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Fatura obrigatória agrava dificuldades das ... - Vida Económica

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COMPRE JÁ EM<br />

livraria.vidaeconomica.pt<br />

Nº 1474 / 4 de janeiro de 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J<br />

MERCADOS<br />

Bolsa começa<br />

o ano a subir<br />

SUPLEMENTO<br />

SEGUROS<br />

Seguradores<br />

preparam-se<br />

para ano muito<br />

difícil<br />

9 720972 000037<br />

Pág. 14<br />

Empresas<br />

exportadoras<br />

enfrentam um<br />

aumento do risco<br />

de crédito Págs. 40 e 41<br />

FISCALIDADE<br />

Pequenas entidades<br />

podem benefi ciar<br />

de isenção do IVA<br />

Pág. 32<br />

OPINIÃO<br />

Raposo Subtil<br />

Os atrasos da<br />

Justiça no novo ano<br />

Pág. 10<br />

Págs. II e III<br />

01474<br />

PUB<br />

Atualização de ren<strong>das</strong> antigas<br />

já está a avançar<br />

TÉCNICOS DE CONTAS CONFRONTADOS COM AUMENTO DE TRABALHO SEM COMPENSAÇÃO<br />

<strong>Fatura</strong> <strong>obrigatória</strong><br />

<strong>agrava</strong> difi culdades<br />

<strong>das</strong> empresas<br />

Págs. 4 e 5<br />

PUB<br />

DIRETOR<br />

João Peixoto de Sousa<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Projetos PRODER e PROMAR<br />

têm “spread” médio de 5,3%<br />

Oito bancos nacionais acordaram com o<br />

Governo a criação de linhas de crédito<br />

no valor global de 1500 milhões de<br />

euros para fi nanciar projetos nas áreas<br />

da agricultura e <strong>das</strong> pescas. A “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” apurou, junto do ministério<br />

de Assunção Cristas, que o “spread”<br />

médio ronda os 5,3%”. Com mais de<br />

seis mil projetos submetidos para<br />

análise, correspondentes a um volume<br />

de investimento na ordem dos 800<br />

milhões de euros, o PRODER apresenta<br />

uma taxa de execução de 60% e uma<br />

taxa de compromisso de 95%<br />

Pág. 3<br />

Pág. 7<br />

PUB


2 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

ABERTURA<br />

ESPETÁCULO REÚNE MAIS<br />

DE 600 PESSOAS EM PALCO<br />

Bilhetes para a abertura<br />

de Guimarães 2013<br />

já estão à venda<br />

Já se encontram à<br />

venda os bilhetes para<br />

a cerimónia de abertura<br />

de Guimarães Cidade<br />

Europeia do Desporto<br />

(CED) 2013. Agendada<br />

para dia 19 de janeiro, às<br />

18h30, no Multiusos de<br />

Guimarães, promete não<br />

deixar ninguém indiferente.<br />

Com mais de 600<br />

pessoas em palco – entre<br />

atletas, ginastas, bailarinos,<br />

músicos e figurantes<br />

–, o espetáculo pretende<br />

celebrar o desporto e a<br />

história deste no concelho<br />

vimaranense. Ao<br />

“jogo” <strong>das</strong> diversas performances<br />

desportivas<br />

juntam-se ainda efeitos<br />

de vídeo, som e luz.<br />

Relembre-se que, no<br />

próximo ano, a CED<br />

2013 prevê receber mais<br />

de 20 mil atletas de 50<br />

modalidades diferentes,<br />

numa média de duas<br />

iniciativas por semana.<br />

Os bilhetes que agora<br />

Nesta edição<br />

22 Atualidade<br />

Crise europeia vai continuar<br />

por mais uma geração<br />

E.LIFE ...................... Pág. 19<br />

Empresas reforçam<br />

presença nas redes<br />

sociais e investimento no<br />

relacionamento online<br />

Negócios Empresas. Pág. 12<br />

Casa do Galo expande lojas e<br />

renova imagem<br />

Oli ............................ Pág. 13<br />

Empresa de autoclismos<br />

investe no mercado externo<br />

Humor económico<br />

estão disponíveis são<br />

de bancada e custam<br />

cinco euros. Podem ser<br />

adquiridos em vários<br />

pontos, como o Multiusos<br />

de Guimarães, lojas<br />

FNAC, CTT, El Corte<br />

Inglès, Centro Cultural<br />

Vila Flor, Theatro Circo<br />

(Braga) ou na bilheteira<br />

online.<br />

Guimarães assume em<br />

2013 o título de Cidade<br />

Europeia do Desporto.<br />

Ao longo de 12 meses,<br />

propõe-se impulsionar<br />

mais de uma centena<br />

de eventos, estudos e<br />

programas, com vista a<br />

alterar o paradigma do<br />

desporto na cidade e inspirar<br />

outros municípios<br />

portugueses e europeus<br />

a seguirem o mesmo caminho.<br />

Prevê-se a participação<br />

de cerca de 20<br />

mil atletas, mais de seis<br />

mil horas de voluntariado<br />

e 50 modalidades<br />

desportivas diferentes.<br />

21 Atualidade<br />

Bolsas ibéricas são atrativas<br />

para os investidores<br />

Negócios Empresas. Pág. 15<br />

ViniPortugal reforça investimento<br />

na promoção do vinho a copo<br />

ANJE ....................... Pág. 25<br />

Associação reforça aposta<br />

na formação para apoiar<br />

competitividade <strong>das</strong> PME<br />

Mercados ................ Pág. 41<br />

Agricultura e pescas com<br />

linhas de crédito de 1,5 mil<br />

milhões de euros<br />

Nenhum obstáculo é grande de mais<br />

para quem possui um espírito imparável!<br />

Casos de sucesso empresarial<br />

repetem-se ao longo da história.<br />

Onde alguns veem apenas limitações,<br />

outros ultrapassam-nas com coragem<br />

e imaginação, explorando novas<br />

oportunidades, alcançando grandes visões<br />

de negócio e ignorando alertas de “isso<br />

não pode ser feito”.<br />

Com recorrência encontramos histórias<br />

de empresários cujo espírito se tornou<br />

imparável…<br />

É através de empresários – com um<br />

espírito imparável- que beneficiamos<br />

– todos – do progresso, do acesso a<br />

novos produtos e mercados, de melhor<br />

qualidade com melhor preço e de<br />

inovação jamais pensada há pouco tempo<br />

atrás.<br />

Desde o pequeno ao grande projeto<br />

empresarial, a força viva de mudança e de<br />

crescimento reside no espírito imparável<br />

do empresário. É esse espírito que<br />

constitui a força para ultrapassar barreiras,<br />

o negativismo e a sua própria perceção de<br />

autolimitação. É essa força que compele<br />

o empresário a persistir na luta para ir ao<br />

encontro dos seus objetivos.<br />

O empresário é o maior crítico de<br />

40 Mercados<br />

Empresas exportadoras têm um<br />

aumento do risco de crédito<br />

CA <strong>Vida</strong> ................... Pág. 42<br />

Comissões são a principal<br />

variável entre diferentes<br />

PPR<br />

Automóvel .............. Pág. 46<br />

MCoutinho abre loja automóvel<br />

no Dolce Vita Porto<br />

Ócio e Negócios ..... Pág. 47<br />

Real Companhia Velha<br />

celebra 100 anos da marca<br />

Grandjó<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo<br />

REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta<br />

Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa<br />

e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO mercial@vidaeconomica.pt;<br />

PUBLICIDADE LISBOA <br />

vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO<br />

<br />

AZUIL BARROS<br />

Especialista no Crescimento de Negócios<br />

Partner&Diretor Geral<br />

www.quantumcrescimentonegocios.com<br />

O empresário tem de possuir um<br />

espírito imparável…<br />

si mesmo. Não existe opinião mais<br />

importante para o sucesso da sua empresa<br />

do que a sua própria opinião. Foram os<br />

pensamentos internos que trouxeram o<br />

empresário ao ponto onde está. E a sua<br />

empresa estará onde os seus pensamentos<br />

atuais a levarem. Este princípio pode não<br />

ser de fácil aceitação para si.<br />

Pode assumir que existem muitas<br />

razões que influenciam os seus negócios: a<br />

economia, os clientes que não lhe pagam,<br />

os bancos que lhe cortaram o crédito, etc.<br />

Uma vez que não se sente responsável<br />

pela sua “má sorte”, então certamente os<br />

seus pensamentos nada têm a ver com o<br />

resultado a que chegou.<br />

Está errado! Pode não ser fácil para si,<br />

mas aconselho-o a ponderar. Enquanto<br />

não aceitar a responsabilidade pelo<br />

avanço dos seus negócios – pelo passado,<br />

pelo presente e pelo futuro – não<br />

irá conseguir melhorar o seu futuro<br />

empresarial.<br />

“Uma <strong>das</strong> grandes descobertas que um<br />

homem pode fazer, uma <strong>das</strong> suas maiores<br />

surpresas, é descobrir que consegue fazer<br />

aquilo que tinha medo de não conseguir<br />

fazer.”, cito Henry Ford.<br />

Comece já e coloque a Sua Empresa<br />

um passo à frente da sua concorrência!<br />

Imprensa<br />

EM REVISTA<br />

EXPANSIÓN<br />

Alemanha considera<br />

que pior da crise já<br />

passou<br />

O Governo alemão<br />

considera que o pior da<br />

crise da dívida da Zona<br />

Euro já passou e destaca<br />

o compromisso da Grécia<br />

e da França com as<br />

reformas. O Executivo<br />

de Atenas sabe que<br />

não pode pedir muito<br />

mais a outros países da<br />

Zona Euro, pelo que vai<br />

continuar em frente com<br />

as reformas.<br />

Relativamente à França,<br />

a Alemanha defende que<br />

o país está a cumprir<br />

com as suas obrigações<br />

e o seu Governo está<br />

consciente que todos<br />

os países devem levar<br />

constantemente a<br />

cabo reformas para se<br />

manterem competitivos.<br />

LES ECHOS<br />

BRIC aumentam<br />

contribuições para a<br />

ONU<br />

Para o novo orçamento<br />

da Organização <strong>das</strong><br />

Nações Uni<strong>das</strong> (ONU), a<br />

China aceitou aumentar<br />

em mais de 60% a sua<br />

contribuição, enquanto o<br />

Brasil vai aumentar em<br />

82% o seu contributo.<br />

Em contrapartida,<br />

as contribuições da<br />

Alemanha, da França e<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

<br />

do Reino Unido vão ser<br />

revistas em baixa, devido<br />

à crise económica na<br />

Europa. O orçamento<br />

para a organização<br />

ascende a mais de 5,4 mil<br />

milhões de dólares, a que<br />

acrescem 7,5 mil milhões<br />

para as missões de paz.<br />

A contribuição dos seus<br />

membros é calculada<br />

de acordo com o seu<br />

peso no PIB mundial. A<br />

China, a Índia, o Brasil e<br />

outros países emergentes<br />

decidiram aumentar as<br />

suas contribuições, no<br />

âmbito de um acordo já<br />

assinado. Os Estados<br />

Unidos continuam a ser<br />

o principal contribuinte,<br />

com um peso na ordem<br />

dos 22% do total.<br />

THE WALL STREET<br />

JOURNAL<br />

Zona Euro sobrevive<br />

intacta ao ano<br />

de 2012<br />

Ao contrário do que<br />

previam muitos<br />

analistas, a Zona Euro<br />

terminou o ano 2012<br />

como começou, ou<br />

seja, com 17 membros.<br />

Alguns acontecimentos<br />

marcaram a sobrevivência<br />

do bloco, quando<br />

muitos anteviam um<br />

fim anunciado. A<br />

Grécia completou a<br />

reestruturação de maior<br />

dimensão de sempre<br />

da dívida soberana e a<br />

Alemanha acabou por<br />

dar luz verde a um fundo<br />

permanente de resgate,<br />

no sentido de apoiar<br />

os países em maiores<br />

<strong>dificuldades</strong>.<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO<br />

14.200<br />

4000 Município (Porto)<br />

TAXA PAGA<br />

R <br />

<br />

<br />

<br />

Top da semana<br />

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE<br />

A secretária de Estado do<br />

Tesouro tem sido o rosto<br />

visível do processo de<br />

privatizações encetado pelo<br />

Governo. Independentemente de se<br />

estar contra ou a favor da passagem<br />

para a esfera de privados de serviços<br />

públicos, Maria Luís Albuquerque tem<br />

revelado um conhecimento profundo<br />

dos processos e tem sabido explicar ao<br />

cidadão comum o que está a ser feito.<br />

Muito deve o Executivo a este técnica,<br />

que já permitiu o encaixe de quase 6,4<br />

mil milhões de euros, por via de três<br />

privatizações, em colaboração estreita<br />

com outros membros do Governo.<br />

Também é positivo o facto de aparecer<br />

em público e dar a cara sempre que<br />

solicitada, o que demonstra segurança.<br />

PASSOS COELHO<br />

O primeiro-ministro terminou<br />

o ano da mesma forma<br />

que o iniciou, numa grande<br />

confusão. Até as comunicações ao<br />

país foram infelizes. A ideia que fica<br />

é que não existe uma estratégia<br />

governamental claramente definida,<br />

para além da necessidade de reduzir<br />

o défice público. Ora, neste âmbito<br />

assiste-se a medi<strong>das</strong> pontuais, sem<br />

se saber exatamente que resultados<br />

esperar. Nada é previsível, tudo<br />

está indefinido, como tem sido uma<br />

constante neste Executivo. O mais<br />

preocupante é que tudo aponta para<br />

que se mantenha esta estratégia<br />

errática. Os portugueses continuam a<br />

sair do país, as insolvências atingem<br />

níveis recordes e o mesmo se passa<br />

com a taxa de desemprego.<br />

ÁLVARO SANTOS PEREIRA<br />

O ministro da Economia é<br />

um dos elos mais fracos<br />

do Governo. Como já se<br />

percebeu, quando as coisas correm<br />

pior do que o habitual, desaparece<br />

de cena. Termina o ano em terreno<br />

fortemente negativo. O desemprego<br />

continua a aumentar, a atividade<br />

económica não descola, há uma clara<br />

dependência relativamente ao ministro<br />

<strong>das</strong> Finanças. Com a <strong>agrava</strong>nte que<br />

a tendência tem sido para tornar o<br />

contexto empresarial cada vez mais<br />

complicado. Praticamente nada foi<br />

feito para simplificar o acesso ao<br />

financiamento. Ser empresário tornouse<br />

num ato de verdadeiro heroísmo,<br />

sobretudo quando “não existe”<br />

ministro da Economia.


O recente protocolo celebrado<br />

entre o Ministério da Agricultura,<br />

do Mar, do Ambiente e<br />

do Ordenamento do Território<br />

(MAMAOT), através do IFAP,<br />

e oito bancos nacionais para a<br />

criação de linhas de crédito no<br />

valor global de 1500 milhões de<br />

euros para financiar projetos nas<br />

áreas da agricultura e <strong>das</strong> pescas,<br />

vai contribuir para acelerar a<br />

execução dos programas comunitários<br />

PROMAR e PRODER.<br />

Os bancos estão optimistas, até<br />

porque, como diz o MAMAOT,<br />

“estes projetos foram já submetidos<br />

a uma análise técnica, financeira<br />

e económica rigorosa” e<br />

isso “confere segurança à banca”.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 3<br />

ATUALIDADE<br />

O Ministério de Assunção Cristas não revelou<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” a taxa de execução<br />

do PROMAR (Programa Operacional<br />

<strong>das</strong> Pescas 2007-2013), informando apenas<br />

que a taxa de compromisso está em “cerca<br />

de 70%”. Explicou, contudo, que neste momento<br />

“existem já em carteira projetos num<br />

montante da ordem dos 100 milhões de euros,<br />

o que permite atingir as metas previstas<br />

no programa”.<br />

Quanto ao PRODER (Programa de Desenvolvimento<br />

Rural), o MAMAOT revela<br />

que a taxa de compromisso é de 95%, sendo<br />

a taxa de execução de 60%, tendo sido<br />

conseguidos em 2012 “níveis de pagamento<br />

recorde, superiores mesmo a 2011”. O Ministério<br />

da Agricultura garantiu, aliás, que,<br />

a este ritmo, a execução do PRODER será<br />

“integralmente” cumprida até 2015.<br />

“Tendo em conta a atual taxa de compromisso<br />

do PRODER (95%) e o bom nível de<br />

execução já atingido, em linha com a média<br />

comunitária, o MAMAOT não tem dúvi<strong>das</strong><br />

que o PRODER será integralmente executado<br />

nos prazos para tal estipulados (2015)”,<br />

disse fonte do gabinete da ministra da Agricultura<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. A mesma fonte<br />

Produção industrial cai mais de 4% em novembro<br />

LINHAS DE CRÉDITO DE 1500 MILHÕES IMPULSIONAM EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS<br />

PRODER chega aos 60% e será<br />

“integralmente executado” até 2015<br />

O gabinete da ministra Assunção Cristas garantiu à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que, “tendo em conta a<br />

atual taxa de compromisso do PRODER (95%) e o bom nível de execução já atingido”, o Programa<br />

“será integralmente executado” até 2015.<br />

A produção industrial registou uma quebra de 4,3%, em novembro, relativamente ao mês homólogo<br />

do ano anterior e contra os 3,6% negativos no mês de outubro, de acordo com os dados<br />

do Instituto Nacional de Estatística. Para este desempenho negativo contribuiu sobretudo a classe<br />

<strong>das</strong> indústrias transformadoras. Em termos mensais, a produção industrial apresentou uma<br />

variação negativa de 3,3%, com os todos agrupamentos a revelarem desci<strong>das</strong>. Os agrupamentos<br />

de bens intermédios e de consumo foram os que mais contribuíram para a variação negativa.<br />

revelou que, “neste momento, estão mais de<br />

seis mil projetos submetidos, em processo de<br />

análise, com um volume de investimento na<br />

casa dos 800 milhões de euros”.<br />

Questionado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” sobre<br />

as taxas de juros e ‘spreads’ associados a<br />

estas linhas de crédito agora firma<strong>das</strong> com a<br />

banca – Millenium BCP, BES/BES Açores,<br />

BPI, Banco Popular, Santander Totta, Caixa<br />

de Crédito Agrícola Mútuo, Montepio Geral<br />

e Caixa Geral de Depósitos –, o gabinete<br />

da ministra Assunção Cristas diz que há oito<br />

instituições bancárias envolvi<strong>das</strong> e que “é<br />

natural que as condições <strong>das</strong> diversas linhas<br />

de crédito apresentem algumas diferenças”.<br />

Contudo, acrescenta, “o IFAP empenhou-<br />

-se em garantir alguma uniformidade nas<br />

condições de crédito, pelo que as variações<br />

não são significativas, existindo um ‘spread’<br />

médio a rondar os 5,3%”.<br />

Projetos aprovados pelo PRODER<br />

e PROMAR conferem segurança à<br />

banca<br />

Apesar destas diferenças, a adesão às linhas<br />

de crédito foi “maciça” por parte da banca,<br />

diz o MAMAOT, o que se deve ao “reconhecimento<br />

do potencial de crescimento<br />

e investimento do setor agrícola, aliás bem<br />

demonstrado nos últimos tempos como setor<br />

produtor de bens transacionáveis e com<br />

potencial de exportação”.<br />

O Millennium BCP, por exemplo, emitiu<br />

um comunicado aquando da assinatura<br />

deste protocolo citando o presidente, Nuno<br />

Amado, e dizendo que o banco “quer estar<br />

na primeira linha no apoio aos novos projetos<br />

de investimento que contribuam para a<br />

criação de emprego, o crescimento da economia<br />

e o desenvolvimento do país”.<br />

O próprio Ministério de Assunção Cristas<br />

também reconhece que estas linhas de<br />

crédito se destinam a “apoiar projetos de<br />

investimento do PRODER e PROMAR já<br />

aprovados pelas respetivas autoridades de<br />

gestão, o que confere à banca a segurança<br />

de que estes projetos foram já submetidos a<br />

uma análise técnica, financeira e económica<br />

rigorosa e têm assegurado, pelos apoios<br />

destes programas, uma importante fatia do<br />

financiamento total de que necessitam”.<br />

E toda esta análise, “associada a informações<br />

sobre os beneficiários, forneci<strong>das</strong> pelo<br />

IFAP, minimiza o risco de crédito para a<br />

banca”.


4 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

TÉCNICOS DE CONTAS CONFRONTADOS COM AUMENTO DE TRABALHO SEM COMPENSAÇÃO<br />

<strong>Fatura</strong> <strong>obrigatória</strong> <strong>agrava</strong> difi<br />

A emissão de faturas<br />

em to<strong>das</strong> as transações<br />

passou a ser <strong>obrigatória</strong><br />

desde 1 de janeiro. Esta<br />

obrigação acarreta um<br />

acréscimo considerável<br />

de custos, em especial<br />

para as pequenas<br />

empresas. Os técnicos<br />

oficiais de contas<br />

e os gabinque não<br />

conseguem repercutir<br />

sobre os valores.<br />

Apesar dos reflexos<br />

negativos em termos de<br />

acréscimo de trabalho e<br />

responsabilidade para os<br />

profissionais, a OTOC<br />

é favorável ao novo<br />

regime, tendo sugerido<br />

uma parte <strong>das</strong> regras que<br />

são agora impostas.<br />

A emissão de faturas em to<strong>das</strong> as transações passou a ser <strong>obrigatória</strong> desde 1 de janeiro.<br />

VIRGÍLIO FERREIRA<br />

virgilioferreira@vidaeconomica.pt<br />

Desde 1 de janeiro, to<strong>das</strong> as<br />

transações passaram a estar sujeitas<br />

a fatura <strong>obrigatória</strong>. Tal como<br />

é habitual, a regulamentação do<br />

novo regime foi publicada tardiamente,<br />

a 28 de dezembro, ou<br />

seja, com apenas um dia útil de<br />

antecedência, em relação à data<br />

de entrada em vigor. Uma grande<br />

parte dos operadores não teve<br />

tempo para substituir os equipamentos<br />

e os programas informáticos,<br />

caindo na situação de<br />

incumprimento que a Autoridade<br />

Tributária promete sancionar,<br />

sem contemplações.<br />

Além de impor a emissão <strong>obrigatória</strong><br />

de fatura em to<strong>das</strong> as transações<br />

para todos os operadores<br />

económicos, seja qual for o valor,<br />

o novo regime elimina todos os<br />

tipos de documentos “equivalentes<br />

à fatura” tais como ven<strong>das</strong> a<br />

dinheiro, talões de venda, faturas-<br />

-recibo, etc.. Agora apenas pode<br />

existe a fatura e a fatura simplifica-<br />

Mercado não suporta aumentos<br />

de preços<br />

Não se entende que a regulamentação sobre o regime simplificado<br />

só tenha sido publicada a 28 de dezembro – refere Luís Ceia,<br />

presidente do Ceval e da Associação Empresarial de Viana do<br />

Castelo. “Esta indefinição sobre o regime a aplicar e a falta de<br />

equipamentos novos disponíveis ajustados às novas necessidades,<br />

justificariam, a bem do mercado, o adiamento da entrada em vigor<br />

<strong>das</strong> alterações propostas.<br />

Luis Ceia não acredita que os TOC sejam compensados<br />

pelo incontornável acréscimo de trabalho. “O mercado não<br />

suporta neste momento aumentos de preços que não correspondam<br />

a acrescento de valor oferecido aos utilizadores” – garante e aponta<br />

como exemplo o aumento do IVA na restauração que na generalidade<br />

está a ser suportado pelos empresários.<br />

Para o presidente do CEVAL, as exigências impostas pela<br />

Administração Fiscal podem distorcer o principal objetivo da<br />

contabilidade que é o de dar uma informação clara e objetiva<br />

sobre a situação <strong>das</strong> empresas. E podem pôr em causa<br />

a responsabilidade e ética dos profissionais devidamente credenciados<br />

e regulados pelo código deontológico.<br />

da (que só pode ser usada em determina<strong>das</strong><br />

circunstâncias e nunca<br />

dispensa o registo individualizado<br />

de cada transação), nota de débito<br />

e nota de crédito.<br />

Nas faturas processa<strong>das</strong> através<br />

de sistemas informáticos, to<strong>das</strong> as<br />

menções <strong>obrigatória</strong>s, incluindo<br />

o nome, a firma ou a denominação<br />

social e o número de identificação<br />

fiscal do sujeito passivo adquirente<br />

devem ser inseri<strong>das</strong> pelo<br />

respetivo programa ou equipamento<br />

informático de faturação.<br />

A indicação na fatura da identificação<br />

e do domicílio do com-<br />

prador que seja um particular não<br />

é <strong>obrigatória</strong> nas faturas de valor<br />

inferior a J1000, exceto nos casos<br />

em que o comprador o solicite.<br />

<strong>Fatura</strong>s envia<strong>das</strong> à AT<br />

Além da emissão <strong>obrigatória</strong>, todos<br />

os operadores passaram a ter<br />

que enviar à Autoridade Tributária<br />

to<strong>das</strong> as faturas emiti<strong>das</strong>, até ao<br />

dia 8 do mês seguinte da emissão.<br />

A comunicação efetuada à AT<br />

pode ser automática e em tempo<br />

real, através de um webservice<br />

para a faturação eletrónica, atra-<br />

Mais tempo<br />

e mais encargos<br />

para as empresas<br />

“Com as novas regras de<br />

faturação, as obrigações<br />

declarativas irão <strong>agrava</strong>r os gastos<br />

<strong>das</strong> micro e pequenas empresas,<br />

na medida em que estas<br />

empresas não estão prepara<strong>das</strong><br />

para cumprir. Associado a este<br />

aumento dos gastos, está o<br />

acréscimo de tempo associado<br />

a realização <strong>das</strong> transações e<br />

a necessidade de investimento<br />

em novos equipamentos e<br />

software” – refere Joel Costa. O<br />

diretor executivo da Associação<br />

Empresarial de Felgueiras<br />

considera também que estas<br />

alterações provocam um<br />

aumento do número de horas<br />

despendi<strong>das</strong> para cada cliente<br />

pelos profissionais e organizações<br />

que prestam serviços de<br />

contabilidade, ao implicar um<br />

trabalho que até agora não era<br />

necessário.<br />

“Como o TOC terá necessidade<br />

de dispensar mais tempo a cada<br />

cliente que recorra aos seus<br />

serviços para cumprir com as<br />

novas obrigaçoes perante a AT, é<br />

de prever que os seus honorários<br />

sejam ajustados tendo em conta o<br />

tempo gasto com este acréscimo<br />

de serviço. A existir será sempre<br />

um ajuste caso a caso, pois, por<br />

exemplo, se estivermos perante<br />

um contribuinte que até tem<br />

software que produz o ficheiro<br />

o SAFT mas que recorre ao<br />

TOC para o enviar para a AT, é<br />

natural que, a realizar-se algum<br />

ajuste, este seja mínimo. No<br />

entanto, se estivermos perante<br />

um contribuinte que não produza<br />

ficheiro SAFT e seja necessário<br />

introduzir to<strong>das</strong> as suas faturas<br />

manualmente no site “e-faturas”,<br />

é natural que veja os seus<br />

honorários do TOC sofrerem um<br />

aumento assinalável por força do<br />

acréscimo de tempo para cumprir<br />

com a obrigação declarativa agora<br />

criada” - explica.<br />

Para Joel Costa, as exigências<br />

impostas não se ajustam á<br />

realidade da maioria <strong>das</strong> nossas<br />

empresas e dos empresários em<br />

nome individual.<br />

vés do envio do ficheiro SAF-T<br />

(PT) para a faturação através de<br />

programa informático, por introdução<br />

direta no Portal <strong>das</strong> Finanças.<br />

Regulamentação tardia<br />

A última regulamentação sobre<br />

o novo regime foi publicada no<br />

Diário da República de 28 de dezembro<br />

passado, apenas um dia<br />

útil antes da entrada em vigor do<br />

novo regime.<br />

A AT disponibilizou em<br />

19/11/2012 o ofício circulado<br />

n.º 30136 sobre as novas regras<br />

de faturação. Em 09/11/2012


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 5<br />

c uldades <strong>das</strong> empresas<br />

DOMINGUES DE AZEVEDO, BASTONÁRIO DA OTOC, CONSIDERA<br />

Não existem condições para aumentar<br />

as avenças da contabilidade<br />

A Ordem dos Técnicos Oficiais<br />

de Contas concorda com o novo<br />

regime de faturação <strong>obrigatória</strong><br />

– disse Domingos de Azevedo<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Mas o<br />

bastonário da OTOC lamenta<br />

a forma como foi elaborado,<br />

“criando grandes confusões,<br />

mesmo no seio da Autoridade<br />

Tributária”. Coube à Ordem<br />

esclarecer o Governo sobre<br />

algumas matérias. O bastonário<br />

considera que a administração<br />

fiscal deveria ser menos “autista”<br />

e pedir ajuda “em matérias<br />

que não domina”. Segundo<br />

Domingues de Azevedo,<br />

o Governo acolheu a maioria <strong>das</strong><br />

sugestões da OTOC. Os pequenos<br />

comerciantes – com um volume<br />

de negócios até 100 mil euros,<br />

– ficaram sujeitos a um modelo<br />

simplificado de comunicação<br />

<strong>das</strong> faturas. “Apenas é exigível<br />

a listagem mensal da primeira<br />

e da última faturas e o valor<br />

total <strong>das</strong> transações efetua<strong>das</strong>.<br />

O modelo consta do portal <strong>das</strong><br />

Finanças. Esta solução foi aceite<br />

pelo fisco, mas havia ainda uma<br />

outra dúvida, quando se tratasse<br />

de muito pequenos retalhistas,<br />

com a emissão de menos de dez<br />

faturas por mês.”<br />

Também neste caso foi seguido<br />

o conselho da OTOC. “Passa<br />

a vigorar um outro regime<br />

excecional, através do envio da<br />

O novo regime<br />

elimina todos os<br />

tipos de documentos<br />

“equivalentes à fatura”<br />

tais como ven<strong>das</strong> a<br />

dinheiro, talões de<br />

venda ou faturasrecibo<br />

declaração mensal por correio<br />

ou a sua entrega em mão nos<br />

serviços de Finanças. Neste caso,<br />

o contribuinte pode entregar a<br />

declaração em papel e esta ser<br />

recolhida depois para o sistema<br />

informático <strong>das</strong> Finanças”,<br />

explicou o bastonário.<br />

Questionado sobre se este novo<br />

regime vai encarecer os custos de<br />

contexto <strong>das</strong> empresas, quer com<br />

a compra de novos equipamentos,<br />

quer pelo acréscimo de trabalho<br />

e responsabilidades do técnico<br />

oficial de contas, Domingues<br />

de Azevedo admite que possa<br />

ser necessário adquirir novas<br />

máquinas ou adequar os<br />

programas à nova realidade. O<br />

bastonário não vê benefício para<br />

os TOC com a fatura <strong>obrigatória</strong><br />

publicou no site um trabalho sobre<br />

a forma de comunicação da<br />

faturação que vem sofrendo atualizações,<br />

sendo a mais recente<br />

de 26/12/2012. Existe também a<br />

listagem de FAQ no link http://<br />

info.portal<strong>das</strong>financas.gov.pt/pt/<br />

faturas/faqs.html<br />

A entrada em vigor <strong>das</strong> alterações<br />

ao nível dos bens em circulação<br />

– DL n.º 198/2012 – foi<br />

adiada para 1 de maio de 2013.<br />

A partir desta data, os sujeitos<br />

passivos serão obrigados a comunicar<br />

à AT os elementos dos documentos<br />

de transporte processados,<br />

antes do seu início. Ou seja,<br />

passa a ser proibido a qualquer<br />

empresa transportar mercadorias<br />

sem enviar previamente os documentos<br />

à Autoridade Tributária.<br />

Na proposta do OE 2013 só está<br />

prevista a dispensa de comunicação<br />

prévia nos casos em que as<br />

faturas servem de guia de transporte.<br />

“O novo regime vai implicar<br />

um grande aumento de trabalho<br />

para os TOC” – disse Olga Santeiro<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Na<br />

opinião desta contabilista, ainda<br />

existem muitas dúvi<strong>das</strong>, há muitas<br />

regras a apreender e trabalho<br />

de parametrização para adaptação<br />

dos programas de faturação<br />

às situações específicas de cada<br />

mas admite que possa vir a ser<br />

um fator positivo na atividade dos<br />

profissionais da contabilidade.”O<br />

técnico oficial de contas é cada<br />

vez mais necessário e pode ajudar<br />

os empresários a reduzirem<br />

os custos de contexto. Não<br />

considero que existam condições<br />

para aumentar, neste momento,<br />

o valor <strong>das</strong> avenças, apesar de se<br />

verificar um aumento do volume<br />

de trabalho para os profissionais.”<br />

Para Domingues Azevedo, a<br />

fatura <strong>obrigatória</strong> permite um<br />

tratamento mais igualitário dos<br />

contribuintes. As novas regras<br />

terão um efeito pedagógico<br />

quanto à necessidade de serem<br />

introduzidos corretamente os<br />

dados a enviar à Autoridade<br />

Tributária.<br />

empresa. “Estas fases de transição<br />

são sempre muito complexas, neste<br />

caso além de complexas, trabalhosas<br />

e dispendiosas” - sublinha.<br />

Para lá do esforço de adaptação,<br />

é criada mais uma obrigação periódica<br />

a cumprir até ao dia 25 de<br />

cada mês, com o envio <strong>das</strong> faturas<br />

à AT. “Resta saber o trabalho que<br />

dará submeter os ficheiros SAF-<br />

-T, se da validação do ficheiro vão<br />

resultar muitos erros para corrigir,<br />

se serão de fácil retificação ou<br />

não, se vai ser aceite o ficheiro<br />

mesmo com algum tipo de erros.<br />

A data limite para cumprimento<br />

da primeira obrigação de comunicação<br />

será em 25/02/2013.” –<br />

acrescenta Olga Santeiro.<br />

Mais trabalho sem<br />

acréscimo de retribuição<br />

“Não estará fácil para os TOC<br />

aumentarem as avenças nestes<br />

tempos de crise, mas o trabalho<br />

de facto vai aumentar, e terá<br />

de ser feito pelas mesmas pessoas,<br />

podendo colocar em causa a<br />

qualidade do serviço prestado”<br />

– afirma. Olga Santeiro admite<br />

que em alguns casos essa responsabilidade<br />

passará para a parte administrativa<br />

<strong>das</strong> empresas, quando<br />

for possível. Além <strong>das</strong> novas<br />

regras de faturação, acrescem<br />

ATUALIDADE<br />

DIRETOR-GERAL DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE BRAGA<br />

AFIRMA<br />

Exigências fiscais boicotam medi<strong>das</strong><br />

de simplificação<br />

“As exigências da AT partem do pressuposto que os empresários<br />

são uns malfeitores e que só com rédea curta é que se impede a<br />

evasão fiscal. Trata-se um autêntico disparate” – considera Rui<br />

Marques. O diretor-geral da Associação Comercial de Braga acusa a<br />

AT de burocratizar de tal forma o sistema que boicota o conjunto de<br />

medi<strong>das</strong> de simplificação do exercício da atividade económica que<br />

o Governo tem vindo a implementar. Infelizmente, o novo sistema<br />

de faturação nem sequer é o caso mais gritante. “A partir de Maio,<br />

com a entrada em vigor da comunicação prévia à AT do transporte de<br />

mercadorias, teremos instalado um autêntico “big brother” em torno<br />

da movimentação de mercadorias. A livre circulação de mercadorias<br />

em Portugal passará a ter uma nova definição - “circulação livre de<br />

mercadorias mas com o conhecimento prévio da AT de onde vem e<br />

para onde vai”- refere.<br />

O aumento de tempo e de encargos vai fazer-se sentir em particular<br />

nas empresas que estejam no regime simplificado de faturação, onde<br />

haverá um aumento significativo de horas de trabalho no envio de<br />

informação à AT, uma vez que o processamento da informação não<br />

está automatizado por nenhum software de faturação. “Estamos a falar<br />

<strong>das</strong> empresas que têm sistemas de faturação manuais ou através de<br />

máquinas registadoras” - refere.<br />

O diretor-geral da ACB considera não existirem condições de mercado<br />

para que os preços dos serviços de contabilidade sejam ajustados. “Os<br />

setores do comércio e da restauração e similares estão de tal modo<br />

afetados pela recessão que o país vive e pela retração do consumo que<br />

um aumento da avença do TOC resultará numa mudança de fornecedor<br />

destes serviços. Hoje em dia, existem muitos casos de renegociação<br />

dos valores cobrados pelos TOC em baixa para manterem os seus<br />

clientes, pelo que me parece que o acréscimo de horas de trabalho<br />

para o envio de informação à AT será absorvido pelos TOC” – salienta.<br />

Setor dos serviços é o mais penalizado<br />

“Para além de um custo de aquisição de software e na maior parte <strong>das</strong><br />

vezes também de hardware que pode ascender a milhares de euros,<br />

estas empresas terão de se familiarizar com uma forma completamente<br />

nova de faturar, o que obrigará a formação e a muito mais tempo para<br />

efetuar uma simples fatura. Não podemos esquecer que uma parte<br />

significativa destes operadores não têm quaisquer conhecimentos de<br />

informática” – refere Rui Marques.<br />

Existem, também, setores de atividades que serão mais penalizados<br />

do que outros, como é o caso dos cafés, padarias os pastelarias.<br />

Com a introdução do incentivo à indicação expressa do número<br />

de contribuinte dos consumidores nas faturas para que estes<br />

possam usufruir do prémio fiscal que o Estado disponibiliza (devolução<br />

de 5% do IVA pago nas aquisições em determinados setores até um<br />

montante máximo de 250 euros), os empresários terão um custo<br />

acrescido em cada transação. Imagine-se que em média um café<br />

vende 200 cafés por dia, e que a totalidade dos consumidores solicita<br />

indicação do NIF na fatura, se em média cada operação demorar<br />

30 segundos, demorará cerca de 100 minutos só a emissão destas<br />

faturas. “Se o tempo médio de cada operação for de 60 segundos, a<br />

perda por dia passa para os 200 minutos, ou seja, mais de três horas<br />

por dia. Numa altura em que este setor está num grande esforço de<br />

contenção de custos, nomeadamente de pessoal, para fazer face à<br />

diminuição da procura e ao aumento da taxa de IVA, este acréscimo de<br />

tempo que implicará o novo sistema de faturação vai tornar ainda mais<br />

insustentável estes negócios” – alerta .<br />

to<strong>das</strong> as outras alterações que<br />

constantemente ocorrem, orçamentos<br />

anuais, orçamentos retificativos,<br />

novos regimes. “É muita<br />

informação que exige muito dos<br />

TOC” - afirma.<br />

A isto, ainda acresce a obrigatoriedade<br />

da comunicação mensal<br />

de operações e posições com<br />

o exterior, ao Banco de Portugal,<br />

até ao 15.º dia útil do mês seguinte.<br />

“Não será obrigação dos<br />

TOC, mas em princípio vai ser<br />

mais uma tarefa a ser cumprida<br />

pelos TOC e em algumas empresas<br />

podem ser muitas as operações”<br />

– refere Olga Santeiro.<br />

Custos <strong>agrava</strong>dso<br />

“Estas alterações vieram trazer<br />

um acréscimo de encargos para<br />

as empresas com os programas<br />

de faturação que não suportam<br />

as novas regras de faturação. Outros,<br />

apesar de recentes, exigem<br />

alterações profun<strong>das</strong>, com mais<br />

encargos. Os pequenos operadores,<br />

que nem precisavam de ter<br />

sistemas informáticos, veem-se<br />

obrigados a adquirir para poder<br />

dar resposta às exigências de comunicação,<br />

e em algumas situações<br />

estes equipamentos estão<br />

esgotados” – diz Olga Santeiro.


6 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

Fisco cria equipas especiais para controlar novas regras<br />

de faturação<br />

O Governo já avisou que vai criar equipas especiais para que seja cumprida a nova legislação<br />

sobre a faturação. Estas equipas serão da responsabilidade da Autoridade Tributária e Aduaneira<br />

(AT) e a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais também deixou claro que pretende<br />

aplicar a lei sem qualquer tipo de exceções. O Ministério <strong>das</strong> Finanças quer garantir receita<br />

fiscal e controlar o mais possível as transações de produtos e serviços.<br />

MANUEL CARLOS GONÇALVES, TOC E GESTOR, CONTESTA FATURAÇÃO OBRIGATÓRIA<br />

É cada vez mais difícil ser-se empresário<br />

em Portugal<br />

O novo regime de faturação<br />

<strong>obrigatória</strong> vai <strong>agrava</strong>r os custos<br />

<strong>das</strong> empresas. Com esta medida<br />

a Administração Fiscal transfere<br />

para os privados o ónus da<br />

sua ineficácia em termos de<br />

fiscalização – afirma Manuel<br />

Carlos Gonçalves. Em entrevista<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, este TOC<br />

e gestor na área da contabilidade<br />

considera haver uma tendência<br />

ditatorial nas políticas<br />

fiscais com novas exigências<br />

declarativas que todos os anos<br />

são impostas às empresas,<br />

tornando cada vez mais difícil a<br />

sua sobrevivência.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - A fatura <strong>obrigatória</strong><br />

vai encarecer a operação <strong>das</strong> micro e pequenas<br />

empresas pelo acréscimo de tempo<br />

e obrigações burocráticas associa<strong>das</strong> a<br />

cada transação?<br />

Manuel Carlos Gonçalves - Uma vez<br />

mais, em nome do combate à fuga e evasão<br />

fiscais, o Governo, ao impor aos agentes económicos<br />

mais esta exigência, está a transferir<br />

o ónus da sua própria ineficácia e inoperância<br />

no que à fiscalização diz respeito.<br />

Todos os anos sem exceção, os empresários<br />

têm vindo a ser confrontados e chamados<br />

a responder a novas exigências visando<br />

única e exclusivamente à desoneração dos<br />

processos de controlo da Autoridade Tributária,<br />

com total menosprezo para as consequências,<br />

sobretudo para as micro, pequenas<br />

e medias empresas.<br />

Face à escassez de recursos financeiros e<br />

humanos com que a grande maioria destas<br />

empresas se tem confrontado, para além<br />

do rigor ditatorial <strong>das</strong> políticas fiscais a que<br />

têm vindo a estar sujeitas, este tipo de medi<strong>das</strong><br />

em nada facilita o seu desempenho.<br />

Pelo contrário, estes investimentos sistemáticos<br />

em ativos improdutivos, traduzem-se<br />

em estrangulamentos que <strong>agrava</strong>m as múltiplas<br />

adversidades da violenta crise que se<br />

abateu sobre a nossa economia, pondo em<br />

causa a sobrevivência e continuidade futura<br />

da maioria <strong>das</strong> empresas,<br />

Neste contexto as melhores práticas de<br />

gestão de nada podem valer.<br />

Mais grave ainda será quando as políticas<br />

públicas adota<strong>das</strong> resultam infelizmente da<br />

mera experiência e empirismos arcaicos.<br />

Ser-se pequeno e médio empresário em<br />

Portugal é muito difícil. Contudo, têm sido<br />

e continuam a ser, apesar de tudo, eles que<br />

fazem andar a economia, que criam postos<br />

de trabalho e riqueza, inovam, investem,<br />

produzem e exportam, em suma criam riqueza,<br />

apesar dos múltiplos riscos que cor-<br />

“As políticas públicas<br />

adota<strong>das</strong> resultam<br />

infelizmente da mera<br />

experiência e empirismos<br />

arcaicos”<br />

“Vão ser os TOC e as<br />

empresas de Contabilidade a<br />

assumir a suas expensas mais<br />

este ónus”<br />

rem, resultantes da crise, dos impostos, da<br />

lentidão da justiça, da burocracia.<br />

Seria justo que os nossos governantes tivessem<br />

a capacidade e o discernimento de lhes<br />

reconhecer o mérito, a todos estes homens<br />

e mulheres que empreendem e arriscam, às<br />

vezes, tudo o que têm, com pelo menos, medi<strong>das</strong><br />

concretas de incentivo e apoio e que os<br />

desonerasse de todos os processos e obrigações<br />

alheias à atividade produtiva.<br />

VE - É de prever que esse acréscimo de<br />

horas de trabalho para os profissionais<br />

da contabilidade seja repercutido no valor<br />

pago pelas empresas?<br />

MCG - À semelhança <strong>das</strong> exigências que<br />

têm vindo a ser impostas aos empresários<br />

pela Autoridade Tributária, também esta<br />

se irá traduzir num considerável acréscimo<br />

de horas de trabalho, pois estamos a falar<br />

de mais uma obrigação mensal. Todavia, é<br />

ao TOC a quem o empresário irá recorrer,<br />

uma vez que, na grande maioria dos casos, o<br />

empresário não possui nem os recursos humanos<br />

nem técnicos para lhe dar resposta.<br />

E uma vez mais vão ser os TOC e as empresas<br />

de Contabilidade a assumir a suas<br />

Comissão Europeia deixa cair “made in”<br />

Foram sete anos de debate, mas a Comissão Europeia acabou por colocar de parte o dossiê<br />

“made in”. Devido à falta de acordo entre os vários Estados-Membros, não será <strong>obrigatória</strong><br />

a rotulagem de produtos importados pela União Europeia. Bruxelas nem sequer vai avançar<br />

com uma revisão da proposta, pelo que nos próximos tempos o tema vai deixar de fazer parte<br />

da agenda da Comissão Europeia. Trata-se de um duro revés para os produtores europeus, já<br />

que se poderá comercializar produtos sem qualquer indicação da proveniência dos mesmos.<br />

expensas mais este ónus, posto que a grande<br />

maioria <strong>das</strong> micro, pequenas e médias empresas<br />

não tem condições económicas para<br />

se lhe exigir o justo acréscimo dos honorários<br />

resultante deste aumento de horas de<br />

trabalho e <strong>das</strong> responsabilidades inerentes.<br />

Pelo contrário, os TOC ou as empresas de<br />

Contabilidade estão a ser sistematicamente<br />

abordados pelos empresários para obter a<br />

redução dos seus honorários.<br />

Os TOC e as empresas de Contabilidade<br />

nestes últimos anos têm assumido um papel<br />

muitíssimo importante para a atividade<br />

económica do país, uma vez que têm sabido<br />

com nobreza dar as melhores respostas, em<br />

tempo útil e sem regatear esforços, à pluralidade<br />

<strong>das</strong> exigências da Autoridade Tributária<br />

e demais organismos públicos.<br />

Atrevo-me até a dizer que, não fossem os<br />

TOC e as empresas de Contabilidade, e as<br />

consequências para estes contribuintes seriam<br />

ainda mais perniciosas e desastrosas, nestes<br />

tempos de tantas exigências de informação e<br />

tão severa crise para todos os agentes económicos.<br />

A não ser que a Autoridade Tributária<br />

adotasse outro tipo de medi<strong>das</strong> muitíssimo<br />

menos exigentes, coisa que não estou a ver.<br />

VE - As exigências impostas pela Administração<br />

Fiscal estão a distorcer o principal<br />

objetivo da contabilidade que é o<br />

de dar uma informação clara e objetiva<br />

sobre a situação <strong>das</strong> empresas?<br />

MCG - Com a entrada em vigor dos<br />

Decretos-Leis 197/2012 e 198/2012, a Autoridade<br />

Tributária dá a sensação de estar<br />

de facto, uma vez mais, a contribuir para<br />

retirar à contabilidade as credenciais de<br />

credibilidade e confiança que tem vindo a<br />

conquistar.<br />

Digo parece porque, a meu ver, fizesse a<br />

AT o que fizesse no sentido de, através desta<br />

e de outro tipo de medi<strong>das</strong>, tentar reduzir<br />

para si a uma insignificância a contabilidade,<br />

esta perdurará e resistirá a to<strong>das</strong> estas<br />

“Todos os anos sem exceção, os empresários<br />

têm vindo a ser confrontados e chamados a<br />

responder a novas exigências”, afirma Carlos<br />

Gonçalves.<br />

ameaças, sobretudo porque os seus protagonistas<br />

executores e agentes utilizadores tudo<br />

farão para a fazer ascender a patamares mais<br />

avançados de exigência e objetividade.<br />

A contabilidade é uma ferramenta indispensável<br />

ao serviço da gestão de to<strong>das</strong><br />

as organizações. Sem ela o gestor andaria à<br />

deriva e sem norte. Pena é que tenhamos<br />

de assistir à agressão da contabilidade por<br />

uma entidade que em teoria tem vindo a<br />

manifestar permanentemente o interesse e<br />

a necessidade de estreitar cada vez mais a<br />

ponte entre a contabilidade e a fiscalidade.<br />

É confrangedor para os agentes económicos<br />

terem de continuar a assistir à adoção<br />

de medi<strong>das</strong> desta natureza que em nada<br />

simplificam a sua atividade, em completo<br />

antagonismo com as orientações emana<strong>das</strong><br />

da União Europeia, que vão no sentido de<br />

serem adota<strong>das</strong> medi<strong>das</strong> urgentes a favor<br />

da redução dos custos e constrangimentos<br />

de contexto <strong>das</strong> micro, pequenas e médias<br />

empresas, de molde a torna-las mais competitivas.<br />

Em suma, a adoção deste tipo de medi<strong>das</strong><br />

por parte da AT só pode ser entendida<br />

por uma manifesta total falta de confiança<br />

na sua operacionalidade e desempenho e<br />

nos agentes económicos deste país. Não<br />

que a contabilidade tenha deixado de<br />

constituir o instrumento base dos seus<br />

controlos e fiscalização. Todavia, se esta é<br />

a razão, e não posso entender que seja outra,<br />

que está subjacente à adoção deste tipo<br />

de medi<strong>das</strong> por parte da AT, não deixa de<br />

constituir também ela uma ameaça e uma<br />

afronta aos agentes económicos, sobretudo<br />

para aqueles que sempre primaram por<br />

cumprir escrupulosamente to<strong>das</strong> as suas<br />

obrigações tributárias.


