Download - Festas de Lisboa
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archas<br />
opulares
Patrocinador Principal das <strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>
80<br />
Anos<br />
1
Índice<br />
3<br />
Apresentações<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Câmara<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Vereadora da Cultura da<br />
Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
da EGEAC<br />
6<br />
<strong>Lisboa</strong> Marcha há oitenta anos<br />
Professor Appio Sottomayor<br />
12<br />
Marchas Populares 2012<br />
Calendário<br />
Classificações 2011<br />
Júris<br />
Gran<strong>de</strong> Marcha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />
16<br />
Marcha Infantil<br />
Marcha dos Mercados<br />
Marcha da Ajuda<br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Marcha do Alto do Pina<br />
Marcha do Bairro Alto<br />
Marcha da Baixa<br />
Marcha do Beato<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Marcha da Bica<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
Marcha do Castelo<br />
Marcha da Graça<br />
Marcha da Madragoa<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />
Marcha da Mouraria<br />
Marcha dos Olivais<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />
Agrupamentos Convidados
Cida<strong>de</strong> milenar e das sete colinas,<br />
<strong>Lisboa</strong> projeta o seu nome além fronteiras,<br />
<strong>de</strong>corrente do seu vastíssimo património<br />
material e cultural que a evi<strong>de</strong>ncia como umas<br />
das mais antigas capitais da Europa e mesmo<br />
do mundo.<br />
À beleza intrínseca do seu recorte territorial e das suas hortas primitivas, que<br />
ao longo da margem do rio Tejo se esten<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>nominando os seus autóctones<br />
<strong>de</strong> “alfacinhas”, juntou-se-lhe o mosaico <strong>de</strong> culturas, religiões e tradições que ao<br />
longo dos séculos a ela afluíram, tornando-se uma cida<strong>de</strong> aberta e acolhedora.<br />
Este encontro <strong>de</strong> civilizações e culturas permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento dos factores<br />
distintivos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, on<strong>de</strong> o sagrado e o profano se cruzaram, numa doce<br />
convivência e num diálogo constante com os seus bairros, as suas gentes,<br />
as suas tradições. Esta simbiose obtém o seu clímax no mês festivo <strong>de</strong> junho,<br />
on<strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> vive um frenesim muito especial em torno das festivida<strong>de</strong>s dos<br />
seus Santos Populares, em particular <strong>de</strong> Santo António. Em 2012, a magia<br />
regressa com particular impacto. <strong>Lisboa</strong> comemora os 80 anos daquela que se<br />
revela ser uma das mais antigas e crescentes tradições populares: as Marchas.<br />
Ao assinalarmos o 80º Aniversário das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> iremos<br />
homenagear os largos milhares <strong>de</strong> participantes que, ao longo <strong>de</strong>stas oito<br />
décadas, têm participado com todo o seu empenho e <strong>de</strong>dicação neste evento,<br />
num misto <strong>de</strong> representação do seu bairro/coletivida<strong>de</strong> e orgulho pela pertença<br />
a <strong>Lisboa</strong>. Cantam assim as nossas almas para todos os marchantes,coreógrafos,<br />
figurinistas, ensaiadores, cenógrafos e músicos, com uma verda<strong>de</strong>ira,<br />
enriquecida e reconhecida salva <strong>de</strong> palmas. As Marchas Populares, as suas<br />
Associações e Coletivida<strong>de</strong>s estão assim <strong>de</strong> parabéns, mas também <strong>de</strong> parabéns<br />
está a sua cida<strong>de</strong>, <strong>Lisboa</strong>, que com todo o carinho e <strong>de</strong> braços abertos as recebe,<br />
ano após ano, com particular brilho e alegria no seu coração: a Avenida<br />
da Liberda<strong>de</strong>. Vivam as Marchas, vivam os lisboetas, viva <strong>Lisboa</strong>.<br />
António Costa<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
3
4<br />
Marchas Populares 2012 – Oitenta anos da celebração popular<br />
Há oitenta anos atrás, em 1932, Leitão<br />
<strong>de</strong> Barros promove a organização das primeiras<br />
marchas populares, a pedido <strong>de</strong> Campos<br />
Figueira, então director do Parque Mayer, on<strong>de</strong><br />
cada bairro lisboeta é chamado a dar o melhor<br />
<strong>de</strong> si, provando a união da alma alfacinha<br />
à volta da celebração <strong>de</strong> Santo António.<br />
O culto ao Santo, nascido nos finais do século XII junto à Sé, <strong>de</strong>senvolveu-se<br />
na cida<strong>de</strong> logo após a sua morte, sendo consi<strong>de</strong>rado o protector das casas<br />
e da família; advogado na procura dos objectos perdidos, casamenteiro<br />
e curan<strong>de</strong>iro. Até aos dias <strong>de</strong> hoje, festeja-se o Santo com empenhada<br />
animação, bem como em inúmeras manifestações religiosas, das mais eruditas<br />
às mais populares, das procissões aos altares simples erguidos nas ruas<br />
da Velha <strong>Lisboa</strong>. Se as marchas afirmam, por um lado, a <strong>de</strong>ssacralização<br />
do culto, ou se afirmam como festa profana <strong>de</strong>dicada ao Santo, são, por outro<br />
lado, o ponto <strong>de</strong> encontro por excelência <strong>de</strong> cada um dos bairros da cida<strong>de</strong>,<br />
provando a unida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> que a caracteriza. As associações <strong>de</strong> cada<br />
bairro organizam-se durante largos meses, com horas e horas <strong>de</strong> trabalho,<br />
numa competitivida<strong>de</strong> saudável com as suas congéneres, preten<strong>de</strong>ndo ter<br />
a melhor música, o melhor traje, a maior coor<strong>de</strong>nação e a mais bela<br />
apresentação do seu particular modo <strong>de</strong> sentir, quer o Santo quer o que significa<br />
ser Lisboeta, manifestando com alegria a sua <strong>de</strong>dicação ao objectivo comum<br />
<strong>de</strong> cantar e contar a Cida<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> cedo o Município se associou aos festejos,<br />
consi<strong>de</strong>rando-os fundamentais para a promoção do convívio entre os<br />
Lisboetas. Não só com as Marchas, como também com os Casamentos <strong>de</strong> Santo<br />
António, a Câmara Municipal tem <strong>de</strong>monstrado total apoio aos seus munícipes,<br />
em comunhão com o espírito festivo bairrista. As marchas <strong>de</strong>ste ano <strong>de</strong> 2012<br />
revestem-se <strong>de</strong> particular importância dada a participação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />
estrangeiras, nomeadamente <strong>de</strong> Macau e dos Emirados Árabes Unidos,<br />
que dotam esta festa <strong>de</strong> um valor multicultural único, que é o da afirmação<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> como cida<strong>de</strong> da Tolerância e <strong>de</strong> Cultura. Que <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong>sça a Avenida<br />
uma vez mais, e que estes oitenta anos <strong>de</strong> Festa se multipliquem!<br />
Catarina Vaz Pinto<br />
Vereadora da Cultura da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>
Apenas a duas décadas <strong>de</strong> uma existência<br />
secular, as Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> celebram em<br />
2012 um percurso invejável provando que<br />
a tradição po<strong>de</strong> também ser sinónimo<br />
<strong>de</strong> renovação e criativida<strong>de</strong>.<br />
Sabemos que o sentido <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> não é um dos atributos mais profusos<br />
do nosso carácter colectivo, por isso valerá a pena questionar quais as razões<br />
da longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta manifestação da cultura popular lisboeta que em cada<br />
ano consegue estabelecer com a Cida<strong>de</strong> novos laços <strong>de</strong> efusiva afectivida<strong>de</strong>.<br />
Creio que uma primeira resposta estará no próprio momento do seu próprio<br />
nascimento. Os anos 30 são um momento <strong>de</strong> renovação da cultura popular<br />
da cida<strong>de</strong>, em que se combinam e articulam novos espaços materiais ou<br />
simbólicos <strong>de</strong>dicados à fruição artística, entre os quais po<strong>de</strong>ríamos citar o<br />
Teatro <strong>de</strong> Revista e o Cinema, logo multiplicados e fixados na memória colectiva<br />
pelo dinamismo e o interesse crescente da Imprensa. Não é portanto fortuita<br />
a promoção, na primeira edição das Marchas Populares em 1932, do Parque<br />
Mayer, novo espaço <strong>de</strong> diversão da capital, do Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e do Notícias<br />
Ilustrado associados aos Bairros fundadores, no sentido <strong>de</strong> oferecer ao público<br />
Lisboeta um novo evento que lhe <strong>de</strong>volvesse em cada ano uma verda<strong>de</strong>ira<br />
crónica festiva do seu quotidiano. A segunda razão é consequência natural<br />
do extremo dinamismo do movimento associativo da Cida<strong>de</strong>, ancorado numa<br />
muito particular e vivência dos seus bairros afirmando-os como âncoras<br />
privilegiadas da sua originalida<strong>de</strong> e carácter. Nesta perspectiva é legítimo<br />
evocarmos aqui a forma como as Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> conseguiram ultrapassar,<br />
muitas vezes integrando-as, as gran<strong>de</strong>s transformações sociais, económicas<br />
e políticas que atravessaram a história <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> nestas oito décadas. Só assim<br />
se po<strong>de</strong>rá explicar o ressurgimento após 10 anos <strong>de</strong> interregno entre 1970/80,<br />
ou ainda a sua passagem a fenómeno televisivo nacional, sem que tal impeça<br />
que em cada edição milhares <strong>de</strong> pessoas acorram à Avenida, para ano após<br />
ano acolhendo-as com a mesma emoção e entusiasmo; ou ainda a renovação<br />
<strong>de</strong> inúmeras gerações <strong>de</strong> marchantes que, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> já não habitarem<br />
os bairros em que <strong>de</strong>sfilam, é neles que reencontram as suas raízes e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Oitenta anos <strong>de</strong> Marchas são também oitenta anos da vida <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, Obra<br />
colectiva <strong>de</strong> muitas vonta<strong>de</strong>s que jamais <strong>de</strong>ixaremos <strong>de</strong> amar e admirar.<br />
Parabéns…<br />
O Conselho <strong>de</strong> Administração da EGEAC<br />
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6<br />
<strong>Lisboa</strong> Marcha<br />
há 80 Anos<br />
Appio Sottomayor<br />
Professor<br />
Ao festejar os 80 anos das marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, convirá, antes<br />
<strong>de</strong> mais, ter em conta o que <strong>de</strong> facto se comemora. Po<strong>de</strong>rão,<br />
na verda<strong>de</strong>, vir alguns conhecedores <strong>de</strong> tradições velhas objectar<br />
que não foi só em 1932 que os lisboetas <strong>de</strong>cidiram marchar em<br />
ritmo <strong>de</strong> festa, erguendo ao alto um arco, um balão ou qualquer<br />
enfeite. E não será difícil encontrar nas memórias <strong>de</strong> cada bairro<br />
os festejos a Santo António, com arraiais, petiscos e música<br />
bailável. Geralmente já <strong>de</strong> madrugada, os festeiros, praticamente<br />
todos vizinhos, seguiam então em marcha cantada, habitualmente<br />
a caminho da fonte ou do chafariz que existisse na zona, on<strong>de</strong><br />
matavam a se<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scansavam um pouco das fadigas da folia.<br />
Um exemplo aco<strong>de</strong> com facilida<strong>de</strong>: quem reveja o filme “A Canção<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”, lá topará com uma pequena marcha improvisada,<br />
on<strong>de</strong> pontificam Vasco Santana e Beatriz Costa. Ora o filme<br />
é <strong>de</strong> 1931, anterior portanto à data que consi<strong>de</strong>ramos como<br />
a do começo da gran<strong>de</strong> festa alfacinha. Eram, nesses tempos<br />
recuados, as chamadas “marchas ao filambó”, <strong>de</strong>signação<br />
que mais não era do que a adaptação apressada das francesas<br />
“marches aux flambeaux”.<br />
Aliás, já nos escritos <strong>de</strong> Sousa Bastos – um homem <strong>de</strong> teatro, que acumulou<br />
as funções <strong>de</strong> autor e <strong>de</strong> empresário e foi responsável pelo lançamento <strong>de</strong> alguns<br />
gran<strong>de</strong>s nomes da cena, com <strong>de</strong>staque para sua mulher, Palmira Bastos – se fazia<br />
referência a marchas. Definia-as ele como “grupos compostos <strong>de</strong> trinta a quarenta<br />
figuras, que obe<strong>de</strong>ciam às or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> um diretor ensaiador, que as fazia manobrar<br />
ao toque <strong>de</strong> um apito”. No entanto, essas marchas tinham lugar pelo Carnaval,<br />
sendo por isso vulgarmente chamadas <strong>de</strong> “danças <strong>de</strong> Entrudo”. De qualquer forma,<br />
po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>radas entre os antepassados das marchas actuais.<br />
Será razão para riscarmos a data <strong>de</strong> 1932 como a mais marcante? De forma alguma.<br />
Nesse ano aconteceu a alteração do conceito da marchinha feita quase em família<br />
– e a cida<strong>de</strong>, no seu todo, passou a ser intérprete e espectadora. A ligação dos <strong>de</strong>sfiles<br />
à Avenida da Liberda<strong>de</strong> começou então, criando uma onda <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> que<br />
se tem mantido, e muitas vezes aumentado, nestas últimas oito décadas.<br />
Entretanto, não será bonito tirar as ilusões aos muitos amantes <strong>de</strong>sta festa, que<br />
acreditarão talvez que ela nasceu <strong>de</strong> arroubos puramente românticos, por obra<br />
e graça <strong>de</strong> artistas populares, que nada mais queriam do que homenagear as várias<br />
vertentes da sua cida<strong>de</strong>. Mas a verda<strong>de</strong> tem que ser dita: as marchas, como hoje as<br />
enten<strong>de</strong>mos, tiveram uma origem um tanto mais prosaica e utilitária – o que não quer<br />
dizer que não tenham ganho <strong>de</strong>pois a tal faceta histórica e popular que as caracteriza.
Pelas mãos <strong>de</strong> um artista nasceram, é verda<strong>de</strong>. Leitão <strong>de</strong> Barros era, em matéria<br />
<strong>de</strong> Arte, um verda<strong>de</strong>iro homem dos sete ofícios: foi professor, jornalista, pintor,<br />
autor teatral, realizador cinematográfico… Ora foi a ele e ao seu engenho que<br />
recorreu um dos administradores do Parque Mayer, o Dr. Campos Figueira.<br />
Ao que parece, o Parque estava a conhecer uma baixa <strong>de</strong> frequência e parecia<br />
necessária uma iniciativa que voltasse a <strong>de</strong>spertar o interesse dos lisboetas e dos<br />
forasteiros por aquele recinto. Pediu então o dito administrador a Leitão <strong>de</strong> Barros<br />
uma i<strong>de</strong>ia (e a respectiva execução) que <strong>de</strong>sse nova vitalida<strong>de</strong> ao Parque.<br />
Aceite o <strong>de</strong>safio, o artista contou com a sua imaginação e também com o apoio,<br />
em termos <strong>de</strong> propaganda, do semanário <strong>de</strong> que então era director, o “Notícias<br />
Ilustrado”. Nas suas próprias palavras, Leitão quis estimular “grupos populares<br />
e seus cantares”, em honra dos santos <strong>de</strong> Junho e principalmente <strong>de</strong> Santo António”.<br />
Foi então feito o convite a alguns “núcleos bairristas”. E assim apareceram as<br />
marchas, que então ainda se chamavam “ranchos” e não tinham <strong>de</strong>finido ainda<br />
o tom essencialmente “alfacinha” que <strong>de</strong>veria dar-se futuramente aos <strong>de</strong>sfiles.<br />
Bastará dizer que o “rancho” <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Ourique, o primeiro a ser premiado,<br />
levou para a festa trajes “à moda do Minho”. Também as músicas não eram ainda<br />
originais: cada grupo entoava o que estava em moda e lhe viesse mais ao jeito, indo<br />
buscar material aos palcos das revistas ou às composições tradicionais.<br />
De qualquer forma, o objectivo do Parque Mayer foi atingido: muita gente se<br />
interessou por esta nova forma <strong>de</strong> festejar Santo António, em conjunto. Tanto assim<br />
que à primeira chamada só acorreram três bairros (Campo <strong>de</strong> Ourique, Alto do Pina<br />
e Bairro Alto), mas, dado o êxito obtido pelos <strong>de</strong>sfiles e pelas exibições no Capitólio,<br />
por alturas do S. Pedro já havia mais três bairros interessados e participantes:<br />
Alcântara, Alfama e a Madragoa.<br />
O cunho lisboeta<br />
A experiência <strong>de</strong> 1932, apesar <strong>de</strong> ainda um tanto amadora, <strong>de</strong>ixara sementes.<br />
Leitão <strong>de</strong> Barros, com a sua visão privilegiada do espectáculo <strong>de</strong> massas (viria<br />
a ser ele o organizador e coor<strong>de</strong>nador dos gran<strong>de</strong>s cortejos realizados em datas<br />
marcantes, como a <strong>de</strong> 1940 ou a do oitavo centenário da <strong>Lisboa</strong> cristã, em 1947),<br />
mostrou-se disposto a novas e mais cuidadas iniciativas. Mas, bem avisado,<br />
<strong>de</strong>cidiu não agir sozinho, sabendo reunir à sua volta outros amantes <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
que tiveram larga influência no lançamento dos <strong>de</strong>sfiles que há oito décadas<br />
povoam a imaginação e o labor <strong>de</strong> uma boa parte da cida<strong>de</strong>.<br />
Um dos primeiros nomes a ser lembrado foi o <strong>de</strong> Norberto <strong>de</strong> Araújo. Este era<br />
também um homem <strong>de</strong> múltiplos talentos: tendo começado a trabalhar muito cedo,<br />
como tipógrafo na Imprensa Nacional, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estudar enquanto trabalhava.<br />
Ingressou então no jornalismo, tendo laborado nos jornais “O Mundo”, “A Manhã”,<br />
“O Século”, “Diário <strong>de</strong> Notícias”, “A Noite”, acabando por se fixar no vespertino “Diário<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”, on<strong>de</strong> se manteve durante cerca <strong>de</strong> 30 anos, até à morte.<br />
Numa activida<strong>de</strong> fervilhante, além <strong>de</strong> ter marcado a sua época como repórter<br />
<strong>de</strong> enorme qualida<strong>de</strong>, ainda arranjou tempo para ser romancista, autor teatral<br />
e poeta popular. Em prol das marchas, além <strong>de</strong> usar o seu “Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” como<br />
tribuna <strong>de</strong> propaganda, percorreu os bairros interessados um por um, procurando<br />
chamar a atenção das colectivida<strong>de</strong>s organizadoras para as características próprias<br />
e a história <strong>de</strong> cada um. Era preciso que as marchas fossem essencialmente<br />
lisboetas e, portanto, que cada uma <strong>de</strong>las mostrasse o que tinha <strong>de</strong> particular.<br />
A título <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>, diga-se ainda que, não se contentando com toda esta<br />
7
8<br />
activida<strong>de</strong>, Norberto ainda formou uma célebre parceria com o maestro Raul<br />
Ferrão. Ele fazia as letras e Ferrão as músicas. E assim nasceram, entre outras,<br />
marchas que, passados tantos anos, ainda hoje andam nas bocas e nos ouvidos <strong>de</strong><br />
muita gente. “Olha o manjerico”, a marcha do centenário <strong>de</strong> 1947 (“<strong>Lisboa</strong> nasceu /<br />
pertinho do céu…”, “Ó noite <strong>de</strong> Santo António / ó <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar…” e talvez<br />
a mais popular <strong>de</strong> todas, “Lá vai <strong>Lisboa</strong> / co’a saia cor do mar…”.<br />
Raul Ferrão também tinha talento multifacetado: foi oficial <strong>de</strong> artilharia,<br />
engenheiro químico, professor – mas atingiu a imortalida<strong>de</strong> através da forma<br />
genial com que manuseava as sete notas musicais. Algumas composições suas<br />
(como a célebre “Coimbra”) tiveram gran<strong>de</strong> êxito no estrangeiro.<br />
Mas, para além <strong>de</strong> Norberto, outros olisiponenses ilustres colaboraram com Leitão<br />
<strong>de</strong> Barros. Po<strong>de</strong>rá ser dado relevo, por exemplo, a Luís Pastor <strong>de</strong> Macedo, que foi<br />
vereador e vice-presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Patrocinou com<br />
entusiasmo as marchas. No dizer <strong>de</strong> Leitão, Macedo viu “com superior sentido<br />
da vida citadina que as marchas populares, organizadas nos bairros, eram uma<br />
experiência que valia a pena repetir e incluir no programa das festas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”.<br />
Ou seja: estava garantido o apoio da Câmara aos festejos populares.<br />
Os anos 30<br />
A década <strong>de</strong> 30 do século passado marcou aquele que terá sido, provavelmente,<br />
o mais notável período do estudo e do verda<strong>de</strong>iro culto a que <strong>Lisboa</strong> foi votada.<br />
Coincidiram no tempo escritores, historiadores, cronistas, que amavam a sua<br />
cida<strong>de</strong> e a estudavam em profundida<strong>de</strong>. Nomes como Tinop, Matos Sequeira,<br />
Vieira da Silva, os já referidos Norberto <strong>de</strong> Araújo, Pastor <strong>de</strong> Macedo ou Leitão<br />
<strong>de</strong> Barros, a par <strong>de</strong> Rocha Martins, os irmãos Mac Bri<strong>de</strong>, Mário <strong>de</strong> Sampaio Ribeiro<br />
e outros eram entusiastas da sua terra e, naturalmente, criaram o Grupo “Amigos<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste, a revista “Olisipo”. Aquele celebrou recentemente<br />
os seus 75 anos e esta é, presentemente, a única publicação <strong>de</strong> índole cultural<br />
inteiramente <strong>de</strong>dicada a esta terra.<br />
As marchas foram, obviamente, atingidas por esta espécie <strong>de</strong> euforia. Começadas<br />
em 1932, veio dois anos <strong>de</strong>pois a Câmara, pela voz <strong>de</strong> Pastor <strong>de</strong> Macedo, anunciar<br />
que estava interessada em apoiar e <strong>de</strong>senvolver a iniciativa, transformando-a num<br />
cartaz popular e turístico <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Assim, o ano <strong>de</strong> 1934 po<strong>de</strong> ser apontado como<br />
o do início das gran<strong>de</strong>s festas anuais <strong>de</strong> Junho. As manifestações suce<strong>de</strong>ram-se:<br />
houve um cortejo histórico <strong>de</strong> bombeiros, um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> bandas regimentais, outro<br />
<strong>de</strong> representantes das casas regionais, uma exposição <strong>de</strong>dicada a Camões, provas<br />
<strong>de</strong> remo e um cortejo fluvial no Tejo, duas touradas <strong>de</strong> gala… Por outro lado, Matos<br />
Sequeira fazia representar no adro da Sé um “Auto <strong>de</strong> Santo António”, interpretado<br />
pelas maiores figuras do teatro português.<br />
Claro que as marchas apresentaram já uma versão inteiramente diferente do que<br />
acontecera em 1932. Desfilaram nada menos <strong>de</strong> 800 marchantes. O itinerário foi<br />
feito ao contrário do que acontece na actualida<strong>de</strong>: saiu do Terreiro do Paço e subiu<br />
a Avenida, até ao Parque Eduardo VII. O “Diário <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>” dava conta <strong>de</strong> 300 mil<br />
assistentes e <strong>de</strong>screvia o encanto do <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> doze bairros, cada um “com a sua<br />
filarmónica, seus vinte e quatro pares e doze arcos fantásticos e luminosos”.<br />
O entusiasmo não abrandou, pelo que, no ano seguinte, as marchas voltaram.<br />
E a verda<strong>de</strong> é que 1935 foi um ano <strong>de</strong>cisivo, dado que nele se registou uma <strong>de</strong>cisiva<br />
viragem para as raízes lisboetas. Por outro lado, pela primeira vez foi entoada por<br />
todos os participantes uma Gran<strong>de</strong> Marcha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> – aquela a que já se fez
eferência, musicada por Raul Ferrão, com letra <strong>de</strong> Norberto <strong>de</strong> Araújo e que<br />
ficou conhecida por “Lá vai <strong>Lisboa</strong>”. Neste ano surgiram também as regras a que<br />
os festejos teriam <strong>de</strong> submeter-se: foi fixado o número <strong>de</strong> marchantes, bem como<br />
dos músicos e acompanhantes. Entraram 14 marchas.<br />
Intervalos e cortejos históricos<br />
A i<strong>de</strong>ia inicial era tornar as marchas num número anual das festas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />
Mas o homem põe e Deus dispõe. A <strong>de</strong>spesa era gran<strong>de</strong> e, por vezes, as priorida<strong>de</strong>s<br />
avantajavam-se, relegando os cortejos para segundo plano. A economia portuguesa<br />
foi muito afectada por dois conflitos internacionais: a Guerra Civil <strong>de</strong> Espanha<br />
(1936-39) e a II Guerra Mundial (1939-45). Não é <strong>de</strong> espantar, por isso, que ao êxito<br />
<strong>de</strong> 1935 se seguissem alguns anos <strong>de</strong> intervalo.<br />
Mesmo assim, um ano houve que foi excepção quase obrigatória: o <strong>de</strong> 1940,<br />
quando o País celebrou um duplo centenário – o da In<strong>de</strong>pendência e o da<br />
Restauração. Mal pareceria que na capital, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>corria a maior parte das<br />
comemorações, estivessem ausentes as marchas. Doze bairros estiveram presentes<br />
no <strong>de</strong>sfile, que continuou a fazer-se do Terreiro do Paço para o Parque Eduardo VII.<br />
Na noite <strong>de</strong> S. Pedro, as marchas exibiram-se na Exposição do Mundo Português,<br />
em Belém.<br />
Longo intervalo se seguiu <strong>de</strong>pois. Só quando chegou 1947, o ano em que <strong>Lisboa</strong><br />
festejou longamente o oitavo centenário da conquista aos mouros, as marchas<br />
voltaram em pleno. As comemorações tiveram um carácter exaustivo: a 15 <strong>de</strong> Maio,<br />
tudo começou com o hastear da Ban<strong>de</strong>ira no Castelo, realizando-se <strong>de</strong>pois um<br />
simulacro <strong>de</strong> combate no mesmo local. A cida<strong>de</strong> estava replecta <strong>de</strong> <strong>de</strong>corações<br />
e muito iluminada. Seguiram-se conferências, cortejos fluviais, concertos,<br />
exposições, arraiais, romagem dos municípios <strong>de</strong> todo o País até à capital, um<br />
campeonato do mundo <strong>de</strong> hóquei em patins (ganho por Portugal). O ponto mais<br />
alto terá sido, contudo, um majestoso cortejo histórico, mais uma vez organizado<br />
por Leitão <strong>de</strong> Barros, no qual se apresentava uma breve história <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />
As marchas não podiam faltar. Foram <strong>de</strong>z bairros à Avenida. A dupla do costuma<br />
(Ferrão-Norberto) compôs a gran<strong>de</strong> marcha. E a cida<strong>de</strong> cantou. “<strong>Lisboa</strong> nasceu /<br />
pertinho do céu / toda embalada na fé…”. O primeiro prémio coube ao Castelo.<br />
Após o brilho alcançado em 1947, nova pausa na realização das marchas se seguiu.<br />
Só voltaram os bairros à Avenida em 1950. Norberto <strong>de</strong> Araújo colaborou mais<br />
activamente pela última vez. O jornalista e olisipógrafo tinha-se tornado numa<br />
espécie <strong>de</strong> secretário geral das marchas, acudindo a toda a gente, vendo o que<br />
faltava a cada um, fazendo, se preciso fosse, os versos para as músicas on<strong>de</strong> eles<br />
coubessem. Assim suce<strong>de</strong>u com Alcântara, Graça e Campoli<strong>de</strong>, pelo menos. Além<br />
disso, como habitualmente, escrevera para a música <strong>de</strong> Ferrão as palavras <strong>de</strong> mais<br />
uma Gran<strong>de</strong> Marcha. Desta vez, falava-se <strong>de</strong> Santo António, na “<strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar”.<br />
Madrinhas e padrinhos<br />
Foi lançada por esta altura uma moda que haveria <strong>de</strong> pegar até aos dias <strong>de</strong> hoje:<br />
a das madrinhas e padrinhos das marchas. Na verda<strong>de</strong>, os artistas <strong>de</strong> rádio<br />
e do teatro passaram a ter parte activa nos <strong>de</strong>sfiles. A título <strong>de</strong> exemplo, recor<strong>de</strong>se<br />
que Amália Rodrigues foi madrinha <strong>de</strong> Alcântara, por on<strong>de</strong> havia marchado<br />
nos anos 30; Teresa Gomes esteve com a Graça; Hermínia Silva “marchou” pelo<br />
Castelo, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> era natural; Laura Alves patrocinou Campoli<strong>de</strong> e Maria Clara<br />
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acompanhou a Madragoa. Como se sabe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então cada bairro pe<strong>de</strong> a figuras<br />
públicas que apadrinhem a respectiva marcha.<br />
Nem o próprio Salazar ficou indiferente ao sortilégio <strong>de</strong>stas festas. Assim, nesse<br />
ano <strong>de</strong> 1950, foi instalar-se, discretamente como era seu timbre, numa janela<br />
do Teatro Nacional <strong>de</strong> D. Maria II para ver o espectáculo.<br />
Novo intervalo se seguiu. Em 1952, voltou tudo à Avenida. Norberto e Ferrão <strong>de</strong>ram<br />
aquilo a que po<strong>de</strong>rá chamar-se o seu “canto do cisne”, lançando a composição<br />
“Enquanto houver Santo António”. A morte levá-los-ia pouco <strong>de</strong>pois, com alguns<br />
meses <strong>de</strong> diferença entre os dois. A gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> nesse ano foi o <strong>de</strong>sfile feito<br />
<strong>de</strong> forma inversa, isto é, as marchas passaram a seguir no sentido do Marquês<br />
<strong>de</strong> Pombal para os Restauradores, prática que se vulgarizou <strong>de</strong>pois.<br />
Só regressariam os bairros à rua três anos <strong>de</strong>pois. 1955 foi, <strong>de</strong> algum modo,<br />
um ano especial. A Câmara <strong>de</strong>cidiu dar brilho maior às festas. Para tanto,<br />
recorreu ao “mago” do costume: Leitão <strong>de</strong> Barros. Este organizou no Jardim<br />
da Estrela uma quase reprodução do velho Passeio Público, lembrando a <strong>Lisboa</strong><br />
romântica. Houve também a evocação <strong>de</strong> velhas feiras, além <strong>de</strong> concursos<br />
<strong>de</strong> montras e manifestações <strong>de</strong>sportivas e culturais. A Gran<strong>de</strong> Marcha<br />
(<strong>de</strong>saparecidos os mestres habituais) foi da autoria <strong>de</strong> João Andra<strong>de</strong> Santos<br />
e Silva Tavares. Entraram 15 marchas e ganhou a Bica.<br />
Seguiram-se dois anos “a seco”. Em 1958, as marchas reapareceram, mas <strong>de</strong>ram<br />
o ar <strong>de</strong> um tanto <strong>de</strong>sfiguradas. Ou porque o público não mostrasse muito interesse<br />
ou porque os próprios marchantes não parecessem muito motivados, o certo é que,<br />
a avaliar pelos relatos da época, o <strong>de</strong>sfile teve lugar – mas passou um tanto como<br />
quem se limita a cumprir um calendário.<br />
O interesse da televisão<br />
De 1958 a 1963, não houve marchas. No entanto, o povo sentia-lhes a falta<br />
e manifestava a sua sauda<strong>de</strong>. Veio finalmente a Câmara dizer que era necessária<br />
a “restauração <strong>de</strong> um acontecimento indispensável, que <strong>de</strong>sempenhava na cida<strong>de</strong><br />
um lugar “<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significado para a vida social e turística”.<br />
Os anos 60, não tendo talvez <strong>de</strong>ixado marcas in<strong>de</strong>léveis em termos <strong>de</strong> festas,<br />
tiveram no entanto dois méritos. Por um lado, marcaram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963, um ritmo<br />
anual sem interrupções até 1970; por outro, registou-se o aparecimento da televisão<br />
como espectadora constante. Na verda<strong>de</strong>, lançadas as emissões regulares em 1957,<br />
a RTP não podia manter-se alheada da gran<strong>de</strong> festa lisboeta, pelo que passou a fazer<br />
<strong>de</strong>slocar os seus carros <strong>de</strong> exteriores à Avenida, para transmitir, em directo ou em<br />
diferido, a manifestação alfacinha para todo o País. Nos primeiros tempos, faltava<br />
porém à TV um elemento essencial para dar i<strong>de</strong>ia aos espectadores da essência<br />
da festa: a cor. A prática institucionalizou-se e, com o aparecimento das televisões<br />
privadas, a transmissão dos <strong>de</strong>sfiles passou a ser integral.<br />
Tornou-se também indispensável a exibição dos grupos em recinto fechado,<br />
antes da gran<strong>de</strong> prova da Avenida. O Pavilhão dos Desportos foi o palco escolhido<br />
até que, já neste século, se trocou a vetustez do recinto do Parque Eduardo VII pela<br />
grandiosida<strong>de</strong> do Pavilhão Atlântico.<br />
De resto, cada ano teve a sua marca. Assim, em 1963 o <strong>de</strong>sfile foi mais longo,<br />
saindo do Parque e passando pelas avenidas Sidónio Pais e Fontes Pereira <strong>de</strong> Melo,<br />
seguindo <strong>de</strong>pois pelo trajecto habitual até ao Terreiro do Paço. Em 64, foi posta<br />
a tónica nas exibições no Pavilhão dos Desportos, procurando atrair um fluxo<br />
turístico ao evento. Em 65, apareceram em força alguns carros alegóricos.
