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poemas.pdf - Novidades100

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Dicas de Internet Games Papel de Parede Vídeos Caseiros<br />

POEMAS & POESIAS<br />

Adversidades<br />

No parque, as crianças riam;<br />

No lixo, a criança morria;<br />

Na cama, os amantes transavam;<br />

No chão, a amante sangrava;<br />

No céu, o sol luzia;<br />

No beco, a sombra escondia;<br />

O estupro da virgem;<br />

O sangue do cão;<br />

O corpo do moço;<br />

O sábado era dia;<br />

O domingo era noite;<br />

A felicidade era criança;<br />

A dor, um velho coxo;<br />

Magias vistas a olho nu;<br />

Tantos deuses e tantos demônios<br />

De tão grandes vaidades,<br />

Por que razões insanas<br />

Puseram no mundo<br />

Tantas adversidades.<br />

Alvorecer<br />

Poemas &<br />

Poesias<br />

Dicas de Saúde<br />

Ao alvorecer,<br />

cantarei um canto de glória<br />

ao meu amor que nasce… Created with www.PDFonFly.com


eberei a poesia como cachaa;<br />

cegar-me-ei ao sofrimento alheio<br />

e me encerrarei no corpo amado.<br />

ao anoitecer,<br />

cantarei um canto fúnebre,<br />

ao meu amor que parte…<br />

derramarei lágrimas de amor traído,<br />

viverei para ver a dor.<br />

tomarei pílulas então para dormir.<br />

Aquela Música<br />

Eu hei de ouvir ainda,<br />

uma canção daquelas<br />

que me deixava mudo,<br />

serei de tudo<br />

que precisarei ser,<br />

pra seguí-la no canto,<br />

farei de tudo<br />

pra que também<br />

alguém cante,<br />

alguém como você<br />

moça do campo,<br />

alguém como alguma<br />

virgem debutante,<br />

alguêm como você<br />

crioula da zona,<br />

pobre alma ardente,<br />

tão carente quanto<br />

uma flor do deserto,<br />

mesmo que eu não cante,<br />

cante que estarei perto.<br />

Areia<br />

A areia na greta,<br />

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na greta molhada,<br />

de líquido quente,<br />

do sexo ardente,<br />

que produz essa gente,<br />

essa gente mal paga.<br />

a areia na greta,<br />

na greta saciada,<br />

de amor de repente,<br />

do corpo carente,<br />

que faz essa gente,<br />

louca e desajeitada.<br />

Barco Pesqueiro<br />

Um pesqueiro vai partir ao norte,<br />

gritos choros, lamentos…<br />

ai de quem vai partir,<br />

vai levar consigo saudades,<br />

vai deixar do porto a vida,<br />

guardada em corações distintos:<br />

filhos, mulher, mãe e pai famintos;<br />

vai controlar por meses, o peito,<br />

vai irrigar com lágrimas, o rosto,<br />

vai desnudar emoções contidas,<br />

pra depois, talvez voltar.<br />

um pesqueiro vai partir ao norte,<br />

gritos, choros, lamentos…<br />

ai de quem vai ficar,<br />

vai durar pra sempre um dia,<br />

vai ser trágica a cena de espera,<br />

que talvez seja apenas quimera,<br />

mas é a vida, é a vida, é a vida;<br />

vai irrigar com lágrimas, a noite,<br />

vai olhar pra sempre, o mar,<br />

vai deixar a vida morrer,<br />

para depois, talvez, de novo nascer.<br />

Os Olhos Negros e a Rosa<br />

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Os olhos negros olhavam a rosa;<br />