O decreto-lei que define a fórmula<br />

de cálculo dos rendimentos<br />

dos inquilinos a partir dos quais<br />

se apura o aumento <strong>das</strong> ren<strong>das</strong><br />

foi publicado no último dia do<br />

ano passado. Com este diploma<br />

a nova Lei <strong>das</strong> Ren<strong>das</strong> pode ser<br />

aplicada praticamente na sua plenitude.<br />

Com a promulgação do diploma,<br />

as Finanças ficam agora<br />

capacita<strong>das</strong> para emitir o<br />

atestado do RABC aos inquilinos<br />

que, perante aumentos<br />

de ren<strong>das</strong> antigas, anteriores a<br />

1990, desejem invocar uma situação<br />

de carência financeira.<br />

Os arrendatários que tenham<br />

tido cortes de rendimentos em<br />

2012 podem optar por fazer relevar<br />

esse ano para efeitos de<br />

aumento (e não o ano anterior,<br />

como estabelece a regra geral).<br />

O diploma do RABC remete<br />

para futura legislação as regras referentes<br />

à atribuição do subsídio<br />

de renda. O que, diga-se, só será<br />

determinante daqui a cinco anos,<br />

tendo am conta que a lei estabelece<br />

regras transitórias para inquilinos<br />

com <strong>dificuldades</strong> financeiras.<br />

Foi igualmente publicado o decreto-lei<br />

que estabelece a determinação<br />

do nível de conservação<br />

dos prédios urbanos ou frações<br />

autónomas, arrendados ou não,<br />

para os efeitos previstos em matéria<br />

de arrendamento urbano, de<br />

reabilitação urbana e de conservação<br />

do edificado. Por publicar<br />

continua o diploma que cria o<br />

Balcão Nacional do Arrendamento<br />

(BNA), quenão aparece<br />

no mesmo pacote de leis publicado<br />

a 31 de dezembro. Sem esta<br />

legislação, os processos de despejo<br />

estão praticamente parados.<br />

Recorde-se que, pela nova lei,<br />

para terem início, os processos de<br />

despejo terão de passar pelo referido<br />

balcão.<br />

Atualização de ren<strong>das</strong><br />

antigas com limites<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 7<br />

Recuo na indústria da Zona Euro pior do que o previsto<br />

As compras à indústria na Zona Euro registaram uma quebra mais acentuada do que se previa,<br />

em Dezembro. Há 17 meses consecutivos que os indicadores estão em baixa, com a <strong>agrava</strong>nte<br />

que respeita a todos os países, excetuando apenas a Irlanda. Os abrandamentos mais<br />

significativos, no período em análise, tiveram lugar na Alemanha e em Espanha. A Grécia<br />

continua a apresentar os desempenhos mais negativos, em consequência da forte crise que<br />

atravessa o país. A recessão na região da moeda única parece estar a <strong>agrava</strong>r-se.<br />

Os novos valores <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> antigas<br />

(contratos de arrendamento<br />

habitacionais e não habitacionais<br />

celebrados antes do RAU (1990)<br />

e do DL 257/95, de 30.9) variam<br />

consoante as taxas de esforço <strong>das</strong><br />

famílias:<br />

- até 10% quando os rendimentos<br />

máximos são de 500 euros<br />

brutos;<br />

- 17% para rendimentos entre<br />

501 e 1500 euros;<br />

- e 25% desde os 1501 até aos<br />

2425 euros.<br />

Os rendimentos contabilizados<br />

serão os relativos a 2012 e não a<br />

2011, devido ao corte nos subsídios.<br />

A transição para o NRAU e a<br />

atualização da renda dependem<br />

de iniciativa do senhorio, que<br />

deve comunicar a sua intenção ao<br />

arrendatário, indicando:<br />

- O valor da renda, o tipo e a<br />

duração do contrato propostos;<br />

- O valor do locado, avaliado<br />

nos termos dos artigos 38.º<br />

e seguintes do Código do Imposto<br />

Municipal sobre Imóveis<br />

(CIMI), acompanhado de cópia<br />

da caderneta predial urbana.<br />

Oposição pelo arrendatário<br />

Caso o arrendatário se oponha<br />

ao valor da renda, ao tipo e ou<br />

à duração do contrato propostos<br />

pelo senhorio, propondo outros,<br />

o senhorio, no prazo de 30 dias<br />

contados da receção da resposta<br />

daquele, deve comunicar ao<br />

arrendatário se aceita ou não a<br />

proposta.<br />

A oposição do arrendatário<br />

ao valor da renda proposto pelo<br />

senhorio não acompanhada de<br />

proposta de um novo valor vale<br />

como proposta de manutenção<br />

do valor da renda em vigor à<br />

data da comunicação do senhorio.<br />

A falta de resposta do senhorio<br />

vale como aceitação da renda,<br />

bem como do tipo e da duração<br />

do contrato propostos pelo arrendatário.<br />

Se o senhorio aceitar<br />

o valor da renda proposto pelo<br />

arrendatário, o contrato fica submetido<br />

ao NRAU a partir do 1.º<br />

dia do segundo mês seguinte ao<br />

da receção, pelo arrendatário, da<br />

comunicação.<br />

Se o senhorio não aceitar o valor<br />

de renda proposto pelo arrendatário,<br />

pode:<br />

- Denunciar o contrato de<br />

arrendamento, pagando ao arrendatário<br />

uma indemnização<br />

equivalente a cinco anos de renda<br />

resultante do valor médio <strong>das</strong><br />

propostas formula<strong>das</strong> pelo senhorio<br />

e pelo arrendatário.<br />

Esta indemnização é <strong>agrava</strong>da<br />

para o dobro ou em 50% se a<br />

Comércio a retalho volta a cair em novembro<br />

O volume de negócios no comércio a retalho tornou a registar uma quebra<br />

no passado mês de novembro. A queda foi de 5,3%, face a igual período<br />

do ano anterior. Os índices de emprego, do número de horas trabalha<strong>das</strong><br />

e <strong>das</strong> remunerações também apresentaram quebras, relativamente<br />

a novembro de 2011, com menos 5,7%, 6,1% e 6,5%, respetivamente,<br />

de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).<br />

Atualização de ren<strong>das</strong> antigas<br />

já pode avançar<br />

Caso o arrendatário invoque e<br />

comprove que o RABC do seu<br />

agregado familiar é inferior a<br />

cinco RMNA, o con trato só fica<br />

submetido ao NRAU mediante<br />

acordo entre as partes ou, na<br />

falta deste, no prazo de cinco<br />

anos a contar da receção,<br />

pelo senhorio, da resposta do<br />

arrendatário.<br />

No período de cinco anos, a<br />

renda pode ser atualizada nos<br />

seguintes termos:<br />

- O valor atualizado da renda<br />

tem como limite máximo o valor<br />

anual correspondente a 1/15 do<br />

valor do locado;<br />

- O valor do locado corresponde<br />

ao valor da avaliação realizada<br />

nos termos dos artigos 38.º e<br />

seguintes do CIMI;<br />

renda oferecida pelo arrendatário<br />

não for inferior à proposta pelo<br />

senhorio em mais de 10% ou de<br />

20%, respetivamente.<br />

A indemnização é paga no momento<br />

da entrega do locado ao<br />

senhorio.<br />

No período compreendido<br />

entre a receção da comunicação<br />

pela qual o senhorio denuncia o<br />

contrato e a produção de efeitos<br />

da denúncia vigora a renda antiga<br />

ou a renda proposta pelo arrendatário,<br />

consoante a que for mais<br />

elevada.<br />

ATUALIDADE<br />

As Finanças ficam agora capacita<strong>das</strong> para emitir o atestado do RABC aos inquilinos que, perante aumentos de ren<strong>das</strong><br />

antigas, anteriores a 1990, desejem invocar uma situação de carência financeira.<br />

Atualização limitada e faseada por cinco anos<br />

- O valor atualizado da renda<br />

corresponde, até à aprovação<br />

dos mecanismos de proteção<br />

e compensação social, a um<br />

máximo de 25% do RABC do<br />

agregado familiar do arrendatário<br />

(limite esse que será de 17% ou<br />

de 10% do RABC, consoante o<br />

rendimento do agregado familiar<br />

seja inferior a 1500 euros<br />

ou a 500,00 euros mensais.<br />

Nestes casos, estamos perante<br />

aumentos de 225 J ou de 50 J,<br />

como acima indicamos).<br />

Em qualquer dos casos (idade<br />

igual ou superior a 65 anos ou<br />

deficiência com grau comprovado<br />

de incapacidade superior a<br />

60% ou RABC inferior a cinco<br />

RMNA), findo o referido período<br />

de cinco anos, o senhorio poderá<br />

desenca dear novo processo<br />

de atualização da renda. No<br />

entanto, se, por um lado, no<br />

caso de o senhorio não chegar a<br />

acordo com o arrendatário com<br />

idade igual ou superior a 65<br />

anos ou deficiência com grau<br />

comprovado de incapacidade<br />

superior a 60%, o contrato não<br />

passará a estar “submetido ao<br />

NRAU” (o contrato não sofrerá<br />

qualquer alteração quanto ao<br />

seu tipo e duração), por outro<br />

lado, no caso de o arrendatário<br />

cujo RABC seja inferior a cinco<br />

RMNA, no silêncio ou na falta de<br />

acordo <strong>das</strong> partes sobre o tipo ou<br />

duração do contrato, o mesmo<br />

considera-se celebrado por prazo<br />

certo, pelo período de dois anos.<br />

De notar que o NRAU agora<br />

- Atualizar a renda de acordo<br />

com os critérios previstos nas<br />

alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo<br />

35.º da nova lei (o valor atualizado<br />

da renda tem como limite<br />

máximo o valor anual correspondente<br />

a 1/15 do valor do locado;<br />

sendo que o valor do locado corresponde<br />

ao valor da avaliação<br />

realizada nos termos dos artigos<br />

38.º e seguintes do CIMI), considerando-se<br />

o contrato celebrado<br />

com prazo certo, pelo período de<br />

cinco anos a contar da referida<br />

comunicação.<br />

revisto passa a prever que, caso<br />

a renda seja atualizada no termo<br />

do referido período de cinco<br />

anos, o arrendatário possa ter<br />

direito a uma resposta social,<br />

nomeadamente através de um<br />

subsídio de renda, de habitação<br />

social ou de mercado social de<br />

arrendamento, nos termos e<br />

condições ainda a definir em<br />

diploma próprio.<br />

Após a atualização da renda<br />

através do mecanismo especial<br />

de atualização de ren<strong>das</strong> e<br />

de transição de regime, a<br />

mesma continuará a sofrer<br />

atualizações anuais, nos termos<br />

contratualmente previstos ou, na<br />

falta destes, por apli cação dos<br />

coeficientes de atualização em<br />

vigor.


8 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

ADENE e ERSAR cooperam na gestão<br />

de recursos energéticos<br />

A ADENE – Agência para a Energia e a ERSAR – Entidade Reguladora<br />

dos Serviços de Águas e Resíduos estabeleceram um protocolo para a cooperação<br />

nas áreas da eficiência energética da gestão da água e resíduos, dando<br />

corpo à crescente ligação entre as várias áreas da economia sustentável.<br />

DEBATE SOBRE O NOVO REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO<br />

núncia motivada, isto é, quando<br />

o senhorio precisa da casa para si<br />

ou para um filho e quando tem<br />

de fazer obras incompatíveis com<br />

a presença do arrendatário na casa<br />

ou mesmo de demolir o prédio. O<br />

senhorio tinha de propor, até agora,<br />

uma ação de despejo e explicar<br />

em tribunal porque necessitava da<br />

casa, que obras ia fazer, ou seja,<br />

explicar e provar tudo ao tribunal.<br />

Desapareceu essa necessidade.<br />

Atualmente, o artigo 1103 diz<br />

que o senhorio não tem de propor<br />

ação de despejo e pode extinguir o<br />

contrato ao enviar ao arrendatário<br />

uma carta registada com aviso de<br />

receção”.<br />

Maria Olinda Garcia aconselhou<br />

“o maior dos cuidados na<br />

Carga aérea cresce 1,5% em novembro<br />

Em novembro, a Carga e Correio Aéreos processados pelos aeroportos do<br />

Grupo ANA cresceram 1,5% (+189 tons) face a igual período de 2011. A<br />

greve dos estivadores e o aumento de carga em trânsito são os principais<br />

fatores a contribuir para a inversão da tendência negativa que se vinha<br />

registando até agora em termos acumulados.<br />

Falta de fundamentação pode invalidar<br />

Maria Olinda Garcia aconselhou “o maior dos cuidados” na elaboração da<br />

carta a comunicar o despejo.<br />

A falta de comunicação<br />

fundamentada pode<br />

ser motivo para o<br />

arrendatatário impugnar<br />

a intenção de despejo por<br />

parte do senhorio. Esta<br />

foi uma <strong>das</strong> conclusões<br />

do seminário “O novo<br />

regime de arrendamento<br />

urbano”, recentemente<br />

realizado pela sociedade<br />

de advogados Gali<br />

Macedo e Associados e<br />

pela <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>,<br />

com o apoio da<br />

Associação Lisbonense de<br />

Proprietários (ALP).<br />

“Quanto ao direito de denúncia<br />

do senhorio, o anterior regime<br />

estabelecia a chamada denúncia<br />

livre, um pré-aviso longo de cinco<br />

anos. Todos concordavam que este<br />

pré-aviso não fazia sentido. A lei<br />

até obrigava o senhorio a refrescar<br />

a memória do arrendatário e informá-lo<br />

quando faltasse um ano ou<br />

quinze meses para terminar esse<br />

prazo. Agora, para os contratos<br />

que têm duração indeterminada, o<br />

prazo de pré-aviso é de dois anos”,<br />

afirmou Maria Olinda Garcia,<br />

professora da Faculdade de Direito<br />

da Universidade de Coimbra, no<br />

debate sobre “O novo regime de<br />

arrendamento urbano”.<br />

No encontro, que foi moderado<br />

pela advogada Teresa Alves de<br />

Sousa e em que intervieram ainda<br />

Ana Sofia Oliveira e Andreia<br />

Júnior, especialistas em Direito<br />

Fiscal e Contencioso Tributário da<br />

Gali Macedo e Associados, Maria<br />

Olinda Garcia chamou a atenção<br />

para a “existência de contratos de<br />

duração indeterminada/vinculísticos<br />

que passaram para o novo<br />

regime.”<br />

“Mantém-se esta restrição de<br />

continuar a não poder extinguir<br />

livremente, sem nenhum fundamento,<br />

para os contratos anteriores<br />

a 1990, independentemente<br />

da idade do arrendatário. Mas nos<br />

contratos posteriores a essa data e<br />

anteriores a 2006, se o arrendatário<br />

tiver idade inferior a 65 anos e<br />

não tiver incapacidade superior a<br />

60%, esse contrato pode ser livremente<br />

denunciado. Por exemplo:<br />

um contrato com uma pessoa com<br />

62 anos, de 1991, pode perfeitamente<br />

ser denunciado”, alertou a<br />

advogada.<br />

Denúncia motivada<br />

Outra alteração, que Maria<br />

Olinda Garcia considerou “perigosa<br />

para os senhorios, apesar de<br />

aparentemente ser uma solução<br />

bem recebida, diz respeito à de-<br />

Os oradores convidados para o debate foram Maria Olinda Garcia, professora da Faculdade de Direito da Universidade<br />

de Coimbra, Patrícia Meneses Leirião, Ana Sofia Oliveira e Andreia Júnior, advoga<strong>das</strong> especialistas em Direito<br />

Fiscal e Contencioso Tributário da Gali Macedo e Associados. A moderação foi da responsabilidade de Teresa Alves de<br />

Sousa, do semanário “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

elaboração desta carta, sob pena<br />

de o arrendatário invocar a comunicação<br />

ineficaz e não sair da casa<br />

no prazo de seis meses”. Nesta situação,<br />

“o senhorio pode recorrer<br />

ao Balcão Nacional do Arrendamento<br />

que supostamente funcionará<br />

de forma célere e despejará<br />

o arrendatário. Acontece que o<br />

arrendatário tem a possibilidade<br />

de pedir ao tribunal que aprecie a<br />

falta de comunicação fundamentada”<br />

e não tem dúvida que, “neste<br />

caso, o arrendatário ganha e o senhorio<br />

volta ao ponto zero. Aquilo<br />

que se pensou ser uma solução<br />

mais rápida pode ser afinal uma<br />

solução que demora muito mais<br />

tempo”, conclui a especialista em<br />

Direito Civil.<br />

“Balcão do Arrendamento<br />

parece ser uma boa opção”<br />

O Balcão Nacional do Arrendamento<br />

(BNA) é uma peça fundamental<br />

da nova Lei do Arrendamento<br />

Urbano e funcionará no<br />

âmbito do Ministério da Justiça.<br />

O BNA ainda não foi criado, mas<br />

tem como propósito “tornar o arrendamento<br />

num contrato mais<br />

seguro e com mecanismos que<br />

permitam reagir ao incumprimento<br />

de uma forma mais célere, contribuindo<br />

para essa celeridade a<br />

existência de prazos relativamente<br />

curtos quanto ao procedimento,<br />

não sendo, por exemplo, suspenso<br />

um processo devido a férias judiciais”,<br />

afirmou Patrícia Meneses<br />

A Associação Lisbonense de Proprietários teve casa cheia para assistir ao debate sobre o Novo Regime de Arrendamento<br />

Urbano (NRAU).


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 9<br />

AHRESP organiza jorna<strong>das</strong> na Alimentaria &<br />

Horexpo Lisboa<br />

A AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal volta,<br />

uma vez mais, a realizar as Jorna<strong>das</strong> da Associação, durante a Alimentaria & Horexpo<br />

Lisboa 2013, que decorre de 14 a 17 de abril, na FIL, em Lisboa. Destas<br />

jorna<strong>das</strong> esperam-se soluções inovadoras, competitivas, produtivas e rentáveis.<br />

comunicação de despejo<br />

Leirião, especialista em Direito Tributário,<br />

da Gali Macedo e Associados.<br />

Patrícia Leirião explicou no que consiste<br />

o procedimento disponibilizado pelo BNA:<br />

“Será o meio adequado para efetivar a cessação<br />

do arrendamento quando o inquilino<br />

não desocupa o imóvel na data que prevista<br />

na lei ou que foi acordada pelas duas partes”.<br />

A lei prevê as situações em que este<br />

procedimento é aplicável, a saber: revogação;<br />

caducidade; cessação à proposição de<br />

renovação, seja pelo senhorio ou inquilino,<br />

nos contratos a termo certo; na denúncia<br />

pelo senhorio ao inquilino nos contratos<br />

por duração indeterminada e na resolução<br />

por comunicação de mora igual ou superior<br />

a duas ren<strong>das</strong>. “Deixou de ser necessário<br />

instaurar duas ações, uma a chamada ação<br />

de despejo e outra para executar o pagamento<br />

<strong>das</strong> ren<strong>das</strong>. Temos o requerimento<br />

para despejo e cumulativamente o senhorio<br />

aciona o pagamento <strong>das</strong> ren<strong>das</strong>, encargos e<br />

despesas a cargo do inquilino. Este procedimento<br />

só pode ser utilizado quando foi<br />

efetuada liquidação de imposto de selo e há<br />

necessidade de contrato escrito. Para este<br />

procedimento especial funcionar temos a<br />

criação do BNA, que ainda não foi criado,<br />

só está no papel, e que funcionará numa<br />

plataforma virtual, decalcada do Balcão Nacional<br />

de Injunções, que parece ser uma boa<br />

opção, com resultados positivos, mas não<br />

sabemos como vai funcionar porque ainda<br />

não está em vigor.”<br />

Tarifas de portagem sobem 2,03%<br />

ATUALIDADE<br />

A Brisa – Auto-Estra<strong>das</strong> de Portugal informa que, a partir de 1 de janeiro de<br />

2013, entrou em vigor o novo tarifário de portagem nas auto-estra<strong>das</strong> que integram<br />

o grupo: Brisa Concessão Rodoviária, Brisal, Auto-Estra<strong>das</strong> do Douro<br />

Litoral e Auto-Estra<strong>das</strong> do Atlântico. A atualização é de 2,03%, valor que tem<br />

como referência a taxa de infl ação homóloga – sem habitação – de outubro.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> edita “Novo<br />

Regime do Arrendamento<br />

Urbano”<br />

Para conhecer melhor as alterações recentes<br />

introduzi<strong>das</strong> no Regime do Arrendamento Urbano<br />

pelas Leis nº 30/2012 e 31/2012, de 14 de Agosto,<br />

que entraram em vigor a 12 de Novembro de<br />

2012, assim como de toda a matéria que integra o<br />

Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, a <strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong> editou a coletânea sobre “Novo Regime<br />

do Arrendamento Urbano”, cuja perspetiva prática foi<br />

anotada e comentada por advogados de rotina diária<br />

nesta área (Carlos Nabais, Manteigas Martins, Carla<br />

Santos Freire, José M. Raimundo).


10 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE/Opinião<br />

Decisão sobre estaleiros de Viana nas próximas semanas<br />

O Governo adiou a escolha do futuro dono dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo<br />

(ENVC), por estarem a decorrer negociações com as autoridades europeias. A decisão deverá<br />

ser tomada “nas próximas semanas”, disse a secretária do Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.<br />

Na corrida à privatização estão o grupo brasileiro Rio Nave e o grupo russo RSI<br />

Trading.<br />

O novo ano tem que ser o ano do<br />

investimento. O investimento é a<br />

chave central para uma nova agenda de<br />

crescimento. Mas tem que ser um Novo<br />

Investimento. Os tempos mudaram e<br />

o paradigma hoje impõe a aposta no<br />

reforço de clusters com empresas locais,<br />

aposta na inovação e desenvolvimento,<br />

formação qualifi cada de muitas pessoas.<br />

Vivem-se tempos de profunda crise<br />

internacional e no contexto da intensa<br />

competição entre regiões e mercados<br />

a urgência de um sentido estratégico<br />

mais do que se impõe. A manutenção e<br />

captação de investimento é fundamental<br />

para o sucesso económico do país. Por<br />

isso, vai ser preciso apostar em novas<br />

plataformas abertas de dinamização de<br />

redes globais geradoras de valor.<br />

O novo investimento não é só a<br />

plataforma de desenvolvimento<br />

económico do país, mas é também a<br />

base de uma nova aposta na inovação<br />

e criatividade, nas competências, nos<br />

talentos e novas oportunidades. A<br />

dinamização da criação de valor e reforço<br />

da inovação tecnológica terá muito a<br />

ganhar com este novo investimento. Por<br />

isso, em tempos de crise e de aposta num<br />

novo paradigma para o futuro, o novo<br />

investimento deve constituir o verdadeiro<br />

centro de uma convergência estratégica<br />

entre o Estado, a empresa e todos os que<br />

No ensaio “Os atrasos da Justiça”,<br />

promovido pela Fundação FMS, é<br />

reservado um capítulo (V. Esperar no<br />

Tribunal) para avaliar a morosidade<br />

judicial, como sintoma mais recorrente<br />

da crise da justiça, que, segundo alegou<br />

a autora, benefi ciou dos trabalhos<br />

desenvolvidos no âmbito do Observatório<br />

Permanente da Justiça Portuguesa do CES<br />

da Universidade de Coimbra.<br />

Ente os vários subtítulos que serviram<br />

de guia à análise efectuada, surge o “V.5.<br />

A acção <strong>das</strong> partes”, do qual consta<br />

a menção ligeira e negativa, por não<br />

suportada em qualquer base estatística<br />

ou objetiva, ao comportamento<br />

processual dos advogados.<br />

Infelizmente, nos últimos anos, não<br />

existem relatórios da justiça elaborados<br />

pela Ordem dos Advogados, que possam<br />

ser usados para contrariar tais alegações<br />

infunda<strong>das</strong>, mas contaminantes, no<br />

sentido em que visam criar as condições<br />

para um sistema de justiça sem<br />

advogados, por usarem prerrogativas<br />

processuais (que a lei consagra para<br />

defesa dos interesses <strong>das</strong> partes e da boa<br />

justiça).<br />

Os que querem impor “uma<br />

tramitação processual mais vinculada<br />

a um paradigma gestionário e a uma<br />

FRANCISCO JAIME QUESADO<br />

<br />

Competitividade<br />

O ano do investimento<br />

se relacionam com a sua dinâmica. O<br />

novo investimento tem que se assumir<br />

como a referência da aposta num novo<br />

modelo de desenvolvimento estratégico<br />

para o país.<br />

O novo investimento desempenha um<br />

papel de alavancagem da mudança,<br />

único. Portugal precisa, de forma clara<br />

de conseguir entrar com sucesso no<br />

roteiro do investimento de inovação<br />

associado à captação de empresas e<br />

centros de I&D identifi cados com os<br />

setores mais dinâmicos da economia<br />

– tecnologias de informação e<br />

comunicação, biotecnologia, automóvel<br />

e aeronática, entre outros. Trata-se duma<br />

abordagem distinta, protagonizada por<br />

“redes ativas” de atuação nos mercados<br />

globais envolvendo os principais<br />

protagonistas setoriais (empresas líderes,<br />

universidades, centros I&D), cabendo às<br />

agências públicas um papel importante<br />

de contextualização <strong>das</strong> condições de<br />

sucesso de abordagem dos clientes.<br />

Uma nova economia, capaz de garantir<br />

uma economia nova sustentável,<br />

terá que se basear numa lógica de<br />

focalização em prioridades claras.<br />

Assegurar que o “IDE de Inovação”<br />

é vital na atração de competências<br />

que induzam uma renovação ativa<br />

estrutural do tecido económico<br />

nacional; mobilizar de forma efectiva<br />

ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL<br />

Advogado<br />

Os atrasos da Justiça no novo ano<br />

intervenção mais ativa do juiz”,<br />

para confundir os fundamentos da<br />

morosidade processual, designam a<br />

apresentação de reclamações e recursos<br />

pelos advogados, constituídos no<br />

processo, por “expedientes dilatórios”!<br />

A anunciada revolução/reforma<br />

do Código do Processo Civil e da<br />

Organização Judiciária, em que<br />

o objetivo da redução dos prazos<br />

processuais é o paradigma, não pode<br />

ser sustentada numa campanha em que<br />

os advogados são parte do problema e<br />

não da solução, não obstante serem os<br />

únicos intervenientes processuais em<br />

que o não cumprimento dos prazos<br />

fi xados por lei ou pelo juiz tem efeitos<br />

cominatórios relevantes.<br />

Teremos de admitir um caminho, a<br />

percorrer em conjunto com todos<br />

os operadores judiciários, visando a<br />

reforma urgente do sistema judicial,<br />

viabilizando a implementação de<br />

soluções geradoras de efi ciência<br />

processual e da consequente redução de<br />

custos, mas o papel do advogado não<br />

pode ser degradado ou menorizado, sob<br />

pena de graves prejuízos para a ideia de<br />

uma Justiça para todos.<br />

Quer no desempenho da sua função<br />

de mandatários no âmbito do regime<br />

Portugal evita dupla tributação em relação a Chipre e ao<br />

Peru<br />

Foi aprovada pelo Governo uma proposta de resolução relativa à Convenção para Evitar a<br />

Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento<br />

entre Portugal e a República de Chipre. O Conselho de Ministros aprovou uma proposta semelhante<br />

para evitar a dupla tributação com o Peru.<br />

os “centros de competência” para esta<br />

abordagem activa no mercado global –<br />

mas fazê-lo tendo em atenção critérios<br />

de racionalidade estratégica defi nidos<br />

à partida, segundo opções globais de<br />

política pública, que tenham em devida<br />

atenção a necessidade de manter níveis<br />

coerentes de coesão social e territorial.<br />

Investir tem que ser a palavra de ordem<br />

no novo ano. A competitividade tem<br />

por isso de sair do papel e ir para<br />

o país real. Por isso, importa que<br />

os atores envolvidos neste processo<br />

de construção de valor percebam o<br />

alcance destas apostas estratégicas.<br />

Não se pode querer mobilizar a região<br />

e o país para um novo paradigma de<br />

desenvolvimento, centrado numa maior<br />

equidade social e coesão territorial,<br />

sem partilhar soluções estratégicas de<br />

compromisso colaborativo. O exemplo<br />

do IDE passa por isso. Por perceber que<br />

a aposta em projectos estratégicos como<br />

os clusters de inovação e os pólos de<br />

competitividades são caminhos que não<br />

se podem adiar mais. A guerra global<br />

pelo valor e pelos talentos está aí e<br />

quem não estiver na linha da frente não<br />

terá possibilidades de sobrevivência. É<br />

essa a base deste novo investimento,<br />

que, mais do que nunca, é de facto a<br />

chave para o crescimento da economia<br />

nacional.<br />

do apoio judiciário, que é vital para<br />

o equilíbrio do sistema de justiça,<br />

quer do mandato voluntário, o papel<br />

do advogado terá de ser valorizado,<br />

para o que todos temos de assumir<br />

as consequentes responsabilidades,<br />

devendo a Ordem dos Advogados<br />

apostar na formação contínua<br />

indispensável à apreensão do sentido <strong>das</strong><br />

reformas em curso.<br />

Em 2006, no âmbito do ciclo de<br />

conferências denominado “A Justiça<br />

em Números”, por via dos relatórios<br />

estatísticos elaborados após avaliação<br />

da situação junto de cada tribunal, o<br />

Conselho Distrital de Lisboa concluiu<br />

que “os números da justiça eram<br />

dramáticos e reveladores do défi ce de<br />

julgamento de processos pendentes”.<br />

Em 2012, a imagem do advogado é<br />

penalizada pelo mau funcionamento<br />

dos tribunais, o que poderá provocar a<br />

quebra ou redução do natural patrocínio<br />

que, na vertente da advocacia preventiva<br />

(informação e consulta jurídica),<br />

exercemos na defesa (por via da mediação<br />

e conciliação) de direitos de terceiros antes<br />

da interposição do litígio em tribunal.<br />

Em 2013, todos desejamos uma drástica<br />

redução <strong>das</strong> pendências judiciais, o que<br />

signifi ca mais Justiça!<br />

LÚCIO MIGUEL CORREIA<br />

Advogado da Gali Macedo – Dep. Desporto<br />

<br />

O fi m dos fundos sem fi m?<br />

O Comité Executivo da UEFA decidiu no princípio do mês<br />

de Dezembro do corrente ano, em Lausanne, na Suíça, que<br />

a posse partilhada de passes de futebolistas (quer seja por<br />

empresas ou fundos de investimento) deverá ser proibida<br />

por uma questão de princípio”. Por consequência, foi pedido<br />

à FIFA, o organismo que tutela o futebol mundial, que<br />

“elabore os regulamentos adequados a esta proibição”. Na<br />

prática, aquilo que o organismo que tutela o futebol europeu<br />

pretende é proibir a venda de percentagens dos passes de<br />

jogadores de futebol a fundos de investimento. Uma prática<br />

comum em vários países, nomeadamente o português, mas<br />

que é proibida noutros, como por exemplo em Inglaterra e<br />

em França.<br />

Se esta medida efetivamente avançar em termos<br />

regulamentares, serão afetados de sobremaneira diversos<br />

mercados europeus, tais como o espanhol e o turco, que<br />

têm recorrido a este tipo de instrumentos, mas também os<br />

principais clubes portugueses – uma vez que muitos jogadores<br />

dos três “grandes” têm os passes detidos parcialmente por<br />

fundos de investimento, nacionais e internacionais.<br />

Como se sabe, nada menos do que 37 jogadores dos<br />

plantéis dos três grandes foram contratados com auxílio aos<br />

denominados fundos de investimento.<br />

Esta transparência, desde há muito reclamada por Michel<br />

Platini, Presidente da UEFA, signifi ca, na prática, um ataque<br />

a uma <strong>das</strong> formas de fi nanciamento que clubes, como os<br />

portugueses, encontraram nos últimos anos e que, caso<br />

venha a ser proibida, claramente coloca em causa não só<br />

a competitividade internacional de FC Porto, Benfi ca ou<br />

Sporting mas também a própria qualidade <strong>das</strong> competições<br />

internas e, em última análise, a própria vida desportiva desses<br />

emblemas tal como hoje a conhecemos.<br />

Assim, esta medida proibitiva, caso seja adotada, é<br />

verdadeiramente transtornante para a situação fi nanceira<br />

paupérrima dos clubes nacionais, aliando-se às rigorosas e<br />

incontornáveis regras de fair-play fi nanceiro da UEFA que se<br />

avizinham e que já estão em vigor. O “fair-play” fi nanceiro,<br />

sistema de controlo <strong>das</strong> fi nanças dos clubes, é um dos<br />

maiores alvos do organismo da UEFA e visa disciplinar os<br />

clubes europeus na gestão fi nanceira, para que não apliquem<br />

despesas superiores às receitas, numa análise contabilística<br />

que é feita por ciclos trianuais. As contas dos clubes e SAD<br />

começaram a ser regista<strong>das</strong> na época 2011/2012 e serão<br />

soma<strong>das</strong> às de 2012/2013 e 2013/2014. Será esse conjunto<br />

de exercícios que a UEFA terá em conta para ponderar o<br />

licenciamento às competições europeias.<br />

Nas contas do início 2013/2014, os clubes não deverão<br />

apresentar per<strong>das</strong> superiores a 45 milhões de euros nas duas<br />

épocas anteriores e na temporada seguinte, em 2014/2015,<br />

o limite mantém-se quando forem soma<strong>das</strong> as contas dos<br />

três últimos exercícios. No “triénio” entre 2015/2016 e<br />

2017/2018, as per<strong>das</strong> acumula<strong>das</strong> não podem ultrapassar os<br />

30 milhões de euros. Numa primeira fase, os clubes poderão<br />

ser penalizados com perda de pontos ou o impedimento<br />

de inscrição de jogadores, mas, no limite, a UEFA poderá<br />

impedir a inscrição dos prevaricadores nas competições que<br />

organiza.<br />

Como se sabe, os principais clubes de futebol portugueses<br />

continuam com níveis de endividamento preocupantes e bem<br />

longe dos níveis económicos permitidos pelas referi<strong>das</strong> regras<br />

de fair-play fi nanceiro da UEFA.<br />

Apesar da crise económica, <strong>das</strong> difi culdades de acesso ao<br />

crédito bancário e <strong>das</strong> referi<strong>das</strong> regras de controlo fi nanceiro<br />

da UEFA, os dados da última temporada mostram que<br />

Benfi ca, Sporting e FC Porto devem aos bancos 411,9<br />

milhões de euros (ME), mais 59,8 milhões do que no fi nal de<br />

2010-11.<br />

Caso a aludida medida regulamentar venha a ser elaborada<br />

pela FIFA e, subsequentemente, imposta pela UEFA, será<br />

que estaremos perante o fi m do mercado de transferências<br />

tal como hoje o conhecemos? Ou, apenas, o fi m dos fundos<br />

sem fi m, cujo falta de rosto e forma de atuar motivam tantas<br />

dúvi<strong>das</strong> quanto as necessidades dos clubes e SAD que deles<br />

dependem? O tempo, a seu tempo, responderá.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 11<br />

Espanha espera regresso ao crescimento em 2014<br />

O Governo espanhol estima que o país volte ao crescimento e à criação<br />

de emprego em 2014, mas há muitas cautelas quanto ao exercício<br />

agora iniciado. O Executivo assume que o ano passado foi pior<br />

do que o esperado, devendo registar um recuo de 1,5%, passando<br />

para um crescimento negativo de 0,5%, em 2013. Entretanto, o Governo<br />

diz que vai continuar a traçar o caminho <strong>das</strong> reformas.<br />

Mercados emergentes deixaram de ser<br />

atrativos para a banca de investimento<br />

Os bancos de investimento, que já se defrontam<br />

com um mercado interno marcado<br />

por um contexto regulamentar cada vez<br />

mais restritivo, estão a registar <strong>dificuldades</strong><br />

também nos mercados emergentes. Com<br />

efeito, a quebra nas entra<strong>das</strong> em bolsa e nas<br />

fusões ou aquisições estão a ter um impacto<br />

brutal nas suas receitas.<br />

Constata-se que, a nível global, os volumes<br />

ligados a este tipo de operações sofrem<br />

de perspetivas económicas incertas e de<br />

uma fraca valorização bolsista. Mas o que é<br />

mais surpreendente é que o abrandamento<br />

também se está a fazer sentir nos países em<br />

desenvolvimento. Isto quando os bancos<br />

encaravam precisamente estes mercados<br />

como o motor do seu desempenho futuro.<br />

O que vai fazer com que os bancos de<br />

investimento tenham de rever as suas estratégias<br />

nestes países, onde desenvolveram a<br />

sua atividade de acordo com a realidade do<br />

momento.<br />

Basta ter em conta que os bancos ocidentais<br />

realizaram mais de metade <strong>das</strong> suas<br />

operações de financiamento, por via do<br />

apelo público à poupança nos mercados<br />

emergentes, em 2011, contra apenas 22%<br />

há cerca de oito anos. Entre 2000 e 2007,<br />

as ofertas públicas iniciais multiplicaram<br />

por seis o valor <strong>das</strong> comissões, tendo superado<br />

os 6,5 mil milhões de dólares. No<br />

ano passado, verificou-se uma quebra para<br />

cerca de metade naquele tipo de operações<br />

e nas fusões-aquisições houve uma descida<br />

de 16%, relativamente ao ano anterior. Em<br />

Semicondutores e componentes eletrónicos<br />

lideram na inovação<br />

O setor dos semicondutores e componentes<br />

eletrónicos é aquele que mais investe<br />

em inovação. Por sua vez, os Estados<br />

Unidos possuem 47 <strong>das</strong> 100 empresas mais<br />

inovadoras do mundo, como são os casos<br />

da Apple, da Boeing ou da ExxonMobil,<br />

conclui-se da lista elaborada pela Thomson<br />

Reuters, referente ao ano passado.<br />

A lista tem em conta o investimento em<br />

investigação e desenvolvimento, a proteção<br />

<strong>das</strong> suas inovações (patentes) e o reconhecimento<br />

de uma empresa que traça o caminho<br />

a seguir. Os setores mais inovadores<br />

são os dos semicondutores e componentes<br />

eletrónicos (com 18%), seguindo-se a<br />

informática (13%), a química (8%) e os<br />

transportes, as telecomunicações e os produtos<br />

de grande consumo (7%). Se na referida<br />

lista aparecem mais de duas dezenas<br />

de setores de atividade, a variedade é muito<br />

mais reduzida quando se trata dos países<br />

onde essas empresas têm as suas sedes.<br />

Sem dúvida que o destaque vai para os<br />

Estados Unidos, país que detém 47 empresas<br />

<strong>das</strong> 100 mais inovadoras do ano passado.<br />

Segue-se o Japão (25) e a França (13).<br />

Estes três países em conjunto representam<br />

O destaque vai para os<br />

Estados Unidos, país que<br />

detém 47 empresas<br />

<strong>das</strong> 100 mais inovadoras<br />

Exportações alemãs vão crescer 4%<br />

ATUALIDADE/Internacional<br />

As exportações alemãs deverão aumentar 4%, no ano agora iniciado, de acordo<br />

com as câmaras de comércio daquele país. As ven<strong>das</strong> para o exterior vão<br />

continuar a crescer, apesar <strong>das</strong> debilidades que permanecem na Zona Euro,<br />

que é o principal mercado da Alemanha. Ainda assim, este não será um ano<br />

de grandes otimismos, já que ao longo dos últimos anos o crescimento médio<br />

<strong>das</strong> exportações germânicas tem rondado os seis pontos percentuais.<br />

O norte-americano Citigroup é um exemplo evidente <strong>das</strong> <strong>dificuldades</strong> que se colocam, tendo<br />

anunciado a eliminação de 11 mil postos de trabalho a nível global.<br />

apenas um ano, as comissões dos bancos de<br />

investimento apresentaram uma descida de<br />

24%, o que se irá traduzir, quase de certeza,<br />

na eliminação de postos de trabalho.<br />

É mesmo muito possível que vários bancos<br />

encerrem as suas atividades em certos mer-<br />

cados. O Citigroup é um caso paradigmático,<br />

tendo já anunciado a supressão de 11<br />

mil postos de trabalho, com especial destaque<br />

para os mercados emergentes, a par<br />

do encerramento de inúmeras operações na<br />

área da banca de investimento.<br />

A lista da Thomson Reuters coloca a Boeing entre as empresas mais inovadoras a nível mundial.<br />

cerca de 85% <strong>das</strong> empresas que mais inovaram.<br />

A lista é completada com a Coreia do<br />

Sul (7), a Suécia (3), a Suíça (3), a Alemanha<br />

(1) e a Bélgica (1). Quanto aos nomes<br />

que aparecem, para além daqueles que é<br />

habitual encontrar neste tipo de classificação<br />

– HP, GE, IBM ou Microsoft –, outros<br />

há que surpreendem, como são os casos da<br />

Xerox, da L´Oréal ou da Ford.<br />

Toyota<br />

passa a liderar<br />

ven<strong>das</strong> mundiais<br />

de automóveis<br />

A Toyota terá assumido a liderança nas<br />

ven<strong>das</strong> automóveis, a nível global, no ano<br />

passado, com 9,7 milhões de veículos colocados<br />

no mercado, mais 22% do que no<br />

exercício anterior. Para 2013, as previsões<br />

apontam para um crescimento de apenas<br />

2%, num total de 9,91 unidades.<br />

Se estes números se confirmarem, como<br />

esperam os analistas do setor automóvel,<br />

a marca japonesa deverá passar a primeiro<br />

construtor automóvel mundial, à frente da<br />

norte-americana General Motors e da alemã<br />

VW, cada qual a com 9,1 e 9,2 milhões de<br />

veículos. Em termos de produção de veículos,<br />

a Toyota anuncia volumes ligeiramente<br />

superiores às ven<strong>das</strong>. Assim, a Toyota Motor<br />

projeta produzir, este ano, 8,7 milhões<br />

de veículos <strong>das</strong> marcas Toyota e Lexus. Para<br />

a globalidade do grupo, as previsões apontam<br />

9,94 milhões de unidades, incluindo a<br />

Daihatsu Motors e a Hino Motors.<br />

De notar que, em 2011, as ven<strong>das</strong> foram<br />

muito penaliza<strong>das</strong> pelo acidente da central<br />

nuclear de Fukushima, daí se ter verificado<br />

um forte aumento nas ven<strong>das</strong> no<br />

ano seguinte. Pelo que as previsões até são<br />

bastante positivas, tendo em conta a situação<br />

complicada que a indústria automóvel<br />

atravessa, com uma clara sobreprodução,<br />

especialmente na Europa. As marcas estão<br />

a desenvolver esforços no sentido de se reestruturarem,<br />

face às novas condições de<br />

mercado bastante mais exigentes.<br />

Reforma do FMI<br />

depende<br />

dos Estados Unidos<br />

A reforma da governação do FMI, no<br />

sentido de reforçar o peso dos países emergentes,<br />

continua suspensa de uma ratificação<br />

parlamentar nos Estados Unidos. Trata-se<br />

de uma situação que já se arrasta há<br />

cerca de dois anos e que os responsáveis do<br />

fundo querem resolver o mais rapidamente<br />

possível. Os norte-americanos têm um<br />

peso de quase 17%, pelo que o seu acordo<br />

é fundamental.<br />

A ideia da reforma é reequilibrar as forças<br />

no seio do conselho de administração da<br />

instituição, o qual representa os seus 188<br />

Estados-Membros. A China detém 3,8%<br />

dos direitos de voto (contra os 3,1% da<br />

Itália) e deverá obter quase o dobro com a<br />

referida reforma. Esta reforma é tanto mais<br />

crucial quanto vai triplicar os recursos permanentes<br />

para 767 mil milhões de dólares.<br />

Atualmente, as quotas são atribuí<strong>das</strong> numa<br />

base de uma média calculada em grande<br />

parte segundo o PIB dos Estados-Membros<br />

e o seu grau de abertura à economia.<br />

O aumento da representatividade dos países<br />

emergentes vai resultar em mudanças<br />

consideráveis no fundo, quer em termos<br />

de montante disponível, quer quanto ao<br />

maior grau de intervenção dos países que<br />

estão em desenvolvimento.


