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OVOS

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<strong>OVOS</strong><br />

A palavra ovo refere-se sempre o ovo de galinha. Protegido<br />

por uma casca fina e permeável forrada por uma membrana que<br />

na extremidade mais redonda deixa um espaço chamado câmara<br />

de ar, cujo volume aumenta á medida que o ovo envelhece,<br />

assim e ao coloca-lo num recipiente de água quanto mais ele<br />

flutuar mais velho é. O ovo é composto por uma clara, massa<br />

translúcida composta de água e proteínas ( 10,5 % )., e uma<br />

gema que representa 31% do peso do ovo e que concentra o<br />

resto das proteínas ( 17,4 % ) e a totalidade dos lipidos,<br />

assim como a lecitina, de propriedades emulsionantes.<br />

No ovo de galinha, a clara representa 57,3% do peso total,<br />

a gema 30,9% e a casca 11,5%. Ao separar cada uma destas<br />

partes, perde-se aproximadamente 0,3% do peso total de um<br />

ovo.<br />

Composição química da clara e da gema em separados.<br />

COMPOSIÇÃO CLARA GEMA<br />

Humidade 88,5% 47,5%<br />

Proteína 10,5% 17,4%<br />

Lipídos 0,02% 33,0%<br />

Carboidratos 0,5% 0,2%<br />

Minerais 0,5% 1,10%<br />

Outros 0,0% 0,8%<br />

Poder coagulante da clara<br />

A principal proteína da clara é a albumina, pela acção do<br />

calor esta e as outras proteínas adquirem uma estrutura<br />

gelatinosa e que faz com que a clara comece a coagular a<br />

partir dos 62º C, deixe de ser fluida a partir dos 65º C e<br />

aos 70º C forme um gel firme ainda que algumas proteínas<br />

não coagulem até os 84º C, no entanto a coagulação pode-se<br />

atrasar se lhes juntamos açúcar, sal ou outro produto<br />

ácido. Isto é importante para quando aquecemos algum<br />

produto que tenha claras ou para fazer merengues.<br />

Poder coagulante da gema<br />

A gema de ovo começa a coagular aos 65º C, deixa de ser<br />

fluida aos 70º C e coagula aos 85º C, é importante ter isto<br />

em conta e ainda que esteja comprovado que o açúcar em 10%<br />

possui um efeito protector face á coagulação não é o<br />

suficiente para que os cremes com gemas ao passar dos 85º C<br />

não deixem de ter uma textura cremosa e lisa e passem a ter<br />

um textura granulosa e cortada. Para fazer cremes nunca<br />

deixe passar a temperatura de cozedura dos 84 / 85º C<br />

A gema cotem entre 6 e 7 % de lecitina<br />

Todos os ovos, sejam brancos ou escuros de gema clara ou<br />

mais colorida têm as mesmas qualidades nutritivas,<br />

normalmente consegue-se conservar os ovos durante três<br />

semanas se num local fresco “entre 8 a 10º C “ com a ponta


para baixo para não calcar a câmara de ar. Quanto mais um<br />

ovo envelhece mais liquida se torna a clara.<br />

Os Ovos destinados ao mercado para consumo humano, são<br />

submetidos a uma classificação por categoria de qualidade e<br />

por classes de peso.<br />

Na UE, são comercializados somente ovos qualidade<br />

comprovada, que cumprem os rígidos requisitos da Classe A.<br />

A casca e a película têm que estar normais, intactas e<br />

limpas. Os ovos não devem ser lavados ou limpos de forma<br />

alguma. Não pode haver corpos estranhos de nenhuma espécie<br />

nem na gema nem na clara. A clara de um ovo Classe A tem<br />

que ter consistência gelatinosa. Os ovos Classe B são ovos<br />

de segunda classe, destinados apenas ao uso industrial.<br />

Quanto pesa um ovo<br />

Na EU os avos são comercializados em faixas de peso<br />

uniforme, são denominados: “extra grandes”, “Grandes”,<br />

“Médios” e “ Pequenos”, 80 a 90 % dos ovos vendidos são<br />

grandes ou médios.<br />

Quadro do peso dos ovos Classe A<br />

Símbolo Denominação Faixa de peso<br />

XL extra grande<br />

igual ou<br />

superior a 73g<br />

L grande 63g a 73g<br />

M médio 53g a 63g<br />

S pequeno inferior a 53g<br />

Actualmente o uso de ovos frescos está cada vez mais<br />

restrito na pastelaria por isso cada vez mais profissionais<br />

