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Estou trancado em casa e não posso sair - Cursinho Primeiro de Maio

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<strong>Estou</strong> <strong>trancado</strong> <strong>em</strong> <strong>casa</strong> e <strong>não</strong> <strong>posso</strong> <strong>sair</strong><br />

Papai já disse, tenho que passar<br />

N<strong>em</strong> música eu <strong>não</strong> <strong>posso</strong> mais ouvir<br />

E assim <strong>não</strong> <strong>posso</strong> n<strong>em</strong> me concentrar<br />

Não saco nada <strong>de</strong> Física<br />

Literatura ou Gramática<br />

Só gosto <strong>de</strong> Educação Sexual<br />

E eu o<strong>de</strong>io Química


Não <strong>posso</strong> n<strong>em</strong> tentar me divertir<br />

O t<strong>em</strong>po inteiro eu tenho que estudar<br />

Fico só pensando se vou conseguir<br />

Passar na porra do vestibular<br />

Não saco nada <strong>de</strong> Física<br />

Literatura ou Gramática<br />

Só gosto <strong>de</strong> Educação Sexual<br />

E eu o<strong>de</strong>io Química


Chegou a nova leva <strong>de</strong> aprendizes<br />

Chegou a vez do nosso ritual<br />

E se você quiser entrar na tribo<br />

Aqui no nosso Belsen tropical<br />

Ter carro do ano, TV a cores,<br />

pagar imposto, ter pistolão<br />

Ter filho na escola, férias na Europa,<br />

conta bancária, comprar feijão<br />

Ser responsável, cristão convicto,<br />

cidadão mo<strong>de</strong>lo, burguês padrão<br />

Você t<strong>em</strong> que passar no vestibular


Unesp 2001<br />

Exames vestibulares<br />

Vestibulares <strong>em</strong> duas fases<br />

Vestibulares <strong>em</strong> fase única<br />

Vestibulares <strong>em</strong> questões discursivas<br />

Vestibulares <strong>em</strong> testes <strong>de</strong> múltipla escolha<br />

Vestibulares unificados<br />

Vestibulares seriados<br />

Seleção por análise do histórico escolar do candidato nos<br />

ensinos fundamental e médio<br />

Seleção com base no ENEM<br />

Reserva <strong>de</strong> vagas para alunos da escola pública<br />

Sorteio <strong>de</strong> vagas<br />

Ingresso <strong>de</strong> mais candidatos nas universida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> núcleos<br />

comuns.


T<strong>em</strong>as como estes são <strong>de</strong>batidos com certa frequência na<br />

imprensa. Algumas pessoas diz<strong>em</strong> que os exames vestibulares<br />

são injustos e que <strong>não</strong> med<strong>em</strong> com precisão o conhecimento dos<br />

candidatos. Outras afirmam o contrário: os exames vestibulares<br />

das principais universida<strong>de</strong>s do país são, no momento, os mais<br />

a<strong>de</strong>quados instrumentos <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> seleção dos<br />

candidatos.<br />

Alguns políticos suger<strong>em</strong> que o acesso às universida<strong>de</strong>s seja<br />

feito por análise <strong>de</strong> currículo, isto é, do rendimento do candidato<br />

ao longo da Escola Fundamental e Média. Outros, julgando que<br />

isso beneficiaria os alunos <strong>de</strong> escolas particulares, pleiteiam<br />

reserva <strong>de</strong> 30, 40, ou até 50 por cento <strong>de</strong> vagas nas<br />

universida<strong>de</strong>s públicas para alunos das escolas públicas, único<br />

modo <strong>de</strong> evitar a injustiça social; mas há qu<strong>em</strong> afirme que tal<br />

reserva também seria uma forma <strong>de</strong> injustiça, pois <strong>não</strong> pr<strong>em</strong>iaria<br />

o mérito, o esforço e o conhecimento dos estudantes e, além<br />

disso, escon<strong>de</strong>ria o verda<strong>de</strong>iro probl<strong>em</strong>a, que é a baixa qualida<strong>de</strong><br />

do ensino nas escolas públicas.


