Calorias: a energia contida nos alimentos - eduquim - Universidade ...
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INTRODUÇÃO<br />
CALORIAS: A ENERGIA CONTIDA NOS ALIMENTOS<br />
Desde a pré-história o homem faz uso de <strong>energia</strong>. Inicialmente, para se aquecer<br />
e para cozinhar seus <strong>alimentos</strong>. Com o passar dos séculos, o homem passou a<br />
empregar <strong>energia</strong> também em atividades agrícolas, nas construções, assim como em<br />
seus deslocamentos. Na vida moderna, gasta-se <strong>energia</strong> em grande quantidade <strong>nos</strong><br />
transportes, nas residências, nas atividades de recreação e assim por diante. Pode-se<br />
dizer que o homem moderno consome, diariamente, cerca de 250.000 kcal de <strong>energia</strong>,<br />
contra apenas 2000 kcal consumidas pelo homem primitivo.<br />
Energia é a capacidade de realizar trabalho ou de transferir calor.<br />
A fonte primária de <strong>energia</strong> de que se dispõe na Terra é o sol. Ele ilumina,<br />
aquece, transfere <strong>energia</strong> para as águas, formando nuvens e as chuvas. O sol também<br />
fornece <strong>energia</strong> aos vegetais, através da fotossíntese. Além disso, muitos dos<br />
combustíveis que hoje são empregados (como o carvão mineral, o petróleo, etc.) foram<br />
produzidos pela ação da <strong>energia</strong> solar, por meio de transformações que demoram<br />
milhões de a<strong>nos</strong>.<br />
No cotidiano, grande parte da <strong>energia</strong> que é consumida provém de reações<br />
químicas e isso pode ser constatado nas coisas mais simples, como riscar um fósforo<br />
ou acender um fogão a gás.<br />
A própria vida depende de transformações energéticas. De fato, os <strong>alimentos</strong><br />
que são ingeridos são queimados <strong>nos</strong> organismos, resultando daí o calor do corpo e os<br />
movimentos; enfim, todas as manifestações de vida.<br />
O calor é uma das formas mais freqüentes de variações que decorrem das<br />
reações químicas. Nas reações em que está envolvida <strong>energia</strong> lumi<strong>nos</strong>a, elétrica,<br />
mecânica ou cinética é comum que haja também a produção ou consumo de <strong>energia</strong><br />
térmica (calor). Toda vez que se transforma uma forma de <strong>energia</strong> em outra há o<br />
envolvimento de uma certa quantidade de calor.<br />
A Termodinâmica é, em linhas geriais, uma teoria física que trata de fenôme<strong>nos</strong><br />
associados às transformações da matéria em que a <strong>energia</strong> tem um papel destacado. A<br />
termodinâmica Química é a aplicação desta teoria ao estudo de sistemas químicos.<br />
A Termoquímica, em amplo sentido, é o estudo das variações de <strong>energia</strong><br />
associadas às reações químicas.<br />
Para a Termoquímica, as reações químicas se classificam em:<br />
• Reações exotérmicas – as que liberam ou produzem calor.<br />
112
• Reações endotérmicas – as que absorvem calor.<br />
• Reações isotérmicas ou atérmicas: as que não liberam ou absorvem calor.<br />
Em geral, basta provocar uma reação exotérmica para que ela se inicie e<br />
prossiga sozinha, como por exemplo, a queima do carvão. Ao contrário, uma reação<br />
endotérmica ocorre somente quando se fornece continuamente o calor de que ela<br />
necessita, como é o caso do cozimento de <strong>alimentos</strong>.<br />
Os calorímetros constituem uma grande família de instrumentos científicos,<br />
que são essencialmente destinados a medir variações de <strong>energia</strong> em sistemas onde a<br />
temperatura tem um papel relevante.<br />
Um dos mais simples é o calorímetro de água. Colocando um corpo aquecido<br />
(ou provocando uma reação química) dentro da água <strong>contida</strong> em um calorímetro, a<br />
água se aquece. Pela elevação da temperatura, pode-se calcular a quantidade de calor<br />
que é liberada pelo corpo ou pela reação.<br />
A unidade de medida de <strong>energia</strong> de calor e trabalho no sistema internacional<br />
