Fatura obrigatória agrava dificuldades das ... - Vida Económica
Fatura obrigatória agrava dificuldades das ... - Vida Económica
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COMPRE JÁ EM<br />
livraria.vidaeconomica.pt<br />
Nº 1474 / 4 de janeiro de 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J<br />
MERCADOS<br />
Bolsa começa<br />
o ano a subir<br />
SUPLEMENTO<br />
SEGUROS<br />
Seguradores<br />
preparam-se<br />
para ano muito<br />
difícil<br />
9 720972 000037<br />
Pág. 14<br />
Empresas<br />
exportadoras<br />
enfrentam um<br />
aumento do risco<br />
de crédito Págs. 40 e 41<br />
FISCALIDADE<br />
Pequenas entidades<br />
podem benefi ciar<br />
de isenção do IVA<br />
Pág. 32<br />
OPINIÃO<br />
Raposo Subtil<br />
Os atrasos da<br />
Justiça no novo ano<br />
Pág. 10<br />
Págs. II e III<br />
01474<br />
PUB<br />
Atualização de ren<strong>das</strong> antigas<br />
já está a avançar<br />
TÉCNICOS DE CONTAS CONFRONTADOS COM AUMENTO DE TRABALHO SEM COMPENSAÇÃO<br />
<strong>Fatura</strong> <strong>obrigatória</strong><br />
<strong>agrava</strong> difi culdades<br />
<strong>das</strong> empresas<br />
Págs. 4 e 5<br />
PUB<br />
DIRETOR<br />
João Peixoto de Sousa<br />
www.vidaeconomica.pt<br />
Projetos PRODER e PROMAR<br />
têm “spread” médio de 5,3%<br />
Oito bancos nacionais acordaram com o<br />
Governo a criação de linhas de crédito<br />
no valor global de 1500 milhões de<br />
euros para fi nanciar projetos nas áreas<br />
da agricultura e <strong>das</strong> pescas. A “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>” apurou, junto do ministério<br />
de Assunção Cristas, que o “spread”<br />
médio ronda os 5,3%”. Com mais de<br />
seis mil projetos submetidos para<br />
análise, correspondentes a um volume<br />
de investimento na ordem dos 800<br />
milhões de euros, o PRODER apresenta<br />
uma taxa de execução de 60% e uma<br />
taxa de compromisso de 95%<br />
Pág. 3<br />
Pág. 7<br />
PUB
2 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
ABERTURA<br />
ESPETÁCULO REÚNE MAIS<br />
DE 600 PESSOAS EM PALCO<br />
Bilhetes para a abertura<br />
de Guimarães 2013<br />
já estão à venda<br />
Já se encontram à<br />
venda os bilhetes para<br />
a cerimónia de abertura<br />
de Guimarães Cidade<br />
Europeia do Desporto<br />
(CED) 2013. Agendada<br />
para dia 19 de janeiro, às<br />
18h30, no Multiusos de<br />
Guimarães, promete não<br />
deixar ninguém indiferente.<br />
Com mais de 600<br />
pessoas em palco – entre<br />
atletas, ginastas, bailarinos,<br />
músicos e figurantes<br />
–, o espetáculo pretende<br />
celebrar o desporto e a<br />
história deste no concelho<br />
vimaranense. Ao<br />
“jogo” <strong>das</strong> diversas performances<br />
desportivas<br />
juntam-se ainda efeitos<br />
de vídeo, som e luz.<br />
Relembre-se que, no<br />
próximo ano, a CED<br />
2013 prevê receber mais<br />
de 20 mil atletas de 50<br />
modalidades diferentes,<br />
numa média de duas<br />
iniciativas por semana.<br />
Os bilhetes que agora<br />
Nesta edição<br />
22 Atualidade<br />
Crise europeia vai continuar<br />
por mais uma geração<br />
E.LIFE ...................... Pág. 19<br />
Empresas reforçam<br />
presença nas redes<br />
sociais e investimento no<br />
relacionamento online<br />
Negócios Empresas. Pág. 12<br />
Casa do Galo expande lojas e<br />
renova imagem<br />
Oli ............................ Pág. 13<br />
Empresa de autoclismos<br />
investe no mercado externo<br />
Humor económico<br />
estão disponíveis são<br />
de bancada e custam<br />
cinco euros. Podem ser<br />
adquiridos em vários<br />
pontos, como o Multiusos<br />
de Guimarães, lojas<br />
FNAC, CTT, El Corte<br />
Inglès, Centro Cultural<br />
Vila Flor, Theatro Circo<br />
(Braga) ou na bilheteira<br />
online.<br />
Guimarães assume em<br />
2013 o título de Cidade<br />
Europeia do Desporto.<br />
Ao longo de 12 meses,<br />
propõe-se impulsionar<br />
mais de uma centena<br />
de eventos, estudos e<br />
programas, com vista a<br />
alterar o paradigma do<br />
desporto na cidade e inspirar<br />
outros municípios<br />
portugueses e europeus<br />
a seguirem o mesmo caminho.<br />
Prevê-se a participação<br />
de cerca de 20<br />
mil atletas, mais de seis<br />
mil horas de voluntariado<br />
e 50 modalidades<br />
desportivas diferentes.<br />
21 Atualidade<br />
Bolsas ibéricas são atrativas<br />
para os investidores<br />
Negócios Empresas. Pág. 15<br />
ViniPortugal reforça investimento<br />
na promoção do vinho a copo<br />
ANJE ....................... Pág. 25<br />
Associação reforça aposta<br />
na formação para apoiar<br />
competitividade <strong>das</strong> PME<br />
Mercados ................ Pág. 41<br />
Agricultura e pescas com<br />
linhas de crédito de 1,5 mil<br />
milhões de euros<br />
Nenhum obstáculo é grande de mais<br />
para quem possui um espírito imparável!<br />
Casos de sucesso empresarial<br />
repetem-se ao longo da história.<br />
Onde alguns veem apenas limitações,<br />
outros ultrapassam-nas com coragem<br />
e imaginação, explorando novas<br />
oportunidades, alcançando grandes visões<br />
de negócio e ignorando alertas de “isso<br />
não pode ser feito”.<br />
Com recorrência encontramos histórias<br />
de empresários cujo espírito se tornou<br />
imparável…<br />
É através de empresários – com um<br />
espírito imparável- que beneficiamos<br />
– todos – do progresso, do acesso a<br />
novos produtos e mercados, de melhor<br />
qualidade com melhor preço e de<br />
inovação jamais pensada há pouco tempo<br />
atrás.<br />
Desde o pequeno ao grande projeto<br />
empresarial, a força viva de mudança e de<br />
crescimento reside no espírito imparável<br />
do empresário. É esse espírito que<br />
constitui a força para ultrapassar barreiras,<br />
o negativismo e a sua própria perceção de<br />
autolimitação. É essa força que compele<br />
o empresário a persistir na luta para ir ao<br />
encontro dos seus objetivos.<br />
O empresário é o maior crítico de<br />
40 Mercados<br />
Empresas exportadoras têm um<br />
aumento do risco de crédito<br />
CA <strong>Vida</strong> ................... Pág. 42<br />
Comissões são a principal<br />
variável entre diferentes<br />
PPR<br />
Automóvel .............. Pág. 46<br />
MCoutinho abre loja automóvel<br />
no Dolce Vita Porto<br />
Ócio e Negócios ..... Pág. 47<br />
Real Companhia Velha<br />
celebra 100 anos da marca<br />
Grandjó<br />
EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo<br />
REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta<br />
Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa<br />
e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO mercial@vidaeconomica.pt;<br />
PUBLICIDADE LISBOA <br />
vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO<br />
<br />
AZUIL BARROS<br />
Especialista no Crescimento de Negócios<br />
Partner&Diretor Geral<br />
www.quantumcrescimentonegocios.com<br />
O empresário tem de possuir um<br />
espírito imparável…<br />
si mesmo. Não existe opinião mais<br />
importante para o sucesso da sua empresa<br />
do que a sua própria opinião. Foram os<br />
pensamentos internos que trouxeram o<br />
empresário ao ponto onde está. E a sua<br />
empresa estará onde os seus pensamentos<br />
atuais a levarem. Este princípio pode não<br />
ser de fácil aceitação para si.<br />
Pode assumir que existem muitas<br />
razões que influenciam os seus negócios: a<br />
economia, os clientes que não lhe pagam,<br />
os bancos que lhe cortaram o crédito, etc.<br />
Uma vez que não se sente responsável<br />
pela sua “má sorte”, então certamente os<br />
seus pensamentos nada têm a ver com o<br />
resultado a que chegou.<br />
Está errado! Pode não ser fácil para si,<br />
mas aconselho-o a ponderar. Enquanto<br />
não aceitar a responsabilidade pelo<br />
avanço dos seus negócios – pelo passado,<br />
pelo presente e pelo futuro – não<br />
irá conseguir melhorar o seu futuro<br />
empresarial.<br />
“Uma <strong>das</strong> grandes descobertas que um<br />
homem pode fazer, uma <strong>das</strong> suas maiores<br />
surpresas, é descobrir que consegue fazer<br />
aquilo que tinha medo de não conseguir<br />
fazer.”, cito Henry Ford.<br />
Comece já e coloque a Sua Empresa<br />
um passo à frente da sua concorrência!<br />
Imprensa<br />
EM REVISTA<br />
EXPANSIÓN<br />
Alemanha considera<br />
que pior da crise já<br />
passou<br />
O Governo alemão<br />
considera que o pior da<br />
crise da dívida da Zona<br />
Euro já passou e destaca<br />
o compromisso da Grécia<br />
e da França com as<br />
reformas. O Executivo<br />
de Atenas sabe que<br />
não pode pedir muito<br />
mais a outros países da<br />
Zona Euro, pelo que vai<br />
continuar em frente com<br />
as reformas.<br />
Relativamente à França,<br />
a Alemanha defende que<br />
o país está a cumprir<br />
com as suas obrigações<br />
e o seu Governo está<br />
consciente que todos<br />
os países devem levar<br />
constantemente a<br />
cabo reformas para se<br />
manterem competitivos.<br />
LES ECHOS<br />
BRIC aumentam<br />
contribuições para a<br />
ONU<br />
Para o novo orçamento<br />
da Organização <strong>das</strong><br />
Nações Uni<strong>das</strong> (ONU), a<br />
China aceitou aumentar<br />
em mais de 60% a sua<br />
contribuição, enquanto o<br />
Brasil vai aumentar em<br />
82% o seu contributo.<br />
Em contrapartida,<br />
as contribuições da<br />
Alemanha, da França e<br />
MEMBRO DA EUROPEAN<br />
BUSINESS PRESS<br />
TIRAGEM CONTROLADA<br />
<br />
do Reino Unido vão ser<br />
revistas em baixa, devido<br />
à crise económica na<br />
Europa. O orçamento<br />
para a organização<br />
ascende a mais de 5,4 mil<br />
milhões de dólares, a que<br />
acrescem 7,5 mil milhões<br />
para as missões de paz.<br />
A contribuição dos seus<br />
membros é calculada<br />
de acordo com o seu<br />
peso no PIB mundial. A<br />
China, a Índia, o Brasil e<br />
outros países emergentes<br />
decidiram aumentar as<br />
suas contribuições, no<br />
âmbito de um acordo já<br />
assinado. Os Estados<br />
Unidos continuam a ser<br />
o principal contribuinte,<br />
com um peso na ordem<br />
dos 22% do total.<br />
THE WALL STREET<br />
JOURNAL<br />
Zona Euro sobrevive<br />
intacta ao ano<br />
de 2012<br />
Ao contrário do que<br />
previam muitos<br />
analistas, a Zona Euro<br />
terminou o ano 2012<br />
como começou, ou<br />
seja, com 17 membros.<br />
Alguns acontecimentos<br />
marcaram a sobrevivência<br />
do bloco, quando<br />
muitos anteviam um<br />
fim anunciado. A<br />
Grécia completou a<br />
reestruturação de maior<br />
dimensão de sempre<br />
da dívida soberana e a<br />
Alemanha acabou por<br />
dar luz verde a um fundo<br />
permanente de resgate,<br />
no sentido de apoiar<br />
os países em maiores<br />
<strong>dificuldades</strong>.<br />
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO<br />
14.200<br />
4000 Município (Porto)<br />
TAXA PAGA<br />
R <br />
<br />
<br />
<br />
Top da semana<br />
MARIA LUÍS ALBUQUERQUE<br />
A secretária de Estado do<br />
Tesouro tem sido o rosto<br />
visível do processo de<br />
privatizações encetado pelo<br />
Governo. Independentemente de se<br />
estar contra ou a favor da passagem<br />
para a esfera de privados de serviços<br />
públicos, Maria Luís Albuquerque tem<br />
revelado um conhecimento profundo<br />
dos processos e tem sabido explicar ao<br />
cidadão comum o que está a ser feito.<br />
Muito deve o Executivo a este técnica,<br />
que já permitiu o encaixe de quase 6,4<br />
mil milhões de euros, por via de três<br />
privatizações, em colaboração estreita<br />
com outros membros do Governo.<br />
Também é positivo o facto de aparecer<br />
em público e dar a cara sempre que<br />
solicitada, o que demonstra segurança.<br />
PASSOS COELHO<br />
O primeiro-ministro terminou<br />
o ano da mesma forma<br />
que o iniciou, numa grande<br />
confusão. Até as comunicações ao<br />
país foram infelizes. A ideia que fica<br />
é que não existe uma estratégia<br />
governamental claramente definida,<br />
para além da necessidade de reduzir<br />
o défice público. Ora, neste âmbito<br />
assiste-se a medi<strong>das</strong> pontuais, sem<br />
se saber exatamente que resultados<br />
esperar. Nada é previsível, tudo<br />
está indefinido, como tem sido uma<br />
constante neste Executivo. O mais<br />
preocupante é que tudo aponta para<br />
que se mantenha esta estratégia<br />
errática. Os portugueses continuam a<br />
sair do país, as insolvências atingem<br />
níveis recordes e o mesmo se passa<br />
com a taxa de desemprego.<br />
ÁLVARO SANTOS PEREIRA<br />
O ministro da Economia é<br />
um dos elos mais fracos<br />
do Governo. Como já se<br />
percebeu, quando as coisas correm<br />
pior do que o habitual, desaparece<br />
de cena. Termina o ano em terreno<br />
fortemente negativo. O desemprego<br />
continua a aumentar, a atividade<br />
económica não descola, há uma clara<br />
dependência relativamente ao ministro<br />
<strong>das</strong> Finanças. Com a <strong>agrava</strong>nte que<br />
a tendência tem sido para tornar o<br />
contexto empresarial cada vez mais<br />
complicado. Praticamente nada foi<br />
feito para simplificar o acesso ao<br />
financiamento. Ser empresário tornouse<br />
num ato de verdadeiro heroísmo,<br />
sobretudo quando “não existe”<br />
ministro da Economia.
O recente protocolo celebrado<br />
entre o Ministério da Agricultura,<br />
do Mar, do Ambiente e<br />
do Ordenamento do Território<br />
(MAMAOT), através do IFAP,<br />
e oito bancos nacionais para a<br />
criação de linhas de crédito no<br />
valor global de 1500 milhões de<br />
euros para financiar projetos nas<br />
áreas da agricultura e <strong>das</strong> pescas,<br />
vai contribuir para acelerar a<br />
execução dos programas comunitários<br />
PROMAR e PRODER.<br />
Os bancos estão optimistas, até<br />
porque, como diz o MAMAOT,<br />
“estes projetos foram já submetidos<br />
a uma análise técnica, financeira<br />
e económica rigorosa” e<br />
isso “confere segurança à banca”.<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 3<br />
ATUALIDADE<br />
O Ministério de Assunção Cristas não revelou<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” a taxa de execução<br />
do PROMAR (Programa Operacional<br />
<strong>das</strong> Pescas 2007-2013), informando apenas<br />
que a taxa de compromisso está em “cerca<br />
de 70%”. Explicou, contudo, que neste momento<br />
“existem já em carteira projetos num<br />
montante da ordem dos 100 milhões de euros,<br />
o que permite atingir as metas previstas<br />
no programa”.<br />
Quanto ao PRODER (Programa de Desenvolvimento<br />
Rural), o MAMAOT revela<br />
que a taxa de compromisso é de 95%, sendo<br />
a taxa de execução de 60%, tendo sido<br />
conseguidos em 2012 “níveis de pagamento<br />
recorde, superiores mesmo a 2011”. O Ministério<br />
da Agricultura garantiu, aliás, que,<br />
a este ritmo, a execução do PRODER será<br />
“integralmente” cumprida até 2015.<br />
“Tendo em conta a atual taxa de compromisso<br />
do PRODER (95%) e o bom nível de<br />
execução já atingido, em linha com a média<br />
comunitária, o MAMAOT não tem dúvi<strong>das</strong><br />
que o PRODER será integralmente executado<br />
nos prazos para tal estipulados (2015)”,<br />
disse fonte do gabinete da ministra da Agricultura<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. A mesma fonte<br />
Produção industrial cai mais de 4% em novembro<br />
LINHAS DE CRÉDITO DE 1500 MILHÕES IMPULSIONAM EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS<br />
PRODER chega aos 60% e será<br />
“integralmente executado” até 2015<br />
O gabinete da ministra Assunção Cristas garantiu à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que, “tendo em conta a<br />
atual taxa de compromisso do PRODER (95%) e o bom nível de execução já atingido”, o Programa<br />
“será integralmente executado” até 2015.<br />
A produção industrial registou uma quebra de 4,3%, em novembro, relativamente ao mês homólogo<br />
do ano anterior e contra os 3,6% negativos no mês de outubro, de acordo com os dados<br />
do Instituto Nacional de Estatística. Para este desempenho negativo contribuiu sobretudo a classe<br />
<strong>das</strong> indústrias transformadoras. Em termos mensais, a produção industrial apresentou uma<br />
variação negativa de 3,3%, com os todos agrupamentos a revelarem desci<strong>das</strong>. Os agrupamentos<br />
de bens intermédios e de consumo foram os que mais contribuíram para a variação negativa.<br />
revelou que, “neste momento, estão mais de<br />
seis mil projetos submetidos, em processo de<br />
análise, com um volume de investimento na<br />
casa dos 800 milhões de euros”.<br />
Questionado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” sobre<br />
as taxas de juros e ‘spreads’ associados a<br />
estas linhas de crédito agora firma<strong>das</strong> com a<br />
banca – Millenium BCP, BES/BES Açores,<br />
BPI, Banco Popular, Santander Totta, Caixa<br />
de Crédito Agrícola Mútuo, Montepio Geral<br />
e Caixa Geral de Depósitos –, o gabinete<br />
da ministra Assunção Cristas diz que há oito<br />
instituições bancárias envolvi<strong>das</strong> e que “é<br />
natural que as condições <strong>das</strong> diversas linhas<br />
de crédito apresentem algumas diferenças”.<br />
Contudo, acrescenta, “o IFAP empenhou-<br />
-se em garantir alguma uniformidade nas<br />
condições de crédito, pelo que as variações<br />
não são significativas, existindo um ‘spread’<br />
médio a rondar os 5,3%”.<br />
Projetos aprovados pelo PRODER<br />
e PROMAR conferem segurança à<br />
banca<br />
Apesar destas diferenças, a adesão às linhas<br />
de crédito foi “maciça” por parte da banca,<br />
diz o MAMAOT, o que se deve ao “reconhecimento<br />
do potencial de crescimento<br />
e investimento do setor agrícola, aliás bem<br />
demonstrado nos últimos tempos como setor<br />
produtor de bens transacionáveis e com<br />
potencial de exportação”.<br />
O Millennium BCP, por exemplo, emitiu<br />
um comunicado aquando da assinatura<br />
deste protocolo citando o presidente, Nuno<br />
Amado, e dizendo que o banco “quer estar<br />
na primeira linha no apoio aos novos projetos<br />
de investimento que contribuam para a<br />
criação de emprego, o crescimento da economia<br />
e o desenvolvimento do país”.<br />
O próprio Ministério de Assunção Cristas<br />
também reconhece que estas linhas de<br />
crédito se destinam a “apoiar projetos de<br />
investimento do PRODER e PROMAR já<br />
aprovados pelas respetivas autoridades de<br />
gestão, o que confere à banca a segurança<br />
de que estes projetos foram já submetidos a<br />
uma análise técnica, financeira e económica<br />
rigorosa e têm assegurado, pelos apoios<br />
destes programas, uma importante fatia do<br />
financiamento total de que necessitam”.<br />
E toda esta análise, “associada a informações<br />
sobre os beneficiários, forneci<strong>das</strong> pelo<br />
IFAP, minimiza o risco de crédito para a<br />
banca”.
4 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
ATUALIDADE<br />
TÉCNICOS DE CONTAS CONFRONTADOS COM AUMENTO DE TRABALHO SEM COMPENSAÇÃO<br />
<strong>Fatura</strong> <strong>obrigatória</strong> <strong>agrava</strong> difi<br />
A emissão de faturas<br />
em to<strong>das</strong> as transações<br />
passou a ser <strong>obrigatória</strong><br />
desde 1 de janeiro. Esta<br />
obrigação acarreta um<br />
acréscimo considerável<br />
de custos, em especial<br />
para as pequenas<br />
empresas. Os técnicos<br />
oficiais de contas<br />
e os gabinque não<br />
conseguem repercutir<br />
sobre os valores.<br />
Apesar dos reflexos<br />
negativos em termos de<br />
acréscimo de trabalho e<br />
responsabilidade para os<br />
profissionais, a OTOC<br />
é favorável ao novo<br />
regime, tendo sugerido<br />
uma parte <strong>das</strong> regras que<br />
são agora impostas.<br />
A emissão de faturas em to<strong>das</strong> as transações passou a ser <strong>obrigatória</strong> desde 1 de janeiro.<br />
VIRGÍLIO FERREIRA<br />
virgilioferreira@vidaeconomica.pt<br />
Desde 1 de janeiro, to<strong>das</strong> as<br />
transações passaram a estar sujeitas<br />
a fatura <strong>obrigatória</strong>. Tal como<br />
é habitual, a regulamentação do<br />
novo regime foi publicada tardiamente,<br />
a 28 de dezembro, ou<br />
seja, com apenas um dia útil de<br />
antecedência, em relação à data<br />
de entrada em vigor. Uma grande<br />
parte dos operadores não teve<br />
tempo para substituir os equipamentos<br />
e os programas informáticos,<br />
caindo na situação de<br />
incumprimento que a Autoridade<br />
Tributária promete sancionar,<br />
sem contemplações.<br />
Além de impor a emissão <strong>obrigatória</strong><br />
de fatura em to<strong>das</strong> as transações<br />
para todos os operadores<br />
económicos, seja qual for o valor,<br />
o novo regime elimina todos os<br />
tipos de documentos “equivalentes<br />
à fatura” tais como ven<strong>das</strong> a<br />
dinheiro, talões de venda, faturas-<br />
-recibo, etc.. Agora apenas pode<br />
existe a fatura e a fatura simplifica-<br />
Mercado não suporta aumentos<br />
de preços<br />
Não se entende que a regulamentação sobre o regime simplificado<br />
só tenha sido publicada a 28 de dezembro – refere Luís Ceia,<br />
presidente do Ceval e da Associação Empresarial de Viana do<br />
Castelo. “Esta indefinição sobre o regime a aplicar e a falta de<br />
equipamentos novos disponíveis ajustados às novas necessidades,<br />
justificariam, a bem do mercado, o adiamento da entrada em vigor<br />
<strong>das</strong> alterações propostas.<br />
Luis Ceia não acredita que os TOC sejam compensados<br />
pelo incontornável acréscimo de trabalho. “O mercado não<br />
suporta neste momento aumentos de preços que não correspondam<br />
a acrescento de valor oferecido aos utilizadores” – garante e aponta<br />
como exemplo o aumento do IVA na restauração que na generalidade<br />
está a ser suportado pelos empresários.<br />
Para o presidente do CEVAL, as exigências impostas pela<br />
Administração Fiscal podem distorcer o principal objetivo da<br />
contabilidade que é o de dar uma informação clara e objetiva<br />
sobre a situação <strong>das</strong> empresas. E podem pôr em causa<br />
a responsabilidade e ética dos profissionais devidamente credenciados<br />
e regulados pelo código deontológico.<br />
da (que só pode ser usada em determina<strong>das</strong><br />
circunstâncias e nunca<br />
dispensa o registo individualizado<br />
de cada transação), nota de débito<br />
e nota de crédito.<br />
Nas faturas processa<strong>das</strong> através<br />
de sistemas informáticos, to<strong>das</strong> as<br />
menções <strong>obrigatória</strong>s, incluindo<br />
o nome, a firma ou a denominação<br />
social e o número de identificação<br />
fiscal do sujeito passivo adquirente<br />
devem ser inseri<strong>das</strong> pelo<br />
respetivo programa ou equipamento<br />
informático de faturação.<br />
A indicação na fatura da identificação<br />
e do domicílio do com-<br />
prador que seja um particular não<br />
é <strong>obrigatória</strong> nas faturas de valor<br />
inferior a J1000, exceto nos casos<br />
em que o comprador o solicite.<br />
<strong>Fatura</strong>s envia<strong>das</strong> à AT<br />
Além da emissão <strong>obrigatória</strong>, todos<br />
os operadores passaram a ter<br />
que enviar à Autoridade Tributária<br />
to<strong>das</strong> as faturas emiti<strong>das</strong>, até ao<br />
dia 8 do mês seguinte da emissão.<br />
A comunicação efetuada à AT<br />
pode ser automática e em tempo<br />
real, através de um webservice<br />
para a faturação eletrónica, atra-<br />
Mais tempo<br />
e mais encargos<br />
para as empresas<br />
“Com as novas regras de<br />
faturação, as obrigações<br />
declarativas irão <strong>agrava</strong>r os gastos<br />
<strong>das</strong> micro e pequenas empresas,<br />
na medida em que estas<br />
empresas não estão prepara<strong>das</strong><br />
para cumprir. Associado a este<br />
aumento dos gastos, está o<br />
acréscimo de tempo associado<br />
a realização <strong>das</strong> transações e<br />
a necessidade de investimento<br />
em novos equipamentos e<br />
software” – refere Joel Costa. O<br />
diretor executivo da Associação<br />
Empresarial de Felgueiras<br />
considera também que estas<br />
alterações provocam um<br />
aumento do número de horas<br />
despendi<strong>das</strong> para cada cliente<br />
pelos profissionais e organizações<br />
que prestam serviços de<br />
contabilidade, ao implicar um<br />
trabalho que até agora não era<br />
necessário.<br />
“Como o TOC terá necessidade<br />
de dispensar mais tempo a cada<br />
cliente que recorra aos seus<br />
serviços para cumprir com as<br />
novas obrigaçoes perante a AT, é<br />
de prever que os seus honorários<br />
sejam ajustados tendo em conta o<br />
tempo gasto com este acréscimo<br />
de serviço. A existir será sempre<br />
um ajuste caso a caso, pois, por<br />
exemplo, se estivermos perante<br />
um contribuinte que até tem<br />
software que produz o ficheiro<br />
o SAFT mas que recorre ao<br />
TOC para o enviar para a AT, é<br />
natural que, a realizar-se algum<br />
ajuste, este seja mínimo. No<br />
entanto, se estivermos perante<br />
um contribuinte que não produza<br />
ficheiro SAFT e seja necessário<br />
introduzir to<strong>das</strong> as suas faturas<br />
manualmente no site “e-faturas”,<br />
é natural que veja os seus<br />
honorários do TOC sofrerem um<br />
aumento assinalável por força do<br />
acréscimo de tempo para cumprir<br />
com a obrigação declarativa agora<br />
criada” - explica.<br />
Para Joel Costa, as exigências<br />
impostas não se ajustam á<br />
realidade da maioria <strong>das</strong> nossas<br />
empresas e dos empresários em<br />
nome individual.<br />
vés do envio do ficheiro SAF-T<br />
(PT) para a faturação através de<br />
programa informático, por introdução<br />
direta no Portal <strong>das</strong> Finanças.<br />
Regulamentação tardia<br />
A última regulamentação sobre<br />
o novo regime foi publicada no<br />
Diário da República de 28 de dezembro<br />
passado, apenas um dia<br />
útil antes da entrada em vigor do<br />
novo regime.<br />
A AT disponibilizou em<br />
19/11/2012 o ofício circulado<br />
n.º 30136 sobre as novas regras<br />
de faturação. Em 09/11/2012
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 5<br />
c uldades <strong>das</strong> empresas<br />
DOMINGUES DE AZEVEDO, BASTONÁRIO DA OTOC, CONSIDERA<br />
Não existem condições para aumentar<br />
as avenças da contabilidade<br />
A Ordem dos Técnicos Oficiais<br />
de Contas concorda com o novo<br />
regime de faturação <strong>obrigatória</strong><br />
– disse Domingos de Azevedo<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Mas o<br />
bastonário da OTOC lamenta<br />
a forma como foi elaborado,<br />
“criando grandes confusões,<br />
mesmo no seio da Autoridade<br />
Tributária”. Coube à Ordem<br />
esclarecer o Governo sobre<br />
algumas matérias. O bastonário<br />
considera que a administração<br />
fiscal deveria ser menos “autista”<br />
e pedir ajuda “em matérias<br />
que não domina”. Segundo<br />
Domingues de Azevedo,<br />
o Governo acolheu a maioria <strong>das</strong><br />
sugestões da OTOC. Os pequenos<br />
comerciantes – com um volume<br />
de negócios até 100 mil euros,<br />
– ficaram sujeitos a um modelo<br />
simplificado de comunicação<br />
<strong>das</strong> faturas. “Apenas é exigível<br />
a listagem mensal da primeira<br />
e da última faturas e o valor<br />
total <strong>das</strong> transações efetua<strong>das</strong>.<br />
O modelo consta do portal <strong>das</strong><br />
Finanças. Esta solução foi aceite<br />
pelo fisco, mas havia ainda uma<br />
outra dúvida, quando se tratasse<br />
de muito pequenos retalhistas,<br />
com a emissão de menos de dez<br />
faturas por mês.”<br />
Também neste caso foi seguido<br />
o conselho da OTOC. “Passa<br />
a vigorar um outro regime<br />
excecional, através do envio da<br />
O novo regime<br />
elimina todos os<br />
tipos de documentos<br />
“equivalentes à fatura”<br />
tais como ven<strong>das</strong> a<br />
dinheiro, talões de<br />
venda ou faturasrecibo<br />
declaração mensal por correio<br />
ou a sua entrega em mão nos<br />
serviços de Finanças. Neste caso,<br />
o contribuinte pode entregar a<br />
declaração em papel e esta ser<br />
recolhida depois para o sistema<br />
informático <strong>das</strong> Finanças”,<br />
explicou o bastonário.<br />
Questionado sobre se este novo<br />
regime vai encarecer os custos de<br />
contexto <strong>das</strong> empresas, quer com<br />
a compra de novos equipamentos,<br />
quer pelo acréscimo de trabalho<br />
e responsabilidades do técnico<br />
oficial de contas, Domingues<br />
de Azevedo admite que possa<br />
ser necessário adquirir novas<br />
máquinas ou adequar os<br />
programas à nova realidade. O<br />
bastonário não vê benefício para<br />
os TOC com a fatura <strong>obrigatória</strong><br />
publicou no site um trabalho sobre<br />
a forma de comunicação da<br />
faturação que vem sofrendo atualizações,<br />
sendo a mais recente<br />
de 26/12/2012. Existe também a<br />
listagem de FAQ no link http://<br />
info.portal<strong>das</strong>financas.gov.pt/pt/<br />
faturas/faqs.html<br />
A entrada em vigor <strong>das</strong> alterações<br />
ao nível dos bens em circulação<br />
– DL n.º 198/2012 – foi<br />
adiada para 1 de maio de 2013.<br />
A partir desta data, os sujeitos<br />
passivos serão obrigados a comunicar<br />
à AT os elementos dos documentos<br />
de transporte processados,<br />
antes do seu início. Ou seja,<br />
passa a ser proibido a qualquer<br />
empresa transportar mercadorias<br />
sem enviar previamente os documentos<br />
à Autoridade Tributária.<br />
Na proposta do OE 2013 só está<br />
prevista a dispensa de comunicação<br />
prévia nos casos em que as<br />
faturas servem de guia de transporte.<br />
“O novo regime vai implicar<br />
um grande aumento de trabalho<br />
para os TOC” – disse Olga Santeiro<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Na<br />
opinião desta contabilista, ainda<br />
existem muitas dúvi<strong>das</strong>, há muitas<br />
regras a apreender e trabalho<br />
de parametrização para adaptação<br />
dos programas de faturação<br />
às situações específicas de cada<br />
mas admite que possa vir a ser<br />
um fator positivo na atividade dos<br />
profissionais da contabilidade.”O<br />
técnico oficial de contas é cada<br />
vez mais necessário e pode ajudar<br />
os empresários a reduzirem<br />
os custos de contexto. Não<br />
considero que existam condições<br />
para aumentar, neste momento,<br />
o valor <strong>das</strong> avenças, apesar de se<br />
verificar um aumento do volume<br />
de trabalho para os profissionais.”<br />
Para Domingues Azevedo, a<br />
fatura <strong>obrigatória</strong> permite um<br />
tratamento mais igualitário dos<br />
contribuintes. As novas regras<br />
terão um efeito pedagógico<br />
quanto à necessidade de serem<br />
introduzidos corretamente os<br />
dados a enviar à Autoridade<br />
Tributária.<br />
empresa. “Estas fases de transição<br />
são sempre muito complexas, neste<br />
caso além de complexas, trabalhosas<br />
e dispendiosas” - sublinha.<br />
Para lá do esforço de adaptação,<br />
é criada mais uma obrigação periódica<br />
a cumprir até ao dia 25 de<br />
cada mês, com o envio <strong>das</strong> faturas<br />
à AT. “Resta saber o trabalho que<br />
dará submeter os ficheiros SAF-<br />
-T, se da validação do ficheiro vão<br />
resultar muitos erros para corrigir,<br />
se serão de fácil retificação ou<br />
não, se vai ser aceite o ficheiro<br />
mesmo com algum tipo de erros.<br />
A data limite para cumprimento<br />
da primeira obrigação de comunicação<br />
será em 25/02/2013.” –<br />
acrescenta Olga Santeiro.<br />
Mais trabalho sem<br />
acréscimo de retribuição<br />
“Não estará fácil para os TOC<br />
aumentarem as avenças nestes<br />
tempos de crise, mas o trabalho<br />
de facto vai aumentar, e terá<br />
de ser feito pelas mesmas pessoas,<br />
podendo colocar em causa a<br />
qualidade do serviço prestado”<br />
– afirma. Olga Santeiro admite<br />
que em alguns casos essa responsabilidade<br />
passará para a parte administrativa<br />
<strong>das</strong> empresas, quando<br />
for possível. Além <strong>das</strong> novas<br />
regras de faturação, acrescem<br />
ATUALIDADE<br />
DIRETOR-GERAL DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE BRAGA<br />
AFIRMA<br />
Exigências fiscais boicotam medi<strong>das</strong><br />
de simplificação<br />
“As exigências da AT partem do pressuposto que os empresários<br />
são uns malfeitores e que só com rédea curta é que se impede a<br />
evasão fiscal. Trata-se um autêntico disparate” – considera Rui<br />
Marques. O diretor-geral da Associação Comercial de Braga acusa a<br />
AT de burocratizar de tal forma o sistema que boicota o conjunto de<br />
medi<strong>das</strong> de simplificação do exercício da atividade económica que<br />
o Governo tem vindo a implementar. Infelizmente, o novo sistema<br />
de faturação nem sequer é o caso mais gritante. “A partir de Maio,<br />
com a entrada em vigor da comunicação prévia à AT do transporte de<br />
mercadorias, teremos instalado um autêntico “big brother” em torno<br />
da movimentação de mercadorias. A livre circulação de mercadorias<br />
em Portugal passará a ter uma nova definição - “circulação livre de<br />
mercadorias mas com o conhecimento prévio da AT de onde vem e<br />
para onde vai”- refere.<br />
O aumento de tempo e de encargos vai fazer-se sentir em particular<br />
nas empresas que estejam no regime simplificado de faturação, onde<br />
haverá um aumento significativo de horas de trabalho no envio de<br />
informação à AT, uma vez que o processamento da informação não<br />
está automatizado por nenhum software de faturação. “Estamos a falar<br />
<strong>das</strong> empresas que têm sistemas de faturação manuais ou através de<br />
máquinas registadoras” - refere.<br />
O diretor-geral da ACB considera não existirem condições de mercado<br />
para que os preços dos serviços de contabilidade sejam ajustados. “Os<br />
setores do comércio e da restauração e similares estão de tal modo<br />
afetados pela recessão que o país vive e pela retração do consumo que<br />
um aumento da avença do TOC resultará numa mudança de fornecedor<br />
destes serviços. Hoje em dia, existem muitos casos de renegociação<br />
dos valores cobrados pelos TOC em baixa para manterem os seus<br />
clientes, pelo que me parece que o acréscimo de horas de trabalho<br />
para o envio de informação à AT será absorvido pelos TOC” – salienta.<br />
Setor dos serviços é o mais penalizado<br />
“Para além de um custo de aquisição de software e na maior parte <strong>das</strong><br />
vezes também de hardware que pode ascender a milhares de euros,<br />
estas empresas terão de se familiarizar com uma forma completamente<br />
nova de faturar, o que obrigará a formação e a muito mais tempo para<br />
efetuar uma simples fatura. Não podemos esquecer que uma parte<br />
significativa destes operadores não têm quaisquer conhecimentos de<br />
informática” – refere Rui Marques.<br />
Existem, também, setores de atividades que serão mais penalizados<br />
do que outros, como é o caso dos cafés, padarias os pastelarias.<br />
Com a introdução do incentivo à indicação expressa do número<br />
de contribuinte dos consumidores nas faturas para que estes<br />
possam usufruir do prémio fiscal que o Estado disponibiliza (devolução<br />
de 5% do IVA pago nas aquisições em determinados setores até um<br />
montante máximo de 250 euros), os empresários terão um custo<br />
acrescido em cada transação. Imagine-se que em média um café<br />
vende 200 cafés por dia, e que a totalidade dos consumidores solicita<br />
indicação do NIF na fatura, se em média cada operação demorar<br />
30 segundos, demorará cerca de 100 minutos só a emissão destas<br />
faturas. “Se o tempo médio de cada operação for de 60 segundos, a<br />
perda por dia passa para os 200 minutos, ou seja, mais de três horas<br />
por dia. Numa altura em que este setor está num grande esforço de<br />
contenção de custos, nomeadamente de pessoal, para fazer face à<br />
diminuição da procura e ao aumento da taxa de IVA, este acréscimo de<br />
tempo que implicará o novo sistema de faturação vai tornar ainda mais<br />
insustentável estes negócios” – alerta .<br />
to<strong>das</strong> as outras alterações que<br />
constantemente ocorrem, orçamentos<br />
anuais, orçamentos retificativos,<br />
novos regimes. “É muita<br />
informação que exige muito dos<br />
TOC” - afirma.<br />
A isto, ainda acresce a obrigatoriedade<br />
da comunicação mensal<br />
de operações e posições com<br />
o exterior, ao Banco de Portugal,<br />
até ao 15.º dia útil do mês seguinte.<br />
“Não será obrigação dos<br />
TOC, mas em princípio vai ser<br />
mais uma tarefa a ser cumprida<br />
pelos TOC e em algumas empresas<br />
podem ser muitas as operações”<br />
– refere Olga Santeiro.<br />
Custos <strong>agrava</strong>dso<br />
“Estas alterações vieram trazer<br />
um acréscimo de encargos para<br />
as empresas com os programas<br />
de faturação que não suportam<br />
as novas regras de faturação. Outros,<br />
apesar de recentes, exigem<br />
alterações profun<strong>das</strong>, com mais<br />
encargos. Os pequenos operadores,<br />
que nem precisavam de ter<br />
sistemas informáticos, veem-se<br />
obrigados a adquirir para poder<br />
dar resposta às exigências de comunicação,<br />
e em algumas situações<br />
estes equipamentos estão<br />
esgotados” – diz Olga Santeiro.
6 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
ATUALIDADE<br />
Fisco cria equipas especiais para controlar novas regras<br />
de faturação<br />
O Governo já avisou que vai criar equipas especiais para que seja cumprida a nova legislação<br />
sobre a faturação. Estas equipas serão da responsabilidade da Autoridade Tributária e Aduaneira<br />
(AT) e a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais também deixou claro que pretende<br />
aplicar a lei sem qualquer tipo de exceções. O Ministério <strong>das</strong> Finanças quer garantir receita<br />
fiscal e controlar o mais possível as transações de produtos e serviços.<br />
MANUEL CARLOS GONÇALVES, TOC E GESTOR, CONTESTA FATURAÇÃO OBRIGATÓRIA<br />
É cada vez mais difícil ser-se empresário<br />
em Portugal<br />
O novo regime de faturação<br />
<strong>obrigatória</strong> vai <strong>agrava</strong>r os custos<br />
<strong>das</strong> empresas. Com esta medida<br />
a Administração Fiscal transfere<br />
para os privados o ónus da<br />
sua ineficácia em termos de<br />
fiscalização – afirma Manuel<br />
Carlos Gonçalves. Em entrevista<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, este TOC<br />
e gestor na área da contabilidade<br />
considera haver uma tendência<br />
ditatorial nas políticas<br />
fiscais com novas exigências<br />
declarativas que todos os anos<br />
são impostas às empresas,<br />
tornando cada vez mais difícil a<br />
sua sobrevivência.<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - A fatura <strong>obrigatória</strong><br />
vai encarecer a operação <strong>das</strong> micro e pequenas<br />
empresas pelo acréscimo de tempo<br />
e obrigações burocráticas associa<strong>das</strong> a<br />
cada transação?<br />
Manuel Carlos Gonçalves - Uma vez<br />
mais, em nome do combate à fuga e evasão<br />
fiscais, o Governo, ao impor aos agentes económicos<br />
mais esta exigência, está a transferir<br />
o ónus da sua própria ineficácia e inoperância<br />
no que à fiscalização diz respeito.<br />
Todos os anos sem exceção, os empresários<br />
têm vindo a ser confrontados e chamados<br />
a responder a novas exigências visando<br />
única e exclusivamente à desoneração dos<br />
processos de controlo da Autoridade Tributária,<br />
com total menosprezo para as consequências,<br />
sobretudo para as micro, pequenas<br />
e medias empresas.<br />
Face à escassez de recursos financeiros e<br />
humanos com que a grande maioria destas<br />
empresas se tem confrontado, para além<br />
do rigor ditatorial <strong>das</strong> políticas fiscais a que<br />
têm vindo a estar sujeitas, este tipo de medi<strong>das</strong><br />
em nada facilita o seu desempenho.<br />
Pelo contrário, estes investimentos sistemáticos<br />
em ativos improdutivos, traduzem-se<br />
em estrangulamentos que <strong>agrava</strong>m as múltiplas<br />
adversidades da violenta crise que se<br />
abateu sobre a nossa economia, pondo em<br />
causa a sobrevivência e continuidade futura<br />
da maioria <strong>das</strong> empresas,<br />
Neste contexto as melhores práticas de<br />
gestão de nada podem valer.<br />
Mais grave ainda será quando as políticas<br />
públicas adota<strong>das</strong> resultam infelizmente da<br />
mera experiência e empirismos arcaicos.<br />
Ser-se pequeno e médio empresário em<br />
Portugal é muito difícil. Contudo, têm sido<br />
e continuam a ser, apesar de tudo, eles que<br />
fazem andar a economia, que criam postos<br />
de trabalho e riqueza, inovam, investem,<br />
produzem e exportam, em suma criam riqueza,<br />
apesar dos múltiplos riscos que cor-<br />
“As políticas públicas<br />
adota<strong>das</strong> resultam<br />
infelizmente da mera<br />
experiência e empirismos<br />
arcaicos”<br />
“Vão ser os TOC e as<br />
empresas de Contabilidade a<br />
assumir a suas expensas mais<br />
este ónus”<br />
rem, resultantes da crise, dos impostos, da<br />
lentidão da justiça, da burocracia.<br />
Seria justo que os nossos governantes tivessem<br />
a capacidade e o discernimento de lhes<br />
reconhecer o mérito, a todos estes homens<br />
e mulheres que empreendem e arriscam, às<br />
vezes, tudo o que têm, com pelo menos, medi<strong>das</strong><br />
concretas de incentivo e apoio e que os<br />
desonerasse de todos os processos e obrigações<br />
alheias à atividade produtiva.<br />
VE - É de prever que esse acréscimo de<br />
horas de trabalho para os profissionais<br />
da contabilidade seja repercutido no valor<br />
pago pelas empresas?<br />
MCG - À semelhança <strong>das</strong> exigências que<br />
têm vindo a ser impostas aos empresários<br />
pela Autoridade Tributária, também esta<br />
se irá traduzir num considerável acréscimo<br />
de horas de trabalho, pois estamos a falar<br />
de mais uma obrigação mensal. Todavia, é<br />
ao TOC a quem o empresário irá recorrer,<br />
uma vez que, na grande maioria dos casos, o<br />
empresário não possui nem os recursos humanos<br />
nem técnicos para lhe dar resposta.<br />
E uma vez mais vão ser os TOC e as empresas<br />
de Contabilidade a assumir a suas<br />
Comissão Europeia deixa cair “made in”<br />
Foram sete anos de debate, mas a Comissão Europeia acabou por colocar de parte o dossiê<br />
“made in”. Devido à falta de acordo entre os vários Estados-Membros, não será <strong>obrigatória</strong><br />
a rotulagem de produtos importados pela União Europeia. Bruxelas nem sequer vai avançar<br />
com uma revisão da proposta, pelo que nos próximos tempos o tema vai deixar de fazer parte<br />
da agenda da Comissão Europeia. Trata-se de um duro revés para os produtores europeus, já<br />
que se poderá comercializar produtos sem qualquer indicação da proveniência dos mesmos.<br />
expensas mais este ónus, posto que a grande<br />
maioria <strong>das</strong> micro, pequenas e médias empresas<br />
não tem condições económicas para<br />
se lhe exigir o justo acréscimo dos honorários<br />
resultante deste aumento de horas de<br />
trabalho e <strong>das</strong> responsabilidades inerentes.<br />
Pelo contrário, os TOC ou as empresas de<br />
Contabilidade estão a ser sistematicamente<br />
abordados pelos empresários para obter a<br />
redução dos seus honorários.<br />
Os TOC e as empresas de Contabilidade<br />
nestes últimos anos têm assumido um papel<br />
muitíssimo importante para a atividade<br />
económica do país, uma vez que têm sabido<br />
com nobreza dar as melhores respostas, em<br />
tempo útil e sem regatear esforços, à pluralidade<br />
<strong>das</strong> exigências da Autoridade Tributária<br />
e demais organismos públicos.<br />
Atrevo-me até a dizer que, não fossem os<br />
TOC e as empresas de Contabilidade, e as<br />
consequências para estes contribuintes seriam<br />
ainda mais perniciosas e desastrosas, nestes<br />
tempos de tantas exigências de informação e<br />
tão severa crise para todos os agentes económicos.<br />
A não ser que a Autoridade Tributária<br />
adotasse outro tipo de medi<strong>das</strong> muitíssimo<br />
menos exigentes, coisa que não estou a ver.<br />
VE - As exigências impostas pela Administração<br />
Fiscal estão a distorcer o principal<br />
objetivo da contabilidade que é o<br />
de dar uma informação clara e objetiva<br />
sobre a situação <strong>das</strong> empresas?<br />
MCG - Com a entrada em vigor dos<br />
Decretos-Leis 197/2012 e 198/2012, a Autoridade<br />
Tributária dá a sensação de estar<br />
de facto, uma vez mais, a contribuir para<br />
retirar à contabilidade as credenciais de<br />
credibilidade e confiança que tem vindo a<br />
conquistar.<br />
Digo parece porque, a meu ver, fizesse a<br />
AT o que fizesse no sentido de, através desta<br />
e de outro tipo de medi<strong>das</strong>, tentar reduzir<br />
para si a uma insignificância a contabilidade,<br />
esta perdurará e resistirá a to<strong>das</strong> estas<br />
“Todos os anos sem exceção, os empresários<br />
têm vindo a ser confrontados e chamados a<br />
responder a novas exigências”, afirma Carlos<br />
Gonçalves.<br />
ameaças, sobretudo porque os seus protagonistas<br />
executores e agentes utilizadores tudo<br />
farão para a fazer ascender a patamares mais<br />
avançados de exigência e objetividade.<br />
A contabilidade é uma ferramenta indispensável<br />
ao serviço da gestão de to<strong>das</strong><br />
as organizações. Sem ela o gestor andaria à<br />
deriva e sem norte. Pena é que tenhamos<br />
de assistir à agressão da contabilidade por<br />
uma entidade que em teoria tem vindo a<br />
manifestar permanentemente o interesse e<br />
a necessidade de estreitar cada vez mais a<br />
ponte entre a contabilidade e a fiscalidade.<br />
É confrangedor para os agentes económicos<br />
terem de continuar a assistir à adoção<br />
de medi<strong>das</strong> desta natureza que em nada<br />
simplificam a sua atividade, em completo<br />
antagonismo com as orientações emana<strong>das</strong><br />
da União Europeia, que vão no sentido de<br />
serem adota<strong>das</strong> medi<strong>das</strong> urgentes a favor<br />
da redução dos custos e constrangimentos<br />
de contexto <strong>das</strong> micro, pequenas e médias<br />
empresas, de molde a torna-las mais competitivas.<br />
Em suma, a adoção deste tipo de medi<strong>das</strong><br />
por parte da AT só pode ser entendida<br />
por uma manifesta total falta de confiança<br />
na sua operacionalidade e desempenho e<br />
nos agentes económicos deste país. Não<br />
que a contabilidade tenha deixado de<br />
constituir o instrumento base dos seus<br />
controlos e fiscalização. Todavia, se esta é<br />
a razão, e não posso entender que seja outra,<br />
que está subjacente à adoção deste tipo<br />
de medi<strong>das</strong> por parte da AT, não deixa de<br />
constituir também ela uma ameaça e uma<br />
afronta aos agentes económicos, sobretudo<br />
para aqueles que sempre primaram por<br />
cumprir escrupulosamente to<strong>das</strong> as suas<br />
obrigações tributárias.
