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ionóforos na digestibilidade e balanço de nitrogênio em ovinos - Ufla

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IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E<br />

BALANÇO DE NITROGÊNIO EM OVINOS<br />

RAFAEL FERNANDES LEITE<br />

2007


RAFAEL FERNANDES LEITE<br />

IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO<br />

EM OVINOS<br />

Monografia <strong>de</strong> Projeto Orientado<br />

apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />

Zootecnia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Lavras como parte das exigências do<br />

curso <strong>de</strong> Zootecnia, para a obtenção do<br />

título <strong>de</strong> Zootecnista.<br />

Orientador<br />

Prof. Juan Ramón Olalquiaga Pérez<br />

LAVRAS<br />

MINAS GERAIS - BRASIL<br />

2007


Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão <strong>de</strong> Processos Técnicos da<br />

Biblioteca Central da UFLA<br />

Leite, Rafael Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s<br />

Ionóforos <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> <strong>em</strong> <strong>ovinos</strong> / Rafael<br />

Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s Leite. – Lavras : UFLA, 2007.<br />

34 p. : il.<br />

TCC (Graduação <strong>em</strong> Zootecnia) – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras<br />

Orientador: Juan Ramón Olalquiaga Pérez<br />

Bibliografia.<br />

1. Ionóforos. 2. Digestibilida<strong>de</strong>. 3. Ovinos. 4. Balanço <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong>. I.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras. II. Título<br />

CDD-636.30852


RAFAEL FERNANDES LEITE<br />

IONÓFOROS NA DIGESTIBILIDADE E BALANÇO DE NITROGÊNIO EM<br />

OVINOS<br />

APROVADA <strong>em</strong> 06 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2007.<br />

Monografia <strong>de</strong> Projeto Orientado<br />

apresentada ao Departamento <strong>de</strong><br />

Zootecnia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Lavras como parte das exigências do<br />

curso <strong>de</strong> Zootecnia, para a obtenção do<br />

título <strong>de</strong> Zootecnista.<br />

Prof. Nadja Gomes Alves DZO/UFLA<br />

Dsc. Flavio Moreno Salvador DZO/UFLA<br />

Prof. Juan Ramón Olalquiaga Pérez<br />

DZO / UFLA<br />

Orientador<br />

LAVRAS-MG<br />

2007


AGRADECIMENTOS<br />

À Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras (UFLA), principalmente ao<br />

Departamento <strong>de</strong> Zootecnia (DZO), pela oportunida<strong>de</strong> e apoio para a realização<br />

do curso.<br />

A minha mãe, pelo apoio <strong>em</strong> todas as minhas escolhas e principalmente<br />

por estar presente <strong>em</strong> todos os momentos da minha vida.<br />

Ao meu pai pelos ensi<strong>na</strong>mentos e pela gran<strong>de</strong> influência <strong>na</strong> carreira o<br />

qual escolhi. A minha irmã querida pelo carinho e amiza<strong>de</strong>.<br />

A todos da minha família que torceram e me ajudaram, principalmente<br />

aos meus queridos avos (José e Else), pelo carinho e ex<strong>em</strong>plo.<br />

momentos.<br />

A Eliane, uma pessoa maravilhosa, que me apoiou <strong>em</strong> todos os<br />

Aos meus amigos que s<strong>em</strong>pre me fortaleceram e <strong>de</strong> alguma maneira<br />

carrego um pouco <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> vocês.<br />

A Patrícia, pois s<strong>em</strong> dúvida, ela foi muito importante e companheira. Ao<br />

André, pela ajuda <strong>em</strong> todas as horas; ao Silas e a Cris, pelas incansáveis horas <strong>de</strong><br />

coleta e a todos os amigos e companheiros que me ajudaram para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

necessário.<br />

Aos funcionários do DZO, pela atenção e boa vonta<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre que<br />

A todos os integrantes do GAO, pois, s<strong>em</strong> ajuda <strong>de</strong> vocês não seria <strong>na</strong>da<br />

fácil o termino <strong>de</strong>ste trabalho e também pela convivência ao longo <strong>de</strong>stes anos.


Aos amigos Guilherme, Fabio e Delmira pessoas os quais, tive prazer <strong>de</strong><br />

conviver e concerteza foram muito importantes <strong>na</strong> minha formação.<br />

Ao professor Juan, pelos ensi<strong>na</strong>mentos, oportunida<strong>de</strong> e confiança<br />

<strong>de</strong>positada, não só para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, mas também ao longo<br />

da minha faculda<strong>de</strong>.<br />

Ao Flávio, pela disposição a qualquer hora <strong>em</strong> ajudar, pelos<br />

ensi<strong>na</strong>mentos e amiza<strong>de</strong> nesse t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> convívio.<br />

A professora Nadja, que s<strong>em</strong>pre esteve à disposição e pelas sugestões<br />

para o acabamento da monografia.<br />

MUITO OBRIGADO A TODOS!


SUMÁRIO<br />

LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................i<br />

RESUMO.............................................................................................................iii<br />

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................1<br />

2 OBJETIVOS ......................................................................................................2<br />

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................2<br />

3.1 Mecanismo <strong>de</strong> ação dos <strong>ionóforos</strong>..................................................................4<br />

3.1.1 Mecanismo básico <strong>de</strong> ação...........................................................................4<br />

3.1.2 Mecanismo sistêmico <strong>de</strong> ação......................................................................7<br />

3.1.2.1 Ionóforos e consumo <strong>de</strong> alimentos ...........................................................8<br />

3.1.2.2 Digestibilida<strong>de</strong>..........................................................................................9<br />

3.2 Dosagens recomendadas <strong>em</strong> rações <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> termi<strong>na</strong>ção...................9<br />

4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................10<br />

4.1 Local, instalações e período experimental....................................................10<br />

4.2 Animais e alimentação..................................................................................11<br />

4.3 Tratamentos ..................................................................................................12<br />

4.4 Fase do período experimental .......................................................................13<br />

4.5 Coleta <strong>de</strong> alimentos, sobras, fezes e uri<strong>na</strong> ....................................................14<br />

4.6 Análises dos alimentos..................................................................................14<br />

4.7 Cálculos da <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> e do <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong>................................15<br />

4.8 Delineamento experimental ..........................................................................16<br />

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................17<br />

5.1 Consumo <strong>de</strong> matéria seca e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da matéria seca.........................17<br />

5.2 Consumo e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da proteí<strong>na</strong> bruta................................................19<br />

5.3 Consumo e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro e ácido................21<br />

5.4 Balanço <strong>de</strong> Nitrogênio ..................................................................................23<br />

6 CONCLUSÃO.................................................................................................27<br />

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................28


AGV Ácidos Graxos Voláteis<br />

BN Balanço <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong><br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

CFDA Consumo <strong>de</strong> fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido<br />

CFDN Consumo <strong>de</strong> fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro<br />

CN Consumo <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong><br />

CPB Consumo <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong> bruta<br />

CV Coeficiente <strong>de</strong> variação<br />

DIGFDA Digestibilida<strong>de</strong> aparente da fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido<br />

DIGFDN Digestibilida<strong>de</strong> aparente da fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro<br />

DIGMS Digestibilida<strong>de</strong> aparente da matéria seca<br />

DIGPB Digestibilida<strong>de</strong> aparente da proteí<strong>na</strong> bruta<br />

EE Extrato etéreo<br />

EFN Excreção fecal <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong><br />

EUN Excreção urinária <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong><br />

FDA Fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido<br />

FDN Fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido<br />

H + Cátion hidrogênio<br />

IMS Ingestão <strong>de</strong> matéria seca<br />

IMSPM Ingestão <strong>de</strong> matéria seca por peso metabólico<br />

IMSPV Ingestão <strong>de</strong> matéria seca <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong> do peso vivo<br />

K+ Cátion potássio<br />

MM Matéria mineral<br />

MS Matéria seca<br />

Na + Cátion Sódio<br />

OPG Ovos por grama <strong>de</strong> fezes<br />

PB Proteí<strong>na</strong> bruta<br />

i


PV Peso vivo<br />

PV 0,75 Peso metabólico<br />

ii


RESUMO<br />

LEITE, Rafael Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s. Ionóforos <strong>na</strong> Digestibilida<strong>de</strong> e Balanço <strong>de</strong><br />

Nitrogênio <strong>em</strong> Ovinos Lavras: UFLA, 2007. 34 p. (Monografia – Graduação<br />