12 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS<br />

E EMPRESAS<br />

MARCA PODERÁ SER FRANQUIADA AINDA ANTES DE 2014<br />

Casa do Galo expande lojas<br />

e renova imagem<br />

A Casa do Galo, antiga Casa<br />

dos Frangos de Moscavide, vai<br />

investir um milhão de euros<br />

na abertura de um novo ponto<br />

de venda e na renovação da<br />

imagem corporativa <strong>das</strong> suas<br />

20 lojas.<br />

A nova identidade é já visível<br />

na recém-inaugurada loja do<br />

Fórum Sintra. A empresa vai<br />

também investir 500 mil euros<br />

na abertura de novos pontos de<br />

venda em mercados externos<br />

e poderá franquiar a marca<br />

ainda “antes de 2014”, afi rma<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” Marco<br />

Ferreira, diretor-geral da Casa<br />

do Galo.<br />

VIRGILIO FERREIRA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - A Casa do Galo está<br />

a investir um milhão de euros. Que investimento<br />

é esse?<br />

Marco Ferreira - A Casa do Galo tem<br />

em curso um processo para reorientar a organização:<br />

iniciámos a alteração da nossa<br />

estrutura, alargámos a equipa de colaboradores,<br />

criámos um novo conceito e uma<br />

nova identidade que agrega to<strong>das</strong> as marcas<br />

da antiga Casa dos Frangos de Moscavide.<br />

Até ao fi nal de 2013, vamos investir um<br />

milhão de euros na abertura de um novo<br />

ponto de venda e na renovação <strong>das</strong> 20 lojas<br />

com a nova identidade corporativa, já<br />

visível na recém-inaugurada loja do Fórum<br />

Sintra.<br />

VE - Qual a razão da mudança de imagem<br />

de Casa dos Frangos de Moscavide<br />

para Casa do Galo?<br />

MF - Em 2011, e inserido num processo<br />

de grande impacto para reorientar a empresa,<br />

a Casa dos Frangos de Moscavide<br />

iniciou a alteração da sua estrutura e alargou<br />

a sua equipa de colaboradores. O passo<br />

seguinte foi o desenvolvimento de um<br />

estudo exaustivo sobre a imagem da Casa<br />

dos Frangos de Moscavide. A dispersão de<br />

insígnias, a existência de inúmeras identidades<br />

pouco diferenciadoras, apelativas e<br />

antiqua<strong>das</strong> e a necessidade de aproximar a<br />

marca de um público mais jovem e moderno<br />

levaram a Casa dos Frangos de Moscavide<br />

a iniciar um processo de agregação de<br />

to<strong>das</strong> as insígnias numa única marca, forte<br />

e consistente: Casa do Galo.<br />

A Casa do Galo surge assim com um<br />

“No plano internacional, temos a intenção de investir 500 mil euros na abertura de novos pontos de venda em três mercados prioritários”, afi rma<br />

Marco Ferreira, diretor-geral da Casa do Galo.<br />

conceito assente na portugalidade, tradicional<br />

e popular, especializado em frango<br />

assado em brasa de carvão vegetal.<br />

Agregando experiência, know-how e a<br />

receita do tempero, tradicional e familiar,<br />

a Casa do Galo apresenta também<br />

uma nova assinatura, “Muitos Anos a<br />

Virar Frangos”.<br />

VE - Quando e onde contam abrir a<br />

nova loja?<br />

MF - A recém-inaugurada loja do Fórum<br />

Sintra é a primeira com o novo conceito<br />

e identidade Casa do Galo. A partir<br />

daqui, iremos proceder à atualização <strong>das</strong><br />

restantes 20 lojas e prevemos, ainda até<br />

ao fi nal de primeiro trimestre de 2013, a<br />

“Frango é rei” em oferta variada<br />

A Casa do Galo é especializada em frango<br />

assado em brasa de carvão vegetal (produto<br />

que tem vindo a ganhar cada vez mais<br />

protagonismo no mercado português,<br />

constituindo uma refeição prática, saudável<br />

e muito apreciada pelos portugueses).<br />

A utilização de “produtos de alta qualidade”<br />

– todos os frangos utilizados na Casa do<br />

Galo são frescos (as encomen<strong>das</strong> e entregas<br />

do produto no ponto de venda são diárias)<br />

e de origem nacional – aliada a “um<br />

preço bastante competitivo” – garantido<br />

pela agregação de to<strong>das</strong> as compras<br />

num único fornecedor – “têm vindo a<br />

contribuir fortemente para a consolidação e<br />

crescimento sustentado do negócio da Casa<br />

do Galo”, afi rma Marco Ferreira.<br />

MC&A apoia estudo Paying Taxes 2013<br />

A MC&A, sociedade de advogados portuguesa fundada por Vítor Marques<br />

da Cruz, integrou a equipa de especialistas que apoiaram a realização<br />

do Paying Taxes 2013, na análise ao regime fi scal de Angola, Guiné, São<br />

Tomé e Moçambique. O estudo<br />

avalia os regimes fi scais de 185 economias<br />

em todo o mundo.<br />

Apostando numa oferta gastronómica muito<br />

diversifi cada, a ementa da Casa do Galo<br />

inclui, para além do tradicional frango<br />

assado em brasa de carvão vegetal, inúmeras<br />

outras variantes onde o “frango é rei”:<br />

hambúrguer, espetada, salada ou sandes.<br />

To<strong>das</strong> as carnes (com exceção do<br />

hamburger) são delicadamente tempera<strong>das</strong><br />

com a tradicional marinada Casa do Galo,<br />

podendo ainda o cliente optar por um<br />

tempero fi nal mais refi nado e gourmet. Mel,<br />

alecrim, maionese de coentros, ketchup<br />

de framboesas, mostarda e molhos piri-piri<br />

são apenas alguns dos ingredientes que,<br />

“habilmente confecionados, transformam um<br />

prato simples e saudável numa verdadeira<br />

experiência gastronómica”.<br />

abertura de um novo ponto de venda na<br />

zona central de Lisboa (local em concreto<br />

ainda em análise).<br />

VE - O modelo de negócio futuro inclui<br />

o franchising da marca?<br />

MF - Está a ser equacionado, nomeadamente<br />

para 2014, mas tudo depende da<br />

evolução do mercado durante o ano de<br />

2013. Para já a nossa estratégia a nível nacional<br />

assenta na reformulação de lojas,<br />

o que não quer dizer que não possamos<br />

franquiar, através de um Master, fora de<br />

Portugal, antes do previsto para 2014.<br />

VE - No plano internacional, quais<br />

são os planos?<br />

MF - No plano internacional, temos<br />

a intenção de investir 500 mil euros na<br />

abertura de novos pontos de venda em<br />

três mercados prioritários.<br />

VE - Como decorreu o negócio em<br />

2012 e quais as perspetivas para 2013?<br />

MF - Em 2011 a empresa faturou 5,6<br />

milhões de euros. Para 2012 prevemos<br />

uma quebra de cerca de 30%, devido ao<br />

contexto económico atual de retração de<br />

consumo e à necessidade de nova imagem<br />

e conceito em loja.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 13<br />

Dachser passa a Azkar Portugal<br />

A Dachser e a Azkar vão proceder à integração da<br />

oferta de serviço no mercado português. A partir de<br />

agora, as duas empresas apresentam-se no território<br />

nacional como uma só marca – Azkar Portugal. A<br />

alteração não abrange as áreas de negócio aérea e<br />

marítima, onde se mantém a marca Dachser Air &<br />

Sea Logistics.<br />

A Oli, empresa nacional da área dos<br />

autoclismos, é a terceira entidade empresarial<br />

portuguesa com o maior número de<br />

patentes na Europa, o que resulta de um<br />

investimento contínuo em investigação e<br />

desenvolvimento. Perante um mercado interno<br />

em retração, a aposta é claramente<br />

na internacionalização e na diversifi cação<br />

do produto. Com um volume de negócios<br />

anual de 45 milhões de euros, a empresa<br />

de Aveiro entrou recentemente no Brasil e<br />

passou a estar presente em 40 mercados.<br />

António Oliveira, CEO da Oli, garante<br />

que o processo de internacionalização vai<br />

continuar.<br />

A produção é portuguesa na sua totalidade,<br />

sendo que 80% da mesma se destina<br />

à exportação. “Apesar da forte contração da<br />

atividade na Europa Ocidental, o mercado<br />

europeu continua a representar a maior fatia<br />

da atividade da Oli. Itália, França, Sué-<br />

-cia, Rússia e Alemanha, por esta ordem,<br />

são os mercados externos mais relevantes,<br />

em termos de faturação. A empresa estendeu<br />

recentemente a sua atividade a mercados<br />

da América Latina, nomeadamente<br />

Brasil, México e Uruguai. Vai ainda criar<br />

um centro logístico e comercial na Rússia”,<br />

adiantou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” António<br />

Oliveira.<br />

Diversifi car mercados<br />

Acontece que tem havido a preocupação<br />

constante de diversifi car os mercados onde<br />

atua, minimizando desta forma o risco de<br />

uma dependência de uma zona geográfi ca.<br />

A estratégia de diversifi cação tem permitido<br />

maiores taxas de crescimento em mercados<br />

ditos emergentes – como os da Polónia,<br />

Ucrânia e Norte de África. “Temos<br />

investido num plano de expansão internacional<br />

para novos mercados fora da Zona<br />

Euro, no sentido de compensar a desaceleração<br />

<strong>das</strong> economias nacional e europeia.”<br />

Uma outra vertente importante para potenciar<br />

o crescimento tem sido a diversifi -<br />

cação ao nível da oferta do produto. Não<br />

se trata de vender exclusivamente autoclis-<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

RÚSSIA E AMÉRICA DO SUL SÃO MERCADOS PREFERENCIAIS<br />

Oli aposta no mercado<br />

externo<br />

A empresa de Aveiro entrou recentemente no Brasil e passou a estar presente em 40 mercados.<br />

mos. A Oli disponibiliza uma gama alargada<br />

de produtos hidro-termossanitários,<br />

desde as soluções de painéis solares térmicos<br />

e a sua integração com os sistemas de<br />

aquecimento central e de águas quentes<br />

sanitárias, até à oferta de sistemas de instalação<br />

sanitária e mobiliário e acessórios<br />

de banho. “Tem sido nossa preocupação<br />

aumentar a oferta, melhorar o serviço e aumentar<br />

a cobertura nos vários mercados”,<br />

de acordo com o empresário.<br />

Continuar a inovar<br />

para melhorar<br />

resultados<br />

Existem desafi os que António Oliveira diz<br />

estar pronto a enfrentar, desde logo com<br />

a manutenção da aposta estratégica na<br />

investigação, no desenvolvimento e na<br />

inovação. “Pretendemos inovar de forma<br />

consistente em termos de produtos e<br />

conseguir novas soluções de design.<br />

Ao nível da rentabilidade, há uma<br />

aposta na melhoria dos resultados, mas<br />

estaremos dependentes da conjuntura<br />

económica que se adivinha complicada.<br />

Para tal, queremos diversifi car ainda<br />

mais os mercados e montar uma rede<br />

comercial vocacionada para o mercado<br />

de substituição na Rússia e conseguir<br />

ven<strong>das</strong> consistentes na América do<br />

Sul. Deste modo, poderemos cumprir o<br />

desafi o de melhorar a rentabilidade <strong>das</strong><br />

ven<strong>das</strong>.”<br />

A Oli foi responsável pela criação da<br />

dupla descarga do autoclismo (já lá vão<br />

18 anos) e produz cinco mil autoclismos<br />

por dia e 1,2 milhões por ano. Com sede<br />

em Aveiro, posiciona-se mesmo como<br />

um dos principais produtores europeus<br />

de autoclismos. Ainda que muito virada<br />

para a exportação, a Oli não deixa de dar<br />

especial atenção ao mercado nacional,<br />

até porque Portugal é o país onde tem<br />

a maior quota de mercado. Há sempre<br />

a vontade de aumentar a presença no<br />

mercado português, assume António<br />

Oliveira.<br />

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14 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Mercado automóvel baixa para níveis de 1985<br />

As ven<strong>das</strong> de automóveis ligeiros em Portugal caíram 40,9% em<br />

2012, para 111 299 unidades, segundo os dados da Associação Automóvel<br />

de Portugal. Este foi o pior registo desde 1985. Na análise<br />

isolada de dezembro, foram vendidos em Portugal 8718 ligeiros, menos<br />

48% que em igual mês de 2011. Por marcas, a Renault manteve<br />

a liderança do mercado, posto que ocupa há mais de uma década.<br />

Bolsa começa o ano a subir<br />

A Bolsa de Lisboa entrou em 2013 com uma forte tendência<br />

de valorização. Todos os títulos que integram o<br />

PSI20 tiveram ganhos na sessão, um facto que já não<br />

ocorria há bastantes anos. O acordo orçamental nos Estados<br />

Unidos e a descida <strong>das</strong> taxas <strong>das</strong> obrigações da dí-<br />

Os clubes de futebol proporcionam receitas<br />

fiscais de 100 milhões de euros por<br />

ano – afirmou Fernando Gomes no Clube<br />

de Pensadores. O presidente da Federação<br />

Portuguesa de Futebol considera que<br />

a modalidade é hoje um dos setores mais<br />

escrutinados ao nível de cumprimento <strong>das</strong><br />

obrigações fiscais.<br />

No debate organizado pelo Clube de<br />

Pensadores, em Gaia, Fernando Gomes<br />

considerou que as infraestruturas cria<strong>das</strong><br />

para o Euro 2004 não são exagera<strong>das</strong><br />

para as necessidades do país, embora reconheça<br />

<strong>dificuldades</strong> de ocupação para os<br />

estádios construídos em Leiria, Algarve e<br />

Aveiro.<br />

O presidente da FPF abordou também<br />

o desempenho <strong>das</strong> SAD cota<strong>das</strong> em Bolsa,<br />

referindo neste setor de atividade que<br />

o retorno para os acionistas não é apenas<br />

pecuniário, nem se mede exclusivamente<br />

pela valorização ou pelos dividendos. Os<br />

resultados desportivos podem atenuar a<br />

fraca rentabilidade dos investimentos em<br />

ações <strong>das</strong> SAD.<br />

Fernando Gomes referiu também que<br />

vida pública portuguesa criaram uma pressão de subida<br />

na generalidade dos títulos cotados.<br />

O BES valorizou mais de 6% numa só sessão, atingindo<br />

0,949 cêntimos por ação. Este valor representa um<br />

ganho acumulado para os acionistas de 36% face ao valor<br />

FERNANDO GOMES NO CLUBE DE PENSADORES<br />

Futebol gera 100 milhões de euros<br />

de impostos<br />

em Portugal o nível de praticantes de futebol<br />

e de atletas federados está muito<br />

abaixo da média europeia. Apesar do reduzido<br />

número de praticantes, os resultados<br />

obtidos pelo futebol português ao nível<br />

<strong>das</strong> seleções e dos clubes têm estado mui-<br />

Juros <strong>das</strong> obrigações a cinco anos abaixo de 5%<br />

Fernando Gomes com Joaquim Jorge, no Clube dos Pensadores: O número de praticantes de<br />

futebol pode aumentar em Portugal.<br />

As taxas de juro associa<strong>das</strong> à dívida nacional estão a resvalar em todos os prazos acima de 30<br />

pontos base (0,3 pontos percentuais), o que indica que o preço <strong>das</strong> obrigações está a subir. A<br />

“yield” da dívida a cinco anos está a perder 32 pontos base para 4,91%, baixando da fasquia<br />

dos 5% pela primeira vez desde Dezembro de 2010. No caso da dívida a 10 anos, está já abaixo<br />

da fasquia dos 7%.<br />

to acima da média europeia. Ao contrário<br />

do que acontece em outras áreas de atividade<br />

e modalidades desportivas, Portugal<br />

tem treinadores e jogadores de futebol que<br />

atingem posições de primeiro plano a nível<br />

mundial.<br />

Todos os títulos que integram o PSI20<br />

tiveram ganhos na sessão, um facto que<br />

já não ocorria há bastantes anos.<br />

antes do aumento de capital realizado em 2012. O BPI<br />

também subiu para 0,99 J sendo o banco cotado que<br />

regista a maior subida na Bolsa de Lisboa.<br />

O Banif, que anunciou um reforço de capital de 1100<br />

milhões de euros recorrendo à linha do Estado para recapitalização<br />

da banca, teve uma enorme volatilidade<br />

na sessão do dia 2, a refletir as dúvi<strong>das</strong> dos investidores.<br />

Ainda assim, fechou a valorizar mais de 7%.<br />

No caso do BCP, a valorização foi menos expressiva,<br />

encerrando a 0,077 por ação.<br />

Se o risco da dívida soberana de Portugal mantiver o<br />

movimento de descida nos mercados, a Bolsa portuguesa<br />

deverá continuar a valorizar, dado que continua em níveis<br />

muito abaixo <strong>das</strong> congéneres europeias.<br />

O principal fator de subida <strong>das</strong> cotações deve ter sido<br />

a descida <strong>das</strong> taxas de juro da dívida pública portuguesa.<br />

Nesta semana, a taxa de juro nas obrigações a 10 anos<br />

caiu para 6,6%, valor que só foi registado em Janeiro de<br />

2011.<br />

A diminuição do risco da dívida soberana torna mais<br />

provável o regresso de Portugal aos mercados. Ao estarem<br />

dispostos a aceitar taxas mais baixas na compra de<br />

dívida pública, os investidores estrangeiros revelam um<br />

aumento de confiança quanto à capacidade do Estado<br />

português para honrar os seus compromissos.<br />

António Lobo<br />

Xavier vai<br />

propor reforma<br />

do IRC<br />

Propor a reforma profunda e abrangente<br />

do IRC é o objetivo da comissão<br />

de reforma nomeada pelo Governo. Este<br />

grupo de trabalho vai ser presidido por<br />

António Lobo Xavier, conhecedor profundo<br />

do sistema fiscal.<br />

O Ministério <strong>das</strong> Finanças, pretende<br />

transformar o IRC “num imposto competitivo<br />

no plano europeu e capaz de<br />

promover o investimento, a competitividade<br />

e a internacionalização <strong>das</strong> empresas<br />

portuguesas”.<br />

Criado como imposto sobre o rendimento<br />

<strong>das</strong> empresas, o IRC foi sofrendo<br />

ao longo do tempo sucessivas alterações<br />

introduzi<strong>das</strong> por vários Governos que<br />

distorceram a estrutura da tributação.<br />

Atualmente, o IRC tributa também as<br />

despesas <strong>das</strong> empresas e funciona como<br />

uma coleta mínima. O Pagamento Especial<br />

por Conta, a tributação autónoma e<br />

os incentivos ao investimento são áreas<br />

que necessitam de uma revisão profunda.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 15<br />

«Recebi uma carta do meu inquilino,<br />

que se opôs à renda proposta por mim<br />

para atualizar o contrato que é de 1987,<br />

sem propor qualquer outro valor.<br />

O arrendatário diz que, além do mais,<br />

não posso aumentar a renda para o<br />

montante proposto porque já tem 65<br />

anos, mas, na verdade, desde que fi cou<br />

viúvo, o inquilino já quase não usa o<br />

apartamento, pois penso que vive com<br />

uma senhora, noutra casa.<br />

O valor de renda que propus é<br />

aproximadamente o valor de mercado.<br />

Será que tenho que reduzir a minha<br />

proposta?»<br />

Depois de o senhorio enviar a carta<br />

necessária para despoletar a transição dos<br />

contratos mais antigos para o NRAU<br />

LISBOA <br />

PORTO <br />

Formador: <br />

Preços ( :<br />

G120<br />

G90<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

SOFID apoia internacionalização<br />

do Grupo JJR<br />

A SOFID – Sociedade para o Financiamento do<br />

Desenvolvimento apoia o projeto de internacionalização<br />

da empresa JJR Moçambique, do Grupo JJR, sediado em<br />

Leiria, com fi nanciamento de um milhão de euros para<br />

projeto de investimento em Moçambique.<br />

ARRENDAMENTO<br />

HABITACIONAL<br />

(Novo Regime do Arrendamento Urbano)<br />

e atualização de renda, efetivamente, o<br />

arrendatário tem o prazo de 30 dias, a<br />

contar da receção da comunicação, para<br />

se pronunciar sobre cada um dos itens<br />

propostos, ou seja, sobre a renda, o prazo e<br />

o tipo do contrato.<br />

Em casos como o que o leitor expõe, em<br />

que a oposição do arrendatário ao valor<br />

da renda proposto pelo senhorio não é<br />

acompanhada de proposta de um novo<br />

valor, deve entender-se que a proposta é a<br />

de manutenção do valor da renda praticada<br />

à data da comunicação do senhorio.<br />

Pelo exposto e se o arrendatário tem<br />

de 65 anos e fez prova documental da<br />

mesma, em principio teria direito ao regime<br />

de exceção previsto na lei para os casos<br />

ENQUADRAMENTO<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

ViniPortugal reforça investimento<br />

na promoção do vinho a copo<br />

A campanha A Copo promovida pela ViniPortugal encerra 2012<br />

com um balanço muito positivo, tendo promovido a adesão de<br />

150/200 restaurantes ao serviço de vinho A Copo, conseguiu<br />

motivar vários profi ssionais do canal Horeca que participaram<br />

nas 65 formações A Copo, desenvolvi<strong>das</strong> de norte a sul do país.<br />

MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA<br />

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />

em que o inquilino tem idade igual ou<br />

superior a 65 anos ou defi ciência com grau<br />

comprovado de incapacidade superior a<br />

60%, que implica que o contrato só fi que<br />

submetido ao NRAU mediante acordo<br />

entre as partes e que o valor da renda anual<br />

não possa ultrapassar um quinze avos do<br />

valor do locado indicado pelo leitor na<br />

comunicação inicial.<br />

Contudo, nos termos da lei, as situações<br />

excecionais que impedem a alteração<br />

de renda para os valores propostos pelo<br />

senhorio, tal como o da idade igual a 65<br />

invocada no caso em análise, só podem ser<br />

invoca<strong>das</strong> quando o arrendatário tiver, no<br />

locado, a sua residência permanente ou<br />

quando a falta de residência permanente for<br />

devida a caso de força maior ou doença.<br />

AO NÍVEL DAS PME’S:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

OBJETIVOS<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

NEGÓCIOS EEMPRESAS<br />

Transição para o NRAU e atualização da renda – falta de residência permanente<br />

Por residência permanente entende-se<br />

aquela onde o se encontra instalado o lar do<br />

inquilino, onde ele faz a sua vida normal,<br />

onde está organizada a sua economia<br />

doméstica, onde come, dorme e recebe as<br />

suas visitas.<br />

Pelo exposto e se o leitor conseguir<br />

provar que o inquilino não reside<br />

permanentemente no locado, ou seja, que<br />

aí não se encontra com caráter habitual,<br />

estável e duradouro e que a sua ausência<br />

não se deve a caso de doença, ou de força<br />

maior, poderá comunicar ao arrendatário<br />

que, por esse motivo, a nova renda a pagar<br />

deverá ser a que inicialmente foi proposta,<br />

indicando que a mesma é devida no 1.º<br />

dia do 2.º mês seguinte ao da receção, pelo<br />

arrendatário, da comunicação.<br />

PROGRAMA<br />

1. A Preparação e o Controlo de um Orçamento<br />

de Exploração numa PME<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

2. As restrições ao crédito e as implicações no<br />

Controlo de Gestão<br />

<br />

<br />

3. Análise de um modelo prático de Controlo de<br />

Gestão para uma PME<br />

4. Os conselhos de grandes empresários e<br />

gestores internacionais<br />

5. As novas metodologias<br />

<br />

6. Exercícios práticos


16 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Vinhos Borges eleita “Best Portuguese Producer of the<br />

year 2012”<br />

A Sociedade dos Vinhos Borges foi eleita pelo júri da maior competição vitivinícola mundial,<br />

o AWC Vienna – International Wine Challenge, como “Best Portuguese Producer of the year<br />

2012”. Durante o concurso foram distinguidos com Medalha de Ouro vinhos como o Borges<br />

Soalheira 10 Anos, o Borges Douro Reserva tinto 2009, o Lello Reserva tinto 2009, o Lello tinto<br />

2009 e o Borges.<br />

Novas empresas podem obter reembolso<br />

da TSU na contratação de desempregados<br />

As novas empresas (em atividade há menos<br />

de 18 meses) podem obter a restituição<br />

da TSU se contratarem colaboradores<br />

em situação de desemprego.<br />

De acordo com Portaria n.º 432/2012,<br />

de 31 de Dezembro, este novo apoio financeiro<br />

à contratação de desempregados<br />

qualificados ou equiparados tem um valor<br />

máximo de J300/mês por trabalhador e<br />

pode ir até 18 meses.<br />

Para obter o benefício máximo, o valor<br />

da remuneração bruta mensal não deve<br />

ser superior a J1250. O benefício máximo<br />

Portugal, a lusofonia e a diáspora<br />

A verdadeira dimensão de Portugal<br />

está longe de se confinar aos seus 92.000<br />

km2 de território e à sua população de<br />

pouco mais de dez milhões de habitantes.<br />

Portugal possui uma <strong>das</strong> maiores Zonas<br />

<strong>Económica</strong>s Exclusivas da Europa,<br />

com cerca de 1.680.000 km2, e tem,<br />

actualmente, mais de quatro milhões e<br />

meio de cidadãos seus espalhados por cerca<br />

de 140 países do mundo. Segundo ainda<br />

dados do Observatório da Emigração e da<br />

OCDE (Organização para Cooperação e<br />

Desenvolvimento Económico), a França<br />

é atualmente a nação que concentra<br />

mais portugueses e Santa Lúcia ou Ilhas<br />

Maurícias os estados que registam menor<br />

número. Sendo que estudos existem<br />

que sugerem que o número total de<br />

portugueses e luso-descendentes até à<br />

terceira geração, no estrangeiro, rondará<br />

os trinta milhões… com forte presença<br />

em países como o Brasil, Estados Unidos,<br />

Canadá, Venezuela, África do Sul e França.<br />

Mas o maior ativo de Portugal é<br />

claramente a sua língua, falada por mais de<br />

duzentos e cinquenta milhões de pessoas<br />

em todo o mundo, o que lhe confere um<br />

estatuto de universalidade.<br />

Com efeito, fruto desse período épico<br />

dos descobrimentos dos sécs. XV e XVI,<br />

o Português é hoje a quinta língua mais<br />

falada a nível mundial e a terceira <strong>das</strong><br />

línguas europeias, a seguir ao Inglês e ao<br />

Espanhol, sendo mesmo a língua oficial de<br />

dez países: Brasil, Angola, Moçambique,<br />

Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-<br />

Bissau, Guiné-Equatorial, Timor-Leste,<br />

Macau e, obviamente, Portugal.<br />

Pelo que, mesmo enfrentando a<br />

crise económica e financeira que todos<br />

conhecemos e sentimos na pele, Portugal<br />

está longe de ser o coitadinho da União<br />

Europeia, como alguns parecem indiciar.<br />

Pelo contrário, Portugal tem uma<br />

dimensão histórica e uma presença no<br />

mundo que fazem dele, no atual contexto<br />

da globalização, um dos atores de maior<br />

está limitado a J5400 por cada empregado<br />

contratado. Cada empresa pode obter<br />

a restituição até um máximo de 20 colaboradores.<br />

De acordo com a Portaria em causa, o<br />

apoio financeiro corresponderá a:<br />

- 100 % da contribuição para a Segurança<br />

Social - com o limite de J 300 por mês<br />

por trabalhador - no caso de contratação<br />

sem termo de desempregado inscrito no<br />

centro de emprego há, pelo menos, quatro<br />

meses consecutivos;<br />

- 75 % da contribuição para a Segurança<br />

PAULO RAMALHO<br />

Vereador da Câmara Municipal da Maia<br />

potencial, mesmo dentro da própria<br />

União Europeia. Como alguém dizia,<br />

recentemente, Portugal é a plataforma<br />

natural para aproximar a Europa da África<br />

e da América Latina.<br />

Tanto mais que, nesta altura, alguns<br />

dos países para quem a Europa olha com<br />

mais atenção pertencem precisamente<br />

ao espaço da Lusofonia, eixo de natural<br />

influência de Portugal. Desde logo o<br />

Brasil, com cerca de duzentos milhões de<br />

habitantes e um dos maiores exportadores<br />

de petróleo do mundo, país que já é hoje<br />

a economia mais importante da América<br />

Latina. Angola, atualmente o segundo<br />

maior produtor de petróleo de África e<br />

que será, seguramente, a maior economia<br />

deste continente dentro de dez anos. E<br />

Moçambique, país que possui a quarta<br />

maior reserva de gás natural do planeta<br />

e que regista, nos últimos anos, taxas de<br />

crescimento na ordem dos 8%.<br />

Mas Portugal não é só um país com<br />

simples influência junto dos territórios<br />

lusófonos. Por razões históricas e<br />

culturais, Portugal é, além do mais, um<br />

parceiro e um interlocutor privilegiado<br />

no relacionamento com esses países.<br />

Aliás, refira-se que nenhuma outra nação<br />

conseguiu desenvolver uma relação de<br />

confiança, cumplicidade e integração,<br />

mesmo de familiaridade, com as suas<br />

ex-colónias como Portugal o fez.<br />

Daí que a estratégia de<br />

internacionalização da nossa própria<br />

economia deverá ser especialmente<br />

reforçada junto dos países de língua oficial<br />

portuguesa. E reconheça-se que muitas<br />

<strong>das</strong> nossas empresas já começaram a<br />

construir esse caminho. Não é por acaso<br />

que Angola é já o quarto destino <strong>das</strong><br />

nossas exportações, a seguir a Espanha,<br />

Alemanha e França. E na última Facim<br />

(Feira Internacional de Moçambique) que<br />

teve lugar em Maputo, no final de Agosto<br />

de 2012, onde estiveram representações<br />

de países como a África do Sul, Alemanha,<br />

UPS com novo serviço de transporte de carga aérea<br />

A UPS anunciou um novo serviço expresso<br />

de transporte aéreo de carga, o UPS Worldwide<br />

Express Freight, para envios pesados<br />

internacionais, urgentes e de grande valor.<br />

Os clientes podem agora enviar paletes com<br />

mais de 70 quilos com a mesma facilidade<br />

como os pacotes individuais.<br />

Social – com o limite de J 225 por mês<br />

por trabalhador – no caso de contratação a<br />

termo de desempregado inscrito no centro<br />

de emprego há, pelo menos, quatro meses<br />

consecutivos;<br />

- 50 % da contribuição para a Segurança<br />

Social – com o limite de J 175 por mês<br />

por trabalhador – no caso de contratação<br />

sem termo de desempregado inscrito no<br />

centro de emprego há menos de 4 meses<br />

e na contratação sem termo de qualquer<br />

trabalhador cujo contrato de trabalho anterior<br />

fosse sem termo.<br />

Brasil, China, Egito, Emirados Árabes<br />

Unidos, Espanha, Indonésia, Itália,<br />

Malawi, Namíbia, Polónia, Qatar,<br />

Quénia, Suazilândia, Turquia e Zâmbia,<br />

Portugal participou com 140 empresas<br />

(empresas portuguesas e moçambicanas<br />

de capitais portugueses…), claramente a<br />

maior delegação dos últimos anos, o que<br />

mereceu inclusive a visita do nosso próprio<br />

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo<br />

Portas.<br />

Por outro lado, não podemos esquecer<br />

que a presença na economia do Brasil<br />

significa o acesso privilegiado aos<br />

mercados dos demais países associados<br />

ao Mercosul (Mercado Comum do Sul),<br />

ou seja, da Argentina, Paraguai, Uruguai,<br />

Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia,<br />

Equador e Peru. Da mesma forma que<br />

a presença em Angola e Moçambique<br />

representa o acesso privilegiado ao espaço<br />

económico dos demais países que fazem<br />

parte da SADC (Comunidade para o<br />

Desenvolvimento da Africa Austral),<br />

ou seja, da Africa do Sul, Botswana,<br />

República Democrática do Congo,<br />

Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias,<br />

Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e<br />

Zimbabwe.<br />

Por último, voltemos novamente aos<br />

milhões de portugueses espalhados”<br />

pelos quatro cantos do mundo.”<br />

Também eles um ativo importantíssimo<br />

na promoção e afirmação dos interesses<br />

de Portugal na esfera internacional.<br />

Com efeito, muitos desses cidadãos<br />

de passaporte português, plenamente<br />

integrados na vida social, económica<br />

e mesmo política dos respetivos<br />

países de acolhimento, são potenciais<br />

embaixadores do nosso país, ativo<br />

muitas vezes esquecido, e que deverá ser<br />

melhor aproveitado pelos responsáveis<br />

da nossa diplomacia. O “Conselho da<br />

Diáspora Portuguesa”, recentemente<br />

criado, foi já um passo importante nesse<br />

sentido.<br />

Compta<br />

reforça posição<br />

na área <strong>das</strong><br />

telecomunicações<br />

A Compta acaba de conquistar diversas<br />

certificações ATP – Authorized Technology<br />

Provider atribuí<strong>das</strong> pela Cisco Systems,<br />

da qual é “gold partner”.<br />

Aquela que é também uma <strong>das</strong> mais antigas<br />

tecnológicas nacionais integra assim<br />

a “short list” exclusiva de parceiros com<br />

capacidade e autonomia para desenhar,<br />

implementar e suportar soluções da norte-americana<br />

líder global na área do Networking.<br />

“Unified Contact Center Enterprise”,<br />

“Cisco TelePresence Video Advanced”,<br />

“Identity Services Engine” e “Customer<br />

Voice Portal” são certificações recentemente<br />

conquista<strong>das</strong> pela Compta, no âmbito<br />

de um rigoroso processo de certificação.<br />

“Pelo rigor técnico exigido e pela credibilidade<br />

que concede, este reforço <strong>das</strong><br />

acreditações atribuí<strong>das</strong> pela Cisco é para a<br />

Compta o reconhecimento da sua capacidade<br />

de engenharia e qualidade dos serviços<br />

prestados ao nível empresarial”, afirma<br />

Jorge Delgado, administrador executivo<br />

da Compta. “A Cisco é líder mundial em<br />

soluções de rede, pelo que, enquanto integrador,<br />

e sendo esta uma área tradicional de<br />

atuação da Compta, ter também a liderança<br />

<strong>das</strong> certificações ATP em Portugal é dar<br />

um sinal inequívoco ao mercado da nossa<br />

liderança e garantia que conseguimos para<br />

os nossos clientes as melhores condições ”,<br />

acrescenta o mesmo responsável.<br />

Internacionalização<br />

A Compta possui a certificação ISO<br />

9001 desde maio de 1997 e é a primeira<br />

empresa portuguesa com a certificação de<br />

Sistemas de Gestão de Serviços de Tecnologias<br />

de Informação (ITSMS – Information<br />

Tecnology Service Management<br />

System), de acordo com o referencial ISO/<br />

IEC 20000-1:2005 para o âmbito “Prestação<br />

de serviços, no mercado português,<br />

no domínio da parametrização aplicacional<br />

e suporte de plataformas destina<strong>das</strong> a<br />

soluções de Gestão de Processos, a partir<br />

de Portugal”.<br />

Para ganhar escala, conquistar novos<br />

clientes e expandir as suas atividades, a<br />

Compta não podia ficar limitada ao mercado<br />

interno. Por conseguinte, decidiu<br />

expandir-se, numa primeira fase, para dois<br />

mercados de grande potencial e proximidade<br />

cultural: Angola e Cabo Verde. Neste<br />

processo de internacionalização (criação<br />

da Compta Angola e da Compta Cabo<br />

Verde) foram investidos 2,5 milhões de<br />

euros e criados 22 postos de trabalho.


PORTO<br />

7 e 8 janeiro<br />

LISBOA<br />

25 e 26 de Fevereiro<br />

<br />

Preços*:<br />

Público Geral: G 120<br />

Assinantes VE: G 90<br />

*+ IVA<br />

Organização:<br />

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patrícia Flores<br />

<br />

E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patrícia Flores<br />

<br />

E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e<br />

desempregados.<br />

No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de<br />

formação a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> criou uma quota de inscrições gratuitas<br />

para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais<br />

em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite<br />

dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração<br />

mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego,<br />

emitida pelo IEFP.<br />

ENQUADRAMENTO:<br />

Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes a toda a<br />

atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto<br />

<strong>das</strong> decisões quotidianas sobre os resultados globais da<br />

empresa é de extrema importância.<br />

OBJETIVOS:<br />

<br />

financeiros básicos<br />

<br />

<br />

empresa<br />

<br />

indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.<br />

Formador: Dr. Agostinho Costa<br />

PROGRAMA:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

empresa<br />

<br />

<br />

<br />

empresas<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

operacional de cada área da empresa


18 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS<br />

MultiOpticas abre novo espaço em Paredes<br />

A MultiOpticas abriu um novo espaço na região<br />

norte do país, agora em Paredes, distrito do Porto.<br />

A abertura oficial decorreu no dia 22 de dezembro<br />

e contou com muita animação para dar<br />

a conhecer este novo espaço situado no Largo<br />

Nuno Álvares.<br />

Casa Ermelinda Freitas reforça projeto<br />

de responsabilidade social<br />

A expansão para os mercados externos deverá resultar em 50% do total de volume de negócios da Casa Ermelinda Freitas, salienta<br />

a administradora Leonor Freitas.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

A Casa Ermelinda Freitas (CEF), produtor de vinhos<br />

de Palmela, lançou o projeto de responsabilidade social<br />

intitulado “A <strong>Vida</strong> de um Vinho”. Este nasceu em 2008,<br />

com a elaboração de um vinho, cujas ven<strong>das</strong> revertem para<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

A nova fábrica de conservas de peixe que<br />

A Poveira inaugurou esta semana na zona<br />

industrial de Laúndos, Póvoa de Varzim,<br />

além de manter a transformação de sardinha<br />

em que operava desde 1936 na sua<br />

antiga unidade, vai diversificar a atividade,<br />

já a partir de março, iniciando-se na conservação<br />

de atum.<br />

A decisão surge na sequência de um contrato<br />

firmado com a cadeia de supermercados<br />

Pingo Doce, para a qual já fornecia<br />

sardinha em conserva com a marca daquele<br />

distribuidor e com a marca Minerva e<br />

cujas ven<strong>das</strong> lhe absorvem “entre 15% e<br />

20%” da atual produção, revelou Sérgio<br />

Real, presidente da Poveira, à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

A partir do fim do primeiro trimestre de<br />

2013 a cadeia Jerónimo Martins também<br />

vai passar a comprar conservas de atum a<br />

esta conserveira, cuja nova fábrica agora<br />

a Cáritas e para a União Social Sol Crescente da Marateca.<br />

A receita será aplicada em projetos de apoio a idosos e<br />

crianças carencia<strong>das</strong> da região.<br />

Segundo Leonor Freitas, administradora da CEF, “a inserção<br />

da Casa no tecido social da região implica uma responsabilidade<br />

social acrescida que se leva muito a sério e<br />

que sente a obrigação de concretizar”. Aquela responsável<br />

inaugurada modernizou e ampliou as suas<br />

linhas de produção, num investimento<br />

global de 5,5 milhões de euros, onde dá<br />

emprego a 110 pessoas. No horizonte está,<br />

porém, a contratação de “mais 20 trabalhadores”<br />

da região da Póvoa de Varzim,<br />

que serão selecionados entre os “mais de<br />

100 pedidos de emprego” que já receberam,<br />

revelou Sérgio Real.<br />

Questionado sobre o financiamento<br />

da nova unidade, o presidente da Poveira<br />

confirmou que o projeto foi apoiado pelo<br />

PROMAR (Programa Operacional <strong>das</strong><br />

Pescas 2007-2013) em 2,5 milhões, 55%<br />

dos quais a fundo perdido. A restante fatia<br />

proveio de capitais próprios, acrescentou o<br />

empresário.<br />

Empresa exporta 75% da produção<br />

A par <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> para o mercado nacional,<br />

A Poveira exporta 75% da sua produção<br />

para o estrangeiro, sendo os Estados<br />

Unidos, a Áustria, Alemanha e o Japão os<br />

seus principais mercados. A empresa fatu-<br />

salienta que o projeto arrancou em 2008, “sem antecipar<br />

as <strong>dificuldades</strong> que a situação económica e social iria lançar<br />

em milhares de famílias”, disse à VE. Ao longo destes<br />

quatro anos, “foram conseguidos alguns pontos fundamentais”,<br />

resume, com “a consolidação do acordo com a<br />

Cáritas para a aplicação dos fundos”.<br />

Paralelamente, Leonor Freitas traçou um balanço positivo<br />

de 2012. “Por um lado, devido a termos um portefólio<br />

completo, sempre com uma excelente relação preço/qualidade”.<br />

A nível externo, os vinhos da CEF obtiveram mais<br />

de 70 prémios.<br />

Aliás, frisou, o mercado internacional “representa 40%<br />

<strong>das</strong> nossas ven<strong>das</strong> e tem vindo a crescer todos os anos,<br />

bem como o mercado nacional”, que “continua a ser o<br />

nosso maior mercado”. Porém, o objetivo da CEF é que<br />

o mercado externo “em breve represente 50% da nossa<br />

faturação”.<br />

A aposta em termos de mercados é “um pouco global:<br />

temos investimentos na União Europeia, no continente<br />

americano (EUA, Canadá e Brasil), em África (Angola,<br />

Moçambique, Cabo Verde e outros) e na Ásia”. Também o<br />

acompanhamento e dinâmica “são constantes”.<br />

As perspetivas para o desempenho da CEF para 2013<br />

são também positivas, até porque “tivemos uma excelente<br />

vindima e temos vinhos magníficos, o que nos dá sempre<br />

uma segurança acrescida”. Além disso, “também por termos<br />

mercados externos que abrimos recentemente e onde<br />

esperamos crescer bastante”, disse Leonor Freitas. “A nossa<br />

estratégia já está adaptada a uma conjuntura difícil desde<br />

há muito, não é de agora”, concluiu.<br />

INVESTIMENTO DE 5,5 MILHÕES NA PÓVOA DE VARZIM<br />

A Poveira abre nova fábrica e inicia transformação de atum<br />

Projeto apoiado<br />

pelo PROMAR em 2,5<br />

milhões, 55% dos quais<br />

a fundo perdido<br />

RCV organiza montaria na Quinta <strong>das</strong> Carvalhas<br />

A Real Companhia Velha volta a organizar uma montaria ao javali<br />

na sua emblemática Quinta <strong>das</strong> Carvalhas, situada junto ao<br />

Pinhão, no Douro. É já no sábado, dia 12 de janeiro, estando o<br />

ponto de encontro marcado para as 9h00 na Wine Shop da propriedade.<br />

Esta atividade enquadra-se na política de sustentabilidade<br />

e biodiversidade da RCV.<br />

O mercado internacional representa<br />

40% <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> e está a crescer todos<br />

os anos<br />

rou cerca de quatro milhões de euros em<br />

2011, deverá fechar o ano de 2012 com<br />

cerca de 4,5 milhões de ven<strong>das</strong> e, para<br />

2013, dado que vão dispor de uma capacidade<br />

de produção “substancialmente superior”,<br />

é de admitir “um reforço do volume<br />

de ven<strong>das</strong>”, quer no mercado doméstico,<br />

quer na vertente exportação, adiantou Sérgio<br />

Real.<br />

Recorde-se que a indústria conserveira<br />

portuguesa, cujo volume de negócios ascende<br />

aos 250 milhões de euros, exporta os<br />

seus produtos há mais de um século, sendo<br />

a sua balança comercial a única com saldo<br />

positivo no setor dos produtos de pesca.<br />

Existem atualmente 21 fábricas de conservas<br />

em Portugal, 18 no continente e três<br />

nos Açores, que empregam cerca de 3500<br />

postos de trabalho diretos e outros tantos<br />

indiretos. Estas unidades fabricam por ano<br />

cerca de 50 mil tonela<strong>das</strong> de conservas de<br />

peixe, 27 500 <strong>das</strong> quais destina<strong>das</strong> à exportação,<br />

o que representa cerca de 150 milhões<br />

de euros.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 19<br />

Calçado investe 12 milhões na promoção externa<br />

A conquista de novos mercados é a principal prioridade estratégica para a indústria portuguesa<br />

de calçado. O setor vai reforçar, com o apoio do Programa Compete, a aposta no processo<br />

de internacionalização. Estão destinados 12 milhões de euros numa ofensiva promocional em<br />

mais de 30 países, ao longo do ano. São quatro os objetivos traçados, consolidar a posição do<br />

calçado nacional nos mercados externos, diversificar o destino <strong>das</strong> exportações, abordar novos<br />

mercados e possibilitar que novas empresas iniciem o seu processo de internacionalização.<br />

Fisco e GNR juntos no combate à fraude e à evasão fiscais<br />

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) assinaram<br />

um protocolo para reforçar o combate à fraude e à evasão fiscais, através da constituição<br />

de equipas mistas de investigação. O acordo pretende também reforçar o controlo de bens<br />

em circulação e a deteção de transportes ilegais de mercadorias. No âmbito da revisão da lei<br />

orgânica da GNR, voltará a existir a Brigada Fiscal, com uma fiscalização intensa em matéria<br />

tributária.<br />

E.LIFE APRESENTA TENDÊNCIAS DIGITAIS PARA 2013<br />

Empresas reforçam presença<br />

nas redes sociais e investimento<br />

no relacionamento online<br />

MOBILE<br />

Dispositivos móveis como<br />

smartphones e tablets permitem<br />

cada vez mais o acesso a redes<br />

sociais e assumem um grande<br />

papel, visto que fazem parte da<br />

vida dos consumidores em todo<br />

lado e a toda a hora. Conteúdos<br />

e aplicações para smartphones e<br />

tablets vão continuar a ser uma<br />

tendência no ano de 2013.<br />

SOCIAL TV PARA COBERTURA DE<br />

CONTEÚDOS TELEVISIVOS<br />

O hábito de ver televisão enquanto se utiliza<br />

a internet já está enraizado e o crescimento<br />

é exponencial. Cada vez mais pessoas comentam<br />

o que estão a ver. O que se prevê para<br />

2013 é que as plataformas de Social TV sejam<br />

uma ferramenta essencial à curadoria de<br />

conteúdos e que forneçam mapas acerca de<br />

conteúdos televisivos que podem ser convertidos<br />

em apps que vão guiar o telespetador na<br />

programação a seguir. Também se prevê que<br />

as empresas apostem mais no uso <strong>das</strong> hashtags<br />

para criarem uma maior ligação com os consumidores.<br />

SOCIAL CRM: MAIOR PARTICIPAÇÃO<br />

NO ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR E<br />

NOVOS FORMATOS<br />

Cada vez mais pessoas fazem as suas reclamações<br />

através <strong>das</strong> redes sociais. A gestão de reclamações e a<br />

criação de aplicações próprias para atendimento são<br />

tendências para o próximo ano. Prevê-se que sejam<br />

desenvolvi<strong>das</strong> plataformas onde os próprios consumidores<br />

respondem a dúvi<strong>das</strong> mais comuns de outros<br />

consumidores que não exijam recurso a dados<br />

da empresa.<br />

REALIDADE AUMENTADA<br />

Em 2013, a realidade aumentada tende a ser um ponto<br />

forte de atração e fixação do cliente especialmente nos centros<br />

comerciais e grandes superfícies. Aplicações para reconhecer<br />

embalagens e passar mais informações sobre um ou<br />

outro produto vão destacar e posicionar produtos no ponto<br />

de venda.<br />

As novas tendências para 2013 traduzem-se em inovação<br />

e novas aplicações para dispositivos móveis em crescente penetração.<br />

A perceção do valor <strong>das</strong> redes sociais nas empresas<br />

também faz parte do futuro próximo dos negócios.<br />

Com o mundo digital em constante transformação,<br />

a E.Life, empresa pioneira em monitorização <strong>das</strong> redes<br />

sociais, anuncia as tendências do digital para este ano.<br />

Depois de as grandes marcas terem percebido o poder<br />

<strong>das</strong> redes sociais como forma de conhecer as opiniões<br />

espontâneas do público e estreitar relações com o consumidor<br />

final, é a vez de as pequenas e médias empresas<br />

aproveitarem os recursos que estas redes oferecem.<br />

Neste seguimento, a E.Life aponta as tendências digitais<br />

para 2013. Estas previsões, de acordo com Alessandro<br />

Barbosa Lima, CEO do Grupo E.Life, “foram<br />

basea<strong>das</strong> em estudos e observações empíricas sobre as<br />

principais redes sociais”.<br />

DAS MÉTRICAS AOS KPI - REDES SOCIAIS<br />

SOBEM NA ESCALA DE PRIORIDADES<br />

DAS EMPRESAS<br />

Melhorar os negócios de uma empresa através <strong>das</strong><br />

redes sociais é agora mais claro. Os dados recolhidos<br />

nas redes sociais sobre os hábitos dos consumidores<br />

provaram ser uma mais-valia para os negócios<br />

de qualquer empresa. Se já em 2012 várias marcas<br />

relançaram produtos, mudaram embalagens ou investiram<br />

em serviços a partir de insights obtidos em<br />

redes sociais, em 2013 os resultados serão ainda mais<br />

flagrantes, com impactos profundos no marketing e<br />

planeamento estratégico<br />

<strong>das</strong><br />

empresas<br />

51%<br />

<strong>das</strong> PME<br />

investem nas<br />

redes sociais<br />

para aumentar<br />

o volume de<br />

negócios<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />

PME VÃO INVESTIR MAIS<br />

EM REDES SOCIAIS<br />

De acordo com uma pesquisa<br />

da Deloitte, 51% <strong>das</strong> PME investem<br />

nas redes sociais para aumentar<br />

o volume de negócios. A<br />

tendência para investir mais nos<br />

negócios online e nas redes sociais<br />

para chegar ao consumidor<br />

final vai continuar em 2013.<br />

SAAS EM TODO O LADO<br />

O Software as a Service (SaaS) cresce e diversifica-se,<br />

é cada vez mais alargada a oferta de plataformas online<br />

com finalidades diversas. A Amazon, a Microsoft e a<br />

Google já estão a apostar neste tipo de serviço, feito<br />

em “nuvem”. Esta forma de negócio disponibiliza serviços<br />

online mediante valores mais baixos permitindo<br />

a muitas empresas o acesso a novas funcionalidades.<br />

BIG DATA<br />

A explosão de informação na Internet, em particular<br />

nas redes sociais, permite perceber que vai<br />

ser preciso lidar com um volume exponencial de<br />

dados em 2013. As redes sociais vão ser <strong>obrigatória</strong>s<br />

no marketing digital. Serão essenciais novas<br />

infraestruturas, maior largura de banda, bancos<br />

de dados e algoritmos.<br />

REDES SOCIAIS COMO FORMA DE<br />

SUGESTÃO DE COMPRA<br />

O uso de smartphones com GPS e os Likes do Facebook<br />

vão permitir desenvolver aplicações para sugestão<br />

de compras nos pontos de venda físicos. O objetivo <strong>das</strong><br />

aplicações é divulgar nas redes que se está a “gostar” de<br />

uma promoção ou a visitar uma loja. Em 2013, vão ser<br />

mais os comerciantes a desenvolver programas de fidelidade<br />

baseados nas<br />

redes sociais.


