Nº 27 - ABCD Maior

ADEMIR MÉDICI
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ABCD MAIOR - Edição N o 27 - 07 de dezembro de 2007 - Pág. 09
Diadema completa 48 anos, mas
tem raízes no início do século 18
Município surgiu ao redor de uma capela, na passagem dos moradores de Santo Amaro para o litoral
Diadema, ainda como
mero povoado e sem
a atual denominação, começou
a ser formada no início
do século 18, quando do
desenvolvimento dos povoados
vizinhos de São Bernardo
e Santo Amaro. Uma
das versões do Caminho do
Mar, cruzando o território,
propiciou a ocupação de vários
de seus espaços por sítios
dispersos. Isto levou a
população a construir uma
pequena capela.
Entre os moradores do então
chamado Bairro Acuri ou
Guacuri, na Borda do Campo,
estava o padre Salvador
Pires Santiago. Em 1735, o
sacerdote doou uma área
para a construção de uma
capela maior, em louvor a
Nossa Senhora da Conceição,
na altura do número
699 da atual avenida Manoel
da Nóbrega. Passou a ser
freqüentada pelos sitiantes
residentes no ponto de passagem
para o litoral dos moradores
de Santo Amaro, Itapecerica
e Embu.
A capela resistiria ao longo
dos séculos 18 e 19, para desaparecer
no início do século
20. Suas ruínas foram vistas
pelo historiador Nutto Santana
no início dos anos 40.
Toda a área central do que
é hoje Diadema chamava-se
Vila Conceição. Receberia o
nome de Diadema em 1948,
por sugestão de um morador
ilustre, o jurista Miguel
Reale, quando da elevação
do lugar à categoria de distrito
de São Bernardo.
Dez anos depois, em
1958, quando mais de 200
distritos de municípios paulistas
requereram à Assembléia
Legislativa a realização
de plebiscito para decidir
sobre a emancipação de
cada um, Diadema estava
no meio. O plebiscito local
realizou-se em 24 de dezembro
de 1958. Venceu
o sim da emancipação. A
instalação do município de
Diadema ocorreria em 1 o de
janeiro de 1960.
Na comemoração anual
de sua emancipação político-administrativa,reportase
ao 8 de dezembro, dia
da sua padroeira, Imaculada
Conceição.
Dentro da história de Diadema,
um marco é a fundação
do Esporte Clube Vila
Conceição, em 1 o de agosto
de 1929. O clube ainda existe,
mas mudou de nome com
a elevação da cidade a distrito,
transformando-se na Associação
Atlética Diadema.
A Escola Estadual Professor
Francisco Daniel Trivinho é o
nome atual do antigo Grupo
Escolar João Ramalho, no
Centro de Diadema – ao lado
do Banco Real, da avenida
Antonio Piranga. Ali funcionou,
a partir de 1931 ou
1932, uma antiga escolinha,
na primitiva sede do Vila
Conceição FC.
Já a atual Igreja Matriz originou-se
de um imóvel inaugurado
em 1941.
O que a cidade perdeu foi
a antiga fonte, hoje relembrada
pelo Parque Repouso
Acervo de Walter Adão Carneiro
Olaria na área rural de Piraporinha, em 1946, onde hoje passa um trecho da rodovia dos Imigrantes
O clube, a escola, a igreja...
dos Jesuítas, na avenida Antonio
Piranga.
Ao emancipar-se, e ao
longo da década de 1960,
Diadema participa da descentralização
industrial do
ABCD. Absorve a microindústria,
principalmente as
empresas que serão fornecedoras
de peças à indústria
automobilística. Mais recentemente,
destaca-se pela indústria
de perfumes. (AM)
Nos bairros,
velhos nomes
esquecidos
Os bairros mais antigos de
Diadema tiveram outras denominações
nos tempos rurais.
Piraporinha – Um dos
mais antigos de Diadema. Já
foi chamado de Quatro Encruzilhadas,
Cavalheiro, Pinhauva
ou Pinhauba.
Jardim Inamar – Fazia parte
do Bairro do Alvarenga. Um
de seus nomes antigos foi Sítio
Mato de Dentro.
Eldorado – Antigo Sítio do
Buraco.
Serraria – Reporta-se a atividade
que originou a indústria
de móveis de São Bernardo.
Já se chamou Vapicuara e
Taperinha.
Taboão – Já citado com este
nome no início do século 19.
Curral Pequeno – Expressão
já citada no século 18.
Vila Idealópolis – Antigo
Sítio dos Frades.
Bairro Canhema – Do antigo
Sítio Canhema, que já se
chamou Icanhema e Canema
e que reporta-se ao século
18. (AM)