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A requalificação da Serrinha no Brasil - Manuel Ribeiro, urbanista

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Departamento Autó<strong>no</strong>mo de Arquitetura<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Minho<br />

Favelas: O que significam?<br />

O que são? O que podem ser.<br />

Ma<strong>no</strong>el <strong>Ribeiro</strong> Guimarães jun./2005<br />

arquiteto e <strong>urbanista</strong>


SUMÁRIO<br />

1) Contexto<br />

2) Cinco momentos <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s favelas.<br />

2.1 . Gênese.<br />

2.2 . O “bota abaixo” hausmania<strong>no</strong>.<br />

2.3 . Moderni<strong>da</strong>de do pós guerra.<br />

2.4 . A<strong>no</strong>s de chumbo.<br />

2.5 . A favela mu<strong>da</strong> de cara.<br />

3) O que é uma favela, <strong>no</strong>s dias atuais.<br />

4) Metodologia de intervenção e resultados - O<br />

“case” SERRINHA


1. A grande metrópole polarisa a rede urbana<br />

do estado e concentra 80% de seus<br />

15 milhões de habitantes.


A Ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro é o núcleo <strong>da</strong><br />

Metrópole e acolhe 6 milhões de moradores.<br />

Estado do Rio de Janeiro<br />

Ocea<strong>no</strong> Atlântico


Somente na Ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro vivem<br />

em “favelas”, cerca de 1 milhão<br />

de pessoas.<br />

subúrbios<br />

Bairros classe média<br />

Ocea<strong>no</strong> Atlântico<br />

Centro<br />

Bairros oceânicos


2. História <strong>da</strong>s favelas


2.1. GÊNESE - No fimdo século IXX, o Gover<strong>no</strong><br />

Republica<strong>no</strong> permitiu que ex-combatentes <strong>da</strong> guerra<br />

de Canudos ocupassem o Morro <strong>da</strong> Providência.


2.2. BOTA ABAIXO - No início do século XX, a<br />

remoção dos “cortiços” para a abertura <strong>da</strong>s<br />

grandes aveni<strong>da</strong>s...


... produziu um movimiento de seus<br />

habitantes em direção dos morros mais<br />

próximos do Centro.


2.3 . Na industrialização do pós-guerra, as grandes<br />

ci<strong>da</strong>des brasileiras não foram prepara<strong>da</strong>s para<br />

“urbanizar” as populações migrantes, em um processo<br />

tão amplo e concentrado, <strong>no</strong> tempo e <strong>no</strong> território.<br />

População Urbana<br />

População Rural<br />

1940 1970


2.4 . No fim dos a<strong>no</strong>s 60, foram construídos grandes<br />

conjuntos habitacionais, em locais distantes dos<br />

equipamentos urba<strong>no</strong>s e serviços públicos e <strong>da</strong>s<br />

oportuni<strong>da</strong>des de trabalho.


Do <strong>urbanista</strong> Inglês John Turner, em visita ao Rio, na<br />

déca<strong>da</strong> de 60:<br />

• “Apresentaram-me favelas como um<br />

problema e me pareceu uma solução.<br />

Apresentaram-me conjuntos habitacionais,<br />

como solução e me pareceu um problema.


2.5. Nos a<strong>no</strong>s 80, uma inflexão na política pública –<br />

pequenas obras de infra-estrutura - elimi<strong>no</strong>u o medo <strong>da</strong>s<br />

remoções e estimulou seus habitantes a investir na<br />

melhoría de suas residências.


3. O que é uma favela?


– Para muitos, a percepção sobre as ‘favelas’ é restrita às<br />

suas exteriori<strong>da</strong>des: lançamentos de lixo e esgotos a céu<br />

aberto, enxurra<strong>da</strong>s, tiroteios entre a polícia e os traficantes<br />

ali localizados; decadência urbana e desvalorização<br />

imobiliária do entor<strong>no</strong>.


Precarie<strong>da</strong>de, transgressão e criativi<strong>da</strong>de<br />

convivem lado a lado.


exclusão categorias características<br />

física . urbanística . Desconexão <strong>da</strong>s redes de serviços públicos e<br />

equipamentos sociais<br />

imaterial<br />

. habitacional<br />

. ambiental<br />

. cultural<br />

. econômica<br />

. participação<br />

política<br />

. Habitações precárias, algumas em áreas de risco.<br />

. abando<strong>no</strong> <strong>da</strong>s áreas públicas, terre<strong>no</strong>s instáveis e<br />

convívio com lançamentos de lixo e esgoto sanitário.<br />

. dificul<strong>da</strong>des de relacionar-se com as <strong>no</strong>rmas e<br />

instituições; falta de documentação civil; dificul<strong>da</strong>des de<br />

inserção de suas expressões culturais <strong>no</strong>s circuitos de<br />

mercado.<br />

. despreparo para competir na velha eco<strong>no</strong>mia, agigantase<br />

diante dos desafios <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia globaliza<strong>da</strong>.<br />

. mal relacionamento com a polícia e a presença do<br />

tráfico <strong>no</strong>s espaços públicos esvazia a sociabili<strong>da</strong>de e o<br />

medo abafa a participação.


Influencia do tráfico de drogas


4 . <strong>Serrinha</strong>


A <strong>Serrinha</strong> fica em Madureira, um importante<br />

entroncamento rodo-ferroviário do subúrbio<br />

carioca, nas vizinhanças de tres importantes<br />

.<br />

escalas de samba: Império Serra<strong>no</strong>, Portela e<br />

Tradição.