Em 66, foi batido o record <strong>de</strong> participantes, com 19 marchas presentes, número<br />
que entretanto já foi amplamente ultrapassado. Tal número obrigou o então<br />
Chefe do Estado (Américo Tomás) a permanecer estoicamente na bancada,<br />
durante várias horas, apesar da aragem que se fazia sentir. Em 67, a novida<strong>de</strong><br />
residiu na presença na tribuna <strong>de</strong> vários burgomestres <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s alemãs.<br />
Em 68, as coreografias primaram por alguma novida<strong>de</strong>, aparecendo por exemplo<br />
o Bairro Alto a lançar pombos vivos <strong>de</strong> um balão. Em 69, começaram a aparecer<br />
as “mascotes”, crianças que acompanham a marcha, vestidas a rigor, muitas<br />
vezes ao lado dos padrinhos.<br />
Decadência e ressurreição<br />
Nos anos 70, quase não houve marchas. Para não se falar <strong>de</strong> morte, inventou-se<br />
por essa época uma única Gran<strong>de</strong> Marcha, entoada na noite <strong>de</strong> Santo António,<br />
prescindindo assim dos habituais <strong>de</strong>sfiles dos bairros. Em 1972, por exemplo,<br />
<strong>de</strong>slocaram-se à Praça do Império, em Belém, três casais <strong>de</strong> cada bairro (foram 16<br />
os bairros representados) que cantaram uma única composição. No ano seguinte,<br />
o processo foi semelhante, mudando apenas o cenário, que passou para a Avenida<br />
da Liberda<strong>de</strong>, com um pequeno <strong>de</strong>sfile que se intitulou do “Mundo Lusíada”<br />
e contou com a participação <strong>de</strong> um grupo brasileiro.<br />
Veio <strong>de</strong>pois a revolução <strong>de</strong> 1974 e os anos que se lhe seguiram não foram propícios<br />
para os festejos que alguns consi<strong>de</strong>ravam <strong>de</strong>masiado ligados ao Estado Novo.<br />
Em 1979, a Câmara fez uma tentativa <strong>de</strong> regresso, mas ainda bastante tímida:<br />
houve um <strong>de</strong>sfile pequeno, no termo do qual surgiam 14 casais, representando<br />
cada um <strong>de</strong>les uma coletivida<strong>de</strong> tradicionalmente organizadora da marcha do<br />
respectivo bairro.<br />
O ano <strong>de</strong> 1980 marcou o regresso à Avenida, com <strong>de</strong>z marchas e sem concurso.<br />
Os prémios e o júri voltaram em 1981, ano em que a festa lisboeta teve a colaboração<br />
<strong>de</strong> uma Escola <strong>de</strong> Samba (a Beija Flor), numa tentativa gorada <strong>de</strong> lançar marchas<br />
luso brasileiras. Novas apresentações se seguiram em 1982 e 1983, mas não<br />
registaram gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Resultado: mais quatro anos <strong>de</strong> intervalo.<br />
1988 foi o ano da viragem. Des<strong>de</strong> então e até hoje, as marchas lisboetas têm<br />
mantido o ritmo anual. Foram aprovadas novas regras, ten<strong>de</strong>ntes a não permitir<br />
que a festa abusasse do improviso e se transformasse numa confusão. E a verda<strong>de</strong><br />
é que o entusiasmo subiu e, com ele, a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> novas coletivida<strong>de</strong>s interessadas<br />
em participar. O número <strong>de</strong> marchas subiu para além das 20.<br />
Não é tarefa ao nosso alcance a <strong>de</strong> prever o futuro. De qualquer forma, não custa<br />
muito a crer que enquanto restar um sentimento <strong>de</strong> amor ao bairro on<strong>de</strong> se mora<br />
ou on<strong>de</strong> se têm raízes, enquanto se mantiver a inspiração <strong>de</strong> músicos e poetas,<br />
capazes <strong>de</strong> cantar <strong>de</strong> forma sempre diferente as belezas e o tipicismo, enquanto<br />
houver gente com capacida<strong>de</strong> para per<strong>de</strong>r horas <strong>de</strong> sono e <strong>de</strong> lazer para ensaiar<br />
mais um passo ou mais uma cantiga, para coser mais um traje ou ornamentar<br />
mais um arco, enquanto restar alguém capaz <strong>de</strong> dar a cara, os nervos e o amor<br />
para pôr <strong>de</strong> pé a gran<strong>de</strong> festa da cida<strong>de</strong>, tudo continuará. Ou, por outras palavras,<br />
como escreveu Norberto <strong>de</strong> Araújo nos versos <strong>de</strong> uma das suas marchas, “enquanto<br />
houver Santo António / <strong>Lisboa</strong> não morre mais”.<br />
11
arc<br />
Pavilhão Atlântico<br />
Exibição<br />
12<br />
1 Junho<br />
Marcha Infantil<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />
Marcha do Beato<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Marcha da Bica<br />
2 Junho<br />
Marcha dos Mercados<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
Marcha da Graça<br />
Marcha dos Olivais<br />
Marcha da Mouraria<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />
Marcha da Madragoa<br />
3 Junho<br />
Marcha da Baixa<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />
Marcha da Ajuda<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />
Marcha do Bairro Alto<br />
Marcha do Castelo<br />
Marcha do Alto do Pina
has<br />
13<br />
Avenida da Liberda<strong>de</strong><br />
Desfile<br />
12 Junho<br />
Agrupamentos convidados:<br />
Grupo das Danças <strong>de</strong> Dragão,<br />
Leão e Artes Marciais<br />
(Macau)<br />
Projecto “Chuva d’Amor”<br />
(Portugal)<br />
National Band (Emirados<br />
Árabes Unidos)<br />
Marcha Infantil<br />
Marcha dos Mercados<br />
Marcha da Ajuda<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França<br />
Marcha dos Olivais<br />
Marcha da Bica<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />
Marcha do Beato<br />
Marcha da Madragoa<br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />
Marcha do Alto do Pina<br />
Marcha da Mouraria<br />
Marcha da Graça<br />
Marcha da Baixa<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />
Marcha do Bairro Alto<br />
Marcha do Castelo
14<br />
Classificação do concurso<br />
das Marchas Populares 2011<br />
1º Marcha do Alto do Pina<br />
2º Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
3º Marcha da Madragoa<br />
4º Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />
5º Marcha do Castelo<br />
6º Marcha da Bica<br />
7º Marcha do Bairro Alto<br />
8º Marcha do Beato<br />
9º Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />
10º Marcha da Graça<br />
11º Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
12º Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />
13º Marcha <strong>de</strong> Alcântara e<br />
Marcha <strong>de</strong> Sta Engrácia (ex-aequo)<br />
14º Marcha da Mouraria<br />
15º Marcha dos Olivais<br />
16º Marcha <strong>de</strong> Belém e<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França (ex-aequo)<br />
17º Marcha da Bela Flor<br />
18º Marcha da Baixa<br />
Júri das Marchas<br />
Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />
Presi<strong>de</strong>nte do Júri<br />
Pedro Franco Santos<br />
Apreciação <strong>de</strong> Coreografia<br />
Rui Lopes Graça<br />
Apreciação <strong>de</strong> Cenografia<br />
Filipa Malva<br />
Apreciação do Figurino<br />
Lena Aires<br />
Apreciação <strong>de</strong> Letra<br />
José Luís Gordo<br />
Apreciação da Música<br />
Carlos Silva Ribeiro<br />
Apreciação Global<br />
Heitor Pato e Ernesto Jana<br />
Representante da EGEAC, E.E.M.<br />
Rita Oliveira<br />
Classificações especiais 2011<br />
Prémio Coreografia<br />
Marcha do Beato<br />
Prémio Cenografia<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Marcha do Castelo<br />
Prémio Figurino<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Marcha do Alto do Pina<br />
Marcha da Mouraria<br />
Prémio Letra<br />
Marcha do Bairro Alto<br />
Prémio Musicalida<strong>de</strong><br />
Marcha da Bica<br />
Marcha da Madragoa<br />
Prémio Desfile na Avenida da Liberda<strong>de</strong><br />
Marcha do Alto do Pina<br />
Prémio Melhor Composição Original<br />
Marcha da Bica “Rainha <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”<br />
Júri da Gran<strong>de</strong> Marcha<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />
Presi<strong>de</strong>nte do Júri (Representante da EGEAC, E.E.M.)<br />
Manuela Batalha<br />
Apreciação da Música (Representante da SPA)<br />
Renato Júnior<br />
Apreciação da Letra<br />
JP Simões<br />
Apreciação Global<br />
Ana Bacalhau e Cuca Roseta
Gran<strong>de</strong> Marcha<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012<br />
<strong>Lisboa</strong>, reencontro e festa<br />
Letra Helena <strong>de</strong> Fátima Chaves Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos<br />
Música Helena <strong>de</strong> Fátima Chaves Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campos<br />
Pseudónimo Maria Albano<br />
A ver navios<br />
Fica em Santa Catarina<br />
Povo simples a acenar<br />
El-Rei que parte<br />
Segue a rota <strong>de</strong> Cabral<br />
P’ra Porto Seguro achar<br />
Na gran<strong>de</strong> terra<br />
Se instala corte europeia<br />
Com pompa imperial<br />
E nova era,<br />
Novo Brasil se inicia<br />
Com a presença real.<br />
Refrão<br />
A marcha <strong>de</strong>sce a avenida<br />
E vê-la, há oitenta anos<br />
Deixa o povo a matutar<br />
Se é em <strong>Lisboa</strong>,<br />
Se no Rio ou na Bahia<br />
Qu’a marcha está a passar<br />
Se é com fandango, samba,<br />
vira ou com chorinho<br />
Qu’ assim marcham a rigor<br />
E se o santinho<br />
Sorri<strong>de</strong>nte e milagreiro<br />
É António ou Salvador.<br />
Sobem balões<br />
A marcha chega ao Terreiro<br />
Que outrora foi real<br />
Palco gigante<br />
Luzes, cores e sotaque<br />
Do português tropical<br />
Dos bairros chegam<br />
Cheiros a sardinha assada<br />
a picanha especial<br />
Enchem-se os copos<br />
Jorra o vinho e a caipirinha<br />
Há festa, há arraial.<br />
Refrão<br />
Ao fundo o rio<br />
Tem navio iluminado<br />
A partir ou a chegar<br />
A outro Rio<br />
Aportará com as gentes<br />
Que ousarem arriscar<br />
E O Gran<strong>de</strong> Cristo<br />
Abre os braços às cida<strong>de</strong>s<br />
E envolve-as com amor<br />
E o povo simples<br />
Na procissão reza o Cristo<br />
Que é Rei e Re<strong>de</strong>ntor.<br />
Refrão<br />
15
16<br />
Marcha Infantil<br />
25 Anos a apren<strong>de</strong>r e a ensinar <strong>Lisboa</strong><br />
Comemoramos este ano a 25ª edição da Marcha Infantil.<br />
O trabalho que temos <strong>de</strong>senvolvido com as crianças que<br />
participam na Marcha Infantil, tem sido enriquecedor<br />
no dar a conhecer a nossa Cida<strong>de</strong>, os seus costumes,<br />
as tradições. Durante estas 25 edições, <strong>de</strong>mos a conhecer<br />
às crianças e adultos quanto é importante participar<br />
e viver as tradições da nossa cida<strong>de</strong>, dando especial<br />
atenção às profissões e seus costumes. Homenagearemos<br />
este ano os “operários”, aqueles que <strong>de</strong>ram vida à nossa<br />
instituição e, na parte feminina, as “operárias<br />
costureiras”. E assim, vamos continuar a apren<strong>de</strong>r<br />
e a ensinar <strong>Lisboa</strong>.
Marcha Inédita 1<br />
25 Anos a<br />
apren<strong>de</strong>r e a<br />
ensinar <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Sara Costa<br />
Música Carlos Alberto Moniz<br />
Os anos são vinte e cinco<br />
Que já levamos a marchar<br />
Des<strong>de</strong> o berço aqui estamos<br />
Agora todos gostamos<br />
De apren<strong>de</strong>r e ensinar<br />
Porque hoje é dia <strong>de</strong> anos<br />
O futuro vamos pintar<br />
Haverá fraternida<strong>de</strong><br />
União e igualda<strong>de</strong><br />
Para o mundo melhorar<br />
Refrão (bis)<br />
E a costureira<br />
Da arte se orgulha<br />
Mas por arrelia<br />
Enfiava a freguesia<br />
Pelo fundo da agulha<br />
Hoje a festa é nossa<br />
Há aniversário<br />
Traz mais um amigo<br />
À Voz do Operário<br />
Dos operários do passado<br />
Temos a força e coragem<br />
E sempre aqui cantamos<br />
E bem alto <strong>de</strong>ixamos<br />
A nossa homenagem<br />
Airosa a costureirinha<br />
Traz folhos no avental<br />
Nas suas mãos a magia<br />
De trabalhar todo o dia<br />
Com a agulha e o <strong>de</strong>dal<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha Inédita 2<br />
Operários<br />
com tradição<br />
Letra Sara Costa e Carlos Jorge Español<br />
Música Carlos Rocha<br />
Nós somos a Marcha nova<br />
Com sorrisos e uma trova<br />
Falamos das profissões<br />
Somos crianças da escola<br />
Mas trazemos na sacola<br />
Operários com tradições<br />
As lindas costureirinhas<br />
Com alfinetes e linhas<br />
E um sorriso travesso<br />
Arranjavam a maneira<br />
Parecia brinca<strong>de</strong>ira<br />
P’ra nos virar do avesso<br />
Refrão (bis)<br />
E as pa<strong>de</strong>irinhas<br />
Com jeito e graça<br />
Com água e farinha<br />
Faziam a massa<br />
E assim nascia<br />
Com arte e Amor<br />
O pão que comia<br />
O trabalhador<br />
Varina gingando<br />
Trazia a sardinha<br />
Que no pão pingando<br />
É sempre rainha<br />
Água pura e fresquinha<br />
Que vem da terra vizinha<br />
Pela mão do agua<strong>de</strong>iro<br />
E em púcaros <strong>de</strong> lata<br />
O povo a se<strong>de</strong> mata<br />
É obra do funileiro<br />
E na voz, nós temos voz<br />
Vem daí, junta-te a nós<br />
Ardinas, temos jornal<br />
Vamos escolher profissão<br />
E honrar a tradição<br />
Dos operários <strong>de</strong> Portugal<br />
Marcha<br />
Queremos<br />
um dia…<br />
Marcha Infantil 17<br />
Letra José Jorge Letria<br />
Música Braga Santos, Carlos Alberto Moniz<br />
Arranjo musical Francisco Santos<br />
Refrão<br />
Queremos um dia que não vem no<br />
calendário<br />
E ser felizes na Voz do Operário<br />
Queremos um sol a brilhar <strong>de</strong>ntro da mão<br />
E outro sol a nascer nesta canção<br />
Queremos um pássaro azul a esvoaçar<br />
E um jardim <strong>de</strong> mil cores para brincar<br />
Refrão (bis)<br />
Queremos o riso e a festa nesta escola<br />
E a acompanhar um bombo e uma viola<br />
Queremos um sonho vestido <strong>de</strong> magia<br />
E uma cida<strong>de</strong> pintada <strong>de</strong> alegria<br />
Refrão (bis)<br />
Queremos o ver<strong>de</strong> que tem a natureza<br />
À nossa volta p’ra não haver tristeza<br />
Queremos ter tempo para ver e apren<strong>de</strong>r<br />
A ser amigos, amigos a valer<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha infantil Responsável Vitor Agostinho Comissão Organizadora Alci<strong>de</strong>s Oliveira, Ana Garcia, Ana Marques, Ana Natal, Anabela Bragança, Antónia Figueiredo, António<br />
Ressurreição, António Santos, Bárbara Ramirez, Carla Almeida, Carla Ferreira, Catea Careto, Cristina Garcia, Cristina Lopes, Fátima Laginha, Fátima Oliveira,<br />
Filomena Ressurreição, Helena Fernan<strong>de</strong>s, Helena Santos, Inês Santos, Isabel Lourenço, João Leitão, João Oliveira, Joaquim Baltazar, José Garcia, José Maria Valente,<br />
José Valente, Júlio Alves, Laura Vale, Manuel Figueiredo, Manuela Alegre, Manuela Fernan<strong>de</strong>s, Margarida Baltazar, Maria dos Anjos, Orlanda Anjos, Paula Carvalho,<br />
Pilar Vilar, Rego Men<strong>de</strong>s, Rosa Oliveira, Sandra Pereira, Sónia Alagoa, Teresa Garcia, Vitor Hugo, Vítor Hugo Cardoso, Vitor Oliveira, Zêzere <strong>de</strong> Carvalho Agua<strong>de</strong>iros<br />
Vítor Oliveira, Júlio Alves, Ana Grais, Henrique Farinha, Inês Viegas Porta-Estandarte Brálio Passos Ensaiadores Vítor Agostinho, Sofia Cruz Figurinista Carlos<br />
Mendonça Cenógrafo João Taborda Cavalinho Instrumentos Clarinete José Lopes, Sax-alto José Borbinha, Trompete Rodrigo Ferreira, Luís Resen<strong>de</strong>, Trombone João Romão,<br />
Bombardino Lopo Castro, Tuba António Gonçalves, Caixa André Castro Madrinha Joana Amendoeira Padrinho Joaquim Nicolau Par <strong>de</strong> Mascotes Bia Soares, David Alves<br />
Marchantes Mulheres Ana Beatriz Santos, Ana Ma<strong>de</strong>ira, Ana Varela, Bianca Carmo, Bruna Pablo, Carolina Gonçalves, Carolina Pereira, Catarina Santos, Clara Lopes,<br />
Daniela Gomes, Débora Costa, Diana Cardoso, Diana Ferreira, Eva Pereira, Filipa Nunes, Inês Almeida, Inês Sobreiro, Jessica Amaro, Joana Ferreira, Joana Santos,<br />
Júlia Rocha, Liliana Castro, Lua Areal, Luana Cardoso, Mara Neves, Maria Alminhas, Maria Aurora Santos, Maria Castro, Maria da Luz Coelho, Maria Helena Espada,<br />
Maria João Santana, Maria Laura Santos, Maria Vitória Rocha, Mariana Montez, Patricia Pereira, Rita Castro, Shelsea Ferreira, Sofia Coelho, Solange Coelho<br />
Marchantes Homens Afonso Fernan<strong>de</strong>s, Afonso Santana, André Varela, Arlindo Júnior, Baltazar Eichenhofer, Bernardo Cardoso, Bráulio Passos, David Alves, Diogo<br />
Gonçalves, Evandro Lopes, Fábio Estevão, Francisco Andra<strong>de</strong>, Fre<strong>de</strong>rico Santos, Gonçalo Cardoso, Guilherme Freire, Iuri Rodrigues, João Bizarro, José Ramires, Luis<br />
Meneses, Miguel Nunes, Miguel Sequeira, Pedro Antunes, Pedro Jacinto, Pedro Penin, Rodrigo Costa, Rodrigo Oliveira, Tiago Duarte, Tiago Fusco, Tomás Correia,<br />
Tomás Ribeiro, Vasco Bizarro
18<br />
Marcha dos Mercados<br />
80 Anos <strong>de</strong> Festa – Os Mercados na Génese das Marchas<br />
As Marchas Populares, como as conhecemos hoje,<br />
celebram oitenta anos <strong>de</strong> existência. São provavelmente<br />
a maior festa popular que acontece em <strong>Lisboa</strong>, numa<br />
explosão <strong>de</strong> cor, música e mostra, as tradições bairristas<br />
diferenciadas por toda a cida<strong>de</strong>. É quase impossível<br />
dissociar as Marchas dos Arraiais Populares da capital,<br />
on<strong>de</strong> imperam gran<strong>de</strong>s tronos <strong>de</strong> Santo António, festão<br />
colorido, balões e manjericos. Os arraiais nasceram <strong>de</strong><br />
iniciativas populares e eram realizados nas praças<br />
ou mercados, locais <strong>de</strong> ajuntamento da população.<br />
O arraial mais famoso <strong>de</strong> toda a cida<strong>de</strong> era, sem sombra<br />
<strong>de</strong> dúvidas, o da Praça da Figueira, organizado pelos<br />
próprios ven<strong>de</strong>dores e que, nesta época, se transformava<br />
em feira <strong>de</strong> vendas e divertimentos on<strong>de</strong> as pessoas<br />
acorriam em grupo, espontaneamente, transportando<br />
archotes e cantando canções populares, muitas vezes<br />
em <strong>de</strong>spique com outros grupos por quem passavam.<br />
Po<strong>de</strong>mos admitir que estas tradições foram precursoras<br />
das Marchas Populares como hoje as conhecemos,<br />
fazendo parte da sua génese. Leitão <strong>de</strong> Barros veio<br />
associá-las às Colectivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cultura e Recreio,<br />
vestindo-lhes uma nova roupagem e transformando-as<br />
num concurso e num espectáculo <strong>de</strong> rua organizado.<br />
Os mercados são, <strong>de</strong>sta forma, indissociáveis das <strong>Festas</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e das Marchas, componentes efectivamente<br />
populares e tradicionais, vindo lembrar esta noite, mais<br />
uma vez, as suas origens, apresentando-se com arcos<br />
representativos dos mercados e figurinos on<strong>de</strong><br />
predominam o ver<strong>de</strong>, o vermelho e branco, aludindo<br />
aos Arraiais e <strong>Festas</strong> da cida<strong>de</strong>.<br />
Marcha dos Mercados Responsável Luísa Carvalho Comissão Organizadora Anabela Pereira, Carlos Carvalho, Filipa Duarte, Isabel do Carmo, João Mourão, Luísa Carvalho,<br />
Maria João Mourão, Nuno Rodrigues, R. Lapa Agua<strong>de</strong>iros Aníbal Nóbrega, Carlos Barros, Jorge Cruz, Ricardo Dias Porta-Estandarte Pedro Caldas Ensaiador Rafael<br />
Ribeiro Rodrigues Figurinista João Mourão, Cenógrafos João Mourão, Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Barbosa, Sax-alto António Cardoso, Trompete<br />
Joaquim Saraiva, José Rodrigues, Trombone Luís Ferreira, Bombardino Leandro Antunes, Tuba Nuno Pinto, Caixa Emanuel Peixoto Madrinha Anita Guerreiro Padrinho João<br />
Carvalho Mascotes Manuel Nazaré, Renata do Carmo Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente André Ferraz, Maria Lúcia Garcia Marchantes Mulheres Ana Maria Mugeiro, Anabela<br />
Barros, Anabela Silva, Cristina Oliveira, Elsa Melo, Fernanda Gonçalves, Filipa Martins, Filomena Fernan<strong>de</strong>s, Florentina Vidal, Helena Barros, Joana Macedo, Joana<br />
Pereira, Mafalda Jorge, Marcia Sobreira, Maria Fátima Nazaré, Maria Fernanda Caetano, Maria Inês Nicolau, Nádia Sobreira, Sara Calçada, Sílvia Guerreiro, Susana<br />
Morais, Tatiana Guerreiro, Thelma Silva, Zélia Oliveira Marchantes Homens António Barros, António Ferraz, Bernardo Barros, Bruno Barros, Bruno Nicolau, Daniel<br />
Aleixo, Francisco Nazaré, Gonçalo Sequeira, Hugo Almeida, Humberto Jorge, João Lourenço, João Pratas, José Oliveira, José Raposo, José Rodrigues, Leandro Coelho,<br />
Luis Filipe, Nuno Dias, Paulo Ramos, Pedro Andra<strong>de</strong>, Ricardo Filipe, Ricardo Lopes, Rui Alves, Sandro Canossa
Marcha Inédita 1<br />
O mercado<br />
é mais <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Rafael Rodrigues<br />
Música Rafael Rodrigues<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
O mercado saiu p’ra festa contente<br />
Chinela no pé, saia bem rodada.<br />
Noite <strong>de</strong> folia, hoje toda a gente<br />
Vem dançar na rua com a madrugada.<br />
Mercado velhinho cheio <strong>de</strong> histórias<br />
Também é <strong>Lisboa</strong> e tem tradição,<br />
Canta num trinado as suas memórias,<br />
Na mão traz um arco, na boca o pregão.<br />
Canta num trinado as suas memórias,<br />
Na mão traz um arco, na boca o pregão.<br />
Refrão<br />
Quem passa pelos Mercados,<br />
Não vem <strong>de</strong> lá indiferente,<br />
Encontra alma bairrista, pois é,<br />
No coração <strong>de</strong>sta gente.<br />
Quem passa pelos Mercados<br />
Só encontra gente boa<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />
Instrumental<br />
Quem passa pelos Mercados<br />
Só encontra gente boa<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong><br />
Santo António é festa, é rir e dançar,<br />
Saltar a fogueira, provar a sardinha,<br />
Comprar manjericos para perfumar<br />
A nossa <strong>Lisboa</strong>, cida<strong>de</strong> velhinha.<br />
E se o povo canta vem do coração<br />
Correndo a cida<strong>de</strong> cheio <strong>de</strong> alegria<br />
Ruas enfeitadas, luzes e um balão,<br />
A festa termina ao nascer o dia.<br />
Ruas enfeitadas, luzes e um balão,<br />
A festa termina ao nascer o dia.<br />
Refrão<br />
Instrumental<br />
Quem passa pelos Mercados<br />
Só encontra gente boa<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />
No sorriso das varinas, pois é,<br />
O mercado é mais <strong>Lisboa</strong>.<br />
Marcha Inédita 2<br />
Lá vai ela<br />
aos mercados<br />
Letra Carlos Jorge Español e Vitor Nóbrega<br />
Música Eugénio Pepe<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
Refrão<br />
Lá vai ela, lá vai ela<br />
A marchar <strong>Lisboa</strong> antiga<br />
Lá vai ela, lá vai ela<br />
Nesta marcha bem garrida<br />
Lá vai ela, lá vai ela<br />
Em Noite <strong>de</strong> Santo António<br />
Lá vai ela, lá vai ela<br />
Defen<strong>de</strong>ndo o património<br />
Os Mercados somos nós<br />
Mantemos a tradição<br />
Damos nesta festa a voz<br />
Marchando em união<br />
Oitenta anos, que data boa<br />
A honrar o Santo António<br />
Vem! Anda ver <strong>Lisboa</strong><br />
E o Fado, que é património<br />
Temos castelo imponente<br />
E Alfama muito garrida<br />
As colinas vão c’o a gente<br />
Nesta marcha muito antiga<br />
Refrão<br />
Pela Ajuda há floristas<br />
Com arranjos sem <strong>de</strong>mora<br />
E também servem Artistas<br />
No Mercado da Boa Hora<br />
As peixeirinhas das avenidas<br />
No Mercado 31 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Pregões! São cantigas conseguidas<br />
Gingando à marinheiro<br />
Tão antigo e castiço<br />
É o Mercado do Bairro Alto<br />
Com fadistas a cantar<br />
É ven<strong>de</strong>r sem sobressalto<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha dos Mercados 19<br />
Marcha<br />
<strong>Lisboa</strong> dos<br />
manjericos –<br />
Gran<strong>de</strong> Marcha<br />
<strong>de</strong> 1969<br />
Letra António Vilar da Costa<br />
Música Nóbrega e Sousa<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
Olha, olha para ela<br />
Traz o mundo num balão<br />
Ai <strong>Lisboa</strong> é sempre aquela<br />
Ai <strong>Lisboa</strong> é sempre aquela<br />
Que mantém a tradição<br />
Traz S. Pedro na canoa<br />
Com a Esperança que é varina<br />
Vem lembrar as naus <strong>de</strong> Goa<br />
Vem lembrar as naus <strong>de</strong> Goa<br />
Dos seus tempos <strong>de</strong> menina<br />
Refrão<br />
Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />
Tenho um beijo p’ra te dar<br />
Vem p´ra roda, traz um par<br />
Que esta noite é cá das nossas<br />
Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />
Que cheirinho a manjerico<br />
Deve andar no bailarico<br />
Santo António a ver as moças<br />
Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />
S. João <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira<br />
Salta a chama da fogueira<br />
Que acen<strong>de</strong>ram teus avós<br />
Ai, ai <strong>Lisboa</strong><br />
Canta, canta, que me encanta<br />
Pois ninguém terá garganta<br />
P’ra calar a tua voz<br />
Traz nos arcos e balões<br />
Ramalhetes <strong>de</strong> cantigas<br />
São os versos <strong>de</strong> Camões<br />
São os versos <strong>de</strong> Camões<br />
P’ra ensinar às raparigas<br />
Não precisa <strong>de</strong> queimar<br />
Alcachofras por ninguém<br />
Não lhe falta a quem amar<br />
Não lhe falta a quem amar<br />
Todo o mundo lhe quer bem<br />
Refrão (bis)
20<br />
Marcha da Ajuda<br />
A Fundação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>: o mito <strong>de</strong> Ulisses<br />
Reza o mito que Ulisses e a sua tripulação, após a batalha<br />
<strong>de</strong> Tróia, aportaram num reino outrora <strong>de</strong>nominado<br />
<strong>de</strong> Ofiusa (terra <strong>de</strong> serpentes), pelo qual o herói se<br />
apaixonou, tamanha era sua beleza. Ofiusa era<br />
governado por uma rainha meia mulher/meia serpente,<br />
criatura vil e que amaldiçoava essas paragens, mas<br />
que ficou rendida e perdida <strong>de</strong> amores pelo guerreiro,<br />
pactuando com ele: em troca da dádiva do reino<br />
a Ulisses, teria <strong>de</strong>ste juras <strong>de</strong> amor eterno. O reino foi<br />
entregue ao herói que, quando assumiu po<strong>de</strong>r, gritou<br />
do cume mais alto: “Esta é Ulisseia, cida<strong>de</strong> pela qual<br />
Ulisses passou, a cida<strong>de</strong> mais bela do Universo!”. Passado<br />
algum tempo, Ulisses com sauda<strong>de</strong>s da sua terra natal<br />
e da sua esposa Penélope, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> engendrar um plano<br />
para fugir à rainha e regressar a Ítaca. Combinou, então,<br />
com um fiel amigo, para que este se encontrasse com<br />
a rainha e <strong>de</strong>pois se fizesse passar por ele (Ulisses)<br />
enquanto este, por essa altura, já estaria a navegar pelas<br />
águas do Tejo. A rainha hábil e astuta <strong>de</strong>scobriu o plano<br />
e com um beijo, roubou a vida ao fiel amigo <strong>de</strong> Ulisses<br />
e <strong>de</strong> seguida, enfurecida, lançou os seus “braços” sobre<br />
a cida<strong>de</strong> e ao Tejo, formando assim as sete colinas<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, sucumbindo após tamanho e inútil esforço.<br />
Quis o <strong>de</strong>stino que a Ajuda fosse, portanto, testemunha<br />
<strong>de</strong>stes amores, o da rainha por Ulisses e <strong>de</strong>ste pela sua<br />
amada cida<strong>de</strong>, <strong>Lisboa</strong>. O fado, elevado a Património<br />
Cultural e Imaterial da Humanida<strong>de</strong>, e enquanto<br />
<strong>de</strong>stino, está por isso retratado na Marcha da Ajuda, cuja<br />
freguesia conta também com elevado valor patrimonial.<br />
São disso exemplos o seu Palácio Nacional e Jardim<br />
Botânico. Para além do fado e da fundação <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />
esta marcha presta também homenagem, e a propósito<br />
do 80º aniversário das Marchas Populares da cida<strong>de</strong>,<br />
a um dos mais importantes autores <strong>de</strong> marchas <strong>de</strong> todos<br />
os tempos: Raul Ferrão. Numa socieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os valores<br />
parecem perdidos e as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s esquecidas, aqui<br />
estamos nós a recordar e reviver as nossas raízes,<br />
nesta e para esta que é a mais bela cida<strong>de</strong> do Universo!<br />