O decreto-lei que define a fórmula<br />
de cálculo dos rendimentos<br />
dos inquilinos a partir dos quais<br />
se apura o aumento <strong>das</strong> ren<strong>das</strong><br />
foi publicado no último dia do<br />
ano passado. Com este diploma<br />
a nova Lei <strong>das</strong> Ren<strong>das</strong> pode ser<br />
aplicada praticamente na sua plenitude.<br />
Com a promulgação do diploma,<br />
as Finanças ficam agora<br />
capacita<strong>das</strong> para emitir o<br />
atestado do RABC aos inquilinos<br />
que, perante aumentos<br />
de ren<strong>das</strong> antigas, anteriores a<br />
1990, desejem invocar uma situação<br />
de carência financeira.<br />
Os arrendatários que tenham<br />
tido cortes de rendimentos em<br />
2012 podem optar por fazer relevar<br />
esse ano para efeitos de<br />
aumento (e não o ano anterior,<br />
como estabelece a regra geral).<br />
O diploma do RABC remete<br />
para futura legislação as regras referentes<br />
à atribuição do subsídio<br />
de renda. O que, diga-se, só será<br />
determinante daqui a cinco anos,<br />
tendo am conta que a lei estabelece<br />
regras transitórias para inquilinos<br />
com <strong>dificuldades</strong> financeiras.<br />
Foi igualmente publicado o decreto-lei<br />
que estabelece a determinação<br />
do nível de conservação<br />
dos prédios urbanos ou frações<br />
autónomas, arrendados ou não,<br />
para os efeitos previstos em matéria<br />
de arrendamento urbano, de<br />
reabilitação urbana e de conservação<br />
do edificado. Por publicar<br />
continua o diploma que cria o<br />
Balcão Nacional do Arrendamento<br />
(BNA), quenão aparece<br />
no mesmo pacote de leis publicado<br />
a 31 de dezembro. Sem esta<br />
legislação, os processos de despejo<br />
estão praticamente parados.<br />
Recorde-se que, pela nova lei,<br />
para terem início, os processos de<br />
despejo terão de passar pelo referido<br />
balcão.<br />
Atualização de ren<strong>das</strong><br />
antigas com limites<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 7<br />
Recuo na indústria da Zona Euro pior do que o previsto<br />
As compras à indústria na Zona Euro registaram uma quebra mais acentuada do que se previa,<br />
em Dezembro. Há 17 meses consecutivos que os indicadores estão em baixa, com a <strong>agrava</strong>nte<br />
que respeita a todos os países, excetuando apenas a Irlanda. Os abrandamentos mais<br />
significativos, no período em análise, tiveram lugar na Alemanha e em Espanha. A Grécia<br />
continua a apresentar os desempenhos mais negativos, em consequência da forte crise que<br />
atravessa o país. A recessão na região da moeda única parece estar a <strong>agrava</strong>r-se.<br />
Os novos valores <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> antigas<br />
(contratos de arrendamento<br />
habitacionais e não habitacionais<br />
celebrados antes do RAU (1990)<br />
e do DL 257/95, de 30.9) variam<br />
consoante as taxas de esforço <strong>das</strong><br />
famílias:<br />
- até 10% quando os rendimentos<br />
máximos são de 500 euros<br />
brutos;<br />
- 17% para rendimentos entre<br />
501 e 1500 euros;<br />
- e 25% desde os 1501 até aos<br />
2425 euros.<br />
Os rendimentos contabilizados<br />
serão os relativos a 2012 e não a<br />
2011, devido ao corte nos subsídios.<br />
A transição para o NRAU e a<br />
atualização da renda dependem<br />
de iniciativa do senhorio, que<br />
deve comunicar a sua intenção ao<br />
arrendatário, indicando:<br />
- O valor da renda, o tipo e a<br />
duração do contrato propostos;<br />
- O valor do locado, avaliado<br />
nos termos dos artigos 38.º<br />
e seguintes do Código do Imposto<br />
Municipal sobre Imóveis<br />
(CIMI), acompanhado de cópia<br />
da caderneta predial urbana.<br />
Oposição pelo arrendatário<br />
Caso o arrendatário se oponha<br />
ao valor da renda, ao tipo e ou<br />
à duração do contrato propostos<br />
pelo senhorio, propondo outros,<br />
o senhorio, no prazo de 30 dias<br />
contados da receção da resposta<br />
daquele, deve comunicar ao<br />
arrendatário se aceita ou não a<br />
proposta.<br />
A oposição do arrendatário<br />
ao valor da renda proposto pelo<br />
senhorio não acompanhada de<br />
proposta de um novo valor vale<br />
como proposta de manutenção<br />
do valor da renda em vigor à<br />
data da comunicação do senhorio.<br />
A falta de resposta do senhorio<br />
vale como aceitação da renda,<br />
bem como do tipo e da duração<br />
do contrato propostos pelo arrendatário.<br />
Se o senhorio aceitar<br />
o valor da renda proposto pelo<br />
arrendatário, o contrato fica submetido<br />
ao NRAU a partir do 1.º<br />
dia do segundo mês seguinte ao<br />
da receção, pelo arrendatário, da<br />
comunicação.<br />
Se o senhorio não aceitar o valor<br />
de renda proposto pelo arrendatário,<br />
pode:<br />
- Denunciar o contrato de<br />
arrendamento, pagando ao arrendatário<br />
uma indemnização<br />
equivalente a cinco anos de renda<br />
resultante do valor médio <strong>das</strong><br />
propostas formula<strong>das</strong> pelo senhorio<br />
e pelo arrendatário.<br />
Esta indemnização é <strong>agrava</strong>da<br />
para o dobro ou em 50% se a<br />
Comércio a retalho volta a cair em novembro<br />
O volume de negócios no comércio a retalho tornou a registar uma quebra<br />
no passado mês de novembro. A queda foi de 5,3%, face a igual período<br />
do ano anterior. Os índices de emprego, do número de horas trabalha<strong>das</strong><br />
e <strong>das</strong> remunerações também apresentaram quebras, relativamente<br />
a novembro de 2011, com menos 5,7%, 6,1% e 6,5%, respetivamente,<br />
de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).<br />
Atualização de ren<strong>das</strong> antigas<br />
já pode avançar<br />
Caso o arrendatário invoque e<br />
comprove que o RABC do seu<br />
agregado familiar é inferior a<br />
cinco RMNA, o con trato só fica<br />
submetido ao NRAU mediante<br />
acordo entre as partes ou, na<br />
falta deste, no prazo de cinco<br />
anos a contar da receção,<br />
pelo senhorio, da resposta do<br />
arrendatário.<br />
No período de cinco anos, a<br />
renda pode ser atualizada nos<br />
seguintes termos:<br />
- O valor atualizado da renda<br />
tem como limite máximo o valor<br />
anual correspondente a 1/15 do<br />
valor do locado;<br />
- O valor do locado corresponde<br />
ao valor da avaliação realizada<br />
nos termos dos artigos 38.º e<br />
seguintes do CIMI;<br />
renda oferecida pelo arrendatário<br />
não for inferior à proposta pelo<br />
senhorio em mais de 10% ou de<br />
20%, respetivamente.<br />
A indemnização é paga no momento<br />
da entrega do locado ao<br />
senhorio.<br />
No período compreendido<br />
entre a receção da comunicação<br />
pela qual o senhorio denuncia o<br />
contrato e a produção de efeitos<br />
da denúncia vigora a renda antiga<br />
ou a renda proposta pelo arrendatário,<br />
consoante a que for mais<br />
elevada.<br />
ATUALIDADE<br />
As Finanças ficam agora capacita<strong>das</strong> para emitir o atestado do RABC aos inquilinos que, perante aumentos de ren<strong>das</strong><br />
antigas, anteriores a 1990, desejem invocar uma situação de carência financeira.<br />
Atualização limitada e faseada por cinco anos<br />
- O valor atualizado da renda<br />
corresponde, até à aprovação<br />
dos mecanismos de proteção<br />
e compensação social, a um<br />
máximo de 25% do RABC do<br />
agregado familiar do arrendatário<br />
(limite esse que será de 17% ou<br />
de 10% do RABC, consoante o<br />
rendimento do agregado familiar<br />
seja inferior a 1500 euros<br />
ou a 500,00 euros mensais.<br />
Nestes casos, estamos perante<br />
aumentos de 225 J ou de 50 J,<br />
como acima indicamos).<br />
Em qualquer dos casos (idade<br />
igual ou superior a 65 anos ou<br />
deficiência com grau comprovado<br />
de incapacidade superior a<br />
60% ou RABC inferior a cinco<br />
RMNA), findo o referido período<br />
de cinco anos, o senhorio poderá<br />
desenca dear novo processo<br />
de atualização da renda. No<br />
entanto, se, por um lado, no<br />
caso de o senhorio não chegar a<br />
acordo com o arrendatário com<br />
idade igual ou superior a 65<br />
anos ou deficiência com grau<br />
comprovado de incapacidade<br />
superior a 60%, o contrato não<br />
passará a estar “submetido ao<br />
NRAU” (o contrato não sofrerá<br />
qualquer alteração quanto ao<br />
seu tipo e duração), por outro<br />
lado, no caso de o arrendatário<br />
cujo RABC seja inferior a cinco<br />
RMNA, no silêncio ou na falta de<br />
acordo <strong>das</strong> partes sobre o tipo ou<br />
duração do contrato, o mesmo<br />
considera-se celebrado por prazo<br />
certo, pelo período de dois anos.<br />
De notar que o NRAU agora<br />
- Atualizar a renda de acordo<br />
com os critérios previstos nas<br />
alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo<br />
35.º da nova lei (o valor atualizado<br />
da renda tem como limite<br />
máximo o valor anual correspondente<br />
a 1/15 do valor do locado;<br />
sendo que o valor do locado corresponde<br />
ao valor da avaliação<br />
realizada nos termos dos artigos<br />
38.º e seguintes do CIMI), considerando-se<br />
o contrato celebrado<br />
com prazo certo, pelo período de<br />
cinco anos a contar da referida<br />
comunicação.<br />
revisto passa a prever que, caso<br />
a renda seja atualizada no termo<br />
do referido período de cinco<br />
anos, o arrendatário possa ter<br />
direito a uma resposta social,<br />
nomeadamente através de um<br />
subsídio de renda, de habitação<br />
social ou de mercado social de<br />
arrendamento, nos termos e<br />
condições ainda a definir em<br />
diploma próprio.<br />
Após a atualização da renda<br />
através do mecanismo especial<br />
de atualização de ren<strong>das</strong> e<br />
de transição de regime, a<br />
mesma continuará a sofrer<br />
atualizações anuais, nos termos<br />
contratualmente previstos ou, na<br />
falta destes, por apli cação dos<br />
coeficientes de atualização em<br />
vigor.
8 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
ATUALIDADE<br />
ADENE e ERSAR cooperam na gestão<br />
de recursos energéticos<br />
A ADENE – Agência para a Energia e a ERSAR – Entidade Reguladora<br />
dos Serviços de Águas e Resíduos estabeleceram um protocolo para a cooperação<br />
nas áreas da eficiência energética da gestão da água e resíduos, dando<br />
corpo à crescente ligação entre as várias áreas da economia sustentável.<br />
DEBATE SOBRE O NOVO REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO<br />
núncia motivada, isto é, quando<br />
o senhorio precisa da casa para si<br />
ou para um filho e quando tem<br />
de fazer obras incompatíveis com<br />
a presença do arrendatário na casa<br />
ou mesmo de demolir o prédio. O<br />
senhorio tinha de propor, até agora,<br />
uma ação de despejo e explicar<br />
em tribunal porque necessitava da<br />
casa, que obras ia fazer, ou seja,<br />
explicar e provar tudo ao tribunal.<br />
Desapareceu essa necessidade.<br />
Atualmente, o artigo 1103 diz<br />
que o senhorio não tem de propor<br />
ação de despejo e pode extinguir o<br />
contrato ao enviar ao arrendatário<br />
uma carta registada com aviso de<br />
receção”.<br />
Maria Olinda Garcia aconselhou<br />
“o maior dos cuidados na<br />
Carga aérea cresce 1,5% em novembro<br />
Em novembro, a Carga e Correio Aéreos processados pelos aeroportos do<br />
Grupo ANA cresceram 1,5% (+189 tons) face a igual período de 2011. A<br />
greve dos estivadores e o aumento de carga em trânsito são os principais<br />
fatores a contribuir para a inversão da tendência negativa que se vinha<br />
registando até agora em termos acumulados.<br />
Falta de fundamentação pode invalidar<br />
Maria Olinda Garcia aconselhou “o maior dos cuidados” na elaboração da<br />
carta a comunicar o despejo.<br />
A falta de comunicação<br />
fundamentada pode<br />
ser motivo para o<br />
arrendatatário impugnar<br />
a intenção de despejo por<br />
parte do senhorio. Esta<br />
foi uma <strong>das</strong> conclusões<br />
do seminário “O novo<br />
regime de arrendamento<br />
urbano”, recentemente<br />
realizado pela sociedade<br />
de advogados Gali<br />
Macedo e Associados e<br />
pela <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>,<br />
com o apoio da<br />
Associação Lisbonense de<br />
Proprietários (ALP).<br />
“Quanto ao direito de denúncia<br />
do senhorio, o anterior regime<br />
estabelecia a chamada denúncia<br />
livre, um pré-aviso longo de cinco<br />
anos. Todos concordavam que este<br />
pré-aviso não fazia sentido. A lei<br />
até obrigava o senhorio a refrescar<br />
a memória do arrendatário e informá-lo<br />
quando faltasse um ano ou<br />
quinze meses para terminar esse<br />
prazo. Agora, para os contratos<br />
que têm duração indeterminada, o<br />
prazo de pré-aviso é de dois anos”,<br />
afirmou Maria Olinda Garcia,<br />
professora da Faculdade de Direito<br />
da Universidade de Coimbra, no<br />
debate sobre “O novo regime de<br />
arrendamento urbano”.<br />
No encontro, que foi moderado<br />
pela advogada Teresa Alves de<br />
Sousa e em que intervieram ainda<br />
Ana Sofia Oliveira e Andreia<br />
Júnior, especialistas em Direito<br />
Fiscal e Contencioso Tributário da<br />
Gali Macedo e Associados, Maria<br />
Olinda Garcia chamou a atenção<br />
para a “existência de contratos de<br />
duração indeterminada/vinculísticos<br />
que passaram para o novo<br />
regime.”<br />
“Mantém-se esta restrição de<br />
continuar a não poder extinguir<br />
livremente, sem nenhum fundamento,<br />
para os contratos anteriores<br />
a 1990, independentemente<br />
da idade do arrendatário. Mas nos<br />
contratos posteriores a essa data e<br />
anteriores a 2006, se o arrendatário<br />
tiver idade inferior a 65 anos e<br />
não tiver incapacidade superior a<br />
60%, esse contrato pode ser livremente<br />
denunciado. Por exemplo:<br />
um contrato com uma pessoa com<br />
62 anos, de 1991, pode perfeitamente<br />
ser denunciado”, alertou a<br />
advogada.<br />
Denúncia motivada<br />
Outra alteração, que Maria<br />
Olinda Garcia considerou “perigosa<br />
para os senhorios, apesar de<br />
aparentemente ser uma solução<br />
bem recebida, diz respeito à de-<br />
Os oradores convidados para o debate foram Maria Olinda Garcia, professora da Faculdade de Direito da Universidade<br />
de Coimbra, Patrícia Meneses Leirião, Ana Sofia Oliveira e Andreia Júnior, advoga<strong>das</strong> especialistas em Direito<br />
Fiscal e Contencioso Tributário da Gali Macedo e Associados. A moderação foi da responsabilidade de Teresa Alves de<br />
Sousa, do semanário “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
elaboração desta carta, sob pena<br />
de o arrendatário invocar a comunicação<br />
ineficaz e não sair da casa<br />
no prazo de seis meses”. Nesta situação,<br />
“o senhorio pode recorrer<br />
ao Balcão Nacional do Arrendamento<br />
que supostamente funcionará<br />
de forma célere e despejará<br />
o arrendatário. Acontece que o<br />
arrendatário tem a possibilidade<br />
de pedir ao tribunal que aprecie a<br />
falta de comunicação fundamentada”<br />
e não tem dúvida que, “neste<br />
caso, o arrendatário ganha e o senhorio<br />
volta ao ponto zero. Aquilo<br />
que se pensou ser uma solução<br />
mais rápida pode ser afinal uma<br />
solução que demora muito mais<br />
tempo”, conclui a especialista em<br />
Direito Civil.<br />
“Balcão do Arrendamento<br />
parece ser uma boa opção”<br />
O Balcão Nacional do Arrendamento<br />
(BNA) é uma peça fundamental<br />
da nova Lei do Arrendamento<br />
Urbano e funcionará no<br />
âmbito do Ministério da Justiça.<br />
O BNA ainda não foi criado, mas<br />
tem como propósito “tornar o arrendamento<br />
num contrato mais<br />
seguro e com mecanismos que<br />
permitam reagir ao incumprimento<br />
de uma forma mais célere, contribuindo<br />
para essa celeridade a<br />
existência de prazos relativamente<br />
curtos quanto ao procedimento,<br />
não sendo, por exemplo, suspenso<br />
um processo devido a férias judiciais”,<br />
afirmou Patrícia Meneses<br />
A Associação Lisbonense de Proprietários teve casa cheia para assistir ao debate sobre o Novo Regime de Arrendamento<br />
Urbano (NRAU).
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 9<br />
AHRESP organiza jorna<strong>das</strong> na Alimentaria &<br />
Horexpo Lisboa<br />
A AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal volta,<br />
uma vez mais, a realizar as Jorna<strong>das</strong> da Associação, durante a Alimentaria & Horexpo<br />
Lisboa 2013, que decorre de 14 a 17 de abril, na FIL, em Lisboa. Destas<br />
jorna<strong>das</strong> esperam-se soluções inovadoras, competitivas, produtivas e rentáveis.<br />
comunicação de despejo<br />
Leirião, especialista em Direito Tributário,<br />
da Gali Macedo e Associados.<br />
Patrícia Leirião explicou no que consiste<br />
o procedimento disponibilizado pelo BNA:<br />
“Será o meio adequado para efetivar a cessação<br />
do arrendamento quando o inquilino<br />
não desocupa o imóvel na data que prevista<br />
na lei ou que foi acordada pelas duas partes”.<br />
A lei prevê as situações em que este<br />
procedimento é aplicável, a saber: revogação;<br />
caducidade; cessação à proposição de<br />
renovação, seja pelo senhorio ou inquilino,<br />
nos contratos a termo certo; na denúncia<br />
pelo senhorio ao inquilino nos contratos<br />
por duração indeterminada e na resolução<br />
por comunicação de mora igual ou superior<br />
a duas ren<strong>das</strong>. “Deixou de ser necessário<br />
instaurar duas ações, uma a chamada ação<br />
de despejo e outra para executar o pagamento<br />
<strong>das</strong> ren<strong>das</strong>. Temos o requerimento<br />
para despejo e cumulativamente o senhorio<br />
aciona o pagamento <strong>das</strong> ren<strong>das</strong>, encargos e<br />
despesas a cargo do inquilino. Este procedimento<br />
só pode ser utilizado quando foi<br />
efetuada liquidação de imposto de selo e há<br />
necessidade de contrato escrito. Para este<br />
procedimento especial funcionar temos a<br />
criação do BNA, que ainda não foi criado,<br />
só está no papel, e que funcionará numa<br />
plataforma virtual, decalcada do Balcão Nacional<br />
de Injunções, que parece ser uma boa<br />
opção, com resultados positivos, mas não<br />
sabemos como vai funcionar porque ainda<br />
não está em vigor.”<br />
Tarifas de portagem sobem 2,03%<br />
ATUALIDADE<br />
A Brisa – Auto-Estra<strong>das</strong> de Portugal informa que, a partir de 1 de janeiro de<br />
2013, entrou em vigor o novo tarifário de portagem nas auto-estra<strong>das</strong> que integram<br />
o grupo: Brisa Concessão Rodoviária, Brisal, Auto-Estra<strong>das</strong> do Douro<br />
Litoral e Auto-Estra<strong>das</strong> do Atlântico. A atualização é de 2,03%, valor que tem<br />
como referência a taxa de infl ação homóloga – sem habitação – de outubro.<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> edita “Novo<br />
Regime do Arrendamento<br />
Urbano”<br />
Para conhecer melhor as alterações recentes<br />
introduzi<strong>das</strong> no Regime do Arrendamento Urbano<br />
pelas Leis nº 30/2012 e 31/2012, de 14 de Agosto,<br />
que entraram em vigor a 12 de Novembro de<br />
2012, assim como de toda a matéria que integra o<br />
Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, a <strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong> editou a coletânea sobre “Novo Regime<br />
do Arrendamento Urbano”, cuja perspetiva prática foi<br />
anotada e comentada por advogados de rotina diária<br />
nesta área (Carlos Nabais, Manteigas Martins, Carla<br />
Santos Freire, José M. Raimundo).
10 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
ATUALIDADE/Opinião<br />
Decisão sobre estaleiros de Viana nas próximas semanas<br />
O Governo adiou a escolha do futuro dono dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo<br />
(ENVC), por estarem a decorrer negociações com as autoridades europeias. A decisão deverá<br />
ser tomada “nas próximas semanas”, disse a secretária do Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.<br />
Na corrida à privatização estão o grupo brasileiro Rio Nave e o grupo russo RSI<br />
Trading.<br />
O novo ano tem que ser o ano do<br />
investimento. O investimento é a<br />
chave central para uma nova agenda de<br />
crescimento. Mas tem que ser um Novo<br />
Investimento. Os tempos mudaram e<br />
o paradigma hoje impõe a aposta no<br />
reforço de clusters com empresas locais,<br />
aposta na inovação e desenvolvimento,<br />
formação qualifi cada de muitas pessoas.<br />
Vivem-se tempos de profunda crise<br />
internacional e no contexto da intensa<br />
competição entre regiões e mercados<br />
a urgência de um sentido estratégico<br />
mais do que se impõe. A manutenção e<br />
captação de investimento é fundamental<br />
para o sucesso económico do país. Por<br />
isso, vai ser preciso apostar em novas<br />
plataformas abertas de dinamização de<br />
redes globais geradoras de valor.<br />
O novo investimento não é só a<br />
plataforma de desenvolvimento<br />
económico do país, mas é também a<br />
base de uma nova aposta na inovação<br />
e criatividade, nas competências, nos<br />
talentos e novas oportunidades. A<br />
dinamização da criação de valor e reforço<br />
da inovação tecnológica terá muito a<br />
ganhar com este novo investimento. Por<br />
isso, em tempos de crise e de aposta num<br />
novo paradigma para o futuro, o novo<br />
investimento deve constituir o verdadeiro<br />
centro de uma convergência estratégica<br />
entre o Estado, a empresa e todos os que<br />
No ensaio “Os atrasos da Justiça”,<br />
promovido pela Fundação FMS, é<br />
reservado um capítulo (V. Esperar no<br />
Tribunal) para avaliar a morosidade<br />
judicial, como sintoma mais recorrente<br />
da crise da justiça, que, segundo alegou<br />
a autora, benefi ciou dos trabalhos<br />
desenvolvidos no âmbito do Observatório<br />
Permanente da Justiça Portuguesa do CES<br />
da Universidade de Coimbra.<br />
Ente os vários subtítulos que serviram<br />
de guia à análise efectuada, surge o “V.5.<br />
A acção <strong>das</strong> partes”, do qual consta<br />
a menção ligeira e negativa, por não<br />
suportada em qualquer base estatística<br />
ou objetiva, ao comportamento<br />
processual dos advogados.<br />
Infelizmente, nos últimos anos, não<br />
existem relatórios da justiça elaborados<br />
pela Ordem dos Advogados, que possam<br />
ser usados para contrariar tais alegações<br />
infunda<strong>das</strong>, mas contaminantes, no<br />
sentido em que visam criar as condições<br />
para um sistema de justiça sem<br />
advogados, por usarem prerrogativas<br />
processuais (que a lei consagra para<br />
defesa dos interesses <strong>das</strong> partes e da boa<br />
justiça).<br />
Os que querem impor “uma<br />
tramitação processual mais vinculada<br />
a um paradigma gestionário e a uma<br />
FRANCISCO JAIME QUESADO<br />
<br />
Competitividade<br />
O ano do investimento<br />
se relacionam com a sua dinâmica. O<br />
novo investimento tem que se assumir<br />
como a referência da aposta num novo<br />
modelo de desenvolvimento estratégico<br />
para o país.<br />
O novo investimento desempenha um<br />
papel de alavancagem da mudança,<br />
único. Portugal precisa, de forma clara<br />
de conseguir entrar com sucesso no<br />
roteiro do investimento de inovação<br />
associado à captação de empresas e<br />
centros de I&D identifi cados com os<br />
setores mais dinâmicos da economia<br />
– tecnologias de informação e<br />
comunicação, biotecnologia, automóvel<br />
e aeronática, entre outros. Trata-se duma<br />
abordagem distinta, protagonizada por<br />
“redes ativas” de atuação nos mercados<br />
globais envolvendo os principais<br />
protagonistas setoriais (empresas líderes,<br />
universidades, centros I&D), cabendo às<br />
agências públicas um papel importante<br />
de contextualização <strong>das</strong> condições de<br />
sucesso de abordagem dos clientes.<br />
Uma nova economia, capaz de garantir<br />
uma economia nova sustentável,<br />
terá que se basear numa lógica de<br />
focalização em prioridades claras.<br />
Assegurar que o “IDE de Inovação”<br />
é vital na atração de competências<br />
que induzam uma renovação ativa<br />
estrutural do tecido económico<br />
nacional; mobilizar de forma efectiva<br />
ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL<br />
Advogado<br />
Os atrasos da Justiça no novo ano<br />
intervenção mais ativa do juiz”,<br />
para confundir os fundamentos da<br />
morosidade processual, designam a<br />
apresentação de reclamações e recursos<br />
pelos advogados, constituídos no<br />
processo, por “expedientes dilatórios”!<br />
A anunciada revolução/reforma<br />
do Código do Processo Civil e da<br />
Organização Judiciária, em que<br />
o objetivo da redução dos prazos<br />
processuais é o paradigma, não pode<br />
ser sustentada numa campanha em que<br />
os advogados são parte do problema e<br />
não da solução, não obstante serem os<br />
únicos intervenientes processuais em<br />
que o não cumprimento dos prazos<br />
fi xados por lei ou pelo juiz tem efeitos<br />
cominatórios relevantes.<br />
Teremos de admitir um caminho, a<br />
percorrer em conjunto com todos<br />
os operadores judiciários, visando a<br />
reforma urgente do sistema judicial,<br />
viabilizando a implementação de<br />
soluções geradoras de efi ciência<br />
processual e da consequente redução de<br />
custos, mas o papel do advogado não<br />
pode ser degradado ou menorizado, sob<br />
pena de graves prejuízos para a ideia de<br />
uma Justiça para todos.<br />
Quer no desempenho da sua função<br />
de mandatários no âmbito do regime<br />
Portugal evita dupla tributação em relação a Chipre e ao<br />
Peru<br />
Foi aprovada pelo Governo uma proposta de resolução relativa à Convenção para Evitar a<br />
Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento<br />
entre Portugal e a República de Chipre. O Conselho de Ministros aprovou uma proposta semelhante<br />
para evitar a dupla tributação com o Peru.<br />
os “centros de competência” para esta<br />
abordagem activa no mercado global –<br />
mas fazê-lo tendo em atenção critérios<br />
de racionalidade estratégica defi nidos<br />
à partida, segundo opções globais de<br />
política pública, que tenham em devida<br />
atenção a necessidade de manter níveis<br />
coerentes de coesão social e territorial.<br />
Investir tem que ser a palavra de ordem<br />
no novo ano. A competitividade tem<br />
por isso de sair do papel e ir para<br />
o país real. Por isso, importa que<br />
os atores envolvidos neste processo<br />
de construção de valor percebam o<br />
alcance destas apostas estratégicas.<br />
Não se pode querer mobilizar a região<br />
e o país para um novo paradigma de<br />
desenvolvimento, centrado numa maior<br />
equidade social e coesão territorial,<br />
sem partilhar soluções estratégicas de<br />
compromisso colaborativo. O exemplo<br />
do IDE passa por isso. Por perceber que<br />
a aposta em projectos estratégicos como<br />
os clusters de inovação e os pólos de<br />
competitividades são caminhos que não<br />
se podem adiar mais. A guerra global<br />
pelo valor e pelos talentos está aí e<br />
quem não estiver na linha da frente não<br />
terá possibilidades de sobrevivência. É<br />
essa a base deste novo investimento,<br />
que, mais do que nunca, é de facto a<br />
chave para o crescimento da economia<br />
nacional.<br />
do apoio judiciário, que é vital para<br />
o equilíbrio do sistema de justiça,<br />
quer do mandato voluntário, o papel<br />
do advogado terá de ser valorizado,<br />
para o que todos temos de assumir<br />
as consequentes responsabilidades,<br />
devendo a Ordem dos Advogados<br />
apostar na formação contínua<br />
indispensável à apreensão do sentido <strong>das</strong><br />
reformas em curso.<br />
Em 2006, no âmbito do ciclo de<br />
conferências denominado “A Justiça<br />
em Números”, por via dos relatórios<br />
estatísticos elaborados após avaliação<br />
da situação junto de cada tribunal, o<br />
Conselho Distrital de Lisboa concluiu<br />
que “os números da justiça eram<br />
dramáticos e reveladores do défi ce de<br />
julgamento de processos pendentes”.<br />
Em 2012, a imagem do advogado é<br />
penalizada pelo mau funcionamento<br />
dos tribunais, o que poderá provocar a<br />
quebra ou redução do natural patrocínio<br />
que, na vertente da advocacia preventiva<br />
(informação e consulta jurídica),<br />
exercemos na defesa (por via da mediação<br />
e conciliação) de direitos de terceiros antes<br />
da interposição do litígio em tribunal.<br />
Em 2013, todos desejamos uma drástica<br />
redução <strong>das</strong> pendências judiciais, o que<br />
signifi ca mais Justiça!<br />
LÚCIO MIGUEL CORREIA<br />
Advogado da Gali Macedo – Dep. Desporto<br />
<br />
O fi m dos fundos sem fi m?<br />
O Comité Executivo da UEFA decidiu no princípio do mês<br />
de Dezembro do corrente ano, em Lausanne, na Suíça, que<br />
a posse partilhada de passes de futebolistas (quer seja por<br />
empresas ou fundos de investimento) deverá ser proibida<br />
por uma questão de princípio”. Por consequência, foi pedido<br />
à FIFA, o organismo que tutela o futebol mundial, que<br />
“elabore os regulamentos adequados a esta proibição”. Na<br />
prática, aquilo que o organismo que tutela o futebol europeu<br />
pretende é proibir a venda de percentagens dos passes de<br />
jogadores de futebol a fundos de investimento. Uma prática<br />
comum em vários países, nomeadamente o português, mas<br />
que é proibida noutros, como por exemplo em Inglaterra e<br />
em França.<br />
Se esta medida efetivamente avançar em termos<br />
regulamentares, serão afetados de sobremaneira diversos<br />
mercados europeus, tais como o espanhol e o turco, que<br />
têm recorrido a este tipo de instrumentos, mas também os<br />
principais clubes portugueses – uma vez que muitos jogadores<br />
dos três “grandes” têm os passes detidos parcialmente por<br />
fundos de investimento, nacionais e internacionais.<br />
Como se sabe, nada menos do que 37 jogadores dos<br />
plantéis dos três grandes foram contratados com auxílio aos<br />
denominados fundos de investimento.<br />
Esta transparência, desde há muito reclamada por Michel<br />
Platini, Presidente da UEFA, signifi ca, na prática, um ataque<br />
a uma <strong>das</strong> formas de fi nanciamento que clubes, como os<br />
portugueses, encontraram nos últimos anos e que, caso<br />
venha a ser proibida, claramente coloca em causa não só<br />
a competitividade internacional de FC Porto, Benfi ca ou<br />
Sporting mas também a própria qualidade <strong>das</strong> competições<br />
internas e, em última análise, a própria vida desportiva desses<br />
emblemas tal como hoje a conhecemos.<br />
Assim, esta medida proibitiva, caso seja adotada, é<br />
verdadeiramente transtornante para a situação fi nanceira<br />
paupérrima dos clubes nacionais, aliando-se às rigorosas e<br />
incontornáveis regras de fair-play fi nanceiro da UEFA que se<br />
avizinham e que já estão em vigor. O “fair-play” fi nanceiro,<br />
sistema de controlo <strong>das</strong> fi nanças dos clubes, é um dos<br />
maiores alvos do organismo da UEFA e visa disciplinar os<br />
clubes europeus na gestão fi nanceira, para que não apliquem<br />
despesas superiores às receitas, numa análise contabilística<br />
que é feita por ciclos trianuais. As contas dos clubes e SAD<br />
começaram a ser regista<strong>das</strong> na época 2011/2012 e serão<br />
soma<strong>das</strong> às de 2012/2013 e 2013/2014. Será esse conjunto<br />
de exercícios que a UEFA terá em conta para ponderar o<br />
licenciamento às competições europeias.<br />
Nas contas do início 2013/2014, os clubes não deverão<br />
apresentar per<strong>das</strong> superiores a 45 milhões de euros nas duas<br />
épocas anteriores e na temporada seguinte, em 2014/2015,<br />
o limite mantém-se quando forem soma<strong>das</strong> as contas dos<br />
três últimos exercícios. No “triénio” entre 2015/2016 e<br />
2017/2018, as per<strong>das</strong> acumula<strong>das</strong> não podem ultrapassar os<br />
30 milhões de euros. Numa primeira fase, os clubes poderão<br />
ser penalizados com perda de pontos ou o impedimento<br />
de inscrição de jogadores, mas, no limite, a UEFA poderá<br />
impedir a inscrição dos prevaricadores nas competições que<br />
organiza.<br />
Como se sabe, os principais clubes de futebol portugueses<br />
continuam com níveis de endividamento preocupantes e bem<br />
longe dos níveis económicos permitidos pelas referi<strong>das</strong> regras<br />
de fair-play fi nanceiro da UEFA.<br />
Apesar da crise económica, <strong>das</strong> difi culdades de acesso ao<br />
crédito bancário e <strong>das</strong> referi<strong>das</strong> regras de controlo fi nanceiro<br />
da UEFA, os dados da última temporada mostram que<br />
Benfi ca, Sporting e FC Porto devem aos bancos 411,9<br />
milhões de euros (ME), mais 59,8 milhões do que no fi nal de<br />
2010-11.<br />
Caso a aludida medida regulamentar venha a ser elaborada<br />
pela FIFA e, subsequentemente, imposta pela UEFA, será<br />
que estaremos perante o fi m do mercado de transferências<br />
tal como hoje o conhecemos? Ou, apenas, o fi m dos fundos<br />
sem fi m, cujo falta de rosto e forma de atuar motivam tantas<br />
dúvi<strong>das</strong> quanto as necessidades dos clubes e SAD que deles<br />
dependem? O tempo, a seu tempo, responderá.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 11<br />
Espanha espera regresso ao crescimento em 2014<br />
O Governo espanhol estima que o país volte ao crescimento e à criação<br />
de emprego em 2014, mas há muitas cautelas quanto ao exercício<br />
agora iniciado. O Executivo assume que o ano passado foi pior<br />
do que o esperado, devendo registar um recuo de 1,5%, passando<br />
para um crescimento negativo de 0,5%, em 2013. Entretanto, o Governo<br />
diz que vai continuar a traçar o caminho <strong>das</strong> reformas.<br />
Mercados emergentes deixaram de ser<br />
atrativos para a banca de investimento<br />
Os bancos de investimento, que já se defrontam<br />
com um mercado interno marcado<br />
por um contexto regulamentar cada vez<br />
mais restritivo, estão a registar <strong>dificuldades</strong><br />
também nos mercados emergentes. Com<br />
efeito, a quebra nas entra<strong>das</strong> em bolsa e nas<br />
fusões ou aquisições estão a ter um impacto<br />
brutal nas suas receitas.<br />
Constata-se que, a nível global, os volumes<br />
ligados a este tipo de operações sofrem<br />
de perspetivas económicas incertas e de<br />
uma fraca valorização bolsista. Mas o que é<br />
mais surpreendente é que o abrandamento<br />
também se está a fazer sentir nos países em<br />
desenvolvimento. Isto quando os bancos<br />
encaravam precisamente estes mercados<br />
como o motor do seu desempenho futuro.<br />
O que vai fazer com que os bancos de<br />
investimento tenham de rever as suas estratégias<br />
nestes países, onde desenvolveram a<br />
sua atividade de acordo com a realidade do<br />
momento.<br />
Basta ter em conta que os bancos ocidentais<br />
realizaram mais de metade <strong>das</strong> suas<br />
operações de financiamento, por via do<br />
apelo público à poupança nos mercados<br />
emergentes, em 2011, contra apenas 22%<br />
há cerca de oito anos. Entre 2000 e 2007,<br />
as ofertas públicas iniciais multiplicaram<br />
por seis o valor <strong>das</strong> comissões, tendo superado<br />
os 6,5 mil milhões de dólares. No<br />
ano passado, verificou-se uma quebra para<br />
cerca de metade naquele tipo de operações<br />
e nas fusões-aquisições houve uma descida<br />
de 16%, relativamente ao ano anterior. Em<br />
Semicondutores e componentes eletrónicos<br />
lideram na inovação<br />
O setor dos semicondutores e componentes<br />
eletrónicos é aquele que mais investe<br />
em inovação. Por sua vez, os Estados<br />
Unidos possuem 47 <strong>das</strong> 100 empresas mais<br />
inovadoras do mundo, como são os casos<br />
da Apple, da Boeing ou da ExxonMobil,<br />
conclui-se da lista elaborada pela Thomson<br />
Reuters, referente ao ano passado.<br />
A lista tem em conta o investimento em<br />
investigação e desenvolvimento, a proteção<br />
<strong>das</strong> suas inovações (patentes) e o reconhecimento<br />
de uma empresa que traça o caminho<br />
a seguir. Os setores mais inovadores<br />
são os dos semicondutores e componentes<br />
eletrónicos (com 18%), seguindo-se a<br />
informática (13%), a química (8%) e os<br />
transportes, as telecomunicações e os produtos<br />
de grande consumo (7%). Se na referida<br />
lista aparecem mais de duas dezenas<br />
de setores de atividade, a variedade é muito<br />
mais reduzida quando se trata dos países<br />
onde essas empresas têm as suas sedes.<br />
Sem dúvida que o destaque vai para os<br />
Estados Unidos, país que detém 47 empresas<br />
<strong>das</strong> 100 mais inovadoras do ano passado.<br />
Segue-se o Japão (25) e a França (13).<br />
Estes três países em conjunto representam<br />
O destaque vai para os<br />
Estados Unidos, país que<br />
detém 47 empresas<br />
<strong>das</strong> 100 mais inovadoras<br />
Exportações alemãs vão crescer 4%<br />
ATUALIDADE/Internacional<br />
As exportações alemãs deverão aumentar 4%, no ano agora iniciado, de acordo<br />
com as câmaras de comércio daquele país. As ven<strong>das</strong> para o exterior vão<br />
continuar a crescer, apesar <strong>das</strong> debilidades que permanecem na Zona Euro,<br />
que é o principal mercado da Alemanha. Ainda assim, este não será um ano<br />
de grandes otimismos, já que ao longo dos últimos anos o crescimento médio<br />
<strong>das</strong> exportações germânicas tem rondado os seis pontos percentuais.<br />
O norte-americano Citigroup é um exemplo evidente <strong>das</strong> <strong>dificuldades</strong> que se colocam, tendo<br />
anunciado a eliminação de 11 mil postos de trabalho a nível global.<br />
apenas um ano, as comissões dos bancos de<br />
investimento apresentaram uma descida de<br />
24%, o que se irá traduzir, quase de certeza,<br />
na eliminação de postos de trabalho.<br />
É mesmo muito possível que vários bancos<br />
encerrem as suas atividades em certos mer-<br />
cados. O Citigroup é um caso paradigmático,<br />
tendo já anunciado a supressão de 11<br />
mil postos de trabalho, com especial destaque<br />
para os mercados emergentes, a par<br />
do encerramento de inúmeras operações na<br />
área da banca de investimento.<br />
A lista da Thomson Reuters coloca a Boeing entre as empresas mais inovadoras a nível mundial.<br />
cerca de 85% <strong>das</strong> empresas que mais inovaram.<br />
A lista é completada com a Coreia do<br />
Sul (7), a Suécia (3), a Suíça (3), a Alemanha<br />
(1) e a Bélgica (1). Quanto aos nomes<br />
que aparecem, para além daqueles que é<br />
habitual encontrar neste tipo de classificação<br />
– HP, GE, IBM ou Microsoft –, outros<br />
há que surpreendem, como são os casos da<br />
Xerox, da L´Oréal ou da Ford.<br />
Toyota<br />
passa a liderar<br />
ven<strong>das</strong> mundiais<br />
de automóveis<br />
A Toyota terá assumido a liderança nas<br />
ven<strong>das</strong> automóveis, a nível global, no ano<br />
passado, com 9,7 milhões de veículos colocados<br />
no mercado, mais 22% do que no<br />
exercício anterior. Para 2013, as previsões<br />
apontam para um crescimento de apenas<br />
2%, num total de 9,91 unidades.<br />
Se estes números se confirmarem, como<br />
esperam os analistas do setor automóvel,<br />
a marca japonesa deverá passar a primeiro<br />
construtor automóvel mundial, à frente da<br />
norte-americana General Motors e da alemã<br />
VW, cada qual a com 9,1 e 9,2 milhões de<br />
veículos. Em termos de produção de veículos,<br />
a Toyota anuncia volumes ligeiramente<br />
superiores às ven<strong>das</strong>. Assim, a Toyota Motor<br />
projeta produzir, este ano, 8,7 milhões<br />
de veículos <strong>das</strong> marcas Toyota e Lexus. Para<br />
a globalidade do grupo, as previsões apontam<br />
9,94 milhões de unidades, incluindo a<br />
Daihatsu Motors e a Hino Motors.<br />
De notar que, em 2011, as ven<strong>das</strong> foram<br />
muito penaliza<strong>das</strong> pelo acidente da central<br />
nuclear de Fukushima, daí se ter verificado<br />
um forte aumento nas ven<strong>das</strong> no<br />
ano seguinte. Pelo que as previsões até são<br />
bastante positivas, tendo em conta a situação<br />
complicada que a indústria automóvel<br />
atravessa, com uma clara sobreprodução,<br />
especialmente na Europa. As marcas estão<br />
a desenvolver esforços no sentido de se reestruturarem,<br />
face às novas condições de<br />
mercado bastante mais exigentes.<br />
Reforma do FMI<br />
depende<br />
dos Estados Unidos<br />
A reforma da governação do FMI, no<br />
sentido de reforçar o peso dos países emergentes,<br />
continua suspensa de uma ratificação<br />
parlamentar nos Estados Unidos. Trata-se<br />
de uma situação que já se arrasta há<br />
cerca de dois anos e que os responsáveis do<br />
fundo querem resolver o mais rapidamente<br />
possível. Os norte-americanos têm um<br />
peso de quase 17%, pelo que o seu acordo<br />
é fundamental.<br />
A ideia da reforma é reequilibrar as forças<br />
no seio do conselho de administração da<br />
instituição, o qual representa os seus 188<br />
Estados-Membros. A China detém 3,8%<br />
dos direitos de voto (contra os 3,1% da<br />
Itália) e deverá obter quase o dobro com a<br />
referida reforma. Esta reforma é tanto mais<br />
crucial quanto vai triplicar os recursos permanentes<br />
para 767 mil milhões de dólares.<br />
Atualmente, as quotas são atribuí<strong>das</strong> numa<br />
base de uma média calculada em grande<br />
parte segundo o PIB dos Estados-Membros<br />
e o seu grau de abertura à economia.<br />
O aumento da representatividade dos países<br />
emergentes vai resultar em mudanças<br />
consideráveis no fundo, quer em termos<br />
de montante disponível, quer quanto ao<br />
maior grau de intervenção dos países que<br />
estão em desenvolvimento.
