ESTUDO DA DESATIVAÇÃO TÉRMICA E ... - viii cobeq-ic 2009
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<strong>ESTUDO</strong> <strong>DA</strong> <strong>DESATIVAÇÃO</strong> <strong>TÉRMICA</strong> E QUÍMICA DE CATALISADORES<br />
AUTOMOTIVOS COMERCIAIS<br />
1 Douglas Guerreiro Ribeiro, 2 Samara da Silva Montani, 3 Mauri José Baldini Cardoso, 4 Fatima Maria<br />
Zanon Zotin<br />
1 Bolsista de In<strong>ic</strong>iação Científ<strong>ic</strong>a BIORIO, discente do curso de Engenharia Quím<strong>ic</strong>a<br />
2 Técn<strong>ic</strong>o em quím<strong>ic</strong>a do Instituto de Quím<strong>ic</strong>a da UERJ/RJ<br />
3 Pesquisador do CENPES-PETROBRAS<br />
4 Professor do Instituto de Quím<strong>ic</strong>a da UERJ/RJ<br />
1,2,4<br />
Instituto de Quím<strong>ic</strong>a da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. R. São Francisco Xavier, 524, Campus<br />
Maracanã, Rio de Janeiro - RJ, CEP 20550-900<br />
3<br />
Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amér<strong>ic</strong>o Miguez de Mello, Cidade Universitária, Qd. 7, Ilha do<br />
Fundão, Rio de Janeiro - RJ, CEP 21949-900<br />
e-mail: fzotin@uerj.br<br />
RESUMO – Foram estudados os efeitos da degradação térm<strong>ic</strong>a e da contaminação por enxofre<br />
no desempenho de uma série de catalisadores automotivos comerciais à base de paládio. O<br />
envelhecimento térm<strong>ic</strong>o afetou fortemente as propriedades texturais e a atividade catalít<strong>ic</strong>a<br />
frente à conversão de NO, sendo que o catalisador E apresentou maior resistência à<br />
degradação térm<strong>ic</strong>a, provavelmente devido à sua composição diferenciada. A formação de N2O<br />
foi observada para todas as amostras, e não se constatou relação direta da presença de<br />
enxofre na desativação dos catalisadores estudados.<br />
Palavras-Chave: catalisador automotivo, desativação térm<strong>ic</strong>a, desativação quím<strong>ic</strong>a<br />
INTRODUÇÃO<br />
Os gases liberados pela exaustão do motor<br />
dos automóveis constituem-se principalmente de<br />
monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos não<br />
convertidos (HC) oriundos da queima incompleta<br />
da gasolina, e óxidos de nitrogênio (NOx), sendo<br />
os últimos representados majoritariamente pelo<br />
NO (Goralski, 2002); restrições legais quanto à<br />
emissão desses poluentes nos centros urbanos<br />
motivaram o desenvolvimento e aperfeiçoamento<br />
da tecnologia do catalisador automotivo.<br />
O catalisador automotivo é formado<br />
bas<strong>ic</strong>amente por, ao menos, um metal nobre (Pd,<br />
Pt e/ou Rh), principal responsável pela atividade<br />
catalít<strong>ic</strong>a, por óxidos mistos de CeO2 e ZrO2, que<br />
atuam na estocagem de oxigênio, e por um<br />
suporte de γ-alumina, cuja função é melhorar a<br />
dispersão metál<strong>ic</strong>a, aumentando a superfície de<br />
contato entre esse componente e os reagentes. O<br />
suporte também contém aditivos estabilizantes,<br />
como óxidos de terras raras (La2O3, BaO, entre<br />
outros), que conferem ao catalisador maior<br />
resistência à degradação térm<strong>ic</strong>a e à ação de<br />
impurezas presentes no combustível.<br />
A desativação de um catalisador automotivo<br />
pode ocorrer por vários mecanismos, tanto de<br />
natureza fís<strong>ic</strong>a como quím<strong>ic</strong>a (Neyestanaki,<br />
2004). A desativação térm<strong>ic</strong>a é um processo fís<strong>ic</strong>o<br />
sendo, provavelmente, o principal mecanismo<br />
de desativação presente no catalisador automoti-<br />
vo (Neyestanaki, 2004; Fernandes, 2007). Esse<br />
processo ocorre principalmente pelo fenômeno de<br />
sinterização, que consiste na diminuição da superfície<br />
catalít<strong>ic</strong>a ativa devido a modif<strong>ic</strong>ações estruturais<br />
no catalisador, resultando em perda na<br />
