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MR. BEER CERVEJAS ESPECIAS - Maklany.com.br

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<strong>MR</strong>. <strong>BEER</strong> <strong>CERVEJAS</strong> <strong>ESPECIAS</strong><<strong>br</strong> />

www.espm.<strong>br</strong>/centraldecases<<strong>br</strong> />

Central de Cases


<strong>MR</strong>. <strong>BEER</strong> <strong>CERVEJAS</strong> <strong>ESPECIAS</strong><<strong>br</strong> />

Preparado por Marcus S. Piaskowy.<<strong>br</strong> />

Código: 2011-ESPM-SP-CHAR-255-CASO<<strong>br</strong> />

Este caso foi escrito inteiramente a partir de informações cedidas pela empresa.<<strong>br</strong> />

Não é intenção do autor avaliar ou julgar o movimento estratégico da empresa em<<strong>br</strong> />

questão. As imagens usadas foram cedidas pela empresa. Este texto é destinado<<strong>br</strong> />

exclusivamente ao estudo e à discussão acadêmica, sendo vedada a sua utilização<<strong>br</strong> />

ou reprodução em qualquer outra forma. A violação aos direitos autorais sujeitará o<<strong>br</strong> />

infrator às penalidades da Lei.Direitos autorais reservados à ESPM.<<strong>br</strong> />

Março 2011<<strong>br</strong> />

www.espm.<strong>br</strong>/centraldecases<<strong>br</strong> />

Central de Cases


RESUMO<<strong>br</strong> />

Mr. Beer é uma franquia que <strong>com</strong>ercializa cervejas artesanais e importadas desde 2009.<<strong>br</strong> />

Suas lojas trabalham <strong>com</strong> mais de cem diferentes rótulos de cervejas nacionais e importadas,<<strong>br</strong> />

cujos preços variam de R$ 9,90 a R$ 226,00. A franquia conta, atualmente,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> uma rede de 14 lojas e prevê fechar o ano de 2011 <strong>com</strong> 25 unidades. A experimentação<<strong>br</strong> />

de cervejas artesanais e importadas era um nicho de mercado praticamente<<strong>br</strong> />

inexplorado. Entretanto, as baixas barreiras de entrada atraíram a atenção de muitos<<strong>br</strong> />

concorrentes, que estão gradativamente conquistando percentuais de mercado. Portanto,<<strong>br</strong> />

a questão é analisar algumas estratégias que a Mr. Beer poderia adotar para<<strong>br</strong> />

garantir o seu desenvolvimento e a sua rentabilidade nesse seu nicho de mercado.<<strong>br</strong> />

PALAVRAS-CHAVE<<strong>br</strong> />

<strong>CERVEJAS</strong>, EMPREENDEDORISMO, MARKETING, SEGMENTAÇÃO.<<strong>br</strong> />

| | Central de Cases


INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Rodolfo a<strong>br</strong>e a garrafa de cerveja <strong>com</strong> a seriedade e respeito de quem a<strong>br</strong>e uma garrafa<<strong>br</strong> />

de Dom Pérignon. Despeja o conteúdo no copo, aprecia a cor, a transparência e<<strong>br</strong> />

o aroma. Prova a nova descoberta. Sorri. Nunca imaginou que saborear uma cerveja<<strong>br</strong> />

faria parte da sua rotina de trabalho. Lem<strong>br</strong>a do prazer que sentia em desco<strong>br</strong>ir novos<<strong>br</strong> />

sabores a cada garrafa aberta quando morava na Alemanha. Recorda também da dificuldade<<strong>br</strong> />

de encontrar esse prazer quando retornou ao Brasil. As viagens em busca da<<strong>br</strong> />

cerveja perdida, a<strong>com</strong>panhado por sua esposa e amigos, se tornaram um hobby. Mal<<strong>br</strong> />

sabia Rodolfo que os <strong>com</strong>panheiros de estrada e cerveja se tornariam seus sócios e<<strong>br</strong> />