12 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIOS<br />
E EMPRESAS<br />
MARCA PODERÁ SER FRANQUIADA AINDA ANTES DE 2014<br />
Casa do Galo expande lojas<br />
e renova imagem<br />
A Casa do Galo, antiga Casa<br />
dos Frangos de Moscavide, vai<br />
investir um milhão de euros<br />
na abertura de um novo ponto<br />
de venda e na renovação da<br />
imagem corporativa <strong>das</strong> suas<br />
20 lojas.<br />
A nova identidade é já visível<br />
na recém-inaugurada loja do<br />
Fórum Sintra. A empresa vai<br />
também investir 500 mil euros<br />
na abertura de novos pontos de<br />
venda em mercados externos<br />
e poderá franquiar a marca<br />
ainda “antes de 2014”, afi rma<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” Marco<br />
Ferreira, diretor-geral da Casa<br />
do Galo.<br />
VIRGILIO FERREIRA<br />
virgilio@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - A Casa do Galo está<br />
a investir um milhão de euros. Que investimento<br />
é esse?<br />
Marco Ferreira - A Casa do Galo tem<br />
em curso um processo para reorientar a organização:<br />
iniciámos a alteração da nossa<br />
estrutura, alargámos a equipa de colaboradores,<br />
criámos um novo conceito e uma<br />
nova identidade que agrega to<strong>das</strong> as marcas<br />
da antiga Casa dos Frangos de Moscavide.<br />
Até ao fi nal de 2013, vamos investir um<br />
milhão de euros na abertura de um novo<br />
ponto de venda e na renovação <strong>das</strong> 20 lojas<br />
com a nova identidade corporativa, já<br />
visível na recém-inaugurada loja do Fórum<br />
Sintra.<br />
VE - Qual a razão da mudança de imagem<br />
de Casa dos Frangos de Moscavide<br />
para Casa do Galo?<br />
MF - Em 2011, e inserido num processo<br />
de grande impacto para reorientar a empresa,<br />
a Casa dos Frangos de Moscavide<br />
iniciou a alteração da sua estrutura e alargou<br />
a sua equipa de colaboradores. O passo<br />
seguinte foi o desenvolvimento de um<br />
estudo exaustivo sobre a imagem da Casa<br />
dos Frangos de Moscavide. A dispersão de<br />
insígnias, a existência de inúmeras identidades<br />
pouco diferenciadoras, apelativas e<br />
antiqua<strong>das</strong> e a necessidade de aproximar a<br />
marca de um público mais jovem e moderno<br />
levaram a Casa dos Frangos de Moscavide<br />
a iniciar um processo de agregação de<br />
to<strong>das</strong> as insígnias numa única marca, forte<br />
e consistente: Casa do Galo.<br />
A Casa do Galo surge assim com um<br />
“No plano internacional, temos a intenção de investir 500 mil euros na abertura de novos pontos de venda em três mercados prioritários”, afi rma<br />
Marco Ferreira, diretor-geral da Casa do Galo.<br />
conceito assente na portugalidade, tradicional<br />
e popular, especializado em frango<br />
assado em brasa de carvão vegetal.<br />
Agregando experiência, know-how e a<br />
receita do tempero, tradicional e familiar,<br />
a Casa do Galo apresenta também<br />
uma nova assinatura, “Muitos Anos a<br />
Virar Frangos”.<br />
VE - Quando e onde contam abrir a<br />
nova loja?<br />
MF - A recém-inaugurada loja do Fórum<br />
Sintra é a primeira com o novo conceito<br />
e identidade Casa do Galo. A partir<br />
daqui, iremos proceder à atualização <strong>das</strong><br />
restantes 20 lojas e prevemos, ainda até<br />
ao fi nal de primeiro trimestre de 2013, a<br />
“Frango é rei” em oferta variada<br />
A Casa do Galo é especializada em frango<br />
assado em brasa de carvão vegetal (produto<br />
que tem vindo a ganhar cada vez mais<br />
protagonismo no mercado português,<br />
constituindo uma refeição prática, saudável<br />
e muito apreciada pelos portugueses).<br />
A utilização de “produtos de alta qualidade”<br />
– todos os frangos utilizados na Casa do<br />
Galo são frescos (as encomen<strong>das</strong> e entregas<br />
do produto no ponto de venda são diárias)<br />
e de origem nacional – aliada a “um<br />
preço bastante competitivo” – garantido<br />
pela agregação de to<strong>das</strong> as compras<br />
num único fornecedor – “têm vindo a<br />
contribuir fortemente para a consolidação e<br />
crescimento sustentado do negócio da Casa<br />
do Galo”, afi rma Marco Ferreira.<br />
MC&A apoia estudo Paying Taxes 2013<br />
A MC&A, sociedade de advogados portuguesa fundada por Vítor Marques<br />
da Cruz, integrou a equipa de especialistas que apoiaram a realização<br />
do Paying Taxes 2013, na análise ao regime fi scal de Angola, Guiné, São<br />
Tomé e Moçambique. O estudo<br />
avalia os regimes fi scais de 185 economias<br />
em todo o mundo.<br />
Apostando numa oferta gastronómica muito<br />
diversifi cada, a ementa da Casa do Galo<br />
inclui, para além do tradicional frango<br />
assado em brasa de carvão vegetal, inúmeras<br />
outras variantes onde o “frango é rei”:<br />
hambúrguer, espetada, salada ou sandes.<br />
To<strong>das</strong> as carnes (com exceção do<br />
hamburger) são delicadamente tempera<strong>das</strong><br />
com a tradicional marinada Casa do Galo,<br />
podendo ainda o cliente optar por um<br />
tempero fi nal mais refi nado e gourmet. Mel,<br />
alecrim, maionese de coentros, ketchup<br />
de framboesas, mostarda e molhos piri-piri<br />
são apenas alguns dos ingredientes que,<br />
“habilmente confecionados, transformam um<br />
prato simples e saudável numa verdadeira<br />
experiência gastronómica”.<br />
abertura de um novo ponto de venda na<br />
zona central de Lisboa (local em concreto<br />
ainda em análise).<br />
VE - O modelo de negócio futuro inclui<br />
o franchising da marca?<br />
MF - Está a ser equacionado, nomeadamente<br />
para 2014, mas tudo depende da<br />
evolução do mercado durante o ano de<br />
2013. Para já a nossa estratégia a nível nacional<br />
assenta na reformulação de lojas,<br />
o que não quer dizer que não possamos<br />
franquiar, através de um Master, fora de<br />
Portugal, antes do previsto para 2014.<br />
VE - No plano internacional, quais<br />
são os planos?<br />
MF - No plano internacional, temos<br />
a intenção de investir 500 mil euros na<br />
abertura de novos pontos de venda em<br />
três mercados prioritários.<br />
VE - Como decorreu o negócio em<br />
2012 e quais as perspetivas para 2013?<br />
MF - Em 2011 a empresa faturou 5,6<br />
milhões de euros. Para 2012 prevemos<br />
uma quebra de cerca de 30%, devido ao<br />
contexto económico atual de retração de<br />
consumo e à necessidade de nova imagem<br />
e conceito em loja.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 13<br />
Dachser passa a Azkar Portugal<br />
A Dachser e a Azkar vão proceder à integração da<br />
oferta de serviço no mercado português. A partir de<br />
agora, as duas empresas apresentam-se no território<br />
nacional como uma só marca – Azkar Portugal. A<br />
alteração não abrange as áreas de negócio aérea e<br />
marítima, onde se mantém a marca Dachser Air &<br />
Sea Logistics.<br />
A Oli, empresa nacional da área dos<br />
autoclismos, é a terceira entidade empresarial<br />
portuguesa com o maior número de<br />
patentes na Europa, o que resulta de um<br />
investimento contínuo em investigação e<br />
desenvolvimento. Perante um mercado interno<br />
em retração, a aposta é claramente<br />
na internacionalização e na diversifi cação<br />
do produto. Com um volume de negócios<br />
anual de 45 milhões de euros, a empresa<br />
de Aveiro entrou recentemente no Brasil e<br />
passou a estar presente em 40 mercados.<br />
António Oliveira, CEO da Oli, garante<br />
que o processo de internacionalização vai<br />
continuar.<br />
A produção é portuguesa na sua totalidade,<br />
sendo que 80% da mesma se destina<br />
à exportação. “Apesar da forte contração da<br />
atividade na Europa Ocidental, o mercado<br />
europeu continua a representar a maior fatia<br />
da atividade da Oli. Itália, França, Sué-<br />
-cia, Rússia e Alemanha, por esta ordem,<br />
são os mercados externos mais relevantes,<br />
em termos de faturação. A empresa estendeu<br />
recentemente a sua atividade a mercados<br />
da América Latina, nomeadamente<br />
Brasil, México e Uruguai. Vai ainda criar<br />
um centro logístico e comercial na Rússia”,<br />
adiantou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” António<br />
Oliveira.<br />
Diversifi car mercados<br />
Acontece que tem havido a preocupação<br />
constante de diversifi car os mercados onde<br />
atua, minimizando desta forma o risco de<br />
uma dependência de uma zona geográfi ca.<br />
A estratégia de diversifi cação tem permitido<br />
maiores taxas de crescimento em mercados<br />
ditos emergentes – como os da Polónia,<br />
Ucrânia e Norte de África. “Temos<br />
investido num plano de expansão internacional<br />
para novos mercados fora da Zona<br />
Euro, no sentido de compensar a desaceleração<br />
<strong>das</strong> economias nacional e europeia.”<br />
Uma outra vertente importante para potenciar<br />
o crescimento tem sido a diversifi -<br />
cação ao nível da oferta do produto. Não<br />
se trata de vender exclusivamente autoclis-<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
RÚSSIA E AMÉRICA DO SUL SÃO MERCADOS PREFERENCIAIS<br />
Oli aposta no mercado<br />
externo<br />
A empresa de Aveiro entrou recentemente no Brasil e passou a estar presente em 40 mercados.<br />
mos. A Oli disponibiliza uma gama alargada<br />
de produtos hidro-termossanitários,<br />
desde as soluções de painéis solares térmicos<br />
e a sua integração com os sistemas de<br />
aquecimento central e de águas quentes<br />
sanitárias, até à oferta de sistemas de instalação<br />
sanitária e mobiliário e acessórios<br />
de banho. “Tem sido nossa preocupação<br />
aumentar a oferta, melhorar o serviço e aumentar<br />
a cobertura nos vários mercados”,<br />
de acordo com o empresário.<br />
Continuar a inovar<br />
para melhorar<br />
resultados<br />
Existem desafi os que António Oliveira diz<br />
estar pronto a enfrentar, desde logo com<br />
a manutenção da aposta estratégica na<br />
investigação, no desenvolvimento e na<br />
inovação. “Pretendemos inovar de forma<br />
consistente em termos de produtos e<br />
conseguir novas soluções de design.<br />
Ao nível da rentabilidade, há uma<br />
aposta na melhoria dos resultados, mas<br />
estaremos dependentes da conjuntura<br />
económica que se adivinha complicada.<br />
Para tal, queremos diversifi car ainda<br />
mais os mercados e montar uma rede<br />
comercial vocacionada para o mercado<br />
de substituição na Rússia e conseguir<br />
ven<strong>das</strong> consistentes na América do<br />
Sul. Deste modo, poderemos cumprir o<br />
desafi o de melhorar a rentabilidade <strong>das</strong><br />
ven<strong>das</strong>.”<br />
A Oli foi responsável pela criação da<br />
dupla descarga do autoclismo (já lá vão<br />
18 anos) e produz cinco mil autoclismos<br />
por dia e 1,2 milhões por ano. Com sede<br />
em Aveiro, posiciona-se mesmo como<br />
um dos principais produtores europeus<br />
de autoclismos. Ainda que muito virada<br />
para a exportação, a Oli não deixa de dar<br />
especial atenção ao mercado nacional,<br />
até porque Portugal é o país onde tem<br />
a maior quota de mercado. Há sempre<br />
a vontade de aumentar a presença no<br />
mercado português, assume António<br />
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14 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
Mercado automóvel baixa para níveis de 1985<br />
As ven<strong>das</strong> de automóveis ligeiros em Portugal caíram 40,9% em<br />
2012, para 111 299 unidades, segundo os dados da Associação Automóvel<br />
de Portugal. Este foi o pior registo desde 1985. Na análise<br />
isolada de dezembro, foram vendidos em Portugal 8718 ligeiros, menos<br />
48% que em igual mês de 2011. Por marcas, a Renault manteve<br />
a liderança do mercado, posto que ocupa há mais de uma década.<br />
Bolsa começa o ano a subir<br />
A Bolsa de Lisboa entrou em 2013 com uma forte tendência<br />
de valorização. Todos os títulos que integram o<br />
PSI20 tiveram ganhos na sessão, um facto que já não<br />
ocorria há bastantes anos. O acordo orçamental nos Estados<br />
Unidos e a descida <strong>das</strong> taxas <strong>das</strong> obrigações da dí-<br />
Os clubes de futebol proporcionam receitas<br />
fiscais de 100 milhões de euros por<br />
ano – afirmou Fernando Gomes no Clube<br />
de Pensadores. O presidente da Federação<br />
Portuguesa de Futebol considera que<br />
a modalidade é hoje um dos setores mais<br />
escrutinados ao nível de cumprimento <strong>das</strong><br />
obrigações fiscais.<br />
No debate organizado pelo Clube de<br />
Pensadores, em Gaia, Fernando Gomes<br />
considerou que as infraestruturas cria<strong>das</strong><br />
para o Euro 2004 não são exagera<strong>das</strong><br />
para as necessidades do país, embora reconheça<br />
<strong>dificuldades</strong> de ocupação para os<br />
estádios construídos em Leiria, Algarve e<br />
Aveiro.<br />
O presidente da FPF abordou também<br />
o desempenho <strong>das</strong> SAD cota<strong>das</strong> em Bolsa,<br />
referindo neste setor de atividade que<br />
o retorno para os acionistas não é apenas<br />
pecuniário, nem se mede exclusivamente<br />
pela valorização ou pelos dividendos. Os<br />
resultados desportivos podem atenuar a<br />
fraca rentabilidade dos investimentos em<br />
ações <strong>das</strong> SAD.<br />
Fernando Gomes referiu também que<br />
vida pública portuguesa criaram uma pressão de subida<br />
na generalidade dos títulos cotados.<br />
O BES valorizou mais de 6% numa só sessão, atingindo<br />
0,949 cêntimos por ação. Este valor representa um<br />
ganho acumulado para os acionistas de 36% face ao valor<br />
FERNANDO GOMES NO CLUBE DE PENSADORES<br />
Futebol gera 100 milhões de euros<br />
de impostos<br />
em Portugal o nível de praticantes de futebol<br />
e de atletas federados está muito<br />
abaixo da média europeia. Apesar do reduzido<br />
número de praticantes, os resultados<br />
obtidos pelo futebol português ao nível<br />
<strong>das</strong> seleções e dos clubes têm estado mui-<br />
Juros <strong>das</strong> obrigações a cinco anos abaixo de 5%<br />
Fernando Gomes com Joaquim Jorge, no Clube dos Pensadores: O número de praticantes de<br />
futebol pode aumentar em Portugal.<br />
As taxas de juro associa<strong>das</strong> à dívida nacional estão a resvalar em todos os prazos acima de 30<br />
pontos base (0,3 pontos percentuais), o que indica que o preço <strong>das</strong> obrigações está a subir. A<br />
“yield” da dívida a cinco anos está a perder 32 pontos base para 4,91%, baixando da fasquia<br />
dos 5% pela primeira vez desde Dezembro de 2010. No caso da dívida a 10 anos, está já abaixo<br />
da fasquia dos 7%.<br />
to acima da média europeia. Ao contrário<br />
do que acontece em outras áreas de atividade<br />
e modalidades desportivas, Portugal<br />
tem treinadores e jogadores de futebol que<br />
atingem posições de primeiro plano a nível<br />
mundial.<br />
Todos os títulos que integram o PSI20<br />
tiveram ganhos na sessão, um facto que<br />
já não ocorria há bastantes anos.<br />
antes do aumento de capital realizado em 2012. O BPI<br />
também subiu para 0,99 J sendo o banco cotado que<br />
regista a maior subida na Bolsa de Lisboa.<br />
O Banif, que anunciou um reforço de capital de 1100<br />
milhões de euros recorrendo à linha do Estado para recapitalização<br />
da banca, teve uma enorme volatilidade<br />
na sessão do dia 2, a refletir as dúvi<strong>das</strong> dos investidores.<br />
Ainda assim, fechou a valorizar mais de 7%.<br />
No caso do BCP, a valorização foi menos expressiva,<br />
encerrando a 0,077 por ação.<br />
Se o risco da dívida soberana de Portugal mantiver o<br />
movimento de descida nos mercados, a Bolsa portuguesa<br />
deverá continuar a valorizar, dado que continua em níveis<br />
muito abaixo <strong>das</strong> congéneres europeias.<br />
O principal fator de subida <strong>das</strong> cotações deve ter sido<br />
a descida <strong>das</strong> taxas de juro da dívida pública portuguesa.<br />
Nesta semana, a taxa de juro nas obrigações a 10 anos<br />
caiu para 6,6%, valor que só foi registado em Janeiro de<br />
2011.<br />
A diminuição do risco da dívida soberana torna mais<br />
provável o regresso de Portugal aos mercados. Ao estarem<br />
dispostos a aceitar taxas mais baixas na compra de<br />
dívida pública, os investidores estrangeiros revelam um<br />
aumento de confiança quanto à capacidade do Estado<br />
português para honrar os seus compromissos.<br />
António Lobo<br />
Xavier vai<br />
propor reforma<br />
do IRC<br />
Propor a reforma profunda e abrangente<br />
do IRC é o objetivo da comissão<br />
de reforma nomeada pelo Governo. Este<br />
grupo de trabalho vai ser presidido por<br />
António Lobo Xavier, conhecedor profundo<br />
do sistema fiscal.<br />
O Ministério <strong>das</strong> Finanças, pretende<br />
transformar o IRC “num imposto competitivo<br />
no plano europeu e capaz de<br />
promover o investimento, a competitividade<br />
e a internacionalização <strong>das</strong> empresas<br />
portuguesas”.<br />
Criado como imposto sobre o rendimento<br />
<strong>das</strong> empresas, o IRC foi sofrendo<br />
ao longo do tempo sucessivas alterações<br />
introduzi<strong>das</strong> por vários Governos que<br />
distorceram a estrutura da tributação.<br />
Atualmente, o IRC tributa também as<br />
despesas <strong>das</strong> empresas e funciona como<br />
uma coleta mínima. O Pagamento Especial<br />
por Conta, a tributação autónoma e<br />
os incentivos ao investimento são áreas<br />
que necessitam de uma revisão profunda.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 15<br />
«Recebi uma carta do meu inquilino,<br />
que se opôs à renda proposta por mim<br />
para atualizar o contrato que é de 1987,<br />
sem propor qualquer outro valor.<br />
O arrendatário diz que, além do mais,<br />
não posso aumentar a renda para o<br />
montante proposto porque já tem 65<br />
anos, mas, na verdade, desde que fi cou<br />
viúvo, o inquilino já quase não usa o<br />
apartamento, pois penso que vive com<br />
uma senhora, noutra casa.<br />
O valor de renda que propus é<br />
aproximadamente o valor de mercado.<br />
Será que tenho que reduzir a minha<br />
proposta?»<br />
Depois de o senhorio enviar a carta<br />
necessária para despoletar a transição dos<br />
contratos mais antigos para o NRAU<br />
LISBOA <br />
PORTO <br />
Formador: <br />
Preços ( :<br />
G120<br />
G90<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
SOFID apoia internacionalização<br />
do Grupo JJR<br />
A SOFID – Sociedade para o Financiamento do<br />
Desenvolvimento apoia o projeto de internacionalização<br />
da empresa JJR Moçambique, do Grupo JJR, sediado em<br />
Leiria, com fi nanciamento de um milhão de euros para<br />
projeto de investimento em Moçambique.<br />
ARRENDAMENTO<br />
HABITACIONAL<br />
(Novo Regime do Arrendamento Urbano)<br />
e atualização de renda, efetivamente, o<br />
arrendatário tem o prazo de 30 dias, a<br />
contar da receção da comunicação, para<br />
se pronunciar sobre cada um dos itens<br />
propostos, ou seja, sobre a renda, o prazo e<br />
o tipo do contrato.<br />
Em casos como o que o leitor expõe, em<br />
que a oposição do arrendatário ao valor<br />
da renda proposto pelo senhorio não é<br />
acompanhada de proposta de um novo<br />
valor, deve entender-se que a proposta é a<br />
de manutenção do valor da renda praticada<br />
à data da comunicação do senhorio.<br />
Pelo exposto e se o arrendatário tem<br />
de 65 anos e fez prova documental da<br />
mesma, em principio teria direito ao regime<br />
de exceção previsto na lei para os casos<br />
ENQUADRAMENTO<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
ViniPortugal reforça investimento<br />
na promoção do vinho a copo<br />
A campanha A Copo promovida pela ViniPortugal encerra 2012<br />
com um balanço muito positivo, tendo promovido a adesão de<br />
150/200 restaurantes ao serviço de vinho A Copo, conseguiu<br />
motivar vários profi ssionais do canal Horeca que participaram<br />
nas 65 formações A Copo, desenvolvi<strong>das</strong> de norte a sul do país.<br />
MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA<br />
marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />
em que o inquilino tem idade igual ou<br />
superior a 65 anos ou defi ciência com grau<br />
comprovado de incapacidade superior a<br />
60%, que implica que o contrato só fi que<br />
submetido ao NRAU mediante acordo<br />
entre as partes e que o valor da renda anual<br />
não possa ultrapassar um quinze avos do<br />
valor do locado indicado pelo leitor na<br />
comunicação inicial.<br />
Contudo, nos termos da lei, as situações<br />
excecionais que impedem a alteração<br />
de renda para os valores propostos pelo<br />
senhorio, tal como o da idade igual a 65<br />
invocada no caso em análise, só podem ser<br />
invoca<strong>das</strong> quando o arrendatário tiver, no<br />
locado, a sua residência permanente ou<br />
quando a falta de residência permanente for<br />
devida a caso de força maior ou doença.<br />
AO NÍVEL DAS PME’S:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
OBJETIVOS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
NEGÓCIOS EEMPRESAS<br />
Transição para o NRAU e atualização da renda – falta de residência permanente<br />
Por residência permanente entende-se<br />
aquela onde o se encontra instalado o lar do<br />
inquilino, onde ele faz a sua vida normal,<br />
onde está organizada a sua economia<br />
doméstica, onde come, dorme e recebe as<br />
suas visitas.<br />
Pelo exposto e se o leitor conseguir<br />
provar que o inquilino não reside<br />
permanentemente no locado, ou seja, que<br />
aí não se encontra com caráter habitual,<br />
estável e duradouro e que a sua ausência<br />
não se deve a caso de doença, ou de força<br />
maior, poderá comunicar ao arrendatário<br />
que, por esse motivo, a nova renda a pagar<br />
deverá ser a que inicialmente foi proposta,<br />
indicando que a mesma é devida no 1.º<br />
dia do 2.º mês seguinte ao da receção, pelo<br />
arrendatário, da comunicação.<br />
PROGRAMA<br />
1. A Preparação e o Controlo de um Orçamento<br />
de Exploração numa PME<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
2. As restrições ao crédito e as implicações no<br />
Controlo de Gestão<br />
<br />
<br />
3. Análise de um modelo prático de Controlo de<br />
Gestão para uma PME<br />
4. Os conselhos de grandes empresários e<br />
gestores internacionais<br />
5. As novas metodologias<br />
<br />
6. Exercícios práticos
16 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />
Vinhos Borges eleita “Best Portuguese Producer of the<br />
year 2012”<br />
A Sociedade dos Vinhos Borges foi eleita pelo júri da maior competição vitivinícola mundial,<br />
o AWC Vienna – International Wine Challenge, como “Best Portuguese Producer of the year<br />
2012”. Durante o concurso foram distinguidos com Medalha de Ouro vinhos como o Borges<br />
Soalheira 10 Anos, o Borges Douro Reserva tinto 2009, o Lello Reserva tinto 2009, o Lello tinto<br />
2009 e o Borges.<br />
Novas empresas podem obter reembolso<br />
da TSU na contratação de desempregados<br />
As novas empresas (em atividade há menos<br />
de 18 meses) podem obter a restituição<br />
da TSU se contratarem colaboradores<br />
em situação de desemprego.<br />
De acordo com Portaria n.º 432/2012,<br />
de 31 de Dezembro, este novo apoio financeiro<br />
à contratação de desempregados<br />
qualificados ou equiparados tem um valor<br />
máximo de J300/mês por trabalhador e<br />
pode ir até 18 meses.<br />
Para obter o benefício máximo, o valor<br />
da remuneração bruta mensal não deve<br />
ser superior a J1250. O benefício máximo<br />
Portugal, a lusofonia e a diáspora<br />
A verdadeira dimensão de Portugal<br />
está longe de se confinar aos seus 92.000<br />
km2 de território e à sua população de<br />
pouco mais de dez milhões de habitantes.<br />
Portugal possui uma <strong>das</strong> maiores Zonas<br />
<strong>Económica</strong>s Exclusivas da Europa,<br />
com cerca de 1.680.000 km2, e tem,<br />
actualmente, mais de quatro milhões e<br />
meio de cidadãos seus espalhados por cerca<br />
de 140 países do mundo. Segundo ainda<br />
dados do Observatório da Emigração e da<br />
OCDE (Organização para Cooperação e<br />
Desenvolvimento Económico), a França<br />
é atualmente a nação que concentra<br />
mais portugueses e Santa Lúcia ou Ilhas<br />
Maurícias os estados que registam menor<br />
número. Sendo que estudos existem<br />
que sugerem que o número total de<br />
portugueses e luso-descendentes até à<br />
terceira geração, no estrangeiro, rondará<br />
os trinta milhões… com forte presença<br />
em países como o Brasil, Estados Unidos,<br />
Canadá, Venezuela, África do Sul e França.<br />
Mas o maior ativo de Portugal é<br />
claramente a sua língua, falada por mais de<br />
duzentos e cinquenta milhões de pessoas<br />
em todo o mundo, o que lhe confere um<br />
estatuto de universalidade.<br />
Com efeito, fruto desse período épico<br />
dos descobrimentos dos sécs. XV e XVI,<br />
o Português é hoje a quinta língua mais<br />
falada a nível mundial e a terceira <strong>das</strong><br />
línguas europeias, a seguir ao Inglês e ao<br />
Espanhol, sendo mesmo a língua oficial de<br />
dez países: Brasil, Angola, Moçambique,<br />
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-<br />
Bissau, Guiné-Equatorial, Timor-Leste,<br />
Macau e, obviamente, Portugal.<br />
Pelo que, mesmo enfrentando a<br />
crise económica e financeira que todos<br />
conhecemos e sentimos na pele, Portugal<br />
está longe de ser o coitadinho da União<br />
Europeia, como alguns parecem indiciar.<br />
Pelo contrário, Portugal tem uma<br />
dimensão histórica e uma presença no<br />
mundo que fazem dele, no atual contexto<br />
da globalização, um dos atores de maior<br />
está limitado a J5400 por cada empregado<br />
contratado. Cada empresa pode obter<br />
a restituição até um máximo de 20 colaboradores.<br />
De acordo com a Portaria em causa, o<br />
apoio financeiro corresponderá a:<br />
- 100 % da contribuição para a Segurança<br />
Social - com o limite de J 300 por mês<br />
por trabalhador - no caso de contratação<br />
sem termo de desempregado inscrito no<br />
centro de emprego há, pelo menos, quatro<br />
meses consecutivos;<br />
- 75 % da contribuição para a Segurança<br />
PAULO RAMALHO<br />
Vereador da Câmara Municipal da Maia<br />
potencial, mesmo dentro da própria<br />
União Europeia. Como alguém dizia,<br />
recentemente, Portugal é a plataforma<br />
natural para aproximar a Europa da África<br />
e da América Latina.<br />
Tanto mais que, nesta altura, alguns<br />
dos países para quem a Europa olha com<br />
mais atenção pertencem precisamente<br />
ao espaço da Lusofonia, eixo de natural<br />
influência de Portugal. Desde logo o<br />
Brasil, com cerca de duzentos milhões de<br />
habitantes e um dos maiores exportadores<br />
de petróleo do mundo, país que já é hoje<br />
a economia mais importante da América<br />
Latina. Angola, atualmente o segundo<br />
maior produtor de petróleo de África e<br />
que será, seguramente, a maior economia<br />
deste continente dentro de dez anos. E<br />
Moçambique, país que possui a quarta<br />
maior reserva de gás natural do planeta<br />
e que regista, nos últimos anos, taxas de<br />
crescimento na ordem dos 8%.<br />
Mas Portugal não é só um país com<br />
simples influência junto dos territórios<br />
lusófonos. Por razões históricas e<br />
culturais, Portugal é, além do mais, um<br />
parceiro e um interlocutor privilegiado<br />
no relacionamento com esses países.<br />
Aliás, refira-se que nenhuma outra nação<br />
conseguiu desenvolver uma relação de<br />
confiança, cumplicidade e integração,<br />
mesmo de familiaridade, com as suas<br />
ex-colónias como Portugal o fez.<br />
Daí que a estratégia de<br />
internacionalização da nossa própria<br />
economia deverá ser especialmente<br />
reforçada junto dos países de língua oficial<br />
portuguesa. E reconheça-se que muitas<br />
<strong>das</strong> nossas empresas já começaram a<br />
construir esse caminho. Não é por acaso<br />
que Angola é já o quarto destino <strong>das</strong><br />
nossas exportações, a seguir a Espanha,<br />
Alemanha e França. E na última Facim<br />
(Feira Internacional de Moçambique) que<br />
teve lugar em Maputo, no final de Agosto<br />
de 2012, onde estiveram representações<br />
de países como a África do Sul, Alemanha,<br />
UPS com novo serviço de transporte de carga aérea<br />
A UPS anunciou um novo serviço expresso<br />
de transporte aéreo de carga, o UPS Worldwide<br />
Express Freight, para envios pesados<br />
internacionais, urgentes e de grande valor.<br />
Os clientes podem agora enviar paletes com<br />
mais de 70 quilos com a mesma facilidade<br />
como os pacotes individuais.<br />
Social – com o limite de J 225 por mês<br />
por trabalhador – no caso de contratação a<br />
termo de desempregado inscrito no centro<br />
de emprego há, pelo menos, quatro meses<br />
consecutivos;<br />
- 50 % da contribuição para a Segurança<br />
Social – com o limite de J 175 por mês<br />
por trabalhador – no caso de contratação<br />
sem termo de desempregado inscrito no<br />
centro de emprego há menos de 4 meses<br />
e na contratação sem termo de qualquer<br />
trabalhador cujo contrato de trabalho anterior<br />
fosse sem termo.<br />
Brasil, China, Egito, Emirados Árabes<br />
Unidos, Espanha, Indonésia, Itália,<br />
Malawi, Namíbia, Polónia, Qatar,<br />
Quénia, Suazilândia, Turquia e Zâmbia,<br />
Portugal participou com 140 empresas<br />
(empresas portuguesas e moçambicanas<br />
de capitais portugueses…), claramente a<br />
maior delegação dos últimos anos, o que<br />
mereceu inclusive a visita do nosso próprio<br />
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo<br />
Portas.<br />
Por outro lado, não podemos esquecer<br />
que a presença na economia do Brasil<br />
significa o acesso privilegiado aos<br />
mercados dos demais países associados<br />
ao Mercosul (Mercado Comum do Sul),<br />
ou seja, da Argentina, Paraguai, Uruguai,<br />
Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia,<br />
Equador e Peru. Da mesma forma que<br />
a presença em Angola e Moçambique<br />
representa o acesso privilegiado ao espaço<br />
económico dos demais países que fazem<br />
parte da SADC (Comunidade para o<br />
Desenvolvimento da Africa Austral),<br />
ou seja, da Africa do Sul, Botswana,<br />
República Democrática do Congo,<br />
Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias,<br />
Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e<br />
Zimbabwe.<br />
Por último, voltemos novamente aos<br />
milhões de portugueses espalhados”<br />
pelos quatro cantos do mundo.”<br />
Também eles um ativo importantíssimo<br />
na promoção e afirmação dos interesses<br />
de Portugal na esfera internacional.<br />
Com efeito, muitos desses cidadãos<br />
de passaporte português, plenamente<br />
integrados na vida social, económica<br />
e mesmo política dos respetivos<br />
países de acolhimento, são potenciais<br />
embaixadores do nosso país, ativo<br />
muitas vezes esquecido, e que deverá ser<br />
melhor aproveitado pelos responsáveis<br />
da nossa diplomacia. O “Conselho da<br />
Diáspora Portuguesa”, recentemente<br />
criado, foi já um passo importante nesse<br />
sentido.<br />
Compta<br />
reforça posição<br />
na área <strong>das</strong><br />
telecomunicações<br />
A Compta acaba de conquistar diversas<br />
certificações ATP – Authorized Technology<br />
Provider atribuí<strong>das</strong> pela Cisco Systems,<br />
da qual é “gold partner”.<br />
Aquela que é também uma <strong>das</strong> mais antigas<br />
tecnológicas nacionais integra assim<br />
a “short list” exclusiva de parceiros com<br />
capacidade e autonomia para desenhar,<br />
implementar e suportar soluções da norte-americana<br />
líder global na área do Networking.<br />
“Unified Contact Center Enterprise”,<br />
“Cisco TelePresence Video Advanced”,<br />
“Identity Services Engine” e “Customer<br />
Voice Portal” são certificações recentemente<br />
conquista<strong>das</strong> pela Compta, no âmbito<br />
de um rigoroso processo de certificação.<br />
“Pelo rigor técnico exigido e pela credibilidade<br />
que concede, este reforço <strong>das</strong><br />
acreditações atribuí<strong>das</strong> pela Cisco é para a<br />
Compta o reconhecimento da sua capacidade<br />
de engenharia e qualidade dos serviços<br />
prestados ao nível empresarial”, afirma<br />
Jorge Delgado, administrador executivo<br />
da Compta. “A Cisco é líder mundial em<br />
soluções de rede, pelo que, enquanto integrador,<br />
e sendo esta uma área tradicional de<br />
atuação da Compta, ter também a liderança<br />
<strong>das</strong> certificações ATP em Portugal é dar<br />
um sinal inequívoco ao mercado da nossa<br />
liderança e garantia que conseguimos para<br />
os nossos clientes as melhores condições ”,<br />
acrescenta o mesmo responsável.<br />
Internacionalização<br />
A Compta possui a certificação ISO<br />
9001 desde maio de 1997 e é a primeira<br />
empresa portuguesa com a certificação de<br />
Sistemas de Gestão de Serviços de Tecnologias<br />
de Informação (ITSMS – Information<br />
Tecnology Service Management<br />
System), de acordo com o referencial ISO/<br />
IEC 20000-1:2005 para o âmbito “Prestação<br />
de serviços, no mercado português,<br />
no domínio da parametrização aplicacional<br />
e suporte de plataformas destina<strong>das</strong> a<br />
soluções de Gestão de Processos, a partir<br />
de Portugal”.<br />
Para ganhar escala, conquistar novos<br />
clientes e expandir as suas atividades, a<br />
Compta não podia ficar limitada ao mercado<br />
interno. Por conseguinte, decidiu<br />
expandir-se, numa primeira fase, para dois<br />
mercados de grande potencial e proximidade<br />
cultural: Angola e Cabo Verde. Neste<br />
processo de internacionalização (criação<br />
da Compta Angola e da Compta Cabo<br />
Verde) foram investidos 2,5 milhões de<br />
euros e criados 22 postos de trabalho.
PORTO<br />
7 e 8 janeiro<br />
LISBOA<br />
25 e 26 de Fevereiro<br />
<br />
Preços*:<br />
Público Geral: G 120<br />
Assinantes VE: G 90<br />
*+ IVA<br />
Organização:<br />
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patrícia Flores<br />
<br />
E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patrícia Flores<br />
<br />
E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
Participação sem custos para empresas com resultados negativos e<br />
desempregados.<br />
No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de<br />
formação a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> criou uma quota de inscrições gratuitas<br />
para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais<br />
em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite<br />
dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração<br />
mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego,<br />
emitida pelo IEFP.<br />
ENQUADRAMENTO:<br />
Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes a toda a<br />
atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto<br />
<strong>das</strong> decisões quotidianas sobre os resultados globais da<br />
empresa é de extrema importância.<br />
OBJETIVOS:<br />
<br />
financeiros básicos<br />
<br />
<br />
empresa<br />
<br />
indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.<br />
Formador: Dr. Agostinho Costa<br />
PROGRAMA:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
empresa<br />
<br />
<br />
<br />
empresas<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
operacional de cada área da empresa
18 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS<br />
MultiOpticas abre novo espaço em Paredes<br />
A MultiOpticas abriu um novo espaço na região<br />
norte do país, agora em Paredes, distrito do Porto.<br />
A abertura oficial decorreu no dia 22 de dezembro<br />
e contou com muita animação para dar<br />
a conhecer este novo espaço situado no Largo<br />
Nuno Álvares.<br />
Casa Ermelinda Freitas reforça projeto<br />
de responsabilidade social<br />
A expansão para os mercados externos deverá resultar em 50% do total de volume de negócios da Casa Ermelinda Freitas, salienta<br />
a administradora Leonor Freitas.<br />
MARC BARROS<br />
marcbarros@vidaeconomica.pt<br />
A Casa Ermelinda Freitas (CEF), produtor de vinhos<br />
de Palmela, lançou o projeto de responsabilidade social<br />
intitulado “A <strong>Vida</strong> de um Vinho”. Este nasceu em 2008,<br />
com a elaboração de um vinho, cujas ven<strong>das</strong> revertem para<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
A nova fábrica de conservas de peixe que<br />
A Poveira inaugurou esta semana na zona<br />
industrial de Laúndos, Póvoa de Varzim,<br />
além de manter a transformação de sardinha<br />
em que operava desde 1936 na sua<br />
antiga unidade, vai diversificar a atividade,<br />
já a partir de março, iniciando-se na conservação<br />
de atum.<br />
A decisão surge na sequência de um contrato<br />
firmado com a cadeia de supermercados<br />
Pingo Doce, para a qual já fornecia<br />
sardinha em conserva com a marca daquele<br />
distribuidor e com a marca Minerva e<br />
cujas ven<strong>das</strong> lhe absorvem “entre 15% e<br />
20%” da atual produção, revelou Sérgio<br />
Real, presidente da Poveira, à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
A partir do fim do primeiro trimestre de<br />
2013 a cadeia Jerónimo Martins também<br />
vai passar a comprar conservas de atum a<br />
esta conserveira, cuja nova fábrica agora<br />
a Cáritas e para a União Social Sol Crescente da Marateca.<br />
A receita será aplicada em projetos de apoio a idosos e<br />
crianças carencia<strong>das</strong> da região.<br />
Segundo Leonor Freitas, administradora da CEF, “a inserção<br />
da Casa no tecido social da região implica uma responsabilidade<br />
social acrescida que se leva muito a sério e<br />
que sente a obrigação de concretizar”. Aquela responsável<br />
inaugurada modernizou e ampliou as suas<br />
linhas de produção, num investimento<br />
global de 5,5 milhões de euros, onde dá<br />
emprego a 110 pessoas. No horizonte está,<br />
porém, a contratação de “mais 20 trabalhadores”<br />
da região da Póvoa de Varzim,<br />
que serão selecionados entre os “mais de<br />
100 pedidos de emprego” que já receberam,<br />
revelou Sérgio Real.<br />
Questionado sobre o financiamento<br />
da nova unidade, o presidente da Poveira<br />
confirmou que o projeto foi apoiado pelo<br />
PROMAR (Programa Operacional <strong>das</strong><br />
Pescas 2007-2013) em 2,5 milhões, 55%<br />
dos quais a fundo perdido. A restante fatia<br />
proveio de capitais próprios, acrescentou o<br />
empresário.<br />
Empresa exporta 75% da produção<br />
A par <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> para o mercado nacional,<br />
A Poveira exporta 75% da sua produção<br />
para o estrangeiro, sendo os Estados<br />
Unidos, a Áustria, Alemanha e o Japão os<br />
seus principais mercados. A empresa fatu-<br />
salienta que o projeto arrancou em 2008, “sem antecipar<br />
as <strong>dificuldades</strong> que a situação económica e social iria lançar<br />
em milhares de famílias”, disse à VE. Ao longo destes<br />
quatro anos, “foram conseguidos alguns pontos fundamentais”,<br />
resume, com “a consolidação do acordo com a<br />
Cáritas para a aplicação dos fundos”.<br />
Paralelamente, Leonor Freitas traçou um balanço positivo<br />
de 2012. “Por um lado, devido a termos um portefólio<br />
completo, sempre com uma excelente relação preço/qualidade”.<br />
A nível externo, os vinhos da CEF obtiveram mais<br />
de 70 prémios.<br />
Aliás, frisou, o mercado internacional “representa 40%<br />
<strong>das</strong> nossas ven<strong>das</strong> e tem vindo a crescer todos os anos,<br />
bem como o mercado nacional”, que “continua a ser o<br />
nosso maior mercado”. Porém, o objetivo da CEF é que<br />
o mercado externo “em breve represente 50% da nossa<br />
faturação”.<br />
A aposta em termos de mercados é “um pouco global:<br />
temos investimentos na União Europeia, no continente<br />
americano (EUA, Canadá e Brasil), em África (Angola,<br />
Moçambique, Cabo Verde e outros) e na Ásia”. Também o<br />
acompanhamento e dinâmica “são constantes”.<br />
As perspetivas para o desempenho da CEF para 2013<br />
são também positivas, até porque “tivemos uma excelente<br />
vindima e temos vinhos magníficos, o que nos dá sempre<br />
uma segurança acrescida”. Além disso, “também por termos<br />
mercados externos que abrimos recentemente e onde<br />
esperamos crescer bastante”, disse Leonor Freitas. “A nossa<br />
estratégia já está adaptada a uma conjuntura difícil desde<br />
há muito, não é de agora”, concluiu.<br />
INVESTIMENTO DE 5,5 MILHÕES NA PÓVOA DE VARZIM<br />
A Poveira abre nova fábrica e inicia transformação de atum<br />
Projeto apoiado<br />
pelo PROMAR em 2,5<br />
milhões, 55% dos quais<br />
a fundo perdido<br />
RCV organiza montaria na Quinta <strong>das</strong> Carvalhas<br />
A Real Companhia Velha volta a organizar uma montaria ao javali<br />
na sua emblemática Quinta <strong>das</strong> Carvalhas, situada junto ao<br />
Pinhão, no Douro. É já no sábado, dia 12 de janeiro, estando o<br />
ponto de encontro marcado para as 9h00 na Wine Shop da propriedade.<br />
Esta atividade enquadra-se na política de sustentabilidade<br />
e biodiversidade da RCV.<br />
O mercado internacional representa<br />
40% <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> e está a crescer todos<br />
os anos<br />
rou cerca de quatro milhões de euros em<br />
2011, deverá fechar o ano de 2012 com<br />
cerca de 4,5 milhões de ven<strong>das</strong> e, para<br />
2013, dado que vão dispor de uma capacidade<br />
de produção “substancialmente superior”,<br />
é de admitir “um reforço do volume<br />
de ven<strong>das</strong>”, quer no mercado doméstico,<br />
quer na vertente exportação, adiantou Sérgio<br />
Real.<br />
Recorde-se que a indústria conserveira<br />
portuguesa, cujo volume de negócios ascende<br />
aos 250 milhões de euros, exporta os<br />
seus produtos há mais de um século, sendo<br />
a sua balança comercial a única com saldo<br />
positivo no setor dos produtos de pesca.<br />
Existem atualmente 21 fábricas de conservas<br />
em Portugal, 18 no continente e três<br />
nos Açores, que empregam cerca de 3500<br />
postos de trabalho diretos e outros tantos<br />
indiretos. Estas unidades fabricam por ano<br />
cerca de 50 mil tonela<strong>das</strong> de conservas de<br />
peixe, 27 500 <strong>das</strong> quais destina<strong>das</strong> à exportação,<br />
o que representa cerca de 150 milhões<br />
de euros.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 19<br />
Calçado investe 12 milhões na promoção externa<br />
A conquista de novos mercados é a principal prioridade estratégica para a indústria portuguesa<br />
de calçado. O setor vai reforçar, com o apoio do Programa Compete, a aposta no processo<br />
de internacionalização. Estão destinados 12 milhões de euros numa ofensiva promocional em<br />
mais de 30 países, ao longo do ano. São quatro os objetivos traçados, consolidar a posição do<br />
calçado nacional nos mercados externos, diversificar o destino <strong>das</strong> exportações, abordar novos<br />
mercados e possibilitar que novas empresas iniciem o seu processo de internacionalização.<br />
Fisco e GNR juntos no combate à fraude e à evasão fiscais<br />
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) assinaram<br />
um protocolo para reforçar o combate à fraude e à evasão fiscais, através da constituição<br />
de equipas mistas de investigação. O acordo pretende também reforçar o controlo de bens<br />
em circulação e a deteção de transportes ilegais de mercadorias. No âmbito da revisão da lei<br />
orgânica da GNR, voltará a existir a Brigada Fiscal, com uma fiscalização intensa em matéria<br />
tributária.<br />
E.LIFE APRESENTA TENDÊNCIAS DIGITAIS PARA 2013<br />
Empresas reforçam presença<br />
nas redes sociais e investimento<br />
no relacionamento online<br />
MOBILE<br />
Dispositivos móveis como<br />
smartphones e tablets permitem<br />
cada vez mais o acesso a redes<br />
sociais e assumem um grande<br />
papel, visto que fazem parte da<br />
vida dos consumidores em todo<br />
lado e a toda a hora. Conteúdos<br />
e aplicações para smartphones e<br />
tablets vão continuar a ser uma<br />
tendência no ano de 2013.<br />
SOCIAL TV PARA COBERTURA DE<br />
CONTEÚDOS TELEVISIVOS<br />
O hábito de ver televisão enquanto se utiliza<br />
a internet já está enraizado e o crescimento<br />
é exponencial. Cada vez mais pessoas comentam<br />
o que estão a ver. O que se prevê para<br />
2013 é que as plataformas de Social TV sejam<br />
uma ferramenta essencial à curadoria de<br />
conteúdos e que forneçam mapas acerca de<br />
conteúdos televisivos que podem ser convertidos<br />
em apps que vão guiar o telespetador na<br />
programação a seguir. Também se prevê que<br />
as empresas apostem mais no uso <strong>das</strong> hashtags<br />
para criarem uma maior ligação com os consumidores.<br />
SOCIAL CRM: MAIOR PARTICIPAÇÃO<br />
NO ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR E<br />
NOVOS FORMATOS<br />
Cada vez mais pessoas fazem as suas reclamações<br />
através <strong>das</strong> redes sociais. A gestão de reclamações e a<br />
criação de aplicações próprias para atendimento são<br />
tendências para o próximo ano. Prevê-se que sejam<br />
desenvolvi<strong>das</strong> plataformas onde os próprios consumidores<br />
respondem a dúvi<strong>das</strong> mais comuns de outros<br />
consumidores que não exijam recurso a dados<br />
da empresa.<br />
REALIDADE AUMENTADA<br />
Em 2013, a realidade aumentada tende a ser um ponto<br />
forte de atração e fixação do cliente especialmente nos centros<br />
comerciais e grandes superfícies. Aplicações para reconhecer<br />
embalagens e passar mais informações sobre um ou<br />
outro produto vão destacar e posicionar produtos no ponto<br />
de venda.<br />
As novas tendências para 2013 traduzem-se em inovação<br />
e novas aplicações para dispositivos móveis em crescente penetração.<br />
A perceção do valor <strong>das</strong> redes sociais nas empresas<br />
também faz parte do futuro próximo dos negócios.<br />
Com o mundo digital em constante transformação,<br />
a E.Life, empresa pioneira em monitorização <strong>das</strong> redes<br />
sociais, anuncia as tendências do digital para este ano.<br />
Depois de as grandes marcas terem percebido o poder<br />
<strong>das</strong> redes sociais como forma de conhecer as opiniões<br />
espontâneas do público e estreitar relações com o consumidor<br />
final, é a vez de as pequenas e médias empresas<br />
aproveitarem os recursos que estas redes oferecem.<br />
Neste seguimento, a E.Life aponta as tendências digitais<br />
para 2013. Estas previsões, de acordo com Alessandro<br />
Barbosa Lima, CEO do Grupo E.Life, “foram<br />
basea<strong>das</strong> em estudos e observações empíricas sobre as<br />
principais redes sociais”.<br />
DAS MÉTRICAS AOS KPI - REDES SOCIAIS<br />
SOBEM NA ESCALA DE PRIORIDADES<br />
DAS EMPRESAS<br />
Melhorar os negócios de uma empresa através <strong>das</strong><br />
redes sociais é agora mais claro. Os dados recolhidos<br />
nas redes sociais sobre os hábitos dos consumidores<br />
provaram ser uma mais-valia para os negócios<br />
de qualquer empresa. Se já em 2012 várias marcas<br />
relançaram produtos, mudaram embalagens ou investiram<br />
em serviços a partir de insights obtidos em<br />
redes sociais, em 2013 os resultados serão ainda mais<br />
flagrantes, com impactos profundos no marketing e<br />
planeamento estratégico<br />
<strong>das</strong><br />
empresas<br />
51%<br />
<strong>das</strong> PME<br />
investem nas<br />
redes sociais<br />
para aumentar<br />
o volume de<br />
negócios<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />
PME VÃO INVESTIR MAIS<br />
EM REDES SOCIAIS<br />
De acordo com uma pesquisa<br />
da Deloitte, 51% <strong>das</strong> PME investem<br />
nas redes sociais para aumentar<br />
o volume de negócios. A<br />
tendência para investir mais nos<br />
negócios online e nas redes sociais<br />
para chegar ao consumidor<br />
final vai continuar em 2013.<br />
SAAS EM TODO O LADO<br />
O Software as a Service (SaaS) cresce e diversifica-se,<br />
é cada vez mais alargada a oferta de plataformas online<br />
com finalidades diversas. A Amazon, a Microsoft e a<br />
Google já estão a apostar neste tipo de serviço, feito<br />
em “nuvem”. Esta forma de negócio disponibiliza serviços<br />
online mediante valores mais baixos permitindo<br />
a muitas empresas o acesso a novas funcionalidades.<br />
BIG DATA<br />
A explosão de informação na Internet, em particular<br />
nas redes sociais, permite perceber que vai<br />
ser preciso lidar com um volume exponencial de<br />
dados em 2013. As redes sociais vão ser <strong>obrigatória</strong>s<br />
no marketing digital. Serão essenciais novas<br />
infraestruturas, maior largura de banda, bancos<br />
de dados e algoritmos.<br />
REDES SOCIAIS COMO FORMA DE<br />
SUGESTÃO DE COMPRA<br />
O uso de smartphones com GPS e os Likes do Facebook<br />
vão permitir desenvolver aplicações para sugestão<br />
de compras nos pontos de venda físicos. O objetivo <strong>das</strong><br />
aplicações é divulgar nas redes que se está a “gostar” de<br />
uma promoção ou a visitar uma loja. Em 2013, vão ser<br />
mais os comerciantes a desenvolver programas de fidelidade<br />
baseados nas<br />
redes sociais.