<strong>em</strong> Zootecnia) 1.<br />

Os objetivos do presente trabalho foram avaliar o efeito <strong>de</strong> diferentes<br />

<strong>ionóforos</strong> no consumo, <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> <strong>em</strong> <strong>ovinos</strong>. O<br />

experimento foi conduzido <strong>na</strong>s instalações do Setor <strong>de</strong> Ovinocultura do<br />

Departamento <strong>de</strong> Zootecnia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras (UFLA), <strong>em</strong><br />

Lavras, Mi<strong>na</strong>s Gerais. Foram utilizadas 15 cor<strong>de</strong>iras com peso médio e <strong>de</strong>svio<br />

padrão inicial <strong>de</strong> 27,7 ± 3,29 kg, respectivamente; <strong>em</strong> um <strong>de</strong>lineamento<br />

inteiramente casualizado, sendo os animais distribuídos <strong>em</strong> três tratamentos com<br />

5 repetições por tratamento. Os tratamentos foram: 1) Dieta padrão acrescida<br />

com monensi<strong>na</strong>; 2) Dieta padrão acrescida com lasalocida; 3) Dieta Padrão. O<br />

experimento teve duração <strong>de</strong> 20 dias, sendo 15 dias <strong>de</strong> adaptação e 5 dias <strong>de</strong><br />

coleta. A dose <strong>de</strong> ionóforo foi baseada <strong>em</strong> relação ao conteúdo rumi<strong>na</strong>l, através<br />

da equação (-0.0014x 2 + 0.2034x - 0.8376), consi<strong>de</strong>rando 14,85 mg para cada kg<br />

<strong>de</strong> conteúdo rumi<strong>na</strong>l. Os tratamentos não apresentaram diferença significativa<br />

(P>0,05) para ingestão <strong>de</strong> matéria seca, <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> das frações e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>nitrogênio</strong>.<br />

1 Comitê <strong>de</strong> Avaliação: Prof o Juan Ramón Olalquiaga Pérez – DZO/UFLA (orientador);<br />

Profª Nadja Gomes Alves – DZO/UFLA; Dsc. Flávio Moreno Salvador – DZO/UFLA.<br />

iii


1 INTRODUÇÃO<br />

O aumento da produção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> carne ovi<strong>na</strong> nestes dois últimos anos<br />

(2004 a 2006) é evi<strong>de</strong>nte, porém mesmo com esse aumento, ainda houve um<br />

déficit <strong>de</strong> carne ovi<strong>na</strong> no mercado, que ten<strong>de</strong> a persistir, pois a <strong>de</strong>manda ainda é<br />

superior à oferta. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> produção que possibilit<strong>em</strong> a<br />

intensificação <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> produtiva da ovinocultura, visando suprir o déficit<br />

existente é extr<strong>em</strong>amente importante. Para a intensificação da produção é<br />

necessário adotar alter<strong>na</strong>tivas ao sist<strong>em</strong>a convencio<strong>na</strong>l, fazendo com que os<br />

cor<strong>de</strong>iros tenham o máximo <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> peso possível, <strong>em</strong> menor t<strong>em</strong>po.<br />

A alimentação representa mais <strong>de</strong> 50% dos custos <strong>de</strong> produção <strong>em</strong><br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> confi<strong>na</strong>mento total, o que t<strong>em</strong> direcio<strong>na</strong>do as pesquisas no sentido <strong>de</strong><br />

aumentar a eficiência <strong>de</strong> utilização dos alimentos pelos animais, melhorando<br />

assim, o seu <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho produtivo. Neste sentido, vários aditivos vêm sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, entre eles os <strong>ionóforos</strong> (monensi<strong>na</strong>, lasalocida, salinomici<strong>na</strong>,<br />

etc.), os quais, <strong>em</strong> sua maioria, são produtos da fermentação <strong>de</strong> vários<br />

actinomicetos e po<strong>de</strong>m ser utilizados no intuito <strong>de</strong> melhorar a eficiência da<br />

fermentação rumi<strong>na</strong>l e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho produtivo dos animais.<br />

Em <strong>de</strong>corrência da gran<strong>de</strong> importância dos alimentos, e o fato <strong>de</strong> que a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da qualida<strong>de</strong> nutricio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> um dado alimento (composição<br />

química), não ser suficiente para assegurar alto nível <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>vido a<br />

vários casos, no qual, os nutrientes presentes no alimento estão indisponíveis<br />

para o animal e impossibilitando o animal <strong>de</strong> expressar seu potencial <strong>de</strong><br />

produção. Há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a fração do alimento que realmente<br />

está disponível para o animal, ou seja, é necessário saber a sua <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>.<br />

1


2 OBJETIVOS<br />

O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong><br />

sódica e lasalocida no consumo, <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> <strong>em</strong><br />

cor<strong>de</strong>iras Santa Inês.<br />

3 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Os <strong>ionóforos</strong>, segundo <strong>de</strong>finição química, são antibióticos poliéteres<br />

carboxílicos com proprieda<strong>de</strong>s antibióticas. Sua ação é <strong>de</strong>vida a sua proprieda<strong>de</strong><br />

transportadora <strong>de</strong> íons, possuindo capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar complexos lipossolúveis<br />

com cátions e mediar seu transporte através das m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s lipídicas (Pressman,<br />

1968). Inicialmente foram utilizados como coccidiostáticos <strong>em</strong> aves, mas a partir<br />

da década <strong>de</strong> 70 começaram a ser utilizados <strong>na</strong> dieta <strong>de</strong> rumi<strong>na</strong>ntes. Atualmente,<br />

os <strong>ionóforos</strong> são os aditivos mais pesquisados <strong>em</strong> dietas <strong>de</strong> rumi<strong>na</strong>ntes.<br />

Os <strong>ionóforos</strong> são substâncias <strong>de</strong> baixo peso molecular, produtos fi<strong>na</strong>is da<br />

fermentação <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> actinomicetos – Streptomyces sp. São<br />

conhecidos atualmente 76 tipos <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong>, sendo que os mais importantes são<br />

a monensi<strong>na</strong>, lasalocida, salinomici<strong>na</strong>, maduramici<strong>na</strong>, <strong>na</strong>rasi<strong>na</strong>, tetro<strong>na</strong>si<strong>na</strong>,<br />

lisoceli<strong>na</strong>, dian<strong>em</strong>ici<strong>na</strong>, nigerci<strong>na</strong>, gramicidi<strong>na</strong>, s<strong>em</strong>duramici<strong>na</strong> e laidlomici<strong>na</strong><br />

(La<strong>na</strong>, 1998).<br />

Segundo McGuffey et al. (2001), a utilização <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> é permitida<br />

<strong>em</strong> países como Ca<strong>na</strong>dá, Austrália, Nova Zelândia e México. A monensi<strong>na</strong>,<br />

lasalocida, salinomici<strong>na</strong>, <strong>na</strong>rasi<strong>na</strong> e maduramici<strong>na</strong> são utilizadas <strong>em</strong> alguns<br />

paíeses da Europa (Butaye et al., 2003).<br />

No Brasil os <strong>ionóforos</strong> mais utilizados <strong>na</strong> nutrição <strong>de</strong> <strong>ovinos</strong> são:<br />

monensi<strong>na</strong> sódica, lasalocida e a salinomici<strong>na</strong>, comercializados com os nomes<br />

<strong>de</strong> Rumensin®, Taurotec® e Coxistac®, respectivamente<br />

2


A monensi<strong>na</strong> sódica, por ex<strong>em</strong>plo, t<strong>em</strong> a seguinte fórmula: C36H61O11Na<br />

com peso molecular <strong>de</strong> 692 Daltons; e a lasalocida t<strong>em</strong> a fórmula C34H53O8Na<br />

com peso molecular <strong>de</strong> 612,8 Daltons, sendo ambos os mais utilizados para<br />

rumi<strong>na</strong>ntes. Também po<strong>de</strong>m ser utilizados a <strong>na</strong>rasi<strong>na</strong> C43H71O11N,<br />

s<strong>em</strong>duramici<strong>na</strong> C44H75O16Na e salinomici<strong>na</strong> C42H69O11Na. Estes têm uma<br />

estrutura convencio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> poliéteres, mas a sua composição química varia,<br />

comprometendo <strong>em</strong> extensão branda suas ativida<strong>de</strong>s biológicas (Corah, 1991).<br />

Apresenta-se a seguir as estruturas <strong>de</strong> alguns grupos <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> (Figura 1).<br />

Figura 1 - Estrutura química <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> (Blazsek, 2003).<br />

