AceleramosIteste - Auto Esporte

Aceleramos I testedeconsumo
Motores da
economia
CoNvoCaMoS UMa
SeLeÇÃo
de
veÍCULoS QUe GaStaM PoUCo
(HÍBRIdoS e FLeX) PaRa veR QUaL É QUaL Na Rota do CoNSUMo
POR HAirton PonciAno VoZ, dAnieL messeder, cArinA mAZArotto e ricArdo sAnt’AnnA l FOTOS osWALdo PALermo

AgrAdecimentos: RodoSeRv StaR
Dágosto andar, andar eandar sem
veromostrador de combustível se
mexer. Afinal, oque omotor não
queima édinheiro que sobra no
bolso. E, se um tanque cheio já é
bom, imagine vários. Multiplicamos
aeconomia por sete. Fomos
para aestrada com três veículos
híbridos (Toyota Prius, Ford Fusion
eKia Optima) equatro com
motores a combustão (Polo Bluemotion, Kia Picanto,
Uno Economy e Gol Ecomotion), todos com gasolina.
Em comum entre eles, o baixo consumo. Afinal,
cumprimos um trajeto de quase 370 km pela rodovia
Castelo Branco (sempre que possível andando no
limite de 120 km/h). Foi um bate e volta entre São
Paulo e Pardinho, e retornamos ao ponto de partida
com mais de meio tanque em quase todos os carros.
Nas próximas páginas, descubra como os sete
se comportaram na estrada esaiba qual areceita de
cada um para gastar pouco. Afinal, se o Gol Ecomotion
(R$ 26.450) aposta na simplicidade para
não deixar oponteiro cair, oFusion Hybrid, que
custa cinco vezes mais (R$ 133.900), faz omesmo
graças a muita tecnologia.
Kia Picanto Ocompacto coreano éaprova de
que os sete automóveis selecionados para cumprir
oroteiro representam anata entre os econômicos:
mesmo alcançando aboa marca de 14,1 km/l a120
km/h, ocompacto coreano foi oque mais gastou
combustível no grupo.
Há uma explicação para isso: o Picanto, com suas
dimensões compactas (3,59 m) emotor 1.0 de três
cilindros e 80 cv, tem vocação urbana. Na cidade, andando
em giros mais baixos, precisa de pouco combustível
para deslanchar eacompanhar otrânsito com
facilidade. Isso éobtido graças não só aos três cilindros
(menos peças móveis), mas também a avanços técnicos,
como comando duplo variávele12válvulas.
Na estrada, com rotação constante em torno
dos 4.000 rpm, acoisa muda um pouco. Mas
mesmo assim oPicanto foi bem. Ohatch voltou ao
ponto de partida com oponteiro de combustível
mostrando omais baixonível entre os sete (apenas
um terço da capacidade), porém há uma explicação
para isso: otanque do Picanto édeapenas 35 litros,
o menor do clube dos econômicos.
De resto, omodelo ostenta estilo moderno,
acabamento acima da média da categoria e portamalas
pequeno (172 litros), outra clara demonstração
de que o negócio dele é cidade. Custa R$ 39.900.
Kia oPtima Ele alia tecnologia híbrida e o visual
mais arrebatador do time de econômicos. E ainda
veio numa embalagem imaculadamente branca, de
fevereiro i autoesporte i 77