que “viver de cerveja” viraria coisa séria.<<strong>br</strong> />

A HISTÓRIA DA Mr. <strong>BEER</strong><<strong>br</strong> />

Era 1997 e o Brasil vivia a estabilização econômica <strong>com</strong> o plano Real e o crescimento<<strong>br</strong> />

da classe C.<<strong>br</strong> />

O mercado nacional assistiu à queda das barreiras alfandegárias e a entrada de uma<<strong>br</strong> />

série de produtos e marcas até então desconhecidos para a grande maioria dos <strong>br</strong>asileiros.<<strong>br</strong> />

Nesta época, Rodolfo Alves – atual sócio do Mr. Beer Cervejas - morava na Alemanha,<<strong>br</strong> />

onde trabalhou para uma empresa multinacional e criou o hábito de consumir<<strong>br</strong> />

cervejas especiais. Quando viajava pela Europa, fazia questão de experimentar e <strong>com</strong>parar<<strong>br</strong> />

as diferentes cervejas locais. Quando Rodolfo voltou para o Brasil, iniciou <strong>com</strong> um<<strong>br</strong> />

amigo, e hoje sócio, uma caça a estas cervejas artesanais. Como hobby, procurava pelo<<strong>br</strong> />

interior do Brasil os mais diversos fa<strong>br</strong>icantes de cervejas.<<strong>br</strong> />

Desco<strong>br</strong>iram algumas cervejarias fantásticas e desconhecidas dos <strong>br</strong>asileiros. Todos os<<strong>br</strong> />

finais de semana os dois jovens e suas respectivas esposas viajavam em busca da “cerveja<<strong>br</strong> />

perdida”. Passaram por vários lugares e, durante a empreitada, fizeram verdadeiras<<strong>br</strong> />

descobertas. Esse processo fez <strong>com</strong> que as casas de ambos se tornassem um depósito<<strong>br</strong> />

de cervejas especiais e acumulassem uma quantidade enorme de sabores e rótulos.<<strong>br</strong> />

Quando saíam juntos para um happy hour, frequentavam apenas os bares que fornecessem<<strong>br</strong> />

rótulos exclusivos, geralmente instalados na periferia de São Paulo. Perceberam<<strong>br</strong> />

que havia um déficit desses produtos no mercado <strong>br</strong>asileiro.<<strong>br</strong> />

Observando o interesse por cervejas especiais, a esposa de Rodolfo sugeriu que<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>issem um negócio nesse segmento, já que conheciam o assunto e gostavam tanto<<strong>br</strong> />

da bebida. Pesquisaram a fundo o mercado de cervejas, as necessidades de capital e<<strong>br</strong> />

as formas de obterem retorno. Nos encontros para a “degustação”, discutiam so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

potencial do mercado e o modelo de negócio mais apropriado para a empreitada.<<strong>br</strong> />

Chegaram à conclusão de que quiosques em shoppings centers e em aeroportos seria<<strong>br</strong> />

a melhor solução – a priori. Por quê? Porque quiosques localizados no meio desses<<strong>br</strong> />

centros <strong>com</strong>erciais dariam a visibilidade desejada. Além disso, eles seriam os primeiros<<strong>br</strong> />

a apresentar os produtos a um grande número de pessoas. Contavam <strong>com</strong> o grande<<strong>br</strong> />

apelo de consumo exercido pelas cervejas especiais que, apesar de desconhecidas,<<strong>br</strong> />

instigam a curiosidade dos apreciadores de cerveja. A lógica era de que os locais escolhidos<<strong>br</strong> />

garantiriam conveniência, visibilidade, fácil acesso e <strong>com</strong>odidade. Desta forma,<<strong>br</strong> />

seria mais fácil atrair todos os tipos de consumidores.<<strong>br</strong> />

A busca pelo primeiro espaço foi o passo mais difícil. Em 2009, foi inaugurado o<<strong>br</strong> />

primeiro Mr. Beer Cervejas no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. O empreendimento<<strong>br</strong> />

despertou interesse dos novos investidores. Era o pontapé inicial para a consolidação<<strong>br</strong> />

da atual rede de franquias de cervejas especiais.<<strong>br</strong> />

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O SUCESSO DA Mr. <strong>BEER</strong><<strong>br</strong> />