atividade catalít<strong>ic</strong>a.<br />
Já a desativação quím<strong>ic</strong>a é representada<br />
pelo envenenamento catalít<strong>ic</strong>o, sendo o envenenamento<br />
por enxofre um dos mais observados.<br />
O SO2 oriundo da queima de compostos<br />
orgân<strong>ic</strong>os sulfurados no motor, ao passar pelo<br />
catalisador, pode facilmente ser oxidado ou reduzido,<br />
dependendo das condições reacionais: em<br />
atmosfera redutora, há formação de H 2S, e em<br />
atmosfera oxidante, há produção de SO3; os dois<br />
compostos são conhecidos por serem fortes venenos<br />
para superfícies catalít<strong>ic</strong>as metál<strong>ic</strong>as (Neyestanaki,<br />
2004).<br />
Sendo assim, o objetivo desse trabalho é o<br />
estudo dos efeitos da desativação térm<strong>ic</strong>a e quím<strong>ic</strong>a<br />
em uma série de catalisadores comerciais,<br />
tendo como foco a reação de redução do NO pelo<br />
CO.<br />
EXPERIMENTAL<br />
Foram utilizados seis catalisadores<br />
comerciais adquiridos no mercado nacional,<br />
denominados I, E, C, A, G e D. Enquanto o<br />
catalisador I foi mantido como referência<br />
(catalisador novo), os demais foram submetidos a<br />
VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Quím<strong>ic</strong>a em In<strong>ic</strong>iação Científ<strong>ic</strong>a<br />
27 a 30 de julho de <strong>2009</strong><br />
Uberlândia, Minas Gerais, Brasil
envelhecimento em banco de provas equipado<br />
com um dinamômetro do tipo corrente de<br />
Foucault, em teste de 150 ou 300 h, sob<br />
condições mais ou menos drást<strong>ic</strong>as e sob teores<br />
de enxofre diferentes.<br />
Os catalisadores A, C e D foram<br />
submetidos a envelhecimento térm<strong>ic</strong>o drást<strong>ic</strong>o<br />
(temperaturas maiores que 750ºC), usando<br />
gasolina com teores de enxofre de 700, 400 e 400<br />
ppm, respectivamente. Já os catalisadores G e E<br />
foram envelhecidos em temperaturas mais<br />
amenas (menores que 700ºC), com gasolinas<br />
contendo 400 e 700 ppm de enxofre,<br />
respectivamente. O tempo de envelhecimento<br />
empregado foi de 300 h, exceto para o catalisador<br />
C, que foi envelhecido por 150 h.<br />
Em seguida, eles foram serrados, segundo<br />
procedimento descrito por Fernandes (2007),<br />
gerando vários corpos de prova.<br />
As amostras geradas foram submetidas à<br />
caracterização textural e avaliação catalít<strong>ic</strong>a, a fim<br />
de avaliar os efeitos dos envelhecimentos na<br />
estrutura e na atividade do catalisador.<br />
A caracterização textural consistiu em<br />
análises de área específ<strong>ic</strong>a BET e volume de<br />
poros, realizados em um analisador ASAP 2400<br />
V3.07.<br />
Os testes de avaliação catalít<strong>ic</strong>a foram<br />
realizados em uma unidade constituída de um<br />
reator de vidro pyrex tipo “tubo em U”, onde se<br />
coloca a amostra de catalisador, um forno vert<strong>ic</strong>al<br />
com controle de temperatura PID, que permite a<br />
programação de uma rampa de aquecimento da<br />
temperatura ambiente (25ºC) a 450ºC, a uma taxa<br />
de 2ºC/min, e um cromatógrafo gasoso Agilent<br />
6890N acoplado, necessário para a determinação<br />
da quantidade de poluente convertido e<br />
identif<strong>ic</strong>ação dos produtos de reação gerados.<br />
Os catalisadores foram submetidos a um<br />
fluxo de corrente gasosa contendo CO e NO em<br />
proporções estequiométr<strong>ic</strong>as (1,0% de CO e 1,0%<br />
de NO, com balanço em He), e as conversões<br />
desses gases foram medidas para diferentes<br />
temperaturas durante a rampa de aquecimento.<br />
Foram usadas amostras em pó<br />
homogeneizadas, na faixa granulométr<strong>ic</strong>a de 40 a<br />
60 mesh. Efeitos térm<strong>ic</strong>os foram minimizados<br />
diluindo o catalisador em carbeto de silício numa<br />
