14.04.2013 Views

Download - Biomas.ufop.br - Ufop

Download - Biomas.ufop.br - Ufop

Download - Biomas.ufop.br - Ufop

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Carolina Pessanha Loque<<strong>br</strong> />

Fungos algícolas associados à macroalgas do litoral do Paraná e Península Antártica<<strong>br</strong> />

Ouro Preto, MG<<strong>br</strong> />

2009


Universidade Federal de Ouro Preto<<strong>br</strong> />

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas<<strong>br</strong> />

Pós-Graduação em Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais<<strong>br</strong> />

Fungos algícolas associados à macroalgas do litoral do Paraná e Península Antártica<<strong>br</strong> />

Candidata: Carolina Pessanha Loque<<strong>br</strong> />

Orientador: Dr. Luiz Henrique Rosa<<strong>br</strong> />

Co-orientador: Dr. Carlos Augusto Rosa<<strong>br</strong> />

Departamento de Microbiologia/ICB/UFMG<<strong>br</strong> />

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em<<strong>br</strong> />

Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais da Universidade Federal de<<strong>br</strong> />

Ouro Preto como requisito parcial a obtenção do grau de<<strong>br</strong> />

Mestre em Ecologia em Ciências Biológicas.<<strong>br</strong> />

Ouro Preto, MG<<strong>br</strong> />

2009


DEDICATÓRIA<<strong>br</strong> />

A minha irmã Paula e ao meu so<strong>br</strong>inho Rafael,<<strong>br</strong> />

exemplos de força e muita coragem.<<strong>br</strong> />

Por mudarem minha vida com amor!<<strong>br</strong> />

Desistir jamais, foco sempre!


AGRADECIMENTOS<<strong>br</strong> />

À Deus sempre! Presença onipotente em minha vida iluminando meus caminhos e<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>indo portas, mesmo que pareçam fechadas ao primeiro momento.<<strong>br</strong> />

Ao Prof. Luiz Rosa, por aceitar-me como sua orientanda, desenvolvendo uma nova linha<<strong>br</strong> />

de pesquisa para o laboratório. Seus ensinamentos ultrapassam o ambiente de trabalho,<<strong>br</strong> />

sua dedicação a ciência o faz um grande e bom exemplo.<<strong>br</strong> />

Ao Prof. Carlos Rosa, pela orientação e profissionalismo. Elucidando-me e norteando-me<<strong>br</strong> />

a agir sensatamente nos momentos mais difíceis.<<strong>br</strong> />

À Grande Família: meus pais, Catarina e Hélio, pelo amor, apoio e ajuda em tudo que<<strong>br</strong> />

precisei; meus irmãos, Fernanda, Paula, Carla e Bruno; cunhados e cunhada; meus lindos<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>inhos Rafael e Victor; aos meus avôs. As coisas ficam mais leves com voces por<<strong>br</strong> />

perto. E ao Sonilton, que de onde ele estiver estará mergulhando e sorrindo para nós.<<strong>br</strong> />

Ao meu ´Armor`, suas palavras “calma, vai dar tudo certo” sempre me acalmaram e me<<strong>br</strong> />

deram mais força.<<strong>br</strong> />

As colaboradoras, Adriana Medeiros pelo aprendizado, orientação, amizade e alegria de<<strong>br</strong> />

viver. E Franciane Pellizzari pelos momentos prazerosos nas coletas no Paraná.<<strong>br</strong> />

À turma mais doida e animada de mestrado que conheci. Camilix, Royal, Jane, Zé<<strong>br</strong> />

Colméia, Fravinho, Chico, Léo, Defunto, Terror, Canuto, Másio e Alexandre. Hilários<<strong>br</strong> />

momentos no nosso “Big Brother Selvagem” no Parque Itacolomi, 1ª edição.<<strong>br</strong> />

Aos colegas e amigos do Laboratório de Microbiologia, convivência é tudo. Iara, Laura,<<strong>br</strong> />

Jorge, Fernanda, Marcos Palitinho, Izabel, Débora, Douglas, Léo, Camila, Francisco,<<strong>br</strong> />

Everton, Bruno e as professoras Silvana, Ga<strong>br</strong>iela e Maria Célia.<<strong>br</strong> />

Aos técnicos Marly e Luis o meu muito o<strong>br</strong>igado pela disponibilidade e boa vontade de<<strong>br</strong> />

ambos.


Aos amigos do laboratório de Ecologia e Biotecnologia de Leveduras, da UFMG, pela<<strong>br</strong> />

grande ajuda profissional e pessoal. Alguns já se foram e outros apenas chegando. Aline,<<strong>br</strong> />

Bárbara, Alexandras, Anne Caroline, Camila, César, Elisa, Fátima, Fatinha, Fernanda<<strong>br</strong> />

Badotti, Fernanda Piló, Luciana Berta, Luciana Brandão, Mariana Ferreira, Mariana<<strong>br</strong> />

Vieira, Michelle, Mônica, Natália, Pollyanna, Priscila, Raquel, Renata, Silvana e Vivian.<<strong>br</strong> />

Um agradecimento muito especial a Mariana Vieira, Aline, Luciana Brandão, Silvana,<<strong>br</strong> />

Mônica e Vivian pela paciência que tiveram de me ensinar.<<strong>br</strong> />

Aos meninos e suas ajudantes, do Curso de Dossel. Pela oportunidade de ver o mundo<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e uma árvore de 23 metros.<<strong>br</strong> />

Ao Rubens Modesto, sua eficiência ímpar só tem a acrescentar ao BIOMAS.<<strong>br</strong> />

Aos profs. e colaboradores do curso de pós-graduação Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais,<<strong>br</strong> />

especialmente prof. Sérvio Pontes.<<strong>br</strong> />

Ao Dr. Carlos Zani, pela gentileza por utilizar a infra-estrutura e os equipamentos do<<strong>br</strong> />

Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN). Aos colegas do LQPN Tânia,<<strong>br</strong> />

Daniela, Patrícia, Luciana, Fernanda, Suzana, Marcinha e Ezequias. Pessoas agradáveis<<strong>br</strong> />

de conviver.<<strong>br</strong> />

A Equipe da Escola de Mergulho Mar A Mar: Paula, Dani, Nair, Carlos, Célio, André,<<strong>br</strong> />

Sandra e todos os instrutores, por cederem gentilmente os equipamentos de mergulho. O<<strong>br</strong> />

apoio de voces foi de suma importância.<<strong>br</strong> />

Ao meu padrinho, Tio Dundun, e minha madrinha, Tia Marthinha, por se preocuparem e<<strong>br</strong> />

interessarem.<<strong>br</strong> />

As amigas Paulinha, Thê e Lud por entenderem tamanha ausência nos encontros das<<strong>br</strong> />

amigas.<<strong>br</strong> />

Ao prof. Pio Colepicole Neto, um reencontro no final com uma ajuda valiosa. Quem sabe<<strong>br</strong> />

um doutoramento?


COLABORADORES<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

Profa. Dra. Franciane Pellizari<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Profa. Dra. Adriana Oliveira Morais<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Prof. Dr. Eurico Ca<strong>br</strong>al de Oliveira<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

Bióloga Laura Esteves Furbino<<strong>br</strong> />

1 Laboratório de Ficologia e Qualidade de Água do Mar (LAQUAMAR), Universidade<<strong>br</strong> />

Estadual do Paraná, campus FAFIPAR. Paranaguá, Paraná.<<strong>br</strong> />

2 Laboratório de Microbiologia Ambiental, Departamento de Botânica, Universidade<<strong>br</strong> />

Federal da Bahia, Salvador, BA.<<strong>br</strong> />

3 Laboratório de Ficologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São<<strong>br</strong> />

Paulo, SP.<<strong>br</strong> />

4 Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade<<strong>br</strong> />

Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil.


SUMÁRIO<<strong>br</strong> />

Agradecimentos .......................................................................................................................... i<<strong>br</strong> />

Sumário ..................................................................................................................................... iii<<strong>br</strong> />

Lista de figuras .......................................................................................................................... iv<<strong>br</strong> />

Lista de tabelas ............................................................................................................................v<<strong>br</strong> />

Resumo .....................................................................................................................................11<<strong>br</strong> />

Abstract .....................................................................................................................................12<<strong>br</strong> />

Lista de a<strong>br</strong>eviaturas .................................................................................................................13<<strong>br</strong> />

1. Introdução .............................................................................................................................15<<strong>br</strong> />

2. Revisão bibliográfica ............................................................................................................17<<strong>br</strong> />

2.1 Biodiversidade de fungos marinhos ................................................................................17<<strong>br</strong> />

2.2 Diversidade de macroalgas .............................................................................................18<<strong>br</strong> />

2.3 Fungos algícolas ..............................................................................................................21<<strong>br</strong> />

3. Objetivos ...............................................................................................................................23<<strong>br</strong> />

3.1 Geral ................................................................................................................................23<<strong>br</strong> />

3.1.2 Específicos ................................................................................................................23<<strong>br</strong> />

4. Material e Métodos ...............................................................................................................24<<strong>br</strong> />

4.1 Área de coleta .................................................................................................................24<<strong>br</strong> />

4.1.1 Litoral do Paraná ......................................................................................................24<<strong>br</strong> />

4.1.2 Baía do Almirantado – Antártica ............................................................................26<<strong>br</strong> />

4.2 Coleta de macroalgas .....................................................................................................27<<strong>br</strong> />

4.2.1 Litoral do Paraná .......................................................................................................28<<strong>br</strong> />

4.2.2 Baía do Almirantado – Antártica .............................................................................29<<strong>br</strong> />

4.3 Isolamento dos fungos ...................................................................................................31


4.4 Identificação dos fungos filamentosos ............................................................................31<<strong>br</strong> />

4.4.1 Extração do DNA total .............................................................................................31<<strong>br</strong> />

4.4.2. Obtenção de amplicons ............................................................................................32<<strong>br</strong> />

4.5 Identificação das leveduras ............................................................................................33<<strong>br</strong> />

4.5.1 Extração do DNA total .............................................................................................33<<strong>br</strong> />

4.5.2 PCR com o iniciador M13 ........................................................................................34<<strong>br</strong> />

4.5.3 Amplificação utilizando os iniciadores NL1 e NL4 .................................................34<<strong>br</strong> />

4.6 Purificação dos amplicons ............................................................................................. 35<<strong>br</strong> />

4.7 Reação de sequenciamento dos fungos .......................................................................... 36<<strong>br</strong> />

4.8 Preciptação de reação de sequenciamento ......................................................................36<<strong>br</strong> />

4.9 Análise das sequencias ................................................................................................... 37<<strong>br</strong> />

5. Resultados e discussão ..........................................................................................................38<<strong>br</strong> />

5.1 Testes preliminares para isolamentos de fungos associados à macroalgas ....................39<<strong>br</strong> />

5.2 Artigo submetido ............................................................................................................41<<strong>br</strong> />

5.3 Fungos associados às macroalgas do litoral do Paraná ...................................................59<<strong>br</strong> />

6. Conclusão integrada ..............................................................................................................66<<strong>br</strong> />

7. Perspectivas ...........................................................................................................................67<<strong>br</strong> />

8. Anexos ..................................................................................................................................68<<strong>br</strong> />

9. Referências bibliográficas ....................................................................................................71


LISTA DE FIGURAS<<strong>br</strong> />

Figura 1. Pontos de coleta das macroalgas no Estado do Paraná. O símbolo (∆) mostra os<<strong>br</strong> />

locais onde foram coletas as espécies de macroalgas. Fonte: Google Earth,<<strong>br</strong> />

(http://earth.google.com, acessado em setem<strong>br</strong>o de 2008) ......................................25<<strong>br</strong> />

Figura 2. Mapa da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. O símbolo (∆)<<strong>br</strong> />

mostra o local onde foram coletas as espécies de macroalgas (Simões et al.,<<strong>br</strong> />

2004, com modificações). ........................................................................................27<<strong>br</strong> />

Figura 3. Espécimes das macroalgas: (a) Monostroma sp., (b) Padina gymnospora<<strong>br</strong> />

(Kutzing) Sonder., (c) Gayralia oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel<<strong>br</strong> />

et al., (d) Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens e (e) Bostrychia<<strong>br</strong> />

radicans (Montagne) Montagne coletadas no litoral do estado do Paraná, Brasil ...29<<strong>br</strong> />

Figura 4. Espécimes das macroalgas: (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps Mont., (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker coletadas<<strong>br</strong> />

na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica ...............................................30<<strong>br</strong> />

Figura 5. Exemplos de isolados de fungos filamentosos obtidos das espécies de<<strong>br</strong> />

macroalgas coletadas no litoral do estado do Paraná ..................................................65


LISTA DE TABELAS<<strong>br</strong> />

Tabela 1. Nível de endemismo dos táxons de macroalgas da Antártica ...................................21<<strong>br</strong> />

Tabela 2. Número de isolados de fungos obtidos das espécies de macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />

litoral do estado do Paraná. ......................................................................................62<<strong>br</strong> />

Tabela 3. Identificação das leveduras associadas às macroalgas coletadas no litoral do<<strong>br</strong> />

estado do Paraná. ......................................................................................................63


RESUMO<<strong>br</strong> />

Estudos de fungos associados à macroalgas marinhas são escassos no litoral <strong>br</strong>asileiro e<<strong>br</strong> />

Antártico. O estudo destes fungos é de grande importância devido à possibilidade da<<strong>br</strong> />

descoberta de novas espécies e suas relações ecológicas com as macroalgas hospedeiras.<<strong>br</strong> />

Neste trabalho foi avaliada a riqueza de espécies de fungos associados à macroalgas<<strong>br</strong> />

presentes no litoral do estado do Paraná, Brasil e na Baía do Almirantado, Ilha Rei<<strong>br</strong> />

George, Antártica. Para isolamento dos fungos algícolas associados foram coletadas no<<strong>br</strong> />

litoral do Paraná as macroalgas Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii, Gayralia<<strong>br</strong> />

oxysperma, Monostroma sp. e Padina gymnospora; na Antártica Adenocystis utricularis,<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps e Palmaria decipiens. No total foram obtidos 454 isolados de fungos<<strong>br</strong> />

associados às macroalgas estudadas. Destes, 379 foram obtidos das amostras do litoral do<<strong>br</strong> />

Paraná, representados por 301 fungos filamentosos e 78 leveduras. Associados as<<strong>br</strong> />

macroalgas da Antártica foram obtidos 75 isolados, representados por 27 fungos<<strong>br</strong> />

filamentosos e 48 leveduras. Os isolados algícolas obtidos foram agrupados em<<strong>br</strong> />

morfoespécies a partir de suas características fisiológicas, morfológicas ou pelo<<strong>br</strong> />

polimorfismo genético utilizando técnicas de biologia molecular. Um representante de<<strong>br</strong> />

cada morfoespécie foi identificado por meio de sequenciamento de regiões ITS e dos<<strong>br</strong> />

domínios D1/D2 do rRNA gene para os fungos filamentosos e leveduras,<<strong>br</strong> />

respectivamente. Nas macroalgas do litoral do Paraná foram identificadas as espécies de<<strong>br</strong> />

leveduras dos gêneros Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum,<<strong>br</strong> />

Hanseniaspora, Hortaea, Pichia, Rhodotorula e Trichosporon. Nas macroalgas da<<strong>br</strong> />

Antártica foram identificados os fungos pertencentes aos gêneros Geomyces,<<strong>br</strong> />

Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, Phaeosphaeria, Metschnikowia, Rhodotorula<<strong>br</strong> />

e Cryptococcus. Os resultados deste trabalho representam o primeiro estudo de fungos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas dos litorais do Paraná e da Antártica e contribui para o<<strong>br</strong> />

conhecimento taxonômico e ecológico de fungos marinhos presentes em ambientes<<strong>br</strong> />

polares e no litoral sul do Brasil.


ABSTRACT<<strong>br</strong> />

There are no extensive studies concerning fungi associated with seaweeds in Brazilian<<strong>br</strong> />

and Antarctic littoral. These studies are relevant because of the possibility of discovering<<strong>br</strong> />

novel fungal species and their ecological relationship with seaweeds hosts. This study<<strong>br</strong> />

evaluated the richness of fungi species associated with seaweeds at the coast of Paraná<<strong>br</strong> />

state, Brazil, and at Admiralty Bay, at King George Island, Antarctica. In order to isolate<<strong>br</strong> />

algicolous fungi, the seaweeds Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii, Gayralia<<strong>br</strong> />

oxysperma, Monastrama sp., and Padina gymnospora were collected at Paraná coast; and<<strong>br</strong> />

Adenocystis utricularis, Desmarestia anceps and Palmaria decipiens at Antarctic littoral.<<strong>br</strong> />

A total of 454 fungi isolates associated with the selected seaweeds were obtained, being<<strong>br</strong> />

379 from Paraná samples (301 filamentous fungi and 78 yeasts) and 75 from the<<strong>br</strong> />

Antarctic ones (27 filamentous fungi and 48 yeasts). The algicolous isolates were<<strong>br</strong> />

grouped in morphospecies according to their macroscopic and physiological<<strong>br</strong> />

characteristics, or by genetic polimorfism using molecular biology techniques. One<<strong>br</strong> />

isolate of each group was then selected to molecular identification by sequencing the ITS<<strong>br</strong> />

region and D1/D2 domains of rRNA gene, for filamentous fungi and yeasts, respectively.<<strong>br</strong> />

The taxa Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum, Hanseniaspora,<<strong>br</strong> />

Hortaea, Pichia, Rhodotorula, and Trichosporon were found associated with seaweeds<<strong>br</strong> />

from Paraná; and Geomyces, Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, Phaeosphaeria,<<strong>br</strong> />

Metschnikowia, Rhodotorula, and Cryptococcus associated with Antarctic seaweeds. This<<strong>br</strong> />

is the first study regarding fungi associated with seaweeds from Paraná and Antarctic<<strong>br</strong> />

littoral, and our results contribute to the taxonomic and ecological knowledge about<<strong>br</strong> />

marine fungi from Brazilian and polar ecosystems.