(SI) é o joule (J). Entretanto ainda é bastante utilizada a unidade caloria (1 caloria =<br />
4,184 J e J = m2 kg s-2) A quantidade de calor recebida pela água é dada pela seguinte expressão:<br />
Onde:<br />
Q= quantidade de calor (cal);<br />
M= massa da água (g);<br />
c= calor específico (cal/g°C) e<br />
∆T= a variação de temperatura (°C);<br />
Q = m.c.∆T<br />
No caso particular da água, o calor específico é igual a 1 cal /g ºC, logo,<br />
numericamente pode-se utilizar a seguinte relação:<br />
Q = m. ∆T<br />
Uma grandeza química que descreve o somatório de todas as <strong>energia</strong>s <strong>contida</strong>s<br />
em um sistema químico é a Entalpia. Por exemplo, a <strong>energia</strong> que mantém os átomos<br />
unidos na formação das moléculas e a interação destas dentro do sistema, bem como<br />
as <strong>energia</strong>s potencial e cinética dessas moléculas. Generalizando, entalpia é o<br />
conteúdo global de <strong>energia</strong> (calor) de um sistema e é simbolizada por H.<br />
Chama-se de variação de entalpia a quantidade de calor que pode ser medida,<br />
sob pressão constante, em uma reação química. É o calor resultante da diferença dos<br />
conteúdos energéticos antes e depois da reação. A variação de entalpia é representada<br />
por ∆H.<br />
113
Nos estudos de <strong>alimentos</strong>, caloria é quanto de calor o alimento libera após sua<br />
digestão e metabolização. Quando se fala em quantidade de calorias em um<br />
determinado alimento, fala-se em <strong>energia</strong> armazenada nas ligações químicas dos<br />
<strong>alimentos</strong>. A <strong>energia</strong> química é liberada no organismo através do metabolismo dos<br />
nutrientes absorvidos pelo sistema digestório. É ela responsável por todas as<br />
atividades vitais dos seres vivos, desde o funcionamento do cérebro, a atividade<br />
muscular, os batimentos cardíacos, até o crescimento dos cabelos e das unhas.<br />
Chamamos de energéticos ou calóricos os <strong>alimentos</strong> que, quando<br />
metabolizados, liberam <strong>energia</strong> química aproveitável pelo organismo. Esta <strong>energia</strong> é<br />
quantificada através da unidade física denominada caloria que é a quantidade de<br />
<strong>energia</strong> necessária para elevar de um grau centígrado (de 15°C para 16°C, por<br />
exemplo) 1 grama de água. Por ser uma unidade muito pequena, em nutrição,<br />
costuma-se utilizar a quilocaloria, que equivale a 1000 calorias. Para simplificar, a<br />
quilocaloria também é chamada de Caloria, com "C" maiúsculo.<br />
Os principais <strong>alimentos</strong> energéticos são:<br />
• Gorduras: cujo metabolismo de um grama libera nove <strong>Calorias</strong>.<br />
• Carboidratos: cujo metabolismo de um grama libera quatro <strong>Calorias</strong>.<br />
• Proteínas: cujo metabolismo de um grama libera quatro <strong>Calorias</strong>.<br />
• Álcool: cujo metabolismo de um grama libera sete <strong>Calorias</strong>.<br />
Um aparte deve ser feito às proteínas, que nem sempre são utilizadas para a<br />
produção de calorias. Durante os processos de crescimento e formação de novos<br />
tecidos orgânicos, são empregadas com funções estruturais e o seu metabolismo, ao<br />
invés de liberar, acaba consumindo calorias.<br />
Uma das principais características dos <strong>alimentos</strong> energéticos é a de que o seu<br />
excesso não pode ser eliminado pelo organismo (ao contrário do que acontece com as<br />
vitaminas, sais minerais, oligoelementos e fibras). Todo o excedente ingerido, não<br />
utilizado nas funções metabólicas, acaba sendo armazenado na forma de gordura,<br />
causando obesidade.<br />
Caloria é, resumidamente, a quantidade de <strong>energia</strong> que o alimento fornece.<br />
Energia que vamos precisar pra tudo, o dia todo. Até para dormir. Então quanto de<br />
<strong>energia</strong>, ou melhor, quantas calorias diárias são necessárias para a <strong>nos</strong>sa<br />