Para Rodolfo, o sucesso da franquia se dá por várias razões. A primeira é a estratégia<<strong>br</strong> />

de vendas, que ele, de forma bem-humorada, classifica de “chama-marido”. Os quiosques<<strong>br</strong> />

localizados nos corredores de shopping centers funcionam <strong>com</strong>o um atrativo para<<strong>br</strong> />

os homens que a<strong>com</strong>panham as esposas e namoradas nas <strong>com</strong>pras.<<strong>br</strong> />

O fácil acesso ao público feminino é outra. Para surpresa geral, 40% dos clientes<<strong>br</strong> />

dos quiosques são mulheres. O dado observado pelos administradores dos quiosques<<strong>br</strong> />

revelou que as mulheres, na maioria das ocasiões, <strong>com</strong>pram para presentear. A menor<<strong>br</strong> />

proporção <strong>com</strong>pra para consumo próprio.<<strong>br</strong> />

O público da franquia é formado por pessoas entre 25 e 45 anos, em geral de poder<<strong>br</strong> />

aquisitivo mais elevado, <strong>com</strong> interesse em gastronomia e que faz viagens internacionais.<<strong>br</strong> />

Uma tendência, porém, que vem ganhando força, é o consumo-presente, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

vendas acima das expectativas em datas <strong>com</strong>emorativas <strong>com</strong>o Natal e Dia dos Pais.<<strong>br</strong> />

Ao invés de dar uma gravata, alguns clientes preferem presentear um kit <strong>com</strong> cerveja<<strong>br</strong> />

importada e outros acessórios. Um presente tão sofisticado quanto garrafas de vinho<<strong>br</strong> />

ou champanhe. Um presente que não tem <strong>com</strong>o não usar.<<strong>br</strong> />

Os vendedores são treinados para explicar aos consumidores as características e a<<strong>br</strong> />

história por trás de cada cerveja. Oferecem, ainda, para quem deseja conhecer os produtos,<<strong>br</strong> />

a experiência de uma degustação.<<strong>br</strong> />

Segundo Rodolfo, após fazer algumas degustações, é possível reconhecer as diferenças<<strong>br</strong> />

de sabores e perceber a qualidade de “uma boa cerveja”. A diferença entre as<<strong>br</strong> />

cervejas especiais ou gourmet é que elas são produzidas de forma artesanal, <strong>com</strong> cereais<<strong>br</strong> />

maltados e sem conservantes. As cervejas tipo pilsen – as mais <strong>com</strong>umente consumidas<<strong>br</strong> />

no País – costumam receber milho e arroz em sua <strong>com</strong>posição. Esses ingredientes mais<<strong>br</strong> />

baratos ajudam na produção em escala, mas afetam a qualidade da bebida.<<strong>br</strong> />

Rodolfo afirma que, desde que a Mr. Beer <strong>com</strong>eçou a se expandir, houve a preocupação<<strong>br</strong> />

de manter um alto padrão de atendimento nos franqueados. Periodicamente, os<<strong>br</strong> />

funcionários das franquias visitam as unidades da marca para fazer a reciclagem. Afinal,<<strong>br</strong> />

o mundo das “cervejas gourmet” é tão rico quanto o dos vinhos. Para cada cerveja<<strong>br</strong> />

existe um copo adequado, e diferentes cervejas podem ser harmonizadas <strong>com</strong> tipos de<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ida distintos.<<strong>br</strong> />

Existem cervejas de origem controlada, <strong>com</strong>o acontece <strong>com</strong> os produtores de champagne,<<strong>br</strong> />

o que faz delas uma bebida tão sofisticada quanto esse espumante. Um exemplo<<strong>br</strong> />

