez. O jornalista e olisipógrafo tinha-se tornado numa<br />

espécie <strong>de</strong> secretário geral das marchas, acudindo a toda a gente, vendo o que<br />

faltava a cada um, fazendo, se preciso fosse, os versos para as músicas on<strong>de</strong> eles<br />

coubessem. Assim suce<strong>de</strong>u com Alcântara, Graça e Campoli<strong>de</strong>, pelo menos. Além<br />

disso, como habitualmente, escrevera para a música <strong>de</strong> Ferrão as palavras <strong>de</strong> mais<br />

uma Gran<strong>de</strong> Marcha. Desta vez, falava-se <strong>de</strong> Santo António, na “<strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar”.<br />

Madrinhas e padrinhos<br />

Foi lançada por esta altura uma moda que haveria <strong>de</strong> pegar até aos dias <strong>de</strong> hoje:<br />

a das madrinhas e padrinhos das marchas. Na verda<strong>de</strong>, os artistas <strong>de</strong> rádio<br />

e do teatro passaram a ter parte activa nos <strong>de</strong>sfiles. A título <strong>de</strong> exemplo, recor<strong>de</strong>se<br />

que Amália Rodrigues foi madrinha <strong>de</strong> Alcântara, por on<strong>de</strong> havia marchado<br />

nos anos 30; Teresa Gomes esteve com a Graça; Hermínia Silva “marchou” pelo<br />

Castelo, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> era natural; Laura Alves patrocinou Campoli<strong>de</strong> e Maria Clara<br />

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10<br />

acompanhou a Madragoa. Como se sabe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então cada bairro pe<strong>de</strong> a figuras<br />

públicas que apadrinhem a respectiva marcha.<br />

Nem o próprio Salazar ficou indiferente ao sortilégio <strong>de</strong>stas festas. Assim, nesse<br />

ano <strong>de</strong> 1950, foi instalar-se, discretamente como era seu timbre, numa janela<br />

do Teatro Nacional <strong>de</strong> D. Maria II para ver o espectáculo.<br />

Novo intervalo se seguiu. Em 1952, voltou tudo à Avenida. Norberto e Ferrão <strong>de</strong>ram<br />

aquilo a que po<strong>de</strong>rá chamar-se o seu “canto do cisne”, lançando a composição<br />

“Enquanto houver Santo António”. A morte levá-los-ia pouco <strong>de</strong>pois, com alguns<br />

meses <strong>de</strong> diferença entre os dois. A gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> nesse ano foi o <strong>de</strong>sfile feito<br />

<strong>de</strong> forma inversa, isto é, as marchas passaram a seguir no sentido do Marquês<br />

<strong>de</strong> Pombal para os Restauradores, prática que se vulgarizou <strong>de</strong>pois.<br />

Só regressariam os bairros à rua três anos <strong>de</strong>pois. 1955 foi, <strong>de</strong> algum modo,<br />

um ano especial. A Câmara <strong>de</strong>cidiu dar brilho maior às festas. Para tanto,<br />

recorreu ao “mago” do costume: Leitão <strong>de</strong> Barros. Este organizou no Jardim<br />

da Estrela uma quase reprodução do velho Passeio Público, lembrando a <strong>Lisboa</strong><br />

romântica. Houve também a evocação <strong>de</strong> velhas feiras, além <strong>de</strong> concursos<br />

<strong>de</strong> montras e manifestações <strong>de</strong>sportivas e culturais. A Gran<strong>de</strong> Marcha<br />

(<strong>de</strong>saparecidos os mestres habituais) foi da autoria <strong>de</strong> João Andra<strong>de</strong> Santos<br />

e Silva Tavares. Entraram 15 marchas e ganhou a Bica.<br />

Seguiram-se dois anos “a seco”. Em 1958, as marchas reapareceram, mas <strong>de</strong>ram<br />

o ar <strong>de</strong> um tanto <strong>de</strong>sfiguradas. Ou porque o público não mostrasse muito interesse<br />

ou porque os próprios marchantes não parecessem muito motivados, o certo é que,<br />

a avaliar pelos relatos da época, o <strong>de</strong>sfile teve lugar – mas passou um tanto como<br />

quem se limita a cumprir um calendário.<br />

O interesse da televisão<br />

De 1958 a 1963, não houve marchas. No entanto, o povo sentia-lhes a falta<br />

e manifestava a sua sauda<strong>de</strong>. Veio finalmente a Câmara dizer que era necessária<br />

a “restauração <strong>de</strong> um acontecimento indispensável, que <strong>de</strong>sempenhava na cida<strong>de</strong><br />

um lugar “<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significado para a vida social e turística”.<br />

Os anos 60, não tendo talvez <strong>de</strong>ixado marcas in<strong>de</strong>léveis em termos <strong>de</strong> festas,<br />

tiveram no entanto dois méritos. Por um lado, marcaram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963, um ritmo<br />

anual sem interrupções até 1970; por outro, registou-se o aparecimento da televisão<br />

como espectadora constante. Na verda<strong>de</strong>, lançadas as emissões regulares em 1957,<br />

a RTP não podia manter-se alheada da gran<strong>de</strong> festa lisboeta, pelo que passou a fazer<br />

<strong>de</strong>slocar os seus carros <strong>de</strong> exteriores à Avenida, para transmitir, em directo ou em<br />

diferido, a manifestação alfacinha para todo o País. Nos primeiros tempos, faltava<br />

porém à TV um elemento essencial para dar i<strong>de</strong>ia aos espectadores da essência<br />

da festa: a cor. A prática institucionalizou-se e, com o aparecimento das televisões<br />

privadas, a transmissão dos <strong>de</strong>sfiles passou a ser integral.<br />

Tornou-se também indispensável a exibição dos grupos em recinto fechado,<br />

antes da gran<strong>de</strong> prova da Avenida. O Pavilhão dos Desportos foi o palco escolhido<br />

até que, já neste século, se trocou a vetustez do recinto do Parque Eduardo VII pela<br />

grandiosida<strong>de</strong> do Pavilhão Atlântico.<br />

De resto, cada ano teve a sua marca. Assim, em 1963 o <strong>de</strong>sfile foi mais longo,<br />

saindo do Parque e passando pelas avenidas Sidónio Pais e Fontes Pereira <strong>de</strong> Melo,<br />

seguindo <strong>de</strong>pois pelo trajecto habitual até ao Terreiro do Paço. Em 64, foi posta<br />

a tónica nas exibições no Pavilhão dos Desportos, procurando atrair um fluxo<br />

turístico ao evento. Em 65, apareceram em força alguns carros alegóricos.


Em 66, foi batido o record <strong>de</strong> participantes, com 19 marchas presentes, número<br />

que entretanto já foi amplamente ultrapassado. Tal número obrigou o então<br />

Chefe do Estado (Américo Tomás) a permanecer estoicamente na bancada,<br />

durante várias horas, apesar da aragem que se fazia sentir. Em 67, a novida<strong>de</strong><br />

residiu na presença na tribuna <strong>de</strong> vários burgomestres <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s alemãs.<br />

Em 68, as coreografias primaram por alguma novida<strong>de</strong>, aparecendo por exemplo<br />

o Bairro Alto a lançar pombos vivos <strong>de</strong> um balão. Em 69, começaram a aparecer<br />

as “mascotes”, crianças que acompanham a marcha, vestidas a rigor, muitas<br />

vezes ao lado dos padrinhos.<br />

Decadência e ressurreição<br />

Nos anos 70, quase não houve marchas. Para não se falar <strong>de</strong> morte, inventou-se<br />

por essa época uma única Gran<strong>de</strong> Marcha, entoada na noite <strong>de</strong> Santo António,<br />

prescindindo assim dos habituais <strong>de</strong>sfiles dos bairros. Em 1972, por exemplo,<br />

<strong>de</strong>slocaram-se à Praça do Império, em Belém, três casais <strong>de</strong> cada bairro (foram 16<br />

os bairros representados) que cantaram uma única composição. No ano seguinte,<br />

o processo foi semelhante, mudando apenas o cenário, que passou para a Avenida<br />

da Liberda<strong>de</strong>, com um pequeno <strong>de</strong>sfile que se intitulou do “Mundo Lusíada”<br />

e contou com a participação <strong>de</strong> um grupo brasileiro.<br />

Veio <strong>de</strong>pois a revolução <strong>de</strong> 1974 e os anos que se lhe seguiram não foram propícios<br />

para os festejos que alguns consi<strong>de</strong>ravam <strong>de</strong>masiado ligados ao Estado Novo.<br />

Em 1979, a Câmara fez uma tentativa <strong>de</strong> regresso, mas ainda bastante tímida:<br />

houve um <strong>de</strong>sfile pequeno, no termo do qual surgiam 14 casais, representando<br />

cada um <strong>de</strong>les uma coletivida<strong>de</strong> tradicionalmente organizadora da marcha do<br />

respectivo bairro.<br />

O ano <strong>de</strong> 1980 marcou o regresso à Avenida, com <strong>de</strong>z marchas e sem concurso.<br />

Os prémios e o júri voltaram em 1981, ano em que a festa lisboeta teve a colaboração<br />

<strong>de</strong> uma Escola <strong>de</strong> Samba (a Beija Flor), numa tentativa gorada <strong>de</strong> lançar marchas<br />

luso brasileiras. Novas apresentações se seguiram em 1982 e 1983, mas não<br />

registaram gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Resultado: mais quatro anos <strong>de</strong> intervalo.<br />

1988 foi o ano da viragem. Des<strong>de</strong> então e até hoje, as marchas lisboetas têm<br />

mantido o ritmo anual. Foram aprovadas novas regras, ten<strong>de</strong>ntes a não permitir<br />

que a festa abusasse do improviso e se transformasse numa confusão. E a verda<strong>de</strong><br />

é que o entusiasmo subiu e, com ele, a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> novas coletivida<strong>de</strong>s interessadas<br />

em participar. O número <strong>de</strong> marchas subiu para além das 20.<br />

Não é tarefa ao nosso alcance a <strong>de</strong> prever o futuro. De qualquer forma, não custa<br />

muito a crer que enquanto restar um sentimento <strong>de</strong> amor ao bairro on<strong>de</strong> se mora<br />

ou on<strong>de</strong> se têm raízes, enquanto se mantiver a inspiração <strong>de</strong> músicos e poetas,<br />

capazes <strong>de</strong> cantar <strong>de</strong> forma sempre diferente as belezas e o tipicismo, enquanto<br />

houver gente com capacida<strong>de</strong> para per<strong>de</strong>r horas <strong>de</strong> sono e <strong>de</strong> lazer para ensaiar<br />

mais um passo ou mais uma cantiga, para coser mais um traje ou ornamentar<br />

mais um arco, enquanto restar alguém capaz <strong>de</strong> dar a cara, os nervos e o amor<br />

para pôr <strong>de</strong> pé a gran<strong>de</strong> festa da cida<strong>de</strong>, tudo continuará. Ou, por outras palavras,<br />

como escreveu Norberto <strong>de</strong> Araújo nos versos <strong>de</strong> uma das suas marchas, “enquanto<br />

houver Santo António / <strong>Lisboa</strong> não morre mais”.<br />

11


arc<br />

Pavilhão Atlântico<br />

Exibição<br />

12<br />

1 Junho<br />

Marcha Infantil<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />

Marcha do Beato<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Marcha da Bica<br />

2 Junho<br />

Marcha dos Mercados<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

Marcha da Graça<br />

Marcha dos Olivais<br />

Marcha da Mouraria<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />

Marcha da Madragoa<br />

3 Junho<br />

Marcha da Baixa<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />

Marcha da Ajuda<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />

Marcha do Bairro Alto<br />

Marcha do Castelo<br />

Marcha do Alto do Pina


has<br />

13<br />

Avenida da Liberda<strong>de</strong><br />

Desfile<br />

12 Junho<br />

Agrupamentos convidados:<br />

Grupo das Danças <strong>de</strong> Dragão,<br />

Leão e Artes Marciais<br />

(Macau)<br />

Projecto “Chuva d’Amor”<br />

(Portugal)<br />

National Band (Emirados<br />

Árabes Unidos)<br />

Marcha Infantil<br />

Marcha dos Mercados<br />

Marcha da Ajuda<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />

Marcha dos Olivais<br />

Marcha da Bica<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />

Marcha do Beato<br />

Marcha da Madragoa<br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />

Marcha do Alto do Pina<br />

Marcha da Mouraria<br />

Marcha da Graça<br />

Marcha da Baixa<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />

Marcha do Bairro Alto<br />

Marcha do Castelo


14<br />

Classificação do concurso<br />

das Marchas Populares 2011<br />

1º Marcha do Alto do Pina<br />

2º Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

3º Marcha da Madragoa<br />

4º Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />

5º Marcha do Castelo<br />

6º Marcha da Bica<br />

7º Marcha do Bairro Alto<br />

8º Marcha do Beato<br />

9º Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />

10º Marcha da Graça<br />

11º Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

12º Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />

13º Marcha <strong>de</strong> Alcântara e<br />

Marcha <strong>de</strong> Sta Engrácia (ex-aequo)<br />

14º Marcha da Mouraria<br />

15º Marcha dos Olivais<br />

16º Marcha <strong>de</strong> Belém e<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França (ex-aequo)<br />

17º Marcha da Bela Flor<br />

18º Marcha da Baixa<br />

Júri das Marchas<br />

Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Júri<br />

Pedro Franco Santos<br />

Apreciação <strong>de</strong> Coreografia<br />

Rui Lopes Graça<br />

Apreciação <strong>de</strong> Cenografia<br />

Filipa Malva<br />

Apreciação do Figurino<br />

Lena Aires<br />

Apreciação <strong>de</strong> Letra<br />

José Luís Gordo<br />

Apreciação da Música<br />

Carlos Silva Ribeiro<br />

Apreciação Global<br />

Heitor Pato e Ernesto Jana<br />

Representante da EGEAC, E.E.M.<br />

Rita Oliveira<br />

Classificações especiais 2011<br />

Prémio Coreografia<br />

Marcha do Beato<br />

Prémio Cenografia<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Marcha do Castelo<br />

Prémio Figurino<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Marcha do Alto do Pina<br />

Marcha da Mouraria<br />

Prémio Letra<br />

Marcha do Bairro Alto<br />

Prémio Musicalida<strong>de</strong><br />

Marcha da Bica<br />

Marcha da Madragoa<br />

Prémio Desfile na Avenida da Liberda<strong>de</strong><br />

Marcha do Alto do Pina<br />

Prémio Melhor Composição Original<br />

Marcha da Bica “Rainha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”<br />

Júri da Gran<strong>de</strong> Marcha<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Júri (Representante da EGEAC, E.E.M.)<br />

Manuela Batalha<br />

Apreciação da Música (Representante da SPA)<br />

Renato Júnior<br />

Apreciação da Letra<br />

JP Simões<br />

Apreciação Global<br />

Ana Bacalhau e Cuca Roseta


Gran<strong>de</strong> Marcha<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />

<strong>Lisboa</strong>, reencontro e festa<br />

Letra Helena <strong>de</strong> Fátima Chaves Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos<br />

Música Helena <strong>de</strong> Fátima Chaves Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos<br />

Pseudónimo Maria Albano<br />

A ver navios<br />

Fica em Santa Catarina<br />

Povo simples a acenar<br />

El-Rei que parte<br />

Segue a rota <strong>de</strong> Cabral<br />

P’ra Porto Seguro achar<br />

Na gran<strong>de</strong> terra<br />

Se instala corte europeia<br />

Com pompa imperial<br />

E nova era,<br />

Novo Brasil se inicia<br />

Com a presença real.<br />

Refrão<br />

A marcha <strong>de</strong>sce a avenida<br />

E vê-la, há oitenta anos<br />

Deixa o povo a matutar<br />

Se é em <strong>Lisboa</strong>,<br />

Se no Rio ou na Bahia<br />

Qu’a marcha está a passar<br />

Se é com fandango, samba,<br />

vira ou com chorinho<br />

Qu’ assim marcham a rigor<br />

E se o santinho<br />

Sorri<strong>de</strong>nte e milagreiro<br />

É António ou Salvador.<br />

Sobem balões<br />

A marcha chega ao Terreiro<br />

Que outrora foi real<br />

Palco gigante<br />

Luzes, cores e sotaque<br />

Do português tropical<br />

Dos bairros chegam<br />

Cheiros a sardinha assada<br />

a picanha especial<br />

Enchem-se os copos<br />

Jorra o vinho e a caipirinha<br />

Há festa, há arraial.<br />

Refrão<br />

Ao fundo o rio<br />

Tem navio iluminado<br />

A partir ou a chegar<br />

A outro Rio<br />

Aportará com as gentes<br />

Que ousarem arriscar<br />

E O Gran<strong>de</strong> Cristo<br />

Abre os braços às cida<strong>de</strong>s<br />

E envolve-as com amor<br />

E o povo simples<br />

Na procissão reza o Cristo<br />

Que é Rei e Re<strong>de</strong>ntor.<br />

Refrão<br />

15


16<br />

Marcha Infantil<br />

25 Anos a apren<strong>de</strong>r e a ensinar <strong>Lisboa</strong><br />

Comemoramos este ano a 25ª edição da Marcha Infantil.<br />

O trabalho que temos <strong>de</strong>senvolvido com as crianças que<br />

participam na Marcha Infantil, tem sido enriquecedor<br />

no dar a conhecer a nossa Cida<strong>de</strong>, os seus costumes,<br />

as tradições. Durante estas 25 edições, <strong>de</strong>mos a conhecer<br />

às crianças e adultos quanto é importante participar<br />

e viver as tradições da nossa cida<strong>de</strong>, dando especial<br />

atenção às profissões e seus costumes. Homenagearemos<br />

este ano os “operários”, aqueles que <strong>de</strong>ram vida à nossa<br />

instituição e, na parte feminina, as “operárias<br />

costureiras”. E assim, vamos continuar a apren<strong>de</strong>r<br />

e a ensinar <strong>Lisboa</strong>.


Marcha Inédita 1<br />

25 Anos a<br />

apren<strong>de</strong>r e a<br />

ensinar <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Sara Costa<br />

Música Carlos Alberto Moniz<br />

Os anos são vinte e cinco<br />

Que já levamos a marchar<br />

Des<strong>de</strong> o berço aqui estamos<br />

Agora todos gostamos<br />

De apren<strong>de</strong>r e ensinar<br />

Porque hoje é dia <strong>de</strong> anos<br />

O futuro vamos pintar<br />

Haverá fraternida<strong>de</strong><br />

União e igualda<strong>de</strong><br />

Para o mundo melhorar<br />

Refrão (bis)<br />

E a costureira<br />

Da arte se orgulha<br />

Mas por arrelia<br />

Enfiava a freguesia<br />

Pelo fundo da agulha<br />

Hoje a festa é nossa<br />

Há aniversário<br />

Traz mais um amigo<br />

À Voz do Operário<br />

Dos operários do passado<br />

Temos a força e coragem<br />

E sempre aqui cantamos<br />

E bem alto <strong>de</strong>ixamos<br />

A nossa homenagem<br />

Airosa a costureirinha<br />

Traz folhos no avental<br />

Nas suas mãos a magia<br />

De trabalhar todo o dia<br />

Com a agulha e o <strong>de</strong>dal<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha Inédita 2<br />

Operários<br />

com tradição<br />

Letra Sara Costa e Carlos Jorge Español<br />

Música Carlos Rocha<br />

Nós somos a Marcha nova<br />

Com sorrisos e uma trova<br />

Falamos das profissões<br />

Somos crianças da escola<br />

Mas trazemos na sacola<br />

Operários com tradições<br />

As lindas costureirinhas<br />

Com alfinetes e linhas<br />

E um sorriso travesso<br />

Arranjavam a maneira<br />

Parecia brinca<strong>de</strong>ira<br />

P’ra nos virar do avesso<br />

Refrão (bis)<br />

E as pa<strong>de</strong>irinhas<br />

Com jeito e graça<br />

Com água e farinha<br />

Faziam a massa<br />

E assim nascia<br />

Com arte e Amor<br />

O pão que comia<br />

O trabalhador<br />

Varina gingando<br />

Trazia a sardinha<br />

Que no pão pingando<br />

É sempre rainha<br />

Água pura e fresquinha<br />

Que vem da terra vizinha<br />

Pela mão do agua<strong>de</strong>iro<br />

E em púcaros <strong>de</strong> lata<br />

O povo a se<strong>de</strong> mata<br />

É obra do funileiro<br />

E na voz, nós temos voz<br />

Vem daí, junta-te a nós<br />

Ardinas, temos jornal<br />

Vamos escolher profissão<br />

E honrar a tradição<br />

Dos operários <strong>de</strong> Portugal<br />

Marcha<br />

Queremos<br />

um dia…<br />

Marcha Infantil 17<br />

Letra José Jorge Letria<br />

Música Braga Santos, Carlos Alberto Moniz<br />

Arranjo musical Francisco Santos<br />

Refrão<br />

Queremos um dia que não vem no<br />

calendário<br />

E ser felizes na Voz do Operário<br />

Queremos um sol a brilhar <strong>de</strong>ntro da mão<br />

E outro sol a nascer nesta canção<br />

Queremos um pássaro azul a esvoaçar<br />

E um jardim <strong>de</strong> mil cores para brincar<br />

Refrão (bis)<br />

Queremos o riso e a festa nesta escola<br />

E a acompanhar um bombo e uma viola<br />

Queremos um sonho vestido <strong>de</strong> magia<br />

E uma cida<strong>de</strong> pintada <strong>de</strong> alegria<br />

Refrão (bis)<br />

Queremos o ver<strong>de</strong> que tem a natureza<br />

À nossa volta p’ra não haver tristeza<br />

Queremos ter tempo para ver e apren<strong>de</strong>r<br />

A ser amigos, amigos a valer<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha infantil Responsável Vitor Agostinho Comissão Organizadora Alci<strong>de</strong>s Oliveira, Ana Garcia, Ana Marques, Ana Natal, Anabela Bragança, Antónia Figueiredo, António<br />

Ressurreição, António Santos, Bárbara Ramirez, Carla Almeida, Carla Ferreira, Catea Careto, Cristina Garcia, Cristina Lopes, Fátima Laginha, Fátima Oliveira,<br />

Filomena Ressurreição, Helena Fernan<strong>de</strong>s, Helena Santos, Inês Santos, Isabel Lourenço, João Leitão, João Oliveira, Joaquim Baltazar, José Garcia, José Maria Valente,<br />

José Valente, Júlio Alves, Laura Vale, Manuel Figueiredo, Manuela Alegre, Manuela Fernan<strong>de</strong>s, Margarida Baltazar, Maria dos Anjos, Orlanda Anjos, Paula Carvalho,<br />

Pilar Vilar, Rego Men<strong>de</strong>s, Rosa Oliveira, Sandra Pereira, Sónia Alagoa, Teresa Garcia, Vitor Hugo, Vítor Hugo Cardoso, Vitor Oliveira, Zêzere <strong>de</strong> Carvalho Agua<strong>de</strong>iros<br />

Vítor Oliveira, Júlio Alves, Ana Grais, Henrique Farinha, Inês Viegas Porta-Estandarte Brálio Passos Ensaiadores Vítor Agostinho, Sofia Cruz Figurinista Carlos<br />

Mendonça Cenógrafo João Taborda Cavalinho Instrumentos Clarinete José Lopes, Sax-alto José Borbinha, Trompete Rodrigo Ferreira, Luís Resen<strong>de</strong>, Trombone João Romão,<br />

Bombardino Lopo Castro, Tuba António Gonçalves, Caixa André Castro Madrinha Joana Amendoeira Padrinho Joaquim Nicolau Par <strong>de</strong> Mascotes Bia Soares, David Alves<br />

Marchantes Mulheres Ana Beatriz Santos, Ana Ma<strong>de</strong>ira, Ana Varela, Bianca Carmo, Bruna Pablo, Carolina Gonçalves, Carolina Pereira, Catarina Santos, Clara Lopes,<br />

Daniela Gomes, Débora Costa, Diana Cardoso, Diana Ferreira, Eva Pereira, Filipa Nunes, Inês Almeida, Inês Sobreiro, Jessica Amaro, Joana Ferreira, Joana Santos,<br />

Júlia Rocha, Liliana Castro, Lua Areal, Luana Cardoso, Mara Neves, Maria Alminhas, Maria Aurora Santos, Maria Castro, Maria da Luz Coelho, Maria Helena Espada,<br />

Maria João Santana, Maria Laura Santos, Maria Vitória Rocha, Mariana Montez, Patricia Pereira, Rita Castro, Shelsea Ferreira, Sofia Coelho, Solange Coelho<br />

Marchantes Homens Afonso Fernan<strong>de</strong>s, Afonso Santana, André Varela, Arlindo Júnior, Baltazar Eichenhofer, Bernardo Cardoso, Bráulio Passos, David Alves, Diogo<br />

Gonçalves, Evandro Lopes, Fábio Estevão, Francisco Andra<strong>de</strong>, Fre<strong>de</strong>rico Santos, Gonçalo Cardoso, Guilherme Freire, Iuri Rodrigues, João Bizarro, José Ramires, Luis<br />

Meneses, Miguel Nunes, Miguel Sequeira, Pedro Antunes, Pedro Jacinto, Pedro Penin, Rodrigo Costa, Rodrigo Oliveira, Tiago Duarte, Tiago Fusco, Tomás Correia,<br />

Tomás Ribeiro, Vasco Bizarro


18<br />

Marcha dos Mercados<br />

80 Anos <strong>de</strong> Festa – Os Mercados na Génese das Marchas<br />

As Marchas Populares, como as conhecemos hoje,<br />

celebram oitenta anos <strong>de</strong> existência. São provavelmente<br />

a maior festa popular que acontece em <strong>Lisboa</strong>, numa<br />

explosão <strong>de</strong> cor, música e mostra, as tradições bairristas<br />

diferenciadas por toda a cida<strong>de</strong>. É quase impossível<br />

dissociar as Marchas dos Arraiais Populares da capital,<br />

on<strong>de</strong> imperam gran<strong>de</strong>s tronos <strong>de</strong> Santo António, festão<br />

colorido, balões e manjericos. Os arraiais nasceram <strong>de</strong><br />

iniciativas populares e eram realizados nas praças<br />

ou mercados, locais <strong>de</strong> ajuntamento da população.<br />

O arraial mais famoso <strong>de</strong> toda a cida<strong>de</strong> era, sem sombra<br />

<strong>de</strong> dúvidas, o da Praça da Figueira, organizado pelos<br />

próprios ven<strong>de</strong>dores e que, nesta época, se transformava<br />

em feira <strong>de</strong> vendas e divertimentos on<strong>de</strong> as pessoas<br />

acorriam em grupo, espontaneamente, transportando<br />

archotes e cantando canções populares, muitas vezes<br />

em <strong>de</strong>spique com outros grupos por quem passavam.<br />

Po<strong>de</strong>mos admitir que estas tradições foram precursoras<br />

das Marchas Populares como hoje as conhecemos,<br />

fazendo parte da sua génese. Leitão <strong>de</strong> Barros veio<br />

associá-las às Colectivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cultura e Recreio,<br />

vestindo-lhes uma nova roupagem e transformando-as<br />

num concurso e num espectáculo <strong>de</strong> rua organizado.<br />

Os mercados são, <strong>de</strong>sta forma, indissociáveis das <strong>Festas</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e das Marchas, componentes efectivamente<br />

populares e tradicionais, vindo lembrar esta noite, mais<br />

uma vez, as suas origens, apresentando-se com arcos<br />

representativos dos mercados e figurinos on<strong>de</strong><br />

predominam o ver<strong>de</strong>, o vermelho e branco, aludindo<br />

aos Arraiais e <strong>Festas</strong> da cida<strong>de</strong>.<br />

Marcha dos Mercados Responsável Luísa Carvalho Comissão Organizadora Anabela Pereira, Carlos Carvalho, Filipa Duarte, Isabel do Carmo, João Mourão, Luísa Carvalho,<br />

Maria João Mourão, Nuno Rodrigues, R. Lapa Agua<strong>de</strong>iros Aníbal Nóbrega, Carlos Barros, Jorge Cruz, Ricardo Dias Porta-Estandarte Pedro Caldas Ensaiador Rafael<br />

Ribeiro Rodrigues Figurinista João Mourão, Cenógrafos João Mourão, Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Barbosa, Sax-alto António Cardoso, Trompete<br />