20 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />

Pagamentos <strong>das</strong> empresas com regras mais aperta<strong>das</strong><br />

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) pretende um controlo mais apertado dos salários e<br />

dos descontos pagos pelas empresas. O modelo 10 era entregue anualmente, mas agora as empresas<br />

terão de enviar todos os meses informação relativa ao pagamento de salários e descontos<br />

para a Segurança Social, bem como as retenções na fonte por parte dos trabalhadores por<br />

conta de outrem. O objetivo é detetar retenções indevi<strong>das</strong> dos descontos dos trabalhadores.<br />

Prémios literários, artísticos e científicos também terão de ser transmitidos ao fisco.<br />

CRÉDITO Y CAUCIÓN PREVÊ EM 2013<br />

Em 2013, haverá uma<br />

redução de 1,9% do<br />

PIB, aumento do<br />

desemprego e mais<br />

medi<strong>das</strong> de austeridade<br />

para combater o défice<br />

orçamental.<br />

Os setores mais<br />

expostos à crise são os<br />

da madeira, construção<br />

e móveis e utensílios e<br />

acessórios, ferro e aço,<br />

retalho, eletrónica e<br />

eletrodomésticos.<br />

Ainda assim, Portugal<br />

está pronto para um<br />

retorno de pleno<br />

direito aos mercados<br />

financeiros, após a<br />

expiração do programa<br />

do FMI.<br />

O último relatório publicado<br />

pela Crédito y Caución prevê<br />

que em 2013, em Portugal, irá<br />

haver uma redução do PIB de<br />

1,9%, acompanhado de um aumento<br />

do desemprego de quase<br />

dois pontos percentuais que<br />

ficará acima dos 17% e de mais<br />

medi<strong>das</strong> de austeridade para fazer<br />

frente ao défice orçamental, o<br />

que irá comprometer as perspetivas<br />

de um crescimento imediato.<br />

O consumo privado e a produção<br />

industrial continuarão a diminuir.<br />

A nota positiva é a previsão<br />

de crescimento <strong>das</strong> exportações<br />

portuguesas, acompanhada por<br />

uma melhoria competitiva de<br />

Portugal comparativamente a outros<br />

países da União Europeia.<br />

Como resultado da queda continuada<br />

no investimento, consumo<br />

e condições de emprego, bem<br />

como a dificuldade de acesso ao<br />

crédito bancário, o cenário continua<br />

muito negativo para muitas<br />

empresas. Os setores mais afetados<br />

pela crise são os da madeira,<br />

construção e móveis e utensílios<br />

e acessórios, ferro e aço, retalho,<br />

eletrónica e eletrodomésticos.<br />

Espera-se também que as insolvências<br />

empresariais aumentem<br />

cerca de 5% no próximo ano,<br />

num conjunto aproximado de<br />

6300 casos.<br />

O balanço de 2012<br />

De acordo com esta análise da<br />

seguradora de crédito líder no<br />

mercado ibérico e segunda em<br />

Portugal, a partir do segundo trimestre<br />

de 2012, a crise económica,<br />

até então relativamente suave<br />

em Portugal, acelerou-se devido<br />

à drástica diminuição da procura<br />

interna e ao efeito negativo <strong>das</strong><br />

pressões mundiais sobre o crescimento<br />

da exportação, resultando<br />

numa contração do PIB de 3,2%.<br />

Isto originou uma forte queda do<br />

consumo privado (-7,6%), do<br />

consumo público (-3,9%) e de<br />

investimento fixo (-18,7%). Apenas<br />

as exportações contribuíram<br />

positivamente, com um aumento<br />

de 4,3%.<br />

No terceiro trimestre, a economia<br />

contraiu 3,4%, princi-<br />

Governo reduz para um sexto penhora sobre ordenado<br />

O Governo decidiu reduzir a parcela que se pode retirar ao ordenado em caso de penhora. Até<br />

agora, era possível reter um terço do salário, passando para apenas 16,6%, ou seja, um sexto<br />

do salário. Esta decisão prende-se com o facto de a crise económica estar a penalizar fortemente<br />

as famílias. Uma outra alteração importante é que um banco deixa de poder congelar toda<br />

a conta do devedor. O que significa que só poderá penhorar o valor correspondente à dívida.<br />

Estas alterações integram as novas regras do processo civil.<br />

Menos crescimento e mais<br />

exportações em Portugal<br />

Prevê-se para 2013 um crescimento <strong>das</strong> exportações portuguesas, acompanhada por uma melhoria competitiva de Portugal comparativamente a outros países<br />

da União Europeia.<br />

palmente devido à redução significativa<br />

da contribuição <strong>das</strong><br />

exportações líqui<strong>das</strong>.<br />

A taxa de desemprego continua<br />

a subir, situando-se em 15,8%.<br />

Por outro lado, a inflação ainda<br />

está acima da média da UE,<br />

mas deverá diminuir para 2,9%<br />

no final de 2012 e para 1,3% em<br />

2013.<br />

A influência da “troika”<br />

No início de 2011, Portugal<br />

recebeu um pacote de resgate da<br />

“troika” de 78 mil milhões de euros.<br />

No geral, o país está a cumprir<br />

o compromisso com o programa,<br />

que termina em meados<br />

de 2014. Já muitas <strong>das</strong> distorções<br />

no mercado de trabalho foram<br />

aborda<strong>das</strong>, mas não aconteceu<br />

o mesmo em relação ao quadro<br />

competitivo, uma vez que as<br />

medi<strong>das</strong> toma<strong>das</strong> em relação a<br />

algumas indústrias dificultam o<br />

dinamismo da economia.<br />

O progresso real baseou-se<br />

em reformas fiscais estruturais<br />

da administração, <strong>das</strong> receitas e<br />

Insolvências<br />

empresariais vão<br />

aumentar cerca de 5%<br />

no próximo ano, num<br />

conjunto aproximado<br />

de 6300 casos<br />

Desemprego vai<br />

aumentar quase dois<br />

pontos percentuais<br />

ficando acima dos 17%<br />

da gestão <strong>das</strong> finanças públicas.<br />

Em termos gerais, o Governo<br />

cumpriu os termos do programa<br />

de resgate mas os rendimentos<br />

esperados não foram alcançados.<br />

Os números mostram uma diminuição<br />

de 2% na receita corrente,<br />

apesar do aumento de impostos.<br />

Consequentemente, o objetivo<br />

do défice fiscal relaxou, de 4,5%<br />

para 5% do PIB.<br />

Os bancos<br />

Os bancos portugueses receberam<br />

um financiamento de 60<br />

mil milhões de euros, a três anos,<br />

do BCE. Este fundo permitiu-<br />

-lhes financiar boa parte <strong>das</strong> suas<br />

necessidades e tem sido usado<br />

maioritariamente para comprar<br />

títulos do Governo, mas a exposição<br />

à dívida soberana continua<br />

a ser limitada.<br />

O apoio de capital do Governo<br />

permitiu que aos grandes bancos<br />

reforçassem os seus rácios de capital.<br />

A qualidade dos ativos é relativamente<br />

boa em comparação<br />

com outros países periféricos da<br />

UE, mas as restrições de crédito<br />

estão a aumentar e a prejudicar a<br />

atividade económica.<br />

Portugal reapareceu nos mercados<br />

cuidadosamente com uma<br />

troca de dívida bem-sucedida de<br />

3760 milhões, o que mostra que<br />

o país está pronto para um retorno<br />

de pleno direito aos mercados<br />

financeiros, após a expiração do<br />

programa do FMI.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 21<br />

Transações interbancárias atingem 11 mil milhões de euros<br />

Os bancos emprestaram 11 mil milhões de euros entre si, desde setembro até dezembro. O<br />

Banco de Portugal tornou a ativar o mercado monetário interbancário em Setembro, depois<br />

de mais de três anos em que se encontrou suspenso. Para o efeito foi criada pelo banco central<br />

uma plataforma para o registo e o processamento <strong>das</strong> operações. De salientar ainda que a reanimação<br />

do mercado monetário interbancário deverá ser por um período de tempo, portanto<br />

de caráter temporário.<br />

Aquisições<br />

de empresas<br />

visam reduzir<br />

redundâncias<br />

operacionais<br />

As aquisições de empresas têm<br />

sido comuns em vários setores da<br />

economia. Nos últimos seis anos,<br />

foram adquiri<strong>das</strong> mais de 2800<br />

empresas em Portugal, num crescimento<br />

de 63% e com a particularidade<br />

de muitas empresas<br />

jovens estarem envolvi<strong>das</strong> nestas<br />

operações, de acordo com o Barómetro<br />

Empresarial Informa<br />

D&B Portugal.<br />

Refere o estudo que um dos<br />

principais fatores para esta tendência<br />

é a procura de racionalização<br />

da produção, com o objetivo<br />

de produzir mais e melhor<br />

a um custo menor, eliminando<br />

a duplicidade <strong>das</strong> atividades e as<br />

redundâncias operacionais. Por<br />

outro lado, as empresas procuram<br />

o acesso a novos mercados<br />

consumidores e/ou o reforço da<br />

posição competitiva no seu setor<br />

de atuação, procurando, em<br />

muitos casos, assumir uma posição<br />

dominante ou procurando<br />

inovação.<br />

O barómetro chama a atenção<br />

para uma circunstância interessante,<br />

o facto de 21% <strong>das</strong> aquisições<br />

terem ocorrido sobre empresas<br />

com idade igual ou inferior a<br />

cinco anos. A distribuição setorial<br />

<strong>das</strong> aquisições é semelhante à<br />

do tecido empresarial.<br />

Assim, os serviços, o retalho<br />

e as indústrias transformadoras<br />

concentram mais de metade <strong>das</strong><br />

aquisições realiza<strong>das</strong> nos últimos<br />

seis anos. E as regiões do Norte e<br />

de Lisboa concentraram a quase<br />

totalidade <strong>das</strong> empresas adquiri<strong>das</strong>.<br />

Também é interessante verificar<br />

que as atividades financeiras<br />

e os grossistas concentraram mais<br />

aquisições do que o tecido nacional.<br />

Convém ainda notar que, ao<br />

longo de 2012, o número de<br />

constituições de empresas foi<br />

cerca de 14% inferior ao do ano<br />

anterior, tendo, por outro lado,<br />

crescido substancialmente o número<br />

de insolvências, em resultado<br />

da crise e <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> de<br />

austeridade implementa<strong>das</strong>.<br />

A descida do PIB<br />

e o aumento <strong>das</strong><br />

exportações, embora<br />

em menor intensidade<br />

do que em 2012, são<br />

duas <strong>das</strong> principais<br />

previsões do BPI<br />

para 2013. A taxa de<br />

inflação vai descer<br />

e a do desemprego<br />

aumentar para próximo<br />

dos 17%. Contudo,<br />

prevê-se que as bolsas<br />

ibéricas apresentem uma<br />

evolução positiva.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

As bolsas ibéricas possuem um<br />

“grande espaço de valorização,<br />

tendo em consideração um horizonte<br />

menos desanuviado” e “face<br />

às tendências do passado”.<br />

Na análise do BPI, o ano de<br />

2013 poderá representar a continuação<br />

de melhoria do desempenho<br />

dos índices do PSI 20 e IBEX<br />

35. No passado mês de junho de<br />

2012, “o PSI 20 chegou ao valor<br />

mínimo de 4372 pontos desde<br />

1996”, tendo recuperado até<br />

ao momento cerca de 24%. Por<br />

seu turno, “o IBEX 35 alcançou<br />

o mínimo de 5905 pontos desde<br />

2003 e valorizou-se 36%”. Esta<br />

valorização seguiu-se a um período<br />

em que “o mercado ibérico<br />

sofreu substancialmente com a<br />

crise da dívida soberana, não só<br />

com o resgate financeiro a Portugal,<br />

mas através da forte pressão<br />

para que Espanha seguisse caminho<br />

idêntico”. Paralelamente, o<br />

Market Research do FEP Finance<br />

Club ressalvou o facto de as obrigações<br />

do tesouro (OT) a 10 anos<br />

terem registado uma performance<br />

positiva ao caírem para níveis<br />

inferiores a 7%, o que aconteceu<br />

pela primeira vez desde o resgate<br />

financeiro a Portugal.<br />

Somague ganha obra em Moçambique<br />

Ouro estabiliza<br />

No campo <strong>das</strong> ‘commodities’,<br />

nos últimos dois meses, o preço<br />

do ouro tem variado entre 1670<br />

e 1795 dólares a onça troy, no<br />

sentido da estabilização. O BPI<br />

aponta que a Índia, “um dos principais<br />

importadores deste metal,<br />

com vista sobretudo à indústria<br />

joalheira, viu recentemente <strong>agrava</strong><strong>das</strong><br />

as taxas aduaneiras”, assim<br />

como “o banco central notificou<br />

os bancos comerciais de restrições<br />

ao financiamento de compra de<br />

ouro”.<br />

Contudo, esta quebra foi contrabalançada<br />

com “a maior procura<br />

da China” e, “no âmbito da<br />

política dos bancos centrais, o reforço<br />

<strong>das</strong> reservas dos bancos do<br />

Brasil e Cazaquistão”.<br />

Na agricultura, os preços dos<br />

principais cereais têm-se mantido<br />

baixos, “numa combinação<br />

de menor procura, preocupações<br />

macroeconómicas e perspetivas<br />

de boas colheitas para o próximo<br />

ano”, refere o documento, a que a<br />

VE teve acesso.<br />

No petróleo, assiste-se a uma<br />

ligeira subida dos preços, com o<br />

WTI no patamar dos 88 dólares,<br />

vindo dos 83; e do Brent nos 110<br />

dólares, vindo dos 105. Para além<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />

A Somague continua a reforçar a sua presença em território moçambicano.<br />

Obteve agora um contrato para a conceção e a construção<br />

de uma nova unidade hoteleira, na cidade de Maputo. O<br />

edifício terá uma área de construção de 2170 m2 e contará com oito pisos acima do nível do<br />

solo. A Somague Moçambique será ainda responsável pelo desenvolvimento do projeto e pela<br />

execução de arquitetura e especialidades.<br />

PREVISÕES DO BPI PARA 2013<br />

Bolsas ibéricas atrativas<br />

para investidores<br />

PREVISÕES ECONÓMICAS DO BPI<br />

PORTUGAL<br />

2011 2012 2013<br />

Consumo privado -3.8 -5.3 -2.5<br />

Consumo público -4.3 -4.4 -3.2<br />

Investimento -13.8 -15.5 -8.2<br />

Exportações 7.2 3.6 2.8<br />

Importações -5.9 -7.4 -2.7<br />

PIB -1.6 -3.0 -1.5<br />

Défice orçamental 4.4 5.0 4.5<br />

Def.Orç. s/ medi<strong>das</strong> extraordinárias 7.4 6.5 4.5<br />

Taxa de inflação média 3.7 2.7 1.8<br />

Taxa média desemprego 12.7 15.6 16.8<br />

Fonte: Banco BPI<br />

PSI 20 valorizou 24% e regista<br />

margem de crescimento<br />

ZONA EURO E EUA<br />

PIB Taxa de inflação (1)<br />

2011 2012 2013 2011 2012 2013<br />

EUA 1.7% 2.1% 1.7% 3.1% 2.0% 2.3%<br />

Zona Euro 1.5% -0.5% -0.3% 2.7% 2.6% 2.3%<br />

Portugal -1.7% -3.0% -1.5% 3.7% 2.7% 1.8%<br />

Fonte: Banco BPI. Nota (1) – Taxa de variação média.<br />

dos fatores geopolíticos, contribuem<br />

para esta subida “os dados<br />

económicos dos EUA e China,<br />

que indicam mais atividade económica”,<br />

para além de “estar a<br />

acontecer um evidente maior<br />

consumo de crude por parte da<br />

China”. Neste cenário, “prevê-se<br />

a manutenção de preços suportados”.<br />

O ano 2013<br />

poderá representar<br />

a continuação<br />

de melhoria<br />

do desempenho<br />

dos índices do PSI-20<br />

e IBEX 35


22 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />

Investidores mais confiantes em Portugal<br />

Os investidores estão mais confiantes em Portugal e na sua capacidade para pagar as respetivas<br />

dívi<strong>das</strong>, de acordo com um relatório da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários<br />

(CMVM). Uma prova disso mesmo é que se tem verificado uma descida continuada nas taxas<br />

de juro sobre a emissão de dívida pública de curto prazo. “De uma forma geral, existem<br />

sinais de uma maior confiança dos mercados relevantes em relação à situação da economia<br />

portuguesa”, adianta a entidade reguladora do mercado.<br />

Os empresários portugueses<br />

acreditam que a crise que se<br />

vive atualmente na Europa<br />

vai arrastar-se por mais uma<br />

geração, elegem Moçambique<br />

como o mercado com mais<br />

potencial e os setores do turismo<br />

e tecnológico como os mais<br />

interessantes para 2013. Estas<br />

são as principais conclusões<br />

do barómetro MARKETmeter<br />

da agência de comunicação<br />

pressmedia, depois do inquérito<br />

realizado a 200 empresas em<br />

Portugal Continental, entre 15<br />

de novembro e 15 de dezembro.<br />

“Seria essencial que o Governo apostasse<br />

na dinamização dos setores primário e secundário,<br />

alicerces, segundo o próprio, de<br />

uma economia com sustentabilidade futura”,<br />

salienta Eduardo Rangel, presidente do<br />

grupo Rangel.<br />

“Têm que se desenvolver projetos que<br />

orientem as empresas no sentido de se dedicarem<br />

e investirem em projetos industriais<br />

e agrícolas. Não haverá Europa sem emprego<br />

e não haverá emprego sem indústria e<br />

agricultura, setores praticamente destruídos<br />

nos últimos 20 anos”, acrescenta o mesmo<br />

empresário.<br />

Pedro Montalvão, presidente da Indaqua,<br />

diz que o negócio em 2012 sentiu uma<br />

retração apreciável no consumo, fruto do<br />

A grande maioria dos empresários<br />

inquiridos pelo barómetro<br />

MARKETmeter salienta que<br />

aperto orçamental <strong>das</strong> famílias, facto que só<br />

foi atenuado pelo crescimento do número<br />

de clientes e uma maior eficiência interna<br />

na gestão <strong>das</strong> operações da empresa.<br />

“Vamos, em 2013, prosseguir com a estratégia<br />

acertada da internacionalização,<br />

aproveitando os 20 anos de experiência no<br />

mercado interno”, reforça.<br />

Para António Balsinha, diretor-geral da<br />

Ascensores Enor, o mais importante é conseguir,<br />

através de medi<strong>das</strong> concretas de dinamização<br />

da economia e de criação de riqueza,<br />

estancar a dinâmica de crise instalada<br />

no país e na UE.<br />

“Portugal está a cumprir o melhor que<br />

pode o programa de ajustamento e cada vez<br />

lhe pedem ‘mais sangue’, isto é, mais impostos!<br />

A própria UE esteve muito recentemente<br />

a discutir medi<strong>das</strong> para baixar os<br />

fundos comunitários, quando o que precisava<br />

era incentivá-los. Isto é que custa aceitar!”,<br />

sublinha.<br />

Permanente adaptação<br />

e reorganização<br />

João Corga, presidente do Grupo Lufthafen,<br />

reconhece ter sido essencial terem<br />

enfrentado o ano que termina com força e<br />

determinação.<br />

“Apostamos na melhoria de processos, na<br />

expansão da rede de distribuição a nível nacional,<br />

na reinvenção de novos canais de comercialização,<br />

na formação e em estruturas<br />

que integrem a criação de parcerias estratégicas<br />

e consequente internacionalização”,<br />

salienta.<br />

Cláudia Gomes, diretora de marketing<br />

da Sika Portugal, vai mais longe e afirma<br />

a exportação para mercados<br />

extracomunitários será uma <strong>das</strong><br />

mais importantes apostas para as<br />

PME nacionais para conseguirem<br />

sobreviver e prosperar num ano<br />

que se adivinha particularmente<br />

complicado. De acordo com os<br />

empresários inquiridos, quando<br />

confrontados com a escolha de<br />

três mercados internacionais<br />

mais favoráveis para as empresas<br />

portuguesas, Moçambique lidera<br />

o ranking, com 160 referências,<br />

seguindo-se o Brasil (136), Angola<br />

(115), Colômbia (81) e o Peru<br />

(43).<br />

Turismo e tecnologias são setores<br />

preferenciais<br />

No inquérito solicitou-se também<br />

aos empresários que elegessem os<br />

3 setores com mais potencial de<br />

crescimento em 2013 e concluiu-<br />

-se que os setores do Turismo e<br />

Governo cria fundo para apoiar autarquias<br />

O Governo anunciou a criação de um fundo para apoiar as autarquias. Este fundo de apoio destina-se<br />

aos municípios que estão em <strong>dificuldades</strong> no que toca ao equilíbrio financeiro. A nova<br />

Lei <strong>das</strong> Finanças Locais prevê que as autarquias com um elevado nível de endividamento possam<br />

aceder a um fundo de resgate, através de um plano de redução da dívida e da entrada de um gestor<br />

solicitado para o efeito por parte do fundo em causa. Este fundo será sustentado pelos municípios,<br />

por via do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).<br />

MARKETMETER – BARÓMETRO PRESSMEDIA 2012<br />

Crise europeia vai continuar<br />

por mais uma geração<br />

O sucesso para 2013 assentará em consolidar a quota de mercado a nível interno, intensificar a<br />

presença em mercados extracomunitários e diversificar as áreas de atuação.<br />

que “os tempos de crise são propícios para<br />

o surgimento de novas oportunidades de<br />

negócio”. Para Diogo Teixeira, da administração<br />

do Grupo LFM, este período exigiu<br />

uma permanente adaptação e reorganização<br />

<strong>das</strong> estruturas da empresa ao mercado. “Os<br />

níveis de exigência aumentaram e o esforço<br />

por parte de profissionais e organizações<br />

também aumentou”, esclarece.<br />

Consolidar, intensificar e diversificar<br />

Consolidar, intensificar e diversificar se-<br />

<strong>das</strong> Tecnologias (170 e 165 <strong>das</strong><br />

referências, respetivamente) são os<br />

preferidos, seguidos pelos setores<br />

do Ambiente (118), da Agricultura<br />

(80) e da Indústria (40).<br />

O que fica de 2012: um ano<br />

de muitos desafios<br />

Para os empresários contactados<br />

pela pressmedia, 2012 foi um ano<br />

de muitos desafios, principalmente<br />

devido à quebra de consumo, ao<br />

aumento da carga fiscal e ao clima<br />

generalizado de pessimismo.<br />

A maioria dos inquiridos para<br />

o barómetro salienta que foi<br />

necessário estar bem atento<br />

às mudanças dos cenários<br />

económicos em Portugal e<br />

na Europa e, acima de tudo,<br />

conseguir, em tempo-recorde,<br />

rão os fatores críticos de sucesso necessários<br />

para suportar a sustentabilidade e o crescimento<br />

<strong>das</strong> PME portuguesas em 2013, face<br />

à mais que provável quebra de consumo a<br />

nível interno para o próximo ano, resultante,<br />

principalmente, do aumento da carga<br />

fiscal e da redução dos salários.<br />

Para cerca de 80% dos inquiridos, o sucesso<br />

para 2013 assentará em três fatores:<br />

consolidar a quota de mercado a nível interno,<br />

intensificar a presença em mercados<br />

extracomunitários e diversificar as áreas de<br />

atuação.<br />

Empresários elegem Moçambique como mercado preferencial<br />

PRINCIPAIS MERCADOS E SETORES DE APOSTA<br />

PARA 2013 – TOP 5<br />

adaptar-se a esta nova realidade.<br />

Mesmo com uma conjuntura<br />

complicada e sem melhorias<br />

conjeturais à vista, empresários<br />

como João Corga, presidente do<br />

Grupo Lufthafen, salientaram<br />

ao MARKETmeter que o mais<br />

importante foi não baixar os<br />

braços.<br />

O estudo efetuado pela agência<br />

de comunicação pressmedia,<br />

com base na consulta a 200<br />

empresários que atuam em<br />

vários setores de atividade, desde<br />

turismo, construção e engenharia,<br />

mercados financeiros, águas e<br />

ambiente, agricultura, automóvel,<br />

transporte e logística, fotografia,<br />

alimentação e bebi<strong>das</strong>, educação,<br />

retalho e distribuição, indústria,<br />

tecnologia e mobiliário.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 23<br />

Mais de seis mil estudantes no concurso<br />

Fly Your Ideas da Airbus<br />

Mais de seis mil estudantes, de mais de 100 nacionalidades diferentes,<br />

inscreveram-se no concurso Fly Your Ideas 2013, concurso<br />

universitário internacional organizado pelo líder de fabrico de<br />

aviões Airbus. O objetivo do concurso é obter uma indústria de<br />

aviação mais sustentável para o futuro.<br />

COMISSÃO DA AGRICULTURA DO PARLAMENTO EUROPEU VOTA ESTE MÊS COMPROMISSO SOBRE O SETOR<br />

Portugal quer retomar em 2015<br />

produção de beterraba para produção de açúcar<br />

Depois da liquidação,<br />

em 2007, da produção<br />

de beterraba para<br />

produção de açúcar no<br />

país, há movimentações<br />

políticas em Portugal e<br />

no Parlamento Europeu,<br />

e ao nível industrial e<br />

dos próprios produtores,<br />

no sentido de aproveitar<br />

a reforma da Política<br />

Agrícola Comum (PAC)<br />

para exigir o retomar<br />

dos apoios financeiros à<br />

atividade em Portugal a<br />

partir de 2015.<br />

A DAI, refinadora de<br />

Coruche, diz-se disposta<br />

a fazer as necessárias<br />

mudanças tecnológicas<br />

na sua fábrica e há cerca<br />

de mil produtores do<br />

Ribatejo e Alentejo<br />

aptos a produzirem para<br />

a indústria, aproveitando<br />

as novas áreas de regadio<br />

do Alqueva. “Há um<br />

interesse enormíssimo”<br />

no setor, garantem.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

“Havendo, como há, interesse<br />

dos produtores, a nossa posição<br />

é favorável ao regresso a uma<br />

quota de beterraba sacarina”,<br />

disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” José<br />

Cabrita, presidente da DAI, detida<br />

a 71,1% pelo grupo açucareiro<br />

italiano SPIR e que, a par<br />

da RAR (com sede no Porto) e<br />

da Tate & Lyle (Santa Iria da<br />

Azóia, Loures), é uma <strong>das</strong> três<br />

refinadoras de açúcar em Portugal,<br />

to<strong>das</strong> empregando cerca de<br />

600 pessoas.<br />

Fundada em 1993, com capacidade<br />

de refinação de 250<br />

mil tonela<strong>das</strong>/ano, a DAI é a<br />

única fábrica portuguesa que<br />

já operou na refinação de beterraba<br />

(entre 1997 e 2008).<br />

A RAR e a Tate & Lyle, apesar<br />

dos constrangimentos da<br />

indústria refinadora de açúcar<br />

na Europa por falta de matéria-<br />

-prima – estarão a laborar a<br />

60% da capacidade instalada –,<br />

não quererão mudar a fonte de<br />

abastecimento.<br />

A DAI é, pois, a única predisposta<br />

a reinvestir, querendo,<br />

se possível, manter também a<br />

refinação de ramas de cana. Em<br />

1997 e nos anos seguintes chegou<br />

a sustentar cerca de 2000<br />

postos de trabalho diretos e<br />

indiretos e a receber beterraba<br />

sacarina de cerca de 1000 produtores<br />

do Alentejo e Ribatejo<br />

ligados a uma área de cultivo<br />

próxima dos 8000 hectares.<br />

Porém, com as sucessivas<br />

orientações da Política Agrícola<br />

Comum (PAC), as quotas de<br />

produção de açúcar de beterraba<br />

baixaram para Portugal,<br />

também pela mão do então<br />

ministro da Agricultura Jaime<br />

Silva, que aceitou a imposição<br />

da Comissão Europeia de uma<br />

redução da quota, em 2007,<br />

<strong>das</strong> 70 mil tonela<strong>das</strong> para 34<br />

mil e, em 2008, para 15 mil<br />

tonela<strong>das</strong>.<br />

“Fomos obrigados a abandonar<br />

a produção de beterraba<br />

porque o ministro Jaime Silva<br />

BETERRABA<br />

Na UE há 106 fábricas<br />

de refinação de beterraba<br />

PRODUTORES<br />

Na UE há 106 mil produtores<br />

e 18 países com quota<br />

de beterraba<br />

“Cabe em primeira mão aos privados avaliar a capacidade competitiva e a<br />

sustentabilidade” do regresso à produção e refinação de beterraba sacarina em<br />

Portugal, disse José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura,<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

com a sua capacidade para negociar<br />

nos levou a isto”, disse,<br />

em tom zangado e irónico, à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o presidente<br />

da Anprobe - Associação<br />

Nacional de Produtores de Beterraba.<br />

Quotas de produção<br />

de beterraba podem ser<br />

prolonga<strong>das</strong> até 2020<br />

Com este abandono, a DAI<br />

gastou, com subsídios de Bruxelas,<br />

cerca de 12 milhões de<br />

euros na reconversão da fábrica<br />

para a refinação de ramas de<br />

cana, tendo os produtores que a<br />

forneciam recebido mais de seis<br />

milhões de euros para reconverterem<br />

as suas terras.<br />

Hoje, se voltar à beterraba,<br />

a reconversão da fábrica custará<br />

à DAI “cerca de 30 milhões<br />

de euros”, adianta o presidente,<br />

mostrando-se otimista quanto<br />

às aju<strong>das</strong> de Bruxelas. “Estamos<br />

na expectativa de que o investimento<br />

possa ser apoiado”, até<br />

Spinerg é a nova associada da Apetro<br />

A Spinerg passou a integrar o conjunto <strong>das</strong> companhias associa<strong>das</strong><br />

setoriais da Apetro. A Spinerg opera no mercado de<br />

lubrificantes como macrodistribuidor dos produtos Shell para<br />

Portugal, tem uma identidade e capitais totalmente portugueses,<br />

posicionando-se como uma empresa nacional, profissional<br />

e dinâmica.<br />

porque representará “uma oportunidade<br />

única para acrescentar<br />

valor à nossa agricultura”, disse<br />

José Cabrita à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

Chegados a 2013, a União<br />

Europeia enfrenta, agora em janeiro,<br />

no âmbito da reforma da<br />

PAC e do relatório sobre a Organização<br />

Comum dos Mercados<br />

(OCM) da responsabilidade<br />

do deputado francês Michel<br />

Dantin, votações importantes<br />

no setor do açúcar.<br />

Em declarações à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

Maria do Céu Patrão<br />

Neves, que já em novembro<br />

promovera um workshop em<br />

Bruxelas sobre o tema, explicou<br />

que o Parlamento Europeu<br />

chegou a um compromisso<br />

em dezembro, que será votado<br />

na Comissão da Agricultura<br />

na próxima sessão de 23 a 24<br />

de janeiro. E um dos pontos<br />

prevê que o sistema de quotas<br />

para os produtores de beterraba<br />

(anunciado para terminar em<br />

2015 desde a última reforma<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

MAMAOT<br />

apoia regresso<br />

à beterraba<br />

O Ministério da Agricultura<br />

(MAMAOT) apoiará um<br />

regresso à produção<br />

beterrabeira em Portugal se,<br />

em simultâneo, se verificarem<br />

quatro fatores: “continuidade<br />

<strong>das</strong> quotas (beterraba sacarina)<br />

para além de 2015, atribuição<br />

[pela UE] de quota (beterraba)<br />

para Portugal, existência de<br />

capacidade industrial para<br />

transformação da beterraba e<br />

viabilidade/competitividade da<br />

atividade”, explicou à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” o secretário de<br />

Estado Agricultura, José Diogo<br />

Albuquerque.<br />

Frisando que o MAMAOT<br />

não defende “nenhum setor<br />

em particular”, o governante<br />

advertiu que “cabe em primeira<br />

mão aos privados avaliar a<br />

capacidade competitiva e<br />

a sustentabilidade de uma<br />

produção agroindustrial que<br />

se desmantelou num passado<br />

recente”.<br />

Explicando que Portugal<br />

defende a “necessidade<br />

de equilíbrio do setor,<br />

tendo em conta a evolução<br />

da realidade do mercado<br />

nacional e internacional e<br />

dos subsetores beterrabeiro<br />

e refinador”, o secretário<br />

de Estado garantiu nas<br />

negociações do futuro da PAC<br />

que o MAMAOT “defendeu<br />

a atribuição de quota de<br />

produção de beterraba para<br />

Portugal caso o regime não<br />

seja desmantelado na data<br />

prevista”. Ao mesmo tempo,<br />

tem também “defendido<br />

o acesso privilegiado dos<br />

refinadores de cana de açúcar<br />

aos contingentes preferenciais<br />

de importação, de modo a<br />

garantir o abastecimento<br />

regular do mercado”.<br />

do setor, em 2006) seja prolongado<br />

até ao fim da campanha<br />

de 2019-2020, sendo que o<br />

preço mínimo para a quota da<br />

beterraba seria de 26,29 euros/<br />

tonelada até ao fim dessa campanha.<br />

A eurodeputada portuguesa<br />

dirigiu, aliás, “uma pergunta escrita<br />

prioritária à Comissão para<br />

averiguar da possibilidade de<br />

atribuição de quota a Portugal,<br />

ainda antes de 2015, no valor de<br />

100 mil tonela<strong>das</strong>”.


24 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

Profi tecla de Braga estabelece parceria<br />

com Hotel Mélia<br />

A Escola Profi ssional Profi tecla de Braga celebrou recentemente um protocolo<br />

de parceria com o Hotel Mélia Braga, com o objetivo de proporcionar<br />

aos alunos da Profi tecla um melhor e maior complemento prático<br />

na sua formação que passam a dispor uma maior vertente prática.<br />

JOSÉ AUGUSTO SILVA, ADMINISTRADOR DA SEARA.COM, CONSIDERA<br />

Empresas apostam cada vez mais<br />

nos canais digitais<br />

“O que temos vindo a sentir<br />

por parte dos clientes não é uma<br />

menor aposta nos canais digitais,<br />

pelo contrário, os canais digitais<br />

do ponto de vista de comunicação,<br />

relacionamento e venda, são<br />

canais mais baratos e de superior<br />

penetração nos públicos-alvo do<br />

que os canais tradicionais”, afi rma<br />

José Augusto Silva, administrador<br />

da Seara.com. Já quanto às redes<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Quais são os setores<br />

em que a Seara está a apostar?<br />

José Augusto Silva - A seara.com teve<br />

a sua origem há 12 anos, com a aposta<br />

na criação de websites para as empresas e<br />

marcas, necessidade surgida com o nascimento<br />

do mundo digital.<br />

Com a evolução e surgimento de novas<br />

plataformas de comunicação e relacionamento,<br />

o ecossistema da presença digital<br />

coloca outras necessidades e desafi os às<br />

empresas e marcas, pelo que temos vindo<br />

a manter a visão de “Digital Agency”.<br />

COMECE 2013 A APRENDER A GERIR<br />

AS SUAS FINANÇAS PESSOAIS!<br />

DESCUBRA COMO ATINGIR TODOS OS SEUS OBJETIVOS FINANCEIROS<br />

– Livre-se da sua dívida.<br />

– Aprenda a controlar os seus gastos.<br />

– Compreenda como pagar a si próprio primeiro.<br />

– Saiba porque os lucros são melhores que os salários.<br />

– Conheça e utilize a fórmula que Einstein classificou como a mais poderosa<br />

do universo.<br />

– Coloque o dinheiro a trabalhar para si.<br />

– Perceba como pode criar várias fontes de rendimento.<br />

BRAGA<br />

8 de janeiro<br />

PORTO<br />

ALBUFEIRA<br />

9 de janeiro LEIRIA<br />

17 de janeiro<br />

AVEIRO<br />

10 de janeiro<br />

15 de janeiro LISBOA<br />

16 de janeiro<br />

ORADOR<br />

Autor do best-seller “O Livro<br />

Secreto <strong>das</strong> Ven<strong>das</strong> – O Mapa<br />

Mental dos Super Comerciais<br />

Desvendados”.<br />

Pedidos de informação e pré-inscrição para:<br />

Grupo Editorial <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> (Patrícia Flores)<br />

e-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

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<strong>Económica</strong>: 54 G<br />

<strong>Vida</strong><strong>Económica</strong><br />

The Lisbon MBA com novo diretor executivo<br />

Nuno Couceiro é o novo diretor executivo<br />

do The Lisbon MBA. Na sua nova<br />

posição, será responsável por promover o<br />

crescimento deste MBA, a nível nacional<br />

e internacional. Nuno Couceiro sucede a<br />

Belén Vicente.<br />

Desta forma, hoje apostamos em serviços<br />

de criação e gestão de presenças Web,<br />

Mobile, Social Media, Web Marketing e<br />

Produção e Gestão de Conteúdos Digitais.<br />

VE - De que forma a atual conjuntura<br />

infl uencia a estratégia da empresa e<br />

condiciona os investimentos dos clientes?<br />

JAS - Diria que é impossível não sermos<br />

todos afetados pela atual conjuntura.<br />

O que temos vindo a sentir por parte dos<br />

clientes não é uma menor aposta nos canais<br />

digitais. Pelo contrário, os canais digitais<br />

do ponto de vista de comunicação,<br />

relacionamento e venda são canais mais<br />

baratos e de superior penetração nos públicos-alvo<br />

do que os canais tradicionais.<br />

Temos vindo a verifi car é a uma maior<br />

racionalização dos seus investimentos e<br />

períodos de decisão mais prolongados no<br />

tempo.<br />

VE - Como é que as empresas podem<br />

diminuir os riscos dos investimentos<br />

em TI e melhorar o retorno?<br />

JAS - Numa empresa, os investimentos<br />

em TI devem seguir um método semelhante<br />

aos restantes, de acordo com o<br />

modelo de apoio à decisão em vigor nas<br />

organizações.<br />

A razão dos investimentos em TI,<br />

como quaisquer outros, deve obedecer<br />

a um ou vários propósitos (melhoria de<br />

processos, melhoria de produtividade,<br />

diminuição de custos, custos de oportunidade,<br />

etc…). Assim, é imperativo que<br />

as empresas listem e valorizem quantitativamente<br />

quais os objetivos esperados<br />

em fase de pré-projeto, de forma a que,<br />

posteriormente, consigam avaliar os resultados<br />

e compará-los com o esperado.<br />

A diminuição do risco passa por, na<br />

análise de requisitos vs. fornecedores,<br />

haver uma clara defi nição de âmbito<br />

funcional, de forma a que sejam transparentes<br />

para todos os “stakeholders” os<br />

objetivos a atingir.<br />

Por outro lado o planeamento de atividades<br />

e recursos deve ser validado e<br />

acompanhado muito de perto, por toda<br />

a equipa, de forma a que se possam antecipar<br />

eventuais riscos de cumprimento.<br />

VE - A tendência aponta mais para<br />

soluções de arquitetura aberta ou soluções<br />

geri<strong>das</strong> apenas por um fornecedor?<br />

JAS - Penso que, quando falamos em<br />

soluções abertas, estamos a falar de soluções<br />

com ou sem custos de licenciamento<br />

e/ou soluções com acesso ao código fonte<br />

e que permitem a evolução por via de desenvolvimentos<br />

incrementais.<br />

Obviamente que soluções sem custos<br />

de licenciamento são normalmente mais<br />

apelativas, pois eliminam uma barreira<br />

“Temos vindo a manter a visão de ‘Digital<br />

Agency’”, afi rma José Augusto Silva.<br />

de entrada ou de continuidade: o custo<br />

de instalação / licenciamento anual, mas<br />

tudo depende da criticidade e dimensão<br />

dos processos de negócio que é necessários<br />

informatizar. Pensamos que ambas as<br />

soluções têm o seu espaço e depende do<br />

conforto e estratégia de cada cliente, mas,<br />

hoje em dia, o processo de decisão está<br />

facilitado, dado que em ambos os casos,<br />

Portugal possui competências profi ssionais<br />

e tecido empresarial para suportar<br />

e evoluir qualquer uma <strong>das</strong> arquiteturas.<br />

Acresce o facto, de hoje em dia, ser perfeitamente<br />

possível coabitarem e interagirem<br />

soluções de ambas as géneses.<br />

VE - Que impacto têm as redes sociais<br />

e que desafi os colocam aos clientes?<br />

JAS - As redes sociais permitem que as<br />

empresas estejam mais próximas dos seus<br />

clientes, como nunca antes tinha sido<br />

possível. Permitem-lhes falar diretamente<br />

com o seu público e, no fundo, criar laços<br />

e formar uma comunidade em seu redor.<br />

Esta proximidade ajuda-as a perceber as<br />

reações imediatas dos seus clientes em relação<br />

a novidades, produtos e/ou serviços,<br />

dando-lhes um espaço precioso de resposta.<br />

No entanto, traz também grandes desafi<br />

os: como estar presente, como interagir,<br />

como gerir comentários menos simpáticos<br />

ou clientes insatisfeitos? Em Portugal,<br />

muitas empresas lidam ainda com este<br />

dilema e não sabem como avançar, mas<br />

é preciso ter em conta que, estejamos<br />

presentes ou não, estarão, muito provavelmente,<br />

a falar sobre nós — a decisão,<br />

no limite, passa por fazer ou não parte da<br />

conversa.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 25<br />

Curso de Empreendedorismo em Leiria<br />

A ANJE promove, a partir de amanhã, no Campus 5 DO IPL -<br />

Instituto Politécnico de Leiria, o curso “Empreendedorismo - da<br />

ideia ao negócio”. Trata-se de uma introdução geral à temática do<br />

empreendedorismo, que visa dotar os formandos de know-how, espírito<br />

crítico e capacidade de análise em matéria de criação, gestão e<br />

internacionalização de empresas.<br />

Qualificação de empreendedores no setor segurador<br />

Qualificar empreendedores que procuram novas oportunidades no<br />

setor segurador é o objetivo do curso de Agentes, Corretores de Seguros<br />

e Mediadores de Resseguros, promovido pela ANJE, a partir<br />

do próximo dia 29 de janeiro, no Porto. A ação formativa é promovida<br />

em parceria com a Formadapt, uma entidade homologada pelo<br />

Instituto de Seguros de Portugal.<br />

ANJE reforça aposta na formação<br />

para apoiar a competitividade <strong>das</strong> PME<br />

PROGRAMAS PERSONALIZADOS, PÓS-GRADUAÇÕES E MASTERS EM VENDAS SÃO ALGUNS DOS DESTAQUES DE 2013<br />

As empresas, as suas pessoas e as<br />

suas competências são as prioridades<br />

formativas da ANJE – Associação<br />

Nacional de Jovens Empresários.<br />

Centrada no desenvolvimento<br />

da postura empreendedora, da qualidade<br />

da gestão e da eficácia da força<br />

de trabalho, a associação propõe,<br />

em 2013, um completo programa<br />

de formação, que vai da preparação<br />

avançada de dirigentes e altos quadros<br />

ao reforço da qualificação dos<br />

colaboradores, dando assim uma<br />

resposta integrada às necessidades<br />

empresariais. Pós-graduações, masters,<br />

seminários, programas de formação-ação<br />

e ainda ofertas formativas<br />

desenha<strong>das</strong> à medida compõem<br />

os principais destaques de 2013.<br />

O Programa Formação-PME,<br />

que arrancou ainda em 2012,<br />

é uma <strong>das</strong> propostas que desde<br />

logo se destacam por todo o valor<br />

e apoio que proporciona às empresas<br />

(ver notícia lateral). De resto,<br />

convicta de que urge fomentar<br />

o empreendedorismo qualificado<br />

no nosso país e reforçar as competências<br />

dos empresários oriundos<br />

de áreas específicas de conhecimento,<br />

a ANJE tem vindo<br />

também a concentrar atenções no<br />

campo dos programas avançados.<br />

Nesta categoria premium de formação,<br />

são desenvolvidos cursos<br />

de Gestão, Marketing, Liderança<br />

e Ven<strong>das</strong>.<br />

Em 2013, destacar-se-ão a este<br />

nível a 3ª Edição da Pós-Graduação<br />

em Gestão, a 6ª Edição do<br />

TIL – Treino Intensivo de Liderança<br />

(que decorre em ambiente<br />

militar) e um conjunto de Masters<br />

em Gestão da Força de Ven<strong>das</strong>,<br />

que uma vez frequentados<br />

na sua totalidade concedem aos<br />

formandos o diploma de pós-<br />

-graduação.<br />

Ao nível da formação contínua<br />

a ANJE continuará a apostar em<br />

cursos intensivos, seminários e<br />

outros formatos de curta duração,<br />

em áreas tão diversas como<br />

Empreendedorismo, Estratégia<br />

e Gestão Empresarial, Gestão de<br />

Pessoas e Desenvolvimento de<br />

Competências Pessoais, Eventos<br />

e Comunicação Empresarial,<br />

Marketing, Mercados e Internacionalização,<br />

Gestão de Clientes<br />

e Ven<strong>das</strong>, Inovação e Novas Tecnologias.<br />

3ª Edição da Pós-graduação em Gestão<br />

A Pós-graduação em Gestão ANJE é um dos<br />

primeiros programas avançados levados a cabo pela<br />

instituição em 2013. O curso distingue-se pela<br />

abordagem prática do conjunto de disciplinas que<br />

compõem as competências essenciais de um bom<br />

gestor e pela constante adaptação dessas disciplinas<br />

ao quotidiano empresarial. A cátedra universitária é<br />

literalmente substituída pelas cadeiras do Centro de<br />

Formação Empresarial da ANJE, espaço da Cidade<br />

Invicta onde decorre a formação.<br />

A associação aplica, deste modo, o seu<br />

No campo da qualificação, a<br />

ANJE continuará a promover a<br />

Formação Modular Certificada,<br />

agora também dirigida a licenciados<br />

em comprovada situação de<br />

desemprego, e prosseguirá com o<br />

curso de Aprendizagem de Técnico<br />

Comercial - uma oferta com<br />

dupla certificação: escolar, porque<br />

comprovado “know-how” e a sua longa experiência<br />

ao serviço da formação do capital humano <strong>das</strong><br />

nossas empresas numa pós-graduação concebida à<br />

medida de empresários, administradores, gerentes<br />

e quadros empresariais. Recorrendo a uma<br />

metodologia ativa, a formação parte da exploração<br />

de situações reais da gestão e ambiciona<br />

reforçar os conhecimentos dos formandos através<br />

de exercícios práticos, simulações, visitas<br />

profissionais, conferências, seminários, debates,<br />

entre outras iniciativas fora da caixa.<br />

dá equivalência ao 12º ano, e profissional,<br />

uma vez que 40% <strong>das</strong><br />

horas programa<strong>das</strong> correspondem<br />

a um estágio numa empresa.<br />

Independentemente da tipologia<br />

de formação, do nível formativo<br />

ou dos destinatários, todos<br />

os programas são gizados pormenorizadamente,<br />

marcando a<br />

diferença pela novidade e eficácia<br />

dos métodos pedagógicos utilizados,<br />

bem como pela atualidade e<br />

pertinência dos temas, conteúdos<br />

e abordagens. A constante evolução<br />

dos mercados nacionais e<br />

internacionais e os desafios que<br />

quotidianamente se impõem às<br />

empresas em consequência dessa<br />

mesma evolução constituem<br />

a linha orientadora da formação<br />

ANJE. Uma formação que se diferencia<br />

também pela qualidade e<br />

notoriedade dos parceiros que a<br />

ela se associam. Informações adicionais<br />

no site www.anje.pt/foco.<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE<br />

Formação<br />

e consultoria:<br />

apoio financiado<br />

para PME<br />

Reforçar as competências dos<br />

recursos humanos e melhorar os<br />

processos de gestão <strong>das</strong> micro,<br />

pequenas e médias empresas é o<br />

objetivo do Programa Formação<br />

PME. Tudo isto num regime de<br />

formação-ação, com intervenção<br />

de um conjunto de consultores<br />

e formadores empresariais, que<br />

pretendem também contribuir<br />

para o reforço <strong>das</strong> vantagens<br />

competitivas <strong>das</strong> PME, o crescimento<br />

dos seus negócios e a<br />

implementação de boas práticas.<br />

Experiente nesta tipologia de<br />

programas, a ANJE – Associação<br />

Nacional de Jovens Empresários<br />

começou já a apoiar empresas <strong>das</strong><br />

regiões do Norte, do Alentejo e<br />

do Algarve.<br />

No âmbito da Formação PME,<br />

até fevereiro de 2014, a associação<br />

desenvolverá um vasto conjunto<br />

de ações, envolvendo um<br />

total de 8368 horas de formação<br />

e 7210 horas de consultoria especializada.<br />

Ambas as modalidades<br />

de intervenção implicam apoio<br />

no diagnóstico de gestão e na elaboração<br />

de um plano de desenvolvimento<br />

da empresa, sendo<br />

que a componente formativa é<br />

viável para colaboradores e gestores.<br />

Enquanto programa de formação-ação,<br />

o Formação PME<br />

acarreta então para as empresas<br />

um conjunto de benefícios que<br />

vai muito além do reforço <strong>das</strong><br />

qualificações dos seus recursos.<br />

O plano estratégico de desenvolvimento,<br />

concebido à medida<br />

de cada empresa, inclui ações de<br />

assistência e consultoria que não<br />

se circunscrevem a meros serviços<br />

formais de apoio.<br />

Conhecedores da realidade<br />

empresarial, os consultores especializados<br />

do programa acabam<br />

por aconselhar e orientar a atividade<br />

do empresário, facilitando<br />

o desenvolvimento de estratégias<br />

e a resolução de problemas associados<br />

à gestão do negócio.