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parar o trânsito. O sedã coreano combina um motor
elétrico de 30 kW (40 cv) e outro a gasolina, 2.4,
quatro cilindros e168 cv. Apotência combinada éde
208 cv, e o torque, de 27 kgfm.
Pisando leve, oOptima écapaz de ir a100
km/h apenas no modo elétrico. Na viagem, porém,
omotor agasolina já começava atrabalhar
antes disso, porque bastava acelerar um pouco
mais nas saídas de pedágio para “acordar” os quatro
cilindros. No quadro de instrumentos, uma divertida
animação mostra adistribuição de energia,
quetambém pode ser vista no painel central. Com
o botão Eco acionado, luzes se acendem para indicar
o modo mais econômico de dirigir.
Como em outros veículos que utilizam motor
elétrico, a sensação de estranheza é instintiva
ao dar apartida, já que ocarro não faz barulho.
Mas alguns sinais ajudam areconhecer que ele está
pronto para sair: o banco se movimenta para frente,
as luzes dos instrumentos se acendem eatela
central dá as boas-vindas.
OKia Optima foi um dos mais prazerosos do
grupo para dirigir. Asuspensão éfirme ecalibrada
na medida certa para também proporcionar conforto.
Só épreciso tomar cuidado com as lombadas, já
que o conjunto de baterias de íons-lítio, que pesa 43
quilos e tira 157 litros de capacidade do porta-malas,
bate fácil no chão – e o barulho até assusta.
Ao contrário de Fusion e Prius, o Optima não
usa câmbio CVT, e sim uma caixa automática de seis
marchas, sem conversor de torque. Dos três híbridos,
ele foi oque mais gastou. Osedã chega às lojas
ainda este ano, primeiramente na versão agasolina.
O híbrido deve vir no segundo semestre.
78 i autoesporte i fevereiro
7º
kiapicanto . 26,14l . 14,1km/l
VW Gol Ecomotion Eis o mais velho da turma.
Em projeto, design, conforto... Ainda assim,
não poderia ficar de fora. Em 2008, oG4foi um dos
campeões da nossa maratona de economia com 11
carros, ao lado do Mille. Em 2010, em nova disputa
com o Mille, o Ecomotion foi o melhor com gasolina
e o vice utilizando etanol.
Com motor 1.0 de 71 cv, oGol G4 anda bem,
apesar das antiguidades de projeto: alavanca de câmbio
que chacoalha em altas velocidades, volante “torto”,
conforto quase zero. Mas éomais barato, por R$
26.450, sem direção hidráulica ou ar-condicionado.
O Ecomotion traz econômetro no painel de instrumentos,mas
odisplay digital émuito pequeno, de
EochEvrolEtvolt?
graças ao motor 1.0 de
três cilindrose80cv, o
compacto coreano é bem
econômico, especialmente
no uso urbano. mas a 120
km/h, a rotação fica em
torno dos 4.000 rpm, o
que eleva o consumo. o
modelo chegou ao destino
com menos de meio tanque,
porém o reservatório tem
apenas 35 litros. As rodas
são aro 14
oque o veterano VW está
fazendo entre carros tão
modernos? É que ele já
foi ocampeão em testes
anteriores, mas, perto de
tantas feras, dessa vez o gol
g4 não foi além do 5º lugar
oelétrico da Chevrolet não estava disponível na data em que fizemos o teste,
motivo pelo qual ele não acompanhou o comboio. a montadora está reforçando
a proteção de aço em torno da bateria, por causa do incêndio em
algumas unidades. oproblema ocorreu em crash tests feitos pela NHtSa,
entidade governamental de segurança dos eUa. ofogo foi originado dias
após as colisões, motivado pelo vazamento de líquido da bateria.

difícil leitura. Os pneus são de baixa resistência à rodagem
(165/70 R13). Mas dessa vezascoisas não foram
fáceis: diante da tropa de elite reunida por AE,ele não
conseguiu se manter na dianteira (embora tenha ficado
na frente de um híbrido, oOptima!). Devesair de
linha com a chegada do Gol G5 duas portas, este ano.
Ford Fusion Hybrid O interfone toca na casa
do Daniel: “Seu Daniel, seu carro está sem bateria,
nãodáapartida”, diz ogaragista. Ele não imaginava
que aquele Ford tinha bateria até de sobra. O
primeiro contato com um elétrico é sempre assim.
Estamos condicionados a considerar que carro ligado
é carro que faz barulho de motor. Mas o Fusion
Hybrid já estava pronto para andar, era só engatar o
câmbio e soltar o freio. O sedã parece desligado porqueapenas
omotor elétrico funciona quando damos
apartida, oque se mantém em situações de anda e
para, além de velocidades inferioresa75km/h. Ou
seja,oFusion sai em silêncio, esórequer omotor a
combustão quando pisamos mais fundo.
A 120 km/h, o sedã usa uma combinação variável
dos dois motores, dependendo do “peso” do pé
direito. Em frenagens, osistema recuperava até 94%
6º
se o motorista dirigir
pisando leve, “brotam
folhas” no painel do optima,
que também exibe o fluxo de
energia disponível no carro.
Até 100 km/h, ele pode
andar só com eletricidade
5º
kiaoptima . 24,63l . 14,9km/l
vwgol . 23,05l . 15,9km/l
osedã da Kia combina
um motor elétrico eoutro
2.4 a gasolina. ele foi um
dos destaques do grupo
em termos de design e
dirigibilidade. As vendas
devem começar este ano
fevereiro i autoesporte i 79