Joaquim Saraiva, José Rodrigues, Trombone Luís Ferreira, Bombardino Leandro Antunes, Tuba Nuno Pinto, Caixa Emanuel Peixoto Madrinha Anita Guerreiro Padrinho João<br />

Carvalho Mascotes Manuel Nazaré, Renata do Carmo Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente André Ferraz, Maria Lúcia Garcia Marchantes Mulheres Ana Maria Mugeiro, Anabela<br />

Barros, Anabela Silva, Cristina Oliveira, Elsa Melo, Fernanda Gonçalves, Filipa Martins, Filomena Fernan<strong>de</strong>s, Florentina Vidal, Helena Barros, Joana Macedo, Joana<br />

Pereira, Mafalda Jorge, Marcia Sobreira, Maria Fátima Nazaré, Maria Fernanda Caetano, Maria Inês Nicolau, Nádia Sobreira, Sara Calçada, Sílvia Guerreiro, Susana<br />

Morais, Tatiana Guerreiro, Thelma Silva, Zélia Oliveira Marchantes Homens António Barros, António Ferraz, Bernardo Barros, Bruno Barros, Bruno Nicolau, Daniel<br />

Aleixo, Francisco Nazaré, Gonçalo Sequeira, Hugo Almeida, Humberto Jorge, João Lourenço, João Pratas, José Oliveira, José Raposo, José Rodrigues, Leandro Coelho,<br />

Luis Filipe, Nuno Dias, Paulo Ramos, Pedro Andra<strong>de</strong>, Ricardo Filipe, Ricardo Lopes, Rui Alves, Sandro Canossa


Marcha Inédita 1<br />

O mercado<br />

é mais <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Rafael Rodrigues<br />

Música Rafael Rodrigues<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

O mercado saiu p’ra festa contente<br />

Chinela no pé, saia bem rodada.<br />

Noite <strong>de</strong> folia, hoje toda a gente<br />

Vem dançar na rua com a madrugada.<br />

Mercado velhinho cheio <strong>de</strong> histórias<br />

Também é <strong>Lisboa</strong> e tem tradição,<br />

Canta num trinado as suas memórias,<br />

Na mão traz um arco, na boca o pregão.<br />

Canta num trinado as suas memórias,<br />

Na mão traz um arco, na boca o pregão.<br />

Refrão<br />

Quem passa pelos Mercados,<br />

Não vem <strong>de</strong> lá indiferente,<br />

Encontra alma bairrista, pois é,<br />

No coração <strong>de</strong>sta gente.<br />

Quem passa pelos Mercados<br />

Só encontra gente boa<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />

Instrumental<br />

Quem passa pelos Mercados<br />

Só encontra gente boa<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong><br />

Santo António é festa, é rir e dançar,<br />

Saltar a fogueira, provar a sardinha,<br />

Comprar manjericos para perfumar<br />

A nossa <strong>Lisboa</strong>, cida<strong>de</strong> velhinha.<br />

E se o povo canta vem do coração<br />

Correndo a cida<strong>de</strong> cheio <strong>de</strong> alegria<br />

Ruas enfeitadas, luzes e um balão,<br />

A festa termina ao nascer o dia.<br />

Ruas enfeitadas, luzes e um balão,<br />

A festa termina ao nascer o dia.<br />

Refrão<br />

Instrumental<br />

Quem passa pelos Mercados<br />

Só encontra gente boa<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />

No sorriso das varinas, pois é,<br />

O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />

Marcha Inédita 2<br />

Lá vai ela<br />

aos mercados<br />

Letra Carlos Jorge Español e Vitor Nóbrega<br />

Música Eugénio Pepe<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

Refrão<br />

Lá vai ela, lá vai ela<br />

A marchar <strong>Lisboa</strong> antiga<br />

Lá vai ela, lá vai ela<br />

Nesta marcha bem garrida<br />

Lá vai ela, lá vai ela<br />

Em Noite <strong>de</strong> Santo António<br />

Lá vai ela, lá vai ela<br />

Defen<strong>de</strong>ndo o património<br />

Os Mercados somos nós<br />

Mantemos a tradição<br />

Damos nesta festa a voz<br />

Marchando em união<br />

Oitenta anos, que data boa<br />

A honrar o Santo António<br />

Vem! Anda ver <strong>Lisboa</strong><br />

E o Fado, que é património<br />

Temos castelo imponente<br />

E Alfama muito garrida<br />

As colinas vão c’o a gente<br />

Nesta marcha muito antiga<br />

Refrão<br />

Pela Ajuda há floristas<br />

Com arranjos sem <strong>de</strong>mora<br />

E também servem Artistas<br />

No Mercado da Boa Hora<br />

As peixeirinhas das avenidas<br />

No Mercado 31 <strong>de</strong> Janeiro<br />

Pregões! São cantigas conseguidas<br />

Gingando à marinheiro<br />

Tão antigo e castiço<br />

É o Mercado do Bairro Alto<br />

Com fadistas a cantar<br />

É ven<strong>de</strong>r sem sobressalto<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha dos Mercados 19<br />

Marcha<br />

<strong>Lisboa</strong> dos<br />

manjericos –<br />

Gran<strong>de</strong> Marcha<br />

<strong>de</strong> 1969<br />

Letra António Vilar da Costa<br />

Música Nóbrega e Sousa<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

Olha, olha para ela<br />

Traz o mundo num balão<br />

Ai <strong>Lisboa</strong> é sempre aquela<br />

Ai <strong>Lisboa</strong> é sempre aquela<br />

Que mantém a tradição<br />

Traz S. Pedro na canoa<br />

Com a Esperança que é varina<br />

Vem lembrar as naus <strong>de</strong> Goa<br />

Vem lembrar as naus <strong>de</strong> Goa<br />

Dos seus tempos <strong>de</strong> menina<br />

Refrão<br />

Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />

Tenho um beijo p’ra te dar<br />

Vem p´ra roda, traz um par<br />

Que esta noite é cá das nossas<br />

Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />

Que cheirinho a manjerico<br />

Deve andar no bailarico<br />

Santo António a ver as moças<br />

Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />

S. João <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira<br />

Salta a chama da fogueira<br />

Que acen<strong>de</strong>ram teus avós<br />

Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />

Canta, canta, que me encanta<br />

Pois ninguém terá garganta<br />

P’ra calar a tua voz<br />

Traz nos arcos e balões<br />

Ramalhetes <strong>de</strong> cantigas<br />

São os versos <strong>de</strong> Camões<br />

São os versos <strong>de</strong> Camões<br />

P’ra ensinar às raparigas<br />

Não precisa <strong>de</strong> queimar<br />

Alcachofras por ninguém<br />

Não lhe falta a quem amar<br />

Não lhe falta a quem amar<br />

Todo o mundo lhe quer bem<br />

Refrão (bis)


20<br />

Marcha da Ajuda<br />

A Fundação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>: o mito <strong>de</strong> Ulisses<br />

Reza o mito que Ulisses e a sua tripulação, após a batalha<br />

<strong>de</strong> Tróia, aportaram num reino outrora <strong>de</strong>nominado<br />

<strong>de</strong> Ofiusa (terra <strong>de</strong> serpentes), pelo qual o herói se<br />

apaixonou, tamanha era sua beleza. Ofiusa era<br />

governado por uma rainha meia mulher/meia serpente,<br />

criatura vil e que amaldiçoava essas paragens, mas<br />

que ficou rendida e perdida <strong>de</strong> amores pelo guerreiro,<br />

pactuando com ele: em troca da dádiva do reino<br />

a Ulisses, teria <strong>de</strong>ste juras <strong>de</strong> amor eterno. O reino foi<br />

entregue ao herói que, quando assumiu po<strong>de</strong>r, gritou<br />

do cume mais alto: “Esta é Ulisseia, cida<strong>de</strong> pela qual<br />

Ulisses passou, a cida<strong>de</strong> mais bela do Universo!”. Passado<br />

algum tempo, Ulisses com sauda<strong>de</strong>s da sua terra natal<br />

e da sua esposa Penélope, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> engendrar um plano<br />

para fugir à rainha e regressar a Ítaca. Combinou, então,<br />

com um fiel amigo, para que este se encontrasse com<br />

a rainha e <strong>de</strong>pois se fizesse passar por ele (Ulisses)<br />

enquanto este, por essa altura, já estaria a navegar pelas<br />

águas do Tejo. A rainha hábil e astuta <strong>de</strong>scobriu o plano<br />

e com um beijo, roubou a vida ao fiel amigo <strong>de</strong> Ulisses<br />

e <strong>de</strong> seguida, enfurecida, lançou os seus “braços” sobre<br />

a cida<strong>de</strong> e ao Tejo, formando assim as sete colinas<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, sucumbindo após tamanho e inútil esforço.<br />

Quis o <strong>de</strong>stino que a Ajuda fosse, portanto, testemunha<br />

<strong>de</strong>stes amores, o da rainha por Ulisses e <strong>de</strong>ste pela sua<br />

amada cida<strong>de</strong>, <strong>Lisboa</strong>. O fado, elevado a Património<br />

Cultural e Imaterial da Humanida<strong>de</strong>, e enquanto<br />

<strong>de</strong>stino, está por isso retratado na Marcha da Ajuda, cuja<br />

freguesia conta também com elevado valor patrimonial.<br />

São disso exemplos o seu Palácio Nacional e Jardim<br />

Botânico. Para além do fado e da fundação <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />

esta marcha presta também homenagem, e a propósito<br />

do 80º aniversário das Marchas Populares da cida<strong>de</strong>,<br />

a um dos mais importantes autores <strong>de</strong> marchas <strong>de</strong> todos<br />

os tempos: Raul Ferrão. Numa socieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os valores<br />

parecem perdidos e as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s esquecidas, aqui<br />

estamos nós a recordar e reviver as nossas raízes,<br />

nesta e para esta que é a mais bela cida<strong>de</strong> do Universo!<br />

Marcha da Ajuda Responsável Adolfo Barão Comissão Organizadora Adolfo Barão, Alfredo Santos, Ana Paula Reis, António Martins, Artur Palma, Jaime Gomes, Joaquim<br />

Fonseca, Joaquim Gomes, Jorge Silva, Luís Costa, Maria Nunes, Maria Santos, Vítor Correia Agua<strong>de</strong>iros António Martins, Artur Palma, Jaime Gomes, Luís Costa Porta-<br />

Estandarte Rita Barão Ensaiador Bruno Lucas Figurinista Jorge Silva Cenógrafo Jorge Silva Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Vieira, Sax-alto Manuel Carreira, Trompete<br />

José Silva, Raquel Alves, Trombone Orlando Rodrigues, Bombardino Ricardo Santos, Tuba Júlia Cupido, Caixa Joaquim Sousa Madrinha Paula Sá Padrinho Gonçalo Salgueiro<br />

Par <strong>de</strong> Mascotes Diogo Ferreira, Joana Gomes Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Florbela Barão, João Lucas Marchantes Mulheres Ana Fernan<strong>de</strong>s, Ana Patrício, Ana Silva, Ana<br />

Silva, Ana Silva, Andrea Castanheira, Ângela Fernan<strong>de</strong>s, Bianca Farinha, Bruna Santos, Catarina Filipe, Cátia Nunes, Cláudia Correia, Joana Correia, Joana Sousa,<br />

Maria Marques, Mariana Ferreira, Marta Lima, Nadine Cunha, Paula Cor<strong>de</strong>iro, Sara Oliveira, Soraia Barão, Tânia Marques, Tânia Pinheiro, Telma Canário Marchantes<br />

Homens Adolfo Barão, André Ferreira, António Amândio, Bruno Canelas, Bruno Gonçalves, Bruno Paiva, Cláudio Escaleira, Diogo Elias, Fábio Neves, Flávio Marques,<br />

Hél<strong>de</strong>r Gomes, Ivo Ferreira, José Pinheiro, Luís Alves, Luís Fernan<strong>de</strong>s, Luís Silva, Miguel Santos, Paulo Gonçalves, Pedro da Cruz, Ricardo Canelas, Ricardo Congil,<br />

Tiago Matias, Tiago Morais, Tiago Pereira


Marcha Inédita 1<br />

Ajuda<br />

apregoa <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Bruno Lucas<br />

Música Bruno Lucas<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Lá vem ela aperaltada<br />

Nesta marcha popular,<br />

A Ajuda engalanada<br />

Deixem a marcha passar.<br />

Até o sol e a lua<br />

Que nesta noite santa,<br />

Desceram até a rua<br />

Desceram até a rua,<br />

Para ouvirem quem mais canta.<br />

Refrão<br />

O Castelo <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> é a coroa<br />

E Alfama <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> intemporal,<br />

É na Ajuda que <strong>Lisboa</strong> se apregoa<br />

E Santo António monta o arraial.<br />

Troteia entre vielas e calçadas<br />

Canta o Fado a <strong>de</strong>sgarrada,<br />

pois e então?<br />

Nenhuma é como ela nem a lua<br />

prateada,<br />

Canta Ajuda, o refrão <strong>de</strong>sta canção.<br />

E <strong>de</strong>pois da avenida<br />

Há festa no arraial,<br />

On<strong>de</strong> vamos <strong>de</strong> seguida<br />

Nesta marcha sem rival.<br />

<strong>Lisboa</strong> apaixonada<br />

No aconchego do luar,<br />

Pelo Tejo enamorada<br />

Pelo Tejo enamorada,<br />

Vê a Ajuda a arruar.<br />

Refrão<br />

De canastra na cabeça<br />

Nesta noite já antiga,<br />

Enamorada confessa<br />

Na letra <strong>de</strong>sta cantiga.<br />

Catrapisquei o olho<br />

E o Tejo acenou,<br />

Nas noivas <strong>de</strong> santo António<br />

Nas noivas <strong>de</strong> santo António,<br />

Perdida <strong>de</strong> amores ficou.<br />

Marcha Inédita 2<br />

Ajuda<br />

recorda <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Bruno Lucas<br />

Música Bruno Lucas<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Olhar <strong>de</strong> gajé,<br />

Chinela no pé<br />

E um jeito <strong>de</strong> gingão.<br />

Vem ela esmerada<br />

E bem compassada<br />

Ao som da canção.<br />

Silêncio <strong>Lisboa</strong><br />

Não vimos à toa<br />

Mas sim em missão.<br />

Vamos recordar<br />

Com o nosso marchar<br />

Tua fundação.<br />

Refrão<br />

Somos da Ajuda da raiz do coração,<br />

O mito faz-se história no refrão<br />

<strong>de</strong>sta canção.<br />

Somos da Ajuda venham conosco<br />

marchar,<br />

Com São Pedro e São João,<br />

Santo António a abençoar.<br />

Mui nomes tiveste,<br />

Mas um não esqueceste<br />

No teu coração.<br />

O fado <strong>de</strong> Ulisses<br />

Quis Deus que tu visses<br />

A sua paixão.<br />

De triera chegou<br />

E ao Tejo aportou,<br />

Que gran<strong>de</strong> emoção.<br />

Suspiros <strong>de</strong> amor<br />

Enorme fulgor é recordação.<br />

Refrão<br />

As tuas colinas,<br />

São prova da sina<br />

Teu fado e canção.<br />

Herói do passado,<br />

Aqui recordado<br />

Num cravo e balão.<br />

Saltando a fogueira,<br />

Perto da Ribeira<br />

Um par fanfarrão.<br />

Só nesta cida<strong>de</strong>,<br />

Cheia <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong><br />

E <strong>de</strong> tradição.<br />

Marcha<br />

Ajuda<br />

é do povo<br />

Letra António José<br />

Música Martinho da Silva<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Vou sair logo à tardinha<br />

Só p’ra ver se tu me vês<br />

E beber água fresquinha<br />

No chafariz do Marquês<br />

Mas se pela rua vamos<br />

Que gente! Deus nos acuda!<br />

Já dizem quando passamos<br />

O casalinho da ajuda!<br />

Marcha da Ajuda 21<br />

Refrão<br />

Cá vai Ajuda<br />

Que é bem do povo<br />

Meu bairro amigo<br />

Com quem vivo, lado a lado<br />

Cá vai Ajuda<br />

Com sangue novo<br />

Que mantém vivas<br />

As memórias do passado<br />

Tens um palácio<br />

Que o povo adora<br />

Um monumento<br />

Que no bairro, fica bem<br />

É uma lenda, é uma glória<br />

É uma jóia<br />

Que <strong>Lisboa</strong> ainda tem!<br />

Mesmo sem ter pé <strong>de</strong> meia<br />

Mesmo quem passou à História<br />

Há casórios <strong>de</strong> mão cheia<br />

Na Igreja da Memória!<br />

Lá em baixo, passa o Tejo<br />

Deixa-lo passar, <strong>de</strong>ixa-lo<br />

Para o ver melhor invejo<br />

A velha torre do galo!...<br />

Refrão


22<br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />

Alcântara namora o Tejo / De fragatas e caravelas / Esta marcha<br />

<strong>de</strong> marinheiros / Tem as varinas mais belas<br />

Encontrando-se Alcântara numa posição privilegiada,<br />

<strong>de</strong>bruçada sobre o Rio Tejo e, estando ligada às fainas<br />

marítimas, a nossa marcha vem este ano evocar o amor<br />

incondicional ao nosso rio. Deste rio, zarparam as<br />

caravelas que mergulharam nos <strong>de</strong>sconhecidos oceanos<br />

do séc. XV em busca <strong>de</strong> novos mundos, <strong>de</strong>sfraldando nas<br />

suas velas a cruz <strong>de</strong> Cristo e levando-a orgulhosos através<br />

dos mares e muitas terras conquistando. Aqui sucessivas<br />

gerações <strong>de</strong> marinheiros foram acumulando experiência<br />

e <strong>de</strong>senvolvendo técnicas <strong>de</strong> navegação, criando as mais<br />

diversas embarcações à vela. Na doca <strong>de</strong> Alcântara,<br />

as fragatas eram <strong>de</strong>scarregadas por <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> mulheres,<br />

que <strong>de</strong> uma forma graciosa, <strong>de</strong> canastra à cabeça<br />

e <strong>de</strong> história e, que nós preten<strong>de</strong>mos homenagear,<br />

embora saibamos num equilíbrio circense (mas com<br />

uma elegância exuberante) transportavam as<br />

mercadorias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o porão das fragatas até às muralhas<br />

do cais. Uma época memorável em que <strong>Lisboa</strong>, o seu<br />

porto e a cultura popular repartiam entre si os pontos<br />

fortes da vida portuguesa! Foi o Tejo da fragata e da<br />

caravela, do marinheiro e da varina, num namoro<br />

intemporal durante várias gerações. Recordação,<br />

sauda<strong>de</strong> e memórias é tudo o que resta <strong>de</strong> um rio cheio<br />

<strong>de</strong> história e, que se escreva, <strong>de</strong>senhe, pinte ou cante<br />

é muito pouco para registar a memória <strong>de</strong> um rio que<br />

contribuiu gran<strong>de</strong>mente para a construção da nossa<br />

História. E assim neste encontro <strong>de</strong> culturas entre<br />

Portugal e o Brasil, Alcântara mostra o quão<br />

importante são, as raízes do nosso povo.


Marcha Inédita 1<br />

Alcântara<br />

mulher do mar<br />

Letra Ester Correia<br />

Música Toy<br />

Alcântara é mulher do mar<br />

E tem pregões <strong>de</strong> emoção<br />

Seu bairro sempre a cantar<br />

E o Tejo no coração.<br />

Já se avistam as caravelas<br />

O Tejo e o luar<br />

Alcântara abre as janelas<br />

Para o povo as saudar.<br />

Refrão<br />

É só namorar,<br />

Namorar numa fragata<br />

Deixar o sal e o carvão<br />

Ser a mais bela gaiata.<br />

É só namorar,<br />

Namorar por toda a rua<br />

Dizer a toda a <strong>Lisboa</strong><br />

Que o Tejo lhe <strong>de</strong>u a lua.<br />

Que linda que vem a fragata<br />

Diz a varina em pregão<br />

Salta para o cais <strong>de</strong>scalça<br />

Canastra fica no chão.<br />

E num rodopio sem par<br />

Canastras <strong>de</strong> mão em mão<br />

Varinas com o seu par<br />

Na <strong>de</strong>scarga do carvão.<br />

Refrão<br />

Varinas e até marinheiros<br />

Têm a bênção do Tejo<br />

São amantes, companheiros<br />

Que selam num longo beijo.<br />

Santo António fica contente<br />

Neste namoro <strong>de</strong> amar<br />

Dá aos noivos um presente<br />

O infinito do mar.<br />

Marcha Inédita 2<br />

Namorar,<br />

só em Alcântara<br />

Letra Ester Correia<br />

Música Toy<br />

Alcântara namora o Tejo<br />

A gaivota a praia mar<br />

A onda tem o <strong>de</strong>sejo<br />

De a lua namorar.<br />

Vem do Tejo, lés a lés<br />

Os marinheiros do mundo<br />

E têm logo a seus pés<br />

Varinas <strong>de</strong> amor profundo.<br />

Refrão<br />

Olá varina, olá<br />

Já estou aqui no cais<br />

Olá varina, olá<br />

As sauda<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>mais<br />

Olá marinheiro, olá<br />

Não esqueci teus abraços<br />

Olá marinheiro, olá<br />

Vem <strong>de</strong>pressa aos meus braços<br />

Já há namoro no cais<br />

Grita Alcântara com paixão<br />

O amor nunca é <strong>de</strong>mais<br />

É gente <strong>de</strong> coração.<br />

Os namoros acontecem<br />

Ali logo junto ao cais<br />

E num beijo amanhecem<br />

E não se separam mais.<br />

Refrão<br />

Vamos na fragata amar<br />

Remar sempre sem <strong>de</strong>stino<br />

Nossa paixão festejar<br />

Ir ao céu, per<strong>de</strong>r o tino…<br />

Santo António aparece<br />

Há festa por todo o lado<br />

E as varinas em prece<br />

Vão <strong>de</strong> marinheiro ao lado.<br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara 23<br />

Marcha<br />

Barcos do Tejo<br />

Letra Lopes Vitor<br />

Música Martinho d’Assunção<br />

Arranjo musical José Martins<br />

Cá no alto do castelo<br />

Está S. Jorge a dominar<br />

Olha o Tejo com <strong>de</strong>svelo<br />

A vê-lo correr pró mar<br />

Vejo as velas tão branquinhas<br />

Barquinhos a <strong>de</strong>slizar<br />

Os barcos são alfacinhas<br />

E não vão, não vão pró mar<br />

Refrão<br />

Barcos do Tejo<br />

P’lo rio a fora<br />

Eu bem os vejo<br />

Namorar <strong>Lisboa</strong><br />

Iguais às velas<br />

Que <strong>de</strong>ram fama<br />

Às caravelas<br />

De Vasco da Gama<br />

Barcos do Tejo<br />

A navegar<br />

Que eu bem os vejo<br />

Olhando p’ró mar<br />

Barcos do Tejo<br />

Velas à vela<br />

São filigrana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Nobre e tão bela<br />

Destas muralhas com glória<br />

Cá no alto do castelo<br />

Deito os olhos p’ró Restelo<br />

E oiço falar a História<br />

Velas ao vento tal qual<br />

As que vês lá em Belém<br />

Mostraram ao mundo quem<br />

E o valor <strong>de</strong> Portugal<br />

Marcha <strong>de</strong> Alcântara Responsável Francisco Ferreira Comissão Organizadora Antero Gabão, António Mateus, Eduardo Valente, Francisco Ferreira, Hugo Franco, Hugo Men<strong>de</strong>s,<br />

Isidoro Santos, Luís Santos, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Ferreira, Mário Ferreira, Ruben Gomes, Susana Santos, Tiago Paiva Agua<strong>de</strong>iros Francisco Ferreira, Hugo Ramos, Luís Alves,<br />

Ruben Men<strong>de</strong>s Porta-Estandarte Marcos Nunes Ensaiador Mário Ferreira Figurinista Nuno Blue Cenógrafo Mário Ferreira Cavalinho Instrumentos Clarinete António<br />

Ramos, Sax-alto João Barão, Trompete Mónica Nunes, Mário Nunes, Trombone Rui Muacho, Bombardino Eugénio Con<strong>de</strong>sso, Tuba Henrique Avelar, Caixa Bruno Antunes<br />

Madrinha Linda Rodrigues Padrinho Leandro Par <strong>de</strong> Mascotes Hél<strong>de</strong>r Pereira, Luana Men<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Judite Matias, Luis Santos Marchantes Mulheres<br />

Ana Brito, Ana Vidal, Andreia Cardoso, Andreia Silva, Cristiana Reis, Débora Marques, Débora Miranda, Diana Valente, Elvira Sousa, Joana Vicente, Liliana Alves,<br />

Liliana Patinha, Mara Brito, Márcia Chitas, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Ferreira, Maria Fátima Martins, Mariana Almeida, Nádia Abreu, Soraia Martins, Susana Santos, Teresa<br />

Ferreira, Vânia Ferreira, Vânia Pires, Vera Abreu Marchantes Homens Carlos Amorim, Carlos Cabral, Carlos Rocha, Edgar Sousa, Eduardo Valente, Flávio Bogas, Flávio<br />

Simões, Hugo Men<strong>de</strong>s, João Correia, João Duarte, Jorge Ramos, Jorge Soares, Leandro Alves, Márcio Santos, Márcio Santos, Márcio Vicente, Nuno Martins, Nuno<br />

Serôdio, Ricardo Pinto, Ruben Gomes, Ruben Vidal, Samuel João, Tiago Paiva, Vitor Santos


24<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />

Alfama dos mexericos<br />

Somos assim!<br />

Não queremos que ninguém se sinta só; nem nas<br />

alegrias, nem nas tristezas. Por isso, partilhamos.<br />

E gostamos. O emaranhar das casas e das ruas também<br />

ajuda. Sabemos todos uns dos outros. E gostamos.<br />

Quando nos escapa uma notícia, sabemos a quem<br />

recorrer. Há sempre uma vizinha. E uma janela.<br />

E quem diz vizinha, diz vizinho. E uma taberna.<br />

Um “barbeiro”. O linguarejar não tem género.<br />

E gostamos.Mas também compramos notícias.<br />

As <strong>de</strong> fora. Aos novos ardinas, agora nos seus quiosques.<br />

Não se resiste a dois <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> conversa. E gostamos.<br />

À noite, à sua volta, reunimo-nos, não para nos<br />

lamentarmos da vida. Nada disso. Queremos é<br />

partilhar os enredos, a alegria, a festa.<br />

Enfim, o arraial. E claro, marchar. E gostamos.<br />

As Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> celebram oitenta anos. Nós,<br />

também. Estão, pois, <strong>de</strong> parabéns todos os bairros.<br />

As Marchas são, sobretudo, instrumento <strong>de</strong> afirmação<br />

cultural <strong>de</strong> cada um dos bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, assumindo<br />

os seus usos e costumes. Daí o nosso tema, com o qual<br />

queremos, simultaneamente, evocar as Marchas,<br />

enquanto acto festivo popular, mas igualmente retratar<br />

o dia a dia do nosso bairro, <strong>de</strong> gente que gosta <strong>de</strong> prosear<br />

e <strong>de</strong> festa como forma <strong>de</strong> expressão e proclamação do<br />

orgulho <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> Alfama.<br />

Somos assim.<br />

E gostamos.


