Download - Biomas.ufop.br - Ufop
Download - Biomas.ufop.br - Ufop
Download - Biomas.ufop.br - Ufop
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Carolina Pessanha Loque<<strong>br</strong> />
Fungos algícolas associados à macroalgas do litoral do Paraná e Península Antártica<<strong>br</strong> />
Ouro Preto, MG<<strong>br</strong> />
2009
Universidade Federal de Ouro Preto<<strong>br</strong> />
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas<<strong>br</strong> />
Pós-Graduação em Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais<<strong>br</strong> />
Fungos algícolas associados à macroalgas do litoral do Paraná e Península Antártica<<strong>br</strong> />
Candidata: Carolina Pessanha Loque<<strong>br</strong> />
Orientador: Dr. Luiz Henrique Rosa<<strong>br</strong> />
Co-orientador: Dr. Carlos Augusto Rosa<<strong>br</strong> />
Departamento de Microbiologia/ICB/UFMG<<strong>br</strong> />
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em<<strong>br</strong> />
Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais da Universidade Federal de<<strong>br</strong> />
Ouro Preto como requisito parcial a obtenção do grau de<<strong>br</strong> />
Mestre em Ecologia em Ciências Biológicas.<<strong>br</strong> />
Ouro Preto, MG<<strong>br</strong> />
2009
DEDICATÓRIA<<strong>br</strong> />
A minha irmã Paula e ao meu so<strong>br</strong>inho Rafael,<<strong>br</strong> />
exemplos de força e muita coragem.<<strong>br</strong> />
Por mudarem minha vida com amor!<<strong>br</strong> />
Desistir jamais, foco sempre!
AGRADECIMENTOS<<strong>br</strong> />
À Deus sempre! Presença onipotente em minha vida iluminando meus caminhos e<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>indo portas, mesmo que pareçam fechadas ao primeiro momento.<<strong>br</strong> />
Ao Prof. Luiz Rosa, por aceitar-me como sua orientanda, desenvolvendo uma nova linha<<strong>br</strong> />
de pesquisa para o laboratório. Seus ensinamentos ultrapassam o ambiente de trabalho,<<strong>br</strong> />
sua dedicação a ciência o faz um grande e bom exemplo.<<strong>br</strong> />
Ao Prof. Carlos Rosa, pela orientação e profissionalismo. Elucidando-me e norteando-me<<strong>br</strong> />
a agir sensatamente nos momentos mais difíceis.<<strong>br</strong> />
À Grande Família: meus pais, Catarina e Hélio, pelo amor, apoio e ajuda em tudo que<<strong>br</strong> />
precisei; meus irmãos, Fernanda, Paula, Carla e Bruno; cunhados e cunhada; meus lindos<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>inhos Rafael e Victor; aos meus avôs. As coisas ficam mais leves com voces por<<strong>br</strong> />
perto. E ao Sonilton, que de onde ele estiver estará mergulhando e sorrindo para nós.<<strong>br</strong> />
Ao meu ´Armor`, suas palavras “calma, vai dar tudo certo” sempre me acalmaram e me<<strong>br</strong> />
deram mais força.<<strong>br</strong> />
As colaboradoras, Adriana Medeiros pelo aprendizado, orientação, amizade e alegria de<<strong>br</strong> />
viver. E Franciane Pellizzari pelos momentos prazerosos nas coletas no Paraná.<<strong>br</strong> />
À turma mais doida e animada de mestrado que conheci. Camilix, Royal, Jane, Zé<<strong>br</strong> />
Colméia, Fravinho, Chico, Léo, Defunto, Terror, Canuto, Másio e Alexandre. Hilários<<strong>br</strong> />
momentos no nosso “Big Brother Selvagem” no Parque Itacolomi, 1ª edição.<<strong>br</strong> />
Aos colegas e amigos do Laboratório de Microbiologia, convivência é tudo. Iara, Laura,<<strong>br</strong> />
Jorge, Fernanda, Marcos Palitinho, Izabel, Débora, Douglas, Léo, Camila, Francisco,<<strong>br</strong> />
Everton, Bruno e as professoras Silvana, Ga<strong>br</strong>iela e Maria Célia.<<strong>br</strong> />
Aos técnicos Marly e Luis o meu muito o<strong>br</strong>igado pela disponibilidade e boa vontade de<<strong>br</strong> />
ambos.
Aos amigos do laboratório de Ecologia e Biotecnologia de Leveduras, da UFMG, pela<<strong>br</strong> />
grande ajuda profissional e pessoal. Alguns já se foram e outros apenas chegando. Aline,<<strong>br</strong> />
Bárbara, Alexandras, Anne Caroline, Camila, César, Elisa, Fátima, Fatinha, Fernanda<<strong>br</strong> />
Badotti, Fernanda Piló, Luciana Berta, Luciana Brandão, Mariana Ferreira, Mariana<<strong>br</strong> />
Vieira, Michelle, Mônica, Natália, Pollyanna, Priscila, Raquel, Renata, Silvana e Vivian.<<strong>br</strong> />
Um agradecimento muito especial a Mariana Vieira, Aline, Luciana Brandão, Silvana,<<strong>br</strong> />
Mônica e Vivian pela paciência que tiveram de me ensinar.<<strong>br</strong> />
Aos meninos e suas ajudantes, do Curso de Dossel. Pela oportunidade de ver o mundo<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e uma árvore de 23 metros.<<strong>br</strong> />
Ao Rubens Modesto, sua eficiência ímpar só tem a acrescentar ao BIOMAS.<<strong>br</strong> />
Aos profs. e colaboradores do curso de pós-graduação Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais,<<strong>br</strong> />
especialmente prof. Sérvio Pontes.<<strong>br</strong> />
Ao Dr. Carlos Zani, pela gentileza por utilizar a infra-estrutura e os equipamentos do<<strong>br</strong> />
Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN). Aos colegas do LQPN Tânia,<<strong>br</strong> />
Daniela, Patrícia, Luciana, Fernanda, Suzana, Marcinha e Ezequias. Pessoas agradáveis<<strong>br</strong> />
de conviver.<<strong>br</strong> />
A Equipe da Escola de Mergulho Mar A Mar: Paula, Dani, Nair, Carlos, Célio, André,<<strong>br</strong> />
Sandra e todos os instrutores, por cederem gentilmente os equipamentos de mergulho. O<<strong>br</strong> />
apoio de voces foi de suma importância.<<strong>br</strong> />
Ao meu padrinho, Tio Dundun, e minha madrinha, Tia Marthinha, por se preocuparem e<<strong>br</strong> />
interessarem.<<strong>br</strong> />
As amigas Paulinha, Thê e Lud por entenderem tamanha ausência nos encontros das<<strong>br</strong> />
amigas.<<strong>br</strong> />
Ao prof. Pio Colepicole Neto, um reencontro no final com uma ajuda valiosa. Quem sabe<<strong>br</strong> />
um doutoramento?
COLABORADORES<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
Profa. Dra. Franciane Pellizari<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
Profa. Dra. Adriana Oliveira Morais<<strong>br</strong> />
3<<strong>br</strong> />
Prof. Dr. Eurico Ca<strong>br</strong>al de Oliveira<<strong>br</strong> />
4<<strong>br</strong> />
Bióloga Laura Esteves Furbino<<strong>br</strong> />
1 Laboratório de Ficologia e Qualidade de Água do Mar (LAQUAMAR), Universidade<<strong>br</strong> />
Estadual do Paraná, campus FAFIPAR. Paranaguá, Paraná.<<strong>br</strong> />
2 Laboratório de Microbiologia Ambiental, Departamento de Botânica, Universidade<<strong>br</strong> />
Federal da Bahia, Salvador, BA.<<strong>br</strong> />
3 Laboratório de Ficologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São<<strong>br</strong> />
Paulo, SP.<<strong>br</strong> />
4 Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade<<strong>br</strong> />
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil.
SUMÁRIO<<strong>br</strong> />
Agradecimentos .......................................................................................................................... i<<strong>br</strong> />
Sumário ..................................................................................................................................... iii<<strong>br</strong> />
Lista de figuras .......................................................................................................................... iv<<strong>br</strong> />
Lista de tabelas ............................................................................................................................v<<strong>br</strong> />
Resumo .....................................................................................................................................11<<strong>br</strong> />
Abstract .....................................................................................................................................12<<strong>br</strong> />
Lista de a<strong>br</strong>eviaturas .................................................................................................................13<<strong>br</strong> />
1. Introdução .............................................................................................................................15<<strong>br</strong> />
2. Revisão bibliográfica ............................................................................................................17<<strong>br</strong> />
2.1 Biodiversidade de fungos marinhos ................................................................................17<<strong>br</strong> />
2.2 Diversidade de macroalgas .............................................................................................18<<strong>br</strong> />
2.3 Fungos algícolas ..............................................................................................................21<<strong>br</strong> />
3. Objetivos ...............................................................................................................................23<<strong>br</strong> />
3.1 Geral ................................................................................................................................23<<strong>br</strong> />
3.1.2 Específicos ................................................................................................................23<<strong>br</strong> />
4. Material e Métodos ...............................................................................................................24<<strong>br</strong> />
4.1 Área de coleta .................................................................................................................24<<strong>br</strong> />
4.1.1 Litoral do Paraná ......................................................................................................24<<strong>br</strong> />
4.1.2 Baía do Almirantado – Antártica ............................................................................26<<strong>br</strong> />
4.2 Coleta de macroalgas .....................................................................................................27<<strong>br</strong> />
4.2.1 Litoral do Paraná .......................................................................................................28<<strong>br</strong> />
4.2.2 Baía do Almirantado – Antártica .............................................................................29<<strong>br</strong> />
4.3 Isolamento dos fungos ...................................................................................................31
4.4 Identificação dos fungos filamentosos ............................................................................31<<strong>br</strong> />
4.4.1 Extração do DNA total .............................................................................................31<<strong>br</strong> />
4.4.2. Obtenção de amplicons ............................................................................................32<<strong>br</strong> />
4.5 Identificação das leveduras ............................................................................................33<<strong>br</strong> />
4.5.1 Extração do DNA total .............................................................................................33<<strong>br</strong> />
4.5.2 PCR com o iniciador M13 ........................................................................................34<<strong>br</strong> />
4.5.3 Amplificação utilizando os iniciadores NL1 e NL4 .................................................34<<strong>br</strong> />
4.6 Purificação dos amplicons ............................................................................................. 35<<strong>br</strong> />
4.7 Reação de sequenciamento dos fungos .......................................................................... 36<<strong>br</strong> />
4.8 Preciptação de reação de sequenciamento ......................................................................36<<strong>br</strong> />
4.9 Análise das sequencias ................................................................................................... 37<<strong>br</strong> />
5. Resultados e discussão ..........................................................................................................38<<strong>br</strong> />
5.1 Testes preliminares para isolamentos de fungos associados à macroalgas ....................39<<strong>br</strong> />
5.2 Artigo submetido ............................................................................................................41<<strong>br</strong> />
5.3 Fungos associados às macroalgas do litoral do Paraná ...................................................59<<strong>br</strong> />
6. Conclusão integrada ..............................................................................................................66<<strong>br</strong> />
7. Perspectivas ...........................................................................................................................67<<strong>br</strong> />
8. Anexos ..................................................................................................................................68<<strong>br</strong> />
9. Referências bibliográficas ....................................................................................................71
LISTA DE FIGURAS<<strong>br</strong> />
Figura 1. Pontos de coleta das macroalgas no Estado do Paraná. O símbolo (∆) mostra os<<strong>br</strong> />
locais onde foram coletas as espécies de macroalgas. Fonte: Google Earth,<<strong>br</strong> />
(http://earth.google.com, acessado em setem<strong>br</strong>o de 2008) ......................................25<<strong>br</strong> />
Figura 2. Mapa da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. O símbolo (∆)<<strong>br</strong> />
mostra o local onde foram coletas as espécies de macroalgas (Simões et al.,<<strong>br</strong> />
2004, com modificações). ........................................................................................27<<strong>br</strong> />
Figura 3. Espécimes das macroalgas: (a) Monostroma sp., (b) Padina gymnospora<<strong>br</strong> />
(Kutzing) Sonder., (c) Gayralia oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel<<strong>br</strong> />
et al., (d) Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens e (e) Bostrychia<<strong>br</strong> />
radicans (Montagne) Montagne coletadas no litoral do estado do Paraná, Brasil ...29<<strong>br</strong> />
Figura 4. Espécimes das macroalgas: (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps Mont., (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker coletadas<<strong>br</strong> />
na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica ...............................................30<<strong>br</strong> />
Figura 5. Exemplos de isolados de fungos filamentosos obtidos das espécies de<<strong>br</strong> />
macroalgas coletadas no litoral do estado do Paraná ..................................................65
LISTA DE TABELAS<<strong>br</strong> />
Tabela 1. Nível de endemismo dos táxons de macroalgas da Antártica ...................................21<<strong>br</strong> />
Tabela 2. Número de isolados de fungos obtidos das espécies de macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />
litoral do estado do Paraná. ......................................................................................62<<strong>br</strong> />
Tabela 3. Identificação das leveduras associadas às macroalgas coletadas no litoral do<<strong>br</strong> />
estado do Paraná. ......................................................................................................63
RESUMO<<strong>br</strong> />
Estudos de fungos associados à macroalgas marinhas são escassos no litoral <strong>br</strong>asileiro e<<strong>br</strong> />
Antártico. O estudo destes fungos é de grande importância devido à possibilidade da<<strong>br</strong> />
descoberta de novas espécies e suas relações ecológicas com as macroalgas hospedeiras.<<strong>br</strong> />
Neste trabalho foi avaliada a riqueza de espécies de fungos associados à macroalgas<<strong>br</strong> />
presentes no litoral do estado do Paraná, Brasil e na Baía do Almirantado, Ilha Rei<<strong>br</strong> />
George, Antártica. Para isolamento dos fungos algícolas associados foram coletadas no<<strong>br</strong> />
litoral do Paraná as macroalgas Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii, Gayralia<<strong>br</strong> />
oxysperma, Monostroma sp. e Padina gymnospora; na Antártica Adenocystis utricularis,<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps e Palmaria decipiens. No total foram obtidos 454 isolados de fungos<<strong>br</strong> />
associados às macroalgas estudadas. Destes, 379 foram obtidos das amostras do litoral do<<strong>br</strong> />
Paraná, representados por 301 fungos filamentosos e 78 leveduras. Associados as<<strong>br</strong> />
macroalgas da Antártica foram obtidos 75 isolados, representados por 27 fungos<<strong>br</strong> />
filamentosos e 48 leveduras. Os isolados algícolas obtidos foram agrupados em<<strong>br</strong> />
morfoespécies a partir de suas características fisiológicas, morfológicas ou pelo<<strong>br</strong> />
polimorfismo genético utilizando técnicas de biologia molecular. Um representante de<<strong>br</strong> />
cada morfoespécie foi identificado por meio de sequenciamento de regiões ITS e dos<<strong>br</strong> />
domínios D1/D2 do rRNA gene para os fungos filamentosos e leveduras,<<strong>br</strong> />
respectivamente. Nas macroalgas do litoral do Paraná foram identificadas as espécies de<<strong>br</strong> />
leveduras dos gêneros Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum,<<strong>br</strong> />
Hanseniaspora, Hortaea, Pichia, Rhodotorula e Trichosporon. Nas macroalgas da<<strong>br</strong> />
Antártica foram identificados os fungos pertencentes aos gêneros Geomyces,<<strong>br</strong> />
Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, Phaeosphaeria, Metschnikowia, Rhodotorula<<strong>br</strong> />
e Cryptococcus. Os resultados deste trabalho representam o primeiro estudo de fungos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas dos litorais do Paraná e da Antártica e contribui para o<<strong>br</strong> />
conhecimento taxonômico e ecológico de fungos marinhos presentes em ambientes<<strong>br</strong> />
polares e no litoral sul do Brasil.
ABSTRACT<<strong>br</strong> />
There are no extensive studies concerning fungi associated with seaweeds in Brazilian<<strong>br</strong> />
and Antarctic littoral. These studies are relevant because of the possibility of discovering<<strong>br</strong> />
novel fungal species and their ecological relationship with seaweeds hosts. This study<<strong>br</strong> />
evaluated the richness of fungi species associated with seaweeds at the coast of Paraná<<strong>br</strong> />
state, Brazil, and at Admiralty Bay, at King George Island, Antarctica. In order to isolate<<strong>br</strong> />
algicolous fungi, the seaweeds Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii, Gayralia<<strong>br</strong> />
oxysperma, Monastrama sp., and Padina gymnospora were collected at Paraná coast; and<<strong>br</strong> />
Adenocystis utricularis, Desmarestia anceps and Palmaria decipiens at Antarctic littoral.<<strong>br</strong> />
A total of 454 fungi isolates associated with the selected seaweeds were obtained, being<<strong>br</strong> />
379 from Paraná samples (301 filamentous fungi and 78 yeasts) and 75 from the<<strong>br</strong> />
Antarctic ones (27 filamentous fungi and 48 yeasts). The algicolous isolates were<<strong>br</strong> />
grouped in morphospecies according to their macroscopic and physiological<<strong>br</strong> />
characteristics, or by genetic polimorfism using molecular biology techniques. One<<strong>br</strong> />
isolate of each group was then selected to molecular identification by sequencing the ITS<<strong>br</strong> />
region and D1/D2 domains of rRNA gene, for filamentous fungi and yeasts, respectively.<<strong>br</strong> />
The taxa Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum, Hanseniaspora,<<strong>br</strong> />
Hortaea, Pichia, Rhodotorula, and Trichosporon were found associated with seaweeds<<strong>br</strong> />
from Paraná; and Geomyces, Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, Phaeosphaeria,<<strong>br</strong> />
Metschnikowia, Rhodotorula, and Cryptococcus associated with Antarctic seaweeds. This<<strong>br</strong> />
is the first study regarding fungi associated with seaweeds from Paraná and Antarctic<<strong>br</strong> />
littoral, and our results contribute to the taxonomic and ecological knowledge about<<strong>br</strong> />
marine fungi from Brazilian and polar ecosystems.