O ENEM — Exame Nacional do Ensino Médio, que busca<br />

verificar, por meio <strong>de</strong> uma redação e <strong>de</strong> 63 questões <strong>de</strong> múltipla<br />

escolha, se o estudante assumiu <strong>de</strong>terminadas habilida<strong>de</strong>s e<br />

competências durante o ensino médio, é por vezes apresentado<br />

como um possível substituto dos exames vestibulares.<br />

Alguns professores, todavia, <strong>não</strong> concordam com essa i<strong>de</strong>ia, por<br />

enten<strong>de</strong>r que o Exame Nacional <strong>não</strong> verifica o que é, <strong>de</strong> fato,<br />

ensinado, e que as questões <strong>de</strong> múltipla escolha <strong>não</strong> são o<br />

melhor instrumento <strong>de</strong> avaliação. L<strong>em</strong>bram também que um só<br />

exame para selecionar os vestibulandos <strong>de</strong> todo o País seria<br />

operacionalmente inviável e sujeito a erros e distorções.


Já houve qu<strong>em</strong> sugerisse, na década <strong>de</strong> 70, que as<br />

universida<strong>de</strong>s públicas efetuass<strong>em</strong> um sorteio <strong>de</strong> suas vagas,<br />

como forma <strong>de</strong> atingir todos os estratos sociais; já se sugeriu,<br />

também, que as universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam unificar seus exames<br />

vestibulares, pois isto pouparia esforços e gastos dos<br />

candidatos e <strong>de</strong> suas famílias, mas alguns analistas l<strong>em</strong>braram<br />

que tal unificação prejudicaria a liberda<strong>de</strong> dos candidatos <strong>de</strong><br />

optar e concorrer apenas aos cursos e vagas das universida<strong>de</strong>s<br />

que preferiss<strong>em</strong>.<br />

As fundações e comissões elaboradoras e aplicadoras <strong>de</strong><br />

exames vestibulares das universida<strong>de</strong>s públicas, por outro lado,<br />

<strong>de</strong>claram que incentivam permanent<strong>em</strong>ente estudos e<br />

pesquisas, cujo resultado t<strong>em</strong> sido o aperfeiçoamento<br />

progressivo <strong>de</strong> suas provas como instrumentos <strong>de</strong> avaliação e<br />

<strong>de</strong> seleção.


Enquanto professores, educadores, especialistas, jornalistas,<br />

diretores <strong>de</strong> escolas e <strong>de</strong> cursos pré-vestibulares, reitores e<br />

autorida<strong>de</strong>s educacionais s<strong>em</strong>pre são consultados a respeito <strong>de</strong><br />

tais t<strong>em</strong>as e continuam alimentando a polêmica, só raramente se<br />

pergunta a um dos maiores interessados na questão, que é o<br />

próprio candidato. Neste ano, marcado por reflexões sobre os<br />

principais probl<strong>em</strong>as brasileiros, é bastante oportuno perguntar a<br />

você, vestibulando, o que pensa dos exames vestibulares e dos<br />

diferentes modos propostos ou já tentados para substituí-los.<br />

Seria para melhor? Para pior? Dever-se-ia acabar com os<br />

vestibulares ou aperfeiçoá-los? Você vê outras soluções para<br />

este probl<strong>em</strong>a, que t<strong>em</strong> mais <strong>de</strong> 80 anos?<br />

Releia com atenção este texto e, a seguir, escreva uma redação,<br />

<strong>de</strong> gênero dissertativo, sobre o t<strong>em</strong>a:<br />

OS EXAMES VESTIBULARES E O ACESSO À<br />

UNIVERSIDADE.


Fuvest 1985<br />

Vestibular: "um mal necessário".<br />

(Antônio Hélio Guerra Vieira,<br />

reitor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

No Brasil, as escolas superiores adotam o mesmo princípio<br />

usado na Europa para a seleção dos candidatos: o<br />

número clausus, que fixa o total <strong>de</strong> alunos que cada curso po<strong>de</strong><br />

receber. Mas lá a situação é diferente. As escolas superiores<br />

aplicam um exame <strong>de</strong> qualificação, que serve apenas para<br />

encaminhar o aluno a <strong>de</strong>terminada escola: todos consegu<strong>em</strong><br />

uma vaga no ensino superior, só que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre nas escolas<br />

que pretend<strong>em</strong>.


