O Desafio nº 219 agosto de 2011 l - Salvatorianos
O Desafio nº 219 agosto de 2011 l - Salvatorianos
O Desafio nº 219 agosto de 2011 l - Salvatorianos
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Jornal mensal da Província Salvatoriana Brasileira<br />
São Paulo, <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong> | n° <strong>219</strong> | ano 21° | Distribuição Gratuita<br />
A importância da COMUNIDADE<br />
no <strong>de</strong>spertar da Vocação<br />
Protagonismo<br />
Não Furtar<br />
A Crisma Valores Religiosos
Queridos(as) leitores(as) <strong>de</strong> ‘ ‘ O DESAFIO’’<br />
Neste mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> somos convidados a refletir a importância das Vocações no seio da<br />
Igreja. Vamos refletir o papel das nossas Comunida<strong>de</strong>s nesse processo e como ela po<strong>de</strong><br />
ajudar a <strong>de</strong>spertar em cada vez mais jovens o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> seguir a Jesus e torná-lo conhecido<br />
e amado <strong>de</strong> todos os modos e meios.<br />
Vamos também refletir sobre o protagonismo <strong>de</strong> que estes mesmo jovens tem na<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, e darmos sequência nos mandamentos da Lei <strong>de</strong> Deus, como o sétimo<br />
mandamento - Não Furtar. Ver e conhecer mais o rito do Sacramento da Crisma e continuar<br />
a reflexão sobre os valores religiosos do ser humano.<br />
Que este mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> possa ser <strong>de</strong> profunda paz para todas as nossas comunida<strong>de</strong>s, além<br />
<strong>de</strong> uma ótima oportunida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>scobrirmos juntos o valor da nossa contribuição no<br />
<strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> cada vez mais vocações cristãs e santas.<br />
130<br />
130<br />
anos<br />
anos<br />
<strong>Salvatorianos</strong><br />
1881 - <strong>2011</strong><br />
Mês Vocacional<br />
Arquivo SDS<br />
Arquivo SDS<br />
Arquivo SDS<br />
FREE <strong>2011</strong><br />
<strong>Salvatorianos</strong> 130 anos<br />
“A minha alegria é fazer a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, e perfazer sua obra”<br />
Pe. Jordan. Que a Família Salvatoriana, nestes 130 anos <strong>de</strong> fundação,<br />
possa sentir esta alegria renovada, a fim <strong>de</strong> que sejamos no mundo<br />
<strong>de</strong> hoje, discípulos missionários do Salvador, levando vida a todas as<br />
pessoas nas mais diversas realida<strong>de</strong>s e lugares!<br />
Pe. Samuel Alves da Cruz SDS<br />
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
Animação Vocacional<br />
Salvatoriana<br />
Pe. Fernando Sartori, sds<br />
padrefernandosds@gmail.com<br />
Av. Lino <strong>de</strong> Almeida Pires, 130<br />
CEP: 04317-180 | Vila Guarani<br />
São Paulo - SP<br />
Jornal mensal da Província Salvatoriana Brasileira<br />
Direção:<br />
Centro <strong>de</strong> Apostolado Salvatoriano<br />
Equipe Responsável:<br />
Pe. Cesar Augusto C. <strong>de</strong> Barros<br />
Pe. Fernando Sartori<br />
Jn. Augusto <strong>de</strong> Matos Junior<br />
Jn. James Wilson<br />
Jn. Adilson Bandiera<br />
Jn. Rafael <strong>de</strong> Araújo<br />
Post. Alessandro Alves<br />
Revisão Ortográfica<br />
Jn. Célio Roberto dos Santos<br />
Diagramação e Finalização:<br />
Centro <strong>de</strong> Apostolado Salvatoriano<br />
Redação:<br />
Centro <strong>de</strong> Apostolado Salvatoriano<br />
Av. Lino <strong>de</strong> Almeida Pires, 130<br />
Cep. 04317-180 | Vila Guarani<br />
São Paulo, SP<br />
<strong>de</strong>safio@salvatorianos.org.br<br />
O <strong>Desafio</strong>: Órgão informativo mensal<br />
da Província Salvatoriana Brasileira<br />
Editado por:<br />