LISTA DE ABREVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS<<strong>br</strong> />
ANS: Ágar nutriente “standard”<<strong>br</strong> />
AMM: Água artificial do mar<<strong>br</strong> />
BDA: Ágar dextrose batata<<strong>br</strong> />
BLAST: Basic Local Alignment Serch Tool<<strong>br</strong> />
CTAB: Brometo de cetil trimetilamonio<<strong>br</strong> />
DNA: Ácido desoxirribonucléico<<strong>br</strong> />
dNTP: Desoxirribonucleotídeos fosfatados<<strong>br</strong> />
EDTA: Ácido etilenodiamino tetra-acético<<strong>br</strong> />
EACF: Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz<<strong>br</strong> />
g: Gramas<<strong>br</strong> />
g/L: Gramas por litros<<strong>br</strong> />
GPY: Ágar glicose-peptona e extrato de levedura<<strong>br</strong> />
h: Hora<<strong>br</strong> />
H2O: Água<<strong>br</strong> />
H3BO3: Ácido bórico<<strong>br</strong> />
HCl: Ácido clorídrico<<strong>br</strong> />
ITS: Região transcrita interna<<strong>br</strong> />
K: Potássio<<strong>br</strong> />
KBr: Brometo de potássio<<strong>br</strong> />
KCl: Cloreto de potássio<<strong>br</strong> />
KH²PO4: Monopotássio fosfatase<<strong>br</strong> />
LBEM: Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular<<strong>br</strong> />
M: Molar<<strong>br</strong> />
MgCl2: Cloreto de magnésio<<strong>br</strong> />
MgSO4: Sulfato de magnésio<<strong>br</strong> />
min: Minuto<<strong>br</strong> />
mL: Mililitro<<strong>br</strong> />
mm: Milímetro<<strong>br</strong> />
mM: Milimolar
mol/L: Mol por litro<<strong>br</strong> />
µL: Microlitro<<strong>br</strong> />
NaCl: Cloreto de sódio<<strong>br</strong> />
Na2SO4: Sulfato de sódio<<strong>br</strong> />
NaHCO3: Bicarbonato<<strong>br</strong> />
NCBI: National Center For Biothecnology<<strong>br</strong> />
ND: NanoDrop<<strong>br</strong> />
ng: Nanograma<<strong>br</strong> />
nm: Nanômetro<<strong>br</strong> />
PEG: Polietilenoglicol<<strong>br</strong> />
PCR: Reação em cadeia da polimerase<<strong>br</strong> />
pH: Potencial hidrogeniônico<<strong>br</strong> />
p/v: Peso por volume<<strong>br</strong> />
pmol: Pico mol<<strong>br</strong> />
RNA: Ácido ribonucléico<<strong>br</strong> />
r.p.m.: Rotações por minuto<<strong>br</strong> />
S: Sul<<strong>br</strong> />
SDS: Dodecil sulfato de sódio<<strong>br</strong> />
SrCl2: Cloreto de estrôncio<<strong>br</strong> />
TBE: Tris borato<<strong>br</strong> />
Tris: trishidroximetilaminometano<<strong>br</strong> />
U: Unidade<<strong>br</strong> />
ups: Unidade prática de salina<<strong>br</strong> />
UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais<<strong>br</strong> />
UFOP: Universidade Federal de Ouro Preto<<strong>br</strong> />
V: Volts<<strong>br</strong> />
W: oeste<<strong>br</strong> />
X: Vezes<<strong>br</strong> />
- : Negativo<<strong>br</strong> />
%: Por cento<<strong>br</strong> />
° C: Graus Celsius
1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
Os ecossistemas marinhos compreendem aproximadamente ¾ da superfície da<<strong>br</strong> />
terra e são considerados fontes de elevada riqueza microbiana (Konig & Wright, 1999). A<<strong>br</strong> />
microbiota marinha pode ser encontrada na coluna d’água, crescendo em superfícies<<strong>br</strong> />
como epibiôntes, internamente em diferentes seres vivos como endobiôntes ou simbiontes<<strong>br</strong> />
de vida livre exercendo um importante papel nos ciclos biogeoquímicos nos oceanos<<strong>br</strong> />
(Hawksworth, 1991). Fungos presentes nos ecossistemas marinhos são encontrados<<strong>br</strong> />
associados a diferentes organismos macroscópicos tais como: poríferos, peixes, cnidários,<<strong>br</strong> />
tunicados e macroalgas. Entretanto este grupo microbiano ainda é relativamente pouco<<strong>br</strong> />
estudado quanto a suas funções ecológicas, origem evolutiva e como fontes de<<strong>br</strong> />
metabólitos úteis à medicina, agricultura e indústria (Osterhage et al., 2002; Klemke et<<strong>br</strong> />
al., 2004). Fungos marinhos são separados em espécies o<strong>br</strong>igatórias ou facultativas, as<<strong>br</strong> />
primeiras restritas ao ambiente marinho e as segundas também ocorrendo em ambientes<<strong>br</strong> />
continentais (Kohlmeyer, 1974).<<strong>br</strong> />
As macroalgas são organismos bênticos efêmeros ou perenes, as quais<<strong>br</strong> />
permanecem quase todo o seu ciclo de vida fixas a um substrato sólido, consolidado ou<<strong>br</strong> />
não, principalmente em rochas ou corais mortos. Desta forma, as áreas com maior<<strong>br</strong> />
riqueza de espécies de macroalgas são os costões e fundos rochosos e áreas de recifes.<<strong>br</strong> />
Algumas espécies estão adaptadas para resistir longos períodos de emersão e se tornam<<strong>br</strong> />
conspícuas nos períodos de marés baixas, formando bandas distintas de diferente<<strong>br</strong> />
composição florística. Outras macroalgas, por sua vez, não suportam exposição ao ar e<<strong>br</strong> />
vivem permanentemente submersas, algumas atingindo profundidades superiores a 100<<strong>br</strong> />
metros em regiões onde a água tem grande transparência<<strong>br</strong> />
(http://www.ib.usp.<strong>br</strong>/algaemaris/Algaemaris.php).<<strong>br</strong> />
Os fungos algícolas são caracterizados por viverem em associação com espécies<<strong>br</strong> />
de macroalgas marinhas e apresentam grande importância por participarem de forma<<strong>br</strong> />
efetiva na ciclagem de matéria orgânica nos oceanos. A maioria dos fungos marinhos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas pertence ao filo Ascomycota e seus anamorfos e vivem de<<strong>br</strong> />
forma assintomática nestes organismos. O pouco conhecimento da diversidade exibida<<strong>br</strong> />
por estes fungos os torna organismos especialmente interessantes como fontes de
diversidade biológica, funções ecológicas e origem evolutiva. Os estudos so<strong>br</strong>e fungos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas são inéditos no Atlântico Sul e Península Antártica, os quais<<strong>br</strong> />
acarretam lacunas nas áreas da taxonomia, diversidade, ecologia, fisiologia e<<strong>br</strong> />
biotecnologia. Muitas espécies de macroalgas do Atlântico Sul e Antártica são<<strong>br</strong> />
endêmicas ou adaptadas a estas regiões e podem constituir uma fonte atrativa de novas<<strong>br</strong> />
espécies de fungos para ciência. A abordagem taxonômica e ecológica dos fungos<<strong>br</strong> />
associados às macroalgas, ou seja, suas inter-relações bióticas são relevantes por definir<<strong>br</strong> />
os limites de desenvolvimento dos organismos. Por esta razão, um estudo comparativo<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e riqueza de espécies entre estas populações do Atlântico Sul e Antártica pode<<strong>br</strong> />
fornecer informações no nível taxonômico, distribuição biogeográfica, especiação e uso<<strong>br</strong> />
biotecnológico destes microrganismos.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<<strong>br</strong> />
2.1 Biodiversidade de fungos marinhos<<strong>br</strong> />
Os fungos marinhos representam um grupo taxonômico com aproximadamente<<strong>br</strong> />
1.500 espécies descritas com distribuição pantropical e pantemperada (Hyde & Frohlich,<<strong>br</strong> />
1998). Estes fungos são os principais organismos decompositores nos oceanos e<<strong>br</strong> />
apresentam uma significativa habilidade em degradar compostos lignocelulósicos e<<strong>br</strong> />
animais de diferentes espécies, após sua morte, tais como poríferos, cnidários,<<strong>br</strong> />
equinodermas, peixes, entre outros. Além disso, estes fungos são conhecidos como<<strong>br</strong> />
importantes patógenos de plantas e animais; e poucas espécies são conhecidas como<<strong>br</strong> />
simbiontes (Hyde & Frohlich, 1998). A maioria dos fungos marinhos, incluindo 43<<strong>br</strong> />
gêneros e 133 espécies, faz parte do filo Ascomycota (Halosphaeriales) e seu anamorfos<<strong>br</strong> />
(Jones, 1995; Hyde, 2002).<<strong>br</strong> />
De acordo com Fenical (1997), em 1849 foi descrito e relatada para ciência<<strong>br</strong> />
Phaeosphaeria typharus, citada como o primeiro fungo marinho facultativo; e em 1869 a<<strong>br</strong> />
espécie Halotthia posidoniae conhecida como o primeiro fungo marinho o<strong>br</strong>igatório. O<<strong>br</strong> />
estudo de fungos marinhos teve um início discreto no final de 1930 e, de acordo com<<strong>br</strong> />
(Moss & Ross, 1987), os primeiros trabalhos foram publicados pelos pesquisadores<<strong>br</strong> />
Höhnk & Sparrow e Barghoorn & Linder. A definição mais aceita para fungos marinhos<<strong>br</strong> />
é a descrita por Kohlmeyer & Kohlmeyer (1979), os quais os dividem em dois grandes<<strong>br</strong> />
grupos. O primeiro definido como o<strong>br</strong>igatórios são representados por fungos que crescem<<strong>br</strong> />
e esporulam exclusivamente em habitats marinhos ou estuarinos; e segundo, chamado de<<strong>br</strong> />
facultativos são representados por fungos que vem de águas continentais e ambientes<<strong>br</strong> />
terrestres, os quais crescem e, possivelmente, esporulam em ambiente marinhos. Os<<strong>br</strong> />
fungos marinhos, dentre os diversos microrganismos presentes nesse complexo e imenso<<strong>br</strong> />
conjunto de ecossistemas, representam uma fonte valiosa e pouco estudada de novas<<strong>br</strong> />
espécies para ciência e modelos para estudos ecológicos e evolutivos. Estes fungos são<<strong>br</strong> />
encontrados associados a diferentes organismos tais como: poríferos, peixes, cnidários,<<strong>br</strong> />
tunicados e macroalgas.
Muitas das interações ecológicas entre microrganismos e macroalgas são<<strong>br</strong> />
desconhecidas e podem representar importantes fatores para conservação e exploração<<strong>br</strong> />
biotecnológica dos ambientes marinhos (Hawksworth, 1991). Além disso, existem poucas<<strong>br</strong> />
informações so<strong>br</strong>e o papel dos fungos nos ecossistemas marinhos e detalhes da<<strong>br</strong> />
distribuição e ocorrência de fungos algícolas são incompletas (Kohlmeyer & Kohlmeyer,<<strong>br</strong> />
1979; Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 2003).<<strong>br</strong> />
2.2 Diversidade de macroalgas<<strong>br</strong> />
As macroalgas são organismos bênticos efêmeros ou perenes que passam a maior<<strong>br</strong> />
arte do seu ciclo vital fixos a um substrato sólido, consolidado ou não. Desta forma, as<<strong>br</strong> />
áreas com maior diversidade específica de macroalgas são os costões, áreas de fundos<<strong>br</strong> />
rochosos e/ou de recifes de corais (Széchy et al., 2000). Algumas espécies estão<<strong>br</strong> />
adaptadas para resistir longos períodos de emersão e se tornam conspícuas nos períodos<<strong>br</strong> />
de marés baixas, formando zonas intermareais de distinta composição florística. Outras<<strong>br</strong> />
macroalgas, por sua vez, não suportam exposição ao ar e vivem permanentemente<<strong>br</strong> />
submersas, as quais são chamadas de espécies de infralitoral e podem atingir<<strong>br</strong> />
profundidades superiores a 100 metros em regiões onde a zona eufótica, como é o caso<<strong>br</strong> />
do Oceano Atlântico Sul e áreas em torno da Antártica (Clarke, 2003).<<strong>br</strong> />
Macroalgas representam uma parte altamente produtiva do ecossistema marinho e<<strong>br</strong> />
são essenciais para ciclagem de nutrientes e estruturação dos habitats para várias espécies<<strong>br</strong> />
de micro e macrorganismos (Zuccaro et al., 2008). A comunidade de seres vivos<<strong>br</strong> />
presentes neste sistema representa importantes modelos para investigações de interações<<strong>br</strong> />
ecológicas nos ambientes naturais.<<strong>br</strong> />
A extensão da costa <strong>br</strong>asileira é de aproximadamente 8.5 km<<strong>br</strong> />
(http://www.mma.gov.<strong>br</strong>, acessado em agosto de 2009) e neste ambiente marinho as<<strong>br</strong> />
macroalgas constituem um dos grupos de maior diversidade dentre os organismos<<strong>br</strong> />
fotossintetizantes. Do total de 32 mil espécies conhecidas em termos mundiais, pelo<<strong>br</strong> />
menos 820 táxons são relatados na costa <strong>br</strong>asileira. Neste contexto, as macroalgas<<strong>br</strong> />
representam uma fonte natural estratégica para estudos taxonômicos, ecológicos,<<strong>br</strong> />
evolutivos e biotecnológicos.
As espécies de macroalgas marinhas que ocorrem na costa <strong>br</strong>asileira estão sendo<<strong>br</strong> />
catalogadas e publicadas no site http://www.ib.usp.<strong>br</strong>/algaemaris/Algaemaris.php.<<strong>br</strong> />
Atualmente a lista inclui 643 táxons infragenéricos, sendo 388, Rhodophyta, 88<<strong>br</strong> />
Phaeophycea e 167 Chlorophyta. O estado que apresenta maior riqueza em táxons<<strong>br</strong> />
infragenéricos conhecidos é Rio de Janeiro com 465, seguido por São Paulo com 372,<<strong>br</strong> />
Espírito Santo com 302 e Ceará com 250. Entretanto, estes números podem alteram-se à<<strong>br</strong> />
medida que novos trabalhos sejam executados<<strong>br</strong> />
(http://www.mma.gov.<strong>br</strong>/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/plantas_marinhas.pdf,<<strong>br</strong> />
acessado em agosto de 2009). A diversidade de macroalgas do Sul do Brasil, em especial,<<strong>br</strong> />
é distinta das outras regiões do Brasil, pois esta região trata-se de um ecótono entre a<<strong>br</strong> />
zona tropical e a temperada. Estes ecossistemas costeiros do Sul do Brasil não<<strong>br</strong> />
apresentam necessariamente grandes diversidades de macroalgas, mas por outro lado<<strong>br</strong> />
detém alta biomassa de algumas delas, que inclui espécies de interesse comercial usadas<<strong>br</strong> />
na indústria de ficocolóides, indústria cosmética ou diretamente no segmento alimentício<<strong>br</strong> />
(Pellizzari et al., 2006).<<strong>br</strong> />
Isolada dos demais continentes por correntes oceanográficas e pela distância, a<<strong>br</strong> />
Antártica é um ambiente que se caracteriza por extremos de clima, habitats e<<strong>br</strong> />
biogeografia. Nos ecossistemas antárticos podem ocorrer grandes variações de<<strong>br</strong> />
temperatura e salinidade, dessecação, escassez de nutrientes, alta incidência de radiação<<strong>br</strong> />
ultra-violeta alternada com longos períodos de ausência de luz, mudanças climáticas<<strong>br</strong> />
acentuadas e descontínuas, além dos ciclos de congelamento e degelo, que influenciam a<<strong>br</strong> />
distribuição das massas de água no Oceano Austral e geram alterações locais no clima<<strong>br</strong> />
(Clarke, 2003; Vincent, 2000; Wynn-Williams, 1996).<<strong>br</strong> />
Estudos so<strong>br</strong>e a biodiversidade de macroalgas na Antártica são limitados pela<<strong>br</strong> />
falta de informações taxonômicas e de distribuição geográfica consistente (Clayton,<<strong>br</strong> />
1994). Devido às condições extremas, a dificuldade de acesso e coleta, muitas espécies<<strong>br</strong> />
de macroalgas da Antártica permanecem desconhecidas. Estes fatores são responsáveis<<strong>br</strong> />
pela ausência de uma estimativa precisa da diversidade de macroalgas da região. De<<strong>br</strong> />
acordo com Wiencke & Clayton (2002), em 1964 Skottsberg estimou a existência de 96<<strong>br</strong> />
espécies de macroalgas, das quais 16 táxons seriam de Chlorophyta, 19 Phaeophyceae e<<strong>br</strong> />
61 Rhodophyta. Entretanto, ainda de acordo com estes autores, novos estudos
determinaram a existência de 120 a 130 espécies presentes na Antártica, as quais podem<<strong>br</strong> />
representar um promissor reservatório de espécies de microrganismos associados.<<strong>br</strong> />
A flora ficológica presente na Antártica apresenta baixa riqueza de espécies em<<strong>br</strong> />
comparação com a flora de regiões temperadas e tropicais (Wiencke & Clayton, 2002).<<strong>br</strong> />
Entretanto a flora marinha Antártica é caracterizada por um alto grau de endemismo<<strong>br</strong> />
(Clayton, 1994). Phaeophyceae e Rhodophyta apresentam o maior número de espécies<<strong>br</strong> />
endêmicas, seguido por Chlorophyta (Tabela 1). Além disso, as ordens Desmarestiales,<<strong>br</strong> />
Ceramiales e Gigartinales apresentam uma alta proporção de espécies endêmicas<<strong>br</strong> />
(Wiencke & Clayton, 2002), e Palmaria decipiens (Reinsch) RW Ricker representa a<<strong>br</strong> />
alga mais abundante desta região (Oliveira et al., 2009). Cerca de 90% das espécies de<<strong>br</strong> />
macroalgas se encontram na região oeste da Antártica, incluindo a Península Antártica,<<strong>br</strong> />
Ilhas Schetland do Sul e Ilhas Orkey do Sul. Entretanto, a riqueza de espécies diminui<<strong>br</strong> />
drasticamente no sentido leste e em elevadas altitudes (Wiencke & Clayton, 2002;<<strong>br</strong> />
Wiencke et al., 2007).
Tabela 1. Nível de endemismo dos táxons de macroalgas da Antártica.<<strong>br</strong> />
Táxons N° de espécies N° de espécies endêmicas % de endemismo<<strong>br</strong> />
Rhodophyta 75 24 32<<strong>br</strong> />
Phaeophyceae 27 12 44<<strong>br</strong> />
Chlorophyta 17 3 18<<strong>br</strong> />
Total 119 39 33<<strong>br</strong> />
Fonte: Wiencke & Clayton (2002).<<strong>br</strong> />
2.3 Fungos algícolas<<strong>br</strong> />
Os principais estudos so<strong>br</strong>e fungos marinhos foram realizados durante as últimas<<strong>br</strong> />
cinco décadas se concentraram em sua maioria em fungos lignícolas e raramente em<<strong>br</strong> />
algícolas (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991). Entre as 465 espécies de fungos<<strong>br</strong> />
filamentosos marinhos conhecidos, somente 79 foram descritos como algícolas, os quais<<strong>br</strong> />
exercem, principalmente, relações parasíticas e simbiônticas (Kohlmeyer & Volkmann-<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer, 2003). Os primeiros estudos de fungos associados com macroalgas foram<<strong>br</strong> />
realizados por Sutherland (1915a,b,c; 1916a,b). Desde então, a evolução tecnológica,<<strong>br</strong> />
principalmente na melhora da microscopia, permitiu a identificação e determinação<<strong>br</strong> />
taxonômica de muitos fungos algícolas. A maioria destes fungos pertence ao grupo dos<<strong>br</strong> />
Ascomycota e seus anamorfos (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991) e apesar do<<strong>br</strong> />
seu relevante papel nos ecossistemas litorâneos, o Brasil e Antártica ainda não possuem<<strong>br</strong> />
uma micota suficientemente estudada. Muitas espécies ainda não foram identificadas, as<<strong>br</strong> />
quais poderiam ser utilizadas como fonte de diferentes estudos taxonômicos, ecológicos,<<strong>br</strong> />
evolutivos e biotecnológicos. A maioria dos fungos associados à macroalgas são<<strong>br</strong> />
organismos sapróbios e sua principal função no meio ambiente é decompor a matéria<<strong>br</strong> />
orgânica, disponibilizando principalmente carbono e hidrogênio que são assimilados por<<strong>br</strong> />
outros organismos da cadeia trófica.<<strong>br</strong> />
Alguns estudos ecológicos e taxonômicos têm demonstrado a existência de<<strong>br</strong> />
espécies de fungos algícolas inéditas associados às macroalgas dos gêneros Fucus,<<strong>br</strong> />
Chondrus, Laminaria, Sargassum, Dilsea, Ceramium, Saccorhiza, Ascophyllum,
Cladophora, Halymenia, Halarachnion, Plumaria, Ceratiodictyon, Hypnea,<<strong>br</strong> />
Enteromorpha, Ulva, Porphyra e Egregia (Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer, 1991,<<strong>br</strong> />
Stanley, 1992, Schulz et al., 2002; Lee at al., 2003; Zuccaro & Mitchell, 2005; Zuccaro<<strong>br</strong> />
et al., 2008). Nestes estudos, os principais gêneros de fungos encontrados foram<<strong>br</strong> />
Acremonium, Arthrinium, Alternaria, Aspergillus, Cladosporium, Fusarium,<<strong>br</strong> />
Penicillium, Phoma e Trichoderma, os quais também são comumente encontrados nos<<strong>br</strong> />
ambientes continentais associados a plantas, matéria orgânica em decomposição e<<strong>br</strong> />
diferentes tipos de solo (Jones & Byrne, 1976; Kohlmeyer & Kohlmeyer, 1979; Stanley<<strong>br</strong> />
1992; Kohlmeyer & Volkmann-Kohlmeyer 2003; Zuccaro et al., 2008). Por outro lado,<<strong>br</strong> />
espécies dos gêneros Spathulospora, Chadefaudia, Haloguignardia, Retrostium,<<strong>br</strong> />
Histopidicarpomyces e Pontogenia foram encontrados apenas em associação com<<strong>br</strong> />
macroalgas (Zuccaro et al., 2003; Zuccaro & Mitchell, 2005). Algumas espécies de<<strong>br</strong> />
fungos tais como Mycophycias ascophylli e Sigmoidea marina apresentam uma<<strong>br</strong> />
associação mutualística específica e crescem associadas apenas com sua alga hospedeira<<strong>br</strong> />
(Kohlmeyer et al., 1998; Zuccaro et al., 2008), demonstrando alto grau de<<strong>br</strong> />
especificidade. A partir de estudos de taxonomia molecular, Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />
encontraram diferentes espécies de fungos associados com macroalga Fucus serratus<<strong>br</strong> />
tais como Sigmoidea marina, Acremonium fuci, Cladosporium spp., Dendryphiella<<strong>br</strong> />
salina e Fusarium spp. De acordo com Hawksworth (2004) existem cerca de 100 mil<<strong>br</strong> />
espécies de fungos descritos mundialmente e, dentre estes, somente 79 (0,08%) são<<strong>br</strong> />
fungos algícolas (Zuccaro & Mitchell, 2005). Desta forma, os fungos algícolas podem<<strong>br</strong> />
ser considerados microrganismos alvos, importantes como fontes de diversidade<<strong>br</strong> />
biológica (Klemke et al., 2004). A falta de estudos taxonômicos e ecológicos de fungos<<strong>br</strong> />
presentes em ecossistemas marinhos no litoral <strong>br</strong>asileiro e no continente Antártico nos<<strong>br</strong> />
conduz a sugerir que as macroalgas podem constituir uma fonte promissora de riqueza<<strong>br</strong> />
micológica marinha.