20 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />
Pagamentos <strong>das</strong> empresas com regras mais aperta<strong>das</strong><br />
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) pretende um controlo mais apertado dos salários e<br />
dos descontos pagos pelas empresas. O modelo 10 era entregue anualmente, mas agora as empresas<br />
terão de enviar todos os meses informação relativa ao pagamento de salários e descontos<br />
para a Segurança Social, bem como as retenções na fonte por parte dos trabalhadores por<br />
conta de outrem. O objetivo é detetar retenções indevi<strong>das</strong> dos descontos dos trabalhadores.<br />
Prémios literários, artísticos e científicos também terão de ser transmitidos ao fisco.<br />
CRÉDITO Y CAUCIÓN PREVÊ EM 2013<br />
Em 2013, haverá uma<br />
redução de 1,9% do<br />
PIB, aumento do<br />
desemprego e mais<br />
medi<strong>das</strong> de austeridade<br />
para combater o défice<br />
orçamental.<br />
Os setores mais<br />
expostos à crise são os<br />
da madeira, construção<br />
e móveis e utensílios e<br />
acessórios, ferro e aço,<br />
retalho, eletrónica e<br />
eletrodomésticos.<br />
Ainda assim, Portugal<br />
está pronto para um<br />
retorno de pleno<br />
direito aos mercados<br />
financeiros, após a<br />
expiração do programa<br />
do FMI.<br />
O último relatório publicado<br />
pela Crédito y Caución prevê<br />
que em 2013, em Portugal, irá<br />
haver uma redução do PIB de<br />
1,9%, acompanhado de um aumento<br />
do desemprego de quase<br />
dois pontos percentuais que<br />
ficará acima dos 17% e de mais<br />
medi<strong>das</strong> de austeridade para fazer<br />
frente ao défice orçamental, o<br />
que irá comprometer as perspetivas<br />
de um crescimento imediato.<br />
O consumo privado e a produção<br />
industrial continuarão a diminuir.<br />
A nota positiva é a previsão<br />
de crescimento <strong>das</strong> exportações<br />
portuguesas, acompanhada por<br />
uma melhoria competitiva de<br />
Portugal comparativamente a outros<br />
países da União Europeia.<br />
Como resultado da queda continuada<br />
no investimento, consumo<br />
e condições de emprego, bem<br />
como a dificuldade de acesso ao<br />
crédito bancário, o cenário continua<br />
muito negativo para muitas<br />
empresas. Os setores mais afetados<br />
pela crise são os da madeira,<br />
construção e móveis e utensílios<br />
e acessórios, ferro e aço, retalho,<br />
eletrónica e eletrodomésticos.<br />
Espera-se também que as insolvências<br />
empresariais aumentem<br />
cerca de 5% no próximo ano,<br />
num conjunto aproximado de<br />
6300 casos.<br />
O balanço de 2012<br />
De acordo com esta análise da<br />
seguradora de crédito líder no<br />
mercado ibérico e segunda em<br />
Portugal, a partir do segundo trimestre<br />
de 2012, a crise económica,<br />
até então relativamente suave<br />
em Portugal, acelerou-se devido<br />
à drástica diminuição da procura<br />
interna e ao efeito negativo <strong>das</strong><br />
pressões mundiais sobre o crescimento<br />
da exportação, resultando<br />
numa contração do PIB de 3,2%.<br />
Isto originou uma forte queda do<br />
consumo privado (-7,6%), do<br />
consumo público (-3,9%) e de<br />
investimento fixo (-18,7%). Apenas<br />
as exportações contribuíram<br />
positivamente, com um aumento<br />
de 4,3%.<br />
No terceiro trimestre, a economia<br />
contraiu 3,4%, princi-<br />
Governo reduz para um sexto penhora sobre ordenado<br />
O Governo decidiu reduzir a parcela que se pode retirar ao ordenado em caso de penhora. Até<br />
agora, era possível reter um terço do salário, passando para apenas 16,6%, ou seja, um sexto<br />
do salário. Esta decisão prende-se com o facto de a crise económica estar a penalizar fortemente<br />
as famílias. Uma outra alteração importante é que um banco deixa de poder congelar toda<br />
a conta do devedor. O que significa que só poderá penhorar o valor correspondente à dívida.<br />
Estas alterações integram as novas regras do processo civil.<br />
Menos crescimento e mais<br />
exportações em Portugal<br />
Prevê-se para 2013 um crescimento <strong>das</strong> exportações portuguesas, acompanhada por uma melhoria competitiva de Portugal comparativamente a outros países<br />
da União Europeia.<br />
palmente devido à redução significativa<br />
da contribuição <strong>das</strong><br />
exportações líqui<strong>das</strong>.<br />
A taxa de desemprego continua<br />
a subir, situando-se em 15,8%.<br />
Por outro lado, a inflação ainda<br />
está acima da média da UE,<br />
mas deverá diminuir para 2,9%<br />
no final de 2012 e para 1,3% em<br />
2013.<br />
A influência da “troika”<br />
No início de 2011, Portugal<br />
recebeu um pacote de resgate da<br />
“troika” de 78 mil milhões de euros.<br />
No geral, o país está a cumprir<br />
o compromisso com o programa,<br />
que termina em meados<br />
de 2014. Já muitas <strong>das</strong> distorções<br />
no mercado de trabalho foram<br />
aborda<strong>das</strong>, mas não aconteceu<br />
o mesmo em relação ao quadro<br />
competitivo, uma vez que as<br />
medi<strong>das</strong> toma<strong>das</strong> em relação a<br />
algumas indústrias dificultam o<br />
dinamismo da economia.<br />
O progresso real baseou-se<br />
em reformas fiscais estruturais<br />
da administração, <strong>das</strong> receitas e<br />
Insolvências<br />
empresariais vão<br />
aumentar cerca de 5%<br />
no próximo ano, num<br />
conjunto aproximado<br />
de 6300 casos<br />
Desemprego vai<br />
aumentar quase dois<br />
pontos percentuais<br />
ficando acima dos 17%<br />
da gestão <strong>das</strong> finanças públicas.<br />
Em termos gerais, o Governo<br />
cumpriu os termos do programa<br />
de resgate mas os rendimentos<br />
esperados não foram alcançados.<br />
Os números mostram uma diminuição<br />
de 2% na receita corrente,<br />
apesar do aumento de impostos.<br />
Consequentemente, o objetivo<br />
do défice fiscal relaxou, de 4,5%<br />
para 5% do PIB.<br />
Os bancos<br />
Os bancos portugueses receberam<br />
um financiamento de 60<br />
mil milhões de euros, a três anos,<br />
do BCE. Este fundo permitiu-<br />
-lhes financiar boa parte <strong>das</strong> suas<br />
necessidades e tem sido usado<br />
maioritariamente para comprar<br />
títulos do Governo, mas a exposição<br />
à dívida soberana continua<br />
a ser limitada.<br />
O apoio de capital do Governo<br />
permitiu que aos grandes bancos<br />
reforçassem os seus rácios de capital.<br />
A qualidade dos ativos é relativamente<br />
boa em comparação<br />
com outros países periféricos da<br />
UE, mas as restrições de crédito<br />
estão a aumentar e a prejudicar a<br />
atividade económica.<br />
Portugal reapareceu nos mercados<br />
cuidadosamente com uma<br />
troca de dívida bem-sucedida de<br />
3760 milhões, o que mostra que<br />
o país está pronto para um retorno<br />
de pleno direito aos mercados<br />
financeiros, após a expiração do<br />
programa do FMI.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 21<br />
Transações interbancárias atingem 11 mil milhões de euros<br />
Os bancos emprestaram 11 mil milhões de euros entre si, desde setembro até dezembro. O<br />
Banco de Portugal tornou a ativar o mercado monetário interbancário em Setembro, depois<br />
de mais de três anos em que se encontrou suspenso. Para o efeito foi criada pelo banco central<br />
uma plataforma para o registo e o processamento <strong>das</strong> operações. De salientar ainda que a reanimação<br />
do mercado monetário interbancário deverá ser por um período de tempo, portanto<br />
de caráter temporário.<br />
Aquisições<br />
de empresas<br />
visam reduzir<br />
redundâncias<br />
operacionais<br />
As aquisições de empresas têm<br />
sido comuns em vários setores da<br />
economia. Nos últimos seis anos,<br />
foram adquiri<strong>das</strong> mais de 2800<br />
empresas em Portugal, num crescimento<br />
de 63% e com a particularidade<br />
de muitas empresas<br />
jovens estarem envolvi<strong>das</strong> nestas<br />
operações, de acordo com o Barómetro<br />
Empresarial Informa<br />
D&B Portugal.<br />
Refere o estudo que um dos<br />
principais fatores para esta tendência<br />
é a procura de racionalização<br />
da produção, com o objetivo<br />
de produzir mais e melhor<br />
a um custo menor, eliminando<br />
a duplicidade <strong>das</strong> atividades e as<br />
redundâncias operacionais. Por<br />
outro lado, as empresas procuram<br />
o acesso a novos mercados<br />
consumidores e/ou o reforço da<br />
posição competitiva no seu setor<br />
de atuação, procurando, em<br />
muitos casos, assumir uma posição<br />
dominante ou procurando<br />
inovação.<br />
O barómetro chama a atenção<br />
para uma circunstância interessante,<br />
o facto de 21% <strong>das</strong> aquisições<br />
terem ocorrido sobre empresas<br />
com idade igual ou inferior a<br />
cinco anos. A distribuição setorial<br />
<strong>das</strong> aquisições é semelhante à<br />
do tecido empresarial.<br />
Assim, os serviços, o retalho<br />
e as indústrias transformadoras<br />
concentram mais de metade <strong>das</strong><br />
aquisições realiza<strong>das</strong> nos últimos<br />
seis anos. E as regiões do Norte e<br />
de Lisboa concentraram a quase<br />
totalidade <strong>das</strong> empresas adquiri<strong>das</strong>.<br />
Também é interessante verificar<br />
que as atividades financeiras<br />
e os grossistas concentraram mais<br />
aquisições do que o tecido nacional.<br />
Convém ainda notar que, ao<br />
longo de 2012, o número de<br />
constituições de empresas foi<br />
cerca de 14% inferior ao do ano<br />
anterior, tendo, por outro lado,<br />
crescido substancialmente o número<br />
de insolvências, em resultado<br />
da crise e <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> de<br />
austeridade implementa<strong>das</strong>.<br />
A descida do PIB<br />
e o aumento <strong>das</strong><br />
exportações, embora<br />
em menor intensidade<br />
do que em 2012, são<br />
duas <strong>das</strong> principais<br />
previsões do BPI<br />
para 2013. A taxa de<br />
inflação vai descer<br />
e a do desemprego<br />
aumentar para próximo<br />
dos 17%. Contudo,<br />
prevê-se que as bolsas<br />
ibéricas apresentem uma<br />
evolução positiva.<br />
MARC BARROS<br />
marcbarros@vidaeconomica.pt<br />
As bolsas ibéricas possuem um<br />
“grande espaço de valorização,<br />
tendo em consideração um horizonte<br />
menos desanuviado” e “face<br />
às tendências do passado”.<br />
Na análise do BPI, o ano de<br />
2013 poderá representar a continuação<br />
de melhoria do desempenho<br />
dos índices do PSI 20 e IBEX<br />
35. No passado mês de junho de<br />
2012, “o PSI 20 chegou ao valor<br />
mínimo de 4372 pontos desde<br />
1996”, tendo recuperado até<br />
ao momento cerca de 24%. Por<br />
seu turno, “o IBEX 35 alcançou<br />
o mínimo de 5905 pontos desde<br />
2003 e valorizou-se 36%”. Esta<br />
valorização seguiu-se a um período<br />
em que “o mercado ibérico<br />
sofreu substancialmente com a<br />
crise da dívida soberana, não só<br />
com o resgate financeiro a Portugal,<br />
mas através da forte pressão<br />
para que Espanha seguisse caminho<br />
idêntico”. Paralelamente, o<br />
Market Research do FEP Finance<br />
Club ressalvou o facto de as obrigações<br />
do tesouro (OT) a 10 anos<br />
terem registado uma performance<br />
positiva ao caírem para níveis<br />
inferiores a 7%, o que aconteceu<br />
pela primeira vez desde o resgate<br />
financeiro a Portugal.<br />
Somague ganha obra em Moçambique<br />
Ouro estabiliza<br />
No campo <strong>das</strong> ‘commodities’,<br />
nos últimos dois meses, o preço<br />
do ouro tem variado entre 1670<br />
e 1795 dólares a onça troy, no<br />
sentido da estabilização. O BPI<br />
aponta que a Índia, “um dos principais<br />
importadores deste metal,<br />
com vista sobretudo à indústria<br />
joalheira, viu recentemente <strong>agrava</strong><strong>das</strong><br />
as taxas aduaneiras”, assim<br />
como “o banco central notificou<br />
os bancos comerciais de restrições<br />
ao financiamento de compra de<br />
ouro”.<br />
Contudo, esta quebra foi contrabalançada<br />
com “a maior procura<br />
da China” e, “no âmbito da<br />
política dos bancos centrais, o reforço<br />
<strong>das</strong> reservas dos bancos do<br />
Brasil e Cazaquistão”.<br />
Na agricultura, os preços dos<br />
principais cereais têm-se mantido<br />
baixos, “numa combinação<br />
de menor procura, preocupações<br />
macroeconómicas e perspetivas<br />
de boas colheitas para o próximo<br />
ano”, refere o documento, a que a<br />
VE teve acesso.<br />
No petróleo, assiste-se a uma<br />
ligeira subida dos preços, com o<br />
WTI no patamar dos 88 dólares,<br />
vindo dos 83; e do Brent nos 110<br />
dólares, vindo dos 105. Para além<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />
A Somague continua a reforçar a sua presença em território moçambicano.<br />
Obteve agora um contrato para a conceção e a construção<br />
de uma nova unidade hoteleira, na cidade de Maputo. O<br />
edifício terá uma área de construção de 2170 m2 e contará com oito pisos acima do nível do<br />
solo. A Somague Moçambique será ainda responsável pelo desenvolvimento do projeto e pela<br />
execução de arquitetura e especialidades.<br />
PREVISÕES DO BPI PARA 2013<br />
Bolsas ibéricas atrativas<br />
para investidores<br />
PREVISÕES ECONÓMICAS DO BPI<br />
PORTUGAL<br />
2011 2012 2013<br />
Consumo privado -3.8 -5.3 -2.5<br />
Consumo público -4.3 -4.4 -3.2<br />
Investimento -13.8 -15.5 -8.2<br />
Exportações 7.2 3.6 2.8<br />
Importações -5.9 -7.4 -2.7<br />
PIB -1.6 -3.0 -1.5<br />
Défice orçamental 4.4 5.0 4.5<br />
Def.Orç. s/ medi<strong>das</strong> extraordinárias 7.4 6.5 4.5<br />
Taxa de inflação média 3.7 2.7 1.8<br />
Taxa média desemprego 12.7 15.6 16.8<br />
Fonte: Banco BPI<br />
PSI 20 valorizou 24% e regista<br />
margem de crescimento<br />
ZONA EURO E EUA<br />
PIB Taxa de inflação (1)<br />
2011 2012 2013 2011 2012 2013<br />
EUA 1.7% 2.1% 1.7% 3.1% 2.0% 2.3%<br />
Zona Euro 1.5% -0.5% -0.3% 2.7% 2.6% 2.3%<br />
Portugal -1.7% -3.0% -1.5% 3.7% 2.7% 1.8%<br />
Fonte: Banco BPI. Nota (1) – Taxa de variação média.<br />
dos fatores geopolíticos, contribuem<br />
para esta subida “os dados<br />
económicos dos EUA e China,<br />
que indicam mais atividade económica”,<br />
para além de “estar a<br />
acontecer um evidente maior<br />
consumo de crude por parte da<br />
China”. Neste cenário, “prevê-se<br />
a manutenção de preços suportados”.<br />
O ano 2013<br />
poderá representar<br />
a continuação<br />
de melhoria<br />
do desempenho<br />
dos índices do PSI-20<br />
e IBEX 35
22 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIO E EMPRESAS/Perspetivas 2013<br />
Investidores mais confiantes em Portugal<br />
Os investidores estão mais confiantes em Portugal e na sua capacidade para pagar as respetivas<br />
dívi<strong>das</strong>, de acordo com um relatório da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários<br />
(CMVM). Uma prova disso mesmo é que se tem verificado uma descida continuada nas taxas<br />
de juro sobre a emissão de dívida pública de curto prazo. “De uma forma geral, existem<br />
sinais de uma maior confiança dos mercados relevantes em relação à situação da economia<br />
portuguesa”, adianta a entidade reguladora do mercado.<br />
Os empresários portugueses<br />
acreditam que a crise que se<br />
vive atualmente na Europa<br />
vai arrastar-se por mais uma<br />
geração, elegem Moçambique<br />
como o mercado com mais<br />
potencial e os setores do turismo<br />
e tecnológico como os mais<br />
interessantes para 2013. Estas<br />
são as principais conclusões<br />
do barómetro MARKETmeter<br />
da agência de comunicação<br />
pressmedia, depois do inquérito<br />
realizado a 200 empresas em<br />
Portugal Continental, entre 15<br />
de novembro e 15 de dezembro.<br />
“Seria essencial que o Governo apostasse<br />
na dinamização dos setores primário e secundário,<br />
alicerces, segundo o próprio, de<br />
uma economia com sustentabilidade futura”,<br />
salienta Eduardo Rangel, presidente do<br />
grupo Rangel.<br />
“Têm que se desenvolver projetos que<br />
orientem as empresas no sentido de se dedicarem<br />
e investirem em projetos industriais<br />
e agrícolas. Não haverá Europa sem emprego<br />
e não haverá emprego sem indústria e<br />
agricultura, setores praticamente destruídos<br />
nos últimos 20 anos”, acrescenta o mesmo<br />
empresário.<br />
Pedro Montalvão, presidente da Indaqua,<br />
diz que o negócio em 2012 sentiu uma<br />
retração apreciável no consumo, fruto do<br />
A grande maioria dos empresários<br />
inquiridos pelo barómetro<br />
MARKETmeter salienta que<br />
aperto orçamental <strong>das</strong> famílias, facto que só<br />
foi atenuado pelo crescimento do número<br />
de clientes e uma maior eficiência interna<br />
na gestão <strong>das</strong> operações da empresa.<br />
“Vamos, em 2013, prosseguir com a estratégia<br />
acertada da internacionalização,<br />
aproveitando os 20 anos de experiência no<br />
mercado interno”, reforça.<br />
Para António Balsinha, diretor-geral da<br />
Ascensores Enor, o mais importante é conseguir,<br />
através de medi<strong>das</strong> concretas de dinamização<br />
da economia e de criação de riqueza,<br />
estancar a dinâmica de crise instalada<br />
no país e na UE.<br />
“Portugal está a cumprir o melhor que<br />
pode o programa de ajustamento e cada vez<br />
lhe pedem ‘mais sangue’, isto é, mais impostos!<br />
A própria UE esteve muito recentemente<br />
a discutir medi<strong>das</strong> para baixar os<br />
fundos comunitários, quando o que precisava<br />
era incentivá-los. Isto é que custa aceitar!”,<br />
sublinha.<br />
Permanente adaptação<br />
e reorganização<br />
João Corga, presidente do Grupo Lufthafen,<br />
reconhece ter sido essencial terem<br />
enfrentado o ano que termina com força e<br />
determinação.<br />
“Apostamos na melhoria de processos, na<br />
expansão da rede de distribuição a nível nacional,<br />
na reinvenção de novos canais de comercialização,<br />
na formação e em estruturas<br />
que integrem a criação de parcerias estratégicas<br />
e consequente internacionalização”,<br />
salienta.<br />
Cláudia Gomes, diretora de marketing<br />
da Sika Portugal, vai mais longe e afirma<br />
a exportação para mercados<br />
extracomunitários será uma <strong>das</strong><br />
mais importantes apostas para as<br />
PME nacionais para conseguirem<br />
sobreviver e prosperar num ano<br />
que se adivinha particularmente<br />
complicado. De acordo com os<br />
empresários inquiridos, quando<br />
confrontados com a escolha de<br />
três mercados internacionais<br />
mais favoráveis para as empresas<br />
portuguesas, Moçambique lidera<br />
o ranking, com 160 referências,<br />
seguindo-se o Brasil (136), Angola<br />
(115), Colômbia (81) e o Peru<br />
(43).<br />
Turismo e tecnologias são setores<br />
preferenciais<br />
No inquérito solicitou-se também<br />
aos empresários que elegessem os<br />
3 setores com mais potencial de<br />
crescimento em 2013 e concluiu-<br />
-se que os setores do Turismo e<br />
Governo cria fundo para apoiar autarquias<br />
O Governo anunciou a criação de um fundo para apoiar as autarquias. Este fundo de apoio destina-se<br />
aos municípios que estão em <strong>dificuldades</strong> no que toca ao equilíbrio financeiro. A nova<br />
Lei <strong>das</strong> Finanças Locais prevê que as autarquias com um elevado nível de endividamento possam<br />
aceder a um fundo de resgate, através de um plano de redução da dívida e da entrada de um gestor<br />
solicitado para o efeito por parte do fundo em causa. Este fundo será sustentado pelos municípios,<br />
por via do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).<br />
MARKETMETER – BARÓMETRO PRESSMEDIA 2012<br />
Crise europeia vai continuar<br />
por mais uma geração<br />
O sucesso para 2013 assentará em consolidar a quota de mercado a nível interno, intensificar a<br />
presença em mercados extracomunitários e diversificar as áreas de atuação.<br />
que “os tempos de crise são propícios para<br />
o surgimento de novas oportunidades de<br />
negócio”. Para Diogo Teixeira, da administração<br />
do Grupo LFM, este período exigiu<br />
uma permanente adaptação e reorganização<br />
<strong>das</strong> estruturas da empresa ao mercado. “Os<br />
níveis de exigência aumentaram e o esforço<br />
por parte de profissionais e organizações<br />
também aumentou”, esclarece.<br />
Consolidar, intensificar e diversificar<br />
Consolidar, intensificar e diversificar se-<br />
<strong>das</strong> Tecnologias (170 e 165 <strong>das</strong><br />
referências, respetivamente) são os<br />
preferidos, seguidos pelos setores<br />
do Ambiente (118), da Agricultura<br />
(80) e da Indústria (40).<br />
O que fica de 2012: um ano<br />
de muitos desafios<br />
Para os empresários contactados<br />
pela pressmedia, 2012 foi um ano<br />
de muitos desafios, principalmente<br />
devido à quebra de consumo, ao<br />
aumento da carga fiscal e ao clima<br />
generalizado de pessimismo.<br />
A maioria dos inquiridos para<br />
o barómetro salienta que foi<br />
necessário estar bem atento<br />
às mudanças dos cenários<br />
económicos em Portugal e<br />
na Europa e, acima de tudo,<br />
conseguir, em tempo-recorde,<br />
rão os fatores críticos de sucesso necessários<br />
para suportar a sustentabilidade e o crescimento<br />
<strong>das</strong> PME portuguesas em 2013, face<br />
à mais que provável quebra de consumo a<br />
nível interno para o próximo ano, resultante,<br />
principalmente, do aumento da carga<br />
fiscal e da redução dos salários.<br />
Para cerca de 80% dos inquiridos, o sucesso<br />
para 2013 assentará em três fatores:<br />
consolidar a quota de mercado a nível interno,<br />
intensificar a presença em mercados<br />
extracomunitários e diversificar as áreas de<br />
atuação.<br />
Empresários elegem Moçambique como mercado preferencial<br />
PRINCIPAIS MERCADOS E SETORES DE APOSTA<br />
PARA 2013 – TOP 5<br />
adaptar-se a esta nova realidade.<br />
Mesmo com uma conjuntura<br />
complicada e sem melhorias<br />
conjeturais à vista, empresários<br />
como João Corga, presidente do<br />
Grupo Lufthafen, salientaram<br />
ao MARKETmeter que o mais<br />
importante foi não baixar os<br />
braços.<br />
O estudo efetuado pela agência<br />
de comunicação pressmedia,<br />
com base na consulta a 200<br />
empresários que atuam em<br />
vários setores de atividade, desde<br />
turismo, construção e engenharia,<br />
mercados financeiros, águas e<br />
ambiente, agricultura, automóvel,<br />
transporte e logística, fotografia,<br />
alimentação e bebi<strong>das</strong>, educação,<br />
retalho e distribuição, indústria,<br />
tecnologia e mobiliário.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 23<br />
Mais de seis mil estudantes no concurso<br />
Fly Your Ideas da Airbus<br />
Mais de seis mil estudantes, de mais de 100 nacionalidades diferentes,<br />
inscreveram-se no concurso Fly Your Ideas 2013, concurso<br />
universitário internacional organizado pelo líder de fabrico de<br />
aviões Airbus. O objetivo do concurso é obter uma indústria de<br />
aviação mais sustentável para o futuro.<br />
COMISSÃO DA AGRICULTURA DO PARLAMENTO EUROPEU VOTA ESTE MÊS COMPROMISSO SOBRE O SETOR<br />
Portugal quer retomar em 2015<br />
produção de beterraba para produção de açúcar<br />
Depois da liquidação,<br />
em 2007, da produção<br />
de beterraba para<br />
produção de açúcar no<br />
país, há movimentações<br />
políticas em Portugal e<br />
no Parlamento Europeu,<br />
e ao nível industrial e<br />
dos próprios produtores,<br />
no sentido de aproveitar<br />
a reforma da Política<br />
Agrícola Comum (PAC)<br />
para exigir o retomar<br />
dos apoios financeiros à<br />
atividade em Portugal a<br />
partir de 2015.<br />
A DAI, refinadora de<br />
Coruche, diz-se disposta<br />
a fazer as necessárias<br />
mudanças tecnológicas<br />
na sua fábrica e há cerca<br />
de mil produtores do<br />
Ribatejo e Alentejo<br />
aptos a produzirem para<br />
a indústria, aproveitando<br />
as novas áreas de regadio<br />
do Alqueva. “Há um<br />
interesse enormíssimo”<br />
no setor, garantem.<br />
TERESA SILVEIRA<br />
teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />
“Havendo, como há, interesse<br />
dos produtores, a nossa posição<br />
é favorável ao regresso a uma<br />
quota de beterraba sacarina”,<br />
disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” José<br />
Cabrita, presidente da DAI, detida<br />
a 71,1% pelo grupo açucareiro<br />
italiano SPIR e que, a par<br />
da RAR (com sede no Porto) e<br />
da Tate & Lyle (Santa Iria da<br />
Azóia, Loures), é uma <strong>das</strong> três<br />
refinadoras de açúcar em Portugal,<br />
to<strong>das</strong> empregando cerca de<br />
600 pessoas.<br />
Fundada em 1993, com capacidade<br />
de refinação de 250<br />
mil tonela<strong>das</strong>/ano, a DAI é a<br />
única fábrica portuguesa que<br />
já operou na refinação de beterraba<br />
(entre 1997 e 2008).<br />
A RAR e a Tate & Lyle, apesar<br />
dos constrangimentos da<br />
indústria refinadora de açúcar<br />
na Europa por falta de matéria-<br />
-prima – estarão a laborar a<br />
60% da capacidade instalada –,<br />
não quererão mudar a fonte de<br />
abastecimento.<br />
A DAI é, pois, a única predisposta<br />
a reinvestir, querendo,<br />
se possível, manter também a<br />
refinação de ramas de cana. Em<br />
1997 e nos anos seguintes chegou<br />
a sustentar cerca de 2000<br />
postos de trabalho diretos e<br />
indiretos e a receber beterraba<br />
sacarina de cerca de 1000 produtores<br />
do Alentejo e Ribatejo<br />
ligados a uma área de cultivo<br />
próxima dos 8000 hectares.<br />
Porém, com as sucessivas<br />
orientações da Política Agrícola<br />
Comum (PAC), as quotas de<br />
produção de açúcar de beterraba<br />
baixaram para Portugal,<br />
também pela mão do então<br />
ministro da Agricultura Jaime<br />
Silva, que aceitou a imposição<br />
da Comissão Europeia de uma<br />
redução da quota, em 2007,<br />
<strong>das</strong> 70 mil tonela<strong>das</strong> para 34<br />
mil e, em 2008, para 15 mil<br />
tonela<strong>das</strong>.<br />
“Fomos obrigados a abandonar<br />
a produção de beterraba<br />
porque o ministro Jaime Silva<br />
BETERRABA<br />
Na UE há 106 fábricas<br />
de refinação de beterraba<br />
PRODUTORES<br />
Na UE há 106 mil produtores<br />
e 18 países com quota<br />
de beterraba<br />
“Cabe em primeira mão aos privados avaliar a capacidade competitiva e a<br />
sustentabilidade” do regresso à produção e refinação de beterraba sacarina em<br />
Portugal, disse José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura,<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
com a sua capacidade para negociar<br />
nos levou a isto”, disse,<br />
em tom zangado e irónico, à<br />
“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o presidente<br />
da Anprobe - Associação<br />
Nacional de Produtores de Beterraba.<br />
Quotas de produção<br />
de beterraba podem ser<br />
prolonga<strong>das</strong> até 2020<br />
Com este abandono, a DAI<br />
gastou, com subsídios de Bruxelas,<br />
cerca de 12 milhões de<br />
euros na reconversão da fábrica<br />
para a refinação de ramas de<br />
cana, tendo os produtores que a<br />
forneciam recebido mais de seis<br />
milhões de euros para reconverterem<br />
as suas terras.<br />
Hoje, se voltar à beterraba,<br />
a reconversão da fábrica custará<br />
à DAI “cerca de 30 milhões<br />
de euros”, adianta o presidente,<br />
mostrando-se otimista quanto<br />
às aju<strong>das</strong> de Bruxelas. “Estamos<br />
na expectativa de que o investimento<br />
possa ser apoiado”, até<br />
Spinerg é a nova associada da Apetro<br />
A Spinerg passou a integrar o conjunto <strong>das</strong> companhias associa<strong>das</strong><br />
setoriais da Apetro. A Spinerg opera no mercado de<br />
lubrificantes como macrodistribuidor dos produtos Shell para<br />
Portugal, tem uma identidade e capitais totalmente portugueses,<br />
posicionando-se como uma empresa nacional, profissional<br />
e dinâmica.<br />
porque representará “uma oportunidade<br />
única para acrescentar<br />
valor à nossa agricultura”, disse<br />
José Cabrita à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
Chegados a 2013, a União<br />
Europeia enfrenta, agora em janeiro,<br />
no âmbito da reforma da<br />
PAC e do relatório sobre a Organização<br />
Comum dos Mercados<br />
(OCM) da responsabilidade<br />
do deputado francês Michel<br />
Dantin, votações importantes<br />
no setor do açúcar.<br />
Em declarações à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />
Maria do Céu Patrão<br />
Neves, que já em novembro<br />
promovera um workshop em<br />
Bruxelas sobre o tema, explicou<br />
que o Parlamento Europeu<br />
chegou a um compromisso<br />
em dezembro, que será votado<br />
na Comissão da Agricultura<br />
na próxima sessão de 23 a 24<br />
de janeiro. E um dos pontos<br />
prevê que o sistema de quotas<br />
para os produtores de beterraba<br />
(anunciado para terminar em<br />
2015 desde a última reforma<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />
MAMAOT<br />
apoia regresso<br />
à beterraba<br />
O Ministério da Agricultura<br />
(MAMAOT) apoiará um<br />
regresso à produção<br />
beterrabeira em Portugal se,<br />
em simultâneo, se verificarem<br />
quatro fatores: “continuidade<br />
<strong>das</strong> quotas (beterraba sacarina)<br />
para além de 2015, atribuição<br />
[pela UE] de quota (beterraba)<br />
para Portugal, existência de<br />
capacidade industrial para<br />
transformação da beterraba e<br />
viabilidade/competitividade da<br />
atividade”, explicou à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>” o secretário de<br />
Estado Agricultura, José Diogo<br />
Albuquerque.<br />
Frisando que o MAMAOT<br />
não defende “nenhum setor<br />
em particular”, o governante<br />
advertiu que “cabe em primeira<br />
mão aos privados avaliar a<br />
capacidade competitiva e<br />
a sustentabilidade de uma<br />
produção agroindustrial que<br />
se desmantelou num passado<br />
recente”.<br />
Explicando que Portugal<br />
defende a “necessidade<br />
de equilíbrio do setor,<br />
tendo em conta a evolução<br />
da realidade do mercado<br />
nacional e internacional e<br />
dos subsetores beterrabeiro<br />
e refinador”, o secretário<br />
de Estado garantiu nas<br />
negociações do futuro da PAC<br />
que o MAMAOT “defendeu<br />
a atribuição de quota de<br />
produção de beterraba para<br />
Portugal caso o regime não<br />
seja desmantelado na data<br />
prevista”. Ao mesmo tempo,<br />
tem também “defendido<br />
o acesso privilegiado dos<br />
refinadores de cana de açúcar<br />
aos contingentes preferenciais<br />
de importação, de modo a<br />
garantir o abastecimento<br />
regular do mercado”.<br />
do setor, em 2006) seja prolongado<br />
até ao fim da campanha<br />
de 2019-2020, sendo que o<br />
preço mínimo para a quota da<br />
beterraba seria de 26,29 euros/<br />
tonelada até ao fim dessa campanha.<br />
A eurodeputada portuguesa<br />
dirigiu, aliás, “uma pergunta escrita<br />
prioritária à Comissão para<br />
averiguar da possibilidade de<br />
atribuição de quota a Portugal,<br />
ainda antes de 2015, no valor de<br />
100 mil tonela<strong>das</strong>”.
24 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
Profi tecla de Braga estabelece parceria<br />
com Hotel Mélia<br />
A Escola Profi ssional Profi tecla de Braga celebrou recentemente um protocolo<br />
de parceria com o Hotel Mélia Braga, com o objetivo de proporcionar<br />
aos alunos da Profi tecla um melhor e maior complemento prático<br />
na sua formação que passam a dispor uma maior vertente prática.<br />
JOSÉ AUGUSTO SILVA, ADMINISTRADOR DA SEARA.COM, CONSIDERA<br />
Empresas apostam cada vez mais<br />
nos canais digitais<br />
“O que temos vindo a sentir<br />
por parte dos clientes não é uma<br />
menor aposta nos canais digitais,<br />
pelo contrário, os canais digitais<br />
do ponto de vista de comunicação,<br />
relacionamento e venda, são<br />
canais mais baratos e de superior<br />
penetração nos públicos-alvo do<br />
que os canais tradicionais”, afi rma<br />
José Augusto Silva, administrador<br />
da Seara.com. Já quanto às redes<br />
JOÃO LUÍS DE SOUSA<br />
jlsousa@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Quais são os setores<br />
em que a Seara está a apostar?<br />
José Augusto Silva - A seara.com teve<br />
a sua origem há 12 anos, com a aposta<br />
na criação de websites para as empresas e<br />
marcas, necessidade surgida com o nascimento<br />
do mundo digital.<br />
Com a evolução e surgimento de novas<br />
plataformas de comunicação e relacionamento,<br />
o ecossistema da presença digital<br />
coloca outras necessidades e desafi os às<br />
empresas e marcas, pelo que temos vindo<br />
a manter a visão de “Digital Agency”.<br />
COMECE 2013 A APRENDER A GERIR<br />
AS SUAS FINANÇAS PESSOAIS!<br />
DESCUBRA COMO ATINGIR TODOS OS SEUS OBJETIVOS FINANCEIROS<br />
– Livre-se da sua dívida.<br />
– Aprenda a controlar os seus gastos.<br />
– Compreenda como pagar a si próprio primeiro.<br />
– Saiba porque os lucros são melhores que os salários.<br />
– Conheça e utilize a fórmula que Einstein classificou como a mais poderosa<br />
do universo.<br />
– Coloque o dinheiro a trabalhar para si.<br />
– Perceba como pode criar várias fontes de rendimento.<br />
BRAGA<br />
8 de janeiro<br />
PORTO<br />
ALBUFEIRA<br />
9 de janeiro LEIRIA<br />
17 de janeiro<br />
AVEIRO<br />
10 de janeiro<br />
15 de janeiro LISBOA<br />
16 de janeiro<br />
ORADOR<br />
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Secreto <strong>das</strong> Ven<strong>das</strong> – O Mapa<br />
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<strong>Vida</strong><strong>Económica</strong><br />
The Lisbon MBA com novo diretor executivo<br />
Nuno Couceiro é o novo diretor executivo<br />
do The Lisbon MBA. Na sua nova<br />
posição, será responsável por promover o<br />
crescimento deste MBA, a nível nacional<br />
e internacional. Nuno Couceiro sucede a<br />
Belén Vicente.<br />
Desta forma, hoje apostamos em serviços<br />
de criação e gestão de presenças Web,<br />
Mobile, Social Media, Web Marketing e<br />
Produção e Gestão de Conteúdos Digitais.<br />
VE - De que forma a atual conjuntura<br />
infl uencia a estratégia da empresa e<br />
condiciona os investimentos dos clientes?<br />
JAS - Diria que é impossível não sermos<br />
todos afetados pela atual conjuntura.<br />
O que temos vindo a sentir por parte dos<br />
clientes não é uma menor aposta nos canais<br />
digitais. Pelo contrário, os canais digitais<br />
do ponto de vista de comunicação,<br />
relacionamento e venda são canais mais<br />
baratos e de superior penetração nos públicos-alvo<br />
do que os canais tradicionais.<br />
Temos vindo a verifi car é a uma maior<br />
racionalização dos seus investimentos e<br />
períodos de decisão mais prolongados no<br />
tempo.<br />
VE - Como é que as empresas podem<br />
diminuir os riscos dos investimentos<br />
em TI e melhorar o retorno?<br />
JAS - Numa empresa, os investimentos<br />
em TI devem seguir um método semelhante<br />
aos restantes, de acordo com o<br />
modelo de apoio à decisão em vigor nas<br />
organizações.<br />
A razão dos investimentos em TI,<br />
como quaisquer outros, deve obedecer<br />
a um ou vários propósitos (melhoria de<br />
processos, melhoria de produtividade,<br />
diminuição de custos, custos de oportunidade,<br />
etc…). Assim, é imperativo que<br />
as empresas listem e valorizem quantitativamente<br />
quais os objetivos esperados<br />
em fase de pré-projeto, de forma a que,<br />
posteriormente, consigam avaliar os resultados<br />
e compará-los com o esperado.<br />
A diminuição do risco passa por, na<br />
análise de requisitos vs. fornecedores,<br />
haver uma clara defi nição de âmbito<br />
funcional, de forma a que sejam transparentes<br />
para todos os “stakeholders” os<br />
objetivos a atingir.<br />
Por outro lado o planeamento de atividades<br />
e recursos deve ser validado e<br />
acompanhado muito de perto, por toda<br />
a equipa, de forma a que se possam antecipar<br />
eventuais riscos de cumprimento.<br />
VE - A tendência aponta mais para<br />
soluções de arquitetura aberta ou soluções<br />
geri<strong>das</strong> apenas por um fornecedor?<br />
JAS - Penso que, quando falamos em<br />
soluções abertas, estamos a falar de soluções<br />
com ou sem custos de licenciamento<br />
e/ou soluções com acesso ao código fonte<br />
e que permitem a evolução por via de desenvolvimentos<br />
incrementais.<br />
Obviamente que soluções sem custos<br />
de licenciamento são normalmente mais<br />
apelativas, pois eliminam uma barreira<br />
“Temos vindo a manter a visão de ‘Digital<br />
Agency’”, afi rma José Augusto Silva.<br />
de entrada ou de continuidade: o custo<br />
de instalação / licenciamento anual, mas<br />
tudo depende da criticidade e dimensão<br />
dos processos de negócio que é necessários<br />
informatizar. Pensamos que ambas as<br />
soluções têm o seu espaço e depende do<br />
conforto e estratégia de cada cliente, mas,<br />
hoje em dia, o processo de decisão está<br />
facilitado, dado que em ambos os casos,<br />
Portugal possui competências profi ssionais<br />
e tecido empresarial para suportar<br />
e evoluir qualquer uma <strong>das</strong> arquiteturas.<br />
Acresce o facto, de hoje em dia, ser perfeitamente<br />
possível coabitarem e interagirem<br />
soluções de ambas as géneses.<br />
VE - Que impacto têm as redes sociais<br />
e que desafi os colocam aos clientes?<br />
JAS - As redes sociais permitem que as<br />
empresas estejam mais próximas dos seus<br />
clientes, como nunca antes tinha sido<br />
possível. Permitem-lhes falar diretamente<br />
com o seu público e, no fundo, criar laços<br />
e formar uma comunidade em seu redor.<br />
Esta proximidade ajuda-as a perceber as<br />
reações imediatas dos seus clientes em relação<br />
a novidades, produtos e/ou serviços,<br />
dando-lhes um espaço precioso de resposta.<br />
No entanto, traz também grandes desafi<br />
os: como estar presente, como interagir,<br />
como gerir comentários menos simpáticos<br />
ou clientes insatisfeitos? Em Portugal,<br />
muitas empresas lidam ainda com este<br />
dilema e não sabem como avançar, mas<br />
é preciso ter em conta que, estejamos<br />
presentes ou não, estarão, muito provavelmente,<br />
a falar sobre nós — a decisão,<br />
no limite, passa por fazer ou não parte da<br />
conversa.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 25<br />
Curso de Empreendedorismo em Leiria<br />
A ANJE promove, a partir de amanhã, no Campus 5 DO IPL -<br />
Instituto Politécnico de Leiria, o curso “Empreendedorismo - da<br />
ideia ao negócio”. Trata-se de uma introdução geral à temática do<br />
empreendedorismo, que visa dotar os formandos de know-how, espírito<br />
crítico e capacidade de análise em matéria de criação, gestão e<br />
internacionalização de empresas.<br />
Qualificação de empreendedores no setor segurador<br />
Qualificar empreendedores que procuram novas oportunidades no<br />
setor segurador é o objetivo do curso de Agentes, Corretores de Seguros<br />
e Mediadores de Resseguros, promovido pela ANJE, a partir<br />
do próximo dia 29 de janeiro, no Porto. A ação formativa é promovida<br />
em parceria com a Formadapt, uma entidade homologada pelo<br />
Instituto de Seguros de Portugal.<br />
ANJE reforça aposta na formação<br />
para apoiar a competitividade <strong>das</strong> PME<br />
PROGRAMAS PERSONALIZADOS, PÓS-GRADUAÇÕES E MASTERS EM VENDAS SÃO ALGUNS DOS DESTAQUES DE 2013<br />
As empresas, as suas pessoas e as<br />
suas competências são as prioridades<br />
formativas da ANJE – Associação<br />
Nacional de Jovens Empresários.<br />
Centrada no desenvolvimento<br />
da postura empreendedora, da qualidade<br />
da gestão e da eficácia da força<br />
de trabalho, a associação propõe,<br />
em 2013, um completo programa<br />
de formação, que vai da preparação<br />
avançada de dirigentes e altos quadros<br />
ao reforço da qualificação dos<br />
colaboradores, dando assim uma<br />
resposta integrada às necessidades<br />
empresariais. Pós-graduações, masters,<br />
seminários, programas de formação-ação<br />
e ainda ofertas formativas<br />
desenha<strong>das</strong> à medida compõem<br />
os principais destaques de 2013.<br />
O Programa Formação-PME,<br />
que arrancou ainda em 2012,<br />
é uma <strong>das</strong> propostas que desde<br />
logo se destacam por todo o valor<br />
e apoio que proporciona às empresas<br />
(ver notícia lateral). De resto,<br />
convicta de que urge fomentar<br />
o empreendedorismo qualificado<br />
no nosso país e reforçar as competências<br />
dos empresários oriundos<br />
de áreas específicas de conhecimento,<br />
a ANJE tem vindo<br />
também a concentrar atenções no<br />
campo dos programas avançados.<br />
Nesta categoria premium de formação,<br />
são desenvolvidos cursos<br />
de Gestão, Marketing, Liderança<br />
e Ven<strong>das</strong>.<br />
Em 2013, destacar-se-ão a este<br />
nível a 3ª Edição da Pós-Graduação<br />
em Gestão, a 6ª Edição do<br />
TIL – Treino Intensivo de Liderança<br />
(que decorre em ambiente<br />
militar) e um conjunto de Masters<br />
em Gestão da Força de Ven<strong>das</strong>,<br />
que uma vez frequentados<br />
na sua totalidade concedem aos<br />
formandos o diploma de pós-<br />
-graduação.<br />
Ao nível da formação contínua<br />
a ANJE continuará a apostar em<br />
cursos intensivos, seminários e<br />
outros formatos de curta duração,<br />
em áreas tão diversas como<br />
Empreendedorismo, Estratégia<br />
e Gestão Empresarial, Gestão de<br />
Pessoas e Desenvolvimento de<br />
Competências Pessoais, Eventos<br />
e Comunicação Empresarial,<br />
Marketing, Mercados e Internacionalização,<br />
Gestão de Clientes<br />
e Ven<strong>das</strong>, Inovação e Novas Tecnologias.<br />
3ª Edição da Pós-graduação em Gestão<br />
A Pós-graduação em Gestão ANJE é um dos<br />
primeiros programas avançados levados a cabo pela<br />
instituição em 2013. O curso distingue-se pela<br />
abordagem prática do conjunto de disciplinas que<br />
compõem as competências essenciais de um bom<br />
gestor e pela constante adaptação dessas disciplinas<br />
ao quotidiano empresarial. A cátedra universitária é<br />
literalmente substituída pelas cadeiras do Centro de<br />
Formação Empresarial da ANJE, espaço da Cidade<br />
Invicta onde decorre a formação.<br />
A associação aplica, deste modo, o seu<br />
No campo da qualificação, a<br />
ANJE continuará a promover a<br />
Formação Modular Certificada,<br />
agora também dirigida a licenciados<br />
em comprovada situação de<br />
desemprego, e prosseguirá com o<br />
curso de Aprendizagem de Técnico<br />
Comercial - uma oferta com<br />
dupla certificação: escolar, porque<br />
comprovado “know-how” e a sua longa experiência<br />
ao serviço da formação do capital humano <strong>das</strong><br />
nossas empresas numa pós-graduação concebida à<br />
medida de empresários, administradores, gerentes<br />
e quadros empresariais. Recorrendo a uma<br />
metodologia ativa, a formação parte da exploração<br />
de situações reais da gestão e ambiciona<br />
reforçar os conhecimentos dos formandos através<br />
de exercícios práticos, simulações, visitas<br />
profissionais, conferências, seminários, debates,<br />
entre outras iniciativas fora da caixa.<br />
dá equivalência ao 12º ano, e profissional,<br />
uma vez que 40% <strong>das</strong><br />
horas programa<strong>das</strong> correspondem<br />
a um estágio numa empresa.<br />
Independentemente da tipologia<br />
de formação, do nível formativo<br />
ou dos destinatários, todos<br />
os programas são gizados pormenorizadamente,<br />
marcando a<br />
diferença pela novidade e eficácia<br />
dos métodos pedagógicos utilizados,<br />
bem como pela atualidade e<br />
pertinência dos temas, conteúdos<br />
e abordagens. A constante evolução<br />
dos mercados nacionais e<br />
internacionais e os desafios que<br />
quotidianamente se impõem às<br />
empresas em consequência dessa<br />
mesma evolução constituem<br />
a linha orientadora da formação<br />
ANJE. Uma formação que se diferencia<br />
também pela qualidade e<br />
notoriedade dos parceiros que a<br />
ela se associam. Informações adicionais<br />
no site www.anje.pt/foco.<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE<br />
Formação<br />
e consultoria:<br />
apoio financiado<br />
para PME<br />
Reforçar as competências dos<br />
recursos humanos e melhorar os<br />
processos de gestão <strong>das</strong> micro,<br />
pequenas e médias empresas é o<br />
objetivo do Programa Formação<br />
PME. Tudo isto num regime de<br />
formação-ação, com intervenção<br />
de um conjunto de consultores<br />
e formadores empresariais, que<br />
pretendem também contribuir<br />
para o reforço <strong>das</strong> vantagens<br />
competitivas <strong>das</strong> PME, o crescimento<br />
dos seus negócios e a<br />
implementação de boas práticas.<br />
Experiente nesta tipologia de<br />
programas, a ANJE – Associação<br />
Nacional de Jovens Empresários<br />
começou já a apoiar empresas <strong>das</strong><br />
regiões do Norte, do Alentejo e<br />
do Algarve.<br />
No âmbito da Formação PME,<br />
até fevereiro de 2014, a associação<br />
desenvolverá um vasto conjunto<br />
de ações, envolvendo um<br />
total de 8368 horas de formação<br />
e 7210 horas de consultoria especializada.<br />
Ambas as modalidades<br />
de intervenção implicam apoio<br />
no diagnóstico de gestão e na elaboração<br />
de um plano de desenvolvimento<br />
da empresa, sendo<br />
que a componente formativa é<br />
viável para colaboradores e gestores.<br />
Enquanto programa de formação-ação,<br />
o Formação PME<br />
acarreta então para as empresas<br />
um conjunto de benefícios que<br />
vai muito além do reforço <strong>das</strong><br />
qualificações dos seus recursos.<br />
O plano estratégico de desenvolvimento,<br />
concebido à medida<br />
de cada empresa, inclui ações de<br />
assistência e consultoria que não<br />
se circunscrevem a meros serviços<br />
formais de apoio.<br />
Conhecedores da realidade<br />
empresarial, os consultores especializados<br />
do programa acabam<br />
por aconselhar e orientar a atividade<br />
do empresário, facilitando<br />
o desenvolvimento de estratégias<br />
e a resolução de problemas associados<br />
à gestão do negócio.