3


3.1 Mecanismo <strong>de</strong> ação dos <strong>ionóforos</strong><br />

O mecanismo <strong>de</strong> ação dos <strong>ionóforos</strong> se dá primeiramente pela alteração<br />

<strong>na</strong> microbiota rumi<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>finido como mecanismo básico <strong>de</strong> ação. E, como<br />

conseqüências das alterações causadas <strong>na</strong> microbiota rumi<strong>na</strong>l, há um segundo<br />

mecanismo <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>finida como mecanismo <strong>de</strong> ação sistêmico, que acabam<br />

por afetar a resposta animal.<br />

3.1.1 Mecanismo básico <strong>de</strong> ação<br />

Os <strong>ionóforos</strong> são compostos solúveis <strong>na</strong> m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> celular e, ao se<br />

combi<strong>na</strong>r<strong>em</strong> com <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos íons, passam a fazer parte <strong>de</strong>ssa estrutura,<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhando uma função <strong>de</strong> trocador iônico. Alguns se ligam a ape<strong>na</strong>s um<br />

cátion, enquanto outros se ligam a vários simultaneamente (Russel & Strobell,<br />

1989).<br />

Devido ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> informações <strong>na</strong> literatura, será <strong>de</strong>scrito o<br />

mecanismo <strong>de</strong> ação dos <strong>ionóforos</strong> com base no da monensi<strong>na</strong>.<br />

O mecanismo <strong>de</strong> ação dos <strong>ionóforos</strong> sobre as bactérias rumi<strong>na</strong>is está<br />

relacio<strong>na</strong>do com fatores <strong>de</strong> resistência presentes <strong>na</strong> estrutura da pare<strong>de</strong> celular, a<br />

qual é responsável por regular o <strong>balanço</strong> químico entre o meio interno e externo<br />

da célula, sendo este equilíbrio mantido por um mecanismo chamado <strong>de</strong> bomba<br />

iônica (Russell, 1987).<br />

No rúmen, sódio (Na) e potássio (K) constitu<strong>em</strong> os cátions extracelulares<br />

prevalentes, sendo a concentração do sódio (Na) quatro vezes maior que a do<br />

potássio (K). O potássio (K) <strong>em</strong> maior concentração no líquido intracelular dos<br />

microorganismos. Como resultado, t<strong>em</strong>-se uma gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong>sses cátions, o que além <strong>de</strong> manter a pressão osmótica gera um<br />

potencial elétrico (Bergen & Bates, 1984; Bagg, 1997; Russell, 1987).<br />

4


A monensi<strong>na</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, possui alta seletivida<strong>de</strong> pelo Na + , mas po<strong>de</strong><br />

também translocar K + e H + . O ciclo inicia-se com a forma aniônica da<br />

monensi<strong>na</strong>, que se estabiliza <strong>na</strong> face polar da m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> celular e, por ser um<br />

ânion, é capaz <strong>de</strong> carrear consigo um cátion. Após a combi<strong>na</strong>ção com H + o<br />

complexo se tor<strong>na</strong> lipossolúvel penetrando <strong>na</strong> m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> celular e atingindo o<br />

interior da célula, on<strong>de</strong> as forças eletrostáticas que mantinham o complexo já<br />

não são suficientes para manutenção da ligação e o complexo se <strong>de</strong>sfaz, fazendo<br />

com que o ionóforo tome novamente a forma aniônica (Bergen & Bates, 1984;<br />

Russell, 1987).<br />

A primeira reação usualmente acontece com velocida<strong>de</strong> maior do que a<br />

segunda, ocasio<strong>na</strong>ndo um acúmulo <strong>de</strong> H + no líquido intracelular. A célula<br />

respon<strong>de</strong> a essa acidose pela troca H + /Na + . Nessa tentativa <strong>de</strong> manutenção do<br />

equilíbrio, a célula gasta gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia por manter ativas as<br />

bombas <strong>de</strong> Na + /K + e a <strong>de</strong> prótons “H + /Na + ” (Figura 2). Com essa mudança no<br />

metabolismo, os microorganismos têm capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e reprodução<br />

reduzida (Bergen & Bates, 1984; Bagg, 1997).<br />

5


Figura 2 – Efeitos dos <strong>ionóforos</strong> <strong>na</strong>s bactérias rumi<strong>na</strong>is.<br />

Vários trabalhos têm <strong>de</strong>monstrado que o principal mecanismo <strong>de</strong> ação<br />

dos <strong>ionóforos</strong>, para melhorar a eficiência alimentar nos rumi<strong>na</strong>ntes, está<br />

relacio<strong>na</strong>do às mudanças <strong>na</strong> população microbia<strong>na</strong> do rúmen, selecio<strong>na</strong>ndo as<br />

bactérias Gram negativas, produtoras <strong>de</strong> ácido propiônico e inibindo as Gram<br />

positivas, maiores produtoras <strong>de</strong> ácidos acético, butírico e lático, H2 e metano<br />

(McCaughey et al. 1997).<br />

A seletivida<strong>de</strong> do ionóforo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da permeabilida<strong>de</strong> do invólucro<br />

celular. Bactérias Gram-positivas e aquelas com estrutura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> celular<br />

s<strong>em</strong>elhante à <strong>de</strong> Gram-positivas (cujo invólucro é composto ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />

celular) são mais inibidas que as Gram-negativas típicas (cujo invólucro é<br />

formado por pare<strong>de</strong> celular e m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> exter<strong>na</strong>) por monensi<strong>na</strong> e outros<br />

<strong>ionóforos</strong> s<strong>em</strong>elhantes (Russell, 1987).<br />

O efeito mais pronunciado que a monensi<strong>na</strong> possui sobre as bactérias<br />

Gram - é à entrada <strong>de</strong> H + , porém essas bactérias possu<strong>em</strong> a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> retirar<br />

6


esse próton por um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> elétrons ou síntese <strong>de</strong> ATP. Este<br />

mecanismo <strong>de</strong> fosforização oxidativa, possibilita que estes microrganismos<br />

disponham <strong>de</strong> maior aporte <strong>de</strong> nutrientes e também se beneficiam pela<br />

diminuição da competição com as Gram-positivas (Bergen & Bates, 1984).<br />

Além <strong>de</strong>ssa vantag<strong>em</strong>, as bactérias Gram-negativas produz<strong>em</strong> maior quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> energia por grama <strong>de</strong> substrato fermentado.<br />

Protozoários e fungos não possu<strong>em</strong> a m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> protetora exter<strong>na</strong>, sendo<br />

também sensíveis a monensi<strong>na</strong>, quando avaliados <strong>em</strong> experimentos “in vitro”,<br />

todavia, <strong>em</strong> experimentos “in vivo”, isto n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ocorre (Dennis et al.,<br />

1986). Wakita et al. (1987), citados por McGuffey et al. (2001), observaram que<br />

a salinomici<strong>na</strong> reduz o número <strong>de</strong> protozoários no rúmen <strong>de</strong> b<strong>ovinos</strong><br />

consumindo dietas à base <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>, no entanto este efeito <strong>de</strong>saparece após<br />

seis meses <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong>ste ionóforo. Fungos também parec<strong>em</strong> ser<br />

sensíveis aos <strong>ionóforos</strong>; todavia, como os fungos cresc<strong>em</strong> lentamente, eles<br />

contribu<strong>em</strong> muito pouco <strong>na</strong> digestão <strong>de</strong> rações com altas taxas <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>,<br />

como as normalmente ofertadas a vacas leiteiras. Portanto, nenhum efeito<br />

significativo dos <strong>ionóforos</strong> sobre a ação dos fungos <strong>na</strong> fermentação foi<br />

observado (McGuffey et al., 2001).<br />

3.1.2 Mecanismo sistêmico <strong>de</strong> ação<br />

O mecanismo sistêmico <strong>de</strong> ação ocorre como conseqüência das<br />

alterações causadas <strong>na</strong> microbiota rumi<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>vido à forma básica <strong>de</strong> ação dos<br />

<strong>ionóforos</strong>. As principais modificações ocorr<strong>em</strong> <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> ácidos graxos<br />

voláteis (AGV), consumo <strong>de</strong> alimentos, produção <strong>de</strong> gases, <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>,<br />

utilização <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong>s, enchimento rumi<strong>na</strong>l, taxa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, doenças<br />

metabólicas (acidose, cetose) e sanida<strong>de</strong> (coccidiose)(Schelling, 1984).<br />