3. OBJETIVOS<<strong>br</strong> />
3.1 Geral<<strong>br</strong> />
Contribuir para o conhecimento da riqueza de espécies e distribuição geográfica<<strong>br</strong> />
de fungos associados às macroalgas marinhas presentes no litoral do estado do Paraná,<<strong>br</strong> />
Brasil, e na Antártica.<<strong>br</strong> />
3.1.2 Específicos<<strong>br</strong> />
1. Coletar e isolar fungos associados à macroalgas do litoral do Paraná e Antártica;<<strong>br</strong> />
2. Incluir todos os fungos isolados obtidos em uma Coleção de Culturas credenciada;<<strong>br</strong> />
3. Agrupar em morfoespécies todos os isolados obtidos por meio de processos<<strong>br</strong> />
fisiológicos, morfológicos e moleculares;<<strong>br</strong> />
4. Identificar todos os fungos em nível específico por meio de técnicas fisiológicas,<<strong>br</strong> />
morfológicas e moleculares;<<strong>br</strong> />
5. Identificar e depositar em herbário de referência as macroalgas hospedeiras dos<<strong>br</strong> />
fungos algícolas;<<strong>br</strong> />
6. Ampliar as informações so<strong>br</strong>e a distribuição geográfica das espécies identificadas;<<strong>br</strong> />
7. Caracterizar possíveis espécies novas de fungos marinhos associados às<<strong>br</strong> />
macroalgas.
4. MATERIAL E MÉTODOS<<strong>br</strong> />
4.1 Áreas de estudo<<strong>br</strong> />
4.1.1 Litoral do Paraná<<strong>br</strong> />
Várias áreas de preservação do Brasil a<strong>br</strong>igam uma das mais ricas biodiversidades<<strong>br</strong> />
do planeta. O acesso a estas áreas será feito respeitando-se as legislações Estaduais e<<strong>br</strong> />
Federais de acesso à biodiversidade. Para as coletas foram aprovadas as devidas licenças<<strong>br</strong> />
junto ao Ministério do Meio Ambiente e Marinha do Brasil.<<strong>br</strong> />
O litoral do estado do Paraná possui somente 92 km de costa, sendo o segundo<<strong>br</strong> />
menor litoral <strong>br</strong>asileiro. Porém, apresenta aproximadamente 400 km de embaiamentos<<strong>br</strong> />
pertencente ao Complexo Estuarino de Paranaguá e a Baía de Guaiatuba. O complexo<<strong>br</strong> />
apresenta uma grande diversidade de habitats, desde extensas planícies de marés, como<<strong>br</strong> />
manguezais, marismas, canais de marés, praias arenosas e costões rochosos. O interior do<<strong>br</strong> />
sistema é margeado por marismas e manguezais, enquanto parte mais externa é composta<<strong>br</strong> />
por praias arenosas e alguns costões rochosos. As margens da baía são colonizadas por<<strong>br</strong> />
florestas de mangue compostas por Laguncularia racemosa, Avicennia schauerianna e<<strong>br</strong> />
Rhizophora mangle, alternadas por bancos de Spartina alterniflora, alguns costões<<strong>br</strong> />
rochosos naturais e outros substratos consolidados introduzidos. O clima da região é<<strong>br</strong> />
pluvial temperado úmido, com chuvas em todos os meses do ano. Os gradientes de<<strong>br</strong> />
salinidade variam de 12 à 29 ups no verão (estação chuvosa) e de 20 à 34 ups no inverno<<strong>br</strong> />
(estação seca), máximos de até 36 ups ocorrem na entrada dos canais de acesso, e valores<<strong>br</strong> />
próximos a zero ocorrem nos setores mais internos do estuário principalmente em<<strong>br</strong> />
períodos de maior pluviosidade. A temperatura da água varia pouco, tanto no plano<<strong>br</strong> />
vertical como horizontal. No entanto a variação sazonal é grande, com valores mínimos<<strong>br</strong> />
entre 17 e 20ºC de junho a setem<strong>br</strong>o e, máximos entre 28 e31ºC, de dezem<strong>br</strong>o (Lana et<<strong>br</strong> />
al., 2001).<<strong>br</strong> />
As coletas de macroalgas no estado do Paraná foram realizadas em julho de 2008<<strong>br</strong> />
nas cidades de Antonina (25° 25' 09''S - 48° 42'54'' W), Guaratuba (25º56´S - 48º35´W),<<strong>br</strong> />
povoado de Maciel em Matinhos (25° 33' 21''S, 48° 25’ 40'' W) e Ilha do Mel (25º29'29"S
- 48°17’17"W). (Figura 1). No setor mais interno do Complexo Estuarino de Paranaguá,<<strong>br</strong> />
situa-se a Baía de Antonina. No mais externo, a Baía de Paranaguá onde se localiza o<<strong>br</strong> />
povoado de Maciel. A Ilha do Mel situa-se próximo ao Canal da Galheta, um dos canais<<strong>br</strong> />
que conectam a Baía de Paranaguá com o mar aberto. Enquanto Guaratuba pertence à<<strong>br</strong> />
baía de mesmo nome.<<strong>br</strong> />
Figura 1. Pontos de coleta das macroalgas no Estado do Paraná. O símbolo (∆) mostra os<<strong>br</strong> />
locais onde foram coletas as espécies de macroalgas. Fonte: Google Earth<<strong>br</strong> />
(http://earth.google.com, acessado em setem<strong>br</strong>o de 2008).
4.1.2 Baía do Almirantado – Antártica<<strong>br</strong> />
O último continente a ser conquistado pelo homem a Antártica,<<strong>br</strong> />
compreende as terras localizadas abaixo do paralelo 60°. A Baía do Almirantado<<strong>br</strong> />
(62°09’S, 58°28’W) está localizada ao Arquipélago Shetland do Sul, sendo a maior baía<<strong>br</strong> />
da Ilha Rei George, com uma área aproximadamente de 131 km 2 . O clima é determinado<<strong>br</strong> />
pela passagem de sucessivos sistemas ciclônicos, transportando o ar aquecido e úmido,<<strong>br</strong> />
fortes ventos e grande volume de precipitação, considerado clima oceânico gelado e<<strong>br</strong> />
úmido, com médias mensais excedendo 0°C, principalmente nos meses de inverno.<<strong>br</strong> />
Precipitações de 35-50 cm anuais, com chuvas no verão austral (Rakusa-Suszczewski<<strong>br</strong> />
1980).<<strong>br</strong> />
Para as coletas no ecossistema Antártico foram aprovadas as devidas licenças<<strong>br</strong> />
junto ao Ministério do Meio Ambiente e Marinha do Brasil. Na Antártica as macroalgas<<strong>br</strong> />
foram coletadas entre dezem<strong>br</strong>o de 2007 e janeiro de 2008 na Baía do Almirantado,<<strong>br</strong> />
onde se encontra a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz (EACF) (Figura 2).
Figura 2. Mapa da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. O símbolo (∆)<<strong>br</strong> />
mostra o local onde foram coletas as espécies de macroalgas (Simões et al., 2004, com<<strong>br</strong> />
modificações).<<strong>br</strong> />
4.2 Coleta das macroalgas<<strong>br</strong> />
As amostras coletadas correspondem às macroalgas marinhas bentônicas fixas<<strong>br</strong> />
aos substratos rochosos e arenosos localizados na região entre marés e coletadas durante<<strong>br</strong> />
o período de maré baixa e diretamente no mar, e também em ambientes estuarinos. O<<strong>br</strong> />
número amostral variou de 10 a 60 para as diferentes macroalgas e foi determinado de
acordo com as respectivas disponibilidades nos pontos de coleta. As macroalgas foram<<strong>br</strong> />
coletadas de maneira arbitrária, priorizando exemplares saudáveis sem sinais de<<strong>br</strong> />
senescência ou doenças. Após a coleta foi retirado o excesso de água e o material<<strong>br</strong> />
acondicionado em sacos de polietileno. No laboratório, as amostras foram separadas, por<<strong>br</strong> />
inspeção a olho nu ou sob microscópio estereoscópico, com o intuito de separar os<<strong>br</strong> />
espécimes de maior interesse e retirar organismos epifíticos.<<strong>br</strong> />
4.2.1. Litoral do Paraná<<strong>br</strong> />
Foram coletas as espécies de macroalgas: Bostrychia radicans (Montagne)<<strong>br</strong> />
Montagne e Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens (Rhodophyta); Gayralia<<strong>br</strong> />
oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel et al. e Monostroma sp. (Chlorophyta); e<<strong>br</strong> />
Padina gymnospora (Kutzing) Sonder. (Phaeophyceae, Ochrophyta). Vinte amostras de<<strong>br</strong> />
Monostroma sp. foram coletadas em Guaratuba, Ilha do Mel e Maciel (n amostral total 60<<strong>br</strong> />
exemplares). Para a macroalga P. gymnospora (30 exemplares) foram coletadas somente<<strong>br</strong> />
na Ilha do Mel. Em Antonina foram coletadas B. radicans, C. leprieurii, G. oxysperma,<<strong>br</strong> />
com n amostral de 10, 16 e 20, respectivamente. Os exemplares foram devidamente<<strong>br</strong> />
identificados, preservados e depositados no Herbário Maria Eneyda P. Kauffman Fidalgo,<<strong>br</strong> />
Instituto de Botânica (SP).
Figura 3. Espécimes das macroalgas: (a) Monostroma sp., (b) Padina gymnospora<<strong>br</strong> />
(Kutzing) Sonder., (c) Gayralia oxysperma (Kützing) Vinogradova ex Scagel et al., (d)<<strong>br</strong> />
Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens e (e) Bostrychia radicans (Montagne)<<strong>br</strong> />
Montagne coletadas no litoral do estado do Paraná, Brasil.<<strong>br</strong> />
4.2.2. Baía do Almirantado - Antártica<<strong>br</strong> />
No continente Antártico foi coletado talos de 20 exemplares de cada uma das<<strong>br</strong> />
macroalgas, Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, Desmarestia anceps Montagne<<strong>br</strong> />
(Ochrophyta) e Palmaria decipiens (Reinsch) R.W. Ricker (Rhodophyceae) (Figura 4).<<strong>br</strong> />
As três espécies foram coletadas em costões rochosos na Baía do Almirantado. Os<<strong>br</strong> />
exemplares foram coletados durante o verão Antártico nos meses de janeiro, fevereiro e<<strong>br</strong> />
dezem<strong>br</strong>o de 2008 e janeiro de 2009.
Figura 4. Espécimes das macroalgas: (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps Mont., e (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker. (A barra<<strong>br</strong> />
representa a escala real).
4.3 Isolamento dos fungos<<strong>br</strong> />
Os fragmentos dos talos das macroalgas coletadas foram lavados por 2 min com<<strong>br</strong> />
água do mar esterilizadas, por três vezes. Após a lavagem, os fragmentos foram<<strong>br</strong> />
transferidos para placas de Petri contendo os meios de isolamento YM (glicose 1g,<<strong>br</strong> />
extrato de malte 0,3 g, peptona 0,5 g e ágar 20 g em 100 mL de água) e Ágar Batata<<strong>br</strong> />
Dextrosado – BDA (Himedia), ambos solubilizados em Água Artificial do Mar – AAM,<<strong>br</strong> />
com pH 8; e suplementados com 100 μg/mL Cloranfenicol (Sigma). As placas foram<<strong>br</strong> />
incubadas a 15 e 28ºC, para os fungos da Antártica e Paraná, respectivamente, por um<<strong>br</strong> />
período de até 60 dias, e os isolados transferidos para novas placas de Petri contendo o<<strong>br</strong> />
meio de isolamento. A água do mar artificial contém os seguintes sais (g/L): KBr (0,10),<<strong>br</strong> />
NaCl (23,48), MgCl2 6H2O (10,61), CaCl2 6H2O (1,47), KCl (0,66), SrCl2 6 H2O (0,04),<<strong>br</strong> />
Na2SO4 (3,92), NaHCO3 (0,19), H3BO3 (0,03) (Höller et al., 1999).<<strong>br</strong> />
Todos os isolados fúngicos obtidos foram armazenados em glicerol 30% a -80°C<<strong>br</strong> />
e mantidas por repiques sucessivos no meio de isolamento a 4ºC para estudo. Os isolados<<strong>br</strong> />
obtidos durante o estudo foram depositados na Coleção de Microrganismos e Células do<<strong>br</strong> />
Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais.<<strong>br</strong> />
4.4 Identificação dos fungos filamentosos<<strong>br</strong> />
4.4.1 Extração do DNA total<<strong>br</strong> />
A extração do DNA total foi realizada de acordo com Rosa et al. (2009). Os<<strong>br</strong> />
fungos filamentosos foram crescidos por sete dias em ágar Sabouraud. Fragmentos de<<strong>br</strong> />
micélio foram colocados em tubo de 1,5 mL acrescidos de 400 µL de tampão de lise<<strong>br</strong> />
(Tris-HCl - trishidroximetilaminometano 0,05 M; EDTA - ácido etilenodiamino tetraacético<<strong>br</strong> />
0,005 M; NaCl 0,1 M e SDS – sódio dodecil sulfato 1%) e deixado a – 20ºC por<<strong>br</strong> />
aproximadamente 10 min. O micélio foi triturado com o auxílio de um pistilo e<<strong>br</strong> />
acrescidos 5 µL de Proteinase K (50µg/mL). Após homogeneização, o tubo foi colocado<<strong>br</strong> />
por 30 min. a 60ºC em banho-maria. Após essa etapa, foram adicionados 162 µL de
CTAB (Tris 2 M; NaCl 8,2%; EDTA 2 M e CTAB 0,2%), seguido de homogeneização e<<strong>br</strong> />
incubação por 10 min a 65ºC. Em seguida, foram acrescentados 570 µL da mistura<<strong>br</strong> />
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). Após homogeneização, o tubo foi incubado por 30<<strong>br</strong> />
min em gelo. Em seguida, o conteúdo foi centrifugado a 13.200 r.p.m. por 10 min e o<<strong>br</strong> />
líquido so<strong>br</strong>enadante transferido para um novo tubo de 1,5 mL, e acrescentado 10% do<<strong>br</strong> />
volume da solução de acetato de sódio 3 M. O tubo foi vertido para homogeneização,<<strong>br</strong> />
incubado a 0ºC por 30 min e centrifugado a 13.200 r.p.m. por 10 min. O so<strong>br</strong>enadante foi<<strong>br</strong> />
transferido para um novo tubo, onde foi adicionado 50% do volume de isopropanol e<<strong>br</strong> />
centrifugado a 13.200 r.p.m. por 5 min. O so<strong>br</strong>enadante foi desprezado por inversão. A<<strong>br</strong> />
seguir, foram adicionados 200 µL de etanol (Merck) 70% p/v a 4ºC e a suspensão foi<<strong>br</strong> />
gentilmente homogeneizada. Após este procedimento, a amostra foi centrifugada a<<strong>br</strong> />
13.200 r.p.m. por 5 min e o so<strong>br</strong>enadante desprezado por inversão, seguido por<<strong>br</strong> />
homogeneização com etanol 70% p/v. A amostra foi seca por aproximadamente 15 min;<<strong>br</strong> />
100µL de Tris-EDTA (Tris-HCl 0,01 M e EDTA 0,001 M) foram adicionados e a mesma<<strong>br</strong> />
incubada a 65ºC por 60 min para hidratação do DNA. As amostras foram armazenadas<<strong>br</strong> />
em freezer a –20ºC.<<strong>br</strong> />
4.4.2 Obtenção dos amplicons<<strong>br</strong> />
Os iniciadores ITS1 (TCCGTAGGTGAACCTGCGG) e ITS4<<strong>br</strong> />
(TCCTCCGCTTATTGATATGC) foram utilizados para amplificação da região ITS do<<strong>br</strong> />
rDNA, conforme descrito por White et al. (1990). A Reação em Cadeia da Polimerase<<strong>br</strong> />
(PCR) foi realizada em um volume final de 50µL contendo 2 μL de DNA, 1 μL de cada<<strong>br</strong> />
iniciador ITS1 e ITS4 10 μmol -1 (MWG Biotech), 5 μL de tampão de PCR 5X<<strong>br</strong> />
(Fermentas), 2 μL de MgCl2 25 mM, 2 μL de dNTP 10 mM, 0,3 μL de Taq DNA<<strong>br</strong> />
polimerase 5U (Fermentas) e o volume final completado com água destilada estéril. As<<strong>br</strong> />
reações de PCR foram realizadas utilizando o termociclador PCR Express (Thermo<<strong>br</strong> />
Hybaid). O programa consistiu de uma desnaturação inicial a 94ºC por 5 min, seguido por<<strong>br</strong> />
35 ciclos de 1 min de desnaturação a 94ºC, 1 min de anelamento a 55ºC e 1 min de<<strong>br</strong> />
extensão a 72ºC, e uma extensão final por 5 min a 72ºC. Os produtos de PCR foram
analisados por eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão TBE 0,5 X, eluídos durante<<strong>br</strong> />
aproximadamente 1 hora a 120 V. Os géis foram corados com solução de <strong>br</strong>ometo de<<strong>br</strong> />
etídio, visualizados sob luz ultravioleta e fotografados pelo sistema de foto-documentação<<strong>br</strong> />
de gel (Vilber Lourmat, France).<<strong>br</strong> />
4.5 Identificação das leveduras<<strong>br</strong> />
As leveduras foram identificadas segundo procedimento padrão (Yarrow, 1998) e<<strong>br</strong> />
chaves taxonômicas presentes em Kurtzman & Fell (1998). Os isolados cujas<<strong>br</strong> />
identificações não puderem ser resolvidas com base na metodologia convencional foram<<strong>br</strong> />