Marcha Inédita 1<br />

Gentes<br />

<strong>de</strong> Alfama<br />

Letra João Ramos<br />

Música João Ramos<br />

Arranjo musical João M. Ferreira<br />

Vaidosa do seu marchar<br />

Esta marcha não se cansa<br />

Ninguém fica sem seu par<br />

Se quiser entrar na dança.<br />

Roda fora, roda <strong>de</strong>ntro<br />

Vai com ela sem parar,<br />

Solta as mãos e vai ao centro<br />

Não há nada que enganar!<br />

Refrão<br />

Que Marcha é esta,<br />

Que com tal brio se assesta<br />

E que o povo tanto ama?<br />

É Alfama!<br />

Que gente é esta,<br />

Que com tanto amor se presta,<br />

E que sempre nos acalma?<br />

É Alfama!<br />

Que voz é esta,<br />

Que tanto se manifesta,<br />

Quem me chama (quem me chama)?<br />

É Alfama!<br />

Que noite é esta<br />

Que alegria faz a festa?<br />

É Alfama, É Alfama.<br />

Da vida não se lamenta<br />

Nem alto nem ao ouvido<br />

Ao conto sempre acrescenta<br />

O ponto que lhe é <strong>de</strong>vido.<br />

Sou eu, és tu, somos nós<br />

Bairro nobre que amontoa<br />

Filhos, netos e avós<br />

De ti, da nossa <strong>Lisboa</strong>!<br />

Marcha Inédita 2<br />

Alfama<br />

dos Mexericos<br />

Letra João Ramos<br />

Música João Ramos<br />

Arranjo musical João M. Ferreira<br />

Ruas, portas e travessas<br />

Não importa quem lho diz<br />

Repete tudo às avessas<br />

Mete sempre seu nariz!<br />

No peito bate sem medos,<br />

Aos inventos jura fé!<br />

Alfama não tem segredos<br />

Nem nas pare<strong>de</strong>s da Sé!<br />

Refrão<br />

Lá está ela, é a Maria<br />

Quer <strong>de</strong> noite, quer <strong>de</strong> dia<br />

A mulher nunca se cansa.<br />

Debruçada na varanda,<br />

Dando conta <strong>de</strong> quem anda<br />

Nem que seja uma criança!<br />

Rolos, lenço e avental<br />

Não lhe escapa um arraial,<br />

Seja <strong>de</strong> pobres ou ricos!<br />

Vive dos amores alheios,<br />

Afogando seus anseios<br />

Alfama dos mexericos!<br />

Do ardina, tem inveja,<br />

Das notícias qu’ele traz,<br />

Que da sacola maneja<br />

Mais do que a língua é capaz.<br />

De tar<strong>de</strong> vai namorar<br />

À hora que a venda <strong>de</strong>ixe,<br />

Da vizinha vai escutar<br />

Pela boca morre o peixe!<br />

Marcha<br />

Alfama<br />

dos Milagres<br />

Letra Ama<strong>de</strong>u do Vale<br />

Música Carlos Dias<br />

Arranjo musical João M. Ferreira<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama 25<br />

Alfama<br />

Não envelhece<br />

E até parece<br />

Mais nova ainda<br />

Iluminou a janela<br />

Reparem nela<br />

Como está linda!<br />

Vestiu a blusa clarinha<br />

Que a da vizinha é mais mo<strong>de</strong>sta<br />

E pôs<br />

A saia garrida<br />

Que só é vestida<br />

Em dias <strong>de</strong> festa.<br />

Refrão<br />

Becos escadinhas<br />

Ruas estreitinhas<br />

On<strong>de</strong> em cada esquina<br />

Há um bailarico<br />

Trovas p’las vielas<br />

E em todas elas<br />

Perfume <strong>de</strong> manjerico<br />

Risos gargalhadas<br />

Fados <strong>de</strong>sgarradas<br />

Hoje em Alfama<br />

É o <strong>de</strong>mónio<br />

E em cada canto<br />

O suave encanto<br />

De um trono <strong>de</strong> Santo António (bis)<br />

Já se não ouvem cantigas<br />

E as raparigas <strong>de</strong> olhos cansados<br />

Ainda aproveitam o ensejo<br />

P’ra mais um beijo<br />

Dos namorados<br />

Já se ouvem sinos tocando<br />

Galos cantando<br />

À <strong>de</strong>sgarrada<br />

Mas mesmo assim<br />

Dona Alfama<br />

Só volta p’ra cama<br />

Quando é madrugada<br />

Marcha <strong>de</strong> Alfama Responsável João Ramos Comissão Organizadora Alfredo Otero, António Nogueira, Bruno Baleias, Carlos Fonseca, Dália Ferreira, Fernando Gentil, Graça<br />

Sequeira, Henrique Fernan<strong>de</strong>s, João Pereira, João Ramos, Joaquim Guerreiro, José Henriques, Mário Rocha, Nelson Palma, Paulo Alves, Raul Oliveira, Ruben Brito,<br />

Vanessa Rocha, Viriato Brito Agua<strong>de</strong>iros Dário Silva, Graça Sequeira, Pedro Ferreira Porta-Estandarte Ana Catarina Gonçalves Ensaiadora Vanessa Rocha Figurinista<br />

Joaquim Guerreiro Cenógrafo Joaquim Guerreiro Cavalinho Instrumentos Clarinete João Abrantes, Sax-alto Sérgio Cura, Trompete Jorge Barroso, Pedro Gentil, Trombone<br />

Filipe Vilela, Bombardino Gonçalo Marques, Tuba Rui Gaspar, Caixa Luís Rodrigues Madrinha Raquel Tavares Padrinho Heitor Lourenço Par <strong>de</strong> Mascotes Iuri Albino, Maria<br />

Teixeira Marchantes Mulheres Ana Carina Rocha, Ana Catarina Costa, Ana Patrícia Marujo, Ana Rita Paulo, Ana Sofia Gonçalves, Ana Sofia Moreira, Andreia Carmo,<br />

Carla Subtil, Cátia Gomes, Daniela Aba<strong>de</strong>, Denise Loureiro, Elsa Lapa, Fedra Chaves, Gisela Monteiro, Inês Carvalho, Marina Romualdo, Rute Rocha, Sandra Fonseca,<br />

Sandra Silva, Soraia Silva, Soraia Sousa, Susana Matos, Telma Silva, Vanessa Pais, Vanda Gonçalves Marchantes Homens Bruno Paulo, Bruno Rodrigues, Carlos Marques,<br />

Carlos Fonseca, Carlos Paulo, Cláudio Rodrigues, David Pereira, David Lapa, Diogo Vaz, Diogo Silva, Emanuel Rodrigues, Flávio Fernan<strong>de</strong>s, Flávio Vieira, Hugo Pinho,<br />

Ivan Silva, Luís Sequeira, Luís Silva, Marco Porfírio, Mauro Cruz, Paulo Cardoso, Rodrigo Roxas, Ruben Fernan<strong>de</strong>s, Ruben Simão, Telmo Reis, Tiago Filipe


26<br />

Marcha do Alto do Pina<br />

A chegada dos ciganos ao Alto do Pina<br />

Na constatação da pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> etnias e diferentes<br />

nacionalida<strong>de</strong>s, que uma vez mais, fazem parte<br />

integrante do <strong>de</strong>senho humano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />

este ano o Alto do Pina, com a sua marcha, evoca a raça<br />

cigana que há mais <strong>de</strong> duzentos anos se fixou em várias<br />

quintas do bairro on<strong>de</strong> se tem mantido <strong>de</strong> forma<br />

integrada até aos nossos dias. Num figurino estilizado<br />

da roupagem étnica do início do século XIX do povo<br />

cigano, com arcos que simbolizam pormenores <strong>de</strong> alguns<br />

dos seus usos e costumes que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o comércio<br />

<strong>de</strong> gado equino, ao pentagrama, vulgo cinco salmão,<br />

amuleto <strong>de</strong> boa sorte <strong>de</strong> quem “lê a sina” e ainda, as<br />

libras <strong>de</strong> ouro das poupanças almejadas, a marcha<br />

do Alto do Pina traz até nós uma enorme e <strong>de</strong>slumbrante<br />

caravana cigana tentando retratar toda a alegria<br />

das festas e arraiais do povo calé.<br />

Marcha do Alto do Pina Responsáveis Carlos Mendonça, Ivone Neto Comissão Organizadora Ivone Neto, Pedro <strong>de</strong> Jesus, Vitor Ferreira, Agua<strong>de</strong>iros Abílio Simões, Carlos Ferreira,<br />

Carlos Fonseca, Tiago Russo Porta-Estandarte Olindina Luís Ensaiadores Carlos Mendonça, João Pedro Mascarenhas Figurinista Carlos Mendonça Cenógrafo Carlos<br />

Mendonça Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Campeão, Sax-alto Armando Bernardo, Trompete Margarida Ren<strong>de</strong>iro, Trompete Luís Moreira, Trombone Ricardo Pedras,<br />

Bombardino João Garcia, Tuba Fábio Duarte, Caixa Telmo Gonçalves Madrinha Filipa Cardoso Padrinho Joaquim Monchique Par <strong>de</strong> Mascotes Gonçalo Pina, Ivana Costa<br />

Marchantes Mulheres Ana Carina Alves, Ana Patrícia Ramalhete, Ana Rita Ramos, Andreia Amaral, Bruna Lucas, Carina Rebelo, Carla Ferreira, Catarina Passos, Cátia<br />

Oliveira, Cátia Ramalhete, Diana Mota, Filipa Valente, Jessica Brás, Jessica Martins, Mafalda Viegas, Paula Luís, Patricia Santos, Rita Teixeira, Rute Brás, Sandra Jesus,<br />

Sara Valente, Sofia Santos, Tânia <strong>de</strong> Jesus, Tânia Reis, Vera Silva Marchantes Homens Bruno Ferreira, David Men<strong>de</strong>s, Francisco Gomes, Gonçalo Santos, Hélio Correia,<br />

Igor Russo, João Pereira, José Nobre, Luís Brás, Luís Fontinha, Márcio Campos, Marco Batista, Marco Campos, Mário Brás, Miguel Campos, Paulo Luís, Paulo Monteiro,<br />

Pedro Torres, Ricardo Costa, Rogério Fernan<strong>de</strong>s, Sandro Fonseca, Telmo Russo, Tiago Andra<strong>de</strong>, Tiago Bettencourt, Vitor Ferreira


Marcha Inédita 1<br />

Arraial do<br />

Alto do Pina<br />

Letra Carlos Mendonça<br />

Música Carlos Dionísio<br />

O Alto do Pina é gente boa<br />

Cá <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Somos bairro<br />

E Popular<br />

Anda nas Marchas<br />

Des<strong>de</strong> o começo<br />

E até estremeço<br />

Quando o vejo a marchar.<br />

Já o Bairro canta<br />

E até encanta<br />

Com a garganta<br />

Afinadinha<br />

E em seu marchar<br />

Nobre e vaidoso<br />

Diz-se ditoso<br />

Por ser alfacinha.<br />

Refrão<br />

No Alto do Pina<br />

Em qualquer esquina<br />

Já só se grita<br />

Com vaida<strong>de</strong><br />

E presunção<br />

Que o Alto do Pina<br />

Tudo ilumina,<br />

Co’a luz que brilha<br />

Do seu balão.<br />

No Alto do Pina,<br />

É bem trinada<br />

E afinada<br />

A maneira como entoa,<br />

Nesta canção,<br />

Toda a paixão<br />

Que o bairro sente<br />

De ser Marcha e ser <strong>Lisboa</strong>.<br />

O Alto do Pina muito trabalha<br />

E às vezes ralha<br />

Na galhofa,<br />

E é matreiro.<br />

Vai a sua Marcha<br />

Toda airosa<br />

Da Barão <strong>de</strong> Sabrosa<br />

Até à Paiva Couceiro.<br />

Bairro pioneiro<br />

Sendo o primeiro<br />

A marchar<br />

Em trinta e dois<br />

E é com orgulho<br />

Que <strong>de</strong>sfilamos<br />

E aqui estamos<br />

Oitenta anos <strong>de</strong>pois.<br />

Marcha Inédita 2<br />

Festa Calé<br />

Letra Carlos Mendonça<br />

Música Carlos Dionísio<br />

Vieram <strong>de</strong> longe<br />

Assentar arraiais<br />

No Alto do Pina<br />

Elas com o seu dom<br />

Para ganhar parnom,<br />

Iam ler a sina.<br />

Aos homens trabalho<br />

Nunca lhes faltou<br />

A ven<strong>de</strong>r cavalos<br />

Com jeito magano<br />

E o bairro cantou<br />

Quando o conquistou<br />

Sem nenhum abalo<br />

O povo cigano.<br />

Refrão<br />

Porom pom pom<br />

Lerelerele<br />

Batam as palmas bis<br />

Raça calé<br />

Porom pom pom<br />

Lerelerele<br />

Gadjo ou calon<br />

Vamos com palmas<br />

Bater com o pé.<br />

Porom pom pom<br />

Lerelerele<br />

Batam as palmas<br />

Palmas ciganas<br />

Com galhardia<br />

Porom pom pom<br />

Lerelerele<br />

Há festa hoje<br />

Cigano, cigano<br />

És dono da vida<br />

Não tens medo à morte (bis)<br />

Cigano, cigano<br />

Alma sem guarida<br />

De orgulhoso porte (bis)<br />

Cigana, cigana,<br />

Vais vencendo a sorte<br />

Numa sina alheia (bis)<br />

Cigano e cigana<br />

Sem rumo, sem norte,<br />

Têm a Lua cheia.<br />

Cigano, cigano,<br />

Tens a Lua cheia!<br />

Festa cigana.<br />

Viva a alegria.<br />

Alegre o chaval<br />

Com olhar guloso<br />

Sem armar chicana,<br />

Vai <strong>de</strong>safiar<br />

Para sapatear<br />

A linda cigana<br />

Mas ela vaidosa<br />

Só lhe diz que não<br />

Para o provocar<br />

Ninguém a engana<br />

Paílho vai, vai<br />

Não tens sunacai<br />

Que possa tentar<br />

A bela cigana.<br />

Marcha do Alto do Pina 27<br />

Marcha<br />

Marcha do Alto<br />

do Pina <strong>de</strong> 1963<br />

Letra César <strong>de</strong> Oliveira<br />

Música Carlos Dias<br />

Quando o sol sorri sobre <strong>Lisboa</strong><br />

Logo o Alto Pina vai beijar<br />

E saudar a gente boa<br />

Parte p’ra trabalhar<br />

Mas a noite chega e surge a lua<br />

Para animar os bailarinos<br />

Toda a gente vem p’ra rua<br />

E no ar flutua<br />

Cheiro a manjericos<br />

Refrão<br />

Aqui vai o Alto Pina<br />

E ninguém lhe ensina<br />

A ser mais popular<br />

Traz na boca essas cantigas<br />

Que as raparigas<br />

Tanto gostam <strong>de</strong> cantar<br />

Pula a fogueira num salto<br />

P’ra manter a tradição<br />

Um balão<br />

O nosso bairro ilumina<br />

Erguido no Alto<br />

No Alto do Pina.<br />

Vamos lá cantar, <strong>de</strong>ixem o resto<br />

Venham cá ao bairro para o ver<br />

É pitoresco e mo<strong>de</strong>sto<br />

Mas alfacinha a valer!<br />

Alegre, cantando a Marcha passa<br />

Airosa, fresca e ladina<br />

Mostrando bem toda a raça<br />

Que leve esvoaça<br />

No Alto do Pina<br />

Refrão


28<br />

Marcha do Bairro Alto<br />

Bairro Alto vai ao baile da coroa colorindo as ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Nos 80 anos <strong>de</strong> festejo das Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, a Marcha<br />

do Bairro Alto, conforme o tema indica, tem como<br />

inspiração principal os bailes palacianos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

e os seus cortejos pelas ruas da nossa maravilhosa cida<strong>de</strong>,<br />

que enquadramos em tempo e espaço no reinado <strong>de</strong><br />

D. José I <strong>de</strong> Portugal, on<strong>de</strong> a abundância <strong>de</strong> recursos<br />

manteve a política <strong>de</strong> esplendor e ostentação, graças aos<br />

diamantes e metais preciosos do Brasil, permitindo uma<br />

arquitectura <strong>de</strong> luxo, bem como programas <strong>de</strong>corativos<br />

mo<strong>de</strong>rnos, seguindo o estilo da época <strong>de</strong>nominado<br />

<strong>de</strong> Rococó que <strong>de</strong>riva da palavra francesa rocaille, que<br />

significa “concha”. Este tema além <strong>de</strong> enaltecer, nestes<br />

80 anos das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, as memórias<br />

históricas da nossa cida<strong>de</strong>, também <strong>de</strong>seja sublinhar<br />

a origem dos nossos festejos, abrangendo subtilmente<br />

a relação entre o Brasil e Portugal conforme sugestão<br />

da temática para o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfile das Marchas<br />

Populares 2012.


Marcha Inédita 1<br />

Bairro do Sonho<br />

Letra Nuno Gomes dos Santos<br />

Música Silvestre Fonseca<br />

Arranjo musical Silvestre Fonseca<br />

Passamos por ruas estreitas<br />

Alargando o coração<br />

Lembrando notícias feitas<br />

Nos jornais que havia então<br />

Vila Nova dos Andra<strong>de</strong>s<br />

Bairro Alto, meu amor<br />

Moram em ti as sauda<strong>de</strong>s<br />

Mas não te esmorece a cor<br />

Refrão (bis)<br />

Bairro mais alto do sonho<br />

Que este povo po<strong>de</strong> ter<br />

Com sauda<strong>de</strong>s do medronho<br />

Do futuro que há-<strong>de</strong> ser<br />

Lugares <strong>de</strong> amores fadistas<br />

De poemas e canções<br />

Tens como ninguém<br />

A arte <strong>de</strong> quem<br />

Aconchega corações<br />

Há nos bares muita folia<br />

Nas tascas a tradição<br />

Mas tu és no dia a dia<br />

Futuro e recordação<br />

Vem a noite que é tão boa<br />

Começa em ti a canção<br />

Tão velha e nova é a <strong>Lisboa</strong><br />

Que trazes no coração<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

Marcha das Luzes<br />

Letra Nuno Gomes dos Santos<br />

Música Silvestre Fonseca<br />

Arranjo musical Silvestre Fonseca<br />

Dê-me o seu olhar<br />

Assim é que é<br />

Que <strong>de</strong>licado é o seu pé<br />

Assim a dançar<br />

Eu perto <strong>de</strong> si<br />

Que Bontempo se ouve aqui<br />

Guerras <strong>de</strong> Alecrim<br />

E Manjerona enfim<br />

Uma vénia em voltear<br />

Dê-me a sua mão<br />

Que o seu coração<br />

Já o estou a agarrar<br />

Refrão (bis)<br />

Um sorriso mais o pó <strong>de</strong> arroz<br />

Que aconchega o seu olhar<br />

Um <strong>de</strong>cote generoso e nós<br />

Vamos dançar<br />

E quando o passo acerta<br />

A música <strong>de</strong>sperta<br />

A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar<br />

Pela noite fora<br />

Não te vás embora<br />

Meu amor tens <strong>de</strong> ficar<br />

Toca uma canção<br />

Enche-se o salão<br />

Das luzes que o tempo dá<br />

Ai, meu coração<br />

Dá-me a tua mão<br />

Chega-te outra vez p’ra cá<br />

Refrão<br />

E quando o passo acerta<br />

A música <strong>de</strong>sperta<br />

A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar<br />

Pela noite fora<br />

Não te vás embora<br />

Meu amor tens <strong>de</strong> ficar<br />

Marcha<br />

Fidalgo e<br />

Fanfarrão<br />

Letra Elvira <strong>de</strong> Freitas<br />

Música Silva Tavares<br />

Arranjo musical Zé Martins<br />

O Bairro Alto<br />

Fidalgo e fanfarrão<br />

Já se vê todo<br />

Sem sobressalto<br />

Per<strong>de</strong>u sem modo<br />

De provocação<br />

E já acata,<br />

Sem zaragata<br />

Quantos lá vão<br />

Marcha do Bairro Alto 29<br />

Refrão<br />

Canta, ó Bairro Alto canta!<br />

Canta e encanta<br />

Com o teu balão!<br />

Prova, ó Bairro Alto prova<br />

Que não há trova<br />

Sem coração<br />

Brilha, Bairro Alto brilha<br />

E maravilha <strong>de</strong> lés a lés<br />

Passa, ó Bairro Alto passa<br />

Cheio <strong>de</strong> raça<br />

Mostrando quem és!<br />

Ao Bairro Alto<br />

Agora todos vão<br />

Ouvir o fado,<br />

Quase <strong>de</strong> assalto<br />

Foi-se o passado<br />

Mas a tradição<br />

Mantém-se viva,<br />

Sempre festiva<br />

Sem frouxidão<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha do Bairro Alto Responsável Vitor Silva Comissão Organizadora Carla Almeida, Ermelinda Fernan<strong>de</strong>s, Rosa Silva, Rui António Agua<strong>de</strong>iros António Silva, Carlos Amorim,<br />

Fernando António, Pedro Pinto Porta-Estandarte Carla Leonardo Ensaiadores Dino Carvalho e Carla Fonseca, Figurinista Paulo Miranda Cenógrafo Paulo Miranda<br />

Cavalinho Instrumentos Clarinete Mónica Vaz, Sax-alto Dinis Carvalho, Trompete Pedro Sacramento, Marco Rodrigues, Trombone Carlos Santana, Bombardino João Carvalho,<br />

Tuba Ricardo Pereira, Caixa Carlos Galvão Madrinha Maria João Abreu Padrinho Luís Mascarenhas Par <strong>de</strong> Mascotes Sofia Paraíso, Jorge Moreira Marchantes Mulheres Alice<br />

Henriques, Ana Beatriz Rodrigues, Ana Catarina Alves, Ana João Semedo, Ana Patrícia Domingos, Ana Paula Rosa, Ana Rita Valente, Bruna Sousa, Cátia Fernan<strong>de</strong>s,<br />

Cátia Oliveira, Cátia Simões, Cláudia Baltazar, Jessica Monteiro, Joana Nascimento, Joana Tomás, Maria Palmira Silva, Maria Rita Pacheco, Mariana Natvarlal, Marta<br />

Tomas, Mónica Pereira, Rita Paraíso, Rita Ramalho, Rita Ramalho, Rute Sousa, Sandra Domingos, Soraia Relvas, Vanessa Coelho, Vera Martins Marchantes Homens<br />

Bruno Araújo, Bruno Bal<strong>de</strong>, Bruno Costa, Carlos Baltazar, Diogo Pires, Fernando Varela, Filipe Lesia, Gonçalo Correia, Gonçalo Rebelo, Ismael Pereira, Luis Martins,<br />

Luis Pedro, Márcio Faustino, Nelson Duarte, Nelson Melo, Nuno Arnaut, Nuno Pereira, Nuno Pires, Paulo Nóbrega, Rui Ferreira, Sérgio Mota, Telmo Bravo, Tiago<br />

Cavaleiro, Tito Muchanga, Vitor Silva


30<br />

Marcha da Baixa<br />

Os saraus na aca<strong>de</strong>mia<br />

A Marcha da Baixa 2012, tem como tema “Os Saraus na<br />

Aca<strong>de</strong>mia”. Nos inícios/meados do século XVIII, a alta<br />

Burguesia e a Realeza, juntavam-se muitas noites em<br />

gran<strong>de</strong>s Saraus <strong>de</strong> Dança, nas Cortes e nos Clubes, on<strong>de</strong><br />

davam récitas teatrais, dança e poesia. É baseado nas<br />

danças da época, com uma incursão ao início das<br />

Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que este ano fazem oitenta<br />

anos, que esta Marcha da Baixa 2012, se vai basear! Com<br />

ouro, preto e vermelho como cores base, nos seus arcos<br />

e trajes. Com vestimentas baseadas em veludos, rendas,<br />

mas que são baseadas em Originais dos inícios/meados<br />

do século XVIII, principalmente vestimentas para<br />

ocasiões especiais, que eram levadas a esses saraus,<br />

<strong>de</strong> figurinos com tendências das cortes espanholas,<br />

francesas e portuguesas. É <strong>de</strong>ste modo, nunca fugindo<br />

à tradição, do que foi a BAIXA <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que sempre foi<br />

a sala <strong>de</strong> estar da capital portuguesa, que este ano,<br />

voltamos a apresentar-nos a este gran<strong>de</strong> Concurso<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que é bem português!<br />

Marcha da Baixa Responsável Carlos Jorge Español Comissão Organizadora Américo Grova, Antero Botelho, Armando Magina, Armando Oliveira, Carlos Jorge Español, Carlos<br />

Magina, Isabel Mateus, Luis Sequeira, Mónica Guerreiro, Pedro Augusto, Rosário Balbi, Sónia Silva, Teresa Antunes, Turicheva Luis, Vítor Bonifácio Agua<strong>de</strong>iro José<br />

Barbosa, José Rodrigues, Rogério Montez, Sandra Dias Porta-Estandarte Isabel Mateus Ensaiador Carlos Jorge Español, Pedro Augusto Figurinista Carlos Jorge Español e<br />

Américo Grova Cenógrafo Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Miguel Costa, Sax-alto Ricardo Toscano, Trompete Pedro Azevedo, João Raquel, Trombone<br />

Henrique Ruivo, Bombardino Pedro Cor<strong>de</strong>iro, Tuba Orlando Tavares, Caixa André Jesus Madrinha Sandra Barata Bello Padrinho Paulo Vasco Par <strong>de</strong> Mascotes Lara Silva,<br />

Maycon Naves Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Isabel Bacalhau, Fernando Matias Marchantes Mulheres Alexandra Fernan<strong>de</strong>s, Alice Paiva, Ana Isabel Silva, Ana Maria Pinho,<br />

Ana Sofia Oliveira, Andreia André, Célia Freixo, Cristina Oliveira, Eugénia Pinho, Jessica Bernardo, Laura Castanheira, Laura Loureiro, Liliana Fernan<strong>de</strong>s, Magda<br />

Martins, Maria Lur<strong>de</strong>s Pereira, Maria Fernanda Neves, Maria Luísa Morais, Marta Silva, Paula Silva, Regina Rodrigues, Susana Silva, Teresa Pinho, Vanessa Viana, Vera<br />

Pimentel Marchantes Homens Alexandre Ferreira, Alexandre Soares, André Pinto, Bruno Vieira, Carlos Henriques, Daniel Alves, Fábio André, Fábio Ribeiro, Hugo Silva,<br />

João Borges, João Fernan<strong>de</strong>s, João Montez, João Sardinha, João Veloza, Nuno Libório, Orlando Aguiar, Paulo Pedrouso, Pedro Lopes, Ricardo Freitas, Ricardo Viana,<br />

Ruben Carvalho, Sérgio Martins, Tiago Garcia, Vítor Pinho


Marcha Inédita 1<br />

Olarilolela,<br />

dançamos<br />

na aca<strong>de</strong>mia<br />

Letra Carlos Jorge Español<br />

Música Eugénio Pepe<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

Refrão<br />

Olarilolela<br />

Vem p’rá brinca<strong>de</strong>ira<br />

Dançamos na Aca<strong>de</strong>mia<br />

Com esta <strong>Lisboa</strong> inteira<br />

Olarilolela<br />

A cantar e a dar ao pé<br />

Porque na Marcha da Baixa<br />

Nunca per<strong>de</strong>mos a fé<br />

Olarilolela<br />

Num sarau d’Aca<strong>de</strong>mia<br />

Qu’este amor enfeitiçado<br />

Se transformou em magia<br />

Olarilolela<br />

Com um tema imaginado<br />

Começamos a dançar<br />

E vamos da Valsa ao Fado<br />

Aqui! Na Marcha da Baixa<br />

Dona Maria e Dom José<br />

Passeiam à beira mar<br />

E têm o Tejo a seus pés<br />

Com ruas largas a entrelaçar<br />

E numa teia tão bela e fina<br />

Um coração a palpitar<br />

Será menino ou menina?<br />

Refrão<br />

Aqui! Na Marcha da Baixa<br />

Com este luar <strong>de</strong> encanto<br />

E o Santo António a abençoar<br />

E um manjerico a cada canto<br />

Oitenta anos <strong>de</strong> Marchas Populares<br />

Já é velhinha, mas é tão boa<br />

E vai a Baixa a cantar<br />

É a Baixa, é <strong>Lisboa</strong>!<br />

Marcha Inédita 2<br />

Vem até à Baixa<br />

Letra Carlos Jorge Español, Vitor Nóbrega<br />

Música Carlos Dionísio<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

Refrão (bis)<br />

Vem até à Baixa<br />

Com ruas d’alegria<br />

Temos ouro e prata<br />

E muita fantasia<br />

Vem até à Baixa<br />

Ver profissões do passado<br />

Douradores e Fanqueiros<br />

Cantando <strong>de</strong> braço dado<br />

Esta sala que é a Baixa<br />

Com seus sons <strong>de</strong> sinfonia<br />

Vamos mostrar nesta Marcha<br />

Com garra e alegria<br />

Baixa antiga <strong>de</strong> mil amores<br />

Vens <strong>de</strong> tempos d’outrora<br />

Vem mostrar as tuas cores<br />

Ao futuro qu’aqui mora<br />

Com teus trajes ao vento<br />

E muita história antiga<br />

São escritas pelo tempo<br />

Minha Baixa, minha amiga!<br />

Refrão (bis)<br />

Os teus olhos timoneiros<br />

Na cor das ondas do mar<br />

Lágrimas <strong>de</strong> Marinheiros<br />

Estão na Baixa a navegar<br />

Nestas ruas da minha Baixa<br />

Entrelaçadas entr’elas<br />

Tudo ali se encaixa<br />

Pois não há ruas mais belas<br />

Cá vamos a <strong>de</strong>sfilar<br />

Lembrando a Fidalguia<br />

Na Avenida a marchar<br />

Com brilho e valentia<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha da Baixa 31<br />

Marcha<br />

A Baixa é<br />

o sol <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Letra José Vala Roberto<br />

Música José Vala Roberto<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

A Baixa conta uma história<br />

De Douradores e Fanqueiros<br />

E traz para a rua a Glória<br />

De um povo <strong>de</strong> marinheiros<br />

Cais das Colunas do Tejo<br />

Lança os braços num abraço<br />

E <strong>Lisboa</strong> abre o cortejo<br />

Dama do Terreiro do Paço<br />

Refrão<br />

A Baixa é o sol <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Cida<strong>de</strong> que conta uma história.<br />

Teatro do tempo que voa<br />

Paisagem da nossa memória<br />

A Baixa é a luz da cida<strong>de</strong><br />

É a tradição que perdura<br />

É Avenida em Liberda<strong>de</strong><br />

É vida, é cor e aventura<br />

Lua <strong>de</strong> Prata na Rua<br />

Rua do Ouro e <strong>de</strong> Sol<br />

A Baixa adormece nua<br />

E faz do Tejo o seu lençol<br />

É sobre a Augusta rua,<br />

Que o arco se abre ao Rio<br />

E com a Arte assim na rua,<br />

A Baixa beija o Rossio<br />

Refrão


32<br />

Marcha do Beato<br />

A arte em festa<br />

A arte está presente em cada rua do Beato, monumentos<br />

vários fazem a história estar presente e eclodir na mente<br />

<strong>de</strong> quem visita este bairro singelo, nobre <strong>de</strong> outros<br />

tempos, religioso como nenhum outro. É assim um<br />

qualquer passeio pelo Beato, bairro <strong>de</strong> raiz forte e bem<br />

marcada, festivo, belo, histórico, cheio <strong>de</strong> cariz popular<br />

aliado à presença histórica e intemporal. É toda esta<br />

mistura que está na origem do tema “A Arte em Festa”.<br />

Este ano é ano <strong>de</strong> festa ainda mais significativa, pois<br />

celebra-se 80 anos <strong>de</strong> marchas populares, 80 anos<br />

<strong>de</strong> festa, <strong>de</strong> lembrança do passado, <strong>de</strong> reviver séculos<br />

anteriores, festas anteriores, tradições populares,<br />

vivências seculares, utopias diversas, transformadas<br />

para o presente em festa, alegria, exuberância, luz e cor.<br />

Pegando nestes motivos todos <strong>de</strong> festivida<strong>de</strong>, colocando<br />

uma pitada <strong>de</strong> arte do nosso bairro, misturando brilho<br />

e cor, sem esquecer o condimento essencial da essencial<br />

música, pois música é festa, e claro, a música é arte, das<br />

maiores artes do planeta, logo… A arte vai entrar nesta<br />

festa popular, cheia <strong>de</strong> música e alegria, bem como todo<br />

este bairro que vai dançar, sorrir, bailar e acima <strong>de</strong> tudo,<br />

se divertir e divertir a nossa <strong>Lisboa</strong>.


