Obesidade em Gatos Flatulência Canina 9 de Setembro ... - Pedigree

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CIÊNCIA PARA GATOS
Obesidade em felinos
Introdução:
A obesidade é considerada como a forma mais comum de
má nutrição encontrada na clínica veterinária de pequenos
animais e, como tal, representa um desafio significativo
para o cirurgião veterinário. Estudos realizados na Europa
e na América do Norte indicaram que entre 6% e 40% dos
gatos levados a consultórios ou clínicas veterinárias estão
acima do peso ou são declaradamente obesos (Anderson,
1973; Scarlett et alii, 1994; Sloth, 1992).
Incidência de Obesidade em Gatos:
Incidência Estudo
6-12,5% Anderson, 1973
40%
Sloth, 1992
Scarlett et alii, 1994
25% Scarlett et alii, 1994
A obesidade é conseqüência da absorção excessiva de
energia com referência às necessidades em determinado
momento da vida dos animais. Em alguns casos, a
obesidade pode ser secundária a um certo número de
outras condições. Distúrbios endócrinos e polifagia
induzida por drogas talvez sejam as causas mais
freqüentemente reconhecidas para as complicações
ligadas à obesidade. Todavia, os distúrbios endócrinos
representam menos de 5% das causas da obesidade no
ser humano (Armstrong et alii, 1951) e é provável que sua
prevalência seja semelhante entre os felinos.
As terapias presentemente disponíveis para o tratamento
da obesidade incluem controle dietário, exercícios,
modificações psicológicas e comportamentais, terapia
medicamentosa e cirurgia. Todavia, o custo e as questões
éticas envolvidas no tratamento farmacêutico e cirúrgico
da obesidade tornam estas duas abordagens inaceitáveis
para a maioria dos pacientes. O sucesso de séries de
exercícios ou modificação comportamental é fraco
quando estes procedimentos são empregados de forma
isolada, porém, ao serem combinados com terapia dietária,
apresentam um efeito sinergístico. As recomendações
atuais para seres humanos sugerem que uma combinação
destes procedimentos é a melhor abordagem para uma
perda de peso eficaz e sustentável (Weinsier et alii, 1984).
De maneira semelhante, um programa de redução de peso
baseado em uma combinação de decréscimo de absorção
de energia, aumento dos exercícios físicos (sempre que
possível) e controle comportamental é considerado a
abordagem mais eficiente para a redução do peso corporal
do animal companheiro.
Terapia Dietária:
Uma vez que o excesso de absorção de energia é a
principal causa da obesidade, a terapia dietária se enfoca
na restrição do consumo de energia. Embora a inanição
(restrição total de absorção de energia) como método
de redução de peso seja uma técnica que possa ser
empregada em algumas espécies, não deve ser considerada
como opção entre os gatos devido à ligação comprovada
entre a anorexia e o desenvolvimento de lipidose hepática
idiopática [Idiopathic Hepatic Lipidosis ou IHL] (Barsanti
et alii, 1977; Burrows et alii, 1981). Por esta e por outras
razões, a abordagem dietária recomendada é a de restrição
de energia moderada e controlada.
Energia:
Na prática, identificou-se que um máximo de 15% de
diminuição do peso corporal é um alvo inicial a ser
racionalmente buscado (Edney, 1974). Maiores reduções
poderão ser planejadas depois que o alvo inicial tenha
sido alcançado.
Estudos clínicos demonstraram que nos gatos, uma perda
de peso entre 14% e 18% ao longo de dezoito semanas
pode ser obtida fornecendo-se 60% das necessidades
energéticas do animal para manutenção do peso corporal
alvo (Butterwick et alii, 1994; Butterwick & Markwell,
1996; Markwell et alii, 1994; Markwell et alii, 1996). Em
um estudo planejado para a obtenção de ritmos mais
rápidos de redução de peso, os alvos de peso foram
individualizados de acordo com o grau de obesidade do
animal e abrangiam de 60% a 80% do peso total no início
do tratamento. Fornecendo-se 60% dos requisitos de
manutenção de energia a nível do peso-alvo, perdas de
peso da ordem de 16% a 39% (média de 20%) puderam
ser obtidas ao longo de dezoito semanas. Além disso, uma
redução de 25% do peso de gatos obesos foi obtida sem
riscos para a saúde animal através da restrição da absorção
de energia para 45% dos requisitos de manutenção de
energia com referência ao peso-alvo (85% do peso inicial)
(Butterwick et alii, 1995; Markwell et alii, 1996).