submetidos à análise molecular por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)<<strong>br</strong> />
utilizando-se o iniciador M13 (5’-GAGGGTGGCGGTTCT-3’) (Libkind et al., 2003).<<strong>br</strong> />
Com base no perfil eletroforético dos produtos amplificados por PCR com o iniciador<<strong>br</strong> />
M13, dentre os isolados que apresentaram um mesmo padrão de bandas, um foi<<strong>br</strong> />
selecionado para sequenciamento dos domínios D1/D2 da subunidade maior do DNA<<strong>br</strong> />
ribossomal utilizando os iniciadores NL1 (5’- GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-<<strong>br</strong> />
3’) e NL4 (5’-GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’).<<strong>br</strong> />
4.5.1 Extração do DNA total<<strong>br</strong> />
Para extração do DNA total, os isolados de leveduras foram crescidos em ágar<<strong>br</strong> />
Sabouraud por 24 horas a 15°C, para as leveduras provenientes das macroalgas da<<strong>br</strong> />
Antártica e 30°C para as do Paraná. Após crescimento, as colônias de leveduras do<<strong>br</strong> />
Paraná, foram ressuspendidas em 100 μL de água deionizada estéril, congeladas em<<strong>br</strong> />
nitrogênio líquido por um min e, em seguida, colocadas em água fervente por 10 min (De<<strong>br</strong> />
Barros Lopes et al., 1996; 1998). Para as leveduras da Antártica, as colônias foram<<strong>br</strong> />
transferidas a um tubo de 1,5 mL e junto a elas foram adicionados 100 μL de tampão de<<strong>br</strong> />
lise (Tris-HCl - trishidroximetilaminometano 0,05 M; EDTA - ácido etilenodiamino tetraacético<<strong>br</strong> />
0,005 M; NaCl 0,1 M e SDS – sódio dodecil sulfato 1%), em seguida 100 μL de<<strong>br</strong> />
PCI (fenol, cloroformórmico, álcool isoamílico), nas concentrações de 25:24:1. O tubo
foi agitado em vórtex de 3 a 4 min. Após isto, o conteúdo foi centrifugado a 13.200 r.p.m.<<strong>br</strong> />
durante 5 min. O liquido so<strong>br</strong>enadante foi transferido para um novo tubo de 1,5 mL e<<strong>br</strong> />
adicionados 100 μL de etanol 96% (Merck) resfriado a 4°C. O tubo fechado foi vertido<<strong>br</strong> />
por 20 vezes a fim de homogeinizar a solução, e novamente centrifugado a 13.200 r.p.m.<<strong>br</strong> />
por 2 min. O so<strong>br</strong>enadante foi desprezado por inversão e a amostra foi seca até a<<strong>br</strong> />
evaporação total do etanol e ressuspendida em 100 μL de TE (Tris-HCL -<<strong>br</strong> />
trishidroximetilaminometano 10 mM; EDTA 1mM). Todas as amostras foram<<strong>br</strong> />
armazenadas em freezer a –20ºC.<<strong>br</strong> />
4.5.2 PCR com o iniciador M13<<strong>br</strong> />
Para confirmação da identificação fisiológica das leveduras, os isolados foram<<strong>br</strong> />
submetidos à análise molecular, por meio da PCR utilizando o iniciador M13 (5’-<<strong>br</strong> />
GAGGGTGGCGGTTCT-3’) (Libkind et al., 2003). Cada ensaio de PCR foi realizado em<<strong>br</strong> />
25 µL de uma mistura contendo: 5,0 μL de DNA, 2,0 μL do iniciador M13 10 μmol -1<<strong>br</strong> />
(MWG Biotech), 2,5 μL de tampão de PCR 5X (Fermentas), 1,5 μL de MgCl2 25 mM,<<strong>br</strong> />
1,0 μL de dNTP 10 mM, 0,2 μL de Taq DNA polimerase 5U (Fermentas) e o volume<<strong>br</strong> />
final completado com água destilada estéril. As reações de PCR foram realizadas<<strong>br</strong> />
utilizando o termociclador PCR Express (Thermo Hybaid) sob as seguintes condições:<<strong>br</strong> />
desnaturação inicial a 94ºC por 2 min, seguida por 40 ciclos de: desnaturação a 93ºC por<<strong>br</strong> />
45 segundos, anelamento a 50ºC por 1 min e extensão a 72ºC por 1 min, seguida por<<strong>br</strong> />
extensão final a 72ºC por 6 min. Os produtos de PCR foram analisados por eletroforese<<strong>br</strong> />
em gel de agarose 1%, em tampão TBE 0,5 X, eluídos durante aproximadamente 1 hora a<<strong>br</strong> />
120 V. Os géis foram corados com solução de <strong>br</strong>ometo de etídio, visualizados sob luz<<strong>br</strong> />
ultravioleta e fotografados pelo sistema de foto-documentação de gel (Vilber Lourmat,<<strong>br</strong> />
France).<<strong>br</strong> />
4.5.3 Amplificação utilizando os iniciadores NL1 e NL4
Dentre as leveduras que apresentarem perfis moleculares distintos, um isolado foi<<strong>br</strong> />
selecionado para o sequenciamento da região D1/D2 da subunidade maior do rDNA<<strong>br</strong> />
utilizando os iniciadores NL1 (5’- GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-3’) e NL4<<strong>br</strong> />
(5’-GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’) segundo Lachance et al. (1999). A reação de<<strong>br</strong> />
PCR foi realizada em um volume final de 50 µL contendo: 2,0 μL de DNA, 1,0 μL de<<strong>br</strong> />
cada iniciador NL1 e NL4 10 μmol -1 (MWG Biotech), 5,0 μL de tampão de PCR 5X<<strong>br</strong> />
(Fermentas), 2,0 μL de MgCl2 25 mM, 2,0 μL de dNTP 10mM, 0,2 μL de Taq DNA<<strong>br</strong> />
polimerase 5U (Fermentas) e o volume final completado com água destilada estéril. As<<strong>br</strong> />
reações de PCR foram realizadas utilizando o termociclador PCR Express (Thermo<<strong>br</strong> />
Hybaid) sob as seguintes condições: desnaturação inicial a 95ºC por 2 min, seguida por<<strong>br</strong> />
35 ciclos de: desnaturação a 95ºC por 15 segundos, anelamento a 54ºC por 25 segundos e<<strong>br</strong> />
extensão a 72ºC por 20 segundos, seguida por extensão final a 72ºC por 10 min. Os<<strong>br</strong> />
produtos de PCR foram analisados por eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão<<strong>br</strong> />
TBE 0,5X, eluídos durante aproximadamente 1 hora a 120 V. Os géis foram corados com<<strong>br</strong> />
solução de <strong>br</strong>ometo de etídio, visualizados sob luz ultravioleta e fotografados em um<<strong>br</strong> />
sistema de foto-documentação de gel (Vilber Lourmat, France).<<strong>br</strong> />
4.6 Purificação dos amplicons<<strong>br</strong> />
Os amplicons gerados pela reação de PCR foram purificados utilizando-se<<strong>br</strong> />
Polietilenoglicol (PEG). Ao produto de PCR foi adicionado igual volume de uma solução<<strong>br</strong> />
de Polietilenoglicol 20% em NaCl 2,5 M, que foi mantido em banho-maria à 37ºC por 15<<strong>br</strong> />
min. O tubo foi centrifugado a 13.500 r.p.m. por 15 min e o so<strong>br</strong>enadante retirado e<<strong>br</strong> />
descartado. A seguir, foram adicionados 125 µL de etanol 70-80% resfriado a 4ºC, o tubo<<strong>br</strong> />
foi centrifugado a 13.500 r.p.m. por 2 min e o etanol retirado. Este passo foi repetido<<strong>br</strong> />
mais uma vez e a amostra novamente centrifugada a 13.200 r.p.m. por um segundo (spin<<strong>br</strong> />
down). O tubo foi deixado à temperatura ambiente para evaporação de todo o excesso de<<strong>br</strong> />
etanol. Foram adicionados 10 µL de água deionizada estéril e o conteúdo do tubo foi<<strong>br</strong> />
homogeneizado em vórtex por 15 segundos. Em seguida, o tubo foi incubado em banho-
maria a 37ºC por 40 min. O produto obtido foi dosado em NanoDrop, ND 1000,<<strong>br</strong> />
(NanoDrop Thecnologies) para ser utilizado nas reações de sequenciamento.<<strong>br</strong> />
4.7 Reações de sequenciamento dos fungos<<strong>br</strong> />
O sequenciamento foi realizado utilizando-se o Kit DYEnamic TM (Amersham<<strong>br</strong> />
Biosciences, USA) em combinação com o sistema de sequenciamento automatizado<<strong>br</strong> />
MegaBACE TM 1000, no Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular (LBEM –<<strong>br</strong> />
UFMG). Para as reações de sequenciamento foram utilizados 100-150 ng do DNA<<strong>br</strong> />
purificado e os reagentes presentes no Kit DYEnamicTM (Amersham Biosciences,<<strong>br</strong> />
USA). A reação de PCR foi realizada em um volume final de 10 µL contendo 4 µL do<<strong>br</strong> />
pré-mix (presente no kit de sequenciamento) e 1 µL do iniciador (5 μmol -1 ),<<strong>br</strong> />
completando-se o volume final com água deionizada estéril. O programa consistiu de 36<<strong>br</strong> />
ciclos de uma desnaturação inicial a 95ºC por 25 min, seguido por 15 segundos de<<strong>br</strong> />
anelamento a 50ºC e 3 min de extensão a 60ºC. Após término da ciclagem, os produtos da<<strong>br</strong> />
reação foram transferidos para uma placa de sequenciamento de 96 poços para serem<<strong>br</strong> />
precipitados.<<strong>br</strong> />
4.8 Precipitação da reação de sequenciamento<<strong>br</strong> />
Para precipitação dos componentes das reações de sequenciamento, 1 µL de<<strong>br</strong> />
acetato de amônio 7,5 M foi adicionado em cada poço da placa de 96 poços. A solução de<<strong>br</strong> />
acetato de amônio foi dispensada na parede lateral dos poços e a placa levemente batida<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a bancada para que as gotas do acetato de amônio se misturassem à reação. Em<<strong>br</strong> />
seguida, foram adicionados 28 µL de etanol absoluto (Merck). A placa foi submetida à<<strong>br</strong> />
agitação em vórtex e incubada por 20 min à temperatura ambiente, protegida da luz. Após<<strong>br</strong> />
período de incubação, a placa foi centrifugada por 45 min a 4000 r.p.m. O so<strong>br</strong>enadante<<strong>br</strong> />
foi descartado virando-se a placa so<strong>br</strong>e um papel absorvente. Em seguida, foram<<strong>br</strong> />
adicionados 150 µL de etanol 70% (Merck). A placa foi novamente centrifugada por 15<<strong>br</strong> />
min a 4000 r.p.m. e o so<strong>br</strong>enadante então descartado. Para remoção do excesso de etanol,
a placa foi invertida so<strong>br</strong>e um papel absorvente, e submetida a um pulso em centrífuga a<<strong>br</strong> />
900 r.p.m. durante 1 segundo. Em seguida, a placa foi mantida em repouso durante 20-40<<strong>br</strong> />
min, protegida da luz, para evaporação do etanol.<<strong>br</strong> />
O DNA das amostras precipitado em cada poço da placa foi então ressuspendido<<strong>br</strong> />
em 10 µL de Loading buffer (presente no kit de sequenciamento). A placa foi submetida à<<strong>br</strong> />
agitação em vórtex por 2 min, pulsada em centrífuga por 1 segundo a 900 r.p.m. e<<strong>br</strong> />
armazenada a 4ºC, protegida da luz, até injeção das amostras no sistema automatizado<<strong>br</strong> />
MegaBACE TM 1000.<<strong>br</strong> />
4.9 Análise das sequências<<strong>br</strong> />
As sequências de DNA foram analisadas utilizando-se o programa BLASTn<<strong>br</strong> />
(Basic Local Alignment Serch Tool - versão 2.215 do BLAST 2.0) disponível no portal<<strong>br</strong> />
NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/) desenvolvido pelo National Center For<<strong>br</strong> />
Biothecnology.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO<<strong>br</strong> />
Os resultados e discussão referentes aos objetivos da dissertação foram divididos em três<<strong>br</strong> />
partes e apresentados da seguinte forma:<<strong>br</strong> />
5.1. Testes preliminares para a escolha da metodologia para isolamento de fungos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas;<<strong>br</strong> />
5.2. O artigo: Fungal community associated with seaweeds from Antarctica,<<strong>br</strong> />
submetido à Revista Polar Biology (julho de 2009);<<strong>br</strong> />
5.3. Resultados parciais obtidos do isolamento de fungos das macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />
litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />
Além disso, é apresentada uma conclusão integrada dos resultados obtidos,<<strong>br</strong> />
perspectivas e a produção científica gerada ao longo das atividades do curso de Pósgraduação<<strong>br</strong> />
em Ecologia de <strong>Biomas</strong> Tropicais.
5.1. Testes preliminares para isolamento de fungos associados à<<strong>br</strong> />
macroalgas<<strong>br</strong> />
O cultivo de fungos marinhos requer cuidados especiais, pois simular as<<strong>br</strong> />
condições nutricionais oferecidas nos oceanos não é uma tarefa fácil e representa um dos<<strong>br</strong> />
principais fatores limitantes para estudo de microrganismos marinhos. Desta forma, testes<<strong>br</strong> />
preliminares foram realizados para a escolha do meio de cultura apropriado para<<strong>br</strong> />
isolamentos dos fungos algícolas neste trabalho. Cinco meios de cultura foram<<strong>br</strong> />
selecionados para os testes de acordo com Osterhage (2001):<<strong>br</strong> />
Meio I – ÁGAR ALGA: Alga macerada 20 g/L, Ágar bacteriológico 20 g/L em 1000 mL<<strong>br</strong> />
de água artificial do mar, suplementado com 200 mg/L de Cloranfenicol (Sigma/EUA)<<strong>br</strong> />
para evitar o crescimento bactérias contaminantes.<<strong>br</strong> />
Meio II - ÁGAR NUTRIENTE STANDARD (ANS): KH²PO4 1 g/L, KNO3 1 g/L,<<strong>br</strong> />
MgSO4 x 7H2O 0,5 g/L, KCl 0,5 g/L, Glicose 0,2 g/L, Sacarose 0,2 g/L, Ágar<<strong>br</strong> />
bacteriológico 20 g/L em 1000 mL de AAM, suplementado com 200 mg/L de<<strong>br</strong> />
Cloranfenicol.<<strong>br</strong> />
Meio III - ÁGAR GLICOSE-PEPTONA E EXTRATO DE LEVEDURA (GPY):<<strong>br</strong> />
Glicose 1 g/L, Peptona de soja 0,5 g/L, Extrato de Levedura 0,1 g/L, Ágar bacteriológico<<strong>br</strong> />
20 g/L em 800 mL/L de AAM, suplementado com Cloranfenicol 200 mg/L.<<strong>br</strong> />
Meio IV - ÁGAR BATATA DEXTROSADO (BDA/Difco) 39 g de BDA em 1 L de<<strong>br</strong> />
AAM, suplementado com Cloranfenicol 200 mg/L.<<strong>br</strong> />
Meio V – YM: Glicose 1 g, Extrato de malte 0,3 g, Peptona 0,5g e Ágar bacteriológico<<strong>br</strong> />
20 g em 100 mL de AAM, suplementado por Cloranfenicol 200 mg/L.
Água Artificial do Mar (AAM) - contém os seguintes sais (g/L): KBr (0,10), NaCl<<strong>br</strong> />
(23,48), MgCl2 6H2O (10,61), CaCl2 6H2O (1,47), KCl (0,66), SrCl2 6H2O (0,04),<<strong>br</strong> />
Na2SO4 (3,92), NaHCO3 (0,19), H3BO3 (0,03) (Höller et al., 1999).<<strong>br</strong> />
Para realização dos testes, 25 amostras da macroalga Padina sp. foram coletadas<<strong>br</strong> />
em Parati, litoral do Rio de Janeiro em outu<strong>br</strong>o de 2007. Três fragmentos de cada<<strong>br</strong> />
exemplar foram lavados três vezes com água destilada esterilizada e inoculados em<<strong>br</strong> />
placas de Petri contendo os respectivos meios testes citados acima. No total foram<<strong>br</strong> />
utilizadas 25 placas de Petri para cada meio de cultura teste. As placas foram incubadas a<<strong>br</strong> />
temperatura ambiente por um período de até 15 dias. A taxa de sucesso de cada meio foi<<strong>br</strong> />
determinada pelo número de placas colonizadas por fungos em cada meio de cultura<<strong>br</strong> />
teste.<<strong>br</strong> />
Os meios V (YM) e IV (BDA) apresentaram os melhores resultados em termos de<<strong>br</strong> />
presença de colônias de fungos. Das 25 placas testadas, 16 contendo o meio V<<strong>br</strong> />
apresentaram crescimento de fungos, representando 64% de sucesso. O segundo melhor<<strong>br</strong> />
resultado foi conseguido com meio IV com crescimento de fungos em 15 placas (60% de<<strong>br</strong> />
sucesso). Os meios II e III apresentaram cinco (20%) e oito (32%) placas com<<strong>br</strong> />
crescimento de fungos respectivamente. Por outro lado no Meio I não houve crescimento<<strong>br</strong> />
fúngico.<<strong>br</strong> />
Desta forma, a partir dos resultados encontrados foi estabelecido que os meios de<<strong>br</strong> />
cultura IV e V seriam utilizados para isolamento dos fungos algícolas. Estes dois meios<<strong>br</strong> />
de cultura foram utilizados para coletas e isolamento dos fungos associados às<<strong>br</strong> />
macroalgas da Antártica e do litoral do estado do Paraná.