tinham treze anos de brilho;<br />

e a rosa, ainda não desabrochara;<br />

era manhã, menos da nove,<br />

manhã de primavera,<br />

das abelhas operárias;<br />

a rosa estava semi-aberta;<br />

e os olhos negros,<br />

bem espertos,<br />

tentavam observar, cada segundo,<br />

a rosa desabrochando;<br />

era manhã de primavera;<br />

manhã de sol,<br />

menos das nove;<br />

me cativa cruelmente este fato:<br />

e encontro da beleza e da dor;<br />

antes da rosa abrir-se completamente,<br />

os olhos negros,<br />

de treze anos,<br />

fecharam-se eternamente.<br />

Brado Revoltado<br />

O meu peito guarda<br />

um brado revoltado<br />

pelos que morreram<br />

nas batalhas trabalhistas<br />

ou nos covis da repressão,<br />

são homens em camisas de mangas,<br />

e mulheres com desbotados vestidos;<br />

e você ainda riem?<br />

vocês, burgueses famintos,<br />

que comem o pão<br />

dessas mãos suadas,<br />

ainda riem?<br />

vocês, omissos nojentos,<br />

que bebem o sangue<br />

desses corpos mutilados,<br />

ainda riem?<br />

sim, vocês riem;<br />

enquanto gordos assassinos Created with www.PDFonFly.com


escondem-se<br />

por trás das cortinas do poder,<br />

erguem as vozes com estranho cinismo<br />

à condecorada guarda:<br />

protejam a nossa pátria: brasil.<br />

Canto de Adeus<br />

Hoje sou cego<br />

ao corpo teu que parte…<br />

não pareo-me ontem,<br />

ansiedade louca de beijar teus seios,<br />

de tocar teus pêlos,<br />

tão louco fui;<br />

cheio de pensamentos breves;<br />

tão louco fui,<br />

louco e feliz;<br />

da minha alma<br />

sempre um sorriso longo à tua;<br />

hoje, porém,<br />

teu corpo parte<br />

e minha alma é cega;<br />

não sou feliz nem triste;<br />

bêbo agora<br />

à glória de não ser escravo.<br />

Silêncio<br />

O silêncio era intenso,<br />

de repente quebrado<br />

por um grito de dor;<br />

o sofrimento era amargo e forte,<br />

de repente findado<br />

pelas garras do amor.<br />

e tudo fez-se calmo;<br />

só devagarinho um pranto,<br />

e uma reza;<br />

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e as trevas;<br />

findou-se a dor de quem sofria;<br />

iniciou-se a dor de quem amava,<br />

que agora,<br />

lentamente morre.<br />

Comédia Humana<br />

Por tão pouco se discute<br />

quem tem a vida na mão,<br />

quem a morte tem aos pés;<br />

por tão pouco se quer saber<br />

quem se faz porco,<br />

qual porco se faz gente;<br />

por tão pouco se ilustra<br />

a alma bem-vista,<br />

a bem-vista alma maldita;<br />

por tão pouco se fala<br />

dos bêbados esvaindo-se em pranto,<br />

do pranto que não choram tantos;<br />

por tão pouco se comenta:<br />

- dos violentos;<br />

- dos sedentos;<br />

- dos terroristas;<br />

- dos anarquistas…<br />

por tão pouco se cruzam os braços,<br />

e continua,<br />

silenciosamente,<br />

eterna e silenciosamente,<br />

a dantesca comédia humana.<br />

Doce Garota<br />

Eu andava sem rumo,<br />

mascando chicletes,<br />

em liberdade vigiada;<br />

vaguei por becos e avenidas,<br />

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infernos e madrugadas;<br />