7


3.1.2.1 Ionóforos e consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

Os mecanismos pelo quais alguns <strong>ionóforos</strong> promov<strong>em</strong> diminuição da<br />

ingestão <strong>de</strong> alimentos ainda não estão elucidados completamente. Todavia, o<br />

menor consumo está relacio<strong>na</strong>do ao maior aproveitamento da energia dietética,<br />

sendo este fato, vinculado a mudança <strong>na</strong> concentração dos principais ácidos<br />

graxos voláteis (acético, propiônico e butírico) produzidos no rúmen-retículo e à<br />

maior disponibilida<strong>de</strong> intesti<strong>na</strong>l <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> alimentar (Hanson &<br />

Klopfentein, 1979; Byers, 1980; Fox & Black, 1984; Clary et al., 1993)<br />

Conforme Baile et. al (1979), a redução no consumo <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong><br />

ocorrer <strong>em</strong> função da aversão pelos animais aos alimentos com a presença <strong>de</strong><br />

ionóforo<br />

Para Roger & Davis (1982), a diminuição no consumo provavelmente<br />

<strong>de</strong>ve-se ao aumento do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> retenção dos alimentos no rúmen. Uma outra<br />

explicação para a menor ingestão seria a maior produção <strong>de</strong> acido propiônico,<br />

que por sua vez aumentaria os níveis plasmáticos <strong>de</strong> glicose, estimulando os<br />

centros <strong>de</strong> sacieda<strong>de</strong> (Van Soest, 1994).<br />

Schelling (1984) após realizar extensa revisão <strong>de</strong> literatura sobre<br />

monensi<strong>na</strong>, afirma que este <strong>ionóforos</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>primir o consumo <strong>de</strong> alimentos <strong>na</strong><br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10,7% quando animais são alimentados com rações com alta<br />

proporção <strong>de</strong> concentrados, ou elevar o consumo <strong>em</strong> até 15% <strong>em</strong> condições com<br />

predominância <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>.<br />

Em contrapartida o aumento <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> animais recebendo dietas<br />

com predominância <strong>de</strong> volumosos seria explicado pelas alterações nos padrões<br />

<strong>de</strong> fermentação da forrag<strong>em</strong>, já que os níveis <strong>de</strong> acido propiônico não seriam<br />

suficientes para estimular o centro <strong>de</strong> sacieda<strong>de</strong> (Schelling, 1984).<br />

Embora estes autores relat<strong>em</strong> que a utilização <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> diminui a<br />

IMS (Goodrich et al., 1984; Cabral et al., 1999 e Oliveira, 2003), Ricke et al.<br />

8


(1984); Ramanzin et al. (1997); Rodrigues et al. (2001) e Osborne et al. (2004),<br />

<strong>na</strong>s mais diversas condições experimentais, não observaram <strong>de</strong>pressão no<br />

consumo voluntário <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> matéria seca.<br />

3.1.2.2 Digestibilida<strong>de</strong><br />

Os <strong>ionóforos</strong> po<strong>de</strong>m promover melhora <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> dos alimentos,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições experimentais. Estas condições não estão <strong>de</strong>finidas,<br />

po<strong>de</strong>ndo sofrer interferências <strong>de</strong> fatores como o consumo <strong>de</strong> alimentos, o<br />

enchimento rumi<strong>na</strong>l, a taxa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, entre outros (Rodrigues, 2000).<br />

O aumento da digestão dos alimentos obtido com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong><br />

<strong>ionóforos</strong> t<strong>em</strong> sido freqüent<strong>em</strong>ente explicado pelo aumento do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

retenção da MS no rúmen, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> menor consumo voluntário (Roger &<br />

Davis, 1982).<br />

Entretanto, Branine & Galyean (1990) ao observar<strong>em</strong> que a monensi<strong>na</strong><br />

aumentou <strong>em</strong> 1,4 a 1,6% o <strong>de</strong>saparecimento in situ da MS do alimento <strong>em</strong><br />

novilhos sob pastoreio, provavelmente pelo aumento da <strong>de</strong>gradação da pare<strong>de</strong><br />

celular, explicaram tal fato como sendo <strong>de</strong>corrente do aumento do pH rumi<strong>na</strong>l e<br />

não pela diminuição da taxa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> fluidos.<br />

Segundo Russel & Strobel (1989), muitos experimentos in vivo<br />

<strong>de</strong>monstraram não haver <strong>de</strong>créscimo <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> durante a supl<strong>em</strong>entação<br />

com monensi<strong>na</strong>, pois quando a ingestão diminui a taxa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> sólidos<br />

no rúmen também é reduzida, havendo assim maior t<strong>em</strong>po para a digestão.<br />

3.2 Dosagens recomendadas <strong>em</strong> rações <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> termi<strong>na</strong>ção<br />

Segundo Cabral et al. (1999), o uso <strong>de</strong> 28 ppm <strong>de</strong> salinomici<strong>na</strong> por<br />

período <strong>de</strong> 62 dias, para cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> confi<strong>na</strong>mento, proporcionou melhor<br />

conversão alimentar, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 29,18 %. Rodrigues (2000) recomendou, para<br />

cor<strong>de</strong>iros criados <strong>em</strong> regime <strong>de</strong> confi<strong>na</strong>mento, que o ionóforo <strong>de</strong>ve ser<br />

9


adicio<strong>na</strong>do diretamente <strong>na</strong> mistura concentrada, <strong>na</strong> dose <strong>de</strong> 40 mg <strong>de</strong><br />

monensi<strong>na</strong>/animal/dia.<br />

Patil & Honmo<strong>de</strong> (1994) observaram que o fornecimento <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong><br />

(0, 11 e 22 mg/kg <strong>de</strong> concentrado) a <strong>ovinos</strong> mantidos <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo e<br />

supl<strong>em</strong>entados com concentrado, diminuiu o consumo <strong>de</strong> concentrado e<br />

aumentou o consumo <strong>de</strong> volumoso até o nível <strong>de</strong> 22 mg/kg, s<strong>em</strong> comprometer o<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho produtivo dos animais.<br />

Segundo Araújo (2005), cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> confi<strong>na</strong>mento apresentaram<br />

melhor conversão e eficiência alimentar quando alimentados com 50 mg <strong>de</strong><br />

monensi<strong>na</strong>/animal/dia.<br />

4 MATERIAL E MÉTODOS<br />

4.1 Local, instalações e período experimental<br />

O experimento foi conduzido <strong>na</strong>s instalações do Setor <strong>de</strong> Ovinocultura<br />

do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras (UFLA), <strong>em</strong><br />

Lavras, Mi<strong>na</strong>s Gerais, e teve o período experimental realizado no mês <strong>de</strong> junho<br />

<strong>de</strong> 2007. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lavras localiza-se no Sul <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais, a 21º14’ <strong>de</strong><br />

latitu<strong>de</strong> Sul e a 45º00’ <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong> Oeste <strong>de</strong> Greenwich, com altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong><br />

900 m (Castro Neto et al., 1980).<br />

Os animais experimentais foram instalados <strong>em</strong> gaiolas metálicas<br />

individuais, a<strong>de</strong>quadas para ensaios <strong>de</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> in vivo, providas <strong>de</strong><br />

comedouro, bebedouro e cocho próprio para supl<strong>em</strong>ento mineral. Cada gaiola<br />

metabólica possui acoplado ao assoalho, um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> fezes e<br />

uri<strong>na</strong>. As fezes foram recolhidas <strong>em</strong> ban<strong>de</strong>jas plásticas e a uri<strong>na</strong> foi<br />

acondicio<strong>na</strong>da <strong>em</strong> bal<strong>de</strong>s plásticos, adaptados com uma tela separadora,<br />

evitando que as fezes e a uri<strong>na</strong> se misturass<strong>em</strong>. Cada bal<strong>de</strong> recebeu 100 mL <strong>de</strong><br />

solução <strong>de</strong> H2SO4 2N a fim <strong>de</strong> evitar perda <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (N) para o ambiente.<br />

10


4.2 Animais e alimentação<br />

Foram utilizados para o ensaio <strong>de</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> 15 fêmeas da raça<br />

Santa Inês com peso vivo médio e <strong>de</strong>svio padrão inicial <strong>de</strong> 27,7 ± 3,29 kg.<br />

Foi feito exame <strong>de</strong> ovos por grama <strong>de</strong> fezes (OPG) para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vermifugação, sendo constatado não ser necessário tal<br />

procedimento.<br />

A dieta padrão dos animais foi composta por feno <strong>de</strong> capim coastcross<br />