é a cerveja produzida de forma artesanal pelos monges trapistas da Bélgica. Uma<<strong>br</strong> />

garrafa pode custar de R$ 200,00 a R$ 400,00.<<strong>br</strong> />

A REDE DE FRANQUIAS<<strong>br</strong> />

A demanda pela franquia chegou antes ao Mr. Beer do que a própria ideia da rede. Quando<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>iram o primeiro quiosque, os proprietários foram surpreendidos pela quantidade de<<strong>br</strong> />

pessoas que queriam a<strong>br</strong>ir uma loja igual. Muitos queriam a<strong>br</strong>ir uma franquia Mr. Beer.<<strong>br</strong> />

Em 2010, inauguraram uma franquia por mês. Ao fechar 2010, a rede já contava <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

13 endereços. A meta para 2011 é manter esse crescimento e fechar o ano <strong>com</strong> 25<<strong>br</strong> />

unidades, incluindo mais duas lojas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.<<strong>br</strong> />

Atualmente, cada quiosque carrega um estoque de mais de 100 rótulos diferentes de<<strong>br</strong> />

cervejas nacionais e importadas, cujos preços variam de R$ 9,90 a R$ 226,00. A criação<<strong>br</strong> />

do Mr. Beer Cervejas está popularizando cervejarias <strong>br</strong>asileiras que eram desconhecidas,<<strong>br</strong> />

além das marcas estrangeiras que nunca haviam sido importadas pelo Brasil.<<strong>br</strong> />

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Além de cervejas, a Mr. Beer <strong>com</strong>ercializa também souvenirs personalizados ligados<<strong>br</strong> />

ao mundo cervejeiro, <strong>com</strong>o baldes, aventais, a<strong>br</strong>idores de garrafas personalizados, entre<<strong>br</strong> />

outros. É possível também montar um kit personalizado para presentear em qualquer<<strong>br</strong> />

ocasião.<<strong>br</strong> />

A HISTÓRIA DA CERVEJA<<strong>br</strong> />

Para aproximar mais o público <strong>com</strong> o produto premium, a Mr. Beer investe em treinamento<<strong>br</strong> />

de funcionários, experiências de degustação e mantém um site que a<strong>br</strong>iga o<<strong>br</strong> />

cardápio de cervejas, uma loja on line e conta a história da cerveja. A ideia é incentivar<<strong>br</strong> />

a curiosidade e esclarecer o público em geral so<strong>br</strong>e o produto.<<strong>br</strong> />

“Há cerca de 10 mil anos, o homem antigo desco<strong>br</strong>iu, por acaso, o processo de fermentação.<<strong>br</strong> />

Surgiram, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas. Mais tarde,<<strong>br</strong> />

a cerveja era produzida inicialmente pelos padeiros, devido à natureza dos ingredientes<<strong>br</strong> />

que utilizavam: leveduras e grãos de cereais. A cevada era deixada de molho até germinar<<strong>br</strong> />

e, então, moída grosseiramente, e depois moldada em bolos aos quais se adicionava<<strong>br</strong> />

a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em<<strong>br</strong> />

jarras <strong>com</strong> água e deixados para fermentar.<<strong>br</strong> />

Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia,<<strong>br</strong> />

onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fa<strong>br</strong>icação de<<strong>br</strong> />

cerveja têm, aproximadamente, seis mil anos e remetem aos Sumérios, povo mesopotâmico.<<strong>br</strong> />

A primeira cerveja produzida foi, provavelmente, um acidente. Documentos<<strong>br</strong> />

históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se <strong>com</strong> uma bebida fermentada,<<strong>br</strong> />

obtida de cereais. Os egípcios logo aprenderam a arte de fa<strong>br</strong>icar cerveja e<<strong>br</strong> />

carregaram a tradição no milênio seguinte, agregando o líquido à sua dieta diária.<<strong>br</strong> />