sobrevivência ?<br />
O homem saudável adulto precisa aproximadamente de 2.500 calorias, e uma<br />
mulher, de 2.200 calorias. Durante a gravidez, as necessidades de calorias são<br />
maiores do que as requeridas normalmente. Nesta situação, uma certa reserva de<br />
gorduras é, até certo ponto, desejável, para garantir o suprimento contínuo de <strong>energia</strong><br />
114
para o feto, no caso de interocorrências clínicas, como as náuseas e vômitos da<br />
gravidez e o estressante período do trabalho de parto. Por outro lado, o seu excesso é<br />
prejudicial à saúde, causando problemas circulatórios, fadiga e dores nas costas.<br />
Durante o pré-natal, uma das preocupações do obstetra será avaliar as reservas de<br />
tecido gorduroso da paciente e orientá-la no sentido de aumentar, diminuir ou manter<br />
o ritmo de ganho de peso.<br />
Os <strong>alimentos</strong> fornecem diferentes quantidades de <strong>energia</strong>. A determinação da<br />
quantidade de <strong>energia</strong> que está armazenada em cada alimento é importante,<br />
especialmente no planejamento de uma dieta para balancear a quantidade de <strong>energia</strong><br />
que é ingerida e que é gasta.<br />
E se ingerir mais do que isso? As calorias sobram e se acumulam em forma de<br />
gordura, é assim que a gente engorda. Aí, começa a corrida para academia.<br />
Se duas pessoas do mesmo peso correrem em uma esteira por 30 minutos na<br />
mesma velocidade, elas vão gastar o mesmo número de calorias?<br />
Elas, necessariamente, não terão gastos calóricos iguais, mas <strong>nos</strong> visores das<br />
esteiras vão aparecer os mesmos valores, porque são médias desses dados, segundo os<br />
médicos especialistas em medicina esportiva.<br />
As tabelas abaixo mostram os gastos calóricos importantes para a<br />
compreensão dos assuntos relativos à obesidade e à perda de peso:<br />
Tabela 1 - Gastos de calorias diárias de acordo com a atividade física do indivíduo<br />
Peso corporal Levemente<br />
ativo<br />
Moderadamente<br />
ativo<br />
115<br />
Muito ativo Intensamente<br />
ativo<br />
Homem 70Kg 2 940 3 220 3 780 4 340<br />
Mulher 70 Kg 2 520 2 800 3 290 3 850<br />
Tabela 2- Gastos de calorias nas diversas atividades esportivas, de rotina e de<br />
entretenimento:<br />
Atividade <strong>Calorias</strong> por minuto<br />
Futebol 10,4<br />
Caminhar moderado 3,60<br />
Arrumar a cama 3,9<br />
Consertar carros 4,3<br />
Dormir 1,2<br />
Escrever sentado 1,8
Vários outros fatores influenciam nessa queima: o peso corporal, a idade e o<br />
sexo.<br />
Foi realizada uma pesquisa onde foram comparadas diferentes tabelas de<br />
composição de <strong>alimentos</strong> utilizadas no Brasil. As tabelas apresentaram diferenças<br />
entre os valores de nutrientes e calorias em relação ao que foi avaliado em laboratório.<br />
O mamão papaia, por exemplo, foi um dos campeões de diferença entre as<br />
tabelas. Enquanto uma diz que meio papaia tem 32 calorias, outra tabela registra<br />
mais que o dobro, 68 calorias. A pessoa não deve se basear apenas nas informações<br />
de tabelas ou rótulos.<br />
Não se deixe influenciar pelas palavras em destaque nas embalagens dos<br />
produtos alimentícios como: "light", "diet", contém fibra, baixo teor de gordura, etc. O<br />
alimento light contém taxas de açúcar e gordura pequena, o alimento diet não deve<br />
conter açúcar embora possam apresentar determinada taxa de gordura.<br />
Na realidade, é necessário examinar os dados, contidos na embalagem, que<br />
descrevem os valores dos componentes do produto, a seguir temos um rótulo que <strong>nos</strong><br />
mostra como esses dados estão dispostos em algumas etiquetas de produtos<br />
alimentícios.<br />
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL<br />
Porção de 12 g (1 ½ colher de sopa)<br />
Quantidade por porção % V.D. (*)<br />
Valor calórico 35 kcal 1 %<br />
Carboidratos 4g 1%<br />
Proteínas 3g 6%<br />
Gorduras totais 1g 1%<br />