26 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares<br />
Insolvências atingiram recorde no ano passado<br />
Portugal atingiu um novo recorde de insolvências, no ano passado. O número foi de quase<br />
19 mil, entre empresas e particulares, o que se traduziu num acréscimo de 62%, face ao ano<br />
anterior. Foram declara<strong>das</strong> 52 insolvências por dia. No que respeitou às empresas, o volume<br />
de falências cresceu 41%, com o setor do comércio a liderar. O maior número de insolvências<br />
respeitou aos particulares. O crédito malparado tem registado um aumento substancial, o que<br />
traduz as <strong>dificuldades</strong> por que estão a passar as empresas e os particulares.<br />
REFLEXÕES SOBRE<br />
EMPRESAS FAMILIARES<br />
Os líderes de uma organização são<br />
constantemente confrontados com um<br />
dilema relativamente ao seu negócio:<br />
apostar em estratégias de curto prazo ou<br />
de maior longevidade. Sendo qualquer<br />
uma delas defensável, e em muitos casos<br />
complementares, pois não se chega ao futuro<br />
num único salto, a existência de uma<br />
visão clara, devidamente partilhada e implementada<br />
é um grande suporte para a<br />
continuidade duma entidade.<br />
Esta visão de longo prazo é uma caraterística<br />
reconhecida e muito presente nos<br />
líderes <strong>das</strong> empresas familiares.<br />
É ela que, ao marcar um rumo, permite<br />
que se caminhe com objetivos claros;<br />
ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA<br />
<br />
<br />
<br />
PUB<br />
Terra d’Alter apresenta gama “premium”<br />
A empresa Terra d’Alter apresentou os seus últimos vinhos, num evento<br />
que decorreu no hotel The Yeatman, em Vila Nova de Gaia. Este<br />
produtor do Alto Alentejo deu a conhecer três referências da gama<br />
superior: na gama premium, Outeiro 2010 (PVP J22) e Telhas Tinto<br />
2009 (PVP J22), bem como o D’Alter Reserva Tinto 2010 (J9). A<br />
apresentação contou com a presença do enólogo Peter Bright.<br />
A visão de longo prazo na empresa familiar<br />
que imprime uma paixão e ligação única<br />
à empresa; que leva a não se ceder a<br />
muitas e por vezes irresistíveis tentações<br />
de ganhos imediatos; em suma, que ajuda<br />
a suportar a ideia de sobrevivência contínua<br />
e, no caso especial dos negócios familiares,<br />
nas mãos da família por muitas<br />
gerações.<br />
Temas para reflexão:<br />
<br />
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<br />
<br />
Larus premiada na Bienal<br />
Ibero-Americana de Design<br />
As Pistas Check-Up permitem aos utentes monitorizar o seu estado de saúde e, ao mesmo tempo,<br />
promover um estilo de vida saudável.<br />
MARC BARROS<br />
marcbarros@vidaeconomica.pt<br />
A empresa portuguesa Larus Design recebeu<br />
recentemente, em Madrid, um galardão<br />
atribuído na Bienal Ibero-Americana<br />
de Design, pelo trabalho desenvolvido<br />
em torno do conceito designado “Pistas<br />
Check-Up”.<br />
Criado e patenteado pela também portuguesa<br />
Iberia Advanced Healthcare, este<br />
conceito permite ao seu utilizador monitorizar<br />
em espaços públicos “o seu estado<br />
de saúde, sensibilizando-o para comportamentos<br />
saudáveis e promovendo o seu<br />
encaminhamento para as especialidades<br />
médicas de que carece”, disse à VE Pedro<br />
Martins Pereira, CEO da Larus.<br />
Assim, a distinção atribuída à Pista<br />
Check-Up “significa o reconhecimento do<br />
interesse desta nova solução na defesa do<br />
bem público, sensibilizando a população<br />
para a necessidade de se dedicarem à autoavaliação<br />
do seu estado de saúde”, prosseguiu.<br />
Esta é uma forma de complementar<br />
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares<br />
e elaboração de Protocolos Familiares<br />
Santiago – Porto www.efconsulting.es<br />
o Serviço Nacional de Saúde, “permitindo<br />
ganhos com o significado de economias<br />
para a nossa sociedade coletiva”.<br />
Ao mesmo tempo, o prémio “constituirá<br />
igualmente uma promoção deste equipamento<br />
em todo o universo ibero-americano”.<br />
Recorde-se que, em Portugal, está já<br />
em funcionamento uma unidade-piloto<br />
<strong>das</strong> Pistas Check-Up na Guarda, estando<br />
prevista para breve a abertura de outras<br />
unidades em vários pontos do país.<br />
O galardão representa ainda, segundo<br />
Pedro Martins Pereira, mais um passo na<br />
internacionalização da Larus. A empresa<br />
“tem-se internacionalizado”, procurando<br />
desta forma “afirmar-se em diferentes mercados”.<br />
Para tanto, conta com “o domínio de<br />
uma diversificada quantidade de tecnologias,<br />
a sua disponibilidade e qualidade em<br />
inovação, a sua vocação para reconhecer e<br />
valorizar diferentes culturas e o seu estreito<br />
relacionamento com grandes autores e<br />
cientistas”.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 27<br />
ASSOCIATIVISMO<br />
AMALIO DE MARICHALAR NA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MANAGEMENT<br />
Sustentabilidade deve<br />
ser a prioridade dos gestores<br />
As empresas devem assumir o leme da<br />
sustentabilidade – afirmou Amalio de Marichalar,<br />
num encontro com a direção da Associação<br />
Portuguesa de Management. O presidente<br />
do Fórum Mundial de Soria considera<br />
que o tema do desenvolvimento sustentável é<br />
determinante não só para as grandes empresas<br />
mas também para as PME. Sem sustentabilidade<br />
não há condições de sobrevivência<br />
para as empresas. Sem empresas viáveis não<br />
há condições de desenvolvimento económico<br />
e social.<br />
Amalio de Marichalar considerou a cultura<br />
como o pilar mais importante da sustentabilidade.<br />
“A cultura é a principal herança<br />
da sociedade” – referiu. A vertente cultural<br />
determinou a escolha da cidade do Porto<br />
para receber em 2013 o Forum Mundial<br />
sobre Cidades e Desenvolvimento Sustentável,<br />
como centro de debate da estratégia<br />
Rio+20+1.<br />
“A intervenção de D. Amálio de Marichalar<br />
em defesa da sustentabilidade, ao longo<br />
de mais de 20 anos, ganha particular relevância<br />
nestes tempos conturbados em que o<br />
mundo vive” – disse Manuel Pereira Névoa.<br />
Para o presidente da Direção Regional do<br />
Norte da Associação Portuguesa de Management,<br />
a necessidade de adoção de um novo<br />
paradigma de vida exige que se encontrem<br />
oportunidades de desenvolvimento inteligente,<br />
que observem uma maior exigência<br />
moral e conjuguem de forma equilibrada as<br />
vertentes económica, ambiental e sobretudo<br />
social.<br />
“Ao longo dos 35 anos de existência, a Associação<br />
Portuguesa de Management sempre<br />
tem incentivado a responsabilidade social do<br />
gestor” - afirmou.<br />
“No já longínquo ano de 1981, aquando<br />
da realização do 1º Encontro Nacional<br />
de Gestores, em Lisboa, uma <strong>das</strong> principais<br />
conclusões foi que, “numa perspetiva histórica,<br />
os gestores serão certamente responsáveis<br />
pelos êxitos e, sobretudo, responsabilizados<br />
pelos fracassos” – recordou Manuel Pereira<br />
Névoa.<br />
Também aí se concluiu que ao gestor se<br />
exige possuir um elevado grau de qualidades<br />
humanas, uma acrescida flexibilidade<br />
de imaginação na busca de alternativas e o<br />
respeito pelas normas e pela ética própria do<br />
mundo dos negócios.<br />
Há muitos fatores que transcendem e<br />
condicionam o quadro de intervenção dos<br />
gestores, mas os seus contributos continuarão<br />
a ser, certamente, imprescindíveis para se<br />
construir uma sociedade mais equilibrada.<br />
“A Associação Portuguesa de Management<br />
e os seus associados continuarão a pugnar e<br />
a colaborar com os restantes líderes na busca<br />
de um futuro mais justo para todos” - referiu.<br />
“A chamada sociedade civil tem responsabilidade<br />
no desenvolvimento sustentável. É<br />
a mesma sociedade civil que, em conjunto<br />
com os especialistas, deve pressionar a classe<br />
política dando-lhe conta dos muitos atropelos<br />
de que vem sofrendo esta questão, quer<br />
na área económica, ambiental e social” – disse<br />
António Pinto Bernardo.<br />
Para este empresário, o desenvolvimento<br />
sustentável não é só preservação da biodiversidade<br />
para as futuras gerações, mas também<br />
a cultura e o património.<br />
“”Da intervenção de D. Amalio de Marichalar,<br />
Conde de Ripalda, retive o seu profundo<br />
conhecimento, a sua forte convicção,<br />
a sua grande serenidade” – afirmou o arquiteto<br />
Mário Correia.<br />
“Constituindo o desenvolvimento sustentado<br />
o grande desafio do mundo atual,<br />
personalidades experientes e conhecedoras<br />
como o Amalio de Marichalar afiguram-se<br />
Mercado de gás natural com 11%<br />
dos consumidores<br />
Apenas 125 mil famílias realizaram a migração para o mercado<br />
liberalizado, um número reduzido de lares que leva a<br />
AGN – Associação Portuguesa <strong>das</strong> Empresas de Gás Natural<br />
a alertar os consumidores para a importância de escolherem<br />
o comercializador que melhor responde às suas necessidades.<br />
A vertente cultural determinou a escolha da cidade do Porto para receber em 2013 o Fórum Mundial sobre Cidades e Desenvolvimento Sustentável,<br />
como centro de debate da estratégia Rio+20+1.<br />
“A questão da sustentabilidade<br />
nunca foi tão relevante para<br />
Portugal”<br />
fundamentais para, de forma tranquila mas<br />
determinada, sem fundamentalismos contraproducentes,<br />
alertarem para a necessidade<br />
de inversão dos caminhos que temos vindo<br />
a seguir e, pausada e consistentemente, ir<br />
construindo pontes, assegurando entendimentos<br />
e compromissos, entre todos aqueles<br />
que, pela sua ação e responsabilidade social,<br />
têm o poder de traçar o nosso futuro coletivo”<br />
– acrescentou Mário Correia.<br />
“A questão da sustentabilidade nunca foi<br />
tão relevante para Portugal como hoje em<br />
dia, – comentou Rui Amândio de Sousa.<br />
Para o CEO da Stemmatters, Biotecnologia<br />
e Medicina Regenerativa, SA, a reconversão<br />
empresarial, e sobretudo industrial, de que<br />
Portugal tanto necessita, de forma a garantir<br />
crescimento e sustentabilidade económica,<br />
depende ela própria de mão de obra qualificada<br />
e educada na base produtiva. “A importância<br />
e qualificação técnica desta base tem sido<br />
negligenciada nos últimos anos, o que afeta<br />
negativamente o futuro de Portugal” - referiu.<br />
“Sendo o desenvolvimento sustentável o<br />
tema chave do encontro, destaco o papel fundamental<br />
da educação para o empreendedorismo<br />
(competências e valores) como impulsionador<br />
da inovação e do desenvolvimento<br />
económico e social” – disse Marco Lamas.<br />
O managing partner da Incubit e professor<br />
universitário referiu também o contributo<br />
do empreendedorismo para a criação do emprego,<br />
do aumento da competitividade e do<br />
crescimento económico e em última instância<br />
do desenvolvimento sustentável.<br />
“A sociedade civil deverá ser o motor da<br />
sustentabilidade” – comentou António<br />
Vasconcelos. Para o adminstrador da Porto<br />
Seguro, a visão de Amalio de Marichalar é<br />
importante ao referir que o setor privado<br />
deverá apresentar propostas imaginativas e<br />
inovadoras para gerar bem-estar nas pessoas<br />
e sustentabilidade a nível global.<br />
António Vasconcelos subscreve a ideia<br />
segundo a qual a Cultura deve ser encarada<br />
como o principal pilar da sustentabilidade.<br />
DAVID ZAMITH<br />
RUY DE LACERDA & Cª., S.A.<br />
ACEGE – NÚCLEO DO PORTO<br />
Cidades com Desenvolvimento<br />
Sustentado<br />
“O saber fazer as<br />
coisas bem, em<br />
aposta de futuro”<br />
Um projeto atual e de futuro, inclusive para<br />
as empresas, focalizado em imperativos<br />
éticos, na pessoa humana e pelo bem<br />
comum, onde a sociedade civil dos cidadãos<br />
tem uma palavra no liderar de ações<br />
concretas de desenvolvimento inteligente,<br />
com o apoio fundamental da imprensa<br />
(media).<br />
Numa oportunidade única ancorada<br />
no projeto Europa 2020 e Horizonte<br />
2020, onde os pilares como os da Re-<br />
Industrialização pró-emprego, e na base do<br />
tecido <strong>das</strong> PME europeias, as linhas para a<br />
inovação e desenvolvimento, a capitalização<br />
e a formação de quadros atualizados<br />
às novas realidades são da máxima<br />
importância.<br />
A pobreza na Europa atingiu, em 2011,<br />
dentro da falácia dos seus próprios critérios<br />
de avaliação, 120 milhões de pessoas na<br />
Europa, e em Portugal 2 milhões, que hoje<br />
serão entre 2,5 e 3 milhões.<br />
As cidades “despediram” a indústria,<br />
seguindo os desígnios <strong>das</strong> orientações<br />
europeias, de promoção criminosa da<br />
deslocalização da indústria europeia e a<br />
aposta nos serviços e no conhecimento,<br />
estas bem, mas contribuindo para o status<br />
atual de desemprego dramático. É uma<br />
oportunidade única a de dar suporte a<br />
1 + 2, pela criação de desenvolvimentos<br />
sustentados, com as universidades lado a<br />
com a indústria, na criação de emprego,<br />
minimizando o problema da pobreza com<br />
soluções de futuro e pela formação / criação<br />
de ofícios, resultando em ambientes de uma<br />
segurança estrutural.<br />
A Educação tem sido muito maltratada,<br />
quiçá porque as escolas em geral seguem<br />
os desígnios de Bruxelas, nem sequer<br />
na olhando para a indústria, mas dando<br />
orientações futuras vocaciona<strong>das</strong> par os<br />
serviços, nomeadamente. Hoje os quadros<br />
com saber atualizados às novas exigências<br />
tecnológicas são deficitários na Europa,<br />
tendo a própria Angela Merkel, em recente<br />
visita a Espanha, motivado engenheiros<br />
espanhóis para a oferta de trabalho na<br />
Alemanha!<br />
Novos conceitos empresariais como a<br />
importância, cada vez mais evidente, nos<br />
valores intangíveis, sejam eles os da cultura,<br />
ética, imagem, exemplo, simpatia, etc.<br />
Pede-se menos Estado, com as empresas<br />
cada vez mais vigia<strong>das</strong>! E na sociedade de<br />
consumo “moderna” que criámos, onde<br />
estão.<br />
Numa sociedade de consumo, onde estão<br />
os valores (éticos, espirituais e de família)<br />
que foram interessadamente esvaziados na<br />
Europa. Falta um reolhar para a dignidade<br />
da pessoa humana e refletir se a pobreza é<br />
financeira ou espiritual?<br />
A Indústria como motor da recuperação<br />
económica, os serviços e o conhecimento,<br />
e todos na solução do maior desequilíbrio<br />
atual que é ? desemprego!
28 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
TECNOLOGIAS<br />
Cloud altera tendências<br />
de consumo<br />
Uma coisa parece certa: a cloud está<br />
a modificar as necessidades dos consumidores<br />
e as mulheres impulsionam o<br />
mercado dos smartphones. Segundo o<br />
Ericsson ConsumerLab, basicamente a<br />
fiabilidade da cloud veio reformular a necessidade<br />
de dispositivos. “Mais de 50%<br />
dos utilizadores de tablets e bem mais de<br />
40% dos utilizadores de smartphones nos<br />
EUA, Japão, Austrália e Suécia apreciam a<br />
simplicidade melhorada de ter as mesmas<br />
aplicações e os mesmos dados facilmente<br />
disponíveis em vários dispositivos, através<br />
da cloud”.<br />
Outra tendência apontada é a denominada<br />
“computação para uma mente dispersa”.<br />
Dos desktops, ficheiros e pastas para<br />
superfícies planas, apps e serviços cloud, os<br />
consumidores estão cada vez mais a virar<br />
costas a um paradigma de computação para<br />
uma mente focada, diz a Ericsson ConsumerLab.<br />
“As tarefas são desempenha<strong>das</strong> no<br />
momento – enquanto esperamos na fila<br />
de uma loja ou falamos com alguém num<br />
café. A intenção de compra é mais elevada<br />
para tablets em comparação com computadores<br />
de desktop, e para smartphones em<br />
comparação com portáteis”.<br />
A terceira grande tendência é a de levar<br />
a banda larga pessoal para o trabalho. “Um<br />
total de 57% dos utilizadores de smartphones<br />
utiliza as suas próprias subscrições no<br />
trabalho. Os smartphones pessoais estão a<br />
ser cada vez mais utilizados para trabalho,<br />
para enviar emails, planear viagens de negócios,<br />
encontrar locais, entre outros”.<br />
PUB<br />
Android foi o grande alvo do malware 2012<br />
O relatório de Malware Móvel em 2012 da Kaspersky Lab veio confirmar que este foi o ano<br />
em que o Android centrou toda a atenção dos criadores de vírus. Cumpriram-se, ainda, os<br />
prognósticos sobre o desenvolvimento <strong>das</strong> ameaças móveis em 2012, que um ano antes já<br />
avisava sobre o futuro protagonismo assumido pela criação de botnets, bem como sobre os<br />
ataques contra alvos específicos através de malware e, ainda, sobre o crescimento da “espionagem”<br />
móvel.<br />
O que traz de novo<br />
2013 aos CIO?<br />
SUSANA MARVÃO<br />
s.marvao@vidaeconomica.pt<br />
A pregunta que tem assolado o mercado<br />
é mais do que pertinente, apesar de na língua<br />
portuguesa, na verdade, não funcionar<br />
muito bem. Afinal, o que quer dizer CIO?<br />
“Career is Over” (A carreira terminou) ou<br />
Chief Innovation Officer (Diretor de Inovação)?<br />
Em qualquer dos casos, Eric Lundquist,<br />
analista editorial da conceituada<br />
“InformationWeek”, diz que o atual estado<br />
do cargo de CIO é curioso. “Por um lado,<br />
a transformação digital do negócio está em<br />
pleno andamento. Por outro lado, os gestores<br />
de negócios estão frustrados e munidos<br />
de um cartão de crédito corporativo para<br />
comprarem os serviços de tecnologia que<br />
não podem encontrar dentro da sua própria<br />
empresa”.<br />
Assim, e para enfrentarem este novo<br />
2013, Eric Lundquist dá alguns conselhos<br />
aos CIO para que reconquistem a sua posição<br />
dentro da corporação. O primeiro<br />
grande conselho é, como não podia deixar,<br />
sobre o orçamento. Se, antes, a importância<br />
dos CIO era proporcional ao número de<br />
euros que o seu budget para as TI continha,<br />
hoje é precisamente ao contrário. O editor<br />
diz mesmo que o valor de um CIO é, agora,<br />
medido pelos números desse budget de<br />
que conseguir… abdicar. “Dar esses dólares<br />
do budget ao departamento de marketing,<br />
recursos humanos, ven<strong>das</strong> e por aí fora. É<br />
uma ideia louca? Não me parece. Há que<br />
ceder esse budget e abraçar o papel de condutor<br />
de tecnologia, o hub pelo qual todos<br />
os departamentos viajam”.<br />
Ou seja, esta estratégia de “hub”, que<br />
Lundquist confessa ser roubada da indústria<br />
aérea, faz com que os dólares do budget diminuam,<br />
mas, ao mesmo tempo, faz com<br />
que a influência do CIO aumente!<br />
A tradição ditava que os executivos impunham<br />
uma estratégia de negócios e o de-<br />
partamento tecnológico tentava criar uma<br />
infraestrutura para suportar essa estratégia.<br />
Mas, segundo o editor da “InformationWeek”,<br />
isto fazia bem mais sentido na teoria do<br />
que propriamente na realidade. Até porque,<br />
defende, os orçamentos e as estratégias tendem<br />
a acontecer numa explosão frenética<br />
com o final de cada ano fiscal. “As estratégias<br />
de negócios tendem a ser vagas (agradem<br />
ao cliente!) ou em versão contador de<br />
feijões (aumentar as ven<strong>das</strong> 10,23%). Alinhar<br />
a infraestrutura ao negócio perde-se na<br />
tradução”.<br />
Para Lundquist, o importante será mesmo<br />
compreender como a Amazon usa a tecnologia<br />
para gerar margens estreitas e lutar no<br />
mesmo mercado onde concorrentes usam<br />
altas margens. “É isto vai colocar o CIO à<br />
frente da curva do negócio e fazê-lo ganhar<br />
um lugar no início de cada ciclo anual de<br />
planeamento estratégico”.<br />
Entre outros conselhos, Lundquist diz<br />
para saírem da nuvem… O editor defende<br />
que a cloud computing está neste momento<br />
a ser “servido” em três sabores: nuvem privada,<br />
híbrida e pública. A primeira sugestão,<br />
segundo o editor, é simples: se a empresa<br />
fornecedora está a sugerir colocar-vos na<br />
nuvem através da venda de mais hardware…<br />
procurem noutro lado. Depois, sugere<br />
aos CIO que, ao invés de pensarem de que<br />
forma vão tornar a sua infraestrutura mais<br />
cloud, que invertam o sentido. “Olhem para<br />
os exemplos da Amazon, Rackspace e Google<br />
e as ofertas para cloud de fornecedores<br />
tradicionais como a IBM ou a Microsoft e<br />
experimentem os seus serviços. Vão aprender<br />
uma nova linguagem construída em torno<br />
de ‘federação’, ‘balanceamento dinâmico<br />
de carga’ e ‘serviços por assinatura’. A Amazon<br />
realizou a sua primeira conferência de<br />
serviços web recentemente e providenciou<br />
um bom ‘road map’ para repensar a infraestrutura<br />
de TI na era da nuvem”.
TECNOLOGIAS<br />
SUSANA MARVÃO<br />
s.marvao@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 29<br />
A Primavera BSS lançou uma<br />
nova geração de produtos sob a<br />
marca Elevation. São soluções<br />
de gestão que constituem aquela<br />
que a empresa classificou como<br />
a primeira versão do futuro ERP<br />
Primavera, desenvolvido exclusivamente<br />
para ser utilizado em<br />
ambiente online.<br />
David Afonso, vice-president<br />
of product and customer interface<br />
management da Primavera BS,<br />
explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que<br />
a construção de um ERP é um<br />
processo gradual. E que, por isso,<br />
nesta primeira versão, o focus<br />
foi colocado na conceção de um<br />
sistema capaz de suportar os processos<br />
mais exigentes de grandes<br />
organizações. Para isso, foi dotado<br />
de um conjunto de infraestruturas<br />
técnicas e tecnológicas cujos<br />
conceitos subjacentes permitirão<br />
responder de forma eficaz e eficiente<br />
às necessidades de gestão<br />
e operação deste tipo de organizações.<br />
“Do ponto de vista funcional,<br />
esta primeira versão cobre<br />
os processos de ven<strong>das</strong>, compras,<br />
logística e tesouraria. Em termos<br />
de roadmap, seguir-se-á o desenvolvimento<br />
da área financeira<br />
(contabilidade, controlling e gestão<br />
de ativos). Naturalmente que<br />
as áreas já existentes serão alvo de<br />
aprofundamento funcional”.<br />
Esta nova oferta, explicitou<br />
David Afonso, assenta numa<br />
nova plataforma tecnológica desenvolvida<br />
ao longo dos últimos<br />
seis anos que, entre outras características,<br />
gera automaticamente<br />
código a partir de modelos e<br />
inclui um conjunto de padrões<br />
de negócio que, em conjunto,<br />
permitem acelerar o desenvolvimento<br />
de forma muito significativa,<br />
quando comparado com os<br />
métodos tradicionais, garantindo<br />
também padrões de qualidade<br />
muito superiores. “O desenvolvimento<br />
do Business Suite veio<br />
confirmar este novo paradigma<br />
de desenvolvimento e acreditamos<br />
que no espaço de 3/4 anos<br />
será possível ter um novo ERP<br />
com uma abrangência e nível de<br />
profundidade maiores do que o<br />
atual ERP”.<br />
Nos últimos quatro anos, o investimento<br />
em I&D tem vindo a<br />
crescer dentro da software-house<br />
portuguesa, sendo que em 2011<br />
se cifrou nos 26,3%.<br />
Céu Mendonça<br />
na PHC<br />
A PHC anunciou a nomeação de Céu<br />
Mendonça como nova diretora comercial.<br />
Céu Mendonça tem já 23<br />
anos de experiência no setor <strong>das</strong> TI.<br />
É inevitável avançar para<br />
cloud<br />
É hoje consensual que as tecnologias<br />
de informação em geral,<br />
e o software de gestão em particular,<br />
se tornarão commodities<br />
em moldes semelhantes ao que<br />
acontece com a energia ou as comunicações,<br />
tais são as vantagens<br />
da cloud. Pelo menos esta é a opinião<br />
de David Afonso. A questão,<br />
segundo este profissional, coloca-<br />
-se, pois, quanto ao tempo e caminho<br />
para atingir esse estágio.<br />
“A Primavera oferece um caminho<br />
gradual aos seus clientes que,<br />
por um lado, respeita o investi-<br />
Opensoft renova o Estatuto de PME<br />
Líder<br />
A Opensoft, empresa portuguesa especializada no desenvolvimento<br />
de soluções tecnológicas suporta<strong>das</strong> pela consultoria<br />
e gestão de projetos, acaba de renovar o Estatuto<br />
de PME Líder, referente ao ano de 2012, no âmbito do<br />
Proagrama FINCRESCE do IAPMEI.<br />
Primavera lança novos produtos<br />
e aposta na expansão internacional<br />
David Afonso, vice-president of product and customer interface management<br />
da Primavera BS, explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que a construção de<br />
um ERP é um processo gradual.<br />
mento realizado em produtos e<br />
infraestruturas mas, simultaneamente,<br />
lhes dá a oportunidade de<br />
aceder a serviços complementares<br />
de valor indiscutível, fornecidos<br />
exclusivamente em ambiente<br />
cloud, potenciando assim o investimento<br />
já efetuado”. Para<br />
permitir esta integração de forma<br />
transparente e sem necessidades<br />
adicionais de recursos locais (software<br />
ou hardware), a empresa<br />
bracarense desenvolveu uma infraestrutura<br />
tecnológica capaz de<br />
interligar de forma natural os sistemas<br />
instalados dentro de portas<br />
com serviços cloud, combinando-os<br />
“numa solução harmoniosa<br />
“A expansão internacional não é uma opção, é<br />
uma inevitabilidade”. A frase de David Afonso<br />
parece demonstrar bem a vocação “externa” da<br />
empresa de Braga.<br />
através de um modelo híbrido. A<br />
total adesão ao modelo cloud será<br />
um processo gradual e ao ritmo<br />
de cada organização”.<br />
Para os novos clientes, a Primavera<br />
tem hoje uma oferta abrangente<br />
em modelo SaaS e acaba<br />
de lançar o primeiro produto em<br />
tecnologia nativa para cloud – o<br />
Business Suite. “Doze anos depois<br />
do lançamento da 2ª geração,<br />
nasce assim a 3ª geração de<br />
produtos PRIMAVERA, assente<br />
num conjunto de novos pressupostos<br />
entre os quais se podem<br />
destacar uma surpreendente experiência<br />
de utilização e as vantagens<br />
inerentes ao modelo nativo<br />
cloud, constituindo-se como ferramentas<br />
essenciais para a melhoria<br />
da competitividade <strong>das</strong> organizações,<br />
garantindo elevados<br />
níveis de mobilidade e facilidade<br />
de acesso aos serviços.<br />
Segundo a empresa, este produto<br />
faz parte da oferta Elevation,<br />
à qual estão associa<strong>das</strong> um<br />
“conjunto de características diferenciadoras.<br />
Esta oferta assenta<br />
num conjunto de pressupostos<br />
entre os quais se pode destacar<br />
a sua tecnologia state of the art,<br />
uma surpreendente experiência<br />
de utilização e as vantagens inerentes<br />
a um modelo Cloud Native,<br />
nomeadamente ao nível da<br />
mobilidade e facilidade de acesso<br />
ao serviço”.<br />
Segundo David Afonso, com<br />
a Elevation, a Primavera alicerça<br />
a sua filosofia de democratização<br />
do acesso a aplicações de gestão,<br />
promovendo a produtividade e<br />
a competitividade <strong>das</strong> organizações,<br />
independentemente da sua<br />
localização geográfica, dimensão<br />
ou setor de atividade. “A elevada<br />
flexibilidade associada a este paradigma<br />
permite às organizações<br />
experimentar novas ferramentas<br />
de gestão e testar a sua eficácia,<br />
sem grandes riscos ou custos associados,<br />
com a possibilidade de<br />
ajustar constantemente o número<br />
de utilizadores ou de módulos<br />
subscritos às necessidades do<br />
negócio, com a grande vantagem<br />
de pagar apenas aquilo que usa”.<br />
Esta nova oferta, desenvolvida<br />
especificamente para ambiente<br />
web, representa para o responsável,<br />
“uma larga evolução no sentido<br />
da mobilidade plena, acentuando<br />
a usabilidade <strong>das</strong> soluções<br />
com vista ao aumento da produtividade<br />
dos seus utilizadores”.<br />
Expansão internacional<br />
é uma inevitabilidade<br />
A expansão internacional não é<br />
uma opção, é uma inevitabilidade.<br />
A frase de David Afonso parece<br />
demonstrar bem a vocação<br />
“externa” da empresa de Braga.<br />
“Num mercado global, para sermos<br />
competitivos (também em<br />
Portugal), temos que ganhar escala<br />
que suporte os investimentos<br />
em I&D capazes de produzir soluções<br />
inovadoras e competitivas<br />
face aos concorrentes internacionais.<br />
Em tempos de retração,<br />
como os que vivemos, os mercados<br />
externos são ainda mais importantes”.<br />
A empresa espera que as ven<strong>das</strong><br />
no mercado internacional verifiquem<br />
um crescimento assinalável,<br />
acima dos 30%. “O peso dos<br />
mercados internacionais deverá<br />
representar cerca de 44% do nosso<br />
volume de negócios em 2012,<br />
tendo sido de 37% em 2011”.<br />
Em África, a aposta para o novo<br />
ano passa pela entrada em países<br />
de língua inglesa, utilizando o<br />
Quénia, onde a empresa portuguesa<br />
está já a operar, como porta<br />
de acesso. Segundo este responsável,<br />
adicionalmente, estão a ser<br />
reforça<strong>das</strong> as estruturas locais em<br />
Angola e Moçambique, de forma<br />
a continuar a garantir crescimentos<br />
acelerados.<br />
Na Europa, com mercados<br />
mais maduros, a estratégia de<br />
expansão assenta no crescimento<br />
não orgânico, através de aquisições,<br />
tendo como mercados alvo<br />
Espanha e França, sendo este último<br />
um mercado novo.<br />
“Nos próximos anos, o grande<br />
desafio será o de captar esta mudança<br />
de paradigma para a cloud,<br />
com tudo o que isso significa ao<br />
nível de novos modelos de negócio,<br />
novos produtos e serviços.”
30 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
EM FOCO<br />
JOSÉ ALMEIDA, FUNDADOR DA IDEIAS & DESAFIOS, AFIRMA<br />
Encontros de negócio<br />
propiciam novos<br />
clientes e parcerias<br />
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@viadaeconomica.pt<br />
Imagine a oportunidade de conhecer<br />
uma rede de potenciais clientes e<br />
parceiros de negócios, num só local, à<br />
mesma hora e com o ambiente certo.<br />
Foi esse o objetivo da iniciativa “Cocktail<br />
de Negócios” que a consultora<br />
Ideias & Desafios promoveu recentemente<br />
em Lisboa.<br />
Estes encontros pretendem “dinamizar<br />
as relações entre as diferentes<br />
empresas presentes” e “proporcionar<br />
um espaço para a realização de negócio<br />
ou potenciais parcerias”, explica à<br />
‘<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>’, José Almeida, fundador<br />
da Ideias & Desafios.<br />
Assumindo que a Ideias & Desafios<br />
“está sempre à procura de iniciativas<br />
diferenciadoras que possam ajudar os<br />
nossos clientes a fazer negócio”, José<br />
Almeida conta ainda que o Cocktail<br />
“surgiu como que um complemento<br />
dos nossos serviços de formação e coaching<br />
comercial”.<br />
O atual contexto económico está a<br />
ter um “efeito bastante negativo nas<br />
empresas a nível transversal, ou seja,<br />
está a afetar empresas de todos os setores,<br />
seja TI, retalho, automóvel, imobiliário,<br />
etc”. Nesse sentido, “penso que<br />
iniciativas como esta têm uma importância<br />
absolutamente fundamental.<br />
Principalmente porque hoje em dia o<br />
modelo de prospeção tradicional está<br />
cada vez mais a cair em desuso, em<br />
função de iniciativas de networking<br />
mais originais como esta, e outras que<br />
habitualmente lançamos”, salienta.<br />
“Dar a volta por cima e<br />
arriscar”<br />
Questionado sobre se acredita que<br />
o atual momento de crise pode ser<br />
também sinónimo de oportunidades,<br />
José Almeida responde que “essa frase<br />
é um lugar-comum” e ressalva que,<br />
“na maioria dos casos, não é assim tão<br />
linear”. No entanto, “tal é, ou deve ser,<br />
uma oportunidade para pensar fora da<br />
caixa e experimentar novas formas de<br />
chegar aos clientes”.<br />
“Existem coisas que nos são externas<br />
e por isso não as podemos mudar,<br />
como a crise e os seus efeitos, e quando<br />
a nossa estratégia não está a funcionar,<br />
temos de conseguir ter o discernimento<br />
de parar, redirecionar os nossos objetivos<br />
e o caminho que traçámos para<br />
suso”,<br />
afirma José Almeida.<br />
“O caminho é fazer<br />
diferente e melhor”<br />
Ven<strong>das</strong> de perfumaria e cosmética caem 7,5%<br />
As ven<strong>das</strong> de produtos de perfumaria e cosmética atingiram<br />
em 2012 os 5015 milhões de euros, o que representa uma<br />
descida de 2,4% a 2011, revela o Estudo Setores (Mercado<br />
Ibérico) DBK, divulgado pela Informa D&B. Calcula-se<br />
uma redução do mercado português de 7,5%, enquanto no<br />
caso de Espanha a quebra se situa em 1,5%.<br />
os alcançar”, assegura José Almeida.<br />
Sobre as oportunidades podem ser<br />
explora<strong>das</strong> pelas empresas nacionais,<br />
o responsável garante que “cada empresa<br />
terá o seu ‘core business’, os seus<br />
objetivos e as suas metas e por isso as<br />
“oportunidades a ser explora<strong>das</strong> têm<br />
de ser analisa<strong>das</strong> a título individual,<br />
caso a caso”.<br />
Admitindo que o fator “cautela” tem<br />
pesado bastante nas decisões <strong>das</strong> empresas,<br />
o fundador da Ideias & Desafios<br />
pensa, contudo, que este começa<br />
a ser “ultrapassado pelo sentimento de<br />
‘dar a volta por cima e arriscar’”. Na<br />
verdade,“ penso que o caminho é por<br />
aí: fazer diferente e fazer melhor”, rematou.<br />
PAULO C. SEABRA<br />
Gerente da empresa<br />
Aguadoiro<br />
ESTRATÉGIAS<br />
PARA A POUPANÇA<br />
ENERGÉTICA<br />
NA INDÚSTRIA<br />
Estudos recentes apontam para um desperdício entre 6<br />
a 10% do PIB em países industrializados que não fizeram<br />
um esforço de otimização de processos relacionados<br />
com os desperdícios de energia. Em Portugal, existe<br />
uma desvantagem competitiva dos custos energéticos<br />
<strong>das</strong> empresas que é especialmente grave pelo facto de<br />
contribuir para a deterioração da posição exportadora<br />
<strong>das</strong> empresas nacionais, num contexto em que o País<br />
apresenta um desequilíbrio estrutural da respetiva balança<br />
comercial que, dessa forma, fica <strong>agrava</strong>do.<br />
Para o estabelecimento <strong>das</strong> tarifas de 2013, estima-se<br />
que o consumo de energia elétrica e de gás ficarão abaixo<br />
do valor homólogo de 2012.<br />
Parte considerável dos custos a recuperar pelas tarifas<br />
são custos fixos que não variam com o consumo de<br />
energia elétrica e de gás.<br />
Estes custos correspondem, essencialmente, a:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
anteriores.<br />
Nessa medida, quando há uma diminuição do<br />
consumo de energia elétrica e de gás, verifica-se o<br />
aumento destes custos por unidade de energia elétrica e<br />
de gás.<br />
Os custos da atividade electroprodutora, aliados<br />
ao défice tarifário ainda existente e às condicionantes<br />
exógenas desfavoráveis, não foram ainda repercutidos<br />
completamente nos consumidores.<br />
Uma solução de poupança energética e material<br />
beneficia de forma importante o balanço e a<br />
demonstração de resultados de qualquer indústria.<br />
Não se trata, portanto, duma inutilidade inadiável, mas<br />
de pura racionalidade económica que visa criar uma ilha<br />
de produção energética a partir de recursos endógenos<br />
que por vezes algumas indústrias pagam para tratar. Ou<br />
seja, estas indústrias têm, por vezes, o recurso energético<br />
na água, nos resíduos e nos subprodutos e PAGAM para<br />
o distribuir.<br />
A Quarentena ou a reclusão de Empresas sadias pelo<br />
período máximo de incubação da doença não se aplica<br />
num contexto de BOLHA ENERGÉTICA que veio,<br />
viu e vencerá se ‘providências cautelares’ não forem<br />
toma<strong>das</strong>.<br />
Aos CUSTOS DE CONTEXTO não se aplica o<br />
conceito informático SPAM, isto é, ao contrário do que<br />
se passa com as mensagens de correio eletrónico suspeitas<br />
de serem SPAM que ficam à espera da aprovação<br />
do utilizador, os CUSTOS DE CONTEXTO não<br />
dependem de aprovação do empresário e furam qualquer<br />
FIREWALL.<br />
Atendendo aos constrangimentos orçamentais que<br />
presentemente afetam transversalmente o mundo<br />
empresarial e atendendo a que a eficiência do consumo<br />
energético industrial é considerada pelo executivo em<br />
funções, de per se, uma forma de subvenção/incentivo<br />
pelas poupanças que gera, convirá que a indústria, de<br />
forma pragmática, evite o desperdício.
OK! teleseguros propõe descontos<br />
para jovens condutores<br />
A OK! teleseguros decidiu<br />
lançar o primeiro seguro especial<br />
dedicado aos jovens condutores,<br />
promovendo a condução responsável<br />
e a poupança. Além de<br />
preços base especiais, os condutores<br />
até aos 30 anos que subscrevam<br />
o OK! Muv benefi ciam<br />
de coberturas adequa<strong>das</strong> ao ser<br />
perfi l, como é o caso do serviço<br />
de motorista Taxi Gourmet, e a<br />
possibilidade de obter até 40%<br />
de desconto no valor do seguro<br />
em função do tipo de condução<br />
praticado.<br />
“Os jovens condutores têm<br />
enfrentado difi culdades na contratação<br />
do seguro automóvel<br />
em Portugal e a nível internacional,<br />
dada a maior taxa de<br />
incidência de acidentes, que é o<br />
dobro da média do mercado. No<br />
entanto, a OK! está empenhada<br />
em criar relações de longo prazo<br />
com os condutores mais jovens,<br />
pelo que decidiu criar uma oferta<br />
específi ca que vem facilitar a<br />
contratação do seguro, promo-<br />
<br />
G 140<br />
G 110<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 31<br />
<br />
<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />
Patricia Flores<br />
Tel.: 223 399 466<br />
Fax: 222 058 098<br />
patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
ver a segurança e responsabilidade<br />
na condução e permitir condições<br />
fi nanceiras e coberturas<br />
únicas, que são uma mais-valia<br />
para os jovens condutores e uma<br />
alívio para as suas famílias – afi rma<br />
Sérgio Carvalho, diretor de<br />
marketing e produto da OK! Teleseguros.<br />
O OK! MUV, nome do novo<br />
produto da marca da seguradora<br />
Via Directa, disponibiliza<br />
condições de preço especiais e<br />
coberturas pensa<strong>das</strong> especifi -<br />
camente para os jovens condutores.<br />
Através da subscrição do<br />
sistema de georreferenciação, os<br />
jovens condutores portugueses<br />
podem ter um seguro que retrata<br />
exatamente o seu perfi l de<br />
condutor, permitindo receber de<br />
volta até 40% do prémio pago e<br />
a oferta de experiências nas áreas<br />
de restauração, música e dança,<br />
imagem e tecnologia. Esta medida<br />
é um incentivo à adoção de<br />
hábitos de condução mais defensivos<br />
e reforça a segurança <strong>das</strong><br />
pessoas e veículos, permitindo<br />
a localização do veículo em caso<br />
de roubo ou acidente. A georreferenciação<br />
é uma funcionalidade<br />
já disponibilizada pela companhia<br />
através do produto OK!<br />
GPS, lançado em 2010 com<br />
bons resultados no incentivo a<br />
comportamentos positivos na<br />
condução e poupança no prémio<br />
do seguro.<br />
Aposta estratégica<br />
em nichos de mercado<br />
A estratégia de expansão da<br />
OK! teleseguros passa por responder<br />
como uma oferta adequada<br />
às necessidades de cada<br />
segmento. Em 2006 a OK! teleseguros<br />
já tinha lançado o seguro<br />
OK! Mulher, uma solução pensada<br />
para as necessidades especiais<br />
do público feminino, e em<br />
2009 voltou a destacar-se com<br />
o lançamento do OK! Família,<br />
que permite a agregação dos<br />
veículos da família numa única<br />
COMO ANALISAR<br />
AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS<br />
DA SUA EMPRESA<br />
ENQUADRAMENTO:<br />
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<br />
<br />
apólice de seguro, poupando até<br />
20% no prémio total de seguro.<br />
A OK! teleseguros conta com<br />
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<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
mais de 200 mil clientes e está<br />
presente no telefone, na internet<br />
e com lojas físicas.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
EM FOCO<br />
<br />
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PROGRAMA:<br />
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<br />
<br />
<br />
PUB
32 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
FISCALIDADE<br />
AUTORIDADE TRIBUTÁRIA ESCLARECE CONDIÇÕES DE ACESSO<br />
Pequenas entidades podem beneficiar<br />
de regime de isenção em sede de IVA<br />
O Código do IVA estabelece um regime<br />
especial de isenção aplicável às pequenas<br />
unidades de produção, de comércio ou de<br />
prestação de serviços. Acontece que, devido<br />
à sua reduzida dimensão, estas entidades<br />
não possuem a estrutura administrativa<br />
necessária ao cumprimento <strong>das</strong><br />
obrigações decorrentes da aplicação<br />
do imposto às suas operações.<br />
A Autoridade Tributária<br />
apresentou algumas instruções<br />
administrativas, de forma a que<br />
os sujeitos passivos e os serviços<br />
possam encontrar a forma mais<br />
adequada de dar cumprimento às<br />
disposições deste regime especial<br />
de isenção.<br />
Podem beneficiar da isenção do<br />
imposto os sujeitos passivos que<br />
não tenham nem sejam obrigados<br />
a ter contabilidade organizada<br />
para efeitos de IRS ou IRC,<br />
não pratiquem importações, exportações<br />
ou atividades conexas<br />
com algumas destas operações,<br />
não exerçam atividades que consistam<br />
em transmissões de bens<br />
ou prestações de serviços do setor<br />
de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis<br />
ou não tenham atingido, no ano civil<br />
anterior, um volume de negócios superior<br />
a dez mil euros. Podem ainda beneficiar do<br />
regime de isenção os retalhistas com um<br />
Uma instituição de ensino<br />
pretende publicar um artigo<br />
científico de sua autoria através<br />
de uma empresa croata de<br />
publicação eletrónica em regime<br />
de livre acesso. Para além deste<br />
serviço, a empresa publica o<br />
livro que inclui o artigo em<br />
versão impressa e faculta um<br />
exemplar ao autor. Como deve<br />
ser tratada esta transação para<br />
efeito de IVA? Deverá haver<br />
autoliquidação? A que taxa? A<br />
fatura indica que, de acordo com<br />
a legislação croata, a taxa de IVA<br />
a aplicar aos livros é de 0%.<br />
RESPOSTA DO ASSESSOR<br />
FISCAL:<br />
1. Não se indica,<br />
concretamente, a que tipo de<br />
transação se refere a consulta:<br />
se à transmissão do bem físico<br />
(o livro) ou se a qualquer<br />
prestação de serviço efetuada<br />
pela editora croata.<br />
2. Considerando que existe uma<br />
«fatura» referente ao «livro», é<br />
de supor que a transação a que<br />
se refere a questão será a da<br />
sua aquisição pela instituição<br />
volume de negócios superior a dez mil euros,<br />
mas inferior a 12 500 que, se fossem<br />
tributados, preencheriam as condições de<br />
inclusão no regime dos pequenos retalhistas.<br />
Se os sujeitos passivos não isentos pretenderem<br />
a aplicação do regime especial,<br />
devem apresentar uma declaração de alterações.<br />
Quando os contribuintes deixam<br />
de reunir as condições para a aplicação do<br />
referido regime, então estão obrigados a<br />
apresentar uma declaração de alterações,<br />
PRÁTICA FISCAL<br />
IVA – ARTIGOS CIENTÍFICOS<br />
de ensino. Neste pressuposto,<br />
vejamos:<br />
3. O conceito de sujeito<br />
passivo definido na alínea a) do<br />
n.° 1 do artigo 2.° do Código<br />
do IVA assume um carácter<br />
transnacional, o que implica<br />
que as entidades residentes no<br />
estrangeiro sejam considera<strong>das</strong><br />
sujeitos passivos do imposto<br />
quando realizem operações<br />
tributáveis no território nacional,<br />
desde que integra<strong>das</strong> no<br />
exercício da sua actividade<br />
económica.<br />
4. Nos termos da alínea a) do<br />
n.° 1 do artigo 1.º do Código do<br />
IVA, estão sujeitas a imposto<br />
«as transmissões de bens e as<br />
prestações de serviços efetua<strong>das</strong><br />
no território nacional, a título<br />
oneroso, por um sujeito passivo<br />
agindo como tal», encontrandose<br />
delimitado no artigo 6.° o<br />
conceito de operações realiza<strong>das</strong><br />
no território nacional.<br />
5. No que respeita às<br />
transmissões de bens, o n.°<br />
1 do citado artigo estabelece<br />
que se consideram efetua<strong>das</strong><br />
no território nacional as<br />
transmissões de bens que nele<br />
estejam situados no momento<br />
em que se inicia o transporte ou<br />
expedição para o adquirente ou,<br />
no caso de não haver expedição<br />
ou transporte, no momento em<br />
que são postos à disposição do<br />
adquirente.<br />
6. Face às referi<strong>das</strong> disposições<br />
legais e verificando-se que<br />
a operação de transmissão<br />
do bem, ou seja, do «livro»,<br />
ocorreu em território croata,<br />
onde foi posto à disposição<br />
do adquirente, nestas<br />
circunstâncias, é evidente, que a<br />
sua tributação não é de fazer em<br />
Portugal.<br />
7. Por outro lado, a Croácia é<br />
um «país terceiro», logo, não<br />
pertencente à Comunidade.<br />
8. Pode acontecer que o bem,<br />
neste caso, o «livro», tratando-se<br />
de um bem que não se encontra<br />
em livre prática, ou seja, que<br />
não tem natureza comunitária,<br />
haja sido exportado/importado<br />
em Portugal.<br />
9. Considera-se «importação» a<br />
entrada em território nacional de<br />
«bens originários ou procedentes<br />
Sistematização do registo de contribuintes<br />
tendo em vista o enquadramento no regime<br />
de tributação. Quando a obrigação<br />
se deve a ter sido atingido um volume de<br />
negócios superior ao limite previsto para<br />
aquela isenção, a declaração é apresentada<br />
durante o mês de Janeiro do ano seguinte<br />
àquele em que o volume de negócios<br />
auferido ultrapassou esse<br />
limite.<br />
Uma outra situação, em particular,<br />
deve ser tida em conta. O<br />
CIVA exige a verificação cumulativa<br />
dos requisitos aí previstos,<br />
de modo a que os sujeitos passivos<br />
possam beneficiar da isenção<br />
consagrada. Mas são impostas<br />
duas limitações à aplicação do regime<br />
especial de isenção quando<br />
os contribuintes reiniciem a atividade<br />
após cessação, não obstante<br />
preencherem as condições exigi<strong>das</strong><br />
na norma legal. Assim, não<br />
podem beneficiar do regime de<br />
isenção, nos 12 meses seguintes<br />
ao da cessação, os sujeitos passivos<br />
que, estando enquadrados<br />
num regime de tributação à data<br />
da cessação de atividade, reiniciem<br />
essa ou outra atividade. E, no ano<br />
seguinte ao da cessão, os contribuintes que<br />
reiniciem essa ou outra atividade e que, se<br />
não tivessem declarado a cessação, seriam<br />
enquadrados no regime normal.<br />
de países terceiros e que não<br />
se encontrem em livre prática<br />
ou que tenham sido colocados<br />
em livre prática no âmbito de<br />
acordos de união aduaneira<br />
(alínea a) do n.º 1 do artigo 5.º<br />
do CIVA).<br />
10. As «importações de bens»<br />
estão sujeitas a imposto sobre<br />
o valor acrescentado (alínea<br />
b) do n.º 1 do artigo 1.º do<br />
CIVA). Neste caso, são sujeitos<br />
passivos do imposto «as pessoas<br />
singulares ou coletivas que,<br />
segundo a legislação aduaneira,<br />
realizem importações de bens».<br />
11. O pagamento do imposto<br />
devido pelas «importações»<br />
de bens é efetuado junto<br />
dos serviços aduaneiros<br />
competentes, de acordo<br />
com as regras previstas na<br />
regulamentação comunitária<br />
aplicável aos direitos de<br />
importação, de acordo com o n.º<br />
3 do artigo 28.º do CIVA.<br />
12. Em conclusão, diremos,<br />
tendo em conta os pressupostos<br />
referidos, que não vemos<br />
motivos para qualquer<br />
«autoliquidação».<br />
INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE GERAL@APOTEC.PT<br />
Trata-se de mais uma medida que pretende simplificar o sistema fiscal, de acordo com a Autoridade<br />
Tributária e Aduaneira. Foi aprovado em Conselho de Ministros o diploma que procede à<br />
sistematização e à harmonização da legislação relativa à atribuição e gestão do número de identificação<br />
fiscal para fins exclusivamente fiscais. O mesmo diploma prevê também a simplificação<br />
<strong>das</strong> formalidades e dos procedimentos de que depende o cumprimento <strong>das</strong> obrigações fiscais por<br />
parte dos contribuintes.<br />
AGENDA FISCAL<br />
JANEIRO<br />
Até ao dia 10<br />
<br />
- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via<br />
Internet da declaração periódica relativa às<br />
operações realiza<strong>das</strong> no mês de novembro. Conjuntamente<br />
com a declaração periódica deve<br />
ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às<br />
transmissões intracomunitárias isentas, efectua<strong>das</strong><br />
no mês de novembro.<br />
Até ao dia 15<br />
<br />
as singulares<br />
- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos notários<br />
e outros funcionários ou entidades que<br />
desempenhem funções notariais, bem como as<br />
entidades ou profissionais com competência<br />
para autenticar documentos particulares que<br />
titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial,<br />
<strong>das</strong> relações dos atos praticados no mês<br />
anterior suscetíveis de produzir rendimentos.<br />
Até ao dia 20<br />
<br />
as singulares<br />
- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />
para efeitos de Imposto sobre o Rendimento<br />
<strong>das</strong> Pessoas Singulares (IRS).<br />
- Entrega, pelas instituições de crédito e companhias<br />
de seguros, aos sujeitos passivos, de<br />
documento comprovativo dos juros, prémios de<br />
seguros de vida e outros encargos, pagos no ano<br />
anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos<br />
aos rendimentos.<br />
- Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem<br />
quaisquer importâncias suscetíveis de<br />
abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta,<br />
de documento comprovativo aos sujeitos<br />
passivos<br />
- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados<br />
à retenção total ou parcial de imposto,<br />
aos sujeitos passivos, de documento comprovativo<br />
<strong>das</strong> importâncias pagas no ano anterior, do<br />
imposto retido na fonte e <strong>das</strong> deduções a que<br />
eventualmente tenha havido lugar.<br />
- Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias<br />
de valores mobiliários, aos investidores,<br />
onde constem os movimentos de registo<br />
efetuados no ano anterior.<br />
<br />
as colectivas<br />
- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />
para efeitos de Imposto sobre o Rendimento<br />
<strong>das</strong> Pessoas Coletivas.<br />
<br />
- Entrega da Declaração Recapitulativa, pelos<br />
sujeitos passivos do IVA (regime normal mensal<br />
e trimestral e isentos nos termos do art. 53º) que<br />
tenham efetuado transmissões intracomunitárias<br />
de bens e/ou prestações de serviços noutros<br />
Estados Membros, quando tais operações sejam<br />
aí localiza<strong>das</strong> nos termos do art. 6º do CIVA.<br />
<br />
- Entrega <strong>das</strong> importâncias reti<strong>das</strong>, no mês anterior,<br />
para efeitos de Imposto do Selo.<br />
IRS<br />
Declaração mod. 3 – Novos impressos<br />
Foi publicada no Diário da República do dia<br />
21 de dezembro a Portaria nº 421/2012, que<br />
aprova os novos modelos da declaração modelo<br />
3 do IRS (folha de rosto), respetivos anexos<br />
e instruções de preenchimento. De acordo com<br />
esta portaria, sofreram alteração os seguintes<br />
anexos: anexo B (rendimentos empresariais<br />
e profissionais - regime simplificado); anexo<br />
C (rendimentos empresariais e profissionais -<br />
contabilidade organizada); anexo G (mais-valias<br />
e outros incrementos patrimoniais); anexo G1<br />
(mais-valias não tributáveis); anexo H (benefícios<br />
fiscais e deduções) e anexo J (rendimentos<br />
obtidos no estrangeiro) Os impressos ora<br />
aprovados devem ser utilizados a partir de 1 de<br />
janeiro de 2013 e destinam-se a declarar os<br />
rendimentos dos anos 2011 e seguintes.