5.2. ARTIGO SUBMETIDO<<strong>br</strong> />
Fungal community associated with seaweeds from Antarctica<<strong>br</strong> />
Carolina P. Loque 1 , Adriana O. Medeiros 2 , Franciane Pellizzari 3 , Eurico C. Oliveira 4 ,<<strong>br</strong> />
Carlos A. Rosa 5 and Luiz H. Rosa 1<<strong>br</strong> />
1<<strong>br</strong> />
Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Biológicas, Instituto de<<strong>br</strong> />
Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG,<<strong>br</strong> />
Brazil.<<strong>br</strong> />
2<<strong>br</strong> />
Laboratório de Microbiologia Ambiental, Departamento de Botânica, Universidade<<strong>br</strong> />
Federal da Bahia, Salvador, BA, Brazil.<<strong>br</strong> />
3<<strong>br</strong> />
Laboratório de Ficologia e Qualidade de Água do Mar (LAQUAMAR), Universidade<<strong>br</strong> />
Estadual do Paraná, campus FAFIPAR. Paranaguá, Paraná, Brazil.<<strong>br</strong> />
4<<strong>br</strong> />
Laboratório de Ficologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São<<strong>br</strong> />
Paulo, Brazil.<<strong>br</strong> />
5<<strong>br</strong> />
Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, C. P. 486,<<strong>br</strong> />
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil.<<strong>br</strong> />
Correspondence: Luiz H. Rosa, Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de<<strong>br</strong> />
Ouro Preto, Rua Diogo de Vasconcelos, 122, Ouro Preto, MG, 35.400-000, Brazil. Tel.:<<strong>br</strong> />
+55-31-3559 1695, Fax: +55-31-3559 1633, e-mail: lhrosa@<strong>ufop</strong>.<strong>br</strong>
Abstract<<strong>br</strong> />
Filamentous fungi and yeasts associated with the seaweeds Adenocystis utricularis,<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps and Palmaria decipiens from Antarctica were studied. A total of 75<<strong>br</strong> />
fungal isolates, represented by 27 filamentous fungi and 48 yeasts, were isolated from the<<strong>br</strong> />
three seaweed species and identified by morphological, physiological, and sequence<<strong>br</strong> />
analyses of the internal transcribed spacer region (ITS) and D1/D2 variable domains of the<<strong>br</strong> />
large-subunit rRNA gene. The filamentous fungi obtained from seaweeds were identified as<<strong>br</strong> />
belonging to the genera Geomyces, Antarctomyces, Oidiodendron, Penicillium, and<<strong>br</strong> />
Phaeosphaeria. The prevalent species were the filamentous fungus Geomyces pannorum<<strong>br</strong> />
and the yeast Metschnikowia australis. Two fungal species isolated in our study,<<strong>br</strong> />
Antarctomyces psychrotrophicus and M. australis, are endemic to Antarctica. The<<strong>br</strong> />
filamentous fungus Oidiodendron sp. UFMGCB 2696 and the yeast Leucosporidium sp.<<strong>br</strong> />
UFMG-Ant 386 may represent new species. This work is the first study of fungi associated<<strong>br</strong> />
with Antarctic seaweeds, and it is a relevant contribution to the taxonomy and ecology of<<strong>br</strong> />
the marine fungi living in polar environments. These fungal species may have an important<<strong>br</strong> />
role in the ecosystem and in organic matter recycling.<<strong>br</strong> />
Key words: Algae, Antarctica, endemism, extreme environments, fungi
Introduction<<strong>br</strong> />
Marine fungi colonize a wide range of organic substrata found in the ocean, such as<<strong>br</strong> />
sponges, corals, echinoderms, verte<strong>br</strong>ates and algae. The known of fungal species diversity<<strong>br</strong> />
from seaweeds is considered incipient; these microorganisms are of particular interest due<<strong>br</strong> />
to their ecological symbiotic properties (Zuccaro et al. 2003). Pathogens, parasites,<<strong>br</strong> />
saprobes and mycobionts are the predominant fungi in seaweed communities. However,<<strong>br</strong> />
there is little data available about the ecology of these organisms (Zuccaro et al. 2008).<<strong>br</strong> />
Algae represent the second largest source of marine fungi isolated in the sea, and almost<<strong>br</strong> />
one-third of all known higher filamentous marine fungi are associated with these organisms<<strong>br</strong> />
(Bugni and Ireland 2004). The majority of fungi associated with algae belong to the<<strong>br</strong> />
Ascomycota and only few conidial fungi are known. Ecological and diversity studies have<<strong>br</strong> />
been showed that there are interesting algicolous fungi associated mainly with seaweeds<<strong>br</strong> />
genera Fucus, Chondrus, Laminaria, Sargassum, Dilsea, Ceramium, Saccorhiza,<<strong>br</strong> />
Ascophyllum, Cladophora, Halymenia, Ceratiodictyon, Hypnea, Enteromorpha, Ulva,<<strong>br</strong> />
Porphyra, and Egregia (Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 1991, Stanley 1992,<<strong>br</strong> />
Zuccaro and Mitchell 2005; Zuccaro et al. 2008). Members of Acremonium, Arthrinium,<<strong>br</strong> />
Alternaria, Aspergillus, Cladosporium, Fusarium, Penicillium, Phoma, and Trichoderma<<strong>br</strong> />
have been reported both associated to seaweeds as well as terrestrial environment such as<<strong>br</strong> />
plants, woods, and soils (Jones and Byrne 1976, Kohlmeyer and Kohlmeyer 1979, Stanley<<strong>br</strong> />
1992, Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 2003, Zuccaro et al., 2008). In contrast,<<strong>br</strong> />
species of genera Spathulospora, Chadefaudia, Haloguignardia, Retrostium,<<strong>br</strong> />
Histopidicarpomyces, and Pontogenia are all specific to seaweeds (Zuccaro and Mitchell<<strong>br</strong> />
2005). Fungal species such as Mycophycias ascophylli and Sigmoidea marina are mutually<<strong>br</strong> />
associated with their algal host, and grow within or at the surface of the algal tissue<<strong>br</strong> />
(Kohlmeyer and Volkmann-Kohlmeyer 1998, Zuccaro et al. 2008). Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />
have found representatives of the following five taxa as predominant fungal species<<strong>br</strong> />
associated with <strong>br</strong>own seaweed Fucus serratus: Sigmoidea marina, Acremonium fuci,<<strong>br</strong> />
Cladosporium spp., Dendryphiella salina and Fusarium spp.; isolates were recovered from<<strong>br</strong> />
all thallus parts of F. serratus. According Hawksworth (2004) there are about 100,000<<strong>br</strong> />
described fungal species in world, and only 79 (0.08%) algicolous fungi are known<<strong>br</strong> />
43
(Zuccaro and Mitchell 2005). Seaweeds have an important role in organic matter mineral<<strong>br</strong> />
cycling, being fundamental for the functioning of this littoral and infralittoral ecosystem,<<strong>br</strong> />
mainly in some shallow areas of the Antarctic. Nedzarek and Rakusa-Suszczewski (2004)<<strong>br</strong> />
suggest that seaweed beds cover ca. 30% of the bottom surface, with an estimated amount<<strong>br</strong> />
of 74,000 tons of wet biomass around Admiralty Bay. These communities are characterized<<strong>br</strong> />
by a high degree of endemism dominated mainly by red and <strong>br</strong>own seaweeds (Wiencke et<<strong>br</strong> />
al. 2007). The extensive populations of seaweeds have fundamental roles as primary<<strong>br</strong> />
producers and food for marine herbivores as well as in habitat structuring (Charpy-Roubaud<<strong>br</strong> />
et al. 1990). However, investigations into the distribution and occurrence of marine fungi<<strong>br</strong> />
associated with seaweeds are still scarce worldwide, and no data is available on fungal<<strong>br</strong> />
species associated with the seaweeds of Antarctica. Thus, the aims of this study were to<<strong>br</strong> />
isolate and identify marine fungi living in association with three common species of<<strong>br</strong> />
seaweeds in Antarctica: Adenocystis utricularis, Desmarestia anceps, and Palmaria<<strong>br</strong> />
decipiens.<<strong>br</strong> />
Material and methods<<strong>br</strong> />
Sample collections and isolation of fungi<<strong>br</strong> />
Twenty fresh thalli of different specimens of Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg,<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps Montagne (Ochrophyta) and Palmaria decipiens (Reinsch) R.W.<<strong>br</strong> />
Ricker (Rhodophyceae) (Fig. 1) were collected in stretches of rocky coastline in Admiralty<<strong>br</strong> />
Bay, King George Island, South Shetland Islands, Antarctic Peninsula (62°09’S, 58°28’W).<<strong>br</strong> />
Admiralty Bay is the largest bay (131 km 2 ) on King George Island, located in the South<<strong>br</strong> />
Shetlands Archipelago, Antarctic Peninsula. Research stations of Poland, Brazil and Peru<<strong>br</strong> />
and refuges from USA and Ecuador are located around this bay. Despite all these research<<strong>br</strong> />
facilities, there are no studies to date concerning fungi associated with local seaweeds. The<<strong>br</strong> />
samples were collected on a rocky coastline that becomes ice-free during the Antarctic<<strong>br</strong> />
summer. The sampling surveys were performed during January, Fe<strong>br</strong>uary and December of<<strong>br</strong> />
2008, and January of 2009.<<strong>br</strong> />
Discs of 8 mm in diameter were cut from each specimen and washed twice using sterile<<strong>br</strong> />
local seawater for 2 min. The discs were incubated in Petri dishes containing potato<<strong>br</strong> />
44
dextrose agar (PDA, Difco, USA) or yeast extract-malt agar (YMA, 1% glucose, 0.5%<<strong>br</strong> />
peptone, 0.3% yeast extract, 0.3% malt extract, and 2% of agar) for isolation of filamentous<<strong>br</strong> />
fungi and yeasts, respectively. Both media were prepared with Artificial Sea Water (ASW)<<strong>br</strong> />
plus chloramphenicol at 100 µg mL -1 . The composition of the ASW was as described by<<strong>br</strong> />
Höller et al. (1999). In addition, 10 thalli of A. utricularis in young, adult and mature stages<<strong>br</strong> />
each were collected to evaluate the presence of fungi in their inner liquid. A hundred<<strong>br</strong> />
microlitres of this liquid were placed on PDA/ASW and YMA/ASW. All plates were<<strong>br</strong> />
incubated up to 60 days at 18 ° C, and individual colonies of filamentous fungi and yeasts<<strong>br</strong> />
were purified on PDA and Sabouraud agar (Difco, USA), respectively. Long-term<<strong>br</strong> />
preservation of mycelial pieces (filamentous fungi) was carried out at –80°C using<<strong>br</strong> />
cryotubes with sterile glycerol. Yeasts were preserved at - 80°C or in liquid nitrogen for<<strong>br</strong> />
later identification. All fungal isolates used in this work were deposited in the Culture<<strong>br</strong> />
Collection of Microorganisms and Cells of the Universidade Federal of Minas Gerais under<<strong>br</strong> />
codes UFMGCB.<<strong>br</strong> />
Fig 1. Thalli from Antarctic seaweeds (a) Adenocystis utricularis (Bory) Skottsberg, (b)<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps Mont., and (c) Palmaria decipiens (Reinsch) Ricker collected in<<strong>br</strong> />
Admiralty Bay at King George Island, Antarctica. Bars represent the real scale.<<strong>br</strong> />
45
Fungi identification<<strong>br</strong> />
The protocol for filamentous fungus DNA extraction was done according to Rosa et al.<<strong>br</strong> />
(2009). The ITS domains of rRNA gene were amplified with the universal primers ITS1<<strong>br</strong> />
(5´- TCCGTAGGTGAACCTGCGG-3´) and ITS4 (5´-TCCTCCGCTTATTGATATGC-<<strong>br</strong> />
3´), as described by White et al. (1990). Amplification of the ITS region was performed as<<strong>br</strong> />
described by Rosa et al. (2009). The yeasts were characterized using standard methods<<strong>br</strong> />
(Yarrow 1998), and their identification was carried out using the taxonomic keys of<<strong>br</strong> />
Kurtzman and Fell (1998). The yeast identities were confirmed by sequencing of the D1/D2<<strong>br</strong> />
variable domains of the large-subunit rRNA gene using the primers NL1 (5’-<<strong>br</strong> />
GCATATCAATAAGCGGAGGAAAAG-3’) and NL4 (5’-<<strong>br</strong> />
GGTCCGTGTTTCAAGACGG-3’) as described by Lachance et al. (1999). Sequencing of<<strong>br</strong> />
the filamentous fungi and yeasts was carried out using an ET Dynamic Terminator Kit in a<<strong>br</strong> />
MegaBACE 1000/Automated 96 Capillary DNA sequencer (GE Healthcare, USA). The<<strong>br</strong> />
sequences obtained were adjusted using the SeqMan module of the Lasergene software<<strong>br</strong> />
suite (DNASTAR/Inc.), and a consensus sequence was obtained using the Bioedit software<<strong>br</strong> />
(v. 7.0.5.3; Ibis Biosciences). To reach species level identification by rRNA gene<<strong>br</strong> />
sequencing, the consensus sequence was aligned with all sequences of related species<<strong>br</strong> />
retrieved from the GenBank database using the Fasta 2.0 program (Altuschul et al. 1997).<<strong>br</strong> />
The consensus sequence data of the algicolous fungi isolated in this work were deposited in<<strong>br</strong> />
GenBank under the accession numbers FJ911867 to FJ911880. Phylogenetic relationships<<strong>br</strong> />
were estimated using the MEGA program Version 4.0 (Tamura et al. 2007). The<<strong>br</strong> />
phylogenetic trees were constructed using the neighbour joining (NJ) algorithm with<<strong>br</strong> />
bootstrap values calculated from 1,000 replicate runs. The Maximum Composite<<strong>br</strong> />
Likelihood model was used to estimate evolutionary distance.<<strong>br</strong> />
Results<<strong>br</strong> />
From 60 algal thallus samples (20 from each species) comprising 180 algal fragments, a<<strong>br</strong> />
total of 75 fungal isolates were obtained, of which 27 were filamentous fungi and 48 were<<strong>br</strong> />
46
yeast isolates. Twenty-five filamentous fungi were obtained from A. utricularis and two<<strong>br</strong> />
from D. anceps. Thirty-eight yeast isolates were obtained from A. utricularis, eight from D.<<strong>br</strong> />
anceps and two from P. decipiens. The filamentous fungi obtained from seaweeds were<<strong>br</strong> />
identified as belonging to the genera Geomyces Traaen, Antarctomyces Stchigel & Guarro,<<strong>br</strong> />
Oidiodendron Robak, Penicillium Link, and Phaeosphaeria I. Miyake. Two isolates were<<strong>br</strong> />
not identified as genus level since their ITS sequences were similar to several uncultured<<strong>br</strong> />
and unidentified fungi. The yeast species were identified as belonging the genus<<strong>br</strong> />
Aureobasidium Viala & G. Boyer, Cryptococcus Kütz, Leucosporidium Fell et al.,<<strong>br</strong> />
Metschnikowia Kamenski and Rhodotorula F.C. Harrison (Table 1). From the inner water<<strong>br</strong> />
of A. utricularis was obtained only the yeast species Metschnikowia australis (Fell & I.L.<<strong>br</strong> />
Hunter) Mendonça-Hagler et al. with average population counts of 170, 300 and 615 CFU<<strong>br</strong> />
mL -1 for young, adult and old thalli, respectively.<<strong>br</strong> />
47
Table 1. Host seaweeds, isolate code, closest related species, maxima identities, identification, and Genbank accession number of<<strong>br</strong> />
marine fungal species associated with Adenocystis utricularis and Desmarestia anceps, and Palmaria decipiens collected in Admiralty<<strong>br</strong> />
Bay at King George Island, Antarctica.<<strong>br</strong> />
Seaweeds species UFMGCB a<<strong>br</strong> />
Desmarestia anceps<<strong>br</strong> />
Mont.<<strong>br</strong> />
Adenocystis utricularis<<strong>br</strong> />
(Bory) Skottsberg<<strong>br</strong> />
code<<strong>br</strong> />
Closest related species Maxima<<strong>br</strong> />
identities (%)<<strong>br</strong> />
2693 Geomyces pannorum (Link) Sigler &<<strong>br</strong> />
Carmichael [DQ189229]<<strong>br</strong> />
386 Leucosporidium<<strong>br</strong> />
[AF189906]<<strong>br</strong> />
antarcticum Fell et al.<<strong>br</strong> />
206 Metschnikowia australis (Fell & Hunter)<<strong>br</strong> />
Mend.-Hagler et al. [U76526]<<strong>br</strong> />
2625 Antarctomyces psychrotrophicus Stchigel &<<strong>br</strong> />
Guarro [AJ133431]<<strong>br</strong> />
Identification Genbank<<strong>br</strong> />
accession number<<strong>br</strong> />
97 G. pannorum FJ911877<<strong>br</strong> />
88 Leucosporidium sp. FJ911867<<strong>br</strong> />
98 M. australis FJ911872<<strong>br</strong> />
99 A. psychrotrophicus FJ911878<<strong>br</strong> />
2620 G. pannorum [DQ189229] 97 G. pannorum FJ911876<<strong>br</strong> />
2696 Oidiodendron<<strong>br</strong> />
[AF062809]<<strong>br</strong> />
truncatum G.L. Barron 96 Oidiodendron sp. FJ911880<<strong>br</strong> />
2606 Penicillium solitum Westling [AY373932] 98 Penicillium sp. FJ911874<<strong>br</strong> />
2623 Phaeosphaeria herpotrichoides (De Not.) L.<<strong>br</strong> />
Holm [AF439483]<<strong>br</strong> />
99 P. herpotrichoides FJ911873<<strong>br</strong> />
2608 Clathrosphaerina zalewskii [EF29222] 88 Fungal sp. FJ911875<<strong>br</strong> />
2692 Leotiomycetes sp. [GQ153126] 89 Helotiales sp. FJ911879<<strong>br</strong> />
320 M. australis [U76526] 100 M. australis FJ911869
Palmaria decipiens<<strong>br</strong> />
(Reinsch) Ricker<<strong>br</strong> />
387 b M. australis [U76526] FJ911871<<strong>br</strong> />
213 Rhodotorula mucilaginosa (A. Jörg.) F.C.<<strong>br</strong> />
Harrison [EF585187]<<strong>br</strong> />
99 R. mucilaginosa FJ911870<<strong>br</strong> />
214 M. australis [U76526] 99 M. australis FJ917671<<strong>br</strong> />
384 Cryptococcus carnescens (Verona & Luchetti)<<strong>br</strong> />
M. Takash. et al. [EU194464]<<strong>br</strong> />
99 C. carnescens FJ911868<<strong>br</strong> />
Identification was made using BLASTn searches of the ITS1-5.8S-ITS2 and D1/D2 regions of rDNA gene for filamentous fungi and<<strong>br</strong> />
yeasts, respectively. a Culture Collection of Microorganisms and Cells of the Universidade Federal of Minas Gerais. b M. australis<<strong>br</strong> />
obtained from inner liquid of A. utricularis.<<strong>br</strong> />
49
The predominant filamentous fungus was Geomyces pannorum (Link) Sigler &<<strong>br</strong> />
Carmichael, where 19 isolates were isolated from A. utricularis and two from D. anceps.<<strong>br</strong> />
These isolates showed 97 to 99% identities compared with G. pannorum (GenBank<<strong>br</strong> />
accession number DQ189229). The isolates UFMGCB 2625 and 2720 showed only one<<strong>br</strong> />
different nucleotide in the ITS region compared with the fungus Antarctomyces<<strong>br</strong> />
psychrotrophicus Stchigel & Guarro (GenBank access number AM489755). The isolate<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2606 showed a 98% identity with Penicillium solitum Westling (GenBank<<strong>br</strong> />
access number AY373932), and the isolate UFMGCB 2623 had a 99% identity with<<strong>br</strong> />
Phaeospharia herpotrichoides (GenBank access number AF439483).<<strong>br</strong> />
The isolate UFMGCB 2696 presented 96% identity with Oidiodendron truncatum G.L.<<strong>br</strong> />
Barron (GenBank access number AF062809) and was identified as Oidiodendron sp. This<<strong>br</strong> />
isolate showed seven nucleotides difference (1.3%) when compared to the O. truncatum<<strong>br</strong> />
sequence (Fig. 2). Further investigations will be necessary to confirm the isolate as a new<<strong>br</strong> />
species of Oidiodendron. The isolates UFMGCB 2608 and UFMGCB 2692 showed similar<<strong>br</strong> />
sequence identities with different uncultured and unidentified fungal species obtained from<<strong>br</strong> />
soil samples in different regions. The isolate UFMGCB 2692 present 89% of identity with<<strong>br</strong> />
the Helotiales fungus Leotiomycetes sp. (GenBank access number GQ153126), and it was<<strong>br</strong> />
identified as Helotiolales sp. However, the taxonomic information given by the ITS<<strong>br</strong> />
sequences was insufficient to identify at genus or order level the isolate UFMGCB 2608.<<strong>br</strong> />
Metschnikowia australis was the prevalent yeast species associated with the thalli of the<<strong>br</strong> />
seaweeds studied during this investigation and in the inner water of A. utricularis, showing<<strong>br</strong> />
between 99 and 100% identities in the D1/D2 regions of the large subunit of the rRNA gene<<strong>br</strong> />
when compared to the type strain of M. australis CBS 5847 (GenBank access number<<strong>br</strong> />
U76526).