Redija, <strong>em</strong> prosa, uma dissertação expondo seu ponto <strong>de</strong> vista<br />

sobre a necessida<strong>de</strong> da existência do número clausus para o<br />

ingresso nas universida<strong>de</strong>s públicas brasileiras.<br />

Você <strong>de</strong>ve apresentar sua posição, <strong>de</strong>senvolver sucintamente<br />

argumentos e chegar a uma conclusão compatível com a<br />

argumentação.


ITA/2005<br />

Ilusão Universitária<br />

Houve um t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que, ao ser admitido numa<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direito, um jov<strong>em</strong> via seu futuro praticamente<br />

assegurado, como advogado, juiz ou promotor público. A<br />

situação, como se sabe, é hoje bastante diversa. Mudaram a<br />

universida<strong>de</strong>, o mercado <strong>de</strong> trabalho e os estudantes, muitos<br />

dos quais inadvertidamente compram a ilusão <strong>de</strong> que o diploma é<br />

condição necessária e suficiente para o sucesso profissional.<br />

A proliferação dos cursos universitários nos anos 90 e 2000 é<br />

a um só t<strong>em</strong>po sintoma e causa <strong>de</strong>ssas mudanças. Um mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho cada vez mais exigente passou a cobrar maior<br />

titulação dos jovens profissionais. Com isso, aumentou a oferta<br />

<strong>de</strong> cursos e caiu a qualida<strong>de</strong>.


O fenômeno da multiplicação das faculda<strong>de</strong>s e do <strong>de</strong>clínio da<br />

qualida<strong>de</strong> acadêmica foi especialmente intenso no campo do<br />

direito. Trata-se, afinal, <strong>de</strong> uma carreira <strong>de</strong> prestígio, cujo ensino<br />

é barato. Não exige muito mais do que o professor, livros, uma<br />

lousa e o cilindro <strong>de</strong> giz.<br />

Exist<strong>em</strong> hoje 762 cursos jurídicos no país. Em 1993, eles eram<br />

183. A OAB (Ord<strong>em</strong> dos Advogados do Brasil) acaba <strong>de</strong> divulgar<br />

a lista das faculda<strong>de</strong>s recomendadas. Das 215 avaliadas, apenas<br />

60 (28%) receberam o “nihil obstat”. A Ord<strong>em</strong> levou <strong>em</strong> conta<br />

conceitos do provão e os resultados do seu próprio exame<br />

<strong>de</strong> cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> bacharéis.


A Universida<strong>de</strong> é só o começo<br />

Na última década, a universida<strong>de</strong> viveu uma espécie <strong>de</strong><br />

milagre da multiplicação dos diplomas. O número <strong>de</strong><br />

graduados cresceu <strong>de</strong> 225 mil no final dos anos 80 para 325<br />

mil no levantamento mais recente do Ministério da<br />

Educação <strong>em</strong> 2000. A entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>sse contingente, porém, <strong>não</strong> v<strong>em</strong> sendo propriamente<br />

triunfal como uma festa <strong>de</strong> formatura. Engenheiros e<br />

educadores, professores e administradores, escritores e<br />

sobretudo <strong>em</strong>presários têm sussurrado uma frase nos<br />

ouvidos <strong>de</strong>ssas centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> novos graduados:<br />

“O diploma está nu”.


Passaporte tranqüilo para o <strong>em</strong>prego na década <strong>de</strong> 80, o<br />

certificado superior v<strong>em</strong> sendo exigido com cada vez mais<br />

vistos. Consi<strong>de</strong>rado um dos principais pensadores da educação<br />

no país, o economista Cláudio <strong>de</strong> Moura Castro sintetiza a<br />

relação atual do diploma com o mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> uma<br />

frase: “Ele é necessário, mas <strong>não</strong> suficiente”. O raciocínio é<br />

simples. Com o aumento do número <strong>de</strong> graduados no mercado,<br />

qu<strong>em</strong> <strong>não</strong> t<strong>em</strong> um certificado já começa <strong>em</strong> <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong>.<br />

Conselheiro-chefe <strong>de</strong> educação do Banco Interamericano<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento durante anos, ele compara o s<strong>em</strong>diploma<br />

a alguém “<strong>em</strong> um mato s<strong>em</strong> cachorro no qual os outros<br />

usam armas automáticas e você um tacape”. Por outro lado, o<br />

economista-educador diz que ter um fuzil, seja lá qual for, <strong>não</strong><br />

garante tanta vantag<strong>em</strong> assim nessa floresta.

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