(Cynodon dactylon L. Pers.) moído <strong>em</strong> moinho <strong>de</strong> martelos <strong>em</strong> partículas <strong>de</strong><br />

1(um) cm, fubá <strong>de</strong> milho, farelo <strong>de</strong> soja, uréia e supl<strong>em</strong>ento mineral comercial.<br />

A dieta foi formulada segundo recomendação no AFRC (1993) para cor<strong>de</strong>iros,<br />

objetivando promover ganho <strong>de</strong> peso <strong>de</strong> 260 g/dia e acrescida <strong>de</strong> diferentes<br />

<strong>ionóforos</strong> conforme o tratamento.<br />

A dieta foi oferecida <strong>em</strong> duas refeições diárias (às 07:00 e 16:00 horas),<br />

<strong>na</strong> forma <strong>de</strong> dieta completa, sendo que cada refeição continha 50% do total<br />

diário ofertado. Estas quantida<strong>de</strong>s permitiram sobras <strong>de</strong> volumoso ao redor <strong>de</strong><br />

10% <strong>em</strong> relação ao consumo predito. As composições percentual e química da<br />

dieta padrão encontram-se <strong>na</strong> Tabela 1.<br />

11


TABELA 1. Composições percentual e química da dieta padrão (% MS)<br />

INGREDIENTES %<br />

Feno <strong>de</strong> CoastCross 27,95<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 14,03<br />

Milho, grão moído 55,40<br />

Uréia 1,40<br />

Supl<strong>em</strong>ento mineral 2 1,22<br />

TOTAL 100,00<br />

NUTRIENTES 1 % <strong>de</strong> MS<br />

Matéria Seca (MS) 1 86,65<br />

Proteí<strong>na</strong> Bruta (PB) 1 16,19<br />

Fibra <strong>em</strong> Detergente Neutro (FDN) 1 25,53<br />

Fibra <strong>em</strong> Detergente Ácido (FDA) 1 13,08<br />

Extrato Etéreo (EE) 1 1,92<br />

Cinza (MM) 1 2,84<br />

1<br />

Análises realizadas no Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa Animal do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras (UFLA).<br />

2<br />

Supl<strong>em</strong>ento mineral comercial - Cada 1000 g contém: P 87 g; Ca 120 g; Na 147 g; Mn<br />

1300 mg; S 18 g; Zn 3800 mg; Mo 300 mg; Cu 590 mg; Fe 1800 mg; I 80 mg; Co 40<br />

mg; Cr 20 mg; Se 15 mg; F (máx) 870 mg.<br />

4.3 Tratamentos<br />

Os tratamentos experimentais foram constituídos pela dieta padrão<br />

(controle) ou dieta padrão acrescida <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ntre dois tipos <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong>, como<br />

especificado a seguir:<br />

T1 - Dieta Padrão + Monensi<strong>na</strong> Sódica<br />

T2 - Dieta Padrão + Lasalocida<br />

T3 - Dieta Padrão<br />

As quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> <strong>em</strong> cada tratamento foram <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong><br />

acordo com o peso do conteúdo rumi<strong>na</strong>l, o qual, foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do através <strong>de</strong><br />

equação <strong>de</strong> regressão.<br />

12


Para a obtenção da equação <strong>de</strong> regressão, foi feito uma compilação <strong>de</strong><br />

dados <strong>de</strong> conteúdo rumi<strong>na</strong>l (kg) por peso vivo (kg), segundo Pérez et al.<br />

(2007)(dados não publicados Setor <strong>de</strong> Ovinocultura - UFLA).<br />

A equação que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo rumi<strong>na</strong>l:<br />

Y = -0.0014x 2 + 0.2034x - 0.8376<br />

Em que, a variável x é o peso vivo (kg) e o y é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdo<br />

rumi<strong>na</strong>l (kg), apresentando esta equação um valor <strong>de</strong> R 2 = 0, 8164.<br />

A dose <strong>de</strong> referência para o presente trabalho baseou-se nos resultados<br />

apresentados por Araújo (2005), no qual forneceu a cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> confi<strong>na</strong>mento<br />

a dose <strong>de</strong> 50 mg/animal/dia, e estes apresentaram melhor conversão alimentar e<br />

eficiência alimentar. Os animais do trabalho citado acima apresentavam peso<br />

médio inicial <strong>de</strong> 25 kg.<br />

Apartir do peso dos animais (25 kg), se <strong>de</strong>terminou a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conteúdo rumi<strong>na</strong>l (3,364 kg) através da equação. Sendo assim <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do a<br />

dose <strong>de</strong> referência para o presente trabalho, 14,85 mg <strong>de</strong> ionóforo por kg <strong>de</strong><br />

conteúdo rumi<strong>na</strong>l.<br />

animais<br />

As doses <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> foram ajustadas s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>lmente, após pesagens dos<br />

O ionóforo foi fornecido pela manhã, sendo este ofertado antes da<br />

refeição matuti<strong>na</strong>, para que se assegurasse a ingestão total da dose <strong>de</strong> ionóforo<br />

ofertada.<br />

4.4 Fase do período experimental<br />

O período experimental consistiu <strong>de</strong> duas fases, uma fase <strong>de</strong> adaptação<br />

dos animais às gaiolas e ao manejo, com duração <strong>de</strong> quinze dias. E outra, <strong>de</strong><br />

13


cinco dias, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da à coleta das amostras (alimentos ofertados, sobra dos<br />

alimentos, fezes e uri<strong>na</strong>)<br />

Não foi necessária a adaptação dos animais à ingestão <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong>, pois<br />

os mesmos já estavam recebendo <strong>ionóforos</strong> antes do início do ensaio <strong>de</strong><br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>, <strong>em</strong> função <strong>de</strong>stes compor<strong>em</strong> outro experimento <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. Estes animais já recebiam ionóforo há 45 dias.<br />

4.5 Coleta <strong>de</strong> alimentos, sobras, fezes e uri<strong>na</strong><br />

Os alimentos fornecidos foram amostrados diariamente e as amostras<br />

foram posteriormente homogeneizadas, formando uma única amostra composta.<br />

O alimento recusado (sobra) foi recolhido antes do fornecimento da refeição<br />

matuti<strong>na</strong>, pesado e amostrado diariamente para cada animal (mínimo <strong>de</strong> 10% da<br />

sobra total).<br />

As fezes e a uri<strong>na</strong> foram recolhidas pela manhã, após o manejo<br />

alimentar. A coleta <strong>de</strong> fezes foi total, seus pesos anotados, amostradas (20%) e<br />

acondicio<strong>na</strong>das <strong>em</strong> sacos plásticos <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificados. A uri<strong>na</strong> produzida<br />

por cada animal teve seu volume (mL) registrado e foi efetuada amostrag<strong>em</strong><br />

(20%), sendo acondicio<strong>na</strong>dos <strong>em</strong> vidro âmbar <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificado para<br />

cada animal.<br />

Todas as amostragens feitas (do alimento ofertado, das sobras, das fezes<br />

e da uri<strong>na</strong>) foram congeladas a -20 ºC para posteriores análises químico-<br />

bromatológicas.<br />

4.6 Análises dos alimentos<br />

Amostras coletadas <strong>de</strong> cada ingrediente utilizado <strong>na</strong> dieta, das rações<br />

prontas e das sobras foram utilizadas para análises laboratoriais e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção<br />

<strong>de</strong>: matéria seca (MS), fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro (FDN), fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente<br />

14


ácido (FDA), extrato etéreo (EE), proteí<strong>na</strong> bruta (PB) e cinzas <strong>de</strong> acordo com<br />

metodologias <strong>de</strong>scritas por Silva (1990).<br />

4.7 Cálculos da <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> e do <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong><br />

O calculo <strong>de</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente dos nutrientes, <strong>nitrogênio</strong> retido,<br />

<strong>nitrogênio</strong> absorvido e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> foram obtidos pelas formulas<br />

propostas por Silva & Leão (1979). E estão apresentadas a seguir:<br />

Em que:<br />

A fórmula <strong>de</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente (DIG) dos nutrientes:<br />