Aceleramos I testedeconsumo
faltaincEntivoaosElétricos
ao contrário de países como os estados Unidos, que concedem incentivos
fiscais a carros elétricos e híbridos, no Brasil o governo não tem se mostrado
disposto a reduzir impostos para este tipo de automóvel. aintenção é
incentivar apenas aprodução local, enenhuma montadora tem planos de
produzir híbridos ou elétricos aqui. até agora, apenas Mercedes (S400) e
Ford (Fusion) vendem híbridos no Brasil. atoyota deve ser a próxima.
da energia que seria perdida em atrito, para recarregar
a bateria. Dá para acompanhar todo esse funcionamento
numa tela no centro do painel. Tem mais:
conforme você dirige de forma econômica, uma árvore
vai ganhando folhinhas no quadro de instrumentos.
Se você exigir tudo do acelerador, aí os dois
motores atuam com força total edespejam 193 cv,
mas as folhinhas vão sendo apagadas da telinha...
Outra tática de economia éociclo Atkinson
usado pelo motor 2.5. Com isso, a válvula de admissão
fica aberta por mais tempo. Apotência cai
um pouco (158 cv, contra 173 cv do 2.5 normal),
mas a economia é favorecida. Outro ponto que ajuda
a economizar é o câmbio CVT, com variação infinita
nas relações de marcha. Custa R$ 133.900,
80 i autoesporte i fevereiro
oFord Fusion é um dos
poucos híbridos à venda
no Brasil. consegue
desempenho de carro 2.5
com economia de 1.0. Anova
geração do modelo acaba
de ser mostrada no salão
de detroit edeve chegar por
aqui no meio do ano. inclui
uma versão plug-in
4º
mas vale a pena esperar pelo novo: o Fusion inteiramente
renovado deve chegar no segundo semestre,
incluindo uma versão híbrida plug-in.
Fiat unoEconomy Uno 1.4 no lugar do 1.0
em teste de consumo? Méritos da versão Economy,
que em nossas medições revelou-se mais econômico
que o 1.0, mas com desempenho de 1.4.
Aprincipal diferença na estrada éarotação do
motor a 120 km/h. Enquanto a versão Attractive 1.4
gira a3.700 rpm, oEconomyviaja a3.500 rpm. Isso
por conta do diferencial cerca de 9% mais longo. Ao
mesmo tempo, para manter odesempenho, arelação
da 5ª marcha é mais curta, como no Uno Sporting. É
uma diferença que aparece no consumo etambém
no ruído, menos incômodo no Economy. Por isso,
ele é o Uno mais confortável para longas distâncias.
Para privilegiar consumo, houve recalibração
no avanço de ignição, no variador de fase do comando,
no tempo de injeção e na posição da borboleta do
acelerador. Além disso, o Economy corta mais rápido
o combustível quando se tira o pé do pedal. Por
fim, os pneus de baixa resistência àrodagem tiveram
a pressão aumentada de 28 para 35 libras.
Diante da pressão elevada dos pneus, molas e
amortecedores foram calibrados para manter onível de
maciez e estabilidade, embora a altura do solo tenha sido
reduzida em 10 mm (outra medida tomada para redução
do arrasto aerodinâmico). Mas amelhor notícia:
o Economy é o 1.4 mais barato do mercado – a partir
de R$ 28.120, ele é pouca coisa mais caro que o 1.0.
forD fusion . 22,29 l. 16,5 km/l

oUno economy anda como
um 1.4 e gasta menos que
um modelo 1.0 normal,
graças amudanças no
câmbio, pneus (baixa
resistência), altura do solo,
etc. oeconômetro “ensina”
a gastar pouco
3º
oPolo Bluemotion foi o
campeão entre os carros
com motor a combustão,
e ainda garantiu o vice na
classificação geral, graças
ao câmbio alongado, pneus
menores, grade fechada,
aerofólio, etc.
vwpolo bluemotion . 21,95 l. 16,7 km/l 2º
fiatuno economy . 22,26 l. 16,5 km/l
VW Polo bluEmotion Ele é mais caro que
oPolo 1.6 básico (R$ 44.390). Além disso, há quem
diga que o Polo Bluemotion (R$ 48.700) andou para
trás em termos de design. Porém, o Polo “verde”
com nome “azul” tem na economia seu principal
trunfo. Como bem lembrou orepórter Ricardo
Sant’Anna, com seus 16,7 km/l, ele é o carro mais
econômico àvenda, considerando que oToyota Prius
deve chegar às lojas somente no segundo semestre.
Entre os fatores responsáveis por isso está a aerodinâmica
aprimorada, com grade dianteira fechada,
suspensão 1,5 cm mais baixa e aerofólio traseiro.
Os pneus de menor atrito de rodagem são mais
finos (175/65 R14, ante 195/55 R15 dos demais Polos).
Eles têm carcaça mais rígida ecalibragem de 42
psi na frente e 39 atrás (29 no modelo convencional).
No modelo reestilizado, os nacionais Goodyear
substituíram os Dunlop importados.
O grande segredo, porém, está na relação de
marchas. Segundo a VW, todas foram alongadas, com
crescimento de 5% na primeira ede21% na quinta. E
o melhor: tudo isso praticamente sem sacrificar o desempenho
garantido pelo motor VHT 1.6.
Como qualquer Polo, oBlue anda bem, tem