Gorduras saturadas 0 g 0 %<br />
Colesterol 0 g 0 %<br />
Fibra alimentar 3 g 10 %<br />
Cálcio q.n.s.(**) q.n.s.(**)<br />
Ferro 1 mg 7 %<br />
Sódio 0 mg 0 %<br />
(*) Valores diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias (**) Quantidade não significativa<br />
116
Na prática, os órgãos fiscalizadores de alimentação e de nutrição verificam a<br />
veracidade dessas tabelas da seguinte maneira: Primeiro tritura-se o alimento. Depois<br />
vem a fase da desidratação do alimento, a água é desprezada porque ela tem índice<br />
calórico igual a zero. Um tratamento químico a base de ácidos e reagentes separa<br />
tudo: gorduras, proteínas e carboidratos. Depois da separação faz-se algumas contas<br />
simples: O peso em gramas das gorduras é multiplicado por nove (9) e o das proteínas<br />
e carboidratos, é multiplicado por quatro (4). Somando tudo, chega-se ao número total<br />
de calorias do alimento.<br />
Nesta atividade, será estimada a quantidade de <strong>energia</strong> <strong>contida</strong> em uma noz e<br />
em uma castanha-do-pará. Para isto, deve-se desprender <strong>energia</strong> das amostras<br />
queimando-as e usando o calor produzido para aquecer uma quantidade conhecida de<br />
água. Observando o aumento da temperatura da água, pode-se determinar a<br />
quantidade de calorias produzidas na queima.<br />
Os produtos da combustão da amostra do alimento são CO2, carvão (carbono) e<br />
água.<br />
As reações químicas são acompanhadas por trocas de <strong>energia</strong> que podem se<br />
manifestar de diferentes formas. Quando se queima um material, <strong>energia</strong> é liberada na<br />
forma de calor (<strong>energia</strong> térmica). Na queima de uma vela, a variação de <strong>energia</strong> se<br />
manifesta como luz (<strong>energia</strong> lumi<strong>nos</strong>a). Da reação química de uma pilha, aproveita-se<br />
a <strong>energia</strong> elétrica. No motor de um automóvel, a <strong>energia</strong> da queima da gasolina é<br />
transformada em <strong>energia</strong> mecânica ou cinética.<br />
Para se medir a quantidade de <strong>energia</strong> liberada (calor) é necessário antes conhecer<br />
como se mede essa <strong>energia</strong>. Uma unidade muito conveniente é a caloria que e definida<br />
como a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de um<br />
grama de água.<br />
É muito comum encontrar <strong>nos</strong> rótulos de vários <strong>alimentos</strong>, a quantidade de<br />
calorias que eles fornecem.<br />
Atualmente, existem duas maneiras de se indicar as calorias: a científica e a<br />
utilizada na medicina, que está presente nas tabelas médicas usadas em dietas e nas<br />
embalagens de <strong>alimentos</strong> industrializados.<br />
Em medicina, o termo caloria deve ser escrito com a letra inicial maiúscula:<br />
Caloria, pois neste caso, uma Caloria corresponde a 1000 calorias ou 1 Kcal.<br />
1 caloria = 1 cal<br />
1 Caloria = 1 kcal = 1000 cal<br />
117
A quantidade de <strong>energia</strong> liberada por um alimento pode ser quantificada<br />
quando se usa a <strong>energia</strong> liberada na sua combustão para aquecer uma massa<br />
conhecida de água.<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = Massa da solução x ∆T<br />
Onde: ∆T = variação de temperatura, em graus Celsius.<br />
Para se determinar a <strong>energia</strong> característica do alimento consumido, utiliza-se a<br />
seguinte equação:<br />
Q = quantidade de <strong>energia</strong> liberada<br />
Massa do alimento<br />
O valor encontrado corresponde ao valor energético do alimento.<br />
2 - OBJETIVOS<br />
Reconhecer a presença da Química na determinação das calorias presentes <strong>nos</strong><br />
<strong>alimentos</strong>.<br />
Determinar a quantidade de calorias presentes em alguns <strong>alimentos</strong> utilizando<br />
um calorímetro de água.<br />
3 - PARTE EXPERIMENTAL<br />
3.1 - Aparelhagem necessária:<br />
O aparelho utilizado neste experimento é bastante simples e deve ser montado<br />
