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Avaliação Funcional da Coluna Lombar

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<strong>Avaliação</strong> Fisioterapêutica <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong><br />

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional<br />

Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João<br />

1. Anatomia Aplica<strong>da</strong><br />

Existem 2 tipos de artic. encontra<strong>da</strong>s na coluna lombar: artic. cartilaginosa entre os<br />

corpos vertebrais e interposta entre os discos e as artic. sinoviais entre o processo artic.<br />

superior de uma vértebra com o processo articular inferior <strong>da</strong> vértebra adjacente.<br />

Posição de repouso: meio caminho entre a flexão e extensão;<br />

Posição de aproximação máxima: extensão.<br />

2. História Clínica<br />

Qual é a i<strong>da</strong>de do paciente? Qual é a ocupação?<br />

Qual foi o mecanismo <strong>da</strong> lesão?<br />

Quais os locais e limites <strong>da</strong> dor?<br />

Há irradiação <strong>da</strong> dor?<br />

A dor é profun<strong>da</strong>? Superficial? Queimante? Contínua?<br />

A dor está melhorando? Piorando?


Existem posturas ou ações específicas que aumentem ou diminuam a dor ou causem<br />

dificul<strong>da</strong>de?<br />

A dor é pior pela manhã ou à noite?<br />

Que movimentos doem?<br />

Está presente parestesia?<br />

Qual a ativi<strong>da</strong>de ou lazer habitual do paciente? Que ativi<strong>da</strong>des agravam ou aliviam a<br />

dor?<br />

Qual é a posição de dormir do paciente?<br />

Que tipo de sapatos o paciente usa?<br />

O paciente está utilizando alguma medicação?


3. Observação e Triagem<br />

Exame <strong>da</strong>s outras articulações adjacentes, acrescentando uma avaliação postural<br />

global;<br />

Observação Geral: evidência de <strong>da</strong>no tecidual, edema, temperatura,<br />

hipersensibili<strong>da</strong>de, estalido ou crepitação.<br />

4. Inspeção<br />

Postura Global <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> Vertebral<br />

O paciente deve ser examinado na posição em pé e depois sentado;<br />

O paciente deve ser observado nas vistas anterior, posterior e lateral :Postura:<br />

observar obliqüi<strong>da</strong>de pélvica e simetria de sustentação de peso;<br />

Observar marcas cutâneas ou presença de lesões na pele.


Observar deformi<strong>da</strong>de em grau ao nível <strong>da</strong> coluna lombar;<br />

Cor e textura <strong>da</strong> pele, cicatrizes, fístulas, etc.<br />

Observar anormali<strong>da</strong>de dos contornos ósseos e dos tecidos moles;<br />

Exame <strong>da</strong>s articulações periféricas: artic. sacroilíacas, do quadril, dos joelhos;<br />

tornozelos e dos pés.<br />

5. Palpação<br />

Durante a palpação do quadril e músculos associados, o fisioterapeuta deve observar qualquer dor à<br />

palpação, temperatura, espasmo muscular ou outros sinais e sintomas.


Face Anterior:<br />

Crista Íliaca, EIAS<br />

Face Posterior:<br />

Crista Ilíaca, EIPS, processos espinhosos <strong>da</strong> coluna lombar, Sacro, Crista Íliaca,<br />

Túber Isquiático, Nervo Ciático.<br />

6. Mobili<strong>da</strong>de dos Segmentos<br />

Triagem para amplitude de movimento:<br />

Consiste em determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica<br />

específica;<br />

Se forem identifica<strong>da</strong>s limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser<br />

realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro <strong>da</strong>s restrições,<br />

estabilização e registro <strong>da</strong>s limitações.<br />

6.1 Mobilização<br />

Movimentos Ativos: Quanti<strong>da</strong>de de movimento articular realiza<strong>da</strong> por um indivíduo<br />

sem qualquer auxílio. Objetivo: o examinador tem a informação exata sobre a capaci<strong>da</strong>de,<br />

coordenação e força muscular <strong>da</strong> amplitude de movimento do indivíduo.<br />

Movimentos Passivos: Quanti<strong>da</strong>de de movimento realiza<strong>da</strong> pelo examinador sem o<br />

auxílio do indivíduo. A ADM passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a<br />

integri<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s superfícies articulares e a extensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cápsula articular, ligamentos e<br />

músculos (Levangie & Norkin, 1997).