Centro <strong>de</strong> Apostolado Salvatoriano.<br />
Tiragem - 5.000 exemplares
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
O protagonismo Jovem hoje<br />
Vivemos em um momento histórico on<strong>de</strong><br />
percebemos os jovens com muitos sonhos,<br />
<strong>de</strong>sejos, com questionamentos e numa busca<br />
constante <strong>de</strong> respostas. Mas como socieda<strong>de</strong>,<br />
muitas vezes nos omitimos, não querendo<br />
perceber este processo que o jovem vive.<br />
Po<strong>de</strong>mos assegurar que o jovem também é<br />
protagonista <strong>de</strong>sta história, que com o seu jeito <strong>de</strong><br />
ser, pensar e agir faz acontecer um mundo mais<br />
solidário, participativo, fraterno... A palavra<br />
protagonismo é <strong>de</strong> raiz grega: proto, que significa<br />
"o primeiro, o principal"; agon, que significa<br />
"luta". Agonistes, por sua vez, significa "lutador".<br />
Concluímos, portanto, que protagonista significa<br />
lutador principal, personagem principal, ator<br />
principal.<br />
O que é ser um jovem protagonista hoje, em<br />
uma socieda<strong>de</strong> com tantas pressões e conflitos?<br />
Por estarmos enfrentando um período difícil, o<br />
jovem protagonista é alguém especial, porque<br />
acredita realmente numa socieda<strong>de</strong> melhor e<br />
até sonha com um mundo perfeito. É aquele<br />
jovem autônomo, solidário, competente,<br />
participativo, que busca realizar seus sonhos,<br />
seus <strong>de</strong>sejos, que não <strong>de</strong>sistem nas dificulda<strong>de</strong>s<br />
que aparecem, que buscam novos caminhos, que<br />
não <strong>de</strong>ixam a esperança morrer. Po<strong>de</strong>mos afirmar<br />
que ser protagonista é ter uma participação<br />
autêntica.<br />
E para que o jovem possa participar<br />
a u t e n t i c a m e n t e , s e n d o v e r d a d e i r o s<br />
protagonistas <strong>de</strong>sta historia, nós como socieda<strong>de</strong><br />
precisamos enten<strong>de</strong>r o jovem como “fonte”,<br />
como pessoas pensantes, com <strong>de</strong>sejos e sonhos.<br />
Não simplesmente como receptores ou portavozes<br />
daquilo que os adultos dizem ou fazem com<br />
relação à juventu<strong>de</strong>. Precisamos dar espaço para<br />
o jovem se expressar, para participar. Muitas<br />
vezes submergimos sonhos e <strong>de</strong>sejos que<br />
po<strong>de</strong>riam realizar mudanças significativas no<br />
mundo, pois provem <strong>de</strong> um jovem. Realizando<br />
uma interação autentica e verda<strong>de</strong>ira com o<br />
jovem, aumenta a capacida<strong>de</strong> do mesmo <strong>de</strong><br />
interferir <strong>de</strong> forma ativa e construtiva no contexto<br />
sócio-comunitário e familiar.<br />
JUVENTUDE<br />
Sabemos que precisamos dar passos significativos<br />
em relação à valorização do jovem, das ações<br />
protagonistas que os mesmos realizam. Não<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> perceber na socieda<strong>de</strong> que o<br />
jovem hoje busca realizar ações e projetos<br />
significativos e que geram mudança na família, no<br />
trabalho, nos grupos <strong>de</strong> jovens, nos grêmios<br />
estudantis, na comunida<strong>de</strong>, na socieda<strong>de</strong>, no<br />
governo, no mundo...<br />
Lembremos também que o protagonismo jovem<br />
não consiste apenas em projetos ou ações<br />
isoladas. O protagonismo é um processo<br />
continuo, é uma conquista gradual, que aos<br />
poucos os pequenos projetos vão crescendo e se<br />
unindo a outros, e <strong>de</strong>sta forma ganhando cada<br />
vez mais força. Mas ressaltamos que é com os<br />
projetos e ações isolados que se inicia este ciclo<br />
<strong>de</strong> reconhecimento e a valorização dos sonhos e<br />
