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pela ocupação – no fim do século XiX – de<br />
imigrantes europeus, que empregaram as<br />
mesmas práticas agrícolas que eram utilizadas<br />
na Europa, não levando em conta<br />
as diferenças climáticas, especialmente as<br />
chuvas mais intensas e constantes. o su <br />
cesso da exploração agrícola nas primeiras<br />
décadas se deveu muito à fertilidade da<br />
matéria orgânica dos solos de mata, áreas<br />
mais procuradas para colonização.<br />
Este sistema de manejo “europeu” mostrouse<br />
inadequado e, após algumas décadas,<br />
levou à degradação generalizada dos<br />
so los, resultante da falta de reposição dos<br />
nu trientes exportados com as colheitas; da<br />
sua desestruturação física pela intensa mo <br />
bilização; da reduzida adição de biomassa;<br />
além de sistemas de cultivo com pou ca di <br />
versidade de culturas e freqüência, deixando<br />
o solo descoberto em parte do ano. Cabe<br />
ressaltar que um dos aspectos mais críticos<br />
deste período foi a falta de conhecimento<br />
(ou até “reconhecimen to”) sobre a importância<br />
da matéria orgânica do solo.<br />
A partir dos anos 1960, várias iniciativas<br />
buscaram reverter o cenário de degradação<br />
dos solos do rio Grande do Sul, en <br />
tre elas a Operação Tatu, que procurou re <br />
cuperar a fertilidade pela utilização de corretivos<br />
e fertilizantes químicosintéticos; e<br />
o projeto integrado de Uso e Conservação<br />
do Solo (piUCS), buscando divulgar práticas<br />
conservacionistas com vistas à redução<br />
do pre paro do solo, à eliminação da<br />
queima da palha de trigo e utilização de<br />
culturas de cobertura para o inverno. Estes<br />
projetos começaram a provocar uma mu <br />
dança de visão: de uma agricultura essencialmente<br />
“extrativista” para uma conservacionista.<br />
A redução ou mesmo a eliminação<br />
da mobilização do solo promovida pe <br />
los siste mas de manejo conservacionistas<br />
favorecem o acúmulo de C nos solos, possi<br />
bili tan do amenizar em parte o incremento<br />
do efei to estufa. o Sistema plantio Di -<br />
reto (SpD) tem apresentado o maior po <br />
ten cial de acúmulo em sistemas para produção<br />
de grãos em culturas anuais; além<br />
disso, a introdução de culturas de cobertura<br />
em sis temas de rotação mais diversificados<br />
também pode reduzir a erosão e di <br />
minuir a necessidade de nitrogênio sintético,<br />
cuja produção resulta em significativas<br />
emissões de Co 2 .<br />
Além deste impacto de uma agricultura<br />
acumuladora de C no solo, devemos lembrar<br />
do longo rol de benefícios que isso re <br />
presenta: a potencialização da degradação<br />
de poluentes e contaminantes e a manutenção<br />
e até a recuperação da qualidade das<br />
águas, de habitat para a biodiversidade, e<br />
até de efeitos estéticos positivos na paisagem<br />
rural.<br />
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