26 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares<br />

Insolvências atingiram recorde no ano passado<br />

Portugal atingiu um novo recorde de insolvências, no ano passado. O número foi de quase<br />

19 mil, entre empresas e particulares, o que se traduziu num acréscimo de 62%, face ao ano<br />

anterior. Foram declara<strong>das</strong> 52 insolvências por dia. No que respeitou às empresas, o volume<br />

de falências cresceu 41%, com o setor do comércio a liderar. O maior número de insolvências<br />

respeitou aos particulares. O crédito malparado tem registado um aumento substancial, o que<br />

traduz as <strong>dificuldades</strong> por que estão a passar as empresas e os particulares.<br />

REFLEXÕES SOBRE<br />

EMPRESAS FAMILIARES<br />

Os líderes de uma organização são<br />

constantemente confrontados com um<br />

dilema relativamente ao seu negócio:<br />

apostar em estratégias de curto prazo ou<br />

de maior longevidade. Sendo qualquer<br />

uma delas defensável, e em muitos casos<br />

complementares, pois não se chega ao futuro<br />

num único salto, a existência de uma<br />

visão clara, devidamente partilhada e implementada<br />

é um grande suporte para a<br />

continuidade duma entidade.<br />

Esta visão de longo prazo é uma caraterística<br />

reconhecida e muito presente nos<br />

líderes <strong>das</strong> empresas familiares.<br />

É ela que, ao marcar um rumo, permite<br />

que se caminhe com objetivos claros;<br />

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA<br />

<br />

<br />

<br />

PUB<br />

Terra d’Alter apresenta gama “premium”<br />

A empresa Terra d’Alter apresentou os seus últimos vinhos, num evento<br />

que decorreu no hotel The Yeatman, em Vila Nova de Gaia. Este<br />

produtor do Alto Alentejo deu a conhecer três referências da gama<br />

superior: na gama premium, Outeiro 2010 (PVP J22) e Telhas Tinto<br />

2009 (PVP J22), bem como o D’Alter Reserva Tinto 2010 (J9). A<br />

apresentação contou com a presença do enólogo Peter Bright.<br />

A visão de longo prazo na empresa familiar<br />

que imprime uma paixão e ligação única<br />

à empresa; que leva a não se ceder a<br />

muitas e por vezes irresistíveis tentações<br />

de ganhos imediatos; em suma, que ajuda<br />

a suportar a ideia de sobrevivência contínua<br />

e, no caso especial dos negócios familiares,<br />

nas mãos da família por muitas<br />

gerações.<br />

Temas para reflexão:<br />

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<br />

Larus premiada na Bienal<br />

Ibero-Americana de Design<br />

As Pistas Check-Up permitem aos utentes monitorizar o seu estado de saúde e, ao mesmo tempo,<br />

promover um estilo de vida saudável.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

A empresa portuguesa Larus Design recebeu<br />

recentemente, em Madrid, um galardão<br />

atribuído na Bienal Ibero-Americana<br />

de Design, pelo trabalho desenvolvido<br />

em torno do conceito designado “Pistas<br />

Check-Up”.<br />

Criado e patenteado pela também portuguesa<br />

Iberia Advanced Healthcare, este<br />

conceito permite ao seu utilizador monitorizar<br />

em espaços públicos “o seu estado<br />

de saúde, sensibilizando-o para comportamentos<br />

saudáveis e promovendo o seu<br />

encaminhamento para as especialidades<br />

médicas de que carece”, disse à VE Pedro<br />

Martins Pereira, CEO da Larus.<br />

Assim, a distinção atribuída à Pista<br />

Check-Up “significa o reconhecimento do<br />

interesse desta nova solução na defesa do<br />

bem público, sensibilizando a população<br />

para a necessidade de se dedicarem à autoavaliação<br />

do seu estado de saúde”, prosseguiu.<br />

Esta é uma forma de complementar<br />

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares<br />

e elaboração de Protocolos Familiares<br />

Santiago – Porto www.efconsulting.es<br />

o Serviço Nacional de Saúde, “permitindo<br />

ganhos com o significado de economias<br />

para a nossa sociedade coletiva”.<br />

Ao mesmo tempo, o prémio “constituirá<br />

igualmente uma promoção deste equipamento<br />

em todo o universo ibero-americano”.<br />

Recorde-se que, em Portugal, está já<br />

em funcionamento uma unidade-piloto<br />

<strong>das</strong> Pistas Check-Up na Guarda, estando<br />

prevista para breve a abertura de outras<br />

unidades em vários pontos do país.<br />

O galardão representa ainda, segundo<br />

Pedro Martins Pereira, mais um passo na<br />

internacionalização da Larus. A empresa<br />

“tem-se internacionalizado”, procurando<br />

desta forma “afirmar-se em diferentes mercados”.<br />

Para tanto, conta com “o domínio de<br />

uma diversificada quantidade de tecnologias,<br />

a sua disponibilidade e qualidade em<br />

inovação, a sua vocação para reconhecer e<br />

valorizar diferentes culturas e o seu estreito<br />

relacionamento com grandes autores e<br />

cientistas”.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 27<br />

ASSOCIATIVISMO<br />

AMALIO DE MARICHALAR NA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MANAGEMENT<br />

Sustentabilidade deve<br />

ser a prioridade dos gestores<br />

As empresas devem assumir o leme da<br />

sustentabilidade – afirmou Amalio de Marichalar,<br />

num encontro com a direção da Associação<br />

Portuguesa de Management. O presidente<br />

do Fórum Mundial de Soria considera<br />

que o tema do desenvolvimento sustentável é<br />

determinante não só para as grandes empresas<br />

mas também para as PME. Sem sustentabilidade<br />

não há condições de sobrevivência<br />

para as empresas. Sem empresas viáveis não<br />

há condições de desenvolvimento económico<br />

e social.<br />

Amalio de Marichalar considerou a cultura<br />

como o pilar mais importante da sustentabilidade.<br />

“A cultura é a principal herança<br />

da sociedade” – referiu. A vertente cultural<br />

determinou a escolha da cidade do Porto<br />

para receber em 2013 o Forum Mundial<br />

sobre Cidades e Desenvolvimento Sustentável,<br />

como centro de debate da estratégia<br />

Rio+20+1.<br />

“A intervenção de D. Amálio de Marichalar<br />

em defesa da sustentabilidade, ao longo<br />

de mais de 20 anos, ganha particular relevância<br />

nestes tempos conturbados em que o<br />

mundo vive” – disse Manuel Pereira Névoa.<br />

Para o presidente da Direção Regional do<br />

Norte da Associação Portuguesa de Management,<br />

a necessidade de adoção de um novo<br />

paradigma de vida exige que se encontrem<br />

oportunidades de desenvolvimento inteligente,<br />

que observem uma maior exigência<br />

moral e conjuguem de forma equilibrada as<br />

vertentes económica, ambiental e sobretudo<br />

social.<br />

“Ao longo dos 35 anos de existência, a Associação<br />

Portuguesa de Management sempre<br />

tem incentivado a responsabilidade social do<br />

gestor” - afirmou.<br />

“No já longínquo ano de 1981, aquando<br />

da realização do 1º Encontro Nacional<br />

de Gestores, em Lisboa, uma <strong>das</strong> principais<br />

conclusões foi que, “numa perspetiva histórica,<br />

os gestores serão certamente responsáveis<br />

pelos êxitos e, sobretudo, responsabilizados<br />

pelos fracassos” – recordou Manuel Pereira<br />

Névoa.<br />

Também aí se concluiu que ao gestor se<br />

exige possuir um elevado grau de qualidades<br />

humanas, uma acrescida flexibilidade<br />

de imaginação na busca de alternativas e o<br />

respeito pelas normas e pela ética própria do<br />

mundo dos negócios.<br />

Há muitos fatores que transcendem e<br />

condicionam o quadro de intervenção dos<br />

gestores, mas os seus contributos continuarão<br />

a ser, certamente, imprescindíveis para se<br />

construir uma sociedade mais equilibrada.<br />

“A Associação Portuguesa de Management<br />

e os seus associados continuarão a pugnar e<br />

a colaborar com os restantes líderes na busca<br />

de um futuro mais justo para todos” - referiu.<br />

“A chamada sociedade civil tem responsabilidade<br />

no desenvolvimento sustentável. É<br />

a mesma sociedade civil que, em conjunto<br />

com os especialistas, deve pressionar a classe<br />

política dando-lhe conta dos muitos atropelos<br />

de que vem sofrendo esta questão, quer<br />

na área económica, ambiental e social” – disse<br />

António Pinto Bernardo.<br />

Para este empresário, o desenvolvimento<br />

sustentável não é só preservação da biodiversidade<br />

para as futuras gerações, mas também<br />

a cultura e o património.<br />

“”Da intervenção de D. Amalio de Marichalar,<br />

Conde de Ripalda, retive o seu profundo<br />

conhecimento, a sua forte convicção,<br />

a sua grande serenidade” – afirmou o arquiteto<br />

Mário Correia.<br />

“Constituindo o desenvolvimento sustentado<br />

o grande desafio do mundo atual,<br />

personalidades experientes e conhecedoras<br />

como o Amalio de Marichalar afiguram-se<br />

Mercado de gás natural com 11%<br />

dos consumidores<br />

Apenas 125 mil famílias realizaram a migração para o mercado<br />

liberalizado, um número reduzido de lares que leva a<br />

AGN – Associação Portuguesa <strong>das</strong> Empresas de Gás Natural<br />

a alertar os consumidores para a importância de escolherem<br />

o comercializador que melhor responde às suas necessidades.<br />

A vertente cultural determinou a escolha da cidade do Porto para receber em 2013 o Fórum Mundial sobre Cidades e Desenvolvimento Sustentável,<br />

como centro de debate da estratégia Rio+20+1.<br />

“A questão da sustentabilidade<br />

nunca foi tão relevante para<br />

Portugal”<br />

fundamentais para, de forma tranquila mas<br />

determinada, sem fundamentalismos contraproducentes,<br />

alertarem para a necessidade<br />

de inversão dos caminhos que temos vindo<br />

a seguir e, pausada e consistentemente, ir<br />

construindo pontes, assegurando entendimentos<br />

e compromissos, entre todos aqueles<br />

que, pela sua ação e responsabilidade social,<br />

têm o poder de traçar o nosso futuro coletivo”<br />

– acrescentou Mário Correia.<br />

“A questão da sustentabilidade nunca foi<br />

tão relevante para Portugal como hoje em<br />

dia, – comentou Rui Amândio de Sousa.<br />

Para o CEO da Stemmatters, Biotecnologia<br />

e Medicina Regenerativa, SA, a reconversão<br />

empresarial, e sobretudo industrial, de que<br />

Portugal tanto necessita, de forma a garantir<br />

crescimento e sustentabilidade económica,<br />

depende ela própria de mão de obra qualificada<br />

e educada na base produtiva. “A importância<br />

e qualificação técnica desta base tem sido<br />

negligenciada nos últimos anos, o que afeta<br />

negativamente o futuro de Portugal” - referiu.<br />

“Sendo o desenvolvimento sustentável o<br />

tema chave do encontro, destaco o papel fundamental<br />

da educação para o empreendedorismo<br />

(competências e valores) como impulsionador<br />

da inovação e do desenvolvimento<br />

económico e social” – disse Marco Lamas.<br />

O managing partner da Incubit e professor<br />

universitário referiu também o contributo<br />

do empreendedorismo para a criação do emprego,<br />

do aumento da competitividade e do<br />

crescimento económico e em última instância<br />

do desenvolvimento sustentável.<br />

“A sociedade civil deverá ser o motor da<br />

sustentabilidade” – comentou António<br />

Vasconcelos. Para o adminstrador da Porto<br />

Seguro, a visão de Amalio de Marichalar é<br />

importante ao referir que o setor privado<br />

deverá apresentar propostas imaginativas e<br />

inovadoras para gerar bem-estar nas pessoas<br />

e sustentabilidade a nível global.<br />

António Vasconcelos subscreve a ideia<br />

segundo a qual a Cultura deve ser encarada<br />

como o principal pilar da sustentabilidade.<br />

DAVID ZAMITH<br />

RUY DE LACERDA & Cª., S.A.<br />

ACEGE – NÚCLEO DO PORTO<br />

Cidades com Desenvolvimento<br />

Sustentado<br />

“O saber fazer as<br />

coisas bem, em<br />

aposta de futuro”<br />

Um projeto atual e de futuro, inclusive para<br />

as empresas, focalizado em imperativos<br />

éticos, na pessoa humana e pelo bem<br />

comum, onde a sociedade civil dos cidadãos<br />

tem uma palavra no liderar de ações<br />

concretas de desenvolvimento inteligente,<br />

com o apoio fundamental da imprensa<br />

(media).<br />

Numa oportunidade única ancorada<br />

no projeto Europa 2020 e Horizonte<br />

2020, onde os pilares como os da Re-<br />

Industrialização pró-emprego, e na base do<br />

tecido <strong>das</strong> PME europeias, as linhas para a<br />

inovação e desenvolvimento, a capitalização<br />

e a formação de quadros atualizados<br />

às novas realidades são da máxima<br />

importância.<br />

A pobreza na Europa atingiu, em 2011,<br />

dentro da falácia dos seus próprios critérios<br />

de avaliação, 120 milhões de pessoas na<br />

Europa, e em Portugal 2 milhões, que hoje<br />

serão entre 2,5 e 3 milhões.<br />

As cidades “despediram” a indústria,<br />

seguindo os desígnios <strong>das</strong> orientações<br />

europeias, de promoção criminosa da<br />

deslocalização da indústria europeia e a<br />

aposta nos serviços e no conhecimento,<br />

estas bem, mas contribuindo para o status<br />

atual de desemprego dramático. É uma<br />

oportunidade única a de dar suporte a<br />

1 + 2, pela criação de desenvolvimentos<br />

sustentados, com as universidades lado a<br />

com a indústria, na criação de emprego,<br />

minimizando o problema da pobreza com<br />

soluções de futuro e pela formação / criação<br />

de ofícios, resultando em ambientes de uma<br />

segurança estrutural.<br />

A Educação tem sido muito maltratada,<br />

quiçá porque as escolas em geral seguem<br />

os desígnios de Bruxelas, nem sequer<br />

na olhando para a indústria, mas dando<br />

orientações futuras vocaciona<strong>das</strong> par os<br />

serviços, nomeadamente. Hoje os quadros<br />

com saber atualizados às novas exigências<br />

tecnológicas são deficitários na Europa,<br />

tendo a própria Angela Merkel, em recente<br />

visita a Espanha, motivado engenheiros<br />

espanhóis para a oferta de trabalho na<br />

Alemanha!<br />

Novos conceitos empresariais como a<br />

importância, cada vez mais evidente, nos<br />

valores intangíveis, sejam eles os da cultura,<br />

ética, imagem, exemplo, simpatia, etc.<br />

Pede-se menos Estado, com as empresas<br />

cada vez mais vigia<strong>das</strong>! E na sociedade de<br />

consumo “moderna” que criámos, onde<br />

estão.<br />

Numa sociedade de consumo, onde estão<br />

os valores (éticos, espirituais e de família)<br />

que foram interessadamente esvaziados na<br />

Europa. Falta um reolhar para a dignidade<br />

da pessoa humana e refletir se a pobreza é<br />

financeira ou espiritual?<br />

A Indústria como motor da recuperação<br />

económica, os serviços e o conhecimento,<br />

e todos na solução do maior desequilíbrio<br />

atual que é ? desemprego!


28 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

TECNOLOGIAS<br />

Cloud altera tendências<br />

de consumo<br />

Uma coisa parece certa: a cloud está<br />

a modificar as necessidades dos consumidores<br />

e as mulheres impulsionam o<br />

mercado dos smartphones. Segundo o<br />

Ericsson ConsumerLab, basicamente a<br />

fiabilidade da cloud veio reformular a necessidade<br />

de dispositivos. “Mais de 50%<br />

dos utilizadores de tablets e bem mais de<br />

40% dos utilizadores de smartphones nos<br />

EUA, Japão, Austrália e Suécia apreciam a<br />

simplicidade melhorada de ter as mesmas<br />

aplicações e os mesmos dados facilmente<br />

disponíveis em vários dispositivos, através<br />

da cloud”.<br />

Outra tendência apontada é a denominada<br />

“computação para uma mente dispersa”.<br />

Dos desktops, ficheiros e pastas para<br />

superfícies planas, apps e serviços cloud, os<br />

consumidores estão cada vez mais a virar<br />

costas a um paradigma de computação para<br />

uma mente focada, diz a Ericsson ConsumerLab.<br />

“As tarefas são desempenha<strong>das</strong> no<br />

momento – enquanto esperamos na fila<br />

de uma loja ou falamos com alguém num<br />

café. A intenção de compra é mais elevada<br />

para tablets em comparação com computadores<br />

de desktop, e para smartphones em<br />

comparação com portáteis”.<br />

A terceira grande tendência é a de levar<br />

a banda larga pessoal para o trabalho. “Um<br />

total de 57% dos utilizadores de smartphones<br />

utiliza as suas próprias subscrições no<br />

trabalho. Os smartphones pessoais estão a<br />

ser cada vez mais utilizados para trabalho,<br />

para enviar emails, planear viagens de negócios,<br />

encontrar locais, entre outros”.<br />

PUB<br />

Android foi o grande alvo do malware 2012<br />

O relatório de Malware Móvel em 2012 da Kaspersky Lab veio confirmar que este foi o ano<br />

em que o Android centrou toda a atenção dos criadores de vírus. Cumpriram-se, ainda, os<br />

prognósticos sobre o desenvolvimento <strong>das</strong> ameaças móveis em 2012, que um ano antes já<br />

avisava sobre o futuro protagonismo assumido pela criação de botnets, bem como sobre os<br />

ataques contra alvos específicos através de malware e, ainda, sobre o crescimento da “espionagem”<br />

móvel.<br />

O que traz de novo<br />

2013 aos CIO?<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

A pregunta que tem assolado o mercado<br />

é mais do que pertinente, apesar de na língua<br />

portuguesa, na verdade, não funcionar<br />

muito bem. Afinal, o que quer dizer CIO?<br />

“Career is Over” (A carreira terminou) ou<br />

Chief Innovation Officer (Diretor de Inovação)?<br />

Em qualquer dos casos, Eric Lundquist,<br />

analista editorial da conceituada<br />

“InformationWeek”, diz que o atual estado<br />

do cargo de CIO é curioso. “Por um lado,<br />

a transformação digital do negócio está em<br />

pleno andamento. Por outro lado, os gestores<br />

de negócios estão frustrados e munidos<br />

de um cartão de crédito corporativo para<br />

comprarem os serviços de tecnologia que<br />

não podem encontrar dentro da sua própria<br />

empresa”.<br />

Assim, e para enfrentarem este novo<br />

2013, Eric Lundquist dá alguns conselhos<br />

aos CIO para que reconquistem a sua posição<br />

dentro da corporação. O primeiro<br />

grande conselho é, como não podia deixar,<br />

sobre o orçamento. Se, antes, a importância<br />

dos CIO era proporcional ao número de<br />

euros que o seu budget para as TI continha,<br />

hoje é precisamente ao contrário. O editor<br />

diz mesmo que o valor de um CIO é, agora,<br />

medido pelos números desse budget de<br />

que conseguir… abdicar. “Dar esses dólares<br />

do budget ao departamento de marketing,<br />

recursos humanos, ven<strong>das</strong> e por aí fora. É<br />

uma ideia louca? Não me parece. Há que<br />

ceder esse budget e abraçar o papel de condutor<br />

de tecnologia, o hub pelo qual todos<br />

os departamentos viajam”.<br />

Ou seja, esta estratégia de “hub”, que<br />

Lundquist confessa ser roubada da indústria<br />

aérea, faz com que os dólares do budget diminuam,<br />

mas, ao mesmo tempo, faz com<br />

que a influência do CIO aumente!<br />

A tradição ditava que os executivos impunham<br />

uma estratégia de negócios e o de-<br />

partamento tecnológico tentava criar uma<br />

infraestrutura para suportar essa estratégia.<br />

Mas, segundo o editor da “InformationWeek”,<br />

isto fazia bem mais sentido na teoria do<br />

que propriamente na realidade. Até porque,<br />

defende, os orçamentos e as estratégias tendem<br />

a acontecer numa explosão frenética<br />

com o final de cada ano fiscal. “As estratégias<br />

de negócios tendem a ser vagas (agradem<br />

ao cliente!) ou em versão contador de<br />

feijões (aumentar as ven<strong>das</strong> 10,23%). Alinhar<br />

a infraestrutura ao negócio perde-se na<br />

tradução”.<br />

Para Lundquist, o importante será mesmo<br />

compreender como a Amazon usa a tecnologia<br />

para gerar margens estreitas e lutar no<br />

mesmo mercado onde concorrentes usam<br />

altas margens. “É isto vai colocar o CIO à<br />

frente da curva do negócio e fazê-lo ganhar<br />

um lugar no início de cada ciclo anual de<br />

planeamento estratégico”.<br />

Entre outros conselhos, Lundquist diz<br />

para saírem da nuvem… O editor defende<br />

que a cloud computing está neste momento<br />

a ser “servido” em três sabores: nuvem privada,<br />

híbrida e pública. A primeira sugestão,<br />

segundo o editor, é simples: se a empresa<br />

fornecedora está a sugerir colocar-vos na<br />

nuvem através da venda de mais hardware…<br />

procurem noutro lado. Depois, sugere<br />

aos CIO que, ao invés de pensarem de que<br />

forma vão tornar a sua infraestrutura mais<br />

cloud, que invertam o sentido. “Olhem para<br />

os exemplos da Amazon, Rackspace e Google<br />

e as ofertas para cloud de fornecedores<br />

tradicionais como a IBM ou a Microsoft e<br />

experimentem os seus serviços. Vão aprender<br />

uma nova linguagem construída em torno<br />

de ‘federação’, ‘balanceamento dinâmico<br />

de carga’ e ‘serviços por assinatura’. A Amazon<br />

realizou a sua primeira conferência de<br />

serviços web recentemente e providenciou<br />

um bom ‘road map’ para repensar a infraestrutura<br />

de TI na era da nuvem”.


TECNOLOGIAS<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 29<br />

A Primavera BSS lançou uma<br />

nova geração de produtos sob a<br />

marca Elevation. São soluções<br />

de gestão que constituem aquela<br />

que a empresa classificou como<br />

a primeira versão do futuro ERP<br />

Primavera, desenvolvido exclusivamente<br />

para ser utilizado em<br />

ambiente online.<br />

David Afonso, vice-president<br />

of product and customer interface<br />

management da Primavera BS,<br />

explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que<br />

a construção de um ERP é um<br />

processo gradual. E que, por isso,<br />

nesta primeira versão, o focus<br />

foi colocado na conceção de um<br />

sistema capaz de suportar os processos<br />

mais exigentes de grandes<br />

organizações. Para isso, foi dotado<br />

de um conjunto de infraestruturas<br />

técnicas e tecnológicas cujos<br />

conceitos subjacentes permitirão<br />

responder de forma eficaz e eficiente<br />

às necessidades de gestão<br />

e operação deste tipo de organizações.<br />

“Do ponto de vista funcional,<br />

esta primeira versão cobre<br />

os processos de ven<strong>das</strong>, compras,<br />

logística e tesouraria. Em termos<br />

de roadmap, seguir-se-á o desenvolvimento<br />

da área financeira<br />

(contabilidade, controlling e gestão<br />

de ativos). Naturalmente que<br />

as áreas já existentes serão alvo de<br />

aprofundamento funcional”.<br />

Esta nova oferta, explicitou<br />

David Afonso, assenta numa<br />

nova plataforma tecnológica desenvolvida<br />

ao longo dos últimos<br />

seis anos que, entre outras características,<br />

gera automaticamente<br />

código a partir de modelos e<br />

inclui um conjunto de padrões<br />

de negócio que, em conjunto,<br />

permitem acelerar o desenvolvimento<br />

de forma muito significativa,<br />

quando comparado com os<br />

métodos tradicionais, garantindo<br />

também padrões de qualidade<br />

muito superiores. “O desenvolvimento<br />

do Business Suite veio<br />

confirmar este novo paradigma<br />

de desenvolvimento e acreditamos<br />

que no espaço de 3/4 anos<br />

será possível ter um novo ERP<br />

com uma abrangência e nível de<br />

profundidade maiores do que o<br />

atual ERP”.<br />

Nos últimos quatro anos, o investimento<br />

em I&D tem vindo a<br />

crescer dentro da software-house<br />

portuguesa, sendo que em 2011<br />

se cifrou nos 26,3%.<br />

Céu Mendonça<br />

na PHC<br />

A PHC anunciou a nomeação de Céu<br />

Mendonça como nova diretora comercial.<br />

Céu Mendonça tem já 23<br />

anos de experiência no setor <strong>das</strong> TI.<br />

É inevitável avançar para<br />

cloud<br />

É hoje consensual que as tecnologias<br />

de informação em geral,<br />

e o software de gestão em particular,<br />

se tornarão commodities<br />

em moldes semelhantes ao que<br />

acontece com a energia ou as comunicações,<br />

tais são as vantagens<br />

da cloud. Pelo menos esta é a opinião<br />

de David Afonso. A questão,<br />

segundo este profissional, coloca-<br />

-se, pois, quanto ao tempo e caminho<br />

para atingir esse estágio.<br />

“A Primavera oferece um caminho<br />

gradual aos seus clientes que,<br />

por um lado, respeita o investi-<br />

Opensoft renova o Estatuto de PME<br />

Líder<br />

A Opensoft, empresa portuguesa especializada no desenvolvimento<br />

de soluções tecnológicas suporta<strong>das</strong> pela consultoria<br />

e gestão de projetos, acaba de renovar o Estatuto<br />

de PME Líder, referente ao ano de 2012, no âmbito do<br />

Proagrama FINCRESCE do IAPMEI.<br />

Primavera lança novos produtos<br />

e aposta na expansão internacional<br />

David Afonso, vice-president of product and customer interface management<br />

da Primavera BS, explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que a construção de<br />

um ERP é um processo gradual.<br />

mento realizado em produtos e<br />

infraestruturas mas, simultaneamente,<br />

lhes dá a oportunidade de<br />

aceder a serviços complementares<br />

de valor indiscutível, fornecidos<br />

exclusivamente em ambiente<br />

cloud, potenciando assim o investimento<br />

já efetuado”. Para<br />

permitir esta integração de forma<br />

transparente e sem necessidades<br />

adicionais de recursos locais (software<br />

ou hardware), a empresa<br />

bracarense desenvolveu uma infraestrutura<br />

tecnológica capaz de<br />

interligar de forma natural os sistemas<br />

instalados dentro de portas<br />

com serviços cloud, combinando-os<br />

“numa solução harmoniosa<br />

“A expansão internacional não é uma opção, é<br />

uma inevitabilidade”. A frase de David Afonso<br />

parece demonstrar bem a vocação “externa” da<br />

empresa de Braga.<br />

através de um modelo híbrido. A<br />

total adesão ao modelo cloud será<br />

um processo gradual e ao ritmo<br />

de cada organização”.<br />

Para os novos clientes, a Primavera<br />

tem hoje uma oferta abrangente<br />

em modelo SaaS e acaba<br />

de lançar o primeiro produto em<br />

tecnologia nativa para cloud – o<br />

Business Suite. “Doze anos depois<br />

do lançamento da 2ª geração,<br />

nasce assim a 3ª geração de<br />

produtos PRIMAVERA, assente<br />

num conjunto de novos pressupostos<br />

entre os quais se podem<br />

destacar uma surpreendente experiência<br />

de utilização e as vantagens<br />

inerentes ao modelo nativo<br />

cloud, constituindo-se como ferramentas<br />

essenciais para a melhoria<br />

da competitividade <strong>das</strong> organizações,<br />

garantindo elevados<br />

níveis de mobilidade e facilidade<br />

de acesso aos serviços.<br />

Segundo a empresa, este produto<br />

faz parte da oferta Elevation,<br />

à qual estão associa<strong>das</strong> um<br />

“conjunto de características diferenciadoras.<br />

Esta oferta assenta<br />

num conjunto de pressupostos<br />

entre os quais se pode destacar<br />

a sua tecnologia state of the art,<br />

uma surpreendente experiência<br />

de utilização e as vantagens inerentes<br />

a um modelo Cloud Native,<br />

nomeadamente ao nível da<br />

mobilidade e facilidade de acesso<br />

ao serviço”.<br />

Segundo David Afonso, com<br />

a Elevation, a Primavera alicerça<br />

a sua filosofia de democratização<br />

do acesso a aplicações de gestão,<br />

promovendo a produtividade e<br />

a competitividade <strong>das</strong> organizações,<br />

independentemente da sua<br />

localização geográfica, dimensão<br />

ou setor de atividade. “A elevada<br />

flexibilidade associada a este paradigma<br />

permite às organizações<br />

experimentar novas ferramentas<br />

de gestão e testar a sua eficácia,<br />

sem grandes riscos ou custos associados,<br />

com a possibilidade de<br />

ajustar constantemente o número<br />

de utilizadores ou de módulos<br />

subscritos às necessidades do<br />

negócio, com a grande vantagem<br />

de pagar apenas aquilo que usa”.<br />

Esta nova oferta, desenvolvida<br />

especificamente para ambiente<br />

web, representa para o responsável,<br />

“uma larga evolução no sentido<br />

da mobilidade plena, acentuando<br />

a usabilidade <strong>das</strong> soluções<br />

com vista ao aumento da produtividade<br />

dos seus utilizadores”.<br />

Expansão internacional<br />

é uma inevitabilidade<br />

A expansão internacional não é<br />

uma opção, é uma inevitabilidade.<br />

A frase de David Afonso parece<br />

demonstrar bem a vocação<br />

“externa” da empresa de Braga.<br />

“Num mercado global, para sermos<br />

competitivos (também em<br />

Portugal), temos que ganhar escala<br />

que suporte os investimentos<br />

em I&D capazes de produzir soluções<br />

inovadoras e competitivas<br />

face aos concorrentes internacionais.<br />

Em tempos de retração,<br />

como os que vivemos, os mercados<br />

externos são ainda mais importantes”.<br />

A empresa espera que as ven<strong>das</strong><br />

no mercado internacional verifiquem<br />

um crescimento assinalável,<br />

acima dos 30%. “O peso dos<br />

mercados internacionais deverá<br />

representar cerca de 44% do nosso<br />

volume de negócios em 2012,<br />

tendo sido de 37% em 2011”.<br />

Em África, a aposta para o novo<br />

ano passa pela entrada em países<br />

de língua inglesa, utilizando o<br />

Quénia, onde a empresa portuguesa<br />

está já a operar, como porta<br />

de acesso. Segundo este responsável,<br />

adicionalmente, estão a ser<br />

reforça<strong>das</strong> as estruturas locais em<br />

Angola e Moçambique, de forma<br />

a continuar a garantir crescimentos<br />

acelerados.<br />

Na Europa, com mercados<br />

mais maduros, a estratégia de<br />

expansão assenta no crescimento<br />

não orgânico, através de aquisições,<br />

tendo como mercados alvo<br />

Espanha e França, sendo este último<br />

um mercado novo.<br />

“Nos próximos anos, o grande<br />

desafio será o de captar esta mudança<br />

de paradigma para a cloud,<br />

com tudo o que isso significa ao<br />

nível de novos modelos de negócio,<br />

novos produtos e serviços.”


30 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

EM FOCO<br />

JOSÉ ALMEIDA, FUNDADOR DA IDEIAS & DESAFIOS, AFIRMA<br />

Encontros de negócio<br />

propiciam novos<br />

clientes e parcerias<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@viadaeconomica.pt<br />

Imagine a oportunidade de conhecer<br />

uma rede de potenciais clientes e<br />

parceiros de negócios, num só local, à<br />

mesma hora e com o ambiente certo.<br />

Foi esse o objetivo da iniciativa “Cocktail<br />

de Negócios” que a consultora<br />

Ideias & Desafios promoveu recentemente<br />

em Lisboa.<br />

Estes encontros pretendem “dinamizar<br />

as relações entre as diferentes<br />

empresas presentes” e “proporcionar<br />

um espaço para a realização de negócio<br />

ou potenciais parcerias”, explica à<br />

‘<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>’, José Almeida, fundador<br />

da Ideias & Desafios.<br />

Assumindo que a Ideias & Desafios<br />

“está sempre à procura de iniciativas<br />

diferenciadoras que possam ajudar os<br />

nossos clientes a fazer negócio”, José<br />

Almeida conta ainda que o Cocktail<br />

“surgiu como que um complemento<br />

dos nossos serviços de formação e coaching<br />

comercial”.<br />

O atual contexto económico está a<br />

ter um “efeito bastante negativo nas<br />

empresas a nível transversal, ou seja,<br />

está a afetar empresas de todos os setores,<br />

seja TI, retalho, automóvel, imobiliário,<br />

etc”. Nesse sentido, “penso que<br />

iniciativas como esta têm uma importância<br />

absolutamente fundamental.<br />

Principalmente porque hoje em dia o<br />

modelo de prospeção tradicional está<br />

cada vez mais a cair em desuso, em<br />

função de iniciativas de networking<br />

mais originais como esta, e outras que<br />

habitualmente lançamos”, salienta.<br />

“Dar a volta por cima e<br />

arriscar”<br />

Questionado sobre se acredita que<br />

o atual momento de crise pode ser<br />

também sinónimo de oportunidades,<br />

José Almeida responde que “essa frase<br />

é um lugar-comum” e ressalva que,<br />

“na maioria dos casos, não é assim tão<br />

linear”. No entanto, “tal é, ou deve ser,<br />

uma oportunidade para pensar fora da<br />

caixa e experimentar novas formas de<br />

chegar aos clientes”.<br />

“Existem coisas que nos são externas<br />

e por isso não as podemos mudar,<br />

como a crise e os seus efeitos, e quando<br />

a nossa estratégia não está a funcionar,<br />

temos de conseguir ter o discernimento<br />

de parar, redirecionar os nossos objetivos<br />

e o caminho que traçámos para<br />

suso”,<br />

afirma José Almeida.<br />

“O caminho é fazer<br />

diferente e melhor”<br />

Ven<strong>das</strong> de perfumaria e cosmética caem 7,5%<br />

As ven<strong>das</strong> de produtos de perfumaria e cosmética atingiram<br />

em 2012 os 5015 milhões de euros, o que representa uma<br />

descida de 2,4% a 2011, revela o Estudo Setores (Mercado<br />

Ibérico) DBK, divulgado pela Informa D&B. Calcula-se<br />

uma redução do mercado português de 7,5%, enquanto no<br />

caso de Espanha a quebra se situa em 1,5%.<br />

os alcançar”, assegura José Almeida.<br />

Sobre as oportunidades podem ser<br />

explora<strong>das</strong> pelas empresas nacionais,<br />

o responsável garante que “cada empresa<br />

terá o seu ‘core business’, os seus<br />

objetivos e as suas metas e por isso as<br />

“oportunidades a ser explora<strong>das</strong> têm<br />

de ser analisa<strong>das</strong> a título individual,<br />

caso a caso”.<br />

Admitindo que o fator “cautela” tem<br />

pesado bastante nas decisões <strong>das</strong> empresas,<br />

o fundador da Ideias & Desafios<br />

pensa, contudo, que este começa<br />

a ser “ultrapassado pelo sentimento de<br />

‘dar a volta por cima e arriscar’”. Na<br />

verdade,“ penso que o caminho é por<br />

aí: fazer diferente e fazer melhor”, rematou.<br />

PAULO C. SEABRA<br />

Gerente da empresa<br />

Aguadoiro<br />

ESTRATÉGIAS<br />

PARA A POUPANÇA<br />

ENERGÉTICA<br />

NA INDÚSTRIA<br />

Estudos recentes apontam para um desperdício entre 6<br />

a 10% do PIB em países industrializados que não fizeram<br />

um esforço de otimização de processos relacionados<br />

com os desperdícios de energia. Em Portugal, existe<br />

uma desvantagem competitiva dos custos energéticos<br />

<strong>das</strong> empresas que é especialmente grave pelo facto de<br />

contribuir para a deterioração da posição exportadora<br />

<strong>das</strong> empresas nacionais, num contexto em que o País<br />

apresenta um desequilíbrio estrutural da respetiva balança<br />

comercial que, dessa forma, fica <strong>agrava</strong>do.<br />

Para o estabelecimento <strong>das</strong> tarifas de 2013, estima-se<br />

que o consumo de energia elétrica e de gás ficarão abaixo<br />

do valor homólogo de 2012.<br />

Parte considerável dos custos a recuperar pelas tarifas<br />

são custos fixos que não variam com o consumo de<br />

energia elétrica e de gás.<br />

Estes custos correspondem, essencialmente, a:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

anteriores.<br />

Nessa medida, quando há uma diminuição do<br />

consumo de energia elétrica e de gás, verifica-se o<br />

aumento destes custos por unidade de energia elétrica e<br />

de gás.<br />

Os custos da atividade electroprodutora, aliados<br />

ao défice tarifário ainda existente e às condicionantes<br />

exógenas desfavoráveis, não foram ainda repercutidos<br />

completamente nos consumidores.<br />

Uma solução de poupança energética e material<br />

beneficia de forma importante o balanço e a<br />

demonstração de resultados de qualquer indústria.<br />

Não se trata, portanto, duma inutilidade inadiável, mas<br />

de pura racionalidade económica que visa criar uma ilha<br />

de produção energética a partir de recursos endógenos<br />

que por vezes algumas indústrias pagam para tratar. Ou<br />

seja, estas indústrias têm, por vezes, o recurso energético<br />

na água, nos resíduos e nos subprodutos e PAGAM para<br />

o distribuir.<br />

A Quarentena ou a reclusão de Empresas sadias pelo<br />

período máximo de incubação da doença não se aplica<br />

num contexto de BOLHA ENERGÉTICA que veio,<br />

viu e vencerá se ‘providências cautelares’ não forem<br />

toma<strong>das</strong>.<br />

Aos CUSTOS DE CONTEXTO não se aplica o<br />

conceito informático SPAM, isto é, ao contrário do que<br />

se passa com as mensagens de correio eletrónico suspeitas<br />

de serem SPAM que ficam à espera da aprovação<br />

do utilizador, os CUSTOS DE CONTEXTO não<br />

dependem de aprovação do empresário e furam qualquer<br />

FIREWALL.<br />

Atendendo aos constrangimentos orçamentais que<br />

presentemente afetam transversalmente o mundo<br />

empresarial e atendendo a que a eficiência do consumo<br />

energético industrial é considerada pelo executivo em<br />

funções, de per se, uma forma de subvenção/incentivo<br />

pelas poupanças que gera, convirá que a indústria, de<br />

forma pragmática, evite o desperdício.


OK! teleseguros propõe descontos<br />

para jovens condutores<br />

A OK! teleseguros decidiu<br />

lançar o primeiro seguro especial<br />

dedicado aos jovens condutores,<br />

promovendo a condução responsável<br />

e a poupança. Além de<br />

preços base especiais, os condutores<br />

até aos 30 anos que subscrevam<br />

o OK! Muv benefi ciam<br />

de coberturas adequa<strong>das</strong> ao ser<br />

perfi l, como é o caso do serviço<br />

de motorista Taxi Gourmet, e a<br />

possibilidade de obter até 40%<br />

de desconto no valor do seguro<br />

em função do tipo de condução<br />

praticado.<br />

“Os jovens condutores têm<br />

enfrentado difi culdades na contratação<br />

do seguro automóvel<br />

em Portugal e a nível internacional,<br />

dada a maior taxa de<br />

incidência de acidentes, que é o<br />

dobro da média do mercado. No<br />

entanto, a OK! está empenhada<br />

em criar relações de longo prazo<br />

com os condutores mais jovens,<br />

pelo que decidiu criar uma oferta<br />

específi ca que vem facilitar a<br />

contratação do seguro, promo-<br />

<br />

G 140<br />

G 110<br />

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SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 31<br />

<br />

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<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

ver a segurança e responsabilidade<br />

na condução e permitir condições<br />

fi nanceiras e coberturas<br />

únicas, que são uma mais-valia<br />

para os jovens condutores e uma<br />

alívio para as suas famílias – afi rma<br />

Sérgio Carvalho, diretor de<br />

marketing e produto da OK! Teleseguros.<br />

O OK! MUV, nome do novo<br />

produto da marca da seguradora<br />

Via Directa, disponibiliza<br />

condições de preço especiais e<br />

coberturas pensa<strong>das</strong> especifi -<br />

camente para os jovens condutores.<br />

Através da subscrição do<br />

sistema de georreferenciação, os<br />

jovens condutores portugueses<br />

podem ter um seguro que retrata<br />

exatamente o seu perfi l de<br />

condutor, permitindo receber de<br />

volta até 40% do prémio pago e<br />

a oferta de experiências nas áreas<br />

de restauração, música e dança,<br />

imagem e tecnologia. Esta medida<br />

é um incentivo à adoção de<br />

hábitos de condução mais defensivos<br />

e reforça a segurança <strong>das</strong><br />

pessoas e veículos, permitindo<br />

a localização do veículo em caso<br />

de roubo ou acidente. A georreferenciação<br />

é uma funcionalidade<br />

já disponibilizada pela companhia<br />

através do produto OK!<br />

GPS, lançado em 2010 com<br />

bons resultados no incentivo a<br />

comportamentos positivos na<br />

condução e poupança no prémio<br />

do seguro.<br />

Aposta estratégica<br />

em nichos de mercado<br />

A estratégia de expansão da<br />

OK! teleseguros passa por responder<br />

como uma oferta adequada<br />

às necessidades de cada<br />

segmento. Em 2006 a OK! teleseguros<br />

já tinha lançado o seguro<br />

OK! Mulher, uma solução pensada<br />

para as necessidades especiais<br />

do público feminino, e em<br />

2009 voltou a destacar-se com<br />

o lançamento do OK! Família,<br />

que permite a agregação dos<br />

veículos da família numa única<br />

COMO ANALISAR<br />

AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />

DA SUA EMPRESA<br />

ENQUADRAMENTO:<br />

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<br />

apólice de seguro, poupando até<br />

20% no prémio total de seguro.<br />

A OK! teleseguros conta com<br />

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mais de 200 mil clientes e está<br />

presente no telefone, na internet<br />

e com lojas físicas.<br />

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EM FOCO<br />

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PROGRAMA:<br />

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PUB


32 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

FISCALIDADE<br />

AUTORIDADE TRIBUTÁRIA ESCLARECE CONDIÇÕES DE ACESSO<br />

Pequenas entidades podem beneficiar<br />

de regime de isenção em sede de IVA<br />

O Código do IVA estabelece um regime<br />

especial de isenção aplicável às pequenas<br />

unidades de produção, de comércio ou de<br />

prestação de serviços. Acontece que, devido<br />

à sua reduzida dimensão, estas entidades<br />

não possuem a estrutura administrativa<br />

necessária ao cumprimento <strong>das</strong><br />

obrigações decorrentes da aplicação<br />

do imposto às suas operações.<br />

A Autoridade Tributária<br />

apresentou algumas instruções<br />

administrativas, de forma a que<br />

os sujeitos passivos e os serviços<br />

possam encontrar a forma mais<br />

adequada de dar cumprimento às<br />

disposições deste regime especial<br />

de isenção.<br />

Podem beneficiar da isenção do<br />

imposto os sujeitos passivos que<br />

não tenham nem sejam obrigados<br />

a ter contabilidade organizada<br />

para efeitos de IRS ou IRC,<br />

não pratiquem importações, exportações<br />

ou atividades conexas<br />

com algumas destas operações,<br />

não exerçam atividades que consistam<br />

em transmissões de bens<br />

ou prestações de serviços do setor<br />

de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis<br />

ou não tenham atingido, no ano civil<br />

anterior, um volume de negócios superior<br />

a dez mil euros. Podem ainda beneficiar do<br />

regime de isenção os retalhistas com um<br />

Uma instituição de ensino<br />

pretende publicar um artigo<br />

científico de sua autoria através<br />

de uma empresa croata de<br />

publicação eletrónica em regime<br />

de livre acesso. Para além deste<br />

serviço, a empresa publica o<br />

livro que inclui o artigo em<br />

versão impressa e faculta um<br />

exemplar ao autor. Como deve<br />

ser tratada esta transação para<br />

efeito de IVA? Deverá haver<br />

autoliquidação? A que taxa? A<br />

fatura indica que, de acordo com<br />

a legislação croata, a taxa de IVA<br />

a aplicar aos livros é de 0%.<br />

RESPOSTA DO ASSESSOR<br />

FISCAL:<br />

1. Não se indica,<br />

concretamente, a que tipo de<br />

transação se refere a consulta:<br />

se à transmissão do bem físico<br />

(o livro) ou se a qualquer<br />

prestação de serviço efetuada<br />

pela editora croata.<br />

2. Considerando que existe uma<br />

«fatura» referente ao «livro», é<br />

de supor que a transação a que<br />

se refere a questão será a da<br />

sua aquisição pela instituição<br />

volume de negócios superior a dez mil euros,<br />

mas inferior a 12 500 que, se fossem<br />

tributados, preencheriam as condições de<br />

inclusão no regime dos pequenos retalhistas.<br />

Se os sujeitos passivos não isentos pretenderem<br />

a aplicação do regime especial,<br />

devem apresentar uma declaração de alterações.<br />

Quando os contribuintes deixam<br />

de reunir as condições para a aplicação do<br />

referido regime, então estão obrigados a<br />

apresentar uma declaração de alterações,<br />

PRÁTICA FISCAL<br />

IVA – ARTIGOS CIENTÍFICOS<br />

de ensino. Neste pressuposto,<br />

vejamos:<br />

3. O conceito de sujeito<br />

passivo definido na alínea a) do<br />

n.° 1 do artigo 2.° do Código<br />

do IVA assume um carácter<br />

transnacional, o que implica<br />

que as entidades residentes no<br />

estrangeiro sejam considera<strong>das</strong><br />

sujeitos passivos do imposto<br />

quando realizem operações<br />

tributáveis no território nacional,<br />

desde que integra<strong>das</strong> no<br />

exercício da sua actividade<br />

económica.<br />

4. Nos termos da alínea a) do<br />

n.° 1 do artigo 1.º do Código do<br />

IVA, estão sujeitas a imposto<br />

«as transmissões de bens e as<br />

prestações de serviços efetua<strong>das</strong><br />

no território nacional, a título<br />

oneroso, por um sujeito passivo<br />

agindo como tal», encontrandose<br />

delimitado no artigo 6.° o<br />

conceito de operações realiza<strong>das</strong><br />

no território nacional.<br />

5. No que respeita às<br />

transmissões de bens, o n.°<br />

1 do citado artigo estabelece<br />

que se consideram efetua<strong>das</strong><br />

no território nacional as<br />

transmissões de bens que nele<br />

estejam situados no momento<br />

em que se inicia o transporte ou<br />

expedição para o adquirente ou,<br />

no caso de não haver expedição<br />

ou transporte, no momento em<br />

que são postos à disposição do<br />

adquirente.<br />

6. Face às referi<strong>das</strong> disposições<br />

legais e verificando-se que<br />

a operação de transmissão<br />

do bem, ou seja, do «livro»,<br />

ocorreu em território croata,<br />

onde foi posto à disposição<br />

do adquirente, nestas<br />

circunstâncias, é evidente, que a<br />

sua tributação não é de fazer em<br />

Portugal.<br />

7. Por outro lado, a Croácia é<br />

um «país terceiro», logo, não<br />

pertencente à Comunidade.<br />

8. Pode acontecer que o bem,<br />

neste caso, o «livro», tratando-se<br />

de um bem que não se encontra<br />

em livre prática, ou seja, que<br />

não tem natureza comunitária,<br />

haja sido exportado/importado<br />

em Portugal.<br />

9. Considera-se «importação» a<br />

entrada em território nacional de<br />

«bens originários ou procedentes<br />

Sistematização do registo de contribuintes<br />

tendo em vista o enquadramento no regime<br />

de tributação. Quando a obrigação<br />

se deve a ter sido atingido um volume de<br />

negócios superior ao limite previsto para<br />

aquela isenção, a declaração é apresentada<br />

durante o mês de Janeiro do ano seguinte<br />

àquele em que o volume de negócios<br />

auferido ultrapassou esse<br />

limite.<br />

Uma outra situação, em particular,<br />

deve ser tida em conta. O<br />

CIVA exige a verificação cumulativa<br />

dos requisitos aí previstos,<br />

de modo a que os sujeitos passivos<br />

possam beneficiar da isenção<br />

consagrada. Mas são impostas<br />

duas limitações à aplicação do regime<br />

especial de isenção quando<br />

os contribuintes reiniciem a atividade<br />

após cessação, não obstante<br />

preencherem as condições exigi<strong>das</strong><br />

na norma legal. Assim, não<br />

podem beneficiar do regime de<br />

isenção, nos 12 meses seguintes<br />

ao da cessação, os sujeitos passivos<br />

que, estando enquadrados<br />

num regime de tributação à data<br />

da cessação de atividade, reiniciem<br />

essa ou outra atividade. E, no ano<br />

seguinte ao da cessão, os contribuintes que<br />

reiniciem essa ou outra atividade e que, se<br />

não tivessem declarado a cessação, seriam<br />

enquadrados no regime normal.<br />

de países terceiros e que não<br />

se encontrem em livre prática<br />

ou que tenham sido colocados<br />

em livre prática no âmbito de<br />

acordos de união aduaneira<br />

(alínea a) do n.º 1 do artigo 5.º<br />

do CIVA).<br />

10. As «importações de bens»<br />

estão sujeitas a imposto sobre<br />

o valor acrescentado (alínea<br />

b) do n.º 1 do artigo 1.º do<br />

CIVA). Neste caso, são sujeitos<br />

passivos do imposto «as pessoas<br />

singulares ou coletivas que,<br />

segundo a legislação aduaneira,<br />

realizem importações de bens».<br />

11. O pagamento do imposto<br />

devido pelas «importações»<br />

de bens é efetuado junto<br />

dos serviços aduaneiros<br />

competentes, de acordo<br />

com as regras previstas na<br />

regulamentação comunitária<br />

aplicável aos direitos de<br />

importação, de acordo com o n.º<br />

3 do artigo 28.º do CIVA.<br />

12. Em conclusão, diremos,<br />

tendo em conta os pressupostos<br />

referidos, que não vemos<br />

motivos para qualquer<br />

«autoliquidação».<br />

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE GERAL@APOTEC.PT<br />

Trata-se de mais uma medida que pretende simplificar o sistema fiscal, de acordo com a Autoridade<br />

Tributária e Aduaneira. Foi aprovado em Conselho de Ministros o diploma que procede à<br />

sistematização e à harmonização da legislação relativa à atribuição e gestão do número de identificação<br />

fiscal para fins exclusivamente fiscais. O mesmo diploma prevê também a simplificação<br />

<strong>das</strong> formalidades e dos procedimentos de que depende o cumprimento <strong>das</strong> obrigações fiscais por<br />

parte dos contribuintes.<br />

AGENDA FISCAL<br />

JANEIRO<br />

Até ao dia 10<br />

<br />

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via<br />

Internet da declaração periódica relativa às<br />

operações realiza<strong>das</strong> no mês de novembro. Conjuntamente<br />

com a declaração periódica deve<br />

ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às<br />

transmissões intracomunitárias isentas, efectua<strong>das</strong><br />

no mês de novembro.<br />

Até ao dia 15<br />

<br />

as singulares<br />

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos notários<br />

e outros funcionários ou entidades que<br />

desempenhem funções notariais, bem como as<br />

entidades ou profissionais com competência<br />

para autenticar documentos particulares que<br />

titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial,<br />

<strong>das</strong> relações dos atos praticados no mês<br />

anterior suscetíveis de produzir rendimentos.<br />

Até ao dia 20<br />

<br />

as singulares<br />

- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />

para efeitos de Imposto sobre o Rendimento<br />

<strong>das</strong> Pessoas Singulares (IRS).<br />

- Entrega, pelas instituições de crédito e companhias<br />

de seguros, aos sujeitos passivos, de<br />

documento comprovativo dos juros, prémios de<br />

seguros de vida e outros encargos, pagos no ano<br />

anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos<br />

aos rendimentos.<br />

- Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem<br />

quaisquer importâncias suscetíveis de<br />

abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta,<br />

de documento comprovativo aos sujeitos<br />

passivos<br />

- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados<br />

à retenção total ou parcial de imposto,<br />

aos sujeitos passivos, de documento comprovativo<br />

<strong>das</strong> importâncias pagas no ano anterior, do<br />

imposto retido na fonte e <strong>das</strong> deduções a que<br />

eventualmente tenha havido lugar.<br />

- Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias<br />

de valores mobiliários, aos investidores,<br />

onde constem os movimentos de registo<br />

efetuados no ano anterior.<br />

<br />

as colectivas<br />

- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />

para efeitos de Imposto sobre o Rendimento<br />

<strong>das</strong> Pessoas Coletivas.<br />

<br />

- Entrega da Declaração Recapitulativa, pelos<br />

sujeitos passivos do IVA (regime normal mensal<br />

e trimestral e isentos nos termos do art. 53º) que<br />

tenham efetuado transmissões intracomunitárias<br />

de bens e/ou prestações de serviços noutros<br />

Estados Membros, quando tais operações sejam<br />

aí localiza<strong>das</strong> nos termos do art. 6º do CIVA.<br />

<br />

- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />

para efeitos de Imposto do Selo.<br />

IRS<br />

Declaração mod. 3 – Novos impressos<br />

Foi publicada no Diário da República do dia<br />

21 de dezembro a Portaria nº 421/2012, que<br />

aprova os novos modelos da declaração modelo<br />

3 do IRS (folha de rosto), respetivos anexos<br />

e instruções de preenchimento. De acordo com<br />

esta portaria, sofreram alteração os seguintes<br />

anexos: anexo B (rendimentos empresariais<br />

e profissionais - regime simplificado); anexo<br />

C (rendimentos empresariais e profissionais -<br />

contabilidade organizada); anexo G (mais-valias<br />

e outros incrementos patrimoniais); anexo G1<br />

(mais-valias não tributáveis); anexo H (benefícios<br />

fiscais e deduções) e anexo J (rendimentos<br />

obtidos no estrangeiro) Os impressos ora<br />

aprovados devem ser utilizados a partir de 1 de<br />

janeiro de 2013 e destinam-se a declarar os<br />

rendimentos dos anos 2011 e seguintes.