(a)<<strong>br</strong> />
(b)<<strong>br</strong> />
0.1<<strong>br</strong> />
0.1<<strong>br</strong> />
61<<strong>br</strong> />
38<<strong>br</strong> />
19<<strong>br</strong> />
24<<strong>br</strong> />
52<<strong>br</strong> />
98<<strong>br</strong> />
90<<strong>br</strong> />
6898<<strong>br</strong> />
55<<strong>br</strong> />
48<<strong>br</strong> />
54<<strong>br</strong> />
Myxotrichum cancellatum [AF062811]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron echinulatum [AF062791]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron cerealis [AF062788]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron setiferum [AF062805]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron tenuissimum [AF307773]<<strong>br</strong> />
Myxotrichum setosum [AF062815]<<strong>br</strong> />
55<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2696<<strong>br</strong> />
97 Oidiodendron truncatum [AF307775]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron flavum [AF062792]<<strong>br</strong> />
Oidiodendron griseum [AY618676]<<strong>br</strong> />
Myxotrichum arcticum [AF062810]<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2608<<strong>br</strong> />
Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />
Uncultured ascomycete [AY969487]<<strong>br</strong> />
Fungal sp. [FJ235965]<<strong>br</strong> />
Uncultured Pezizomycotina [DQ273336]<<strong>br</strong> />
Epacris microphylla root associated fungus [AY268205]<<strong>br</strong> />
98<<strong>br</strong> />
Clathrosphaerina zalewskii [EF029222]<<strong>br</strong> />
Lachnum clandestinum [U58636]<<strong>br</strong> />
Helotiales sp. [AM924158]<<strong>br</strong> />
Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />
51
0.1<<strong>br</strong> />
81<<strong>br</strong> />
36<<strong>br</strong> />
38<<strong>br</strong> />
18<<strong>br</strong> />
Phialea strobilina [EF596821]<<strong>br</strong> />
Bisporella citrina [AF335454]<<strong>br</strong> />
Hyalodendriella betulae [EU040232]<<strong>br</strong> />
Rhizoscyphus ericae [AY394907]<<strong>br</strong> />
Mycorrhizal fungal [AY394920]<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2692<<strong>br</strong> />
Leotiomycetes sp. [GQ153126]<<strong>br</strong> />
Ascomycota sp. [FJ039690]<<strong>br</strong> />
Trametes versicolor [AF042324]<<strong>br</strong> />
(c)<<strong>br</strong> />
Fig. 2. Evolutionary trees showing the relationships among fungi (a) UFMGCB 2696, (b)<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2608, (c) UFMGCB 2692 and the next fungal sequences present in GenBank<<strong>br</strong> />
databases. The tree was constructed based on the rRNA gene sequence of regions ITS1-<<strong>br</strong> />
5.8S-ITS2 by using the neighbor-joining method. The numbers represent the percentage of<<strong>br</strong> />
1,000 bootstrap replications in which a given <strong>br</strong>anch appeared. The tree was rooted by<<strong>br</strong> />
making Trametes versicolor [AF042324] as outgroup.<<strong>br</strong> />
The other yeast isolates were identified as A. pullulans (isolated from D. anceps),<<strong>br</strong> />
Cryptococcus carnescens (isolated from P. decipiens) and Rhodotorula mucilaginosa (both<<strong>br</strong> />
isolated from A. utricularis). The yeast isolate UFMG-Ant 386 isolated from A. utricularis<<strong>br</strong> />
presented a 34-nucleotide difference (6.8%) from the Antarctic yeast strain CBS 8928<<strong>br</strong> />
(GenBank access number AY033640) and Leucosporidium antarcticum strain CBS5942<<strong>br</strong> />
(GenBank access number AF189906). This strain forms cream-colored colonies on solid<<strong>br</strong> />
media, and the cells are ovoidal to elongate. Fermentation is absent, and the following<<strong>br</strong> />
carbon sources are assimilated: glucose, galactose, L-sorbose, maltose, sucrose, trehalose,<<strong>br</strong> />
lactose, melibiose, melizitose, ethanol, glycerol, erythritol, D-mannitol, D-glucitiol and<<strong>br</strong> />
succinate. Potassium nitrate, sodium nitrite and L-lysine are utilized as nitrogen source.<<strong>br</strong> />
This Antarctic strain is not able to grow at temperatures below 20 o C. Our molecular and<<strong>br</strong> />
physiological results suggest that this yeast strain can represent a new species belonging to<<strong>br</strong> />
the Leucosporidium clade.<<strong>br</strong> />
28<<strong>br</strong> />
45<<strong>br</strong> />
52
Discussion<<strong>br</strong> />
This is the first report about fungi associated with these Antarctic seaweeds. In our study,<<strong>br</strong> />
the number of Antarctic algicolous fungi (75 isolates) was similar to those numbers found<<strong>br</strong> />
associated with Fucus serratus L. (116 isolates), an algal species inhabiting temperate<<strong>br</strong> />
regions (Zuccaro et al. 2003). The prevalent fungal species associated with the seaweeds<<strong>br</strong> />
were G. pannorum (filamentous fungi) and M. australis (yeast). The genus Geomyces<<strong>br</strong> />
belongs to Myxotrichaceae (Ascomycota) and comprises a very small proportion of the<<strong>br</strong> />
fungal biota, with only four known species (Kirk et al. 2001), although with a widespread<<strong>br</strong> />
distribution. G. pannorum is a keratinophilic and psychrophilic species and has a<<strong>br</strong> />
ubiquitous distribution in the soils of Arctic and Antarctic regions (Mercantini et al. 1989).<<strong>br</strong> />
This species is halotolerant (Poole and Price 1971) and moderately cellulolytic<<strong>br</strong> />
(Kuthubutheen and Pugh 1979). According to Arenz et al. (2006), Geomyces spp. generally<<strong>br</strong> />
have the ability to colonize and utilize different carbon sources. Zuccaro et al. (2008)<<strong>br</strong> />
obtained two Geomyces isolates from fresh thalli of F. serratus from a rocky-shore site on<<strong>br</strong> />
the northeastern side of Helgoland Island, Germany. The presence of G. pannorum<<strong>br</strong> />
associated with seaweeds in the Antarctic suggests that this fungus could have an important<<strong>br</strong> />
role in the decomposition and nutrient cycling of these algal species.<<strong>br</strong> />
Fell and Hunter (1968) described the seawater yeast isolates from the Antarctic as M.<<strong>br</strong> />
bicuspidata var. australis. Mendonça-Hagler et al. (1985), on the basis of the reduced<<strong>br</strong> />
intervarietal fertility when crossed with M. bicuspidata var. bicuspidata and the unique<<strong>br</strong> />
habitat in Antarctic seawater, proposed raising the variety australis to the rank of species.<<strong>br</strong> />
This yeast species was also isolated from the stomach of the Antarctic krill Euphausia<<strong>br</strong> />
superba (Donachie and Zdanowski 1998). Our results show that this yeast could be<<strong>br</strong> />
widespread in the Antarctic ecosystem, and the seaweed thalli were described as a new<<strong>br</strong> />
habitat for M. australis.<<strong>br</strong> />
A. utricularis has a very distinct morphology, showing a vesiculous shape with small and<<strong>br</strong> />
delicate thalli, unusual among the dominant robust and larger fronds and thalli present in<<strong>br</strong> />
most species of Antarctic seaweeds. This species also has an inner seawater accumulation<<strong>br</strong> />
that probably works as ballast against pullout by wave action or strong currents,<<strong>br</strong> />
considering that the seaweeds are attached to the pebbles by a minute holdfast. The<<strong>br</strong> />
53
occurrence of M. australis in the inner water of A. utricularis vesicle is noteworthy; the<<strong>br</strong> />
yeast was found in high densities in water vesicles of this alga, and it is probably able to<<strong>br</strong> />
use photosynthetic nutrients released by A. utricularis. Certainly, this is a new and<<strong>br</strong> />
interesting habitat for a yeast species since the yeast is protected inside the alga against the<<strong>br</strong> />
stressful conditions of the environment. The ecological association between M. australis<<strong>br</strong> />
and A. utricularis merits further investigation.<<strong>br</strong> />
We have found two isolates of A. psychrotrophicus. This genus is represented by only this<<strong>br</strong> />
species, which was isolated from Antarctic soil and is related to Thelebolaceae family<<strong>br</strong> />
(Stchigel et al. 2001). According to Arenz et al. (2006), this species appears to be endemic<<strong>br</strong> />
to Antarctica, and our results suggest that this species is able to colonize other natural and<<strong>br</strong> />
living substrates in the Antarctic ecosystem. The species Oidiodendron sp., Penicillium sp.,<<strong>br</strong> />
Phaeosphaeria herpotrichoides, Rhodotorula mucilaginosa Cryptococcus carnescens<<strong>br</strong> />
occurred in low frequencies associated with the seaweeds studied.<<strong>br</strong> />
Species of Geomyces, Penicillium and Oidiodendron were previously found associated with<<strong>br</strong> />
fresh thalli of F. serratus (Zuccaro et al. 2003, 2008). The marine Phaeosphaeria species<<strong>br</strong> />
have been obtained from plants living in beach (Kohlmeyer et al. 1998), and in Antarctica,<<strong>br</strong> />
associated with the grass D. antarctica (Rosa et al. 2009), but uncultured Phaeosphaeria<<strong>br</strong> />
species (P. avenaria, P. nodorum, P. olivavea, and P. orae-maris) were detected in F.<<strong>br</strong> />
serratus thalli by molecular methods (Zuccaro et al. 2008). These species are likely minor<<strong>br</strong> />
components of the fungal communities of these three seaweed species. Fungal sp.<<strong>br</strong> />
UFMGCB 2608 and Helotiales sp. UFMGCB 2692 may belong to common widespread<<strong>br</strong> />
fungi, since their ITS sequences are similar to several unidentified fungi isolated from soils<<strong>br</strong> />
in Europe and Antarctic. Otherwise, these isolates could represent identified fungal groups<<strong>br</strong> />
that are not currently sequenced. More taxonomic and phylogenetic studies are necessary to<<strong>br</strong> />
determine the correct identification of these fungal species. The filamentous fungus<<strong>br</strong> />
Oidiodendron sp. 2696 and the yeast Leucosporidium sp. UFMG-Ant 386 could represent<<strong>br</strong> />
new fungal species and could be endemic to the Antarctic ecosystems.<<strong>br</strong> />
Our work shows that seaweeds in Antarctica are a rich source of fungi. Despite the fact that<<strong>br</strong> />
these fungi have been isolated from living seaweed specimens, most of the fungal isolates<<strong>br</strong> />
are probably saprobes decomposers of organic matter. These fungal species may have an<<strong>br</strong> />
important role in the ecosystem and in organic matter recycling.<<strong>br</strong> />
54
Acknowledgements<<strong>br</strong> />
This study was made possible with financial and logistic support from the Brazilian<<strong>br</strong> />
Antarctic Programme (PROANTAR). It is part of the API activity 403 "MIDIAPI<<strong>br</strong> />
Microbial Diversity of Terrestrial and Maritime ecosystems in Antarctic Peninsula" under<<strong>br</strong> />
the overall coordination of Dr. Vivian H. Pellizari, and contributes to the um<strong>br</strong>ella IPY<<strong>br</strong> />
activities MERGE (Microbiological and Ecological Responses to Global Environmental<<strong>br</strong> />
Changes in Polar Regions), CAML (Census of Antarctic Marine Life) and SCARMarBIN<<strong>br</strong> />
(SCAR-Marine Biodiversity Information Network). The work was financially supported by<<strong>br</strong> />
the Fundação of Amparo the Pesquisa of the Minas Gerais (FAPEMIG) and Conselho<<strong>br</strong> />
Nacional of Desenvolvimento Científico and Tecnológico (CNPq).<<strong>br</strong> />
References<<strong>br</strong> />
Altuschul SF, Madden TL, Schaffer AA, Zhang JH, Zhang Z, Miller W, Lipman DJ (1997)<<strong>br</strong> />
Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of protein database search programs.<<strong>br</strong> />
Nucleic Acids Res 25:3389-3402<<strong>br</strong> />
Arenz BE, Held BW, Jurgens JA, Farrell RL, Blanchette RA (2006) Fungal diversity in<<strong>br</strong> />
soils and historic wood from the Ross Sea Region of Antarctica. Soil Biol Biochem<<strong>br</strong> />
38:3057-3064. doi: 10.1016/j.soilbio.2006.01.016<<strong>br</strong> />
Bugni TS, Ireland CM (2004) Marine-derived fungi: a chemically and biologically diverse<<strong>br</strong> />
group of microorganisms. Nat Prod Rep 21:143-163. doi: 10.1039/ b301926h<<strong>br</strong> />
Charpy-Roubaud C, Sourina A (1990) The comparative estimation of phytoplanktonic,<<strong>br</strong> />
microphytobenthic and macrophytobenthic primary production in the oceans. Mar Microb<<strong>br</strong> />
Food Webs 4:31-57<<strong>br</strong> />
Donachie SP, Zdanowski MK (1998) Potential digestive function of bacteria in krill<<strong>br</strong> />
Euphausia superba stomach. Aquat Microb Ecol 14:129-136<<strong>br</strong> />
Fell JW, Hunter IL (1968) Isolation of heterothallic yeast strains of Metschnikowia<<strong>br</strong> />
Kamienski and their mating reactions with Chlamydozyma Wickerham spp. Antonie van<<strong>br</strong> />
Leeuwenhoek 34:365-376. doi: 10.1007/BF02046459<<strong>br</strong> />
55
Hawksworth DL (2004) Fungal diversity and its implications for genetic resource<<strong>br</strong> />
collections. Stud Mycol 50:9-18<<strong>br</strong> />
Höller U, König GM, Wright AD (1999) Three new metabolites from marine-derived fungi<<strong>br</strong> />
of the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod 62:114-118. doi:<<strong>br</strong> />
10.1021/np980341e<<strong>br</strong> />
Jones EBG, Byrne PJ (1976) Physiology of the Higher Marine Fungi. In Jones EBG (ed)<<strong>br</strong> />
Recent Advances in Aquatic Mycology, Wiley, New York, pp 1-51<<strong>br</strong> />
Kirk PM, Cannon PF, David JC, Stalpers JA (2001) Ainsworth & Bisby’s Dictionary of the<<strong>br</strong> />
Fungi. 19 Ed. CAB International, Wallingford<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer J, Kohlmeyer E (1979). In: Marine Mycology, Academic Press Inc., New York,<<strong>br</strong> />
pp 54-69<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer B (1991) Illustrated key to the filamentous higher<<strong>br</strong> />
marine fungi. Bot Marina 34:1-61<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer B, Eriksson OE (1998) Fungi on Juncus roemerianus.<<strong>br</strong> />
11. More new ascomycetes. Can J Bot 76:467-477<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer J, Volkmann-Kohlmeyer (2003) Marine ascomycetes from algae and animal<<strong>br</strong> />
hosts. Bot Marina 46:285-306<<strong>br</strong> />
Kurtzman CP, Fell JW (1998) The yeast: a taxonomic study. 4ª ed. Elsevier Science,<<strong>br</strong> />
Amsterdan<<strong>br</strong> />
Kuthubutheen AJ, Pugh GJ (1979) Effects of temperature and fungicides on<<strong>br</strong> />
Chrysosporium pannorum (Link) Hughes. Antonie Van Leeuwenhoek 45:65-79. doi:<<strong>br</strong> />
10.1007/BF00400780<<strong>br</strong> />
Lachance MA, Bowles JM, Starmer WT, Barker JSF (1999) Kodamaea kakaduensis and<<strong>br</strong> />
Candida tolerans, two new ascomycetous yeasts species from Australian Hibiscus flowers.<<strong>br</strong> />
Can J Microbiol 45:172-177. doi: 10.1139/cjm-45-2-172<<strong>br</strong> />
Höller U, König G, Wright AD (1999) Three new metabolites from marine-derived fungi of<<strong>br</strong> />
the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod 62: 114-118. doi:<<strong>br</strong> />
10.1021/np980341e<<strong>br</strong> />
Mendonça-Hagler LC, Hagler AN, Phaff HJ, Tredick J (1985) DNA relatedness among<<strong>br</strong> />
aquatic yeasts of the genus Metschnikowia and proposal of the species Metschnikowia<<strong>br</strong> />
australis com. nov. Can. J. Microbiol 31:905-909. doi: 10.1139/m85-170<<strong>br</strong> />
56
Mercantini R, Marsella R, Cervellati MC (1989) Kerationphilic fungi isolated from<<strong>br</strong> />
Antarctic soil. Mycopathologia 106:47-52. doi: 10.1007/BF00436926<<strong>br</strong> />
Nedzarek A, Rakusa-Suszczewski S (2004) Decomposition of macroalgae and the release<<strong>br</strong> />
of nutrient in Admiralty Bay, King George Island, Antarctica. Polar Biosc 17: 16-35<<strong>br</strong> />
Poole N, Price P (1971). The occurrence of Chrysosporium pannorum in soils receiving<<strong>br</strong> />
incremental cellulose. Soil Biol Biochem 3:161-166<<strong>br</strong> />
Rosa LH, Vaz ABM, Caligiorne RB, Campolina S, Rosa CA (2009) Endophytic fungi<<strong>br</strong> />
associated with the Antarctic Grass Deschampsia antarctica Desv. (Poaceae). Polar Biol<<strong>br</strong> />
32:161-167. doi: 10.1007/s00300-008-0515-z<<strong>br</strong> />
Stanley SJ (1992) Observation on the seasonal occurrence of marine endophytic and<<strong>br</strong> />
parasitic fungi. Can J Bot 70:2089-2096. doi: 10.1139/b92-259<<strong>br</strong> />
Stchigel AM, Cano J, MacCormack CW (2001) Antarctomyces psychrotrophicus gen. et sp.<<strong>br</strong> />
nov., a new ascomycete from Antarctica. Mycol Res 105:377-382. doi:<<strong>br</strong> />
10.1017/S0953756201003379<<strong>br</strong> />
Tamura K, Dudley J, Nei M, Kumar S (2007) MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics<<strong>br</strong> />
Analysis (MEGA) software version 4.0. Mol Biol Evol 24:1596-1599. doi:<<strong>br</strong> />
10.1093/molbev/msm092<<strong>br</strong> />
White TJ, Bruns TD, Lee SB (1989) Amplification and direct sequencing of fungal<<strong>br</strong> />
ribosomal RNA genes for phylogenetics. In: Innis MA, Gelfand J, Sninsky J, White TJ<<strong>br</strong> />
(eds) PCR protocols: A guide to methods and applications, Academic Press Inc., New<<strong>br</strong> />
York, pp 315-322<<strong>br</strong> />
Wiencke C, Clayton MN, Gomez I, Iken K, Luder UH, Amsler CB, Karsten U, Hanelt D,<<strong>br</strong> />