LISTA DE ABREVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS<<strong>br</strong> />

ANS: Ágar nutriente “standard”<<strong>br</strong> />

AMM: Água artificial do mar<<strong>br</strong> />

BDA: Ágar dextrose batata<<strong>br</strong> />

BLAST: Basic Local Alignment Serch Tool<<strong>br</strong> />

CTAB: Brometo de cetil trimetilamonio<<strong>br</strong> />

DNA: Ácido desoxirribonucléico<<strong>br</strong> />

dNTP: Desoxirribonucleotídeos fosfatados<<strong>br</strong> />

EDTA: Ácido etilenodiamino tetra-acético<<strong>br</strong> />

EACF: Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz<<strong>br</strong> />

g: Gramas<<strong>br</strong> />

g/L: Gramas por litros<<strong>br</strong> />

GPY: Ágar glicose-peptona e extrato de levedura<<strong>br</strong> />

h: Hora<<strong>br</strong> />

H2O: Água<<strong>br</strong> />

H3BO3: Ácido bórico<<strong>br</strong> />

HCl: Ácido clorídrico<<strong>br</strong> />

ITS: Região transcrita interna<<strong>br</strong> />

K: Potássio<<strong>br</strong> />

KBr: Brometo de potássio<<strong>br</strong> />

KCl: Cloreto de potássio<<strong>br</strong> />

KH²PO4: Monopotássio fosfatase<<strong>br</strong> />

LBEM: Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular<<strong>br</strong> />

M: Molar<<strong>br</strong> />

MgCl2: Cloreto de magnésio<<strong>br</strong> />

MgSO4: Sulfato de magnésio<<strong>br</strong> />

min: Minuto<<strong>br</strong> />

mL: Mililitro<<strong>br</strong> />

mm: Milímetro<<strong>br</strong> />

mM: Milimolar


mol/L: Mol por litro<<strong>br</strong> />

µL: Microlitro<<strong>br</strong> />

NaCl: Cloreto de sódio<<strong>br</strong> />

Na2SO4: Sulfato de sódio<<strong>br</strong> />

NaHCO3: Bicarbonato<<strong>br</strong> />

NCBI: National Center For Biothecnology<<strong>br</strong> />

ND: NanoDrop<<strong>br</strong> />

ng: Nanograma<<strong>br</strong> />

nm: Nanômetro<<strong>br</strong> />

PEG: Polietilenoglicol<<strong>br</strong> />

PCR: Reação em cadeia da polimerase<<strong>br</strong> />

pH: Potencial hidrogeniônico<<strong>br</strong> />

p/v: Peso por volume<<strong>br</strong> />

pmol: Pico mol<<strong>br</strong> />

RNA: Ácido ribonucléico<<strong>br</strong> />

r.p.m.: Rotações por minuto<<strong>br</strong> />

S: Sul<<strong>br</strong> />

SDS: Dodecil sulfato de sódio<<strong>br</strong> />

SrCl2: Cloreto de estrôncio<<strong>br</strong> />

TBE: Tris borato<<strong>br</strong> />

Tris: trishidroximetilaminometano<<strong>br</strong> />

U: Unidade<<strong>br</strong> />

ups: Unidade prática de salina<<strong>br</strong> />

UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais<<strong>br</strong> />

UFOP: Universidade Federal de Ouro Preto<<strong>br</strong> />

V: Volts<<strong>br</strong> />

W: oeste<<strong>br</strong> />

X: Vezes<<strong>br</strong> />

- : Negativo<<strong>br</strong> />

%: Por cento<<strong>br</strong> />

° C: Graus Celsius


1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Os ecossistemas marinhos compreendem aproximadamente ¾ da superfície da<<strong>br</strong> />

terra e são considerados fontes de elevada riqueza microbiana (Konig & Wright, 1999). A<<strong>br</strong> />

microbiota marinha pode ser encontrada na coluna d’água, crescendo em superfícies<<strong>br</strong> />

como epibiôntes, internamente em diferentes seres vivos como endobiôntes ou simbiontes<<strong>br</strong> />

de vida livre exercendo um importante papel nos ciclos biogeoquímicos nos oceanos<<strong>br</strong> />

(Hawksworth, 1991). Fungos presentes nos ecossistemas marinhos são encontrados<<strong>br</strong> />

associados a diferentes organismos macroscópicos tais como: poríferos, peixes, cnidários,<<strong>br</strong> />

tunicados e macroalgas. Entretanto este grupo microbiano ainda é relativamente pouco<<strong>br</strong> />

estudado quanto a suas funções ecológicas, origem evolutiva e como fontes de<<strong>br</strong> />

metabólitos úteis à medicina, agricultura e indústria (Osterhage et al., 2002; Klemke et<<strong>br</strong> />

al., 2004). Fungos marinhos são separados em espécies o<strong>br</strong>igatórias ou facultativas, as<<strong>br</strong> />

primeiras restritas ao ambiente marinho e as segundas também ocorrendo em ambientes<<strong>br</strong> />

continentais (Kohlmeyer, 1974).<<strong>br</strong> />

As macroalgas são organismos bênticos efêmeros ou perenes, as quais<<strong>br</strong> />

permanecem quase todo o seu ciclo de vida fixas a um substrato sólido, consolidado ou<<strong>br</strong> />

não, principalmente em rochas ou corais mortos. Desta forma, as áreas com maior<<strong>br</strong> />

riqueza de espécies de macroalgas são os costões e fundos rochosos e áreas de recifes.<<strong>br</strong> />

Algumas espécies estão adaptadas para resistir longos períodos de emersão e se tornam<<strong>br</strong> />

conspícuas nos períodos de marés baixas, formando bandas distintas de diferente<<strong>br</strong> />

composição florística. Outras macroalgas, por sua vez, não suportam exposição ao ar e<<strong>br</strong> />

vivem permanentemente submersas, algumas atingindo profundidades superiores a 100<<strong>br</strong> />

metros em regiões onde a água tem grande transparência<<strong>br</strong> />

(http://www.ib.usp.<strong>br</strong>/algaemaris/Algaemaris.php).<<strong>br</strong> />

Os fungos algícolas são caracterizados por viverem em associação com espécies<<strong>br</strong> />

de macroalgas marinhas e apresentam grande importância por participarem de forma<<strong>br</strong> />

efetiva na ciclagem de matéria orgânica nos oceanos. A maioria dos fungos marinhos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas pertence ao filo Ascomycota e seus anamorfos e vivem de<<strong>br</strong> />

forma assintomática nestes organismos. O pouco conhecimento da diversidade exibida<<strong>br</strong> />

por estes fungos os torna organismos especialmente interessantes como fontes de


diversidade biológica, funções ecológicas e origem evolutiva. Os estudos so<strong>br</strong>e fungos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas são inéditos no Atlântico Sul e Península Antártica, os quais<<strong>br</strong> />

acarretam lacunas nas áreas da taxonomia, diversidade, ecologia, fisiologia e<<strong>br</strong> />

biotecnologia. Muitas espécies de macroalgas do Atlântico Sul e Antártica são<<strong>br</strong> />

endêmicas ou adaptadas a estas regiões e podem constituir uma fonte atrativa de novas<<strong>br</strong> />

espécies de fungos para ciência. A abordagem taxonômica e ecológica dos fungos<<strong>br</strong> />

associados às macroalgas, ou seja, suas inter-relações bióticas são relevantes por definir<<strong>br</strong> />

os limites de desenvolvimento dos organismos. Por esta razão, um estudo comparativo<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e riqueza de espécies entre estas populações do Atlântico Sul e Antártica pode<<strong>br</strong> />

fornecer informações no nível taxonômico, distribuição biogeográfica, especiação e uso<<strong>br</strong> />

biotecnológico destes microrganismos.


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<<strong>br</strong> />

2.1 Biodiversidade de fungos marinhos<<strong>br</strong> />

Os fungos marinhos representam um grupo taxonômico com aproximadamente<<strong>br</strong> />

1.500 espécies descritas com distribuição pantropical e pantemperada (Hyde & Frohlich,<<strong>br</strong> />

1998). Estes fungos são os principais organismos decompositores nos oceanos e<<strong>br</strong> />

apresentam uma significativa habilidade em degradar compostos lignocelulósicos e<<strong>br</strong> />

animais de diferentes espécies, após sua morte, tais como poríferos, cnidários,<<strong>br</strong> />

equinodermas, peixes, entre outros. Além disso, estes fungos são conhecidos como<<strong>br</strong> />

importantes patógenos de plantas e animais; e poucas espécies são conhecidas como<<strong>br</strong> />

simbiontes (Hyde & Frohlich, 1998). A maioria dos fungos marinhos, incluindo 43<<strong>br</strong> />

gêneros e 133 espécies, faz parte do filo Ascomycota (Halosphaeriales) e seu anamorfos<<strong>br</strong> />

(Jones, 1995; Hyde, 2002).<<strong>br</strong> />

De acordo com Fenical (1997), em 1849 foi descrito e relatada para ciência<<strong>br</strong> />

Phaeosphaeria typharus, citada como o primeiro fungo marinho facultativo; e em 1869 a<<strong>br</strong> />

espécie Halotthia posidoniae conhecida como o primeiro fungo marinho o<strong>br</strong>igatório. O<<strong>br</strong> />

estudo de fungos marinhos teve um início discreto no final de 1930 e, de acordo com<<strong>br</strong> />

(Moss & Ross, 1987), os primeiros trabalhos foram publicados pelos pesquisadores<<strong>br</strong> />

Höhnk & Sparrow e Barghoorn & Linder. A definição mais aceita para fungos marinhos<<strong>br</strong> />

é a descrita por Kohlmeyer & Kohlmeyer (1979), os quais os dividem em dois grandes<<strong>br</strong> />

grupos. O primeiro definido como o<strong>br</strong>igatórios são representados por fungos que crescem<<strong>br</strong> />

e esporulam exclusivamente em habitats marinhos ou estuarinos; e segundo, chamado de<<strong>br</strong> />

facultativos são representados por fungos que vem de águas continentais e ambientes<<strong>br</strong> />

terrestres, os quais crescem e, possivelmente, esporulam em ambiente marinhos. Os<<strong>br</strong> />

fungos marinhos, dentre os diversos microrganismos presentes nesse complexo e imenso<<strong>br</strong> />

conjunto de ecossistemas, representam uma fonte valiosa e pouco estudada de novas<<strong>br</strong> />

espécies para ciência e modelos para estudos ecológicos e evolutivos. Estes fungos são<<strong>br</strong> />

encontrados associados a diferentes organismos tais como: poríferos, peixes, cnidários,<<strong>br</strong> />

tunicados e macroalgas.


Muitas das interações ecológicas entre microrganismos e macroalgas são<<strong>br</strong> />

desconhecidas e podem representar importantes fatores para conservação e exploração<<strong>br</strong> />

biotecnológica dos ambientes marinhos (Hawksworth, 1991). Além disso, existem poucas<<strong>br</strong> />

informações so<strong>br</strong>e o papel dos fungos nos ecossistemas marinhos e detalhes da<<strong>br</strong> />

distribuição e ocorrência de fungos algícolas são incompletas (Kohlmeyer & Kohlmeyer,<<strong>br</strong> />

1979; Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 2003).<<strong>br</strong> />

2.2 Diversidade de macroalgas<<strong>br</strong> />

As macroalgas são organismos bênticos efêmeros ou perenes que passam a maior<<strong>br</strong> />

arte do seu ciclo vital fixos a um substrato sólido, consolidado ou não. Desta forma, as<<strong>br</strong> />

áreas com maior diversidade específica de macroalgas são os costões, áreas de fundos<<strong>br</strong> />

rochosos e/ou de recifes de corais (Széchy et al., 2000). Algumas espécies estão<<strong>br</strong> />

adaptadas para resistir longos períodos de emersão e se tornam conspícuas nos períodos<<strong>br</strong> />

de marés baixas, formando zonas intermareais de distinta composição florística. Outras<<strong>br</strong> />

macroalgas, por sua vez, não suportam exposição ao ar e vivem permanentemente<<strong>br</strong> />

submersas, as quais são chamadas de espécies de infralitoral e podem atingir<<strong>br</strong> />

profundidades superiores a 100 metros em regiões onde a zona eufótica, como é o caso<<strong>br</strong> />

do Oceano Atlântico Sul e áreas em torno da Antártica (Clarke, 2003).<<strong>br</strong> />

Macroalgas representam uma parte altamente produtiva do ecossistema marinho e<<strong>br</strong> />

são essenciais para ciclagem de nutrientes e estruturação dos habitats para várias espécies<<strong>br</strong> />

de micro e macrorganismos (Zuccaro et al., 2008). A comunidade de seres vivos<<strong>br</strong> />

presentes neste sistema representa importantes modelos para investigações de interações<<strong>br</strong> />

ecológicas nos ambientes naturais.<<strong>br</strong> />

A extensão da costa <strong>br</strong>asileira é de aproximadamente 8.5 km<<strong>br</strong> />

(http://www.mma.gov.<strong>br</strong>, acessado em agosto de 2009) e neste ambiente marinho as<<strong>br</strong> />

macroalgas constituem um dos grupos de maior diversidade dentre os organismos<<strong>br</strong> />

fotossintetizantes. Do total de 32 mil espécies conhecidas em termos mundiais, pelo<<strong>br</strong> />

menos 820 táxons são relatados na costa <strong>br</strong>asileira. Neste contexto, as macroalgas<<strong>br</strong> />

representam uma fonte natural estratégica para estudos taxonômicos, ecológicos,<<strong>br</strong> />

evolutivos e biotecnológicos.


As espécies de macroalgas marinhas que ocorrem na costa <strong>br</strong>asileira estão sendo<<strong>br</strong> />

catalogadas e publicadas no site http://www.ib.usp.<strong>br</strong>/algaemaris/Algaemaris.php.<<strong>br</strong> />

Atualmente a lista inclui 643 táxons infragenéricos, sendo 388, Rhodophyta, 88<<strong>br</strong> />

Phaeophycea e 167 Chlorophyta. O estado que apresenta maior riqueza em táxons<<strong>br</strong> />

infragenéricos conhecidos é Rio de Janeiro com 465, seguido por São Paulo com 372,<<strong>br</strong> />

Espírito Santo com 302 e Ceará com 250. Entretanto, estes números podem alteram-se à<<strong>br</strong> />

medida que novos trabalhos sejam executados<<strong>br</strong> />

(http://www.mma.gov.<strong>br</strong>/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/plantas_marinhas.pdf,<<strong>br</strong> />

acessado em agosto de 2009). A diversidade de macroalgas do Sul do Brasil, em especial,<<strong>br</strong> />

é distinta das outras regiões do Brasil, pois esta região trata-se de um ecótono entre a<<strong>br</strong> />

zona tropical e a temperada. Estes ecossistemas costeiros do Sul do Brasil não<<strong>br</strong> />

apresentam necessariamente grandes diversidades de macroalgas, mas por outro lado<<strong>br</strong> />

detém alta biomassa de algumas delas, que inclui espécies de interesse comercial usadas<<strong>br</strong> />

na indústria de ficocolóides, indústria cosmética ou diretamente no segmento alimentício<<strong>br</strong> />

(Pellizzari et al., 2006).<<strong>br</strong> />

Isolada dos demais continentes por correntes oceanográficas e pela distância, a<<strong>br</strong> />

Antártica é um ambiente que se caracteriza por extremos de clima, habitats e<<strong>br</strong> />

biogeografia. Nos ecossistemas antárticos podem ocorrer grandes variações de<<strong>br</strong> />

temperatura e salinidade, dessecação, escassez de nutrientes, alta incidência de radiação<<strong>br</strong> />

ultra-violeta alternada com longos períodos de ausência de luz, mudanças climáticas<<strong>br</strong> />

acentuadas e descontínuas, além dos ciclos de congelamento e degelo, que influenciam a<<strong>br</strong> />

distribuição das massas de água no Oceano Austral e geram alterações locais no clima<<strong>br</strong> />

(Clarke, 2003; Vincent, 2000; Wynn-Williams, 1996).<<strong>br</strong> />

Estudos so<strong>br</strong>e a biodiversidade de macroalgas na Antártica são limitados pela<<strong>br</strong> />

falta de informações taxonômicas e de distribuição geográfica consistente (Clayton,<<strong>br</strong> />

1994). Devido às condições extremas, a dificuldade de acesso e coleta, muitas espécies<<strong>br</strong> />

de macroalgas da Antártica permanecem desconhecidas. Estes fatores são responsáveis<<strong>br</strong> />

pela ausência de uma estimativa precisa da diversidade de macroalgas da região. De<<strong>br</strong> />

acordo com Wiencke & Clayton (2002), em 1964 Skottsberg estimou a existência de 96<<strong>br</strong> />

espécies de macroalgas, das quais 16 táxons seriam de Chlorophyta, 19 Phaeophyceae e<<strong>br</strong> />

61 Rhodophyta. Entretanto, ainda de acordo com estes autores, novos estudos


determinaram a existência de 120 a 130 espécies presentes na Antártica, as quais podem<<strong>br</strong> />

representar um promissor reservatório de espécies de microrganismos associados.<<strong>br</strong> />

A flora ficológica presente na Antártica apresenta baixa riqueza de espécies em<<strong>br</strong> />

comparação com a flora de regiões temperadas e tropicais (Wiencke & Clayton, 2002).<<strong>br</strong> />

Entretanto a flora marinha Antártica é caracterizada por um alto grau de endemismo<<strong>br</strong> />

(Clayton, 1994). Phaeophyceae e Rhodophyta apresentam o maior número de espécies<<strong>br</strong> />

endêmicas, seguido por Chlorophyta (Tabela 1). Além disso, as ordens Desmarestiales,<<strong>br</strong> />

Ceramiales e Gigartinales apresentam uma alta proporção de espécies endêmicas<<strong>br</strong> />

(Wiencke & Clayton, 2002), e Palmaria decipiens (Reinsch) RW Ricker representa a<<strong>br</strong> />

alga mais abundante desta região (Oliveira et al., 2009). Cerca de 90% das espécies de<<strong>br</strong> />

macroalgas se encontram na região oeste da Antártica, incluindo a Península Antártica,<<strong>br</strong> />

Ilhas Schetland do Sul e Ilhas Orkey do Sul. Entretanto, a riqueza de espécies diminui<<strong>br</strong> />

drasticamente no sentido leste e em elevadas altitudes (Wiencke & Clayton, 2002;<<strong>br</strong> />

Wiencke et al., 2007).


Tabela 1. Nível de endemismo dos táxons de macroalgas da Antártica.<<strong>br</strong> />

Táxons N° de espécies N° de espécies endêmicas % de endemismo<<strong>br</strong> />

Rhodophyta 75 24 32<<strong>br</strong> />

Phaeophyceae 27 12 44<<strong>br</strong> />

Chlorophyta 17 3 18<<strong>br</strong> />

Total 119 39 33<<strong>br</strong> />

Fonte: Wiencke & Clayton (2002).<<strong>br</strong> />

2.3 Fungos algícolas<<strong>br</strong> />

Os principais estudos so<strong>br</strong>e fungos marinhos foram realizados durante as últimas<<strong>br</strong> />

cinco décadas se concentraram em sua maioria em fungos lignícolas e raramente em<<strong>br</strong> />

algícolas (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991). Entre as 465 espécies de fungos<<strong>br</strong> />

filamentosos marinhos conhecidos, somente 79 foram descritos como algícolas, os quais<<strong>br</strong> />

exercem, principalmente, relações parasíticas e simbiônticas (Kohlmeyer & Volkmann-<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer, 2003). Os primeiros estudos de fungos associados com macroalgas foram<<strong>br</strong> />

realizados por Sutherland (1915a,b,c; 1916a,b). Desde então, a evolução tecnológica,<<strong>br</strong> />

principalmente na melhora da microscopia, permitiu a identificação e determinação<<strong>br</strong> />

taxonômica de muitos fungos algícolas. A maioria destes fungos pertence ao grupo dos<<strong>br</strong> />

Ascomycota e seus anamorfos (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991) e apesar do<<strong>br</strong> />

seu relevante papel nos ecossistemas litorâneos, o Brasil e Antártica ainda não possuem<<strong>br</strong> />

uma micota suficientemente estudada. Muitas espécies ainda não foram identificadas, as<<strong>br</strong> />

quais poderiam ser utilizadas como fonte de diferentes estudos taxonômicos, ecológicos,<<strong>br</strong> />

evolutivos e biotecnológicos. A maioria dos fungos associados à macroalgas são<<strong>br</strong> />

organismos sapróbios e sua principal função no meio ambiente é decompor a matéria<<strong>br</strong> />

orgânica, disponibilizando principalmente carbono e hidrogênio que são assimilados por<<strong>br</strong> />

outros organismos da cadeia trófica.<<strong>br</strong> />

Alguns estudos ecológicos e taxonômicos têm demonstrado a existência de<<strong>br</strong> />

espécies de fungos algícolas inéditas associados às macroalgas dos gêneros Fucus,<<strong>br</strong> />

Chondrus, Laminaria, Sargassum, Dilsea, Ceramium, Saccorhiza, Ascophyllum,


Cladophora, Halymenia, Halarachnion, Plumaria, Ceratiodictyon, Hypnea,<<strong>br</strong> />

Enteromorpha, Ulva, Porphyra e Egregia (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991,<<strong>br</strong> />

Stanley, 1992, Schulz et al., 2002; Lee at al., 2003; Zuccaro & Mitchell, 2005; Zuccaro<<strong>br</strong> />

et al., 2008). Nestes estudos, os principais gêneros de fungos encontrados foram<<strong>br</strong> />

Acremonium, Arthrinium, Alternaria, Aspergillus, Cladosporium, Fusarium,<<strong>br</strong> />

Penicillium, Phoma e Trichoderma, os quais também são comumente encontrados nos<<strong>br</strong> />

ambientes continentais associados a plantas, matéria orgânica em decomposição e<<strong>br</strong> />

diferentes tipos de solo (Jones & Byrne, 1976; Kohlmeyer & Kohlmeyer, 1979; Stanley<<strong>br</strong> />

1992; Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer 2003; Zuccaro et al., 2008). Por outro lado,<<strong>br</strong> />

espécies dos gêneros Spathulospora, Chadefaudia, Haloguignardia, Retrostium,<<strong>br</strong> />

Histopidicarpomyces e Pontogenia foram encontrados apenas em associação com<<strong>br</strong> />

macroalgas (Zuccaro et al., 2003; Zuccaro & Mitchell, 2005). Algumas espécies de<<strong>br</strong> />

fungos tais como Mycophycias ascophylli e Sigmoidea marina apresentam uma<<strong>br</strong> />

associação mutualística específica e crescem associadas apenas com sua alga hospedeira<<strong>br</strong> />

(Kohlmeyer et al., 1998; Zuccaro et al., 2008), demonstrando alto grau de<<strong>br</strong> />

especificidade. A partir de estudos de taxonomia molecular, Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />

encontraram diferentes espécies de fungos associados com macroalga Fucus serratus<<strong>br</strong> />

tais como Sigmoidea marina, Acremonium fuci, Cladosporium spp., Dendryphiella<<strong>br</strong> />

salina e Fusarium spp. De acordo com Hawksworth (2004) existem cerca de 100 mil<<strong>br</strong> />

espécies de fungos descritos mundialmente e, dentre estes, somente 79 (0,08%) são<<strong>br</strong> />

fungos algícolas (Zuccaro & Mitchell, 2005). Desta forma, os fungos algícolas podem<<strong>br</strong> />

ser considerados microrganismos alvos, importantes como fontes de diversidade<<strong>br</strong> />

biológica (Klemke et al., 2004). A falta de estudos taxonômicos e ecológicos de fungos<<strong>br</strong> />

presentes em ecossistemas marinhos no litoral <strong>br</strong>asileiro e no continente Antártico nos<<strong>br</strong> />

conduz a sugerir que as macroalgas podem constituir uma fonte promissora de riqueza<<strong>br</strong> />

micológica marinha.