A cerveja produzida naquela época era bem diferente da atual. Era escura, forte e<<strong>br</strong> />

muita vez substituía a água, sujeita a todos os tipos de contaminação, causando diversas<<strong>br</strong> />

doenças à população. Mas a base do produto, a cevada fermentada, era a mesma.<<strong>br</strong> />

A expansão definitiva da cerveja se deu no Império Romano, que se encarregou de<<strong>br</strong> />

levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida. Júlio César era um grande<<strong>br</strong> />

admirador da cerveja. A César também é atribuída a introdução da cerveja entre os<<strong>br</strong> />

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itânicos, pois quando chegou à Bretanha, viu que o povo apenas bebia leite e licor de<<strong>br</strong> />

mel. Através dos romanos, a cerveja também chegou à Gália, hoje a França.<<strong>br</strong> />

E foi nessa ocasião que a bebida definitivamente ganhou seu nome latino pelo qual a<<strong>br</strong> />

conhecemos hoje. Os gauleses denominavam essa bebida feita de cevada fermentada<<strong>br</strong> />

“cerevisia” ou “cervisia” em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.<<strong>br</strong> />

Na Idade Média, os conventos assumiram a fa<strong>br</strong>icação da cerveja que, até então, era<<strong>br</strong> />

uma atividade familiar, <strong>com</strong>o cozer o pão ou fiar o linho. Entre os séculos VII e IX, à medida<<strong>br</strong> />

que cresciam os aglomerados populacionais, <strong>com</strong>eçaram a surgir artesãos cervejeiros,<<strong>br</strong> />

trabalhando principalmente para grandes senhores ou para abadias e mosteiros.<<strong>br</strong> />

O monopólio da fa<strong>br</strong>icação da cerveja, até por volta do século XI, continuou <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

conventos, que desempenhavam relevante papel social e cultural. Na época, todo monastério<<strong>br</strong> />

dispunha de um albergue e de uma cervejaria. Os monges, por serem os únicos<<strong>br</strong> />

que reproduziam os manuscritos da época, se encarregaram de registrar e aperfeiçoar<<strong>br</strong> />

a técnica de fa<strong>br</strong>icação da cerveja.<<strong>br</strong> />

Com o aumento do consumo da bebida, os artesãos das cidades <strong>com</strong>eçaram também<<strong>br</strong> />

a produzir cerveja. As tabernas ou cervejarias eram locais onde se discutiam assuntos<<strong>br</strong> />

importantes, e muitos negócios concluíam-se entre um gole e outro de cerveja.<<strong>br</strong> />

A partir do século XII, pequenas fá<strong>br</strong>icas foram surgindo nas cidades europeias, e,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> uma técnica mais aperfeiçoada, os cervejeiros já sabiam que a água desempenhava<<strong>br</strong> />

um papel determinante na qualidade da cerveja. Assim, a escolha da localização<<strong>br</strong> />

da fá<strong>br</strong>ica era feita em função da proximidade de fontes de água de boa qualidade. As<<strong>br</strong> />

experiências realizadas pelos mestres cervejeiros utilizando técnicas, grãos e insumos<<strong>br</strong> />

locais deram origem a esta profusão de tipos de cervejas que conhecemos hoje.<<strong>br</strong> />

Com a posterior invenção de instrumentos científicos (termômetros e outros), bem<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o o aperfeiçoamento de novas técnicas de produção, a cerveja que bebemos hoje<<strong>br</strong> />

é uma agregação de todas as descobertas que possibilitaram o aprimoramento deste<<strong>br</strong> />

no<strong>br</strong>e líquido.<<strong>br</strong> />

O MERCADO BRASILEIRO<<strong>br</strong> />

Atualmente o Brasil é o quinto maior produtor de cerveja do mundo, <strong>com</strong> 10,34 bilhões<<strong>br</strong> />

de litros de cerveja produzidos anualmente. No entanto, em termos de consumo per<<strong>br</strong> />

capita o Brasil alcançou 56 litros/ano, ainda muito distante de países <strong>com</strong>o a República<<strong>br</strong> />