pelos educandos, como indicado na figura abaixo:<br />
3.2 - Materiais necessários<br />
• uma balança técnica<br />
• uma proveta (100 mL)<br />
• um erlenmeyer (250 mL)<br />
• um termômetro<br />
• um clipe para papel<br />
• uma lata (diâmetro: 10 cm; altura: 13 cm)<br />
• duas garras<br />
• um suporte<br />
• fita adesiva<br />
• ½ noz e 1 castanha-do-Pará<br />
118
Pode-se ainda usar outros <strong>alimentos</strong> que tenham alto teor de gordura em sua<br />
composição. É importante que antes de serem realizados pelos alu<strong>nos</strong>, os<br />
experimentos sejam testados pelo professor, para averiguar se os mesmos queimam<br />
completamente e liberam <strong>energia</strong> suficiente para ser quantificada.<br />
3.3 - Procedimento:<br />
Montar o equipamento como descrito a seguir e mostrado na fig. 1.<br />
Pesar a metade de uma noz e anotar sua massa.<br />
Adicionar 100 mL de água de torneira a um erlenmeyer.<br />
Sugestão: se quiser maior precisão no experimento, ao invés de medir 100 mL de água<br />
faça a pesagem deste volume.<br />
Cuidado: Para a realização do experimento é necessário que se use uma<br />
quantidade mínima de 100 mL de água. Se for usado um volume inferior a este, a<br />
água poderá entrar em ebulição. Nestas condições, a <strong>energia</strong> liberada na queima da<br />
amostra será aproveitada na mudança de estado físico da água, impossibilitando<br />
assim a realização adequada do experimento.<br />
Com o auxílio do termômetro, verificar a temperatura da água (temperatura<br />
inicial).<br />
Dobrar um clipe formando um apoio para segurar a amostra.<br />
Montar o seguinte sistema:<br />
a) Fixar o clipe na bancada com fita adesiva.<br />
b) Prender a amostra de alimento no clipe (figura 1).<br />
c) Colocar uma lata (Nescau ou Leite em pó), com o fundo removido, envolvendo o<br />
alimento.<br />
d) Fixar o erlenmeyer contendo água no suporte, com o auxílio da garra.<br />
e) Na outra garra prender o termômetro. É necessária atenção para que o termômetro<br />
não encoste sobre a parede do erlenmeyer, caso contrário haverá erro na leitura da<br />
temperatura.<br />
f) Queimar o alimento utilizando um palito de fósforo aceso.<br />
119
Figura 1 - Montagem necessária para determinação da quantidade de <strong>energia</strong> <strong>nos</strong><br />
<strong>alimentos</strong>.<br />
Realizar a combustão em ambiente ventilado, pois a mesma libera gases com<br />
fortes odores. Preferencialmente, realizar o experimento na capela.<br />
Para que haja a queima do material é necessário aproximar o fósforo, depois de<br />
iniciada a combustão, deve-se manter a chama do fósforo próxima do material por<br />
mais alguns instantes. Caso contrário, a combustão da amostra pode ser interrompida<br />
prejudicando o desenvolvimento do experimento (Figura 2).<br />
Aproximar o erlenmeyer rapidamente da chama produzida pela queima do<br />
alimento.<br />
Proceder primeiramente a queima do alimento e em seguida aproximar o<br />
erlenmeyer do mesmo. Colocar o erlenmeyer o mais próximo possível da chama para<br />
que as perdas de <strong>energia</strong> sejam minimizadas.<br />
Envolver o alimento com uma lata vazia (conforme figura 3) assim que se iniciar<br />
a combustão, com a finalidade de proteger os alu<strong>nos</strong> da chama e minimizar a perda de<br />
calor para o ambiente.<br />
120
Figura 2 – Queima da noz para determinação da quantidade de calorias<br />
Figura 3 – Proteção do sistema para a determinação de calorias<br />
Quando o alimento estiver totalmente queimado verificar a temperatura da água<br />
(temperatura final).<br />
121
Anotar os valores da massa da amostra, da massa de água e das temperaturas<br />
inicial e final da água.<br />
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A tabela abaixo mostra os resultados obtidos neste experimento para as duas<br />
amostras analisadas.<br />
Amostra Massa<br />
(g)<br />
Noz<br />
Castanhado-pará<br />
Massa de<br />
