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A PLATÉIA<br />

Quinta-feira, 08 de Novembro de 2007<br />

CIDADE<br />

PARALISAÇÃO<br />

Acorrentados pela educação<br />

Paredão de professores acorrentados às grades<br />

da 19ª CRE marcou a manifestação do Cpers<br />

contra as políticas estaduais de educação<br />

Sete de novembro, ontem,<br />

foi o dia escolhido pelos servidores<br />

estaduais para realizar<br />

uma grande paralisação<br />

para protestar contra o pacote<br />

de medidas propostas pela<br />

governadora Yeda Crusius, que<br />

deve ser votado na Assembléia<br />

Legislativa na próxima semana.<br />

Em Livramento, o 23º núcleo<br />

do Cpers realizou uma<br />

manifestação em frente a 19ª<br />

CRE que reuniu servidores e<br />

alunos durante o turno da manhã.<br />

Correntes foram o símbolo<br />

escolhido para demonstrar<br />

o descontentamento da categoria<br />

com as atuais políticas<br />

IMAGEM DO DIA<br />

para as áreas de Educação,<br />

Saúde e Segurança Pública.<br />

“Fechamos os portões da 19ª<br />

e nos acorrentamos junto às<br />

grades em uma tentativa de<br />

demonstrar à sociedade as<br />

amarras que entravam o desenvolvimento<br />

do Estado por<br />

conta das políticas da governadora",<br />

revelou o diretor geral<br />

do núcleo, Juca Sampaio.<br />

A principal reinvindicação<br />

da greve geral que mobilizou<br />

os servidores de todo Estado<br />

é o repúdio ao "pacotaço",<br />

como foi batizado o pacote<br />

de medidas que prevê o aumento<br />

no ICMS de produtos<br />

e serviços, a terceirização de<br />

DANIEL BADRA/AP<br />

Juca Sampaio, diretor geral do 23º núcleo do Cpers<br />

importantes serviços públicos<br />

e ainda o PLC 390 (Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal Estadual)<br />

que praticamente proíbe o reajuste<br />

de salários por tempo<br />

indeterminado e a inativação<br />

do plano de carreira de todos<br />

os servidores. "Se esta lei for<br />

aprovada não teremos mais o<br />

triênio, o direito a ele permanece,<br />

mas na hora de pagar o<br />

governo poderá argumentar<br />

que precisa seguir a política de<br />

ajuste fiscal", revelou o diretor.<br />

Educação<br />

Outro descontentamento<br />

é em relação às atuais condições<br />

da educação e dos educadores<br />

que enfrentam a enturmação,<br />

a multisseriação, a<br />

falta de professores e de funcionários,<br />

o fechamento de bibliotecas<br />

e de laboratórios e o<br />

repasse parcelado das verbas<br />

de manutenção. "Não é só<br />

uma questão de salário até<br />

porque os mais prejudicados<br />

são os alunos", completou<br />

Juca.<br />

A estudante Darini Machado,<br />

de 16 anos, que acompanhou<br />

a manifestação se sente<br />

prejudicada com o que vem<br />

acontecendo. "Enquanto a<br />

DANIEL BADRA<br />

Para se proteger do calor de ontem, valeu até mesmo uma sombrinha<br />

DANIEL FURTADO/AP<br />

Acorrentados às grades da 19ª CRE, os professores estaduais impediram a passagem de funcionários<br />