proporção máss<strong>ic</strong>a de 1:3 (Fernandes, 2007).<br />
Os dados gerados pelo cromatógrafo foram<br />
utilizados para a construção de curvas de lightoff,<br />
ou seja, gráf<strong>ic</strong>os relacionando a conversão de NO<br />
com a temperatura. O parâmetro utilizado para<br />
comparar a atividade catalít<strong>ic</strong>a foi a temperatura<br />
de lightoff (T50), temperatura em que 50% da<br />
conversão é atingida.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A análise quím<strong>ic</strong>a dos catalisadores ind<strong>ic</strong>ou<br />
que todos apresentam alumina, óxidos mistos de<br />
cério e zircônio, e paládio como metal nobre. A<br />
amostra E foi a ún<strong>ic</strong>a a conter óxido de bário em<br />
sua composição.<br />
As Tabelas 1 e 2 apresentam os resultados<br />
da caracterização textural dos catalisadores<br />
estudados.<br />
Tabela 1: Área superf<strong>ic</strong>ial dos catalisadores<br />
Catalisador Área BET (m 2 /g)<br />
I 34,4<br />
E 20,2<br />
C 1,1<br />
A 4,1<br />
G 19,4<br />
D 7,7<br />
Tabela 2: Volume de poros dos catalisadores<br />
Catalisador Volume de poros<br />
(cm 3 /g)<br />
I 0,090<br />
E 0,065<br />
C 0,001<br />
A 0,009<br />
G 0,067<br />
D 0,034<br />
Os resultados mostram que as amostras<br />
submetidas a envelhecimento térm<strong>ic</strong>o drást<strong>ic</strong>o (A,<br />
C e D) apresentaram redução brusca na área<br />
superf<strong>ic</strong>ial e volume de poros, em relação ao<br />
catalisador novo (I). Já os catalisadores<br />
envelhecidos sob condições mais brandas (G e E)<br />
apresentaram valores cerca de 50% menores que<br />
o do catalisador novo. De um modo geral, as<br />
quedas observadas acentuam-se conforme<br />
aumenta a temperatura de envelhecimento.<br />
A Figura 1 apresenta as curvas de lightoff<br />
obtidas para a conversão de NO.<br />
C o n v e rs ã o d e N O p e lo<br />
C O (% )<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
I E<br />
C A<br />
G D<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
Figura 1 – Curvas de lightoff para conversão<br />
de NO<br />
A Tabela 3 apresenta as temperaturas de<br />
lightoff (T50) de cada amostra na reação de<br />
redução do NO pelo CO.<br />
Tabela 3 – Temperaturas de lightoff (T 50) para<br />
a conversão de NO
Catalisador T50 (ºC)<br />
I 321<br />
E 323<br />
G 364<br />
A 384<br />
D 390<br />
C 392<br />
Os resultados mostram que o tratamento<br />
térm<strong>ic</strong>o afetou a atividade dos catalisadores para<br />
a conversão de NO, já que as amostras<br />
envelhecidas apresentaram as respectivas curvas<br />
de lightoff deslocadas para a direita em relação ao<br />
catalisador novo (I), ou seja, são menos ativas<br />
para a reação.<br />
Analisando os resultados das Tabelas 1, 2<br />
e 3, constata-se que a queda na atividade<br />
catalít<strong>ic</strong>a, representada pelo aumento da<br />
temperatura de lightoff (T50), está diretamente<br />
relacionada com a redução da área específ<strong>ic</strong>a e<br />
do volume de poros, ou seja, as amostras<br />
submetidas a envelhecimento drást<strong>ic</strong>o (A, C e D),<br />
que apresentaram menor área, foram as que se<br />
mostraram menos ativas para a conversão de<br />
NO. Nota-se que o envelhecimento drást<strong>ic</strong>o leva a<br />
diferenças de cerca de 70°C na T50, em relação<br />
ao catalisador novo (I).<br />
Esse comportamento ind<strong>ic</strong>a que o<br />
tratamento térm<strong>ic</strong>o está associado a fenômenos<br />
de sinterização de componentes do suporte<br />
catalít<strong>ic</strong>o, como a γ-alumina, e da fase metál<strong>ic</strong>a<br />
ativa, representada pelo paládio.<br />
A sinterização do suporte é caracterizada<br />
pela transição de fase sofrida pela alumina, de γalumina,<br />
com alta área superf<strong>ic</strong>ial, a α-alumina, de<br />