dos <strong>de</strong>sejos do jovem. O protagonismo jovem<br />
po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve se tornar uma corrente <strong>de</strong> energia na<br />
busca <strong>de</strong> um mundo mais humano e feliz.<br />
Portanto, po<strong>de</strong>mos afirmar que o jovem é parte<br />
integrante e indispensável no planejamento e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos, nos quais eles<br />
fazem parte <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisões. Também percebemos que o jovem está<br />
conquistando o seu espaço na socieda<strong>de</strong>,<br />
tendo o reconhecimento que é também<br />
protagonista <strong>de</strong>sta historia. E com o passar do<br />
tempo acreditamos que não haverá mais<br />
separações e seremos todos cidadãos atuantes<br />
na socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criança até o idoso.<br />
Ir. Sônia Estela Agostini<br />
Religiosa Salvatoriana<br />
Vi<strong>de</strong>ira - SC
“Não furtarás”<br />
Ex 20,15<br />
Estimados leitores, dando continuida<strong>de</strong> a<br />
nossa catequese sobre os mandamentos<br />
da lei <strong>de</strong> Deus, vamos agora refletir sobre o<br />
sétimo mandamento, que se resumem em<br />
duas palavras: “Não furtarás”.<br />
Po<strong>de</strong>ríamos nos perguntar do porquê<br />
<strong>de</strong>sse mandamento, afinal, um povo<br />
que estava a fugir da escravidão do<br />
Egito precisa <strong>de</strong> um mandamento<br />
<strong>de</strong>sse? Todos viviam no <strong>de</strong>serto sem<br />
gran<strong>de</strong>s posses, qual o sentido <strong>de</strong>sse<br />
mandamento?<br />
Parece não muito claro a primeira<br />
vista, ou é muito mais fácil interpretá-lo<br />
no sentido individual, que é a leitura<br />
mais comum <strong>de</strong>ssa lei, porém o seu<br />
intuito é evitar em primeiro lugar o roubo<br />
social, o roubo do povo! Para que a nova<br />
socieda<strong>de</strong> que irá nascer daquele povo que<br />
saiu da casa da escravidão não copie o<br />
mo<strong>de</strong>la daquele povo egípcio. Que estava<br />
baseado num sistema <strong>de</strong> roubo e<br />
acumulação por parte do faraó, <strong>de</strong> sua<br />
família e funcionários.<br />
Pois, como nos lembra a leitura <strong>de</strong> 1Sm8,<br />
11-18, é direito do rei o roubo! E como nos<br />
lembra Shakespeare, num país on<strong>de</strong> os<br />
magistrados roubam, roubar é licito! Ao<br />
combater a prática do roubo social o<br />
mandamento também está a combater a<br />
sua difusão entre os indivíduos e a<br />
construir uma socieda<strong>de</strong> justa e fraterna.<br />
Se formos ver a prática <strong>de</strong> Jesus, veremos<br />
que a mesma é o cumprimento <strong>de</strong>sse<br />
mandamento. Ele con<strong>de</strong>na o acumulo (Lc<br />
12,13-21). Con<strong>de</strong>na os doutores da lei que<br />
roubam as viúvas (Mc 12,38-40). Os<br />
fariseus por serem amigos do dinheiro (Lc<br />
16,14) e nos diz claramente que não<br />
po<strong>de</strong>mos servir a dois senhores (Mt 6,24).<br />
Ele retoma o gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al do povo que<br />
caminhava no <strong>de</strong>serto, que era o <strong>de</strong><br />
construir uma socieda<strong>de</strong> baseada na<br />
partilha e na proprieda<strong>de</strong> comunitária.<br />
Por isso, Ele nos pe<strong>de</strong> para perdoamos as<br />
dívidas (Mt 6,12), anuncia o ano da graça<br />
do Senhor (Lc 4,19), proclama <strong>de</strong> bem<br />
CATEQUESE<br />
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
aventurados os pobres (Lc 6,20) e alerta<br />
aos ricos que acumulam: “Mas, aí <strong>de</strong> vós,<br />
ricos, porque já ten<strong>de</strong>s a vossa consolação!<br />
Ai <strong>de</strong> vós, que agora estais saciados,<br />