3. OBJETIVOS<<strong>br</strong> />

3.1 Geral<<strong>br</strong> />

Contribuir para o conhecimento da riqueza de espécies e distribuição geográfica<<strong>br</strong> />

de fungos associados às macroalgas marinhas presentes no litoral do estado do Paraná,<<strong>br</strong> />

Brasil, e na Antártica.<<strong>br</strong> />

3.1.2 Específicos<<strong>br</strong> />

1. Coletar e isolar fungos associados à macroalgas do litoral do Paraná e Antártica;<<strong>br</strong> />

2. Incluir todos os fungos isolados obtidos em uma Coleção de Culturas credenciada;<<strong>br</strong> />

3. Agrupar em morfoespécies todos os isolados obtidos por meio de processos<<strong>br</strong> />

fisiológicos, morfológicos e moleculares;<<strong>br</strong> />

4. Identificar todos os fungos em nível específico por meio de técnicas fisiológicas,<<strong>br</strong> />

morfológicas e moleculares;<<strong>br</strong> />

5. Identificar e depositar em herbário de referência as macroalgas hospedeiras dos<<strong>br</strong> />

fungos algícolas;<<strong>br</strong> />

6. Ampliar as informações so<strong>br</strong>e a distribuição geográfica das espécies identificadas;<<strong>br</strong> />

7. Caracterizar possíveis espécies novas de fungos marinhos associados às<<strong>br</strong> />

macroalgas.


4. MATERIAL E MÉTODOS<<strong>br</strong> />

4.1 Áreas de estudo<<strong>br</strong> />

4.1.1 Litoral do Paraná<<strong>br</strong> />

Várias áreas de preservação do Brasil a<strong>br</strong>igam uma das mais ricas biodiversidades<<strong>br</strong> />

do planeta. O acesso a estas áreas será feito respeitando-se as legislações Estaduais e<<strong>br</strong> />

Federais de acesso à biodiversidade. Para as coletas foram aprovadas as devidas licenças<<strong>br</strong> />

junto ao Ministério do Meio Ambiente e Marinha do Brasil.<<strong>br</strong> />

O litoral do estado do Paraná possui somente 92 km de costa, sendo o segundo<<strong>br</strong> />

menor litoral <strong>br</strong>asileiro. Porém, apresenta aproximadamente 400 km de embaiamentos<<strong>br</strong> />

pertencente ao Complexo Estuarino de Paranaguá e a Baía de Guaiatuba. O complexo<<strong>br</strong> />

apresenta uma grande diversidade de habitats, desde extensas planícies de marés, como<<strong>br</strong> />

manguezais, marismas, canais de marés, praias arenosas e costões rochosos. O interior do<<strong>br</strong> />

sistema é margeado por marismas e manguezais, enquanto parte mais externa é composta<<strong>br</strong> />

por praias arenosas e alguns costões rochosos. As margens da baía são colonizadas por<<strong>br</strong> />

florestas de mangue compostas por Laguncularia racemosa, Avicennia schauerianna e<<strong>br</strong> />

Rhizophora mangle, alternadas por bancos de Spartina alterniflora, alguns costões<<strong>br</strong> />

rochosos naturais e outros substratos consolidados introduzidos. O clima da região é<<strong>br</strong> />

pluvial temperado úmido, com chuvas em todos os meses do ano. Os gradientes de<<strong>br</strong> />

salinidade variam de 12 à 29 ups no verão (estação chuvosa) e de 20 à 34 ups no inverno<<strong>br</strong> />

(estação seca), máximos de até 36 ups ocorrem na entrada dos canais de acesso, e valores<<strong>br</strong> />

próximos a zero ocorrem nos setores mais internos do estuário principalmente em<<strong>br</strong> />

períodos de maior pluviosidade. A temperatura da água varia pouco, tanto no plano<<strong>br</strong> />

vertical como horizontal. No entanto a variação sazonal é grande, com valores mínimos<<strong>br</strong> />

entre 17 e 20ºC de junho a setem<strong>br</strong>o e, máximos entre 28 e31ºC, de dezem<strong>br</strong>o (Lana et<<strong>br</strong> />

al., 2001).<<strong>br</strong> />

As coletas de macroalgas no estado do Paraná foram realizadas em julho de 2008<<strong>br</strong> />

nas cidades de Antonina (25° 25' 09''S - 48° 42'54'' W), Guaratuba (25º56´S - 48º35´W),<<strong>br</strong> />

povoado de Maciel em Matinhos (25° 33' 21''S, 48° 25’ 40'' W) e Ilha do Mel (25º29'29"S


- 48°17’17"W). (Figura 1). No setor mais interno do Complexo Estuarino de Paranaguá,<<strong>br</strong> />

situa-se a Baía de Antonina. No mais externo, a Baía de Paranaguá onde se localiza o<<strong>br</strong> />

povoado de Maciel. A Ilha do Mel situa-se próximo ao Canal da Galheta, um dos canais<<strong>br</strong> />

que conectam a Baía de Paranaguá com o mar aberto. Enquanto Guaratuba pertence à<<strong>br</strong> />

baía de mesmo nome.<<strong>br</strong> />

Figura 1. Pontos de coleta das macroalgas no Estado do Paraná. O símbolo (∆) mostra os<<strong>br</strong> />

locais onde foram coletas as espécies de macroalgas. Fonte: Google Earth<<strong>br</strong> />

(http://earth.google.com, acessado em setem<strong>br</strong>o de 2008).


4.1.2 Baía do Almirantado – Antártica<<strong>br</strong> />

O último continente a ser conquistado pelo homem a Antártica,<<strong>br</strong> />

compreende as terras localizadas abaixo do paralelo 60°. A Baía do Almirantado<<strong>br</strong> />

(62°09’S, 58°28’W) está localizada ao Arquipélago Shetland do Sul, sendo a maior baía<<strong>br</strong> />

da Ilha Rei George, com uma área aproximadamente de 131 km 2 . O clima é determinado<<strong>br</strong> />

pela passagem de sucessivos sistemas ciclônicos, transportando o ar aquecido e úmido,<<strong>br</strong> />

fortes ventos e grande volume de precipitação, considerado clima oceânico gelado e<<strong>br</strong> />

úmido, com médias mensais excedendo 0°C, principalmente nos meses de inverno.<<strong>br</strong> />

Precipitações de 35-50 cm anuais, com chuvas no verão austral (Rakusa-Suszczewski<<strong>br</strong> />

1980).<<strong>br</strong> />

Para as coletas no ecossistema Antártico foram aprovadas as devidas licenças<<strong>br</strong> />

junto ao Ministério do Meio Ambiente e Marinha do Brasil. Na Antártica as macroalgas<<strong>br</strong> />

foram coletadas entre dezem<strong>br</strong>o de 2007 e janeiro de 2008 na Baía do Almirantado,<<strong>br</strong> />

onde se encontra a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz (EACF) (Figura 2).


Figura 2. Mapa da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. O símbolo (∆)<<strong>br</strong> />

mostra o local onde foram coletas as espécies de macroalgas (Simões et al., 2004, com<<strong>br</strong> />

modificações).<<strong>br</strong> />

4.2 Coleta das macroalgas<<strong>br</strong> />

As amostras coletadas correspondem às macroalgas marinhas bentônicas fixas<<strong>br</strong> />

aos substratos rochosos e arenosos localizados na região entre marés e coletadas durante<<strong>br</strong> />

o período de maré baixa e diretamente no mar, e também em ambientes estuarinos. O<<strong>br</strong> />

número amostral variou de 10 a 60 para as diferentes macroalgas e foi determinado de


acordo com as respectivas disponibilidades nos pontos de coleta. As macroalgas foram<<strong>br</strong> />

coletadas de maneira arbitrária, priorizando exemplares saudáveis sem sinais de<<strong>br</strong> />

senescência ou doenças. Após a coleta foi retirado o excesso de água e o material<<strong>br</strong> />

acondicionado em sacos de polietileno. No laboratório, as amostras foram separadas, por<<strong>br</strong> />

inspeção a olho nu ou sob microscópio estereoscópico, com o intuito de separar os<<strong>br</strong> />

espécimes de maior interesse e retirar organismos epifíticos.<<strong>br</strong> />

4.2.1. Litoral do Paraná<<strong>br</strong> />

Foram coletas as espécies de macroalgas: Bostrychia radicans (Montagne)<<strong>br</strong> />

Montagne e Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens (Rhodophyta); Gayralia<<strong>br</strong> />

oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel et al. e Monostroma sp. (Chlorophyta); e<<strong>br</strong> />

Padina gymnospora (Kutzing) Sonder. (Phaeophyceae, Ochrophyta). Vinte amostras de<<strong>br</strong> />

Monostroma sp. foram coletadas em Guaratuba, Ilha do Mel e Maciel (n amostral total 60<<strong>br</strong> />

exemplares). Para a macroalga P. gymnospora (30 exemplares) foram coletadas somente<<strong>br</strong> />

na Ilha do Mel. Em Antonina foram coletadas B. radicans, C. leprieurii, G. oxysperma,<<strong>br</strong> />

com n amostral de 10, 16 e 20, respectivamente. Os exemplares foram devidamente<<strong>br</strong> />

identificados, preservados e depositados no Herbário Maria Eneyda P. Kauffman Fidalgo,<<strong>br</strong> />

Instituto de Botânica (SP).


Figura 3. Espécimes das macroalgas: (a) Monostroma sp., (b) Padina gymnospora<<strong>br</strong> />

(Kutzing) Sonder., (c) Gayralia oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel et al., (d)<<strong>br</strong> />

Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens e (e) Bostrychia radicans (Montagne)<<strong>br</strong> />

Montagne coletadas no litoral do estado do Paraná, Brasil.<<strong>br</strong> />

4.2.2. Baía do Almirantado - Antártica<<strong>br</strong> />

No continente Antártico foi coletado talos de 20 exemplares de cada uma das<<strong>br</strong> />

macroalgas, Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, Desmarestia anceps Montagne<<strong>br</strong> />

(Ochrophyta) e Palmaria decipiens (Reinsch) R.W. Ricker (Rhodophyceae) (Figura 4).<<strong>br</strong> />

As três espécies foram coletadas em costões rochosos na Baía do Almirantado. Os<<strong>br</strong> />

exemplares foram coletados durante o verão Antártico nos meses de janeiro, fevereiro e<<strong>br</strong> />

dezem<strong>br</strong>o de 2008 e janeiro de 2009.


Figura 4. Espécimes das macroalgas: (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps Mont., e (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker. (A barra<<strong>br</strong> />

representa a escala real).


4.3 Isolamento dos fungos<<strong>br</strong> />

Os fragmentos dos talos das macroalgas coletadas foram lavados por 2 min com<<strong>br</strong> />

água do mar esterilizadas, por três vezes. Após a lavagem, os fragmentos foram<<strong>br</strong> />

transferidos para placas de Petri contendo os meios de isolamento YM (glicose 1g,<<strong>br</strong> />

extrato de malte 0,3 g, peptona 0,5 g e ágar 20 g em 100 mL de água) e Ágar Batata<<strong>br</strong> />

Dextrosado – BDA (Himedia), ambos solubilizados em Água Artificial do Mar – AAM,<<strong>br</strong> />

com pH 8; e suplementados com 100 μg/mL Cloranfenicol (Sigma). As placas foram<<strong>br</strong> />

incubadas a 15 e 28ºC, para os fungos da Antártica e Paraná, respectivamente, por um<<strong>br</strong> />

período de até 60 dias, e os isolados transferidos para novas placas de Petri contendo o<<strong>br</strong> />

meio de isolamento. A água do mar artificial contém os seguintes sais (g/L): KBr (0,10),<<strong>br</strong> />

NaCl (23,48), MgCl2 6H2O (10,61), CaCl2 6H2O (1,47), KCl (0,66), SrCl2 6 H2O (0,04),<<strong>br</strong> />

Na2SO4 (3,92), NaHCO3 (0,19), H3BO3 (0,03) (Höller et al., 1999).<<strong>br</strong> />

Todos os isolados fúngicos obtidos foram armazenados em glicerol 30% a -80°C<<strong>br</strong> />

e mantidas por repiques sucessivos no meio de isolamento a 4ºC para estudo. Os isolados<<strong>br</strong> />

obtidos durante o estudo foram depositados na Coleção de Microrganismos e Células do<<strong>br</strong> />

Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais.<<strong>br</strong> />

4.4 Identificação dos fungos filamentosos<<strong>br</strong> />

4.4.1 Extração do DNA total<<strong>br</strong> />

A extração do DNA total foi realizada de acordo com Rosa et al. (2009). Os<<strong>br</strong> />

fungos filamentosos foram crescidos por sete dias em ágar Sabouraud. Fragmentos de<<strong>br</strong> />

micélio foram colocados em tubo de 1,5 mL acrescidos de 400 µL de tampão de lise<<strong>br</strong> />

(Tris-HCl - trishidroximetilaminometano 0,05 M; EDTA - ácido etilenodiamino tetraacético<<strong>br</strong> />

0,005 M; NaCl 0,1 M e SDS – sódio dodecil sulfato 1%) e deixado a – 20ºC por<<strong>br</strong> />

aproximadamente 10 min. O micélio foi triturado com o auxílio de um pistilo e<<strong>br</strong> />

acrescidos 5 µL de Proteinase K (50µg/mL). Após homogeneização, o tubo foi colocado<<strong>br</strong> />

por 30 min. a 60ºC em banho-maria. Após essa etapa, foram adicionados 162 µL de


CTAB (Tris 2 M; NaCl 8,2%; EDTA 2 M e CTAB 0,2%), seguido de homogeneização e<<strong>br</strong> />

incubação por 10 min a 65ºC. Em seguida, foram acrescentados 570 µL da mistura<<strong>br</strong> />

clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). Após homogeneização, o tubo foi incubado por 30<<strong>br</strong> />

min em gelo. Em seguida, o conteúdo foi centrifugado a 13.200 r.p.m. por 10 min e o<<strong>br</strong> />

líquido so<strong>br</strong>enadante transferido para um novo tubo de 1,5 mL, e acrescentado 10% do<<strong>br</strong> />

volume da solução de acetato de sódio 3 M. O tubo foi vertido para homogeneização,<<strong>br</strong> />

incubado a 0ºC por 30 min e centrifugado a 13.200 r.p.m. por 10 min. O so<strong>br</strong>enadante foi<<strong>br</strong> />

transferido para um novo tubo, onde foi adicionado 50% do volume de isopropanol e<<strong>br</strong> />

centrifugado a 13.200 r.p.m. por 5 min. O so<strong>br</strong>enadante foi desprezado por inversão. A<<strong>br</strong> />

seguir, foram adicionados 200 µL de etanol (Merck) 70% p/v a 4ºC e a suspensão foi<<strong>br</strong> />

gentilmente homogeneizada. Após este procedimento, a amostra foi centrifugada a<<strong>br</strong> />

13.200 r.p.m. por 5 min e o so<strong>br</strong>enadante desprezado por inversão, seguido por<<strong>br</strong> />

homogeneização com etanol 70% p/v. A amostra foi seca por aproximadamente 15 min;<<strong>br</strong> />

100µL de Tris-EDTA (Tris-HCl 0,01 M e EDTA 0,001 M) foram adicionados e a mesma<<strong>br</strong> />

incubada a 65ºC por 60 min para hidratação do DNA. As amostras foram armazenadas<<strong>br</strong> />

em freezer a –20ºC.<<strong>br</strong> />

4.4.2 Obtenção dos amplicons<<strong>br</strong> />

Os iniciadores ITS1 (TCCGTAGGTGAACCTGCGG) e ITS4<<strong>br</strong> />

(TCCTCCGCTTATTGATATGC) foram utilizados para amplificação da região ITS do<<strong>br</strong> />

rDNA, conforme descrito por White et al. (1990). A Reação em Cadeia da Polimerase<<strong>br</strong> />

(PCR) foi realizada em um volume final de 50µL contendo 2 μL de DNA, 1 μL de cada<<strong>br</strong> />

iniciador ITS1 e ITS4 10 μmol -1 (MWG Biotech), 5 μL de tampão de PCR 5X<<strong>br</strong> />

(Fermentas), 2 μL de MgCl2 25 mM, 2 μL de dNTP 10 mM, 0,3 μL de Taq DNA<<strong>br</strong> />

polimerase 5U (Fermentas) e o volume final completado com água destilada estéril. As<<strong>br</strong> />

reações de PCR foram realizadas utilizando o termociclador PCR Express (Thermo<<strong>br</strong> />

Hybaid). O programa consistiu de uma desnaturação inicial a 94ºC por 5 min, seguido por<<strong>br</strong> />

35 ciclos de 1 min de desnaturação a 94ºC, 1 min de anelamento a 55ºC e 1 min de<<strong>br</strong> />

extensão a 72ºC, e uma extensão final por 5 min a 72ºC. Os produtos de PCR foram


analisados por eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão TBE 0,5 X, eluídos durante<<strong>br</strong> />

aproximadamente 1 hora a 120 V. Os géis foram corados com solução de <strong>br</strong>ometo de<<strong>br</strong> />

etídio, visualizados sob luz ultravioleta e fotografados pelo sistema de foto-documentação<<strong>br</strong> />

de gel (Vilber Lourmat, France).<<strong>br</strong> />

4.5 Identificação das leveduras<<strong>br</strong> />

As leveduras foram identificadas segundo procedimento padrão (Yarrow, 1998) e<<strong>br</strong> />

chaves taxonômicas presentes em Kurtzman & Fell (1998). Os isolados cujas<<strong>br</strong> />

identificações não puderem ser resolvidas com base na metodologia convencional foram<<strong>br</strong> />

submetidos à análise molecular por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)<<strong>br</strong> />

utilizando-se o iniciador M13 (5’-GAGGGTGGCGGTTCT-3’) (Libkind et al., 2003).<<strong>br</strong> />