Marcha Inédita 1<br />

Há festa<br />

no Beato<br />

Letra Paulo Valentim<br />

Música Paulo Valentim<br />

Arranjo musical Arménio <strong>de</strong> Melo<br />

Vejam lá bem quem chegou!<br />

A dançar com brio e graça,<br />

É o Beato que se afirmou<br />

A cantar a sua raça<br />

5 letras tem Beato,<br />

5 linhas <strong>de</strong> uma pauta,<br />

Faz-se arte, num retrato<br />

Ou no som <strong>de</strong> uma flauta<br />

Refrão<br />

Esta marcha vai<br />

Ai ai ai, ai ai ai<br />

Por <strong>Lisboa</strong> a cantar<br />

Ai, ai, ai, ai, ai, ai<br />

A sorrir e a dançar<br />

Ai, ai, ai, ai, ai, ai<br />

Por <strong>Lisboa</strong> e Portugal<br />

Nesta marcha há<br />

La la ri, la la la<br />

Gente feliz e contente<br />

La la la, la la la<br />

Anda vem marchar<br />

La la la, la la la<br />

Marchar com a gente<br />

O Beato está em festa.<br />

Pois a arte, é tradição<br />

Nesta noite, o que nos resta<br />

É dançar <strong>de</strong> mão em mão<br />

No ar beleza e requinte,<br />

Dançam no baile “au revoir”<br />

Mascarados, mais <strong>de</strong> vinte<br />

Quem sou eu? Ele quem será?<br />

Marcha Inédita 2<br />

A arte em festa<br />

Letra Paulo Valentim<br />

Música Paulo Valentim<br />

Arranjo musical Arménio <strong>de</strong> Melo<br />

Há neste bairro alegria,<br />

Anda música no ar<br />

Vêem pares em romaria,<br />

Quer <strong>de</strong> noite, quer <strong>de</strong> dia<br />

Para rir e gracejar<br />

Vem com arte bem antiga,<br />

Pelas mãos dum trovador,<br />

Qu’ao cantar esta cantiga<br />

Olhando uma rapariga,<br />

Enche o coração <strong>de</strong> amor<br />

Refrão<br />

Anda vem p’rá festa,<br />

Anda vem p’rá festa,<br />

Vem para <strong>Lisboa</strong><br />

E vem sem <strong>de</strong>mora<br />

Anda vem p’rá festa,<br />

Anda vem p’rá festa,<br />

Vem saltar, cantar<br />

P’la noite fora<br />

Entra nesta festa,<br />

Entra nesta festa,<br />

Dá-nos o teu braço<br />

E vem com a gente<br />

Entra nesta festa,<br />

Entra nesta festa,<br />

Dá cá um beijinho<br />

P’ra ficar contente<br />

Houve-se um Dó afinado,<br />

O Ré, o Mi e o Fá<br />

Mas o sol apaixonado,<br />

Lá canta p’rá lua um fado<br />

Que é em Si e não tem Lá<br />

Há um romance na rua,<br />

Que o tempo não esqueceu<br />

Conta a história minha e tua<br />

Que neste Tejo flutua<br />

Numa valsa <strong>de</strong> Orfeu<br />

Refrão<br />

Marcha do Beato 33<br />

Marcha<br />

Batam palmas<br />

ao Beato<br />

Letra Nuno Lopes<br />

Música Paulo Valentim<br />

Arranjo musical Sílvio Pleno<br />

Rainha das capitais<br />

Dos seus reis sempre imortais<br />

Primeiro, conquistador<br />

Tens a coroa mais formosa<br />

Tua história gloriosa<br />

Sempre lembrada<br />

Menina dos navegantes<br />

Tão criança como dantes<br />

Em Ceuta tiveste Glória<br />

Marés cheias <strong>de</strong> riqueza<br />

Para a nação portuguesa<br />

Que nos ficam na memória<br />

Refrão<br />

Batam palmas ao Beato<br />

Batam palmas a <strong>Lisboa</strong><br />

Batam palmas sem recato<br />

Que esta noite não perdoa<br />

Batam palmas sem <strong>de</strong>mora<br />

Pró antigo recordar<br />

Batam palmas pois é hora<br />

Vem pela avenida fora<br />

Stº António festejar<br />

Batam palmas <strong>de</strong> alegria<br />

Porque à luz <strong>de</strong> um novo dia<br />

Passa o Beato a cantar<br />

Conquistaste novos mundos<br />

Em oceanos profundos<br />

Vi Cruz <strong>de</strong> Cristo nas velas<br />

Enfrentaste o mar medonho<br />

Alimentado p’lo sonho<br />

Que norteou caravelas<br />

Com a graça <strong>de</strong> Jesus<br />

Passaram as naus Ormuz<br />

E a realeza sorriu<br />

Ergueste tantos padrões<br />

Conquistaste corações<br />

O quinto império surgiu<br />

Marcha do Beato Responsável Amílcar Mota Comissão Organizadora Amílcar Mota, Joaquim Ferreira, José Silva, Liliana Mota, Manuel Ma<strong>de</strong>ira, Marco Silva, Paula Mota<br />

Agua<strong>de</strong>iros João Sousa, José Dias, José Silva, Luís Ferreira Porta-Estandarte Daniela Mota Ensaiador José Nunes Figurinista Laura Alves Cenógrafo Marco Martins Cavalinho<br />

Instrumentos Clarinete Vera Teixeira, Sax-alto José Arranja, Trompete Ana Almeida, Fernando Fonseca, Trombone António Marques, Bombardino Tiago Lourenço, Tuba Mário<br />

Rocha, Caixa David Lourenço Madrinha Mónica Sofia Padrinho Quimbé Par <strong>de</strong> Mascotes Beatriz Dias, Martim Henriques Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Pedro Fernan<strong>de</strong>s,<br />

Rute Martinho Marchantes Mulheres Alice Soares, Ana Cláudia Silva, Ana Rita Alves, Anabela Venâncio, Andreia Espiguinha, Andreia Marcelino, Carina Silva, Carla<br />

Henriques, Carla Silva, Diana Soares, Filipa Alves, Filomena Gomes, Inês Ribeiro, Isaura Fernan<strong>de</strong>s, Liliana Marques, Liliana Mota, Mafalda Oliveira, Marta Ferreira,<br />

Marta Pinheiro, Neusa Silva, Sara Leal, Susana Santos, Tânia Marques, Vânia Esteves Marchantes Homens Artur Costa, Bruno Baptista, Bruno Henriques, Bruno Nunes,<br />

Bruno Trinda<strong>de</strong>, Diogo Ferreira, Fábio Amaral, Fábio Gregório, Fábio Mota, Filipe Monteiro, João Martins, Jonathan Venâncio, Luís Nobre, Márcio Santos, Mário<br />

Fernan<strong>de</strong>s, Mário Ferreira, Nuno Esteves, Nuno Saraiva, Paulo Machado, Raul Rosa, Ruben Mota, Tiago Mota, Tiago Tomás, Wilson Morais


34<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Belém Monumental<br />

No limite oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, Belém é o bairro da capital<br />

alfacinha a ver o Sol <strong>de</strong>itado a seus pés, quando se per<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vista no horizonte do Tejo. A zona oci<strong>de</strong>ntal da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, <strong>de</strong>limitada pelas ribeiras <strong>de</strong> Alcântara e Algés,<br />

foi habitada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos remotos. No reinado <strong>de</strong> D.<br />

Afonso III, informam-nos as inquirições que, na região,<br />

o povoamento permanecia disperso, sem qualquer<br />

localida<strong>de</strong> digna <strong>de</strong> relevo, vivendo as populações<br />

essencialmente do amanho da terra. A proximida<strong>de</strong><br />

do rio Tejo foi <strong>de</strong>terminante para o surgimento <strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong>s ribeirinhas e dai adveio o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma pequena al<strong>de</strong>ia: Restelo. No século XIV,<br />

os mouros abasteciam a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, partindo da<br />

praia do Restelo para as suas activida<strong>de</strong>s piscatórias.<br />

Foi também <strong>de</strong> Belém – praia do Restelo – que em pleno<br />

século XVI partiram as naus <strong>de</strong> Vasco da Gama para<br />

a Índia. Belém foi o berço dos <strong>de</strong>scobrimentos<br />

portugueses. Em pleno século XXI, a freguesia <strong>de</strong><br />

Belém, assume-se como um verda<strong>de</strong>iro pólo cultural<br />

e monumental da cida<strong>de</strong>. Os seus bonitos e cuidados<br />

jardins convidam a relaxar e a passar uma bela tar<strong>de</strong><br />

em família. Neste local po<strong>de</strong>mos admirar os seguintes<br />

monumentos: Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria (Mosteiro<br />

dos Jerónimos), Ermida do Restelo, Fábrica Nacional<br />

<strong>de</strong> Cordoaria, Torre <strong>de</strong> Belém, Central Tejo (Museu<br />

da Electricida<strong>de</strong>), Museu da Marinha, entre outros.<br />

São tantos os pólos <strong>de</strong> história existentes em Belém que<br />

se tornava fastidioso estar a enumera-los. Belém assume<br />

plenamente a sua vertente patrimonial e monumental<br />

<strong>de</strong> elevado interesse histórico. O tema da marcha foca os<br />

importantes monumentos que Belém nos oferece, muitos<br />

mais ficaram por mostrar. Enquanto o figurino rasga na<br />

nossa imaginação os tempos em que <strong>de</strong> Belém partiram<br />

aventureiros, os navegantes que <strong>de</strong>ram novos mundos<br />

ao mundo. As cores utilizadas são as da ban<strong>de</strong>ira da<br />

freguesia, azul e branco, simbolizando o céu e o mar,<br />

prata para o nosso Tejo e vermelho pelo sangue<br />

<strong>de</strong>rramado nas conquistas e verda<strong>de</strong>ira paixão na<br />

evangelização dos novos povos pela fé cristã (Cruz<br />

<strong>de</strong> Cristo). As senhoras assumem o papel <strong>de</strong> aias ou<br />

serviçais na corte <strong>de</strong> D. Manuel I, os homens dão-nos<br />

a conhecer a figura do Arauto, serviçal masculino,<br />

companheiro <strong>de</strong> caçadas ou simplesmente um<br />

confi<strong>de</strong>nte particular do seu amo.<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém Responsável José Caroço Comissão Organizadora Ana Rita Caroço, Augusto Castro, Carlos Alves, Carlos Leonel, João Martins, José Caroço, José Carvalho<br />

Agua<strong>de</strong>iros Ivo Reis, Jeferson Figueiredo, Pedro Castanheira, Vanice Costa Porta-Estandarte Carla Lourenço Ensaiadores Sandra Almeida, Humberto Veles Figurinista<br />

Hél<strong>de</strong>r Carlos Cenógrafo Hél<strong>de</strong>r Carlos Cavalinho Instrumentos Clarinete Eduardo Cano, Sax-alto Carlos Silva, Trompete José Cruz, Pedro Santana, Trombone José Vaz,<br />

Bombardino António Gonçalves, Tuba Miguel Soares, Caixa Guilherme Matos Madrinha Isabel Damata Padrinho Octávio <strong>de</strong> Matos Par <strong>de</strong> Mascotes Mafalda Costa, Ricardo<br />

Lopes Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Luísa Cândido, Manuel Fernan<strong>de</strong>s Marchantes Mulheres Alexandra Sousa, Ana Maria Teixeira, Ana Patrícia Franco, Ana Paula Freitas,<br />

Ana Raquel Nogueira, Ana Rita Ferreira, Anabela Costa, Andreia Vieira, Bruna Andra<strong>de</strong>, Carla Morais, Cátia Duque, Daniela Costa, Fabiana Gonçalves, Joana Morgado,<br />

Joana Nogueira, Joana Xisto, Liliana Monteiro, Maria Helena Neves, Nádia Rodrigues, Patrícia Marques, Sara Falcão, Soraia Dias, Tânia Freitas, Vera Ferreira Marchantes<br />

Homens Alberto Agra, Américo Martins, André Lopes, André Nogueira, António Nascimento, António Simões, Aurélio Freitas, Bruno Vieira, Carlos Martins, Dário<br />

Marreiros, Fábio Francisco, Fábio Santos, Hugo Laureano, Joaquim Nogueira, Leandro Richard, Luis Alves, Nuno Guerreiro, Ricardo Cunha, Ruben Ramos, Rui Galhoz,<br />

Tiago Lopes, Tiago Pacheco, Tiago Ribeiro, Valter Martins


Marcha Inédita 1<br />

Belém, jardim<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Beto Vales<br />

Música Beto Vales<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

Não és do fado rainha<br />

Mas és do fado menina<br />

Em Belém tens outro encanto<br />

Tens nas tuas tradições<br />

No luar <strong>de</strong> mil canções<br />

Á cida<strong>de</strong> e ao seu Tejo<br />

Vem daí, anda comigo<br />

Diz ao fado<br />

Que é menino<br />

E <strong>Lisboa</strong>, sua mãe<br />

Que é Belém encantado<br />

E aos pés do Tejo <strong>de</strong>itado<br />

Oh <strong>Lisboa</strong> ouve bem<br />

Refrão (bis)<br />

Olhai Belém,<br />

É a flor <strong>de</strong>ste jardim<br />

Olhai Belém,<br />

É o raiar da aurora<br />

Olhai Belém,<br />

<strong>Lisboa</strong> chora por ti<br />

Pois cida<strong>de</strong> sem jardim<br />

Não é <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> outrora<br />

Tu ao povo vens mostrar<br />

Monumentos <strong>de</strong> encantar<br />

Nosso mosteiro também<br />

Do padrão que foi erguido<br />

E para não ser esquecido<br />

A tua torre <strong>de</strong> Belém<br />

Neste bairro tão mo<strong>de</strong>sto<br />

On<strong>de</strong> se ouve, com gestos<br />

O pregão <strong>de</strong> uma varina<br />

És <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> sauda<strong>de</strong><br />

E on<strong>de</strong> mora a verda<strong>de</strong><br />

Numa das sete colinas<br />

Refrão (bis bis)<br />

Marcha Inédita 2<br />

Belém<br />

monumental<br />

Letra Leonel Nunes<br />

Música Leonel Nunes<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

É noite <strong>de</strong> Santo António<br />

Os bairros vão festejar<br />

Dar graças aos três santinhos<br />

E dançar, dançar, dançar<br />

Canta comigo <strong>Lisboa</strong><br />

E apregoa o manjerico<br />

Põe tua saia rodada<br />

Vem até <strong>de</strong> madrugada<br />

Dançar neste bailarico<br />

Refrão<br />

Nas minhas veias<br />

O que corre é <strong>Lisboa</strong><br />

Que vigia sobre a proa<br />

Em mar alto a navegar<br />

Que bem que fica<br />

De olhar posto na Bica<br />

Vem Alcântara e Marvila<br />

E o Castelo vem marchar<br />

Ai estes bairros<br />

Estes bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Santa Engrácia apregoa<br />

A Graça está a chegar!<br />

Começa a festa<br />

Esta noite, ninguém <strong>de</strong>ita<br />

Mouraria está à espreita<br />

Quer com Alfama dançar<br />

Quem lá vem, quem lá vem,<br />

quem lá vem<br />

Todos gritam! É a marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Olhai a marcha que <strong>Lisboa</strong> tem,<br />

É Belém, é Belém, é Belém!<br />

Quem lá vem, quem lá vem,<br />

quem lá vem<br />

Todos gritam! É a marcha <strong>de</strong> Belém<br />

Olhai a marcha que <strong>Lisboa</strong> tem,<br />

É Belém, é Belém, é Belém!<br />

Nesta noite <strong>de</strong> folia<br />

Vem <strong>de</strong> arquinho e balão<br />

Descer esta avenida<br />

Como manda a tradição<br />

São os bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Abertos <strong>de</strong> par em par<br />

Oh <strong>Lisboa</strong> vem p’ra festa<br />

Oh <strong>Lisboa</strong> vem p’ra festa<br />

Que Belém vai a passar<br />

Refrão<br />

Marcha<br />

Belém<br />

enamorado<br />

Letra Beto Vales<br />

Música Beto Vales<br />

Arranjo musical Carlos Dionísio<br />

São altares <strong>de</strong> mil cantigas<br />

Na boca das raparigas<br />

É Belém a <strong>de</strong>sfilar<br />

Nesta marcha que se entoa<br />

Aqui vai toda a <strong>Lisboa</strong><br />

Na avenida a <strong>de</strong>sfilar<br />

Vem mostrar a toda a gente<br />

Que Belém não é diferente<br />

E que sabe bem marchar<br />

Anda daí alfacinha<br />

Traz a tua rapariga<br />

Com ela vem namorar<br />

Marcha <strong>de</strong> Belém 35<br />

Refrão<br />

Noites para amar<br />

Belém monumental<br />

Vem aqui mostrar as tradições<br />

O seu palácio altaneiro<br />

On<strong>de</strong> o sol brilha primeiro<br />

E a lua o vem beijar<br />

Roupa estendida à janela<br />

Faz lembrar a caravela<br />

Como velas que esvoaçam alto mar<br />

Noites para amar<br />

Belém monumental<br />

Vem aqui mostrar as tradições<br />

O seu palácio altaneiro<br />

On<strong>de</strong> o sol brilha primeiro<br />

E a lua o vem beijar<br />

Roupa estendida à janela<br />

Faz lembrar a caravela<br />

Como velas que esvoaçam alto mar<br />

Roupa estendida à janela<br />

Faz lembrar a caravela<br />

Como velas que esvoaçam alto mar<br />

Em tempos foi fidalguia<br />

Da caravela seguia<br />

E novos povos encontrar<br />

Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria<br />

Abençoada seria<br />

A partida para o mar<br />

Nobre povo conheceu<br />

E a cruz <strong>de</strong> Cristo ergueu<br />

Por terras <strong>de</strong> amor e sal<br />

Nobre marinheiro <strong>de</strong>scobriu<br />

E Belém assim se viu<br />

Sempre assim, monumental!<br />

Refrão


36<br />

Marcha da Bica<br />

Barquinho <strong>de</strong> papel<br />

O nosso bairro sempre viveu do rio e as nossas gentes<br />

sempre sonharam com as riquezas que esperavam <strong>de</strong>le.<br />

Como um sonho, todas as gentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> bairro <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

criança achavam que as suas vidas seriam levadas para<br />

o futuro com sucesso, como se <strong>de</strong> um barco <strong>de</strong> papel<br />

na margem do rio Tejo se tratasse. Tomámos este<br />

simbolismo como ponto <strong>de</strong> partida para uma nova aposta<br />

a nível temático, e também <strong>de</strong> consciência para os tempos<br />

<strong>de</strong> recessão que se vivem… Ligámos as nossas origens<br />

às vidas do mar e do nosso Tejo, ao sonho e ao simbolismo<br />

que um barco <strong>de</strong> papel po<strong>de</strong> ter nas mãos <strong>de</strong> uma<br />

criança. O simbolismo que, assim como <strong>de</strong> uma folha<br />

se faz um barco, do nada po<strong>de</strong>mos fazer tudo, basta que<br />

o nosso coração siga a nossa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar. Esta é<br />

uma marcha <strong>de</strong> esperança, com um tributo simbólico<br />

ao sonho e à simplicida<strong>de</strong> do povo do nosso bairro que<br />

utilizou sempre as suas próprias mãos para trabalhar…<br />

Marcha da Bica Responsável Pedro Duarte, Comissão Organizadora Diogo Silva, Fernando Duarte, Joaquim Gonçalves, Leonor Oliveira, Mário Monteiro, Nuno Monteiro, Rui<br />

Lobato, Sara Silva, Tiago Ferreira, Tiago Torres da Silva Agua<strong>de</strong>iros João Bouçadas, João Gentil, José Traquete, Vítor Serio Porta-Estandarte Alberto Mirradinho Ensaiador<br />

Américo Silva Figurinista Paulo Julião Cenógrafo Comissão Marcha Da Bica Cavalinho Instrumentos Clarinete Rogério Roque, Sax-alto Bruno Cantinho, Trompete Vitor<br />

Ilhéu, Trompete Hél<strong>de</strong>r Perdigão, Trombone Hél<strong>de</strong>r Rodrigues, Bombardino Rui Pereira, Tuba Pedro Sampaio, Caixa António Letras Madrinha Sofia Ribeiro Padrinho Tiago<br />

Torres da Silva Par <strong>de</strong> Mascotes Guilherme Jesus, Jessica Semedo Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente, Luis Magrinho, Estrela Barata Marchantes Mulheres Ana Catarina Monteiro,<br />

Ana Cristina Garcia, Ana Cristina Rosário, Ana Rita Nunes, Cláudia Luís, Diana Lobo, Diana Paulino, Erica Silva, Filomena Ferreira, Hélia Oliveira, Irina Faustino,<br />

Jessica Custodio, Joana Duarte, Liliana Costa, Maria Monteiro, Mónica Ramalho, Mónica Vaz, Olga Cruz, Patricia Gonçalves, Sandra Maia, Sandra Tavares, Solange<br />

Farinha, Soraia Semedo, Tânia Martins, Vera Baganha Marchantes Homens André Silva, Cláudio Alexandre, Diogo Silva, Edgar Tavares, Francisco Custodio, Fre<strong>de</strong>rico<br />

Moura, Gonçalo Cangalhas, Hugo Semedo, João Fernan<strong>de</strong>s, José Jesus, Lucas Teixeira, Luis Magrinho, Nuno Monteiro, Pedro Barbosa, Pedro Carvalho, Pedro Duarte,<br />

Ricardo Martins, Ricardo Con<strong>de</strong>, Ruben Silva, Rui Tavares, Tiago Jesus, Tiago Dinis, Tiago Ferreira, Virgílio Barata


Marcha Inédita 1<br />

O céu da bica<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Pedro Jóia<br />

Arranjo musical Luis Silva<br />

Quem conhece os bicaenses<br />

Descobre coisas do mar…<br />

São amanuenses<br />

Quase sem pertences<br />

A quem só resta sonhar<br />

Copiam dos seus avós<br />

A mais íntima lição<br />

E nunca estão sós<br />

Somos todos nós<br />

A sair p’rá rua com a tradição<br />

E vamos em frente,<br />

Para a nossa gente<br />

A marcha vai no coração<br />

Refrão<br />

Dêem-me um papel,<br />

Uma tesoura<br />

Um fio, um cor<strong>de</strong>l<br />

E a gente doura<br />

Quaisquer tristes sinas<br />

Qualquer má sorte<br />

Com mil purpurinas<br />

E um coração forte.<br />

Se não temos cheta<br />

Não há problema<br />

Também o poeta<br />

‘screve o poema<br />

Sem que uma moeda<br />

Lhe vá à mão<br />

E daqui não arreda<br />

Por amor à tradição<br />

Quem conhece a nossa gente<br />

Quer a Bica por mascote<br />

Reza São Vicente<br />

Vai contra a corrente<br />

E não há quem nos <strong>de</strong>rrote<br />

Mas sempre que a marcha sai<br />

Leva a alma <strong>de</strong> quem fica<br />

E sabe quem vai<br />

Que o santo é o pai<br />

Mas sabe que a mãe é quem se lhe<br />

Dedica<br />

Pela nossa mão<br />

Um sonho é um balão<br />

Que voa pelo céu da Bica<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

Barquinho<br />

<strong>de</strong> papel<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Pedro Jóia<br />

Arranjo musical Luis Silva<br />

Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />

Vai a entrar em <strong>Lisboa</strong><br />

Leva o anjo Gabriel<br />

À proa<br />

Foi feito por um menino<br />

Que ninguém sabe quem é<br />

O seu nome pequenino<br />

Apagou-o a maré<br />

Refrão<br />

Quando vê a Bica<br />

O barquinho fica<br />

Parado no rio<br />

Não quer ir em frente<br />

A ao ver esta gente<br />

Sente-se um navio<br />

Então a criança<br />

Faz uma aliança<br />

Com cada alfacinha<br />

E se o vir tristonho<br />

Vai buscar um sonho<br />

À nau on<strong>de</strong> vinha<br />

Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />

Que qualquer Manel fabrica<br />

Vem preso por um cor<strong>de</strong>l<br />

À Bica<br />

Mas se a maré o arrasta<br />

E o carrega adiante<br />

Sabemos que um sonho basta<br />

Para a alma <strong>de</strong> um marchante<br />

Refrão<br />

Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />

Traz <strong>de</strong>senhado com luz<br />

O coração que o Manel<br />

Seduz<br />

E se o Tejo é o padrinho<br />

Quando o amor se anuncia<br />

Vai à proa do barquinho<br />

O Manel e a Maria<br />

Marcha da Bica 37<br />

Marcha<br />

É assim a bica<br />

Letra Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Brito<br />

Música Alves Coelho Filho<br />

Arranjo musical Luis Silva<br />

Hoje a marcha sai,<br />

Mas que reinação!<br />

Vem o bairro inteiro que eu já sei!<br />

Olha como vai,<br />

Cá o meu balão!<br />

Belo companheiro que arranjei!<br />

Quando a Bica tem<br />

Que mostrar quem é,<br />

Tem sempre alegria até ao fim.<br />

À rua não vem<br />

Quem lhe bata o pé,<br />

On<strong>de</strong> ela chegar é sempre assim!<br />

Refrão<br />

Que rica<br />

Que vai a Bica!<br />

Vai com tal graça e tem um certo<br />

não sei quê…<br />

Que linda<br />

Que é ela ainda!<br />

Por on<strong>de</strong> passa até alegra quem a vê!<br />

<strong>Lisboa</strong><br />

Hoje enfeitou-a:<br />

Fez <strong>de</strong>la agora um arraial <strong>de</strong> amor e fé.<br />

Foi posta<br />

Naquela encosta,<br />

Só quem lá mora é que conhece o<br />

que ela é!<br />

Olhem o meu balão<br />

Que o meu arco traz,<br />

É um arco-íris ao luar.<br />

Mas que reinação!<br />

Só ele é capaz<br />

De vir ao compasso a dar que dar!<br />

Dei ao meu amor<br />

Um pé <strong>de</strong> alecrim<br />

Com uma alcachofra que floriu.<br />

Quem não dá valor,<br />

A coisa assim,<br />

Se tem coração nunca o abriu!<br />

Refrão<br />

Rosas aos montões,<br />

Arcos e balões,<br />

Ai como ela fica um “Ai Jesus”!<br />

Eu ia apostar<br />

Que o próprio luar<br />

Até cá na Bica tem mais luz!<br />

Quem tem mal <strong>de</strong> amor,<br />

Seja lá qual for,<br />

Vá até à Bica <strong>de</strong>vagar.<br />

Mas cuidado, sim<br />

Que a Bica é assim,<br />

Po<strong>de</strong> qualquer dia lá ficar!<br />

Refrão


38<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />

80 Anos <strong>de</strong> marchas populares “um sonho <strong>de</strong> futuro”<br />

Ao comemorarmos os 80 anos <strong>de</strong> Marchas Populares<br />

e em fase do cinzentismo a que a grave crise que o país<br />

atravessa obriga, só nos apetece gritar que há <strong>de</strong> haver<br />

vida para lá da crise. Que os portugueses, que sempre<br />

venceram os adamastores, hão-<strong>de</strong> também ser capazes<br />

<strong>de</strong> vencer a batalha que é a crise. E este patrocínio<br />

levou-nos a querer assumir a nossa fé num futuro<br />

mais risonho. Aqui o proclamamos vestindo o ver<strong>de</strong><br />

da esperança que esse futuro estava próximo. Foi esta<br />

a melhor forma que encontrámos <strong>de</strong> homenagear as<br />

<strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, nomeadamente no 80º aniversário<br />

das Marchas Populares.


