15.04.2013 Views

Download desta edição - CÂNDIDO - Estado do Paraná

Download desta edição - CÂNDIDO - Estado do Paraná

Download desta edição - CÂNDIDO - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

12 cândi<strong>do</strong> | jornal da biblioteca pública <strong>do</strong> paraná<br />

entrevista | Humberto Werneck<br />

a arte da<br />

conversa<br />

Sucessor da fantástica<br />

geração de cronistas<br />

mineiros <strong>do</strong>s anos 1970,<br />

Humberto Werneck, que<br />

acaba de lançar novo livro<br />

de crônicas, faz uma defesa<br />

apaixonada desse “gênero<br />

que nós não inventamos,<br />

mas que aqui se aclimatou<br />

e ganhou molejo e cintura”<br />

Felipe Kryminice, monique cellarius<br />

e yasmin TaKeTani<br />

Deve haver algo de especial na água<br />

mineira. e não estamos falan<strong>do</strong><br />

das famosas cachaças de Minas,<br />

mas sim de sua capacidade<br />

de produzir bons escritores, em especial<br />

os cronistas. no rastro de uma gloriosa<br />

história literária, que trouxe ao centro<br />

da cena brasileira autores como paulo<br />

Mendes campos, otto lara resende,<br />

Fernan<strong>do</strong> Sabino e carlos drummond<br />

de andrade, Humberto Werneck parece<br />

ser um <strong>do</strong>s mais talentosos e prolíficos<br />

sucessores dessa turma que agitou<br />

nossa literatura no século passa<strong>do</strong> — da<br />

mesma geração ainda constam nomes<br />

como ruy castro e Zuenir Ventura.<br />

jornalista <strong>do</strong> primeiro time da<br />

imprensa nacional e biógrafo <strong>do</strong>s mais<br />

competentes, Werneck fez da crônica<br />

uma espécie de assinatura. entusiasta<br />

<strong>do</strong> gênero que consagrou rubem braga<br />

(ou seria o contrário?), Werneck, há<br />

anos, vem travan<strong>do</strong> aquilo que chama<br />

de “conversa com o leitor” nas páginas<br />

<strong>do</strong>s jornais — ainda hoje, a despeito<br />

da crise <strong>do</strong> jornalismo impresso —,<br />

o altar da crônica no brasil. “crônica<br />

é aquele momento em que você sente<br />

que o autor está senta<strong>do</strong> no meio<br />

fio com você, no mesmo plano, nunca<br />

num caixotinho acima, peroran<strong>do</strong> ou<br />

dizen<strong>do</strong> umas coisas solenes, te ensi-<br />

Murilo Clareto<br />

nan<strong>do</strong> uma coisa”, diz o escritor.<br />

apesar da certeira definição,<br />

Werneck ainda prefere sair com a clássica<br />

tirada de rubem braga para explicar<br />

o gênero: “Se não é aguda, é crônica”.<br />

“Uma das coisas mais difíceis que<br />

tem é conceituar crônica. Muitos estudiosos<br />

já tentaram fazer isso, mas ninguém<br />

alcançou grande sucesso. para<br />

mim, a crônica é uma boa conversa.”<br />

autor da biografia <strong>do</strong> enigmático<br />

jayme ovalle, “<strong>do</strong> qual se sabia três ou

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!