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CORPO&MENTE Saúde da Mente<br />
38<br />
O psiquiatra e<br />
as suas funções<br />
Gostaria de voltar a falar de um assunto<br />
importante, nos dias atuais,<br />
que é a real função do psiquiatra.<br />
Trata-se de um profissional que administra<br />
problemas e conflitos cotidianos<br />
de pessoas, tratando os distúrbios de<br />
comportamento, uma prática cada vez<br />
mais comum. Por causa disso, há o<br />
aumento de pessoas que recorrem ao<br />
auxílio de profissionais que possam ajudar<br />
a resolver ou mesmo amenizar seus<br />
conflitos, no dia a dia.<br />
Algumas pessoas confundem e<br />
outras têm dúvidas em relação ao que<br />
sentem e não sabem a quem recorrer<br />
primeiro, se a um psicólogo ou ao psiquiatra.<br />
Digo que tanto um como o outro<br />
cuida da saúde mental, contudo, são profissionais<br />
que atuam de forma diferente,<br />
mas que não se excluem entre si. Isto é,<br />
em alguns casos, a psicoterapia e o tratamento<br />
psiquiátrico devem ser aliados.<br />
Contudo, o psiquiatra é um médico<br />
que, após ter concluído sua formação,<br />
opta pela especialização em psiquiatria,<br />
que dura dois ou 3 anos e abrange estudos<br />
em neurologia, psicofarmacologia<br />
e treinamento específico para diferentes<br />
modalidades de atendimento, especial<strong>mente</strong>,<br />
no tratamento das doenças mentais.<br />
Sua principal forma de abordagem<br />
dos distúrbios é, portanto, através da<br />
biologia e da medicina, muitas vezes recorrendo<br />
a intervenção medicamentosa.<br />
Já o psicólogo não receita medicamentos.<br />
Sua principal forma de atuação<br />
é através da psicoterapia, que tem hoje<br />
várias modalidades, e por meio de testes<br />
mentais, para diversas fi-<br />
nalidades. A base desses<br />
métodos são o diálogo e<br />
a narrativa dos pacientes,<br />
acerca de suas relações<br />
familiares, na vida social e<br />
outras vivências. Há casos, como já disse,<br />
que requerem abordagem multiprofissional<br />
e intervenção medicamentosa.<br />
Em relação a saber se a pessoa está<br />
ou não necessitando de um psiquiatra,<br />
é importante que o indivíduo recorra a<br />
um profissional quando alguma questão<br />
esteja-lhe causando sofrimento ou dano<br />
em atividades sociais, ocupacionais ou<br />
em outras áreas importantes da sua vida.<br />
Existem pessoas que não imaginam<br />
como se dá um tratamento psiquiátrico,<br />
Para o doutor Hugo Kimura, o psiquiatra é o profissional que auxilia o paciente<br />
a administrar seus conflitos e viver melhor.<br />
o que é natural. De início, há uma conversa<br />
com o paciente para conhecer<br />
sua vida e seus problemas, de modo geral.<br />
A partir do conjunto de informações,<br />
podemos fazer um plano de tratamento<br />
que poderá incluir medicações, psicoterapia,<br />
exercícios físicos e nutricionista,<br />
por exemplo. É bom frisar que o tratamento<br />
é dinâmico, ou seja, ao evoluir,<br />
o plano pode ser mudado entre uma e<br />
É importante recorrer a um profissional,<br />
quando alguma questão cause sofrimento<br />
ou dano às vida social da pessoa.<br />
outra consulta, de acordo com o perfil e<br />
evolução do paciente.<br />
Quanto aos medicamentos não necessaria<strong>mente</strong><br />
devem ser receitados.<br />
Depende muito da análise do caso e do<br />
paciente. E quando indicados, eles devem<br />
ser usados sem receio, já que são<br />
medicações bem estudadas e seguras.<br />
A maioria delas não causa dependência,<br />
não altera o sono, nem o peso, diferente<strong>mente</strong><br />
do que muitos pensam.<br />
Muitas vezes, apenas um comprimido<br />
ao dia pode trazer a felicidade e a tranquilidade<br />
esperadas.<br />
Vale lembrar que o psiquiatra, em<br />
sua formação, é preparado para atender<br />
a todas as idades, gênero e origem<br />
étnica. É um profissional como qualquer<br />
outro médico e, por isso, é importante<br />
observar que as pessoas não precisam<br />
ter receio de se consultarem.<br />
No passado, a psiquiatria tratava dos<br />
“loucos” – hoje denominados<br />
esquizofrênicos, que correspondem<br />
a menos de 1% dos<br />
casos diagnosticados – e<br />
isso explica o certo preconceito<br />
de alguns acerca da<br />
profissão, fazendo com que muitas pessoas<br />
que sofrem de depressão, ansiedade,<br />
medos, manias, alcoolismo, insônia,<br />
agressividade ou problemas com drogas<br />
deixem de procurar ajuda, permitindo o<br />
agravamento dos distúrbios que, muitas<br />
vezes, poderiam ser aliviados e curados<br />
com medidas relativa<strong>mente</strong> simples.<br />
Dr. Hugo A. Kimura<br />
CRM - MS 6603 Psiquiatra