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 33<br />

Apresentado Anuário do Setor Empresarial do Estado<br />

A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) procedeu à apresentação pública do Anuário<br />

do Setor Empresarial do Estado, relativo a 2011, numa cerimónia que decorreu na Universidade<br />

Católica Portuguesa de Lisboa. A coordenação deste trabalho – que compila a informação<br />

financeira <strong>das</strong> empresas públicas e que este ano teve a novidade adicional do setor<br />

regional – esteve a cargo de uma equipa liderada por João Carvalho, presidente do Colégio da<br />

Especialidade de Contabilidade Pública da Ordem.<br />

Da dispensa ou atenuação <strong>das</strong> coimas<br />

O n.º 1 do artigo 2.º do Regime Geral <strong>das</strong> Infrações<br />

Tributárias (RGIT) define infração tributária como<br />

“todo o facto típico, ilícito e culposo declarado<br />

punível por lei tributária”. As infrações, nos termos<br />

do n.º 2 do número seguinte, dividem-se em crimes e<br />

contraordenações.<br />

Em termos práticos, perante o incumprimento de<br />

determinada obrigação fiscal – atraso ou não entrega<br />

de declarações fiscais, não pagamento de impostos ou<br />

outras contribuições, não cumprimento de obrigações<br />

acessórias, etc. – que seja considerada uma infração<br />

tributária, para além da obrigação de cumprimento a<br />

que está obrigado, o contribuinte é ainda sancionado<br />

com a aplicação de uma pena que, no caso de crimes<br />

fiscais, pode ser de prisão ou multa e, nas contraordenações,<br />

ao pagamento de uma coima.<br />

Acontece, porém, que, em muitas situações, os<br />

contribuintes já cumpriram as obrigações fiscais ou,<br />

no caso de impostos em atraso, efetuaram também<br />

o pagamento dos respetivos juros compensatórios.<br />

Neste último caso, como a infração é autónoma, a<br />

não entrega, total ou parcial, da prestação tributária<br />

é punível, nos termos do artigo 114.º do RGIT, com<br />

coima variável entre o valor da prestação em falta e<br />

o seu dobro ou, se a conduta for imputável a título<br />

de negligência, a coima varia entre 15% e metade do<br />

imposto em falta. Se estivermos perante uma pessoa<br />

coletiva, os limites mínimo e máximo destas coimas<br />

são elevados para o dobro (artigo 26.º do RGIT).<br />

Quando são notificados da instauração do processo<br />

e contraordenação, os contribuintes reagem com<br />

A coima pode ser especialmente<br />

atenuada no caso de o infractor<br />

reconhecer a sua responsabilidade e<br />

regularizar a situação tributária até<br />

à decisão do processo.<br />

alguma indignação à aplicação de coimas eleva<strong>das</strong><br />

porque já cumpriram a obrigação fiscal e a infração<br />

resultou, muitas vezes, de atrasos não intencionais e<br />

de curta duração.<br />

Assim, é importante conhecer os mecanismos legais<br />

de dispensa ou atenuação especial da coima a que<br />

os contribuintes podem recorrer, bem como o<br />

entendimento dos tribunais administrativos e fiscais<br />

que, em muitos casos, tem conduzido à redução<br />

significativa do valor <strong>das</strong> coimas aplica<strong>das</strong> pelos<br />

serviços de finanças.<br />

Dispensa ou não aplicação da coima<br />

Nos termos do n.º 1 do artigo 32.º do RGIT, para<br />

além dos casos especialmente previstos na lei, pode<br />

não ser aplicada coima, desde que se verifiquem<br />

cumulativamente as seguintes circunstâncias:<br />

a prática da infração não ocasione prejuízo efetivo à<br />

receita tributária;<br />

Estar regularizada a falta cometida;<br />

A falta revelar um diminuto grau de culpa.<br />

Para a devida interpretação deste artigo, há que<br />

atender ao sentido do conceito “prejuízo efetivo”.<br />

Poderemos enquadrar nesta norma aquelas situações<br />

em que o contribuinte se atrasou no pagamento<br />

AMÂNDIO SILVA<br />

JURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />

dos impostos mas regularizou a situação alguns dias<br />

depois?<br />

A doutrina e a jurisprudência têm entendido<br />

que. “…A exigência cumulativa de que a prática<br />

da infração não ocasione prejuízo efetivo à<br />

receita tributária não terá em vista referenciar<br />

os casos em que a regularização veio a ocorrer,<br />

com o pagamento integral da quantia em dívida,<br />

mas sim reportar-se às situações em que não<br />

chegou a produzir-se prejuízo antes de ocorrer<br />

a regularização. (…) Ter-se-ão em vista, assim,<br />

primarcialmente, contraordenações que não estão<br />

diretamente conexiona<strong>das</strong> com o pagamento de<br />

prestação tributária, de que são exemplo os casos de<br />

violação de segredo por negligência (artigo 115.º),<br />

falta ou atraso na apresentação de declarações<br />

que não tenham por fim permitir à administração<br />

tributária determinar, avaliar ou comprovar a<br />

matéria coletável ou a falta de exibição de dísticos<br />

(artigo 117.º), a falta de apresentação de livros de<br />

escrituração, antes da respetiva utilização (artigo<br />

122.º) e a falta de nomeação de representantes<br />

(artigo 124.º e a falta de conta bancária)”.<br />

JORGE LOPES DE SOUSA e MANUEL SIMAS<br />

SANTOS, Regime Geral <strong>das</strong> Infracções Tributárias,<br />

Anotado, 2008, p. 317.<br />

No mesmo sentido, os tribunais superiores<br />

consideram que a dispensa de coima pressupõe que<br />

não seja causado qualquer prejuízo à receita fiscal<br />

antes de ocorrer a regularização da falta (Ac. do STA,<br />

de 07/11/2001, Proc. 26414, disponível no sítio<br />

(www.dgsi.pt). (…) Tal não será o caso se a declaração<br />

periódica do IVA for entregue sem que a mesma seja<br />

acompanhada do respetivo meio de pagamento – Ac.<br />

do STA, de 06/02/2002, Proc. 26216, Idem.<br />

Não estando preenchidos os requisitos para a dispensa<br />

da coima, o contribuinte pode, ainda assim, solicitar a<br />

atenuação especial da pena.<br />

Atenuação especial da coima<br />

A coima pode ser especialmente atenuada no caso<br />

de o infrator (i) reconhecer a sua responsabilidade e<br />

(ii) regularizar a situação tributária até à decisão do<br />

processo (n.º 2 do artigo 32.º do RGIT).<br />

A administração fiscal, na generalidade dos processos<br />

de contraordenação, não tem aplicado devidamente<br />

esta disposição, o que tem levado os tribunais a<br />

reduzir as coimas aplica<strong>das</strong> (Neste sentido, vide Ac.<br />

do TCA, de 28/03/2007, Proc. 1609/07, AC. do<br />

TCA, de 06/06/2006, Proc. 1140/06, Ac. do TCA,<br />

de 03/07/2007, Proc. 1799/07, Ac. do TCA, de<br />

19/06/2007, Proc. 1753/07).<br />

Com efeito, nas situações em que a obrigação foi<br />

cumprida num curto espaço de tempo, há que atender<br />

aos critérios estabelecidos no artigo 27.º quanto à<br />

graduação da pena: a coima deverá ser graduada em<br />

função da gravidade do facto, da culpa do agente e da<br />

sua situação económica.<br />

Assim sendo, de acordo com o disposto no n.º 3<br />

do artigo 18.º do Regime Geral do Ilícito de Mera<br />

Ordenação Social (RGCO), os limites máximo e<br />

mínimo da coima são reduzidos para metade.<br />

É ainda admitida, pela nova redação do artigo 51.º do<br />

RGCO, a possibilidade de ser proferida apenas uma<br />

admoestação pela entidade competente “quando a<br />

reduzida gravidade da infração e da culpa do agente o<br />

justifique.”<br />

Aprovado diploma respeitante a assistência mútua<br />

de cobrança de créditos<br />

Foi aprovado o decreto-lei que procede à transposição da diretiva relativa à assistência mútua<br />

em matéria de cobrança de créditos respeitantes a impostos, direitos e outras medi<strong>das</strong>. O DL<br />

nº 263/2012, de 20 de dezembro, revê e aperfeiçoa as regras atualmente existentes, estimulando<br />

e facilitando o recurso à assistência mútua na cobrança da União Europeia, medida há muito<br />

exigida pela Comissão, no âmbito da estratégia global de combate à fraude e à evasão fiscais.<br />

CONSULTÓRIO TÉCNICO<br />

FISCALIDADE<br />

Sociedades irregulares<br />

são sujeitos passivos de IRC<br />

e não se aplica o princípio<br />

da neutralidade fiscal<br />

Existindo transmissão de propriedade de<br />

bens imóveis propriedade dos sócios para a<br />

sociedade legalizada, haverá tributação em<br />

sede de IRS na esfera da categoria G – maisvalias.<br />

Em relação à transmissão de viaturas<br />

(bem igualmente sujeito a registo), não<br />

sendo presumida uma atividade comercial,<br />

não haverá tributação em sede de IRS.<br />

Um cliente de um TOC é sócio de duas sociedades<br />

constituí<strong>das</strong> de forma irregular. O elevado balanço que as<br />

sociedades atingiram e a forma como são vistas no meio<br />

empresarial fez com que o sócio principal tomasse a decisão<br />

de querer transformar aquelas entidades em uma ou duas<br />

sociedades por quotas.<br />

Na primeira sociedade detém 99% do capital e na segunda é<br />

detentor de 50% do capital social.<br />

Na leitura do artigo 86.º do CIRC e na conjugação do<br />

artigo 38.º do CIRS não se fica com a certeza de existir<br />

neutralidade fiscal quanto à natureza desta operação, porque<br />

se refere a uma atividade de uma pessoa singular. As dúvi<strong>das</strong><br />

que se colocam são as seguintes:<br />

Há lugar a transformações jurídicas desta forma de<br />

sociedades?<br />

Na questão fiscal, esta operação está ao abrigo da<br />

neutralidade fiscal emanada dos artigos atrás mencionados?<br />

O artigo 38.º do Código do IRS apenas se aplica quando<br />

um titular de rendimentos da categoria B do IRS realiza o<br />

capital com o património afeto à sua atividade empresarial ou<br />

profissional para a constituição de uma sociedade, sujeito passivo<br />

de IRC.<br />

As sociedades irregulares são sujeitos passivos de IRC, pelo que o<br />

artigo 38.º relativo à neutralidade fiscal não se aplica à situação<br />

colocado pelo Colega.<br />

Existindo transmissão de propriedade de bens imóveis<br />

propriedade dos sócios para a sociedade legalizada, haverá<br />

tributação em sede de IRS na esfera da categoria G – mais-valias.<br />

Em relação à transmissão de viaturas (bem igualmente sujeito<br />

a registo), não sendo presumida uma atividade comercial, não<br />

haverá tributação em sede de IRS.<br />

Nada impede que um particular que pode ser o próprio sócio<br />

transmita a propriedade de viaturas ou outros bens a sociedades<br />

(podendo ser uma transmissão onerosa ou mesmo gratuita).<br />

Tratando-se de uma venda (transmissão onerosa), não haverá<br />

tributação em IRS na esfera do particular, desde que não exista<br />

a presunção do exercício de uma atividade comercial e sempre<br />

tendo em atenção a norma referente a preços de transferência<br />

constante do artigo 63.º do Código do IRC.<br />

A figura de sociedade irregular significa que algum formalismo<br />

legal não foi cumprido, designadamente, registo na conservatória<br />

de registo comercial.<br />

Assim, na ótica jurídica, não se deve falar em transformação<br />

jurídica, mas sim na legalização de uma sociedade irregular, com<br />

todos os formalismos legais, pacto social, órgãos sociais, sócios e<br />

respetivas participações, disposições estatutárias e correspondente<br />

registo na conservatória.<br />

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CON-<br />

TAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


34 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

MARKETING<br />

CARLOS OLIVEIRA, GENERAL MANAGER DA AMPLIPHAR, AFIRMA<br />

“A área de negócio do selfcare<br />

vai crescer em Portugal”<br />

Depois de ter trabalhado<br />

mais de 40 anos na<br />

indústria farmacêutica,<br />

Carlos Oliveira decidiu<br />

desafiar dois colegas<br />

que são também fortes<br />

conhecedores do setor<br />

e criaram a Ampliphar.<br />

A empresa de “selfcare”,<br />

para além de trabalhar<br />

em parceria com outras<br />

marcas, conta já com<br />

o lançamento de duas<br />

marcas próprias: Win-<br />

Fit e All-in-Fit e para<br />

2013 está previsto o<br />

lançamento de novos<br />

produtos.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Qual a<br />

missão da Ampliphar?<br />

Carlos Oliveira - Numa altura<br />

em que condicionantes económicas<br />

afetam globalmente o país e<br />

de forma particular o setor farmacêutico,<br />

a Ampliphar pretende<br />

ser uma empresa de referência na<br />

área do “selfcare”. Pretendemos<br />

desenvolver marcas próprias –<br />

Win-Fit e All-in-Fit são os primeiros<br />

desafios – e construir com<br />

as empresas que representamos,<br />

ou venhamos a representar, parcerias<br />

sóli<strong>das</strong> e rentáveis, de forma<br />

a assegurar colaborações de<br />

longa duração.<br />

Carlos Oliveira sublinha que, “apesar de algum crescimento verificado nos<br />

últimos anos, estamos ainda distantes da média europeia no que ao consumo<br />

de produtos selfcare diz respeito”.<br />

VE - Como nasceu a ideia de<br />

negócio?<br />

CO - Estive envolvido, desde<br />

março de 1994 até setembro de<br />

2011, num projeto (Prisfar) do<br />

qual fui também sócio fundador.<br />

Após um curto período de descanso<br />

e alguma reflexão, decidi<br />

com a Mariana Azevedo (sócia<br />

e diretora de marketing) e o José<br />

Ribeiro (sócio e diretor financei-<br />

ro) passarmos da reflexão à ação,<br />

fundando a Ampliphar em finais<br />

de dezembro de 2011.<br />

Tendo plena consciência que<br />

este projeto tem relevante coeficiente<br />

de risco, também acreditamos<br />

que é absolutamente exequível<br />

e detentor de considerável<br />

potencial de sucesso. A Ampliphar<br />

tem uma estrutura humana<br />

muito sólida, constituída por<br />

ACP coma garrafeira online<br />

A agência criativa de marketing e comunicação digital<br />

Wiz Interactive (WIZ) criou a garrafeira online<br />

do ACP (http://garrafeira.acp.pt). A plataforma<br />

reúne uma seleção de vinhos apresentados e comentados<br />

por enólogos da Sogrape Vinhos com informação<br />

de detalhes sobre a origem, história, vinificação,<br />

sugestões de consumo e acompanhamento.<br />

“Tendo plena<br />

consciência que este<br />

projeto tem relevante<br />

coeficiente de risco,<br />

também acreditamos<br />

que é absolutamente<br />

exequível e detentor de<br />

considerável potencial<br />

de sucesso”<br />

pessoas que conhecemos bem,<br />

com quem partilhámos anos bem<br />

sucedidos, de muito trabalho e<br />

dedicação constantes, tendo superado<br />

com assinalável sucesso os<br />

desafios, então, enfrentados.<br />

VE - A empresa atua no setor<br />

farmacêutico. Qual a estratégia<br />

da empresa? O que é que a diferencia?<br />

CO - A Ampliphar exerce a sua<br />

atividade numa área de negócio<br />

composta por uma quantidade<br />

muito diversificada de produtos,<br />

bens e serviços aos quais os<br />

consumidores podem ter acesso<br />

direto.<br />

Ao tomarmos a decisão de introduzir<br />

um produto no mercado,<br />

não nos limitamos a explorar<br />

comercialmente o potencial desse<br />

mesmo produto. Divulgamos<br />

também conceitos, aprofundando<br />

a informação junto dos consumidores,<br />

por forma a implementar<br />

nos seus hábitos não apenas o<br />

consumo <strong>das</strong> marcas e produtos<br />

Torrié lança aplicação para smartphone sobre café<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

A marca de café Torrié lançou<br />

uma aplicação para smartphone<br />

que permite aceder, de forma gratuita,<br />

a um conjunto de informações<br />

sobre aquela bebida. Aquela<br />

plataforma de telemóvel servirá<br />

também para obter, a título de<br />

exemplo, dicas para um estilo de<br />

vida saudável e receitas do chef<br />

João Pupo.<br />

Através da aplicação, que já<br />

se encontra disponível e foi de-<br />

senvolvida pela Thing Pink,<br />

será possível receber indicações,<br />

através de um localizador de georreferência,<br />

sobre locais para a<br />

prática de atividades desportivas<br />

e de bem-estar próximos do local<br />

onde cada utilizador se encontrar.<br />

Outra <strong>das</strong> potencialidades<br />

da plataforma passa por propor<br />

receitas inovadoras que incluam<br />

o café como ingrediente e/ou<br />

simplesmente aceder a imagens<br />

sobre café através da ligação ao<br />

Pinterest.<br />

Aplicação a pensar nos<br />

adeptos da vida saudável<br />

“Esta aplicação foi pensada<br />

para os adeptos de uma vida saudável,<br />

sublinhando que o café é<br />

um elemento integrante de uma<br />

dieta equilibrada, e para os apaixonados<br />

pela culinária, facultando<br />

informação sobre o café como<br />

um ingrediente imprescindível<br />

aos melhores gourmands”, explica<br />

o departamento de marketing<br />

da Torrié.<br />

Desta feita, a iniciativa pretende<br />

“impulsionar o interesse dos consumidores<br />

pelo café e pelas várias<br />

opções que esta bebida oferece na<br />

culinária portuguesa e internacional”,<br />

refere ainda a mesma fonte.<br />

Com este lançamento, a marca<br />

de café portuguesa pretende<br />

surpreender o seu mercado e ser<br />

útil no estilo de vida de cada um.<br />

“Dinâmica e vanguardista, a Torrié<br />

tem apostado em oferecer aos<br />

consumidores produtos inovadores<br />

e de alta qualidade, reconheci-<br />

que comercializamos, mas também<br />

o entendimento de que o<br />

“selfcare” é uma prática que deve<br />

ser permanente.<br />

VE - Em que medida a atual<br />

conjuntura, inclusive para o setor<br />

farmacêutico, é uma oportunidade<br />

para este negócio?<br />

CO - A atual conjuntura económica<br />

não é genericamente favorável<br />

ao consumo, uma vez que<br />

há uma redução generalizada dos<br />

meios disponíveis para esse fim.<br />

No entanto, acreditamos que, independentemente<br />

<strong>das</strong> condicionantes<br />

económicas, a área de negócio<br />

do “selfcare” pode crescer<br />

se houver trabalho concertado<br />

<strong>das</strong> empresas, farmácias, espaços<br />

saúde e outros agentes envolvidos<br />

nesta atividade, tendo como<br />

objetivo a sensibilização dos consumidores<br />

para as vantagens de<br />

“investir” em saúde.<br />

Apesar de algum crescimento<br />

verificado nos últimos anos, estamos<br />

ainda distantes da média<br />

europeia, no que ao consumo de<br />

produtos “selfcare” diz respeito.<br />

VE - Quais são as grandes<br />

metas da Ampliphar a curto e<br />

médio prazo?<br />

CO -A Ampliphar tem o objetivo<br />

de sedimentar, no mais curto<br />

espaço de tempo, o portefólio<br />

de produtos com que iniciou a<br />

sua atividade. Adicionalmente,<br />

o nosso plano de negócios para<br />

2013, inclui o lançamento de<br />

novos produtos, que acrescentarão<br />

ao portefólio da Ampliphar<br />

maiores diversificação, competitividade<br />

e sustentabilidade.<br />

dos através de inúmeros prémios<br />

nacionais e internacionais. Ao<br />

mesmo tempo tem vindo a desenvolver<br />

várias ações que refletem<br />

as preocupações sociais da marca,<br />

designadamente na promoção de<br />

um estilo de vida saudável. Aliado<br />

ao foco na inovação, a Torrié<br />

procura acrescentar valor aos seus<br />

produtos através de serviços que<br />

estimulam um relacionamento<br />

mais próximo entre a marca e o<br />

consumidor”, explica o departamento<br />

de marketing.


PME profi ssionalizam presença na internet<br />

DORA TRONCÃO<br />

As PME revelam muita vontade<br />

em profi ssionalizar a sua<br />

presença na internet (65% <strong>das</strong><br />

PME europeias têm website), já<br />

que cerca de 67% acreditam que<br />

ter uma página online é crucial<br />

num contexto económico difícil<br />

como o atual, revela um estudo<br />

da EURid (European Registry<br />

for Internet Domains), realizado<br />

em 2012 e apresentado pela primeira<br />

vez no Seminário Ámen.<br />

As características mais associa<strong>das</strong><br />

ao .eu pelos utilizadores<br />

são: europeu (79%), internacional<br />

(41%), inovador (40%),<br />

político (36%), original (35%),<br />

sério (34%) e ambicioso (33%).<br />

O top ten dos países com mais<br />

registos de domínios “.eu” são:<br />

Alemanha, Holanda, França,<br />

Reino Unido, Polónia, Itália,<br />

República Checa, Áustria, Bélgica<br />

e Espanha. Os países escandinavos<br />

são os que têm mais<br />

presença online.<br />

Atrair clientes e explorar<br />

novos mercados<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 35<br />

Banco Bic faz publicidade em copos na restauração<br />

O Banco Bic é a primeira marca a aderir à proposta da adCaffe que passa por fazer publicidade em<br />

copos utilizados em estabelecimentos comerciais da restauração.<br />

O objetivo é alcançar os 1,2 milhões de contactos diretos com os<br />

consumidores. A campanha arrancou em 50 estabelecimentos<br />

de Lisboa localizados sobretudo em zonas de escritórios.<br />

A Amen, empresa do Grupo<br />

Multinacional Italiano Dada e<br />

líder europeia em soluções de<br />

presença online, organizou recentemente<br />

o seminário .eu, um<br />

clique para o sucesso”, evento de<br />

dimensão internacional dedicado<br />

ao domínio de topo “.eu”. O<br />

encontro contou com a participação<br />

de Giovanni Seppia, diretor<br />

de Relações Externas EURid<br />

(European Registry for Internet<br />

Domains), entidade responsável<br />

pela gestão deste domínio<br />

no âmbito de um acordo com a<br />

Comissão Europeia, que esteve,<br />

pela primeira vez, representada<br />

num evento em Portugal.<br />

Segundo Giovanni Seppia,<br />

o domínio .eu “confere uma<br />

imagem de empresa europeia<br />

com produtos europeus”, sendo<br />

esta opinião generalizada que lhe<br />

transmitiram os empresários que<br />

escolhem este domínio: querem<br />

que os mercados percebam as<br />

suas empresas e os seus produtos<br />

como europeus, mas também<br />

pretendem apresentar-se online<br />

com uma extensão dinâmica, jovem<br />

e de confi ança”.<br />

Quanto à perceção do consumidor,<br />

“os 3,7 milhões de<br />

domínios “.eu” registados mostram”,<br />

segundo Giovanni Seppia,<br />

que “os europeus fi zeram<br />

uma escolha consciente do domínio<br />

“.eu”. Foi um dos primeiros<br />

domínios que implica a<br />

respetiva localização geográfi ca<br />

e este é um aspeto que subli-<br />

nhamos sempre como uma <strong>das</strong><br />

suas caraterísticas distintivas.<br />

Ter “.eu” signifi ca “made in<br />

Europe”, uma verdadeira marca<br />

de qualidade para o marketing e<br />

branding online”.<br />

Quanto à situação portuguesa,<br />

existem atualmente 13 mil<br />

domínios “.eu” registados. “É<br />

um número pouco signifi cativo<br />

quando comparado com mais<br />

de um milhão de alemães registados,<br />

mas isso também signifi ca<br />

que existe uma margem de crescimento<br />

muito grande. Acredito<br />

que as pessoas se tentam inventar<br />

ou reinventar elas próprias e<br />

o seu negócio nesta altura. Por<br />

conseguinte, “.eu” pode ser um<br />

aliado para atrair novos clientes<br />

possíveis e explorar novos mercados”.<br />

Nova Expressão apoia campanha da Oikos<br />

O novo Harvard Trends é mais,<br />

MAS NÃO É DO MESMO.<br />

É um livro inteiramente novo<br />

e com um novo enfoque.<br />

Usufrua da<br />

CAMPANHA ESPECIAL<br />

LEVE 3 E PAGUE 2<br />

Continuando a manter a lógica de tendências na área<br />

da gestão, com uma escrita de leitura fácil, rápida e acessível<br />

a todos, o Harvard Trends 2013 abarca novas áreas<br />

até agora menos trata<strong>das</strong>, como as apps e redes sociais.<br />

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encomen<strong>das</strong>@vidaeconomica.pt 223 399 400<br />

Também disponivel nas melhores livrarias.<br />

MARKETING<br />

A Nova Expressão é a agência de meios da nova campanha da Oikos, uma Organização Não<br />

Governamental para o Desenvolvimento. “10 cêntimos é o custo para um mundo mais justo”<br />

é o mote da campanha que tem como meta angariar associados e fundos de apoio à ação<br />

da Oikos na área da ajuda alimentar, apoio à reconstrução, desenvolvimento rural e acesso à<br />

água potável junto <strong>das</strong> populações em Portugal, África e América Latina.<br />

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36 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

DIREITOS<br />

“Somos uma empresa privada de transporte<br />

público de passageiros e tomámos<br />

conhecimento que, a partir do início de<br />

Janeiro de 2013, as regras relativas à<br />

faturação foram altera<strong>das</strong> com a extinção<br />

do documento equivalente à fatura. Assim,<br />

gostaríamos de ser esclarecidos sobre a<br />

obrigatoriedade de emissão de fatura na<br />

nossa actividade específica ou se continua a<br />

ser suficiente o bilhete de transporte, sobre<br />

a certificação do programa de facturação<br />

e obrigação de envio de Ficheiro SAF-T<br />

mensalmente à AT”<br />

Na atualidade, prevê-se no artigo 2.º n.º<br />

2, alínea d), da Portaria n.º 22-A/2012,<br />

de 24.01, que os sujeitos passivos que<br />

“efectuem transmissões de bens através<br />

de aparelhos de distribuição automática ou<br />

prestações de serviços em que seja habitual<br />

a emissão de talão, bilhete de ingresso ou<br />

de transporte, senha ou outro documento<br />

pré-impresso e ao portador comprovativo<br />

do pagamento” estão isentos de utilizar,<br />

exclusivamente, programas informáticos de<br />

facturação que tenham sido objecto de prévia<br />

certificação pela Autoridade Tributária e<br />

Aduaneira.<br />

Ora, este regime mantém-se inalterado,<br />

apesar <strong>das</strong> alterações introduzi<strong>das</strong> pelo<br />

Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24.08, e pelo<br />

Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24.08.<br />

Na realidade, o artigo 40.º do Código do<br />

IVA foi substancialmente alterado pela<br />

nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º<br />

197/2012, de 24.08, que entrará em vigor<br />

em 1.1.2013. Assim, a anterior dispensa<br />

da obrigação de faturação e obrigatoriedade<br />

de emissão de talões de venda passou a ter<br />

a designação de faturas simplifica<strong>das</strong>, em<br />

consequência da extinção do documento<br />

equivalente à fatura. No que concerne ao<br />

caso específico da prestação de serviços de<br />

transportes, o artigo 40.º, n.º 5, do CIVA<br />

passará a dispor que, “sem prejuízo da<br />

obrigação de registo <strong>das</strong> transmissões de<br />

bens e <strong>das</strong> prestações de serviços efetua<strong>das</strong><br />

Uma <strong>das</strong> mais importantes novidades da<br />

Lei nº 31/2012, de 14 de Agosto, que<br />

veio alterar alguns aspetos do regime do<br />

arrendamento, prende-se com a criação do<br />

Procedimento Especial de Despejo. Este<br />

procedimento foi introduzido na Lei nº<br />

6/2006, de 27 de fevereiro, que aprovou<br />

o Novo Regime do Arrendamento Urbano,<br />

tendo por objetivo principal permitir efetivar a<br />

cessação do arrendamento nos casos em que<br />

o arrendatário não desocupe o locado na data<br />

prevista na lei, ou na data fixada por acordo<br />

entre as partes.<br />

Para a tramitação deste procedimento, foi<br />

pensado o Balcão Nacional do Arrendamento<br />

(BNA) com competência em todo o território<br />

nacional, funcionando apenas como<br />

plataforma online, e onde são entregues os<br />

requerimentos de despejo. O requerimento<br />

que é entregue no BNA tem sempre de ser<br />

instruído, consoante o motivo de cessação<br />

do contrato, do próprio contrato reduzido a<br />

escrito e dos comprovativos de efetivação<br />

[a obrigação da emissão de factura] pode ser<br />

cumprida mediante a emissão de documentos<br />

ou do registo <strong>das</strong> operações, […], nas […]<br />

a) Prestações de serviços de transporte,<br />

estacionamento, portagens e entra<strong>das</strong> em<br />

espetáculos, quando seja emitido um bilhete<br />

de transporte, ingresso ou outro documento<br />

ao portador comprovativo do pagamento”.<br />

Portanto, mantém-se em vigor o regime<br />

específico aplicado às empresas prestadoras<br />

de serviços de transporte de passageiros. Em<br />

conformidade com a mencionada Portaria,<br />

a consulente estará isenta da utilização<br />

de programas de faturação previamente<br />

certificados pela Autoridade Tributária e<br />

Aduaneira.<br />

No que diz respeito à obrigação de envio<br />

dos ficheiros SAF-T, a consulente está, nos<br />

termos da Portaria 321-A/2007, de 26.03,<br />

<strong>das</strong> diligências exigi<strong>das</strong> legalmente para<br />

a respetiva cessação. Não obstante o<br />

procedimento tramitar exclusivamente no<br />

BNA, este ainda não foi criado, sendo que<br />

no passado dia 8 de Novembro de 2012, em<br />

Conselho de Ministros foi aprovado o diploma<br />

que procede à sua criação e instalação, e que<br />

define ainda as regras do seu funcionamento,<br />

aguardando-se agora a conclusão do respetivo<br />

procedimento legislativo para que o BNA<br />

possa entrar em efetivo funcionamento.<br />

Este procedimento pretende agilizar o<br />

despejo, sendo os prazos aí previstos bastante<br />

curtos. Assim, apresentado o requerimento de<br />

despejo no Balcão Nacional do Arrendamento,<br />

este apenas pode ser recusado se omitir<br />

algum dos requisitos tipificados no art.15º-C<br />

da Lei nº6/2006, podendo todavia o<br />

requerente no prazo de 10 dias apresentar<br />

novo requerimento. Uma vez rececionado o<br />

requerimento, o BNA procede à notificação do<br />

requerido no prazo máximo de 15 dias para<br />

que este possa desocupar o locado, deduzir<br />

LEGAL & ILEGAL<br />

A NOVA AÇÃO DE DESPEJO<br />

Joge Miranda abre ciclo de debates<br />

do Clube dos Pensadores<br />

Jorge Miranda vai estar hoje presente no primeiro debate de<br />

2013 do Clube dos Pensadores. O constitucionalista irá abordar<br />

o tema “Estado Social”. O encontro decorre no Hotel Holiday<br />

Inn, em Gaia, pelas 21h45. O Orçamento de Estado<br />

2013 e o acórdão de 2012 sobre o OE vão estar em destaque.<br />

AS EMPRESAS DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS<br />

FACE ÀS NOVAS REGRAS DE EMISSÃO DE FATURA<br />

alterada pela Portaria 1192/2009, de 8.10,<br />

obrigada “a produzir um ficheiro … sempre<br />

que solicitado pelos serviços de inspeção,<br />

no âmbito <strong>das</strong> suas competências”. Porém,<br />

deve-se distinguir a obrigação de certificação<br />

do programa de faturação e a obrigação de<br />

gerar um ficheiro SAF-T para os efeitos supra<br />

referidos. Portanto, da certificação prévia o<br />

sujeito passivo está dispensado, mas não da<br />

geração de um ficheiro SAF-T para os citados<br />

efeitos.<br />

Com efeito, o Decreto-Lei n.º 198/2012,<br />

de 24.08, não vem exigir especificamente<br />

a remessa deste tipo de ficheiro, mas antes<br />

a comunicação à Autoridade Tributária<br />

e Aduaneira, por transmissão eletrónica<br />

de dados, dos elementos <strong>das</strong> faturas<br />

emiti<strong>das</strong> nos termos do CIVA, através da<br />

remessa do referido ficheiro SAF-T (PT)<br />

oposição ao requerimento, ou requerer o<br />

diferimento da desocupação do locado.<br />

O requerido pode exercer a oposição ao<br />

requerimento no prazo de 15 dias contados<br />

da sua notificação, sendo que, na falta de<br />

oposição, nos casos em que esta é tida<br />

como não deduzida ou quando na pendência<br />

do processo o requerido não procede ao<br />

pagamento ou depósito <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> que se<br />

foram vencendo, o requerimento de despejo<br />

é convertido em título para a desocupação do<br />

locado.<br />

Contudo, se é deduzida validamente a<br />

oposição, o BNA é remetido para o tribunal,<br />

podendo o juiz marcar data da audiência de<br />

julgamento, a qual terá de ser realizada no<br />

prazo de 20 dias contados da distribuição. O<br />

objetivo central da audiência de julgamento<br />

é o acordo <strong>das</strong> partes, sendo que, se este<br />

se frustrar, procede-se à produção de prova,<br />

sendo a sentença, finda a produção de prova<br />

e as breves alegações orais <strong>das</strong> partes, ditada<br />

para a ata.<br />

ou por transmissão electrónica de dados<br />

em tempo real, integrada em programa de<br />

faturação electrónica. No entanto, dado<br />

que, nos termos acima expostos, não existe<br />

a obrigação de emissão de fatura, o atual<br />

entendimento da Autoridade Tributária e<br />

Aduaneira vai no sentido de não ser exigível<br />

tal comunicação, sem prejuízo de ter sido<br />

requerida pelos serviços aplicadores desta<br />

norma, esclarecimento sobre esta questão,<br />

o que poderá implicar alterações no actual<br />

entendimento.<br />

Em conclusão,<br />

- A Portaria 22-A/2012, de 24.01, mantêmse<br />

em vigor, pelo que a consulente está<br />

dispensada da certificação prévia do programa<br />

informático de faturação;<br />

- A obrigação de faturação pode ser cumprida<br />

ao abrigo do disposto no artigo 40.º, n.º 5,<br />

do CIVA, mediante a emissão do bilhete de<br />

transporte;<br />

- Nos termos da Portaria 321-A/2007, de<br />

26.03, alterada pela Portaria 1192/2009, de<br />

8.10, a consulente está obrigada a produzir<br />

um ficheiro SAF-T sempre que solicitado<br />

pelos serviços de inspeção, no âmbito <strong>das</strong><br />

suas competências;<br />

- O Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24.08,<br />

passou exigir a comunicação à Autoridade<br />

Tributária e Aduaneira, por transmissão<br />

eletrónica de dados, dos elementos <strong>das</strong><br />

faturas emiti<strong>das</strong> nos termos do CIVA, através<br />

da remessa do referido ficheiro SAF-T (PT)<br />

ou por transmissão eletrónica de dados<br />

em tempo real, integrada em programa de<br />

faturação eletrónica;<br />

- O atual entendimento da Autoridade<br />

Tributária e Aduaneira defende que a<br />

obrigação acima identificada não se aplicará<br />

a estes sujeitos passivos (que beneficiam do<br />

regime do artigo 40.º, n.º 5, do CIVA).<br />

ZEFERINO FERREIRA<br />

Gabinete de Advogados<br />

António Vilar, Luis Cameirão & Associados<br />

avlc@avlc-advogados.com<br />

www.avlc-advogados.com<br />

Ora, uma vez constituído título ou decisão<br />

judicial para a desocupação do lesado, as<br />

entidades competentes deslocam-se de<br />

imediato ao locado para tomar posse do<br />

imóvel, quando senhorio e arrendatário não<br />

acordem prazo para a desocupação do locado.<br />

Não obstante serem estes os termos do<br />

procedimento especial de despejo em<br />

geral, existem regras específicas no caso de<br />

arrendamento urbano com fins habitacionais.<br />

Em suma, com a criação definitiva do BNA,<br />

os senhorios poderão, de forma célere e<br />

descomplicada, obter a desocupação efetiva<br />

dos seus locados quando os arrendatários se<br />

recusem a fazê-lo voluntariamente, nos casos<br />

em que o contrato de arrendamento não pode<br />

mais manter-se entre as partes.<br />

Daniela S. Ramalho<br />

Gabinete de Advogados<br />

António Vilar, Luis Cameirão & Associados<br />

avlc@avlc-advogados.com<br />

www.avlc-advogados.com


DE ABERTURA, RESGATE ANTECIPADO, TRANSFERÊNCIA OU, SOBRETUDO, GESTÃO<br />

Comissões são a principal variável<br />

entre diferentes PPR Os receios com<br />

Os Planos Poupança<br />

Reforma já não têm<br />

os benefícios fiscais<br />

do passado, mas a<br />

preocupação com a<br />

sustentabilidade da<br />

segurança social a longo<br />

prazo está a levar muitos<br />

portugueses a colocaram a<br />

hipótese de subscreverem<br />

aquele produto. A “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” solicitou<br />

uma simulação deste PPR<br />

a bancos e seguradoras<br />

e concluiu que as<br />

principais diferenças<br />

estão nas comissões<br />

– abertura, resgate<br />

antecipado, transferência<br />

ou, sobretudo, gestão –<br />

cobra<strong>das</strong>.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

As comissões são a principal<br />

variável entre os Planos Poupança<br />

Reforma (PPR) disponíveis<br />

no mercado. Segundo as<br />

simulações pedi<strong>das</strong> pela “<strong>Vida</strong><br />

Fundo/Entidade<br />

Fonte: entidades<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 37<br />

MERCADOS<br />

<strong>Económica</strong>”, não é tanto nas taxas<br />

futuras de remuneração que<br />

se notam as diferenças, mas nas<br />

comissões cobra<strong>das</strong> pela entidade<br />

gestora, sejam de abertura, de<br />

resgate antecipado, transferência<br />

ou, sobretudo, de gestão. Com<br />

efeito, as taxas futuras são apenas<br />

previsões, enquanto as comissões<br />

estão previstas de forma<br />

concreta.<br />

Embora tenham cada vez menos<br />

benefícios fiscais, os PPR,<br />

sejam fundos ou seguros (podem<br />

ser destes dois tipos), começam a<br />

ser hipótese colocada por muitos<br />

portugueses, preocupados com<br />

os rumores que vão surgindo<br />

sobre a sustentabilidade da segurança<br />

social a longo prazo. O<br />

problema é que o dinheiro que<br />

sobra nos magros orçamentos<br />

familiares é pouco ou nenhum.<br />

Com base nesta lusa realidade,<br />

a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” solicitou<br />

uma simulação “austera” de PPR<br />

a bancos e seguradoras. O “nosso”<br />

investidor tem 40 anos e vai<br />

investir 500 euros iniciais, entregando,<br />

depois, até aos 65 anos,<br />

25 euros por mês.<br />

CA <strong>Vida</strong> não cobra gestão<br />

Começando pelas comissões<br />

de gestão, a seguradora CA <strong>Vida</strong><br />

(CA PPR) é a única, entre as que<br />

a aceitaram o desafio, que não<br />

cobra qualquer valor. Na Liberty<br />

Seguros (Liberty PPR Mais),<br />

a taxa total anual pode chegar a<br />

1%: máximo de 0,7%, debitado<br />

em duodécimos, sobre o valor<br />

do Fundo PPR e máximo de<br />

0,3%, debitado em duodécimos,<br />

sobre o saldo da conta poupança<br />

no final de cada mês.<br />

No caso da Lusitania <strong>Vida</strong><br />

(Plano de Reforma PPR Lusitania<br />

2011), as comissões, aqui<br />

mensais, de gestão são de 0,1%<br />

nos primeiros cinco anos de<br />

contrato e 0,075% nos restantes.<br />

Na Mapfre, a comissão anual é<br />

de 1% sobre o valor do fundo.<br />

Fonte da seguradora indicou-<br />

-nos que esta comissão não afeta<br />

a poupança acumulada, apenas o<br />

resultado anual do fundo.<br />

No Banco Popular (que enviou<br />

simulações de fundos Eurovida<br />

Plano PPR) e no BPI (BPI<br />

Reforma Investimento PPR) a<br />

comissão anual é 1,5%. Na Caixa<br />

Geral de Depósitos (CGD) e<br />

redes Fidelidade Mundial e Império<br />

Bonança (Leve PPR) não<br />

há cobrança de comissões, com<br />

exceção para o Leve Duo, que<br />

também cobra 1,5%. No caso<br />

do Montepio, cuja simulação<br />

enviada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” foi<br />

preparada pela Futuro, a sociedade<br />

gestora de fundos de pen-<br />

COMISSÕES PODEM FAZER A DIFERENÇA<br />

sustentabilidade<br />

futura da segurança<br />

social aumentam<br />

a preferência<br />

dos portugueses<br />

com os PPR<br />

sões da entidade, sendo o plano<br />

apresentado o PPR 5 Estrelas, a<br />

comissão máxima é de 1,75%<br />

por ano.<br />

Resgate antecipado de<br />

evitar nos primeiros anos<br />

No que se refere à comissão de<br />

abertura, BPI, Banco Popular,<br />

CGD/Caixa Seguros e Montepio<br />

não cobram qualquer valor.<br />

Já na Lusitania <strong>Vida</strong>, aquela taxa<br />

pode variar entre 0% e 2%, na<br />

CA <strong>Vida</strong> é de 1,5% do valor<br />

dos prémios, na Mapfre há uma<br />

comissão de subscrição de cada<br />

entrega no máximo 2,1% e na<br />

Liberty Seguros não existe comissão<br />

de abertura, existe uma<br />

comissão de subscrição aplicável<br />

Idade: 40 anos Investimento inicial: G 500 Entregas mensais: G 25<br />

Comissão<br />

de abertura<br />

Comissão resgate<br />

antecipado<br />

Comissão<br />

de gestão<br />

Comissão<br />

de transferência<br />

sobre cada entrega, que representa<br />

no máximo 3% da mesma.<br />

Algo muito importante nos<br />

PPR são as comissões por resgate<br />

antecipado. Por lei, não<br />

podem ser cobra<strong>das</strong> comissões<br />

quando as contribuições perfazem<br />

cinco anos, aos 60 anos de<br />

idade e reforma por velhice do<br />

participante ou cônjuge, desemprego<br />

de longa duração, doença<br />

grave e reforma por invalidez do<br />

participante ou qualquer membro<br />

do agregado familiar. Além<br />

disso, nas subscrições efetua<strong>das</strong><br />

até ao fim de 2006, a frequência<br />

ou ingresso em cursos do ensino<br />

profissional ou superior (embora,<br />

neste caso, os cincos anos já<br />

tenham sido atingidos até ao fim<br />

de 2011).<br />

Fora deste molde legal, a maioria<br />

<strong>das</strong> entidades que nos enviou<br />

simulações cobra 2% pelo resgate<br />

antecipado. As exceções são o<br />

BPI (1%, mas com 0% a partir<br />

do segundo ano) e a CGD/Caixa<br />

Seguros (0,5%).<br />

No que se refere às comissões<br />

de transferência, a maioria cobra<br />

0,5% do montante transportado.<br />

Também neste campo o BPI<br />

foge à regra e não cobra, aqui em<br />

conjunto com o Banco Popular,<br />

qualquer valor. Por fim, as taxas<br />

de remuneração rondam os<br />

2,6%.<br />

Taxa<br />

de remuneração<br />

0% Até 2% 1,50% 0% 2,50%<br />

0% 1% (0% a partir 2º ano) 1,50% 0% 2,32%<br />

1,5% (valor prémios) Até 2% 0% 0,5% (valor transferido) 2,3% + resultados<br />

0% 0,50% Até 1,5% Até 0,5% (valor transferido) 2,20%<br />

Até 3%/entrega 2%<br />

5600<br />

5550<br />

5500<br />

5450<br />

5400<br />

5350<br />

5300<br />

PSI-20 (02.01) 5561,47<br />

3,53% Var. Semana<br />

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />

1,22% Var. 2012<br />

Até 0,7% fundo PPR/Até 0,3%<br />

conta poupança<br />

Dow Jones 02/jan .......13256,61<br />

Var Sem ................................1,70%<br />

Var 2012 ................................8,50%<br />

Nasdaq 02/jan ............. 3019,661<br />

Var Sem ................................1,54%<br />

Var 2012 ..............................15,91%<br />

IBEX 35 02/jan ...............7986,80<br />

Var Sem ................................1,31%<br />

Var 2012 ...............................-6,77%<br />

DAX 02/jan ....................7614,79<br />

Var Sem ................................2,15%<br />

Var 2012 ..............................29,10%<br />

CAC40 02/jan ................3664,59<br />

Var Sem ................................1,56%<br />

Var 2012 ..............................15,41%<br />

0,5% (valor transferido) 2,50%<br />

0% a 2% Até 2% 0,075% a 1% 0,5% (valor transferido) 2,5% + resultados<br />

Até 2,1%/entrega 2% 1% (apenas resultado) 0,5% (valor transferido) 3,8% (1º ano)/2,5% (seguintes)<br />

0% 2% 1,75% Até 0,5% (valor transferido) 4%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR


38 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

EURODÓLAR (02.01) 1,3038 Euro/Libra 2/jan ........0,8082 EURIBOR 6M (02.01) 0,3180 Euribor 3M 2/jan .......0,1830 PETRÓLEO BRENT (02.01) 109,63<br />

-0,37% Var. Semana<br />

Var Sem .........................0,54%<br />

Var 2012 ......................... 3,12%<br />

-0,021% Var. Semana<br />

Var Abs Sem .................. -0,007<br />

Var 2012 ..........................-0,818<br />

0,76% Var. Semana<br />

1,306<br />

1,304<br />

1,302<br />

1,3<br />

1,298<br />

1,296<br />

1,294<br />

1,292<br />

1,29<br />

1,288<br />

1,286<br />

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />

0,59% Var. 2012 -0,906% Var. 2012 2,11% Var. 2012<br />

NA CARTEIRA AGRESSIVA SÃO AÇÕES QUE DOMINAM<br />

Fundos monetários e obrigações<br />

lideram carteira prudente do Banco Best<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