água (g)<br />
Temperatura<br />
inicial da água<br />
(ºC)<br />
122<br />
Temperatura<br />
final da água<br />
(ºC)<br />
2,61 100 16 78 62<br />
4,15 120 16 93 77<br />
A quantidade de <strong>energia</strong> liberada na queima das duas amostras foi calculada, a<br />
partir dos dados acima, da seguinte maneira:<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = massa da solução (g) x variação da Temperatura (ºC)<br />
Para a noz:<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = 100g x 62ºC<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = 6200 cal<br />
Para a castanha-do-Pará:<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = 120g x 77ºC<br />
Quantidade de <strong>energia</strong> liberada = 9240 cal<br />
Caloria é a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC 1 grama de água<br />
(ou, mais precisamente, de 14,4ºC a 15,5ºC). Sabendo que 1000cal equivale a 1Kcal, e<br />
que 1cal equivale a 4,18joule, podemos transformar os valores obtidos na equação<br />
anterior em kcal e em kJ.<br />
Para a noz:<br />
1000 cal _________ 1 kcal<br />
6200 cal _________ X<br />
X = 6200 X = 6,2 kcal<br />
1000<br />
∆T<br />
(ºC)
1 kcal _______ 4,18 kJ<br />
6,2 kcal _____ X<br />
X = 6,2 x 4,18 X = 25,916 kJ<br />
Para a castanha-do-Pará:<br />
1000 cal ________1 kcal<br />
9240 cal ________ X<br />
X = 9240<br />
1000<br />
X = 9,24 kcal<br />
1 kcal _______ 4,18 kJ<br />
9,24 kcal ____ X<br />
X = 9,24 x 4,18 X = 38,62 kJ<br />
Para determinar os valores energéticos dos <strong>alimentos</strong> utilizados no experimento,<br />
em kcal/g:<br />
Para a noz: Q = Quantidade de calorias liberada (kcal)<br />
Massa do alimento (g)<br />
Q = 6,2 kcal.<br />
2,61g<br />
Q = 2,375 kcal/g<br />
Para a castanha-do-pará: Q = Quantidade de calorias liberada (kcal)<br />
Massa do alimento (g)<br />
Q = 9,240 kcal<br />
4,1g<br />
Q = 2,23 kcal/g<br />
Podem ocorrer algumas diferenças <strong>nos</strong> valores obtidos, devido a maior ou<br />
menor perda de calor durante o experimento provocada por:<br />
1) Distância do erlenmeyer da chama.<br />
2) Ventilação do ambiente (o experimento realizado em capela terá maior perda de<br />
<strong>energia</strong>)<br />
123
3) O tempo que se demora em aproximar o erlenmeyer à chama da amostra.<br />
4) A primeira combustão tende a perder mais <strong>energia</strong> para a lata, pois a mesma ainda<br />
está fria.<br />
A tabela mostra abaixo tem como objetivo, a comparação entre os resultados<br />
obtidos pelo aluno e os dados retirados de alguns rótulos.<br />
Nutrientes<br />
(em 100g do alimento)<br />
Kcal Protídios<br />
(g)<br />
124<br />
Glícidios<br />
(g)<br />
Fibras<br />
(g)<br />
Amêndoa s/ casca 607 21,23 17,68 10,5<br />
Castanha do Pará 656 14,34 12,80 5,4<br />
Noz inglesa s/ casca 654 15,23 13,71 6,7<br />
5 -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
1) GOMES, Márcio Augusto de Oliveira. Determinação da <strong>energia</strong> <strong>contida</strong> em alguns<br />
<strong>alimentos</strong>. Curitiba, 1999.26f. Monografia (Especialização em Ensino de Química<br />
Experimenal para o 2o. Grau) - Setor de Ciências Exatas, Departamento de Química,<br />
<strong>Universidade</strong> Federal do Paraná.<br />
2) BORGFORD, Christie L.; SUMMERLIN, Lee R. Chemical Activies. Washington:<br />
Americal Chemical Society, 1998. P. 83-84.<br />
3) LEHNINGER, A. L. Vias metabólicas e de transferência energética: levantamento<br />
geral do metabolismo intermediário. In: LEHNINGER, A. L. Bioquímica. Volume 1.<br />
São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1976. P. 265-281.<br />
4)SOS OBESIDADE. Principais Nutrientes. Disponível em: <<br />
http://www.sosobesidade.hpg.ig.com.br/principaisnutrientes.html > Acesso em 17<br />
junho 2004.<br />
5) PUERICULTURA. <strong>Calorias</strong>. Disponível em: <<br />
http://www.docsystems.med.br/calorias.html > Acesso em 17 junho 2004.<br />
6) CHAGAS, A.P. Termodinâmica Química. Campinas: Editora da Unicamp, 1999.<br />
pgs 20-21, 42, 59.