Checa, onde o consumo per capita é de, aproximadamente, 160 litros/ano.<<strong>br</strong> />

Durante o período de 1985 a 1994, o consumo de cervejas apresentou um crescimento<<strong>br</strong> />

quase constante. Obteve um grande impulso em 1994 <strong>com</strong> a implantação do<<strong>br</strong> />

plano Real e o aumento do poder de <strong>com</strong>pra da família <strong>br</strong>asileira, quando o mercado de<<strong>br</strong> />

cervejas recuperou consumidores e incorporou novos hábitos. Na década seguinte não<<strong>br</strong> />

apresentou o mesmo bom desempenho, <strong>com</strong> níveis de consumo per capita estagnados<<strong>br</strong> />

em torno de 48 litros/ano.<<strong>br</strong> />

As perspectivas para o consumo de cerveja no Brasil são balizadas por fatores demográficos<<strong>br</strong> />

(a população adulta cresce a uma taxa de 2% ao ano, fatores econômicos<<strong>br</strong> />

(renda familiar, emprego e índice de confiança do consumidor) e fatores culturais (sofisticação<<strong>br</strong> />

do consumo). Esses fatores permitem projeções sólidas da evolução do mercado<<strong>br</strong> />

de cervejas no Brasil, tendo <strong>com</strong>o referência o crescimento do PIB.<<strong>br</strong> />

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O DESAFIO<<strong>br</strong> />

O mercado de cervejas premium movimenta cerca R$ 1,4 bilhão por ano e representa,<<strong>br</strong> />

aproximadamente, 8% das vendas (em faturamento) de cerveja no Brasil. Desde 2001,<<strong>br</strong> />

essa é a categoria que mais cresce em vendas. Praticamente do<strong>br</strong>ou, segundo os fa<strong>br</strong>icantes.<<strong>br</strong> />

Cilene Soarin, presidente da Associação dos Profissionais em Cerveja e Malte, fez o<<strong>br</strong> />

seguinte <strong>com</strong>entário so<strong>br</strong>e o segmento premium: “É um negócio que só está <strong>com</strong>eçando,<<strong>br</strong> />

mas todas as cervejarias <strong>br</strong>asileiras, grandes ou pequenas, estão buscando esse<<strong>br</strong> />

nicho para se diferenciar”.<<strong>br</strong> />

A Mr. Beer foi uma das primeiras empresas a desenvolver um modelo de negócios<<strong>br</strong> />

para o segmento de cervejas especiais. Entretanto, outras empresas do segmento de<<strong>br</strong> />

cervejas, algumas <strong>com</strong> grande capacidade de investimento, estão entrando no mercado<<strong>br</strong> />

para <strong>com</strong>petir direta ou indiretamente. Com este cenário à vista, que impacto teria<<strong>br</strong> />

a entrada de novos concorrentes e quais as estratégias que a Mr. Beer poderia adotar<<strong>br</strong> />

para garantir o seu desenvolvimento e a sua rentabilidade nesse nicho de mercado?<<strong>br</strong> />

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REFERÊNCIAS<<strong>br</strong> />

Entrevista <strong>com</strong> administradores da Mr. Beer Cervejas<<strong>br</strong> />

http://www.mrbeercervejas.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>/<<strong>br</strong> />

http://www.dci.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>/noticia.asp?id_editoria=11&id_noticia=358472<<strong>br</strong> />

http://www.<strong>br</strong>ejas.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>/cervejas-especiais.shtml<<strong>br</strong> />

http://<strong>com</strong>unidadevip.mais<strong>com</strong>unidade.<strong>com</strong>/conteudo/2011-02-12/gastronomia/2215/<<strong>br</strong> />

UMA-ODE-%C3%83%E2%82%AC-CERVEJA.pnhtml<<strong>br</strong> />

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