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 33<br />
Apresentado Anuário do Setor Empresarial do Estado<br />
A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) procedeu à apresentação pública do Anuário<br />
do Setor Empresarial do Estado, relativo a 2011, numa cerimónia que decorreu na Universidade<br />
Católica Portuguesa de Lisboa. A coordenação deste trabalho – que compila a informação<br />
financeira <strong>das</strong> empresas públicas e que este ano teve a novidade adicional do setor<br />
regional – esteve a cargo de uma equipa liderada por João Carvalho, presidente do Colégio da<br />
Especialidade de Contabilidade Pública da Ordem.<br />
Da dispensa ou atenuação <strong>das</strong> coimas<br />
O n.º 1 do artigo 2.º do Regime Geral <strong>das</strong> Infrações<br />
Tributárias (RGIT) define infração tributária como<br />
“todo o facto típico, ilícito e culposo declarado<br />
punível por lei tributária”. As infrações, nos termos<br />
do n.º 2 do número seguinte, dividem-se em crimes e<br />
contraordenações.<br />
Em termos práticos, perante o incumprimento de<br />
determinada obrigação fiscal – atraso ou não entrega<br />
de declarações fiscais, não pagamento de impostos ou<br />
outras contribuições, não cumprimento de obrigações<br />
acessórias, etc. – que seja considerada uma infração<br />
tributária, para além da obrigação de cumprimento a<br />
que está obrigado, o contribuinte é ainda sancionado<br />
com a aplicação de uma pena que, no caso de crimes<br />
fiscais, pode ser de prisão ou multa e, nas contraordenações,<br />
ao pagamento de uma coima.<br />
Acontece, porém, que, em muitas situações, os<br />
contribuintes já cumpriram as obrigações fiscais ou,<br />
no caso de impostos em atraso, efetuaram também<br />
o pagamento dos respetivos juros compensatórios.<br />
Neste último caso, como a infração é autónoma, a<br />
não entrega, total ou parcial, da prestação tributária<br />
é punível, nos termos do artigo 114.º do RGIT, com<br />
coima variável entre o valor da prestação em falta e<br />
o seu dobro ou, se a conduta for imputável a título<br />
de negligência, a coima varia entre 15% e metade do<br />
imposto em falta. Se estivermos perante uma pessoa<br />
coletiva, os limites mínimo e máximo destas coimas<br />
são elevados para o dobro (artigo 26.º do RGIT).<br />
Quando são notificados da instauração do processo<br />
e contraordenação, os contribuintes reagem com<br />
A coima pode ser especialmente<br />
atenuada no caso de o infractor<br />
reconhecer a sua responsabilidade e<br />
regularizar a situação tributária até<br />
à decisão do processo.<br />
alguma indignação à aplicação de coimas eleva<strong>das</strong><br />
porque já cumpriram a obrigação fiscal e a infração<br />
resultou, muitas vezes, de atrasos não intencionais e<br />
de curta duração.<br />
Assim, é importante conhecer os mecanismos legais<br />
de dispensa ou atenuação especial da coima a que<br />
os contribuintes podem recorrer, bem como o<br />
entendimento dos tribunais administrativos e fiscais<br />
que, em muitos casos, tem conduzido à redução<br />
significativa do valor <strong>das</strong> coimas aplica<strong>das</strong> pelos<br />
serviços de finanças.<br />
Dispensa ou não aplicação da coima<br />
Nos termos do n.º 1 do artigo 32.º do RGIT, para<br />
além dos casos especialmente previstos na lei, pode<br />
não ser aplicada coima, desde que se verifiquem<br />
cumulativamente as seguintes circunstâncias:<br />
a prática da infração não ocasione prejuízo efetivo à<br />
receita tributária;<br />
Estar regularizada a falta cometida;<br />
A falta revelar um diminuto grau de culpa.<br />
Para a devida interpretação deste artigo, há que<br />
atender ao sentido do conceito “prejuízo efetivo”.<br />
Poderemos enquadrar nesta norma aquelas situações<br />
em que o contribuinte se atrasou no pagamento<br />
AMÂNDIO SILVA<br />
JURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />
dos impostos mas regularizou a situação alguns dias<br />
depois?<br />
A doutrina e a jurisprudência têm entendido<br />
que. “…A exigência cumulativa de que a prática<br />
da infração não ocasione prejuízo efetivo à<br />
receita tributária não terá em vista referenciar<br />
os casos em que a regularização veio a ocorrer,<br />
com o pagamento integral da quantia em dívida,<br />
mas sim reportar-se às situações em que não<br />
chegou a produzir-se prejuízo antes de ocorrer<br />
a regularização. (…) Ter-se-ão em vista, assim,<br />
primarcialmente, contraordenações que não estão<br />
diretamente conexiona<strong>das</strong> com o pagamento de<br />
prestação tributária, de que são exemplo os casos de<br />
violação de segredo por negligência (artigo 115.º),<br />
falta ou atraso na apresentação de declarações<br />
que não tenham por fim permitir à administração<br />
tributária determinar, avaliar ou comprovar a<br />
matéria coletável ou a falta de exibição de dísticos<br />
(artigo 117.º), a falta de apresentação de livros de<br />
escrituração, antes da respetiva utilização (artigo<br />
122.º) e a falta de nomeação de representantes<br />
(artigo 124.º e a falta de conta bancária)”.<br />
JORGE LOPES DE SOUSA e MANUEL SIMAS<br />
SANTOS, Regime Geral <strong>das</strong> Infracções Tributárias,<br />
Anotado, 2008, p. 317.<br />
No mesmo sentido, os tribunais superiores<br />
consideram que a dispensa de coima pressupõe que<br />
não seja causado qualquer prejuízo à receita fiscal<br />
antes de ocorrer a regularização da falta (Ac. do STA,<br />
de 07/11/2001, Proc. 26414, disponível no sítio<br />
(www.dgsi.pt). (…) Tal não será o caso se a declaração<br />
periódica do IVA for entregue sem que a mesma seja<br />
acompanhada do respetivo meio de pagamento – Ac.<br />
do STA, de 06/02/2002, Proc. 26216, Idem.<br />
Não estando preenchidos os requisitos para a dispensa<br />
da coima, o contribuinte pode, ainda assim, solicitar a<br />
atenuação especial da pena.<br />
Atenuação especial da coima<br />
A coima pode ser especialmente atenuada no caso<br />
de o infrator (i) reconhecer a sua responsabilidade e<br />
(ii) regularizar a situação tributária até à decisão do<br />
processo (n.º 2 do artigo 32.º do RGIT).<br />
A administração fiscal, na generalidade dos processos<br />
de contraordenação, não tem aplicado devidamente<br />
esta disposição, o que tem levado os tribunais a<br />
reduzir as coimas aplica<strong>das</strong> (Neste sentido, vide Ac.<br />
do TCA, de 28/03/2007, Proc. 1609/07, AC. do<br />
TCA, de 06/06/2006, Proc. 1140/06, Ac. do TCA,<br />
de 03/07/2007, Proc. 1799/07, Ac. do TCA, de<br />
19/06/2007, Proc. 1753/07).<br />
Com efeito, nas situações em que a obrigação foi<br />
cumprida num curto espaço de tempo, há que atender<br />
aos critérios estabelecidos no artigo 27.º quanto à<br />
graduação da pena: a coima deverá ser graduada em<br />
função da gravidade do facto, da culpa do agente e da<br />
sua situação económica.<br />
Assim sendo, de acordo com o disposto no n.º 3<br />
do artigo 18.º do Regime Geral do Ilícito de Mera<br />
Ordenação Social (RGCO), os limites máximo e<br />
mínimo da coima são reduzidos para metade.<br />
É ainda admitida, pela nova redação do artigo 51.º do<br />
RGCO, a possibilidade de ser proferida apenas uma<br />
admoestação pela entidade competente “quando a<br />
reduzida gravidade da infração e da culpa do agente o<br />
justifique.”<br />
Aprovado diploma respeitante a assistência mútua<br />
de cobrança de créditos<br />
Foi aprovado o decreto-lei que procede à transposição da diretiva relativa à assistência mútua<br />
em matéria de cobrança de créditos respeitantes a impostos, direitos e outras medi<strong>das</strong>. O DL<br />
nº 263/2012, de 20 de dezembro, revê e aperfeiçoa as regras atualmente existentes, estimulando<br />
e facilitando o recurso à assistência mútua na cobrança da União Europeia, medida há muito<br />
exigida pela Comissão, no âmbito da estratégia global de combate à fraude e à evasão fiscais.<br />
CONSULTÓRIO TÉCNICO<br />
FISCALIDADE<br />
Sociedades irregulares<br />
são sujeitos passivos de IRC<br />
e não se aplica o princípio<br />
da neutralidade fiscal<br />
Existindo transmissão de propriedade de<br />
bens imóveis propriedade dos sócios para a<br />
sociedade legalizada, haverá tributação em<br />
sede de IRS na esfera da categoria G – maisvalias.<br />
Em relação à transmissão de viaturas<br />
(bem igualmente sujeito a registo), não<br />
sendo presumida uma atividade comercial,<br />
não haverá tributação em sede de IRS.<br />
Um cliente de um TOC é sócio de duas sociedades<br />
constituí<strong>das</strong> de forma irregular. O elevado balanço que as<br />
sociedades atingiram e a forma como são vistas no meio<br />
empresarial fez com que o sócio principal tomasse a decisão<br />
de querer transformar aquelas entidades em uma ou duas<br />
sociedades por quotas.<br />
Na primeira sociedade detém 99% do capital e na segunda é<br />
detentor de 50% do capital social.<br />
Na leitura do artigo 86.º do CIRC e na conjugação do<br />
artigo 38.º do CIRS não se fica com a certeza de existir<br />
neutralidade fiscal quanto à natureza desta operação, porque<br />
se refere a uma atividade de uma pessoa singular. As dúvi<strong>das</strong><br />
que se colocam são as seguintes:<br />
Há lugar a transformações jurídicas desta forma de<br />
sociedades?<br />
Na questão fiscal, esta operação está ao abrigo da<br />
neutralidade fiscal emanada dos artigos atrás mencionados?<br />
O artigo 38.º do Código do IRS apenas se aplica quando<br />
um titular de rendimentos da categoria B do IRS realiza o<br />
capital com o património afeto à sua atividade empresarial ou<br />
profissional para a constituição de uma sociedade, sujeito passivo<br />
de IRC.<br />
As sociedades irregulares são sujeitos passivos de IRC, pelo que o<br />
artigo 38.º relativo à neutralidade fiscal não se aplica à situação<br />
colocado pelo Colega.<br />
Existindo transmissão de propriedade de bens imóveis<br />
propriedade dos sócios para a sociedade legalizada, haverá<br />
tributação em sede de IRS na esfera da categoria G – mais-valias.<br />
Em relação à transmissão de viaturas (bem igualmente sujeito<br />
a registo), não sendo presumida uma atividade comercial, não<br />
haverá tributação em sede de IRS.<br />
Nada impede que um particular que pode ser o próprio sócio<br />
transmita a propriedade de viaturas ou outros bens a sociedades<br />
(podendo ser uma transmissão onerosa ou mesmo gratuita).<br />
Tratando-se de uma venda (transmissão onerosa), não haverá<br />
tributação em IRS na esfera do particular, desde que não exista<br />
a presunção do exercício de uma atividade comercial e sempre<br />
tendo em atenção a norma referente a preços de transferência<br />
constante do artigo 63.º do Código do IRC.<br />
A figura de sociedade irregular significa que algum formalismo<br />
legal não foi cumprido, designadamente, registo na conservatória<br />
de registo comercial.<br />
Assim, na ótica jurídica, não se deve falar em transformação<br />
jurídica, mas sim na legalização de uma sociedade irregular, com<br />
todos os formalismos legais, pacto social, órgãos sociais, sócios e<br />
respetivas participações, disposições estatutárias e correspondente<br />
registo na conservatória.<br />
INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CON-<br />
TAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
34 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
MARKETING<br />
CARLOS OLIVEIRA, GENERAL MANAGER DA AMPLIPHAR, AFIRMA<br />
“A área de negócio do selfcare<br />
vai crescer em Portugal”<br />
Depois de ter trabalhado<br />
mais de 40 anos na<br />
indústria farmacêutica,<br />
Carlos Oliveira decidiu<br />
desafiar dois colegas<br />
que são também fortes<br />
conhecedores do setor<br />
e criaram a Ampliphar.<br />
A empresa de “selfcare”,<br />
para além de trabalhar<br />
em parceria com outras<br />
marcas, conta já com<br />
o lançamento de duas<br />
marcas próprias: Win-<br />
Fit e All-in-Fit e para<br />
2013 está previsto o<br />
lançamento de novos<br />
produtos.<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Qual a<br />
missão da Ampliphar?<br />
Carlos Oliveira - Numa altura<br />
em que condicionantes económicas<br />
afetam globalmente o país e<br />
de forma particular o setor farmacêutico,<br />
a Ampliphar pretende<br />
ser uma empresa de referência na<br />
área do “selfcare”. Pretendemos<br />
desenvolver marcas próprias –<br />
Win-Fit e All-in-Fit são os primeiros<br />
desafios – e construir com<br />
as empresas que representamos,<br />
ou venhamos a representar, parcerias<br />
sóli<strong>das</strong> e rentáveis, de forma<br />
a assegurar colaborações de<br />
longa duração.<br />
Carlos Oliveira sublinha que, “apesar de algum crescimento verificado nos<br />
últimos anos, estamos ainda distantes da média europeia no que ao consumo<br />
de produtos selfcare diz respeito”.<br />
VE - Como nasceu a ideia de<br />
negócio?<br />
CO - Estive envolvido, desde<br />
março de 1994 até setembro de<br />
2011, num projeto (Prisfar) do<br />
qual fui também sócio fundador.<br />
Após um curto período de descanso<br />
e alguma reflexão, decidi<br />
com a Mariana Azevedo (sócia<br />
e diretora de marketing) e o José<br />
Ribeiro (sócio e diretor financei-<br />
ro) passarmos da reflexão à ação,<br />
fundando a Ampliphar em finais<br />
de dezembro de 2011.<br />
Tendo plena consciência que<br />
este projeto tem relevante coeficiente<br />
de risco, também acreditamos<br />
que é absolutamente exequível<br />
e detentor de considerável<br />
potencial de sucesso. A Ampliphar<br />
tem uma estrutura humana<br />
muito sólida, constituída por<br />
ACP coma garrafeira online<br />
A agência criativa de marketing e comunicação digital<br />
Wiz Interactive (WIZ) criou a garrafeira online<br />
do ACP (http://garrafeira.acp.pt). A plataforma<br />
reúne uma seleção de vinhos apresentados e comentados<br />
por enólogos da Sogrape Vinhos com informação<br />
de detalhes sobre a origem, história, vinificação,<br />
sugestões de consumo e acompanhamento.<br />
“Tendo plena<br />
consciência que este<br />
projeto tem relevante<br />
coeficiente de risco,<br />
também acreditamos<br />
que é absolutamente<br />
exequível e detentor de<br />
considerável potencial<br />
de sucesso”<br />
pessoas que conhecemos bem,<br />
com quem partilhámos anos bem<br />
sucedidos, de muito trabalho e<br />
dedicação constantes, tendo superado<br />
com assinalável sucesso os<br />
desafios, então, enfrentados.<br />
VE - A empresa atua no setor<br />
farmacêutico. Qual a estratégia<br />
da empresa? O que é que a diferencia?<br />
CO - A Ampliphar exerce a sua<br />
atividade numa área de negócio<br />
composta por uma quantidade<br />
muito diversificada de produtos,<br />
bens e serviços aos quais os<br />
consumidores podem ter acesso<br />
direto.<br />
Ao tomarmos a decisão de introduzir<br />
um produto no mercado,<br />
não nos limitamos a explorar<br />
comercialmente o potencial desse<br />
mesmo produto. Divulgamos<br />
também conceitos, aprofundando<br />
a informação junto dos consumidores,<br />
por forma a implementar<br />
nos seus hábitos não apenas o<br />
consumo <strong>das</strong> marcas e produtos<br />
Torrié lança aplicação para smartphone sobre café<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
A marca de café Torrié lançou<br />
uma aplicação para smartphone<br />
que permite aceder, de forma gratuita,<br />
a um conjunto de informações<br />
sobre aquela bebida. Aquela<br />
plataforma de telemóvel servirá<br />
também para obter, a título de<br />
exemplo, dicas para um estilo de<br />
vida saudável e receitas do chef<br />
João Pupo.<br />
Através da aplicação, que já<br />
se encontra disponível e foi de-<br />
senvolvida pela Thing Pink,<br />
será possível receber indicações,<br />
através de um localizador de georreferência,<br />
sobre locais para a<br />
prática de atividades desportivas<br />
e de bem-estar próximos do local<br />
onde cada utilizador se encontrar.<br />
Outra <strong>das</strong> potencialidades<br />
da plataforma passa por propor<br />
receitas inovadoras que incluam<br />
o café como ingrediente e/ou<br />
simplesmente aceder a imagens<br />
sobre café através da ligação ao<br />
Pinterest.<br />
Aplicação a pensar nos<br />
adeptos da vida saudável<br />
“Esta aplicação foi pensada<br />
para os adeptos de uma vida saudável,<br />
sublinhando que o café é<br />
um elemento integrante de uma<br />
dieta equilibrada, e para os apaixonados<br />
pela culinária, facultando<br />
informação sobre o café como<br />
um ingrediente imprescindível<br />
aos melhores gourmands”, explica<br />
o departamento de marketing<br />
da Torrié.<br />
Desta feita, a iniciativa pretende<br />
“impulsionar o interesse dos consumidores<br />
pelo café e pelas várias<br />
opções que esta bebida oferece na<br />
culinária portuguesa e internacional”,<br />
refere ainda a mesma fonte.<br />
Com este lançamento, a marca<br />
de café portuguesa pretende<br />
surpreender o seu mercado e ser<br />
útil no estilo de vida de cada um.<br />
“Dinâmica e vanguardista, a Torrié<br />
tem apostado em oferecer aos<br />
consumidores produtos inovadores<br />
e de alta qualidade, reconheci-<br />
que comercializamos, mas também<br />
o entendimento de que o<br />
“selfcare” é uma prática que deve<br />
ser permanente.<br />
VE - Em que medida a atual<br />
conjuntura, inclusive para o setor<br />
farmacêutico, é uma oportunidade<br />
para este negócio?<br />
CO - A atual conjuntura económica<br />
não é genericamente favorável<br />
ao consumo, uma vez que<br />
há uma redução generalizada dos<br />
meios disponíveis para esse fim.<br />
No entanto, acreditamos que, independentemente<br />
<strong>das</strong> condicionantes<br />
económicas, a área de negócio<br />
do “selfcare” pode crescer<br />
se houver trabalho concertado<br />
<strong>das</strong> empresas, farmácias, espaços<br />
saúde e outros agentes envolvidos<br />
nesta atividade, tendo como<br />
objetivo a sensibilização dos consumidores<br />
para as vantagens de<br />
“investir” em saúde.<br />
Apesar de algum crescimento<br />
verificado nos últimos anos, estamos<br />
ainda distantes da média<br />
europeia, no que ao consumo de<br />
produtos “selfcare” diz respeito.<br />
VE - Quais são as grandes<br />
metas da Ampliphar a curto e<br />
médio prazo?<br />
CO -A Ampliphar tem o objetivo<br />
de sedimentar, no mais curto<br />
espaço de tempo, o portefólio<br />
de produtos com que iniciou a<br />
sua atividade. Adicionalmente,<br />
o nosso plano de negócios para<br />
2013, inclui o lançamento de<br />
novos produtos, que acrescentarão<br />
ao portefólio da Ampliphar<br />
maiores diversificação, competitividade<br />
e sustentabilidade.<br />
dos através de inúmeros prémios<br />
nacionais e internacionais. Ao<br />
mesmo tempo tem vindo a desenvolver<br />
várias ações que refletem<br />
as preocupações sociais da marca,<br />
designadamente na promoção de<br />
um estilo de vida saudável. Aliado<br />
ao foco na inovação, a Torrié<br />
procura acrescentar valor aos seus<br />
produtos através de serviços que<br />
estimulam um relacionamento<br />
mais próximo entre a marca e o<br />
consumidor”, explica o departamento<br />
de marketing.
PME profi ssionalizam presença na internet<br />
DORA TRONCÃO<br />
As PME revelam muita vontade<br />
em profi ssionalizar a sua<br />
presença na internet (65% <strong>das</strong><br />
PME europeias têm website), já<br />
que cerca de 67% acreditam que<br />
ter uma página online é crucial<br />
num contexto económico difícil<br />
como o atual, revela um estudo<br />
da EURid (European Registry<br />
for Internet Domains), realizado<br />
em 2012 e apresentado pela primeira<br />
vez no Seminário Ámen.<br />
As características mais associa<strong>das</strong><br />
ao .eu pelos utilizadores<br />
são: europeu (79%), internacional<br />
(41%), inovador (40%),<br />
político (36%), original (35%),<br />
sério (34%) e ambicioso (33%).<br />
O top ten dos países com mais<br />
registos de domínios “.eu” são:<br />
Alemanha, Holanda, França,<br />
Reino Unido, Polónia, Itália,<br />
República Checa, Áustria, Bélgica<br />
e Espanha. Os países escandinavos<br />
são os que têm mais<br />
presença online.<br />
Atrair clientes e explorar<br />
novos mercados<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 35<br />
Banco Bic faz publicidade em copos na restauração<br />
O Banco Bic é a primeira marca a aderir à proposta da adCaffe que passa por fazer publicidade em<br />
copos utilizados em estabelecimentos comerciais da restauração.<br />
O objetivo é alcançar os 1,2 milhões de contactos diretos com os<br />
consumidores. A campanha arrancou em 50 estabelecimentos<br />
de Lisboa localizados sobretudo em zonas de escritórios.<br />
A Amen, empresa do Grupo<br />
Multinacional Italiano Dada e<br />
líder europeia em soluções de<br />
presença online, organizou recentemente<br />
o seminário .eu, um<br />
clique para o sucesso”, evento de<br />
dimensão internacional dedicado<br />
ao domínio de topo “.eu”. O<br />
encontro contou com a participação<br />
de Giovanni Seppia, diretor<br />
de Relações Externas EURid<br />
(European Registry for Internet<br />
Domains), entidade responsável<br />
pela gestão deste domínio<br />
no âmbito de um acordo com a<br />
Comissão Europeia, que esteve,<br />
pela primeira vez, representada<br />
num evento em Portugal.<br />
Segundo Giovanni Seppia,<br />
o domínio .eu “confere uma<br />
imagem de empresa europeia<br />
com produtos europeus”, sendo<br />
esta opinião generalizada que lhe<br />
transmitiram os empresários que<br />
escolhem este domínio: querem<br />
que os mercados percebam as<br />
suas empresas e os seus produtos<br />
como europeus, mas também<br />
pretendem apresentar-se online<br />
com uma extensão dinâmica, jovem<br />
e de confi ança”.<br />
Quanto à perceção do consumidor,<br />
“os 3,7 milhões de<br />
domínios “.eu” registados mostram”,<br />
segundo Giovanni Seppia,<br />
que “os europeus fi zeram<br />
uma escolha consciente do domínio<br />
“.eu”. Foi um dos primeiros<br />
domínios que implica a<br />
respetiva localização geográfi ca<br />
e este é um aspeto que subli-<br />
nhamos sempre como uma <strong>das</strong><br />
suas caraterísticas distintivas.<br />
Ter “.eu” signifi ca “made in<br />
Europe”, uma verdadeira marca<br />
de qualidade para o marketing e<br />
branding online”.<br />
Quanto à situação portuguesa,<br />
existem atualmente 13 mil<br />
domínios “.eu” registados. “É<br />
um número pouco signifi cativo<br />
quando comparado com mais<br />
de um milhão de alemães registados,<br />
mas isso também signifi ca<br />
que existe uma margem de crescimento<br />
muito grande. Acredito<br />
que as pessoas se tentam inventar<br />
ou reinventar elas próprias e<br />
o seu negócio nesta altura. Por<br />
conseguinte, “.eu” pode ser um<br />
aliado para atrair novos clientes<br />
possíveis e explorar novos mercados”.<br />
Nova Expressão apoia campanha da Oikos<br />
O novo Harvard Trends é mais,<br />
MAS NÃO É DO MESMO.<br />
É um livro inteiramente novo<br />
e com um novo enfoque.<br />
Usufrua da<br />
CAMPANHA ESPECIAL<br />
LEVE 3 E PAGUE 2<br />
Continuando a manter a lógica de tendências na área<br />
da gestão, com uma escrita de leitura fácil, rápida e acessível<br />
a todos, o Harvard Trends 2013 abarca novas áreas<br />
até agora menos trata<strong>das</strong>, como as apps e redes sociais.<br />
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encomen<strong>das</strong>@vidaeconomica.pt 223 399 400<br />
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MARKETING<br />
A Nova Expressão é a agência de meios da nova campanha da Oikos, uma Organização Não<br />
Governamental para o Desenvolvimento. “10 cêntimos é o custo para um mundo mais justo”<br />
é o mote da campanha que tem como meta angariar associados e fundos de apoio à ação<br />
da Oikos na área da ajuda alimentar, apoio à reconstrução, desenvolvimento rural e acesso à<br />
água potável junto <strong>das</strong> populações em Portugal, África e América Latina.<br />
PUB
36 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
DIREITOS<br />
“Somos uma empresa privada de transporte<br />
público de passageiros e tomámos<br />
conhecimento que, a partir do início de<br />
Janeiro de 2013, as regras relativas à<br />
faturação foram altera<strong>das</strong> com a extinção<br />
do documento equivalente à fatura. Assim,<br />
gostaríamos de ser esclarecidos sobre a<br />
obrigatoriedade de emissão de fatura na<br />
nossa actividade específica ou se continua a<br />
ser suficiente o bilhete de transporte, sobre<br />
a certificação do programa de facturação<br />
e obrigação de envio de Ficheiro SAF-T<br />
mensalmente à AT”<br />
Na atualidade, prevê-se no artigo 2.º n.º<br />
2, alínea d), da Portaria n.º 22-A/2012,<br />
de 24.01, que os sujeitos passivos que<br />
“efectuem transmissões de bens através<br />
de aparelhos de distribuição automática ou<br />
prestações de serviços em que seja habitual<br />
a emissão de talão, bilhete de ingresso ou<br />
de transporte, senha ou outro documento<br />
pré-impresso e ao portador comprovativo<br />
do pagamento” estão isentos de utilizar,<br />
exclusivamente, programas informáticos de<br />
facturação que tenham sido objecto de prévia<br />
certificação pela Autoridade Tributária e<br />
Aduaneira.<br />
Ora, este regime mantém-se inalterado,<br />
apesar <strong>das</strong> alterações introduzi<strong>das</strong> pelo<br />
Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24.08, e pelo<br />
Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24.08.<br />
Na realidade, o artigo 40.º do Código do<br />
IVA foi substancialmente alterado pela<br />
nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º<br />
197/2012, de 24.08, que entrará em vigor<br />
em 1.1.2013. Assim, a anterior dispensa<br />
da obrigação de faturação e obrigatoriedade<br />
de emissão de talões de venda passou a ter<br />
a designação de faturas simplifica<strong>das</strong>, em<br />
consequência da extinção do documento<br />
equivalente à fatura. No que concerne ao<br />
caso específico da prestação de serviços de<br />
transportes, o artigo 40.º, n.º 5, do CIVA<br />
passará a dispor que, “sem prejuízo da<br />
obrigação de registo <strong>das</strong> transmissões de<br />
bens e <strong>das</strong> prestações de serviços efetua<strong>das</strong><br />
Uma <strong>das</strong> mais importantes novidades da<br />
Lei nº 31/2012, de 14 de Agosto, que<br />
veio alterar alguns aspetos do regime do<br />
arrendamento, prende-se com a criação do<br />
Procedimento Especial de Despejo. Este<br />
procedimento foi introduzido na Lei nº<br />
6/2006, de 27 de fevereiro, que aprovou<br />
o Novo Regime do Arrendamento Urbano,<br />
tendo por objetivo principal permitir efetivar a<br />
cessação do arrendamento nos casos em que<br />
o arrendatário não desocupe o locado na data<br />
prevista na lei, ou na data fixada por acordo<br />
entre as partes.<br />
Para a tramitação deste procedimento, foi<br />
pensado o Balcão Nacional do Arrendamento<br />
(BNA) com competência em todo o território<br />
nacional, funcionando apenas como<br />
plataforma online, e onde são entregues os<br />
requerimentos de despejo. O requerimento<br />
que é entregue no BNA tem sempre de ser<br />
instruído, consoante o motivo de cessação<br />
do contrato, do próprio contrato reduzido a<br />
escrito e dos comprovativos de efetivação<br />
[a obrigação da emissão de factura] pode ser<br />
cumprida mediante a emissão de documentos<br />
ou do registo <strong>das</strong> operações, […], nas […]<br />
a) Prestações de serviços de transporte,<br />
estacionamento, portagens e entra<strong>das</strong> em<br />
espetáculos, quando seja emitido um bilhete<br />
de transporte, ingresso ou outro documento<br />
ao portador comprovativo do pagamento”.<br />
Portanto, mantém-se em vigor o regime<br />
específico aplicado às empresas prestadoras<br />
de serviços de transporte de passageiros. Em<br />
conformidade com a mencionada Portaria,<br />
a consulente estará isenta da utilização<br />
de programas de faturação previamente<br />
certificados pela Autoridade Tributária e<br />
Aduaneira.<br />
No que diz respeito à obrigação de envio<br />
dos ficheiros SAF-T, a consulente está, nos<br />
termos da Portaria 321-A/2007, de 26.03,<br />
<strong>das</strong> diligências exigi<strong>das</strong> legalmente para<br />
a respetiva cessação. Não obstante o<br />
procedimento tramitar exclusivamente no<br />
BNA, este ainda não foi criado, sendo que<br />
no passado dia 8 de Novembro de 2012, em<br />
Conselho de Ministros foi aprovado o diploma<br />
que procede à sua criação e instalação, e que<br />
define ainda as regras do seu funcionamento,<br />
aguardando-se agora a conclusão do respetivo<br />
procedimento legislativo para que o BNA<br />
possa entrar em efetivo funcionamento.<br />
Este procedimento pretende agilizar o<br />
despejo, sendo os prazos aí previstos bastante<br />
curtos. Assim, apresentado o requerimento de<br />
despejo no Balcão Nacional do Arrendamento,<br />
este apenas pode ser recusado se omitir<br />
algum dos requisitos tipificados no art.15º-C<br />
da Lei nº6/2006, podendo todavia o<br />
requerente no prazo de 10 dias apresentar<br />
novo requerimento. Uma vez rececionado o<br />
requerimento, o BNA procede à notificação do<br />
requerido no prazo máximo de 15 dias para<br />
que este possa desocupar o locado, deduzir<br />
LEGAL & ILEGAL<br />
A NOVA AÇÃO DE DESPEJO<br />
Joge Miranda abre ciclo de debates<br />
do Clube dos Pensadores<br />
Jorge Miranda vai estar hoje presente no primeiro debate de<br />
2013 do Clube dos Pensadores. O constitucionalista irá abordar<br />
o tema “Estado Social”. O encontro decorre no Hotel Holiday<br />
Inn, em Gaia, pelas 21h45. O Orçamento de Estado<br />
2013 e o acórdão de 2012 sobre o OE vão estar em destaque.<br />
AS EMPRESAS DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS<br />
FACE ÀS NOVAS REGRAS DE EMISSÃO DE FATURA<br />
alterada pela Portaria 1192/2009, de 8.10,<br />
obrigada “a produzir um ficheiro … sempre<br />
que solicitado pelos serviços de inspeção,<br />
no âmbito <strong>das</strong> suas competências”. Porém,<br />
deve-se distinguir a obrigação de certificação<br />
do programa de faturação e a obrigação de<br />
gerar um ficheiro SAF-T para os efeitos supra<br />
referidos. Portanto, da certificação prévia o<br />
sujeito passivo está dispensado, mas não da<br />
geração de um ficheiro SAF-T para os citados<br />
efeitos.<br />
Com efeito, o Decreto-Lei n.º 198/2012,<br />
de 24.08, não vem exigir especificamente<br />
a remessa deste tipo de ficheiro, mas antes<br />
a comunicação à Autoridade Tributária<br />
e Aduaneira, por transmissão eletrónica<br />
de dados, dos elementos <strong>das</strong> faturas<br />
emiti<strong>das</strong> nos termos do CIVA, através da<br />
remessa do referido ficheiro SAF-T (PT)<br />
oposição ao requerimento, ou requerer o<br />
diferimento da desocupação do locado.<br />
O requerido pode exercer a oposição ao<br />
requerimento no prazo de 15 dias contados<br />
da sua notificação, sendo que, na falta de<br />
oposição, nos casos em que esta é tida<br />
como não deduzida ou quando na pendência<br />
do processo o requerido não procede ao<br />
pagamento ou depósito <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> que se<br />
foram vencendo, o requerimento de despejo<br />
é convertido em título para a desocupação do<br />
locado.<br />
Contudo, se é deduzida validamente a<br />
oposição, o BNA é remetido para o tribunal,<br />
podendo o juiz marcar data da audiência de<br />
julgamento, a qual terá de ser realizada no<br />
prazo de 20 dias contados da distribuição. O<br />
objetivo central da audiência de julgamento<br />
é o acordo <strong>das</strong> partes, sendo que, se este<br />
se frustrar, procede-se à produção de prova,<br />
sendo a sentença, finda a produção de prova<br />
e as breves alegações orais <strong>das</strong> partes, ditada<br />
para a ata.<br />
ou por transmissão electrónica de dados<br />
em tempo real, integrada em programa de<br />
faturação electrónica. No entanto, dado<br />
que, nos termos acima expostos, não existe<br />
a obrigação de emissão de fatura, o atual<br />
entendimento da Autoridade Tributária e<br />
Aduaneira vai no sentido de não ser exigível<br />
tal comunicação, sem prejuízo de ter sido<br />
requerida pelos serviços aplicadores desta<br />
norma, esclarecimento sobre esta questão,<br />
o que poderá implicar alterações no actual<br />
entendimento.<br />
Em conclusão,<br />
- A Portaria 22-A/2012, de 24.01, mantêmse<br />
em vigor, pelo que a consulente está<br />
dispensada da certificação prévia do programa<br />
informático de faturação;<br />
- A obrigação de faturação pode ser cumprida<br />
ao abrigo do disposto no artigo 40.º, n.º 5,<br />
do CIVA, mediante a emissão do bilhete de<br />
transporte;<br />
- Nos termos da Portaria 321-A/2007, de<br />
26.03, alterada pela Portaria 1192/2009, de<br />
8.10, a consulente está obrigada a produzir<br />
um ficheiro SAF-T sempre que solicitado<br />
pelos serviços de inspeção, no âmbito <strong>das</strong><br />
suas competências;<br />
- O Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24.08,<br />
passou exigir a comunicação à Autoridade<br />
Tributária e Aduaneira, por transmissão<br />
eletrónica de dados, dos elementos <strong>das</strong><br />
faturas emiti<strong>das</strong> nos termos do CIVA, através<br />
da remessa do referido ficheiro SAF-T (PT)<br />
ou por transmissão eletrónica de dados<br />
em tempo real, integrada em programa de<br />
faturação eletrónica;<br />
- O atual entendimento da Autoridade<br />
Tributária e Aduaneira defende que a<br />
obrigação acima identificada não se aplicará<br />
a estes sujeitos passivos (que beneficiam do<br />
regime do artigo 40.º, n.º 5, do CIVA).<br />
ZEFERINO FERREIRA<br />
Gabinete de Advogados<br />
António Vilar, Luis Cameirão & Associados<br />
avlc@avlc-advogados.com<br />
www.avlc-advogados.com<br />
Ora, uma vez constituído título ou decisão<br />
judicial para a desocupação do lesado, as<br />
entidades competentes deslocam-se de<br />
imediato ao locado para tomar posse do<br />
imóvel, quando senhorio e arrendatário não<br />
acordem prazo para a desocupação do locado.<br />
Não obstante serem estes os termos do<br />
procedimento especial de despejo em<br />
geral, existem regras específicas no caso de<br />
arrendamento urbano com fins habitacionais.<br />
Em suma, com a criação definitiva do BNA,<br />
os senhorios poderão, de forma célere e<br />
descomplicada, obter a desocupação efetiva<br />
dos seus locados quando os arrendatários se<br />
recusem a fazê-lo voluntariamente, nos casos<br />
em que o contrato de arrendamento não pode<br />
mais manter-se entre as partes.<br />
Daniela S. Ramalho<br />
Gabinete de Advogados<br />
António Vilar, Luis Cameirão & Associados<br />
avlc@avlc-advogados.com<br />
www.avlc-advogados.com
DE ABERTURA, RESGATE ANTECIPADO, TRANSFERÊNCIA OU, SOBRETUDO, GESTÃO<br />
Comissões são a principal variável<br />
entre diferentes PPR Os receios com<br />
Os Planos Poupança<br />
Reforma já não têm<br />
os benefícios fiscais<br />
do passado, mas a<br />
preocupação com a<br />
sustentabilidade da<br />
segurança social a longo<br />
prazo está a levar muitos<br />
portugueses a colocaram a<br />
hipótese de subscreverem<br />
aquele produto. A “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>” solicitou<br />
uma simulação deste PPR<br />
a bancos e seguradoras<br />
e concluiu que as<br />
principais diferenças<br />
estão nas comissões<br />
– abertura, resgate<br />
antecipado, transferência<br />
ou, sobretudo, gestão –<br />
cobra<strong>das</strong>.<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
As comissões são a principal<br />
variável entre os Planos Poupança<br />
Reforma (PPR) disponíveis<br />
no mercado. Segundo as<br />
simulações pedi<strong>das</strong> pela “<strong>Vida</strong><br />
Fundo/Entidade<br />
Fonte: entidades<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 37<br />
MERCADOS<br />
<strong>Económica</strong>”, não é tanto nas taxas<br />
futuras de remuneração que<br />
se notam as diferenças, mas nas<br />
comissões cobra<strong>das</strong> pela entidade<br />
gestora, sejam de abertura, de<br />
resgate antecipado, transferência<br />
ou, sobretudo, de gestão. Com<br />
efeito, as taxas futuras são apenas<br />
previsões, enquanto as comissões<br />
estão previstas de forma<br />
concreta.<br />
Embora tenham cada vez menos<br />
benefícios fiscais, os PPR,<br />
sejam fundos ou seguros (podem<br />
ser destes dois tipos), começam a<br />
ser hipótese colocada por muitos<br />
portugueses, preocupados com<br />
os rumores que vão surgindo<br />
sobre a sustentabilidade da segurança<br />
social a longo prazo. O<br />
problema é que o dinheiro que<br />
sobra nos magros orçamentos<br />
familiares é pouco ou nenhum.<br />
Com base nesta lusa realidade,<br />
a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” solicitou<br />
uma simulação “austera” de PPR<br />
a bancos e seguradoras. O “nosso”<br />
investidor tem 40 anos e vai<br />
investir 500 euros iniciais, entregando,<br />
depois, até aos 65 anos,<br />
25 euros por mês.<br />
CA <strong>Vida</strong> não cobra gestão<br />
Começando pelas comissões<br />
de gestão, a seguradora CA <strong>Vida</strong><br />
(CA PPR) é a única, entre as que<br />
a aceitaram o desafio, que não<br />
cobra qualquer valor. Na Liberty<br />
Seguros (Liberty PPR Mais),<br />
a taxa total anual pode chegar a<br />
1%: máximo de 0,7%, debitado<br />
em duodécimos, sobre o valor<br />
do Fundo PPR e máximo de<br />
0,3%, debitado em duodécimos,<br />
sobre o saldo da conta poupança<br />
no final de cada mês.<br />
No caso da Lusitania <strong>Vida</strong><br />
(Plano de Reforma PPR Lusitania<br />
2011), as comissões, aqui<br />
mensais, de gestão são de 0,1%<br />
nos primeiros cinco anos de<br />
contrato e 0,075% nos restantes.<br />
Na Mapfre, a comissão anual é<br />
de 1% sobre o valor do fundo.<br />
Fonte da seguradora indicou-<br />
-nos que esta comissão não afeta<br />
a poupança acumulada, apenas o<br />
resultado anual do fundo.<br />
No Banco Popular (que enviou<br />
simulações de fundos Eurovida<br />
Plano PPR) e no BPI (BPI<br />
Reforma Investimento PPR) a<br />
comissão anual é 1,5%. Na Caixa<br />
Geral de Depósitos (CGD) e<br />
redes Fidelidade Mundial e Império<br />
Bonança (Leve PPR) não<br />
há cobrança de comissões, com<br />
exceção para o Leve Duo, que<br />
também cobra 1,5%. No caso<br />
do Montepio, cuja simulação<br />
enviada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” foi<br />
preparada pela Futuro, a sociedade<br />
gestora de fundos de pen-<br />
COMISSÕES PODEM FAZER A DIFERENÇA<br />
sustentabilidade<br />
futura da segurança<br />
social aumentam<br />
a preferência<br />
dos portugueses<br />
com os PPR<br />
sões da entidade, sendo o plano<br />
apresentado o PPR 5 Estrelas, a<br />
comissão máxima é de 1,75%<br />
por ano.<br />
Resgate antecipado de<br />
evitar nos primeiros anos<br />
No que se refere à comissão de<br />
abertura, BPI, Banco Popular,<br />
CGD/Caixa Seguros e Montepio<br />
não cobram qualquer valor.<br />
Já na Lusitania <strong>Vida</strong>, aquela taxa<br />
pode variar entre 0% e 2%, na<br />
CA <strong>Vida</strong> é de 1,5% do valor<br />
dos prémios, na Mapfre há uma<br />
comissão de subscrição de cada<br />
entrega no máximo 2,1% e na<br />
Liberty Seguros não existe comissão<br />
de abertura, existe uma<br />
comissão de subscrição aplicável<br />
Idade: 40 anos Investimento inicial: G 500 Entregas mensais: G 25<br />
Comissão<br />
de abertura<br />
Comissão resgate<br />
antecipado<br />
Comissão<br />
de gestão<br />
Comissão<br />
de transferência<br />
sobre cada entrega, que representa<br />
no máximo 3% da mesma.<br />
Algo muito importante nos<br />
PPR são as comissões por resgate<br />
antecipado. Por lei, não<br />
podem ser cobra<strong>das</strong> comissões<br />
quando as contribuições perfazem<br />
cinco anos, aos 60 anos de<br />
idade e reforma por velhice do<br />
participante ou cônjuge, desemprego<br />
de longa duração, doença<br />
grave e reforma por invalidez do<br />
participante ou qualquer membro<br />
do agregado familiar. Além<br />
disso, nas subscrições efetua<strong>das</strong><br />
até ao fim de 2006, a frequência<br />
ou ingresso em cursos do ensino<br />
profissional ou superior (embora,<br />
neste caso, os cincos anos já<br />
tenham sido atingidos até ao fim<br />
de 2011).<br />
Fora deste molde legal, a maioria<br />
<strong>das</strong> entidades que nos enviou<br />
simulações cobra 2% pelo resgate<br />
antecipado. As exceções são o<br />
BPI (1%, mas com 0% a partir<br />
do segundo ano) e a CGD/Caixa<br />
Seguros (0,5%).<br />
No que se refere às comissões<br />
de transferência, a maioria cobra<br />
0,5% do montante transportado.<br />
Também neste campo o BPI<br />
foge à regra e não cobra, aqui em<br />
conjunto com o Banco Popular,<br />
qualquer valor. Por fim, as taxas<br />
de remuneração rondam os<br />
2,6%.<br />
Taxa<br />
de remuneração<br />
0% Até 2% 1,50% 0% 2,50%<br />
0% 1% (0% a partir 2º ano) 1,50% 0% 2,32%<br />
1,5% (valor prémios) Até 2% 0% 0,5% (valor transferido) 2,3% + resultados<br />
0% 0,50% Até 1,5% Até 0,5% (valor transferido) 2,20%<br />
Até 3%/entrega 2%<br />
5600<br />
5550<br />
5500<br />
5450<br />
5400<br />
5350<br />
5300<br />
PSI-20 (02.01) 5561,47<br />
3,53% Var. Semana<br />
6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />
1,22% Var. 2012<br />
Até 0,7% fundo PPR/Até 0,3%<br />
conta poupança<br />
Dow Jones 02/jan .......13256,61<br />
Var Sem ................................1,70%<br />
Var 2012 ................................8,50%<br />
Nasdaq 02/jan ............. 3019,661<br />
Var Sem ................................1,54%<br />
Var 2012 ..............................15,91%<br />
IBEX 35 02/jan ...............7986,80<br />
Var Sem ................................1,31%<br />
Var 2012 ...............................-6,77%<br />
DAX 02/jan ....................7614,79<br />
Var Sem ................................2,15%<br />
Var 2012 ..............................29,10%<br />
CAC40 02/jan ................3664,59<br />
Var Sem ................................1,56%<br />
Var 2012 ..............................15,41%<br />
0,5% (valor transferido) 2,50%<br />
0% a 2% Até 2% 0,075% a 1% 0,5% (valor transferido) 2,5% + resultados<br />
Até 2,1%/entrega 2% 1% (apenas resultado) 0,5% (valor transferido) 3,8% (1º ano)/2,5% (seguintes)<br />
0% 2% 1,75% Até 0,5% (valor transferido) 4%<br />
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR
38 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
MERCADOS<br />
EURODÓLAR (02.01) 1,3038 Euro/Libra 2/jan ........0,8082 EURIBOR 6M (02.01) 0,3180 Euribor 3M 2/jan .......0,1830 PETRÓLEO BRENT (02.01) 109,63<br />
-0,37% Var. Semana<br />
Var Sem .........................0,54%<br />
Var 2012 ......................... 3,12%<br />
-0,021% Var. Semana<br />
Var Abs Sem .................. -0,007<br />
Var 2012 ..........................-0,818<br />
0,76% Var. Semana<br />
1,306<br />
1,304<br />
1,302<br />
1,3<br />
1,298<br />
1,296<br />
1,294<br />
1,292<br />
1,29<br />
1,288<br />
1,286<br />
6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />
0,59% Var. 2012 -0,906% Var. 2012 2,11% Var. 2012<br />
NA CARTEIRA AGRESSIVA SÃO AÇÕES QUE DOMINAM<br />
Fundos monetários e obrigações<br />
lideram carteira prudente do Banco Best<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
Os fundos de mercado monetário<br />
e as obrigações estão em destaque<br />
na carteira de investimento<br />
prudente que o Banco Best constituiu<br />
para a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
Já na carteira agressiva, as ações<br />
lideram, representando mais de<br />
50% do capital investido.<br />
O Banco Best frisa, no entanto,<br />
que a diversificação é importante<br />
em qualquer <strong>das</strong> “tipologias”<br />
de investidor. “A construção <strong>das</strong><br />
carteiras de investimento tem<br />
em conta critérios de diversificação<br />
por diversas classes de ativos<br />
(obrigações, alternativos, ações e<br />
commodities), no sentido de que<br />
a correlação inferior a um entre<br />
estas classes providencie uma<br />
diminuição do risco global da<br />
carteira. As alocações a ativos de<br />
menor risco são cerca de 85% na<br />
carteira prudente e de 32,5% na<br />
carteira agressiva. Estas escolhas<br />
dão corpo à ideia de que o investidor<br />
prudente não exclui totalmente<br />
o risco da carteira e, por<br />
Há umas semanas, estive em Londres de<br />
passeio. De permeio, aproveitei a ocasião e<br />
contactei com alguns colegas e conhecidos<br />
no sector financeiro, procurando sentir a sua<br />
sensibilidade quanto ao futuro próximo na<br />
Europa, em particular no sul da Europa. A<br />
opinião generalizada é a de que a situação<br />
actual, esta morte lenta que se tem vindo a<br />
acelerar nos últimos meses, poderá prolongarse<br />
por mais cinco anos sem que nada de<br />
substancial mude. Sendo certo que opiniões<br />
como aquelas valem o que valem, confesso que<br />
regressei desanimado. E, por isso, foi com uma<br />
certa satisfação que, há dias, ouvi o discurso<br />
do Presidente da República. Tendo criticado<br />
Cavaco Silva em tantas e diversas ocasiões ao<br />
longo dos anos, muitas vezes nesta coluna<br />
de opinião, desta feita, o seu apelo ao fim da<br />
espiral recessiva – apesar de relativamente<br />
inócuo porquanto não concretizou como –<br />
pareceu-me sensato.<br />
O problema é que Portugal não tem hoje<br />
meios que lhe valham. Estamos carentes<br />
de mecanismos – económicos, fiscais e<br />
monetários –, e da respectiva autonomia<br />
política, que permitam o relançamento<br />
da economia. Neste domínio, a chamada<br />
coordenação que agora existe na Europa<br />
começa a não interessar a um número<br />
Euro/Iene 2/jan .....108,3270<br />
Var Sem ........................-0,49%<br />
Var 2012 .........................-7,99%<br />
A diversificação<br />
é importante<br />
em qualquer <strong>das</strong><br />
“tipologias” de<br />
investidor, segundo o<br />
Banco Best.<br />
outro lado, o investidor agressivo<br />
deseja uma exposição maioritária,<br />
embora não excessiva a risco”,<br />
lê-se no comentário enviado<br />
à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />
“Os fundos de investimento<br />
selecionados, de entre a oferta de<br />
quase dois mil fundos de investimento<br />