Os fundos de mercado monetário<br />

e as obrigações estão em destaque<br />

na carteira de investimento<br />

prudente que o Banco Best constituiu<br />

para a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

Já na carteira agressiva, as ações<br />

lideram, representando mais de<br />

50% do capital investido.<br />

O Banco Best frisa, no entanto,<br />

que a diversificação é importante<br />

em qualquer <strong>das</strong> “tipologias”<br />

de investidor. “A construção <strong>das</strong><br />

carteiras de investimento tem<br />

em conta critérios de diversificação<br />

por diversas classes de ativos<br />

(obrigações, alternativos, ações e<br />

commodities), no sentido de que<br />

a correlação inferior a um entre<br />

estas classes providencie uma<br />

diminuição do risco global da<br />

carteira. As alocações a ativos de<br />

menor risco são cerca de 85% na<br />

carteira prudente e de 32,5% na<br />

carteira agressiva. Estas escolhas<br />

dão corpo à ideia de que o investidor<br />

prudente não exclui totalmente<br />

o risco da carteira e, por<br />

Há umas semanas, estive em Londres de<br />

passeio. De permeio, aproveitei a ocasião e<br />

contactei com alguns colegas e conhecidos<br />

no sector financeiro, procurando sentir a sua<br />

sensibilidade quanto ao futuro próximo na<br />

Europa, em particular no sul da Europa. A<br />

opinião generalizada é a de que a situação<br />

actual, esta morte lenta que se tem vindo a<br />

acelerar nos últimos meses, poderá prolongarse<br />

por mais cinco anos sem que nada de<br />

substancial mude. Sendo certo que opiniões<br />

como aquelas valem o que valem, confesso que<br />

regressei desanimado. E, por isso, foi com uma<br />

certa satisfação que, há dias, ouvi o discurso<br />

do Presidente da República. Tendo criticado<br />

Cavaco Silva em tantas e diversas ocasiões ao<br />

longo dos anos, muitas vezes nesta coluna<br />

de opinião, desta feita, o seu apelo ao fim da<br />

espiral recessiva – apesar de relativamente<br />

inócuo porquanto não concretizou como –<br />

pareceu-me sensato.<br />

O problema é que Portugal não tem hoje<br />

meios que lhe valham. Estamos carentes<br />

de mecanismos – económicos, fiscais e<br />

monetários –, e da respectiva autonomia<br />

política, que permitam o relançamento<br />

da economia. Neste domínio, a chamada<br />

coordenação que agora existe na Europa<br />

começa a não interessar a um número<br />

Euro/Iene 2/jan .....108,3270<br />

Var Sem ........................-0,49%<br />

Var 2012 .........................-7,99%<br />

A diversificação<br />

é importante<br />

em qualquer <strong>das</strong><br />

“tipologias” de<br />

investidor, segundo o<br />

Banco Best.<br />

outro lado, o investidor agressivo<br />

deseja uma exposição maioritária,<br />

embora não excessiva a risco”,<br />

lê-se no comentário enviado<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

“Os fundos de investimento<br />

selecionados, de entre a oferta de<br />

quase dois mil fundos de investimento<br />

disponíveis para subscrição<br />

por parte dos clientes do<br />

Banco Best, representam aqueles<br />

que, primordialmente, embora<br />

entre outros critérios de seleção<br />

qualitativos, apresentam os melhores<br />

rácios de risco/rendibilidade<br />

dentro <strong>das</strong> diversas categorias<br />

seleciona<strong>das</strong>”, remata a mesma<br />

nota.<br />

0,345<br />

0,34<br />

0,335<br />

0,33<br />

0,325<br />

0,32<br />

0,315<br />

0,31<br />

0,305<br />

Especulação<br />

0,3<br />

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />

crescente de países. Como sempre, pelos<br />

mais variados motivos, há países que tendem<br />

a liderar os movimentos de opinião, e o<br />

debate que hoje se faz no Reino Unido, entre<br />

permanecer na União Europeia ou dela sair,<br />

representa um debate cada vez mais relevante<br />

e meritório não apenas para os britânicos,<br />

mas sobretudo para gregos, portugueses e<br />

espanhóis.<br />

No decurso da investigação que<br />

recentemente fiz a propósito de um livro que<br />

escrevi sobre a economia portuguesa, dei por<br />

mim a tornar-me cada vez mais eurocéptico.<br />

Não apenas em relação à moeda única, mas<br />

em relação a todo o edifício de integração<br />

europeia. Trata-se de um pensamento<br />

profundamente contrário ao pensamento<br />

dominante, politicamente incorrecto, pois,<br />

como dizia há dias um amigo meu, durante<br />

déca<strong>das</strong> os portugueses foram educados<br />

na ideia de que a União Europeia seria o<br />

presente e o futuro que nos levaria ao nirvana<br />

da prosperidade e da modernidade. As<br />

<strong>dificuldades</strong> que hoje se sentem em Portugal,<br />

e que no enquadramento actual podem ainda<br />

representar apenas o início de um longo<br />

período de decadência – afinal de contas,<br />

o PIB real em Portugal só corrigiu 5% face<br />

ao seu máximo de 2008 –, são sintoma do<br />

Euribor 1Y 2/jan ....... 0,5400<br />

Var Abs Sem .................. -0,030<br />

Var 2012 ......................... -0,964<br />

110<br />

109,5<br />

109<br />

108,5<br />

108<br />

107,5<br />

107<br />

106,5<br />

106<br />

105,5<br />

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />

CARTEIRA PRUDENTE<br />

Nome do fundo Categoria ISIN<br />

Ouro 2/jan ............ 1713,20<br />

Var Sem ...................... 1,18%<br />

Var 2012 ...................... 8,69%<br />

Prata 2/jan ................33,24<br />

Var Sem ...................... 1,50%<br />

Var 2012 ..................... 17,94%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />

E.S. Liquidez FEI Acc Monetário PTYEVOHM0002 25,0%<br />

GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 22,5%<br />

JPM Global Corporate Bond D EUR Hdg Acc Obrigações LU0408846961 10,0%<br />

AXA WF Global High Yield Bonds E(H)-Cap EUR Obrigações LU0189847253 10,0%<br />

Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Ações LU0256839860 5,0%<br />

BNY Mellon Lg-Trm Global Equity A EUR Acc Ações IE00B29M2H10 7,5%<br />

UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />

ING (L) Renta Fd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc Obrigações LU0577845802 10,0%<br />

CARTEIRA AGRESSIVA<br />

Nome do fundo Categoria ISIN<br />

AXA WF Global High Yield Bonds E(H)-Cap EUR Obrigações LU0189847253 15,0%<br />

Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Ações LU0256839860 25,0%<br />

Threadneedle American Extended Alpha R EUR Acc Ações GB00B28CN800 15,0%<br />

Vontobel Fund Emerging Markets Equity HC Ações LU0333249109 15,0%<br />

BNY Mellon Lg-Trm Global Equity A EUR Acc Ações IE00B29M2H10 10,0%<br />

UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />

ING (L) Renta Fd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg<br />

Acc<br />

Obrigações LU0577845802 5,0%<br />

Vontobel Fund - Belvista Commodity H EUR Acc Matérias-Primas LU0415415636 5,0%<br />

Notas: O investimento em fundos de investimento não dispensa a consulta dos prospetos disponíveis em www.bancobest.pt ou através do<br />

número 707246707 (<strong>das</strong> 7h30 às 24h).<br />

RICARDO ARROJA<br />

Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no<br />

Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)<br />

O futuro<br />

esfumar de uma certa ilusão europeísta, que<br />

durou enquanto tudo foi bom.<br />

A verdade é que, por mais números e<br />

estatísticas económicas que possamos apontar,<br />

por mais reformas que possamos almejar,<br />

a integração europeia está a falhar porque,<br />

apesar dos devaneios federalistas da classe<br />

política que fez da integração europeia o<br />

seu cartão de visita, os modos de viver e os<br />

interesses nacionais persistem balcanizados. E<br />

não é preciso ir muito longe para se observar<br />

este pecado original, pois não há melhor<br />

exemplo desta contradição interna do que<br />

a política agrícola comum, que, de modo a<br />

garantir o escoamento dos excedentes agrícolas<br />

de uns, contribuiu para aniquilar as estruturas<br />

produtivas de outros. Mercado livre? Pois claro<br />

que não; na realidade, não poderia ser mais<br />

planificado! A introdução do euro, que retirou<br />

às economias menos produtivas na Europa<br />

a válvula de escape de que necessitavam a<br />

fim de repor a sua competitividade externa,<br />

e os problemas de excesso de endividamento<br />

que daí resultaram, apenas <strong>agrava</strong>ram esta<br />

tendência centralizadora, ao ponto de o<br />

euro ser uma moeda muito frágil sem a<br />

existência de um tesouro central em Bruxelas.<br />

Enfim, estou hoje convencido de que seriam<br />

necessárias várias gerações de “miscigenação”<br />

na Europa, que criassem um “ser” e um<br />

“sentir” europeu, e mesmo assim – a simples<br />

barreira de diferentes idiomas garantiria<br />

algumas naturais resistências –, talvez não<br />

fosse suficiente no sentido de alterar e<br />

uniformizar os modos de vida. Em suma, seria<br />

bom que a Europa percebesse isso, que desse<br />

um passo atrás, permitindo que os países em<br />

apuros recuperassem os seus instrumentos<br />

macroeconómicos, para depois dar dois passos<br />

à frente. Cooperação na Europa sim, mas<br />

coordenação não, e se isso significa menos<br />

integração europeia, então, que assim seja.<br />

Post-scriptum: a partir da próxima semana<br />

deixarei de assinar esta coluna de opinião,<br />

suspendendo a minha crónica semanal. Desde<br />

2004 que escrevo ininterruptamente neste jornal,<br />

a quem agradeço a coragem por me ter lançado<br />

em rubricas de opinião, mas está na altura de<br />

ceder o lugar a outros. Além disso, um novo<br />

desafio profissional no seio do Grupo para o qual<br />

trabalho assim o pede. Deste modo, esta coluna<br />

institucional manter-se-á, mas será assinada por<br />

outros colaboradores do Grupo Pedro Arroja. Aos<br />

leitores que ao longo dos anos me acompanharam<br />

na “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, um forte abraço.<br />

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO AINDA<br />

NÃO SEGUE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 39<br />

Bancos espanhóis nacionalizados<br />

transferem mais de 37 mil milhões<br />

Os bancos nacionalizados espanhóis procederam à transferência de 37,1 mil milhões de euros<br />

para a Sociedade de Gestão de Ativos da Reestruturação Bancária (SAREB). Esta uma <strong>das</strong><br />

exigências constantes no memorando de entendimento assinado com Bruxelas para receber<br />

a necessária ajuda financeira. A maior fatia coube ao Bankia, num valor de 22,3 mil milhões<br />

de euros. Em causa está a receção dos ativos imobiliários procedentes da banca nacionalizada.<br />

MB NET em crescimento<br />

A SIBS percorreu diversas universidades<br />

de norte a sul do país,<br />

entre abril e dezembro, numa<br />

ação de sensibilização entre estudantes<br />

que gerou, segundo a entidade<br />

gestora, um aumento de<br />

adesões ao MB NET na ordem<br />

dos 8%. “O Roadshow MB NET<br />

permitiu à SIBS dar a conhecer<br />

aos universitários, potenciais utilizadores<br />

do serviço MB NET, o<br />

seu serviço, dissuadindo os estigmas<br />

de insegurança <strong>das</strong> compras<br />

online e divulgar as vantagens do<br />

MB NET para o pagamento de<br />

compras online em segurança”,<br />

refere um comunicado da SIBS.<br />

Este crescimento de 8% torna-<br />

-se mais evidente em comparação<br />

com o período homólogo no mês<br />

de novembro que registou um<br />

aumento de 15%. O roadshow<br />

demonstrou ainda a existência de<br />

diversos perfis de utilizador, vários<br />

tipos de comportamento de compras<br />

online e diversas opiniões<br />

sobre o MB NET entre os cerca<br />

de 41 500 estudantes, professores<br />

e funcionários que afluíram ao<br />

evento.<br />

O passatempo “MB NET: a<br />

praxe <strong>das</strong> compras online”, que<br />

convidava os “fãs” do Facebook<br />

do MB NET a partilhar uma<br />

O fim do ano é sinónimo de balanço.<br />

Ao recordar o ano que agora finda, as<br />

barreiras macro que o mercado teve de<br />

enfrentar (designadamente a crise <strong>das</strong><br />

dívi<strong>das</strong> e, mais recentemente, a ameaça<br />

americana do “fiscal cliff”) e a forma<br />

limpa como as ultrapassou, não deixamos<br />

de concluir que nos aproximamos de um<br />

ponto de perigosíssima complacência. Ao<br />

passar os olhos pelos “Outlooks 2013”<br />

o consenso aponta para uma subida do<br />

S&P em torno de 10% e ainda “procuro”<br />

analistas que prevejam uma queda do<br />

mercado.<br />

Mas que contexto tão “benigno” é este?<br />

Convém recordar que, no mundo<br />

Segundo a SIBS, entre abril e dezembro as adesões ao MB NET subiram 8%.<br />

fotografia tirada no stand do roadshow,<br />

recebendo um voto por<br />

cada “gosto”, conta com cerca de<br />

200 participações. Os três vencedores,<br />

que serão conhecidos<br />

na próxima quinta-feira (10 de<br />

Janeiro), vão receber cheques-<br />

-prenda Surprise no valor de<br />

250, 150 e 50 euros, referentes<br />

ao primeiro, segundo e terceiro<br />

lugares.<br />

“A implementação deste passatempo<br />

incentivou a que a página<br />

de Facebook do MB NET<br />

crescesse cerca de oito mil ‘likes’,<br />

suscitando o interesse de muitas<br />

desenvolvido como um todo, vivemos a<br />

pior situação em termos de dívida pública<br />

desde a Segunda Guerra Mundial. O<br />

problema não é só europeu, mas também<br />

americano e japonês. Durante algum<br />

tempo, as apostas centraram-se no elo<br />

europeu, mas é possível que a corda parta<br />

por outro lado. É evidente que existe<br />

outra visão: a visão de que a corda não<br />

vai partir e que a dívida será paga através<br />

de expansão monetária. Como principais<br />

atores desta visão temos os principais<br />

bancos centrais que, com as sucessivas<br />

operações de expansão monetária,<br />

transformam o mercado numa espécie<br />

de macaco amestrado com o radar no<br />

pessoas por este serviço, caracterizado<br />

pelos participantes do roadshow<br />

como simples, prático e de<br />

fácil adesão”, segundo a SIBS. O<br />

MB NET é um serviço desenvolvido<br />

pela SIBS Forward Payment<br />

Solutions (uma <strong>das</strong> empresas do<br />

grupo SIBS) que permite gerar<br />

um cartão de pagamento virtual,<br />

com o qual se pode fazer compras<br />

em segurança, em qualquer<br />

site nacional ou estrangeiro, sem<br />

nunca disponibilizar os dados reais.<br />

Com o MB NET nunca é necessário<br />

indicar o número real do<br />

cartão para fazer um pagamento.<br />

Os Cisnes Negros de 2013<br />

A SOFID – Sociedade para o Financiamento<br />

do Desenvolvimento<br />

apoiou projeto de internacionalização<br />

da empresa JJR Moçambique,<br />

do grupo de construção JJR, com<br />

financiamento de um milhão de<br />

euros para projeto de investimento<br />

em Moçambique. O projeto com<br />

a empresa do Grupo JJR, sediado<br />

em Leiria, resulta do processo de<br />

internacionalização numa perspetiva<br />

de aproveitar as oportunidades<br />

ofereci<strong>das</strong> pelo mercado moçambicano.<br />

O projeto apresentado à SOFID,<br />

no montante global de cerca de seis<br />

milhões de dólares (4,5 milhões<br />

de euros), assenta na aquisição de<br />

equipamentos industriais, de transporte<br />

e outra maquinaria ligeira<br />

necessários ao apetrechamento de<br />

um estaleiro local de apoio e ao<br />

ALEXANDRE MOTA, DIRETOR EXECUTIVO DA GOLDEN BROKER<br />

http://bgoldenbroker.blogspot.com/<br />

www.goldenbroker.com<br />

SOFID financia<br />

internacionalização<br />

do grupo JJR<br />

próximo QE, Twist, LTRO, etc. Pior que<br />

isso, a intervenção dos bancos centrais,<br />

que já passou há muito a imoralidade<br />

de subsidiar os bancos, representa hoje<br />

a ÚNICA razão que sustenta a subida<br />

dos mercados acionistas. Não fora esta<br />

intervenção e o desenrolar do purgativo<br />

processo de ajustamento empurraria os<br />

índices acionistas para sul.<br />

Como disse o ex-Ceo do Citigroup:<br />

“Enquanto a música tocar, devemos<br />

dançar…”. Isso não impede que<br />

escutemos com atenção a música…. Por<br />

exemplo, yields cada vez mais baixos<br />

sobre dívi<strong>das</strong> de estados ou empresas<br />

insolventes; crescente pressão social e<br />

MERCADOS<br />

Investimento em ativos imobiliários caiu 20% no ano passado<br />

O volume de investimento em ativos imobiliários, em Portugal, ascendeu a cerca de 231 milhões<br />

de euros, no ano passado, o que se traduziu em menos 20%, face ao exercício anterior,<br />

ano em que já se tinha verificado uma quebra de 60%, face aos mais de 700 milhões de euros<br />

transacionados em 2010. Refere a consultora imobiliária C&W que “a crise da dívida pública<br />

portuguesa e a ausência de financiamento fizeram com que vários investidores estrangeiros<br />

deixassem de considerar oportunidades no nosso país”.<br />

A participação da SOFID traduziu-se num financiamento de um milhão de<br />

euros<br />

desenvolvimento da atividade da<br />

empresa. A participação da SOFID<br />

traduziu-se num financiamento de<br />

um milhão de euros à empresa-<br />

-mãe do grupo, em Portugal, para<br />

a realização de suprimentos na sua<br />

participada moçambicana, perfazendo<br />

25% do investimento total.<br />

A estratégia de atuação da empresa<br />

passa pela aposta no segmento<br />

<strong>das</strong> obras de pequena e média<br />

dimensão, associa<strong>das</strong> à manutenção,<br />

conservação e beneficiação de<br />

rodovias e outras atividades complementares.<br />

O projeto perspetiva<br />

a criação de mais de 100 postos de<br />

trabalho diretos, recorrendo a oito<br />

trabalhadores portugueses deslocados<br />

e apostando na formação e<br />

na transferência de competências<br />

técnicas para quadros moçambicanos.<br />

conflito entre gerações; repressão fiscal e<br />

manipulação monetária. Neste pano de<br />

fundo atrevemo-nos a considerar o óbvio:<br />

2013 será provavelmente um ano de<br />

grandes sobressaltos; que<strong>das</strong> <strong>das</strong> bolsas e<br />

grande agitação no mercado cambial. Os<br />

bancos centrais procurarão corrigir com a<br />

receita expansionista do costume, mas as<br />

munições serão cada vez mais fracas.<br />

É neste contexto que devemos saber ter<br />

uma estratégia equilibrada, mas, acima de<br />

tudo, devemos recordar que a o sucesso<br />

não é ter razão, nem agitar ideias como<br />

grandes convicções futuras. O sucesso nos<br />

mercados são resultados.<br />

Bons investimentos!


40 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

FMI pede para Alemanha abrandar consolidação orçamental<br />

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou à Alemanha para abrandar o seu processo<br />

de consolidação orçamental, de modo a compensar as consequências dos cortes no Sul da Europa.<br />

Ou seja, o fundo quer que a Alemanha atrase a sua chegada ao défice zero, isto porque<br />

o país tem condições para avançar mais lentamente com esse processo. De facto, a Alemanha<br />

tem conseguido aumentar as receitas fiscais, graças ao acréscimo da população empregada e à<br />

descida nos custos de financiamento. O FMI acredita que este ano será de crescimento global,<br />

sobretudo devido ao desempenho dos Estados Unidos, da China e de outros países emergentes.<br />

PRESIDENTE DA COSEC CONSIDERA<br />

Empresas exportadoras<br />

do risco de crédito<br />

As empresas estão cada<br />

vez mais sensibiliza<strong>das</strong><br />

para a importância<br />

da gestão do risco de<br />

crédito e da proteção<br />

da sua tesouraria,<br />

apesar de to<strong>das</strong> as<br />

contrariedades que a<br />

atual crise económica<br />

tem colocado ao tecido<br />

económico nacional. Os<br />

empresários passaram<br />

a ser mais cautelosos<br />

com as suas exportações<br />

e a reconhecerem<br />

agora a importância do<br />

seguro de crédito como<br />

instrumento essencial,<br />

quer no mercado<br />

interno quer no exterior.<br />

Em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”, Miguel<br />

Gomes da Costa,<br />

presidente da COSEC,<br />

garante que a seguradora<br />

“tem registado um<br />

crescimento da sua<br />

atividade” e lembra que,<br />

perante as perspetivas<br />

de evolução negativa da<br />

economia europeia, “é<br />

fundamental explorar<br />

mercados com maiores<br />

taxas de crescimento”.<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – No contexto<br />

da atual conjuntura económica<br />

que o país atravessa,<br />

como tem evoluído a atividade<br />

da COSEC, nomeadamente na<br />

área do seguro de crédito?<br />

Miguel Gomes da Costa –<br />

As empresas estão cada vez mais<br />

sensibiliza<strong>das</strong> para a importância<br />

da gestão do risco de crédito<br />

e da proteção da sua tesouraria.<br />

E a forte pressão a que têm sido<br />

sujeitas no sentido de desenvolverem<br />

a atividade de exportação<br />

tem sido um motivo que sustenta<br />

também a maior procura por<br />

ferramentas de mitigação do risco<br />

de créditos comerciais. Face a<br />

este enquadramento, a COSEC<br />

tem registado um crescimento da<br />

sua atividade e para isso muito<br />

tem contribuído a forte aposta<br />

no apoio às exportações, tanto<br />

no que respeita às exportações<br />

nos mercados tradicionais da<br />

OCDE como no apoio à necessária<br />

diversificação de destinos<br />

que tem vindo a aumentar nos<br />

últimos anos.<br />

VE – Quais são as expectativas<br />

da COSEC em relação à<br />

evolução <strong>das</strong> exportações nacionais<br />

no próximo ano?<br />

MGC – Acreditamos que as<br />

previsões que atualmente existem<br />

para a evolução <strong>das</strong> exportações,<br />

entre os 3,5% e os 5%, poderão<br />

concretizar-se, sendo, no entanto,<br />

fundamental que as empresas<br />

exportadoras disponham de<br />

instrumentos de “trade finance”<br />

para apoiar a concretização <strong>das</strong><br />

operações de exportação. No caso<br />

do seguro de créditos, a COSEC<br />

tem vindo a aumentar sucessivamente<br />

a sua exposição nos mercados<br />

externos, nomeadamente<br />

21% em 2010, 17% em 2011 e<br />

14% até ao mês de novembro.<br />

VE – Considera que a aposta<br />

<strong>das</strong> empresas portuguesas na<br />

diversificação de mercados de<br />

destino dos seus bens e serviços<br />

é o caminho a seguir perante a<br />

atual conjuntura?<br />

MGC – As perspetivas de<br />

evolução da economia europeia<br />

Santander vende complexo em Madrid<br />

O banco Santander vendeu um conjunto de edifícios localizado em Madrid, conhecido por<br />

“Complexo Canalejas”. A operação envolveu cerca de 215 milhões de euros e vai gerar uma<br />

mais-valia bruta de aproximadamente 85 milhões de euros para a instituição bancária. O Santander<br />

vai continuar a ocupar o complexo por um período de cinco meses, sem qualquer tipo<br />

de renda ou de encargo, cumprindo-se o contrato de compra e venda dos imóveis. Trata-se<br />

de mais um negócio que possibilita à entidade financeira libertar-se de imobiliário e encaixar<br />

alguma liquidez.<br />

“A COSEC tem registado um crescimento da sua atividade e para isso muito tem contribuído a forte aposta no apoio às exportações”,


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 41<br />

Estado torna-se maior acionista do Banif<br />

O Estado vai tornar-se o maior acionista do Banif durante os próximos cinco anos. Este o<br />

resultado direto do plano de recapitalização do banco, em que são injetados cerca de 1,1 mil<br />

milhões de euros.<br />

O Estado passa assim a controlar perto de 99% do banco e poderá receber até 290 milhões<br />

de euros em dividendos e outros ganhos, para além dos cerca de 40 milhões resultantes dos<br />

juros. Está-se perante uma espécie de nacionalização temporária. O plano tem ainda de ser<br />

aprovado pelos atuais acionistas do Banif.<br />

enfrentam um aumento<br />

salienta Miguel Gomes da Costa.<br />

são negativas, pelo que é fundamental<br />

explorar mercados com<br />

maiores taxas de crescimento. A<br />

exposição da COSEC demonstra<br />

que a procura de coberturas para<br />

mercados de maior crescimento<br />

tem sido uma realidade, destacando-se<br />

os mercados da América<br />

Latina, África e alguns mercados<br />

do Médio e Extremo Oriente.<br />

VE – Que mercados poderão<br />

oferecer às empresas boas perspetivas<br />

de negócios, isto apesar<br />

de estarem classificados como<br />

representando maior risco?<br />

MGC – Em termos gerais, os<br />

mercados fora da OCDE apresentam<br />

atualmente maiores taxas<br />

de crescimento e melhores oportunidades.<br />

No entanto, também<br />

apresentam maior risco, pelo que<br />

a abordagem a estes mercados<br />

tem de ser mais cautelosa e o risco<br />

tem de ser bem avaliado.<br />

Angola, Venezuela e<br />

Moçambique entre os<br />

principais destinos de<br />

seguro de crédito<br />

VE – Dos produtos que a<br />

COSEC disponibiliza às empresas<br />

com negócios internacionais,<br />

quais registam maior<br />

procura?<br />

MGC – O produto principal<br />

na atividade da COSEC continuam<br />

a ser as suas apólices globais,<br />

que, nos mercados externos<br />

e até final de novembro, acomodavam<br />

uma exposição de cerca<br />

de quatro mil milhões de euros,<br />

maioritariamente concentrados<br />

“A crise financeira<br />

está já a ter reflexos<br />

na sinistralidade dos<br />

mercados externos,<br />

notando-se um<br />

<strong>agrava</strong>mento da<br />

sinistralidade nos<br />

últimos trimestres”<br />

O produto principal<br />

na atividade da<br />

COSEC continua a<br />

ser as suas apólices<br />

globais, que, nos<br />

mercados externos e<br />

até final de novembro,<br />

acomodavam uma<br />

exposição de cerca de 4<br />

mil milhões de euros,<br />

maioritariamente<br />

concentrados nos<br />

países da OCDE.<br />

nos países da OCDE. Acresce<br />

que para os mercados da OCDE<br />

a COSEC tem vindo a disponibilizar<br />

as linhas com garantia do<br />

Estado e que têm constituído um<br />

complemento importante <strong>das</strong> coberturas<br />

concedi<strong>das</strong> nas apólices<br />

globais. No final de novembro as<br />

garantias emiti<strong>das</strong> no âmbito destas<br />

linhas atingiam cerca de 500<br />

milhões de euros.<br />

VE – E quanto aos mercados<br />

que não pertencem à OCDE?<br />

MGC – Aí tem sido relevante a<br />

utilização da linha de mil milhões<br />

de euros com garantia do Estado,<br />

gerida exclusivamente pela CO-<br />

SEC e que tem como características<br />

específicas a possibilidade de<br />

garantir operações individuais ou<br />

programas anuis de exportação<br />

em condições bonifica<strong>das</strong>. No<br />

âmbito desta linha e até final do<br />

mês de novembro estavam garanti<strong>das</strong><br />

ven<strong>das</strong> de cerca de 700<br />

milhões de euros destina<strong>das</strong> a<br />

cerca de 70 países, dos quais se<br />

destacam destinos como Angola,<br />

Venezuela, Brasil e Marrocos.<br />

De referir ainda que ultimamente<br />

o produto seguro caução<br />

para mercados externos com garantia<br />

do Estado tem registado<br />

grande procura, designadamente<br />

Confiança dos consumidores estabiliza na Europa<br />

A confiança dos consumidores permaneceu estável em Dezembro, na União Europeia e na<br />

Zona Euro. O índice de confiança subiu apenas ligeiramente de 23,8 pontos negativos, em<br />

novembro, para 24,1 pontos negativos, no mês seguinte, na UE. Na Zona Euro, o movimento<br />

foi inverso, tendo descido de 26,9 para 26,6 pontos negativos. Daqui se conclui que se está a<br />

verificar uma certa estabilização, ainda que os valores se mantenham negativos. De salientar<br />

que a confiança dos consumidores acaba por ser um reflexo, entre outros factores, da atividade<br />

industrial, a qual tem tardado em recuperar.<br />

na apresentação de garantias para<br />

obras de grandes dimensões nestes<br />

mercados, com destaque para<br />

os mercados de Norte de África e<br />

América Latina.<br />

VE – Qual o cliente tipo para<br />

estes produtos, quais os principais<br />

setores abrangidos e quais<br />

os países onde é maior a presença<br />

da COSEC?<br />

MGC – No que respeita às<br />

coberturas no âmbito <strong>das</strong> nossas<br />

apólices de risco comercial<br />

e <strong>das</strong> linhas para mercados da<br />

OCDE, a COSEC tem uma carteira<br />

onde se destacam os grandes<br />

exportadores portugueses, designadamente<br />

do setor da pasta<br />

de papel, calçado, têxtil e setor<br />

alimentar. De qualquer modo, a<br />

maior percentagem de clientes da<br />

COSEC são PME. No caso <strong>das</strong><br />

responsabilidades em vigor com<br />

garantia do Estado, a COSEC<br />

gere atualmente um carteira que<br />

atinge os 1,6 mil milhões de euros<br />

e em que Angola, Venezuela<br />

e Moçambique representam 93%<br />

dos montantes totais em vigor.<br />

Em particular na linha para países<br />

fora da OCDE, são as PME<br />

exportadoras que mais têm ocupado<br />

esta linha, destacando-se os<br />

setores dos bens alimentares, produtos<br />

da área farmacêutica, materiais<br />

de construção, informática,<br />

e pasta de papel. Já no caso<br />

da Convenção Portugal-Angola,<br />

destaca-se o setor da construção,<br />

que ocupa praticamente as responsabilidades<br />

subscritas neste<br />

âmbito e que tem atualmente<br />

uma ocupação de cerca de 70%.<br />

Crise origina <strong>agrava</strong>mento<br />

da sinistralidade dos<br />

seguros de crédito<br />

VE – E qual tem sido a taxa<br />

de sinistralidade dos seguros de<br />

crédito à exportação?<br />

MGC – Historicamente, a sinistralidade<br />

verificada nos mercados<br />

externos tem sido inferior<br />

à verificada no mercado doméstico.<br />

De qualquer modo, a crise<br />

financeira que vem afetando as<br />

principais economias da Europa<br />

e os principais destinos <strong>das</strong> nossas<br />

exportações está já a ter reflexos<br />

na sinistralidade dos mercados<br />

externos, notando-se um <strong>agrava</strong>-<br />

MERCADOS<br />

mento da sinistralidade nos últimos<br />

trimestres.<br />

VE – Para terminar, que conselhos<br />

poderá a COSEC dar<br />

aos empresários portugueses<br />

que queiram exportar os seus<br />

produtos, nomeadamente para<br />

países fora da OCDE?<br />

MGC – Os empresários devem<br />

salvaguardar o risco que correm<br />

quando exportam para os mercados<br />

externos, designadamente<br />

fora da OCDE, dado que a garantia<br />

de recebimento dos bens<br />

exportados é a regra de ouro na<br />

estabilidade <strong>das</strong> suas tesourarias e<br />

bem assim na cobrança dos seus<br />

créditos em mercados de risco<br />

comercial e político. Como referi<br />

anteriormente e dada a atual disponibilidade<br />

existente do produto<br />

seguro de créditos para cobrir<br />

as ven<strong>das</strong> para todos os mercados<br />

do mundo, aquilo que aconselhamos<br />

aos nossos exportadores<br />

é que recorram à sua utilização,<br />

aproveitando a capacidade disponível<br />

do produto nas suas várias<br />

vertentes e na cobertura de uma<br />

grande diversidade de mercados.<br />

As perspetivas de<br />

evolução da economia<br />

Europeia são<br />

negativas pelo que é<br />

fundamental explorar<br />

mercados com maiores<br />

taxas de crescimento. A<br />

exposição da COSEC<br />

demonstra que a<br />

procura de coberturas<br />

para mercados de<br />

maior crescimento tem<br />

sido uma realidade<br />

destacando-se os<br />

mercados da América<br />

Latina, África e alguns<br />

mercados do Médio e<br />

Extremo Oriente.


42 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

Inflação espanhola foi de 2,9%<br />

A NOSSA ANÁLISE<br />

Depósito do Millennium premeia<br />

relação do cliente até 2,25%<br />

O Depósito Soma + do Millennium bcp<br />

é um depósito a prazo a 360 dias que assegura<br />

uma remuneração fixa líquida de<br />

0,375% para quem investe entre 1.000J<br />

e 7500 euros ou 0,75% para quem disponibilizar<br />

entre 7500 euros a 50 mil euros.<br />

A estes valores poderão ser acrescentados<br />

até 2,25%, dependendo do número de<br />

produtos do banco que o cliente subscrever.<br />

A quantos mais aderir, mais recebe de<br />

taxa de juro neste produto financeiro. A<br />

relação de antiguidade com a instituição<br />

bancária também poderá ser bonificada.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

Amor com amor se paga<br />

A mensagem da instituição bancária é clara: quanto<br />

mais for fiel aos seus serviços e produtos, mais recebe de<br />

remuneração num depósito a prazo. Há uma relação direta<br />

de proporcionalidade. A lógica deste produto financeiro<br />

é precisamente essa, a de fazer aumentar o pacote de compromisso<br />

entre os clientes e o Millennium bcp. Caso contrário,<br />

e tendo em linha de conta a taxa de remuneração<br />

base, o Depósito Soma + não se torna atrativo.<br />

Para aderir a esta solução é necessário um investimento<br />

mínimo de mil euros, sendo o montante máximo do depósito<br />

de 50 mil euros. No que concerne à taxa de remuneração<br />

base liquida, são aplicados dois escalões: 0,375%<br />

para quem investe entre mil euros e 7500 euros ou 0,75%<br />

para quem disponibilizar entre 7500 euros a 50 mil euros.<br />

A estes valores poderá ser acrescentado 0,01%, por cada<br />

ano de antiguidade da conta de depósitos à ordem associada<br />

a este depósito, com o máximo de 0,25%; 0,50%, na<br />

domiciliação do vencimento ou reforma/pensão, se recebido<br />

por transferência bancária codificada com código 08<br />

ou 11, respetivamente. A domiciliação do ordenado deverá<br />

ocorrer até ao final do 2.º mês (período de 60 dias) e<br />

verificar-se durante, pelo menos, 10 meses. A domiciliação<br />

de ordenado não obriga à contratação nem da “Vantagem<br />

Ordenado” nem de qualquer facilidade de descoberto;<br />

0,25%, por cada produto que o cliente contrate, com o<br />

máximo de 2,25% (nove produtos). Os produtos deverão<br />

ser contratados até ao final do 2º mês (período de 60 dias)<br />

O volume de ordens executa<strong>das</strong> pelos<br />

intermediários financeiros ascendeu<br />

a 42,5 mil milhões de euros, no terceiro<br />

trimestre de 2012, o que se traduziu<br />

numa quebra de quase 19%, face ao trimestre<br />

anterior. A tendência de descida<br />

registou-se em todos os segmentos, com<br />

o valor <strong>das</strong> ordens sobre ações a baixar<br />

A inflação em Espanha fechou 2012 nos 2,9%, de acordo com os dados<br />

do instituto de estatísticas do país vizinho. Depois de um pico<br />

em outubro, com os preços a registaram uma subida de 3,5%, a inflação<br />

desceu para 2,9%, devido, segundo a referida entidade, à baixa<br />

do preço dos produtos farmacêuticos e combustíveis e lubrificantes.<br />

da contratação do depósito a prazo e deverão ser mantidos<br />

até ao vencimento do mesmo, pois só deste modo o cliente<br />

poderá beneficiar da remuneração adicional a acrescer à<br />

TANB base.<br />

Prova que gostas de mim e mais juros receberás<br />

Para ter direito ao valor máximo de 0,25% por produto,<br />

terá de escolher nesta lista: cartão de crédito; cartão de débito;<br />

cliente frequente, cliente frequente negócios ou Millennium<br />

GO!; seguro Médis; Móbis - seguro automóvel;<br />

seguro multirriscos habitação ou seguro proteção negócio;<br />

seguro plano de proteção pagamentos; seguro proteção<br />

vida; outros depósitos a prazo (exceto Depósito Especial e<br />

Depósito Especial Mais).<br />

No entanto, tenha em consideração que, para efeitos de<br />

remuneração adicional, apenas será considerada a contratação<br />

de um produto de cada uma <strong>das</strong> famílias de produto<br />

anteriormente identifica<strong>das</strong> (por exemplo, só é considerado<br />

um cartão da família cartão de débito, independentemente<br />

de o cliente contratar mais do que um cartão de<br />

débito).<br />

Na prática, a aplicação cumulativa de to<strong>das</strong> as condições<br />

acima identifica<strong>das</strong> permitirá uma remuneração adicional<br />

máxima de 3% a acrescer à TANB base aplicável consoante<br />

o escalão elegível ( 7.500J), sendo a TANB<br />

máxima de 3,5% e 4%, para o 1º e 2º escalão, o que corresponde<br />

a uma TANL máxima de 2,520% e 2,625% (considerando<br />

a taxa de retenção de 28%) ou de 2,625% e 3%<br />

(considerando a taxa de retenção de 25%), respetivamente.<br />

33,8%, para 6,5 mil milhões de euros<br />

,e as executa<strong>das</strong> sobre dívida privada a<br />

recuarem 26,5% e sobre dívida pública<br />

7%, relativamente ao segundo trimestre.<br />

Os títulos sobre dívida privada foram<br />

o ativo financeiro mais procurado (39%<br />

do total), apesar da queda trimestral<br />

de 7,5%, seguidos da dívida pública<br />

Apple destronou Exxon como empresa mais valiosa<br />

em bolsa<br />

A Apple fechou 2012 na liderança <strong>das</strong> empresas mais valiosas em bolsa, “roubando” o primeiro<br />

lugar à petrolífera Exxon, que liderou aquele ranking durante 11 anos. Segundo os dados<br />

da agência Bloomberg, a capitalização da empresa fundada por Steve Jobs ascende a 500,6 mil<br />

milhões de dólares, contra 394,6 mil milhões da Exxon.<br />

CONSELHOS<br />

e <strong>das</strong> ações, que atingiram, 11,5 e 9,9<br />

mil milhões de euros, respetivamente.<br />

O BES Investimento foi o intermediário<br />

financeiro com a quota de mercado<br />

mais elevada (26,1%) no segmento<br />

de ações, seguido do BPI (23,3%) e da<br />

Fincor (14%). O BES Investimento liderou<br />

também nas ordens sobre dívida<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Intermediação financeira cai 19% no terceiro trimestre<br />

pública, com uma quota de mercado de<br />

24,2%, seguido do BPI, com 21%, e do<br />

Caixa – Banco de Investimento, com<br />

13,5% de quota de mercado. Quanto ao<br />

investimento por país, Portugal recebeu<br />

53,1% do valor <strong>das</strong> ordens, seguido dos<br />

Estados Unidos (17,4%) e da Alemanha<br />

(14,4%).


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 43<br />

Millennium bim mais uma vez premiado “Banco do Ano<br />

em Moçambique”<br />

O Millennium bim voltou a ver reconhecido o seu desempenho no setor bancário moçambicano,<br />

tendo sido distinguido, pela sétima vez, pela revista “The Banker” com o prémio “Banco<br />

do Ano em Moçambique”. No ranking definido por esta publicação, onde vigoram as 300<br />

instituições bancárias africanas de maior relevo, o Millennium bim é o primeiro banco moçambicano,<br />

na 65ª posição.<br />

Ações para o Longo Prazo<br />

Investimento<br />

em valor<br />

Tal como fazer dieta, investir<br />

é simples, mas não é fácil. Há<br />

apenas duas formas de perder<br />

peso: comer menos e fazer mais<br />

exercício. Não podia ser mais<br />

fácil. A verdade é que comer<br />

menos e fazer mais exercício<br />

não é fácil num mundo cheio<br />

de doces, de batatas fritas, de<br />

bons assados ou bons vinhos. A<br />

tentação está em todo o lado.<br />

A chave para investir com sucesso também<br />

é simples: comprar bons ativos que<br />

produzam rendimentos, comprar quando<br />

estão baratos e mantê-los, diversificar<br />

apenas o essencial e manter os custos de<br />

transação baixos. Infelizmente, este conceito<br />

tão simples não é facilmente aplicável<br />

para os investidores que todos os dias<br />

são bombardeados com a ideia “fique rico<br />

depressa”, avisos para saírem do mercado<br />

A chave para investir com<br />

sucesso também é simples:<br />

comprar bons ativos que<br />

produzam rendimentos,<br />

comprar quando estão baratos e<br />

mantê-los, diversificar apenas o<br />

essencial e manter os custos de<br />

transação baixos. Infelizmente<br />

este conceito tão simples não<br />

é facilmente aplicável (…). Os<br />

investidores são muitas vezes<br />

“forçados” a tomar decisões<br />

motivados pelo medo ou pela<br />

ganância.<br />

(ou entrarem) antes que seja demasiado<br />

tarde e comentadores de televisão que<br />

gritam “dicas” de investimento como se<br />

tivessem a roupa interior a arder. Os investidores<br />

são muitas vezes “forçados” a<br />

tomar decisões motivados pelo medo ou<br />

pela ganância.<br />

O objetivo do meu artigo quinzenal é<br />

explicar os princípios do Investimento<br />

em Valor para que o leitor possa beneficiar<br />

da estratégia de investimento que,<br />

consistentemente, melhores rentabilidades<br />

EMÍLIA O. VIEIRA<br />

Presidente do Conselho de Administração<br />

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA<br />

www.casadeinvestimentos.pt<br />

proporciona a médio a longo prazo. É importante<br />

compreender os princípios do investimento<br />

e saber escolher o conselheiro<br />

financeiro, que deve ser capaz, honesto e<br />

independente.<br />

Um dos fatores mais difíceis na manutenção<br />

de uma abordagem de longo prazo<br />

é o facto de os preços <strong>das</strong> ações estarem<br />

tão facilmente disponíveis. Podemos consultar<br />

o valor de to<strong>das</strong> as nossas posições<br />

em ações a cada minuto. Conseguimos ver<br />

como os preços flutuam levados por fatores<br />

de curto prazo e, em muitos casos, esta<br />

informação causa desconforto aos investidores,<br />

mas não tem qualquer relevância a<br />

longo prazo.<br />

No livro “O Livro do Investimento<br />

em Valor”, que a Casa de Investimentos<br />

traduziu para português, Chris Browne<br />

apresenta um exemplo deste comportamento,<br />

o de um conhecido seu que detinha<br />

um portfólio de obrigações municipais<br />

que valia cerca de 700.000,00 USD.<br />

“Ele era um mediador imobiliário com<br />

muito sucesso que poupava pelo menos<br />

50% do seu rendimento anual. O seu<br />

dinheiro estava investido para o longo<br />

prazo e ele tinha capacidade financeira<br />

para o deixar investido. Mas ele não<br />

conseguia suportar as subi<strong>das</strong> e desci<strong>das</strong><br />

diárias dos preços <strong>das</strong> ações. Se uma <strong>das</strong><br />

suas ações fechasse a cair, ele ficava profundamente<br />

transtornado. Penso que ele<br />

não se tinha dado conta de que os preços<br />

<strong>das</strong> obrigações também flutuavam; mas,<br />

uma vez que não conseguia consultar os<br />

seus fechos diariamente, ele não se preocupava.<br />

Recebia regularmente os juros<br />

<strong>das</strong> obrigações e reinvestia-o e ficava feliz.<br />

Nos 10 anos seguintes, assumindo<br />

uma taxa anual de 5%, o valor do seu<br />

portfólio de obrigações municipais subiu<br />

até aos 1.140.226,00 USD. Se o mesmo<br />

capital tivesse sido investido em fundos<br />

de ações do S&P 500, o meu amigo teria<br />

conseguido 2.906.639,00 USD antes de<br />

impostos a uma taxa anual de 15,3%. Assumindo<br />

impostos de 40%, o seu pé-de-<br />

-meia ascenderia a 2.023.983,00 USD. A<br />

sua perda, por não ter investido em ações,<br />

foi de 883.757,00 USD.<br />

Utilizaria esta abordagem de avaliação<br />

minuto a minuto noutros ativos que detenha?<br />

Como reagiria se a sua casa fosse<br />

avaliada diariamente e a cotação publicada<br />

nos jornais? Venderia porque hoje alguém<br />

a avalia em menos 2 ou 3%?<br />

Apresento abaixo 3 exemplos de investimento<br />

para realçar a importância de investir<br />

a médio e longo prazo em bons ativos,<br />

que produzem rendimentos, que pagam<br />

dividendos e que conseguem proteger as<br />

poupanças garantindo a manutenção do<br />

poder de compra.<br />

Euribor a seis meses entra em 2013 a cair<br />

A taxa Euribor a seis meses, indexada à maioria dos contratos<br />

de crédito à habitação em vigor em Portugal, manteve nesta<br />

semana a tendência de descida que registou ao longo de<br />

2012, tendo recuado para 0,319%. Aquele prazo foi, no entanto,<br />

o único que desceu. Com efeito, a Euribor a três meses<br />

subiu para 0,188% e a 12 meses cresceu para 0,543% na<br />

primeira sessão de 2013.<br />

Um dos fatores mais difíceis na<br />

manutenção de uma abordagem<br />

de longo prazo é o facto de<br />

os preços <strong>das</strong> ações estarem<br />

tão facilmente disponíveis.<br />

Podemos consultar o valor<br />

de to<strong>das</strong> as nossas posições<br />

em ações a cada minuto.<br />

Conseguimos ver como os<br />

preços flutuam levados por<br />

fatores de curto prazo e, em<br />

muitos casos, esta informação<br />

causa desconforto aos<br />

investidores e não tem qualquer<br />

relevância a longo prazo.<br />

I. Os gémeos – a importância de<br />

começar cedo<br />

Apresento-vos Jill e John, gémeos de<br />

vinte e um anos que acabaram de se licenciar.<br />

Jill, imediatamente após o ingresso no<br />

mundo do trabalho, iniciou uma contribuição<br />

de 50 dólares mensais para um fundo<br />

de ações. Esta contribuição manteve-se<br />

durante os oito anos seguintes até que Jill<br />

casou e este valor foi utilizado em despesas<br />

mais prementes. Manteve apenas os 8 anos<br />

de contribuições. John, que casou com a<br />

namorada do liceu logo após a licenciatura,<br />

começou a investir apenas aos 29 anos<br />

de idade. A sua contribuição era também<br />

de 50 dólares para o mesmo fundo de ações<br />

e manteve-se durante 37 anos até a sua<br />

reforma. No total, John investiu 22.200<br />

dólares enquanto que Jill contribuiu com<br />

4800. Aos 65 anos de idade, qual dos irmãos<br />

tinha mais dinheiro, assumindo um<br />

retorno anual médio de 10%?<br />

A resposta, ao contrário do que à primeira<br />

vista parece óbvio, é que Jill tem mais<br />

dinheiro que o seu irmão, 256.650 dólares,<br />

contra 217.830 de John.<br />

II. Um milhão de dólares em 1947 –<br />

a inflação<br />

“De modo a assegurar um rendimento estável<br />

à viúva de um homem rico que faleceu<br />

prematuramente, o banco investiu todo o<br />

dinheiro da viúva e dos filhos em obrigações<br />

municipais isentas de impostos com uma<br />

taxa anual de 4%. Um rendimento anual de<br />

$40.000 em 1947 deixava a mãe desafogada.<br />

Na altura um Cadillac custava $2000.<br />

Contudo, ninguém imaginava que a<br />

senhora vivesse mais 45 anos. Quando faleceu<br />

em 2002, continuava a ter o rendimento<br />

anual de $40.000, que valia muito<br />

menos que em 1947.<br />

Se o milhão de dólares tivesse sido investido<br />

no S&P500 em 1947 e a viúva fosse<br />

autorizada a gastar 4% dos ativos em cada<br />

ano, em 1998, teria 44 milhões de dólares<br />

e um rendimento anual de $1.760.000.”<br />

MERCADOS<br />

Felizmente, segundo Chris Browne, os filhos<br />

puderam ajudar a mãe na velhice.<br />

A inflação é a doença perniciosa e de<br />

crescimento lento que corrói a riqueza e,<br />

até que melhor apareça, as ações são o único<br />

ativo que a consegue acompanhar.<br />

III. A viúva – a longa curva da<br />

prosperidade<br />

No início dos anos 80, uma cliente de há<br />

muitos anos de Chris Browne procurou-<br />

-o para se aconselhar na reestruturação<br />

dos seus ativos. O marido tinha falecido<br />

e deixou-lhe uma conta na gestora de patrimónios<br />

que Chris Browne dirigia com<br />

cerca de 4 milhões de dólares. A cliente<br />

tinha ainda ações da Berkshire Hathaway<br />

no valor de 30 milhões de dólares. O seu<br />

marido tinha sido um dos primeiros investidores<br />

na empresa de Warren Buffett<br />

e manteve sempre em carteira to<strong>das</strong> as<br />

ações da Berkshire. A viúva planeava agora<br />

reformar-se e necessitava de programar<br />

rendimentos futuros. O seu estilo de vida<br />

foi sempre confortável mas relativamente<br />

modesto, dada a sua fortuna. Calculou<br />

precisar de cerca de 200.000,00 USD por<br />

ano para manter o seu estilo de vida.<br />

O seu contabilista tinha-lhe proposto<br />

um plano que ia de encontro aos seus desejos<br />

de rendimento; uma vez que as suas<br />

ações da Berkshire tinham um preço médio<br />

de compra de cerca de 20 USD, sugeriu<br />

o estabelecimento de uma fundação<br />

para fins de beneficência, transferir para<br />

lá a posição da Berkshire e vendê-la sem<br />

pagar quaisquer impostos de mais-valias.<br />

Este valor seria reinvestido em obrigações,<br />

que garantiriam um rendimento regular.<br />

Chris Browne disse-lhe, na altura, que a<br />

razão pela qual ela era rica era porque estava<br />

muito bem investida em ações e questionou-a<br />

porque motivo desejaria desistir<br />

de apreciações futuras. Com base na longa<br />

vida da sua mãe, a cliente, argumentou<br />

Browne, podia esperar viver mais 35 anos<br />

de vida. O seu contabilista respondeu que<br />

ela tinha todos os seus ativos no mercado<br />

acionista, que era, por definição, arriscado.<br />

Browne argumentou que, mesmo que o<br />

mercado caísse 50%, ela ficaria ainda com<br />

dinheiro suficiente para viver até à idade<br />

de Matusalém. A cliente decidiu confiar<br />

em Browne mantendo tudo investido em<br />

ações e este garantiria qualquer necessidade<br />

financeira com o dinheiro que estava<br />

investido na sua Gestora de Patrimónios.<br />

Alguns anos mais tarde, quando se reuniram<br />

para rever o plano, os seus investimentos<br />

em ações valiam 180 milhões de<br />

dólares. Browne voltou a sugerir que o<br />

mantivesse investido em ações. Em 2007<br />

Browne calculava que a posição em ações<br />

valesse cerca de 300 milhões.<br />

Os investidores em valor são como agricultores.<br />

Semeiam boas sementes em boa<br />

terra e esperam que as colheitas cresçam.<br />

Se o milho demora um pouco mais devido<br />

ao frio, não arrancam a sementeira para<br />

fazer uma nova. Esperam pacientemente<br />

pela colheita.<br />

Votos de um Bom Ano.