nada encontrava<br />

que me desse gosto de voltar;<br />

vagabundos me aceitavam<br />

como um deles;<br />

madames me queriam como brinquedo;<br />

e eu nunca,<br />

nunca me senti caminhando com alguém;<br />

e agora,<br />

nesse jardim sem flores,<br />

me sinto contigo,<br />

doce garota,<br />

que adoça minha vida inteira.<br />

A Morte<br />

Dona morte<br />

recolheu a foice<br />

e foi-se;<br />

os tempos de ódio<br />

e rancor<br />

passaram-se no meu peito;<br />

tenho uma flor;<br />

tenho um sorriso;<br />

um sorriso que nunca previ;<br />

porém…<br />

tenho um sorriso e…<br />

tenho uma flor.<br />

Dor<br />

O trem já vai partir;<br />

são quatro horas de vida;<br />

são tempos pra esquecer;<br />

são tormentos que virão,<br />

expressões no rosto<br />

de dor;<br />

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de mágoa;<br />

de solidão;<br />

a revolta é um caminho certo;<br />

a amargura dilacera;<br />

e essa fera ruge;<br />

dança;<br />

grita;<br />

a esperança morreu<br />

na última estação;<br />

agora espera…<br />

só a morte…<br />

É Preciso<br />

É preciso saber do mal<br />

pra se ter consciência do bem;<br />

é preciso penetrar o negro<br />

pra se saber da luz;<br />

é preciso descer o poço<br />

pra se ver o céu;<br />

é preciso sonhar<br />

pra se desejar a vida;<br />

é preciso viver<br />

pra se amar;<br />

é preciso doar-se;<br />

é preciso querer-se;<br />

é preciso amar;<br />

é preciso amar.<br />

A Liberdade<br />

A liberdade<br />

não é negra e não é branca;<br />

é incolor;<br />

não tem credo,<br />

não grana,<br />

não precisa ter massa;<br />

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gera por si só;<br />

a liberdade<br />

não tem nome nem apelido;<br />

no está longe nem perto;<br />

ela está ou não;<br />

a liberdade<br />

não nasce nem morre,<br />

ela apenas vive e habita;<br />

a liberdade de nada precisa;<br />

nada além da luz<br />

que emana de dentro<br />

pra fora de quem vive.<br />

Lua<br />

Lua,<br />

todos te dizem pura,<br />

só eu não;<br />

és bela sim;<br />

porém sem amor único;<br />

eu que um dia<br />

te consumi toda;<br />

só que também vi<br />

teu olhar dourado<br />

sobre um cigano,<br />

vi sobre um mendigo,<br />

sobre um vagabundo,<br />

e beijavas também<br />

um assassino;<br />

lua que é minha,<br />

na minha solidão<br />

é a rainha;<br />

lua bela,<br />

lua sapatão,<br />

que beijavas Maria,<br />

Rosana, e a Rosa<br />

minha amada fugida;<br />

lua, tu não me namoras,<br />

o que desejas,<br />

é fazer multidão<br />

os meus olhos sozinhos.<br />

A Lua sem Poeta<br />

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O que seria da lua,<br />

sem o poeta…<br />

seria recalcada,<br />

seria crua,<br />

nua e sem berço,<br />

virgem e sem verso;<br />

posaria despida,<br />

mas apenas para o mar,<br />

não seria beijada,<br />

não seria trepada,<br />

porém ainda seria bela;<br />

mesmo sem olhos de ver,<br />

mesmo sem amor para crer;<br />

contudo…<br />

ainda seria bela.<br />

Maradona<br />

Foi assim:<br />

saltou fora do ventre,<br />

não viu a bola…<br />

e chorou;<br />

nasceu maradona;<br />

menino de ouro,<br />

sem adorno,<br />

sem parafina no cabelo;<br />

menino real,<br />

louco talvez,<br />

que amou;<br />

que cheirou;<br />

que chorou<br />

e quase morreu;<br />

porém, espíritos assim são de pedras,<br />

não morrem,<br />

sobrevivem para sempre;<br />

deixando de legado,<br />

tanta fúria e raça,<br />

num sublime talento.<br />

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Numa Só Marcha<br />

Todos numa só marcha;<br />

carregados em ondas invisíveis;<br />

das crianças meninas<br />

às mulheres solitárias;<br />

dos braços fortes<br />

aos magros peitos doentios;<br />

lembrar-me-ei agora,<br />

dos ginásios da vida;<br />

dos bares das zonas;<br />

das favelas, dos burgueses,<br />

dos escarros nas ruas;<br />

dos adeuses…<br />

dos adeuses que não foram ditos;<br />

das palavras de bocas malditas;<br />

das igrejas, do murmúrio da fome;<br />

dos homens do campo;<br />

dos homens da guerra;<br />

lembrar-me-ei de você, pequena,<br />

que passou por mim com um beijo<br />

e não disse a palavra que ainda me falta;<br />

fui cego à marcha constante e eterna,<br />

porém levanto agora o olhar<br />

para um lampejo de luz.<br />

O Passado Presente<br />

Não machuque<br />

a quem te deu a mão,<br />

porque bem sei, outras mos virão,<br />

mas o calor que a tua ora ostenta<br />

não foi o fogo da lareira que te deu,<br />

vai atrás, alma bendita que saberás,<br />

o calor de tua máo é o do primeiro coração.<br />

não machuque<br />

a quem te fez sorrir,<br />

porque passa o dia e passa a noite,<br />

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passa o ator e o palhao,<br />