pequena área, levando ao fechamento de poros e<br />
queda da área superf<strong>ic</strong>ial do catalisador. A<br />
sinterização do metal nobre normalmente é<br />
caracterizada pela aglomeração dos cristais de<br />
metal ativo, formando partículas maiores, e<br />
reduzindo a superfície de contato com o reagente<br />
(Neyestanaki, 2004).<br />
As transições de fase da γ-alumina<br />
começam efetivamente a ocorrer a partir de<br />
800ºC (Neyestanaki, 2004), o que expl<strong>ic</strong>a o fato<br />
de a queda na atividade catalít<strong>ic</strong>a ser mais<br />
evidente nas amostras submetidas a<br />
envelhecimento drást<strong>ic</strong>o (temperaturas maiores<br />
que 750ºC) do que nas submetidas a<br />
envelhecimento brando (temperaturas menores<br />
que 750ºC).<br />
A amostra E apresentou elevada área<br />
superf<strong>ic</strong>ial e um valor de T50 muito próximo ao da<br />
amostra nova, o que ind<strong>ic</strong>a que o tratamento<br />
térm<strong>ic</strong>o não comprometeu o desempenho do<br />
catalisador. Esse comportamento pode estar<br />
relacionado ao fato de o catalisador E ser o ún<strong>ic</strong>o<br />
a apresentar óxido de bário (BaO) em sua<br />
composição.<br />
O bário é conhecido por minimizar as<br />
transições de fase da γ-alumina, suprimindo a<br />
sinterização do suporte e aumentando a<br />
estabilidade térm<strong>ic</strong>a do catalisador (Liotta, 2003).<br />
Além disso, Kobayashi (2001) mostra que a<br />
presença de bário em catalisadores à base de<br />
paládio desloca a decomposição do PdO em Pd<br />
para temperaturas maiores. O. paládio na forma<br />
metál<strong>ic</strong>a é menos ativo, e, além disso, apresenta<br />
maior mobilidade que o PdO, estando assim mais<br />
suscetível aos fenômenos de aglomeração e<br />
crescimento de partículas, característ<strong>ic</strong>os da<br />
sinterização do metal nobre. Logo, o bário<br />
também inibe a sinterização do metal nobre e,<br />
esse fato pode ter contribuído para o bom<br />
desempenho do catalisador E, que prat<strong>ic</strong>amente<br />
tem atividade similar à observada no caso do<br />
catalisador novo.<br />
As Figuras 2 e 3 apresentam as curvas de<br />
consumo de NO e formação de N2 e N2O durante<br />
o teste catalít<strong>ic</strong>o.<br />
Como se pode observar, as principais<br />
reações que ocorrem no catalisador são as<br />
seguintes:<br />
2NO + 2CO 2CO2 + N2 (1)<br />
CO + 2NO N 2O + CO 2 (2)<br />
CO + N2O N2 + CO2 (3)<br />
O catalisador novo (I) in<strong>ic</strong>ia efetivamente a<br />
conversão de NO a partir de 250ºC, e há<br />
produção majoritária de N2 durante toda a análise,<br />
sendo observado um p<strong>ic</strong>o de formação de N2O<br />
entre 300ºC e 400ºC.<br />
De modo geral, para as amostras<br />
envelhecidas, no início da conversão de NO, a<br />
seletividade para produção de N2 e N2O é<br />
semelhante; em temperaturas mais elevadas,<br />
quando se atingem altas conversões para o NO,<br />
ocorre queda na seletividade a N2O, e a<br />
quantidade de N2O gerado tende a estagnar,<br />
havendo maior formação de N2.<br />
Para as amostras envelhecidas, há<br />
formação signif<strong>ic</strong>ativa de N 2O mesmo a 450°C, o<br />
que não se observa no catalisador novo (I), onde<br />
se tem formação exclusiva de N2 nessa faixa de<br />
temperatura.<br />
Para a amostra C, que apresentou a maior<br />
queda na atividade catalít<strong>ic</strong>a, também se<br />
constatou a produção de N 2O; contudo, estava<br />
deslocada para temperaturas maiores, uma vez<br />
que o envelhecimento térm<strong>ic</strong>o a que foi submetida<br />
promoveu um aumento na temperatura de lightoff.<br />
A formação de N 2O é indesejável e,<br />
segundo Kolli (2006), para catalisadores a base<br />
de Pd operando a baixas temperaturas e em meio<br />
com ausência de O 2, essa reação é o caminho<br />
preferencial para a redução de NO.