Com base no perfil eletroforético dos produtos amplificados por PCR com o iniciador<<strong>br</strong> />

M13, dentre os isolados que apresentaram um mesmo padrão de bandas, um foi<<strong>br</strong> />

selecionado para sequenciamento dos domínios D1/D2 da subunidade maior do DNA<<strong>br</strong> />

ribossomal utilizando os iniciadores NL1 (5’- GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-<<strong>br</strong> />

3’) e NL4 (5’-GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’).<<strong>br</strong> />

4.5.1 Extração do DNA total<<strong>br</strong> />

Para extração do DNA total, os isolados de leveduras foram crescidos em ágar<<strong>br</strong> />

Sabouraud por 24 horas a 15°C, para as leveduras provenientes das macroalgas da<<strong>br</strong> />

Antártica e 30°C para as do Paraná. Após crescimento, as colônias de leveduras do<<strong>br</strong> />

Paraná, foram ressuspendidas em 100 μL de água deionizada estéril, congeladas em<<strong>br</strong> />

nitrogênio líquido por um min e, em seguida, colocadas em água fervente por 10 min (De<<strong>br</strong> />

Barros Lopes et al., 1996; 1998). Para as leveduras da Antártica, as colônias foram<<strong>br</strong> />

transferidas a um tubo de 1,5 mL e junto a elas foram adicionados 100 μL de tampão de<<strong>br</strong> />

lise (Tris-HCl - trishidroximetilaminometano 0,05 M; EDTA - ácido etilenodiamino tetraacético<<strong>br</strong> />

0,005 M; NaCl 0,1 M e SDS – sódio dodecil sulfato 1%), em seguida 100 μL de<<strong>br</strong> />

PCI (fenol, cloroformórmico, álcool isoamílico), nas concentrações de 25:24:1. O tubo


foi agitado em vórtex de 3 a 4 min. Após isto, o conteúdo foi centrifugado a 13.200 r.p.m.<<strong>br</strong> />

durante 5 min. O liquido so<strong>br</strong>enadante foi transferido para um novo tubo de 1,5 mL e<<strong>br</strong> />

adicionados 100 μL de etanol 96% (Merck) resfriado a 4°C. O tubo fechado foi vertido<<strong>br</strong> />

por 20 vezes a fim de homogeinizar a solução, e novamente centrifugado a 13.200 r.p.m.<<strong>br</strong> />

por 2 min. O so<strong>br</strong>enadante foi desprezado por inversão e a amostra foi seca até a<<strong>br</strong> />

evaporação total do etanol e ressuspendida em 100 μL de TE (Tris-HCL -<<strong>br</strong> />

trishidroximetilaminometano 10 mM; EDTA 1mM). Todas as amostras foram<<strong>br</strong> />

armazenadas em freezer a –20ºC.<<strong>br</strong> />

4.5.2 PCR com o iniciador M13<<strong>br</strong> />

Para confirmação da identificação fisiológica das leveduras, os isolados foram<<strong>br</strong> />

submetidos à análise molecular, por meio da PCR utilizando o iniciador M13 (5’-<<strong>br</strong> />

GAGGGTGGCGGTTCT-3’) (Libkind et al., 2003). Cada ensaio de PCR foi realizado em<<strong>br</strong> />

25 µL de uma mistura contendo: 5,0 μL de DNA, 2,0 μL do iniciador M13 10 μmol -1<<strong>br</strong> />

(MWG Biotech), 2,5 μL de tampão de PCR 5X (Fermentas), 1,5 μL de MgCl2 25 mM,<<strong>br</strong> />

1,0 μL de dNTP 10 mM, 0,2 μL de Taq DNA polimerase 5U (Fermentas) e o volume<<strong>br</strong> />

final completado com água destilada estéril. As reações de PCR foram realizadas<<strong>br</strong> />

utilizando o termociclador PCR Express (Thermo Hybaid) sob as seguintes condições:<<strong>br</strong> />

desnaturação inicial a 94ºC por 2 min, seguida por 40 ciclos de: desnaturação a 93ºC por<<strong>br</strong> />

45 segundos, anelamento a 50ºC por 1 min e extensão a 72ºC por 1 min, seguida por<<strong>br</strong> />

extensão final a 72ºC por 6 min. Os produtos de PCR foram analisados por eletroforese<<strong>br</strong> />

em gel de agarose 1%, em tampão TBE 0,5 X, eluídos durante aproximadamente 1 hora a<<strong>br</strong> />

120 V. Os géis foram corados com solução de <strong>br</strong>ometo de etídio, visualizados sob luz<<strong>br</strong> />

ultravioleta e fotografados pelo sistema de foto-documentação de gel (Vilber Lourmat,<<strong>br</strong> />

France).<<strong>br</strong> />

4.5.3 Amplificação utilizando os iniciadores NL1 e NL4


Dentre as leveduras que apresentarem perfis moleculares distintos, um isolado foi<<strong>br</strong> />

selecionado para o sequenciamento da região D1/D2 da subunidade maior do rDNA<<strong>br</strong> />

utilizando os iniciadores NL1 (5’- GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-3’) e NL4<<strong>br</strong> />

(5’-GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’) segundo Lachance et al. (1999). A reação de<<strong>br</strong> />

PCR foi realizada em um volume final de 50 µL contendo: 2,0 μL de DNA, 1,0 μL de<<strong>br</strong> />

cada iniciador NL1 e NL4 10 μmol -1 (MWG Biotech), 5,0 μL de tampão de PCR 5X<<strong>br</strong> />

(Fermentas), 2,0 μL de MgCl2 25 mM, 2,0 μL de dNTP 10mM, 0,2 μL de Taq DNA<<strong>br</strong> />

polimerase 5U (Fermentas) e o volume final completado com água destilada estéril. As<<strong>br</strong> />

reações de PCR foram realizadas utilizando o termociclador PCR Express (Thermo<<strong>br</strong> />

Hybaid) sob as seguintes condições: desnaturação inicial a 95ºC por 2 min, seguida por<<strong>br</strong> />

35 ciclos de: desnaturação a 95ºC por 15 segundos, anelamento a 54ºC por 25 segundos e<<strong>br</strong> />

extensão a 72ºC por 20 segundos, seguida por extensão final a 72ºC por 10 min. Os<<strong>br</strong> />

produtos de PCR foram analisados por eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão<<strong>br</strong> />

TBE 0,5X, eluídos durante aproximadamente 1 hora a 120 V. Os géis foram corados com<<strong>br</strong> />

solução de <strong>br</strong>ometo de etídio, visualizados sob luz ultravioleta e fotografados em um<<strong>br</strong> />

sistema de foto-documentação de gel (Vilber Lourmat, France).<<strong>br</strong> />

4.6 Purificação dos amplicons<<strong>br</strong> />

Os amplicons gerados pela reação de PCR foram purificados utilizando-se<<strong>br</strong> />

Polietilenoglicol (PEG). Ao produto de PCR foi adicionado igual volume de uma solução<<strong>br</strong> />

de Polietilenoglicol 20% em NaCl 2,5 M, que foi mantido em banho-maria à 37ºC por 15<<strong>br</strong> />

min. O tubo foi centrifugado a 13.500 r.p.m. por 15 min e o so<strong>br</strong>enadante retirado e<<strong>br</strong> />

descartado. A seguir, foram adicionados 125 µL de etanol 70-80% resfriado a 4ºC, o tubo<<strong>br</strong> />

foi centrifugado a 13.500 r.p.m. por 2 min e o etanol retirado. Este passo foi repetido<<strong>br</strong> />

mais uma vez e a amostra novamente centrifugada a 13.200 r.p.m. por um segundo (spin<<strong>br</strong> />

down). O tubo foi deixado à temperatura ambiente para evaporação de todo o excesso de<<strong>br</strong> />

etanol. Foram adicionados 10 µL de água deionizada estéril e o conteúdo do tubo foi<<strong>br</strong> />

homogeneizado em vórtex por 15 segundos. Em seguida, o tubo foi incubado em banho-


maria a 37ºC por 40 min. O produto obtido foi dosado em NanoDrop, ND 1000,<<strong>br</strong> />

(NanoDrop Thecnologies) para ser utilizado nas reações de sequenciamento.<<strong>br</strong> />

4.7 Reações de sequenciamento dos fungos<<strong>br</strong> />

O sequenciamento foi realizado utilizando-se o Kit DYEnamic TM (Amersham<<strong>br</strong> />

Biosciences, USA) em combinação com o sistema de sequenciamento automatizado<<strong>br</strong> />

MegaBACE TM 1000, no Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular (LBEM –<<strong>br</strong> />

UFMG). Para as reações de sequenciamento foram utilizados 100-150 ng do DNA<<strong>br</strong> />

purificado e os reagentes presentes no Kit DYEnamicTM (Amersham Biosciences,<<strong>br</strong> />

USA). A reação de PCR foi realizada em um volume final de 10 µL contendo 4 µL do<<strong>br</strong> />

pré-mix (presente no kit de sequenciamento) e 1 µL do iniciador (5 μmol -1 ),<<strong>br</strong> />

completando-se o volume final com água deionizada estéril. O programa consistiu de 36<<strong>br</strong> />

ciclos de uma desnaturação inicial a 95ºC por 25 min, seguido por 15 segundos de<<strong>br</strong> />

anelamento a 50ºC e 3 min de extensão a 60ºC. Após término da ciclagem, os produtos da<<strong>br</strong> />

reação foram transferidos para uma placa de sequenciamento de 96 poços para serem<<strong>br</strong> />

precipitados.<<strong>br</strong> />

4.8 Precipitação da reação de sequenciamento<<strong>br</strong> />

Para precipitação dos componentes das reações de sequenciamento, 1 µL de<<strong>br</strong> />

acetato de amônio 7,5 M foi adicionado em cada poço da placa de 96 poços. A solução de<<strong>br</strong> />

acetato de amônio foi dispensada na parede lateral dos poços e a placa levemente batida<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a bancada para que as gotas do acetato de amônio se misturassem à reação. Em<<strong>br</strong> />

seguida, foram adicionados 28 µL de etanol absoluto (Merck). A placa foi submetida à<<strong>br</strong> />

agitação em vórtex e incubada por 20 min à temperatura ambiente, protegida da luz. Após<<strong>br</strong> />

período de incubação, a placa foi centrifugada por 45 min a 4000 r.p.m. O so<strong>br</strong>enadante<<strong>br</strong> />

foi descartado virando-se a placa so<strong>br</strong>e um papel absorvente. Em seguida, foram<<strong>br</strong> />

adicionados 150 µL de etanol 70% (Merck). A placa foi novamente centrifugada por 15<<strong>br</strong> />

min a 4000 r.p.m. e o so<strong>br</strong>enadante então descartado. Para remoção do excesso de etanol,


a placa foi invertida so<strong>br</strong>e um papel absorvente, e submetida a um pulso em centrífuga a<<strong>br</strong> />

900 r.p.m. durante 1 segundo. Em seguida, a placa foi mantida em repouso durante 20-40<<strong>br</strong> />

min, protegida da luz, para evaporação do etanol.<<strong>br</strong> />

O DNA das amostras precipitado em cada poço da placa foi então ressuspendido<<strong>br</strong> />

em 10 µL de Loading buffer (presente no kit de sequenciamento). A placa foi submetida à<<strong>br</strong> />

agitação em vórtex por 2 min, pulsada em centrífuga por 1 segundo a 900 r.p.m. e<<strong>br</strong> />

armazenada a 4ºC, protegida da luz, até injeção das amostras no sistema automatizado<<strong>br</strong> />

MegaBACE TM 1000.<<strong>br</strong> />

4.9 Análise das sequências<<strong>br</strong> />

As sequências de DNA foram analisadas utilizando-se o programa BLASTn<<strong>br</strong> />

(Basic Local Alignment Serch Tool - versão 2.215 do BLAST 2.0) disponível no portal<<strong>br</strong> />

NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/) desenvolvido pelo National Center For<<strong>br</strong> />

Biothecnology.


5. RESULTADOS E DISCUSSÃO<<strong>br</strong> />

Os resultados e discussão referentes aos objetivos da dissertação foram divididos em três<<strong>br</strong> />

partes e apresentados da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

5.1. Testes preliminares para a escolha da metodologia para isolamento de fungos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas;<<strong>br</strong> />

5.2. O artigo: Fungal community associated with seaweeds from Antarctica,<<strong>br</strong> />

submetido à Revista Polar Biology (julho de 2009);<<strong>br</strong> />

5.3. Resultados parciais obtidos do isolamento de fungos das macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />

litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />

Além disso, é apresentada uma conclusão integrada dos resultados obtidos,<<strong>br</strong> />

perspectivas e a produção científica gerada ao longo das atividades do curso de Pósgraduação<<strong>br</strong> />

em Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais.


5.1. Testes preliminares para isolamento de fungos associados à<<strong>br</strong> />

macroalgas<<strong>br</strong> />

O cultivo de fungos marinhos requer cuidados especiais, pois simular as<<strong>br</strong> />

condições nutricionais oferecidas nos oceanos não é uma tarefa fácil e representa um dos<<strong>br</strong> />

principais fatores limitantes para estudo de microrganismos marinhos. Desta forma, testes<<strong>br</strong> />

preliminares foram realizados para a escolha do meio de cultura apropriado para<<strong>br</strong> />

isolamentos dos fungos algícolas neste trabalho. Cinco meios de cultura foram<<strong>br</strong> />

selecionados para os testes de acordo com Osterhage (2001):<<strong>br</strong> />

Meio I – ÁGAR ALGA: Alga macerada 20 g/L, Ágar bacteriológico 20 g/L em 1000 mL<<strong>br</strong> />

de água artificial do mar, suplementado com 200 mg/L de Cloranfenicol (Sigma/EUA)<<strong>br</strong> />

para evitar o crescimento bactérias contaminantes.<<strong>br</strong> />

Meio II - ÁGAR NUTRIENTE STANDARD (ANS): KH²PO4 1 g/L, KNO3 1 g/L,<<strong>br</strong> />

MgSO4 x 7H2O 0,5 g/L, KCl 0,5 g/L, Glicose 0,2 g/L, Sacarose 0,2 g/L, Ágar<<strong>br</strong> />

bacteriológico 20 g/L em 1000 mL de AAM, suplementado com 200 mg/L de<<strong>br</strong> />

Cloranfenicol.<<strong>br</strong> />

Meio III - ÁGAR GLICOSE-PEPTONA E EXTRATO DE LEVEDURA (GPY):<<strong>br</strong> />

Glicose 1 g/L, Peptona de soja 0,5 g/L, Extrato de Levedura 0,1 g/L, Ágar bacteriológico<<strong>br</strong> />

20 g/L em 800 mL/L de AAM, suplementado com Cloranfenicol 200 mg/L.<<strong>br</strong> />

Meio IV - ÁGAR BATATA DEXTROSADO (BDA/Difco) 39 g de BDA em 1 L de<<strong>br</strong> />

AAM, suplementado com Cloranfenicol 200 mg/L.<<strong>br</strong> />

Meio V – YM: Glicose 1 g, Extrato de malte 0,3 g, Peptona 0,5g e Ágar bacteriológico<<strong>br</strong> />

20 g em 100 mL de AAM, suplementado por Cloranfenicol 200 mg/L.


Água Artificial do Mar (AAM) - contém os seguintes sais (g/L): KBr (0,10), NaCl<<strong>br</strong> />

(23,48), MgCl2 6H2O (10,61), CaCl2 6H2O (1,47), KCl (0,66), SrCl2 6H2O (0,04),<<strong>br</strong> />

Na2SO4 (3,92), NaHCO3 (0,19), H3BO3 (0,03) (Höller et al., 1999).<<strong>br</strong> />

Para realização dos testes, 25 amostras da macroalga Padina sp. foram coletadas<<strong>br</strong> />

em Parati, litoral do Rio de Janeiro em outu<strong>br</strong>o de 2007. Três fragmentos de cada<<strong>br</strong> />

exemplar foram lavados três vezes com água destilada esterilizada e inoculados em<<strong>br</strong> />

placas de Petri contendo os respectivos meios testes citados acima. No total foram<<strong>br</strong> />

utilizadas 25 placas de Petri para cada meio de cultura teste. As placas foram incubadas a<<strong>br</strong> />

temperatura ambiente por um período de até 15 dias. A taxa de sucesso de cada meio foi<<strong>br</strong> />

determinada pelo número de placas colonizadas por fungos em cada meio de cultura<<strong>br</strong> />

teste.<<strong>br</strong> />

Os meios V (YM) e IV (BDA) apresentaram os melhores resultados em termos de<<strong>br</strong> />

presença de colônias de fungos. Das 25 placas testadas, 16 contendo o meio V<<strong>br</strong> />

apresentaram crescimento de fungos, representando 64% de sucesso. O segundo melhor<<strong>br</strong> />

resultado foi conseguido com meio IV com crescimento de fungos em 15 placas (60% de<<strong>br</strong> />

sucesso). Os meios II e III apresentaram cinco (20%) e oito (32%) placas com<<strong>br</strong> />

crescimento de fungos respectivamente. Por outro lado no Meio I não houve crescimento<<strong>br</strong> />

fúngico.<<strong>br</strong> />

Desta forma, a partir dos resultados encontrados foi estabelecido que os meios de<<strong>br</strong> />

cultura IV e V seriam utilizados para isolamento dos fungos algícolas. Estes dois meios<<strong>br</strong> />

de cultura foram utilizados para coletas e isolamento dos fungos associados às<<strong>br</strong> />

macroalgas da Antártica e do litoral do estado do Paraná.