porque tereis fome! Ai <strong>de</strong> vós, que agora<br />
ri<strong>de</strong>s, porque conhecereis o luto e as<br />
lágrimas! Ai <strong>de</strong> vós, quando todos vos<br />
bendisserem, pois do mesmo modo seus<br />
pais tratavam os falsos profetas.” (Lc 6, 24-<br />
26)<br />
Ele <strong>de</strong>monstra o seu gran<strong>de</strong> senso <strong>de</strong><br />
justiça e sua opção clara pelos pobres, pois<br />
estes não têm nem on<strong>de</strong> reclinar a sua<br />
cabeça a sim como Ele (Lc 9,58). Agora nos<br />
fica a gran<strong>de</strong> questão: E hoje, como<br />
aplicaríamos este mandamento? Qual a<br />
sua relevância para nossos dias? Ou será<br />
que ainda é válido? Meus queridos amigos,<br />
infelizmente ao olharmos em nossa volta,<br />
veremos o quanto ainda precisamos<br />
apren<strong>de</strong>r com o povo <strong>de</strong> Deus que<br />
caminhou no <strong>de</strong>serto e nos <strong>de</strong>ixou este<br />
mandamento. Ao abrir qualquer jornal<br />
lemos a gran<strong>de</strong> corrupção que está se<br />
generalizando, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os ricos e po<strong>de</strong>rosos<br />
até aos pequenos comerciantes e<br />
funcionários. Enquanto muitos roubam,<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas morrem <strong>de</strong> fome, <strong>de</strong><br />
doenças por falta <strong>de</strong> medicação e<br />
assistência. Temos que dar um basta nisso<br />
se queremos <strong>de</strong> fato ser cristão! O cristão,<br />
discípulo <strong>de</strong> Jesus, não po<strong>de</strong> compactuar<br />
com essa lógica do roubo, pois quem rouba<br />
1 milhão ou 1 real está caindo na mesma<br />
dinâmica. Comecemos por nós, a não nos<br />
<strong>de</strong>ixarmos guiar pelo canto da sereia, <strong>de</strong><br />
querer ter além do necessário para se viver<br />
bem. Temos que lutar para que todos<br />
tenham vida e a tenham em plenitu<strong>de</strong>!<br />
Que o Deus da vida nos abençoe e nos<br />
ilumine para sermos verda<strong>de</strong>iros<br />
discípulos-missionários do Evangelho <strong>de</strong><br />
Cristo!<br />
Jn. James Wilson J. <strong>de</strong> Oliveira SDS<br />
Religioso Salvatoriano<br />
Moçambique - África
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
A Crisma e o seu rito litúrgico<br />
Certa coleção teológica apresenta-nos o<br />
Sacramento da Confirmação como<br />
“obscuro e controvertido” (V. Codina e D.<br />
Irarrazaval). Ora, qual seria o motivo <strong>de</strong>ssa<br />
postura tão pessimista? Por que palavras<br />
“amargas” para classificá-lo? Aliás, a<br />
própria CNBB reconheceu uma falta <strong>de</strong><br />
aprofundamento teológico e <strong>de</strong> ampla<br />
catequese a respeito da Crisma. O fato é<br />
que sacramentos, sinais sensíveis da graça<br />
<strong>de</strong> Deus, correm o risco imanente a todo<br />
sinal: pertence à sua essência ser “Simbolo”<br />
para quem o enten<strong>de</strong>r, ou “Dia-bolo”<br />
para quem não o fizer (Leonardo Boff).<br />
A fim <strong>de</strong> vencermos, um pouco que seja,<br />
posturas in<strong>de</strong>vidas quanto ao assunto,<br />
investiguemos esse sacramento que, ao<br />
lado do Batismo e da Eucaristia, forma com<br />
eles os sacramentos da iniciação cristã<br />
(CIC-1212).<br />
A Crisma (assim chamado, <strong>de</strong>vido à unção<br />
que se faz com óleo, <strong>de</strong> mesmo nome, na<br />
fronte do fiel), é o sacramento da<br />
maturida<strong>de</strong> cristã, o dom do Espírito Santo,<br />
consumação da graça batismal. Por ele, os<br />
c r i s t ã o s s ã o v i n c u l a d o s m a i s<br />
perfeitamente à Igreja, e, assim, mais<br />
estreitamente obrigados à fé (LG-11).<br />
Todavia, alguém po<strong>de</strong>rá indagar: “Mas,<br />