Favela e diversi<strong>da</strong>de - Como<br />

“entrar”? Conversar com quem?<br />

3 Para conhecer o “cliente” é preciso<br />

desenvolver uma intensa convivência.<br />

3 Me<strong>no</strong>s fun<strong>da</strong>mentos teóricos e estatísticas;<br />

mais uma bisbilhotice consenti<strong>da</strong>.<br />

3 Assim é possível reconhecer práticas e<br />

valores e identificar processos, territórios e<br />

interlocutores.


• 1940 – FamíliasDiversity negras, and com differentiation vivência política e orgulho<br />

étnico, ocuparam a subi<strong>da</strong> principal do morro. Livendo<br />

do/para o samba, cultuavam cultos religiosas africa<strong>no</strong>s.<br />

amba<br />

Macumba<br />

Jongo


1980 –· Os migrantes <strong>no</strong>rdesti<strong>no</strong>s ocuparam as<br />

partes mais altas <strong>da</strong> favela. Nesse território<br />

imperam o ‘forró’, a quadrilha caipira e a<br />

cozinha regional.<br />

Forró


• Na<br />

passagem <strong>da</strong>s<br />

déca<strong>da</strong>s 80/90,<br />

os ‘<strong>no</strong>vos<br />

pobres’,<br />

fugindo dos<br />

altos preços<br />

dos aluguéis,<br />

ocuparam os<br />

fundosdos<br />

lotes <strong>da</strong>s<br />

partes baixas<br />

<strong>da</strong> favela,


Diversi<strong>da</strong>de sobre o território


2.2 . Projecto urbanístico


Linguagem e participação / Obras “sem<br />

projecto”


2.3 – Espaço e cultura: padrão habitacional<br />

• Casa vagão


Os padrões habitacionais criados pelos<br />

moradores orientaram os projetos para<br />

CASA COM TERRAÇO - 1<br />

favelas de encosta.<br />

Solução estrutural e<br />

uso dos espaços.<br />

1° PAV. 2° PAV. LAJE<br />

LAJE<br />

2° PAV.<br />

1° PAV.<br />

CORTE<br />

CASA COM TERRAÇO - 2<br />

3.50<br />

5.50<br />

3.50<br />

OPCIONAL<br />

1° PAV. 2° PAV. LAJE<br />

LAJE<br />

2° PAV.<br />

1° PAV.<br />

5.50<br />

FACHADA<br />

CORTE FACHADA


A interação do saber técnico com o saber popular<br />

produziu interessantes padrões de urbanização.<br />

...


Programas Sociais<br />

. Documentação civil e preferência nas<br />

contratações de mão de obra pela empreiteira.<br />

. Técnicas de arame<br />

- com um mestre artesão local;<br />

. Tocando a Vi<strong>da</strong><br />

- com o Conservatório de Música;<br />

Esses últimos, envolvendo a Escola de Samba<br />

Mirim Império do Futuro, a Prefeitura e o Banco<br />

Interamerica<strong>no</strong> de Desenvolvimento - BID


Os cortiços <strong>da</strong> meiaencosta<br />

deterioraram a área<br />

e estimularam <strong>no</strong>vas<br />

construções de<br />

padrão precário.<br />

Melhorias físicas<br />

Novas residências para os<br />

moradores, deslocados para<br />

abertura <strong>da</strong> via à meia encosta.


O talvegue principal<br />

era local de freqüentes<br />

deslizamentos.<br />

O “Grotão” foi estabilizado e<br />

transformou-se em área de lazer<br />

público e de apoio laico ao<br />

Terreiro de Macumba do Senhor<br />

Arranca Tôco<br />

.


pequena ponte <strong>da</strong><br />

via à meia encosta<br />

garantiu a<br />

acessibili<strong>da</strong>de e<br />

manteve o curso<br />

natural <strong>da</strong>s águas.<br />

Acima do “Grotão”, a<br />

travessia do talvegue era<br />

difícil e insegura, <strong>no</strong>s dias<br />

de chuva.


... foi<br />

recuperado<br />

com<br />

orientação<br />

<strong>da</strong> sua<br />

Mãe de<br />

Santo<br />

O tradicional local de culto<br />

– Pedra de Xangô – que<br />

tinha sido<br />

descaracterizado por obra<br />

de contenção...


...viraram obras.<br />

Os pla<strong>no</strong>s...


xpressa a relação<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

com as melhorias<br />

A fantasia do artista local...


2.6 . Notícias recentes<br />

3 A quadra<br />

comuniitária do alto<br />

do morro e o<br />

“barracão”, estão<br />

ocupados pelas<br />

ativi<strong>da</strong>des do grupo<br />

de ‘jongo”, que<br />

conservam antigos<br />

valores, promovem a<br />

marca “<strong>Serrinha</strong>” e<br />

se reapropriam do<br />

espaço público<br />

através<strong>da</strong>festa.


2.7 . Marketing comunitário<br />

• Midia has a<br />

k<strong>no</strong>wledged<br />

‘<strong>Serrinha</strong>”s role on<br />

Rio de Janeiro’s<br />

cultural scene.<br />

Front-page cultural<br />

part - Jornal do<br />

<strong>Brasil</strong> + O Globo


.<br />

Foto 18

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