5.2. ARTIGO SUBMETIDO<<strong>br</strong> />

Fungal community associated with seaweeds from Antarctica<<strong>br</strong> />

Carolina P. Loque 1 , Adriana O. Medeiros 2 , Franciane Pellizzari 3 , Eurico C. Oliveira 4 ,<<strong>br</strong> />

Carlos A. Rosa 5 and Luiz H. Rosa 1<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Biológicas, Instituto de<<strong>br</strong> />

Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG,<<strong>br</strong> />

Brazil.<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Laboratório de Microbiologia Ambiental, Departamento de Botânica, Universidade<<strong>br</strong> />

Federal da Bahia, Salvador, BA, Brazil.<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Laboratório de Ficologia e Qualidade de Água do Mar (LAQUAMAR), Universidade<<strong>br</strong> />

Estadual do Paraná, campus FAFIPAR. Paranaguá, Paraná, Brazil.<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

Laboratório de Ficologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São<<strong>br</strong> />

Paulo, Brazil.<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, C. P. 486,<<strong>br</strong> />

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil.<<strong>br</strong> />

Correspondence: Luiz H. Rosa, Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de<<strong>br</strong> />

Ouro Preto, Rua Diogo de Vasconcelos, 122, Ouro Preto, MG, 35.400-000, Brazil. Tel.:<<strong>br</strong> />

+55-31-3559 1695, Fax: +55-31-3559 1633, e-mail: lhrosa@<strong>ufop</strong>.<strong>br</strong>


Abstract<<strong>br</strong> />

Filamentous fungi and yeasts associated with the seaweeds Adenocystis utricularis,<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps and Palmaria decipiens from Antarctica were studied. A total of 75<<strong>br</strong> />

fungal isolates, represented by 27 filamentous fungi and 48 yeasts, were isolated from the<<strong>br</strong> />

three seaweed species and identified by morphological, physiological, and sequence<<strong>br</strong> />

analyses of the internal transcribed spacer region (ITS) and D1/D2 variable domains of the<<strong>br</strong> />

large-subunit rRNA gene. The filamentous fungi obtained from seaweeds were identified as<<strong>br</strong> />

belonging to the genera Geomyces, Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, and<<strong>br</strong> />

Phaeosphaeria. The prevalent species were the filamentous fungus Geomyces pannorum<<strong>br</strong> />

and the yeast Metschnikowia australis. Two fungal species isolated in our study,<<strong>br</strong> />

Antarctomyces psychrotrophicus and M. australis, are endemic to Antarctica. The<<strong>br</strong> />

filamentous fungus Oidiodendron sp. UFMGCB 2696 and the yeast Leucosporidium sp.<<strong>br</strong> />

UFMG-Ant 386 may represent new species. This work is the first study of fungi associated<<strong>br</strong> />

with Antarctic seaweeds, and it is a relevant contribution to the taxonomy and ecology of<<strong>br</strong> />

the marine fungi living in polar environments. These fungal species may have an important<<strong>br</strong> />

role in the ecosystem and in organic matter recycling.<<strong>br</strong> />

Key words: Algae, Antarctica, endemism, extreme environments, fungi


Introduction<<strong>br</strong> />

Marine fungi colonize a wide range of organic substrata found in the ocean, such as<<strong>br</strong> />

sponges, corals, echinoderms, verte<strong>br</strong>ates and algae. The known of fungal species diversity<<strong>br</strong> />

from seaweeds is considered incipient; these microorganisms are of particular interest due<<strong>br</strong> />

to their ecological symbiotic properties (Zuccaro et al. 2003). Pathogens, parasites,<<strong>br</strong> />

saprobes and mycobionts are the predominant fungi in seaweed communities. However,<<strong>br</strong> />

there is little data available about the ecology of these organisms (Zuccaro et al. 2008).<<strong>br</strong> />

Algae represent the second largest source of marine fungi isolated in the sea, and almost<<strong>br</strong> />

one-third of all known higher filamentous marine fungi are associated with these organisms<<strong>br</strong> />

(Bugni and Ireland 2004). The majority of fungi associated with algae belong to the<<strong>br</strong> />

Ascomycota and only few conidial fungi are known. Ecological and diversity studies have<<strong>br</strong> />

been showed that there are interesting algicolous fungi associated mainly with seaweeds<<strong>br</strong> />

genera Fucus, Chondrus, Laminaria, Sargassum, Dilsea, Ceramium, Saccorhiza,<<strong>br</strong> />

Ascophyllum, Cladophora, Halymenia, Ceratiodictyon, Hypnea, Enteromorpha, Ulva,<<strong>br</strong> />

Porphyra, and Egregia (Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 1991, Stanley 1992,<<strong>br</strong> />

Zuccaro and Mitchell 2005; Zuccaro et al. 2008). Members of Acremonium, Arthrinium,<<strong>br</strong> />

Alternaria, Aspergillus, Cladosporium, Fusarium, Penicillium, Phoma, and Trichoderma<<strong>br</strong> />

have been reported both associated to seaweeds as well as terrestrial environment such as<<strong>br</strong> />

plants, woods, and soils (Jones and Byrne 1976, Kohlmeyer and Kohlmeyer 1979, Stanley<<strong>br</strong> />

1992, Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 2003, Zuccaro et al., 2008). In contrast,<<strong>br</strong> />

species of genera Spathulospora, Chadefaudia, Haloguignardia, Retrostium,<<strong>br</strong> />

Histopidicarpomyces, and Pontogenia are all specific to seaweeds (Zuccaro and Mitchell<<strong>br</strong> />

2005). Fungal species such as Mycophycias ascophylli and Sigmoidea marina are mutually<<strong>br</strong> />

associated with their algal host, and grow within or at the surface of the algal tissue<<strong>br</strong> />

(Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 1998, Zuccaro et al. 2008). Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />

have found representatives of the following five taxa as predominant fungal species<<strong>br</strong> />

associated with <strong>br</strong>own seaweed Fucus serratus: Sigmoidea marina, Acremonium fuci,<<strong>br</strong> />

Cladosporium spp., Dendryphiella salina and Fusarium spp.; isolates were recovered from<<strong>br</strong> />

all thallus parts of F. serratus. According Hawksworth (2004) there are about 100,000<<strong>br</strong> />

described fungal species in world, and only 79 (0.08%) algicolous fungi are known<<strong>br</strong> />

43


(Zuccaro and Mitchell 2005). Seaweeds have an important role in organic matter mineral<<strong>br</strong> />

cycling, being fundamental for the functioning of this littoral and infralittoral ecosystem,<<strong>br</strong> />

mainly in some shallow areas of the Antarctic. Nedzarek and Rakusa-Suszczewski (2004)<<strong>br</strong> />

suggest that seaweed beds cover ca. 30% of the bottom surface, with an estimated amount<<strong>br</strong> />

of 74,000 tons of wet biomass around Admiralty Bay. These communities are characterized<<strong>br</strong> />

by a high degree of endemism dominated mainly by red and <strong>br</strong>own seaweeds (Wiencke et<<strong>br</strong> />

al. 2007). The extensive populations of seaweeds have fundamental roles as primary<<strong>br</strong> />

producers and food for marine herbivores as well as in habitat structuring (Charpy-Roubaud<<strong>br</strong> />

et al. 1990). However, investigations into the distribution and occurrence of marine fungi<<strong>br</strong> />

associated with seaweeds are still scarce worldwide, and no data is available on fungal<<strong>br</strong> />

species associated with the seaweeds of Antarctica. Thus, the aims of this study were to<<strong>br</strong> />

isolate and identify marine fungi living in association with three common species of<<strong>br</strong> />

seaweeds in Antarctica: Adenocystis utricularis, Desmarestia anceps, and Palmaria<<strong>br</strong> />

decipiens.<<strong>br</strong> />

Material and methods<<strong>br</strong> />

Sample collections and isolation of fungi<<strong>br</strong> />

Twenty fresh thalli of different specimens of Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg,<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps Montagne (Ochrophyta) and Palmaria decipiens (Reinsch) R.W.<<strong>br</strong> />

Ricker (Rhodophyceae) (Fig. 1) were collected in stretches of rocky coastline in Admiralty<<strong>br</strong> />

Bay, King George Island, South Shetland Islands, Antarctic Peninsula (62°09’S, 58°28’W).<<strong>br</strong> />

Admiralty Bay is the largest bay (131 km 2 ) on King George Island, located in the South<<strong>br</strong> />

Shetlands Archipelago, Antarctic Peninsula. Research stations of Poland, Brazil and Peru<<strong>br</strong> />

and refuges from USA and Ecuador are located around this bay. Despite all these research<<strong>br</strong> />

facilities, there are no studies to date concerning fungi associated with local seaweeds. The<<strong>br</strong> />

samples were collected on a rocky coastline that becomes ice-free during the Antarctic<<strong>br</strong> />

summer. The sampling surveys were performed during January, Fe<strong>br</strong>uary and December of<<strong>br</strong> />

2008, and January of 2009.<<strong>br</strong> />

Discs of 8 mm in diameter were cut from each specimen and washed twice using sterile<<strong>br</strong> />

local seawater for 2 min. The discs were incubated in Petri dishes containing potato<<strong>br</strong> />

44


dextrose agar (PDA, Difco, USA) or yeast extract-malt agar (YMA, 1% glucose, 0.5%<<strong>br</strong> />

peptone, 0.3% yeast extract, 0.3% malt extract, and 2% of agar) for isolation of filamentous<<strong>br</strong> />

fungi and yeasts, respectively. Both media were prepared with Artificial Sea Water (ASW)<<strong>br</strong> />

plus chloramphenicol at 100 µg mL -1 . The composition of the ASW was as described by<<strong>br</strong> />

Höller et al. (1999). In addition, 10 thalli of A. utricularis in young, adult and mature stages<<strong>br</strong> />

each were collected to evaluate the presence of fungi in their inner liquid. A hundred<<strong>br</strong> />

microlitres of this liquid were placed on PDA/ASW and YMA/ASW. All plates were<<strong>br</strong> />

incubated up to 60 days at 18 ° C, and individual colonies of filamentous fungi and yeasts<<strong>br</strong> />

were purified on PDA and Sabouraud agar (Difco, USA), respectively. Long-term<<strong>br</strong> />

preservation of mycelial pieces (filamentous fungi) was carried out at –80°C using<<strong>br</strong> />

cryotubes with sterile glycerol. Yeasts were preserved at - 80°C or in liquid nitrogen for<<strong>br</strong> />

later identification. All fungal isolates used in this work were deposited in the Culture<<strong>br</strong> />

Collection of Microorganisms and Cells of the Universidade Federal of Minas Gerais under<<strong>br</strong> />

codes UFMGCB.<<strong>br</strong> />

Fig 1. Thalli from Antarctic seaweeds (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps Mont., and (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker collected in<<strong>br</strong> />

Admiralty Bay at King George Island, Antarctica. Bars represent the real scale.<<strong>br</strong> />

45


Fungi identification<<strong>br</strong> />

The protocol for filamentous fungus DNA extraction was done according to Rosa et al.<<strong>br</strong> />

(2009). The ITS domains of rRNA gene were amplified with the universal primers ITS1<<strong>br</strong> />

(5´- TCCGTAGGTGAACCTGCGG-3´) and ITS4 (5´-TCCTCCGCTTATTGATATGC-<<strong>br</strong> />

3´), as described by White et al. (1990). Amplification of the ITS region was performed as<<strong>br</strong> />

described by Rosa et al. (2009). The yeasts were characterized using standard methods<<strong>br</strong> />

(Yarrow 1998), and their identification was carried out using the taxonomic keys of<<strong>br</strong> />

Kurtzman and Fell (1998). The yeast identities were confirmed by sequencing of the D1/D2<<strong>br</strong> />

variable domains of the large-subunit rRNA gene using the primers NL1 (5’-<<strong>br</strong> />

GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-3’) and NL4 (5’-<<strong>br</strong> />

GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’) as described by Lachance et al. (1999). Sequencing of<<strong>br</strong> />

the filamentous fungi and yeasts was carried out using an ET Dynamic Terminator Kit in a<<strong>br</strong> />

MegaBACE 1000/Automated 96 Capillary DNA sequencer (GE Healthcare, USA). The<<strong>br</strong> />

sequences obtained were adjusted using the SeqMan module of the Lasergene software<<strong>br</strong> />

suite (DNASTAR/Inc.), and a consensus sequence was obtained using the Bioedit software<<strong>br</strong> />

(v. 7.0.5.3; Ibis Biosciences). To reach species level identification by rRNA gene<<strong>br</strong> />

sequencing, the consensus sequence was aligned with all sequences of related species<<strong>br</strong> />

retrieved from the GenBank database using the Fasta 2.0 program (Altuschul et al. 1997).<<strong>br</strong> />

The consensus sequence data of the algicolous fungi isolated in this work were deposited in<<strong>br</strong> />

GenBank under the accession numbers FJ911867 to FJ911880. Phylogenetic relationships<<strong>br</strong> />

were estimated using the MEGA program Version 4.0 (Tamura et al. 2007). The<<strong>br</strong> />

phylogenetic trees were constructed using the neighbour joining (NJ) algorithm with<<strong>br</strong> />

bootstrap values calculated from 1,000 replicate runs. The Maximum Composite<<strong>br</strong> />

Likelihood model was used to estimate evolutionary distance.<<strong>br</strong> />

Results<<strong>br</strong> />

From 60 algal thallus samples (20 from each species) comprising 180 algal fragments, a<<strong>br</strong> />

total of 75 fungal isolates were obtained, of which 27 were filamentous fungi and 48 were<<strong>br</strong> />

46


yeast isolates. Twenty-five filamentous fungi were obtained from A. utricularis and two<<strong>br</strong> />

from D. anceps. Thirty-eight yeast isolates were obtained from A. utricularis, eight from D.<<strong>br</strong> />

anceps and two from P. decipiens. The filamentous fungi obtained from seaweeds were<<strong>br</strong> />

identified as belonging to the genera Geomyces Traaen, Antarctomyces Stchigel & Guarro,<<strong>br</strong> />

Oidiodendron Robak, Penicillium Link, and Phaeosphaeria I. Miyake. Two isolates were<<strong>br</strong> />

not identified as genus level since their ITS sequences were similar to several uncultured<<strong>br</strong> />

and unidentified fungi. The yeast species were identified as belonging the genus<<strong>br</strong> />

Aureobasidium Viala & G. Boyer, Cryptococcus Kütz, Leucosporidium Fell et al.,<<strong>br</strong> />

Metschnikowia Kamenski and Rhodotorula F.C. Harrison (Table 1). From the inner water<<strong>br</strong> />

of A. utricularis was obtained only the yeast species Metschnikowia australis (Fell & I.L.<<strong>br</strong> />

Hunter) Mendonça-Hagler et al. with average population counts of 170, 300 and 615 CFU<<strong>br</strong> />

mL -1 for young, adult and old thalli, respectively.<<strong>br</strong> />

47


Table 1. Host seaweeds, isolate code, closest related species, maxima identities, identification, and Genbank accession number of<<strong>br</strong> />

marine fungal species associated with Adenocystis utricularis and Desmarestia anceps, and Palmaria decipiens collected in Admiralty<<strong>br</strong> />

Bay at King George Island, Antarctica.<<strong>br</strong> />

Seaweeds species UFMGCB a<<strong>br</strong> />

Desmarestia anceps<<strong>br</strong> />

Mont.<<strong>br</strong> />

Adenocystis utricularis<<strong>br</strong> />

(Bory) Skottsberg<<strong>br</strong> />

code<<strong>br</strong> />

Closest related species Maxima<<strong>br</strong> />

identities (%)<<strong>br</strong> />

2693 Geomyces pannorum (Link) Sigler &<<strong>br</strong> />

Carmichael [DQ189229]<<strong>br</strong> />

386 Leucosporidium<<strong>br</strong> />

[AF189906]<<strong>br</strong> />

antarcticum Fell et al.<<strong>br</strong> />

206 Metschnikowia australis (Fell & Hunter)<<strong>br</strong> />

Mend.-Hagler et al. [U76526]<<strong>br</strong> />

2625 Antarctomyces psychrotrophicus Stchigel &<<strong>br</strong> />

Guarro [AJ133431]<<strong>br</strong> />

Identification Genbank<<strong>br</strong> />

accession number<<strong>br</strong> />

97 G. pannorum FJ911877<<strong>br</strong> />

88 Leucosporidium sp. FJ911867<<strong>br</strong> />

98 M. australis FJ911872<<strong>br</strong> />

99 A. psychrotrophicus FJ911878<<strong>br</strong> />

2620 G. pannorum [DQ189229] 97 G. pannorum FJ911876<<strong>br</strong> />

2696 Oidiodendron<<strong>br</strong> />

[AF062809]<<strong>br</strong> />

truncatum G.L. Barron 96 Oidiodendron sp. FJ911880<<strong>br</strong> />

2606 Penicillium solitum Westling [AY373932] 98 Penicillium sp. FJ911874<<strong>br</strong> />

2623 Phaeosphaeria herpotrichoides (De Not.) L.<<strong>br</strong> />

Holm [AF439483]<<strong>br</strong> />

99 P. herpotrichoides FJ911873<<strong>br</strong> />

2608 Clathrosphaerina zalewskii [EF29222] 88 Fungal sp. FJ911875<<strong>br</strong> />

2692 Leotiomycetes sp. [GQ153126] 89 Helotiales sp. FJ911879<<strong>br</strong> />

320 M. australis [U76526] 100 M. australis FJ911869


Palmaria decipiens<<strong>br</strong> />

(Reinsch) Ricker<<strong>br</strong> />

387 b M. australis [U76526] FJ911871<<strong>br</strong> />

213 Rhodotorula mucilaginosa (A. Jörg.) F.C.<<strong>br</strong> />

Harrison [EF585187]<<strong>br</strong> />

99 R. mucilaginosa FJ911870<<strong>br</strong> />

214 M. australis [U76526] 99 M. australis FJ917671<<strong>br</strong> />

384 Cryptococcus carnescens (Verona & Luchetti)<<strong>br</strong> />

M. Takash. et al. [EU194464]<<strong>br</strong> />

99 C. carnescens FJ911868<<strong>br</strong> />

Identification was made using BLASTn searches of the ITS1-5.8S-ITS2 and D1/D2 regions of rDNA gene for filamentous fungi and<<strong>br</strong> />

yeasts, respectively. a Culture Collection of Microorganisms and Cells of the Universidade Federal of Minas Gerais. b M. australis<<strong>br</strong> />

obtained from inner liquid of A. utricularis.<<strong>br</strong> />

49


The predominant filamentous fungus was Geomyces pannorum (Link) Sigler &<<strong>br</strong> />

Carmichael, where 19 isolates were isolated from A. utricularis and two from D. anceps.<<strong>br</strong> />

These isolates showed 97 to 99% identities compared with G. pannorum (GenBank<<strong>br</strong> />

accession number DQ189229). The isolates UFMGCB 2625 and 2720 showed only one<<strong>br</strong> />

different nucleotide in the ITS region compared with the fungus Antarctomyces<<strong>br</strong> />

psychrotrophicus Stchigel & Guarro (GenBank access number AM489755). The isolate<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2606 showed a 98% identity with Penicillium solitum Westling (GenBank<<strong>br</strong> />

access number AY373932), and the isolate UFMGCB 2623 had a 99% identity with<<strong>br</strong> />

Phaeospharia herpotrichoides (GenBank access number AF439483).<<strong>br</strong> />

The isolate UFMGCB 2696 presented 96% identity with Oidiodendron truncatum G.L.<<strong>br</strong> />

Barron (GenBank access number AF062809) and was identified as Oidiodendron sp. This<<strong>br</strong> />

isolate showed seven nucleotides difference (1.3%) when compared to the O. truncatum<<strong>br</strong> />

sequence (Fig. 2). Further investigations will be necessary to confirm the isolate as a new<<strong>br</strong> />

species of Oidiodendron. The isolates UFMGCB 2608 and UFMGCB 2692 showed similar<<strong>br</strong> />

sequence identities with different uncultured and unidentified fungal species obtained from<<strong>br</strong> />

soil samples in different regions. The isolate UFMGCB 2692 present 89% of identity with<<strong>br</strong> />

the Helotiales fungus Leotiomycetes sp. (GenBank access number GQ153126), and it was<<strong>br</strong> />

identified as Helotiolales sp. However, the taxonomic information given by the ITS<<strong>br</strong> />

sequences was insufficient to identify at genus or order level the isolate UFMGCB 2608.<<strong>br</strong> />

Metschnikowia australis was the prevalent yeast species associated with the thalli of the<<strong>br</strong> />

seaweeds studied during this investigation and in the inner water of A. utricularis, showing<<strong>br</strong> />

between 99 and 100% identities in the D1/D2 regions of the large subunit of the rRNA gene<<strong>br</strong> />

when compared to the type strain of M. australis CBS 5847 (GenBank access number<<strong>br</strong> />

U76526).