Marcha da Ajuda Responsável Adolfo Barão Comissão Organizadora Adolfo Barão, Alfredo Santos, Ana Paula Reis, António Martins, Artur Palma, Jaime Gomes, Joaquim<br />
Fonseca, Joaquim Gomes, Jorge Silva, Luís Costa, Maria Nunes, Maria Santos, Vítor Correia Agua<strong>de</strong>iros António Martins, Artur Palma, Jaime Gomes, Luís Costa Porta-<br />
Estandarte Rita Barão Ensaiador Bruno Lucas Figurinista Jorge Silva Cenógrafo Jorge Silva Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Vieira, Sax-alto Manuel Carreira, Trompete<br />
José Silva, Raquel Alves, Trombone Orlando Rodrigues, Bombardino Ricardo Santos, Tuba Júlia Cupido, Caixa Joaquim Sousa Madrinha Paula Sá Padrinho Gonçalo Salgueiro<br />
Par <strong>de</strong> Mascotes Diogo Ferreira, Joana Gomes Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Florbela Barão, João Lucas Marchantes Mulheres Ana Fernan<strong>de</strong>s, Ana Patrício, Ana Silva, Ana<br />
Silva, Ana Silva, Andrea Castanheira, Ângela Fernan<strong>de</strong>s, Bianca Farinha, Bruna Santos, Catarina Filipe, Cátia Nunes, Cláudia Correia, Joana Correia, Joana Sousa,<br />
Maria Marques, Mariana Ferreira, Marta Lima, Nadine Cunha, Paula Cor<strong>de</strong>iro, Sara Oliveira, Soraia Barão, Tânia Marques, Tânia Pinheiro, Telma Canário Marchantes<br />
Homens Adolfo Barão, André Ferreira, António Amândio, Bruno Canelas, Bruno Gonçalves, Bruno Paiva, Cláudio Escaleira, Diogo Elias, Fábio Neves, Flávio Marques,<br />
Hél<strong>de</strong>r Gomes, Ivo Ferreira, José Pinheiro, Luís Alves, Luís Fernan<strong>de</strong>s, Luís Silva, Miguel Santos, Paulo Gonçalves, Pedro da Cruz, Ricardo Canelas, Ricardo Congil,<br />
Tiago Matias, Tiago Morais, Tiago Pereira
Marcha Inédita 1<br />
Ajuda<br />
apregoa <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Bruno Lucas<br />
Música Bruno Lucas<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Lá vem ela aperaltada<br />
Nesta marcha popular,<br />
A Ajuda engalanada<br />
Deixem a marcha passar.<br />
Até o sol e a lua<br />
Que nesta noite santa,<br />
Desceram até a rua<br />
Desceram até a rua,<br />
Para ouvirem quem mais canta.<br />
Refrão<br />
O Castelo <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> é a coroa<br />
E Alfama <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> intemporal,<br />
É na Ajuda que <strong>Lisboa</strong> se apregoa<br />
E Santo António monta o arraial.<br />
Troteia entre vielas e calçadas<br />
Canta o Fado a <strong>de</strong>sgarrada,<br />
pois e então?<br />
Nenhuma é como ela nem a lua<br />
prateada,<br />
Canta Ajuda, o refrão <strong>de</strong>sta canção.<br />
E <strong>de</strong>pois da avenida<br />
Há festa no arraial,<br />
On<strong>de</strong> vamos <strong>de</strong> seguida<br />
Nesta marcha sem rival.<br />
<strong>Lisboa</strong> apaixonada<br />
No aconchego do luar,<br />
Pelo Tejo enamorada<br />
Pelo Tejo enamorada,<br />
Vê a Ajuda a arruar.<br />
Refrão<br />
De canastra na cabeça<br />
Nesta noite já antiga,<br />
Enamorada confessa<br />
Na letra <strong>de</strong>sta cantiga.<br />
Catrapisquei o olho<br />
E o Tejo acenou,<br />
Nas noivas <strong>de</strong> santo António<br />
Nas noivas <strong>de</strong> santo António,<br />
Perdida <strong>de</strong> amores ficou.<br />
Marcha Inédita 2<br />
Ajuda<br />
recorda <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Bruno Lucas<br />
Música Bruno Lucas<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Olhar <strong>de</strong> gajé,<br />
Chinela no pé<br />
E um jeito <strong>de</strong> gingão.<br />
Vem ela esmerada<br />
E bem compassada<br />
Ao som da canção.<br />
Silêncio <strong>Lisboa</strong><br />
Não vimos à toa<br />
Mas sim em missão.<br />
Vamos recordar<br />
Com o nosso marchar<br />
Tua fundação.<br />
Refrão<br />
Somos da Ajuda da raiz do coração,<br />
O mito faz-se história no refrão<br />
<strong>de</strong>sta canção.<br />
Somos da Ajuda venham conosco<br />
marchar,<br />
Com São Pedro e São João,<br />
Santo António a abençoar.<br />
Mui nomes tiveste,<br />
Mas um não esqueceste<br />
No teu coração.<br />
O fado <strong>de</strong> Ulisses<br />
Quis Deus que tu visses<br />
A sua paixão.<br />
De triera chegou<br />
E ao Tejo aportou,<br />
Que gran<strong>de</strong> emoção.<br />
Suspiros <strong>de</strong> amor<br />
Enorme fulgor é recordação.<br />
Refrão<br />
As tuas colinas,<br />
São prova da sina<br />
Teu fado e canção.<br />
Herói do passado,<br />
Aqui recordado<br />
Num cravo e balão.<br />
Saltando a fogueira,<br />
Perto da Ribeira<br />
Um par fanfarrão.<br />
Só nesta cida<strong>de</strong>,<br />
Cheia <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong><br />
E <strong>de</strong> tradição.<br />
Marcha<br />
Ajuda<br />
é do povo<br />
Letra António José<br />
Música Martinho da Silva<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Vou sair logo à tardinha<br />
Só p’ra ver se tu me vês<br />
E beber água fresquinha<br />
No chafariz do Marquês<br />
Mas se pela rua vamos<br />
Que gente! Deus nos acuda!<br />
Já dizem quando passamos<br />
O casalinho da ajuda!<br />
Marcha da Ajuda 21<br />
Refrão<br />
Cá vai Ajuda<br />
Que é bem do povo<br />
Meu bairro amigo<br />
Com quem vivo, lado a lado<br />
Cá vai Ajuda<br />
Com sangue novo<br />
Que mantém vivas<br />
As memórias do passado<br />
Tens um palácio<br />
Que o povo adora<br />
Um monumento<br />
Que no bairro, fica bem<br />
É uma lenda, é uma glória<br />
É uma jóia<br />
Que <strong>Lisboa</strong> ainda tem!<br />
Mesmo sem ter pé <strong>de</strong> meia<br />
Mesmo quem passou à História<br />
Há casórios <strong>de</strong> mão cheia<br />
Na Igreja da Memória!<br />
Lá em baixo, passa o Tejo<br />
Deixa-lo passar, <strong>de</strong>ixa-lo<br />
Para o ver melhor invejo<br />
A velha torre do galo!...<br />
Refrão
22<br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara<br />
Alcântara namora o Tejo / De fragatas e caravelas / Esta marcha<br />
<strong>de</strong> marinheiros / Tem as varinas mais belas<br />
Encontrando-se Alcântara numa posição privilegiada,<br />
<strong>de</strong>bruçada sobre o Rio Tejo e, estando ligada às fainas<br />
marítimas, a nossa marcha vem este ano evocar o amor<br />
incondicional ao nosso rio. Deste rio, zarparam as<br />
caravelas que mergulharam nos <strong>de</strong>sconhecidos oceanos<br />
do séc. XV em busca <strong>de</strong> novos mundos, <strong>de</strong>sfraldando nas<br />
suas velas a cruz <strong>de</strong> Cristo e levando-a orgulhosos através<br />
dos mares e muitas terras conquistando. Aqui sucessivas<br />
gerações <strong>de</strong> marinheiros foram acumulando experiência<br />
e <strong>de</strong>senvolvendo técnicas <strong>de</strong> navegação, criando as mais<br />
diversas embarcações à vela. Na doca <strong>de</strong> Alcântara,<br />
as fragatas eram <strong>de</strong>scarregadas por <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> mulheres,<br />
que <strong>de</strong> uma forma graciosa, <strong>de</strong> canastra à cabeça<br />
e <strong>de</strong> história e, que nós preten<strong>de</strong>mos homenagear,<br />
embora saibamos num equilíbrio circense (mas com<br />
uma elegância exuberante) transportavam as<br />
mercadorias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o porão das fragatas até às muralhas<br />
do cais. Uma época memorável em que <strong>Lisboa</strong>, o seu<br />
porto e a cultura popular repartiam entre si os pontos<br />
fortes da vida portuguesa! Foi o Tejo da fragata e da<br />
caravela, do marinheiro e da varina, num namoro<br />
intemporal durante várias gerações. Recordação,<br />
sauda<strong>de</strong> e memórias é tudo o que resta <strong>de</strong> um rio cheio<br />
<strong>de</strong> história e, que se escreva, <strong>de</strong>senhe, pinte ou cante<br />
é muito pouco para registar a memória <strong>de</strong> um rio que<br />
contribuiu gran<strong>de</strong>mente para a construção da nossa<br />
História. E assim neste encontro <strong>de</strong> culturas entre<br />
Portugal e o Brasil, Alcântara mostra o quão<br />
importante são, as raízes do nosso povo.
Marcha Inédita 1<br />
Alcântara<br />
mulher do mar<br />
Letra Ester Correia<br />
Música Toy<br />
Alcântara é mulher do mar<br />
E tem pregões <strong>de</strong> emoção<br />
Seu bairro sempre a cantar<br />
E o Tejo no coração.<br />
Já se avistam as caravelas<br />
O Tejo e o luar<br />
Alcântara abre as janelas<br />
Para o povo as saudar.<br />
Refrão<br />
É só namorar,<br />
Namorar numa fragata<br />
Deixar o sal e o carvão<br />
Ser a mais bela gaiata.<br />
É só namorar,<br />
Namorar por toda a rua<br />
Dizer a toda a <strong>Lisboa</strong><br />
Que o Tejo lhe <strong>de</strong>u a lua.<br />
Que linda que vem a fragata<br />
Diz a varina em pregão<br />
Salta para o cais <strong>de</strong>scalça<br />
Canastra fica no chão.<br />
E num rodopio sem par<br />
Canastras <strong>de</strong> mão em mão<br />
Varinas com o seu par<br />
Na <strong>de</strong>scarga do carvão.<br />
Refrão<br />
Varinas e até marinheiros<br />
Têm a bênção do Tejo<br />
São amantes, companheiros<br />
Que selam num longo beijo.<br />
Santo António fica contente<br />
Neste namoro <strong>de</strong> amar<br />
Dá aos noivos um presente<br />
O infinito do mar.<br />
Marcha Inédita 2<br />
Namorar,<br />
só em Alcântara<br />
Letra Ester Correia<br />
Música Toy<br />
Alcântara namora o Tejo<br />
A gaivota a praia mar<br />
A onda tem o <strong>de</strong>sejo<br />
De a lua namorar.<br />
Vem do Tejo, lés a lés<br />
Os marinheiros do mundo<br />
E têm logo a seus pés<br />
Varinas <strong>de</strong> amor profundo.<br />
Refrão<br />
Olá varina, olá<br />
Já estou aqui no cais<br />
Olá varina, olá<br />
As sauda<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>mais<br />
Olá marinheiro, olá<br />
Não esqueci teus abraços<br />
Olá marinheiro, olá<br />
Vem <strong>de</strong>pressa aos meus braços<br />
Já há namoro no cais<br />
Grita Alcântara com paixão<br />
O amor nunca é <strong>de</strong>mais<br />
É gente <strong>de</strong> coração.<br />
Os namoros acontecem<br />
Ali logo junto ao cais<br />
E num beijo amanhecem<br />
E não se separam mais.<br />
Refrão<br />
Vamos na fragata amar<br />
Remar sempre sem <strong>de</strong>stino<br />
Nossa paixão festejar<br />
Ir ao céu, per<strong>de</strong>r o tino…<br />
Santo António aparece<br />
Há festa por todo o lado<br />
E as varinas em prece<br />
Vão <strong>de</strong> marinheiro ao lado.<br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara 23<br />
Marcha<br />
Barcos do Tejo<br />
Letra Lopes Vitor<br />
Música Martinho d’Assunção<br />
Arranjo musical José Martins<br />
Cá no alto do castelo<br />
Está S. Jorge a dominar<br />
Olha o Tejo com <strong>de</strong>svelo<br />
A vê-lo correr pró mar<br />
Vejo as velas tão branquinhas<br />
Barquinhos a <strong>de</strong>slizar<br />
Os barcos são alfacinhas<br />
E não vão, não vão pró mar<br />
Refrão<br />
Barcos do Tejo<br />
P’lo rio a fora<br />
Eu bem os vejo<br />
Namorar <strong>Lisboa</strong><br />
Iguais às velas<br />
Que <strong>de</strong>ram fama<br />
Às caravelas<br />
De Vasco da Gama<br />
Barcos do Tejo<br />
A navegar<br />
Que eu bem os vejo<br />
Olhando p’ró mar<br />
Barcos do Tejo<br />
Velas à vela<br />
São filigrana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Nobre e tão bela<br />
Destas muralhas com glória<br />
Cá no alto do castelo<br />
Deito os olhos p’ró Restelo<br />
E oiço falar a História<br />
Velas ao vento tal qual<br />
As que vês lá em Belém<br />
Mostraram ao mundo quem<br />
E o valor <strong>de</strong> Portugal<br />
Marcha <strong>de</strong> Alcântara Responsável Francisco Ferreira Comissão Organizadora Antero Gabão, António Mateus, Eduardo Valente, Francisco Ferreira, Hugo Franco, Hugo Men<strong>de</strong>s,<br />
Isidoro Santos, Luís Santos, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Ferreira, Mário Ferreira, Ruben Gomes, Susana Santos, Tiago Paiva Agua<strong>de</strong>iros Francisco Ferreira, Hugo Ramos, Luís Alves,<br />
Ruben Men<strong>de</strong>s Porta-Estandarte Marcos Nunes Ensaiador Mário Ferreira Figurinista Nuno Blue Cenógrafo Mário Ferreira Cavalinho Instrumentos Clarinete António<br />
Ramos, Sax-alto João Barão, Trompete Mónica Nunes, Mário Nunes, Trombone Rui Muacho, Bombardino Eugénio Con<strong>de</strong>sso, Tuba Henrique Avelar, Caixa Bruno Antunes<br />
Madrinha Linda Rodrigues Padrinho Leandro Par <strong>de</strong> Mascotes Hél<strong>de</strong>r Pereira, Luana Men<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Judite Matias, Luis Santos Marchantes Mulheres<br />
Ana Brito, Ana Vidal, Andreia Cardoso, Andreia Silva, Cristiana Reis, Débora Marques, Débora Miranda, Diana Valente, Elvira Sousa, Joana Vicente, Liliana Alves,<br />
Liliana Patinha, Mara Brito, Márcia Chitas, Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Ferreira, Maria Fátima Martins, Mariana Almeida, Nádia Abreu, Soraia Martins, Susana Santos, Teresa<br />
Ferreira, Vânia Ferreira, Vânia Pires, Vera Abreu Marchantes Homens Carlos Amorim, Carlos Cabral, Carlos Rocha, Edgar Sousa, Eduardo Valente, Flávio Bogas, Flávio<br />
Simões, Hugo Men<strong>de</strong>s, João Correia, João Duarte, Jorge Ramos, Jorge Soares, Leandro Alves, Márcio Santos, Márcio Santos, Márcio Vicente, Nuno Martins, Nuno<br />
Serôdio, Ricardo Pinto, Ruben Gomes, Ruben Vidal, Samuel João, Tiago Paiva, Vitor Santos
24<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama<br />
Alfama dos mexericos<br />
Somos assim!<br />
Não queremos que ninguém se sinta só; nem nas<br />
alegrias, nem nas tristezas. Por isso, partilhamos.<br />
E gostamos. O emaranhar das casas e das ruas também<br />
ajuda. Sabemos todos uns dos outros. E gostamos.<br />
Quando nos escapa uma notícia, sabemos a quem<br />
recorrer. Há sempre uma vizinha. E uma janela.<br />
E quem diz vizinha, diz vizinho. E uma taberna.<br />
Um “barbeiro”. O linguarejar não tem género.<br />
E gostamos.Mas também compramos notícias.<br />
As <strong>de</strong> fora. Aos novos ardinas, agora nos seus quiosques.<br />
Não se resiste a dois <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> conversa. E gostamos.<br />
À noite, à sua volta, reunimo-nos, não para nos<br />
lamentarmos da vida. Nada disso. Queremos é<br />
partilhar os enredos, a alegria, a festa.<br />
Enfim, o arraial. E claro, marchar. E gostamos.<br />
As Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> celebram oitenta anos. Nós,<br />
também. Estão, pois, <strong>de</strong> parabéns todos os bairros.<br />
As Marchas são, sobretudo, instrumento <strong>de</strong> afirmação<br />
cultural <strong>de</strong> cada um dos bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, assumindo<br />
os seus usos e costumes. Daí o nosso tema, com o qual<br />
queremos, simultaneamente, evocar as Marchas,<br />
enquanto acto festivo popular, mas igualmente retratar<br />
o dia a dia do nosso bairro, <strong>de</strong> gente que gosta <strong>de</strong> prosear<br />
e <strong>de</strong> festa como forma <strong>de</strong> expressão e proclamação do<br />
orgulho <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> Alfama.<br />
Somos assim.<br />
E gostamos.
Marcha Inédita 1<br />
Gentes<br />
<strong>de</strong> Alfama<br />
Letra João Ramos<br />
Música João Ramos<br />
Arranjo musical João M. Ferreira<br />
Vaidosa do seu marchar<br />
Esta marcha não se cansa<br />
Ninguém fica sem seu par<br />
Se quiser entrar na dança.<br />
Roda fora, roda <strong>de</strong>ntro<br />
Vai com ela sem parar,<br />
Solta as mãos e vai ao centro<br />
Não há nada que enganar!<br />
Refrão<br />
Que Marcha é esta,<br />
Que com tal brio se assesta<br />
E que o povo tanto ama?<br />
É Alfama!<br />
Que gente é esta,<br />
Que com tanto amor se presta,<br />
E que sempre nos acalma?<br />
É Alfama!<br />
Que voz é esta,<br />
Que tanto se manifesta,<br />
Quem me chama (quem me chama)?<br />
É Alfama!<br />
Que noite é esta<br />
Que alegria faz a festa?<br />
É Alfama, É Alfama.<br />
Da vida não se lamenta<br />
Nem alto nem ao ouvido<br />
Ao conto sempre acrescenta<br />
O ponto que lhe é <strong>de</strong>vido.<br />
Sou eu, és tu, somos nós<br />
Bairro nobre que amontoa<br />
Filhos, netos e avós<br />
De ti, da nossa <strong>Lisboa</strong>!<br />
Marcha Inédita 2<br />
Alfama<br />
dos Mexericos<br />
Letra João Ramos<br />
Música João Ramos<br />
Arranjo musical João M. Ferreira<br />
Ruas, portas e travessas<br />
Não importa quem lho diz<br />
Repete tudo às avessas<br />
Mete sempre seu nariz!<br />
No peito bate sem medos,<br />
Aos inventos jura fé!<br />
Alfama não tem segredos<br />
Nem nas pare<strong>de</strong>s da Sé!<br />
Refrão<br />
Lá está ela, é a Maria<br />
Quer <strong>de</strong> noite, quer <strong>de</strong> dia<br />
A mulher nunca se cansa.<br />
Debruçada na varanda,<br />
Dando conta <strong>de</strong> quem anda<br />
Nem que seja uma criança!<br />
Rolos, lenço e avental<br />
Não lhe escapa um arraial,<br />
Seja <strong>de</strong> pobres ou ricos!<br />
Vive dos amores alheios,<br />
Afogando seus anseios<br />
Alfama dos mexericos!<br />
Do ardina, tem inveja,<br />
Das notícias qu’ele traz,<br />
Que da sacola maneja<br />
Mais do que a língua é capaz.<br />
De tar<strong>de</strong> vai namorar<br />
À hora que a venda <strong>de</strong>ixe,<br />
Da vizinha vai escutar<br />
Pela boca morre o peixe!<br />
Marcha<br />
Alfama<br />
dos Milagres<br />
Letra Ama<strong>de</strong>u do Vale<br />
Música Carlos Dias<br />
Arranjo musical João M. Ferreira<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama 25<br />
Alfama<br />
Não envelhece<br />
E até parece<br />
Mais nova ainda<br />
Iluminou a janela<br />
Reparem nela<br />
Como está linda!<br />
Vestiu a blusa clarinha<br />
Que a da vizinha é mais mo<strong>de</strong>sta<br />
E pôs<br />
A saia garrida<br />
Que só é vestida<br />
Em dias <strong>de</strong> festa.<br />
Refrão<br />
Becos escadinhas<br />
Ruas estreitinhas<br />
On<strong>de</strong> em cada esquina<br />
Há um bailarico<br />
Trovas p’las vielas<br />
E em todas elas<br />
Perfume <strong>de</strong> manjerico<br />
Risos gargalhadas<br />
Fados <strong>de</strong>sgarradas<br />
Hoje em Alfama<br />
É o <strong>de</strong>mónio<br />
E em cada canto<br />
O suave encanto<br />
De um trono <strong>de</strong> Santo António (bis)<br />
Já se não ouvem cantigas<br />
E as raparigas <strong>de</strong> olhos cansados<br />
Ainda aproveitam o ensejo<br />
P’ra mais um beijo<br />
Dos namorados<br />
Já se ouvem sinos tocando<br />
Galos cantando<br />
À <strong>de</strong>sgarrada<br />
Mas mesmo assim<br />
Dona Alfama<br />
Só volta p’ra cama<br />
Quando é madrugada<br />
Marcha <strong>de</strong> Alfama Responsável João Ramos Comissão Organizadora Alfredo Otero, António Nogueira, Bruno Baleias, Carlos Fonseca, Dália Ferreira, Fernando Gentil, Graça<br />
Sequeira, Henrique Fernan<strong>de</strong>s, João Pereira, João Ramos, Joaquim Guerreiro, José Henriques, Mário Rocha, Nelson Palma, Paulo Alves, Raul Oliveira, Ruben Brito,<br />
Vanessa Rocha, Viriato Brito Agua<strong>de</strong>iros Dário Silva, Graça Sequeira, Pedro Ferreira Porta-Estandarte Ana Catarina Gonçalves Ensaiadora Vanessa Rocha Figurinista<br />
Joaquim Guerreiro Cenógrafo Joaquim Guerreiro Cavalinho Instrumentos Clarinete João Abrantes, Sax-alto Sérgio Cura, Trompete Jorge Barroso, Pedro Gentil, Trombone<br />
Filipe Vilela, Bombardino Gonçalo Marques, Tuba Rui Gaspar, Caixa Luís Rodrigues Madrinha Raquel Tavares Padrinho Heitor Lourenço Par <strong>de</strong> Mascotes Iuri Albino, Maria<br />
Teixeira Marchantes Mulheres Ana Carina Rocha, Ana Catarina Costa, Ana Patrícia Marujo, Ana Rita Paulo, Ana Sofia Gonçalves, Ana Sofia Moreira, Andreia Carmo,<br />
Carla Subtil, Cátia Gomes, Daniela Aba<strong>de</strong>, Denise Loureiro, Elsa Lapa, Fedra Chaves, Gisela Monteiro, Inês Carvalho, Marina Romualdo, Rute Rocha, Sandra Fonseca,<br />
Sandra Silva, Soraia Silva, Soraia Sousa, Susana Matos, Telma Silva, Vanessa Pais, Vanda Gonçalves Marchantes Homens Bruno Paulo, Bruno Rodrigues, Carlos Marques,<br />
Carlos Fonseca, Carlos Paulo, Cláudio Rodrigues, David Pereira, David Lapa, Diogo Vaz, Diogo Silva, Emanuel Rodrigues, Flávio Fernan<strong>de</strong>s, Flávio Vieira, Hugo Pinho,<br />
Ivan Silva, Luís Sequeira, Luís Silva, Marco Porfírio, Mauro Cruz, Paulo Cardoso, Rodrigo Roxas, Ruben Fernan<strong>de</strong>s, Ruben Simão, Telmo Reis, Tiago Filipe
26<br />
Marcha do Alto do Pina<br />
A chegada dos ciganos ao Alto do Pina<br />
Na constatação da pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> etnias e diferentes<br />
nacionalida<strong>de</strong>s, que uma vez mais, fazem parte<br />
integrante do <strong>de</strong>senho humano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />
este ano o Alto do Pina, com a sua marcha, evoca a raça<br />
cigana que há mais <strong>de</strong> duzentos anos se fixou em várias<br />
quintas do bairro on<strong>de</strong> se tem mantido <strong>de</strong> forma<br />
integrada até aos nossos dias. Num figurino estilizado<br />
da roupagem étnica do início do século XIX do povo<br />
cigano, com arcos que simbolizam pormenores <strong>de</strong> alguns<br />
dos seus usos e costumes que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o comércio<br />
<strong>de</strong> gado equino, ao pentagrama, vulgo cinco salmão,<br />
amuleto <strong>de</strong> boa sorte <strong>de</strong> quem “lê a sina” e ainda, as<br />
libras <strong>de</strong> ouro das poupanças almejadas, a marcha<br />
do Alto do Pina traz até nós uma enorme e <strong>de</strong>slumbrante<br />
caravana cigana tentando retratar toda a alegria<br />
das festas e arraiais do povo calé.<br />
Marcha do Alto do Pina Responsáveis Carlos Mendonça, Ivone Neto Comissão Organizadora Ivone Neto, Pedro <strong>de</strong> Jesus, Vitor Ferreira, Agua<strong>de</strong>iros Abílio Simões, Carlos Ferreira,<br />
Carlos Fonseca, Tiago Russo Porta-Estandarte Olindina Luís Ensaiadores Carlos Mendonça, João Pedro Mascarenhas Figurinista Carlos Mendonça Cenógrafo Carlos<br />
Mendonça Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Campeão, Sax-alto Armando Bernardo, Trompete Margarida Ren<strong>de</strong>iro, Trompete Luís Moreira, Trombone Ricardo Pedras,<br />
Bombardino João Garcia, Tuba Fábio Duarte, Caixa Telmo Gonçalves Madrinha Filipa Cardoso Padrinho Joaquim Monchique Par <strong>de</strong> Mascotes Gonçalo Pina, Ivana Costa<br />
Marchantes Mulheres Ana Carina Alves, Ana Patrícia Ramalhete, Ana Rita Ramos, Andreia Amaral, Bruna Lucas, Carina Rebelo, Carla Ferreira, Catarina Passos, Cátia<br />
Oliveira, Cátia Ramalhete, Diana Mota, Filipa Valente, Jessica Brás, Jessica Martins, Mafalda Viegas, Paula Luís, Patricia Santos, Rita Teixeira, Rute Brás, Sandra Jesus,<br />
Sara Valente, Sofia Santos, Tânia <strong>de</strong> Jesus, Tânia Reis, Vera Silva Marchantes Homens Bruno Ferreira, David Men<strong>de</strong>s, Francisco Gomes, Gonçalo Santos, Hélio Correia,<br />
Igor Russo, João Pereira, José Nobre, Luís Brás, Luís Fontinha, Márcio Campos, Marco Batista, Marco Campos, Mário Brás, Miguel Campos, Paulo Luís, Paulo Monteiro,<br />
Pedro Torres, Ricardo Costa, Rogério Fernan<strong>de</strong>s, Sandro Fonseca, Telmo Russo, Tiago Andra<strong>de</strong>, Tiago Bettencourt, Vitor Ferreira
Marcha Inédita 1<br />
Arraial do<br />
Alto do Pina<br />
Letra Carlos Mendonça<br />
Música Carlos Dionísio<br />
O Alto do Pina é gente boa<br />
Cá <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Somos bairro<br />
E Popular<br />
Anda nas Marchas<br />
Des<strong>de</strong> o começo<br />
E até estremeço<br />
Quando o vejo a marchar.<br />
Já o Bairro canta<br />
E até encanta<br />
Com a garganta<br />
Afinadinha<br />
E em seu marchar<br />
Nobre e vaidoso<br />
Diz-se ditoso<br />
Por ser alfacinha.<br />
Refrão<br />
No Alto do Pina<br />
Em qualquer esquina<br />
Já só se grita<br />
Com vaida<strong>de</strong><br />
E presunção<br />
Que o Alto do Pina<br />
Tudo ilumina,<br />
Co’a luz que brilha<br />
Do seu balão.<br />
No Alto do Pina,<br />
É bem trinada<br />
E afinada<br />
A maneira como entoa,<br />
Nesta canção,<br />
Toda a paixão<br />
Que o bairro sente<br />
De ser Marcha e ser <strong>Lisboa</strong>.<br />
O Alto do Pina muito trabalha<br />
E às vezes ralha<br />
Na galhofa,<br />
E é matreiro.<br />
Vai a sua Marcha<br />
Toda airosa<br />
Da Barão <strong>de</strong> Sabrosa<br />
Até à Paiva Couceiro.<br />
Bairro pioneiro<br />
Sendo o primeiro<br />
A marchar<br />
Em trinta e dois<br />
E é com orgulho<br />
Que <strong>de</strong>sfilamos<br />
E aqui estamos<br />
Oitenta anos <strong>de</strong>pois.<br />
Marcha Inédita 2<br />
Festa Calé<br />
Letra Carlos Mendonça<br />
Música Carlos Dionísio<br />
Vieram <strong>de</strong> longe<br />
Assentar arraiais<br />
No Alto do Pina<br />
Elas com o seu dom<br />
Para ganhar parnom,<br />
Iam ler a sina.<br />
Aos homens trabalho<br />
Nunca lhes faltou<br />
A ven<strong>de</strong>r cavalos<br />
Com jeito magano<br />
E o bairro cantou<br />
Quando o conquistou<br />
Sem nenhum abalo<br />
O povo cigano.<br />
Refrão<br />
Porom pom pom<br />
Lerelerele<br />
Batam as palmas bis<br />
Raça calé<br />
Porom pom pom<br />
Lerelerele<br />
Gadjo ou calon<br />
Vamos com palmas<br />
Bater com o pé.<br />
Porom pom pom<br />
Lerelerele<br />
Batam as palmas<br />
Palmas ciganas<br />
Com galhardia<br />
Porom pom pom<br />
Lerelerele<br />
Há festa hoje<br />
Cigano, cigano<br />
És dono da vida<br />
Não tens medo à morte (bis)<br />
Cigano, cigano<br />
Alma sem guarida<br />
De orgulhoso porte (bis)<br />
Cigana, cigana,<br />
Vais vencendo a sorte<br />
Numa sina alheia (bis)<br />
Cigano e cigana<br />
Sem rumo, sem norte,<br />
Têm a Lua cheia.<br />
Cigano, cigano,<br />
Tens a Lua cheia!<br />
Festa cigana.<br />
Viva a alegria.<br />
Alegre o chaval<br />
Com olhar guloso<br />
Sem armar chicana,<br />
Vai <strong>de</strong>safiar<br />
Para sapatear<br />
A linda cigana<br />
Mas ela vaidosa<br />
Só lhe diz que não<br />
Para o provocar<br />
Ninguém a engana<br />
Paílho vai, vai<br />
Não tens sunacai<br />
Que possa tentar<br />
A bela cigana.<br />
Marcha do Alto do Pina 27<br />
Marcha<br />
Marcha do Alto<br />
do Pina <strong>de</strong> 1963<br />
Letra César <strong>de</strong> Oliveira<br />
Música Carlos Dias<br />
Quando o sol sorri sobre <strong>Lisboa</strong><br />
Logo o Alto Pina vai beijar<br />
E saudar a gente boa<br />
Parte p’ra trabalhar<br />
Mas a noite chega e surge a lua<br />
Para animar os bailarinos<br />
Toda a gente vem p’ra rua<br />
E no ar flutua<br />
Cheiro a manjericos<br />
Refrão<br />
Aqui vai o Alto Pina<br />
E ninguém lhe ensina<br />
A ser mais popular<br />
Traz na boca essas cantigas<br />
Que as raparigas<br />
Tanto gostam <strong>de</strong> cantar<br />
Pula a fogueira num salto<br />
P’ra manter a tradição<br />
Um balão<br />
O nosso bairro ilumina<br />
Erguido no Alto<br />
No Alto do Pina.<br />
Vamos lá cantar, <strong>de</strong>ixem o resto<br />
Venham cá ao bairro para o ver<br />
É pitoresco e mo<strong>de</strong>sto<br />
Mas alfacinha a valer!<br />
Alegre, cantando a Marcha passa<br />
Airosa, fresca e ladina<br />
Mostrando bem toda a raça<br />
Que leve esvoaça<br />
No Alto do Pina<br />
Refrão
28<br />
Marcha do Bairro Alto<br />
Bairro Alto vai ao baile da coroa colorindo as ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Nos 80 anos <strong>de</strong> festejo das Marchas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, a Marcha<br />
do Bairro Alto, conforme o tema indica, tem como<br />
inspiração principal os bailes palacianos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
e os seus cortejos pelas ruas da nossa maravilhosa cida<strong>de</strong>,<br />
que enquadramos em tempo e espaço no reinado <strong>de</strong><br />
D. José I <strong>de</strong> Portugal, on<strong>de</strong> a abundância <strong>de</strong> recursos<br />
manteve a política <strong>de</strong> esplendor e ostentação, graças aos<br />
diamantes e metais preciosos do Brasil, permitindo uma<br />
arquitectura <strong>de</strong> luxo, bem como programas <strong>de</strong>corativos<br />
mo<strong>de</strong>rnos, seguindo o estilo da época <strong>de</strong>nominado<br />
<strong>de</strong> Rococó que <strong>de</strong>riva da palavra francesa rocaille, que<br />
significa “concha”. Este tema além <strong>de</strong> enaltecer, nestes<br />
80 anos das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, as memórias<br />
históricas da nossa cida<strong>de</strong>, também <strong>de</strong>seja sublinhar<br />
a origem dos nossos festejos, abrangendo subtilmente<br />
a relação entre o Brasil e Portugal conforme sugestão<br />
da temática para o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfile das Marchas<br />
Populares 2012.