Educação não for priorizada<br />

será difícil melhorar a nossa<br />

realidade, o discurso da governadora<br />

é esse, mas suas<br />

ações vão contra o que ela<br />

diz", desabafou a estudante.<br />

Funcionários<br />

Impedidos de entrar no<br />

prédio da 19ª CRE, os funcionários<br />

se retiraram do local<br />

temendo sofrer alguma agressão.<br />

A coordenadora regional<br />

REALIDADE<br />

Problemas que rondam as escolas<br />

A professora Áurea Maria<br />

Guedes, das Escolas Liberato<br />

Salzano Vieira e do General<br />

Neto, e Délia Chocho<br />

Peres, das escolas Júlio de Castilhos<br />

e Cyrino Luiz de Azevedo,<br />

são algumas das servidoras<br />

que estão sem receber<br />

há meses. "Minha carga horária<br />

aumentou de 5 para 15h<br />

em junho deste ano, mas desde<br />

então continuo recebendo<br />

pelas 5h", revelou Délia.<br />

Problema enfrentado por<br />

Áurea desde fevereiro deste<br />

ano, "no dia 28 de fevereiro<br />

foi convocada para trabalhar<br />

mais 20h e até agora não recebi<br />

nada por isso", contou a<br />

professora.<br />

Na Escola General Neto,<br />

desde o início do 2º semestre,<br />

a biblioteca e o laboratório<br />

de informática estão praticamente<br />

sem uso. "As duas<br />

bibliotecárias da escola se aposentaram<br />

e desde então não<br />

foram convocadas outras profissionais”,<br />

revelou Adriana<br />

Sanches, vice diretora do turno<br />

da manhã.<br />

O laboratório de informática<br />

só está funcionando à<br />

noite porque a professora responsável,<br />

Marilise Oliveira, foi<br />

recolocada em sala de aula,<br />

sendo que sua disciplina não<br />

estava com falta de professor.<br />

"Diminuíram as horas de uma<br />

de educação, Carmem Llaguno,<br />

criticou a forma escolhida<br />

de reivindicação. "Deveria ser<br />

uma manifestação do Cpers,<br />

que é um direito, mas lamentavelmente<br />

este ato deixou de<br />

ser reivindicação para virar ato<br />

político partidário, uma vez<br />

que pré-candidatos estão presentes.<br />

Por outro lado, a democracia<br />

deixou de existir no<br />

seu termo quando os funcionários<br />

da CRE foram impedidos<br />

de trabalhar por estarem<br />

outra professora e eu passei a<br />

preencher este horário, o que<br />

me fez deixar de atender o laboratório".<br />

Conforme a diretora Tânia<br />

Oliveira, a Secretaria de<br />

Educação orientou que profissionais<br />

não habilitados não<br />

poderiam atender setores diversos<br />

daquele do qual foi<br />

contratado, fato que repercute<br />

em qualquer escola já que<br />

o Estado não contrata profissionais<br />

desta área. "Assim,<br />

deixamos de usar o laboratório<br />

de informática que há pouco<br />

recebeu computadores<br />

novos de última geração do<br />

Governo Federal porque não<br />

3<br />

pessoas acorrentadas no portão<br />

do único ingresso que temos<br />

no prédio. Lamentavelmente<br />

estas pessoas que hoje<br />

reivindicam situações já ultrapassadas<br />

e que falam da falta<br />

de trabalho, impedem as outras<br />

pessoas de trabalharem",<br />

declarou a coordenadora.<br />

O movimento se manteve<br />

só no período da manhã,<br />

à tarde os funcionários da<br />

19ª CRE tiveram expediente<br />

interno.<br />

há um profissional para ficar<br />

responsável", disse Tânia.<br />

Outro problema enfrentado<br />

pelas escolas é a falta de<br />

professores. A Escola Professor<br />

Chaves está sem professor<br />

de português, situação<br />

também enfrentada pelo General<br />

Neto onde os alunos do<br />

Ensino Médio não têm aula<br />

de portugês e literatura há dois<br />

meses. A manifestação de<br />

hoje foi realizada em todo Estado<br />

com o intuito de clamar<br />

pela Educação. “Exigimos respeito<br />

pelo nosso trabalho e<br />

principalmente com os estudantes”,<br />

falou Juca Sampaio,<br />

diretor do Cpers.<br />

LIKA FURTADO/AP<br />

Laboratório de Informática do General Neto, fechado há mais de 3 meses

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