44 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

<br />

8.900<br />

8.200<br />

6.500<br />

5.630<br />

5.770<br />

5.125<br />

Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1<br />

2009 2010 2011 2012<br />

Muito poucas alterações na<br />

primeira semana de 2013, com os<br />

operadores à espera de notícias e<br />

dados económicos que permitam<br />

dar direção aos preços. As Euribor<br />

mantêm-se pouco altera<strong>das</strong>,<br />

não havendo para já qualquer<br />

expectativa que o BCE venha a<br />

mexer nas taxas de referência na<br />

sua reunião de Janeiro. Alguns<br />

dos membros do BCE, como<br />

Asmussen, Mersh e Praet, têm vindo<br />

sucessivamente a público afirmar<br />

que não faz qualquer sentido baixar<br />

taxas de juro no atual contexto.<br />

A postura dos políticos alemães<br />

continua a ser de muita cautela<br />

relativamente ao que se poderá<br />

passar em 2013. Angela Merkel<br />

tentou passar um discurso positivo,<br />

realçando os benefícios <strong>das</strong> medi<strong>das</strong><br />

toma<strong>das</strong> em 2012 na Zona Euro,<br />

mas alertando que ainda há um<br />

longo caminho a percorrer, pelo<br />

que não haverá que contar com<br />

facilidades neste novo ano. Para<br />

Merkel, o mundo não aprendeu<br />

com a crise de 2008, criticando<br />

assim indiretamente a postura de<br />

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />

Pric e<br />

EUR<br />

8.000<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

O “duplo fundo” registado entre o segundo e terceiro<br />

trimestres permitiu uma recuperação que anulou a<br />

totalidade <strong>das</strong> per<strong>das</strong> observa<strong>das</strong> no decurso de 2012.<br />

Este comportamento possibilita algum optimismo para o<br />

índice nacional, com valores acima dos 5770 pontos, a<br />

abrir “espaço” para uma visita até aos 6500 pontos.<br />

A perda de 5125 pontos inviabilizará o cenário positivo<br />

observado.<br />

MERCADO MONETÁRIO<br />

INTERBANCÁRIO<br />

Mercado aguarda desenvolvimentos de 2013<br />

YIELD 10 ANOS PORTUGAL<br />

alguns países que não mudaram a<br />

sua atitude. Bem menos simpáticas<br />

foram as palavras do presidente<br />

do Bundesbank, avisando que não<br />

há espaço para qualquer tipo de<br />

complacência no caminho que<br />

se tem vindo a trilhar no sentido<br />

de ajustamento orçamental. Para<br />

Weidmann, as causas do forte<br />

desequilíbrio fiscal ainda não<br />

foram corrigi<strong>das</strong>, havendo o risco<br />

de a situação piorar se os governos<br />

relaxarem na aplicação de medi<strong>das</strong><br />

e se fiarem nas aju<strong>das</strong> do BCE. A<br />

Alemanha continua a opor-se com<br />

toda a força a qualquer ideia de<br />

emissão de moeda para ajudar a<br />

financiar os Estados, alertando que<br />

vê como extremamente perigosas<br />

as conversas que vão surgindo no<br />

sentido de permitir uma subida<br />

da inflação. A Markit reportou<br />

uma queda do PMI na Zona Euro<br />

em Dezembro em 0.2 para 46.1,<br />

sugerindo que a economia europeia<br />

terá estado em recessão no último<br />

trimestre de 2012.<br />

O ano obrigacionista começa<br />

com uma ligeira queda nos<br />

FILIPE GARCIA<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

títulos alemães e a manutenção<br />

da tendência de alta nos ativos<br />

de maior risco, continuando a<br />

beneficiar a dívida dos países<br />

periféricos. Ainda assim, a<br />

Alemanha começou o ano a emitir<br />

4,15 mil milhões a 2 anos pagando<br />

apenas 0,01%. Depois de uma<br />

paragem nas emissões de mais de<br />

duas semanas, e tendo em conta o<br />

apetite investidor por algo que pague<br />

um pouco mais, será de esperar um<br />

mês de Janeiro muito ativo em novas<br />

emissões. A decisão dos EUA em<br />

adiar por dois meses os cortes de<br />

despesa que permitiriam um maior<br />

equilíbrio nas contas deu alento ao<br />

mercado, mas falta pouco para que<br />

o limite de dívida autorizado seja<br />

novamente atingido, pelo que será<br />

de esperar um rápido regresso ao<br />

tema nas próximas semanas.<br />

Não havendo nada que sugira uma<br />

subida de taxas, continua a ser<br />

pouco interessante substituir taxas<br />

variáveis por taxas fixas.<br />

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)<br />

2.janeiro13 31.outubro12 10.outubro12<br />

ANÁLISE PRODUZIDA A 2<br />

DE JANEIRO DE 2013<br />

1M 0,109% 0,110% -0,001 0,113% -0,004<br />

3M 0,188% 0,184% 0,004 0,191% -0,003<br />

1Y 0,543% 0,543% = 0,000 0,574% -0,031<br />

TAXAS EURIBOR E REFI BCE<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

8.100<br />

FUTUROS EURIBOR<br />

Data 3 Meses Implícita<br />

Fevereiro 13 0,165%<br />

Março 13 0,170%<br />

Abril 13 0,175%<br />

Setembro 13 0,210%<br />

Dezembro 14 0,460%<br />

Junho 16 0,980%<br />

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS<br />

Minium Bid* 0,75%<br />

BCE Lending Facility* 1,50%<br />

Deposity Facility* 0,00%<br />

EUA FED Funds<br />

*desde 5 de julho 2012<br />

0,25%<br />

R.Unido Repo BoE 0,50%<br />

Brasil Taxa Selic 7,25%<br />

Japão Repo BoJ 0,10%<br />

EURO FRA’S<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 0,160 0,200<br />

3X6 0,150 0,190<br />

1X7 0,290 0,330<br />

3X9 0,280 0,320<br />

6X12 0,322 0,337<br />

12X24 0,610 0,660<br />

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M<br />

EURO IRS<br />

InterestSwapsvs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 0,387 0,417<br />

3Y 0,489 0,529<br />

5Y 0,824 0,844<br />

8Y 1,360 1,380<br />

10Y 1,642 1,662<br />

Obrigações 5Y 10Y<br />

4,98 6,67<br />

3,82 5,05<br />

0,73 2,07<br />

0,40 1,43<br />

3,10 4,29<br />

0,95 1,97<br />

0,77 1,84<br />

0,18 0,79<br />

Fontes: Reuters e IMF<br />

5.900 6.000<br />

5.000 5.000<br />

4.520<br />

4.000<br />

2008 2009 2010<br />

3.600<br />

2011 2012 2013<br />

2000 2010<br />

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />

7.590<br />

Pric e<br />

EUR<br />

7.000<br />

<br />

O último trimestre de 2012 foi de acumular de ganhos para<br />

o DAX, tendo encerrado o ano em máximos de quase 4 anos.<br />

O índice alemão ultrapassou já a resistência dos 7590 pontos.<br />

Este evento técnico sugere uma visita a valores de 2007, junto<br />

dos 8100 pontos.<br />

No entanto, será importante ter em mente o suporte dos 7200<br />

pontos perante eventuais recuos do índice.<br />

Eur/Usd<br />

No último trimestre de 2012,<br />

o Eur/Usd quebrou a tendência<br />

de queda que vinha caracterizando<br />

o seu comportamento desde<br />

meados de 2011. Este movimento<br />

neutralizou a pressão vendedora<br />

do câmbio, permitindo uma<br />

subida a valores acima dos 1,32<br />

dólares.<br />

Este evento reforça o momentum<br />

ascendente do câmbio, permitindo<br />

ter em mente o objetivo<br />

dos 1,35 dólares para as próximas<br />

semanas.<br />

Eur/Jpy<br />

O Eur/Jpy quebrou a tendência<br />

de queda de longo prazo, tendo<br />

conseguido encerrar o ano em<br />

máximos de 20 meses. O rápido<br />

movimento de subida observado<br />

no final de 2012 refletiu a continuação<br />

do ressalto verificado<br />

nos 95 ienes e sinalizou a importância<br />

da zona de resistência dos<br />

Euro em alta<br />

Fixing<br />

3.jan.13<br />

EUR/USD<br />

Variação<br />

semanal (%)<br />

CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt<br />

O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D<br />

2010 2011 2012<br />

104,5 e 105,5 ienes.<br />

A próxima zona de resistência<br />

está nos 117.80 ienes, podendo a<br />

sua quebra em alta abrir “espaço”<br />

para uma visita a valores próximos<br />

dos 123,30 ienes.<br />

Eur/Gbp<br />

Desde o Verão de 2011 que<br />

o Eur/Gbp se encontrava numa<br />

trajetória de queda. Como tínhamos<br />

referido, as 0,77 libras não<br />

eram fáceis de quebrar e o ressalto<br />

efetivamente aconteceu. Com<br />

a quebra em alta da linha de tendência,<br />

que ocorreu há apenas<br />

duas semanas, o cenário tornou-<br />

-se bastante mais neutral.<br />

A recuperação em curso, iniciada<br />

no final de Julho, está a<br />

encontrar resistência natural entre<br />

0,8150 e 0,8200. Esses são os<br />

níveis a observar nesta fase. Acima<br />

dessa zona de preços o padrão<br />

gráfico altera-se e as 0,84 libras<br />

passam a ser o objetivo seguinte.<br />

Variação<br />

no mês (%)<br />

Desde 1<br />

jan. (%)<br />

EUR/USD 1,3262 -0,03% 1,30% 0,52%<br />

EUR/JPY 115,38 1,33% 7,55% 1,56%<br />

EUR/GBP 0,8140 -0,72% 0,21% -0,26%<br />

EUR/CHF 1,2090 0,07% -0,38% 0,15%<br />

EUR/NOK 7,3175 -0,79% -0,39% -0,42%<br />

EUR/SEK 8,5704 -0,66% -0,65% -0,14%<br />

EUR/DKK 7,4602 0,00% 0,00% -0,01%<br />

EUR/PLN 4,0727 0,10% -1,37% -0,03%<br />

EUR/AUD 1,2637 -1,13% 1,12% -0,59%<br />

EUR/NZD 1,5859 -2,00% -0,04% -1,16%<br />

EUR/CAD 1,3060 -0,73% 0,36% -0,59%<br />

EUR/ZAR 11,2388 -0,34% -2,70% 0,59%<br />

EUR/BRL 2.7678 2.09% 3.87% 113.91%<br />

Pri c e<br />

USD<br />

1,44<br />

1,4<br />

1,36<br />

1,32<br />

1,28<br />

1,24


SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 45<br />

Média da capitalização bolsista cai mais de 22%<br />

As 44 sociedades de direito nacional cota<strong>das</strong> na Euronext Lisbon detinham um capital próprio<br />

médio de 996,6 milhões de euros, no fi nal de 2011, menos 9,4% do que no ano anterior.<br />

A média da capitalização bolsista era de 1077 milhões, menos 22,3%, face ao ano anterior. O<br />

decréscimo da capitalização bolsista média deveu-se, sobretudo, às empresas fi nanceiras, que<br />

tiveram uma quebra de quase 54%, contra a redução de perto de 18% <strong>das</strong> restantes sociedades.<br />

O valor transacionado médio foi de 622,4 milhões de euros, menos 31,5% do que no<br />

exercício anterior.<br />

TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

Título<br />

Última<br />

Cotação<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Máximo<br />

52 Sem<br />

Mínimo<br />

52 Sem<br />

EPS Est<br />

Act<br />

EPS Est<br />

Fut<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

PER Est<br />

Act<br />

PER Est<br />

Fut<br />

Div. Yield<br />

Ind<br />

Div. Yield<br />

Est<br />

Data Act Hora Act<br />

ALTRI SGPS 1,569 5,02% 1,585 0,945 0,193 0,180 8,130 8,717 1,27% 0,45% 12-12-2012 16:35:00<br />

B. COM. PORT. 0,073 0,00% 0,141 0,047 -0,065 -0,019 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />

B.ESP. SANTO 0,832 0,24% 1,055 0,434 0,029 0,042 28,690 19,810 -- 0,12% 12-12-2012 16:38:13<br />

BANIF-SGPS 0,124 2,48% 0,417 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00<br />

B. POP. ESP. 0,560 -13,85% 1,973 0,520 -0,330 0,021 -- 26,667 -- 0,00% 12-12-2012 14:22:20<br />

BANCO BPI 0,860 2,87% 0,919 0,338 0,105 0,061 8,190 14,098 -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />

BRISA 2,220 8,29% 2,785 1,620 0,094 0,086 23,617 25,814 -- 11,62% 12-12-2012 16:35:00<br />

COFINA,SGPS 0,578 1,05% 0,820 0,300 0,057 0,053 10,140 10,906 1,73% 2,25% 12-12-2012 16:36:02<br />

CORT. AMORIM 1,580 3,27% 1,650 1,270 0,260 0,270 6,077 5,852 4,11% 5,06% 12-12-2012 16:24:47<br />

CIMPOR,SGPS 3,400 1,80% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,189 7,907 4,88% 5,88% 12-12-2012 16:35:00<br />

EDP 2,167 6,38% 2,518 1,628 0,291 0,272 7,447 7,967 8,54% 8,58% 12-12-2012 16:35:00<br />

MOTA ENGIL 1,420 5,19% 1,439 0,951 0,208 0,235 6,827 6,043 7,75% 8,80% 12-12-2012 16:35:00<br />

GALP ENERGIA 11,740 -0,85% 13,775 8,330 0,452 0,532 25,973 22,068 2,73% 1,97% 12-12-2012 16:35:00<br />

IMPRESA,SGPS 0,290 -3,33% 0,620 0,260 0,010 0,000 29,000 -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />

J. MARTINS 15,215 6,03% 16,070 11,255 0,629 0,742 24,189 20,505 1,81% 2,18% 12-12-2012 16:35:00<br />

MARTIFER 0,530 0,00% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 26,500 -- -- 12-12-2012 16:14:16<br />

NOVABASE 2,210 2,79% 2,350 1,660 0,235 0,240 9,404 9,208 1,36% 3,85% 12-12-2012 15:00:56<br />

GLINTT 0,100 -9,09% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 12-12-2012 12:46:41<br />

P. TELECOM 3,767 5,34% 4,826 3,003 0,329 0,361 11,450 10,435 23,10% 10,62% 12-12-2012 16:35:00<br />

PORTUCEL 2,280 5,65% 2,284 1,680 0,268 0,254 8,507 8,976 9,69% 7,76% 12-12-2012 16:35:00<br />

REDES E. NAC. 1,992 -0,05% 2,295 1,800 0,255 0,266 7,812 7,489 8,48% 8,48% 12-12-2012 16:35:00<br />

S. COSTA 0,140 -6,67% 0,440 0,120 -0,070 0,020 -- 7,000 -- -- 12-12-2012 13:25:27<br />

SEMAPA 5,240 2,48% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,527 5,803 4,87% 4,87% 12-12-2012 16:35:00<br />

SONAECOM 1,535 3,02% 1,555 1,042 0,161 0,149 9,534 10,302 4,56% 3,97% 12-12-2012 16:35:00<br />

SONAE,SGPS 0,655 6,33% 0,670 0,366 0,047 0,055 13,936 11,909 5,05% 4,89% 12-12-2012 16:35:00<br />

SONAE IND. 0,469 6,59% 0,720 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:39:56<br />

SAG GEST 0,360 2,86% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00<br />

TEIX. DUARTE 0,270 -3,57% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 12-12-2012 11:48:16<br />

Z. MULTIMEDIA 2,835 -1,77% 3,000 1,977 0,126 0,151 22,500 18,775 5,64% 5,89% 12-12-2012 16:35:51<br />

Z. MULTIMEDIA 3,429 4,93% 4,581 2,772 0,128 0,167 26,789 20,533 4,67% 5,18% 05-01-2011 16:35:00<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

Título<br />

Última<br />

Cotação<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Máximo<br />

52 Sem<br />

Mínimo<br />

52 Sem<br />

EPS Est<br />

Act<br />

EPS Est<br />

Fut<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@<br />

bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exactidão não<br />

é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda<br />

em qualquer dos títulos mencionados.<br />

PER Est<br />

Act<br />

PER Est<br />

Fut<br />

Div. Yield<br />

Ind<br />

Div. Yield<br />

Est<br />

Data Act Hora Act<br />

B.POPULAR 0,566 -10,30% 2,000 0,528 -0,330 0,021 -- 26,952 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00<br />

INDITEX 103,85 5,25% 107,350 60,827 3,882 4,365 26,752 23,792 1,54% 2,17% 12-12-2012 16:38:00<br />

REPSOL YPF 15,99 -1,81% 24,230 10,900 1,611 1,683 9,926 9,501 6,03% 5,35% 12-12-2012 16:38:00<br />

TELEFONICA 10,12 0,80% 13,551 7,900 1,193 1,253 8,483 8,077 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00<br />

FRA. TELECOM 8,53 1,26% 12,490 7,835 1,273 1,169 6,701 7,297 16,18% 11,00% 12-12-2012 16:38:42<br />

LVMH 138,55 1,32% 140,000 103,200 7,224 7,989 19,179 17,343 2,09% 2,17% 12-12-2012 16:39:58<br />

BAYER AG O.N. 72,25 2,99% 73,090 44,295 5,447 5,929 13,272 12,193 2,28% 2,52% 12-12-2012 16:35:10<br />

DEUTSCHE BK 34,275 -1,93% 39,510 22,110 3,825 4,476 8,961 7,658 2,19% 2,15% 12-12-2012 16:35:28<br />

DT. TELEKOM 8,565 -0,66% 10,060 7,688 0,545 0,664 15,672 12,863 8,16% 8,17% 12-12-2012 16:35:16<br />

VOLKSWAGEN 160,5 5,01% 160,500 101,750 36,615 23,818 4,378 6,730 1,88% 2,19% 12-12-2012 16:35:13<br />

ING GROEP 7,196 0,95% 7,580 4,440 0,940 1,146 7,655 6,279 -- 0,10% 12-12-2012 16:38:27<br />

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,<br />

a consolidação e a competitividade da sua empresa.<br />

DIOGO SERRAS LOPES<br />

Director de Investimentos,<br />

Banco Best.<br />

2012: boa reta fi nal<br />

MERCADOS<br />

Intermediação fi nanceira desce 24% em novembro<br />

O valor <strong>das</strong> ordens sobre instrumentos fi nanceiros recebi<strong>das</strong> pelos intermediários registou<br />

uma quebra de quase 24%, em novembro, face ao mês anterior, para 11,756 mil<br />

milhões de euros. A descida fi cou a dever-se à baixa nas ordens recebi<strong>das</strong> sobre dívida<br />

pública (48%), dívida privada (32%) e ações (9%). O BES (28,2%), a Fincor (11,9%)<br />

e o BESI (9,5%) tiveram as maiores quotas de mercado nas transações sobre as ações.<br />

Na dívida, as maiores quotas couberam ao BES (64%), ao Intermoney Valores Portugal<br />

(18%) e ao BESI (5,5%).<br />

O ano 2012 terminou em alta, com a performance positiva<br />

da maioria dos ativos de risco no segundo trimestre do ano e,<br />

principalmente, no mês de novembro e dezembro. Os principais<br />

mercados acionistas encerraram com ganhos de dois dígitos, medidos<br />

em moeda local, com o Japão a liderar estas apreciações. Ainda<br />

assim, a apreciação do euro, que desde julho subiu 10%, penalizou<br />

os ganhos dos mercados acionistas japoneses e norte-americanos,<br />

quando medidos em euros.<br />

De realçar, como contributos para esta performance, a atuação<br />

mais proactiva dos líderes políticos da Zona Euro e do Banco Central<br />

Europeu para resolver a crise de dívida, nomeadamente, com o<br />

compromisso por parte do banco central em comprar montantes<br />

ilimitados de dívida soberana dos países com necessidades de<br />

fi nanciamento. Esta medida foi tomada em julho, em simultâneo<br />

com o compromisso de maior integração fi scal entre Estados-<br />

-membros, um regulador bancário comum e um novo pacote de<br />

ajuda à Grécia, que adiou o programa de ajustamento, suavizando<br />

as suas metas. De facto, a bolsa grega é, no universo dos mercados<br />

desenvolvidos, a que regista melhor performance no último trimestre<br />

do ano, com ganhos de 20%.<br />

O resultado, de um ponto de vista dos mercados fi nanceiros,<br />

foi uma redução do risco sistémico e consequente incremento da<br />

confi ança na estabilidade da Zona Euro. Com isto, as obrigações<br />

soberanas da zona euro, medi<strong>das</strong> pelo Euro Bloc All Government<br />

Bonds Index, registam o maior ganho anual de sempre.<br />

Os bancos centrais mundiais tiveram, efetivamente, um papel<br />

decisivo no sentimento dos mercados, ao aplicarem medi<strong>das</strong> de<br />

cedência de liquidez sem precedentes. A Reserva Federal norte-<br />

-americana, por exemplo, aplicou mais duas ron<strong>das</strong> de “quantitative<br />

easing”, com a última, a quarta desde o início da crise, a estenderse<br />

por prazo ilimitado, pois a sua maturidade está dependente da<br />

evolução do mercado de trabalho nos EUA.<br />

Pela negativa, o crescimento económico global foi fraco, com<br />

destaque negativo para a Zona Euro, que se encontra em recessão<br />

técnica desde o segundo trimestre do ano. Os EUA surpreenderam<br />

pela positiva, com o continuo contributo do consumo privado.<br />

No fi nal do ano, as eleições e a incerteza quanto à possibilidade de<br />

evitar o “fi scal cliff” – cortes automáticos de despesa e aumento<br />

de impostos – contrabalançaram as notícias positivas. A China,<br />

por sua vez, cresceu mais devagar, mas conseguiu evitar um maior<br />

abrandamento, registando, até, uma recuperação dos indicadores<br />

macroeconómicos no fi nal do ano.<br />

O menor crescimento económico levou à depreciação da maioria<br />

<strong>das</strong> matérias-primas, bem como à queda <strong>das</strong> taxas de juro, tanto nos<br />

EUA como na Zona Euro. O ouro apreciou, embora tenha corrigido<br />

parte dos ganhos no fi nal do ano, à medida que a necessidade de<br />

refúgio, devido às medi<strong>das</strong> toma<strong>das</strong> na Zona Euro, diminuía.<br />

Por fi m, os fatores microeconómicos foram-se deteriorando ao<br />

longo do ano, tal como esperado, embora as empresas tenham<br />

apresentado resultados positivos, com crescimento <strong>das</strong> ven<strong>das</strong>,<br />

evitando, assim, um pior cenário.<br />

2012 era, portanto, um ano envolto em incerteza, mas que<br />

registou ganhos na maioria dos ativos de risco.<br />

A nossa energia é<br />

para a sua empresa!<br />

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46 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />

AUTOMÓVEL<br />

MCoutinho abre loja automóvel<br />

no Dolce Vita Porto<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

O grupo MCoutinho abriu,<br />

no início de dezembro, uma loja<br />

automóvel no centro comercial<br />

Dolce Vita Porto. Manuel Lúcio<br />

Coutinho, administrador do<br />

grupo sediado em Marco de Canaveses,<br />

explica a aposta no espaço<br />

como uma forma de atingir<br />

o público. “O retalho automóvel<br />

português vive um dos períodos<br />

mais conturbados de sempre. O<br />

que temos de procurar são formas<br />

de chegar a novos públicos<br />

e os centros comerciais mantêm<br />

um movimento que não temos<br />

nos nossos ‘showrooms’. Portanto,<br />

creio que é uma forma inovadora<br />

– julgamos que é o primeiro espaço<br />

desta natureza a abrir no país<br />

– de chegarmos a novos públicos,<br />

não só em termos de ven<strong>das</strong> como<br />

de pós-venda”, explicou à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”.<br />

Além da exposição de viaturas<br />

novas e venda de merchandising<br />

<strong>das</strong> marcas, o grupo de retalho automóvel<br />

dedica um espaço exclusivo<br />

ao após-venda, onde comunica<br />

a nova política comercial focada<br />

na idade da viatura: “Mais Anos<br />

Mais Descontos”. A meta principal<br />

do grupo MCoutinho com<br />

este novo espaço foi a promoção,<br />

mas o facto é que tem havido resultados<br />

comerciais também. Nas<br />

três primeiras semanas, a loja recebeu<br />

558 visitas, que resultaram em<br />

sete negócios em curso, com uma<br />

venda já efetivada. “Ainda não há<br />

uma experiência deste espaço. Inicialmente,<br />

achámos que iríamos<br />

passar uma imagem mais institucional,<br />

mas, na prática, também<br />

conseguimos ter mais negócios,<br />

ter mais contactos, mostrar mais<br />

o nosso produto. Acabamos por<br />

juntar as duas vertentes”, explica a<br />

nossa fonte.<br />

Setor com o pior ano em 35<br />

Esta aposta do grupo MCoutinho<br />

surgiu no fim de um ano mau<br />

para as ven<strong>das</strong> de automóveis novos<br />

em Portugal. “2012 foi o pior<br />

ano dos últimos 35 anos. Em dois<br />

anos, o setor automóvel caiu mais<br />

de 60%. Estamos, por isso, num<br />

processo de ajustamento violento,<br />

pois tivemos de ajustar as nossas<br />

estruturas à realidade do mercado.<br />

O que perspetivamos é que 2012<br />

[as declarações foram presta<strong>das</strong><br />

antes do fim do mês] represente,<br />

em termos de automóveis novos,<br />

um pouco acima de 100 mil unidades<br />

e 2013 seja ainda mais baixo<br />

e se fique pelas 100 mil viaturas”,<br />

prevê o executivo.<br />

Manuel Coutinho crê que a<br />

partir de 2014 possa haver uma<br />

inversão da quebra <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> de<br />

“Inicialmente, achámos que iríamos passar uma imagem mais institucional, mas também conseguimos ter mais negócios”,<br />

indica Manuel Lúcio Coutinho.<br />

veículos novos no nosso país, mas<br />

avisa que a recuperação será muito<br />

mais lenta do que foi a descida.<br />

“Se observarmos o que se passou<br />

em países como a Irlanda ou a<br />

Grécia, vemos que depois <strong>das</strong> que<strong>das</strong><br />

acentua<strong>das</strong> o crescimento do<br />

mercado foi muito lento. Depois<br />

<strong>das</strong> que<strong>das</strong> na casa dos 60%, a<br />

cadência de recuperação ronda os<br />

3% ao ano”, explica.<br />

Esta realidade muda a tipologia<br />

do negócio automóvel em<br />

Portugal, de acordo com o administrador<br />

do grupo MCoutinho.<br />

“Provavelmente, a atividade vai<br />

Mazda Motor de Portugal reforça representação<br />

A Mazda tem vindo a reforçar<br />

a rede de concessionários e<br />

reparadores autorizados em de<br />

Portugal. Este reforço da rede<br />

surge num ano mau para o setor<br />

automóvel nacional, ainda mais<br />

negro para a marca japonesa,<br />

que, de janeiro a novembro, caiu<br />

61,8% (para 359 unidades), acima<br />

dos 37,4% que a generalidade<br />

do mercado desceu.<br />

Assim, ao longo dos últimos<br />

meses, a filial da marca definiu<br />

quatro novos espaços de venda<br />

de automóveis novos e dois<br />

de serviço pós-venda: Antero<br />

Rego (Ponta Delgada), gerido<br />

pelo responsável com o mesmo<br />

nome da concessão; Auto Júlio<br />

(Cal<strong>das</strong> da Rainha/Torres Vedras),<br />

sob a supervisão de António<br />

Júlio; Auto S. Cristóvão<br />

(Évora) com Pedro Cristóvão<br />

como responsável máximo; C.<br />

Serrano (Portalegre/Castelo<br />

Branco), com Rui Serrano na<br />

liderança da equipa, Irmãos Luzias<br />

(Beja), com Vítor Luzia na<br />

gestão do negócio; e Mitauto<br />

(Viseu) sob a direcção de José<br />

Pais. A Mazda passa a contar<br />

com 24 concessionários e 28<br />

reparadores autorizados (alguns<br />

deles comuns) em Portugal.<br />

Marca coloca<br />

to<strong>das</strong> as “fichas” no 6<br />

Em 2013, ano que se prevê<br />

particularmente adverso, fruto<br />

da desfavorável conjuntura socioeconómica<br />

do país, nomeadamente<br />

do próprio mercado<br />

automóvel, a representação da<br />

Mazda vai surgir, segundo a<br />

marca, “mais forte, de modo a<br />

contrariar essa tendência, num<br />

ano que se revelará deveras importante<br />

com o lançamento” da<br />

nova geração do 6, modelo do<br />

segmento D. “Se olharmos com<br />

atenção para outros exemplos do<br />

A nova geração do<br />

Mazda6, irá ser lançada<br />

no nosso país no final<br />

do primeiro trimestre<br />

do próximo ano<br />

passado, verificamos que não é<br />

desistindo dos objetivos, ou deixando-se<br />

levar pela maré, que as<br />

coisas evoluem no sentido que se<br />

pretende”, explica Luís Morais,<br />

diretor-geral da Mazda Motor<br />

de Portugal. “As grandes adversidades<br />

enfrentam-se com novas<br />

apostas, por vezes arroja<strong>das</strong>, mas<br />

que se forem estrategicamente<br />

bem defini<strong>das</strong>, no final levam<br />

a que se alcancem os resultados<br />

pretendidos. 2013 não será um<br />

ano fácil, é certo, mas, se não<br />

fizermos nada para contrariar<br />

a tendência os resultados, não<br />

Protec simply agora disponível online<br />

A AXA Portugal acaba de disponibilizar em venda direta no<br />

axa.pt, o protec simply, um pack de seguro automóvel assente<br />

na lógica “coberturas mínimas a preço mínimo”. Na altura em<br />

que assinala os 15 anos de presença da marca em Portugal, a<br />

empresa dá mais um passo na implementação da sua estratégia<br />

e-commerce.<br />

surgem naturalmente só por si”,<br />

acrescenta.<br />

O Mazda 6 é o modelo em que<br />

a filial portuguesa da marca coloca<br />

to<strong>das</strong> as “fichas” para o novo<br />

ano. “De facto, o Mazda 6 é um<br />

automóvel por demais importante<br />

para o nosso mercado, não<br />

só no retalho como em termos<br />

empresariais, área que estamos<br />

a começar a explorar com maior<br />

detalhe. A nova geração do Mazda6,<br />

que tem sido amplamente<br />

aplaudida pela imprensa, irá ser<br />

lançada no nosso país no final<br />

do primeiro trimestre do próximo<br />

ano, pelo que temos de<br />

estar aptos a chegar a todos os<br />

potenciais consumidores, seja do<br />

nosso actual leque de clientes,<br />

ou para a conquista – que estou<br />

convencido irá acontecer – de<br />

novos e orgulhosos proprietários<br />

de automóveis Mazda, permitindo<br />

o crescimento da nossa quota<br />

de mercado”, refere Luís Morais.<br />

estar mais baseada em meios eletrónicos<br />

e menos estruturas físicas.<br />

Este mercado cria-nos desafios tremendos.<br />

Somos um grupo com<br />

56 anos de existência, esperamos<br />

ficar outros 56 anos, pelo menos,<br />

mas sabemos que vivemos o maior<br />

desafio da nossa história”, confia.<br />

RETIFICAÇÃO<br />

“Hyundai com<br />

programa de preço<br />

fixo em serviços<br />

de oficina”<br />

O artigo com o título “Hyundai<br />

com programa de preço fixo<br />

em serviços de oficina”, que<br />

publicámos na edição 1472<br />

(14 de dezembro), saiu<br />

associado a uma fotografia de<br />

uma oficina BMW e não da<br />

Hyundai. Embora a informação<br />

contida no texto (referente à<br />

marca coreana) esteja correta,<br />

pedimos desculpa às marcas e<br />

aos leitores pelo lapso.


VIRGILIO FERREIRA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 47<br />

ÓCIO E NEGÓCIOS<br />

Real Companhia Velha<br />

celebra 100 anos<br />

da marca “Grandjó”<br />

Embora a marca “Grandjó” tenha sido registada em 1912, há registos “não<br />

oficiais” que indicam que a sua existência é anterior a esta data.<br />

A marca de vinhos “Grandjó”,<br />

nascida na Granja de Alijó e pertença<br />

da Real Companhia Velha<br />

(RCV), está de parabéns, uma vez<br />

que acaba de completar 100 anos,<br />

sendo por isso a marca de vinhos<br />

do Douro mais antiga do país.<br />

Para assinalar a efeméride, a<br />

RCV lançou o desafio e o Chefe<br />

Rui Paula aceitou: criar um menu<br />

vínico em que as duas referências<br />

da marca – “Grandjó Late Harvest”<br />

e “Grandjó Meio Doce” –<br />

estivessem em destaque.<br />

Ao jantar vínico, recentemente<br />

realizado no restaurante DOP,<br />

no Porto, compareceram o presidente<br />

da RCV, Pedro Silva Reis,<br />

o diretor de Enologia da RCV,<br />

Jorge Moreira, e a imprensa especializada.<br />

A escolha do Chefe Rui Paula<br />

não foi ao acaso: “Fois gras” com<br />

“Grandjó Late Harvest”, Sashimi<br />

de Dourada com molho cítrico<br />

para o “Grandjó Meio Doce branco”,<br />

Sushi com “Quinta de Cidrô<br />

Gewürztraminer branco”, Barriga<br />

de Leitão com batata Galette e<br />

molho de cidra “regado” com o<br />

“Carvalhas tinto” e, finalmente, a<br />

lima e os frutos vermelhos com o<br />

“Grandjó Late Harvest”.<br />

“Grandjó”: um vinho nobre<br />

e peculiar<br />

Embora a marca “Grandjó” tenha<br />

sido registada em 1912, há registos<br />

“não oficiais” que indicam<br />

Qualidade<br />

a preços<br />

acessíveis<br />

<br />

J <br />

<br />

J <br />

<br />

<br />

J <br />

J <br />

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J <br />

<br />

<br />

<br />

que a sua existência é anterior a<br />

esta data. No livro “Vinificação<br />

Moderna” (de Pedro Bravo e Duarte<br />

Oliveira), que data de 1925,<br />

é feita referência ao “Grandjó”<br />

como existente desde 1910.<br />

Pedro Bravo e Duarte de Oliveira<br />

concluíram mesmo que este<br />

néctar se pode equiparar ao Porto<br />

Vintage <strong>das</strong> terras mais prestigia<strong>das</strong><br />

do Douro, o que faz do<br />

“Grandjó Late Harvest” o “Vintage<br />

<strong>das</strong> terras altas”!<br />

A Real Companhia Velha é proprietária<br />

de uma significativa extensão<br />

de vinhas – que atinge os<br />

160 hectares – na região de Alijó:<br />

a denominada Quinta do Casal da<br />

Granja. O nome “Grandjó” surgiu<br />

por causa do nome do lugar<br />

onde são cultiva<strong>das</strong> as uvas que<br />

lhe dão origem: Granja de Alijó.<br />

A marca “Grandjó” possui, atualmente,<br />

duas referências: meio<br />

doce branco e “late harvest”, sendo<br />

este último o mais parecido<br />

com o vinho original.<br />

Profitecla desenvolve ações de solidariedade pelo país<br />

As escolas Profitecla aproveitaram o espírito natalício para<br />

organizar diversas ações de solidariedade pelo país. Recolha<br />

de alimentos, vestuário, brinquedos e visitas aos mais<br />

desfavorecidos foram algumas <strong>das</strong> atividades que os alunos<br />

da Profitecla de Viseu, Barcelos, Braga e Porto desenvolveram<br />

nas suas comunidades.<br />

Optimus investe na saúde<br />

e bem-estar dos seus<br />

colaboradores<br />

“As pessoas são o nosso maior ativo”, afirma Isabel, diretora de Comunicação<br />

Institucional e Sustentabilidade da Optimus.<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

“As pessoas são o nosso maior<br />

ativo” e por isso, na Optimus,<br />

“existe uma genuína preocupação<br />

em assegurar que criamos<br />

as condições necessárias para o<br />

bem-estar físico e emocional dos<br />

nossos colaboradores”, afirma<br />

Isabel Borgas. Nesta perspetiva,<br />

a diretora de Comunicação<br />

Institucional e Sustentabilidade<br />

da Optimus defende ainda que<br />

“é importante que as empresas<br />

estejam ao lado dos seus colaboradores,<br />

naqueles que são os<br />

momentos críticos <strong>das</strong> suas vi<strong>das</strong>,<br />

quer a nível pessoal como<br />

profissional”.<br />

Prova do seu empenho na promoção<br />

do bem-estar dos seus<br />

colaboradores, a operadora de<br />

telecomunicações desenvolveu<br />

recentemente junto dos seus cerca<br />

de dois mil colaboradores, no<br />

Porto e em Lisboa, a “Semana da<br />

Saúde e Bem-Estar”, uma iniciativa<br />

que teve como principal objetivo<br />

sensibilizar os colaboradores<br />

para a importância da saúde e<br />

bem-estar e contribuir com dicas<br />

e ferramentas de aproveitamento<br />

pessoal e prática no dia-a-dia, potenciando<br />

um melhor equilíbrio<br />

entre vida pessoal e vida profissional.<br />

“Ao longo de cinco dias,<br />

levámos a cabo um conjunto de<br />

atividades e demos a conhecer<br />

algumas dicas úteis para o dia-a-<br />

-dia, que tiveram como objetivo<br />

ajudar os colaboradores Optimus<br />

a encarar o futuro de forma positiva<br />

e construtiva”, explica Isabel<br />

Borgas, destacando iniciativas<br />

como a “terapia para combater<br />

o stress, as dicas que ensinam a<br />

poupar e ainda os workshops de<br />

reaproveitamento de vestuário”.<br />

Ao longo de 2013 a Optimus<br />

continuará a atuar naqueles que<br />

são os seus três eixos estratégicos,<br />

“Responsible Life, Green Life e<br />

E-Life”, e a promover e apoiar<br />

iniciativas como o Projeto K, o<br />

Programa Smile e o One Care,<br />

um projeto de teleassistência,<br />

desenvolvido em parceria com a<br />

Intellicare, que tem como objetivo<br />

monitorizar de forma permanente,<br />

eficaz e economicamente<br />

vantajosa os utentes, em especial<br />

portadores de doenças crónicas.<br />

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Empresas<br />

podem<br />

decidir férias<br />

dos<br />

trabalhadores<br />

Os Portugueses vão ter<br />

menos dias de férias este<br />

ano e as empresas poderão<br />

fechar durante os períodos<br />

<strong>das</strong> chama<strong>das</strong> pontes. A<br />

majoração de férias foi reduzida,<br />

pelo que o tempo<br />

sem trabalho se fi ca apenas<br />

pelos 22 dias.<br />

As empresas passam a ter<br />

a possibilidade de encerrar<br />

durante os períodos de<br />

pontes, com esses dias a serem<br />

descontados nas férias<br />

dos trabalhadores. Esta situação<br />

aplica-se aos cinco<br />

dias na época <strong>das</strong> férias escolares<br />

do Natal e nas sextas<br />

ou segun<strong>das</strong>-feiras entre<br />

feriados e fi ns-de-semana,<br />

as referi<strong>das</strong> pontes.<br />

Trata-se de mais uma<br />

medida que tem a ver com<br />

as regras de austeridade e<br />

que consta do Código do<br />

Trabalho. Aliás, a regra já<br />

deveria ter entrado em vigor<br />

no ano passado, mas<br />

o Governo optou pelo seu<br />

adiamento. De notar que<br />

o Executivo deixou cair a<br />

medida que implicava aumentar<br />

em meia hora o horário<br />

de trabalho.<br />

Banco<br />

com novas<br />

obrigações<br />

perante os<br />

clientes<br />

Os bancos estão obrigados<br />

a alertar os clientes e a<br />

atuarem rapidamente, caso<br />

existam indícios de risco<br />

de incumprimento. A banca<br />

necessita dos necessários<br />

meios informáticos que<br />

avisem para uma degradação<br />

da capacidade fi nanceira<br />

dos clientes.<br />

Estas algumas <strong>das</strong> novas<br />

regras impostas pelo Banco<br />

de Portugal às entidades fi -<br />

nanceiras e que visam travar<br />

o crédito malparado,<br />

especialmente no segmento<br />

da habitação. Os bancos<br />

têm dez dias para entrarem<br />

em contacto com<br />

os clientes. Estes, por sua<br />

vez, devem tomar medi<strong>das</strong><br />

e explicarem o que se está<br />

a passar, eventualmente<br />

entrarem em negociações<br />

com o banco.<br />

A instituição deve avançar<br />

com soluções adequa<strong>das</strong>,<br />

através de uma análise<br />

caso a caso. A renegociação<br />

do crédito é uma alternativa<br />

possível, em situações<br />

mais críticas. Os funcionários<br />

bancários têm responsabilidades<br />

acresci<strong>das</strong> neste<br />

tipo de situações.<br />

A TENDÊNCIA(?)<br />

Exportações de bens e serviços em % do PIB<br />

Fonte: Comissão Europeia, Outono 2012<br />

COMENTÁRIO:<br />

As exportações da Irlanda (cujo saldo externo é positivo e 174% melhor que o<br />

português), crescem a + 50% que as portuguesas. Mais palavras para quê?<br />

JORGE A.<br />

VASCONCELLOS E SÁ<br />

Mestre Drucker School<br />

PhD Columbia University<br />

Professor Catedrático<br />

Formador:<br />

Dr. Agostinho Costa<br />

Nº 1474 / 4 de janeiro 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

Programa:<br />

1. A Contabilidade como sistema de<br />

informação de apoio à gestão<br />

2. O essencial sobre os conceitos base de<br />

contabilidade em SNC<br />

3. O essencial sobre as classes 1, 2, 3, 4 e 5<br />

do SNC<br />

4. O essencial sobre as classes 6, 7 e 8 do SNC<br />

5.<br />

exercício<br />

6. As demonstrações Financeiras e o SNC<br />

Irlanda (tx. de crescimento média anual = 3%)<br />

Portugal (tx. de crescimento média anual = 1,9%)<br />

Instituto de Liberdade <strong>Económica</strong><br />

LIBERTAS<br />

economicfreedom@mail.telepac.pt<br />

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com<br />

Organização:<br />

Informações e inscrições:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

E-mail:<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.<br />

No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> criou uma<br />

quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação<br />

de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da<br />

última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.<br />

NOTA DE FECHO<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTO<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

“Big Brother” fi scal<br />

Uma edição<br />

livraria.vidaeconomica.pt<br />

Com a entrada em vigor do novo regime de faturação no<br />

dia 1 de Janeiro, passou a ser <strong>obrigatória</strong> a emissão de fatura<br />

em to<strong>das</strong> as transações para todo o tipo de operadores.<br />

As normas que faltavam foram publica<strong>das</strong> a 28 de<br />

Dezembro, deixando um dia útil de intervalo para os<br />

operadores conhecerem e se adaptarem ao novo regime.<br />

Estamos em Portugal…<br />

Além da fatura <strong>obrigatória</strong> para tudo e todos, o Governo<br />

passa a obrigar ao envio dos dados relevantes, criando uma<br />

mega-central onde recebe informação diária sobre to<strong>das</strong> as<br />

faturas que são emiti<strong>das</strong> no nosso país, passando as dispor<br />

dos dados de to<strong>das</strong> as transações efetua<strong>das</strong>.<br />

Entretanto, foi adiada para Maio a obrigação que todos<br />

os agentes económicos passam a ter, remetendo informação<br />

prévia sobre todos os documentos de transporte.<br />

Portugal passa a ser o primeiro país do mundo onde a<br />

Administração Fiscal tem informação em tempo real - a<br />

cargo <strong>das</strong> empresas – sobre to<strong>das</strong> as faturas emiti<strong>das</strong>.<br />

Tal como em to<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong>, deveriam ser pesa<strong>das</strong> as<br />

vantagens e inconvenientes. Na perspetiva do Governo, as<br />

vantagens estão no aperto do controlo sobre os operadores.<br />

Com essa nova arma, a Administração Fiscal admitirá acabar<br />

de vez com quase toda a evasão fi scal, deixando-a circunscrita<br />

a uma marginalidade económica de reduzida dimensão.<br />

Mas os inconvenientes estão subestimados e serão<br />

dramáticos, ao <strong>agrava</strong>r os custos <strong>das</strong> empresas, ao retirar-lhes<br />

o tempo que falta para as tarefas produtivas, dizimando os<br />

pequenos operadores, precipitando o encerramento de mais<br />

empresas, e difi cultando a criação de novas empresas, pelos<br />

obstáculos, encargos e difi culdades que estão a ser impostas<br />

aos pequenos empreendedores.<br />

Se o Governo tivesse consciência dos efeitos deste regime,<br />

nunca o teria criado, porque, ao contrário do que espera, vai<br />

ter menos operadores em atividade, em maiores difi culdades<br />

económicas e fi nanceiras, menos receitas fi scais e, no limite,<br />

mais economia paralela, porque, ao <strong>agrava</strong>r os custos para<br />

quem cumpre, aumenta também o prémio da evasão para<br />

Portugal passa a ser o primeiro país<br />

do mundo onde a Administração<br />

Fiscal tem informação em tempo real<br />

- a cargo <strong>das</strong> empresas – sobre to<strong>das</strong><br />

as faturas emiti<strong>das</strong>.<br />

quem prefere correr os riscos e não cumpre as normas.<br />

Os técnicos de contas e empresas de contabilidade<br />

poderiam ter algum benefício com o acréscimo de horas<br />

de trabalho exigi<strong>das</strong> pelas novas obrigações declarativas.<br />

Mas, na situação em que as empresas se encontram, não<br />

conseguem repercutir o seu aumento de custos. Para <strong>agrava</strong>r,<br />

veem acelerar a perda de clientes com o encerramento de<br />

mais empresas em atividade que não são substituí<strong>das</strong> pela<br />

criação de novas empresas.<br />

O balanço do novo regime para os TOC e empresas de<br />

contabilidade vai ser claramente negativo.<br />

Para as empresas em atividade e cumpridoras – que<br />

são a larga maioria – poderia haver alguma vantagem<br />

com o novo regime se houvesse redução da concorrência<br />

desleal com o melhor cumprimento <strong>das</strong> obrigações<br />

fi scais, mas não é certo que o número de prevaricadores<br />

diminua. De qualquer forma, o custo exigido seria<br />

sempre muito elevado para o benefício. Em to<strong>das</strong> as<br />

comparações, as empresas portuguesas já são aquelas que<br />

têm que dedicar obrigatoriamente mais tempo com as<br />

suas tarefas declarativas. Agora o imposto tempo vai ser<br />

signifi cativamente <strong>agrava</strong>do.<br />

As obrigações impostas ultrapassam todos os limites<br />

do absurdo e criam uma situação insustentável, onde<br />

é gritante a desigualdade face aos vizinhos da União<br />

Europeia. Com o próximo passo que o Governo vai dar,<br />

impondo o envio prévio dos documentos de transporte, a<br />

disparidade de regras será abissal: uma empresa espanhola<br />

poderá fazer entrar em Portugal e distribuir livremente<br />

vários camiões TIR carregados de material de construção<br />

sem ter que comunicar previamente documentos de<br />

transporte à Administração Fiscal. Ao mesmo tempo, um<br />

microempresário português que pretenda entregar uma<br />

embalagem com um litro de tinta a um cliente a 100 metros<br />

<strong>das</strong> suas instalações só o poderá fazer depois de informar<br />

previamente a Autoridade Tributária.

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