6.2 Movimento Ativo<br />

O fisioterapeuta deve observar:<br />

Quando e onde, durante ca<strong>da</strong> um dos movimentos, ocorre o início de dor;<br />

Se o movimento aumenta a intensi<strong>da</strong>de e a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dor;<br />

A quanti<strong>da</strong>de de restrição observável;<br />

O padrão de movimento;<br />

O ritmo e a quali<strong>da</strong>de do movimento;<br />

O movimento <strong>da</strong>s articulações associa<strong>da</strong>s;<br />

Qualquer limitação e sua natureza.<br />

6.3 Movimento Passivo<br />

O fisioterapeuta deve observar:<br />

Quando e onde, durante ca<strong>da</strong> um dos movimentos, ocorre o início de dor;<br />

Se o movimento aumenta a intensi<strong>da</strong>de e a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dor;<br />

O padrão de limitação do movimento;<br />

A sensação final do movimento;


O movimento <strong>da</strong>s articulações associa<strong>da</strong>s;<br />

A amplitude de movimento disponível.<br />

6.4 Mobili<strong>da</strong>de lombo-pélvica


7. Goniometria<br />

Método para medir os ângulos articulares do corpo;<br />

É utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares,<br />

decidir a intervenção fisioterapêutica mais adequa<strong>da</strong> e, ain<strong>da</strong> documentar a eficácia <strong>da</strong><br />

intervenção.<br />

7.1 Informações dos <strong>da</strong>dos goniométricos<br />

Determinar a presença ou não de disfunção;<br />

Estabelecer um diagnóstico;<br />

Estabelecer os objetivos do tratamento;<br />

Direcionar a fabricação de órteses;<br />

Avaliar a melhora ou recuperação funcional;<br />

Modificar o tratamento;<br />

Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares<br />

7.2 Amplitude Articular- Goniometria<br />

7.2.1 Flexão <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong>:<br />

Ocorre no plano sagital.<br />

Amplitude articular: 0°-95° (Marques,2003) e 0°-40/60° (Magee, 2002).


Precauções<br />

Evitar a flexão dos joelhos.<br />

7.2.2 Extensão <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong> :<br />

Ocorre no plano sagital.<br />

Amplitude articular: 0°-35° (Marques, 2003) e 0°-20/35° (Magee, 2002).<br />

Precauções<br />

Evitar a hiperextensão dos joelhos.


7.2.3 Flexão Lateral <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong>:<br />

Ocorre no plano frontal.<br />

Amplitude articular: 0°-40° (Marques, 2003), 0°-15/20° (Magee, 2002).<br />

Precauções<br />

Evitar a flexão, extensão e rotação de tronco;<br />

Evitar a inclinação lateral <strong>da</strong> pelve.<br />

7.2.4 Rotação <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong>:<br />

Ocorre no plano transversal.<br />

Amplitude articular: 0°-35° (Marques, 2003), 0°-3/18° (Magee, 2002).<br />

Precauções<br />

Evitar a rotação <strong>da</strong> coluna cervical;<br />

Evitar a rotação pélvica;<br />

Evitar a flexão, a extensão e a flexão lateral do tronco.


8. Movimentos do Jogo Articular<br />

O teste para folga articular determina a integri<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cápsula;<br />

A folga articular deve ser sempre avalia<strong>da</strong> na posição destrava<strong>da</strong> (decoaptação<br />

aberta) na qual a frouxidão <strong>da</strong> cápsula e dos ligamentos é maior e o contato ósseo é menor.<br />

Flexão;<br />

Extensão;<br />

Flexão lateral;<br />

Pressão vertebral central póstero-anterior;<br />

Pressão vertebral unilateral póstero-anterior;<br />

Pressão vertebral transversa.<br />

9. Princípios dos Testes de comprimento muscular<br />

A finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avaliação do comprimento muscular (flexibili<strong>da</strong>de) consiste em<br />

determinar se a ADM que ocorre em uma articulação é limita<strong>da</strong> ou excessiva em virtude<br />

<strong>da</strong>s estruturas articulares intrínsecas ou dos músculos que cruzam as articulações;<br />