não recebemos o Dom do Espírito ainda no<br />
Batismo?” Aqui se encontra um dos<br />
motivos pelos quais esse sacramento foi<br />
tachado <strong>de</strong> modo tão estranho como<br />
acima. Entretanto, basta-nos recordar<br />
a l g u n s t e r m o s a p r e s e n t a d o s<br />
anteriormente: Crisma é “maturida<strong>de</strong>” e<br />
“consumação” <strong>de</strong> algo já doado na pia<br />
batismal. Aliás, o próprio Jesus não<br />
comunicara o Paráclito aos apóstolos antes<br />
mesmo <strong>de</strong> cumprir sua promessa<br />
marcadamente em Pentecostes? (Conf. Jo.<br />
20) Ora, a Crisma é exatamente a iniciação<br />
do fiel na plenitu<strong>de</strong> da vida no Espírito já<br />
iniciada pelo Batismo.<br />
Na verda<strong>de</strong>, a Confirmação na Igreja<br />
primitiva consistia, geralmente, em uma<br />
única celebração com o Batismo; o que<br />
<strong>de</strong>monstra, com maior evidência, sua<br />
unida<strong>de</strong> com ele. Só em um momento<br />
posterior (Conc. <strong>de</strong> Elvira e Laodicéia- Sec.<br />
III e IV), quando as distâncias não<br />
permitiram a presença dos Bispos em<br />
todas as celebrações batismais, é que se<br />
efetuou a separação das cerimônias na<br />
Igreja Latina. Afinal, a Crisma <strong>de</strong>veria ser<br />
conferida somente uma única vez e pelo<br />
B i s p o, m i n i st ro o rd i n á r i o d e s s e<br />
sacramento. Hoje, aconselha-se recebê-lo<br />
na juventu<strong>de</strong> quando, consciente e com<br />
bons padrinhos, o individuo po<strong>de</strong> doar-se<br />
plenamente ao Reino <strong>de</strong> Deus.<br />
A Confirmação é conferida pela unção do<br />
crisma na fronte do fiel (óleo consagrado<br />
pelo Bispo na quinta-feira santa),<br />
juntamente com a imposição da mão<br />
a c o m p a n h a d a p e l a s p a l a v r a s<br />
correspon<strong>de</strong>ntes. Através <strong>de</strong>sse ato<br />
litúrgico, o cristão é selado com uma marca<br />
in<strong>de</strong>lével e vive na plenitu<strong>de</strong> do Espírito<br />
“doador dos sete dons” (Veni Creator).<br />
Nas Sagradas Escrituras, “impor as mãos”<br />
significa transmitir uma força, um po<strong>de</strong>r;<br />
em nosso caso, o próprio Espírito como<br />
dom especialíssimo do Pai (Conf. At.8). Pela<br />
“imposição das mãos”, somos fortalecidos<br />
com uma abundância singular <strong>de</strong> dons<br />
sobrenaturais que nos capacitam,<br />
inclusive, para o martírio, se preciso for.<br />
“Ungir com óleo”, por sua vez, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
primeira aliança, recorda-nos a vocação <strong>de</strong><br />
“reis, profetas e sacerdotes” (Conf. ISm.10;<br />
Is. 61; Ex. 30). Paulo VI, na Divinae<br />
Consortium Naturae (1971), <strong>de</strong>clarou a<br />
“unção” como símbolo principal da<br />
cerimônia.<br />
Finalmente, após tão breves<br />
reflexões, quiçá possamos afirmar<br />
com E. Ri<strong>de</strong>au que os sacramentos,<br />
longe <strong>de</strong> serem obscuros, eles antes<br />
revelam a inteligência e iluminam o<br />
p e n s a m e n t o h u m a n o .<br />
Seu simbolismo é linguagem e<br />
fornece a chave <strong>de</strong> uma profunda<br />
interpretação.<br />
Asp. Paulo L. <strong>de</strong> Freitas<br />
Instituto São José<br />
Várzea Paulista - SP
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
O Ser Humano e os Valores Religiosos II<br />
O ser humano carece <strong>de</strong> valores religiosos que o fortaleçam e<br />
revigorem para continuar a construção <strong>de</strong> nossa história <strong>de</strong><br />
forma comprometida, corajosa e audaciosa. São estes alguns<br />
dos valores religiosos que nos comunicam força, calor, luz e<br />
harmonia na busca do verda<strong>de</strong>iro sentido <strong>de</strong> vida:<br />