(a)<<strong>br</strong> />

(b)<<strong>br</strong> />

0.1<<strong>br</strong> />

0.1<<strong>br</strong> />

61<<strong>br</strong> />

38<<strong>br</strong> />

19<<strong>br</strong> />

24<<strong>br</strong> />

52<<strong>br</strong> />

98<<strong>br</strong> />

90<<strong>br</strong> />

6898<<strong>br</strong> />

55<<strong>br</strong> />

48<<strong>br</strong> />

54<<strong>br</strong> />

Myxotrichum cancellatum [AF062811]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron echinulatum [AF062791]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron cerealis [AF062788]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron setiferum [AF062805]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron tenuissimum [AF307773]<<strong>br</strong> />

Myxotrichum setosum [AF062815]<<strong>br</strong> />

55<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2696<<strong>br</strong> />

97 Oidiodendron truncatum [AF307775]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron flavum [AF062792]<<strong>br</strong> />

Oidiodendron griseum [AY618676]<<strong>br</strong> />

Myxotrichum arcticum [AF062810]<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2608<<strong>br</strong> />

Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />

Uncultured ascomycete [AY969487]<<strong>br</strong> />

Fungal sp. [FJ235965]<<strong>br</strong> />

Uncultured Pezizomycotina [DQ273336]<<strong>br</strong> />

Epacris microphylla root associated fungus [AY268205]<<strong>br</strong> />

98<<strong>br</strong> />

Clathrosphaerina zalewskii [EF029222]<<strong>br</strong> />

Lachnum clandestinum [U58636]<<strong>br</strong> />

Helotiales sp. [AM924158]<<strong>br</strong> />

Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />

51


0.1<<strong>br</strong> />

81<<strong>br</strong> />

36<<strong>br</strong> />

38<<strong>br</strong> />

18<<strong>br</strong> />

Phialea strobilina [EF596821]<<strong>br</strong> />

Bisporella citrina [AF335454]<<strong>br</strong> />

Hyalodendriella betulae [EU040232]<<strong>br</strong> />

Rhizoscyphus ericae [AY394907]<<strong>br</strong> />

Mycorrhizal fungal [AY394920]<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2692<<strong>br</strong> />

Leotiomycetes sp. [GQ153126]<<strong>br</strong> />

Ascomycota sp. [FJ039690]<<strong>br</strong> />

Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />

(c)<<strong>br</strong> />

Fig. 2. Evolutionary trees showing the relationships among fungi (a) UFMGCB 2696, (b)<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2608, (c) UFMGCB 2692 and the next fungal sequences present in GenBank<<strong>br</strong> />

databases. The tree was constructed based on the rRNA gene sequence of regions ITS1-<<strong>br</strong> />

5.8S-ITS2 by using the neighbor-joining method. The numbers represent the percentage of<<strong>br</strong> />

1,000 bootstrap replications in which a given <strong>br</strong>anch appeared. The tree was rooted by<<strong>br</strong> />

making Trametes versicolor [AF042324] as outgroup.<<strong>br</strong> />

The other yeast isolates were identified as A. pullulans (isolated from D. anceps),<<strong>br</strong> />

Cryptococcus carnescens (isolated from P. decipiens) and Rhodotorula mucilaginosa (both<<strong>br</strong> />

isolated from A. utricularis). The yeast isolate UFMG-Ant 386 isolated from A. utricularis<<strong>br</strong> />

presented a 34-nucleotide difference (6.8%) from the Antarctic yeast strain CBS 8928<<strong>br</strong> />

(GenBank access number AY033640) and Leucosporidium antarcticum strain CBS5942<<strong>br</strong> />

(GenBank access number AF189906). This strain forms cream-colored colonies on solid<<strong>br</strong> />

media, and the cells are ovoidal to elongate. Fermentation is absent, and the following<<strong>br</strong> />

carbon sources are assimilated: glucose, galactose, L-sorbose, maltose, sucrose, trehalose,<<strong>br</strong> />

lactose, melibiose, melizitose, ethanol, glycerol, erythritol, D-mannitol, D-glucitiol and<<strong>br</strong> />

succinate. Potassium nitrate, sodium nitrite and L-lysine are utilized as nitrogen source.<<strong>br</strong> />

This Antarctic strain is not able to grow at temperatures below 20 o C. Our molecular and<<strong>br</strong> />

physiological results suggest that this yeast strain can represent a new species belonging to<<strong>br</strong> />

the Leucosporidium clade.<<strong>br</strong> />

28<<strong>br</strong> />

45<<strong>br</strong> />

52


Discussion<<strong>br</strong> />

This is the first report about fungi associated with these Antarctic seaweeds. In our study,<<strong>br</strong> />

the number of Antarctic algicolous fungi (75 isolates) was similar to those numbers found<<strong>br</strong> />

associated with Fucus serratus L. (116 isolates), an algal species inhabiting temperate<<strong>br</strong> />

regions (Zuccaro et al. 2003). The prevalent fungal species associated with the seaweeds<<strong>br</strong> />

were G. pannorum (filamentous fungi) and M. australis (yeast). The genus Geomyces<<strong>br</strong> />

belongs to Myxotrichaceae (Ascomycota) and comprises a very small proportion of the<<strong>br</strong> />

fungal biota, with only four known species (Kirk et al. 2001), although with a widespread<<strong>br</strong> />

distribution. G. pannorum is a keratinophilic and psychrophilic species and has a<<strong>br</strong> />

ubiquitous distribution in the soils of Arctic and Antarctic regions (Mercantini et al. 1989).<<strong>br</strong> />

This species is halotolerant (Poole and Price 1971) and moderately cellulolytic<<strong>br</strong> />

(Kuthubutheen and Pugh 1979). According to Arenz et al. (2006), Geomyces spp. generally<<strong>br</strong> />

have the ability to colonize and utilize different carbon sources. Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />

obtained two Geomyces isolates from fresh thalli of F. serratus from a rocky-shore site on<<strong>br</strong> />

the northeastern side of Helgoland Island, Germany. The presence of G. pannorum<<strong>br</strong> />

associated with seaweeds in the Antarctic suggests that this fungus could have an important<<strong>br</strong> />

role in the decomposition and nutrient cycling of these algal species.<<strong>br</strong> />

Fell and Hunter (1968) described the seawater yeast isolates from the Antarctic as M.<<strong>br</strong> />

bicuspidata var. australis. Mendonça-Hagler et al. (1985), on the basis of the reduced<<strong>br</strong> />

intervarietal fertility when crossed with M. bicuspidata var. bicuspidata and the unique<<strong>br</strong> />

habitat in Antarctic seawater, proposed raising the variety australis to the rank of species.<<strong>br</strong> />

This yeast species was also isolated from the stomach of the Antarctic krill Euphausia<<strong>br</strong> />

superba (Donachie and Zdanowski 1998). Our results show that this yeast could be<<strong>br</strong> />

widespread in the Antarctic ecosystem, and the seaweed thalli were described as a new<<strong>br</strong> />

habitat for M. australis.<<strong>br</strong> />

A. utricularis has a very distinct morphology, showing a vesiculous shape with small and<<strong>br</strong> />

delicate thalli, unusual among the dominant robust and larger fronds and thalli present in<<strong>br</strong> />

most species of Antarctic seaweeds. This species also has an inner seawater accumulation<<strong>br</strong> />

that probably works as ballast against pullout by wave action or strong currents,<<strong>br</strong> />

considering that the seaweeds are attached to the pebbles by a minute holdfast. The<<strong>br</strong> />

53


occurrence of M. australis in the inner water of A. utricularis vesicle is noteworthy; the<<strong>br</strong> />

yeast was found in high densities in water vesicles of this alga, and it is probably able to<<strong>br</strong> />

use photosynthetic nutrients released by A. utricularis. Certainly, this is a new and<<strong>br</strong> />

interesting habitat for a yeast species since the yeast is protected inside the alga against the<<strong>br</strong> />

stressful conditions of the environment. The ecological association between M. australis<<strong>br</strong> />

and A. utricularis merits further investigation.<<strong>br</strong> />

We have found two isolates of A. psychrotrophicus. This genus is represented by only this<<strong>br</strong> />

species, which was isolated from Antarctic soil and is related to Thelebolaceae family<<strong>br</strong> />

(Stchigel et al. 2001). According to Arenz et al. (2006), this species appears to be endemic<<strong>br</strong> />

to Antarctica, and our results suggest that this species is able to colonize other natural and<<strong>br</strong> />

living substrates in the Antarctic ecosystem. The species Oidiodendron sp., Penicillium sp.,<<strong>br</strong> />

Phaeosphaeria herpotrichoides, Rhodotorula mucilaginosa Cryptococcus carnescens<<strong>br</strong> />

occurred in low frequencies associated with the seaweeds studied.<<strong>br</strong> />

Species of Geomyces, Penicillium and Oidiodendron were previously found associated with<<strong>br</strong> />

fresh thalli of F. serratus (Zuccaro et al. 2003, 2008). The marine Phaeosphaeria species<<strong>br</strong> />

have been obtained from plants living in beach (Kohlmeyer et al. 1998), and in Antarctica,<<strong>br</strong> />

associated with the grass D. antarctica (Rosa et al. 2009), but uncultured Phaeosphaeria<<strong>br</strong> />

species (P. avenaria, P. nodorum, P. olivavea, and P. orae-maris) were detected in F.<<strong>br</strong> />

serratus thalli by molecular methods (Zuccaro et al. 2008). These species are likely minor<<strong>br</strong> />

components of the fungal communities of these three seaweed species. Fungal sp.<<strong>br</strong> />

UFMGCB 2608 and Helotiales sp. UFMGCB 2692 may belong to common widespread<<strong>br</strong> />

fungi, since their ITS sequences are similar to several unidentified fungi isolated from soils<<strong>br</strong> />

in Europe and Antarctic. Otherwise, these isolates could represent identified fungal groups<<strong>br</strong> />

that are not currently sequenced. More taxonomic and phylogenetic studies are necessary to<<strong>br</strong> />

determine the correct identification of these fungal species. The filamentous fungus<<strong>br</strong> />

Oidiodendron sp. 2696 and the yeast Leucosporidium sp. UFMG-Ant 386 could represent<<strong>br</strong> />

new fungal species and could be endemic to the Antarctic ecosystems.<<strong>br</strong> />

Our work shows that seaweeds in Antarctica are a rich source of fungi. Despite the fact that<<strong>br</strong> />

these fungi have been isolated from living seaweed specimens, most of the fungal isolates<<strong>br</strong> />

are probably saprobes decomposers of organic matter. These fungal species may have an<<strong>br</strong> />

important role in the ecosystem and in organic matter recycling.<<strong>br</strong> />

54


Acknowledgements<<strong>br</strong> />

This study was made possible with financial and logistic support from the Brazilian<<strong>br</strong> />

Antarctic Programme (PROANTAR). It is part of the API activity 403 "MIDIAPI<<strong>br</strong> />

Microbial Diversity of Terrestrial and Maritime ecosystems in Antarctic Peninsula" under<<strong>br</strong> />

the overall coordination of Dr. Vivian H. Pellizari, and contributes to the um<strong>br</strong>ella IPY<<strong>br</strong> />

activities MERGE (Microbiological and Ecological Responses to Global Environmental<<strong>br</strong> />

Changes in Polar Regions), CAML (Census of Antarctic Marine Life) and SCARMarBIN<<strong>br</strong> />

(SCAR-Marine Biodiversity Information Network). The work was financially supported by<<strong>br</strong> />

the Fundação of Amparo the Pesquisa of the Minas Gerais (FAPEMIG) and Conselho<<strong>br</strong> />

Nacional of Desenvolvimento Científico and Tecnológico (CNPq).<<strong>br</strong> />

References<<strong>br</strong> />

Altuschul SF, Madden TL, Schaffer AA, Zhang JH, Zhang Z, Miller W, Lipman DJ (1997)<<strong>br</strong> />

Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of protein database search programs.<<strong>br</strong> />

Nucleic Acids Res 25:3389-3402<<strong>br</strong> />

Arenz BE, Held BW, Jurgens JA, Farrell RL, Blanchette RA (2006) Fungal diversity in<<strong>br</strong> />

soils and historic wood from the Ross Sea Region of Antarctica. Soil Biol Biochem<<strong>br</strong> />

38:3057-3064. doi: 10.1016/j.soilbio.2006.01.016<<strong>br</strong> />

Bugni TS, Ireland CM (2004) Marine-derived fungi: a chemically and biologically diverse<<strong>br</strong> />

group of microorganisms. Nat Prod Rep 21:143-163. doi: 10.1039/ b301926h<<strong>br</strong> />

Charpy-Roubaud C, Sourina A (1990) The comparative estimation of phytoplanktonic,<<strong>br</strong> />

microphytobenthic and macrophytobenthic primary production in the oceans. Mar Microb<<strong>br</strong> />

Food Webs 4:31-57<<strong>br</strong> />

Donachie SP, Zdanowski MK (1998) Potential digestive function of bacteria in krill<<strong>br</strong> />

Euphausia superba stomach. Aquat Microb Ecol 14:129-136<<strong>br</strong> />

Fell JW, Hunter IL (1968) Isolation of heterothallic yeast strains of Metschnikowia<<strong>br</strong> />

Kamienski and their mating reactions with Chlamydozyma Wickerham spp. Antonie van<<strong>br</strong> />

Leeuwenhoek 34:365-376. doi: 10.1007/BF02046459<<strong>br</strong> />

55


Hawksworth DL (2004) Fungal diversity and its implications for genetic resource<<strong>br</strong> />

collections. Stud Mycol 50:9-18<<strong>br</strong> />

Höller U, König GM, Wright AD (1999) Three new metabolites from marine-derived fungi<<strong>br</strong> />

of the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod 62:114-118. doi:<<strong>br</strong> />

10.1021/np980341e<<strong>br</strong> />

Jones EBG, Byrne PJ (1976) Physiology of the Higher Marine Fungi. In Jones EBG (ed)<<strong>br</strong> />

Recent Advances in Aquatic Mycology, Wiley, New York, pp 1-51<<strong>br</strong> />

Kirk PM, Cannon PF, David JC, Stalpers JA (2001) Ainsworth & Bisby’s Dictionary of the<<strong>br</strong> />

Fungi. 19 Ed. CAB International, Wallingford<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer J, Kohlmeyer E (1979). In: Marine Mycology, Academic Press Inc., New York,<<strong>br</strong> />

pp 54-69<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer B (1991) Illustrated key to the filamentous higher<<strong>br</strong> />

marine fungi. Bot Marina 34:1-61<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer B, Eriksson OE (1998) Fungi on Juncus roemerianus.<<strong>br</strong> />

11. More new ascomycetes. Can J Bot 76:467-477<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer (2003) Marine ascomycetes from algae and animal<<strong>br</strong> />

hosts. Bot Marina 46:285-306<<strong>br</strong> />

Kurtzman CP, Fell JW (1998) The yeast: a taxonomic study. 4ª ed. Elsevier Science,<<strong>br</strong> />

Amsterdan<<strong>br</strong> />

Kuthubutheen AJ, Pugh GJ (1979) Effects of temperature and fungicides on<<strong>br</strong> />

Chrysosporium pannorum (Link) Hughes. Antonie Van Leeuwenhoek 45:65-79. doi:<<strong>br</strong> />

10.1007/BF00400780<<strong>br</strong> />

Lachance MA, Bowles JM, Starmer WT, Barker JSF (1999) Kodamaea kakaduensis and<<strong>br</strong> />

Candida tolerans, two new ascomycetous yeasts species from Australian Hibiscus flowers.<<strong>br</strong> />

Can J Microbiol 45:172-177. doi: 10.1139/cjm-45-2-172<<strong>br</strong> />

Höller U, König G, Wright AD (1999) Three new metabolites from marine-derived fungi of<<strong>br</strong> />

the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod 62: 114-118. doi:<<strong>br</strong> />

10.1021/np980341e<<strong>br</strong> />

Mendonça-Hagler LC, Hagler AN, Phaff HJ, Tredick J (1985) DNA relatedness among<<strong>br</strong> />

aquatic yeasts of the genus Metschnikowia and proposal of the species Metschnikowia<<strong>br</strong> />

australis com. nov. Can. J. Microbiol 31:905-909. doi: 10.1139/m85-170<<strong>br</strong> />

56


Mercantini R, Marsella R, Cervellati MC (1989) Kerationphilic fungi isolated from<<strong>br</strong> />

Antarctic soil. Mycopathologia 106:47-52. doi: 10.1007/BF00436926<<strong>br</strong> />

Nedzarek A, Rakusa-Suszczewski S (2004) Decomposition of macroalgae and the release<<strong>br</strong> />

of nutrient in Admiralty Bay, King George Island, Antarctica. Polar Biosc 17: 16-35<<strong>br</strong> />

Poole N, Price P (1971). The occurrence of Chrysosporium pannorum in soils receiving<<strong>br</strong> />

incremental cellulose. Soil Biol Biochem 3:161-166<<strong>br</strong> />

Rosa LH, Vaz ABM, Caligiorne RB, Campolina S, Rosa CA (2009) Endophytic fungi<<strong>br</strong> />

associated with the Antarctic Grass Deschampsia antarctica Desv. (Poaceae). Polar Biol<<strong>br</strong> />

32:161-167. doi: 10.1007/s00300-008-0515-z<<strong>br</strong> />

Stanley SJ (1992) Observation on the seasonal occurrence of marine endophytic and<<strong>br</strong> />

parasitic fungi. Can J Bot 70:2089-2096. doi: 10.1139/b92-259<<strong>br</strong> />

Stchigel AM, Cano J, MacCormack CW (2001) Antarctomyces psychrotrophicus gen. et sp.<<strong>br</strong> />

nov., a new ascomycete from Antarctica. Mycol Res 105:377-382. doi:<<strong>br</strong> />

10.1017/S0953756201003379<<strong>br</strong> />

Tamura K, Dudley J, Nei M, Kumar S (2007) MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics<<strong>br</strong> />

Analysis (MEGA) software version 4.0. Mol Biol Evol 24:1596-1599. doi:<<strong>br</strong> />

10.1093/molbev/msm092<<strong>br</strong> />

White TJ, Bruns TD, Lee SB (1989) Amplification and direct sequencing of fungal<<strong>br</strong> />

ribosomal RNA genes for phylogenetics. In: Innis MA, Gelfand J, Sninsky J, White TJ<<strong>br</strong> />

(eds) PCR protocols: A guide to methods and applications, Academic Press Inc., New<<strong>br</strong> />

York, pp 315-322<<strong>br</strong> />

Wiencke C, Clayton MN, Gomez I, Iken K, Luder UH, Amsler CB, Karsten U, Hanelt D,<<strong>br</strong> />

Bischof K, Dunton K (2007) Life strategy, ecophysiology and ecology of seaweeds in polar<<strong>br</strong> />

waters. Rev Environ Sci Biotechnol 6:96-126. doi: 10.1007/s11157-006-9106-z<<strong>br</strong> />

Yarrow D (1998) Methods for the isolation, maintenance and identification of yeasts. In:<<strong>br</strong> />

Kurtzman CP, Fell JW (eds) The Yeasts: a Taxonomic Study, Elsevier, Amsterdam, pp 77-<<strong>br</strong> />

105<<strong>br</strong> />

Zuccaro A, Mitchell JI (2005) Fungal communities of seaweeds. In Dighton J, White JF,<<strong>br</strong> />

Oudemans P (eds) The fungal community, 3 rd edn, CRC Press, New York, pp 533-579<<strong>br</strong> />

Zuccaro A, Schulz B, Mitchell JI (2003) Molecular detection of ascomycetes associated<<strong>br</strong> />

with Fucus serratus. Mycol Res 107:1451-1466. doi: 10.1017/S0953756203008657<<strong>br</strong> />

57


Zuccaro A, Schoch CL, Spatafora JW, Kohlmeyer J, Draeger S, Mitchell JI (2008)<<strong>br</strong> />

Detection and identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed Fucus<<strong>br</strong> />

serratus. Appl Environ Microbiol 74:931-941. doi: 10.1128/AEM.01158-07.<<strong>br</strong> />