Marcha Inédita 1<br />

Um sonho<br />

<strong>de</strong> futuro<br />

Letra Paulo César<br />

Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

De quantos sonhos se faz uma vida<br />

Tornando sempre ao ponto <strong>de</strong> partida?<br />

Com quantas vidas se pratica o sonho<br />

Pedindo sempre futuro mais risonho<br />

Refrão<br />

É marchar, minha gente<br />

É sonhar mais à frente<br />

Tristeza já lá vai<br />

É cantar, minha gente<br />

Levantar <strong>de</strong> repente<br />

Porque um sonho não cai, não cai<br />

É gritar, minha gente<br />

É lutar sempre em frente<br />

E ir até ao fim<br />

É sonhar, é marchar<br />

Minha gente livremente<br />

Por ti, por mim<br />

Por toda a gente!...<br />

De quantas rimas se faz um poema<br />

Mudando sempre para outro novo tema<br />

De quantas almas se constrói um povo<br />

Teimando sempre viver um sonho novo<br />

Marcha Inédita 2<br />

À volta<br />

do sonho<br />

Letra Paulo César<br />

Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

O sonho comanda a vida<br />

E à partida sonhamos acordados<br />

O sonho empurra a sina<br />

E em seguida já ‘stamos <strong>de</strong>spertados<br />

Refrão<br />

À volta do sonho brincamos<br />

folguedos<br />

À volta da vida soltamos os medos<br />

Sonhamos futuro, jogamos, lutamos<br />

passado<br />

Qual povo maduro, cantamos,<br />

rezamos um fado<br />

Negamos tristeza, andamos em<br />

frente<br />

À volta dum sonho risonho, em<br />

forma <strong>de</strong> gente<br />

À volta da vida calamos, logramos<br />

as dores<br />

P’ra logo em seguida levar <strong>de</strong><br />

vencida os tais”Adamastores”<br />

O sonho <strong>de</strong>sperta a sorte e à partida<br />

Nascemos malfadados<br />

O sonho aponta o norte<br />

E em seguida ficamos libertados<br />

Refrão<br />

Outrora em sonhos profundos<br />

Vogámos, traçámos perfis<br />

Agora, rumando outros mundos<br />

Com esperança buscamos<br />

Achar novos Brasis<br />

À volta da vida…<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong> 39<br />

Marcha<br />

A nossa<br />

marcha é linda<br />

Letra Paulo César<br />

Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />

Procurarei pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Essa tal tradição<br />

Que me dizem andar muito afastada<br />

E fugida da circulação<br />

Corri os bairros a procurar à toa<br />

Mas afinal eu <strong>de</strong>scobri então<br />

Que ela está bem instalada<br />

Na raiz do nosso coração<br />

Refrão<br />

A nossa marcha é linda<br />

É o grito popular<br />

E toda a gente se agita<br />

Campoli<strong>de</strong> vai passar<br />

A nossa marcha é linda<br />

Grita a malta com vonta<strong>de</strong><br />

Ao <strong>de</strong>scer essa Avenida<br />

Que se chama Liberda<strong>de</strong><br />

Há <strong>de</strong>ntro do peito<br />

Um sonho a <strong>de</strong>spontar<br />

Que viva o nosso bairro<br />

Que este ano vai ganhar<br />

Assim <strong>de</strong>sse jeito<br />

Campoli<strong>de</strong> vem frisar<br />

Que tem também direito<br />

De sonhar<br />

Procurei p’las tais sete colinas<br />

Essa tal alegria<br />

Que me dizem andar muito arredada<br />

Escondida na renovação<br />

E nem ardinas, nem vozes <strong>de</strong> varinas<br />

Nem o passado da tua fantasia<br />

Não <strong>de</strong>ixaram apagada<br />

A fogueira da nossa tradição<br />

Refrão<br />

A nossa marcha é linda<br />

A nossa marcha é linda!<br />

Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong> Responsáveis Nuno Conceição, Paulo César Comissão Organizadora Jorge Marcelo, José Santos, José Valente, Maria Adriana Santos, Nuno Conceição, Nuno<br />

Santos Agua<strong>de</strong>iros Carlos Martins, Fre<strong>de</strong>rico Fonseca, Ricardo Rodrigues, Tiago Car<strong>de</strong>lha Porta-Estandarte Nuno Conceição, Ensaiador Paulo César Figurinista Nuno<br />

Galamba Cenógrafo Nuno Galamba Cavalinho Instrumentos Clarinete Luís Miguel, Sax-alto Pedro Miguel, Trompete Hél<strong>de</strong>r Lopes, Rui Veiga, Trombone Luís Castelhano,<br />

Bombardino Nuno Arraiano, Tuba Vítor Manso, Caixa Pedro Silva Madrinha Sara Barradas Padrinho José Raposo Par <strong>de</strong> Mascotes Beatriz Lourenço, Rafael Martins Par <strong>de</strong><br />

Marchantes Suplente Ana Nave, Paulo Rodrigues Marchantes Mulheres Ana Paula Leitão, Ana Paula Mendonça, Ana Paula Rodrigues, Ana Sofia Silva, Andreia Nunes,<br />

Andreia Oliveira, Carla Gonçalves, Carla Quaresma, Cláudia Miranda, Cláudia Rodrigues, Cristina Esteves, Daniela Sousa, Deolinda Sousa, Diana Oliveira, Filipa<br />

Dinis, Liliana Moura, Lúcia Leitão, Maria Lur<strong>de</strong>s Rodrigues, Marta Alves, Marta Batista, Sara Nunes, Sónia Antunes, Soraia Vicente, Vanessa Sousa Marchantes Homens<br />

Adalberto Monteiro, Adolfo Albuquerque, António Cavalheiro, António Marcelo, António Vicente, David Nunes, Fábio Rodrigues, Filipe Sousa, Hugo Barreto, João Rosa,<br />

Luís Coelho, Luís Loureiro, Marcelo Coelho, Micael Marques, Miguel Landin, Octávio Jorge, Pedro Sousa, Ricardo Dória, Ruben Rosa, Sandro Antunes, Sérgio Nunes,<br />

Tiago Antunes, Vítor Rodrigues, Vítor Tavares


40<br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

Da seara se faz pão<br />

A Socieda<strong>de</strong> Dramática <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>/Teatro <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

vai mais uma vez organizar a Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>,<br />

trazendo à memória, os lugares, as pessoas, os costumes.<br />

Os locais que conhecemos pertencem às gentes, às casas,<br />

aos caminhos, aos campos. Vale a pena recordar <strong>Lisboa</strong><br />

dos bairros antigos, o que esta foi, o que foram as vidas<br />

dos moradores, que com esforço <strong>de</strong>ram, ao longo dos<br />

tempos, energia e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir sempre mais além.<br />

No “sítio <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>”, na sua maioria quintas on<strong>de</strong><br />

se cultivavam cereais, as famílias resi<strong>de</strong>ntes viviam da<br />

agricultura, como <strong>de</strong>monstram os silos no Largo do Jogo<br />

da Bola. Era o povo que produzia para ganhar o pão<br />

<strong>de</strong> cada dia. E da farinha se faz pão... mas antes muita<br />

coisa aconteceu. Carni<strong>de</strong> tem vaida<strong>de</strong> em suas lendas,<br />

que o povo não se cansa <strong>de</strong> lembrar! A semente é lançada<br />

à terra, vai crescendo e ao atingir a sua plenitu<strong>de</strong>, dá-nos<br />

uma visão espectacular. É lindo ver uma seara<br />

balanceando ao sabor do vento como o mar; num campo<br />

<strong>de</strong> cereais, o colorido que fica ganha uma outra beleza.<br />

Quando chega o Outono, vai ser colhido o grão… Cheira<br />

a trigo no campo, dança com o vento o luar, a bela espiga<br />

dourada está ao relento a bailar. O raiar do dia ainda vem<br />

longe, mas em Carni<strong>de</strong> o cheiro do pão acabado <strong>de</strong> sair<br />

do forno <strong>de</strong>sperta o palato dos admiradores. Na hora<br />

<strong>de</strong> se colher a espiga, todos se juntam. Toca-se e dança-se<br />

a marcha até ao entar<strong>de</strong>cer mágico e poético. O regresso,<br />

sem preocupações, faz-se quando calha porque na<br />

manhã seguinte recomeça a vida <strong>de</strong> todos os dias<br />

e <strong>de</strong> todos os anos. Carni<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfila abençoada pelo<br />

Santo, relembrando os pa<strong>de</strong>iros e forneiros, que na<br />

sua arte fazem pão, mantendo a tradição.


Marcha Inédita 1<br />

Da seara<br />

se faz pão<br />

Letra Ana Cristina Pereira<br />

Música J.D. Almeida<br />

Arranjo musical J.D. Almeida<br />

Cheira a trigo no campo,<br />

Dança c’o vento o luar.<br />

A bela espiga doirada<br />

Está ao relento a bailar.<br />

Doirada vai a ceifeira,<br />

Faz o grão saltar da ’spiga.<br />

O moinho a moer<br />

Inspira bela cantiga.<br />

Desperta, coração!<br />

Já chegou a farinha!<br />

É fina! Mete a mão!<br />

El’ é tão branquinha!<br />

Refrão<br />

«Quem quer comprar!<br />

Quem quer comprar!»<br />

Ouve o Bairro Padre Cruz!<br />

Da Horta Nova a Carni<strong>de</strong>,<br />

No caminho até à Luz.<br />

«É pão quentinho,<br />

Traz o saquinho!»<br />

Da seara se faz pão.<br />

Logo bem cedo, pela manhã,<br />

Ouve <strong>Lisboa</strong> o pregão!<br />

Baila a seara ao sol,<br />

Baila <strong>de</strong> noite e <strong>de</strong> dia.<br />

Baila a Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />

A mostrar sua alegria!<br />

Em noite <strong>de</strong> Santo António<br />

Lá vai Carni<strong>de</strong> por <strong>Lisboa</strong>.<br />

Vai mostrar a bela espiga,<br />

Que o Santo não perdoa!<br />

Desperta, coração!<br />

Carni<strong>de</strong> é gente boa!<br />

Desfila com paixão<br />

Pr’animar <strong>Lisboa</strong>!<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

O pão que<br />

carni<strong>de</strong> honrou<br />

Letra Ana Cristina Pereira<br />

Música J.D. Almeida<br />

Arranjo musical J.D. Almeida<br />

Carni<strong>de</strong> tem vaida<strong>de</strong> em suas lendas<br />

Qu’o povo não se cansa <strong>de</strong> lembrar.<br />

Relata orgulhoso, sem contendas,<br />

Com gotas <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> no olhar.<br />

De branco, espiga e oiro, bem vestida,<br />

Vem do pão aqui hoje fazer ‘stória<br />

A Marcha a <strong>de</strong>sfilar na avenida,<br />

Trazendo o pa<strong>de</strong>iro na memória.<br />

Amassa-o bem! Meu bem, amassa o pão!<br />

Faz-me refém, meu bem, do coração!<br />

Amassa-o bem! Meu bem, amassa o pão!<br />

Faz-me refém, meu bem, do coração!<br />

Refrão<br />

Molda a rigor! O pão já levedou!<br />

Mete-o na pá, ‘stá pronto a cozer.<br />

O pão fresquinho, que Carni<strong>de</strong><br />

honrou,<br />

É a alegria dos que o vão comer.<br />

Tira do forno! Trabalho <strong>de</strong> valor!<br />

Maneja a pá… maneja com cuidado!<br />

A noite é fria, mas aqui há calor.<br />

O pão ’stá bom! Tem cor… já ‘stá<br />

corado!<br />

Quem pasma ao ver o branco do pa<strong>de</strong>iro<br />

Pois o pão <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> não conhece,<br />

Encanta-se ao po<strong>de</strong>r sentir-lhe o cheiro<br />

E <strong>de</strong>ste belo pão já não se ‘squece.<br />

A moça, branco e oiro, tão prendada,<br />

Que ao forno acen<strong>de</strong>u seu coração,<br />

Desfila, pelo Santo abençoada,<br />

Nos braços do pa<strong>de</strong>iro, com paixão.<br />

Aquece-o bem, meu bem! Aquece o forno!<br />

Pois não convém, meu bem, que fique<br />

morno!<br />

Aquece-o bem, meu bem! Aquece o forno!<br />

Pois não convém, meu bem, que fique<br />

morno!<br />

Refrão<br />

Marcha<br />

Marcha<br />

<strong>de</strong> carni<strong>de</strong><br />

Letra José Mário Branco<br />

Música José Mário Branco<br />

Arranjo musical Daniel Duarte<br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> 41<br />

Refrão<br />

Carni<strong>de</strong> nasceu<br />

Quando a fonte milagrosa <strong>de</strong>u à luz<br />

Nossa senhora <strong>de</strong>u<br />

Carni<strong>de</strong> a quem escolheu matar a<br />

se<strong>de</strong> na Estrada da Luz<br />

E a luz não se apagou<br />

Porque o povo <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> não<br />

<strong>de</strong>ixou<br />

Nossa Senhora faz, com que eu seja<br />

capaz<br />

De ver a estrada que vai dar à luz<br />

Ao passar a Rua das Parreiras<br />

Há quem bata palmas às palmeiras<br />

E perto do Malvar<br />

Po<strong>de</strong>m-se ver jogar os inglesinhos ao sair<br />

da escola<br />

Até Benfica lhes esten<strong>de</strong>u a asa<br />

E vem à Luz p’ra se sentir em casa<br />

E o fontanário tem a marca <strong>de</strong> Belém<br />

É o paraíso do Jogo da Bola<br />

Refrão<br />

Entre os muros da Velha Azinhaga<br />

A paisagem é <strong>de</strong> quem a paga<br />

Mas o andar mo<strong>de</strong>lo escon<strong>de</strong>u o Bacelo<br />

Dos cerejais <strong>de</strong> quem os procura<br />

É no Chafariz das Pimenteiras<br />

Que se bebe à saú<strong>de</strong> das freiras<br />

E quando há feira os ratas vão pró colégio<br />

<strong>de</strong> gatas<br />

Dar um tirinho na fartura<br />

Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> Responsável Luís Filipe Guerreiro Comissão Organizadora Ana Cristina Pereira, Luis Filipe Guerreiro, Maria <strong>de</strong> Fátima Monteiro, Maria Diógenes, Rita<br />

Martins, Teresa Martins, Virgínia Pinto Agua<strong>de</strong>iros Ana Rita Silva, Henrique Cruz, Miguel Vieira, Patrícia Saraiva Porta-Estandarte Paula Granja Ensaiadores Arcanjo<br />

Ratibo, Miguel Ribeiro Figurinista Nav Cenógrafos João Baptista, Nuno Theias Cavalinho Instrumentos Clarinete Duarte Fonseca, Sax-alto Alexandre Geirinhas, Trompete<br />

Ricardo Reis, Jorge Monteiro, Trombone Bruno Lopes, Bombardino Manuel Ribeiro, Tuba Bruno Frazão, Caixa Carlos Lopes Madrinha Mané Ribeiro Padrinho Francisco<br />

Arraiol Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Maria Elisa Ferreira, Luis Pereira Marchantes Mulheres Ana Catarina Taborda, Ana Conceição Carvalho, Ana Cristina Pestana, Ana<br />

Filipa Veiga, Ana Susana Botas, Andrea Alexandre, Ângela Fins, Carla Azevedo, Carla Duarte, Cristina Noronha, Denise Miranda, Elsa Teixeira, Fabiana Cruz, Graciete<br />

Cardinale, Helena Veiga, Isabel Abreu, Mafalda Lourenço, Maria José Prata, Maura Cardinale, Olga Picado, Sandra Ferreira, Susana Nogueira, Susana Soudo, Vera<br />

Santos Marchantes Homens André Graça, Carlos Laranjo, David Taborda, Diogo Polidoro, Fábio Ferreira, Edgar Susano, João Ferreira, José Pombo, Luís Covas, Mauro<br />

Dias, Pedro Neves, Pedro Vidas, Ricardo Almeida, Ricardo Cruz, Ricardo Rodrigues, Ricardo Santos, Rodrigo Castanheira, Ruben Castanheira, Ruben Marote, Ruben<br />

Santos, Rui Antunes, Tiago Castanheira, Tiago Fernando, Vítor Gomes<br />

Refrão


42<br />

Marcha do Castelo<br />

Memórias do Castelo<br />

Situado numa das colinas mais altas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, num local<br />

aprazível sobranceiro ao Tejo, ergue-se o Castelo <strong>de</strong> São<br />

Jorge, imponente e altivo, forte e seguro, assim foi<br />

durante mais <strong>de</strong> trinta séculos da nossa mais que<br />

orgulhosa História <strong>de</strong> Portugal. Berço da nação lisboeta,<br />

foi ocupado por inúmeros povos que o usaram como<br />

talismã em batalhas e conquistas, mas foi pelas mãos<br />

do “conquistador” que assentou <strong>de</strong>finitivamente em<br />

nome <strong>de</strong> Portugal e dos bravos guerreiros lusos. E é em<br />

homenagem a um passado rico em história, que este<br />

ano recordamos em gesto <strong>de</strong> tema da nossa marcha<br />

as “Memórias do Castelo”. Inspirados por tão gran<strong>de</strong>s<br />

nomes da história, tivemos em D. Afonso Henriques<br />

e nos seus bravos soldados, a época mais marcante<br />

do nosso castelo, épica foi a conquista aos mouros, mas<br />

prestigiosa para os nossos homens. A conquista ficou<br />

célebre nos anais da história pela morosida<strong>de</strong> do cerco<br />

<strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> em tomar o Castelo, que imponente<br />

se erguia no topo, e contou com a ajuda da Segunda<br />

Cruzada que se dirigia para a Terra Santa para mais uma<br />

ofensiva contra os árabes. A lenda que com o tempo se<br />

gerou em torno da conquista <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, enaltece em<br />

particular a proeza <strong>de</strong> um nobre cavaleiro <strong>de</strong> D. Afonso<br />

Henriques, Martim Moniz, que percebendo que<br />

os mouros fechavam a porta do Castelo, a fraqueou,<br />

permitindo assim a entrada dos cristãos no último reduto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Des<strong>de</strong> então, passou a <strong>de</strong>signar-se por “Porta<br />

do Moniz”, aquela que permitiu a vitória a D. Afonso<br />

Henriques e que se situa junto à Praça Nova. Porém,<br />

o nosso intemporal Castelo passou por inúmeras<br />

transformações até aos nossos dias, e como não po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar, a origem do nome como<br />

é conhecido o nosso “Castelo São Jorge”, baseia-se<br />

em algo facilmente suportado e justificado. Ora<br />

vejamos: reza a história que São Jorge foi soldado, santo<br />

e mártir, e que entre muitos outros inimigos, enfrentou<br />

e subjugou um dragão. Na capital, o castelo que lhe<br />

herdou o nome é feito da mesma fibra. Abrigou mouros<br />

e cristãos, sobreviveu a guerras e a terramotos e foi<br />

palco <strong>de</strong> sucessões e conquistas. Hoje o cenário é o<br />

mesmo, os espectáculos é que são outros, substituímos<br />

as guerras e lutas pela festivida<strong>de</strong> e alegria da nossa<br />

marcha popular, pousámos as armas e pegámos nos<br />

arcos, e abrigámos os nossos garbosos marchantes para<br />

servir esta causa lisboeta. Em nome das gentes <strong>de</strong>ste<br />

bairro tudo faremos para voltarmos às conquistas<br />

e vencermos esta competição saudável e bela, sempre<br />

com um sorriso no rosto. Viva <strong>Lisboa</strong>, viva o Castelo!


Marcha Inédita 1<br />

Brisa <strong>de</strong><br />

História,<br />

o Castelo…<br />

Letra Maria José Praça<br />

Música Filipe Neves<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Vestes arcos e balões<br />

Com asas <strong>de</strong> manjericos<br />

E no voar <strong>de</strong> dois corvos<br />

Delegas cores nos seus bicos<br />

Refrão<br />

Na brisa da tua história<br />

Há sementes d’outras eras<br />

D’elas nasceram os bairros<br />

D’esta <strong>Lisboa</strong> em quimeras<br />

Castelo arco do céu<br />

Lavraste sete colinas<br />

Pai <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>-do-Tejo<br />

Com velas d’ouro bolinas<br />

Ameias <strong>de</strong> lua cheia<br />

Largam olhares a brilhar<br />

E em marés d’ondas rasgadas<br />

Descem na marcha a bailar…<br />

Marcha Inédita 2<br />

Castelo<br />

d’asas Ao Céu…<br />

Letra Maria José Praça<br />

Música Filipe Neves<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Na cerca da sua cinta<br />

Aperta-se um avental<br />

Que em telhados e escadinhas<br />

Vai <strong>de</strong>scendo em arraial<br />

E leva um fado peregrino<br />

Que é do povo e aqui nasceu<br />

Coberto com manjericos<br />

Em manto que um rei lhe <strong>de</strong>u<br />

Refrão<br />

Gaivotas rasgam ameias<br />

Levam o Castelo em asas<br />

E entre o Sol e a Lua Cheia<br />

O Tejo sulca as muralhas<br />

Tecido em cantares à vela<br />

Com bordados <strong>de</strong> fogueiras<br />

O Castelo em voz d’estrelas<br />

Luz em gritos <strong>de</strong> can<strong>de</strong>ias…<br />

Refrão<br />

Marcha do Castelo 43<br />

Marcha<br />

Marcha Nova<br />

do Castelo (1950)<br />

Letra Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Brito<br />

Música Raul Ferrão<br />

Arranjo musical José Silva<br />

Castelo, facho <strong>de</strong> luz<br />

Guião do país mais belo,<br />

Castelo <strong>de</strong> Santa Cruz<br />

De Santa Cruz do Castelo.<br />

Muralha sempre <strong>de</strong> pé<br />

Sentinela da cida<strong>de</strong>,<br />

São Jorge te fez até,<br />

Por amor, por carida<strong>de</strong>,<br />

Guardião da nossa fé.<br />

Refrão<br />

Castelo dos reis,<br />

Dos bons, dos fiéis,<br />

Heróicos às vezes.<br />

Dos nossos irmãos<br />

Dos moiros cristãos<br />

Também portugueses.<br />

Muralha maior<br />

Que sabes <strong>de</strong> cor<br />

A história da gente.<br />

Silêncio, escutai,<br />

Que a marcha aqui vai<br />

Garrida e contente.<br />

São Jorge das procissões,<br />

Tu és <strong>de</strong> ferro pesado<br />

E sabes que há corações<br />

Que são <strong>de</strong> ferro forjado.<br />

Eu trago aqui um balão<br />

Tão bonito e tão esquecido,<br />

Castelo duma ilusão<br />

Dum rei que anda aí fugido.<br />

Talvez noutro coração.<br />

Marcha do Castelo Responsável Pedro Fonseca Comissão Organizadora Ana Raquel Fonseca, Pedro Fonseca Agua<strong>de</strong>iros Carlos Rodrigues, Hugo Araújo, Nuno Fernan<strong>de</strong>s, Paula<br />

Rodrigues Porta-Estandarte Urbano Silva Ensaiadora Ana Raquel Figurinista Rita Pereira Cenógrafos João Dourado, José Ferrão Cavalinho Instrumentos Clarinete Patrícia<br />

Antunes, Sax-alto Raimundo Semedo, Trompete José Silva, David Varela, Trombone João Duarte, Bombardino Alexandre Mósca, Tuba Henrique Costa, Caixa Ana Oliveira<br />

Madrinha Chiquita Padrinho Joaquim Bastinhas Par <strong>de</strong> Mascotes Leonor Santos, Rui Castro Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Paulo Ferreira, Sílvia Duarte Marchantes Mulheres<br />

Alice Palmela, Ana Henriques, Ana Lourenço, Anabela Gomes, Carla Dias, Carla Lopes, Catarina Mártires, Cristina Botelho, Ilda Vieira, Iolanda Matos, Irene Cardoso,<br />

Joana Duarte, Kelly Laranjeira, Paula Duarte, Paula Oliveira, Rita Viegas, Rute Ferrão, Sandra Duarte, Sandra Filipe, Sónia Mártires, Susana Bento, Tânia Rodrigues,<br />

Tatiana Adão, Tatiana Barros Marchantes Homens António Vieira, Bruno Afonso, Bruno Sousa, Cláudio Duarte, Cláudio Ventura, Diogo Soares, João Gomes, Jorge Simões,<br />

José Araújo, José Santos, Júlio Filipe, Luís Subtil, Marco Oliveira, Miguel Carmo, Nelson Antunes, Nelson Silva, Paulo Santos, Ricardo Graça, Ricardo Men<strong>de</strong>s, Ruben<br />

Costa, Ruben Fonseca, Rui Gaspar, Rui Lopes, Tiago Ramos


44<br />

Marcha da Graça<br />

Pátios e vilas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Não há registo histórico do aparecimento dos primeiros<br />

pátios em <strong>Lisboa</strong>, mas sabe-se terem origem na<br />

civilização Árabe. No séc. XII, aquando da conquista <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>, os pátios são transformados em quintas. O pátio<br />

medieval é um sucedâneo do pátio árabe, mantém os<br />

mesmos traços físico urbanísticos e os mesmos propósitos<br />

sócio comunitários, sendo as quintas e hortas <strong>de</strong> novo<br />

transformados em pátios. Da Graça que cresceu do século<br />

XV até ao terramoto, quase nada ficou. Das primitivas<br />

construções apenas se mantém o grandioso Convento<br />

dos Agostinhos, situado no Largo da Graça. Bairro com<br />

personalida<strong>de</strong>, a Graça dos nossos dias po<strong>de</strong>ria tipificarse<br />

como um bairro operário, em que os velhos palácios<br />

ce<strong>de</strong>ram lugar às vilas habitadas por uma população<br />

laboriosa. É o caso da Vila Sousa, erguida sobre as ruínas<br />

do antigo palácio <strong>de</strong> Val <strong>de</strong> Reis. O antigo Palácio dos<br />