disponíveis para subscrição<br />
por parte dos clientes do<br />
Banco Best, representam aqueles<br />
que, primordialmente, embora<br />
entre outros critérios de seleção<br />
qualitativos, apresentam os melhores<br />
rácios de risco/rendibilidade<br />
dentro <strong>das</strong> diversas categorias<br />
seleciona<strong>das</strong>”, remata a mesma<br />
nota.<br />
0,345<br />
0,34<br />
0,335<br />
0,33<br />
0,325<br />
0,32<br />
0,315<br />
0,31<br />
0,305<br />
Especulação<br />
0,3<br />
6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />
crescente de países. Como sempre, pelos<br />
mais variados motivos, há países que tendem<br />
a liderar os movimentos de opinião, e o<br />
debate que hoje se faz no Reino Unido, entre<br />
permanecer na União Europeia ou dela sair,<br />
representa um debate cada vez mais relevante<br />
e meritório não apenas para os britânicos,<br />
mas sobretudo para gregos, portugueses e<br />
espanhóis.<br />
No decurso da investigação que<br />
recentemente fiz a propósito de um livro que<br />
escrevi sobre a economia portuguesa, dei por<br />
mim a tornar-me cada vez mais eurocéptico.<br />
Não apenas em relação à moeda única, mas<br />
em relação a todo o edifício de integração<br />
europeia. Trata-se de um pensamento<br />
profundamente contrário ao pensamento<br />
dominante, politicamente incorrecto, pois,<br />
como dizia há dias um amigo meu, durante<br />
déca<strong>das</strong> os portugueses foram educados<br />
na ideia de que a União Europeia seria o<br />
presente e o futuro que nos levaria ao nirvana<br />
da prosperidade e da modernidade. As<br />
<strong>dificuldades</strong> que hoje se sentem em Portugal,<br />
e que no enquadramento actual podem ainda<br />
representar apenas o início de um longo<br />
período de decadência – afinal de contas,<br />
o PIB real em Portugal só corrigiu 5% face<br />
ao seu máximo de 2008 –, são sintoma do<br />
Euribor 1Y 2/jan ....... 0,5400<br />
Var Abs Sem .................. -0,030<br />
Var 2012 ......................... -0,964<br />
110<br />
109,5<br />
109<br />
108,5<br />
108<br />
107,5<br />
107<br />
106,5<br />
106<br />
105,5<br />
6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez<br />
CARTEIRA PRUDENTE<br />
Nome do fundo Categoria ISIN<br />
Ouro 2/jan ............ 1713,20<br />
Var Sem ...................... 1,18%<br />
Var 2012 ...................... 8,69%<br />
Prata 2/jan ................33,24<br />
Var Sem ...................... 1,50%<br />
Var 2012 ..................... 17,94%<br />
COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />
E.S. Liquidez FEI Acc Monetário PTYEVOHM0002 25,0%<br />
GS Glbl Fixed Income Hdgd E Obrigações LU0304100331 22,5%<br />
JPM Global Corporate Bond D EUR Hdg Acc Obrigações LU0408846961 10,0%<br />
AXA WF Global High Yield Bonds E(H)-Cap EUR Obrigações LU0189847253 10,0%<br />
Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Ações LU0256839860 5,0%<br />
BNY Mellon Lg-Trm Global Equity A EUR Acc Ações IE00B29M2H10 7,5%<br />
UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />
ING (L) Renta Fd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg Acc Obrigações LU0577845802 10,0%<br />
CARTEIRA AGRESSIVA<br />
Nome do fundo Categoria ISIN<br />
AXA WF Global High Yield Bonds E(H)-Cap EUR Obrigações LU0189847253 15,0%<br />
Allianz RCM Europe Equity Growth CT EUR Acc Ações LU0256839860 25,0%<br />
Threadneedle American Extended Alpha R EUR Acc Ações GB00B28CN800 15,0%<br />
Vontobel Fund Emerging Markets Equity HC Ações LU0333249109 15,0%<br />
BNY Mellon Lg-Trm Global Equity A EUR Acc Ações IE00B29M2H10 10,0%<br />
UBS (Lux) Bond SICAV Currency Diversifier P EUR Acc Alternativos LU0706127809 10,0%<br />
ING (L) Renta Fd Emerging Markets Debt (Local Currency) X EUR Hdg<br />
Acc<br />
Obrigações LU0577845802 5,0%<br />
Vontobel Fund - Belvista Commodity H EUR Acc Matérias-Primas LU0415415636 5,0%<br />
Notas: O investimento em fundos de investimento não dispensa a consulta dos prospetos disponíveis em www.bancobest.pt ou através do<br />
número 707246707 (<strong>das</strong> 7h30 às 24h).<br />
RICARDO ARROJA<br />
Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no<br />
Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)<br />
O futuro<br />
esfumar de uma certa ilusão europeísta, que<br />
durou enquanto tudo foi bom.<br />
A verdade é que, por mais números e<br />
estatísticas económicas que possamos apontar,<br />
por mais reformas que possamos almejar,<br />
a integração europeia está a falhar porque,<br />
apesar dos devaneios federalistas da classe<br />
política que fez da integração europeia o<br />
seu cartão de visita, os modos de viver e os<br />
interesses nacionais persistem balcanizados. E<br />
não é preciso ir muito longe para se observar<br />
este pecado original, pois não há melhor<br />
exemplo desta contradição interna do que<br />
a política agrícola comum, que, de modo a<br />
garantir o escoamento dos excedentes agrícolas<br />
de uns, contribuiu para aniquilar as estruturas<br />
produtivas de outros. Mercado livre? Pois claro<br />
que não; na realidade, não poderia ser mais<br />
planificado! A introdução do euro, que retirou<br />
às economias menos produtivas na Europa<br />
a válvula de escape de que necessitavam a<br />
fim de repor a sua competitividade externa,<br />
e os problemas de excesso de endividamento<br />
que daí resultaram, apenas <strong>agrava</strong>ram esta<br />
tendência centralizadora, ao ponto de o<br />
euro ser uma moeda muito frágil sem a<br />
existência de um tesouro central em Bruxelas.<br />
Enfim, estou hoje convencido de que seriam<br />
necessárias várias gerações de “miscigenação”<br />
na Europa, que criassem um “ser” e um<br />
“sentir” europeu, e mesmo assim – a simples<br />
barreira de diferentes idiomas garantiria<br />
algumas naturais resistências –, talvez não<br />
fosse suficiente no sentido de alterar e<br />
uniformizar os modos de vida. Em suma, seria<br />
bom que a Europa percebesse isso, que desse<br />
um passo atrás, permitindo que os países em<br />
apuros recuperassem os seus instrumentos<br />
macroeconómicos, para depois dar dois passos<br />
à frente. Cooperação na Europa sim, mas<br />
coordenação não, e se isso significa menos<br />
integração europeia, então, que assim seja.<br />
Post-scriptum: a partir da próxima semana<br />
deixarei de assinar esta coluna de opinião,<br />
suspendendo a minha crónica semanal. Desde<br />
2004 que escrevo ininterruptamente neste jornal,<br />
a quem agradeço a coragem por me ter lançado<br />
em rubricas de opinião, mas está na altura de<br />
ceder o lugar a outros. Além disso, um novo<br />
desafio profissional no seio do Grupo para o qual<br />
trabalho assim o pede. Deste modo, esta coluna<br />
institucional manter-se-á, mas será assinada por<br />
outros colaboradores do Grupo Pedro Arroja. Aos<br />
leitores que ao longo dos anos me acompanharam<br />
na “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, um forte abraço.<br />
POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO AINDA<br />
NÃO SEGUE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 39<br />
Bancos espanhóis nacionalizados<br />
transferem mais de 37 mil milhões<br />
Os bancos nacionalizados espanhóis procederam à transferência de 37,1 mil milhões de euros<br />
para a Sociedade de Gestão de Ativos da Reestruturação Bancária (SAREB). Esta uma <strong>das</strong><br />
exigências constantes no memorando de entendimento assinado com Bruxelas para receber<br />
a necessária ajuda financeira. A maior fatia coube ao Bankia, num valor de 22,3 mil milhões<br />
de euros. Em causa está a receção dos ativos imobiliários procedentes da banca nacionalizada.<br />
MB NET em crescimento<br />
A SIBS percorreu diversas universidades<br />
de norte a sul do país,<br />
entre abril e dezembro, numa<br />
ação de sensibilização entre estudantes<br />
que gerou, segundo a entidade<br />
gestora, um aumento de<br />
adesões ao MB NET na ordem<br />
dos 8%. “O Roadshow MB NET<br />
permitiu à SIBS dar a conhecer<br />
aos universitários, potenciais utilizadores<br />
do serviço MB NET, o<br />
seu serviço, dissuadindo os estigmas<br />
de insegurança <strong>das</strong> compras<br />
online e divulgar as vantagens do<br />
MB NET para o pagamento de<br />
compras online em segurança”,<br />
refere um comunicado da SIBS.<br />
Este crescimento de 8% torna-<br />
-se mais evidente em comparação<br />
com o período homólogo no mês<br />
de novembro que registou um<br />
aumento de 15%. O roadshow<br />
demonstrou ainda a existência de<br />
diversos perfis de utilizador, vários<br />
tipos de comportamento de compras<br />
online e diversas opiniões<br />
sobre o MB NET entre os cerca<br />
de 41 500 estudantes, professores<br />
e funcionários que afluíram ao<br />
evento.<br />
O passatempo “MB NET: a<br />
praxe <strong>das</strong> compras online”, que<br />
convidava os “fãs” do Facebook<br />
do MB NET a partilhar uma<br />
O fim do ano é sinónimo de balanço.<br />
Ao recordar o ano que agora finda, as<br />
barreiras macro que o mercado teve de<br />
enfrentar (designadamente a crise <strong>das</strong><br />
dívi<strong>das</strong> e, mais recentemente, a ameaça<br />
americana do “fiscal cliff”) e a forma<br />
limpa como as ultrapassou, não deixamos<br />
de concluir que nos aproximamos de um<br />
ponto de perigosíssima complacência. Ao<br />
passar os olhos pelos “Outlooks 2013”<br />
o consenso aponta para uma subida do<br />
S&P em torno de 10% e ainda “procuro”<br />
analistas que prevejam uma queda do<br />
mercado.<br />
Mas que contexto tão “benigno” é este?<br />
Convém recordar que, no mundo<br />
Segundo a SIBS, entre abril e dezembro as adesões ao MB NET subiram 8%.<br />
fotografia tirada no stand do roadshow,<br />
recebendo um voto por<br />
cada “gosto”, conta com cerca de<br />
200 participações. Os três vencedores,<br />
que serão conhecidos<br />
na próxima quinta-feira (10 de<br />
Janeiro), vão receber cheques-<br />
-prenda Surprise no valor de<br />
250, 150 e 50 euros, referentes<br />
ao primeiro, segundo e terceiro<br />
lugares.<br />
“A implementação deste passatempo<br />
incentivou a que a página<br />
de Facebook do MB NET<br />
crescesse cerca de oito mil ‘likes’,<br />
suscitando o interesse de muitas<br />
desenvolvido como um todo, vivemos a<br />
pior situação em termos de dívida pública<br />
desde a Segunda Guerra Mundial. O<br />
problema não é só europeu, mas também<br />
americano e japonês. Durante algum<br />
tempo, as apostas centraram-se no elo<br />
europeu, mas é possível que a corda parta<br />
por outro lado. É evidente que existe<br />
outra visão: a visão de que a corda não<br />
vai partir e que a dívida será paga através<br />
de expansão monetária. Como principais<br />
atores desta visão temos os principais<br />
bancos centrais que, com as sucessivas<br />
operações de expansão monetária,<br />
transformam o mercado numa espécie<br />
de macaco amestrado com o radar no<br />
pessoas por este serviço, caracterizado<br />
pelos participantes do roadshow<br />
como simples, prático e de<br />
fácil adesão”, segundo a SIBS. O<br />
MB NET é um serviço desenvolvido<br />
pela SIBS Forward Payment<br />
Solutions (uma <strong>das</strong> empresas do<br />
grupo SIBS) que permite gerar<br />
um cartão de pagamento virtual,<br />
com o qual se pode fazer compras<br />
em segurança, em qualquer<br />
site nacional ou estrangeiro, sem<br />
nunca disponibilizar os dados reais.<br />
Com o MB NET nunca é necessário<br />
indicar o número real do<br />
cartão para fazer um pagamento.<br />
Os Cisnes Negros de 2013<br />
A SOFID – Sociedade para o Financiamento<br />
do Desenvolvimento<br />
apoiou projeto de internacionalização<br />
da empresa JJR Moçambique,<br />
do grupo de construção JJR, com<br />
financiamento de um milhão de<br />
euros para projeto de investimento<br />
em Moçambique. O projeto com<br />
a empresa do Grupo JJR, sediado<br />
em Leiria, resulta do processo de<br />
internacionalização numa perspetiva<br />
de aproveitar as oportunidades<br />
ofereci<strong>das</strong> pelo mercado moçambicano.<br />
O projeto apresentado à SOFID,<br />
no montante global de cerca de seis<br />
milhões de dólares (4,5 milhões<br />
de euros), assenta na aquisição de<br />
equipamentos industriais, de transporte<br />
e outra maquinaria ligeira<br />
necessários ao apetrechamento de<br />
um estaleiro local de apoio e ao<br />
ALEXANDRE MOTA, DIRETOR EXECUTIVO DA GOLDEN BROKER<br />
http://bgoldenbroker.blogspot.com/<br />
www.goldenbroker.com<br />
SOFID financia<br />
internacionalização<br />
do grupo JJR<br />
próximo QE, Twist, LTRO, etc. Pior que<br />
isso, a intervenção dos bancos centrais,<br />
que já passou há muito a imoralidade<br />
de subsidiar os bancos, representa hoje<br />
a ÚNICA razão que sustenta a subida<br />
dos mercados acionistas. Não fora esta<br />
intervenção e o desenrolar do purgativo<br />
processo de ajustamento empurraria os<br />
índices acionistas para sul.<br />
Como disse o ex-Ceo do Citigroup:<br />
“Enquanto a música tocar, devemos<br />
dançar…”. Isso não impede que<br />
escutemos com atenção a música…. Por<br />
exemplo, yields cada vez mais baixos<br />
sobre dívi<strong>das</strong> de estados ou empresas<br />
insolventes; crescente pressão social e<br />
MERCADOS<br />
Investimento em ativos imobiliários caiu 20% no ano passado<br />
O volume de investimento em ativos imobiliários, em Portugal, ascendeu a cerca de 231 milhões<br />
de euros, no ano passado, o que se traduziu em menos 20%, face ao exercício anterior,<br />
ano em que já se tinha verificado uma quebra de 60%, face aos mais de 700 milhões de euros<br />
transacionados em 2010. Refere a consultora imobiliária C&W que “a crise da dívida pública<br />
portuguesa e a ausência de financiamento fizeram com que vários investidores estrangeiros<br />
deixassem de considerar oportunidades no nosso país”.<br />
A participação da SOFID traduziu-se num financiamento de um milhão de<br />
euros<br />
desenvolvimento da atividade da<br />
empresa. A participação da SOFID<br />
traduziu-se num financiamento de<br />
um milhão de euros à empresa-<br />
-mãe do grupo, em Portugal, para<br />
a realização de suprimentos na sua<br />
participada moçambicana, perfazendo<br />
25% do investimento total.<br />
A estratégia de atuação da empresa<br />
passa pela aposta no segmento<br />
<strong>das</strong> obras de pequena e média<br />
dimensão, associa<strong>das</strong> à manutenção,<br />
conservação e beneficiação de<br />
rodovias e outras atividades complementares.<br />
O projeto perspetiva<br />
a criação de mais de 100 postos de<br />
trabalho diretos, recorrendo a oito<br />
trabalhadores portugueses deslocados<br />
e apostando na formação e<br />
na transferência de competências<br />
técnicas para quadros moçambicanos.<br />
conflito entre gerações; repressão fiscal e<br />
manipulação monetária. Neste pano de<br />
fundo atrevemo-nos a considerar o óbvio:<br />
2013 será provavelmente um ano de<br />
grandes sobressaltos; que<strong>das</strong> <strong>das</strong> bolsas e<br />
grande agitação no mercado cambial. Os<br />
bancos centrais procurarão corrigir com a<br />
receita expansionista do costume, mas as<br />
munições serão cada vez mais fracas.<br />
É neste contexto que devemos saber ter<br />
uma estratégia equilibrada, mas, acima de<br />
tudo, devemos recordar que a o sucesso<br />
não é ter razão, nem agitar ideias como<br />
grandes convicções futuras. O sucesso nos<br />
mercados são resultados.<br />
Bons investimentos!
40 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
MERCADOS<br />
FMI pede para Alemanha abrandar consolidação orçamental<br />
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou à Alemanha para abrandar o seu processo<br />
de consolidação orçamental, de modo a compensar as consequências dos cortes no Sul da Europa.<br />
Ou seja, o fundo quer que a Alemanha atrase a sua chegada ao défice zero, isto porque<br />
o país tem condições para avançar mais lentamente com esse processo. De facto, a Alemanha<br />
tem conseguido aumentar as receitas fiscais, graças ao acréscimo da população empregada e à<br />
descida nos custos de financiamento. O FMI acredita que este ano será de crescimento global,<br />
sobretudo devido ao desempenho dos Estados Unidos, da China e de outros países emergentes.<br />
PRESIDENTE DA COSEC CONSIDERA<br />
Empresas exportadoras<br />
do risco de crédito<br />
As empresas estão cada<br />
vez mais sensibiliza<strong>das</strong><br />
para a importância<br />
da gestão do risco de<br />
crédito e da proteção<br />
da sua tesouraria,<br />
apesar de to<strong>das</strong> as<br />
contrariedades que a<br />
atual crise económica<br />
tem colocado ao tecido<br />
económico nacional. Os<br />
empresários passaram<br />
a ser mais cautelosos<br />
com as suas exportações<br />
e a reconhecerem<br />
agora a importância do<br />
seguro de crédito como<br />
instrumento essencial,<br />
quer no mercado<br />
interno quer no exterior.<br />
Em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>”, Miguel<br />
Gomes da Costa,<br />
presidente da COSEC,<br />
garante que a seguradora<br />
“tem registado um<br />
crescimento da sua<br />
atividade” e lembra que,<br />
perante as perspetivas<br />
de evolução negativa da<br />
economia europeia, “é<br />
fundamental explorar<br />
mercados com maiores<br />
taxas de crescimento”.<br />
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – No contexto<br />
da atual conjuntura económica<br />
que o país atravessa,<br />
como tem evoluído a atividade<br />
da COSEC, nomeadamente na<br />
área do seguro de crédito?<br />
Miguel Gomes da Costa –<br />
As empresas estão cada vez mais<br />
sensibiliza<strong>das</strong> para a importância<br />
da gestão do risco de crédito<br />
e da proteção da sua tesouraria.<br />
E a forte pressão a que têm sido<br />
sujeitas no sentido de desenvolverem<br />
a atividade de exportação<br />
tem sido um motivo que sustenta<br />
também a maior procura por<br />
ferramentas de mitigação do risco<br />
de créditos comerciais. Face a<br />
este enquadramento, a COSEC<br />
tem registado um crescimento da<br />
sua atividade e para isso muito<br />
tem contribuído a forte aposta<br />
no apoio às exportações, tanto<br />
no que respeita às exportações<br />
nos mercados tradicionais da<br />
OCDE como no apoio à necessária<br />
diversificação de destinos<br />
que tem vindo a aumentar nos<br />
últimos anos.<br />
VE – Quais são as expectativas<br />
da COSEC em relação à<br />
evolução <strong>das</strong> exportações nacionais<br />
no próximo ano?<br />
MGC – Acreditamos que as<br />
previsões que atualmente existem<br />
para a evolução <strong>das</strong> exportações,<br />
entre os 3,5% e os 5%, poderão<br />
concretizar-se, sendo, no entanto,<br />
fundamental que as empresas<br />
exportadoras disponham de<br />
instrumentos de “trade finance”<br />
para apoiar a concretização <strong>das</strong><br />
operações de exportação. No caso<br />
do seguro de créditos, a COSEC<br />
tem vindo a aumentar sucessivamente<br />
a sua exposição nos mercados<br />
externos, nomeadamente<br />
21% em 2010, 17% em 2011 e<br />
14% até ao mês de novembro.<br />
VE – Considera que a aposta<br />
<strong>das</strong> empresas portuguesas na<br />
diversificação de mercados de<br />
destino dos seus bens e serviços<br />
é o caminho a seguir perante a<br />
atual conjuntura?<br />
MGC – As perspetivas de<br />
evolução da economia europeia<br />
Santander vende complexo em Madrid<br />
O banco Santander vendeu um conjunto de edifícios localizado em Madrid, conhecido por<br />
“Complexo Canalejas”. A operação envolveu cerca de 215 milhões de euros e vai gerar uma<br />
mais-valia bruta de aproximadamente 85 milhões de euros para a instituição bancária. O Santander<br />
vai continuar a ocupar o complexo por um período de cinco meses, sem qualquer tipo<br />
de renda ou de encargo, cumprindo-se o contrato de compra e venda dos imóveis. Trata-se<br />
de mais um negócio que possibilita à entidade financeira libertar-se de imobiliário e encaixar<br />
alguma liquidez.<br />
“A COSEC tem registado um crescimento da sua atividade e para isso muito tem contribuído a forte aposta no apoio às exportações”,
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 41<br />
Estado torna-se maior acionista do Banif<br />
O Estado vai tornar-se o maior acionista do Banif durante os próximos cinco anos. Este o<br />
resultado direto do plano de recapitalização do banco, em que são injetados cerca de 1,1 mil<br />
milhões de euros.<br />
O Estado passa assim a controlar perto de 99% do banco e poderá receber até 290 milhões<br />
de euros em dividendos e outros ganhos, para além dos cerca de 40 milhões resultantes dos<br />
juros. Está-se perante uma espécie de nacionalização temporária. O plano tem ainda de ser<br />
aprovado pelos atuais acionistas do Banif.<br />
enfrentam um aumento<br />
salienta Miguel Gomes da Costa.<br />
são negativas, pelo que é fundamental<br />
explorar mercados com<br />
maiores taxas de crescimento. A<br />
exposição da COSEC demonstra<br />
que a procura de coberturas para<br />
mercados de maior crescimento<br />
tem sido uma realidade, destacando-se<br />
os mercados da América<br />
Latina, África e alguns mercados<br />
do Médio e Extremo Oriente.<br />
VE – Que mercados poderão<br />
oferecer às empresas boas perspetivas<br />
de negócios, isto apesar<br />
de estarem classificados como<br />
representando maior risco?<br />
MGC – Em termos gerais, os<br />
mercados fora da OCDE apresentam<br />
atualmente maiores taxas<br />
de crescimento e melhores oportunidades.<br />
No entanto, também<br />
apresentam maior risco, pelo que<br />
a abordagem a estes mercados<br />
tem de ser mais cautelosa e o risco<br />
tem de ser bem avaliado.<br />
Angola, Venezuela e<br />
Moçambique entre os<br />
principais destinos de<br />
seguro de crédito<br />
VE – Dos produtos que a<br />
COSEC disponibiliza às empresas<br />
com negócios internacionais,<br />
quais registam maior<br />
procura?<br />
MGC – O produto principal<br />
na atividade da COSEC continuam<br />
a ser as suas apólices globais,<br />
que, nos mercados externos<br />
e até final de novembro, acomodavam<br />
uma exposição de cerca<br />
de quatro mil milhões de euros,<br />
maioritariamente concentrados<br />
“A crise financeira<br />
está já a ter reflexos<br />
na sinistralidade dos<br />
mercados externos,<br />
notando-se um<br />
<strong>agrava</strong>mento da<br />
sinistralidade nos<br />
últimos trimestres”<br />
O produto principal<br />
na atividade da<br />
COSEC continua a<br />
ser as suas apólices<br />
globais, que, nos<br />
mercados externos e<br />
até final de novembro,<br />
acomodavam uma<br />
exposição de cerca de 4<br />
mil milhões de euros,<br />
maioritariamente<br />
concentrados nos<br />
países da OCDE.<br />
nos países da OCDE. Acresce<br />
que para os mercados da OCDE<br />
a COSEC tem vindo a disponibilizar<br />
as linhas com garantia do<br />
Estado e que têm constituído um<br />
complemento importante <strong>das</strong> coberturas<br />
concedi<strong>das</strong> nas apólices<br />
globais. No final de novembro as<br />
garantias emiti<strong>das</strong> no âmbito destas<br />
linhas atingiam cerca de 500<br />
milhões de euros.<br />
VE – E quanto aos mercados<br />
que não pertencem à OCDE?<br />
MGC – Aí tem sido relevante a<br />
utilização da linha de mil milhões<br />
de euros com garantia do Estado,<br />
gerida exclusivamente pela CO-<br />
SEC e que tem como características<br />
específicas a possibilidade de<br />
garantir operações individuais ou<br />
programas anuis de exportação<br />
em condições bonifica<strong>das</strong>. No<br />
âmbito desta linha e até final do<br />
mês de novembro estavam garanti<strong>das</strong><br />
ven<strong>das</strong> de cerca de 700<br />
milhões de euros destina<strong>das</strong> a<br />
cerca de 70 países, dos quais se<br />
destacam destinos como Angola,<br />
Venezuela, Brasil e Marrocos.<br />
De referir ainda que ultimamente<br />
o produto seguro caução<br />
para mercados externos com garantia<br />
do Estado tem registado<br />
grande procura, designadamente<br />
Confiança dos consumidores estabiliza na Europa<br />
A confiança dos consumidores permaneceu estável em Dezembro, na União Europeia e na<br />
Zona Euro. O índice de confiança subiu apenas ligeiramente de 23,8 pontos negativos, em<br />
novembro, para 24,1 pontos negativos, no mês seguinte, na UE. Na Zona Euro, o movimento<br />
foi inverso, tendo descido de 26,9 para 26,6 pontos negativos. Daqui se conclui que se está a<br />
verificar uma certa estabilização, ainda que os valores se mantenham negativos. De salientar<br />
que a confiança dos consumidores acaba por ser um reflexo, entre outros factores, da atividade<br />
industrial, a qual tem tardado em recuperar.<br />
na apresentação de garantias para<br />
obras de grandes dimensões nestes<br />
mercados, com destaque para<br />
os mercados de Norte de África e<br />
América Latina.<br />
VE – Qual o cliente tipo para<br />
estes produtos, quais os principais<br />
setores abrangidos e quais<br />
os países onde é maior a presença<br />
da COSEC?<br />
MGC – No que respeita às<br />
coberturas no âmbito <strong>das</strong> nossas<br />
apólices de risco comercial<br />
e <strong>das</strong> linhas para mercados da<br />
OCDE, a COSEC tem uma carteira<br />
onde se destacam os grandes<br />
exportadores portugueses, designadamente<br />
do setor da pasta<br />
de papel, calçado, têxtil e setor<br />
alimentar. De qualquer modo, a<br />
maior percentagem de clientes da<br />
COSEC são PME. No caso <strong>das</strong><br />
responsabilidades em vigor com<br />
garantia do Estado, a COSEC<br />
gere atualmente um carteira que<br />
atinge os 1,6 mil milhões de euros<br />
e em que Angola, Venezuela<br />
e Moçambique representam 93%<br />
dos montantes totais em vigor.<br />
Em particular na linha para países<br />
fora da OCDE, são as PME<br />
exportadoras que mais têm ocupado<br />
esta linha, destacando-se os<br />
setores dos bens alimentares, produtos<br />
da área farmacêutica, materiais<br />
de construção, informática,<br />
e pasta de papel. Já no caso<br />
da Convenção Portugal-Angola,<br />
destaca-se o setor da construção,<br />
que ocupa praticamente as responsabilidades<br />
subscritas neste<br />
âmbito e que tem atualmente<br />
uma ocupação de cerca de 70%.<br />
Crise origina <strong>agrava</strong>mento<br />
da sinistralidade dos<br />
seguros de crédito<br />
VE – E qual tem sido a taxa<br />
de sinistralidade dos seguros de<br />
crédito à exportação?<br />
MGC – Historicamente, a sinistralidade<br />
verificada nos mercados<br />
externos tem sido inferior<br />
à verificada no mercado doméstico.<br />
De qualquer modo, a crise<br />
financeira que vem afetando as<br />
principais economias da Europa<br />
e os principais destinos <strong>das</strong> nossas<br />
exportações está já a ter reflexos<br />
na sinistralidade dos mercados<br />
externos, notando-se um <strong>agrava</strong>-<br />
MERCADOS<br />
mento da sinistralidade nos últimos<br />
trimestres.<br />
VE – Para terminar, que conselhos<br />
poderá a COSEC dar<br />
aos empresários portugueses<br />
que queiram exportar os seus<br />
produtos, nomeadamente para<br />
países fora da OCDE?<br />
MGC – Os empresários devem<br />
salvaguardar o risco que correm<br />
quando exportam para os mercados<br />
externos, designadamente<br />
fora da OCDE, dado que a garantia<br />
de recebimento dos bens<br />
exportados é a regra de ouro na<br />
estabilidade <strong>das</strong> suas tesourarias e<br />
bem assim na cobrança dos seus<br />
créditos em mercados de risco<br />
comercial e político. Como referi<br />
anteriormente e dada a atual disponibilidade<br />
existente do produto<br />
seguro de créditos para cobrir<br />
as ven<strong>das</strong> para todos os mercados<br />
do mundo, aquilo que aconselhamos<br />
aos nossos exportadores<br />
é que recorram à sua utilização,<br />
aproveitando a capacidade disponível<br />
do produto nas suas várias<br />
vertentes e na cobertura de uma<br />
grande diversidade de mercados.<br />
As perspetivas de<br />
evolução da economia<br />
Europeia são<br />
negativas pelo que é<br />
fundamental explorar<br />
mercados com maiores<br />
taxas de crescimento. A<br />
exposição da COSEC<br />
demonstra que a<br />
procura de coberturas<br />
para mercados de<br />
maior crescimento tem<br />
sido uma realidade<br />
destacando-se os<br />
mercados da América<br />
Latina, África e alguns<br />
mercados do Médio e<br />
Extremo Oriente.
42 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
MERCADOS<br />
Inflação espanhola foi de 2,9%<br />
A NOSSA ANÁLISE<br />
Depósito do Millennium premeia<br />
relação do cliente até 2,25%<br />
O Depósito Soma + do Millennium bcp<br />
é um depósito a prazo a 360 dias que assegura<br />
uma remuneração fixa líquida de<br />
0,375% para quem investe entre 1.000J<br />
e 7500 euros ou 0,75% para quem disponibilizar<br />
entre 7500 euros a 50 mil euros.<br />
A estes valores poderão ser acrescentados<br />
até 2,25%, dependendo do número de<br />
produtos do banco que o cliente subscrever.<br />
A quantos mais aderir, mais recebe de<br />
taxa de juro neste produto financeiro. A<br />
relação de antiguidade com a instituição<br />
bancária também poderá ser bonificada.<br />
MARTA ARAÚJO<br />
martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />
Amor com amor se paga<br />
A mensagem da instituição bancária é clara: quanto<br />
mais for fiel aos seus serviços e produtos, mais recebe de<br />
remuneração num depósito a prazo. Há uma relação direta<br />
de proporcionalidade. A lógica deste produto financeiro<br />
é precisamente essa, a de fazer aumentar o pacote de compromisso<br />
entre os clientes e o Millennium bcp. Caso contrário,<br />
e tendo em linha de conta a taxa de remuneração<br />
base, o Depósito Soma + não se torna atrativo.<br />
Para aderir a esta solução é necessário um investimento<br />
mínimo de mil euros, sendo o montante máximo do depósito<br />
de 50 mil euros. No que concerne à taxa de remuneração<br />
base liquida, são aplicados dois escalões: 0,375%<br />
para quem investe entre mil euros e 7500 euros ou 0,75%<br />
para quem disponibilizar entre 7500 euros a 50 mil euros.<br />
A estes valores poderá ser acrescentado 0,01%, por cada<br />
ano de antiguidade da conta de depósitos à ordem associada<br />
a este depósito, com o máximo de 0,25%; 0,50%, na<br />
domiciliação do vencimento ou reforma/pensão, se recebido<br />
por transferência bancária codificada com código 08<br />
ou 11, respetivamente. A domiciliação do ordenado deverá<br />
ocorrer até ao final do 2.º mês (período de 60 dias) e<br />
verificar-se durante, pelo menos, 10 meses. A domiciliação<br />
de ordenado não obriga à contratação nem da “Vantagem<br />
Ordenado” nem de qualquer facilidade de descoberto;<br />
0,25%, por cada produto que o cliente contrate, com o<br />
máximo de 2,25% (nove produtos). Os produtos deverão<br />
ser contratados até ao final do 2º mês (período de 60 dias)<br />
O volume de ordens executa<strong>das</strong> pelos<br />
intermediários financeiros ascendeu<br />
a 42,5 mil milhões de euros, no terceiro<br />
trimestre de 2012, o que se traduziu<br />
numa quebra de quase 19%, face ao trimestre<br />
anterior. A tendência de descida<br />
registou-se em todos os segmentos, com<br />
o valor <strong>das</strong> ordens sobre ações a baixar<br />
A inflação em Espanha fechou 2012 nos 2,9%, de acordo com os dados<br />
do instituto de estatísticas do país vizinho. Depois de um pico<br />
em outubro, com os preços a registaram uma subida de 3,5%, a inflação<br />
desceu para 2,9%, devido, segundo a referida entidade, à baixa<br />
do preço dos produtos farmacêuticos e combustíveis e lubrificantes.<br />
da contratação do depósito a prazo e deverão ser mantidos<br />
até ao vencimento do mesmo, pois só deste modo o cliente<br />
poderá beneficiar da remuneração adicional a acrescer à<br />
TANB base.<br />
Prova que gostas de mim e mais juros receberás<br />
Para ter direito ao valor máximo de 0,25% por produto,<br />
terá de escolher nesta lista: cartão de crédito; cartão de débito;<br />
cliente frequente, cliente frequente negócios ou Millennium<br />
GO!; seguro Médis; Móbis - seguro automóvel;<br />
seguro multirriscos habitação ou seguro proteção negócio;<br />
seguro plano de proteção pagamentos; seguro proteção<br />
vida; outros depósitos a prazo (exceto Depósito Especial e<br />
Depósito Especial Mais).<br />
No entanto, tenha em consideração que, para efeitos de<br />
remuneração adicional, apenas será considerada a contratação<br />
de um produto de cada uma <strong>das</strong> famílias de produto<br />
anteriormente identifica<strong>das</strong> (por exemplo, só é considerado<br />
um cartão da família cartão de débito, independentemente<br />
de o cliente contratar mais do que um cartão de<br />
débito).<br />
Na prática, a aplicação cumulativa de to<strong>das</strong> as condições<br />
acima identifica<strong>das</strong> permitirá uma remuneração adicional<br />
máxima de 3% a acrescer à TANB base aplicável consoante<br />
o escalão elegível ( 7.500J), sendo a TANB<br />
máxima de 3,5% e 4%, para o 1º e 2º escalão, o que corresponde<br />
a uma TANL máxima de 2,520% e 2,625% (considerando<br />
a taxa de retenção de 28%) ou de 2,625% e 3%<br />
(considerando a taxa de retenção de 25%), respetivamente.<br />
33,8%, para 6,5 mil milhões de euros<br />
,e as executa<strong>das</strong> sobre dívida privada a<br />
recuarem 26,5% e sobre dívida pública<br />
7%, relativamente ao segundo trimestre.<br />
Os títulos sobre dívida privada foram<br />
o ativo financeiro mais procurado (39%<br />
do total), apesar da queda trimestral<br />
de 7,5%, seguidos da dívida pública<br />
Apple destronou Exxon como empresa mais valiosa<br />
em bolsa<br />
A Apple fechou 2012 na liderança <strong>das</strong> empresas mais valiosas em bolsa, “roubando” o primeiro<br />
lugar à petrolífera Exxon, que liderou aquele ranking durante 11 anos. Segundo os dados<br />
da agência Bloomberg, a capitalização da empresa fundada por Steve Jobs ascende a 500,6 mil<br />
milhões de dólares, contra 394,6 mil milhões da Exxon.<br />
CONSELHOS<br />
e <strong>das</strong> ações, que atingiram, 11,5 e 9,9<br />
mil milhões de euros, respetivamente.<br />
O BES Investimento foi o intermediário<br />
financeiro com a quota de mercado<br />
mais elevada (26,1%) no segmento<br />
de ações, seguido do BPI (23,3%) e da<br />
Fincor (14%). O BES Investimento liderou<br />
também nas ordens sobre dívida<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Intermediação financeira cai 19% no terceiro trimestre<br />
pública, com uma quota de mercado de<br />
24,2%, seguido do BPI, com 21%, e do<br />
Caixa – Banco de Investimento, com<br />
13,5% de quota de mercado. Quanto ao<br />
investimento por país, Portugal recebeu<br />
53,1% do valor <strong>das</strong> ordens, seguido dos<br />
Estados Unidos (17,4%) e da Alemanha<br />
(14,4%).
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 43<br />
Millennium bim mais uma vez premiado “Banco do Ano<br />
em Moçambique”<br />
O Millennium bim voltou a ver reconhecido o seu desempenho no setor bancário moçambicano,<br />
tendo sido distinguido, pela sétima vez, pela revista “The Banker” com o prémio “Banco<br />
do Ano em Moçambique”. No ranking definido por esta publicação, onde vigoram as 300<br />
instituições bancárias africanas de maior relevo, o Millennium bim é o primeiro banco moçambicano,<br />
na 65ª posição.<br />
Ações para o Longo Prazo<br />
Investimento<br />
em valor<br />
Tal como fazer dieta, investir<br />
é simples, mas não é fácil. Há<br />
apenas duas formas de perder<br />
peso: comer menos e fazer mais<br />
exercício. Não podia ser mais<br />
fácil. A verdade é que comer<br />
menos e fazer mais exercício<br />
não é fácil num mundo cheio<br />
de doces, de batatas fritas, de<br />
bons assados ou bons vinhos. A<br />
tentação está em todo o lado.<br />
A chave para investir com sucesso também<br />
é simples: comprar bons ativos que<br />
produzam rendimentos, comprar quando<br />
estão baratos e mantê-los, diversificar<br />
apenas o essencial e manter os custos de<br />
transação baixos. Infelizmente, este conceito<br />
tão simples não é facilmente aplicável<br />
para os investidores que todos os dias<br />
são bombardeados com a ideia “fique rico<br />
depressa”, avisos para saírem do mercado<br />
A chave para investir com<br />
sucesso também é simples:<br />
comprar bons ativos que<br />
produzam rendimentos,<br />
comprar quando estão baratos e<br />
mantê-los, diversificar apenas o<br />
essencial e manter os custos de<br />
transação baixos. Infelizmente<br />
este conceito tão simples não<br />
é facilmente aplicável (…). Os<br />
investidores são muitas vezes<br />
“forçados” a tomar decisões<br />
motivados pelo medo ou pela<br />
ganância.<br />
(ou entrarem) antes que seja demasiado<br />
tarde e comentadores de televisão que<br />
gritam “dicas” de investimento como se<br />
tivessem a roupa interior a arder. Os investidores<br />
são muitas vezes “forçados” a<br />
tomar decisões motivados pelo medo ou<br />
pela ganância.<br />
O objetivo do meu artigo quinzenal é<br />
explicar os princípios do Investimento<br />
em Valor para que o leitor possa beneficiar<br />
da estratégia de investimento que,<br />
consistentemente, melhores rentabilidades<br />
EMÍLIA O. VIEIRA<br />
Presidente do Conselho de Administração<br />
Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA<br />
www.casadeinvestimentos.pt<br />
proporciona a médio a longo prazo. É importante<br />
compreender os princípios do investimento<br />
e saber escolher o conselheiro<br />
financeiro, que deve ser capaz, honesto e<br />
independente.<br />
Um dos fatores mais difíceis na manutenção<br />
de uma abordagem de longo prazo<br />
é o facto de os preços <strong>das</strong> ações estarem<br />
tão facilmente disponíveis. Podemos consultar<br />
o valor de to<strong>das</strong> as nossas posições<br />
em ações a cada minuto. Conseguimos ver<br />
como os preços flutuam levados por fatores<br />
de curto prazo e, em muitos casos, esta<br />
informação causa desconforto aos investidores,<br />
mas não tem qualquer relevância a<br />
longo prazo.<br />
No livro “O Livro do Investimento<br />
em Valor”, que a Casa de Investimentos<br />
traduziu para português, Chris Browne<br />
apresenta um exemplo deste comportamento,<br />
o de um conhecido seu que detinha<br />
um portfólio de obrigações municipais<br />
que valia cerca de 700.000,00 USD.<br />
“Ele era um mediador imobiliário com<br />
muito sucesso que poupava pelo menos<br />
50% do seu rendimento anual. O seu<br />
dinheiro estava investido para o longo<br />
prazo e ele tinha capacidade financeira<br />
para o deixar investido. Mas ele não<br />
conseguia suportar as subi<strong>das</strong> e desci<strong>das</strong><br />
diárias dos preços <strong>das</strong> ações. Se uma <strong>das</strong><br />
suas ações fechasse a cair, ele ficava profundamente<br />
transtornado. Penso que ele<br />
não se tinha dado conta de que os preços<br />
<strong>das</strong> obrigações também flutuavam; mas,<br />
uma vez que não conseguia consultar os<br />
seus fechos diariamente, ele não se preocupava.<br />
Recebia regularmente os juros<br />
<strong>das</strong> obrigações e reinvestia-o e ficava feliz.<br />
Nos 10 anos seguintes, assumindo<br />
uma taxa anual de 5%, o valor do seu<br />
portfólio de obrigações municipais subiu<br />
até aos 1.140.226,00 USD. Se o mesmo<br />
capital tivesse sido investido em fundos<br />
de ações do S&P 500, o meu amigo teria<br />
conseguido 2.906.639,00 USD antes de<br />
impostos a uma taxa anual de 15,3%. Assumindo<br />
impostos de 40%, o seu pé-de-<br />
-meia ascenderia a 2.023.983,00 USD. A<br />
sua perda, por não ter investido em ações,<br />
foi de 883.757,00 USD.<br />
Utilizaria esta abordagem de avaliação<br />
minuto a minuto noutros ativos que detenha?<br />
Como reagiria se a sua casa fosse<br />
avaliada diariamente e a cotação publicada<br />
nos jornais? Venderia porque hoje alguém<br />
a avalia em menos 2 ou 3%?<br />
Apresento abaixo 3 exemplos de investimento<br />
para realçar a importância de investir<br />
a médio e longo prazo em bons ativos,<br />
que produzem rendimentos, que pagam<br />
dividendos e que conseguem proteger as<br />
poupanças garantindo a manutenção do<br />
poder de compra.<br />
Euribor a seis meses entra em 2013 a cair<br />
A taxa Euribor a seis meses, indexada à maioria dos contratos<br />
de crédito à habitação em vigor em Portugal, manteve nesta<br />
semana a tendência de descida que registou ao longo de<br />
2012, tendo recuado para 0,319%. Aquele prazo foi, no entanto,<br />
o único que desceu. Com efeito, a Euribor a três meses<br />
subiu para 0,188% e a 12 meses cresceu para 0,543% na<br />
primeira sessão de 2013.<br />
Um dos fatores mais difíceis na<br />
manutenção de uma abordagem<br />
de longo prazo é o facto de<br />
os preços <strong>das</strong> ações estarem<br />
tão facilmente disponíveis.<br />
Podemos consultar o valor<br />
de to<strong>das</strong> as nossas posições<br />
em ações a cada minuto.<br />
Conseguimos ver como os<br />
preços flutuam levados por<br />
fatores de curto prazo e, em<br />
muitos casos, esta informação<br />
causa desconforto aos<br />
investidores e não tem qualquer<br />
relevância a longo prazo.<br />
I. Os gémeos – a importância de<br />
começar cedo<br />
Apresento-vos Jill e John, gémeos de<br />
vinte e um anos que acabaram de se licenciar.<br />
Jill, imediatamente após o ingresso no<br />
mundo do trabalho, iniciou uma contribuição<br />
de 50 dólares mensais para um fundo<br />
de ações. Esta contribuição manteve-se<br />
durante os oito anos seguintes até que Jill<br />
casou e este valor foi utilizado em despesas<br />
mais prementes. Manteve apenas os 8 anos<br />
de contribuições. John, que casou com a<br />
namorada do liceu logo após a licenciatura,<br />
começou a investir apenas aos 29 anos<br />
de idade. A sua contribuição era também<br />
de 50 dólares para o mesmo fundo de ações<br />
e manteve-se durante 37 anos até a sua<br />
reforma. No total, John investiu 22.200<br />
dólares enquanto que Jill contribuiu com<br />
4800. Aos 65 anos de idade, qual dos irmãos<br />
tinha mais dinheiro, assumindo um<br />
retorno anual médio de 10%?<br />
A resposta, ao contrário do que à primeira<br />
vista parece óbvio, é que Jill tem mais<br />
dinheiro que o seu irmão, 256.650 dólares,<br />
contra 217.830 de John.<br />
II. Um milhão de dólares em 1947 –<br />
a inflação<br />
“De modo a assegurar um rendimento estável<br />
à viúva de um homem rico que faleceu<br />
prematuramente, o banco investiu todo o<br />
dinheiro da viúva e dos filhos em obrigações<br />
municipais isentas de impostos com uma<br />
taxa anual de 4%. Um rendimento anual de<br />
$40.000 em 1947 deixava a mãe desafogada.<br />
Na altura um Cadillac custava $2000.<br />
Contudo, ninguém imaginava que a<br />
senhora vivesse mais 45 anos. Quando faleceu<br />
em 2002, continuava a ter o rendimento<br />
anual de $40.000, que valia muito<br />
menos que em 1947.<br />
Se o milhão de dólares tivesse sido investido<br />
no S&P500 em 1947 e a viúva fosse<br />
autorizada a gastar 4% dos ativos em cada<br />
ano, em 1998, teria 44 milhões de dólares<br />
e um rendimento anual de $1.760.000.”<br />
MERCADOS<br />
Felizmente, segundo Chris Browne, os filhos<br />
puderam ajudar a mãe na velhice.<br />
A inflação é a doença perniciosa e de<br />
crescimento lento que corrói a riqueza e,<br />
até que melhor apareça, as ações são o único<br />
ativo que a consegue acompanhar.<br />
III. A viúva – a longa curva da<br />
prosperidade<br />
No início dos anos 80, uma cliente de há<br />
muitos anos de Chris Browne procurou-<br />
-o para se aconselhar na reestruturação<br />
dos seus ativos. O marido tinha falecido<br />
e deixou-lhe uma conta na gestora de patrimónios<br />
que Chris Browne dirigia com<br />
cerca de 4 milhões de dólares. A cliente<br />
tinha ainda ações da Berkshire Hathaway<br />
no valor de 30 milhões de dólares. O seu<br />
marido tinha sido um dos primeiros investidores<br />
na empresa de Warren Buffett<br />
e manteve sempre em carteira to<strong>das</strong> as<br />
ações da Berkshire. A viúva planeava agora<br />
reformar-se e necessitava de programar<br />
rendimentos futuros. O seu estilo de vida<br />
foi sempre confortável mas relativamente<br />
modesto, dada a sua fortuna. Calculou<br />
precisar de cerca de 200.000,00 USD por<br />
ano para manter o seu estilo de vida.<br />
O seu contabilista tinha-lhe proposto<br />
um plano que ia de encontro aos seus desejos<br />
de rendimento; uma vez que as suas<br />
ações da Berkshire tinham um preço médio<br />
de compra de cerca de 20 USD, sugeriu<br />
o estabelecimento de uma fundação<br />
para fins de beneficência, transferir para<br />
lá a posição da Berkshire e vendê-la sem<br />
pagar quaisquer impostos de mais-valias.<br />
Este valor seria reinvestido em obrigações,<br />
que garantiriam um rendimento regular.<br />
Chris Browne disse-lhe, na altura, que a<br />
razão pela qual ela era rica era porque estava<br />
muito bem investida em ações e questionou-a<br />
porque motivo desejaria desistir<br />
de apreciações futuras. Com base na longa<br />
vida da sua mãe, a cliente, argumentou<br />
Browne, podia esperar viver mais 35 anos<br />
de vida. O seu contabilista respondeu que<br />
ela tinha todos os seus ativos no mercado<br />
acionista, que era, por definição, arriscado.<br />
Browne argumentou que, mesmo que o<br />
mercado caísse 50%, ela ficaria ainda com<br />
dinheiro suficiente para viver até à idade<br />
de Matusalém. A cliente decidiu confiar<br />
em Browne mantendo tudo investido em<br />
ações e este garantiria qualquer necessidade<br />
financeira com o dinheiro que estava<br />
investido na sua Gestora de Patrimónios.<br />
Alguns anos mais tarde, quando se reuniram<br />
para rever o plano, os seus investimentos<br />
em ações valiam 180 milhões de<br />
dólares. Browne voltou a sugerir que o<br />
mantivesse investido em ações. Em 2007<br />
Browne calculava que a posição em ações<br />
valesse cerca de 300 milhões.<br />
Os investidores em valor são como agricultores.<br />
Semeiam boas sementes em boa<br />
terra e esperam que as colheitas cresçam.<br />
Se o milho demora um pouco mais devido<br />
ao frio, não arrancam a sementeira para<br />
fazer uma nova. Esperam pacientemente<br />
pela colheita.<br />
Votos de um Bom Ano.