Marcha Inédita 1<br />
Bairro do Sonho<br />
Letra Nuno Gomes dos Santos<br />
Música Silvestre Fonseca<br />
Arranjo musical Silvestre Fonseca<br />
Passamos por ruas estreitas<br />
Alargando o coração<br />
Lembrando notícias feitas<br />
Nos jornais que havia então<br />
Vila Nova dos Andra<strong>de</strong>s<br />
Bairro Alto, meu amor<br />
Moram em ti as sauda<strong>de</strong>s<br />
Mas não te esmorece a cor<br />
Refrão (bis)<br />
Bairro mais alto do sonho<br />
Que este povo po<strong>de</strong> ter<br />
Com sauda<strong>de</strong>s do medronho<br />
Do futuro que há-<strong>de</strong> ser<br />
Lugares <strong>de</strong> amores fadistas<br />
De poemas e canções<br />
Tens como ninguém<br />
A arte <strong>de</strong> quem<br />
Aconchega corações<br />
Há nos bares muita folia<br />
Nas tascas a tradição<br />
Mas tu és no dia a dia<br />
Futuro e recordação<br />
Vem a noite que é tão boa<br />
Começa em ti a canção<br />
Tão velha e nova é a <strong>Lisboa</strong><br />
Que trazes no coração<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
Marcha das Luzes<br />
Letra Nuno Gomes dos Santos<br />
Música Silvestre Fonseca<br />
Arranjo musical Silvestre Fonseca<br />
Dê-me o seu olhar<br />
Assim é que é<br />
Que <strong>de</strong>licado é o seu pé<br />
Assim a dançar<br />
Eu perto <strong>de</strong> si<br />
Que Bontempo se ouve aqui<br />
Guerras <strong>de</strong> Alecrim<br />
E Manjerona enfim<br />
Uma vénia em voltear<br />
Dê-me a sua mão<br />
Que o seu coração<br />
Já o estou a agarrar<br />
Refrão (bis)<br />
Um sorriso mais o pó <strong>de</strong> arroz<br />
Que aconchega o seu olhar<br />
Um <strong>de</strong>cote generoso e nós<br />
Vamos dançar<br />
E quando o passo acerta<br />
A música <strong>de</strong>sperta<br />
A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar<br />
Pela noite fora<br />
Não te vás embora<br />
Meu amor tens <strong>de</strong> ficar<br />
Toca uma canção<br />
Enche-se o salão<br />
Das luzes que o tempo dá<br />
Ai, meu coração<br />
Dá-me a tua mão<br />
Chega-te outra vez p’ra cá<br />
Refrão<br />
E quando o passo acerta<br />
A música <strong>de</strong>sperta<br />
A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar<br />
Pela noite fora<br />
Não te vás embora<br />
Meu amor tens <strong>de</strong> ficar<br />
Marcha<br />
Fidalgo e<br />
Fanfarrão<br />
Letra Elvira <strong>de</strong> Freitas<br />
Música Silva Tavares<br />
Arranjo musical Zé Martins<br />
O Bairro Alto<br />
Fidalgo e fanfarrão<br />
Já se vê todo<br />
Sem sobressalto<br />
Per<strong>de</strong>u sem modo<br />
De provocação<br />
E já acata,<br />
Sem zaragata<br />
Quantos lá vão<br />
Marcha do Bairro Alto 29<br />
Refrão<br />
Canta, ó Bairro Alto canta!<br />
Canta e encanta<br />
Com o teu balão!<br />
Prova, ó Bairro Alto prova<br />
Que não há trova<br />
Sem coração<br />
Brilha, Bairro Alto brilha<br />
E maravilha <strong>de</strong> lés a lés<br />
Passa, ó Bairro Alto passa<br />
Cheio <strong>de</strong> raça<br />
Mostrando quem és!<br />
Ao Bairro Alto<br />
Agora todos vão<br />
Ouvir o fado,<br />
Quase <strong>de</strong> assalto<br />
Foi-se o passado<br />
Mas a tradição<br />
Mantém-se viva,<br />
Sempre festiva<br />
Sem frouxidão<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha do Bairro Alto Responsável Vitor Silva Comissão Organizadora Carla Almeida, Ermelinda Fernan<strong>de</strong>s, Rosa Silva, Rui António Agua<strong>de</strong>iros António Silva, Carlos Amorim,<br />
Fernando António, Pedro Pinto Porta-Estandarte Carla Leonardo Ensaiadores Dino Carvalho e Carla Fonseca, Figurinista Paulo Miranda Cenógrafo Paulo Miranda<br />
Cavalinho Instrumentos Clarinete Mónica Vaz, Sax-alto Dinis Carvalho, Trompete Pedro Sacramento, Marco Rodrigues, Trombone Carlos Santana, Bombardino João Carvalho,<br />
Tuba Ricardo Pereira, Caixa Carlos Galvão Madrinha Maria João Abreu Padrinho Luís Mascarenhas Par <strong>de</strong> Mascotes Sofia Paraíso, Jorge Moreira Marchantes Mulheres Alice<br />
Henriques, Ana Beatriz Rodrigues, Ana Catarina Alves, Ana João Semedo, Ana Patrícia Domingos, Ana Paula Rosa, Ana Rita Valente, Bruna Sousa, Cátia Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Cátia Oliveira, Cátia Simões, Cláudia Baltazar, Jessica Monteiro, Joana Nascimento, Joana Tomás, Maria Palmira Silva, Maria Rita Pacheco, Mariana Natvarlal, Marta<br />
Tomas, Mónica Pereira, Rita Paraíso, Rita Ramalho, Rita Ramalho, Rute Sousa, Sandra Domingos, Soraia Relvas, Vanessa Coelho, Vera Martins Marchantes Homens<br />
Bruno Araújo, Bruno Bal<strong>de</strong>, Bruno Costa, Carlos Baltazar, Diogo Pires, Fernando Varela, Filipe Lesia, Gonçalo Correia, Gonçalo Rebelo, Ismael Pereira, Luis Martins,<br />
Luis Pedro, Márcio Faustino, Nelson Duarte, Nelson Melo, Nuno Arnaut, Nuno Pereira, Nuno Pires, Paulo Nóbrega, Rui Ferreira, Sérgio Mota, Telmo Bravo, Tiago<br />
Cavaleiro, Tito Muchanga, Vitor Silva
30<br />
Marcha da Baixa<br />
Os saraus na aca<strong>de</strong>mia<br />
A Marcha da Baixa 2012, tem como tema “Os Saraus na<br />
Aca<strong>de</strong>mia”. Nos inícios/meados do século XVIII, a alta<br />
Burguesia e a Realeza, juntavam-se muitas noites em<br />
gran<strong>de</strong>s Saraus <strong>de</strong> Dança, nas Cortes e nos Clubes, on<strong>de</strong><br />
davam récitas teatrais, dança e poesia. É baseado nas<br />
danças da época, com uma incursão ao início das<br />
Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que este ano fazem oitenta<br />
anos, que esta Marcha da Baixa 2012, se vai basear! Com<br />
ouro, preto e vermelho como cores base, nos seus arcos<br />
e trajes. Com vestimentas baseadas em veludos, rendas,<br />
mas que são baseadas em Originais dos inícios/meados<br />
do século XVIII, principalmente vestimentas para<br />
ocasiões especiais, que eram levadas a esses saraus,<br />
<strong>de</strong> figurinos com tendências das cortes espanholas,<br />
francesas e portuguesas. É <strong>de</strong>ste modo, nunca fugindo<br />
à tradição, do que foi a BAIXA <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que sempre foi<br />
a sala <strong>de</strong> estar da capital portuguesa, que este ano,<br />
voltamos a apresentar-nos a este gran<strong>de</strong> Concurso<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que é bem português!<br />
Marcha da Baixa Responsável Carlos Jorge Español Comissão Organizadora Américo Grova, Antero Botelho, Armando Magina, Armando Oliveira, Carlos Jorge Español, Carlos<br />
Magina, Isabel Mateus, Luis Sequeira, Mónica Guerreiro, Pedro Augusto, Rosário Balbi, Sónia Silva, Teresa Antunes, Turicheva Luis, Vítor Bonifácio Agua<strong>de</strong>iro José<br />
Barbosa, José Rodrigues, Rogério Montez, Sandra Dias Porta-Estandarte Isabel Mateus Ensaiador Carlos Jorge Español, Pedro Augusto Figurinista Carlos Jorge Español e<br />
Américo Grova Cenógrafo Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Miguel Costa, Sax-alto Ricardo Toscano, Trompete Pedro Azevedo, João Raquel, Trombone<br />
Henrique Ruivo, Bombardino Pedro Cor<strong>de</strong>iro, Tuba Orlando Tavares, Caixa André Jesus Madrinha Sandra Barata Bello Padrinho Paulo Vasco Par <strong>de</strong> Mascotes Lara Silva,<br />
Maycon Naves Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Isabel Bacalhau, Fernando Matias Marchantes Mulheres Alexandra Fernan<strong>de</strong>s, Alice Paiva, Ana Isabel Silva, Ana Maria Pinho,<br />
Ana Sofia Oliveira, Andreia André, Célia Freixo, Cristina Oliveira, Eugénia Pinho, Jessica Bernardo, Laura Castanheira, Laura Loureiro, Liliana Fernan<strong>de</strong>s, Magda<br />
Martins, Maria Lur<strong>de</strong>s Pereira, Maria Fernanda Neves, Maria Luísa Morais, Marta Silva, Paula Silva, Regina Rodrigues, Susana Silva, Teresa Pinho, Vanessa Viana, Vera<br />
Pimentel Marchantes Homens Alexandre Ferreira, Alexandre Soares, André Pinto, Bruno Vieira, Carlos Henriques, Daniel Alves, Fábio André, Fábio Ribeiro, Hugo Silva,<br />
João Borges, João Fernan<strong>de</strong>s, João Montez, João Sardinha, João Veloza, Nuno Libório, Orlando Aguiar, Paulo Pedrouso, Pedro Lopes, Ricardo Freitas, Ricardo Viana,<br />
Ruben Carvalho, Sérgio Martins, Tiago Garcia, Vítor Pinho
Marcha Inédita 1<br />
Olarilolela,<br />
dançamos<br />
na aca<strong>de</strong>mia<br />
Letra Carlos Jorge Español<br />
Música Eugénio Pepe<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
Refrão<br />
Olarilolela<br />
Vem p’rá brinca<strong>de</strong>ira<br />
Dançamos na Aca<strong>de</strong>mia<br />
Com esta <strong>Lisboa</strong> inteira<br />
Olarilolela<br />
A cantar e a dar ao pé<br />
Porque na Marcha da Baixa<br />
Nunca per<strong>de</strong>mos a fé<br />
Olarilolela<br />
Num sarau d’Aca<strong>de</strong>mia<br />
Qu’este amor enfeitiçado<br />
Se transformou em magia<br />
Olarilolela<br />
Com um tema imaginado<br />
Começamos a dançar<br />
E vamos da Valsa ao Fado<br />
Aqui! Na Marcha da Baixa<br />
Dona Maria e Dom José<br />
Passeiam à beira mar<br />
E têm o Tejo a seus pés<br />
Com ruas largas a entrelaçar<br />
E numa teia tão bela e fina<br />
Um coração a palpitar<br />
Será menino ou menina?<br />
Refrão<br />
Aqui! Na Marcha da Baixa<br />
Com este luar <strong>de</strong> encanto<br />
E o Santo António a abençoar<br />
E um manjerico a cada canto<br />
Oitenta anos <strong>de</strong> Marchas Populares<br />
Já é velhinha, mas é tão boa<br />
E vai a Baixa a cantar<br />
É a Baixa, é <strong>Lisboa</strong>!<br />
Marcha Inédita 2<br />
Vem até à Baixa<br />
Letra Carlos Jorge Español, Vitor Nóbrega<br />
Música Carlos Dionísio<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
Refrão (bis)<br />
Vem até à Baixa<br />
Com ruas d’alegria<br />
Temos ouro e prata<br />
E muita fantasia<br />
Vem até à Baixa<br />
Ver profissões do passado<br />
Douradores e Fanqueiros<br />
Cantando <strong>de</strong> braço dado<br />
Esta sala que é a Baixa<br />
Com seus sons <strong>de</strong> sinfonia<br />
Vamos mostrar nesta Marcha<br />
Com garra e alegria<br />
Baixa antiga <strong>de</strong> mil amores<br />
Vens <strong>de</strong> tempos d’outrora<br />
Vem mostrar as tuas cores<br />
Ao futuro qu’aqui mora<br />
Com teus trajes ao vento<br />
E muita história antiga<br />
São escritas pelo tempo<br />
Minha Baixa, minha amiga!<br />
Refrão (bis)<br />
Os teus olhos timoneiros<br />
Na cor das ondas do mar<br />
Lágrimas <strong>de</strong> Marinheiros<br />
Estão na Baixa a navegar<br />
Nestas ruas da minha Baixa<br />
Entrelaçadas entr’elas<br />
Tudo ali se encaixa<br />
Pois não há ruas mais belas<br />
Cá vamos a <strong>de</strong>sfilar<br />
Lembrando a Fidalguia<br />
Na Avenida a marchar<br />
Com brilho e valentia<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha da Baixa 31<br />
Marcha<br />
A Baixa é<br />
o sol <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Letra José Vala Roberto<br />
Música José Vala Roberto<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
A Baixa conta uma história<br />
De Douradores e Fanqueiros<br />
E traz para a rua a Glória<br />
De um povo <strong>de</strong> marinheiros<br />
Cais das Colunas do Tejo<br />
Lança os braços num abraço<br />
E <strong>Lisboa</strong> abre o cortejo<br />
Dama do Terreiro do Paço<br />
Refrão<br />
A Baixa é o sol <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Cida<strong>de</strong> que conta uma história.<br />
Teatro do tempo que voa<br />
Paisagem da nossa memória<br />
A Baixa é a luz da cida<strong>de</strong><br />
É a tradição que perdura<br />
É Avenida em Liberda<strong>de</strong><br />
É vida, é cor e aventura<br />
Lua <strong>de</strong> Prata na Rua<br />
Rua do Ouro e <strong>de</strong> Sol<br />
A Baixa adormece nua<br />
E faz do Tejo o seu lençol<br />
É sobre a Augusta rua,<br />
Que o arco se abre ao Rio<br />
E com a Arte assim na rua,<br />
A Baixa beija o Rossio<br />
Refrão
32<br />
Marcha do Beato<br />
A arte em festa<br />
A arte está presente em cada rua do Beato, monumentos<br />
vários fazem a história estar presente e eclodir na mente<br />
<strong>de</strong> quem visita este bairro singelo, nobre <strong>de</strong> outros<br />
tempos, religioso como nenhum outro. É assim um<br />
qualquer passeio pelo Beato, bairro <strong>de</strong> raiz forte e bem<br />
marcada, festivo, belo, histórico, cheio <strong>de</strong> cariz popular<br />
aliado à presença histórica e intemporal. É toda esta<br />
mistura que está na origem do tema “A Arte em Festa”.<br />
Este ano é ano <strong>de</strong> festa ainda mais significativa, pois<br />
celebra-se 80 anos <strong>de</strong> marchas populares, 80 anos<br />
<strong>de</strong> festa, <strong>de</strong> lembrança do passado, <strong>de</strong> reviver séculos<br />
anteriores, festas anteriores, tradições populares,<br />
vivências seculares, utopias diversas, transformadas<br />
para o presente em festa, alegria, exuberância, luz e cor.<br />
Pegando nestes motivos todos <strong>de</strong> festivida<strong>de</strong>, colocando<br />
uma pitada <strong>de</strong> arte do nosso bairro, misturando brilho<br />
e cor, sem esquecer o condimento essencial da essencial<br />
música, pois música é festa, e claro, a música é arte, das<br />
maiores artes do planeta, logo… A arte vai entrar nesta<br />
festa popular, cheia <strong>de</strong> música e alegria, bem como todo<br />
este bairro que vai dançar, sorrir, bailar e acima <strong>de</strong> tudo,<br />
se divertir e divertir a nossa <strong>Lisboa</strong>.
Marcha Inédita 1<br />
Há festa<br />
no Beato<br />
Letra Paulo Valentim<br />
Música Paulo Valentim<br />
Arranjo musical Arménio <strong>de</strong> Melo<br />
Vejam lá bem quem chegou!<br />
A dançar com brio e graça,<br />
É o Beato que se afirmou<br />
A cantar a sua raça<br />
5 letras tem Beato,<br />
5 linhas <strong>de</strong> uma pauta,<br />
Faz-se arte, num retrato<br />
Ou no som <strong>de</strong> uma flauta<br />
Refrão<br />
Esta marcha vai<br />
Ai ai ai, ai ai ai<br />
Por <strong>Lisboa</strong> a cantar<br />
Ai, ai, ai, ai, ai, ai<br />
A sorrir e a dançar<br />
Ai, ai, ai, ai, ai, ai<br />
Por <strong>Lisboa</strong> e Portugal<br />
Nesta marcha há<br />
La la ri, la la la<br />
Gente feliz e contente<br />
La la la, la la la<br />
Anda vem marchar<br />
La la la, la la la<br />
Marchar com a gente<br />
O Beato está em festa.<br />
Pois a arte, é tradição<br />
Nesta noite, o que nos resta<br />
É dançar <strong>de</strong> mão em mão<br />
No ar beleza e requinte,<br />
Dançam no baile “au revoir”<br />
Mascarados, mais <strong>de</strong> vinte<br />
Quem sou eu? Ele quem será?<br />
Marcha Inédita 2<br />
A arte em festa<br />
Letra Paulo Valentim<br />
Música Paulo Valentim<br />
Arranjo musical Arménio <strong>de</strong> Melo<br />
Há neste bairro alegria,<br />
Anda música no ar<br />
Vêem pares em romaria,<br />
Quer <strong>de</strong> noite, quer <strong>de</strong> dia<br />
Para rir e gracejar<br />
Vem com arte bem antiga,<br />
Pelas mãos dum trovador,<br />
Qu’ao cantar esta cantiga<br />
Olhando uma rapariga,<br />
Enche o coração <strong>de</strong> amor<br />
Refrão<br />
Anda vem p’rá festa,<br />
Anda vem p’rá festa,<br />
Vem para <strong>Lisboa</strong><br />
E vem sem <strong>de</strong>mora<br />
Anda vem p’rá festa,<br />
Anda vem p’rá festa,<br />
Vem saltar, cantar<br />
P’la noite fora<br />
Entra nesta festa,<br />
Entra nesta festa,<br />
Dá-nos o teu braço<br />
E vem com a gente<br />
Entra nesta festa,<br />
Entra nesta festa,<br />
Dá cá um beijinho<br />
P’ra ficar contente<br />
Houve-se um Dó afinado,<br />
O Ré, o Mi e o Fá<br />
Mas o sol apaixonado,<br />
Lá canta p’rá lua um fado<br />
Que é em Si e não tem Lá<br />
Há um romance na rua,<br />
Que o tempo não esqueceu<br />
Conta a história minha e tua<br />
Que neste Tejo flutua<br />
Numa valsa <strong>de</strong> Orfeu<br />
Refrão<br />
Marcha do Beato 33<br />
Marcha<br />
Batam palmas<br />
ao Beato<br />
Letra Nuno Lopes<br />
Música Paulo Valentim<br />
Arranjo musical Sílvio Pleno<br />
Rainha das capitais<br />
Dos seus reis sempre imortais<br />
Primeiro, conquistador<br />
Tens a coroa mais formosa<br />
Tua história gloriosa<br />
Sempre lembrada<br />
Menina dos navegantes<br />
Tão criança como dantes<br />
Em Ceuta tiveste Glória<br />
Marés cheias <strong>de</strong> riqueza<br />
Para a nação portuguesa<br />
Que nos ficam na memória<br />
Refrão<br />
Batam palmas ao Beato<br />
Batam palmas a <strong>Lisboa</strong><br />
Batam palmas sem recato<br />
Que esta noite não perdoa<br />
Batam palmas sem <strong>de</strong>mora<br />
Pró antigo recordar<br />
Batam palmas pois é hora<br />
Vem pela avenida fora<br />
Stº António festejar<br />
Batam palmas <strong>de</strong> alegria<br />
Porque à luz <strong>de</strong> um novo dia<br />
Passa o Beato a cantar<br />
Conquistaste novos mundos<br />
Em oceanos profundos<br />
Vi Cruz <strong>de</strong> Cristo nas velas<br />
Enfrentaste o mar medonho<br />
Alimentado p’lo sonho<br />
Que norteou caravelas<br />
Com a graça <strong>de</strong> Jesus<br />
Passaram as naus Ormuz<br />
E a realeza sorriu<br />
Ergueste tantos padrões<br />
Conquistaste corações<br />
O quinto império surgiu<br />
Marcha do Beato Responsável Amílcar Mota Comissão Organizadora Amílcar Mota, Joaquim Ferreira, José Silva, Liliana Mota, Manuel Ma<strong>de</strong>ira, Marco Silva, Paula Mota<br />
Agua<strong>de</strong>iros João Sousa, José Dias, José Silva, Luís Ferreira Porta-Estandarte Daniela Mota Ensaiador José Nunes Figurinista Laura Alves Cenógrafo Marco Martins Cavalinho<br />
Instrumentos Clarinete Vera Teixeira, Sax-alto José Arranja, Trompete Ana Almeida, Fernando Fonseca, Trombone António Marques, Bombardino Tiago Lourenço, Tuba Mário<br />
Rocha, Caixa David Lourenço Madrinha Mónica Sofia Padrinho Quimbé Par <strong>de</strong> Mascotes Beatriz Dias, Martim Henriques Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Pedro Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Rute Martinho Marchantes Mulheres Alice Soares, Ana Cláudia Silva, Ana Rita Alves, Anabela Venâncio, Andreia Espiguinha, Andreia Marcelino, Carina Silva, Carla<br />
Henriques, Carla Silva, Diana Soares, Filipa Alves, Filomena Gomes, Inês Ribeiro, Isaura Fernan<strong>de</strong>s, Liliana Marques, Liliana Mota, Mafalda Oliveira, Marta Ferreira,<br />
Marta Pinheiro, Neusa Silva, Sara Leal, Susana Santos, Tânia Marques, Vânia Esteves Marchantes Homens Artur Costa, Bruno Baptista, Bruno Henriques, Bruno Nunes,<br />
Bruno Trinda<strong>de</strong>, Diogo Ferreira, Fábio Amaral, Fábio Gregório, Fábio Mota, Filipe Monteiro, João Martins, Jonathan Venâncio, Luís Nobre, Márcio Santos, Mário<br />
Fernan<strong>de</strong>s, Mário Ferreira, Nuno Esteves, Nuno Saraiva, Paulo Machado, Raul Rosa, Ruben Mota, Tiago Mota, Tiago Tomás, Wilson Morais
34<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Belém Monumental<br />
No limite oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, Belém é o bairro da capital<br />
alfacinha a ver o Sol <strong>de</strong>itado a seus pés, quando se per<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vista no horizonte do Tejo. A zona oci<strong>de</strong>ntal da cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, <strong>de</strong>limitada pelas ribeiras <strong>de</strong> Alcântara e Algés,<br />
foi habitada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos remotos. No reinado <strong>de</strong> D.<br />
Afonso III, informam-nos as inquirições que, na região,<br />
o povoamento permanecia disperso, sem qualquer<br />
localida<strong>de</strong> digna <strong>de</strong> relevo, vivendo as populações<br />
essencialmente do amanho da terra. A proximida<strong>de</strong><br />
do rio Tejo foi <strong>de</strong>terminante para o surgimento <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>s ribeirinhas e dai adveio o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma pequena al<strong>de</strong>ia: Restelo. No século XIV,<br />
os mouros abasteciam a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, partindo da<br />
praia do Restelo para as suas activida<strong>de</strong>s piscatórias.<br />
Foi também <strong>de</strong> Belém – praia do Restelo – que em pleno<br />
século XVI partiram as naus <strong>de</strong> Vasco da Gama para<br />
a Índia. Belém foi o berço dos <strong>de</strong>scobrimentos<br />
portugueses. Em pleno século XXI, a freguesia <strong>de</strong><br />
Belém, assume-se como um verda<strong>de</strong>iro pólo cultural<br />
e monumental da cida<strong>de</strong>. Os seus bonitos e cuidados<br />
jardins convidam a relaxar e a passar uma bela tar<strong>de</strong><br />
em família. Neste local po<strong>de</strong>mos admirar os seguintes<br />
monumentos: Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria (Mosteiro<br />
dos Jerónimos), Ermida do Restelo, Fábrica Nacional<br />
<strong>de</strong> Cordoaria, Torre <strong>de</strong> Belém, Central Tejo (Museu<br />
da Electricida<strong>de</strong>), Museu da Marinha, entre outros.<br />
São tantos os pólos <strong>de</strong> história existentes em Belém que<br />
se tornava fastidioso estar a enumera-los. Belém assume<br />
plenamente a sua vertente patrimonial e monumental<br />
<strong>de</strong> elevado interesse histórico. O tema da marcha foca os<br />
importantes monumentos que Belém nos oferece, muitos<br />
mais ficaram por mostrar. Enquanto o figurino rasga na<br />
nossa imaginação os tempos em que <strong>de</strong> Belém partiram<br />
aventureiros, os navegantes que <strong>de</strong>ram novos mundos<br />
ao mundo. As cores utilizadas são as da ban<strong>de</strong>ira da<br />
freguesia, azul e branco, simbolizando o céu e o mar,<br />
prata para o nosso Tejo e vermelho pelo sangue<br />
<strong>de</strong>rramado nas conquistas e verda<strong>de</strong>ira paixão na<br />
evangelização dos novos povos pela fé cristã (Cruz<br />
<strong>de</strong> Cristo). As senhoras assumem o papel <strong>de</strong> aias ou<br />
serviçais na corte <strong>de</strong> D. Manuel I, os homens dão-nos<br />
a conhecer a figura do Arauto, serviçal masculino,<br />
companheiro <strong>de</strong> caçadas ou simplesmente um<br />
confi<strong>de</strong>nte particular do seu amo.<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém Responsável José Caroço Comissão Organizadora Ana Rita Caroço, Augusto Castro, Carlos Alves, Carlos Leonel, João Martins, José Caroço, José Carvalho<br />
Agua<strong>de</strong>iros Ivo Reis, Jeferson Figueiredo, Pedro Castanheira, Vanice Costa Porta-Estandarte Carla Lourenço Ensaiadores Sandra Almeida, Humberto Veles Figurinista<br />
Hél<strong>de</strong>r Carlos Cenógrafo Hél<strong>de</strong>r Carlos Cavalinho Instrumentos Clarinete Eduardo Cano, Sax-alto Carlos Silva, Trompete José Cruz, Pedro Santana, Trombone José Vaz,<br />
Bombardino António Gonçalves, Tuba Miguel Soares, Caixa Guilherme Matos Madrinha Isabel Damata Padrinho Octávio <strong>de</strong> Matos Par <strong>de</strong> Mascotes Mafalda Costa, Ricardo<br />
Lopes Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Luísa Cândido, Manuel Fernan<strong>de</strong>s Marchantes Mulheres Alexandra Sousa, Ana Maria Teixeira, Ana Patrícia Franco, Ana Paula Freitas,<br />
Ana Raquel Nogueira, Ana Rita Ferreira, Anabela Costa, Andreia Vieira, Bruna Andra<strong>de</strong>, Carla Morais, Cátia Duque, Daniela Costa, Fabiana Gonçalves, Joana Morgado,<br />
Joana Nogueira, Joana Xisto, Liliana Monteiro, Maria Helena Neves, Nádia Rodrigues, Patrícia Marques, Sara Falcão, Soraia Dias, Tânia Freitas, Vera Ferreira Marchantes<br />
Homens Alberto Agra, Américo Martins, André Lopes, André Nogueira, António Nascimento, António Simões, Aurélio Freitas, Bruno Vieira, Carlos Martins, Dário<br />
Marreiros, Fábio Francisco, Fábio Santos, Hugo Laureano, Joaquim Nogueira, Leandro Richard, Luis Alves, Nuno Guerreiro, Ricardo Cunha, Ruben Ramos, Rui Galhoz,<br />
Tiago Lopes, Tiago Pacheco, Tiago Ribeiro, Valter Martins
Marcha Inédita 1<br />
Belém, jardim<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Beto Vales<br />
Música Beto Vales<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
Não és do fado rainha<br />
Mas és do fado menina<br />
Em Belém tens outro encanto<br />
Tens nas tuas tradições<br />
No luar <strong>de</strong> mil canções<br />
Á cida<strong>de</strong> e ao seu Tejo<br />
Vem daí, anda comigo<br />
Diz ao fado<br />
Que é menino<br />
E <strong>Lisboa</strong>, sua mãe<br />
Que é Belém encantado<br />
E aos pés do Tejo <strong>de</strong>itado<br />
Oh <strong>Lisboa</strong> ouve bem<br />
Refrão (bis)<br />
Olhai Belém,<br />
É a flor <strong>de</strong>ste jardim<br />
Olhai Belém,<br />
É o raiar da aurora<br />
Olhai Belém,<br />
<strong>Lisboa</strong> chora por ti<br />
Pois cida<strong>de</strong> sem jardim<br />
Não é <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> outrora<br />
Tu ao povo vens mostrar<br />
Monumentos <strong>de</strong> encantar<br />
Nosso mosteiro também<br />
Do padrão que foi erguido<br />
E para não ser esquecido<br />
A tua torre <strong>de</strong> Belém<br />
Neste bairro tão mo<strong>de</strong>sto<br />
On<strong>de</strong> se ouve, com gestos<br />
O pregão <strong>de</strong> uma varina<br />
És <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> sauda<strong>de</strong><br />
E on<strong>de</strong> mora a verda<strong>de</strong><br />
Numa das sete colinas<br />
Refrão (bis bis)<br />
Marcha Inédita 2<br />
Belém<br />
monumental<br />
Letra Leonel Nunes<br />
Música Leonel Nunes<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
É noite <strong>de</strong> Santo António<br />
Os bairros vão festejar<br />
Dar graças aos três santinhos<br />
E dançar, dançar, dançar<br />
Canta comigo <strong>Lisboa</strong><br />
E apregoa o manjerico<br />
Põe tua saia rodada<br />
Vem até <strong>de</strong> madrugada<br />
Dançar neste bailarico<br />
Refrão<br />
Nas minhas veias<br />
O que corre é <strong>Lisboa</strong><br />
Que vigia sobre a proa<br />
Em mar alto a navegar<br />
Que bem que fica<br />
De olhar posto na Bica<br />
Vem Alcântara e Marvila<br />
E o Castelo vem marchar<br />
Ai estes bairros<br />
Estes bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Santa Engrácia apregoa<br />
A Graça está a chegar!<br />
Começa a festa<br />
Esta noite, ninguém <strong>de</strong>ita<br />
Mouraria está à espreita<br />
Quer com Alfama dançar<br />
Quem lá vem, quem lá vem,<br />
quem lá vem<br />
Todos gritam! É a marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Olhai a marcha que <strong>Lisboa</strong> tem,<br />
É Belém, é Belém, é Belém!<br />
Quem lá vem, quem lá vem,<br />
quem lá vem<br />
Todos gritam! É a marcha <strong>de</strong> Belém<br />
Olhai a marcha que <strong>Lisboa</strong> tem,<br />
É Belém, é Belém, é Belém!<br />
Nesta noite <strong>de</strong> folia<br />
Vem <strong>de</strong> arquinho e balão<br />
Descer esta avenida<br />
Como manda a tradição<br />
São os bairros <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Abertos <strong>de</strong> par em par<br />
Oh <strong>Lisboa</strong> vem p’ra festa<br />
Oh <strong>Lisboa</strong> vem p’ra festa<br />
Que Belém vai a passar<br />
Refrão<br />
Marcha<br />
Belém<br />
enamorado<br />
Letra Beto Vales<br />
Música Beto Vales<br />
Arranjo musical Carlos Dionísio<br />