° Valores morais do direito e justiça, <strong>de</strong> tolerância e<br />
respeito, e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>.<br />
A Igreja Católica, com base na sua rica tradição e sabedoria<br />
vela pela construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> justa e pacífica. Ao<br />
realizar a sua missão, ela caminha segundo os princípios<br />
morais e valores coerentes absolutamente necessários ao<br />
nosso tempo, e tem se expressado <strong>de</strong> maneira profética e<br />
audaz sobre a dignida<strong>de</strong> da pessoa humana, os direitos<br />
humanos e responsabilida<strong>de</strong> fundamentais à vida, <strong>de</strong> uma<br />
pessoa para outra, para com a família e a socieda<strong>de</strong>. A Igreja<br />
lança frequentes apelos por justiça e paz neste tempo <strong>de</strong><br />
mudanças rápidas e no contexto <strong>de</strong> violência generalizada e<br />
<strong>de</strong> menor respeito pela vida humana. Sem justiça não há paz;<br />
a justiça tem como base o amor. Pelo mandato "Amarás o teu<br />
próximo como a ti mesmo" o Senhor estabelece, que a<br />
medida prática do amor ao próximo há <strong>de</strong> ser o amor a si<br />
mesmo; tanto o amor aos outros como o amor a si mesmo,<br />
fundamentam-se no amor a Deus. O <strong>de</strong>sejo profundo da<br />
pessoa é estar por inteiro, integrada numa comunicação<br />
intensa consigo mesma e com o outro.<br />
° O valor da coerência <strong>de</strong> Vida, através da consciência <strong>de</strong> ser<br />
si mesmo e ser para o outro/outra, o testemunho que<br />
encerra fé e ação, a honestida<strong>de</strong> para si próprio/própria e<br />
ao outro/outra.<br />
Os povos necessitam <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res que vivam a coerência nesse<br />
valor: Este é um valor que aparece na vida e nas ações<br />
práticas da pessoa humana, e se espera que seja evi<strong>de</strong>nciado<br />
na pessoa em li<strong>de</strong>rança. Este valor supõe viver intensa e<br />
coerentemente com os valores e i<strong>de</strong>ais que se pensa,<br />
acredita e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, a bem <strong>de</strong> outros. Coerência com o i<strong>de</strong>al<br />
<strong>de</strong> vida é uma proposta evangélica permanente a nós<br />
oferecida nas palavras <strong>de</strong> Lucas 6,44-45; “...toda árvore é<br />
conhecida pelos seus frutos... o ser humano bom tira coisas<br />
do bom tesouro do seu coração...”<br />
° O valor amiza<strong>de</strong>, o respeito, acolhimento e relação com o<br />
igual e o diferente, na reciprocida<strong>de</strong> do intercâmbio dos<br />
dons para amar e sentir-se amado, perdoar e sentir-se<br />
perdoado, enriquecer e sentir-se enriquecido, para a<br />
integração humana, plena. O amor e a amiza<strong>de</strong> são eixos <strong>de</strong><br />
toda relação humana. A amiza<strong>de</strong> como um valor<br />
inestimável é enaltecido em A verda<strong>de</strong>ira amiza<strong>de</strong>, ECLO,<br />
6,5-17 “ Um amigo fiel é um refúgio po<strong>de</strong>roso, e quem o<br />
encontra, achou um tesouro. Amigo leal não tem preço, e<br />
nada se iguala ao seu valor. Bálsamo vital é o amigo fiel;<br />
que teme a Deus o encontra. O que teme a Deus é constante<br />
na sua amiza<strong>de</strong> porque qual é ele, tal é também o seu<br />
amigo.’’<br />
° O valor fraternida<strong>de</strong> quer seja na família nuclear e extensa<br />
como na família universal acalora as relações e enriquece o<br />
diálogo trazendo o verda<strong>de</strong>iro sentido do ser irmãos e<br />
irmãs. Na vivência da dimensão fraterna/ sororal é possível<br />
tornar realida<strong>de</strong> a comunhão e participação <strong>de</strong> todos, como<br />