58


5.3. FUNGOS ASSOCIADOS ÀS MACROALGAS DO LITORAL DO PARANÁ<<strong>br</strong> />

A partir dos talos das macroalgas Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii,<<strong>br</strong> />

Gayralia oxysperma, Monostroma sp. e Padina gymnospora coletadas no litoral do Paraná<<strong>br</strong> />

foram obtidos 379 isolados de fungos, destes 301 fungos filamentosos e 78 leveduras<<strong>br</strong> />

(Tabela 2).<<strong>br</strong> />

O complexo Monostroma é composto por macroalgas de talos verdes,<<strong>br</strong> />

monostromático de importância econômica cuja taxonômica, filogenia e biodiversidade<<strong>br</strong> />

ainda não foram bem esclarecidos (Pellizzari et al., 2007). Os gêneros Gayralia,<<strong>br</strong> />

Monostroma e Protomonostroma, Chlorophyta, pertencem a este Complexo, que durante<<strong>br</strong> />

décadas no Brasil foi identificado equivocadamente como Ulvaria (Pellizzari, 2005). Estas<<strong>br</strong> />

macroalgas encontram-se em regiões temperadas e subtropicais e são consideradas<<strong>br</strong> />

tolerantes e facilmente adaptáveis (Pellizzari, 2007). Estas clorofíceas Monostromáticas<<strong>br</strong> />

ocorrem principalmente ao longo da zona entre-marés, com biomassa concentrada nas<<strong>br</strong> />

regiões Sul e Sudeste da costa <strong>br</strong>asileira, concentrando-se em desembocaduras de estuários<<strong>br</strong> />

e manguezais, podendo colonizar também áreas de costões rochosos (Oliveira, 1977).<<strong>br</strong> />

Monostroma nitidum Wittrock apresenta alto valor nutricional, representando uma<<strong>br</strong> />

das algas verdes mais consumidas no Japão (Critchley & Ohno, 1998). Além disso, G.<<strong>br</strong> />

oxysperma está entre as poucas clorofíceas comestíveis apreciadas por seu sabor e valor<<strong>br</strong> />

nutricional (Kida, 1990; Tseng, 1981; Pellizzari et al., 2007). Monostroma sp. e Gayralia<<strong>br</strong> />

oxysperma do Paraná, apresentaram altas concentrações de cálcio, ferro e vitamina C<<strong>br</strong> />

quando comparadas à outras espécies algais comestíveis (Cassolato et al., 2008) como é o<<strong>br</strong> />

caso de Porphyra spp. usada na manufatura do sushi (Pellizzari et al., 2007). Além disto,<<strong>br</strong> />

algas do Complexo Monostroma estão entre poucas clorofíceas comestíveis apreciadas por<<strong>br</strong> />

seu valor nutricional (Acosta, 1977; Kida, 1990; Tseng, 1981).<<strong>br</strong> />

Segundo Pellizzari (2007) Monostroma sp., encontrada no litoral do Paraná,<<strong>br</strong> />

representa possivelmente uma nova espécie de macroalga. Aliado a isto, e ao elevado<<strong>br</strong> />

potencial econômico para as indústrias alimentícias e de cosméticos, (Cassolato et al.,<<strong>br</strong> />

2008; Pellizzari et al., 2008) justifica-se o estudo dos fungos associados, os quais podem<<strong>br</strong> />

exercer interações ecológicas relevantes com esta macroalga.<<strong>br</strong> />

59


Os mangues são conhecidos por a<strong>br</strong>igarem uma associação pouco diversificada e de<<strong>br</strong> />

menor riqueza específica de algas. Nestes ambientes dominam espécies de algas<<strong>br</strong> />

denominadas “Bostrychietum” encontradas principalmente so<strong>br</strong>e pneumatóforos. Dentre as<<strong>br</strong> />

algas mais frequentes desta comunidade destacam-se Bostrychia ssp. e Caloglossa<<strong>br</strong> />

leprieurii. Os gêneros Bostrychia e Caloglossa (Rhodophyceae) são amplamente<<strong>br</strong> />

distribuídos nos ambientes tropicais e temperados ao redor do mundo. B. radicans é uma<<strong>br</strong> />

das espécies mais difundidas do gênero (Zucarello & West, 2006). Habitam costões<<strong>br</strong> />

rochosos e manguezais apresentando características peculiares para tolerância de diferentes<<strong>br</strong> />

níveis de incidência de luz solar, salinidade, temperatura, nível de nutriente, períodos de<<strong>br</strong> />

imersão/dessecação e intensidade do embate de ondas (De Oliveira, 2009). Sendo sua<<strong>br</strong> />

fisiologia amplamente estudada no que se refere à tolerância de variação de salinidade e à<<strong>br</strong> />

biogeografia (Zucarello & West, 2003; Cunha & Costa, 2002). No trabalho realizado por<<strong>br</strong> />

King (1990) em manguezais de Nova Guiné, constatou-se a associação de macroalgas<<strong>br</strong> />

"Bostrychia-Caloglossa". Esta também observada em trabalho realizado no Estado do<<strong>br</strong> />

Maranhão (Caridade & Ferreira-Correa, 2007), e no presente trabalho.<<strong>br</strong> />

De acordo com Yokoya et al. (1999), as macroalgas Bostrychia radicans e Caloglossa<<strong>br</strong> />

spp. são típicas de regiões de mangue, têm seu desenvolvimento bastante comprometido com as<<strong>br</strong> />

variações temporal e espacial relacionadas aos fatores ambientais, tais como, temperatura,<<strong>br</strong> />

níveis de maré e tolerância a tempo de emersão. Segundo os autores, a variação de salinidade é<<strong>br</strong> />

um fator determinante para a maioria das espécies. Os mesmos observaram ainda, que houve<<strong>br</strong> />

alta na diversidade de espécies devido ao aumento de sedimentos com nutrientes de esgoto<<strong>br</strong> />

doméstico.<<strong>br</strong> />

Caloglossa leprieurii é amplamente difundida nos ambientes de clima tropical e<<strong>br</strong> />

subtropical (Taylor, 1960). É especialmente abundante em ambiente estuarino (Caridade &<<strong>br</strong> />

Ferreira-Correa, 2007, Kamiya et al., 2004), mas também pode ser encontrada em costões<<strong>br</strong> />

rochosos, apresentando características similares aos do gênero Bostrychia (Caridade &<<strong>br</strong> />

Ferreira-Correa, 2007).<<strong>br</strong> />

Nos costões rochosos as comunidades algais são bastante ricas e diversificadas. As<<strong>br</strong> />

algas pardas, Phaeophyceae, são 99% representadas por espécies marinhas. No Brasil as<<strong>br</strong> />

algas pardas estão representadas por 88 táxons infragenéricos agrupados em 39 gêneros e<<strong>br</strong> />

oito ordens (Horta et al., 2001). Padina gymnospora é amplamente difundida no Brasil e<<strong>br</strong> />

60


em termos mundiais. Sendo alvo de estudos devido à sua importância ecológica e<<strong>br</strong> />

características bioquímicas, incluindo a sua alta capacidade de acumular metais pesados,<<strong>br</strong> />

como zinco (Salgado et al., 2005), e utilizada como bioindicador (Amando et al., 1996).<<strong>br</strong> />

61


Tabela 2. Número de isolados de fungos obtidos das espécies de macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />

litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />

Espécie de macroalga N° de isolados<<strong>br</strong> />

de leveduras<<strong>br</strong> />

Gayralia oxyperma (Kützing) Vinogradova ex<<strong>br</strong> />

Scagel et al.<<strong>br</strong> />

N° de isolados de<<strong>br</strong> />

fungos filamentosos<<strong>br</strong> />

N° total<<strong>br</strong> />

de fungos<<strong>br</strong> />

19 123 142<<strong>br</strong> />

Monostroma sp. 28 68 96<<strong>br</strong> />

Bostrychia radicans (Montagne) Montagne 18 39 57<<strong>br</strong> />

Padina gymnospora (Kutzing) Sonder. 13 24 37<<strong>br</strong> />

Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens 0 47 47<<strong>br</strong> />

Total geral 78 301 379<<strong>br</strong> />

Os isolados de leveduras algícolas obtidos foram agrupados em morfoespécies a<<strong>br</strong> />

partir de suas características fisiológicas e morfológicas ou pelo polimorfismo genético<<strong>br</strong> />

utilizando o iniciador M13. Após o agrupamento (dados não mostrados), um representante<<strong>br</strong> />

de cada morfoespécie foi identificado por meio sequenciamento dos domínios D1/D2 do<<strong>br</strong> />

rRNA gene. Associados as macroalgas do litoral do Paraná foram identificados as espécies<<strong>br</strong> />

de leveduras dos gêneros Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum,<<strong>br</strong> />

Hanseniaspora, Hortaea, Pichia, Rhodotorula e Trichosporon (Tabela 3). Todas as<<strong>br</strong> />

espécies encontradas são leveduras frequentemente isoladas de águas continentais e<<strong>br</strong> />

marinhas, e/ou associadas com plantas. Nenhuma das espécies pode ser considerada como<<strong>br</strong> />

especifica das algas estudadas, e provavelmente representam uma biota leveduriforme<<strong>br</strong> />

transitória destas algas, sendo de fonte alóctone. Estes resultados diferem dos encontrados<<strong>br</strong> />

por Loque et al. (2009), que encontraram uma espécie de levedura, Metschnikowia<<strong>br</strong> />

australis, prevalentemente associada com algas do litoral da Antártica.<<strong>br</strong> />

Os fungos filamentosos associados às espécies de macroalgas do litoral do Paraná<<strong>br</strong> />

não puderam ser identificados até o momento (Figura 5). Entretanto, estes isolados estão<<strong>br</strong> />

em fase de agrupamento a partir de suas características morfológicas e um representante de<<strong>br</strong> />

cada morfoespécie será identificado por meio das técnicas de biologia molecular.<<strong>br</strong> />

62


Tabela 3. Identificação das leveduras associadas às macroalgas coletadas no litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />

Espécie de macroalga UFMGCB a Espécie mais próxima Identidade<<strong>br</strong> />

máxima (%)<<strong>br</strong> />

Identificação Número de<<strong>br</strong> />

isolados<<strong>br</strong> />

Bostrychia radicans Bos6.2 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 6<<strong>br</strong> />

Bos1.4 Debaryomyces hansenii 97 D. hansenii 1<<strong>br</strong> />

Bos10.6 Hanseniaspora uvarum 99 H. uvarum 1<<strong>br</strong> />

Bos1.2 Rhodotorula mucilaginosa 95 Rhodotorula sp. 2<<strong>br</strong> />

Gayralia oxysperma Gay9A1 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 10<<strong>br</strong> />

Gay18B1 Cystofilobasidium bisporidii 98 C. bisporidii 2<<strong>br</strong> />

Gay5A1 Pichia sp. 96 Pichia sp. 1<<strong>br</strong> />

Gay7A1 Trichosporon multisporum 98 T. multisporum 1<<strong>br</strong> />

Monostroma sp. G6B1 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 12<<strong>br</strong> />

Ma20b1 Debaryomyces hansenii 99 D. hansenii 1<<strong>br</strong> />

G7b1 Geotrichum silvicola 98 G. silvicola 1<<strong>br</strong> />

G4b1 Hanseniaspora uvarum 99 H. uvarum 1<<strong>br</strong> />

Me6m1 Hortaea werneckii 98 H. werneckii 2<<strong>br</strong> />

Ma14 Pichia guilliermondii 96 Pichia sp. 1<<strong>br</strong> />

G2a1 Rhodosporidium diobovatum 97 Rhodosporidium sp. 1<<strong>br</strong> />

Ma4b1 Rhodotorula mucilaginosa 99 R. mucilaginosa 5<<strong>br</strong> />

Padina gymnospora Pad2a1 Rhodotorula mucilaginosa 98 R. mucilaginosa 4<<strong>br</strong> />

Pad4.a1 Candida parapsilosis 96 Candida sp. 5<<strong>br</strong> />

Pad28b.1 Cystofilobasidium bisporidii 95 Cystofilobasidium sp. 2


Identificação realizada utilizando a busca no banco de seqüência BLASTn a partir da amplificação dos domínios D1/D2 do rRNA<<strong>br</strong> />

gene. a Coleção de Culturas de Microrganismos e Células da Universidade Federal da Minas Gerais.<<strong>br</strong> />

64


Figura 5. Exemplos de isolados de fungos filamentosos obtidos das espécies de macroalgas<<strong>br</strong> />

coletadas no litoral do estado do Paraná.


6. CONCLUSÃO INTEGRADA<<strong>br</strong> />

• Os resultados obtidos neste trabalho representam o primeiro estudo de fungos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas do litoral do Paraná e Antártica. Tal informação contribui<<strong>br</strong> />

para o conhecimento da riqueza de espécies e distribuição destes fungos e sua<<strong>br</strong> />

associação com seus respectivos hospedeiros.<<strong>br</strong> />

• A riqueza de isolados encontrada no litoral do Paraná demonstra que as macroalgas<<strong>br</strong> />

da região constituem reservatórios promissores para o isolamento de fungos<<strong>br</strong> />

marinhos. Esta grande diversidade de fungos encontrados pode estar relacionada às<<strong>br</strong> />

condições ambientais onde foram coletadas as algas tais como salinidade,<<strong>br</strong> />

temperatura, pH e disponibilidade de nutrientes.<<strong>br</strong> />

• As macroalgas da Antártica apresentaram uma baixa riqueza de espécies; entretanto<<strong>br</strong> />

alguns fungos encontrados constituem potenciais espécies novas e espécies<<strong>br</strong> />

endêmicas da região.<<strong>br</strong> />

• Os resultados obtidos demonstram que macroalgas constituem uma fonte atrativa<<strong>br</strong> />

para obtenção de fungos marinhos, os quais podem ser utilizados como modelos<<strong>br</strong> />

para estudos taxonômicos, ecológicos, evolutivos e aplicações biotecnológicas.<<strong>br</strong> />

66


7. PERSPECTIVAS<<strong>br</strong> />

Os resultados obtidos neste estudo a<strong>br</strong>em diferentes linhas de continuidade de estudos.<<strong>br</strong> />

Dentre elas, é possível destacar:<<strong>br</strong> />

• A descrição das possíveis novas espécies encontradas associadas às macroalgas da<<strong>br</strong> />

Antártica.<<strong>br</strong> />

• A realização de novas coletas para avaliar o grau de endemismo das espécies<<strong>br</strong> />

encontradas em associação com as macroalgas da Antártica, distribuição geográfica<<strong>br</strong> />

das espécies encontradas através de diferentes pontos amostrais da região.<<strong>br</strong> />

• Melhorar a logística de coleta para aumentar o número de amostras das espécies de<<strong>br</strong> />

macroalgas e utilização de índices ecológicos para estimar a diversidade de espécies<<strong>br</strong> />

de fungos algícolas da região.<<strong>br</strong> />

• Realizar novos levantamentos com a caracterização de fungos associados à<<strong>br</strong> />

macroalgas presentes no Atlântico Sul até a Antártica.<<strong>br</strong> />

• Utilizar os fungos algícolas obtidos e devidamente depositados em uma coleção de<<strong>br</strong> />

culturas como fontes de produtos biotecnológicos; seja para obtenção de moléculas<<strong>br</strong> />

bioativas ou na degradação de matéria orgânica e poluentes.<<strong>br</strong> />

67


8. ANEXOS<<strong>br</strong> />

Artigo submetido<<strong>br</strong> />

• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Fungal<<strong>br</strong> />

community associated with seaweeds from Antarctica, submetido à Revista Polar<<strong>br</strong> />

Biology (julho de 2009).<<strong>br</strong> />

Resumos expandidos publicados em anais de congressos<<strong>br</strong> />

• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Marine<<strong>br</strong> />

fungi associated to seaweeds from King George Island, Antarctic Peninsula. In: XI<<strong>br</strong> />

Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental, 2008, Fortaleza. XI Encontro<<strong>br</strong> />

Nacional de Microbiologia Ambiental, 2008.<<strong>br</strong> />

• Rosa, LH., Vaz ABM, Vieira MLA, Loque CP, Medeiros AO, Brandão LR,<<strong>br</strong> />

Santiago IF, Gonçalves VN, Pellizari FM, Oliveira EC, Caligiorne RB, Campolina<<strong>br</strong> />

S, Zani CL & Rosa CA. Fungos em amostras na Antártica: diversidade e aplicações<<strong>br</strong> />

tecnológicas. In: XVI Simpósio Brasileiro So<strong>br</strong>e Pesquisas Antárticas, 2008, São<<strong>br</strong> />

Paulo.<<strong>br</strong> />

Resumos publicados em anais de congressos<<strong>br</strong> />

• Casarino JE, Loque CP, Kozovits AR, Sanches MC, Rosa LH. Parâmetros<<strong>br</strong> />

ecofisiológicos foliares em resposta a diferenças de luminosidade dentro da copa de<<strong>br</strong> />

Eremanthus erythropappus. In: 59 Congresso Nacional de Botânica, 2008, Natal,<<strong>br</strong> />

RN, 2008.<<strong>br</strong> />

Resumos publicados em anais de fórum<<strong>br</strong> />

• Loque, CP, Casarino, JE, Santiago, IF, Kosovits, AR & Rosa, LH. “Abundância de<<strong>br</strong> />

fungos endofíticos em diferentes estratos Eremanthus erythropappus Macleish”. IV<<strong>br</strong> />

Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de Microbiologia do<<strong>br</strong> />

Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, no dia 14<<strong>br</strong> />

de maio de 2008.<<strong>br</strong> />

68


• Loque, CP, Medeiros, AO, Pellizzari, FM, Oliveira, EC, Rosa, CA & Rosa, LH.,<<strong>br</strong> />

“Diversidade de fungos associados às macroalgas presentes em ecossistema<<strong>br</strong> />

Antártico”. IV Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de<<strong>br</strong> />

Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de<<strong>br</strong> />

Minas Gerais, no dia 14 de maio de 2008.<<strong>br</strong> />

Resumos publicados em anais de workshop<<strong>br</strong> />

• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Marine<<strong>br</strong> />

fungi associated to seaweeds from King George Island, Antarctic Peninsula.<<strong>br</strong> />

Elaboração de aula e palestra<<strong>br</strong> />

• Aula teórico-prática para a disciplina Métodos e Técnicas em Coletas de Campo,<<strong>br</strong> />

para o curso de Ciências Biológicas Bacharelado. Com o tema “Mergulho<<strong>br</strong> />

Científico”, realizado na UFOP no dia 5 de junho de 2009.<<strong>br</strong> />

• Palestra para alunos da disciplina Esporte e Ecologia do Curso de Educação Física<<strong>br</strong> />

da Faculdade Estácio de Sá, Belo Horizonte. Com o tema “Mergulho e Ecologia”.<<strong>br</strong> />

Realizada na Mar A Mar, Escola de Mergulho no dia 30 de maio de 2009<<strong>br</strong> />

• Aula para a disciplina Microbiologia Ambiental, CBI 251 (UFOP), para o curso de<<strong>br</strong> />

Ciências Biológicas Bacharelado, 2° semestre de 2008. Com o tema “Fungos<<strong>br</strong> />

associados à macroalgas”.<<strong>br</strong> />

Participação em minicurso<<strong>br</strong> />

• Medidas de Fotossíntese: Teoria e Prática na Fisiologia de Macroalgas, durante o II<<strong>br</strong> />

Workshop de Novos Bioativos de Macroalgas. Manejo e Cultivo, Conservação,<<strong>br</strong> />

Biotecnologia e Técnicas de Bioatividade. Realizado na cidade de Ilha Bela, SP,<<strong>br</strong> />

durante os períodos de 26 a 29 de julho de 2009, com carga horária de 6 horas.<<strong>br</strong> />