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vEmaíoPriusPlug-in
atoyota apresentou a versão plug-in do Prius no final do ano passado, durante
oSalão de tóquio. Nos estados Unidos, as vendas devem começar
ainda noprimeiro semestre, por US$ 32 mil. omodelo, batizado de Prius
PHv, é o primeiro toyota a utilizar baterias de íons-lítio. até agora, a montadora
empregava baterias de níquel-metal. Segundo atoyota, arecarga
pode ser feita em 90 minutos, em tomada doméstica. aempresa já vendeu
mais de 2,3 milhões de Prius desde 1997, e pretende comercializar 60 mil
unidades do PHv anualmente, sendo 40 mil no Japão.
direção precisa, câmbio macio e suspensão firme.
Com tantos pontos positivos, ele merecia mais
atenção, mas oPolo está desatualizado em relação
ao europeu. Uma pena.
toyota Prius Otanque édeapenas 45 litros,
masmesmo assim ohíbrido da Toyota não precisou
nem da metade desse volume para cumprir o trajeto.
Aexemplo de outros híbridos, oPrius conta com
um motor elétrico (60 kW)eoutro acombustão.
Mas o modelo da Toyota é menor que o Fusion e Optima,
etem um motor acombustão (1.8 16V de 98 cv)
também menor que odos demais híbridos do grupo.
Graças a isso e à larga experiência da montadora ja-
mais?
Fotos extrAs
no iPAd
82 i autoesporte i fevereiro
campeão! no Prius,o
motor elétrico trabalha em
sintonia com opropulsor
1.8 16V agasolina, de 98 cv.
Quando omotorista toca
nas teclas do volante, a
imagem aparece no painel,
para melhor visualização
(acima). odiagrama com
a distribuição de energia
éprojetado no centro do
veículo (abaixo). As vendas
estão previstas para o
segundo semestre
toyota prius . 19,70l . 18,6 km/l 1º
ponesa na área (o Prius foi lançado em 1997), ohatch
da Toyota foi o mais econômico entre os sete companheiros,
e o único a gastar menos de 20 litros de gasolina
(o Prius “bebeu” 19,7 litros).
No painel futurista, o motorista pode optar entre
três modos: totalmente elétrico (até 33 km/h),
econômico ou esportivo. No modo econômico, as
respostas são mais lentas, porém foi essa condição
que garantiu ao Toyota o menor consumo do grupo.
Com a tecla no modo esportivo, o consumo aumenta,
mas oPrius anda como um bom carro 1.8, porque
nesse caso as potências se somam e chegam a 136 cv.
A alavanca do câmbio CVT é um pequeno joystick,
peça que mais parece uma joia lapidada. Afora
os modos normais (D,R,NeP), oseletor tem ainda a
opção B, que funciona como freio motor. Os comandos
do volante (som e computador de bordo) são acionados
apenas relando os dedos nos botões, como em
telas touch screen. Tocando neles, a imagem aparece
no painel, facilitando avisualização. Omodelo veio
também com projeção do velocímetro no para-brisa
(headupdisplay) efaróis de xenônio, equipamentos
não confirmados no modelo a ser vendido no Brasil.
As vendas estão previstas para osegundo semestre,
mas não há definição de preços. A Toyota estima que
o Prius deve ficar entre o Corolla e o Camry.

1
4 5
oroteiro previa paradas a
cada 50 km, para troca de
motoristas eeliminação
de eventual“diferença de
pé” entre os motoristas
(1). ocomboio saiu de
são Paulo e seguiu pela
rodovia casteloBranco até
omunicípiodePardinho. de
lá, voltamos à editora, para
medir oconsumo dos sete
veículos (2 e3). nas saídas
de pedágio, os carros
deveriam ter aceleração
de forma gradual (4). o
grupo respeitou olimite
da estrada (120 km/h),
mantendo distância
razoável um do outro, para
que aturbulência do carro
da frente não interferisse
no desempenho de quem
vinha atrás
2
3
Pardinho - km 191
Boituva
374
Rodovia Castelo Branco
sorocaba
são Paulo