Newsletter agosto 2012 - Câmara Municipal de Oliveira de Frades
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SEJÃES<br />
Murmúrios do Vouga com<br />
perfume <strong>de</strong> laranjais<br />
O passeio que hoje proponho aos caros<br />
leitores é a reedição <strong>de</strong> tantos que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
menino e moço, me habituei a fazer até ao<br />
Vouga, então <strong>de</strong> águas límpidas, tendo como<br />
meta principal a praia uvial <strong>de</strong> Sejães.<br />
Lá estava o velho moleiro Cavadas a<br />
acolher-nos como um pai carinhoso, a<br />
revelar-nos todos os seus segredos: o funcionamento<br />
dos moinhos, a pesca das bogas e<br />
dos barbos à mão, a condução da barca que<br />
mais tar<strong>de</strong> nos havia <strong>de</strong> permitir navegar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o açu<strong>de</strong> até à Ponte Luís Ban<strong>de</strong>ira, a<br />
energia hidroelétrica que soube <strong>de</strong>scobrir e<br />
aproveitar para iluminação do seu moinho…<br />
Não esqueço o Carvalhedo da margem<br />
esquerda, logo a jusante da ponte, praia <strong>de</strong><br />
frescas sombras e local <strong>de</strong> festas com fogo<br />
aquático, on<strong>de</strong> em tempo mais recente o<br />
Município veio a instalar o parque <strong>de</strong> merendas.<br />
Perdoem-me os bons companheiros<br />
<strong>de</strong> hoje estas evocações, que hão <strong>de</strong> sê-lo<br />
também, por certo, <strong>de</strong> muitos que me leem.<br />
Agora vamos ao nosso principal <strong>de</strong>stino<br />
<strong>de</strong> hoje: uma quase ilha no meio do rio,<br />
logo abaixo do açu<strong>de</strong>, e ali bem perto, na<br />
margem esquerda, a praia remansosa e<br />
ver<strong>de</strong>jante on<strong>de</strong> apetece preguiçar em tar<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> calmaria…<br />
Não vamos retirar-nos sem uma visita<br />
à ponte já atrás referida, inaugurada em<br />
<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1907, a segunda a ser construída<br />
em Portugal em cimento armado, cuja<br />
estrutura e elegância parecem uma antevisão<br />
da muito posterior Ponte da Arrábida, no<br />
Porto.<br />
Um pouco acima do Casal, com a sua<br />
capelinha <strong>de</strong> S. Mateus alindada, iremos até<br />
ao miradouro sobranceiro ao Vouga, a contemplar<br />
este berço <strong>de</strong> encanto on<strong>de</strong>, pelo seu<br />
doce micro-clima, se criam das mais saborosas<br />
laranjas que, já em tempos idos, enriqueciam<br />
os Cortejos <strong>de</strong> Oferendas para os pobres<br />
do nosso Hospital da Misericórdia.<br />
Ah! Lá estão também, além, à nossa<br />
espera, o refrescante Rio Frio e o tradicionalmente<br />
chamado Rasto dos Mouros, constituído<br />
por um conjunto <strong>de</strong> marcas semelhando<br />
pegadas humanas e covinhas<br />
gravadas numa laje um pouco adiante <strong>de</strong><br />
Ugeiras, à beira da estrada para Fornelo.<br />
De regresso à povoação <strong>de</strong> Sejães, a<br />
maior da freguesia, subiremos até à nova<br />
capelinha <strong>de</strong> S. Vicente, acabadinha <strong>de</strong> edicar<br />
e magnicamente situada.<br />
A igreja paroquial, no lugar <strong>de</strong>nomi-