que teu sorriso seja sempre alma presente,<br />

mas, contudo, ser vivente,<br />

teu sorriso no tem cor permanente.<br />

no machuque<br />

a quem te proporcionou um orgasmo,<br />

porque mesmo que o tempo mude<br />

ainda te restará um sêmen<br />

que não aceitará outro colo,<br />

e com a volta dos ventos<br />

o induzirá ao prazer primeiro.<br />

Se o Amor Fosse Bonzinho<br />

Ah quem dera,<br />

se o amor fosse bonzinho,<br />

eu não seria tão só;<br />

correndo em busca de carinho,<br />

nas tetas de uma vaca cega.<br />

não seria o mundo tão triste,<br />

num desvario, numa febre infinda,<br />

sangrando lágrimas em dissabores,<br />

a procura de uma morte leve.<br />

não seria tu própria, morena,<br />

tão serena, tão amena,<br />

razão de tanto desgosto,<br />

sem culpa me matando,<br />

sem culpa, mas a teu gosto.<br />

Rosinha<br />

Rosinha,<br />

nome de virgem de roa;<br />

rosinha no campo…<br />

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flor pura, menina bela,<br />

menina feliz, menina flor.<br />

Rosinha no campo<br />

era toda natureza;<br />

Rosinha era vida, era mato;<br />

Rosinha era tudo:<br />

amor, sonho, paixão…<br />

Rosinha no campo:<br />

nua, livre, gazela…<br />

moça bonita, cheiro de amor,<br />

Rosinha do sexo ardente,<br />

Rosinha, menina bonita.<br />

Rosinha fugiu do campo;<br />

a roça chorou;<br />

foi-se Rosinha, foi-se o amor;<br />

do campo foi-se:<br />

a menina: bela flor.<br />

Rosinha na cidade…<br />

cheiro de quarto sujo;<br />

cheiro de álcool, cheiro de fumo.<br />

Rosinha feia! feia!<br />

Feia Rosinha da noite escura.<br />

Meiga Senhorita<br />

Caminhando feito louco<br />

contra o tempo;<br />

não me arrebento nas pedras da rua<br />

porque algo ainda me segura;<br />

a mente vai a mil,<br />

transforma um segundo<br />

numa estória sonhada,<br />

talvez eu queira ir,<br />

pois indo posso voltar;<br />

e se eu ficar<br />

talvez espante o encanto<br />

e transforme este lugar<br />

numa cidade de pedras distante…<br />

de repente, perplexo,<br />

esvai-se todos os pensamentos,<br />

pois algo muito forte<br />

ocupa toda a minha alma…<br />

senhorita…<br />

como desejo um beijo teu,<br />

como desejo tocar teu corpo,<br />

porém, me assusta mil vezes,<br />

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os braços em adeuses,<br />

mas por ti, senhorita,<br />

não fugirei ao risco.<br />

Tímido Olhar<br />

Deixa eu olhar,<br />

num longo olhar, a terra…<br />

pois falam-se muito do sofrimento<br />

e da dor;<br />

dizem-me muito do mal;<br />

porém, o que de fato farei?<br />

se novamente tereu eu de me recolher?<br />

terei eu que dormir?<br />

não, melhor que esquea;<br />

talvez à noite<br />

não me sinta bem.<br />

Você<br />

Não gostaria de te ver<br />

num domingo de ramos;<br />

me avise quando for;<br />

você não se parece<br />

com a minha velha tia,<br />

nem com aquela garotinha<br />

de olhar indiferente;<br />

você é a nova flor;<br />

a flor de hoje;<br />

brusca ruptura<br />

com o mundo antigo.<br />

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