filhos e filhas do Pai <strong>de</strong> Jesus e nosso.<br />
° O valor da cooperação solidária- misericordiosa entre<br />
pessoas, grupos, socieda<strong>de</strong>s, nações, e povos, o<br />
envolvimento <strong>de</strong> todos e todas no empenho pela causa do<br />
Reino que já está no meio <strong>de</strong> nós, aqui e agora, confere a<br />
cada pessoa a necessária confiança para sair <strong>de</strong> si<br />
mesmo/mesma, para arriscar sua vida colocando-a<br />
inteiramente a serviço da libertação sem fronteiras.<br />
Compete-nos ajudar na abertura da consciência para que<br />
todos e todas assumam o Reino <strong>de</strong> Deus engendrando-O,<br />
para tornar concreta a justiça, o direito, a integração da<br />
criação e consequentemente, a paz.<br />
Os valores religiosos criam espaço interior para uma<br />
verda<strong>de</strong>ira “experiência <strong>de</strong> Deus” predispondo a pessoa a<br />
percorrer caminhos novos e <strong>de</strong>sconhecidos no mais<br />
profundo do seu ser - Deus, que além <strong>de</strong> gerar em si uma<br />
transformação, qualifica e <strong>de</strong>termina o ser e fazer na<br />
concretu<strong>de</strong> da vida.<br />
FREE <strong>2011</strong><br />
Ir. Isabel Tooda SDS<br />
Religiosa Salvatoriana<br />
Fortaleza - CE<br />
COMPORTAMENTO
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
A importância da COMUNIDADE<br />
Queridos amigos, leitores do <strong>Desafio</strong>. Como já sabemos em <strong>agosto</strong><br />
comemoramos e celebramos em nossas comunida<strong>de</strong>s, o mês<br />
Vocacional. É o momento oportuno para lembrarmos das Vocações<br />
e <strong>de</strong> seu importantíssimo papel na Igreja <strong>de</strong> Cristo. Somos<br />
convidados a refletir as vocações sacerdotais, religiosas, familiar e<br />
leiga.<br />
Lembramos sim das Vocações, mas muitas vezes esquecemos <strong>de</strong><br />
um fator muito pon<strong>de</strong>rante, a importância da Comunida<strong>de</strong> no<br />
<strong>de</strong>spertar <strong>de</strong>ssa vocação.<br />
Afinal, qual é a importância da comunida<strong>de</strong> neste <strong>de</strong>spertar?<br />
‘’Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque<br />
cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa<br />
que passa em nossa vida passa sozinha e não nos <strong>de</strong>ixa só porque<br />
<strong>de</strong>ixa um pouco <strong>de</strong> si e leva um pouquinho <strong>de</strong> nós. Essa é a mais<br />
bela responsabilida<strong>de</strong> da vida e a prova <strong>de</strong> que as pessoas não se<br />
encontram por acaso.’’<br />
Essa frase do genial Charles Chaplin po<strong>de</strong> nos revelar muito sobre o<br />
real papel da Comunida<strong>de</strong> em nossas vidas, e a vida <strong>de</strong><br />
vocacionados e vocacionadas. A comunida<strong>de</strong> é aon<strong>de</strong> várias<br />
pessoas passam pela nossa vida e nos <strong>de</strong>ixam inúmeras<br />
experiências e partilhas. Lugar <strong>de</strong> encontros e <strong>de</strong>sencontros que só<br />
o “teatro da vida” po<strong>de</strong> nos proporcionar.<br />
Sabemos que a vida é composta <strong>de</strong> acertos e erros, escolhas e<br />
dúvidas, e é na vida comunitária que muitas vezes <strong>de</strong>scobrimos<br />
quem realmente somos e quem realmente queremos ser como<br />
homens e mulheres. E como <strong>de</strong>scobrimos isso? Acertando e<br />
errando, escolhendo e muitas vezes até duvidando.<br />
Nossas comunida<strong>de</strong>s precisam <strong>de</strong>spertar em nossos jovens e em<br />
seus membros o valor das escolhas e dos acertos, proporcionando<br />
a todos uma vida real e intensa, para que aprendamos a escolher e<br />
a também duvidar, questionar. Criando espaços para <strong>de</strong>bates e a<br />