São altares <strong>de</strong> mil cantigas<br />
Na boca das raparigas<br />
É Belém a <strong>de</strong>sfilar<br />
Nesta marcha que se entoa<br />
Aqui vai toda a <strong>Lisboa</strong><br />
Na avenida a <strong>de</strong>sfilar<br />
Vem mostrar a toda a gente<br />
Que Belém não é diferente<br />
E que sabe bem marchar<br />
Anda daí alfacinha<br />
Traz a tua rapariga<br />
Com ela vem namorar<br />
Marcha <strong>de</strong> Belém 35<br />
Refrão<br />
Noites para amar<br />
Belém monumental<br />
Vem aqui mostrar as tradições<br />
O seu palácio altaneiro<br />
On<strong>de</strong> o sol brilha primeiro<br />
E a lua o vem beijar<br />
Roupa estendida à janela<br />
Faz lembrar a caravela<br />
Como velas que esvoaçam alto mar<br />
Noites para amar<br />
Belém monumental<br />
Vem aqui mostrar as tradições<br />
O seu palácio altaneiro<br />
On<strong>de</strong> o sol brilha primeiro<br />
E a lua o vem beijar<br />
Roupa estendida à janela<br />
Faz lembrar a caravela<br />
Como velas que esvoaçam alto mar<br />
Roupa estendida à janela<br />
Faz lembrar a caravela<br />
Como velas que esvoaçam alto mar<br />
Em tempos foi fidalguia<br />
Da caravela seguia<br />
E novos povos encontrar<br />
Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria<br />
Abençoada seria<br />
A partida para o mar<br />
Nobre povo conheceu<br />
E a cruz <strong>de</strong> Cristo ergueu<br />
Por terras <strong>de</strong> amor e sal<br />
Nobre marinheiro <strong>de</strong>scobriu<br />
E Belém assim se viu<br />
Sempre assim, monumental!<br />
Refrão
36<br />
Marcha da Bica<br />
Barquinho <strong>de</strong> papel<br />
O nosso bairro sempre viveu do rio e as nossas gentes<br />
sempre sonharam com as riquezas que esperavam <strong>de</strong>le.<br />
Como um sonho, todas as gentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> bairro <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
criança achavam que as suas vidas seriam levadas para<br />
o futuro com sucesso, como se <strong>de</strong> um barco <strong>de</strong> papel<br />
na margem do rio Tejo se tratasse. Tomámos este<br />
simbolismo como ponto <strong>de</strong> partida para uma nova aposta<br />
a nível temático, e também <strong>de</strong> consciência para os tempos<br />
<strong>de</strong> recessão que se vivem… Ligámos as nossas origens<br />
às vidas do mar e do nosso Tejo, ao sonho e ao simbolismo<br />
que um barco <strong>de</strong> papel po<strong>de</strong> ter nas mãos <strong>de</strong> uma<br />
criança. O simbolismo que, assim como <strong>de</strong> uma folha<br />
se faz um barco, do nada po<strong>de</strong>mos fazer tudo, basta que<br />
o nosso coração siga a nossa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar. Esta é<br />
uma marcha <strong>de</strong> esperança, com um tributo simbólico<br />
ao sonho e à simplicida<strong>de</strong> do povo do nosso bairro que<br />
utilizou sempre as suas próprias mãos para trabalhar…<br />
Marcha da Bica Responsável Pedro Duarte, Comissão Organizadora Diogo Silva, Fernando Duarte, Joaquim Gonçalves, Leonor Oliveira, Mário Monteiro, Nuno Monteiro, Rui<br />
Lobato, Sara Silva, Tiago Ferreira, Tiago Torres da Silva Agua<strong>de</strong>iros João Bouçadas, João Gentil, José Traquete, Vítor Serio Porta-Estandarte Alberto Mirradinho Ensaiador<br />
Américo Silva Figurinista Paulo Julião Cenógrafo Comissão Marcha Da Bica Cavalinho Instrumentos Clarinete Rogério Roque, Sax-alto Bruno Cantinho, Trompete Vitor<br />
Ilhéu, Trompete Hél<strong>de</strong>r Perdigão, Trombone Hél<strong>de</strong>r Rodrigues, Bombardino Rui Pereira, Tuba Pedro Sampaio, Caixa António Letras Madrinha Sofia Ribeiro Padrinho Tiago<br />
Torres da Silva Par <strong>de</strong> Mascotes Guilherme Jesus, Jessica Semedo Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente, Luis Magrinho, Estrela Barata Marchantes Mulheres Ana Catarina Monteiro,<br />
Ana Cristina Garcia, Ana Cristina Rosário, Ana Rita Nunes, Cláudia Luís, Diana Lobo, Diana Paulino, Erica Silva, Filomena Ferreira, Hélia Oliveira, Irina Faustino,<br />
Jessica Custodio, Joana Duarte, Liliana Costa, Maria Monteiro, Mónica Ramalho, Mónica Vaz, Olga Cruz, Patricia Gonçalves, Sandra Maia, Sandra Tavares, Solange<br />
Farinha, Soraia Semedo, Tânia Martins, Vera Baganha Marchantes Homens André Silva, Cláudio Alexandre, Diogo Silva, Edgar Tavares, Francisco Custodio, Fre<strong>de</strong>rico<br />
Moura, Gonçalo Cangalhas, Hugo Semedo, João Fernan<strong>de</strong>s, José Jesus, Lucas Teixeira, Luis Magrinho, Nuno Monteiro, Pedro Barbosa, Pedro Carvalho, Pedro Duarte,<br />
Ricardo Martins, Ricardo Con<strong>de</strong>, Ruben Silva, Rui Tavares, Tiago Jesus, Tiago Dinis, Tiago Ferreira, Virgílio Barata
Marcha Inédita 1<br />
O céu da bica<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Pedro Jóia<br />
Arranjo musical Luis Silva<br />
Quem conhece os bicaenses<br />
Descobre coisas do mar…<br />
São amanuenses<br />
Quase sem pertences<br />
A quem só resta sonhar<br />
Copiam dos seus avós<br />
A mais íntima lição<br />
E nunca estão sós<br />
Somos todos nós<br />
A sair p’rá rua com a tradição<br />
E vamos em frente,<br />
Para a nossa gente<br />
A marcha vai no coração<br />
Refrão<br />
Dêem-me um papel,<br />
Uma tesoura<br />
Um fio, um cor<strong>de</strong>l<br />
E a gente doura<br />
Quaisquer tristes sinas<br />
Qualquer má sorte<br />
Com mil purpurinas<br />
E um coração forte.<br />
Se não temos cheta<br />
Não há problema<br />
Também o poeta<br />
‘screve o poema<br />
Sem que uma moeda<br />
Lhe vá à mão<br />
E daqui não arreda<br />
Por amor à tradição<br />
Quem conhece a nossa gente<br />
Quer a Bica por mascote<br />
Reza São Vicente<br />
Vai contra a corrente<br />
E não há quem nos <strong>de</strong>rrote<br />
Mas sempre que a marcha sai<br />
Leva a alma <strong>de</strong> quem fica<br />
E sabe quem vai<br />
Que o santo é o pai<br />
Mas sabe que a mãe é quem se lhe<br />
Dedica<br />
Pela nossa mão<br />
Um sonho é um balão<br />
Que voa pelo céu da Bica<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
Barquinho<br />
<strong>de</strong> papel<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Pedro Jóia<br />
Arranjo musical Luis Silva<br />
Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />
Vai a entrar em <strong>Lisboa</strong><br />
Leva o anjo Gabriel<br />
À proa<br />
Foi feito por um menino<br />
Que ninguém sabe quem é<br />
O seu nome pequenino<br />
Apagou-o a maré<br />
Refrão<br />
Quando vê a Bica<br />
O barquinho fica<br />
Parado no rio<br />
Não quer ir em frente<br />
A ao ver esta gente<br />
Sente-se um navio<br />
Então a criança<br />
Faz uma aliança<br />
Com cada alfacinha<br />
E se o vir tristonho<br />
Vai buscar um sonho<br />
À nau on<strong>de</strong> vinha<br />
Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />
Que qualquer Manel fabrica<br />
Vem preso por um cor<strong>de</strong>l<br />
À Bica<br />
Mas se a maré o arrasta<br />
E o carrega adiante<br />
Sabemos que um sonho basta<br />
Para a alma <strong>de</strong> um marchante<br />
Refrão<br />
Um barquinho <strong>de</strong> papel<br />
Traz <strong>de</strong>senhado com luz<br />
O coração que o Manel<br />
Seduz<br />
E se o Tejo é o padrinho<br />
Quando o amor se anuncia<br />
Vai à proa do barquinho<br />
O Manel e a Maria<br />
Marcha da Bica 37<br />
Marcha<br />
É assim a bica<br />
Letra Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Brito<br />
Música Alves Coelho Filho<br />
Arranjo musical Luis Silva<br />
Hoje a marcha sai,<br />
Mas que reinação!<br />
Vem o bairro inteiro que eu já sei!<br />
Olha como vai,<br />
Cá o meu balão!<br />
Belo companheiro que arranjei!<br />
Quando a Bica tem<br />
Que mostrar quem é,<br />
Tem sempre alegria até ao fim.<br />
À rua não vem<br />
Quem lhe bata o pé,<br />
On<strong>de</strong> ela chegar é sempre assim!<br />
Refrão<br />
Que rica<br />
Que vai a Bica!<br />
Vai com tal graça e tem um certo<br />
não sei quê…<br />
Que linda<br />
Que é ela ainda!<br />
Por on<strong>de</strong> passa até alegra quem a vê!<br />
<strong>Lisboa</strong><br />
Hoje enfeitou-a:<br />
Fez <strong>de</strong>la agora um arraial <strong>de</strong> amor e fé.<br />
Foi posta<br />
Naquela encosta,<br />
Só quem lá mora é que conhece o<br />
que ela é!<br />
Olhem o meu balão<br />
Que o meu arco traz,<br />
É um arco-íris ao luar.<br />
Mas que reinação!<br />
Só ele é capaz<br />
De vir ao compasso a dar que dar!<br />
Dei ao meu amor<br />
Um pé <strong>de</strong> alecrim<br />
Com uma alcachofra que floriu.<br />
Quem não dá valor,<br />
A coisa assim,<br />
Se tem coração nunca o abriu!<br />
Refrão<br />
Rosas aos montões,<br />
Arcos e balões,<br />
Ai como ela fica um “Ai Jesus”!<br />
Eu ia apostar<br />
Que o próprio luar<br />
Até cá na Bica tem mais luz!<br />
Quem tem mal <strong>de</strong> amor,<br />
Seja lá qual for,<br />
Vá até à Bica <strong>de</strong>vagar.<br />
Mas cuidado, sim<br />
Que a Bica é assim,<br />
Po<strong>de</strong> qualquer dia lá ficar!<br />
Refrão
38<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong><br />
80 Anos <strong>de</strong> marchas populares “um sonho <strong>de</strong> futuro”<br />
Ao comemorarmos os 80 anos <strong>de</strong> Marchas Populares<br />
e em fase do cinzentismo a que a grave crise que o país<br />
atravessa obriga, só nos apetece gritar que há <strong>de</strong> haver<br />
vida para lá da crise. Que os portugueses, que sempre<br />
venceram os adamastores, hão-<strong>de</strong> também ser capazes<br />
<strong>de</strong> vencer a batalha que é a crise. E este patrocínio<br />
levou-nos a querer assumir a nossa fé num futuro<br />
mais risonho. Aqui o proclamamos vestindo o ver<strong>de</strong><br />
da esperança que esse futuro estava próximo. Foi esta<br />
a melhor forma que encontrámos <strong>de</strong> homenagear as<br />
<strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, nomeadamente no 80º aniversário<br />
das Marchas Populares.
Marcha Inédita 1<br />
Um sonho<br />
<strong>de</strong> futuro<br />
Letra Paulo César<br />
Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
De quantos sonhos se faz uma vida<br />
Tornando sempre ao ponto <strong>de</strong> partida?<br />
Com quantas vidas se pratica o sonho<br />
Pedindo sempre futuro mais risonho<br />
Refrão<br />
É marchar, minha gente<br />
É sonhar mais à frente<br />
Tristeza já lá vai<br />
É cantar, minha gente<br />
Levantar <strong>de</strong> repente<br />
Porque um sonho não cai, não cai<br />
É gritar, minha gente<br />
É lutar sempre em frente<br />
E ir até ao fim<br />
É sonhar, é marchar<br />
Minha gente livremente<br />
Por ti, por mim<br />
Por toda a gente!...<br />
De quantas rimas se faz um poema<br />
Mudando sempre para outro novo tema<br />
De quantas almas se constrói um povo<br />
Teimando sempre viver um sonho novo<br />
Marcha Inédita 2<br />
À volta<br />
do sonho<br />
Letra Paulo César<br />
Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
O sonho comanda a vida<br />
E à partida sonhamos acordados<br />
O sonho empurra a sina<br />
E em seguida já ‘stamos <strong>de</strong>spertados<br />
Refrão<br />
À volta do sonho brincamos<br />
folguedos<br />
À volta da vida soltamos os medos<br />
Sonhamos futuro, jogamos, lutamos<br />
passado<br />
Qual povo maduro, cantamos,<br />
rezamos um fado<br />
Negamos tristeza, andamos em<br />
frente<br />
À volta dum sonho risonho, em<br />
forma <strong>de</strong> gente<br />
À volta da vida calamos, logramos<br />
as dores<br />
P’ra logo em seguida levar <strong>de</strong><br />
vencida os tais”Adamastores”<br />
O sonho <strong>de</strong>sperta a sorte e à partida<br />
Nascemos malfadados<br />
O sonho aponta o norte<br />
E em seguida ficamos libertados<br />
Refrão<br />
Outrora em sonhos profundos<br />
Vogámos, traçámos perfis<br />
Agora, rumando outros mundos<br />
Com esperança buscamos<br />
Achar novos Brasis<br />
À volta da vida…<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong> 39<br />
Marcha<br />
A nossa<br />
marcha é linda<br />
Letra Paulo César<br />
Música António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
Arranjo musical António Re<strong>de</strong>s Cruz<br />
Procurarei pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Essa tal tradição<br />
Que me dizem andar muito afastada<br />
E fugida da circulação<br />
Corri os bairros a procurar à toa<br />
Mas afinal eu <strong>de</strong>scobri então<br />
Que ela está bem instalada<br />
Na raiz do nosso coração<br />
Refrão<br />
A nossa marcha é linda<br />
É o grito popular<br />
E toda a gente se agita<br />
Campoli<strong>de</strong> vai passar<br />
A nossa marcha é linda<br />
Grita a malta com vonta<strong>de</strong><br />
Ao <strong>de</strong>scer essa Avenida<br />
Que se chama Liberda<strong>de</strong><br />
Há <strong>de</strong>ntro do peito<br />
Um sonho a <strong>de</strong>spontar<br />
Que viva o nosso bairro<br />
Que este ano vai ganhar<br />
Assim <strong>de</strong>sse jeito<br />
Campoli<strong>de</strong> vem frisar<br />
Que tem também direito<br />
De sonhar<br />
Procurei p’las tais sete colinas<br />
Essa tal alegria<br />
Que me dizem andar muito arredada<br />
Escondida na renovação<br />
E nem ardinas, nem vozes <strong>de</strong> varinas<br />
Nem o passado da tua fantasia<br />
Não <strong>de</strong>ixaram apagada<br />
A fogueira da nossa tradição<br />
Refrão<br />
A nossa marcha é linda<br />
A nossa marcha é linda!<br />
Marcha <strong>de</strong> Campoli<strong>de</strong> Responsáveis Nuno Conceição, Paulo César Comissão Organizadora Jorge Marcelo, José Santos, José Valente, Maria Adriana Santos, Nuno Conceição, Nuno<br />
Santos Agua<strong>de</strong>iros Carlos Martins, Fre<strong>de</strong>rico Fonseca, Ricardo Rodrigues, Tiago Car<strong>de</strong>lha Porta-Estandarte Nuno Conceição, Ensaiador Paulo César Figurinista Nuno<br />
Galamba Cenógrafo Nuno Galamba Cavalinho Instrumentos Clarinete Luís Miguel, Sax-alto Pedro Miguel, Trompete Hél<strong>de</strong>r Lopes, Rui Veiga, Trombone Luís Castelhano,<br />
Bombardino Nuno Arraiano, Tuba Vítor Manso, Caixa Pedro Silva Madrinha Sara Barradas Padrinho José Raposo Par <strong>de</strong> Mascotes Beatriz Lourenço, Rafael Martins Par <strong>de</strong><br />
Marchantes Suplente Ana Nave, Paulo Rodrigues Marchantes Mulheres Ana Paula Leitão, Ana Paula Mendonça, Ana Paula Rodrigues, Ana Sofia Silva, Andreia Nunes,<br />
Andreia Oliveira, Carla Gonçalves, Carla Quaresma, Cláudia Miranda, Cláudia Rodrigues, Cristina Esteves, Daniela Sousa, Deolinda Sousa, Diana Oliveira, Filipa<br />
Dinis, Liliana Moura, Lúcia Leitão, Maria Lur<strong>de</strong>s Rodrigues, Marta Alves, Marta Batista, Sara Nunes, Sónia Antunes, Soraia Vicente, Vanessa Sousa Marchantes Homens<br />
Adalberto Monteiro, Adolfo Albuquerque, António Cavalheiro, António Marcelo, António Vicente, David Nunes, Fábio Rodrigues, Filipe Sousa, Hugo Barreto, João Rosa,<br />
Luís Coelho, Luís Loureiro, Marcelo Coelho, Micael Marques, Miguel Landin, Octávio Jorge, Pedro Sousa, Ricardo Dória, Ruben Rosa, Sandro Antunes, Sérgio Nunes,<br />
Tiago Antunes, Vítor Rodrigues, Vítor Tavares
40<br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
Da seara se faz pão<br />
A Socieda<strong>de</strong> Dramática <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>/Teatro <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
vai mais uma vez organizar a Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>,<br />
trazendo à memória, os lugares, as pessoas, os costumes.<br />
Os locais que conhecemos pertencem às gentes, às casas,<br />
aos caminhos, aos campos. Vale a pena recordar <strong>Lisboa</strong><br />
dos bairros antigos, o que esta foi, o que foram as vidas<br />
dos moradores, que com esforço <strong>de</strong>ram, ao longo dos<br />
tempos, energia e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir sempre mais além.<br />
No “sítio <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>”, na sua maioria quintas on<strong>de</strong><br />
se cultivavam cereais, as famílias resi<strong>de</strong>ntes viviam da<br />
agricultura, como <strong>de</strong>monstram os silos no Largo do Jogo<br />
da Bola. Era o povo que produzia para ganhar o pão<br />
<strong>de</strong> cada dia. E da farinha se faz pão... mas antes muita<br />
coisa aconteceu. Carni<strong>de</strong> tem vaida<strong>de</strong> em suas lendas,<br />
que o povo não se cansa <strong>de</strong> lembrar! A semente é lançada<br />
à terra, vai crescendo e ao atingir a sua plenitu<strong>de</strong>, dá-nos<br />
uma visão espectacular. É lindo ver uma seara<br />
balanceando ao sabor do vento como o mar; num campo<br />
<strong>de</strong> cereais, o colorido que fica ganha uma outra beleza.<br />
Quando chega o Outono, vai ser colhido o grão… Cheira<br />
a trigo no campo, dança com o vento o luar, a bela espiga<br />
dourada está ao relento a bailar. O raiar do dia ainda vem<br />
longe, mas em Carni<strong>de</strong> o cheiro do pão acabado <strong>de</strong> sair<br />
do forno <strong>de</strong>sperta o palato dos admiradores. Na hora<br />
<strong>de</strong> se colher a espiga, todos se juntam. Toca-se e dança-se<br />
a marcha até ao entar<strong>de</strong>cer mágico e poético. O regresso,<br />
sem preocupações, faz-se quando calha porque na<br />
manhã seguinte recomeça a vida <strong>de</strong> todos os dias<br />
e <strong>de</strong> todos os anos. Carni<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfila abençoada pelo<br />
Santo, relembrando os pa<strong>de</strong>iros e forneiros, que na<br />
sua arte fazem pão, mantendo a tradição.
Marcha Inédita 1<br />
Da seara<br />
se faz pão<br />
Letra Ana Cristina Pereira<br />
Música J.D. Almeida<br />
Arranjo musical J.D. Almeida<br />
Cheira a trigo no campo,<br />
Dança c’o vento o luar.<br />
A bela espiga doirada<br />
Está ao relento a bailar.<br />
Doirada vai a ceifeira,<br />
Faz o grão saltar da ’spiga.<br />
O moinho a moer<br />
Inspira bela cantiga.<br />
Desperta, coração!<br />
Já chegou a farinha!<br />
É fina! Mete a mão!<br />
El’ é tão branquinha!<br />
Refrão<br />
«Quem quer comprar!<br />
Quem quer comprar!»<br />
Ouve o Bairro Padre Cruz!<br />
Da Horta Nova a Carni<strong>de</strong>,<br />
No caminho até à Luz.<br />
«É pão quentinho,<br />
Traz o saquinho!»<br />
Da seara se faz pão.<br />
Logo bem cedo, pela manhã,<br />
Ouve <strong>Lisboa</strong> o pregão!<br />
Baila a seara ao sol,<br />
Baila <strong>de</strong> noite e <strong>de</strong> dia.<br />
Baila a Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong><br />
A mostrar sua alegria!<br />
Em noite <strong>de</strong> Santo António<br />
Lá vai Carni<strong>de</strong> por <strong>Lisboa</strong>.<br />
Vai mostrar a bela espiga,<br />
Que o Santo não perdoa!<br />
Desperta, coração!<br />
Carni<strong>de</strong> é gente boa!<br />
Desfila com paixão<br />
Pr’animar <strong>Lisboa</strong>!<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
O pão que<br />
carni<strong>de</strong> honrou<br />
Letra Ana Cristina Pereira<br />
Música J.D. Almeida<br />
Arranjo musical J.D. Almeida<br />
Carni<strong>de</strong> tem vaida<strong>de</strong> em suas lendas<br />
Qu’o povo não se cansa <strong>de</strong> lembrar.<br />
Relata orgulhoso, sem contendas,<br />
Com gotas <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> no olhar.<br />
De branco, espiga e oiro, bem vestida,<br />
Vem do pão aqui hoje fazer ‘stória<br />
A Marcha a <strong>de</strong>sfilar na avenida,<br />
Trazendo o pa<strong>de</strong>iro na memória.<br />
Amassa-o bem! Meu bem, amassa o pão!<br />
Faz-me refém, meu bem, do coração!<br />
Amassa-o bem! Meu bem, amassa o pão!<br />
Faz-me refém, meu bem, do coração!<br />
Refrão<br />
Molda a rigor! O pão já levedou!<br />
Mete-o na pá, ‘stá pronto a cozer.<br />
O pão fresquinho, que Carni<strong>de</strong><br />
honrou,<br />
É a alegria dos que o vão comer.<br />
Tira do forno! Trabalho <strong>de</strong> valor!<br />
Maneja a pá… maneja com cuidado!<br />
A noite é fria, mas aqui há calor.<br />
O pão ’stá bom! Tem cor… já ‘stá<br />
corado!<br />
Quem pasma ao ver o branco do pa<strong>de</strong>iro<br />
Pois o pão <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> não conhece,<br />
Encanta-se ao po<strong>de</strong>r sentir-lhe o cheiro<br />
E <strong>de</strong>ste belo pão já não se ‘squece.<br />
A moça, branco e oiro, tão prendada,<br />
Que ao forno acen<strong>de</strong>u seu coração,<br />
Desfila, pelo Santo abençoada,<br />
Nos braços do pa<strong>de</strong>iro, com paixão.<br />
Aquece-o bem, meu bem! Aquece o forno!<br />
Pois não convém, meu bem, que fique<br />
morno!<br />
Aquece-o bem, meu bem! Aquece o forno!<br />
Pois não convém, meu bem, que fique<br />
morno!<br />
Refrão<br />
Marcha<br />
Marcha<br />
<strong>de</strong> carni<strong>de</strong><br />
Letra José Mário Branco<br />
Música José Mário Branco<br />
Arranjo musical Daniel Duarte<br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> 41<br />
Refrão<br />
Carni<strong>de</strong> nasceu<br />
Quando a fonte milagrosa <strong>de</strong>u à luz<br />
Nossa senhora <strong>de</strong>u<br />
Carni<strong>de</strong> a quem escolheu matar a<br />
se<strong>de</strong> na Estrada da Luz<br />
E a luz não se apagou<br />
Porque o povo <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> não<br />
<strong>de</strong>ixou<br />
Nossa Senhora faz, com que eu seja<br />
capaz<br />
De ver a estrada que vai dar à luz<br />
Ao passar a Rua das Parreiras<br />
Há quem bata palmas às palmeiras<br />
E perto do Malvar<br />
Po<strong>de</strong>m-se ver jogar os inglesinhos ao sair<br />
da escola<br />
Até Benfica lhes esten<strong>de</strong>u a asa<br />
E vem à Luz p’ra se sentir em casa<br />
E o fontanário tem a marca <strong>de</strong> Belém<br />
É o paraíso do Jogo da Bola<br />
Refrão<br />
Entre os muros da Velha Azinhaga<br />
A paisagem é <strong>de</strong> quem a paga<br />
Mas o andar mo<strong>de</strong>lo escon<strong>de</strong>u o Bacelo<br />
Dos cerejais <strong>de</strong> quem os procura<br />
É no Chafariz das Pimenteiras<br />
Que se bebe à saú<strong>de</strong> das freiras<br />
E quando há feira os ratas vão pró colégio<br />
<strong>de</strong> gatas<br />
Dar um tirinho na fartura<br />
Marcha <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong> Responsável Luís Filipe Guerreiro Comissão Organizadora Ana Cristina Pereira, Luis Filipe Guerreiro, Maria <strong>de</strong> Fátima Monteiro, Maria Diógenes, Rita<br />
Martins, Teresa Martins, Virgínia Pinto Agua<strong>de</strong>iros Ana Rita Silva, Henrique Cruz, Miguel Vieira, Patrícia Saraiva Porta-Estandarte Paula Granja Ensaiadores Arcanjo<br />
Ratibo, Miguel Ribeiro Figurinista Nav Cenógrafos João Baptista, Nuno Theias Cavalinho Instrumentos Clarinete Duarte Fonseca, Sax-alto Alexandre Geirinhas, Trompete<br />
Ricardo Reis, Jorge Monteiro, Trombone Bruno Lopes, Bombardino Manuel Ribeiro, Tuba Bruno Frazão, Caixa Carlos Lopes Madrinha Mané Ribeiro Padrinho Francisco<br />
Arraiol Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Maria Elisa Ferreira, Luis Pereira Marchantes Mulheres Ana Catarina Taborda, Ana Conceição Carvalho, Ana Cristina Pestana, Ana<br />
Filipa Veiga, Ana Susana Botas, Andrea Alexandre, Ângela Fins, Carla Azevedo, Carla Duarte, Cristina Noronha, Denise Miranda, Elsa Teixeira, Fabiana Cruz, Graciete<br />
Cardinale, Helena Veiga, Isabel Abreu, Mafalda Lourenço, Maria José Prata, Maura Cardinale, Olga Picado, Sandra Ferreira, Susana Nogueira, Susana Soudo, Vera<br />
Santos Marchantes Homens André Graça, Carlos Laranjo, David Taborda, Diogo Polidoro, Fábio Ferreira, Edgar Susano, João Ferreira, José Pombo, Luís Covas, Mauro<br />
Dias, Pedro Neves, Pedro Vidas, Ricardo Almeida, Ricardo Cruz, Ricardo Rodrigues, Ricardo Santos, Rodrigo Castanheira, Ruben Castanheira, Ruben Marote, Ruben<br />
Santos, Rui Antunes, Tiago Castanheira, Tiago Fernando, Vítor Gomes<br />
Refrão
42<br />
Marcha do Castelo<br />
Memórias do Castelo<br />
Situado numa das colinas mais altas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, num local<br />
aprazível sobranceiro ao Tejo, ergue-se o Castelo <strong>de</strong> São<br />
Jorge, imponente e altivo, forte e seguro, assim foi<br />
durante mais <strong>de</strong> trinta séculos da nossa mais que<br />
orgulhosa História <strong>de</strong> Portugal. Berço da nação lisboeta,<br />
foi ocupado por inúmeros povos que o usaram como<br />
talismã em batalhas e conquistas, mas foi pelas mãos<br />
do “conquistador” que assentou <strong>de</strong>finitivamente em<br />
nome <strong>de</strong> Portugal e dos bravos guerreiros lusos. E é em<br />
homenagem a um passado rico em história, que este<br />
ano recordamos em gesto <strong>de</strong> tema da nossa marcha<br />
as “Memórias do Castelo”. Inspirados por tão gran<strong>de</strong>s<br />
nomes da história, tivemos em D. Afonso Henriques<br />
e nos seus bravos soldados, a época mais marcante<br />
do nosso castelo, épica foi a conquista aos mouros, mas<br />
prestigiosa para os nossos homens. A conquista ficou<br />
célebre nos anais da história pela morosida<strong>de</strong> do cerco<br />
<strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> em tomar o Castelo, que imponente<br />
se erguia no topo, e contou com a ajuda da Segunda<br />
Cruzada que se dirigia para a Terra Santa para mais uma<br />
ofensiva contra os árabes. A lenda que com o tempo se<br />
gerou em torno da conquista <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, enaltece em<br />
particular a proeza <strong>de</strong> um nobre cavaleiro <strong>de</strong> D. Afonso<br />
Henriques, Martim Moniz, que percebendo que<br />
os mouros fechavam a porta do Castelo, a fraqueou,<br />
permitindo assim a entrada dos cristãos no último reduto<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Des<strong>de</strong> então, passou a <strong>de</strong>signar-se por “Porta<br />
do Moniz”, aquela que permitiu a vitória a D. Afonso<br />
Henriques e que se situa junto à Praça Nova. Porém,<br />
o nosso intemporal Castelo passou por inúmeras<br />
transformações até aos nossos dias, e como não po<strong>de</strong>ria<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar, a origem do nome como<br />
é conhecido o nosso “Castelo São Jorge”, baseia-se<br />
em algo facilmente suportado e justificado. Ora<br />
vejamos: reza a história que São Jorge foi soldado, santo<br />
e mártir, e que entre muitos outros inimigos, enfrentou<br />
e subjugou um dragão. Na capital, o castelo que lhe<br />
herdou o nome é feito da mesma fibra. Abrigou mouros<br />
e cristãos, sobreviveu a guerras e a terramotos e foi<br />
palco <strong>de</strong> sucessões e conquistas. Hoje o cenário é o<br />
mesmo, os espectáculos é que são outros, substituímos<br />
as guerras e lutas pela festivida<strong>de</strong> e alegria da nossa<br />
marcha popular, pousámos as armas e pegámos nos<br />
arcos, e abrigámos os nossos garbosos marchantes para<br />
servir esta causa lisboeta. Em nome das gentes <strong>de</strong>ste<br />
bairro tudo faremos para voltarmos às conquistas<br />
e vencermos esta competição saudável e bela, sempre<br />
com um sorriso no rosto. Viva <strong>Lisboa</strong>, viva o Castelo!