DIG = [(ING x %ING) - (SOB x %SOB)] - (FEZ x %FEZ) x 100<br />

(ING x %ING) - (SOB x %SOB)<br />

ING = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento fornecido;<br />

%ING = teor do nutriente no alimento fornecido;<br />

SOB = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobras retiradas;<br />

%SOB = teor do nutriente <strong>na</strong>s sobras;<br />

FEZ = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fezes coletadas;<br />

%FEZ = teor do nutriente <strong>na</strong>s fezes.<br />

O <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> N é obtido subtraindo-se o total <strong>de</strong> N excretado <strong>na</strong>s fezes e<br />

uri<strong>na</strong> do total <strong>de</strong> N ingerido, representando o total <strong>de</strong> N que efetivamente ficou<br />

retido no organismo animal, conforme:<br />

N RETIDO = (N Fornecido - N Sobras) - (N Fezes + N Uri<strong>na</strong>)<br />

Os valores obtidos a partir da subtração do total <strong>de</strong> N ingerido menos o<br />

N contido <strong>na</strong>s fezes, refere se ao N absorvido, conforme:<br />

15


N ABSORVIDO = (N Fornecido - N Sobras) - N Fezes<br />

Os valores <strong>de</strong> N (ingerido e excretado <strong>na</strong>s fezes e uri<strong>na</strong>) foram obtidos a<br />

partir das análises químicas realizadas, conforme já mencio<strong>na</strong>do.<br />

4.8 Delineamento experimental<br />

O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado<br />

com três tratamentos e cinco repetições. O experimento avaliou o consumo, a<br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente da MS, PB, FDN e FDA e também o <strong>balanço</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>nitrogênio</strong>.<br />

Os dados foram submetidos à análise estatística pelo programa<br />

“SISVAR” (Ferreira, 2000) e foi utilizado o teste SNK com significância <strong>de</strong> 5%<br />

<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> e o coeficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção com base no seguinte mo<strong>de</strong>lo<br />

estatístico <strong>de</strong> análise conjunta:<br />

Em que:<br />

Yij = µ + Ti + eij,<br />

Yij representa o valor observado j, no tratamento i, com j variando <strong>de</strong> 1 a5;<br />

µ é uma constante geral associada a todas as observações;<br />

Ti é o efeito do tratamento i, com i = 1, 2 e 3;<br />

eij é o erro experimental associado a Yij, e que se supõe in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte com<br />

distribuição normal com média zero e variância σ 2 .<br />

16


5 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

5.1 Consumo <strong>de</strong> matéria seca e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da matéria seca<br />

Os resultados <strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> matéria seca (IMS) e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong><br />

aparente da matéria seca (DIGMS) estão apresentados <strong>na</strong> Tabela 2.<br />

Não foram i<strong>de</strong>ntificadas diferenças significativas (P>0,05) <strong>na</strong> IMS (<strong>em</strong><br />

g/dia, % PV e g/kg PV 0,75 ) e DIGMS(%).<br />

Esses resultados se ass<strong>em</strong>elham aos apresentados por Garcia et al. (2000)<br />

que ao trabalhar<strong>em</strong> com carneiros fistulados no rúmen, verificaram que o<br />

consumo <strong>de</strong> matéria seca não foi alterado com a adição <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong> <strong>na</strong> dieta.<br />

Da mesma forma, Bro<strong>de</strong>rick (2004) administrando monensi<strong>na</strong> a vacas leiteiras<br />

pluríparas alimentadas com silag<strong>em</strong> <strong>de</strong> alfafa, também não observou efeito<br />

significativo sobre o consumo <strong>de</strong> matéria seca.<br />

TABELA 2. Valores médios <strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> matéria seca <strong>em</strong> valores totais<br />

Itens<br />

(g/dia) e <strong>em</strong> relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e da<br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> matéria seca (DIGMS) e os coeficientes <strong>de</strong><br />

variação (CV), <strong>em</strong> função dos tratamentos.<br />

17<br />

Tratamentos<br />

Monensi<strong>na</strong> Lasalocida Controle CV (%)<br />

IMS (g/dia) 940,21 a 1012,27 a 989,15 a 9,80<br />

IMS (% PV) 3,35 a 3,35 a 3,45 a 7,02<br />

IMS (g/kg PV 0, 75 ) 77,04 a 78,54 a 79,78 a 5,64<br />

DIGMS (%) 74,68 a 73,73 a 73,14 a 4,04<br />

Médias seguidas por letras minúsculas iguais <strong>na</strong> linha não difer<strong>em</strong> entre si pelo teste<br />

<strong>de</strong> SNK a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.


Entretanto, diversos autores relataram que a utilização <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong><br />

diminuiu a IMS (Goodrich et al., 1984; Cabral et al., 1999; Oliveira, 2003;<br />

Erickson et al., 2004). Oliveira (2003), trabalhando com carneiros, observou que<br />

a inclusão <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong> <strong>na</strong> dose <strong>de</strong> 28mg/kg MS consumida, diminuiu<br />

significativamente o consumo <strong>de</strong> matéria seca. Erickson et al. (2004), ao<br />

utilizar<strong>em</strong> os <strong>ionóforos</strong> monensi<strong>na</strong> e lasalocida sódica <strong>na</strong> dieta <strong>de</strong> b<strong>ovinos</strong><br />

leiteiros, também verificaram reduções no consumo <strong>de</strong> matéria seca, sendo que<br />

os animais tratados com um mg <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong>/kg <strong>de</strong> peso vivo apresentaram<br />

menor consumo.<br />

A redução no consumo <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong> ocorrer <strong>em</strong> função da aversão<br />

pelos animais aos alimentos com a presença <strong>de</strong> ionóforo (Baile et al., 1979). A<br />

constatação do autor po<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar que os <strong>ionóforos</strong> possu<strong>em</strong> baixa<br />

palatabilida<strong>de</strong>. No entanto, seguindo a mesma metodologia usada por Araújo<br />

(2005), <strong>na</strong> qual o ionóforo foi fornecido aos animais antes da refeição matuti<strong>na</strong>,<br />

possibilitou que os animais viess<strong>em</strong> a consumir todo o ionóforo ofertado, s<strong>em</strong><br />

que houvesse associação do ionóforo ao alimento.<br />

Os animais do presente trabalho já recebiam ionóforo antes do início do<br />

ensaio <strong>de</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>, <strong>em</strong> função <strong>de</strong>stes compor<strong>em</strong> outro experimento <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, como relatado anteriormente. Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ste<br />

fato, po<strong>de</strong> ter ocorrido uma adaptação prévia à ingestão do ionóforo, <strong>de</strong>forma<br />

que não houve diminuição do consumo <strong>de</strong>vido à aversão ao alimento. A forma<br />

<strong>de</strong> fornecimento do ionóforo, também po<strong>de</strong> ter contribuído para que não<br />

houvesse redução no consumo.<br />

A ingestão <strong>de</strong> MS média (g/dia e %PV) observadas no presente trabalho<br />

é similar às recomendações no NRC (2006), para animais <strong>em</strong> crescimento com<br />

ganho <strong>de</strong> 250 gramas/dia, que estão <strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> 0,8 a 1,06 kg <strong>de</strong> MS/animal/dia e<br />

2,5 a 3,5 % PV.<br />

18


O presente trabalho não encontrou efeito (P>0,05) dos tratamentos sobre<br />

a DIGMS (%), como observado por outros autores (Huntington, 1996; citado por<br />

Rodríguez & Muñoz, 2000; Oliveira, 2003; Araújo, 2005). No entanto, Poos et<br />

al. (1979) registraram diminuição <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da matéria seca com<br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong>.<br />

Ao fornecer<strong>em</strong> monensi<strong>na</strong> a carneiros alimentados com diferentes<br />

proporções <strong>de</strong> feno e concentrado, Bedo et al. (1990) relataram que a eficiência<br />

da monensi<strong>na</strong> <strong>em</strong> melhorar a <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> é variável e inconsistente.<br />

O nível <strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> alimentos, e consequent<strong>em</strong>ente, a taxa <strong>de</strong><br />

passag<strong>em</strong> influencia a <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> modo prepon<strong>de</strong>rante, sendo estes<br />

fatores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da espécie e ida<strong>de</strong> animal, processamento e composição<br />

química dos alimentos, inclusão <strong>de</strong> aditivos <strong>na</strong> dieta, b<strong>em</strong> como t<strong>em</strong>peratura<br />

ambiente e disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água (Silva & Leão, 1979). Neste ensaio<br />

experimental não ocorreu diferença significativa <strong>na</strong> DIGMS (%), possivelmente<br />

como resultado da s<strong>em</strong>elhança <strong>de</strong> IMS entre os tratamentos.<br />