participação <strong>de</strong> pessoas que queiram atuar e dinamizar a Igreja. Em<br />
pleno século XXI, não po<strong>de</strong>mos mais viver em comunida<strong>de</strong>s que<br />
não se preocupem com a formação humana, com a divisão <strong>de</strong><br />
tarefas, com o combate as injustiças sociais e com a valorização da<br />
vida. Temos que <strong>de</strong>senvolver ferramentas para que cada vez mais<br />
pessoas possam ser ouvidas e valorizadas em nossas<br />
Comunida<strong>de</strong>s, e assim, enten<strong>de</strong>r que elas também fazem parte<br />
<strong>de</strong>sse “teatro da vida” e como protagonistas.<br />
no <strong>de</strong>spertar da Vocação<br />
Com iniciativas como essa, certamente teremos cada vez mais<br />
comunida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>spertem Vocações, pois haverá cada vez mais<br />
pessoas comprometidas com o Ser Humano, e verão na sua<br />
Vocação o meio para colaborar na construção do Reino <strong>de</strong> Deus.<br />
Tive a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pertencer a uma Comunida<strong>de</strong> que me ajudou a<br />
<strong>de</strong>spertar esses valores, o <strong>de</strong> partilha, <strong>de</strong> entrega pelo próximo. Foi<br />
lá que aprendi a acertar, mas principalmente foi na minha<br />
Comunida<strong>de</strong> que aprendi a errar, e a ver também a importância do<br />
erro em minha formação quanto Ser Humano. Fui muitas vezes<br />
ouvido e aprendi a ouvir. Entendi que todos somos responsáveis<br />
uns pelos outros, e que muitas vezes, as pessoas apenas<br />
necessitam <strong>de</strong> uma oportunida<strong>de</strong> para ajudar, para se sentirem<br />
especiais, como afinal, todos nos já somos.<br />
Sua Comunida<strong>de</strong> proporciona isso? Ela ensina e apren<strong>de</strong> com os<br />
erros? Ela partilha? Prioriza a formação <strong>de</strong> crianças e jovens? Dá<br />
oportunida<strong>de</strong> para que cada vez mais pessoas possam ajudar e se<br />
sentir parte <strong>de</strong>ssa Comunida<strong>de</strong>? Se preocupa com as questões<br />
sociais? Cuida e se interessa pelo Ser Humano e suas fraquezas?<br />
Se pelo menos uma <strong>de</strong>ssas perguntas for sim, parabéns, há uma<br />
gran<strong>de</strong> chance <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar cada vez mais<br />
Vocações. E uma Vocação autentica e cristã, baseada nos valores<br />
evangélicos e da valorização humana, pois Cristo veio para que<br />
todos tenham vida e a tenham em plenitu<strong>de</strong>. A Comunida<strong>de</strong> é o<br />
lugar on<strong>de</strong> jovens, homens e mulheres, <strong>de</strong>vem ver e sentir a<br />
presença <strong>de</strong> Cristo e assim, alimentar em seus corações a vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> seguir esse mesmo Cristo, seja na família, na vida comunitária<br />
ou na vida Consagrada como religiosos, religiosas e sacerdotes.<br />
Post. Alessandro Alves<br />
Instituto Padre Jordan<br />
São José dos Pinhais - PR<br />
FREE <strong>2011</strong>
Aniversários<br />
São Paulo - Brasil 1990 - <strong>2011</strong><br />
Distribuição Gratuita<br />
Pe. Marcellino Aldo Zanela<br />
dia 04<br />
Pe. Itamar<br />
dia 07<br />
Nv. José<br />
Renário<br />
Arquivo SDS<br />
Agosto Agosto<br />
Comemorações <strong>de</strong> Agosto<br />
dia 13<br />
Pe. A<strong>de</strong>mar<br />
dia 17<br />
Post. Gracio<br />
Aprisio<br />
dia 18<br />
Pe. Paulo<br />
Floriani<br />
dia 22<br />
Jn. Adilson<br />
dia 23<br />
Fundação<br />
Par. Santo Antônio<br />
São José dos Pinhais - PR<br />
dia 25<br />
Ir. Genésio<br />
Arquivo SDS<br />
dia 28<br />
Diác.<br />
Val<strong>de</strong>mir<br />
dia 28<br />
Ir. Claudinei<br />
dia 29<br />
Pe. Antônio<br />
Tasso<br />
dia 29<br />
Pe. Mauri