Gases (%mol/mol)<br />
Gases (%mol/mol)<br />
Gases (%mol/mol)<br />
Figura 2 – Evolução da quantidade de gases<br />
gerados e consumidos: catalisador I,<br />
catalisador E e catalisador G.<br />
Nessas condições, o oxigênio necessário<br />
para a oxidação do CO a CO2 provavelmente<br />
provém da rede de óxidos mistos de CeO2-ZrO2,<br />
levando à formação de espécies reduzidas de<br />
Ce 3+ ; em seguida, a redução do NO promove a<br />
oxidação desses sítios a Ce 4+ . Assim, a redução<br />
do NO pelo CO está diretamente relacionada com<br />
a formação do par redox Ce 4+ /Ce 3+ , sendo que o<br />
metal nobre promove a ativação in<strong>ic</strong>ial do CO<br />
(Kolli, 2006).<br />
A temperaturas elevadas, a reação entre<br />
N2O e CO que ocorre logo após a formação do<br />
N2O, representada pela Equação 3, é favorecida<br />
(Kolli, 2006), levando à queda na seletividade a<br />
N2O observada nos catalisadores estudados.<br />
I<br />
NO N2 N2O<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
E<br />
NO N2 N2O<br />
G<br />
NO N2 N2O<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
G a s e s (% m ol/m ol)<br />
G a s e s (% m o l/m o l)<br />
Gases (%mol/mol)<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
Figura 3 – Evolução da quantidade de gases<br />
gerados e consumidos: catalisador C,<br />
catalisador A e catalisador D.<br />
Segundo os resultados da caracterização<br />
textural e da avaliação catalít<strong>ic</strong>a, não se observou<br />
influência direta da contaminação por enxofre no<br />
desempenho dos catalisadores estudados: a<br />
variação do teor de enxofre (entre 400 ppm e 700<br />
ppm) na gasolina utilizada no envelhecimento não<br />
ocasionou alteração das propriedades texturais e<br />
no desempenho catalít<strong>ic</strong>o.<br />
Dessa forma, a força motriz para a<br />
desativação dos catalisadores estudados foi a<br />
degradação térm<strong>ic</strong>a.<br />
C<br />
NO N2 N2O<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
A<br />
NO N2 N2O<br />
D<br />
NO N2 N2O<br />
150 200 250 300 350 400 450<br />
Temperatura (ºC)<br />
CONCLUSÕES
Os tratamentos térm<strong>ic</strong>os a que os<br />
catalisadores estudados foram submetidos<br />
afetaram diretamente as propriedades texturais e<br />
o desempenho dos mesmos na conversão de NO.<br />
O envelhecimento mais drást<strong>ic</strong>o ao qual os<br />
catalisadores A, C e D foram submetidos levou a<br />
uma desativação acentuada..<br />
O catalisador E se mostrou pouco afetado<br />
pelo envelhecimento térm<strong>ic</strong>o, provavelmente<br />
devido à presença de óxido de bário em sua<br />
composição, que garante maior resistência<br />
térm<strong>ic</strong>a ao mesmo.<br />
Para todas as amostras observou-se a<br />
produção de N2O, estando esse fenômeno<br />
associado à formação de sítios de oxirredução<br />
Ce 4+ /Ce 3+ na rede de óxidos mistos de CeO 2-<br />
ZrO2.<br />
Não se observou influência direta da<br />
contaminação por enxofre no desempenho dos<br />
catalisadores estudados.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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