Bischof K, Dunton K (2007) Life strategy, ecophysiology and ecology of seaweeds in polar<<strong>br</strong> />
waters. Rev Environ Sci Biotechnol 6:96-126. doi: 10.1007/s11157-006-9106-z<<strong>br</strong> />
Yarrow D (1998) Methods for the isolation, maintenance and identification of yeasts. In:<<strong>br</strong> />
Kurtzman CP, Fell JW (eds) The Yeasts: a Taxonomic Study, Elsevier, Amsterdam, pp 77-<<strong>br</strong> />
105<<strong>br</strong> />
Zuccaro A, Mitchell JI (2005) Fungal communities of seaweeds. In Dighton J, White JF,<<strong>br</strong> />
Oudemans P (eds) The fungal community, 3 rd edn, CRC Press, New York, pp 533-579<<strong>br</strong> />
Zuccaro A, Schulz B, Mitchell JI (2003) Molecular detection of ascomycetes associated<<strong>br</strong> />
with Fucus serratus. Mycol Res 107:1451-1466. doi: 10.1017/S0953756203008657<<strong>br</strong> />
57
Zuccaro A, Schoch CL, Spatafora JW, Kohlmeyer J, Draeger S, Mitchell JI (2008)<<strong>br</strong> />
Detection and identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed Fucus<<strong>br</strong> />
serratus. Appl Environ Microbiol 74:931-941. doi: 10.1128/AEM.01158-07.<<strong>br</strong> />
58
5.3. FUNGOS ASSOCIADOS ÀS MACROALGAS DO LITORAL DO PARANÁ<<strong>br</strong> />
A partir dos talos das macroalgas Bostrychia radicans, Caloglossa leprieurii,<<strong>br</strong> />
Gayralia oxysperma, Monostroma sp. e Padina gymnospora coletadas no litoral do Paraná<<strong>br</strong> />
foram obtidos 379 isolados de fungos, destes 301 fungos filamentosos e 78 leveduras<<strong>br</strong> />
(Tabela 2).<<strong>br</strong> />
O complexo Monostroma é composto por macroalgas de talos verdes,<<strong>br</strong> />
monostromático de importância econômica cuja taxonômica, filogenia e biodiversidade<<strong>br</strong> />
ainda não foram bem esclarecidos (Pellizzari et al., 2007). Os gêneros Gayralia,<<strong>br</strong> />
Monostroma e Protomonostroma, Chlorophyta, pertencem a este Complexo, que durante<<strong>br</strong> />
décadas no Brasil foi identificado equivocadamente como Ulvaria (Pellizzari, 2005). Estas<<strong>br</strong> />
macroalgas encontram-se em regiões temperadas e subtropicais e são consideradas<<strong>br</strong> />
tolerantes e facilmente adaptáveis (Pellizzari, 2007). Estas clorofíceas Monostromáticas<<strong>br</strong> />
ocorrem principalmente ao longo da zona entre-marés, com biomassa concentrada nas<<strong>br</strong> />
regiões Sul e Sudeste da costa <strong>br</strong>asileira, concentrando-se em desembocaduras de estuários<<strong>br</strong> />
e manguezais, podendo colonizar também áreas de costões rochosos (Oliveira, 1977).<<strong>br</strong> />
Monostroma nitidum Wittrock apresenta alto valor nutricional, representando uma<<strong>br</strong> />
das algas verdes mais consumidas no Japão (Critchley & Ohno, 1998). Além disso, G.<<strong>br</strong> />
oxysperma está entre as poucas clorofíceas comestíveis apreciadas por seu sabor e valor<<strong>br</strong> />
nutricional (Kida, 1990; Tseng, 1981; Pellizzari et al., 2007). Monostroma sp. e Gayralia<<strong>br</strong> />
oxysperma do Paraná, apresentaram altas concentrações de cálcio, ferro e vitamina C<<strong>br</strong> />
quando comparadas à outras espécies algais comestíveis (Cassolato et al., 2008) como é o<<strong>br</strong> />
caso de Porphyra spp. usada na manufatura do sushi (Pellizzari et al., 2007). Além disto,<<strong>br</strong> />
algas do Complexo Monostroma estão entre poucas clorofíceas comestíveis apreciadas por<<strong>br</strong> />
seu valor nutricional (Acosta, 1977; Kida, 1990; Tseng, 1981).<<strong>br</strong> />
Segundo Pellizzari (2007) Monostroma sp., encontrada no litoral do Paraná,<<strong>br</strong> />
representa possivelmente uma nova espécie de macroalga. Aliado a isto, e ao elevado<<strong>br</strong> />
potencial econômico para as indústrias alimentícias e de cosméticos, (Cassolato et al.,<<strong>br</strong> />
2008; Pellizzari et al., 2008) justifica-se o estudo dos fungos associados, os quais podem<<strong>br</strong> />
exercer interações ecológicas relevantes com esta macroalga.<<strong>br</strong> />
59
Os mangues são conhecidos por a<strong>br</strong>igarem uma associação pouco diversificada e de<<strong>br</strong> />
menor riqueza específica de algas. Nestes ambientes dominam espécies de algas<<strong>br</strong> />
denominadas “Bostrychietum” encontradas principalmente so<strong>br</strong>e pneumatóforos. Dentre as<<strong>br</strong> />
algas mais frequentes desta comunidade destacam-se Bostrychia ssp. e Caloglossa<<strong>br</strong> />
leprieurii. Os gêneros Bostrychia e Caloglossa (Rhodophyceae) são amplamente<<strong>br</strong> />
distribuídos nos ambientes tropicais e temperados ao redor do mundo. B. radicans é uma<<strong>br</strong> />
das espécies mais difundidas do gênero (Zucarello & West, 2006). Habitam costões<<strong>br</strong> />
rochosos e manguezais apresentando características peculiares para tolerância de diferentes<<strong>br</strong> />
níveis de incidência de luz solar, salinidade, temperatura, nível de nutriente, períodos de<<strong>br</strong> />
imersão/dessecação e intensidade do embate de ondas (De Oliveira, 2009). Sendo sua<<strong>br</strong> />
fisiologia amplamente estudada no que se refere à tolerância de variação de salinidade e à<<strong>br</strong> />
biogeografia (Zucarello & West, 2003; Cunha & Costa, 2002). No trabalho realizado por<<strong>br</strong> />
King (1990) em manguezais de Nova Guiné, constatou-se a associação de macroalgas<<strong>br</strong> />
"Bostrychia-Caloglossa". Esta também observada em trabalho realizado no Estado do<<strong>br</strong> />
Maranhão (Caridade & Ferreira-Correa, 2007), e no presente trabalho.<<strong>br</strong> />
De acordo com Yokoya et al. (1999), as macroalgas Bostrychia radicans e Caloglossa<<strong>br</strong> />
spp. são típicas de regiões de mangue, têm seu desenvolvimento bastante comprometido com as<<strong>br</strong> />
variações temporal e espacial relacionadas aos fatores ambientais, tais como, temperatura,<<strong>br</strong> />
níveis de maré e tolerância a tempo de emersão. Segundo os autores, a variação de salinidade é<<strong>br</strong> />
um fator determinante para a maioria das espécies. Os mesmos observaram ainda, que houve<<strong>br</strong> />
alta na diversidade de espécies devido ao aumento de sedimentos com nutrientes de esgoto<<strong>br</strong> />
doméstico.<<strong>br</strong> />
Caloglossa leprieurii é amplamente difundida nos ambientes de clima tropical e<<strong>br</strong> />
subtropical (Taylor, 1960). É especialmente abundante em ambiente estuarino (Caridade &<<strong>br</strong> />
Ferreira-Correa, 2007, Kamiya et al., 2004), mas também pode ser encontrada em costões<<strong>br</strong> />
rochosos, apresentando características similares aos do gênero Bostrychia (Caridade &<<strong>br</strong> />
Ferreira-Correa, 2007).<<strong>br</strong> />
Nos costões rochosos as comunidades algais são bastante ricas e diversificadas. As<<strong>br</strong> />
algas pardas, Phaeophyceae, são 99% representadas por espécies marinhas. No Brasil as<<strong>br</strong> />
algas pardas estão representadas por 88 táxons infragenéricos agrupados em 39 gêneros e<<strong>br</strong> />
oito ordens (Horta et al., 2001). Padina gymnospora é amplamente difundida no Brasil e<<strong>br</strong> />
60
em termos mundiais. Sendo alvo de estudos devido à sua importância ecológica e<<strong>br</strong> />
características bioquímicas, incluindo a sua alta capacidade de acumular metais pesados,<<strong>br</strong> />
como zinco (Salgado et al., 2005), e utilizada como bioindicador (Amando et al., 1996).<<strong>br</strong> />
61
Tabela 2. Número de isolados de fungos obtidos das espécies de macroalgas coletadas no<<strong>br</strong> />
litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />
Espécie de macroalga N° de isolados<<strong>br</strong> />
de leveduras<<strong>br</strong> />
Gayralia oxyperma (Kützing) Vinogradova ex<<strong>br</strong> />
Scagel et al.<<strong>br</strong> />
N° de isolados de<<strong>br</strong> />
fungos filamentosos<<strong>br</strong> />
N° total<<strong>br</strong> />
de fungos<<strong>br</strong> />
19 123 142<<strong>br</strong> />
Monostroma sp. 28 68 96<<strong>br</strong> />
Bostrychia radicans (Montagne) Montagne 18 39 57<<strong>br</strong> />
Padina gymnospora (Kutzing) Sonder. 13 24 37<<strong>br</strong> />
Caloglossa leprieurii (Montagne) G. Martens 0 47 47<<strong>br</strong> />
Total geral 78 301 379<<strong>br</strong> />
Os isolados de leveduras algícolas obtidos foram agrupados em morfoespécies a<<strong>br</strong> />
partir de suas características fisiológicas e morfológicas ou pelo polimorfismo genético<<strong>br</strong> />
utilizando o iniciador M13. Após o agrupamento (dados não mostrados), um representante<<strong>br</strong> />
de cada morfoespécie foi identificado por meio sequenciamento dos domínios D1/D2 do<<strong>br</strong> />
rRNA gene. Associados as macroalgas do litoral do Paraná foram identificados as espécies<<strong>br</strong> />
de leveduras dos gêneros Candida, Cystofilobasidium, Debaryomyces, Geotrichum,<<strong>br</strong> />
Hanseniaspora, Hortaea, Pichia, Rhodotorula e Trichosporon (Tabela 3). Todas as<<strong>br</strong> />
espécies encontradas são leveduras frequentemente isoladas de águas continentais e<<strong>br</strong> />
marinhas, e/ou associadas com plantas. Nenhuma das espécies pode ser considerada como<<strong>br</strong> />
especifica das algas estudadas, e provavelmente representam uma biota leveduriforme<<strong>br</strong> />
transitória destas algas, sendo de fonte alóctone. Estes resultados diferem dos encontrados<<strong>br</strong> />
por Loque et al. (2009), que encontraram uma espécie de levedura, Metschnikowia<<strong>br</strong> />
australis, prevalentemente associada com algas do litoral da Antártica.<<strong>br</strong> />
Os fungos filamentosos associados às espécies de macroalgas do litoral do Paraná<<strong>br</strong> />
não puderam ser identificados até o momento (Figura 5). Entretanto, estes isolados estão<<strong>br</strong> />
em fase de agrupamento a partir de suas características morfológicas e um representante de<<strong>br</strong> />
cada morfoespécie será identificado por meio das técnicas de biologia molecular.<<strong>br</strong> />
62
Tabela 3. Identificação das leveduras associadas às macroalgas coletadas no litoral do estado do Paraná.<<strong>br</strong> />
Espécie de macroalga UFMGCB a Espécie mais próxima Identidade<<strong>br</strong> />
máxima (%)<<strong>br</strong> />
Identificação Número de<<strong>br</strong> />
isolados<<strong>br</strong> />
Bostrychia radicans Bos6.2 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 6<<strong>br</strong> />
Bos1.4 Debaryomyces hansenii 97 D. hansenii 1<<strong>br</strong> />
Bos10.6 Hanseniaspora uvarum 99 H. uvarum 1<<strong>br</strong> />
Bos1.2 Rhodotorula mucilaginosa 95 Rhodotorula sp. 2<<strong>br</strong> />
Gayralia oxysperma Gay9A1 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 10<<strong>br</strong> />
Gay18B1 Cystofilobasidium bisporidii 98 C. bisporidii 2<<strong>br</strong> />
Gay5A1 Pichia sp. 96 Pichia sp. 1<<strong>br</strong> />
Gay7A1 Trichosporon multisporum 98 T. multisporum 1<<strong>br</strong> />
Monostroma sp. G6B1 Candida parapsilosis 99 C. parapsilosis 12<<strong>br</strong> />
Ma20b1 Debaryomyces hansenii 99 D. hansenii 1<<strong>br</strong> />
G7b1 Geotrichum silvicola 98 G. silvicola 1<<strong>br</strong> />
G4b1 Hanseniaspora uvarum 99 H. uvarum 1<<strong>br</strong> />
Me6m1 Hortaea werneckii 98 H. werneckii 2<<strong>br</strong> />
Ma14 Pichia guilliermondii 96 Pichia sp. 1<<strong>br</strong> />
G2a1 Rhodosporidium diobovatum 97 Rhodosporidium sp. 1<<strong>br</strong> />
Ma4b1 Rhodotorula mucilaginosa 99 R. mucilaginosa 5<<strong>br</strong> />
Padina gymnospora Pad2a1 Rhodotorula mucilaginosa 98 R. mucilaginosa 4<<strong>br</strong> />
Pad4.a1 Candida parapsilosis 96 Candida sp. 5<<strong>br</strong> />
Pad28b.1 Cystofilobasidium bisporidii 95 Cystofilobasidium sp. 2
Identificação realizada utilizando a busca no banco de seqüência BLASTn a partir da amplificação dos domínios D1/D2 do rRNA<<strong>br</strong> />
gene. a Coleção de Culturas de Microrganismos e Células da Universidade Federal da Minas Gerais.<<strong>br</strong> />
64
Figura 5. Exemplos de isolados de fungos filamentosos obtidos das espécies de macroalgas<<strong>br</strong> />
coletadas no litoral do estado do Paraná.
6. CONCLUSÃO INTEGRADA<<strong>br</strong> />
• Os resultados obtidos neste trabalho representam o primeiro estudo de fungos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas do litoral do Paraná e Antártica. Tal informação contribui<<strong>br</strong> />
para o conhecimento da riqueza de espécies e distribuição destes fungos e sua<<strong>br</strong> />
associação com seus respectivos hospedeiros.<<strong>br</strong> />
• A riqueza de isolados encontrada no litoral do Paraná demonstra que as macroalgas<<strong>br</strong> />
da região constituem reservatórios promissores para o isolamento de fungos<<strong>br</strong> />
marinhos. Esta grande diversidade de fungos encontrados pode estar relacionada às<<strong>br</strong> />
condições ambientais onde foram coletadas as algas tais como salinidade,<<strong>br</strong> />
temperatura, pH e disponibilidade de nutrientes.<<strong>br</strong> />
• As macroalgas da Antártica apresentaram uma baixa riqueza de espécies; entretanto<<strong>br</strong> />
alguns fungos encontrados constituem potenciais espécies novas e espécies<<strong>br</strong> />
endêmicas da região.<<strong>br</strong> />
• Os resultados obtidos demonstram que macroalgas constituem uma fonte atrativa<<strong>br</strong> />
para obtenção de fungos marinhos, os quais podem ser utilizados como modelos<<strong>br</strong> />
para estudos taxonômicos, ecológicos, evolutivos e aplicações biotecnológicas.<<strong>br</strong> />
66
7. PERSPECTIVAS<<strong>br</strong> />
Os resultados obtidos neste estudo a<strong>br</strong>em diferentes linhas de continuidade de estudos.<<strong>br</strong> />
Dentre elas, é possível destacar:<<strong>br</strong> />
• A descrição das possíveis novas espécies encontradas associadas às macroalgas da<<strong>br</strong> />
Antártica.<<strong>br</strong> />
• A realização de novas coletas para avaliar o grau de endemismo das espécies<<strong>br</strong> />
encontradas em associação com as macroalgas da Antártica, distribuição geográfica<<strong>br</strong> />
das espécies encontradas através de diferentes pontos amostrais da região.<<strong>br</strong> />
• Melhorar a logística de coleta para aumentar o número de amostras das espécies de<<strong>br</strong> />
macroalgas e utilização de índices ecológicos para estimar a diversidade de espécies<<strong>br</strong> />
de fungos algícolas da região.<<strong>br</strong> />
• Realizar novos levantamentos com a caracterização de fungos associados à<<strong>br</strong> />
macroalgas presentes no Atlântico Sul até a Antártica.<<strong>br</strong> />
• Utilizar os fungos algícolas obtidos e devidamente depositados em uma coleção de<<strong>br</strong> />
culturas como fontes de produtos biotecnológicos; seja para obtenção de moléculas<<strong>br</strong> />
bioativas ou na degradação de matéria orgânica e poluentes.<<strong>br</strong> />
67
8. ANEXOS<<strong>br</strong> />
Artigo submetido<<strong>br</strong> />
• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Fungal<<strong>br</strong> />
community associated with seaweeds from Antarctica, submetido à Revista Polar<<strong>br</strong> />
Biology (julho de 2009).<<strong>br</strong> />
Resumos expandidos publicados em anais de congressos<<strong>br</strong> />
• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Marine<<strong>br</strong> />
fungi associated to seaweeds from King George Island, Antarctic Peninsula. In: XI<<strong>br</strong> />
Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental, 2008, Fortaleza. XI Encontro<<strong>br</strong> />
Nacional de Microbiologia Ambiental, 2008.<<strong>br</strong> />
• Rosa, LH., Vaz ABM, Vieira MLA, Loque CP, Medeiros AO, Brandão LR,<<strong>br</strong> />
Santiago IF, Gonçalves VN, Pellizari FM, Oliveira EC, Caligiorne RB, Campolina<<strong>br</strong> />
S, Zani CL & Rosa CA. Fungos em amostras na Antártica: diversidade e aplicações<<strong>br</strong> />
tecnológicas. In: XVI Simpósio Brasileiro So<strong>br</strong>e Pesquisas Antárticas, 2008, São<<strong>br</strong> />
Paulo.<<strong>br</strong> />
Resumos publicados em anais de congressos<<strong>br</strong> />
• Casarino JE, Loque CP, Kozovits AR, Sanches MC, Rosa LH. Parâmetros<<strong>br</strong> />
ecofisiológicos foliares em resposta a diferenças de luminosidade dentro da copa de<<strong>br</strong> />
Eremanthus erythropappus. In: 59 Congresso Nacional de Botânica, 2008, Natal,<<strong>br</strong> />
RN, 2008.<<strong>br</strong> />
Resumos publicados em anais de fórum<<strong>br</strong> />
• Loque, CP, Casarino, JE, Santiago, IF, Kosovits, AR & Rosa, LH. “Abundância de<<strong>br</strong> />
fungos endofíticos em diferentes estratos Eremanthus erythropappus Macleish”. IV<<strong>br</strong> />
Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de Microbiologia do<<strong>br</strong> />
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, no dia 14<<strong>br</strong> />
de maio de 2008.<<strong>br</strong> />
68
• Loque, CP, Medeiros, AO, Pellizzari, FM, Oliveira, EC, Rosa, CA & Rosa, LH.,<<strong>br</strong> />
“Diversidade de fungos associados às macroalgas presentes em ecossistema<<strong>br</strong> />
Antártico”. IV Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de<<strong>br</strong> />
Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de<<strong>br</strong> />
Minas Gerais, no dia 14 de maio de 2008.<<strong>br</strong> />
Resumos publicados em anais de workshop<<strong>br</strong> />
• Loque CP, Medeiros AO, Pellizzari F, Oliveira E, Rosa CA, Rosa, LH. Marine<<strong>br</strong> />