Marcha Inédita 1<br />
Brisa <strong>de</strong><br />
História,<br />
o Castelo…<br />
Letra Maria José Praça<br />
Música Filipe Neves<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Vestes arcos e balões<br />
Com asas <strong>de</strong> manjericos<br />
E no voar <strong>de</strong> dois corvos<br />
Delegas cores nos seus bicos<br />
Refrão<br />
Na brisa da tua história<br />
Há sementes d’outras eras<br />
D’elas nasceram os bairros<br />
D’esta <strong>Lisboa</strong> em quimeras<br />
Castelo arco do céu<br />
Lavraste sete colinas<br />
Pai <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>-do-Tejo<br />
Com velas d’ouro bolinas<br />
Ameias <strong>de</strong> lua cheia<br />
Largam olhares a brilhar<br />
E em marés d’ondas rasgadas<br />
Descem na marcha a bailar…<br />
Marcha Inédita 2<br />
Castelo<br />
d’asas Ao Céu…<br />
Letra Maria José Praça<br />
Música Filipe Neves<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Na cerca da sua cinta<br />
Aperta-se um avental<br />
Que em telhados e escadinhas<br />
Vai <strong>de</strong>scendo em arraial<br />
E leva um fado peregrino<br />
Que é do povo e aqui nasceu<br />
Coberto com manjericos<br />
Em manto que um rei lhe <strong>de</strong>u<br />
Refrão<br />
Gaivotas rasgam ameias<br />
Levam o Castelo em asas<br />
E entre o Sol e a Lua Cheia<br />
O Tejo sulca as muralhas<br />
Tecido em cantares à vela<br />
Com bordados <strong>de</strong> fogueiras<br />
O Castelo em voz d’estrelas<br />
Luz em gritos <strong>de</strong> can<strong>de</strong>ias…<br />
Refrão<br />
Marcha do Castelo 43<br />
Marcha<br />
Marcha Nova<br />
do Castelo (1950)<br />
Letra Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Brito<br />
Música Raul Ferrão<br />
Arranjo musical José Silva<br />
Castelo, facho <strong>de</strong> luz<br />
Guião do país mais belo,<br />
Castelo <strong>de</strong> Santa Cruz<br />
De Santa Cruz do Castelo.<br />
Muralha sempre <strong>de</strong> pé<br />
Sentinela da cida<strong>de</strong>,<br />
São Jorge te fez até,<br />
Por amor, por carida<strong>de</strong>,<br />
Guardião da nossa fé.<br />
Refrão<br />
Castelo dos reis,<br />
Dos bons, dos fiéis,<br />
Heróicos às vezes.<br />
Dos nossos irmãos<br />
Dos moiros cristãos<br />
Também portugueses.<br />
Muralha maior<br />
Que sabes <strong>de</strong> cor<br />
A história da gente.<br />
Silêncio, escutai,<br />
Que a marcha aqui vai<br />
Garrida e contente.<br />
São Jorge das procissões,<br />
Tu és <strong>de</strong> ferro pesado<br />
E sabes que há corações<br />
Que são <strong>de</strong> ferro forjado.<br />
Eu trago aqui um balão<br />
Tão bonito e tão esquecido,<br />
Castelo duma ilusão<br />
Dum rei que anda aí fugido.<br />
Talvez noutro coração.<br />
Marcha do Castelo Responsável Pedro Fonseca Comissão Organizadora Ana Raquel Fonseca, Pedro Fonseca Agua<strong>de</strong>iros Carlos Rodrigues, Hugo Araújo, Nuno Fernan<strong>de</strong>s, Paula<br />
Rodrigues Porta-Estandarte Urbano Silva Ensaiadora Ana Raquel Figurinista Rita Pereira Cenógrafos João Dourado, José Ferrão Cavalinho Instrumentos Clarinete Patrícia<br />
Antunes, Sax-alto Raimundo Semedo, Trompete José Silva, David Varela, Trombone João Duarte, Bombardino Alexandre Mósca, Tuba Henrique Costa, Caixa Ana Oliveira<br />
Madrinha Chiquita Padrinho Joaquim Bastinhas Par <strong>de</strong> Mascotes Leonor Santos, Rui Castro Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Paulo Ferreira, Sílvia Duarte Marchantes Mulheres<br />
Alice Palmela, Ana Henriques, Ana Lourenço, Anabela Gomes, Carla Dias, Carla Lopes, Catarina Mártires, Cristina Botelho, Ilda Vieira, Iolanda Matos, Irene Cardoso,<br />
Joana Duarte, Kelly Laranjeira, Paula Duarte, Paula Oliveira, Rita Viegas, Rute Ferrão, Sandra Duarte, Sandra Filipe, Sónia Mártires, Susana Bento, Tânia Rodrigues,<br />
Tatiana Adão, Tatiana Barros Marchantes Homens António Vieira, Bruno Afonso, Bruno Sousa, Cláudio Duarte, Cláudio Ventura, Diogo Soares, João Gomes, Jorge Simões,<br />
José Araújo, José Santos, Júlio Filipe, Luís Subtil, Marco Oliveira, Miguel Carmo, Nelson Antunes, Nelson Silva, Paulo Santos, Ricardo Graça, Ricardo Men<strong>de</strong>s, Ruben<br />
Costa, Ruben Fonseca, Rui Gaspar, Rui Lopes, Tiago Ramos
44<br />
Marcha da Graça<br />
Pátios e vilas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Não há registo histórico do aparecimento dos primeiros<br />
pátios em <strong>Lisboa</strong>, mas sabe-se terem origem na<br />
civilização Árabe. No séc. XII, aquando da conquista <strong>de</strong><br />
<strong>Lisboa</strong>, os pátios são transformados em quintas. O pátio<br />
medieval é um sucedâneo do pátio árabe, mantém os<br />
mesmos traços físico urbanísticos e os mesmos propósitos<br />
sócio comunitários, sendo as quintas e hortas <strong>de</strong> novo<br />
transformados em pátios. Da Graça que cresceu do século<br />
XV até ao terramoto, quase nada ficou. Das primitivas<br />
construções apenas se mantém o grandioso Convento<br />
dos Agostinhos, situado no Largo da Graça. Bairro com<br />
personalida<strong>de</strong>, a Graça dos nossos dias po<strong>de</strong>ria tipificarse<br />
como um bairro operário, em que os velhos palácios<br />
ce<strong>de</strong>ram lugar às vilas habitadas por uma população<br />
laboriosa. É o caso da Vila Sousa, erguida sobre as ruínas<br />
do antigo palácio <strong>de</strong> Val <strong>de</strong> Reis. O antigo Palácio dos<br />
Abrolhos, uma das velhas glórias da Graça, ce<strong>de</strong>u lugar<br />
a um prédio <strong>de</strong> habitação que se ergue ao lado da Escola<br />
Oficina n.º 1. O bairro operário construído em 1891,<br />
no Vale <strong>de</strong> Santo António, o bairro Ermida datado <strong>de</strong> 1911,<br />
o bairro Estrela d’Ouro <strong>de</strong> 1905, são exemplos da nova<br />
função <strong>de</strong> um bairro próprio <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, cujas raízes<br />
mergulham na própria fundação da nacionalida<strong>de</strong><br />
Portuguesa. É neste século que a <strong>de</strong>vida importância é<br />
dada aos pátios como espaço social importante no meio<br />
arquitetónico português, eles são feitos <strong>de</strong> figuras reais,<br />
<strong>de</strong> tristezas e alegrias à semelhança <strong>de</strong> quem os habita,<br />
mas é, enfim, na alegria que se potencia todo o valor<br />
<strong>de</strong>stes organismos vivos. Com o fim <strong>de</strong> homenagear todos<br />
os que contribuiram para o carisma especial que envolve<br />
este bairro com as características que contrastam com<br />
a socieda<strong>de</strong> altamente individualista em que vivemos,<br />
vimos recordar o sentimento <strong>de</strong> vizinho, que se<br />
confundia com o <strong>de</strong> família e o sentido <strong>de</strong> entreajuda,<br />
respeito e humanida<strong>de</strong>.<br />
Marcha da Graça Responsável Luís Andra<strong>de</strong> Comissão Organizadora António Melo, Fernando Horácio, Luís Andra<strong>de</strong>, Manuel Matos, Nuno Henriques, Vasco Cruz Agua<strong>de</strong>iros<br />
António Fernan<strong>de</strong>s, Bruno Ventura, Carla Ferrão, José Martins Porta-Estandarte Diana Andra<strong>de</strong> Ensaiador Paulo Julião, Figurinista Paulo Julião Cenógrafo Paulo Julião<br />
Cavalinho Instrumentos Clarinete Bruno Leitão, Sax-alto António Cleito, Trompete Vasco Santos, Alexandre Simões, Trombone Rodolfo Valentino, Bombardino Luís Silva, Tuba<br />
Marco Spaciba, Caixa Luís Orlando Madrinha Carla Andrino Padrinho Pedro Granger Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Margarida Nunes, Telmo Borrego Marchantes<br />
Mulheres Ana Catarina Fornelos, Ana Raquel Andra<strong>de</strong>, Andreia Pacheco, Carina Carreira, Carla Araújo, Constância Men<strong>de</strong>s, Inês Baleizão, Joana Dinis, Liliana Morais,<br />
Lúcia Silva, Maria Lúcia Morais, Maria Miguel Simões, Maria Nunes, Mariana Salgueiro, Marta Silva, Marta Sirgado, Mónica Ramirão, Nádia Cerqueira, Tânia Maia,<br />
Tatiana Moreno, Teresa Santos, Vanessa Cardoso, Vanessa Figueiredo, Vera Lemos Marchantes Homens António Melo, António Silva, Carlos Jesus, Carlos Marques, Carlos<br />
Rosa, Diogo Ventura, Fernando Rosa, Filipe Coelho, Hugo Costa, Luís Andra<strong>de</strong>, Luís Rosa, Mauro Morais, Miguel Pereira, Nelson Paulino, Nuno Costa, Nuno Henriques,<br />
Nuno Pereira, Paulo Silva, Ricardo Pereira, Rui Reimão, Tiago Correia, Tiago Men<strong>de</strong>s, Vitor Batista, Vitor Rodrigues
Marcha Inédita 1<br />
Abram as<br />
janelas<br />
Letra Paulo Julião<br />
Música Paulo Julião<br />
Arranjo musical José Martins<br />
A Graça acorda com o fado<br />
Na rua já se ouvem raparigas<br />
Que rezam pelo dia abençoado<br />
Das suas preces alegrias<br />
Os pátios e as vilas enfeitadas<br />
Janelas fantasias <strong>de</strong> mil cores<br />
Há estrelas no céu <strong>de</strong>senhadas<br />
Pelo padroeiro, o santinho, dos amores<br />
Refrão<br />
Abram as janelas<br />
Para ver passar<br />
Esta nossa marcha<br />
No pátio a cantar<br />
Tragam manjericos<br />
Ponham ao luar<br />
Que dos namoricos<br />
O santo nos vai casar<br />
E no beco há bailarico<br />
Casalinhos a dançar<br />
Vem na brinca<strong>de</strong>ira<br />
Pela noite inteira<br />
Que hoje a noite é para marchar<br />
O miradouro fica aqui ao lado<br />
Moldura dos terraços e das vilas<br />
O eléctrico à frente <strong>de</strong>senhado<br />
Em tela <strong>de</strong> pintor sobre as colinas<br />
Gaiolas nas varandas penduradas<br />
Ao lado a roupa já estendida<br />
Pelos vidros entrelaçadas<br />
Vêm-se as cortinas, que são histórias, <strong>de</strong><br />
uma vida<br />
Marcha Inédita 2<br />
<strong>Lisboa</strong> não<br />
quer casar<br />
Letra Paulo Julião<br />
Música Paulo Julião<br />
Arranjo musical José Martins<br />
O bairro já se encontra a namorar<br />
<strong>Lisboa</strong> tão vaidosa e fugidia<br />
E que não quer a graça para seu par<br />
Porque quer dançar até ser dia<br />
Mas um amor antigo não se esquece<br />
<strong>Lisboa</strong> nunca quis mesmo casar<br />
Quer ser solteira para todo o sempre<br />
Para nos santos vários bairros namorar<br />
Refrão<br />
Há corações e há balões pelo ar<br />
Há marchas a <strong>de</strong>sfilar<br />
Querem <strong>Lisboa</strong> casar<br />
Há corações, em noite <strong>de</strong> emoção<br />
Há bailes e reinação<br />
<strong>Lisboa</strong> sempre a cantar<br />
A marcha passa, vaidosa<br />
engalanada<br />
Quer ser a mais <strong>de</strong>sejada<br />
Mas a cida<strong>de</strong> não sente<br />
Com a sua graça, a <strong>de</strong>sfilar a rigor<br />
Provando o seu amor<br />
A esta <strong>Lisboa</strong> ausente<br />
No bairro sempre se ouviu dizer<br />
Que isto ainda um dia acontecia<br />
E mesmo sem <strong>Lisboa</strong> querer saber<br />
A Graça diz-lhe a<strong>de</strong>us com alegria<br />
O nosso bairro não se entristece<br />
Ao ver <strong>Lisboa</strong> por ai andar<br />
Porque sempre que aqui anoitece<br />
É na Avenida que acabamos a marchar<br />
Marcha<br />
Namorados<br />
na Graça<br />
Letra Paulo Julião<br />
Música Raul Ferrão<br />
Arranjo musical José Martins<br />
Marcha da Graça 45<br />
O teu andar a marchar pela calçada<br />
A tua saia enfeitada<br />
Esse ar tão leve e solto<br />
O teu sorriso quando estás à janela<br />
E a beleza tão singela<br />
Dum piscar d’olhos maroto<br />
É <strong>de</strong>sse jeito que eu fico caidinho<br />
Bem preso pelo beicinho<br />
Meu coração a sofrer<br />
Não há amor como o bairro em que eu<br />
nasci<br />
Fiquei louco quando vi<br />
À minha porta aparecer<br />
Refrão<br />
Zás, Trás, Pás, esta marcha<br />
é coisa boa<br />
Zás, Trás, Pás, cá da Graça<br />
a ver <strong>Lisboa</strong><br />
Zás, Trás, Pás, vou dançar<br />
<strong>de</strong> braço dado<br />
Zás, trás, Pás, quero ser teu<br />
namorado<br />
Zás, Trás, Pás, esta marcha<br />
é coisa boa<br />
Zás, Trás, Pás, cá da Graça<br />
a ver <strong>Lisboa</strong><br />
Zás, Trás, Pás direitinhos ao altar<br />
Zás, Trás, Pás, já nos po<strong>de</strong>mos casar<br />
Esse teu modo <strong>de</strong> andar meio gingado<br />
De quem quer ser namorado<br />
De todas as raparigas<br />
Esses passinhos atrevidos quando danças<br />
Pareces mesmo as crianças<br />
Quando pregam uma partida<br />
É <strong>de</strong>sse jeito que me <strong>de</strong>ixas a sonhar<br />
Só contigo quero estar<br />
Só <strong>de</strong> ti quero saber<br />
Não há amor como o bairro em que nasci<br />
Fiquei louca quando te vi<br />
À minha porta aparecer
46<br />
Marcha da Madragoa<br />
Varinas como gaivotas na rua dos manjericos<br />
Como o próprio nome indica, da mesma maneira que<br />
as gaivotas vivem à solta, também as varinas vagueiam<br />
pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> que durante as festas da mesma<br />
se enfeitam com manjericos, tornando-a mais alegre<br />
e vistosa.<br />
Marcha da Madragoa Responsável Paulo Santos Comissão Organizadora Cristina Marques, Fre<strong>de</strong>rico Tavares, José Peres, Paulo Santos, Ricardo Miranda Agua<strong>de</strong>iros Bruno<br />
Men<strong>de</strong>s, Luís Filipe Martins, Ricardo Porta-Estandarte António Dias Ensaiador Paulo Jesus Figurinista Nuno Garcez Cenógrafo Paulo Jesus Cavalinho Instrumentos<br />
Clarinete Francisco Pinto, Sax-alto Vanessa Neves, Trompete André Coelho, Rogério Silva, Trombone Paulo Coelho, Bombardino António Diogo, Tuba Nuno Conceição, Caixa<br />
Rui Egas Madrinha Merche Romero Padrinho Paulo Jesus Par <strong>de</strong> Mascotes Íris Cunha, Rodrigo Favinha Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Marques Marchantes Mulheres Ana<br />
Lúcia, Ana Marques, Andreia Favinha, Bruna Abrantes, Carolina Bettencourt, Carolina Peres, Cátia Monteiro, Daniela Taborda, Débora Cunha, Felicida<strong>de</strong> Piçarra,<br />
Helena Ávila, Inês Silva, Lizandra Rim, Lucília Catarino, Mariana Peres, Marta Silva, O<strong>de</strong>te Suaré, Patrícia Duarte, Raquel Pôncio, Romana Conceição, Sandra Polónio,<br />
Sónia Abrantes, Sónia Quintão, Teresa Chaves, Vanessa Dias Marchantes Homens Bruno Teixeira, Carlos Coelho, Carlos Santos, Cristiano Matos, Fábio Sardinha, Gonçalo<br />
Graça, Hugo Marques, João Catarino, João Paulo Santos, João Pereira, José Oliveira, Miguel Lima, Nuno Ferreira, Nuno Matos, Nuno Soares, Pedro Abrantes, Pedro<br />
Cunha, Pedro Reis, Pedro Santos, Pedro Santos, Ricardo Rosa, Ruben Tavares, Tiago Almeida
Marcha Inédita 1<br />
Varina,<br />
talvez gaivota<br />
Letra Alfredo Dias<br />
Música Mário Rui<br />
Arranjo musical Mário Rui<br />
És num poema <strong>de</strong> O’Neill<br />
Varina, talvez gaivota<br />
Na banca ven<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong><br />
Sorrisos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />
Afagos frescos da lota!<br />
Varina <strong>de</strong> pele morena<br />
E cheirinho a maresia<br />
De olhar que sobe e voa<br />
Qual gaivota <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Em manhãs <strong>de</strong> calmaria!<br />
Refrão (bis)<br />
Vem p’rá rua e traz o Tejo<br />
Vem comigo festejar<br />
Pôr numa rima o <strong>de</strong>sejo<br />
Num manjerico ao luar!<br />
Manjerico perfumado<br />
Na beirinha da janela<br />
Tem o cheiro a novo fado<br />
Cantado numa viela!<br />
Nesta marcha popular<br />
Cada arco é um abrigo<br />
Uma estrela a cintilar<br />
Num vaso <strong>de</strong> manjerico!<br />
Manjerico ver<strong>de</strong> e prata<br />
Que nasceu na Madragoa<br />
Á beira duma fragata<br />
E regado por <strong>Lisboa</strong>!<br />
Num bailado <strong>de</strong> gaivota<br />
Maré vento que s’alastra<br />
Mulher, sereia e canoa<br />
És céu azul, Madragoa<br />
No ventre duma canastra!<br />
Dança o vira n’Avenida<br />
De pé <strong>de</strong>scalçado e nobreza<br />
Pois o chão por ti pisado<br />
Fica canteiro <strong>de</strong>senhado<br />
Na calçada à portuguesa!<br />
Marcha Inédita 2<br />
Madragoa,<br />
samba e vira<br />
num fado<br />
Letra Alfredo Dias<br />
Música Mário Rui<br />
Arranjo musical Mário Rui<br />
Tens no jogo <strong>de</strong> cintura<br />
Caravelas <strong>de</strong> ternura<br />
Ao dar-te o vento <strong>de</strong> proa<br />
E ao leme da cida<strong>de</strong><br />
És um rio <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />
Maré povo e Madragoa!<br />
Tens o luar por cenário<br />
Um poema <strong>de</strong> “Cesário”<br />
Em cada rua e colina<br />
E num painel <strong>de</strong> azulejo<br />
Pintado d’azul do Tejo<br />
O teu jeito <strong>de</strong> menina!<br />
Refrão (bis)<br />
Samba e um vira virado<br />
N’Avenida é coisa boa<br />
É um vira bem sambado<br />
Em prosa <strong>de</strong> “Jorge Amado”<br />
E poemas <strong>de</strong> “Pessoa”!<br />
Com sotaque a carnaval<br />
Que vem do Rio p’ra <strong>Lisboa</strong><br />
Cantam fado tropical<br />
Marcham samba sensual<br />
Num vira da Madragoa!<br />
É numa água furtada<br />
On<strong>de</strong> a noite e a madrugada<br />
São teu cais, Porto Seguro<br />
Varina feita criança<br />
És o “Quelhas” e a “Esperança”<br />
A marchar rumo ao futuro!<br />
Não te chamem <strong>de</strong> velhota<br />
Minha varina gaivota<br />
Tu és a cida<strong>de</strong> inteira<br />
És Madragoa mo<strong>de</strong>rna<br />
Que gosta <strong>de</strong> dar à perna<br />
Beber cacau na Ribeira!<br />
Marcha<br />
Isto é a<br />
Madragoa<br />
Letra Vitor Cunha<br />
Música Martinho da Silva<br />
Arranjo musical Mário Rui<br />
Esta é a linda Madragoa<br />
Que vem da faina do mar<br />
Nela mora gente boa<br />
Num coração <strong>de</strong> embalar<br />
Pescadores entrelaçados<br />
Varinas em gira-gira<br />
Formam pares engraçados<br />
Que bem eles dançam o vira<br />
Marcha da Madragoa 47<br />
Refrão<br />
A Madragoa<br />
É a melhor<br />
A mais vistosa<br />
Como uma flor<br />
Olha a sardinha<br />
P’lo São João<br />
A Madragoa<br />
É sensação<br />
Pregão, canastra, varina<br />
Que percorre nossa <strong>Lisboa</strong><br />
É peixe fresco ó menina<br />
Isto é a Madragoa<br />
A cantar com tanta alegria<br />
Deixai passar as varinas<br />
Labutam <strong>de</strong> noite e <strong>de</strong> dia<br />
Num sorriso <strong>de</strong> meninas<br />
Quando surge a madrugada<br />
A sorrir vão p’rá Ribeira<br />
Ven<strong>de</strong>r a fresca pescada<br />
Que chegou numa traineira
48<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila<br />
Gentes do mar, gentes da vila, no coração <strong>de</strong> Marvila<br />
Escolho este ano para Marvila um tema tão abrangente<br />
como versátil, mas muito nosso, que me levou a ir até às<br />
raízes da formação <strong>de</strong>ste bairro lisboeta, assim sendo,<br />
é com orgulho que vos apresento... “Gentes do mar,<br />
gentes da vila, no coração <strong>de</strong> Marvila”. Gentes essas<br />
que chegavam <strong>de</strong> todos os cantos <strong>de</strong> Portugal, trazendo<br />
a esperança <strong>de</strong> uma condição <strong>de</strong> vida melhor, bem como<br />
o conhecimento laboral sobre o cultivo agrícola em<br />
diversas vertentes, legumes, frutas, mas nomeadamente<br />
nas excelentes condições para o cultivo e extracção<br />
do vinho, e respectivo tratamento para se ven<strong>de</strong>r á<br />
posteriori, e também o domínio piscatório, em tudo<br />
o que o nosso Tejo nos proporcionava <strong>de</strong> melhor, quer<br />
na pesca propriamente dita, quer no uso do rio para<br />
transporte do carvão e especificamente do sal, e é<br />
baseado no sal que o tema <strong>de</strong>ste ano se <strong>de</strong>senvolverá,<br />
a extracção, o transporte vindo <strong>de</strong> outras regiões,<br />
o valor e importância que o sal tinha economicamente<br />
e em tudo relacionado com a alimentação, e foram estes<br />
os principais meios <strong>de</strong> sobrevivência das gentes <strong>de</strong>ste<br />
bairro nessa época, que com terrenos férteis, e o rio à<br />
mercê, fizeram com astúcia e muito trabalho<br />
árduo o seu modo <strong>de</strong> vida. Com toda esta vinda<br />
<strong>de</strong> gente e gente, os chamados “Senhores” donos dos<br />
terrenos, apressaram-se a construir vilas para o “povo”.<br />
Vilas essas que em conformida<strong>de</strong> foram construídas<br />
estrategicamente junto ao rio e respectivamente<br />
junto aos terrenos <strong>de</strong> cultivo, para o fácil acesso<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento das li<strong>de</strong>s campestres e marítimas,<br />
que posteriormente <strong>de</strong>u origem a um nome<br />
popularmente conhecido entre o povo da época “zona<br />
da vila do mar”, que mais tar<strong>de</strong> e por inúmeras razões<br />
se <strong>de</strong>finiu como Marvila. Pegando nesta panóplia<br />
<strong>de</strong> costumes e vivências festivas, e sabendo que toda<br />
esta gente vinha <strong>de</strong> norte a sul do país, tentarei retratar<br />
um pouco <strong>de</strong> cada zona durante a apresentação da<br />
marcha, mas com tanta riqueza <strong>de</strong> tradição certamente<br />
enaltecerei umas mais que outras, e assim <strong>de</strong>senvolver<br />
o tema, com a originalida<strong>de</strong> e estilização que me<br />
obrigo, e tão bem faz a esta festa. Aos intervenientes<br />
e constituintes <strong>de</strong> cada bairro um gran<strong>de</strong> bem-haja, em<br />
especial ao povo <strong>de</strong> Marvila e companheiros <strong>de</strong> marcha.<br />
Viva Marvila, viva <strong>Lisboa</strong>.<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila Responsável Rui Coito Comissão Organizadora Abílio Fontinha, A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Bento, Anabela Branquinho, Anita Potes, António Branquinho, Carlos Potes, Hugo<br />
Silva, Ilda Matos, Jorge Seabra, Nuno Lopes, Paula Bento, Rosa Severino, Rui Coito, Rui Soares, Sonia Trinda<strong>de</strong> Agua<strong>de</strong>iros Armando Silva, Carlos Marques, João<br />
Barrusso, Zélia Morais Porta-Estandarte Alexandra Coito Ensaiador Nuno Lopes Figurinista Nuno Lopes Cenógrafo Nuno Lopes Cavalinho Instrumentos Clarinete Ester<br />
Silva, Sax-alto Vitor Esteves, Trompete Fernando Ramos, Augusto Pinto, Trombone Eduardo Miguel, Bombardino Jorge, Tuba Alberto, Caixa Jorge Fernan<strong>de</strong>s Madrinha<br />
Diamantina Padrinho Rui Andra<strong>de</strong> Par <strong>de</strong> Mascotes Inês Coito, Marco Ferreira Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Cátia Gouveia, Joaquim Morais Marchantes Mulheres Aida<br />
Martins, Ana Filipa Ferreira, Ana Marques, Ana Patrícia Cardoso, Ana Santos, Anabela Branquinho, Andreia Silva, Bruna Mesquita, Cláudia Potes, Cláudia Rodrigues,<br />
Cristina Dias, Daniela Carrelo, Helena Cardoso, Ilda Matos, Irina Paiva, Maria do Rosário, Maria Santos, Marisa Cardoso, Micaela Oliveira, Paula Bento, Rita Escolástico,<br />
Rosa Paiva, Rosa Severino, Sara Coito, Susana Pinto Marchantes Homens Aldomiro Silveira, António Branquinho, António Escoval, Aristi<strong>de</strong>s Silva, Bruno Pinto, Fábio<br />
Lage, Fábio Santos, Fábio Batista, Fábio Galveias, Filipe Rodrigues, Hugo Castanheta, Hugo Mota, Hugo Silva, Hugo Vieira, João Ferromau, Jorge Seabra, Miguel Ângelo<br />
Martins, Nuno Louçã, Nuno Silva Madragoa, Nuno Silva, Paulo Ferromau, Pedro Silva, Ricardo Furtado, Ricardo Pinto
Marcha Inédita 1<br />
No coração<br />
<strong>de</strong> Marvila<br />
Letra José Vala Roberto<br />
Música José Vala Roberto<br />
Arranjo musical Fernando Ramos<br />
Refrão 1<br />
Quem faz querer, quem faz cantar,<br />
Gente do mar, gente da vila,<br />
Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />
Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />
Marvila.<br />
Quem faz querer, quem faz cantar,<br />
Gente do mar, gente da vila,<br />
Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />
Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />
Marvila.<br />
Sopra uma brisa, da serra<br />
Areias, do litoral<br />
Gente do mar e, da terra<br />
Semente <strong>de</strong> Portugal<br />
Homens do mar e, do campo<br />
À cida<strong>de</strong> dão o suor,<br />
Mulheres <strong>de</strong> riso, e pranto<br />
Alma e encanto, <strong>de</strong> amor maior…<br />
Mulheres <strong>de</strong> riso, e pranto<br />
Alma e encanto, <strong>de</strong> amor maior.<br />
Refrão 2<br />
Este perfume <strong>de</strong> argila<br />
Corre as ruas <strong>de</strong> Marvila<br />
Quem faz querer, quem faz cantar,<br />
Gente do mar, gente da vila,<br />
Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />
Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />
Marvila.<br />
Quem faz querer, quem faz cantar,<br />
Gente do mar, gente da vila,<br />
Raiz da terra, sempre a sonhar,<br />
Alma <strong>de</strong> um povo, no coração <strong>de</strong><br />
Marvila.<br />
Com pés negros <strong>de</strong>, carvão<br />
Com as mãos brancas, <strong>de</strong> sal<br />
Do trabalho se, faz pão<br />
E assim se, faz a, capital<br />
Com braços firmes, ao leme<br />
Com os segredos, do mar<br />
Gente que não cai, nem treme<br />
E nunca teme, o que vai chegar<br />
Gente que não cai, nem treme<br />
E nunca teme, o que vai chegar<br />
Refrão 2<br />
Marcha Inédita 2<br />
O sal da vida<br />
Letra José Vala Roberto<br />
Música José Vala Roberto<br />
Arranjo musical Fernando Ramos<br />
Refrão<br />
O grão <strong>de</strong> sal<br />
Da salineira e do marnoto,<br />
É como a vida<br />
Que nos sabe sempre a pouco<br />
É Portugal<br />
Que vem <strong>de</strong> Aveiro até <strong>Lisboa</strong><br />
E um moliceiro<br />
Que ergue a proa.<br />
E o sal da eira<br />
À nossa beira já tempera<br />
A nossa espera<br />
E a nossa canseira<br />
O fim do dia é um poema,<br />
Sal marinho ou sal-gema,<br />
Amor que sabe a flor <strong>de</strong> sal.<br />
O fim do dia é um poema,<br />
Sal marinho ou sal-gema,<br />
Amor que sabe a flor <strong>de</strong> sal.<br />
Veio <strong>de</strong> longe à aventura<br />
E à procura<br />
De outro sabor<br />
Este povo atrás <strong>de</strong> um sonho<br />
Talvez risonho<br />
De um dia melhor<br />
E no trabalho na cida<strong>de</strong><br />
Nasce a sauda<strong>de</strong><br />
Da romaria<br />
P’ra manter as tradições<br />
Danças, festas e canções<br />
Que dantes havia<br />
P’ra manter as tradições<br />
Danças, festas e canções<br />
Que dantes havia<br />
Refrão<br />
Marcha<br />
Medley <strong>de</strong> 3<br />
marchas antigas<br />
Letra José Roberto, Mário Silva, M. Joana<br />
Música José Roberto, Álvaro Martins, Rogério Paim<br />
Arranjo musical Fernando Ramos, Álvaro Saes<br />
Martins<br />
Refrão 1<br />
Vila, vila e mar<br />
Mar, mar e vila<br />
Que o povo ao juntar<br />
Chamou <strong>de</strong> Marvila<br />
Mar, mar e vila<br />
Vila, vila e mar<br />
Meu bairro é Marvila<br />
Que passa a cantar<br />
Tu Marvila és com certeza<br />
O bairro mais singular<br />
Porque a própria natureza<br />
Foi aqui que quis morar<br />
Cheiras a fruta madura<br />
Coentros e manjericão<br />
És raminho <strong>de</strong> ternura<br />
Cuidada p’lo hortelão<br />
Refrão 1<br />
Marcha <strong>de</strong> Marvila 49<br />
Refrão 2<br />
Vira e assa,<br />
Torna a virar,<br />
Sardinha assada,<br />
Broa vinha a acompanhar:<br />
É Marvila festejando!<br />
É <strong>Lisboa</strong> ao luar…<br />
E os barcos todos atracados<br />
No cais, fazem a moldura!...<br />
Pescadores e varinas<br />
Vão festejando a fartura!<br />
Nos mercados, tão fresquinha,<br />
Luzidia bem salgada!<br />
Sardinha tu és a rainha<br />
Dos arraiais, bem assada!<br />
Refrão 2<br />
Refrão 3<br />
E vai acima<br />
Vai abaixo<br />
Vai ao centro<br />
Bem p’ra <strong>de</strong>ntro<br />
E bota abaixo<br />
À nossa!<br />
E assim se anima<br />
A mó <strong>de</strong> baixo<br />
É bola ao centro<br />
Chuta abaixo<br />
Outra vez!<br />
Ai, siga a marcha,<br />
Qu’isto agora ou vai ou racha.<br />
Toda a gente se <strong>de</strong>spacha,<br />
Com Marvila é sempre a abrir.<br />
Vamos p’la frente<br />
Qu’isto agora é co’a gente<br />
Num futuro diferente<br />
Melhores dias hão-<strong>de</strong> vir<br />
Ai, toca a andar<br />
A crise que vá ao ar<br />
O que é preciso é animar<br />
E haja farnel na mochila<br />
Que não nos falte<br />
O pão quente sobre a mesa<br />
E a alegria, com certeza,<br />
Nem o vinho em Marvila.<br />
Refrão 3
50<br />
Marcha da Mouraria<br />
Sua majesta<strong>de</strong>, rainha do fado<br />
Entre lendas, histórias antigas e a actual realida<strong>de</strong>,<br />
é já do conhecimento público que o bairro da Mouraria<br />
é a matriz do Fado. Factos únicos, provam exactamente<br />
o que atrás afirmamos. Na entrada da rua do Capelão,<br />
o monumento <strong>de</strong> guitarra testemunha “Mouraria matriz<br />
do Fado”. Nenhum outro bairro teve uma figura tão<br />
emblemática que só por si representa o “eterno feminino”<br />
que muito alimenta este género musical. No Fado,<br />
a mulher com a sua atitu<strong>de</strong>, o seu comportamento,<br />
as suas emoções transmitidas na sua voz tais como:<br />
a sauda<strong>de</strong>, o ciúme, a raiva, a amargura, a exaltação<br />
<strong>de</strong> amores e <strong>de</strong>samores, contribuem sem dúvida muito,<br />
para que o Fado seja hoje tal como o conhecemos.<br />
Exemplo disso, Amália Rodrigues, a “Mulher Fado”<br />
por excelência. Esta que levando o Fado na alma,<br />
o divulgou ao mundo. Não queremos com isto tirar<br />
a importância da figura masculina no Fado. Muitos<br />
foram os homens que não tendo tão rica ilustração,<br />
não <strong>de</strong>ixaram por isso, <strong>de</strong> ser tão ou mais importantes<br />
do que elas. Mas sempre nos <strong>de</strong>ixam reduzidos apenas<br />
à qualida<strong>de</strong> das suas vozes. Na Mouraria, um exemplo<br />
único <strong>de</strong> um fadista consi<strong>de</strong>rado hoje, não só pelo público<br />
em geral, mas por toda a comunida<strong>de</strong> fadista o “Rei<br />
do Fado”: Fernando Maurício. Nascido na rua do Capelão,<br />
por coincidência frente à casa on<strong>de</strong> viveu a dita “Severa”.<br />
Numerosos são os nomes ligados ao Fado, nascidos<br />
no bairro da Mouraria: Argentina Santos, Esmeralda<br />
Amoedo, Ana Maurício e Armandinho são só alguns<br />
<strong>de</strong>les. O Fado consi<strong>de</strong>rado hoje “Património Imaterial<br />
da Humanida<strong>de</strong>” não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> nos sensibilizar<br />
ao ponto <strong>de</strong> mais uma vez, <strong>de</strong>dicarmos a este género<br />
musical, tão português, o tema da nossa marcha.<br />
“Sua Majesta<strong>de</strong>, Rainha do Fado” é uma forma<br />
<strong>de</strong> homenagear o Fado sem nos esquecermos da sua<br />
matriz. Neste caso o bairro da Mouraria. De rainhas<br />
fadistas (sem per<strong>de</strong>r o cariz popular) e <strong>de</strong> trajes<br />
domingueiros estilizados vão na Marcha da Mouraria<br />
as marchantes (fadistas) e os acompanhantes<br />
(guitarristas). A Marcha da Mouraria 2012 refere-se<br />
assim à realeza do Fado.