44 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
MERCADOS<br />
<br />
8.900<br />
8.200<br />
6.500<br />
5.630<br />
5.770<br />
5.125<br />
Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1<br />
2009 2010 2011 2012<br />
Muito poucas alterações na<br />
primeira semana de 2013, com os<br />
operadores à espera de notícias e<br />
dados económicos que permitam<br />
dar direção aos preços. As Euribor<br />
mantêm-se pouco altera<strong>das</strong>,<br />
não havendo para já qualquer<br />
expectativa que o BCE venha a<br />
mexer nas taxas de referência na<br />
sua reunião de Janeiro. Alguns<br />
dos membros do BCE, como<br />
Asmussen, Mersh e Praet, têm vindo<br />
sucessivamente a público afirmar<br />
que não faz qualquer sentido baixar<br />
taxas de juro no atual contexto.<br />
A postura dos políticos alemães<br />
continua a ser de muita cautela<br />
relativamente ao que se poderá<br />
passar em 2013. Angela Merkel<br />
tentou passar um discurso positivo,<br />
realçando os benefícios <strong>das</strong> medi<strong>das</strong><br />
toma<strong>das</strong> em 2012 na Zona Euro,<br />
mas alertando que ainda há um<br />
longo caminho a percorrer, pelo<br />
que não haverá que contar com<br />
facilidades neste novo ano. Para<br />
Merkel, o mundo não aprendeu<br />
com a crise de 2008, criticando<br />
assim indiretamente a postura de<br />
PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />
Pric e<br />
EUR<br />
8.000<br />
7.000<br />
6.000<br />
5.000<br />
O “duplo fundo” registado entre o segundo e terceiro<br />
trimestres permitiu uma recuperação que anulou a<br />
totalidade <strong>das</strong> per<strong>das</strong> observa<strong>das</strong> no decurso de 2012.<br />
Este comportamento possibilita algum optimismo para o<br />
índice nacional, com valores acima dos 5770 pontos, a<br />
abrir “espaço” para uma visita até aos 6500 pontos.<br />
A perda de 5125 pontos inviabilizará o cenário positivo<br />
observado.<br />
MERCADO MONETÁRIO<br />
INTERBANCÁRIO<br />
Mercado aguarda desenvolvimentos de 2013<br />
YIELD 10 ANOS PORTUGAL<br />
alguns países que não mudaram a<br />
sua atitude. Bem menos simpáticas<br />
foram as palavras do presidente<br />
do Bundesbank, avisando que não<br />
há espaço para qualquer tipo de<br />
complacência no caminho que<br />
se tem vindo a trilhar no sentido<br />
de ajustamento orçamental. Para<br />
Weidmann, as causas do forte<br />
desequilíbrio fiscal ainda não<br />
foram corrigi<strong>das</strong>, havendo o risco<br />
de a situação piorar se os governos<br />
relaxarem na aplicação de medi<strong>das</strong><br />
e se fiarem nas aju<strong>das</strong> do BCE. A<br />
Alemanha continua a opor-se com<br />
toda a força a qualquer ideia de<br />
emissão de moeda para ajudar a<br />
financiar os Estados, alertando que<br />
vê como extremamente perigosas<br />
as conversas que vão surgindo no<br />
sentido de permitir uma subida<br />
da inflação. A Markit reportou<br />
uma queda do PMI na Zona Euro<br />
em Dezembro em 0.2 para 46.1,<br />
sugerindo que a economia europeia<br />
terá estado em recessão no último<br />
trimestre de 2012.<br />
O ano obrigacionista começa<br />
com uma ligeira queda nos<br />
FILIPE GARCIA<br />
filipegarcia@imf.pt<br />
títulos alemães e a manutenção<br />
da tendência de alta nos ativos<br />
de maior risco, continuando a<br />
beneficiar a dívida dos países<br />
periféricos. Ainda assim, a<br />
Alemanha começou o ano a emitir<br />
4,15 mil milhões a 2 anos pagando<br />
apenas 0,01%. Depois de uma<br />
paragem nas emissões de mais de<br />
duas semanas, e tendo em conta o<br />
apetite investidor por algo que pague<br />
um pouco mais, será de esperar um<br />
mês de Janeiro muito ativo em novas<br />
emissões. A decisão dos EUA em<br />
adiar por dois meses os cortes de<br />
despesa que permitiriam um maior<br />
equilíbrio nas contas deu alento ao<br />
mercado, mas falta pouco para que<br />
o limite de dívida autorizado seja<br />
novamente atingido, pelo que será<br />
de esperar um rápido regresso ao<br />
tema nas próximas semanas.<br />
Não havendo nada que sugira uma<br />
subida de taxas, continua a ser<br />
pouco interessante substituir taxas<br />
variáveis por taxas fixas.<br />
EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)<br />
2.janeiro13 31.outubro12 10.outubro12<br />
ANÁLISE PRODUZIDA A 2<br />
DE JANEIRO DE 2013<br />
1M 0,109% 0,110% -0,001 0,113% -0,004<br />
3M 0,188% 0,184% 0,004 0,191% -0,003<br />
1Y 0,543% 0,543% = 0,000 0,574% -0,031<br />
TAXAS EURIBOR E REFI BCE<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
8.100<br />
FUTUROS EURIBOR<br />
Data 3 Meses Implícita<br />
Fevereiro 13 0,165%<br />
Março 13 0,170%<br />
Abril 13 0,175%<br />
Setembro 13 0,210%<br />
Dezembro 14 0,460%<br />
Junho 16 0,980%<br />
CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS<br />
Minium Bid* 0,75%<br />
BCE Lending Facility* 1,50%<br />
Deposity Facility* 0,00%<br />
EUA FED Funds<br />
*desde 5 de julho 2012<br />
0,25%<br />
R.Unido Repo BoE 0,50%<br />
Brasil Taxa Selic 7,25%<br />
Japão Repo BoJ 0,10%<br />
EURO FRA’S<br />
Forward Rate Agreements<br />
Tipo* Bid Ask<br />
1X4 0,160 0,200<br />
3X6 0,150 0,190<br />
1X7 0,290 0,330<br />
3X9 0,280 0,320<br />
6X12 0,322 0,337<br />
12X24 0,610 0,660<br />
*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M<br />
EURO IRS<br />
InterestSwapsvs Euribor 6M<br />
Prazo Bid Ask<br />
2Y 0,387 0,417<br />
3Y 0,489 0,529<br />
5Y 0,824 0,844<br />
8Y 1,360 1,380<br />
10Y 1,642 1,662<br />
Obrigações 5Y 10Y<br />
4,98 6,67<br />
3,82 5,05<br />
0,73 2,07<br />
0,40 1,43<br />
3,10 4,29<br />
0,95 1,97<br />
0,77 1,84<br />
0,18 0,79<br />
Fontes: Reuters e IMF<br />
5.900 6.000<br />
5.000 5.000<br />
4.520<br />
4.000<br />
2008 2009 2010<br />
3.600<br />
2011 2012 2013<br />
2000 2010<br />
DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />
7.590<br />
Pric e<br />
EUR<br />
7.000<br />
<br />
O último trimestre de 2012 foi de acumular de ganhos para<br />
o DAX, tendo encerrado o ano em máximos de quase 4 anos.<br />
O índice alemão ultrapassou já a resistência dos 7590 pontos.<br />
Este evento técnico sugere uma visita a valores de 2007, junto<br />
dos 8100 pontos.<br />
No entanto, será importante ter em mente o suporte dos 7200<br />
pontos perante eventuais recuos do índice.<br />
Eur/Usd<br />
No último trimestre de 2012,<br />
o Eur/Usd quebrou a tendência<br />
de queda que vinha caracterizando<br />
o seu comportamento desde<br />
meados de 2011. Este movimento<br />
neutralizou a pressão vendedora<br />
do câmbio, permitindo uma<br />
subida a valores acima dos 1,32<br />
dólares.<br />
Este evento reforça o momentum<br />
ascendente do câmbio, permitindo<br />
ter em mente o objetivo<br />
dos 1,35 dólares para as próximas<br />
semanas.<br />
Eur/Jpy<br />
O Eur/Jpy quebrou a tendência<br />
de queda de longo prazo, tendo<br />
conseguido encerrar o ano em<br />
máximos de 20 meses. O rápido<br />
movimento de subida observado<br />
no final de 2012 refletiu a continuação<br />
do ressalto verificado<br />
nos 95 ienes e sinalizou a importância<br />
da zona de resistência dos<br />
Euro em alta<br />
Fixing<br />
3.jan.13<br />
EUR/USD<br />
Variação<br />
semanal (%)<br />
CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt<br />
O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D<br />
2010 2011 2012<br />
104,5 e 105,5 ienes.<br />
A próxima zona de resistência<br />
está nos 117.80 ienes, podendo a<br />
sua quebra em alta abrir “espaço”<br />
para uma visita a valores próximos<br />
dos 123,30 ienes.<br />
Eur/Gbp<br />
Desde o Verão de 2011 que<br />
o Eur/Gbp se encontrava numa<br />
trajetória de queda. Como tínhamos<br />
referido, as 0,77 libras não<br />
eram fáceis de quebrar e o ressalto<br />
efetivamente aconteceu. Com<br />
a quebra em alta da linha de tendência,<br />
que ocorreu há apenas<br />
duas semanas, o cenário tornou-<br />
-se bastante mais neutral.<br />
A recuperação em curso, iniciada<br />
no final de Julho, está a<br />
encontrar resistência natural entre<br />
0,8150 e 0,8200. Esses são os<br />
níveis a observar nesta fase. Acima<br />
dessa zona de preços o padrão<br />
gráfico altera-se e as 0,84 libras<br />
passam a ser o objetivo seguinte.<br />
Variação<br />
no mês (%)<br />
Desde 1<br />
jan. (%)<br />
EUR/USD 1,3262 -0,03% 1,30% 0,52%<br />
EUR/JPY 115,38 1,33% 7,55% 1,56%<br />
EUR/GBP 0,8140 -0,72% 0,21% -0,26%<br />
EUR/CHF 1,2090 0,07% -0,38% 0,15%<br />
EUR/NOK 7,3175 -0,79% -0,39% -0,42%<br />
EUR/SEK 8,5704 -0,66% -0,65% -0,14%<br />
EUR/DKK 7,4602 0,00% 0,00% -0,01%<br />
EUR/PLN 4,0727 0,10% -1,37% -0,03%<br />
EUR/AUD 1,2637 -1,13% 1,12% -0,59%<br />
EUR/NZD 1,5859 -2,00% -0,04% -1,16%<br />
EUR/CAD 1,3060 -0,73% 0,36% -0,59%<br />
EUR/ZAR 11,2388 -0,34% -2,70% 0,59%<br />
EUR/BRL 2.7678 2.09% 3.87% 113.91%<br />
Pri c e<br />
USD<br />
1,44<br />
1,4<br />
1,36<br />
1,32<br />
1,28<br />
1,24
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 45<br />
Média da capitalização bolsista cai mais de 22%<br />
As 44 sociedades de direito nacional cota<strong>das</strong> na Euronext Lisbon detinham um capital próprio<br />
médio de 996,6 milhões de euros, no fi nal de 2011, menos 9,4% do que no ano anterior.<br />
A média da capitalização bolsista era de 1077 milhões, menos 22,3%, face ao ano anterior. O<br />
decréscimo da capitalização bolsista média deveu-se, sobretudo, às empresas fi nanceiras, que<br />
tiveram uma quebra de quase 54%, contra a redução de perto de 18% <strong>das</strong> restantes sociedades.<br />
O valor transacionado médio foi de 622,4 milhões de euros, menos 31,5% do que no<br />
exercício anterior.<br />
TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />
Título<br />
Última<br />
Cotação<br />
Variação<br />
Semanal<br />
Máximo<br />
52 Sem<br />
Mínimo<br />
52 Sem<br />
EPS Est<br />
Act<br />
EPS Est<br />
Fut<br />
PAINEL BANCO POPULAR<br />
PER Est<br />
Act<br />
PER Est<br />
Fut<br />
Div. Yield<br />
Ind<br />
Div. Yield<br />
Est<br />
Data Act Hora Act<br />
ALTRI SGPS 1,569 5,02% 1,585 0,945 0,193 0,180 8,130 8,717 1,27% 0,45% 12-12-2012 16:35:00<br />
B. COM. PORT. 0,073 0,00% 0,141 0,047 -0,065 -0,019 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />
B.ESP. SANTO 0,832 0,24% 1,055 0,434 0,029 0,042 28,690 19,810 -- 0,12% 12-12-2012 16:38:13<br />
BANIF-SGPS 0,124 2,48% 0,417 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00<br />
B. POP. ESP. 0,560 -13,85% 1,973 0,520 -0,330 0,021 -- 26,667 -- 0,00% 12-12-2012 14:22:20<br />
BANCO BPI 0,860 2,87% 0,919 0,338 0,105 0,061 8,190 14,098 -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />
BRISA 2,220 8,29% 2,785 1,620 0,094 0,086 23,617 25,814 -- 11,62% 12-12-2012 16:35:00<br />
COFINA,SGPS 0,578 1,05% 0,820 0,300 0,057 0,053 10,140 10,906 1,73% 2,25% 12-12-2012 16:36:02<br />
CORT. AMORIM 1,580 3,27% 1,650 1,270 0,260 0,270 6,077 5,852 4,11% 5,06% 12-12-2012 16:24:47<br />
CIMPOR,SGPS 3,400 1,80% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,189 7,907 4,88% 5,88% 12-12-2012 16:35:00<br />
EDP 2,167 6,38% 2,518 1,628 0,291 0,272 7,447 7,967 8,54% 8,58% 12-12-2012 16:35:00<br />
MOTA ENGIL 1,420 5,19% 1,439 0,951 0,208 0,235 6,827 6,043 7,75% 8,80% 12-12-2012 16:35:00<br />
GALP ENERGIA 11,740 -0,85% 13,775 8,330 0,452 0,532 25,973 22,068 2,73% 1,97% 12-12-2012 16:35:00<br />
IMPRESA,SGPS 0,290 -3,33% 0,620 0,260 0,010 0,000 29,000 -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00<br />
J. MARTINS 15,215 6,03% 16,070 11,255 0,629 0,742 24,189 20,505 1,81% 2,18% 12-12-2012 16:35:00<br />
MARTIFER 0,530 0,00% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 26,500 -- -- 12-12-2012 16:14:16<br />
NOVABASE 2,210 2,79% 2,350 1,660 0,235 0,240 9,404 9,208 1,36% 3,85% 12-12-2012 15:00:56<br />
GLINTT 0,100 -9,09% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 12-12-2012 12:46:41<br />
P. TELECOM 3,767 5,34% 4,826 3,003 0,329 0,361 11,450 10,435 23,10% 10,62% 12-12-2012 16:35:00<br />
PORTUCEL 2,280 5,65% 2,284 1,680 0,268 0,254 8,507 8,976 9,69% 7,76% 12-12-2012 16:35:00<br />
REDES E. NAC. 1,992 -0,05% 2,295 1,800 0,255 0,266 7,812 7,489 8,48% 8,48% 12-12-2012 16:35:00<br />
S. COSTA 0,140 -6,67% 0,440 0,120 -0,070 0,020 -- 7,000 -- -- 12-12-2012 13:25:27<br />
SEMAPA 5,240 2,48% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,527 5,803 4,87% 4,87% 12-12-2012 16:35:00<br />
SONAECOM 1,535 3,02% 1,555 1,042 0,161 0,149 9,534 10,302 4,56% 3,97% 12-12-2012 16:35:00<br />
SONAE,SGPS 0,655 6,33% 0,670 0,366 0,047 0,055 13,936 11,909 5,05% 4,89% 12-12-2012 16:35:00<br />
SONAE IND. 0,469 6,59% 0,720 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:39:56<br />
SAG GEST 0,360 2,86% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00<br />
TEIX. DUARTE 0,270 -3,57% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 12-12-2012 11:48:16<br />
Z. MULTIMEDIA 2,835 -1,77% 3,000 1,977 0,126 0,151 22,500 18,775 5,64% 5,89% 12-12-2012 16:35:51<br />
Z. MULTIMEDIA 3,429 4,93% 4,581 2,772 0,128 0,167 26,789 20,533 4,67% 5,18% 05-01-2011 16:35:00<br />
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />
Título<br />
Última<br />
Cotação<br />
Variação<br />
Semanal<br />
Máximo<br />
52 Sem<br />
Mínimo<br />
52 Sem<br />
EPS Est<br />
Act<br />
EPS Est<br />
Fut<br />
PAINEL BANCO POPULAR<br />
Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@<br />
bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exactidão não<br />
é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda<br />
em qualquer dos títulos mencionados.<br />
PER Est<br />
Act<br />
PER Est<br />
Fut<br />
Div. Yield<br />
Ind<br />
Div. Yield<br />
Est<br />
Data Act Hora Act<br />
B.POPULAR 0,566 -10,30% 2,000 0,528 -0,330 0,021 -- 26,952 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00<br />
INDITEX 103,85 5,25% 107,350 60,827 3,882 4,365 26,752 23,792 1,54% 2,17% 12-12-2012 16:38:00<br />
REPSOL YPF 15,99 -1,81% 24,230 10,900 1,611 1,683 9,926 9,501 6,03% 5,35% 12-12-2012 16:38:00<br />
TELEFONICA 10,12 0,80% 13,551 7,900 1,193 1,253 8,483 8,077 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00<br />
FRA. TELECOM 8,53 1,26% 12,490 7,835 1,273 1,169 6,701 7,297 16,18% 11,00% 12-12-2012 16:38:42<br />
LVMH 138,55 1,32% 140,000 103,200 7,224 7,989 19,179 17,343 2,09% 2,17% 12-12-2012 16:39:58<br />
BAYER AG O.N. 72,25 2,99% 73,090 44,295 5,447 5,929 13,272 12,193 2,28% 2,52% 12-12-2012 16:35:10<br />
DEUTSCHE BK 34,275 -1,93% 39,510 22,110 3,825 4,476 8,961 7,658 2,19% 2,15% 12-12-2012 16:35:28<br />
DT. TELEKOM 8,565 -0,66% 10,060 7,688 0,545 0,664 15,672 12,863 8,16% 8,17% 12-12-2012 16:35:16<br />
VOLKSWAGEN 160,5 5,01% 160,500 101,750 36,615 23,818 4,378 6,730 1,88% 2,19% 12-12-2012 16:35:13<br />
ING GROEP 7,196 0,95% 7,580 4,440 0,940 1,146 7,655 6,279 -- 0,10% 12-12-2012 16:38:27<br />
Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,<br />
a consolidação e a competitividade da sua empresa.<br />
DIOGO SERRAS LOPES<br />
Director de Investimentos,<br />
Banco Best.<br />
2012: boa reta fi nal<br />
MERCADOS<br />
Intermediação fi nanceira desce 24% em novembro<br />
O valor <strong>das</strong> ordens sobre instrumentos fi nanceiros recebi<strong>das</strong> pelos intermediários registou<br />
uma quebra de quase 24%, em novembro, face ao mês anterior, para 11,756 mil<br />
milhões de euros. A descida fi cou a dever-se à baixa nas ordens recebi<strong>das</strong> sobre dívida<br />
pública (48%), dívida privada (32%) e ações (9%). O BES (28,2%), a Fincor (11,9%)<br />
e o BESI (9,5%) tiveram as maiores quotas de mercado nas transações sobre as ações.<br />
Na dívida, as maiores quotas couberam ao BES (64%), ao Intermoney Valores Portugal<br />
(18%) e ao BESI (5,5%).<br />
O ano 2012 terminou em alta, com a performance positiva<br />
da maioria dos ativos de risco no segundo trimestre do ano e,<br />
principalmente, no mês de novembro e dezembro. Os principais<br />
mercados acionistas encerraram com ganhos de dois dígitos, medidos<br />
em moeda local, com o Japão a liderar estas apreciações. Ainda<br />
assim, a apreciação do euro, que desde julho subiu 10%, penalizou<br />
os ganhos dos mercados acionistas japoneses e norte-americanos,<br />
quando medidos em euros.<br />
De realçar, como contributos para esta performance, a atuação<br />
mais proactiva dos líderes políticos da Zona Euro e do Banco Central<br />
Europeu para resolver a crise de dívida, nomeadamente, com o<br />
compromisso por parte do banco central em comprar montantes<br />
ilimitados de dívida soberana dos países com necessidades de<br />
fi nanciamento. Esta medida foi tomada em julho, em simultâneo<br />
com o compromisso de maior integração fi scal entre Estados-<br />
-membros, um regulador bancário comum e um novo pacote de<br />
ajuda à Grécia, que adiou o programa de ajustamento, suavizando<br />
as suas metas. De facto, a bolsa grega é, no universo dos mercados<br />
desenvolvidos, a que regista melhor performance no último trimestre<br />
do ano, com ganhos de 20%.<br />
O resultado, de um ponto de vista dos mercados fi nanceiros,<br />
foi uma redução do risco sistémico e consequente incremento da<br />
confi ança na estabilidade da Zona Euro. Com isto, as obrigações<br />
soberanas da zona euro, medi<strong>das</strong> pelo Euro Bloc All Government<br />
Bonds Index, registam o maior ganho anual de sempre.<br />
Os bancos centrais mundiais tiveram, efetivamente, um papel<br />
decisivo no sentimento dos mercados, ao aplicarem medi<strong>das</strong> de<br />
cedência de liquidez sem precedentes. A Reserva Federal norte-<br />
-americana, por exemplo, aplicou mais duas ron<strong>das</strong> de “quantitative<br />
easing”, com a última, a quarta desde o início da crise, a estenderse<br />
por prazo ilimitado, pois a sua maturidade está dependente da<br />
evolução do mercado de trabalho nos EUA.<br />
Pela negativa, o crescimento económico global foi fraco, com<br />
destaque negativo para a Zona Euro, que se encontra em recessão<br />
técnica desde o segundo trimestre do ano. Os EUA surpreenderam<br />
pela positiva, com o continuo contributo do consumo privado.<br />
No fi nal do ano, as eleições e a incerteza quanto à possibilidade de<br />
evitar o “fi scal cliff” – cortes automáticos de despesa e aumento<br />
de impostos – contrabalançaram as notícias positivas. A China,<br />
por sua vez, cresceu mais devagar, mas conseguiu evitar um maior<br />
abrandamento, registando, até, uma recuperação dos indicadores<br />
macroeconómicos no fi nal do ano.<br />
O menor crescimento económico levou à depreciação da maioria<br />
<strong>das</strong> matérias-primas, bem como à queda <strong>das</strong> taxas de juro, tanto nos<br />
EUA como na Zona Euro. O ouro apreciou, embora tenha corrigido<br />
parte dos ganhos no fi nal do ano, à medida que a necessidade de<br />
refúgio, devido às medi<strong>das</strong> toma<strong>das</strong> na Zona Euro, diminuía.<br />
Por fi m, os fatores microeconómicos foram-se deteriorando ao<br />
longo do ano, tal como esperado, embora as empresas tenham<br />
apresentado resultados positivos, com crescimento <strong>das</strong> ven<strong>das</strong>,<br />
evitando, assim, um pior cenário.<br />
2012 era, portanto, um ano envolto em incerteza, mas que<br />
registou ganhos na maioria dos ativos de risco.<br />
A nossa energia é<br />
para a sua empresa!<br />
PUB
46 SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013<br />
AUTOMÓVEL<br />
MCoutinho abre loja automóvel<br />
no Dolce Vita Porto<br />
AQUILES PINTO<br />
aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />
O grupo MCoutinho abriu,<br />
no início de dezembro, uma loja<br />
automóvel no centro comercial<br />
Dolce Vita Porto. Manuel Lúcio<br />
Coutinho, administrador do<br />
grupo sediado em Marco de Canaveses,<br />
explica a aposta no espaço<br />
como uma forma de atingir<br />
o público. “O retalho automóvel<br />
português vive um dos períodos<br />
mais conturbados de sempre. O<br />
que temos de procurar são formas<br />
de chegar a novos públicos<br />
e os centros comerciais mantêm<br />
um movimento que não temos<br />
nos nossos ‘showrooms’. Portanto,<br />
creio que é uma forma inovadora<br />
– julgamos que é o primeiro espaço<br />
desta natureza a abrir no país<br />
– de chegarmos a novos públicos,<br />
não só em termos de ven<strong>das</strong> como<br />
de pós-venda”, explicou à “<strong>Vida</strong><br />
<strong>Económica</strong>”.<br />
Além da exposição de viaturas<br />
novas e venda de merchandising<br />
<strong>das</strong> marcas, o grupo de retalho automóvel<br />
dedica um espaço exclusivo<br />
ao após-venda, onde comunica<br />
a nova política comercial focada<br />
na idade da viatura: “Mais Anos<br />
Mais Descontos”. A meta principal<br />
do grupo MCoutinho com<br />
este novo espaço foi a promoção,<br />
mas o facto é que tem havido resultados<br />
comerciais também. Nas<br />
três primeiras semanas, a loja recebeu<br />
558 visitas, que resultaram em<br />
sete negócios em curso, com uma<br />
venda já efetivada. “Ainda não há<br />
uma experiência deste espaço. Inicialmente,<br />
achámos que iríamos<br />
passar uma imagem mais institucional,<br />
mas, na prática, também<br />
conseguimos ter mais negócios,<br />
ter mais contactos, mostrar mais<br />
o nosso produto. Acabamos por<br />
juntar as duas vertentes”, explica a<br />
nossa fonte.<br />
Setor com o pior ano em 35<br />
Esta aposta do grupo MCoutinho<br />
surgiu no fim de um ano mau<br />
para as ven<strong>das</strong> de automóveis novos<br />
em Portugal. “2012 foi o pior<br />
ano dos últimos 35 anos. Em dois<br />
anos, o setor automóvel caiu mais<br />
de 60%. Estamos, por isso, num<br />
processo de ajustamento violento,<br />
pois tivemos de ajustar as nossas<br />
estruturas à realidade do mercado.<br />
O que perspetivamos é que 2012<br />
[as declarações foram presta<strong>das</strong><br />
antes do fim do mês] represente,<br />
em termos de automóveis novos,<br />
um pouco acima de 100 mil unidades<br />
e 2013 seja ainda mais baixo<br />
e se fique pelas 100 mil viaturas”,<br />
prevê o executivo.<br />
Manuel Coutinho crê que a<br />
partir de 2014 possa haver uma<br />
inversão da quebra <strong>das</strong> ven<strong>das</strong> de<br />
“Inicialmente, achámos que iríamos passar uma imagem mais institucional, mas também conseguimos ter mais negócios”,<br />
indica Manuel Lúcio Coutinho.<br />
veículos novos no nosso país, mas<br />
avisa que a recuperação será muito<br />
mais lenta do que foi a descida.<br />
“Se observarmos o que se passou<br />
em países como a Irlanda ou a<br />
Grécia, vemos que depois <strong>das</strong> que<strong>das</strong><br />
acentua<strong>das</strong> o crescimento do<br />
mercado foi muito lento. Depois<br />
<strong>das</strong> que<strong>das</strong> na casa dos 60%, a<br />
cadência de recuperação ronda os<br />
3% ao ano”, explica.<br />
Esta realidade muda a tipologia<br />
do negócio automóvel em<br />
Portugal, de acordo com o administrador<br />
do grupo MCoutinho.<br />
“Provavelmente, a atividade vai<br />
Mazda Motor de Portugal reforça representação<br />
A Mazda tem vindo a reforçar<br />
a rede de concessionários e<br />
reparadores autorizados em de<br />
Portugal. Este reforço da rede<br />
surge num ano mau para o setor<br />
automóvel nacional, ainda mais<br />
negro para a marca japonesa,<br />
que, de janeiro a novembro, caiu<br />
61,8% (para 359 unidades), acima<br />
dos 37,4% que a generalidade<br />
do mercado desceu.<br />
Assim, ao longo dos últimos<br />
meses, a filial da marca definiu<br />
quatro novos espaços de venda<br />
de automóveis novos e dois<br />
de serviço pós-venda: Antero<br />
Rego (Ponta Delgada), gerido<br />
pelo responsável com o mesmo<br />
nome da concessão; Auto Júlio<br />
(Cal<strong>das</strong> da Rainha/Torres Vedras),<br />
sob a supervisão de António<br />
Júlio; Auto S. Cristóvão<br />
(Évora) com Pedro Cristóvão<br />
como responsável máximo; C.<br />
Serrano (Portalegre/Castelo<br />
Branco), com Rui Serrano na<br />
liderança da equipa, Irmãos Luzias<br />
(Beja), com Vítor Luzia na<br />
gestão do negócio; e Mitauto<br />
(Viseu) sob a direcção de José<br />
Pais. A Mazda passa a contar<br />
com 24 concessionários e 28<br />
reparadores autorizados (alguns<br />
deles comuns) em Portugal.<br />
Marca coloca<br />
to<strong>das</strong> as “fichas” no 6<br />
Em 2013, ano que se prevê<br />
particularmente adverso, fruto<br />
da desfavorável conjuntura socioeconómica<br />
do país, nomeadamente<br />
do próprio mercado<br />
automóvel, a representação da<br />
Mazda vai surgir, segundo a<br />
marca, “mais forte, de modo a<br />
contrariar essa tendência, num<br />
ano que se revelará deveras importante<br />
com o lançamento” da<br />
nova geração do 6, modelo do<br />
segmento D. “Se olharmos com<br />
atenção para outros exemplos do<br />
A nova geração do<br />
Mazda6, irá ser lançada<br />
no nosso país no final<br />
do primeiro trimestre<br />
do próximo ano<br />
passado, verificamos que não é<br />
desistindo dos objetivos, ou deixando-se<br />
levar pela maré, que as<br />
coisas evoluem no sentido que se<br />
pretende”, explica Luís Morais,<br />
diretor-geral da Mazda Motor<br />
de Portugal. “As grandes adversidades<br />
enfrentam-se com novas<br />
apostas, por vezes arroja<strong>das</strong>, mas<br />
que se forem estrategicamente<br />
bem defini<strong>das</strong>, no final levam<br />
a que se alcancem os resultados<br />
pretendidos. 2013 não será um<br />
ano fácil, é certo, mas, se não<br />
fizermos nada para contrariar<br />
a tendência os resultados, não<br />
Protec simply agora disponível online<br />
A AXA Portugal acaba de disponibilizar em venda direta no<br />
axa.pt, o protec simply, um pack de seguro automóvel assente<br />
na lógica “coberturas mínimas a preço mínimo”. Na altura em<br />
que assinala os 15 anos de presença da marca em Portugal, a<br />
empresa dá mais um passo na implementação da sua estratégia<br />
e-commerce.<br />
surgem naturalmente só por si”,<br />
acrescenta.<br />
O Mazda 6 é o modelo em que<br />
a filial portuguesa da marca coloca<br />
to<strong>das</strong> as “fichas” para o novo<br />
ano. “De facto, o Mazda 6 é um<br />
automóvel por demais importante<br />
para o nosso mercado, não<br />
só no retalho como em termos<br />
empresariais, área que estamos<br />
a começar a explorar com maior<br />
detalhe. A nova geração do Mazda6,<br />
que tem sido amplamente<br />
aplaudida pela imprensa, irá ser<br />
lançada no nosso país no final<br />
do primeiro trimestre do próximo<br />
ano, pelo que temos de<br />
estar aptos a chegar a todos os<br />
potenciais consumidores, seja do<br />
nosso actual leque de clientes,<br />
ou para a conquista – que estou<br />
convencido irá acontecer – de<br />
novos e orgulhosos proprietários<br />
de automóveis Mazda, permitindo<br />
o crescimento da nossa quota<br />
de mercado”, refere Luís Morais.<br />
estar mais baseada em meios eletrónicos<br />
e menos estruturas físicas.<br />
Este mercado cria-nos desafios tremendos.<br />
Somos um grupo com<br />
56 anos de existência, esperamos<br />
ficar outros 56 anos, pelo menos,<br />
mas sabemos que vivemos o maior<br />
desafio da nossa história”, confia.<br />
RETIFICAÇÃO<br />
“Hyundai com<br />
programa de preço<br />
fixo em serviços<br />
de oficina”<br />
O artigo com o título “Hyundai<br />
com programa de preço fixo<br />
em serviços de oficina”, que<br />
publicámos na edição 1472<br />
(14 de dezembro), saiu<br />
associado a uma fotografia de<br />
uma oficina BMW e não da<br />
Hyundai. Embora a informação<br />
contida no texto (referente à<br />
marca coreana) esteja correta,<br />
pedimos desculpa às marcas e<br />
aos leitores pelo lapso.
VIRGILIO FERREIRA<br />
virgilio@vidaeconomica.pt<br />
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO 2013 47<br />
ÓCIO E NEGÓCIOS<br />
Real Companhia Velha<br />
celebra 100 anos<br />
da marca “Grandjó”<br />
Embora a marca “Grandjó” tenha sido registada em 1912, há registos “não<br />
oficiais” que indicam que a sua existência é anterior a esta data.<br />
A marca de vinhos “Grandjó”,<br />
nascida na Granja de Alijó e pertença<br />
da Real Companhia Velha<br />
(RCV), está de parabéns, uma vez<br />
que acaba de completar 100 anos,<br />
sendo por isso a marca de vinhos<br />
do Douro mais antiga do país.<br />
Para assinalar a efeméride, a<br />
RCV lançou o desafio e o Chefe<br />
Rui Paula aceitou: criar um menu<br />
vínico em que as duas referências<br />
da marca – “Grandjó Late Harvest”<br />
e “Grandjó Meio Doce” –<br />
estivessem em destaque.<br />
Ao jantar vínico, recentemente<br />
realizado no restaurante DOP,<br />
no Porto, compareceram o presidente<br />
da RCV, Pedro Silva Reis,<br />
o diretor de Enologia da RCV,<br />
Jorge Moreira, e a imprensa especializada.<br />
A escolha do Chefe Rui Paula<br />
não foi ao acaso: “Fois gras” com<br />
“Grandjó Late Harvest”, Sashimi<br />
de Dourada com molho cítrico<br />
para o “Grandjó Meio Doce branco”,<br />
Sushi com “Quinta de Cidrô<br />
Gewürztraminer branco”, Barriga<br />
de Leitão com batata Galette e<br />
molho de cidra “regado” com o<br />
“Carvalhas tinto” e, finalmente, a<br />
lima e os frutos vermelhos com o<br />
“Grandjó Late Harvest”.<br />
“Grandjó”: um vinho nobre<br />
e peculiar<br />
Embora a marca “Grandjó” tenha<br />
sido registada em 1912, há registos<br />
“não oficiais” que indicam<br />
Qualidade<br />
a preços<br />
acessíveis<br />
<br />
J <br />
<br />
J <br />
<br />
<br />
J <br />
J <br />
<br />
J <br />
<br />
<br />
<br />
que a sua existência é anterior a<br />
esta data. No livro “Vinificação<br />
Moderna” (de Pedro Bravo e Duarte<br />
Oliveira), que data de 1925,<br />
é feita referência ao “Grandjó”<br />
como existente desde 1910.<br />
Pedro Bravo e Duarte de Oliveira<br />
concluíram mesmo que este<br />
néctar se pode equiparar ao Porto<br />
Vintage <strong>das</strong> terras mais prestigia<strong>das</strong><br />
do Douro, o que faz do<br />
“Grandjó Late Harvest” o “Vintage<br />
<strong>das</strong> terras altas”!<br />
A Real Companhia Velha é proprietária<br />
de uma significativa extensão<br />
de vinhas – que atinge os<br />
160 hectares – na região de Alijó:<br />
a denominada Quinta do Casal da<br />
Granja. O nome “Grandjó” surgiu<br />
por causa do nome do lugar<br />
onde são cultiva<strong>das</strong> as uvas que<br />
lhe dão origem: Granja de Alijó.<br />
A marca “Grandjó” possui, atualmente,<br />
duas referências: meio<br />
doce branco e “late harvest”, sendo<br />
este último o mais parecido<br />
com o vinho original.<br />
Profitecla desenvolve ações de solidariedade pelo país<br />
As escolas Profitecla aproveitaram o espírito natalício para<br />
organizar diversas ações de solidariedade pelo país. Recolha<br />
de alimentos, vestuário, brinquedos e visitas aos mais<br />
desfavorecidos foram algumas <strong>das</strong> atividades que os alunos<br />
da Profitecla de Viseu, Barcelos, Braga e Porto desenvolveram<br />
nas suas comunidades.<br />
Optimus investe na saúde<br />
e bem-estar dos seus<br />
colaboradores<br />
“As pessoas são o nosso maior ativo”, afirma Isabel, diretora de Comunicação<br />
Institucional e Sustentabilidade da Optimus.<br />
FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />
fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />
“As pessoas são o nosso maior<br />
ativo” e por isso, na Optimus,<br />
“existe uma genuína preocupação<br />
em assegurar que criamos<br />
as condições necessárias para o<br />
bem-estar físico e emocional dos<br />
nossos colaboradores”, afirma<br />
Isabel Borgas. Nesta perspetiva,<br />
a diretora de Comunicação<br />
Institucional e Sustentabilidade<br />
da Optimus defende ainda que<br />
“é importante que as empresas<br />
estejam ao lado dos seus colaboradores,<br />
naqueles que são os<br />
momentos críticos <strong>das</strong> suas vi<strong>das</strong>,<br />
quer a nível pessoal como<br />
profissional”.<br />
Prova do seu empenho na promoção<br />
do bem-estar dos seus<br />
colaboradores, a operadora de<br />
telecomunicações desenvolveu<br />
recentemente junto dos seus cerca<br />
de dois mil colaboradores, no<br />
Porto e em Lisboa, a “Semana da<br />
Saúde e Bem-Estar”, uma iniciativa<br />
que teve como principal objetivo<br />
sensibilizar os colaboradores<br />
para a importância da saúde e<br />
bem-estar e contribuir com dicas<br />
e ferramentas de aproveitamento<br />
pessoal e prática no dia-a-dia, potenciando<br />
um melhor equilíbrio<br />
entre vida pessoal e vida profissional.<br />
“Ao longo de cinco dias,<br />
levámos a cabo um conjunto de<br />
atividades e demos a conhecer<br />
algumas dicas úteis para o dia-a-<br />
-dia, que tiveram como objetivo<br />
ajudar os colaboradores Optimus<br />
a encarar o futuro de forma positiva<br />
e construtiva”, explica Isabel<br />
Borgas, destacando iniciativas<br />
como a “terapia para combater<br />
o stress, as dicas que ensinam a<br />
poupar e ainda os workshops de<br />
reaproveitamento de vestuário”.<br />
Ao longo de 2013 a Optimus<br />
continuará a atuar naqueles que<br />
são os seus três eixos estratégicos,<br />
“Responsible Life, Green Life e<br />
E-Life”, e a promover e apoiar<br />
iniciativas como o Projeto K, o<br />
Programa Smile e o One Care,<br />
um projeto de teleassistência,<br />
desenvolvido em parceria com a<br />
Intellicare, que tem como objetivo<br />
monitorizar de forma permanente,<br />
eficaz e economicamente<br />
vantajosa os utentes, em especial<br />
portadores de doenças crónicas.<br />
PUB
Empresas<br />
podem<br />
decidir férias<br />
dos<br />
trabalhadores<br />
Os Portugueses vão ter<br />
menos dias de férias este<br />
ano e as empresas poderão<br />
fechar durante os períodos<br />
<strong>das</strong> chama<strong>das</strong> pontes. A<br />
majoração de férias foi reduzida,<br />
pelo que o tempo<br />
sem trabalho se fi ca apenas<br />
pelos 22 dias.<br />
As empresas passam a ter<br />
a possibilidade de encerrar<br />
durante os períodos de<br />
pontes, com esses dias a serem<br />
descontados nas férias<br />
dos trabalhadores. Esta situação<br />
aplica-se aos cinco<br />
dias na época <strong>das</strong> férias escolares<br />
do Natal e nas sextas<br />
ou segun<strong>das</strong>-feiras entre<br />
feriados e fi ns-de-semana,<br />
as referi<strong>das</strong> pontes.<br />
Trata-se de mais uma<br />
medida que tem a ver com<br />
as regras de austeridade e<br />
que consta do Código do<br />
Trabalho. Aliás, a regra já<br />
deveria ter entrado em vigor<br />
no ano passado, mas<br />
o Governo optou pelo seu<br />
adiamento. De notar que<br />
o Executivo deixou cair a<br />
medida que implicava aumentar<br />
em meia hora o horário<br />
de trabalho.<br />
Banco<br />
com novas<br />
obrigações<br />
perante os<br />
clientes<br />
Os bancos estão obrigados<br />
a alertar os clientes e a<br />
atuarem rapidamente, caso<br />
existam indícios de risco<br />
de incumprimento. A banca<br />
necessita dos necessários<br />
meios informáticos que<br />
avisem para uma degradação<br />
da capacidade fi nanceira<br />
dos clientes.<br />
Estas algumas <strong>das</strong> novas<br />
regras impostas pelo Banco<br />
de Portugal às entidades fi -<br />
nanceiras e que visam travar<br />
o crédito malparado,<br />
especialmente no segmento<br />
da habitação. Os bancos<br />
têm dez dias para entrarem<br />
em contacto com<br />
os clientes. Estes, por sua<br />
vez, devem tomar medi<strong>das</strong><br />
e explicarem o que se está<br />
a passar, eventualmente<br />
entrarem em negociações<br />
com o banco.<br />
A instituição deve avançar<br />
com soluções adequa<strong>das</strong>,<br />
através de uma análise<br />
caso a caso. A renegociação<br />
do crédito é uma alternativa<br />
possível, em situações<br />
mais críticas. Os funcionários<br />
bancários têm responsabilidades<br />
acresci<strong>das</strong> neste<br />
tipo de situações.<br />
A TENDÊNCIA(?)<br />
Exportações de bens e serviços em % do PIB<br />
Fonte: Comissão Europeia, Outono 2012<br />
COMENTÁRIO:<br />
As exportações da Irlanda (cujo saldo externo é positivo e 174% melhor que o<br />
português), crescem a + 50% que as portuguesas. Mais palavras para quê?<br />
JORGE A.<br />
VASCONCELLOS E SÁ<br />
Mestre Drucker School<br />
PhD Columbia University<br />
Professor Catedrático<br />
Formador:<br />
Dr. Agostinho Costa<br />
Nº 1474 / 4 de janeiro 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />
Programa:<br />
1. A Contabilidade como sistema de<br />
informação de apoio à gestão<br />
2. O essencial sobre os conceitos base de<br />
contabilidade em SNC<br />
3. O essencial sobre as classes 1, 2, 3, 4 e 5<br />
do SNC<br />
4. O essencial sobre as classes 6, 7 e 8 do SNC<br />
5.<br />
exercício<br />
6. As demonstrações Financeiras e o SNC<br />
Irlanda (tx. de crescimento média anual = 3%)<br />
Portugal (tx. de crescimento média anual = 1,9%)<br />
Instituto de Liberdade <strong>Económica</strong><br />
LIBERTAS<br />
economicfreedom@mail.telepac.pt<br />
www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com<br />
Organização:<br />
Informações e inscrições:<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />
Tel.: 223 399 466<br />
Fax: 222 058 098<br />
E-mail:<br />
patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />
Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.<br />
No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> criou uma<br />
quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação<br />
de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da<br />
última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.<br />
NOTA DE FECHO<br />
JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTO<br />
jlsousa@vidaeconomica.pt<br />
“Big Brother” fi scal<br />
Uma edição<br />
livraria.vidaeconomica.pt<br />
Com a entrada em vigor do novo regime de faturação no<br />
dia 1 de Janeiro, passou a ser <strong>obrigatória</strong> a emissão de fatura<br />
em to<strong>das</strong> as transações para todo o tipo de operadores.<br />
As normas que faltavam foram publica<strong>das</strong> a 28 de<br />
Dezembro, deixando um dia útil de intervalo para os<br />
operadores conhecerem e se adaptarem ao novo regime.<br />
Estamos em Portugal…<br />
Além da fatura <strong>obrigatória</strong> para tudo e todos, o Governo<br />
passa a obrigar ao envio dos dados relevantes, criando uma<br />
mega-central onde recebe informação diária sobre to<strong>das</strong> as<br />
faturas que são emiti<strong>das</strong> no nosso país, passando as dispor<br />
dos dados de to<strong>das</strong> as transações efetua<strong>das</strong>.<br />
Entretanto, foi adiada para Maio a obrigação que todos<br />
os agentes económicos passam a ter, remetendo informação<br />
prévia sobre todos os documentos de transporte.<br />
Portugal passa a ser o primeiro país do mundo onde a<br />
Administração Fiscal tem informação em tempo real - a<br />
cargo <strong>das</strong> empresas – sobre to<strong>das</strong> as faturas emiti<strong>das</strong>.<br />
Tal como em to<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong>, deveriam ser pesa<strong>das</strong> as<br />
vantagens e inconvenientes. Na perspetiva do Governo, as<br />
vantagens estão no aperto do controlo sobre os operadores.<br />
Com essa nova arma, a Administração Fiscal admitirá acabar<br />
de vez com quase toda a evasão fi scal, deixando-a circunscrita<br />
a uma marginalidade económica de reduzida dimensão.<br />
Mas os inconvenientes estão subestimados e serão<br />
dramáticos, ao <strong>agrava</strong>r os custos <strong>das</strong> empresas, ao retirar-lhes<br />
o tempo que falta para as tarefas produtivas, dizimando os<br />
pequenos operadores, precipitando o encerramento de mais<br />
empresas, e difi cultando a criação de novas empresas, pelos<br />
obstáculos, encargos e difi culdades que estão a ser impostas<br />
aos pequenos empreendedores.<br />
Se o Governo tivesse consciência dos efeitos deste regime,<br />
nunca o teria criado, porque, ao contrário do que espera, vai<br />
ter menos operadores em atividade, em maiores difi culdades<br />
económicas e fi nanceiras, menos receitas fi scais e, no limite,<br />
mais economia paralela, porque, ao <strong>agrava</strong>r os custos para<br />
quem cumpre, aumenta também o prémio da evasão para<br />
Portugal passa a ser o primeiro país<br />
do mundo onde a Administração<br />
Fiscal tem informação em tempo real<br />
- a cargo <strong>das</strong> empresas – sobre to<strong>das</strong><br />
as faturas emiti<strong>das</strong>.<br />
quem prefere correr os riscos e não cumpre as normas.<br />
Os técnicos de contas e empresas de contabilidade<br />
poderiam ter algum benefício com o acréscimo de horas<br />
de trabalho exigi<strong>das</strong> pelas novas obrigações declarativas.<br />
Mas, na situação em que as empresas se encontram, não<br />
conseguem repercutir o seu aumento de custos. Para <strong>agrava</strong>r,<br />
veem acelerar a perda de clientes com o encerramento de<br />
mais empresas em atividade que não são substituí<strong>das</strong> pela<br />
criação de novas empresas.<br />
O balanço do novo regime para os TOC e empresas de<br />
contabilidade vai ser claramente negativo.<br />
Para as empresas em atividade e cumpridoras – que<br />
são a larga maioria – poderia haver alguma vantagem<br />
com o novo regime se houvesse redução da concorrência<br />
desleal com o melhor cumprimento <strong>das</strong> obrigações<br />
fi scais, mas não é certo que o número de prevaricadores<br />
diminua. De qualquer forma, o custo exigido seria<br />
sempre muito elevado para o benefício. Em to<strong>das</strong> as<br />
comparações, as empresas portuguesas já são aquelas que<br />
têm que dedicar obrigatoriamente mais tempo com as<br />
suas tarefas declarativas. Agora o imposto tempo vai ser<br />
signifi cativamente <strong>agrava</strong>do.<br />
As obrigações impostas ultrapassam todos os limites<br />
do absurdo e criam uma situação insustentável, onde<br />
é gritante a desigualdade face aos vizinhos da União<br />
Europeia. Com o próximo passo que o Governo vai dar,<br />
impondo o envio prévio dos documentos de transporte, a<br />
disparidade de regras será abissal: uma empresa espanhola<br />
poderá fazer entrar em Portugal e distribuir livremente<br />
vários camiões TIR carregados de material de construção<br />
sem ter que comunicar previamente documentos de<br />
transporte à Administração Fiscal. Ao mesmo tempo, um<br />
microempresário português que pretenda entregar uma<br />
embalagem com um litro de tinta a um cliente a 100 metros<br />
<strong>das</strong> suas instalações só o poderá fazer depois de informar<br />
previamente a Autoridade Tributária.