fungi associated to seaweeds from King George Island, Antarctic Peninsula.<<strong>br</strong> />
Elaboração de aula e palestra<<strong>br</strong> />
• Aula teórico-prática para a disciplina Métodos e Técnicas em Coletas de Campo,<<strong>br</strong> />
para o curso de Ciências Biológicas Bacharelado. Com o tema “Mergulho<<strong>br</strong> />
Científico”, realizado na UFOP no dia 5 de junho de 2009.<<strong>br</strong> />
• Palestra para alunos da disciplina Esporte e Ecologia do Curso de Educação Física<<strong>br</strong> />
da Faculdade Estácio de Sá, Belo Horizonte. Com o tema “Mergulho e Ecologia”.<<strong>br</strong> />
Realizada na Mar A Mar, Escola de Mergulho no dia 30 de maio de 2009<<strong>br</strong> />
• Aula para a disciplina Microbiologia Ambiental, CBI 251 (UFOP), para o curso de<<strong>br</strong> />
Ciências Biológicas Bacharelado, 2° semestre de 2008. Com o tema “Fungos<<strong>br</strong> />
associados à macroalgas”.<<strong>br</strong> />
Participação em minicurso<<strong>br</strong> />
• Medidas de Fotossíntese: Teoria e Prática na Fisiologia de Macroalgas, durante o II<<strong>br</strong> />
Workshop de Novos Bioativos de Macroalgas. Manejo e Cultivo, Conservação,<<strong>br</strong> />
Biotecnologia e Técnicas de Bioatividade. Realizado na cidade de Ilha Bela, SP,<<strong>br</strong> />
durante os períodos de 26 a 29 de julho de 2009, com carga horária de 6 horas.<<strong>br</strong> />
Participação em eventos<<strong>br</strong> />
• II Workshop de Novos Bioativos de Macroalgas. Manejo e Cultivo, Conservação,<<strong>br</strong> />
Biotecnologia e Técnicas de Bioatividade. Realizado na cidade de Ilha Bela, SP,<<strong>br</strong> />
durante os períodos de 26 a 29 de julho de 2009.<<strong>br</strong> />
69
• XI Encontro Nacional de Microbiologia Ambiental. Realizado na cidade de<<strong>br</strong> />
Fortaleza, CE, de 04 a 07 de novem<strong>br</strong>o de 2008.<<strong>br</strong> />
• IV Fórum de Microbiologia. Promovido pelo Departamento de Microbiologia do<<strong>br</strong> />
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, no dia 14<<strong>br</strong> />
de maio de 2008. Carga horária 7 horas.<<strong>br</strong> />
Bolsista CAPES REUNI<<strong>br</strong> />
Discente responsável pela disciplina Métodos e Técnicas em Coletas de Campo,<<strong>br</strong> />
para o curso de Ciências Biológicas Bacharelado, UFOP, 1°semestre 2009.<<strong>br</strong> />
70
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />
Acosta, JP. 1977. Nom<strong>br</strong>es vulgares y usos de las algas en el Perú. Univ. Nacional Mayor<<strong>br</strong> />
de San Marcos, serie de divulgación, v.7, p.1-9.<<strong>br</strong> />
Amado, GM; Karez, CS; Pfeiffer, WC; Yoneshigue-Valentin, Y. 1996. Accumulation,<<strong>br</strong> />
effects on growth, and localization of zinc in Padina gymnospora (Dictyotales,<<strong>br</strong> />
Phaeophyceae). Hydrobiologia, v.326-27, p.574.<<strong>br</strong> />
Caridade, E; Ferreira-Correia, MM. 2007. Taxonomia das macroalgas dos manguezais da<<strong>br</strong> />
baía de Turiaçu, Estado do Maranhão. Brasil. Bol do Lab de Hidrobiologia, v.20, p.39-<<strong>br</strong> />
52.<<strong>br</strong> />
Cassolato, J; Noseda, M; Pujol, C; Pellizzari, FM; Damonte, E; Duarte, ME. 2008.<<strong>br</strong> />
Chemical structure and antiviral activity of the sulfated heterorhamnan isolated from<<strong>br</strong> />
the green seaweed Gayralia oxysperma. Carbohydrate Research, v.343, p.3085 – 3095.<<strong>br</strong> />
Clarke, A. 2003. Evolution, adaptation and diversity: global ecology in an Antarctic<<strong>br</strong> />
context. Ant. Biol in a Global Context, p. 3-17.<<strong>br</strong> />
Clayton, MN. 1994. Evolution of the Antarctic benthic algal flora. J Phycol, v.30, p.897–<<strong>br</strong> />
904.<<strong>br</strong> />
Critchley, A. & Ohno, M. 1998. Seaweed Resources of the World. JICA. Instituto Adolpho<<strong>br</strong> />
Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. Normas analíticas. 3º Ed.<<strong>br</strong> />
São Paulo, 317 p.<<strong>br</strong> />
Cunha, SR & Costa, CSB. 2002. Gradientes de salinidade e freqüência de analagamento<<strong>br</strong> />
como determinantes da distribuição e biomassa de macroalgas associadas a troncos de<<strong>br</strong> />
manguezais na Baía de Babitonga, SC. Facimar, v.6, p.93-102.<<strong>br</strong> />
De Barros Lopes, M; Soden, A; Henschke, PA; Langridge, P. 1996. PCR differentiation of<<strong>br</strong> />
commercial yeast strains using intron splice site primers. Appl. Environ. Microbiol,<<strong>br</strong> />
v.62, p.4514-4520.<<strong>br</strong> />
De Oliveira, AL. 2009. Avaliação química e biológica de espécimens de Bostrychia<<strong>br</strong> />
radicans(Rhodomelaceae). Ribeirão Preto, 88 p.<<strong>br</strong> />
Fenical, W. 1997. Marine Biotechnol, v.15, p.39-341.<<strong>br</strong> />
Hawksworth, DL. 2004. Fungal diversity and its implications for genetic resource<<strong>br</strong> />
collections. Stud Mycol, v.50, p.9-18.<<strong>br</strong> />
71
Hawksworth, DL. 1991. The fungal dimension of biodiversity: magnitude, significance,<<strong>br</strong> />
and conservation. Mycological Research, v.95, p.641-655.<<strong>br</strong> />
Höller, U; König, G; Wright, AD. 1999. Three new metabolites from marine-derived fungi<<strong>br</strong> />
of the genera Coniothyrium and Microsphaeropsis. J Nat Prod, v.62, p.114-118.<<strong>br</strong> />
Horta, PA; Amancio, E; Coim<strong>br</strong>a, CS; Oliveira, EC. 2001. Considerações so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />
distribuição e origem da flora de macroalgas marinhas <strong>br</strong>asileiras. Hoehnea, v.328,<<strong>br</strong> />
p.243-265.<<strong>br</strong> />
Hyde, KD & Frohlich, J. 1998. Fungi from palms XXXVII. The genus Astrosphaeriella,<<strong>br</strong> />
including ten new species. Sydowia, v.50, p.81-132.<<strong>br</strong> />
Hyde, KD, 2002. Fungi in marine environments. Fungal Diversity Press, Hong Kong, 397p.<<strong>br</strong> />
Jones, EBG. 1995. Ultrastructure and taxonomy of the aquatic ascomycetous order Halosphaeriales.<<strong>br</strong> />
Can. J. Bot, v.73, p.801.<<strong>br</strong> />
Jones, EBG; Byrne, PJ. 1976. Physiology of the Higher Marine Fungi. Recent Advances in<<strong>br</strong> />
Aquatic Mycology, Wiley, New York, p.51.<<strong>br</strong> />
Kamiya, M; Zuccarello, GC; West, JA. 2004. Phylogeography of Caloglossa leprieurii and<<strong>br</strong> />
related species (Delesseriaceae, Rhodophyta) based on the rbcL gene sequences. The<<strong>br</strong> />
Japa J of Phyc, v.52 , p.147-15.<<strong>br</strong> />
Kida, W. 1990. Culture of seaweeds Monostroma. Mar. Behav. Physiol, v.16, p.109-131.<<strong>br</strong> />
King, RJ. 1990. Macroalgae associated with the mangrove vegetation of Papua New<<strong>br</strong> />
Guinea. Bot.Marina, v.33, p.55-62.<<strong>br</strong> />
Klemke, C; Kehraus, S; Wright, AD; Konig, GM. 2004. New secondary metabolites from<<strong>br</strong> />
the marine endophytic fungus Apiospora montagnei. J of Nat Prod v. 67, p.1058-1063.<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer, J & Kohlmeyer, E. 1979. Marine mycology. The higher fungi. Acad Press,<<strong>br</strong> />
New York, p. 690.<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer, J & Volkmann-Kohlmeyer, B. 1991. Illustrated key to the filamentous higher<<strong>br</strong> />
marine fungi. Bot Marina, v.34, p.1-61.<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer, J & Volkmann-Kohlmeyer. 2003. Marine ascomycetes from algae and animal<<strong>br</strong> />
hosts. Bot. Marina, v.46, p.285-306.<<strong>br</strong> />
Kohlmeyer, J. 1974. Higher fungi as parasites and symbionts of algae. Veröff. Inst.<<strong>br</strong> />
Meeresforsch. Bremenh, v.5, p.339-356.<<strong>br</strong> />
72
Kohlmeyer, J; Volkmann-Kohlmeyer, B; Eriksson, OE. 1998. Fungi on Juncus<<strong>br</strong> />
roemerianus. More new ascomycetes. Can J Bot, v.76, p.467-477.<<strong>br</strong> />
Konig, GM & Wright, AD. 1999. Trends in marine biotechnology. In: Drug Discovery<<strong>br</strong> />
from Nature. Berlin, p.180-187.<<strong>br</strong> />
Kurtzman, CP; Fell, JW. 1998. The yeast: a taxonomic study. Elsevier Science, Amsterdan<<strong>br</strong> />
ed4.<<strong>br</strong> />
Lachance, MA; Bowles, JM; Starmer, WT; Barker, JSF.1999. Kodamaea kakaduensis and<<strong>br</strong> />
Candida tolerans, two new ascomycetous yeasts species from Australian Hibiscus<<strong>br</strong> />
flowers. Can J Microbiol, v.45, p.172-177.<<strong>br</strong> />
Lana, PC; Marone, E; Lopes, RM; Machado, EC. 2001. The Subtropical Estuarine<<strong>br</strong> />
Complex of Paranaguá Bay, Brazil. Coastal Marine Ecossystems of Latin América,<<strong>br</strong> />
v.144, p.131-145.<<strong>br</strong> />
Lee, SM; Li, XF; Jiang, H; Cheng, JG; Seong, S; Choi, HD. 2003. Terreusione, a novel<<strong>br</strong> />
UV-A protecting dipyrroloquinone from the marine algicolous fungus Aspergillus<<strong>br</strong> />
terreus. Tetrahedron Letters, v. 44, p.707-710.<<strong>br</strong> />
Libkind, D; Brizzio, S; Ruffini, A; Gadanho, M; Broock, M; Sampaio, JP. 2003. Molecular<<strong>br</strong> />
characterization of carotenogenic yeast from aquatic environments in Patagonia,<<strong>br</strong> />
Argentina. Antonie van Leewenhoek, v.84, p.313-322.<<strong>br</strong> />
Loque, CP, Medeiros, AO, Pellizzari, F, Oliveira, EC, Rosa, CA, Rosa, LH. 2009. Fungal<<strong>br</strong> />
community associated with seaweeds from Antarctica. Rev Polar Biology (Artigo<<strong>br</strong> />
submetido).<<strong>br</strong> />
Moss, ST & Ross, IK. 1987. Marine Mycology. The Biology of Marine Fungi. Science,<<strong>br</strong> />
v.237, p. 543-544.<<strong>br</strong> />
Oliveira, EC. 1977. Algas marinhas bentônicas do Brasil. Tese de livre docência. São<<strong>br</strong> />
Paulo.<<strong>br</strong> />
Oliveira, EC; Absher, TM; Pellizzari, FM; Oliveira, MC. 2009. The seaweed flora of<<strong>br</strong> />
Admiralty Bay, King George Island, Antarctic. Polar Biol, v.663, p.1-9.<<strong>br</strong> />
Osterhage, C. 2001. Isolation, structure deterination and biological activity assessment of<<strong>br</strong> />
secondary metabolites from marine-derived Fungi, 185 p.<<strong>br</strong> />
Osterhage, C; Konig, GM; Holler, U; Wright, AD. 2002. Rare sesquiterpenes from the<<strong>br</strong> />
algicolous fungus Drechslera dematioidea. J of Nat Prod, v.65, p.306-313.<<strong>br</strong> />
73
Pellizzari, FM. 2005. Desenvolvimento das bases biológicas e de técnicas para o cultivo de<<strong>br</strong> />
algas verdes de talo monostromático (Chlorophyta) no litoral do Paraná, Sul do Brasil.<<strong>br</strong> />
Tese apresentada ao Instituto de Biociências da universidade de São Paulo, 202 p.<<strong>br</strong> />
Pellizzari, FM. 2007. Cultivo de clorofíceas monostromáticas comestíveis no Sul do Brasil:<<strong>br</strong> />
descrição, biologia molecular da(s) espécie(s), estudo de potencial de mercado,<<strong>br</strong> />
recrutamento e crescimento em diferentes sistemas, 70p.<<strong>br</strong> />
Pellizzari, FM; Oliveira, E; Yokoya, N. 2008. Life-history, thallus ontogeny, and the effects<<strong>br</strong> />
of temperature, irradiance and salinity on the growth of the edible green seaweed<<strong>br</strong> />
Gayralia oxysperma anda Monostroma sp. (Chlorophyta) from Southern Brazil. J of<<strong>br</strong> />
Applied Phyc, v.20, p.75-82.<<strong>br</strong> />
Pellizzari, FM; Oliveira, EC; Yokoya, NS. 2006. Coverage and recruitment of the edible<<strong>br</strong> />
Green macroalga sp. (Monostromataceae) in Paranaguá Bay, Southern Brazil. J of<<strong>br</strong> />
Coastal Res, Itajaí, SC, Brazil, p.157 – 159.<<strong>br</strong> />
Pellizzari, FM; Yokoya, N; Oliveira, EC. 2007. Cultivation of the edible green<<strong>br</strong> />
monostromatic seaweeds (Chlorophyta) in southern Brazil. J of Applied Phyc, v.19,<<strong>br</strong> />
p.63-69.<<strong>br</strong> />
Rakusa-Suszczewski, S. 1980. Environmental conditions and the functioning of Admiralty<<strong>br</strong> />
Bay (South Shetland Islands) as a part of the near shore Antarctic ecosystem. Pol Polar<<strong>br</strong> />
Res, v.1, p.11–27.<<strong>br</strong> />
Rosa LH, Vaz ABM, Caligiorne RB, Campolina S, Rosa CA. 2009. Endophytic funig<<strong>br</strong> />
associated with the Antarctic Grass Deschampsia antarctica Desv. (Poaceae). Polar<<strong>br</strong> />
Biol, v.32, p.161-167.<<strong>br</strong> />
Salgado, LT; Andrade, LR; Amado Filho, GM. 2005. Localization of specific<<strong>br</strong> />
monosaccharides in cells of the <strong>br</strong>own alga Padina gymnospora and the relation to<<strong>br</strong> />
heavy-metal accumulation. Protoplasma, v.255, p.123-128.<<strong>br</strong> />
Schulz, B; Boyle, C; Draeger, S; Römmert, A; Kroun, K. 2002. Endophytic fungi: a source<<strong>br</strong> />
of novel biologically active secondary metabolites. Mycol Res, v.106, p.996-1004.<<strong>br</strong> />
Simões, JC; Arigony-Neto, J; Bremer, UF. 2004. O uso de mapas antárticos em<<strong>br</strong> />
publicações. Pesqui Antart Bras, v.4, p.191–197.<<strong>br</strong> />
Stanley, SJ. 1992. Observation on the seasonal occurrence of marine endophytic and<<strong>br</strong> />
parasitic fungi. Can J Bot, v.70, p. 89-96.<<strong>br</strong> />
74
Sutherland, GK. 1915a: New marine fungi on Pelvetia. New Phytol, v.14, p.33-42.<<strong>br</strong> />
Sutherland, GK. 1915b: Additional notes on marine Pyrenomycetcs. New Phytol, v.14,<<strong>br</strong> />
p.83-193.<<strong>br</strong> />
Sutherland, GK. 1915c: New marine Pyrenomycetes. Trans. Brit. Mycol. Soc, v.5, p.147-<<strong>br</strong> />
55.<<strong>br</strong> />
Sutherland, GK. 1916a: Marine Fungi Impcrfccti. New Phytol, v.15, p.35-48.<<strong>br</strong> />
Sutherland, GK. 1916b: Additional notes on marine Pyrenomycetes. Trans. Brit. Mycol.<<strong>br</strong> />
Soc, v.5, p.257-263.<<strong>br</strong> />
Széchy, MTM; Paula, EJ. 2000. Macroalgas associadas a bancos de Sargassum C. Agardh<<strong>br</strong> />
(Phaeophyta-Fucales) do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil.<<strong>br</strong> />
Hoehnea, v. 27, p.235-257.<<strong>br</strong> />
Tamura, K; Dudley, J; Nei, M; Kumar, S. 2007. MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics<<strong>br</strong> />
Analysis (MEGA) software version 4.0. Mol Biol Evol, v.24, p.1596-1599.<<strong>br</strong> />
Taylor, WR. 1960. Marine algae of the eastern tropical and subtropical coasts of the<<strong>br</strong> />
Americas. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 870p.<<strong>br</strong> />
Tseng, CK. 1981. Commercial cultivation. The Biology of seaweeds. Blackwell Scientific<<strong>br</strong> />
Publ. Oxford, p.680-725.<<strong>br</strong> />
Vincent, WF. 2000. Evolutionary origins of Antarctic microbiota: invasion, selection and<<strong>br</strong> />
endemism. Antarctic Science. Cam<strong>br</strong>idge Univ Press v.12, p.374-385.<<strong>br</strong> />
White, TJ; Bruns, TD; Lee, SB. 1990 Amplification and direct sequencing of fungal<<strong>br</strong> />
ribosomal RNA genes for phylogenetics. PCR protocols: A guide to methods and<<strong>br</strong> />
applications, Acad Press Inc., New York, p. 315-22.<<strong>br</strong> />
Wiencke, C & Clayton, MN. 2002. Antarctic seaweeds. Wa¨gele JW (ed) Synop of the<<strong>br</strong> />
Antarctic Benthos. ARG Gantner, Ruggell.<<strong>br</strong> />
Wiencke, C; Clayton, MN; Gomez, I; Iken, K; Luder, UH; Amsler, CB. 2007. Life strategy,<<strong>br</strong> />
ecophysiology and ecology of seaweeds in polar waters. Rev Environ Sci Biotechnol,<<strong>br</strong> />
v.6, p.96-126.<<strong>br</strong> />
Wynn-Williams, DD. 1996. Response of pioneer soil microalgal colonists to environmental<<strong>br</strong> />
change in Antarctica. Microb. Ecol v.31, p.177-188.<<strong>br</strong> />
Yarrow, D. 1998. Methods for the isolation, maintenance and identification of yeasts. The<<strong>br</strong> />
Yeasts: a Taxonomic Study, Elsevier, Amsterdam, p 77-105.<<strong>br</strong> />
75
Yokoya, NS; Plastino, EM; Braga MRA, Fujii, MT, Cordeiro-Marino, M. 1999. Temporal<<strong>br</strong> />
and spatial variations in the structure of macroalgal communities associated with<<strong>br</strong> />
mangrove trees of Ilha do Cardoso, São Paulo state, Brazil. Rev Bras de Bot, v.22,<<strong>br</strong> />
p.195-204.<<strong>br</strong> />
Zuccarello, GC & West, JA. 2003. Multiple cryptic species: molecular diversity and<<strong>br</strong> />
reproductive isolation in the Bostrychia radicans/Bostrychia moritziana<<strong>br</strong> />
complex(Rhodomelaceae, Rhodophyta) with focus on north american isolates. J of<<strong>br</strong> />
Phyco, v.39, p.948-959.<<strong>br</strong> />
Zuccarello, GC & West, JA. 2006. Molecular phylogeny of the subfamily Bostrychioideae<<strong>br</strong> />
(Ceramiales, Rhodophyta):subsuming Stictosiphonia and highlighting polyphyly in<<strong>br</strong> />
species of Bostrychia. Phyc, v.45, p.24-36.<<strong>br</strong> />
Zuccaro, A & Mitchell, JI. 2005. Fungal communities of seaweeds. The fungal community,<<strong>br</strong> />
CRC Press, New York, p. 533-579.<<strong>br</strong> />
Zuccaro, A; Schoch, CL; Spatafora, JW; Kohlmeyer, J; Draeger, S. 2008. Detection and<<strong>br</strong> />
identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed Fucus serratus.<<strong>br</strong> />
Appl Environ Microbiol, v.74, p.931-941.<<strong>br</strong> />
Zuccaro, A; Schoch, CL; Spatafora, JW; Kohlmeyer, J; Draeger, S; Mitchell, JI. 2008.<<strong>br</strong> />
Detection and identification of fungi intimately associated with the <strong>br</strong>own seaweed<<strong>br</strong> />
Fucus serratus. Appl Environ Microbiol, v.74, p. 931-941.<<strong>br</strong> />
Zuccaro, A; Schulz, B; Mitchell, JI. 2003. Molecular detection of ascomycetes associated<<strong>br</strong> />
with Fucus serratus. Mycol Res, v.107, p.1451-1466.<<strong>br</strong> />
76