Abrolhos, uma das velhas glórias da Graça, ce<strong>de</strong>u lugar<br />

a um prédio <strong>de</strong> habitação que se ergue ao lado da Escola<br />

Oficina n.º 1. O bairro operário construído em 1891,<br />

no Vale <strong>de</strong> Santo António, o bairro Ermida datado <strong>de</strong> 1911,<br />

o bairro Estrela d’Ouro <strong>de</strong> 1905, são exemplos da nova<br />

função <strong>de</strong> um bairro próprio <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, cujas raízes<br />

mergulham na própria fundação da nacionalida<strong>de</strong><br />

Portuguesa. É neste século que a <strong>de</strong>vida importância é<br />

dada aos pátios como espaço social importante no meio<br />

arquitetónico português, eles são feitos <strong>de</strong> figuras reais,<br />

<strong>de</strong> tristezas e alegrias à semelhança <strong>de</strong> quem os habita,<br />

mas é, enfim, na alegria que se potencia todo o valor<br />

<strong>de</strong>stes organismos vivos. Com o fim <strong>de</strong> homenagear todos<br />

os que contribuiram para o carisma especial que envolve<br />

este bairro com as características que contrastam com<br />

a socieda<strong>de</strong> altamente individualista em que vivemos,<br />

vimos recordar o sentimento <strong>de</strong> vizinho, que se<br />

confundia com o <strong>de</strong> família e o sentido <strong>de</strong> entreajuda,<br />

respeito e humanida<strong>de</strong>.<br />

Marcha da Graça Responsável Luís Andra<strong>de</strong> Comissão Organizadora António Melo, Fernando Horácio, Luís Andra<strong>de</strong>, Manuel Matos, Nuno Henriques, Vasco Cruz Agua<strong>de</strong>iros<br />

António Fernan<strong>de</strong>s, Bruno Ventura, Carla Ferrão, José Martins Porta-Estandarte Diana Andra<strong>de</strong> Ensaiador Paulo Julião, Figurinista Paulo Julião Cenógrafo Paulo Julião<br />

Cavalinho Instrumentos Clarinete Bruno Leitão, Sax-alto António Cleito, Trompete Vasco Santos, Alexandre Simões, Trombone Rodolfo Valentino, Bombardino Luís Silva, Tuba<br />

Marco Spaciba, Caixa Luís Orlando Madrinha Carla Andrino Padrinho Pedro Granger Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Margarida Nunes, Telmo Borrego Marchantes<br />

Mulheres Ana Catarina Fornelos, Ana Raquel Andra<strong>de</strong>, Andreia Pacheco, Carina Carreira, Carla Araújo, Constância Men<strong>de</strong>s, Inês Baleizão, Joana Dinis, Liliana Morais,<br />

Lúcia Silva, Maria Lúcia Morais, Maria Miguel Simões, Maria Nunes, Mariana Salgueiro, Marta Silva, Marta Sirgado, Mónica Ramirão, Nádia Cerqueira, Tânia Maia,<br />

Tatiana Moreno, Teresa Santos, Vanessa Cardoso, Vanessa Figueiredo, Vera Lemos Marchantes Homens António Melo, António Silva, Carlos Jesus, Carlos Marques, Carlos<br />

Rosa, Diogo Ventura, Fernando Rosa, Filipe Coelho, Hugo Costa, Luís Andra<strong>de</strong>, Luís Rosa, Mauro Morais, Miguel Pereira, Nelson Paulino, Nuno Costa, Nuno Henriques,<br />

Nuno Pereira, Paulo Silva, Ricardo Pereira, Rui Reimão, Tiago Correia, Tiago Men<strong>de</strong>s, Vitor Batista, Vitor Rodrigues


Marcha Inédita 1<br />

Abram as<br />

janelas<br />

Letra Paulo Julião<br />

Música Paulo Julião<br />

Arranjo musical José Martins<br />

A Graça acorda com o fado<br />

Na rua já se ouvem raparigas<br />

Que rezam pelo dia abençoado<br />

Das suas preces alegrias<br />

Os pátios e as vilas enfeitadas<br />

Janelas fantasias <strong>de</strong> mil cores<br />

Há estrelas no céu <strong>de</strong>senhadas<br />

Pelo padroeiro, o santinho, dos amores<br />

Refrão<br />

Abram as janelas<br />

Para ver passar<br />

Esta nossa marcha<br />

No pátio a cantar<br />

Tragam manjericos<br />

Ponham ao luar<br />

Que dos namoricos<br />

O santo nos vai casar<br />

E no beco há bailarico<br />

Casalinhos a dançar<br />

Vem na brinca<strong>de</strong>ira<br />

Pela noite inteira<br />

Que hoje a noite é para marchar<br />

O miradouro fica aqui ao lado<br />

Moldura dos terraços e das vilas<br />

O eléctrico à frente <strong>de</strong>senhado<br />

Em tela <strong>de</strong> pintor sobre as colinas<br />

Gaiolas nas varandas penduradas<br />

Ao lado a roupa já estendida<br />

Pelos vidros entrelaçadas<br />

Vêm-se as cortinas, que são histórias, <strong>de</strong><br />

uma vida<br />

Marcha Inédita 2<br />

<strong>Lisboa</strong> não<br />

quer casar<br />

Letra Paulo Julião<br />

Música Paulo Julião<br />

Arranjo musical José Martins<br />

O bairro já se encontra a namorar<br />

<strong>Lisboa</strong> tão vaidosa e fugidia<br />

E que não quer a graça para seu par<br />

Porque quer dançar até ser dia<br />

Mas um amor antigo não se esquece<br />

<strong>Lisboa</strong> nunca quis mesmo casar<br />

Quer ser solteira para todo o sempre<br />

Para nos santos vários bairros namorar<br />

Refrão<br />

Há corações e há balões pelo ar<br />

Há marchas a <strong>de</strong>sfilar<br />

Querem <strong>Lisboa</strong> casar<br />

Há corações, em noite <strong>de</strong> emoção<br />

Há bailes e reinação<br />

<strong>Lisboa</strong> sempre a cantar<br />

A marcha passa, vaidosa<br />

engalanada<br />

Quer ser a mais <strong>de</strong>sejada<br />

Mas a cida<strong>de</strong> não sente<br />

Com a sua graça, a <strong>de</strong>sfilar a rigor<br />

Provando o seu amor<br />

A esta <strong>Lisboa</strong> ausente<br />

No bairro sempre se ouviu dizer<br />

Que isto ainda um dia acontecia<br />

E mesmo sem <strong>Lisboa</strong> querer saber<br />

A Graça diz-lhe a<strong>de</strong>us com alegria<br />

O nosso bairro não se entristece<br />

Ao ver <strong>Lisboa</strong> por ai andar<br />

Porque sempre que aqui anoitece<br />

É na Avenida que acabamos a marchar<br />

Marcha<br />

Namorados<br />

na Graça<br />

Letra Paulo Julião<br />

Música Raul Ferrão<br />

Arranjo musical José Martins<br />

Marcha da Graça 45<br />

O teu andar a marchar pela calçada<br />

A tua saia enfeitada<br />

Esse ar tão leve e solto<br />

O teu sorriso quando estás à janela<br />

E a beleza tão singela<br />

Dum piscar d’olhos maroto<br />

É <strong>de</strong>sse jeito que eu fico caidinho<br />

Bem preso pelo beicinho<br />

Meu coração a sofrer<br />

Não há amor como o bairro em que eu<br />

nasci<br />

Fiquei louco quando vi<br />

À minha porta aparecer<br />

Refrão<br />

Zás, Trás, Pás, esta marcha<br />

é coisa boa<br />

Zás, Trás, Pás, cá da Graça<br />

a ver <strong>Lisboa</strong><br />

Zás, Trás, Pás, vou dançar<br />

<strong>de</strong> braço dado<br />

Zás, trás, Pás, quero ser teu<br />

namorado<br />

Zás, Trás, Pás, esta marcha<br />

é coisa boa<br />

Zás, Trás, Pás, cá da Graça<br />

a ver <strong>Lisboa</strong><br />

Zás, Trás, Pás direitinhos ao altar<br />

Zás, Trás, Pás, já nos po<strong>de</strong>mos casar<br />

Esse teu modo <strong>de</strong> andar meio gingado<br />

De quem quer ser namorado<br />

De todas as raparigas<br />

Esses passinhos atrevidos quando danças<br />

Pareces mesmo as crianças<br />

Quando pregam uma partida<br />

É <strong>de</strong>sse jeito que me <strong>de</strong>ixas a sonhar<br />

Só contigo quero estar<br />

Só <strong>de</strong> ti quero saber<br />

Não há amor como o bairro em que nasci<br />

Fiquei louca quando te vi<br />

À minha porta aparecer


46<br />

Marcha da Madragoa<br />

Varinas como gaivotas na rua dos manjericos<br />

Como o próprio nome indica, da mesma maneira que<br />

as gaivotas vivem à solta, também as varinas vagueiam<br />

pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> que durante as festas da mesma<br />

se enfeitam com manjericos, tornando-a mais alegre<br />

e vistosa.<br />

Marcha da Madragoa Responsável Paulo Santos Comissão Organizadora Cristina Marques, Fre<strong>de</strong>rico Tavares, José Peres, Paulo Santos, Ricardo Miranda Agua<strong>de</strong>iros Bruno<br />

Men<strong>de</strong>s, Luís Filipe Martins, Ricardo Porta-Estandarte António Dias Ensaiador Paulo Jesus Figurinista Nuno Garcez Cenógrafo Paulo Jesus Cavalinho Instrumentos<br />

Clarinete Francisco Pinto, Sax-alto Vanessa Neves, Trompete André Coelho, Rogério Silva, Trombone Paulo Coelho, Bombardino António Diogo, Tuba Nuno Conceição, Caixa<br />

Rui Egas Madrinha Merche Romero Padrinho Paulo Jesus Par <strong>de</strong> Mascotes Íris Cunha, Rodrigo Favinha Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Marques Marchantes Mulheres Ana<br />

Lúcia, Ana Marques, Andreia Favinha, Bruna Abrantes, Carolina Bettencourt, Carolina Peres, Cátia Monteiro, Daniela Taborda, Débora Cunha, Felicida<strong>de</strong> Piçarra,<br />

Helena Ávila, Inês Silva, Lizandra Rim, Lucília Catarino, Mariana Peres, Marta Silva, O<strong>de</strong>te Suaré, Patrícia Duarte, Raquel Pôncio, Romana Conceição, Sandra Polónio,<br />

Sónia Abrantes, Sónia Quintão, Teresa Chaves, Vanessa Dias Marchantes Homens Bruno Teixeira, Carlos Coelho, Carlos Santos, Cristiano Matos, Fábio Sardinha, Gonçalo<br />

Graça, Hugo Marques, João Catarino, João Paulo Santos, João Pereira, José Oliveira, Miguel Lima, Nuno Ferreira, Nuno Matos, Nuno Soares, Pedro Abrantes, Pedro<br />

Cunha, Pedro Reis, Pedro Santos, Pedro Santos, Ricardo Rosa, Ruben Tavares, Tiago Almeida


Marcha Inédita 1<br />

Varina,<br />

talvez gaivota<br />

Letra Alfredo Dias<br />

Música Mário Rui<br />

Arranjo musical Mário Rui<br />

És num poema <strong>de</strong> O’Neill<br />

Varina, talvez gaivota<br />

Na banca ven<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong><br />

Sorrisos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

Afagos frescos da lota!<br />

Varina <strong>de</strong> pele morena<br />

E cheirinho a maresia<br />

De olhar que sobe e voa<br />

Qual gaivota <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Em manhãs <strong>de</strong> calmaria!<br />

Refrão (bis)<br />

Vem p’rá rua e traz o Tejo<br />

Vem comigo festejar<br />

Pôr numa rima o <strong>de</strong>sejo<br />

Num manjerico ao luar!<br />

Manjerico perfumado<br />

Na beirinha da janela<br />

Tem o cheiro a novo fado<br />

Cantado numa viela!<br />

Nesta marcha popular<br />

Cada arco é um abrigo<br />

Uma estrela a cintilar<br />

Num vaso <strong>de</strong> manjerico!<br />

Manjerico ver<strong>de</strong> e prata<br />

Que nasceu na Madragoa<br />

Á beira duma fragata<br />

E regado por <strong>Lisboa</strong>!<br />

Num bailado <strong>de</strong> gaivota<br />

Maré vento que s’alastra<br />

Mulher, sereia e canoa<br />

És céu azul, Madragoa<br />

No ventre duma canastra!<br />

Dança o vira n’Avenida<br />

De pé <strong>de</strong>scalçado e nobreza<br />

Pois o chão por ti pisado<br />

Fica canteiro <strong>de</strong>senhado<br />

Na calçada à portuguesa!<br />

Marcha Inédita 2<br />

Madragoa,<br />

samba e vira<br />

num fado<br />

Letra Alfredo Dias<br />

Música Mário Rui<br />

Arranjo musical Mário Rui<br />

Tens no jogo <strong>de</strong> cintura<br />

Caravelas <strong>de</strong> ternura<br />

Ao dar-te o vento <strong>de</strong> proa<br />

E ao leme da cida<strong>de</strong><br />

És um rio <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

Maré povo e Madragoa!<br />

Tens o luar por cenário<br />

Um poema <strong>de</strong> “Cesário”<br />

Em cada rua e colina<br />

E num painel <strong>de</strong> azulejo<br />

Pintado d’azul do Tejo<br />

O teu jeito <strong>de</strong> menina!<br />

Refrão (bis)<br />

Samba e um vira virado<br />

N’Avenida é coisa boa<br />

É um vira bem sambado<br />

Em prosa <strong>de</strong> “Jorge Amado”<br />

E poemas <strong>de</strong> “Pessoa”!<br />

Com sotaque a carnaval<br />

Que vem do Rio p’ra <strong>Lisboa</strong><br />

Cantam fado tropical<br />

Marcham samba sensual<br />

Num vira da Madragoa!<br />

É numa água furtada<br />

On<strong>de</strong> a noite e a madrugada<br />

São teu cais, Porto Seguro<br />

Varina feita criança<br />

És o “Quelhas” e a “Esperança”<br />

A marchar rumo ao futuro!<br />

Não te chamem <strong>de</strong> velhota<br />

Minha varina gaivota<br />

Tu és a cida<strong>de</strong> inteira<br />

És Madragoa mo<strong>de</strong>rna<br />

Que gosta <strong>de</strong> dar à perna<br />

Beber cacau na Ribeira!<br />

Marcha<br />

Isto é a<br />

Madragoa<br />

Letra Vitor Cunha<br />

Música Martinho da Silva<br />

Arranjo musical Mário Rui<br />

Esta é a linda Madragoa<br />

Que vem da faina do mar<br />

Nela mora gente boa<br />

Num coração <strong>de</strong> embalar<br />

Pescadores entrelaçados<br />

Varinas em gira-gira<br />

Formam pares engraçados<br />

Que bem eles dançam o vira<br />

Marcha da Madragoa 47<br />

Refrão<br />

A Madragoa<br />

É a melhor<br />

A mais vistosa<br />

Como uma flor<br />

Olha a sardinha<br />

P’lo São João<br />

A Madragoa<br />

É sensação<br />

Pregão, canastra, varina<br />

Que percorre nossa <strong>Lisboa</strong><br />

É peixe fresco ó menina<br />

Isto é a Madragoa<br />

A cantar com tanta alegria<br />

Deixai passar as varinas<br />

Labutam <strong>de</strong> noite e <strong>de</strong> dia<br />

Num sorriso <strong>de</strong> meninas<br />

Quando surge a madrugada<br />

A sorrir vão p’rá Ribeira<br />

Ven<strong>de</strong>r a fresca pescada<br />

Que chegou numa traineira


48<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />

Gentes do mar, gentes da vila, no coração <strong>de</strong> Marvila<br />

Escolho este ano para Marvila um tema tão abrangente<br />

como versátil, mas muito nosso, que me levou a ir até às<br />

raízes da formação <strong>de</strong>ste bairro lisboeta, assim sendo,<br />

é com orgulho que vos apresento... “Gentes do mar,<br />

gentes da vila, no coração <strong>de</strong> Marvila”. Gentes essas<br />

que chegavam <strong>de</strong> todos os cantos <strong>de</strong> Portugal, trazendo<br />

a esperança <strong>de</strong> uma condição <strong>de</strong> vida melhor, bem como<br />

o conhecimento laboral sobre o cultivo agrícola em<br />

diversas vertentes, legumes, frutas, mas nomeadamente<br />

nas excelentes condições para o cultivo e extracção<br />

do vinho, e respectivo tratamento para se ven<strong>de</strong>r á<br />

posteriori, e também o domínio piscatório, em tudo<br />

o que o nosso Tejo nos proporcionava <strong>de</strong> melhor, quer<br />

na pesca propriamente dita, quer no uso do rio para<br />

transporte do carvão e especificamente do sal, e é<br />

baseado no sal que o tema <strong>de</strong>ste ano se <strong>de</strong>senvolverá,<br />

a extracção, o transporte vindo <strong>de</strong> outras regiões,<br />

o valor e importância que o sal tinha economicamente<br />

e em tudo relacionado com a alimentação, e foram estes<br />

os principais meios <strong>de</strong> sobrevivência das gentes <strong>de</strong>ste<br />

bairro nessa época, que com terrenos férteis, e o rio à<br />

mercê, fizeram com astúcia e muito trabalho<br />

árduo o seu modo <strong>de</strong> vida. Com toda esta vinda<br />

<strong>de</strong> gente e gente, os chamados “Senhores” donos dos<br />

terrenos, apressaram-se a construir vilas para o “povo”.<br />

Vilas essas que em conformida<strong>de</strong> foram construídas<br />

estrategicamente junto ao rio e respectivamente<br />

junto aos terrenos <strong>de</strong> cultivo, para o fácil acesso<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento das li<strong>de</strong>s campestres e marítimas,<br />

que posteriormente <strong>de</strong>u origem a um nome<br />

popularmente conhecido entre o povo da época “zona<br />

da vila do mar”, que mais tar<strong>de</strong> e por inúmeras razões<br />

se <strong>de</strong>finiu como Marvila. Pegando nesta panóplia<br />

<strong>de</strong> costumes e vivências festivas, e sabendo que toda<br />

esta gente vinha <strong>de</strong> norte a sul do país, tentarei retratar<br />

um pouco <strong>de</strong> cada zona durante a apresentação da<br />

marcha, mas com tanta riqueza <strong>de</strong> tradição certamente<br />

enaltecerei umas mais que outras, e assim <strong>de</strong>senvolver<br />

o tema, com a originalida<strong>de</strong> e estilização que me<br />

obrigo, e tão bem faz a esta festa. Aos intervenientes<br />

e constituintes <strong>de</strong> cada bairro um gran<strong>de</strong> bem-haja, em<br />

especial ao povo <strong>de</strong> Marvila e companheiros <strong>de</strong> marcha.<br />

Viva Marvila, viva <strong>Lisboa</strong>.<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila Responsável Rui Coito Comissão Organizadora Abílio Fontinha, A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Bento, Anabela Branquinho, Anita Potes, António Branquinho, Carlos Potes, Hugo<br />

Silva, Ilda Matos, Jorge Seabra, Nuno Lopes, Paula Bento, Rosa Severino, Rui Coito, Rui Soares, Sonia Trinda<strong>de</strong> Agua<strong>de</strong>iros Armando Silva, Carlos Marques, João<br />

Barrusso, Zélia Morais Porta-Estandarte Alexandra Coito Ensaiador Nuno Lopes Figurinista Nuno Lopes Cenógrafo Nuno Lopes Cavalinho Instrumentos Clarinete Ester<br />

Silva, Sax-alto Vitor Esteves, Trompete Fernando Ramos, Augusto Pinto, Trombone Eduardo Miguel, Bombardino Jorge, Tuba Alberto, Caixa Jorge Fernan<strong>de</strong>s Madrinha<br />

Diamantina Padrinho Rui Andra<strong>de</strong> Par <strong>de</strong> Mascotes Inês Coito, Marco Ferreira Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Cátia Gouveia, Joaquim Morais Marchantes Mulheres Aida<br />

Martins, Ana Filipa Ferreira, Ana Marques, Ana Patrícia Cardoso, Ana Santos, Anabela Branquinho, Andreia Silva, Bruna Mesquita, Cláudia Potes, Cláudia Rodrigues,<br />

Cristina Dias, Daniela Carrelo, Helena Cardoso, Ilda Matos, Irina Paiva, Maria do Rosário, Maria Santos, Marisa Cardoso, Micaela Oliveira, Paula Bento, Rita Escolástico,<br />

Rosa Paiva, Rosa Severino, Sara Coito, Susana Pinto Marchantes Homens Aldomiro Silveira, António Branquinho, António Escoval, Aristi<strong>de</strong>s Silva, Bruno Pinto, Fábio<br />

Lage, Fábio Santos, Fábio Batista, Fábio Galveias, Filipe Rodrigues, Hugo Castanheta, Hugo Mota, Hugo Silva, Hugo Vieira, João Ferromau, Jorge Seabra, Miguel Ângelo<br />

Martins, Nuno Louçã, Nuno Silva Madragoa, Nuno Silva, Paulo Ferromau, Pedro Silva, Ricardo Furtado, Ricardo Pinto


Marcha Inédita 1<br />

No coração<br />

<strong>de</strong> Marvila<br />

Letra José Vala Roberto<br />

Música José Vala Roberto<br />

Arranjo musical Fernando Ramos<br />

Refrão 1<br />

Quem faz querer, quem faz cantar,<br />

Gente do mar, gente da vila,<br />

Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />

Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />

Marvila.<br />

Quem faz querer, quem faz cantar,<br />

Gente do mar, gente da vila,<br />

Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />

Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />

Marvila.<br />

Sopra uma brisa, da serra<br />

Areias, do litoral<br />

Gente do mar e, da terra<br />

Semente <strong>de</strong> Portugal<br />

Homens do mar e, do campo<br />

À cida<strong>de</strong> dão o suor,<br />

Mulheres <strong>de</strong> riso, e pranto<br />

Alma e encanto, <strong>de</strong> amor maior…<br />

Mulheres <strong>de</strong> riso, e pranto<br />

Alma e encanto, <strong>de</strong> amor maior.<br />

Refrão 2<br />

Este perfume <strong>de</strong> argila<br />

Corre as ruas <strong>de</strong> Marvila<br />

Quem faz querer, quem faz cantar,<br />

Gente do mar, gente da vila,<br />

Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />

Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />

Marvila.<br />

Quem faz querer, quem faz cantar,<br />

Gente do mar, gente da vila,<br />

Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />

Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />

Marvila.<br />

Com pés negros <strong>de</strong>, carvão<br />

Com as mãos brancas, <strong>de</strong> sal<br />

Do trabalho se, faz pão<br />

E assim se, faz a, capital<br />

Com braços firmes, ao leme<br />

Com os segredos, do mar<br />

Gente que não cai, nem treme<br />

E nunca teme, o que vai chegar<br />

Gente que não cai, nem treme<br />

E nunca teme, o que vai chegar<br />

Refrão 2<br />

Marcha Inédita 2<br />

O sal da vida<br />

Letra José Vala Roberto<br />

Música José Vala Roberto<br />

Arranjo musical Fernando Ramos<br />

Refrão<br />

O grão <strong>de</strong> sal<br />

Da salineira e do marnoto,<br />

É como a vida<br />

Que nos sabe sempre a pouco<br />

É Portugal<br />

Que vem <strong>de</strong> Aveiro até <strong>Lisboa</strong><br />

E um moliceiro<br />

Que ergue a proa.<br />

E o sal da eira<br />

À nossa beira já tempera<br />

A nossa espera<br />

E a nossa canseira<br />

O fim do dia é um poema,<br />

Sal marinho ou sal-gema,<br />

Amor que sabe a flor <strong>de</strong> sal.<br />

O fim do dia é um poema,<br />

Sal marinho ou sal-gema,<br />

Amor que sabe a flor <strong>de</strong> sal.<br />

Veio <strong>de</strong> longe à aventura<br />

E à procura<br />

De outro sabor<br />

Este povo atrás <strong>de</strong> um sonho<br />

Talvez risonho<br />

De um dia melhor<br />

E no trabalho na cida<strong>de</strong><br />

Nasce a sauda<strong>de</strong><br />

Da romaria<br />

P’ra manter as tradições<br />

Danças, festas e canções<br />

Que dantes havia<br />

P’ra manter as tradições<br />

Danças, festas e canções<br />

Que dantes havia<br />

Refrão<br />

Marcha<br />

Medley <strong>de</strong> 3<br />

marchas antigas<br />

Letra José Roberto, Mário Silva, M. Joana<br />

Música José Roberto, Álvaro Martins, Rogério Paim<br />

Arranjo musical Fernando Ramos, Álvaro Saes<br />

Martins<br />

Refrão 1<br />

Vila, vila e mar<br />

Mar, mar e vila<br />

Que o povo ao juntar<br />

Chamou <strong>de</strong> Marvila<br />

Mar, mar e vila<br />

Vila, vila e mar<br />

Meu bairro é Marvila<br />

Que passa a cantar<br />

Tu Marvila és com certeza<br />

O bairro mais singular<br />

Porque a própria natureza<br />

Foi aqui que quis morar<br />

Cheiras a fruta madura<br />

Coentros e manjericão<br />

És raminho <strong>de</strong> ternura<br />

Cuidada p’lo hortelão<br />

Refrão 1<br />

Marcha <strong>de</strong> Marvila 49<br />

Refrão 2<br />

Vira e assa,<br />

Torna a virar,<br />

Sardinha assada,<br />

Broa vinha a acompanhar:<br />

É Marvila festejando!<br />

É <strong>Lisboa</strong> ao luar…<br />

E os barcos todos atracados<br />

No cais, fazem a moldura!...<br />

Pescadores e varinas<br />

Vão festejando a fartura!<br />

Nos mercados, tão fresquinha,<br />

Luzidia bem salgada!<br />

Sardinha tu és a rainha<br />

Dos arraiais, bem assada!<br />

Refrão 2<br />

Refrão 3<br />

E vai acima<br />

Vai abaixo<br />

Vai ao centro<br />

Bem p’ra <strong>de</strong>ntro<br />

E bota abaixo<br />

À nossa!<br />

E assim se anima<br />

A mó <strong>de</strong> baixo<br />

É bola ao centro<br />

Chuta abaixo<br />

Outra vez!<br />

Ai, siga a marcha,<br />

Qu’isto agora ou vai ou racha.<br />

Toda a gente se <strong>de</strong>spacha,<br />

Com Marvila é sempre a abrir.<br />

Vamos p’la frente<br />

Qu’isto agora é co’a gente<br />

Num futuro diferente<br />

Melhores dias hão-<strong>de</strong> vir<br />

Ai, toca a andar<br />

A crise que vá ao ar<br />

O que é preciso é animar<br />

E haja farnel na mochila<br />

Que não nos falte<br />

O pão quente sobre a mesa<br />

E a alegria, com certeza,<br />

Nem o vinho em Marvila.<br />

Refrão 3


50<br />

Marcha da Mouraria<br />

Sua majesta<strong>de</strong>, rainha do fado<br />

Entre lendas, histórias antigas e a actual realida<strong>de</strong>,<br />

é já do conhecimento público que o bairro da Mouraria<br />

é a matriz do Fado. Factos únicos, provam exactamente<br />

o que atrás afirmamos. Na entrada da rua do Capelão,<br />

o monumento <strong>de</strong> guitarra testemunha “Mouraria matriz<br />

do Fado”. Nenhum outro bairro teve uma figura tão<br />

emblemática que só por si representa o “eterno feminino”<br />

que muito alimenta este género musical. No Fado,<br />

a mulher com a sua atitu<strong>de</strong>, o seu comportamento,<br />

as suas emoções transmitidas na sua voz tais como:<br />

a sauda<strong>de</strong>, o ciúme, a raiva, a amargura, a exaltação<br />

<strong>de</strong> amores e <strong>de</strong>samores, contribuem sem dúvida muito,<br />

para que o Fado seja hoje tal como o conhecemos.<br />

Exemplo disso, Amália Rodrigues, a “Mulher Fado”<br />

por excelência. Esta que levando o Fado na alma,<br />

o divulgou ao mundo. Não queremos com isto tirar<br />

a importância da figura masculina no Fado. Muitos<br />

foram os homens que não tendo tão rica ilustração,<br />

não <strong>de</strong>ixaram por isso, <strong>de</strong> ser tão ou mais importantes<br />

do que elas. Mas sempre nos <strong>de</strong>ixam reduzidos apenas<br />

à qualida<strong>de</strong> das suas vozes. Na Mouraria, um exemplo<br />

único <strong>de</strong> um fadista consi<strong>de</strong>rado hoje, não só pelo público<br />

em geral, mas por toda a comunida<strong>de</strong> fadista o “Rei<br />

do Fado”: Fernando Maurício. Nascido na rua do Capelão,<br />

por coincidência frente à casa on<strong>de</strong> viveu a dita “Severa”.<br />

Numerosos são os nomes ligados ao Fado, nascidos<br />

no bairro da Mouraria: Argentina Santos, Esmeralda<br />

Amoedo, Ana Maurício e Armandinho são só alguns<br />

<strong>de</strong>les. O Fado consi<strong>de</strong>rado hoje “Património Imaterial<br />

da Humanida<strong>de</strong>” não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> nos sensibilizar<br />

ao ponto <strong>de</strong> mais uma vez, <strong>de</strong>dicarmos a este género<br />

musical, tão português, o tema da nossa marcha.<br />

“Sua Majesta<strong>de</strong>, Rainha do Fado” é uma forma<br />

<strong>de</strong> homenagear o Fado sem nos esquecermos da sua<br />

matriz. Neste caso o bairro da Mouraria. De rainhas<br />

fadistas (sem per<strong>de</strong>r o cariz popular) e <strong>de</strong> trajes<br />

domingueiros estilizados vão na Marcha da Mouraria<br />

as marchantes (fadistas) e os acompanhantes<br />

(guitarristas). A Marcha da Mouraria 2012 refere-se<br />

assim à realeza do Fado.