optam por, ovos inteiros, gemas e claras pasteurizados,<br />

estes produtos trazem algumas vantagens em relação ao ovo<br />

tradicional:<br />

- Segurança alimentar<br />

- Higiene<br />

- São práticos e gana-se tempo ao não se ter de desclarar<br />

- Facilidade de armazenamento e rotação do produto<br />

O tratamento térmico a que se submetem (pasteurização)<br />

desnaturaliza em parte as suas proteínas, o que acarretas<br />

algumas modificações que verificamos quando utilizamos<br />

estes produtos na pastelaria, por exemplo quanto batemos<br />

claras ou gemas o batido é menos consistente e os cremes<br />

não espessam tanto. No caso das claras poderemos resolver o<br />

problema juntando clara em pó, enquanto ás gemas poderemos<br />

juntar um a pequena quantidade de folhas de gelatina “que<br />

não deixam de ser proteínas” ou aumentar a quantidade de<br />

gemas.<br />

È importante acompanhara evolução dos novos produtos<br />

existente no mercado e não se fechar no tradicional, com a


analise das fichas técnicas e um reequilíbrio das receitas<br />

poderemos manter a qualidade dos nossos produtos com uma<br />

maior segurança alimentar e custos de preparação menores<br />

O ovo na pastelaria e na gastronomia<br />

Se não houvesse ovos não haveria pastelaria, são a base da<br />

maior parte das elaborações. Cremes, mousses, molhos,<br />

massas, biscoitos, etc. dão as massas textura, riqueza,<br />

perfume, untuosidade e sabor permitam espessar, ligar, e<br />

emulsionar.<br />

O ovo aparece na gastronomia sob múltiplas formas e talvez<br />

nenhum outro alimento lhe seja superior em versatilidade.<br />

Só ou acompanhado, é bem recebido em qualquer refeição,<br />

seja no quotidiano café da manhã frito ou em forma de bolo,<br />

ou num banquete festivo. Pode ser a figura principal de uma<br />

refeição, ou aditivo coadjuvante, figurante ou até mesmo<br />

oculto, na forma de outro alimento, que ajudou a compor.<br />

Existem nutritivas e saborosas elaborações de pratos,<br />

bolos, mousse, gelados, etc..., confeccionados com ovos. O<br />

receio entre a presença de colesterol na gema do ovo e o<br />

seu presumido efeito negativo sobre a saúde das pessoas tem<br />

inibido o consumo. Algumas dessas “verdades”, supostamente<br />

científicas, estão a ser contestadas e desmentidas por<br />

alguns investigadores, apoiados em dados concretos obtidos<br />

sob rigoroso controlo experimental.<br />

Bater ovos<br />

Muitas receitas utilizam os ovos com a função de fazer<br />

crescer um determinado preparado. Para tal, bate-se um ovo<br />

cru, misturando-o com os outros ingredientes e de seguida<br />

cozinham-se. O ar que se encontra insuflado no ovo batido,<br />

dilata, à medida que o preparado vai aquecendo, fazendo-o,<br />

desta forma, crescer.<br />

Para bater ovos levemente, por exemplo para uma omeleta,<br />

utiliza-se um garfo numa tigela pequena. Para volumes<br />

maiores o aconselhável é uma batedeira.<br />

Tenha em atenção que um pequeno vestígio de gema na clara<br />

impedirá o seu crescimento. Também a gordura na tigela pode<br />

impedir o crescimento das claras.<br />

Conselhos para Cozinhar e Manipular ovos<br />

Separar as claras das gemas torna-se uma tarefa mais<br />

simples quando os ovos estão frios. Para evitar estragar<br />

uma tigela cheia de ovos deve partir cada ovo,<br />

separadamente, para uma tigela mais pequena e só depois de<br />

verificar o seu estado é que se deve misturar às restantes,<br />

evitando assim estragar os que já estão partidos.<br />

Ovos para engrossar<br />

Para engrossar um molho, com ovos, é necessário mantê-lo ao<br />

lume sem nunca o deixar ferver o que o levaria a deslassar.<br />

Para evitar que o molho deslasse, deve acrescentar, aos<br />

ovos, um pouco do preparado quente, aumentando-lhes a<br />

temperatura antes de os levar ao lume. O lume deve ser<br />

brando e o preparado continuamente mexido.