Marcha Inédita 1<br />
Marcha da<br />
Mouraria 2012<br />
Letra Fernando Santos<br />
Música Rafael <strong>de</strong> Moura<br />
Arranjo musical Aurélio Alegria<br />
Nesta <strong>Lisboa</strong>, a rainha,<br />
Tem nas armas do brasão<br />
A mais bela capelinha<br />
E a rua do Capelão.<br />
Nas Marchas sempre <strong>de</strong>u brado,<br />
Tem um perfil diferente,<br />
Canta com sabor a Fado,<br />
Para encantar toda a gente.<br />
Refrão (bis)<br />
Ó Rainha Mouraria,<br />
És a mãe do Fado antigo,<br />
Até choro <strong>de</strong> alegria<br />
Por ir na marcha contigo.<br />
A Severa vai também,<br />
Vais tu, vai ela e vou eu,<br />
Diz que é a rainha mãe<br />
Que vai viver num museu.<br />
Acredito, pois em frente<br />
Uma nobre voz entoa…<br />
Canta ele e grita a gente…!<br />
Maurício é o rei sem coroa!<br />
Esta nobre Mouraria<br />
Já tem um ar renovado.<br />
Canta com mais alegria,<br />
Vai ter a escola do Fado.<br />
Mouraria, serás sempre<br />
Do Fado a majesta<strong>de</strong>,<br />
No passado e no presente,<br />
Para bem da humanida<strong>de</strong>!<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha Inédita 2<br />
Mouraria,<br />
o nosso amor<br />
Letra Fernando Santos<br />
Música Rafael <strong>de</strong> Moura<br />
Arranjo musical Aurélio Alegria<br />
Mouraria, meu amor,<br />
Põe o teu xaile à janela<br />
Para que o melhor pintor<br />
Te retrate a aguarela.<br />
A verda<strong>de</strong> seja dita,<br />
Com toda a sincerida<strong>de</strong>,<br />
És a Marcha mais bonita<br />
Desta mui nobre cida<strong>de</strong>.<br />
Refrão (bis)<br />
Venham ver a Marcha,<br />
Como vai contente,<br />
Venham p’ra folia,<br />
Que esta noite é d’alegria,<br />
Venha daí toda a gente.<br />
Toma lá um arco,<br />
Um manjerico ou um balão,<br />
Salta uma fogueira,<br />
Marcha a noite inteira,<br />
Com amor no coração!<br />
Vais com mais fé e virtu<strong>de</strong><br />
Porque és moura mas cristã<br />
E à Senhora da Saú<strong>de</strong><br />
Vais rezar pela manhã.<br />
Já viveste no passado<br />
Um <strong>de</strong>stino fatalista,<br />
Hoje o mundo canta o Fado,<br />
É Património Fadista.<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha da Mouraria 51<br />
Marcha<br />
Senhora<br />
dona moirama<br />
Letra Mário Rainho<br />
Música José Manuel Jesus<br />
Arranjo musical José Manuel Jesus<br />
Senhora dona moirama<br />
Salta da cama, anda p’rá rua<br />
A cida<strong>de</strong> é toda tua<br />
Toda esta gente te ama<br />
Com o teu estilo bairrista<br />
Vem daí cantar à toa<br />
Mostra q’inda és a fadista<br />
Maior da nossa <strong>Lisboa</strong>.<br />
Refrão (bis)<br />
Mouraria, Mouraria<br />
Minha alfacinha <strong>de</strong> gema<br />
Tens a Severa por tema<br />
Um fado por Marialva<br />
E até ao romper da alva<br />
Mesmo à entrada do dia<br />
Todo o ano é pan<strong>de</strong>mónio<br />
Todo o ano é Santo António<br />
Mouraria, Mouraria.<br />
Numa Marcha Popular<br />
Levas no ar uma cantiga<br />
Moda antiga que ao passar<br />
Tem seu ar <strong>de</strong> rapariga<br />
E a Senhora da Saú<strong>de</strong><br />
Nessa capela <strong>de</strong> fé<br />
Firme na sua atitu<strong>de</strong><br />
Dali não arreda pé.<br />
Todo o ano é pan<strong>de</strong>mónio<br />
Todo o ano é Santo António<br />
Mouraria, Mouraria.<br />
Marcha da Mouraria Responsável Carla Correia Comissão Organizadora André Pereira, Carla Correia, Diogo Alves, Esmeralda Men<strong>de</strong>s, Fernando Sousa, Pedro Cruz, Pedro<br />
Santos, Sandra Santos Agua<strong>de</strong>iros Carlos Alberto, Elisabete Fernan<strong>de</strong>s, Mário Fernan<strong>de</strong>s, Nelson Sousa Porta-Estandarte Dulce Marina Ensaiador Fernando Santos<br />
Figurinista Fernando Santos Cenógrafo Fernando Santos Cavalinho Instrumentos Clarinete Rui Cardoso, Sax-alto Vera Tavares, Trompete Simão Matos, Carlos Castro,<br />
Trombone Miguel Campestre, Bombardino Filipe Madrugo, Tuba Armando Moura, Caixa Fernando Belila Madrinha Alexandra Padrinho Fernando Fernan<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong><br />
Mascotes Marta Pires, Ruben Sousa Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Carlos Almeida, Paula Lourenço Marchantes Mulheres Andreia Antunes, Andreia Fernan<strong>de</strong>s, Carina<br />
Almeida, Cátia Pereira, Dália Fernan<strong>de</strong>s, Débora Silva, Iola Anacleto, Jessica Anacleto, Jessica Duarte, Joana Ferreira, Joana Mocão, Marlene Furtado, Marta Braz,<br />
Patrícia Braz, Patrícia Saraiva, Raquel Lima, Sofia Almeida, Sofia Ferreira, Susana Almeida, Tânia Correia, Vanessa Almeida, Vanessa Correia, Vanessa Fernan<strong>de</strong>s, Vera<br />
Gonçalves Marchantes Homens André Maurício, André Pereira, André Rosa, André Sousa, David Correia, David Silva, Diogo Gaspar, Hél<strong>de</strong>r Barroso, Hugo Reis, Jorge<br />
Fernan<strong>de</strong>s, Jorge Men<strong>de</strong>s, Manuel Anacleto, Miguel Eira, Nelson Alves, Nelson Alves, Nuno Pinto, Nuno Pires, Ricardo Tavares, Ricardo Ventura, Ruben Men<strong>de</strong>s, Sandro<br />
Fernan<strong>de</strong>s, Telmo Alves, Tiago Santos, Victor Hugo
52<br />
Marcha dos Olivais<br />
Arco-íris <strong>de</strong> fantasia<br />
Sendo os Olivais um bairro <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong>bruçado sobre<br />
o rio Tejo, vem para este evento cultural que são as<br />
Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, apresentar-se com o tema<br />
“Arco-íris <strong>de</strong> fantasia”. De facto o Arco-Íris, para além<br />
<strong>de</strong> ser um fenómeno óptico e meteorológico que<br />
transmite um encanto <strong>de</strong> luz através <strong>de</strong> gotas <strong>de</strong> chuva<br />
e luminosida<strong>de</strong> solar formando um arco multicolorido,<br />
também tem a sua fantasia sido utilizada em filmes,<br />
na música, na literatura, na cultura, nas artes, nos<br />
contos, … Será com a fantasia e as cores do arco-íris<br />
que a Freguesia <strong>de</strong> Santa Maria dos Olivais, através<br />
da sua Marcha, irá estar presente nestas festas,<br />
contagiando toda a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, bem como todo<br />
o povo <strong>de</strong> Portugal com a sua exibição no Pavilhão<br />
Atlântico e no <strong>de</strong>sfile da Avenida da Liberda<strong>de</strong> nessa<br />
gran<strong>de</strong> noite <strong>de</strong> Santo António. Assim, convidamos todos<br />
os portugueses a cantar e a dançar com a nossa marcha<br />
comemorando com a magia do Arco-Íris este evento<br />
único que são as <strong>Festas</strong> da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />
Marcha dos Olivais Responsável Carlos Santos Comissão Organizadora António Tomás, Armando Morais, Carlos Santos, Fernando Sousa, João Dias, Joaquim Paixão, José<br />
Fernan<strong>de</strong>s, José Freches, José Santos, Ricardo Fernan<strong>de</strong>s, Zeferino Bastos Agua<strong>de</strong>iros Alfredo Brandão, Joana Marques, João Alexandre, Luís Sanches Porta-Estandarte<br />
Cátia Gomes Ensaiadores Fernando Catarino, José Pacheco Figurinistas Paulo Miranda, Júlia Santos Cenógrafo Américo Grova Cavalinho Instrumentos Clarinete Laura<br />
Men<strong>de</strong>s, Sax-alto José Abreu, Trompete Pedro Men<strong>de</strong>s, Miguel Almeida, Trombone Paulo Vasconcelos, Bombardino António Catalão, Tuba Orlando Duarte, Caixa Vítor Pinto<br />
Madrinha Paula Marcelo Padrinho António Calvário Par <strong>de</strong> Mascotes Fábio Silva, Maria Inês Matos Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Joana Almeida, Luis Santos Marchantes<br />
Mulheres, Alexandra Martins, Ana Braga, Ana Castro, Ana Fernan<strong>de</strong>s, Ana Sofia Silva, Andreia Silva, Cláudia Patrocínio, Cláudia Pires, Débora Domingos, Deolinda<br />
Nascimento, Diana Men<strong>de</strong>s, Filipa Galvão, Helena Santos, Inês Rodrigues, Lucília Machado, Maria Madalena, Marisa Neves, Marta Soares, Sónia Carvalho, Sónia Vaz,<br />
Soraia Aguiar, Tânia Silva, Vanessa Coelho, Verónica Antunes Marchantes Homens David Dantas, Diogo Silva, Erico Dias, Eugénio Santos, Fábio Fonseca, Fernando Felix,<br />
Hugo Fonseca, João Neves, José Santos, Marco Pacheco, Miguel Antunes, Miguel Marujo, Narciso Coutinho, Nuno Carvalho, Raul Nery, Ricardo Fernan<strong>de</strong>s, Ruben Lobo,<br />
Ruben Silva, Ruben Tomé, Sérgio Cardoso, Sérgio Carvalho, Virgínio Monteiro, Vítor Vaz
Marcha Inédita 1<br />
Olivais,<br />
tu és <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Carlos Jorge Español, Vítor Nóbrega<br />
Música Samuel Pascoal<br />
Refrão<br />
Marcha Olivais<br />
Canta o teu Fado<br />
On<strong>de</strong> vais<br />
Nesta festa do passado<br />
Vem aos Olivais<br />
Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />
Marchando a cantar<br />
Sem que a voz lhe doa<br />
Vem aos Olivais<br />
Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />
Marchando<br />
Marchando a cantar<br />
Que aqui vai <strong>Lisboa</strong><br />
Marchando a cantar<br />
Sem que a voz lhe doa<br />
<strong>Lisboa</strong> é cantiga<br />
E tem margens <strong>de</strong> poesia<br />
Olivais Freguesia antiga<br />
Com laivos <strong>de</strong> maresia<br />
Temos coreto do povo<br />
Olivais Velho é beleza<br />
Passa aos Olivais novo<br />
Vê tão nobre riqueza<br />
Do teu Tejo tu <strong>de</strong>ixaste<br />
Caravelas ir <strong>de</strong>vagarinho<br />
Muita história tu contaste<br />
Além-mar e p’lo caminho<br />
Refrão<br />
Honraste a nossa nação<br />
Com a Expo imponente<br />
Nos ralis há uma guarnição<br />
Com gente brava e valente<br />
E eu que sou dos Olivais<br />
Levo garra e coração<br />
Marchar nunca é <strong>de</strong>mais<br />
Sentindo a emoção<br />
Oitenta anos a Marchar<br />
E <strong>Lisboa</strong> festeja a tradição<br />
N’Avenida quando passas<br />
Vais ter a gran<strong>de</strong> aclamação<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
Olivais, és<br />
orgulho, és glória<br />
Letra Carlos Jorge Español<br />
Música Samuel Pascoal<br />
Refrão<br />
Ai Olivais<br />
Arco íris <strong>de</strong> fantasia<br />
Á minha vista é alegria<br />
Mostrando a <strong>Lisboa</strong><br />
Seus feitos tais<br />
Ai Olivais<br />
Tens encantos ao olhar<br />
Deixa a Marcha passar<br />
Que é <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
E bonita <strong>de</strong>mais<br />
Anda viajar por este bairro<br />
On<strong>de</strong> se per<strong>de</strong> o olhar<br />
Que da memória não apago<br />
Locais por on<strong>de</strong> passar<br />
Olivais catita<br />
És uma freguesia tão boa<br />
A mais interessante e bonita<br />
Da nossa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Refrão<br />
Olivais, bairro do meu coração<br />
És orgulho, és glória<br />
És uma força e és razão<br />
És a minha história<br />
Olivais encanto<br />
Um arco-íris <strong>de</strong> fantasia<br />
És o bairro que eu amo tanto<br />
Termina em pote d’alegria<br />
Refrão (bis)<br />
Marcha dos Olivais 53<br />
Marcha<br />
Olivais<br />
abraça <strong>Lisboa</strong><br />
Letra Alfredo Dias<br />
Música Samuel Pascoal<br />
É num painel <strong>de</strong> azulejo,<br />
Que nos olivais revejo<br />
Os tempos da fidalguia,<br />
Vividos fora <strong>de</strong> portas,<br />
À beira <strong>de</strong> frescas hortas,<br />
Com risos e alegria.<br />
Na quinta do contador,<br />
Dos “Maias”, “toca” d’amor<br />
De Carlos e sua amada,<br />
História que o “Eça” contou<br />
E para sempre ficou,<br />
A esta quinta ligada.<br />
Refrão (bis)<br />
Arco íris <strong>de</strong> fantasia,<br />
Cor e magia,<br />
Nos olivais.<br />
Uma andorinha esvoaça<br />
Com tanta graça<br />
Nos seus beirais.<br />
Manjerico e cravo ao peito,<br />
Amor-perfeito,<br />
Os olivais<br />
Sendo velho, é sempre novo,<br />
Convida o povo<br />
P’rós arraiais!<br />
Desce avenida imponente<br />
Prova como está diferente,<br />
Ao vir na marcha a compasso.<br />
E em cada arco e balão,<br />
Na rima duma canção,<br />
Traz <strong>Lisboa</strong> num abraço.<br />
E o Tejo ali <strong>de</strong> fronte,<br />
Que também abraça a ponte,<br />
Olhou o bairro e sorriu.<br />
Embora corra p’ró mar,<br />
Vou contigo <strong>de</strong>sfilar<br />
Des<strong>de</strong> o Marquês ao Rossio.