9.1 Testes de comprimento muscular<br />

Extensores lombares (músculo eretor <strong>da</strong> espinha, transverso-espinal e quadrado do<br />

lombo).<br />

10. Testes Musculares Manuais<br />

Parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico<br />

diferencial, prognóstico e tratamento de patologias musculoesqueléticas e<br />

neuromusculares;<br />

A avaliação <strong>da</strong> força muscular manual deve ocorrer quando forem descarta<strong>da</strong>s<br />

outras limitações articulares ou musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o<br />

movimento.<br />

Flexão: Psoas Maior, Reto do abdome, Oblíquo externo do abdome, Oblíquo interno<br />

do abdome, Transverso do abdome;<br />

Extensão: Grande Dorsal, Eretor <strong>da</strong> espinha, Tranverso-espinal, interespinais,<br />

Quadrado do lombo;<br />

Flexão Lateral: Grande Dorsal, Eretor <strong>da</strong> espinha, Tranverso-espinal,<br />

Intertransversários, Quadrado do lombo, Psoas Maior, Oblíquo externo do abdome.


11. <strong>Avaliação</strong> <strong>Funcional</strong><br />

A lesão <strong>da</strong> coluna lombar pode afetar amplamente a capaci<strong>da</strong>de funcional;<br />

Tabelas de escores numéricos podem ser utiliza<strong>da</strong>s para determinar o grau de dor<br />

causado po patologia ou incapaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> coluna lombar;<br />

“Índice de Incapaci<strong>da</strong>de de Oswestry” (Physiotherapy 66:271-273, 1980);<br />

Teste de Triagem de 10 min. de Hendler para pacientes com lombalgia crônica”<br />

(Psychosomatics 20: 806-808, 1979);<br />

Lehman e col. “Graduação de disfunção lombar” (Spine 8:309, 1983).<br />

11.1 Ativi<strong>da</strong>de e Porcentagem de Aumento na<br />

Pressão Discal em L3<br />

Tossindo ou fazendo força: 5 a 35%;<br />

An<strong>da</strong>ndo: 15%;<br />

Flexão Lateral: 25%;<br />

Pequenos saltos: 40%;<br />

Flexão para a frente: 150%;<br />

Rotação: 20%;<br />

Levantando um peso de 20kg com as costas retas e os joelhos dobrados: 73%;<br />

Levantando um peso de 20kg com as costas flexiona<strong>da</strong>s e os joelhos retos: 169%.<br />

12. Testes Clínicos Especiais<br />

Testes para disfunção neurológica (testes neurodinâmicos):<br />

Teste de elevação <strong>da</strong> perna reta;<br />

Teste de derrear-se.<br />

Discrepância no comprimento dos membros inferiores.


12.1 Teste para Disfunção Articular<br />

Teste de Schober.


14. Caso Clínico<br />

Um metalúrgico de 56 anos queixa-se de lombalgia que foi produzi<strong>da</strong> quando ele<br />

escorregou sobre gelo e rodou o seu tronco enquanto evitava cair. A lesão ocorreu 2 dias<br />

atrás, e ele tem dor ciática a direita. Radiografias mostram um pouco de artrose em L4-L5 e<br />

L5-S1 com ligeiro estreitamento do disco L5. Ele tem dificul<strong>da</strong>de para flexionar-se.<br />

Descreva o seu plano de avaliação para este paciente.<br />

Referências Bibliográficas<br />

1. Marques AP. Ângulos articulares <strong>da</strong> coluna vertebral. In: Manual de Goniometria. 2 ed. São<br />

Paulo: Manole; 2003, p.49-57.<br />

2. Magee DJ. <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong> In: Magee, DJ, editor. Disfunção Musculoesquelética. 3 ed. São Paulo:<br />

Manole; 2002. p.377-449.<br />

3. Palmer, LM.; Epler, ME. <strong>Coluna</strong> Toracolombar: In: Palmer, LM.; Epler, ME. Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong>s<br />

Técnicas de <strong>Avaliação</strong> Musculoesquelética. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p.213-<br />

241.<br />

4. Hoppenfeld, S. Exame <strong>da</strong> <strong>Coluna</strong> <strong>Lombar</strong>. Propedêutica Ortopédica. <strong>Coluna</strong> e Extremi<strong>da</strong>des. Rio<br />

de Janeiro: Atheneu, 1987. Pp.249-276.<br />

5. Gardner E, Gray DJ, O’Rahilly R. Anatomia. Estudo Regional do Corpo Humano. 4 ed. Rio de<br />

Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.<br />

6. Sobotta, J. Atlas de Anatomia. 20ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

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