Tratando-se de receita com ovos, é bom seguir à risca a<br />

recomendação de cozinhar em banho-maria, em fogo brando ou<br />

ainda em forno à baixa temperatura e com o recipiente<br />

noutro com água. Ocorre que, em caso de se exceder a<br />

temperatura indicada, os glóbulos (ou micelas) protéicos<br />

podem aglomerar-se em demasia, resultando uma massa áspera<br />

e granulada.<br />

Dez minutos de cozedura, em fogo brando, são suficientes<br />

para que se obtenha um ovo cozido duro. Para evitar que se<br />

forme camada escura (de sulfeto de ferro) entre a clara e a<br />

gema, basta, a seguir, coloca-lo rapidamente sob água<br />

corrente fria.<br />

Um ovo gelado colocado directamente na água em ebulição<br />

racha, pela diferença de pressão. O correcto é colocar o<br />

ovo em água à temperatura ambiente e aquecê-lo lentamente.<br />

Como referência, sabe-se que, no instante em a água entra<br />

ebulição, um terço da clara já estará coagulada.<br />

Se o óleo estiver excessivamente quente, ao fritar o ovo,<br />

este com certeza que se cola no fundo da frigideira.<br />

O ovo frito é mais facilmente digerido se a sua clara<br />

estiver coagulada e a gema mole. Quando o creme for pouco e<br />

se necessitar de maior quantidade dele, uma boa alternativa<br />

é acrescentar-lhe claras bem batidas. Há também a hipótese<br />

de substituir o creme chantilly por outro, preparado com<br />

bananas cortadas em fatias bem finas e batidas com claras,<br />

até que aquelas estejam completamente amassadas e estas bem<br />

firmes. Utiliza-se o creme imediatamente.<br />

Se a maionese deu problemas? Para tudo há uma solução e<br />

nesse caso a melhor é agregar-lhe uma gema à qual se tenha<br />

juntado uma colher (das de chá) de sumo de limão. Para esse<br />

acréscimo usa-se outra tigela, juntando lentamente a<br />

mistura à maionese com problemas.<br />

O ponto ideal das claras batidas é quando a massa se<br />

apresenta branca, leve e porosa. Percebe-se facilmente<br />

quando esta passou do ponto, porque fica quebradiça.<br />

Para dar maior estabilidade à clara, acrescentam-se<br />

pequenas porções de sal. Pode-se obter o mesmo resultado<br />

com o açúcar, mas tem que se bater por mais tempo.<br />

Quando se aquece uma preparação na qual se tenham<br />

incorporado claras batidas, deve-se prestar atenção. A<br />

massa aumenta de volume devido à expansão do ar retido.<br />

Contudo, também facilmente esse mesmo volume se reduz, uma<br />

vez que a película de proteína que circunda cada bolha de<br />

ar, ao coagular, se torna frágil a ponto de romper,<br />

deixando escapar o ar.<br />

Adicionar as claras batidas às preparações com suavidade e<br />

uniformidade, como última etapa do processo de preparação<br />

da massa.<br />

Impede-se assim que o efeito das claras batidas perca com a<br />

eliminação do ar.<br />

Não convém aplicar temperaturas acima de 65.ºC por muito<br />

tempo, quando se estão a preparar ovos. Estes tendem a<br />

ficar engrumados, devido à perda de água. Temperaturas<br />

elevadas por tempo prolongado também são desaconselhadas<br />

quando houver mistura de ovos com vinagre ou limão. Tendem


a liquefazer-se.<br />

O uso de vinagre ou limão faz com que a temperatura de<br />

coagulação do ovo se reduza. Com isso, formam-se coágulos<br />

mais espessos.<br />

O inverso acontece com uso do açúcar. Este aumenta o tempo<br />

de coagulação, na proporção directa da quantidade de açúcar<br />

adicionada.<br />

Não é demais insistir na ideia de que o ovo constitui um<br />

alimento fresco. Deve, por essa razão, merecer todos os<br />

cuidados especiais que necessita um produto dessa natureza.<br />

E isso desde o aviário de postura até à mesa do consumidor.<br />

A propósito, a natureza, sábia, conferiu-lhe até mesmo uma<br />

embalagem original, resistente o suficiente para assegurar<br />

a sua qualidade nutritiva, mas também vulnerável o<br />

bastante, para que nos lembremos da sua condição de produto<br />

biológico, obrigando desta forma a cuidados que preservem a<br />

sua integridade.<br />

Assim, ao comprar e consumir ovos, certos cuidados devem<br />

ser obrigatoriamente tomados para uma utilização proveitosa<br />

e segura, a começar pela atenta observação no sentido de<br />

verificar a integridade do produto. Os ovos devem ter a sua<br />

casca limpa e inteira. Jamais se devem utilizar ovos que<br />

estejam quebrados ou com o seu conteúdo esvaziado.<br />

É importante igualmente recordar que o ovo, um produto<br />

orgânico, está sujeito à perda rápida da sua qualidade,<br />

quando mantido à temperatura ambiente. Por essa razão, em<br />

países, todo o percurso do ovo, desde a produção até ao<br />

ponto de venda, se faz com controlo de temperatura,<br />

mantendo-o refrigerado. Dessa forma prolonga-se o prazo<br />

para a sua utilização, permanecendo intactas a qualidade e<br />

as propriedades nutritivas do produto.<br />

No nosso país já estamos próximos de atingir tal estádio e<br />

o produto chega aos pontos de venda em carros isotérmicos<br />

e/ou refrigerados. Não obstante isso, a sua conservação<br />

será bastante favorecida, se o ovo sair do ponto de venda<br />

directamente para o frigorífico, mantendo-o na faixa de 0ºC<br />

a 4ºC. Mediante este simples procedimento, o consumidor<br />

fica garantindo para si e para a sua família de um produto<br />

saudável, nutritivo e saboroso, que poderá ser consumido<br />

com toda a segurança.

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