Marcha Inédita 1<br />

Marcha da<br />

Mouraria 2012<br />

Letra Fernando Santos<br />

Música Rafael <strong>de</strong> Moura<br />

Arranjo musical Aurélio Alegria<br />

Nesta <strong>Lisboa</strong>, a rainha,<br />

Tem nas armas do brasão<br />

A mais bela capelinha<br />

E a rua do Capelão.<br />

Nas Marchas sempre <strong>de</strong>u brado,<br />

Tem um perfil diferente,<br />

Canta com sabor a Fado,<br />

Para encantar toda a gente.<br />

Refrão (bis)<br />

Ó Rainha Mouraria,<br />

És a mãe do Fado antigo,<br />

Até choro <strong>de</strong> alegria<br />

Por ir na marcha contigo.<br />

A Severa vai também,<br />

Vais tu, vai ela e vou eu,<br />

Diz que é a rainha mãe<br />

Que vai viver num museu.<br />

Acredito, pois em frente<br />

Uma nobre voz entoa…<br />

Canta ele e grita a gente…!<br />

Maurício é o rei sem coroa!<br />

Esta nobre Mouraria<br />

Já tem um ar renovado.<br />

Canta com mais alegria,<br />

Vai ter a escola do Fado.<br />

Mouraria, serás sempre<br />

Do Fado a majesta<strong>de</strong>,<br />

No passado e no presente,<br />

Para bem da humanida<strong>de</strong>!<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha Inédita 2<br />

Mouraria,<br />

o nosso amor<br />

Letra Fernando Santos<br />

Música Rafael <strong>de</strong> Moura<br />

Arranjo musical Aurélio Alegria<br />

Mouraria, meu amor,<br />

Põe o teu xaile à janela<br />

Para que o melhor pintor<br />

Te retrate a aguarela.<br />

A verda<strong>de</strong> seja dita,<br />

Com toda a sincerida<strong>de</strong>,<br />

És a Marcha mais bonita<br />

Desta mui nobre cida<strong>de</strong>.<br />

Refrão (bis)<br />

Venham ver a Marcha,<br />

Como vai contente,<br />

Venham p’ra folia,<br />

Que esta noite é d’alegria,<br />

Venha daí toda a gente.<br />

Toma lá um arco,<br />

Um manjerico ou um balão,<br />

Salta uma fogueira,<br />

Marcha a noite inteira,<br />

Com amor no coração!<br />

Vais com mais fé e virtu<strong>de</strong><br />

Porque és moura mas cristã<br />

E à Senhora da Saú<strong>de</strong><br />

Vais rezar pela manhã.<br />

Já viveste no passado<br />

Um <strong>de</strong>stino fatalista,<br />

Hoje o mundo canta o Fado,<br />

É Património Fadista.<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha da Mouraria 51<br />

Marcha<br />

Senhora<br />

dona moirama<br />

Letra Mário Rainho<br />

Música José Manuel Jesus<br />

Arranjo musical José Manuel Jesus<br />

Senhora dona moirama<br />

Salta da cama, anda p’rá rua<br />

A cida<strong>de</strong> é toda tua<br />

Toda esta gente te ama<br />

Com o teu estilo bairrista<br />

Vem daí cantar à toa<br />

Mostra q’inda és a fadista<br />

Maior da nossa <strong>Lisboa</strong>.<br />

Refrão (bis)<br />

Mouraria, Mouraria<br />

Minha alfacinha <strong>de</strong> gema<br />

Tens a Severa por tema<br />

Um fado por Marialva<br />

E até ao romper da alva<br />

Mesmo à entrada do dia<br />

Todo o ano é pan<strong>de</strong>mónio<br />

Todo o ano é Santo António<br />

Mouraria, Mouraria.<br />

Numa Marcha Popular<br />

Levas no ar uma cantiga<br />

Moda antiga que ao passar<br />

Tem seu ar <strong>de</strong> rapariga<br />

E a Senhora da Saú<strong>de</strong><br />

Nessa capela <strong>de</strong> fé<br />

Firme na sua atitu<strong>de</strong><br />

Dali não arreda pé.<br />

Todo o ano é pan<strong>de</strong>mónio<br />

Todo o ano é Santo António<br />

Mouraria, Mouraria.<br />

Marcha da Mouraria Responsável Carla Correia Comissão Organizadora André Pereira, Carla Correia, Diogo Alves, Esmeralda Men<strong>de</strong>s, Fernando Sousa, Pedro Cruz, Pedro<br />

Santos, Sandra Santos Agua<strong>de</strong>iros Carlos Alberto, Elisabete Fernan<strong>de</strong>s, Mário Fernan<strong>de</strong>s, Nelson Sousa Porta-Estandarte Dulce Marina Ensaiador Fernando Santos<br />

Figurinista Fernando Santos Cenógrafo Fernando Santos Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Cardoso, Sax-alto Vera Tavares, Trompete Simão Matos, Carlos Castro,<br />

Trombone Miguel Campestre, Bombardino Filipe Madrugo, Tuba Armando Moura, Caixa Fernando Belila Madrinha Alexandra Padrinho Fernando Fernan<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong><br />

Mascotes Marta Pires, Ruben Sousa Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Carlos Almeida, Paula Lourenço Marchantes Mulheres Andreia Antunes, Andreia Fernan<strong>de</strong>s, Carina<br />

Almeida, Cátia Pereira, Dália Fernan<strong>de</strong>s, Débora Silva, Iola Anacleto, Jessica Anacleto, Jessica Duarte, Joana Ferreira, Joana Mocão, Marlene Furtado, Marta Braz,<br />

Patrícia Braz, Patrícia Saraiva, Raquel Lima, Sofia Almeida, Sofia Ferreira, Susana Almeida, Tânia Correia, Vanessa Almeida, Vanessa Correia, Vanessa Fernan<strong>de</strong>s, Vera<br />

Gonçalves Marchantes Homens André Maurício, André Pereira, André Rosa, André Sousa, David Correia, David Silva, Diogo Gaspar, Hél<strong>de</strong>r Barroso, Hugo Reis, Jorge<br />

Fernan<strong>de</strong>s, Jorge Men<strong>de</strong>s, Manuel Anacleto, Miguel Eira, Nelson Alves, Nelson Alves, Nuno Pinto, Nuno Pires, Ricardo Tavares, Ricardo Ventura, Ruben Men<strong>de</strong>s, Sandro<br />

Fernan<strong>de</strong>s, Telmo Alves, Tiago Santos, Victor Hugo


52<br />

Marcha dos Olivais<br />

Arco-íris <strong>de</strong> fantasia<br />

Sendo os Olivais um bairro <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong>bruçado sobre<br />

o rio Tejo, vem para este evento cultural que são as<br />

Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, apresentar-se com o tema<br />

“Arco-íris <strong>de</strong> fantasia”. De facto o Arco-Íris, para além<br />

<strong>de</strong> ser um fenómeno óptico e meteorológico que<br />

transmite um encanto <strong>de</strong> luz através <strong>de</strong> gotas <strong>de</strong> chuva<br />

e luminosida<strong>de</strong> solar formando um arco multicolorido,<br />

também tem a sua fantasia sido utilizada em filmes,<br />

na música, na literatura, na cultura, nas artes, nos<br />

contos, … Será com a fantasia e as cores do arco-íris<br />

que a Freguesia <strong>de</strong> Santa Maria dos Olivais, através<br />

da sua Marcha, irá estar presente nestas festas,<br />

contagiando toda a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, bem como todo<br />

o povo <strong>de</strong> Portugal com a sua exibição no Pavilhão<br />

Atlântico e no <strong>de</strong>sfile da Avenida da Liberda<strong>de</strong> nessa<br />

gran<strong>de</strong> noite <strong>de</strong> Santo António. Assim, convidamos todos<br />

os portugueses a cantar e a dançar com a nossa marcha<br />

comemorando com a magia do Arco-Íris este evento<br />

único que são as <strong>Festas</strong> da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />

Marcha dos Olivais Responsável Carlos Santos Comissão Organizadora António Tomás, Armando Morais, Carlos Santos, Fernando Sousa, João Dias, Joaquim Paixão, José<br />

Fernan<strong>de</strong>s, José Freches, José Santos, Ricardo Fernan<strong>de</strong>s, Zeferino Bastos Agua<strong>de</strong>iros Alfredo Brandão, Joana Marques, João Alexandre, Luís Sanches Porta-Estandarte<br />

Cátia Gomes Ensaiadores Fernando Catarino, José Pacheco Figurinistas Paulo Miranda, Júlia Santos Cenógrafo Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Laura<br />

Men<strong>de</strong>s, Sax-alto José Abreu, Trompete Pedro Men<strong>de</strong>s, Miguel Almeida, Trombone Paulo Vasconcelos, Bombardino António Catalão, Tuba Orlando Duarte, Caixa Vítor Pinto<br />

Madrinha Paula Marcelo Padrinho António Calvário Par <strong>de</strong> Mascotes Fábio Silva, Maria Inês Matos Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Joana Almeida, Luis Santos Marchantes<br />

Mulheres, Alexandra Martins, Ana Braga, Ana Castro, Ana Fernan<strong>de</strong>s, Ana Sofia Silva, Andreia Silva, Cláudia Patrocínio, Cláudia Pires, Débora Domingos, Deolinda<br />

Nascimento, Diana Men<strong>de</strong>s, Filipa Galvão, Helena Santos, Inês Rodrigues, Lucília Machado, Maria Madalena, Marisa Neves, Marta Soares, Sónia Carvalho, Sónia Vaz,<br />

Soraia Aguiar, Tânia Silva, Vanessa Coelho, Verónica Antunes Marchantes Homens David Dantas, Diogo Silva, Erico Dias, Eugénio Santos, Fábio Fonseca, Fernando Felix,<br />

Hugo Fonseca, João Neves, José Santos, Marco Pacheco, Miguel Antunes, Miguel Marujo, Narciso Coutinho, Nuno Carvalho, Raul Nery, Ricardo Fernan<strong>de</strong>s, Ruben Lobo,<br />

Ruben Silva, Ruben Tomé, Sérgio Cardoso, Sérgio Carvalho, Virgínio Monteiro, Vítor Vaz


Marcha Inédita 1<br />

Olivais,<br />

tu és <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Carlos Jorge Español, Vítor Nóbrega<br />

Música Samuel Pascoal<br />

Refrão<br />

Marcha Olivais<br />

Canta o teu Fado<br />

On<strong>de</strong> vais<br />

Nesta festa do passado<br />

Vem aos Olivais<br />

Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />

Marchando a cantar<br />

Sem que a voz lhe doa<br />

Vem aos Olivais<br />

Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />

Marchando<br />

Marchando a cantar<br />

Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />

Marchando a cantar<br />

Sem que a voz lhe doa<br />

<strong>Lisboa</strong> é cantiga<br />

E tem margens <strong>de</strong> poesia<br />

Olivais Freguesia antiga<br />

Com laivos <strong>de</strong> maresia<br />

Temos coreto do povo<br />

Olivais Velho é beleza<br />

Passa aos Olivais novo<br />

Vê tão nobre riqueza<br />

Do teu Tejo tu <strong>de</strong>ixaste<br />

Caravelas ir <strong>de</strong>vagarinho<br />

Muita história tu contaste<br />

Além-mar e p’lo caminho<br />

Refrão<br />

Honraste a nossa nação<br />

Com a Expo imponente<br />

Nos ralis há uma guarnição<br />

Com gente brava e valente<br />

E eu que sou dos Olivais<br />

Levo garra e coração<br />

Marchar nunca é <strong>de</strong>mais<br />

Sentindo a emoção<br />

Oitenta anos a Marchar<br />

E <strong>Lisboa</strong> festeja a tradição<br />

N’Avenida quando passas<br />

Vais ter a gran<strong>de</strong> aclamação<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

Olivais, és<br />

orgulho, és glória<br />

Letra Carlos Jorge Español<br />

Música Samuel Pascoal<br />

Refrão<br />

Ai Olivais<br />

Arco íris <strong>de</strong> fantasia<br />

Á minha vista é alegria<br />

Mostrando a <strong>Lisboa</strong><br />

Seus feitos tais<br />

Ai Olivais<br />

Tens encantos ao olhar<br />

Deixa a Marcha passar<br />

Que é <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

E bonita <strong>de</strong>mais<br />

Anda viajar por este bairro<br />

On<strong>de</strong> se per<strong>de</strong> o olhar<br />

Que da memória não apago<br />

Locais por on<strong>de</strong> passar<br />

Olivais catita<br />

És uma freguesia tão boa<br />

A mais interessante e bonita<br />

Da nossa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Refrão<br />

Olivais, bairro do meu coração<br />

És orgulho, és glória<br />

És uma força e és razão<br />

És a minha história<br />

Olivais encanto<br />

Um arco-íris <strong>de</strong> fantasia<br />

És o bairro que eu amo tanto<br />

Termina em pote d’alegria<br />

Refrão (bis)<br />

Marcha dos Olivais 53<br />

Marcha<br />

Olivais<br />

abraça <strong>Lisboa</strong><br />

Letra Alfredo Dias<br />

Música Samuel Pascoal<br />

É num painel <strong>de</strong> azulejo,<br />

Que nos olivais revejo<br />

Os tempos da fidalguia,<br />

Vividos fora <strong>de</strong> portas,<br />

À beira <strong>de</strong> frescas hortas,<br />

Com risos e alegria.<br />

Na quinta do contador,<br />

Dos “Maias”, “toca” d’amor<br />

De Carlos e sua amada,<br />

História que o “Eça” contou<br />

E para sempre ficou,<br />

A esta quinta ligada.<br />

Refrão (bis)<br />

Arco íris <strong>de</strong> fantasia,<br />

Cor e magia,<br />

Nos olivais.<br />

Uma andorinha esvoaça<br />

Com tanta graça<br />

Nos seus beirais.<br />

Manjerico e cravo ao peito,<br />

Amor-perfeito,<br />

Os olivais<br />

Sendo velho, é sempre novo,<br />

Convida o povo<br />

P’rós arraiais!<br />

Desce avenida imponente<br />

Prova como está diferente,<br />

Ao vir na marcha a compasso.<br />

E em cada arco e balão,<br />

Na rima duma canção,<br />

Traz <strong>Lisboa</strong> num abraço.<br />

E o Tejo ali <strong>de</strong> fronte,<br />

Que também abraça a ponte,<br />

Olhou o bairro e sorriu.<br />

Embora corra p’ró mar,<br />

Vou contigo <strong>de</strong>sfilar<br />

Des<strong>de</strong> o Marquês ao Rossio.


54<br />

Marcha da<br />

Penha <strong>de</strong> França<br />

Penha <strong>de</strong> frança apresenta…<br />

O espectáculo está <strong>de</strong> volta! Com bairrismo, juventu<strong>de</strong>,<br />

alegria e amor a <strong>Lisboa</strong>. Queremos mostrar a <strong>Lisboa</strong> que<br />

vivemos o mês <strong>de</strong> Junho em festa. Depois <strong>de</strong> estudarmos<br />

a história da Penha <strong>de</strong> França e tentarmos buscar inspiração<br />

para um novo tema que permitisse <strong>de</strong>monstrar o que<br />

a Penha tem ou já teve na sua história, concluímos que<br />

o tema “o cinema” foi <strong>de</strong>ixado à porta <strong>de</strong> uma estação<br />

dos correios que outrora foi um cinema importante na<br />

comunida<strong>de</strong> e na divulgação da história. Aqui começou<br />

a nossa busca, no “Cinema Cine Oriente” que ficava na rua<br />

da Penha <strong>de</strong> França e que veio trazer à comunida<strong>de</strong><br />

a magia do cinema, a magia <strong>de</strong> brincar ao faz <strong>de</strong> conta,<br />

ao imaginário em que todas as pessoas conseguem sonhar.<br />

Utilizando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> espectáculo em todas as suas vertentes<br />

e aproveitando as temáticas <strong>de</strong>ste ano das marchas, nada<br />

melhor que apresentar…um gran<strong>de</strong> espectáculo!<br />

Começando por dizer que foi um gran<strong>de</strong> cineasta, José<br />

Leitão <strong>de</strong> Barros, que também era produtor e jornalista que<br />

a pedido do director do Parque Mayer, Campos Figueira,<br />

solicitou uma i<strong>de</strong>ia para trazer a população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong> para a rua no mês <strong>de</strong> Junho e que ao mesmo tempo<br />

fosse capaz <strong>de</strong> mobilizar a atenção dos lisboetas. Juntando<br />

toda esta informação, a Penha <strong>de</strong> França vai apresentar<br />

uma Marcha Popular em que homenageia em todas as suas<br />

vertentes o espectáculo do cinema, do teatro, da magia<br />

da dança, e dos 80 anos <strong>de</strong> Marchas Populares na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. As mulheres vestidas com as cores <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

e com a música na alma e os homens vestidos com as cores<br />

<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e as estrelas que iluminam o céu e os artistas.<br />

Os nossos arcos trazem-nos para a viagem que vamos fazer<br />

até ao mundo do cinema e das películas antigas. A Penha<br />

espera honrar a sua tradição <strong>de</strong> marcha inovadora mas<br />

sempre respeitando as suas raízes. O “Cinema Cine<br />

Oriente” <strong>de</strong>u à Penha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sonhar e a Penha vai<br />

retribuir apresentando o seu sonho <strong>de</strong> marchar!<br />

Marcha Inédita 1<br />

Encontrar o fado<br />

Letra Joana Dionísio<br />

Música Joana Dionísio<br />

Arranjo musical Joana Dionísio<br />

A Maria Esperança<br />

Quer um fado para casar<br />

Sua mãe Penha <strong>de</strong> França<br />

Já o anda a procurar<br />

Não quer um fado vadio<br />

Muito menos revisteiro<br />

Quer é um fado canção<br />

Um amor como o primeiro!<br />

Vai casar a sua filha<br />

Ter um belo matrimónio<br />

É que o fado é famoso<br />

Da Humanida<strong>de</strong> é Património<br />

Já chega <strong>de</strong> brejeirices<br />

Dia a Penha a marchar<br />

Vamos encontrar um fado<br />

Que a leve ao altar!<br />

Refrão<br />

A Rosinha dos limões<br />

Brotou emoções<br />

E encontrou seu par<br />

E até a Júlia Florista<br />

Boémia e bairrista<br />

Não ficou por casar<br />

A Rosa da Madragoa<br />

A Maria <strong>Lisboa</strong><br />

Encontraram um fado<br />

Vai pr’a casa ó Mariquinhas!<br />

De chita e às pintinhas<br />

Que ele é casado<br />

Sua mulher é saudosa<br />

Bonita, vaidosa<br />

<strong>Lisboa</strong> do fado!<br />

De arraial em arraial<br />

De baile em bailarico<br />

Lá vai Maria Esperança<br />

À busca do namorico<br />

Ao ver uma <strong>de</strong>sgarrada<br />

Entoada em tom menor<br />

Corre e fica encantada<br />

Com o som em seu redor<br />

Penha <strong>de</strong> França cansada<br />

De a filha procurar<br />

Pe<strong>de</strong> às pedras da calçada<br />

Um instante p’ra <strong>de</strong>scansar<br />

De repente lá vê ela<br />

A Esperança a namorar<br />

Um fado bem alfacinha<br />

Com as notas cor do mar


Marcha Inédita 2<br />

Ai meu<br />

santinho…<br />

Letra Joana Dionísio<br />

Música Joana Dionísio, Carlos Dionísio<br />

Arranjo musical Joana Dionísio, Carlos Dionísio<br />

Já cheira a sardinha<br />

Boa e tostadinha<br />

Hoje é Santo António<br />

Vamos lá reinar<br />

Na Penha <strong>de</strong> França<br />

O povo já dança<br />

Está pronto a marchar!<br />

Olha o manjerico<br />

Beijo, namorico<br />

A festa é tão linda<br />

Vamos dar a mão<br />

Rostos a sorrir<br />

Cravos a florir<br />

Entra bem no ritmo<br />

Semeia a alegria<br />

No teu coração<br />

Refrão<br />

Ai meu santinho!<br />

Meu santinho, meu santinho!<br />

Olha esta terra<br />

De arquinho e balão<br />

Anda pr’a festa<br />

É noite <strong>de</strong> folia<br />

Vem ver quem canta<br />

E marcha com o coração<br />

Ai meu santinho!<br />

Meu santinho, meu santinho!<br />

Olha a cida<strong>de</strong><br />

Da sauda<strong>de</strong> e mil quimeras<br />

Está tão vaidosa,<br />

Linda e airosa<br />

Anda a marchar<br />

Há oitenta primaveras<br />

A rua está cheia<br />

Já temos plateia<br />

Venham ver as marchas,<br />

Vamos <strong>de</strong>sfilar<br />

Pr’a Penha <strong>de</strong> França<br />

A noite é criança<br />

Na Avenida<br />

Vai a cantar!<br />

Olha a gargalhada<br />

Gente empolgada<br />

Está orgulhosa<br />

E bem alto entoa<br />

Que é emoção<br />

Amor e paixão<br />

Amar esta terra,<br />

Tão linda e tão bela<br />

Seu nome <strong>Lisboa</strong><br />

Refrão<br />

Marcha<br />

Medley Penha<br />

<strong>de</strong> França<br />

apresenta…<br />

Letra Joana Dionísio<br />

Música Joana Dionísio<br />

Arranjo musical Joana Dionísio<br />

Refrão<br />

Luzes, câmara, acção!<br />

Que a Penha vem marchar<br />

Traz a história do cinema,<br />

Músicas para animar<br />

Velhas fitas recordar<br />

Alegria é o nosso lema<br />

A Avenida hoje é cenário<br />

Desta estreia curiosa<br />

Que faz as estrelas cantar<br />

E a cida<strong>de</strong> tão vaidosa<br />

Numa tela ainda em branco<br />

Vê o filme começar<br />

Cantiga da rua, das outras diferente<br />

Nem minha nem tua, é <strong>de</strong> toda a gente<br />

Cantiga da rua, que sobe e flutua<br />

Mas não se <strong>de</strong>tém<br />

Inconstante e louca<br />

Vai <strong>de</strong> boca em boca<br />

Não é <strong>de</strong> ninguém<br />

O-i-o-ai, fui comprar um manjerico<br />

O-i-o-ai, vou daqui p’ró bailarico<br />

E tenho um gaiato aqui <strong>de</strong>pendurado,<br />

Que é mesmo o retrato do meu namorado.<br />

E tenho um gaiato aqui <strong>de</strong>pendurado,<br />

Que é mesmo o retrato do meu namorado.<br />

Toca o fungagá, toca o sol e dó,<br />

Vamos lá, nesta marcha a um fulambó<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França 55<br />

Toca o fungagá, toca o sol e dó,<br />

Vamos lá, nesta marcha a um fulambó.<br />

Refrão<br />

O que é que a baiana tem?<br />

O que é que a baiana tem?<br />

Tem torso <strong>de</strong> seda tem (tem)<br />

Tem brinco <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />

Corrente <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />

Tem pano <strong>de</strong> Costa tem (tem)<br />

Tem bata rendada tem (tem)<br />

Pulseira <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />

E tem saia engomada tem (tem)<br />

Tem sandália enfeitada tem (tem)<br />

E tem graça como ninguém…!”<br />

O que é que a baiana tem?<br />

O que é que a baiana tem?<br />

O que é que a baiana tem?<br />

Refrão<br />

Entra nesta dança<br />

Vem <strong>Lisboa</strong><br />

Que o teu corpo balança<br />

Vamos todos,<br />

Vamos, vamos todos!<br />

Deixa a solidão<br />

Olha a Penha!<br />

Vem-te dar a mão<br />

Vamos todos,<br />

Vamos, vamos todos!<br />

É genial, original<br />

Vem daí.<br />

Refrão<br />

Estamos aqui<br />

Prontos para cantar<br />

Na Penha <strong>de</strong> França<br />

E ninguém sai daqui<br />

Sem um passo <strong>de</strong> dança<br />

Na Penha <strong>de</strong> França<br />

Sensualida<strong>de</strong>, drama<br />

Horror e verda<strong>de</strong><br />

O herói verda<strong>de</strong>iro<br />

O vilão e o dinheiro<br />

Cinema mundial<br />

Cantado em Portugal<br />

Pela…Penha…<strong>de</strong> França.<br />

Marcha da Penha <strong>de</strong> França Responsável Paulo Lemos Comissão Organizadora Artur Albuquerque, Cristina Dias, João Eleutério, José Henriques, Manuel Duarte, Nísia Blanco, Nuno<br />

Ferreira, Paulo Lemos, Pedro Ferreira, Sónia Lemos, Agua<strong>de</strong>iros Hugo Marques, Ruben Albuquerque, Rui Dias, Sílvia Carvalho Porta-Estandarte A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Albuquerque<br />

Ensaiador José Carlos Mascarenhas Figurinista Official Design Cenógrafo José Carlos Mascarenhas Cavalinho Instrumentos Clarinete Hernâni Nabeiro, Sax-alto Hélio Cleto,<br />

Trompete Miguel Silva, Paulo Heitor, Trombone Nuno Ribeiro, Bombardino Eugénio Con<strong>de</strong>sso, Tuba Tiago Costa, Caixa António Rosa Madrinha Patrícia Henrique Padrinho Bruno<br />

Simões Par <strong>de</strong> Mascotes Diana Oliveira, Tomás Lemos Marchantes Mulheres Ana Filipa Albino, Ana Rita Ciganito, Ana Sarmento, Bruna Gonçalves, Carla Rebelo, Carla<br />

Fonseca, Catarina Silva, Cátia Albuquerque, Célia Bernardo, Cristina Ribeiro, Filipa Grova, Helena Alvarez, Joana André, Maria Gabriela Garcia, Maria Inês Marques, Maria<br />

João Barros, Maria Rosário Queiró, Marta Silva, Nísia Blanco, Paula Oliveira, Rute Dias, Rute Maria Faria, Sónia Henriques, Sónia Lemos Marchantes Homens Alexandre<br />

Cunha, André Gomes, Artur Albuquerque, Bruno Luengo, Bruno Pereira, Carlos Cardinho, Diogo Silva, Gonçalo Dias, João Eleutério, João Saraiva, Joel Gomes, Jorge<br />

Cor<strong>de</strong>iro, Luís Ribeiro, Marcelo Jaime, Nuno Coelho, Nuno Ferreira, Nuno Parreira, Nuno Rodrigues, Pedro Maravilha, Pedro Ferreira, Rafael Fernan<strong>de</strong>s, Ricardo Miranda,<br />