5.2 Consumo e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da proteí<strong>na</strong> bruta<br />

Não foram observadas diferenças entre os tratamentos (P>0,05) quanto<br />

ao consumo <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong> bruta (CPB) e a <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente da proteí<strong>na</strong><br />

bruta (DIGPB), apresentados <strong>na</strong> Tabela 3.<br />

As rações experimentais foram formuladas sob o mesmo princípio<br />

nutricio<strong>na</strong>l, para que apresentass<strong>em</strong> mesmo teor protéico, energético e potencial<br />

<strong>de</strong> ganho, diferindo somente no tipo <strong>de</strong> ionóforo ofertado aos animais. Em<br />

<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> no presente trabalho não ter sido encontrada diferença<br />

significativa (P>0,05) quanto à IMS, se justifica não ter ocorrido diferença<br />

significativa (P>0,05) quanto à CPB.<br />

19


TABELA 3. Valores médios <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong> bruta <strong>em</strong> valores totais<br />

Itens<br />

(g/dia) e <strong>em</strong> relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e<br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong> bruta (DIGPB) e os<br />

coeficientes <strong>de</strong> variação (CV), <strong>em</strong> função dos tratamentos.<br />

20<br />

Tratamentos<br />

Monensi<strong>na</strong> Lasalocida Controle CV (%)<br />

CPB (g/dia) 154,44 a 167,21 a 162,53 a 10,52<br />

CPB (%PV) 0,5507 a 0,5523 a 0,5655 a 4,02<br />

CPB (g/kg PV 0,75 ) 12,66 a 12,94 a 13,07 a 3,44<br />

DIGPB (%) 79,65 a 76,76 a 76,93 a 5,54<br />

Médias seguidas por letras minúsculas iguais <strong>na</strong> linha não difer<strong>em</strong> entre si pelo teste<br />

<strong>de</strong> SNK a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

A recomendação no NRC (2006), para animais <strong>em</strong> crescimento (quatro a<br />

oito meses) com ganho <strong>de</strong> peso <strong>de</strong> 250 gramas/dia, está <strong>na</strong> faixa <strong>de</strong> 122 a 133<br />

g/dia <strong>de</strong> PB. O CPB apresentado neste trabalho foi maior que o recomendado no<br />

NRC (2006), sendo 154 a 167 g/dia <strong>de</strong> PB.<br />

Vários pesquisadores observaram aumento da <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente da<br />

proteí<strong>na</strong> bruta com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> <strong>na</strong> dieta (Joyner et al., 1979; Rogers<br />

& Davis, 1982; Ricke et al., 1984; Galloway et al., 1993). Joyner et al (1979),<br />

trabalhando com 300 cor<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> crescimento e diferentes níveis <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong><br />

(5, 10, 20 e 30 ppm) <strong>na</strong> dieta, observaram aumento <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> proteí<strong>na</strong><br />

bruta com o aumento <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong>.<br />

Por outro lado, Araújo (2005), trabalhando com ovelhas recebendo<br />

diferentes níveis (0, 25, 50, 75 mg/animal/dia) <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong>, não observaram<br />

diferença significativa <strong>na</strong> DIGPB, obtendo resultados s<strong>em</strong>elhantes a outros


autores (Marounek et al., 1989; Pomar et al., 1989, Osborne et al., 2004;. Zinn et<br />

al. 1994) e também aos do presente trabalho.<br />

Um fator <strong>de</strong> influência <strong>na</strong> melhora da <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> está relacio<strong>na</strong>do à<br />

diminuição do consumo, que promove maior t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> retenção dos alimentos<br />

no trato digestivo (We<strong>de</strong>gaertner & Johnson, 1983; Me<strong>de</strong>l et al., 1991).E este<br />

fato não foi observado no presente trabalho, <strong>em</strong> que se verificou níveis <strong>de</strong><br />

ingestão <strong>de</strong> matéria seca s<strong>em</strong>elhantes e, como conseqüência, po<strong>de</strong> se supor que<br />

as dietas experimentais apresentaram também cinética digestiva s<strong>em</strong>elhantes,<br />

não havendo portanto, diferença significativa (P>0,05) <strong>na</strong> DIGMS (%) e<br />

DIGPB(%).<br />

5.3 Consumo e <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro e fibra <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>tergente ácido<br />

Os resultados <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente neutro (CFDN) e fibra<br />

<strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido (CFDA) e da <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente <strong>de</strong> fibra <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>tergente neutro (DIGFDN) e fibra <strong>em</strong> <strong>de</strong>tergente ácido (DIGFDA), estão<br />

apresentados <strong>na</strong> Tabela 4.<br />

Não foram i<strong>de</strong>ntificadas diferenças significativas no consumo <strong>de</strong> FDN e<br />

FDA e também <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> FDN e FDA (P>0,05).<br />

O resultados s<strong>em</strong>elhantes <strong>de</strong> CFDN e CFDA entre os tratamentos se<br />

<strong>de</strong>ve, principalmente ao fato <strong>de</strong> no presente trabalho os animais ter<strong>em</strong><br />

apresentado IMS s<strong>em</strong>elhantes e também ao fornecimento <strong>de</strong> rações com a<br />

mesma composição química, diferindo somente quanto ao tipo <strong>de</strong> ionóforo<br />

ofertado.<br />

21


TABELA 4. Valores médios <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> FDN e FDA <strong>em</strong> valores totais<br />

Itens<br />

(g/dia) e <strong>em</strong> relação ao peso vivo (% PV e g/kg PV0,75) e da<br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> FDN e FDA (DIGFDN e DIGFDA) e os<br />

coeficientes <strong>de</strong> variação (CV), <strong>em</strong> função dos tratamentos.<br />

22<br />

Tratamentos<br />

Monensi<strong>na</strong> Lasalocida Controle CV (%)<br />

CFDN (g.dia -1 ) 301,03 a 317,47 a 320,31 a 14,40<br />

CFDN (%PV) 1,07 a 1,06 a 1,13 a 18,02<br />

CFDN (g/kg 0,75 ) 24,70 a 24,75 a 26,04 a 16,20<br />

CFDA (g.dia -1 ) 125,81 a 132,14 a 133,45 a 16,75<br />

CFDA (%PV) 0,45 a 0,44 a 0,47 a 21,55<br />

CFDA (g/kg 0,75 ) 10,33 a 10,32 a 10,88 a 19,59<br />

DIGFDN (%) 54,64 a 54,80 a 47,27 a 20,34<br />

DIGFDA (%) 47,08 a 48,20 a 47,08 a 11,32<br />

Médias seguida por letras minúsculas iguais <strong>na</strong> linha não difer<strong>em</strong> entre si pelo teste <strong>de</strong><br />

SNK a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

Em similarida<strong>de</strong> a este trabalho, Oliveira (2003), não encontrou<br />

alterações <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> FDN ao fornecer 28 mg <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong>/kg <strong>de</strong> MS<br />

consumida a <strong>ovinos</strong> castrados, mestiços Bergamácia x Santa Inês. Osborne et al.<br />

(2004), ao trabalhar<strong>em</strong> com vacas holan<strong>de</strong>sas multíparas, recebendo 22 mg <strong>de</strong><br />

monensi<strong>na</strong>/kg <strong>de</strong> MS, também não observaram efeito significativo <strong>na</strong> DIGFDN<br />

e DIGFDA. Da mesma forma, Zinn et al. (1994) não verificaram efeitos dos<br />

<strong>ionóforos</strong> sobre a DIGFDN e DIGFDA, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do nível <strong>de</strong> fibra <strong>na</strong><br />

dieta <strong>em</strong> b<strong>ovinos</strong>.<br />

Entretanto Fluhart et al. (1999), Rodrigues et al. (2001) e McGinn<br />

(2004), evi<strong>de</strong>nciaram aumento <strong>na</strong> DIGFDN e DIGFDA. Fluhart et al. (1999),


obtiveram aumento da DIGFDN <strong>na</strong> dieta <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros que receberam lasalocida<br />

sódica e Rodrigues et al. (2001), ao trabalhar<strong>em</strong> com <strong>ovinos</strong> adultos, mestiços da<br />

raça Santa Inês, também obtiveram melhora significativa <strong>na</strong> DIGFDN e <strong>na</strong><br />

DIGFDA <strong>em</strong> rações com altas proporções <strong>de</strong> concentrados, mas houve<br />

diminuição <strong>em</strong> 6% <strong>em</strong> rações com proporções <strong>de</strong> concentrados médios. McGinn<br />