Participação em eventos<<strong>br</strong> />

• II Workshop de Novos Bioativos de Macroalgas. Manejo e Cultivo, Conservação,<<strong>br</strong> />

Biotecnologia e Técnicas de Bioatividade. Realizado na cidade de Ilha Bela, SP,<<strong>br</strong> />

durante os períodos de 26 a 29 de julho de 2009.<<strong>br</strong> />

69


• XI Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental. Realizado na cidade de<<strong>br</strong> />

Fortaleza, CE, de 04 a 07 de novem<strong>br</strong>o de 2008.<<strong>br</strong> />

• IV Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de Microbiologia do<<strong>br</strong> />

Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, no dia 14<<strong>br</strong> />

de maio de 2008. Carga horária 7 horas.<<strong>br</strong> />

Bolsista CAPES REUNI<<strong>br</strong> />

Discente responsável pela disciplina Métodos e Técnicas em Coletas de Campo,<<strong>br</strong> />

para o curso de Ciências Biológicas Bacharelado, UFOP, 1°semestre 2009.<<strong>br</strong> />

70


9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />

Acosta, JP. 1977. Nom<strong>br</strong>es vulgares y usos de las algas en el Perú. Univ. Nacional Mayor<<strong>br</strong> />

de San Marcos, serie de divulgación, v.7, p.1-9.<<strong>br</strong> />

Amado, GM; Karez, CS; Pfeiffer, WC; Yoneshigue-Valentin, Y. 1996. Accumulation,<<strong>br</strong> />

effects on growth, and localization of zinc in Padina gymnospora (Dictyotales,<<strong>br</strong> />

Phaeophyceae). Hydrobiologia, v.326-27, p.574.<<strong>br</strong> />

Caridade, E; Ferreira-Correia, MM. 2007. Taxonomia das macroalgas dos manguezais da<<strong>br</strong> />

baía de Turiaçu, Estado do Maranhão. Brasil. Bol do Lab de Hidrobiologia, v.20, p.39-<<strong>br</strong> />

52.<<strong>br</strong> />

Cassolato, J; Noseda, M; Pujol, C; Pellizzari, FM; Damonte, E; Duarte, ME. 2008.<<strong>br</strong> />

Chemical structure and antiviral activity of the sulfated heterorhamnan isolated from<<strong>br</strong> />

the green seaweed Gayralia oxysperma. Carbohydrate Research, v.343, p.3085 – 3095.<<strong>br</strong> />

Clarke, A. 2003. Evolution, adaptation and diversity: global ecology in an Antarctic<<strong>br</strong> />

context. Ant. Biol in a Global Context, p. 3-17.<<strong>br</strong> />

Clayton, MN. 1994. Evolution of the Antarctic benthic algal flora. J Phycol, v.30, p.897–<<strong>br</strong> />

904.<<strong>br</strong> />

Critchley, A. & Ohno, M. 1998. Seaweed Resources of the World. JICA. Instituto Adolpho<<strong>br</strong> />

Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. Normas analíticas. 3º Ed.<<strong>br</strong> />

São Paulo, 317 p.<<strong>br</strong> />

Cunha, SR & Costa, CSB. 2002. Gradientes de salinidade e freqüência de analagamento<<strong>br</strong> />

como determinantes da distribuição e biomassa de macroalgas associadas a troncos de<<strong>br</strong> />

manguezais na Baía de Babitonga, SC. Facimar, v.6, p.93-102.<<strong>br</strong> />

De Barros Lopes, M; Soden, A; Henschke, PA; Langridge, P. 1996. PCR differentiation of<<strong>br</strong> />

commercial yeast strains using intron splice site primers. Appl. Environ. Microbiol,<<strong>br</strong> />

v.62, p.4514-4520.<<strong>br</strong> />

De Oliveira, AL. 2009. Avaliação química e biológica de espécimens de Bostrychia<<strong>br</strong> />

radicans(Rhodomelaceae). Ribeirão Preto, 88 p.<<strong>br</strong> />

Fenical, W. 1997. Marine Biotechnol, v.15, p.39-341.<<strong>br</strong> />

Hawksworth, DL. 2004. Fungal diversity and its implications for genetic resource<<strong>br</strong> />

collections. Stud Mycol, v.50, p.9-18.<<strong>br</strong> />

71


Hawksworth, DL. 1991. The fungal dimension of biodiversity: magnitude, significance,<<strong>br</strong> />

and conservation. Mycological Research, v.95, p.641-655.<<strong>br</strong> />

Höller, U; König, G; Wright, AD. 1999. Three new metabolites from marine-derived fungi<<strong>br</strong> />

of the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod, v.62, p.114-118.<<strong>br</strong> />

Horta, PA; Amancio, E; Coim<strong>br</strong>a, CS; Oliveira, EC. 2001. Considerações so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

distribuição e origem da flora de macroalgas marinhas <strong>br</strong>asileiras. Hoehnea, v.328,<<strong>br</strong> />

p.243-265.<<strong>br</strong> />

Hyde, KD & Frohlich, J. 1998. Fungi from palms XXXVII. The genus Astrosphaeriella,<<strong>br</strong> />

including ten new species. Sydowia, v.50, p.81-132.<<strong>br</strong> />

Hyde, KD, 2002. Fungi in marine environments. Fungal Diversity Press, Hong Kong, 397p.<<strong>br</strong> />

Jones, EBG. 1995. Ultrastructure and taxonomy of the aquatic ascomycetous order Halosphaeriales.<<strong>br</strong> />

Can. J. Bot, v.73, p.801.<<strong>br</strong> />

Jones, EBG; Byrne, PJ. 1976. Physiology of the Higher Marine Fungi. Recent Advances in<<strong>br</strong> />

Aquatic Mycology, Wiley, New York, p.51.<<strong>br</strong> />

Kamiya, M; Zuccarello, GC; West, JA. 2004. Phylogeography of Caloglossa leprieurii and<<strong>br</strong> />

related species (Delesseriaceae, Rhodophyta) based on the rbcL gene sequences. The<<strong>br</strong> />

Japa J of Phyc, v.52 , p.147-15.<<strong>br</strong> />

Kida, W. 1990. Culture of seaweeds Monostroma. Mar. Behav. Physiol, v.16, p.109-131.<<strong>br</strong> />

King, RJ. 1990. Macroalgae associated with the mangrove vegetation of Papua New<<strong>br</strong> />

Guinea. Bot.Marina, v.33, p.55-62.<<strong>br</strong> />

Klemke, C; Kehraus, S; Wright, AD; Konig, GM. 2004. New secondary metabolites from<<strong>br</strong> />

the marine endophytic fungus Apiospora montagnei. J of Nat Prod v. 67, p.1058-1063.<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer, J & Kohlmeyer, E. 1979. Marine mycology. The higher fungi. Acad Press,<<strong>br</strong> />

New York, p. 690.<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer, J & Volkmann-Kohlmeyer, B. 1991. Illustrated key to the filamentous higher<<strong>br</strong> />

marine fungi. Bot Marina, v.34, p.1-61.<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer, J & Volkmann-Kohlmeyer. 2003. Marine ascomycetes from algae and animal<<strong>br</strong> />

hosts. Bot. Marina, v.46, p.285-306.<<strong>br</strong> />

Kohlmeyer, J. 1974. Higher fungi as parasites and symbionts of algae. Veröff. Inst.<<strong>br</strong> />

Meeresforsch. Bremenh, v.5, p.339-356.<<strong>br</strong> />

72


Kohlmeyer, J; Volkmann-Kohlmeyer, B; Eriksson, OE. 1998. Fungi on Juncus<<strong>br</strong> />

roemerianus. More new ascomycetes. Can J Bot, v.76, p.467-477.<<strong>br</strong> />

Konig, GM & Wright, AD. 1999. Trends in marine biotechnology. In: Drug Discovery<<strong>br</strong> />

from Nature. Berlin, p.180-187.<<strong>br</strong> />

Kurtzman, CP; Fell, JW. 1998. The yeast: a taxonomic study. Elsevier Science, Amsterdan<<strong>br</strong> />

ed4.<<strong>br</strong> />

Lachance, MA; Bowles, JM; Starmer, WT; Barker, JSF.1999. Kodamaea kakaduensis and<<strong>br</strong> />

Candida tolerans, two new ascomycetous yeasts species from Australian Hibiscus<<strong>br</strong> />

flowers. Can J Microbiol, v.45, p.172-177.<<strong>br</strong> />

Lana, PC; Marone, E; Lopes, RM; Machado, EC. 2001. The Subtropical Estuarine<<strong>br</strong> />

Complex of Paranaguá Bay, Brazil. Coastal Marine Ecossystems of Latin América,<<strong>br</strong> />

v.144, p.131-145.<<strong>br</strong> />

Lee, SM; Li, XF; Jiang, H; Cheng, JG; Seong, S; Choi, HD. 2003. Terreusione, a novel<<strong>br</strong> />

UV-A protecting dipyrroloquinone from the marine algicolous fungus Aspergillus<<strong>br</strong> />

terreus. Tetrahedron Letters, v. 44, p.707-710.<<strong>br</strong> />

Libkind, D; Brizzio, S; Ruffini, A; Gadanho, M; Broock, M; Sampaio, JP. 2003. Molecular<<strong>br</strong> />

characterization of carotenogenic yeast from aquatic environments in Patagonia,<<strong>br</strong> />

Argentina. Antonie van Leewenhoek, v.84, p.313-322.<<strong>br</strong> />

Loque, CP, Medeiros, AO, Pellizzari, F, Oliveira, EC, Rosa, CA, Rosa, LH. 2009. Fungal<<strong>br</strong> />

community associated with seaweeds from Antarctica. Rev Polar Biology (Artigo<<strong>br</strong> />

submetido).<<strong>br</strong> />

Moss, ST & Ross, IK. 1987. Marine Mycology. The Biology of Marine Fungi. Science,<<strong>br</strong> />

v.237, p. 543-544.<<strong>br</strong> />

Oliveira, EC. 1977. Algas marinhas bentônicas do Brasil. Tese de livre docência. São<<strong>br</strong> />

Paulo.<<strong>br</strong> />

Oliveira, EC; Absher, TM; Pellizzari, FM; Oliveira, MC. 2009. The seaweed flora of<<strong>br</strong> />

Admiralty Bay, King George Island, Antarctic. Polar Biol, v.663, p.1-9.<<strong>br</strong> />

Osterhage, C. 2001. Isolation, structure deterination and biological activity assessment of<<strong>br</strong> />

secondary metabolites from marine-derived Fungi, 185 p.<<strong>br</strong> />

Osterhage, C; Konig, GM; Holler, U; Wright, AD. 2002. Rare sesquiterpenes from the<<strong>br</strong> />

algicolous fungus Drechslera dematioidea. J of Nat Prod, v.65, p.306-313.<<strong>br</strong> />

73


Pellizzari, FM. 2005. Desenvolvimento das bases biológicas e de técnicas para o cultivo de<<strong>br</strong> />

algas verdes de talo monostromático (Chlorophyta) no litoral do Paraná, Sul do Brasil.<<strong>br</strong> />

Tese apresentada ao Instituto de Biociências da universidade de São Paulo, 202 p.<<strong>br</strong> />

Pellizzari, FM. 2007. Cultivo de clorofíceas monostromáticas comestíveis no Sul do Brasil:<<strong>br</strong> />

descrição, biologia molecular da(s) espécie(s), estudo de potencial de mercado,<<strong>br</strong> />

recrutamento e crescimento em diferentes sistemas, 70p.<<strong>br</strong> />

Pellizzari, FM; Oliveira, E; Yokoya, N. 2008. Life-history, thallus ontogeny, and the effects<<strong>br</strong> />

of temperature, irradiance and salinity on the growth of the edible green seaweed<<strong>br</strong> />

Gayralia oxysperma anda Monostroma sp. (Chlorophyta) from Southern Brazil. J of<<strong>br</strong> />

Applied Phyc, v.20, p.75-82.<<strong>br</strong> />

Pellizzari, FM; Oliveira, EC; Yokoya, NS. 2006. Coverage and recruitment of the edible<<strong>br</strong> />

Green macroalga sp. (Monostromataceae) in Paranaguá Bay, Southern Brazil. J of<<strong>br</strong> />

Coastal Res, Itajaí, SC, Brazil, p.157 – 159.<<strong>br</strong> />

Pellizzari, FM; Yokoya, N; Oliveira, EC. 2007. Cultivation of the edible green<<strong>br</strong> />

monostromatic seaweeds (Chlorophyta) in southern Brazil. J of Applied Phyc, v.19,<<strong>br</strong> />

p.63-69.<<strong>br</strong> />

Rakusa-Suszczewski, S. 1980. Environmental conditions and the functioning of Admiralty<<strong>br</strong> />

Bay (South Shetland Islands) as a part of the near shore Antarctic ecosystem. Pol Polar<<strong>br</strong> />

Res, v.1, p.11–27.<<strong>br</strong> />

Rosa LH, Vaz ABM, Caligiorne RB, Campolina S, Rosa CA. 2009. Endophytic funig<<strong>br</strong> />

associated with the Antarctic Grass Deschampsia antarctica Desv. (Poaceae). Polar<<strong>br</strong> />

Biol, v.32, p.161-167.<<strong>br</strong> />

Salgado, LT; Andrade, LR; Amado Filho, GM. 2005. Localization of specific<<strong>br</strong> />

monosaccharides in cells of the <strong>br</strong>own alga Padina gymnospora and the relation to<<strong>br</strong> />

heavy-metal accumulation. Protoplasma, v.255, p.123-128.<<strong>br</strong> />

Schulz, B; Boyle, C; Draeger, S; Römmert, A; Kroun, K. 2002. Endophytic fungi: a source<<strong>br</strong> />

of novel biologically active secondary metabolites. Mycol Res, v.106, p.996-1004.<<strong>br</strong> />

Simões, JC; Arigony-Neto, J; Bremer, UF. 2004. O uso de mapas antárticos em<<strong>br</strong> />

publicações. Pesqui Antart Bras, v.4, p.191–197.<<strong>br</strong> />

Stanley, SJ. 1992. Observation on the seasonal occurrence of marine endophytic and<<strong>br</strong> />

parasitic fungi. Can J Bot, v.70, p. 89-96.<<strong>br</strong> />

74


Sutherland, GK. 1915a: New marine fungi on Pelvetia. New Phytol, v.14, p.33-42.<<strong>br</strong> />

Sutherland, GK. 1915b: Additional notes on marine Pyrenomycetcs. New Phytol, v.14,<<strong>br</strong> />

p.83-193.<<strong>br</strong> />

Sutherland, GK. 1915c: New marine Pyrenomycetes. Trans. Brit. Mycol. Soc, v.5, p.147-<<strong>br</strong> />

55.<<strong>br</strong> />

Sutherland, GK. 1916a: Marine Fungi Impcrfccti. New Phytol, v.15, p.35-48.<<strong>br</strong> />

Sutherland, GK. 1916b: Additional notes on marine Pyrenomycetes. Trans. Brit. Mycol.<<strong>br</strong> />

Soc, v.5, p.257-263.<<strong>br</strong> />

Széchy, MTM; Paula, EJ. 2000. Macroalgas associadas a bancos de Sargassum C. Agardh<<strong>br</strong> />

(Phaeophyta-Fucales) do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil.<<strong>br</strong> />

Hoehnea, v. 27, p.235-257.<<strong>br</strong> />

Tamura, K; Dudley, J; Nei, M; Kumar, S. 2007. MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics<<strong>br</strong> />

Analysis (MEGA) software version 4.0. Mol Biol Evol, v.24, p.1596-1599.<<strong>br</strong> />

Taylor, WR. 1960. Marine algae of the eastern tropical and subtropical coasts of the<<strong>br</strong> />

Americas. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 870p.<<strong>br</strong> />

Tseng, CK. 1981. Commercial cultivation. The Biology of seaweeds. Blackwell Scientific<<strong>br</strong> />

Publ. Oxford, p.680-725.<<strong>br</strong> />

Vincent, WF. 2000. Evolutionary origins of Antarctic microbiota: invasion, selection and<<strong>br</strong> />

endemism. Antarctic Science. Cam<strong>br</strong>idge Univ Press v.12, p.374-385.<<strong>br</strong> />

White, TJ; Bruns, TD; Lee, SB. 1990 Amplification and direct sequencing of fungal<<strong>br</strong> />

ribosomal RNA genes for phylogenetics. PCR protocols: A guide to methods and<<strong>br</strong> />

applications, Acad Press Inc., New York, p. 315-22.<<strong>br</strong> />

Wiencke, C & Clayton, MN. 2002. Antarctic seaweeds. Wa¨gele JW (ed) Synop of the<<strong>br</strong> />

Antarctic Benthos. ARG Gantner, Ruggell.<<strong>br</strong> />

Wiencke, C; Clayton, MN; Gomez, I; Iken, K; Luder, UH; Amsler, CB. 2007. Life strategy,<<strong>br</strong> />

ecophysiology and ecology of seaweeds in polar waters. Rev Environ Sci Biotechnol,<<strong>br</strong> />

v.6, p.96-126.<<strong>br</strong> />

Wynn-Williams, DD. 1996. Response of pioneer soil microalgal colonists to environmental<<strong>br</strong> />

change in Antarctica. Microb. Ecol v.31, p.177-188.<<strong>br</strong> />

Yarrow, D. 1998. Methods for the isolation, maintenance and identification of yeasts. The<<strong>br</strong> />

Yeasts: a Taxonomic Study, Elsevier, Amsterdam, p 77-105.<<strong>br</strong> />

75


Yokoya, NS; Plastino, EM; Braga MRA, Fujii, MT, Cordeiro-Marino, M. 1999. Temporal<<strong>br</strong> />

and spatial variations in the structure of macroalgal communities associated with<<strong>br</strong> />

mangrove trees of Ilha do Cardoso, São Paulo state, Brazil. Rev Bras de Bot, v.22,<<strong>br</strong> />

p.195-204.<<strong>br</strong> />

Zuccarello, GC & West, JA. 2003. Multiple cryptic species: molecular diversity and<<strong>br</strong> />

reproductive isolation in the Bostrychia radicans/Bostrychia moritziana<<strong>br</strong> />

complex(Rhodomelaceae, Rhodophyta) with focus on north american isolates. J of<<strong>br</strong> />

Phyco, v.39, p.948-959.<<strong>br</strong> />

Zuccarello, GC & West, JA. 2006. Molecular phylogeny of the subfamily Bostrychioideae<<strong>br</strong> />

(Ceramiales, Rhodophyta):subsuming Stictosiphonia and highlighting polyphyly in<<strong>br</strong> />

species of Bostrychia. Phyc, v.45, p.24-36.<<strong>br</strong> />

Zuccaro, A & Mitchell, JI. 2005. Fungal communities of seaweeds. The fungal community,<<strong>br</strong> />

CRC Press, New York, p. 533-579.<<strong>br</strong> />

Zuccaro, A; Schoch, CL; Spatafora, JW; Kohlmeyer, J; Draeger, S. 2008. Detection and<<strong>br</strong> />

identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed Fucus serratus.<<strong>br</strong> />

Appl Environ Microbiol, v.74, p.931-941.<<strong>br</strong> />

Zuccaro, A; Schoch, CL; Spatafora, JW; Kohlmeyer, J; Draeger, S; Mitchell, JI. 2008.<<strong>br</strong> />

Detection and identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed<<strong>br</strong> />

Fucus serratus. Appl Environ Microbiol, v.74, p. 931-941.<<strong>br</strong> />

Zuccaro, A; Schulz, B; Mitchell, JI. 2003. Molecular detection of ascomycetes associated<<strong>br</strong> />

with Fucus serratus. Mycol Res, v.107, p.1451-1466.<<strong>br</strong> />

76

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!