Ruben Albuquerque, Rui Neves<br />

Refrão


56<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />

<strong>Lisboa</strong> a preto e branco<br />

Com o Tejo a seus pés, Santa Engrácia, do cimo da sua<br />

gávea, enten<strong>de</strong> que acaba também por ter a seus pés<br />

<strong>Lisboa</strong>. Por este motivo trouxemos o tema “<strong>Lisboa</strong> a Preto<br />

e Branco” às marchas, pois, Santa Engrácia enten<strong>de</strong> que<br />

a cida<strong>de</strong> aponta para um futuro glorioso e se caracteriza<br />

por um presente on<strong>de</strong> a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e a constante<br />

mutação fornecem um valor, acrescentando-se assim<br />

a um passado já grandioso, marcado por gran<strong>de</strong>s feitos.<br />

Este tema acaba por adoptar <strong>de</strong> certa forma, uma<br />

homenagem a <strong>Lisboa</strong>, através dos seus lindíssimos<br />

painéis <strong>de</strong> pedra da calçada que encontramos por toda<br />

a cida<strong>de</strong>, apreciados por todos os que por cá passam,<br />

mas principalmente por todos nós lisboetas. Estes estarão<br />

bem presentes nos figurinos, mas principalmente nos<br />

arcos, sendo que na sua <strong>de</strong>coração tem presença<br />

<strong>de</strong> motivos a sua fachada com base na Arte Deco, não<br />

abandonando a presença do estilo neo clássico presente<br />

nos contornos que compõem um painel <strong>de</strong> pedra<br />

da calçada, tendo apontamentos <strong>de</strong> tom azul celeste<br />

(das abobadas) em representação do nosso Tejo, bem<br />

como o Prata e o Ouro (que ornamenta as molduras<br />

e os <strong>de</strong>talhes arquitetónicos). Para este projecto<br />

escolhemos como figurinos para eles, os Calceteiros<br />

e para elas, a nossa linda Varina; ambos em estilo livre,<br />

estilizados, unindo a tradição com a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />

com uma paleta <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>ntro do branco e preto<br />

da nossa cida<strong>de</strong>, o azul do Tejo e o Ouro e Prata,<br />

para dar iluminação e brilho.<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia Responsável Carlos Perdiz Comissão Organizadora Bruno Barros, Carlos Lourenço, Helena Monteiro, Isabel Alpalhão, Joaquim Pires, Luis Ferreira,<br />

Margarida Baptista, Maria Teresa Carballal Agua<strong>de</strong>iros Eduardo Paulo, Pedro Alpalhão, Rodrigo Aguiar, Rui Baptista Porta-Estandarte Margarida Baptista Ensaiador<br />

Bruno Barros Figurinistas Bruno Barros, Hugo Miguel Barros Cenógrafos Carlos Ferreira, Hugo Miguel Barros, Micael Costa Cavalinho Instrumentos Clarinete Raquel<br />

Oliveira, Sax-alto Val<strong>de</strong>mar Gomes, Trompete Diogo Fadista, Mara Silvestre, Trombone Marco Tavares, Bombardino José Cardoso, Tuba Ama<strong>de</strong>u Cunha, Caixa Rui Augusto<br />

Madrinha Bibá Pita Padrinho Francisco Men<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong> Mascotes Rafael Delgado, Soraia Silva Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Bela Magalhães, João Delgado Marchantes<br />

Mulheres Ana Lúcia Jacinto, Ana Rita Araújo, Ana Rita Duarte, Ana Rita Nascimento, Andreia Felisberto, Andreia Félix, Catarina Capucha, Cátia Anjos, Cláudia Timóteo,<br />

Constança Alves, Daniela Pereira, Glória Aguiar, Inês Costa, Joana Santos, Kellany Teixeira, Lídia Figueiredo, Maria da Conceição Fonseca, Patricia Sá, Raquel Carballal,<br />

Rita Dias, Rute Horta, Sandra Fernan<strong>de</strong>s, Sónia Vieira, Soraia Ferreira Marchantes Homens Adérito Plácido, Alfredo Martinho, Bruno Vieira, Fábio Vieira, Fernando<br />

Nascimento, João Carvalho, João Luzio, José Jacinto, Luis Delgado, Luis Dias, Luis Otero, Mauro Tristão, Nuno Coimbra, Nuno Varela, Paulo Anjos, Pedro Magalhães,<br />

Ricardo Cunha, Ricardo Nascimento, Rui Pinto, Sandro Vieira, Sérgio Alves, Sérgio Paixão, Sérgio Pereira, Tiago Silva


Marcha Inédita 1<br />

Pecado <strong>de</strong><br />

Santa Engrácia<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Zé Martins<br />

Arranjo musical Zé Martins<br />

Andorinhas venham ver esta cida<strong>de</strong><br />

Não existe outra vista como esta<br />

São ruelas on<strong>de</strong> se acolhe a sauda<strong>de</strong><br />

Ouve-se um fado e o bairro está em festa<br />

São Vicente que fica aqui mesmo ao lado<br />

E quer par p’ra dançar no bailarico<br />

A Santa Engrácia diz que rir não é pecado<br />

P’rá convencer, vai comprar-lhe um<br />

manjerico<br />

Refrão<br />

A santa pe<strong>de</strong> às varinas<br />

Um avental para ela<br />

Pôr à volta das colinas<br />

Quando calça uma chinela<br />

As varinas vão airosas<br />

Com passinhos prazenteiros<br />

Transformar em lindas rosas<br />

As pedras dos calceteiros<br />

Por colinas e <strong>de</strong>clives<br />

Que elas sobem com audácia<br />

Calceteiros são ourives<br />

P’ra enfeitar Santa Engrácia<br />

Nem igreja, nem capela nem convento<br />

É nas ruas que uma santa <strong>de</strong>ve andar<br />

Para ver como o povo anda se<strong>de</strong>nto<br />

De uma coisa que ele nem sabe explicar<br />

Este ano Santa Engrácia percebeu<br />

Viu que a marcha é a igreja da vida<br />

Por causa disso é que ela <strong>de</strong>sceu do céu<br />

E vai comigo a marchar na avenida<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

<strong>Lisboa</strong> a preto<br />

e branco<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Zé Martins<br />

Arranjo musical Zé Martins<br />

Pouca terra, pouca terra<br />

O comboio vai parar<br />

Trazendo gentes da serra<br />

Que só querem ver o mar<br />

Ao chegarem à cida<strong>de</strong><br />

Tudo é bonito <strong>de</strong>mais<br />

Nem reparam que a sauda<strong>de</strong><br />

Espera por elas no cais<br />

Refrão<br />

Ao chegarem à estação<br />

De Santa Apolónia<br />

A chuva <strong>de</strong> verão<br />

Cheira a água <strong>de</strong> colónia<br />

As pessoas são gentis<br />

O clima é diferente<br />

E <strong>Lisboa</strong> está feliz<br />

Por acolher esta gente<br />

Mas quem lhe dá o bom dia<br />

Diz quem vê com perspicácia<br />

É sempre a freguesia<br />

De Santa Engrácia<br />

Até o comboio sente<br />

Num último solavanco<br />

Agora está frente a frente<br />

Com <strong>Lisboa</strong> a preto e branco<br />

As pedrinhas da calçada<br />

As asas das andorinhas<br />

A pare<strong>de</strong> mal caiada<br />

O xaile da Mariquinhas<br />

Refrão<br />

Mas, seja lá como for,<br />

Tem que se andar distraído<br />

Para não se ver a cor<br />

Deste bairro colorido<br />

O azul que vem do rio<br />

O ver<strong>de</strong> das sardinheiras<br />

Mais a cor do assobio<br />

Quando passam as peixeiras<br />

Refrão<br />

Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia 57<br />

Marcha<br />

O meu bairro<br />

é uma jóia<br />

Letra Fernando Santos<br />

Música Fernando Santos, João Carvalho<br />

Arranjo musical Zé Martins<br />

Vamos <strong>de</strong> caras risonhas<br />

Esta noite p’rá rambóia<br />

Não há ninguém que nos ponha<br />

No coração melhor jóia<br />

Este bairro caloroso<br />

Virado p’ra oriente<br />

E fiel e amistoso<br />

Recebe o sol <strong>de</strong> frente<br />

Refrão<br />

Olhem p’rá marcha!...<br />

De Santa Engrácia<br />

Quando ela passa,<br />

Ninguém tem melhor marchar<br />

Olhem p’rá marcha!...<br />

De Santa Engrácia<br />

A cantar! A cantar! A cantar!<br />

Olhem p’ra ela, bela e vaidosa<br />

Séria, garbosa, mas popular<br />

Olhem p’rá marcha!...<br />

De Santa Engrácia<br />

A marchar! A marchar! A marchar!<br />

Dizem que qualquer pessoa<br />

Tem duas faces da lua<br />

Se o coração magoa<br />

Deve passear na rua<br />

Vou sair para a folia<br />

Em casa não quero ficar<br />

Ficarei até ser dia<br />

Com esta marcha a cantar!


58<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />

<strong>Lisboa</strong> veste-se com as cores da primavera, os dias são<br />

repletos <strong>de</strong> sol e as noites revestem-se <strong>de</strong> uma suave brisa<br />

quente, on<strong>de</strong> torrentes enérgicas anunciam o verão.<br />

É o prenúncio das festas da cida<strong>de</strong>! O local on<strong>de</strong> ocorre<br />

a maioria dos festejos juninos é chamado <strong>de</strong> arraial,<br />

um espaço ao ar livre situado nos bairros antigos da<br />

nossa cida<strong>de</strong>. São criados em praças e ruas típicas com<br />

edifícios <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes arcaicos e varandas com ferragens<br />

trabalhadas <strong>de</strong> uma beleza inigualável, estas enfeitadas<br />

com vasos <strong>de</strong> manjerico e cravos com as suas mensagens<br />

tão típicas, tudo unicamente para o evento.<br />

Foi precisamente nestes <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>corativos<br />

e arquitectónicos tão presentes nas festas <strong>de</strong> Junho<br />

no bairro <strong>de</strong> São Vicente que a inspiração surgiu.<br />

Como o tema indica, a marcha do Bairro <strong>de</strong> São Vicente<br />

para o evento das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012,<br />

tem como inspiração a nossa cida<strong>de</strong>, caraterizada nas<br />

festas populares tão presentes na sua essência. <strong>Lisboa</strong><br />

das tradições, dos festejos dos Santos Populares e seus<br />

arraiais, <strong>Lisboa</strong> do Fado, <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> memórias das<br />

marchas comemorando o seu 80º aniversário,<br />

tudo isto é a <strong>Lisboa</strong> que amamos.<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente Responsável Bruno Santos Comissão Organizadora António Barata, Eugénio Fusco, Luís Barros, Paulo Fusco Agua<strong>de</strong>iros, Eugénio Fusco, Luis Barros, Luis<br />

Gomes, Paulo Fusco Porta-Estandarte Sofia Santos Ensaiador Reinaldo Ventura Figurinista Paulo Miranda Cenógrafo Paulo Miranda Cavalinho Instrumentos Clarinete<br />

Ângela Alegria, Sax-alto João Bexiga, Trompete Paulo Pancadas, José Pontes, Trombone Bernardino Sota, Bombardino Aurélio Alegria, Tuba Luis Marques, Caixa Nuno Pereira<br />

Madrinha Melania Gomes Padrinho Hél<strong>de</strong>r Agapito Par <strong>de</strong> Mascotes João Borges, Mafalda Santos Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Filomena Lourenço, Ricardo Conceição<br />

Marchantes Mulheres Ana Almofrei, Bárbara Santos, Carla Mestre, Célia Barata, Cláudia Marques, Inês Sabino, Katy Melanda, Lília Oliveira, Mafalda Lopes, Lur<strong>de</strong>s<br />

Pereira, Inês Pires, Orlanda Cruz, Raquel Ventura, Rute Silva, Sandra Vargas, Sara Machado, Sara Rita Pereira, Sofia Cruz, Sofia Meira, Soraia Faustino, Soraia Gradiz,<br />

Susana Dias, Susana Figueiredo, Vera Marques Marchantes Homens Adalberto Faria, António Sabino, Bruno Santos, Bruno Valente, Carlos Dias, Diogo Ventura, Flávio<br />

Varandas, Fre<strong>de</strong>rico Antunes, Gonçalo Oliveira, Hugo Rodrigues, João Afonso, João Cruz, João Ferreira, João Macedo, João Oliveira, Luís Fernan<strong>de</strong>s, Marcelo Varandas,<br />

Marco Neves, Paulo Lourenço, Pedro Lourenço, Ricardo Silva, Ricardo Valente, Sandro Vasques, João Guerreiro e João Macedo


Marcha Inédita 1<br />

<strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong><br />

São Vicente<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Diogo Clemente<br />

Arranjo musical Aurélio Alegria<br />

É preciso ser sincero<br />

Para se dançar o vira<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que eu quero<br />

Não permite uma mentira<br />

É preciso ter <strong>de</strong>coro<br />

Para dançar o malhão<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que adoro<br />

Não tolera uma traição<br />

Refrão<br />

P’ra <strong>de</strong>scer a avenida<br />

Não basta calçar chinelas<br />

É mais fácil a <strong>de</strong>scida<br />

Com sapatos <strong>de</strong> fivelas<br />

Quem abusa da bebida<br />

Leva atrás umas ca<strong>de</strong>las<br />

<strong>Lisboa</strong> fica sentida<br />

Agora é que vão ser elas<br />

Mas <strong>de</strong> noite, minha q’rida<br />

Abre todas as janelas<br />

Melhor procurar’s guarida<br />

Pelos becos e vielas<br />

A marcha é que é a vida<br />

Tudo o resto são novelas<br />

É preciso dar um passo<br />

Para a gente entrar na dança<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que abraço<br />

Só quer boa vizinhança<br />

É por isso que eu reclamo<br />

De quem não sabe dançar<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />

Quer-nos todos p’ra seu par<br />

Refrão<br />

Marcha Inédita 2<br />

Vai passar<br />

São Vicente<br />

Letra Tiago Torres da Silva<br />

Música Diogo Clemente<br />

Arranjo musical Aurélio Alegria<br />

Vai a passar São Vicente<br />

Que é um bairro cuja gente<br />

P’ra manter a tradição<br />

Se souber que alguém precisa<br />

Dá a alma e a camisa<br />

Sem ‘sperar por gratidão<br />

É por isso que <strong>Lisboa</strong><br />

Quando vê que uma pessoa<br />

Sabe sorrir à <strong>de</strong>sgraça<br />

Dá o braço a São Vicente<br />

E fica toda contente<br />

É a nossa marcha quem passa<br />

Refrão<br />

São Vicente, São Vicente<br />

És o bairro mais antigo<br />

Consagrado a esta gente<br />

Que quer ser santa contigo<br />

São Vicente, São Vicente<br />

On<strong>de</strong> as marchas são rainhas<br />

És o santo mais presente<br />

Na vida dos alfacinhas<br />

Nosso santo milagreiro<br />

Que passou o ano inteiro<br />

A ensaiar uns passinhos<br />

Vai na marcha como dantes<br />

No coração dos marchantes<br />

Que ficam menos sozinhos<br />

A avenida está à cunha<br />

E <strong>Lisboa</strong> é testemunha<br />

Que é São Vicente a passar<br />

Traz arquinhos e balões<br />

Mas a luz dos corações<br />

É que a vai fazer brilhar<br />

Marcha<br />

Medley<br />

<strong>Lisboa</strong> 2012<br />

Letra Vários<br />

Música Vários<br />

Arranjo musical Aurélio Alegria<br />

Marcha <strong>de</strong> São Vicente 59<br />

Vai <strong>de</strong> corações ao alto, nasce a lua<br />

E a marcha segue contente<br />

As pedrinhas <strong>de</strong> basalto cá da rua<br />

Nem sentem passar a gente<br />

Nos bairros <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> encantada<br />

Tudo serve <strong>de</strong> alegria<br />

E faz-se alegre a sauda<strong>de</strong><br />

No toque <strong>de</strong> alvorada<br />

No toque da Avé Maria<br />

Lá vai <strong>Lisboa</strong> com a saia cor do mar<br />

E cada bairro é um noivo<br />

Que com ela vai casar<br />

Ai! Vai <strong>Lisboa</strong>, com seu arquinho e balão<br />

Com cantiguinhas na boca<br />

E amores no coração<br />

Refrão 1<br />

<strong>Lisboa</strong> nasceu<br />

Pertinho do céu<br />

Toda embalada na fé<br />

Lavou-se no rio<br />

Ai, ai, ai menina<br />

Foi batizada na sé<br />

Já se fez mulher<br />

E hoje o que ela quer<br />

É trovar e dar ao pé<br />

Anda em <strong>de</strong>svario<br />

Ai, ai, ai menina<br />

Mas que linda que ela é<br />

Ó noite <strong>de</strong> Santo António<br />

Ó <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar<br />

De alcachofras a florir<br />

De foguetes a estoirar<br />

Enquanto os bairros cantarem<br />

Enquanto houverem arraiais<br />

Enquanto houver Santo António<br />

<strong>Lisboa</strong> não morre mais<br />

Refrão 2<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />

Sinto o mar em cada esquina<br />

Esta <strong>Lisboa</strong> tem ondas<br />

No andar duma varina<br />

Cida<strong>de</strong> tão antiga<br />

Cida<strong>de</strong> amiga<br />

Mo<strong>de</strong>sta e bela<br />

Varia como as marés<br />

E tem o Tejo a seus pés<br />

A chorar <strong>de</strong> amor por ela


Grupo <strong>de</strong> danças <strong>de</strong> dragão, leão e artes marciais 61<br />

Grupo <strong>de</strong> danças <strong>de</strong> dragão,<br />

leão e artes marciais<br />

Macau<br />

Na tradição chinesa, a dança do dragão e do leão é<br />

uma componente relevante <strong>de</strong> cerimónias e festivida<strong>de</strong>s<br />

importantes, sendo consi<strong>de</strong>rada como uma bênção para<br />

o evento. O movimento do dragão e leões segue ao ritmo<br />

dos tambores, címbalo e gongo, e os gestos energéticos<br />

e expressão facial <strong>de</strong>stes animais revelam o ritmo<br />

da dança. A Associação Desportiva do Leão Acordado<br />

Lo Leong foi criada em 1938 e é um dos grupos mais<br />

conhecidos <strong>de</strong> dança <strong>de</strong> dragão e leão <strong>de</strong> Macau.<br />

É composta por equipas <strong>de</strong>sportivas que incluem dança<br />

do dragão, dança do leão, Cai Lifo, Wushu, Tai Chi Gong<br />

Yang e Sanshou. As suas equipas têm participado em<br />

várias activida<strong>de</strong>s e competições no exterior <strong>de</strong> Macau,<br />

nomeadamente Pequim, Hunan, Fujian, Hong Kong,<br />

Guangdong, Portugal, Espanha, Estados Unidos da<br />

América, Canadá, Singapura, Malásia, Coreia do Sul,<br />

Tailândia e Taiwan da China. Em 2010, este mesmo<br />

grupo foi uma das principais atracções culturais<br />

integradas na programa da “Semana <strong>de</strong> Macau em<br />

<strong>Lisboa</strong>”, tendo recebido muito apoio do público e tendo<br />

sido um excelente meio <strong>de</strong> entretenimento e promoção<br />

da cultura <strong>de</strong> Macau. Para a presente activida<strong>de</strong><br />

promocional, a associação integra 25 elementos,<br />

a maioria dos quais pertencem à selecção da RAEM<br />

(Região Administrativa Especial <strong>de</strong> Macau), tendo<br />

recebido vários prémios em competições internacionais.<br />

Durante a realização da dança do dragão (com<br />

o comprimento <strong>de</strong> 32,9 metros) e do leão, serão<br />

também apresentados vários tipos <strong>de</strong> artes marciais,<br />

com pau e espada, cháng quán, e outros.


62 National Band – Grupo nacional <strong>de</strong> artes populares<br />

National Band – Grupo<br />

nacional <strong>de</strong> artes populares<br />

Emirados Árabes Unidos<br />

Ao longo dos últimos tempos, o Folclore tem vindo<br />

a adquirir uma importância cada vez mais relevante<br />

no mundo. Cada país tem a sua cultura e as suas artes<br />

populares que caracterizam e <strong>de</strong>finem a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

artística, o seu povo. Nos Emirados Árabes Unidos,<br />

interessam-nos as artes gestuais e tudo o que tem ligação<br />

com os cânticos, os trajes, as culturas e as tradições,<br />

sabendo que essas facetas representam o património<br />

cultural e traduzem a originalida<strong>de</strong> do povo emira<strong>de</strong>nse<br />

ao longo dos séculos, bem como a ligação à sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, o que permite o conhecimento das suas<br />

origens, raízes e assim, da sua evolução. Deste ponto<br />

<strong>de</strong> vista, o Grupo Nacional <strong>de</strong> Artes Populares dos<br />

Emirados Árabes Unidos, criado em 1987 com o objectivo<br />

<strong>de</strong> enraizar todas as danças populares e apresentá-las<br />

<strong>de</strong> forma artística e dançante recorrendo a coreografias,<br />

formas gestuais, trajes e acessórios, tenciona apresentar<br />

as suas mais importantes danças populares:<br />

A Aliyala Al Bahriya (referente ao Mar), uma das danças<br />

mais populares e famosas dos Emirados Árabes Unidos,<br />

que faz uso <strong>de</strong> alguns cânticos antigos, entoados com<br />

ritmos emira<strong>de</strong>nses contemporâneos.<br />

A Aliyala Al Baria (alusiva à Terra), também conhecida<br />

por Aliyala Alain (dança típica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alain),<br />

é a “dança da guerra” porque foi criada para encorajar<br />

os homens antes <strong>de</strong> irem para a guerra. Em tempo<br />

<strong>de</strong> paz, transmite um espírito <strong>de</strong> amor e união.<br />

A Razfa, consi<strong>de</strong>rada como uma das mais importantes<br />

artes do campo, é também conhecida por Alharbia,<br />

uma poesia improvisada e muito usada em coreografia.<br />

A Aliwa, dança cujas cantigas e ritmos foram misturados<br />

com canções <strong>de</strong> origem africana, resultado das trocas<br />

comerciais com África.<br />

A Almaled, arte religiosa que celebra o nascimento<br />

do profeta Maomé e composta por cantos e cantigas<br />

acompanhados por instrumentos musicais como<br />

o adufe (pan<strong>de</strong>ireta árabe).


Projecto Chuva d’Amor<br />

Portugal<br />

Quando abordamos a palavra objectivo, pressupomos<br />

uma motivação como retaguarda que nos impulsiona<br />

a fazer algo. Sendo que nos encontramos num universo<br />

on<strong>de</strong> só se abordam temas preocupantes e on<strong>de</strong> as<br />

pessoas vivem cada segundo a pensar em assuntos que<br />

lhes trazem preocupações, acabam por <strong>de</strong>scurar outros<br />

sentimentos que são os mais belos e que se <strong>de</strong>vem viver,<br />

os sentimentos <strong>de</strong> amor e que apelam aos 5 sentidos,<br />

através do cheiro, da visão, do toque, da audição e do<br />

sabor, aqui o sabor da vida através do amor, da alma,<br />

da entrega sem questionar quem é quem e como …<br />

Este é um projecto que preten<strong>de</strong>: Criar energia <strong>de</strong><br />

amor entre três gerações. Unir famílias que têm filhos<br />

portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências e famílias ditas normais<br />

e fazê-los sentirem-se iguais no seio da socieda<strong>de</strong>. Esta<br />

união tem como intenção fazer <strong>de</strong>spertar corações, criar<br />

elos <strong>de</strong> ligação e partilha humana porque o olhar é o<br />

que se encontra mais perto da alma e o saber abraçar<br />

Projecto Chuva d’Amor 63<br />

esse olhar, esse momento <strong>de</strong> entrega entre diferentes<br />

gerações será o brin<strong>de</strong> à igualda<strong>de</strong>, num contexto social.<br />

Assim, vamos abraçar a “Diferença”. Através da mão do<br />

amor entre jovens, pais e avós num palco da vida on<strong>de</strong><br />

a plateia aplau<strong>de</strong> a igualda<strong>de</strong>, criando assim sinergias<br />

<strong>de</strong> amor incondicional junto <strong>de</strong> todos universalmente,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da etnia, cor, nacionalida<strong>de</strong><br />

ou <strong>de</strong>ficiência.<br />

Não existem cores, existem seres humanos;<br />

Não existem <strong>de</strong>ficiências existem seres humanos;<br />

Não existem etnias existem seres humanos;<br />

Não existem nacionalida<strong>de</strong>s, existem seres humanos;<br />

É <strong>de</strong>sta forma que acredito que po<strong>de</strong>mos fazer CHUVA<br />

D’AMOR.<br />

Mais do que viver é preciso saber viver… acima <strong>de</strong> tudo<br />

com SORRISOS.


Ficha Técnica<br />

EGEAC<br />

Organização das<br />

<strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Conselho <strong>de</strong> Administração<br />

Miguel Honrado<br />

Lucinda Lopes<br />

Francisco Motta Veiga<br />

Direcção <strong>de</strong> Gestão Cultural<br />

Pedro Moreira<br />

Fernanda Rodrigues<br />

Isabel Margarido<br />

Armanda Parreira<br />

Patrícia Albuquerque<br />

Paula Nunes<br />

Sara Cruz<br />

Seomara Martins<br />

Divisão <strong>de</strong> Patrocínios<br />

e Mecenato<br />

João Gabriel Isidoro<br />

Equipas Técnicas<br />

e <strong>de</strong> Produção<br />

Eduardo Cunha<br />

João Nobre<br />

José Ferrão<br />

Manuel Ferrão<br />

Ricardo Rocha<br />

Rúben Godinho<br />

Sofia Ventura<br />

Direcção <strong>de</strong><br />

Comunicação e Imagem<br />

Rita Castel-Branco<br />

Ana Marta Félix Ribeiro<br />

Maria Melo<br />

Paulo Almeida<br />

Estagiários<br />

Catarina Cruz<br />

Marcelo Martinho<br />

Margarida Estrela<br />

Direcção <strong>de</strong> Gestão Financeira<br />

Teresa Santos<br />

Ana Sofia Fonseca<br />

António Machado<br />

Bruno Gonçalves<br />

Carmencita Silvestre<br />

Fátima Campos<br />

Ismael Men<strong>de</strong>s<br />

Mário João Silva<br />

Paulo Fonseca<br />

Rosa Alves<br />

Assessoria do CA<br />

Mónica Almeida<br />

Pedro Nereu<br />

Assessoria <strong>de</strong><br />

Sistemas <strong>de</strong> Informação<br />

Nuno Reis<br />

Carlos Lobinho<br />

Paulo Oliveira<br />

Secretariado do CA<br />

Isabel Alves<br />

Teresa Rodrigues<br />

Design<br />

Silva<strong>de</strong>signers<br />

Web Design<br />

Go Direct<br />

Conteúdos Audiovisuais<br />

Kattia Hernan<strong>de</strong>z<br />

Fotografia<br />

José Maria Fra<strong>de</strong><br />

Traduções<br />

Rafaela Mota Lemos<br />

Direcção <strong>de</strong> Recursos<br />

Humanos e Serviços<br />

Administrativos<br />

Maria da Fé Carvalho<br />

Alexandra Guerreiro<br />

Ana Reguino<br />

Antónia Limão<br />

António Moura<br />

Cidália Quaresma<br />

Elísia Teixeira<br />

Filipa Rodrigues<br />

Hugo Macedo<br />

Manuel Santos<br />

Gabinete <strong>de</strong> Apoio Jurídico<br />

Rosário Calvão<br />

Ana Senha<br />

Joaquim Silva Nunes<br />

Leonor Neto Gomes<br />

Paula Gomes<br />

Teresa Sá Esteves<br />

Gabinete <strong>de</strong><br />

Estratégia Comercial<br />

Manuela Batalha<br />

Catarina Ribeiro<br />

Helena Seixas<br />

Margarida Dias<br />

Gabinete <strong>de</strong> Projectos<br />

e Obras <strong>de</strong> Reabilitação<br />

e Manutenção<br />

Jaime Loff<br />

Sofia Rosa<br />

Ana Sofia Bárbara<br />

Catarina Macedo<br />

Fernando Rodrigues<br />

João Antunes da Fonseca<br />

Sónia Arroyo<br />

Gabinete <strong>de</strong> Projectos<br />

Institucionais e Relações<br />

Internacionais<br />

Helena Pais Costa<br />

João Senha<br />

Patrocinador Principal Patrocinadores Viatura Oficial Parceiros Institucionais<br />

Media Partners Apoio à divulgação


Patrocinador das <strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>


A marchar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932.<br />

www.festas<strong>de</strong>lisboa.com

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