(2004) obtiveram aumento <strong>na</strong> DIGFDN e DIGFDA com a adição <strong>de</strong> 33 mg <strong>de</strong><br />

monensi<strong>na</strong>/kg <strong>de</strong> MS <strong>em</strong> rações <strong>de</strong> b<strong>ovinos</strong>.<br />

O efeito dos <strong>ionóforos</strong> sobre a <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> da fibra t<strong>em</strong> sido<br />

comumente explicado <strong>na</strong> literatura como sendo <strong>de</strong>corrente do menor consumo<br />

voluntário <strong>de</strong> alimentos (Rogers & Davis, 1982), do aumento do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

retenção da MS no rúmen (Ellis et al., 1983), da melhoria das condições<br />

rumi<strong>na</strong>is (Branine & Galyean, 1990) ou do aumento do estímulo à rumi<strong>na</strong>ção<br />

(Knowlton et al., 1996).<br />

Apesar <strong>de</strong> vários autores relatar<strong>em</strong> que a utilização <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> possa<br />

promover melhoria <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> do alimento, ainda que proporcio<strong>na</strong>lmente<br />

reduzida, conforme Schelling (1984), as condições para melhoria <strong>na</strong><br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>, ainda não estão totalmente elucidadas, po<strong>de</strong>ndo sofrer<br />

interferência <strong>de</strong> fatores como consumo voluntário <strong>de</strong> alimentos, enchimento<br />

rumi<strong>na</strong>l e taxa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, entre outros (Rodrigues et al., 2001).<br />

5.4 Balanço <strong>de</strong> Nitrogênio<br />

Os resultados <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (CN), excreção fecal <strong>de</strong><br />

<strong>nitrogênio</strong> (EFN), excreção urinária <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (EUN) e <strong>balanço</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>nitrogênio</strong> (BN), <strong>em</strong> g/animal/dia estão apresentados <strong>na</strong> Tabela 5.<br />

No presente trabalho não se encontrou diferença significativa (P>0,05)<br />

no CN, EFN, EUN e BN <strong>em</strong> função tratamentos.<br />

23


TABELA 5. Valores médios <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (CN), excreção fecal <strong>de</strong><br />

Itens<br />

<strong>nitrogênio</strong> (EFN), excreção urinária <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (EUN), <strong>balanço</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (BN) <strong>em</strong> g/animal/dia e os coeficientes <strong>de</strong> variação<br />

(CV), <strong>em</strong> função dos tratamentos.<br />

24<br />

Tratamentos<br />

Monensi<strong>na</strong> Lasalocida Controle CV (%)<br />

CN 24,71 a 26,75 a 26,01 a 10,52<br />

EFN 4,42 a 6,13 a 5,35 a 26,13<br />

EUN 12,04 a 15,99 a 13,18 a 40,62<br />

BN 8,25 a 4,63 a 7,48 a 67,94<br />

Médias seguidas por letras minúsculas iguais <strong>na</strong> linha não difer<strong>em</strong> entre si pelo teste<br />

<strong>de</strong> SNK a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

A <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção do <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> é útil para avaliar se o animal<br />

se encontra <strong>em</strong> equilíbrio nitroge<strong>na</strong>do e se, sob <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das condições<br />

alimentares, ocorre ganho ou perda <strong>de</strong> N (Kolb, 1984). No presente trabalho<br />

observou-se que todos os tratamentos apresentaram BN positivo, indicando que<br />

os animais estavam sob condições alimentares <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> N. Numericamente<br />

os animais do tratamento com monensi<strong>na</strong> apresentaram a maior retenção <strong>de</strong> N,<br />

seguido pelo tratamento controle e posteriormente o tratamento com lasalocida,<br />

porém estes resultados não apresentam diferença significativa (P>0,05).<br />

O consumo <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> (CN) foi s<strong>em</strong>elhante (P


Soest (1994) afirmou que as perdas fecais <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> são menos flexíveis que<br />

as urinárias e que correspon<strong>de</strong>m <strong>em</strong> média a 0,6% do total <strong>de</strong> MS ingerida e<br />

entre 3 a 4% do total <strong>de</strong> PB ingerida. Neste estudo, a excreção fecal média <strong>de</strong> N<br />

para cada tratamento (Monensi<strong>na</strong>, Lasalocida e Controle) <strong>em</strong> relação a % <strong>de</strong> MS<br />

foi próxima aos valores relatados por Van Soest (1994), sendo (0,46; 0,6; 0,54%<br />

da MS e 2,86; 3,66; 3,29% da PB ingeridas, respectivamente).<br />

Chalupa et al. (1970) relataram que maiores excreções nitroge<strong>na</strong>das via<br />

uri<strong>na</strong> são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> N solúvel <strong>na</strong> dieta ou da ineficiência no<br />

aproveitamento <strong>de</strong>ste pelos microrganismos rumi<strong>na</strong>is, principalmente quando<br />

<strong>em</strong> condições <strong>de</strong> excessos <strong>de</strong> PB ou do uso excessivo <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> NNP <strong>na</strong> dieta.<br />

No presente trabalho, a dieta continha <strong>de</strong> 1,4% <strong>de</strong> uréia, promovendo maior<br />

nível <strong>de</strong> excreção <strong>de</strong> N pela via urinária. Porém, <strong>de</strong>ve se ressaltar que os animais<br />

do tratamento com monensi<strong>na</strong>, apresentaram menor excreção <strong>de</strong> N pelas fezes e<br />

uri<strong>na</strong> e maior <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> N, mas estes não difer<strong>em</strong> estatisticamente (P>0,05) do<br />

observado nos animais do tratamento controle ou dps que receberam lasalocida.<br />

Os resultados do presente trabalho se ass<strong>em</strong>elha aos resultados <strong>de</strong> Lee et<br />

al. (1990), que ao fornecer<strong>em</strong> a caprinos <strong>na</strong>tivos da Coréia, monensi<strong>na</strong> (0, 22 ou<br />

33 mg/kg), não observaram alteração <strong>na</strong> retenção <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> nos animais que<br />

receberam monensi<strong>na</strong>.<br />

Patil & Honmo<strong>de</strong> (1994), ao administrar<strong>em</strong> monensi<strong>na</strong> (0, 11 e 22<br />

mg/kg) a cor<strong>de</strong>iros da raça Malpura <strong>em</strong> pastejo e supl<strong>em</strong>entados com<br />

concentrado, verificaram que a retenção <strong>de</strong> N foi maior nos animais que<br />

receberam 22 mg <strong>de</strong> monensi<strong>na</strong>, seguidos daqueles que receberam 11 e 0 mg.<br />

Plaizier et al. (2000), ao fornecer<strong>em</strong> monensi<strong>na</strong> <strong>em</strong> cápsula <strong>de</strong> liberação<br />

controlada a vacas leiteiras pós parto, observaram que a monensi<strong>na</strong> aumentou a<br />

<strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente do <strong>nitrogênio</strong> e melhorou o <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> <strong>de</strong> -<br />

77,8 para -44,9 g/dia. Aumento <strong>na</strong> <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong> aparente do <strong>nitrogênio</strong> e<br />

redução <strong>na</strong> perda <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> fecal também foram relatados por Ruiz et al.<br />

25


(2001) ao fornecer<strong>em</strong> monensi<strong>na</strong> (350 mg/vaca/dia) a vacas leiteiras alimentadas<br />

com rações à base <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> fresca<br />

No entanto, Gado (1997), ao fornecer monensi<strong>na</strong> (0, 20 e 40 mg<br />

/cabeça/dia) para cabritos, verificou menor retenção <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong> nos animais<br />

sob supl<strong>em</strong>entação. Menor retenção <strong>de</strong> N foi também verificada por Oliveira<br />

(2003) <strong>em</strong> <strong>ovinos</strong><br />

26


6 CONCLUSÃO<br />

A utilização <strong>de</strong> <strong>ionóforos</strong> <strong>na</strong> alimentação <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iras, não influenciou o<br />

consumo <strong>de</strong> nutrientes (MS, PB, FDN, FDA), a <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>s <strong>de</strong>stas frações e<br />

o <strong>balanço</strong> <strong>de</strong> <strong>nitrogênio</strong>.<br />

A forma <strong>de</strong> fornecimento dos <strong>ionóforos</strong> aos animais e o fato <strong>de</strong> os<br />

animais já estar<strong>em</strong> adaptados ao fornecimento dos <strong>ionóforos</strong>, po<strong>de</strong>m estar<br />

relacio<strong>na</strong>dos a não alteração no consumo, <strong>digestibilida<strong>de</strong></strong>s e o <strong>balanço</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>nitrogênio</strong>.<br />

27


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