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Plásticos Inteligentes - Química Nova na Escola

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Figura 3: Esquema de uma cela eletroquímica<br />

ou dispositivo: 1- eletrodos (vidro ou<br />

PET recoberto com óxido de índio), 2 - eletrólito<br />

(líquido ou polimérico) e 3 e 4 - polímeros<br />

eletroativos (dependendo da aplicação,<br />

somente um eletrodo é recoberto com<br />

um deles).<br />

usamos um copolímero de óxido de etileno<br />

e epicloridri<strong>na</strong> produzido pela<br />

Daiso Co. Ltd. de Osaka, Japão. De<br />

um modo geral esse copolímero é<br />

usado para fazer guarnições de vidros<br />

em automóveis, mas se misturarmos<br />

a ele perclorato de lítio ou iodeto de<br />

sódio em proporções controladas,<br />

teremos um filme de um material que<br />

se comporta como eletrólito e pode ser<br />

usado nos dispositivos montados com<br />

os polímeros eletroativos.<br />

Um dispositivo que muda sua cor<br />

ou sua transmitância de luz em um certo<br />

comprimento de onda a partir de um<br />

estímulo elétrico é chamado de dispositivo<br />

eletrocrômico. Este dispositivo<br />

pode ser usado para construir janelas<br />

de edificações, de modo a controlar a<br />

quantidade de luz que entra em um<br />

cômodo, ou para construir mostradores<br />

ópticos do tipo de displays. Pode<br />

ser também um espelho retrovisor antiofuscante<br />

automático, como os espelhos<br />

externos usados em alguns mode-<br />

Figura 4: Curva de transmissão de luz em<br />

função do comprimento de onda para a<br />

forma transparente (linha tracejada) e para<br />

a forma opaca (linha cheia) de um dispositivo<br />

eletrocrômico totalmente plástico. As<br />

linhas verticais delimitam a região espectral<br />

do visível.<br />

los de automóveis produzidos no<br />

Brasil. Estes espelhos escurecem automaticamente<br />

quando uma luz muito<br />

forte incide sobre eles, pois o dispositivo<br />

eletrocrômico é ativado por uma<br />

fotocélula. Para construir o dispositivo<br />

é necessário combi<strong>na</strong>r dois materiais<br />

eletrocrômicos complementares depositados<br />

em substratos transparentes e<br />

condutores. Os plásticos inteligentes<br />

mais comumente usados nestes dispositivos<br />

são o polipirrol, o politiofeno<br />

ou a polianili<strong>na</strong>. Um exemplo da variação<br />

espectral de um dispositivo deste<br />

tipo é mostrada <strong>na</strong> Figura 4. A curva<br />

correspondendo a maior transmissão<br />

de luz <strong>na</strong> região do visível é medida<br />

quando os polímeros eletroativos estão<br />

<strong>na</strong> sua forma clara (um está reduzido<br />

e o outro está oxidado) e a outra curva<br />

corresponde à situação inversa. Este<br />

dispositivo foi montado usando como<br />

eletrodos dois filmes de plástico transparente<br />

(poli(tereftalato de etileno, PET,<br />

o mesmo das garrafas de refrigerantes)<br />

recobertos com uma camada fi<strong>na</strong> de<br />

óxido de índio dopado com estanho.<br />

Sobre um deles depositou-se um filme<br />

de um polímero derivado do poli(tiofeno)<br />

produzido pela Bayer como nome<br />

de Baytron-P© e sobre o outro um<br />

polímero derivado do poli(pirrol). Um<br />

deles tor<strong>na</strong>-se escuro quando é oxidado<br />

e o outro escurece quando é reduzido,<br />

deste modo eles possuem uma<br />

ação complementar. Como eletrólito,<br />

no meio do dispositivo, usou-se um filme<br />

de poli(óxido de etileno-co-epicloridri<strong>na</strong>)<br />

complexado a perclorato de lítio.<br />

O lítio dissociado <strong>na</strong> forma de cátions<br />

atua como condutor iônico nesta célula<br />

eletroquímica. Ao se aplicar uma<br />

diferença de potencial neste dispositivo<br />

observamos uma mudança da<br />

transmitância de luz <strong>na</strong> região do visível<br />

de 20 para 70%. Esse é um exemplo<br />

de um dispositivo eletrocrômico totalmente<br />

plástico e flexível.<br />

Estes plásticos também podem ser<br />

usados em um dispositivo para converter<br />

luz em energia elétrica, uma cela<br />

fotoeletroquímica. Para isso é preciso<br />

combi<strong>na</strong>r um conjunto de polímeros <strong>na</strong><br />

seguinte seqüência: eletrodo transparente<br />

de poli(tereftalato de etileno)<br />

recoberto com InO 2 (chamado de ITO/<br />

PET), um filme de poli(3-metiltiofeno),<br />

um filme de poli(epicloridri<strong>na</strong>-co-óxido<br />

de etileno) contendo NaI e I 2 , um outro<br />

eletrodo de ITO/PET recoberto com<br />

uma finíssima camada de plati<strong>na</strong>. O<br />

poli(3-metil tiofeno) é um polímero que<br />

se comporta como um semi-condutor<br />

convertendo a energia luminosa em<br />

corrente elétrica que é transportada<br />

pelos outros materiais. Essa cela para<br />

conversão de energia é fácil de montar<br />

e flexível, como mostrado <strong>na</strong> Figura 5.<br />

A porcentagem de fótons convertidos<br />

em corrente elétrica é baixa (0,8%) em<br />

comparação com as fotocélulas de<br />

silício, mas a sua facilidade de montagem<br />

e o baixo custo poderão torná-las<br />

competitivas a médio prazo. Por outro<br />

lado, é possível aumentar a conversão<br />

usando um filme do Baytron-P©<br />

depositado no segundo eletrodo de<br />

ITO/PET. Com ele o rendimento da conversão<br />

de luz em corrente elétrica<br />

chega a 1,5%.<br />

Se misturarmos um polímero condutor<br />

elétrico com um polímero convencio<strong>na</strong>l<br />

isolante teremos uma mistura<br />

binária, pois os dois materiais têm<br />

baixa miscibilidade. Desta forma teríamos<br />

partículas de material condutor<br />

distribuídas em uma matriz isolante.<br />

Imaginemos agora que esta matriz isolante<br />

seja suficientemente macia para<br />

ser deformada até um ponto onde estas<br />

partículas entrem em contato.<br />

Quanto maior a pressão, maior será a<br />

condutividade da mistura. Usando este<br />

princípio a Bridgestone (tradicio<strong>na</strong>l<br />

fabricante de pneus para veículos)<br />

desenvolveu um sensor para esteiras<br />

transportadoras que informa se as<br />

embalagens transportadas pela esteira<br />

contêm recipientes cheios de forma<br />

adequada, dispensando a inspeção visual<br />

dos mesmos (Figura 6).<br />

Os LED de múltiplas cores são uma<br />

aplicação dos polímeros inteligentes<br />

que poderá mudar as nossas vidas no<br />

Figura 5: Foto de um dispositivo fotoeletroquímico<br />

totalmente de plástico. Este dispositivo<br />

é usado para converter luz em eletricidade.<br />

Cadernos Temáticos de <strong>Química</strong> <strong>Nova</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong> <strong>Plásticos</strong> inteligentes<br />

Edição especial – Maio 2001<br />

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