54<br />
Marcha da<br />
Penha <strong>de</strong> França<br />
Penha <strong>de</strong> frança apresenta…<br />
O espectáculo está <strong>de</strong> volta! Com bairrismo, juventu<strong>de</strong>,<br />
alegria e amor a <strong>Lisboa</strong>. Queremos mostrar a <strong>Lisboa</strong> que<br />
vivemos o mês <strong>de</strong> Junho em festa. Depois <strong>de</strong> estudarmos<br />
a história da Penha <strong>de</strong> França e tentarmos buscar inspiração<br />
para um novo tema que permitisse <strong>de</strong>monstrar o que<br />
a Penha tem ou já teve na sua história, concluímos que<br />
o tema “o cinema” foi <strong>de</strong>ixado à porta <strong>de</strong> uma estação<br />
dos correios que outrora foi um cinema importante na<br />
comunida<strong>de</strong> e na divulgação da história. Aqui começou<br />
a nossa busca, no “Cinema Cine Oriente” que ficava na rua<br />
da Penha <strong>de</strong> França e que veio trazer à comunida<strong>de</strong><br />
a magia do cinema, a magia <strong>de</strong> brincar ao faz <strong>de</strong> conta,<br />
ao imaginário em que todas as pessoas conseguem sonhar.<br />
Utilizando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> espectáculo em todas as suas vertentes<br />
e aproveitando as temáticas <strong>de</strong>ste ano das marchas, nada<br />
melhor que apresentar…um gran<strong>de</strong> espectáculo!<br />
Começando por dizer que foi um gran<strong>de</strong> cineasta, José<br />
Leitão <strong>de</strong> Barros, que também era produtor e jornalista que<br />
a pedido do director do Parque Mayer, Campos Figueira,<br />
solicitou uma i<strong>de</strong>ia para trazer a população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Lisboa</strong> para a rua no mês <strong>de</strong> Junho e que ao mesmo tempo<br />
fosse capaz <strong>de</strong> mobilizar a atenção dos lisboetas. Juntando<br />
toda esta informação, a Penha <strong>de</strong> França vai apresentar<br />
uma Marcha Popular em que homenageia em todas as suas<br />
vertentes o espectáculo do cinema, do teatro, da magia<br />
da dança, e dos 80 anos <strong>de</strong> Marchas Populares na cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. As mulheres vestidas com as cores <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
e com a música na alma e os homens vestidos com as cores<br />
<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e as estrelas que iluminam o céu e os artistas.<br />
Os nossos arcos trazem-nos para a viagem que vamos fazer<br />
até ao mundo do cinema e das películas antigas. A Penha<br />
espera honrar a sua tradição <strong>de</strong> marcha inovadora mas<br />
sempre respeitando as suas raízes. O “Cinema Cine<br />
Oriente” <strong>de</strong>u à Penha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sonhar e a Penha vai<br />
retribuir apresentando o seu sonho <strong>de</strong> marchar!<br />
Marcha Inédita 1<br />
Encontrar o fado<br />
Letra Joana Dionísio<br />
Música Joana Dionísio<br />
Arranjo musical Joana Dionísio<br />
A Maria Esperança<br />
Quer um fado para casar<br />
Sua mãe Penha <strong>de</strong> França<br />
Já o anda a procurar<br />
Não quer um fado vadio<br />
Muito menos revisteiro<br />
Quer é um fado canção<br />
Um amor como o primeiro!<br />
Vai casar a sua filha<br />
Ter um belo matrimónio<br />
É que o fado é famoso<br />
Da Humanida<strong>de</strong> é Património<br />
Já chega <strong>de</strong> brejeirices<br />
Dia a Penha a marchar<br />
Vamos encontrar um fado<br />
Que a leve ao altar!<br />
Refrão<br />
A Rosinha dos limões<br />
Brotou emoções<br />
E encontrou seu par<br />
E até a Júlia Florista<br />
Boémia e bairrista<br />
Não ficou por casar<br />
A Rosa da Madragoa<br />
A Maria <strong>Lisboa</strong><br />
Encontraram um fado<br />
Vai pr’a casa ó Mariquinhas!<br />
De chita e às pintinhas<br />
Que ele é casado<br />
Sua mulher é saudosa<br />
Bonita, vaidosa<br />
<strong>Lisboa</strong> do fado!<br />
De arraial em arraial<br />
De baile em bailarico<br />
Lá vai Maria Esperança<br />
À busca do namorico<br />
Ao ver uma <strong>de</strong>sgarrada<br />
Entoada em tom menor<br />
Corre e fica encantada<br />
Com o som em seu redor<br />
Penha <strong>de</strong> França cansada<br />
De a filha procurar<br />
Pe<strong>de</strong> às pedras da calçada<br />
Um instante p’ra <strong>de</strong>scansar<br />
De repente lá vê ela<br />
A Esperança a namorar<br />
Um fado bem alfacinha<br />
Com as notas cor do mar
Marcha Inédita 2<br />
Ai meu<br />
santinho…<br />
Letra Joana Dionísio<br />
Música Joana Dionísio, Carlos Dionísio<br />
Arranjo musical Joana Dionísio, Carlos Dionísio<br />
Já cheira a sardinha<br />
Boa e tostadinha<br />
Hoje é Santo António<br />
Vamos lá reinar<br />
Na Penha <strong>de</strong> França<br />
O povo já dança<br />
Está pronto a marchar!<br />
Olha o manjerico<br />
Beijo, namorico<br />
A festa é tão linda<br />
Vamos dar a mão<br />
Rostos a sorrir<br />
Cravos a florir<br />
Entra bem no ritmo<br />
Semeia a alegria<br />
No teu coração<br />
Refrão<br />
Ai meu santinho!<br />
Meu santinho, meu santinho!<br />
Olha esta terra<br />
De arquinho e balão<br />
Anda pr’a festa<br />
É noite <strong>de</strong> folia<br />
Vem ver quem canta<br />
E marcha com o coração<br />
Ai meu santinho!<br />
Meu santinho, meu santinho!<br />
Olha a cida<strong>de</strong><br />
Da sauda<strong>de</strong> e mil quimeras<br />
Está tão vaidosa,<br />
Linda e airosa<br />
Anda a marchar<br />
Há oitenta primaveras<br />
A rua está cheia<br />
Já temos plateia<br />
Venham ver as marchas,<br />
Vamos <strong>de</strong>sfilar<br />
Pr’a Penha <strong>de</strong> França<br />
A noite é criança<br />
Na Avenida<br />
Vai a cantar!<br />
Olha a gargalhada<br />
Gente empolgada<br />
Está orgulhosa<br />
E bem alto entoa<br />
Que é emoção<br />
Amor e paixão<br />
Amar esta terra,<br />
Tão linda e tão bela<br />
Seu nome <strong>Lisboa</strong><br />
Refrão<br />
Marcha<br />
Medley Penha<br />
<strong>de</strong> França<br />
apresenta…<br />
Letra Joana Dionísio<br />
Música Joana Dionísio<br />
Arranjo musical Joana Dionísio<br />
Refrão<br />
Luzes, câmara, acção!<br />
Que a Penha vem marchar<br />
Traz a história do cinema,<br />
Músicas para animar<br />
Velhas fitas recordar<br />
Alegria é o nosso lema<br />
A Avenida hoje é cenário<br />
Desta estreia curiosa<br />
Que faz as estrelas cantar<br />
E a cida<strong>de</strong> tão vaidosa<br />
Numa tela ainda em branco<br />
Vê o filme começar<br />
Cantiga da rua, das outras diferente<br />
Nem minha nem tua, é <strong>de</strong> toda a gente<br />
Cantiga da rua, que sobe e flutua<br />
Mas não se <strong>de</strong>tém<br />
Inconstante e louca<br />
Vai <strong>de</strong> boca em boca<br />
Não é <strong>de</strong> ninguém<br />
O-i-o-ai, fui comprar um manjerico<br />
O-i-o-ai, vou daqui p’ró bailarico<br />
E tenho um gaiato aqui <strong>de</strong>pendurado,<br />
Que é mesmo o retrato do meu namorado.<br />
E tenho um gaiato aqui <strong>de</strong>pendurado,<br />
Que é mesmo o retrato do meu namorado.<br />
Toca o fungagá, toca o sol e dó,<br />
Vamos lá, nesta marcha a um fulambó<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França 55<br />
Toca o fungagá, toca o sol e dó,<br />
Vamos lá, nesta marcha a um fulambó.<br />
Refrão<br />
O que é que a baiana tem?<br />
O que é que a baiana tem?<br />
Tem torso <strong>de</strong> seda tem (tem)<br />
Tem brinco <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />
Corrente <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />
Tem pano <strong>de</strong> Costa tem (tem)<br />
Tem bata rendada tem (tem)<br />
Pulseira <strong>de</strong> ouro tem (tem)<br />
E tem saia engomada tem (tem)<br />
Tem sandália enfeitada tem (tem)<br />
E tem graça como ninguém…!”<br />
O que é que a baiana tem?<br />
O que é que a baiana tem?<br />
O que é que a baiana tem?<br />
Refrão<br />
Entra nesta dança<br />
Vem <strong>Lisboa</strong><br />
Que o teu corpo balança<br />
Vamos todos,<br />
Vamos, vamos todos!<br />
Deixa a solidão<br />
Olha a Penha!<br />
Vem-te dar a mão<br />
Vamos todos,<br />
Vamos, vamos todos!<br />
É genial, original<br />
Vem daí.<br />
Refrão<br />
Estamos aqui<br />
Prontos para cantar<br />
Na Penha <strong>de</strong> França<br />
E ninguém sai daqui<br />
Sem um passo <strong>de</strong> dança<br />
Na Penha <strong>de</strong> França<br />
Sensualida<strong>de</strong>, drama<br />
Horror e verda<strong>de</strong><br />
O herói verda<strong>de</strong>iro<br />
O vilão e o dinheiro<br />
Cinema mundial<br />
Cantado em Portugal<br />
Pela…Penha…<strong>de</strong> França.<br />
Marcha da Penha <strong>de</strong> França Responsável Paulo Lemos Comissão Organizadora Artur Albuquerque, Cristina Dias, João Eleutério, José Henriques, Manuel Duarte, Nísia Blanco, Nuno<br />
Ferreira, Paulo Lemos, Pedro Ferreira, Sónia Lemos, Agua<strong>de</strong>iros Hugo Marques, Ruben Albuquerque, Rui Dias, Sílvia Carvalho Porta-Estandarte A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Albuquerque<br />
Ensaiador José Carlos Mascarenhas Figurinista Official Design Cenógrafo José Carlos Mascarenhas Cavalinho Instrumentos Clarinete Hernâni Nabeiro, Sax-alto Hélio Cleto,<br />
Trompete Miguel Silva, Paulo Heitor, Trombone Nuno Ribeiro, Bombardino Eugénio Con<strong>de</strong>sso, Tuba Tiago Costa, Caixa António Rosa Madrinha Patrícia Henrique Padrinho Bruno<br />
Simões Par <strong>de</strong> Mascotes Diana Oliveira, Tomás Lemos Marchantes Mulheres Ana Filipa Albino, Ana Rita Ciganito, Ana Sarmento, Bruna Gonçalves, Carla Rebelo, Carla<br />
Fonseca, Catarina Silva, Cátia Albuquerque, Célia Bernardo, Cristina Ribeiro, Filipa Grova, Helena Alvarez, Joana André, Maria Gabriela Garcia, Maria Inês Marques, Maria<br />
João Barros, Maria Rosário Queiró, Marta Silva, Nísia Blanco, Paula Oliveira, Rute Dias, Rute Maria Faria, Sónia Henriques, Sónia Lemos Marchantes Homens Alexandre<br />
Cunha, André Gomes, Artur Albuquerque, Bruno Luengo, Bruno Pereira, Carlos Cardinho, Diogo Silva, Gonçalo Dias, João Eleutério, João Saraiva, Joel Gomes, Jorge<br />
Cor<strong>de</strong>iro, Luís Ribeiro, Marcelo Jaime, Nuno Coelho, Nuno Ferreira, Nuno Parreira, Nuno Rodrigues, Pedro Maravilha, Pedro Ferreira, Rafael Fernan<strong>de</strong>s, Ricardo Miranda,<br />
Ruben Albuquerque, Rui Neves<br />
Refrão
56<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia<br />
<strong>Lisboa</strong> a preto e branco<br />
Com o Tejo a seus pés, Santa Engrácia, do cimo da sua<br />
gávea, enten<strong>de</strong> que acaba também por ter a seus pés<br />
<strong>Lisboa</strong>. Por este motivo trouxemos o tema “<strong>Lisboa</strong> a Preto<br />
e Branco” às marchas, pois, Santa Engrácia enten<strong>de</strong> que<br />
a cida<strong>de</strong> aponta para um futuro glorioso e se caracteriza<br />
por um presente on<strong>de</strong> a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e a constante<br />
mutação fornecem um valor, acrescentando-se assim<br />
a um passado já grandioso, marcado por gran<strong>de</strong>s feitos.<br />
Este tema acaba por adoptar <strong>de</strong> certa forma, uma<br />
homenagem a <strong>Lisboa</strong>, através dos seus lindíssimos<br />
painéis <strong>de</strong> pedra da calçada que encontramos por toda<br />
a cida<strong>de</strong>, apreciados por todos os que por cá passam,<br />
mas principalmente por todos nós lisboetas. Estes estarão<br />
bem presentes nos figurinos, mas principalmente nos<br />
arcos, sendo que na sua <strong>de</strong>coração tem presença<br />
<strong>de</strong> motivos a sua fachada com base na Arte Deco, não<br />
abandonando a presença do estilo neo clássico presente<br />
nos contornos que compõem um painel <strong>de</strong> pedra<br />
da calçada, tendo apontamentos <strong>de</strong> tom azul celeste<br />
(das abobadas) em representação do nosso Tejo, bem<br />
como o Prata e o Ouro (que ornamenta as molduras<br />
e os <strong>de</strong>talhes arquitetónicos). Para este projecto<br />
escolhemos como figurinos para eles, os Calceteiros<br />
e para elas, a nossa linda Varina; ambos em estilo livre,<br />
estilizados, unindo a tradição com a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />
com uma paleta <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>ntro do branco e preto<br />
da nossa cida<strong>de</strong>, o azul do Tejo e o Ouro e Prata,<br />
para dar iluminação e brilho.<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia Responsável Carlos Perdiz Comissão Organizadora Bruno Barros, Carlos Lourenço, Helena Monteiro, Isabel Alpalhão, Joaquim Pires, Luis Ferreira,<br />
Margarida Baptista, Maria Teresa Carballal Agua<strong>de</strong>iros Eduardo Paulo, Pedro Alpalhão, Rodrigo Aguiar, Rui Baptista Porta-Estandarte Margarida Baptista Ensaiador<br />
Bruno Barros Figurinistas Bruno Barros, Hugo Miguel Barros Cenógrafos Carlos Ferreira, Hugo Miguel Barros, Micael Costa Cavalinho Instrumentos Clarinete Raquel<br />
Oliveira, Sax-alto Val<strong>de</strong>mar Gomes, Trompete Diogo Fadista, Mara Silvestre, Trombone Marco Tavares, Bombardino José Cardoso, Tuba Ama<strong>de</strong>u Cunha, Caixa Rui Augusto<br />
Madrinha Bibá Pita Padrinho Francisco Men<strong>de</strong>s Par <strong>de</strong> Mascotes Rafael Delgado, Soraia Silva Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Ana Bela Magalhães, João Delgado Marchantes<br />
Mulheres Ana Lúcia Jacinto, Ana Rita Araújo, Ana Rita Duarte, Ana Rita Nascimento, Andreia Felisberto, Andreia Félix, Catarina Capucha, Cátia Anjos, Cláudia Timóteo,<br />
Constança Alves, Daniela Pereira, Glória Aguiar, Inês Costa, Joana Santos, Kellany Teixeira, Lídia Figueiredo, Maria da Conceição Fonseca, Patricia Sá, Raquel Carballal,<br />
Rita Dias, Rute Horta, Sandra Fernan<strong>de</strong>s, Sónia Vieira, Soraia Ferreira Marchantes Homens Adérito Plácido, Alfredo Martinho, Bruno Vieira, Fábio Vieira, Fernando<br />
Nascimento, João Carvalho, João Luzio, José Jacinto, Luis Delgado, Luis Dias, Luis Otero, Mauro Tristão, Nuno Coimbra, Nuno Varela, Paulo Anjos, Pedro Magalhães,<br />
Ricardo Cunha, Ricardo Nascimento, Rui Pinto, Sandro Vieira, Sérgio Alves, Sérgio Paixão, Sérgio Pereira, Tiago Silva
Marcha Inédita 1<br />
Pecado <strong>de</strong><br />
Santa Engrácia<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Zé Martins<br />
Arranjo musical Zé Martins<br />
Andorinhas venham ver esta cida<strong>de</strong><br />
Não existe outra vista como esta<br />
São ruelas on<strong>de</strong> se acolhe a sauda<strong>de</strong><br />
Ouve-se um fado e o bairro está em festa<br />
São Vicente que fica aqui mesmo ao lado<br />
E quer par p’ra dançar no bailarico<br />
A Santa Engrácia diz que rir não é pecado<br />
P’rá convencer, vai comprar-lhe um<br />
manjerico<br />
Refrão<br />
A santa pe<strong>de</strong> às varinas<br />
Um avental para ela<br />
Pôr à volta das colinas<br />
Quando calça uma chinela<br />
As varinas vão airosas<br />
Com passinhos prazenteiros<br />
Transformar em lindas rosas<br />
As pedras dos calceteiros<br />
Por colinas e <strong>de</strong>clives<br />
Que elas sobem com audácia<br />
Calceteiros são ourives<br />
P’ra enfeitar Santa Engrácia<br />
Nem igreja, nem capela nem convento<br />
É nas ruas que uma santa <strong>de</strong>ve andar<br />
Para ver como o povo anda se<strong>de</strong>nto<br />
De uma coisa que ele nem sabe explicar<br />
Este ano Santa Engrácia percebeu<br />
Viu que a marcha é a igreja da vida<br />
Por causa disso é que ela <strong>de</strong>sceu do céu<br />
E vai comigo a marchar na avenida<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
<strong>Lisboa</strong> a preto<br />
e branco<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Zé Martins<br />
Arranjo musical Zé Martins<br />
Pouca terra, pouca terra<br />
O comboio vai parar<br />
Trazendo gentes da serra<br />
Que só querem ver o mar<br />
Ao chegarem à cida<strong>de</strong><br />
Tudo é bonito <strong>de</strong>mais<br />
Nem reparam que a sauda<strong>de</strong><br />
Espera por elas no cais<br />
Refrão<br />
Ao chegarem à estação<br />
De Santa Apolónia<br />
A chuva <strong>de</strong> verão<br />
Cheira a água <strong>de</strong> colónia<br />
As pessoas são gentis<br />
O clima é diferente<br />
E <strong>Lisboa</strong> está feliz<br />
Por acolher esta gente<br />
Mas quem lhe dá o bom dia<br />
Diz quem vê com perspicácia<br />
É sempre a freguesia<br />
De Santa Engrácia<br />
Até o comboio sente<br />
Num último solavanco<br />
Agora está frente a frente<br />
Com <strong>Lisboa</strong> a preto e branco<br />
As pedrinhas da calçada<br />
As asas das andorinhas<br />
A pare<strong>de</strong> mal caiada<br />
O xaile da Mariquinhas<br />
Refrão<br />
Mas, seja lá como for,<br />
Tem que se andar distraído<br />
Para não se ver a cor<br />
Deste bairro colorido<br />
O azul que vem do rio<br />
O ver<strong>de</strong> das sardinheiras<br />
Mais a cor do assobio<br />
Quando passam as peixeiras<br />
Refrão<br />
Marcha <strong>de</strong> Santa Engrácia 57<br />
Marcha<br />
O meu bairro<br />
é uma jóia<br />
Letra Fernando Santos<br />
Música Fernando Santos, João Carvalho<br />
Arranjo musical Zé Martins<br />
Vamos <strong>de</strong> caras risonhas<br />
Esta noite p’rá rambóia<br />
Não há ninguém que nos ponha<br />
No coração melhor jóia<br />
Este bairro caloroso<br />
Virado p’ra oriente<br />
E fiel e amistoso<br />
Recebe o sol <strong>de</strong> frente<br />
Refrão<br />
Olhem p’rá marcha!...<br />
De Santa Engrácia<br />
Quando ela passa,<br />
Ninguém tem melhor marchar<br />
Olhem p’rá marcha!...<br />
De Santa Engrácia<br />
A cantar! A cantar! A cantar!<br />
Olhem p’ra ela, bela e vaidosa<br />
Séria, garbosa, mas popular<br />
Olhem p’rá marcha!...<br />
De Santa Engrácia<br />
A marchar! A marchar! A marchar!<br />
Dizem que qualquer pessoa<br />
Tem duas faces da lua<br />
Se o coração magoa<br />
Deve passear na rua<br />
Vou sair para a folia<br />
Em casa não quero ficar<br />
Ficarei até ser dia<br />
Com esta marcha a cantar!
58<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />
<strong>Lisboa</strong> veste-se com as cores da primavera, os dias são<br />
repletos <strong>de</strong> sol e as noites revestem-se <strong>de</strong> uma suave brisa<br />
quente, on<strong>de</strong> torrentes enérgicas anunciam o verão.<br />
É o prenúncio das festas da cida<strong>de</strong>! O local on<strong>de</strong> ocorre<br />
a maioria dos festejos juninos é chamado <strong>de</strong> arraial,<br />
um espaço ao ar livre situado nos bairros antigos da<br />
nossa cida<strong>de</strong>. São criados em praças e ruas típicas com<br />
edifícios <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes arcaicos e varandas com ferragens<br />
trabalhadas <strong>de</strong> uma beleza inigualável, estas enfeitadas<br />
com vasos <strong>de</strong> manjerico e cravos com as suas mensagens<br />
tão típicas, tudo unicamente para o evento.<br />
Foi precisamente nestes <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>corativos<br />
e arquitectónicos tão presentes nas festas <strong>de</strong> Junho<br />
no bairro <strong>de</strong> São Vicente que a inspiração surgiu.<br />
Como o tema indica, a marcha do Bairro <strong>de</strong> São Vicente<br />
para o evento das Marchas Populares <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> 2012,<br />
tem como inspiração a nossa cida<strong>de</strong>, caraterizada nas<br />
festas populares tão presentes na sua essência. <strong>Lisboa</strong><br />
das tradições, dos festejos dos Santos Populares e seus<br />
arraiais, <strong>Lisboa</strong> do Fado, <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> memórias das<br />
marchas comemorando o seu 80º aniversário,<br />
tudo isto é a <strong>Lisboa</strong> que amamos.<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente Responsável Bruno Santos Comissão Organizadora António Barata, Eugénio Fusco, Luís Barros, Paulo Fusco Agua<strong>de</strong>iros, Eugénio Fusco, Luis Barros, Luis<br />
Gomes, Paulo Fusco Porta-Estandarte Sofia Santos Ensaiador Reinaldo Ventura Figurinista Paulo Miranda Cenógrafo Paulo Miranda Cavalinho Instrumentos Clarinete<br />
Ângela Alegria, Sax-alto João Bexiga, Trompete Paulo Pancadas, José Pontes, Trombone Bernardino Sota, Bombardino Aurélio Alegria, Tuba Luis Marques, Caixa Nuno Pereira<br />
Madrinha Melania Gomes Padrinho Hél<strong>de</strong>r Agapito Par <strong>de</strong> Mascotes João Borges, Mafalda Santos Par <strong>de</strong> Marchantes Suplente Filomena Lourenço, Ricardo Conceição<br />
Marchantes Mulheres Ana Almofrei, Bárbara Santos, Carla Mestre, Célia Barata, Cláudia Marques, Inês Sabino, Katy Melanda, Lília Oliveira, Mafalda Lopes, Lur<strong>de</strong>s<br />
Pereira, Inês Pires, Orlanda Cruz, Raquel Ventura, Rute Silva, Sandra Vargas, Sara Machado, Sara Rita Pereira, Sofia Cruz, Sofia Meira, Soraia Faustino, Soraia Gradiz,<br />
Susana Dias, Susana Figueiredo, Vera Marques Marchantes Homens Adalberto Faria, António Sabino, Bruno Santos, Bruno Valente, Carlos Dias, Diogo Ventura, Flávio<br />
Varandas, Fre<strong>de</strong>rico Antunes, Gonçalo Oliveira, Hugo Rodrigues, João Afonso, João Cruz, João Ferreira, João Macedo, João Oliveira, Luís Fernan<strong>de</strong>s, Marcelo Varandas,<br />
Marco Neves, Paulo Lourenço, Pedro Lourenço, Ricardo Silva, Ricardo Valente, Sandro Vasques, João Guerreiro e João Macedo
Marcha Inédita 1<br />
<strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong><br />
São Vicente<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Diogo Clemente<br />
Arranjo musical Aurélio Alegria<br />
É preciso ser sincero<br />
Para se dançar o vira<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que eu quero<br />
Não permite uma mentira<br />
É preciso ter <strong>de</strong>coro<br />
Para dançar o malhão<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que adoro<br />
Não tolera uma traição<br />
Refrão<br />
P’ra <strong>de</strong>scer a avenida<br />
Não basta calçar chinelas<br />
É mais fácil a <strong>de</strong>scida<br />
Com sapatos <strong>de</strong> fivelas<br />
Quem abusa da bebida<br />
Leva atrás umas ca<strong>de</strong>las<br />
<strong>Lisboa</strong> fica sentida<br />
Agora é que vão ser elas<br />
Mas <strong>de</strong> noite, minha q’rida<br />
Abre todas as janelas<br />
Melhor procurar’s guarida<br />
Pelos becos e vielas<br />
A marcha é que é a vida<br />
Tudo o resto são novelas<br />
É preciso dar um passo<br />
Para a gente entrar na dança<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que abraço<br />
Só quer boa vizinhança<br />
É por isso que eu reclamo<br />
De quem não sabe dançar<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />
Quer-nos todos p’ra seu par<br />
Refrão<br />
Marcha Inédita 2<br />
Vai passar<br />
São Vicente<br />
Letra Tiago Torres da Silva<br />
Música Diogo Clemente<br />
Arranjo musical Aurélio Alegria<br />
Vai a passar São Vicente<br />
Que é um bairro cuja gente<br />
P’ra manter a tradição<br />
Se souber que alguém precisa<br />
Dá a alma e a camisa<br />
Sem ‘sperar por gratidão<br />
É por isso que <strong>Lisboa</strong><br />
Quando vê que uma pessoa<br />
Sabe sorrir à <strong>de</strong>sgraça<br />
Dá o braço a São Vicente<br />
E fica toda contente<br />
É a nossa marcha quem passa<br />
Refrão<br />
São Vicente, São Vicente<br />
És o bairro mais antigo<br />
Consagrado a esta gente<br />
Que quer ser santa contigo<br />
São Vicente, São Vicente<br />
On<strong>de</strong> as marchas são rainhas<br />
És o santo mais presente<br />
Na vida dos alfacinhas<br />
Nosso santo milagreiro<br />
Que passou o ano inteiro<br />
A ensaiar uns passinhos<br />
Vai na marcha como dantes<br />
No coração dos marchantes<br />
Que ficam menos sozinhos<br />
A avenida está à cunha<br />
E <strong>Lisboa</strong> é testemunha<br />
Que é São Vicente a passar<br />
Traz arquinhos e balões<br />
Mas a luz dos corações<br />
É que a vai fazer brilhar<br />
Marcha<br />
Medley<br />
<strong>Lisboa</strong> 2012<br />
Letra Vários<br />
Música Vários<br />
Arranjo musical Aurélio Alegria<br />
Marcha <strong>de</strong> São Vicente 59<br />
Vai <strong>de</strong> corações ao alto, nasce a lua<br />
E a marcha segue contente<br />
As pedrinhas <strong>de</strong> basalto cá da rua<br />
Nem sentem passar a gente<br />
Nos bairros <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> encantada<br />
Tudo serve <strong>de</strong> alegria<br />
E faz-se alegre a sauda<strong>de</strong><br />
No toque <strong>de</strong> alvorada<br />
No toque da Avé Maria<br />
Lá vai <strong>Lisboa</strong> com a saia cor do mar<br />
E cada bairro é um noivo<br />
Que com ela vai casar<br />
Ai! Vai <strong>Lisboa</strong>, com seu arquinho e balão<br />
Com cantiguinhas na boca<br />
E amores no coração<br />
Refrão 1<br />
<strong>Lisboa</strong> nasceu<br />
Pertinho do céu<br />
Toda embalada na fé<br />
Lavou-se no rio<br />
Ai, ai, ai menina<br />
Foi batizada na sé<br />
Já se fez mulher<br />
E hoje o que ela quer<br />
É trovar e dar ao pé<br />
Anda em <strong>de</strong>svario<br />
Ai, ai, ai menina<br />
Mas que linda que ela é<br />
Ó noite <strong>de</strong> Santo António<br />
Ó <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> encantar<br />
De alcachofras a florir<br />
De foguetes a estoirar<br />
Enquanto os bairros cantarem<br />
Enquanto houverem arraiais<br />
Enquanto houver Santo António<br />
<strong>Lisboa</strong> não morre mais<br />
Refrão 2<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> que eu amo<br />
Sinto o mar em cada esquina<br />
Esta <strong>Lisboa</strong> tem ondas<br />
No andar duma varina<br />
Cida<strong>de</strong> tão antiga<br />
Cida<strong>de</strong> amiga<br />
Mo<strong>de</strong>sta e bela<br />
Varia como as marés<br />
E tem o Tejo a seus pés<br />
A chorar <strong>de</strong> amor por ela
Grupo <strong>de</strong> danças <strong>de</strong> dragão, leão e artes marciais 61<br />
Grupo <strong>de</strong> danças <strong>de</strong> dragão,<br />
leão e artes marciais<br />
Macau<br />
Na tradição chinesa, a dança do dragão e do leão é<br />
uma componente relevante <strong>de</strong> cerimónias e festivida<strong>de</strong>s<br />
importantes, sendo consi<strong>de</strong>rada como uma bênção para<br />
o evento. O movimento do dragão e leões segue ao ritmo<br />
dos tambores, címbalo e gongo, e os gestos energéticos<br />
e expressão facial <strong>de</strong>stes animais revelam o ritmo<br />
da dança. A Associação Desportiva do Leão Acordado<br />
Lo Leong foi criada em 1938 e é um dos grupos mais<br />
conhecidos <strong>de</strong> dança <strong>de</strong> dragão e leão <strong>de</strong> Macau.<br />
É composta por equipas <strong>de</strong>sportivas que incluem dança<br />
do dragão, dança do leão, Cai Lifo, Wushu, Tai Chi Gong<br />
Yang e Sanshou. As suas equipas têm participado em<br />
várias activida<strong>de</strong>s e competições no exterior <strong>de</strong> Macau,<br />
nomeadamente Pequim, Hunan, Fujian, Hong Kong,<br />
Guangdong, Portugal, Espanha, Estados Unidos da<br />
América, Canadá, Singapura, Malásia, Coreia do Sul,<br />
Tailândia e Taiwan da China. Em 2010, este mesmo<br />
grupo foi uma das principais atracções culturais<br />
integradas na programa da “Semana <strong>de</strong> Macau em<br />
<strong>Lisboa</strong>”, tendo recebido muito apoio do público e tendo<br />
sido um excelente meio <strong>de</strong> entretenimento e promoção<br />
da cultura <strong>de</strong> Macau. Para a presente activida<strong>de</strong><br />
promocional, a associação integra 25 elementos,<br />
a maioria dos quais pertencem à selecção da RAEM<br />
(Região Administrativa Especial <strong>de</strong> Macau), tendo<br />
recebido vários prémios em competições internacionais.<br />
Durante a realização da dança do dragão (com<br />
o comprimento <strong>de</strong> 32,9 metros) e do leão, serão<br />
também apresentados vários tipos <strong>de</strong> artes marciais,<br />
com pau e espada, cháng quán, e outros.
62 National Band – Grupo nacional <strong>de</strong> artes populares<br />
National Band – Grupo<br />
nacional <strong>de</strong> artes populares<br />
Emirados Árabes Unidos<br />
Ao longo dos últimos tempos, o Folclore tem vindo<br />
a adquirir uma importância cada vez mais relevante<br />
no mundo. Cada país tem a sua cultura e as suas artes<br />
populares que caracterizam e <strong>de</strong>finem a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
artística, o seu povo. Nos Emirados Árabes Unidos,<br />
interessam-nos as artes gestuais e tudo o que tem ligação<br />
com os cânticos, os trajes, as culturas e as tradições,<br />
sabendo que essas facetas representam o património<br />
cultural e traduzem a originalida<strong>de</strong> do povo emira<strong>de</strong>nse<br />
ao longo dos séculos, bem como a ligação à sua<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, o que permite o conhecimento das suas<br />
origens, raízes e assim, da sua evolução. Deste ponto<br />
<strong>de</strong> vista, o Grupo Nacional <strong>de</strong> Artes Populares dos<br />
Emirados Árabes Unidos, criado em 1987 com o objectivo<br />
<strong>de</strong> enraizar todas as danças populares e apresentá-las<br />
<strong>de</strong> forma artística e dançante recorrendo a coreografias,<br />
formas gestuais, trajes e acessórios, tenciona apresentar<br />
as suas mais importantes danças populares:<br />
A Aliyala Al Bahriya (referente ao Mar), uma das danças<br />
mais populares e famosas dos Emirados Árabes Unidos,<br />
que faz uso <strong>de</strong> alguns cânticos antigos, entoados com<br />
ritmos emira<strong>de</strong>nses contemporâneos.<br />
A Aliyala Al Baria (alusiva à Terra), também conhecida<br />
por Aliyala Alain (dança típica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alain),<br />
é a “dança da guerra” porque foi criada para encorajar<br />
os homens antes <strong>de</strong> irem para a guerra. Em tempo<br />
<strong>de</strong> paz, transmite um espírito <strong>de</strong> amor e união.<br />
A Razfa, consi<strong>de</strong>rada como uma das mais importantes<br />
artes do campo, é também conhecida por Alharbia,<br />
uma poesia improvisada e muito usada em coreografia.<br />
A Aliwa, dança cujas cantigas e ritmos foram misturados<br />
com canções <strong>de</strong> origem africana, resultado das trocas<br />
comerciais com África.<br />
A Almaled, arte religiosa que celebra o nascimento<br />
do profeta Maomé e composta por cantos e cantigas<br />
acompanhados por instrumentos musicais como<br />
o adufe (pan<strong>de</strong>ireta árabe).
Projecto Chuva d’Amor<br />
Portugal<br />
Quando abordamos a palavra objectivo, pressupomos<br />
uma motivação como retaguarda que nos impulsiona<br />
a fazer algo. Sendo que nos encontramos num universo<br />
on<strong>de</strong> só se abordam temas preocupantes e on<strong>de</strong> as<br />
pessoas vivem cada segundo a pensar em assuntos que<br />
lhes trazem preocupações, acabam por <strong>de</strong>scurar outros<br />
sentimentos que são os mais belos e que se <strong>de</strong>vem viver,<br />
os sentimentos <strong>de</strong> amor e que apelam aos 5 sentidos,<br />
através do cheiro, da visão, do toque, da audição e do<br />
sabor, aqui o sabor da vida através do amor, da alma,<br />
da entrega sem questionar quem é quem e como …<br />
Este é um projecto que preten<strong>de</strong>: Criar energia <strong>de</strong><br />
amor entre três gerações. Unir famílias que têm filhos<br />
portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências e famílias ditas normais<br />
e fazê-los sentirem-se iguais no seio da socieda<strong>de</strong>. Esta<br />
união tem como intenção fazer <strong>de</strong>spertar corações, criar<br />
elos <strong>de</strong> ligação e partilha humana porque o olhar é o<br />
que se encontra mais perto da alma e o saber abraçar<br />
Projecto Chuva d’Amor 63<br />
esse olhar, esse momento <strong>de</strong> entrega entre diferentes<br />
gerações será o brin<strong>de</strong> à igualda<strong>de</strong>, num contexto social.<br />
Assim, vamos abraçar a “Diferença”. Através da mão do<br />
amor entre jovens, pais e avós num palco da vida on<strong>de</strong><br />
a plateia aplau<strong>de</strong> a igualda<strong>de</strong>, criando assim sinergias<br />
<strong>de</strong> amor incondicional junto <strong>de</strong> todos universalmente,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da etnia, cor, nacionalida<strong>de</strong><br />
ou <strong>de</strong>ficiência.<br />
Não existem cores, existem seres humanos;<br />
Não existem <strong>de</strong>ficiências existem seres humanos;<br />
Não existem etnias existem seres humanos;<br />
Não existem nacionalida<strong>de</strong>s, existem seres humanos;<br />
É <strong>de</strong>sta forma que acredito que po<strong>de</strong>mos fazer CHUVA<br />
D’AMOR.<br />
Mais do que viver é preciso saber viver… acima <strong>de</strong> tudo<br />
com SORRISOS.
Ficha Técnica<br />
EGEAC<br />
Organização das<br />
<strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />
Conselho <strong>de</strong> Administração<br />
Miguel Honrado<br />
Lucinda Lopes<br />
Francisco Motta Veiga<br />
Direcção <strong>de</strong> Gestão Cultural<br />
Pedro Moreira<br />
Fernanda Rodrigues<br />
Isabel Margarido<br />
Armanda Parreira<br />
Patrícia Albuquerque<br />
Paula Nunes<br />
Sara Cruz<br />
Seomara Martins<br />
Divisão <strong>de</strong> Patrocínios<br />
e Mecenato<br />
João Gabriel Isidoro<br />
Equipas Técnicas<br />
e <strong>de</strong> Produção<br />
Eduardo Cunha<br />
João Nobre<br />
José Ferrão<br />
Manuel Ferrão<br />
Ricardo Rocha<br />
Rúben Godinho<br />
Sofia Ventura<br />
Direcção <strong>de</strong><br />
Comunicação e Imagem<br />
Rita Castel-Branco<br />
Ana Marta Félix Ribeiro<br />
Maria Melo<br />
Paulo Almeida<br />
Estagiários<br />
Catarina Cruz<br />
Marcelo Martinho<br />
Margarida Estrela<br />
Direcção <strong>de</strong> Gestão Financeira<br />
Teresa Santos<br />
Ana Sofia Fonseca<br />
António Machado<br />
Bruno Gonçalves<br />
Carmencita Silvestre<br />
Fátima Campos<br />
Ismael Men<strong>de</strong>s<br />
Mário João Silva<br />
Paulo Fonseca<br />
Rosa Alves<br />
Assessoria do CA<br />
Mónica Almeida<br />
Pedro Nereu<br />
Assessoria <strong>de</strong><br />
Sistemas <strong>de</strong> Informação<br />
Nuno Reis<br />
Carlos Lobinho<br />
Paulo Oliveira<br />
Secretariado do CA<br />
Isabel Alves<br />
Teresa Rodrigues<br />
Design<br />
Silva<strong>de</strong>signers<br />
Web Design<br />
Go Direct<br />
Conteúdos Audiovisuais<br />
Kattia Hernan<strong>de</strong>z<br />
Fotografia<br />
José Maria Fra<strong>de</strong><br />
Traduções<br />
Rafaela Mota Lemos<br />
Direcção <strong>de</strong> Recursos<br />
Humanos e Serviços<br />
Administrativos<br />
Maria da Fé Carvalho<br />
Alexandra Guerreiro<br />
Ana Reguino<br />
Antónia Limão<br />
António Moura<br />
Cidália Quaresma<br />
Elísia Teixeira<br />
Filipa Rodrigues<br />
Hugo Macedo<br />
Manuel Santos<br />
Gabinete <strong>de</strong> Apoio Jurídico<br />
Rosário Calvão<br />
Ana Senha<br />
Joaquim Silva Nunes<br />
Leonor Neto Gomes<br />
Paula Gomes<br />
Teresa Sá Esteves<br />
Gabinete <strong>de</strong><br />
Estratégia Comercial<br />
Manuela Batalha<br />
Catarina Ribeiro<br />
Helena Seixas<br />
Margarida Dias<br />
Gabinete <strong>de</strong> Projectos<br />
e Obras <strong>de</strong> Reabilitação<br />
e Manutenção<br />
Jaime Loff<br />
Sofia Rosa<br />
Ana Sofia Bárbara<br />
Catarina Macedo<br />
Fernando Rodrigues<br />
João Antunes da Fonseca<br />
Sónia Arroyo<br />
Gabinete <strong>de</strong> Projectos<br />
Institucionais e Relações<br />
Internacionais<br />
Helena Pais Costa<br />
João Senha<br />
Patrocinador Principal Patrocinadores Viatura Oficial Parceiros Institucionais<br />
Media Partners Apoio à divulgação
Patrocinador das <strong>Festas</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>
A marchar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932.<br />
www.festas<strong>de</strong>lisboa.com