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Teatro de Sombras na Contemporaneidade - CEART - Udesc

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<strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> <strong>Sombras</strong> <strong>na</strong> Contemporaneida<strong>de</strong>: percursos e reflexões<br />

Porém, além <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>finições mais literais que aqui foram expostas <strong>de</strong> forma<br />

resumida, e das terminologias técnicas do <strong>de</strong>senho, das artes visuais, dos cosméticos<br />

e da radiologia, também abordadas, o Houaiss traz outras <strong>de</strong>finições que<br />

são metafóricas e informais, das quais citamos: ausência <strong>de</strong> conhecimentos, cultura,<br />

instrução, liberda<strong>de</strong>, justiça; obscurantismo, ignorância, <strong>de</strong>spotismo. Qualquer<br />

coisa que indique, mesmo remotamente, a existência ou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

(algo); indício, traço, si<strong>na</strong>l. Algo existente em peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong>; traço, indício,<br />

rudimento. Algo que obscurece ou mancha a biografia ou a reputação <strong>de</strong> alguém;<br />

mácula, nódoa, senão. Ser, humano ou animal, que costuma ir atrás <strong>de</strong> alguém,<br />

acompanhá-lo aon<strong>de</strong> quer que vá. Coisa que parece impalpável, imaterial; vulto.<br />

Espírito <strong>de</strong>sencar<strong>na</strong>do; alma, fantasma. Expressão fisionômica; aspecto, semblante,<br />

ar. Pessoa ou coisa que per<strong>de</strong>u seu antigo brilho, importância, po<strong>de</strong>r etc.. O que<br />

entristece, preocupa, amedronta. Casa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção, prisão, xadrez.<br />

Na psicologia a<strong>na</strong>lítica o termo “sombra” está relacio<strong>na</strong>do a um lado não conhecido<br />

da perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, a parte obscura da psique. A sombra integra todos os conteúdos<br />

psíquicos que, conforme Marcia Iorio-Quilici (2009), em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do momento, estão<br />

alheios ao consciente. Po<strong>de</strong>m ser conteúdos in<strong>de</strong>sejados, ou não consi<strong>de</strong>rados<br />

como parte da perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma a ser incompatíveis com as disposições ou<br />

atitu<strong>de</strong>s da consciência. Nela repousam os impulsos e padrões comportamentais<br />

“que representam a parte ‘sem luz’ da perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>” (IORIO-QUILICI, 2009, p. 22).<br />

Para Jung, a sombra representa<br />

a parte inferior da perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. Soma <strong>de</strong> todos os elementos psíquicos<br />

pessoais e coletivos que, incompatíveis com a forma <strong>de</strong> vida conscientemente<br />

escolhida, não foram vividos e se unem ao inconsciente, formando<br />

uma perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> parcial, relativamente autônoma, com tendências<br />

opostas às do consciente [...] A sombra personifica o que o indivíduo<br />

recusa conhecer ou admitir e que, no entanto, sempre se impõe a ele,<br />

direta ou indiretamente. (JUNG, apud IORIO-QUILICI, 2009, p. 22)<br />

Ou seja, a parte <strong>de</strong>sconhecida <strong>de</strong> nós mesmos que, apesar <strong>de</strong> escondida, mantém<br />

influências em nossos impulsos.<br />

Na filosofia, Platão, em O mito da caver<strong>na</strong>, vale-se da “sombra” como metáfora da<br />

vida privada da luz da verda<strong>de</strong>. Nele, o autor fala metaforicamente da condição<br />

huma<strong>na</strong> perante o mundo com relação à importância do conhecimento filosófico<br />

e da superação da ignorância, propondo a superação do senso comum enquanto<br />

visão <strong>de</strong> mundo e a busca <strong>de</strong> explicações e conhecimento acerca da vida a partir<br />

do pensamento filosófico.<br />

A partir <strong>de</strong>ssa gama <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições acima discrimi<strong>na</strong>das, po<strong>de</strong>mos perceber o quão<br />

amplo po<strong>de</strong> ser nosso imaginário a partir do termo “sombra”. Este po<strong>de</strong> nos sugerir<br />

diversas interpretações conforme o contexto no qual se encontra,. Porém, no<br />

campo conotativo, no campo menos literal, físico e concreto e mais interpretativo<br />

e metafórico, que é o que mais interessa às artes e à poesia e o qual carrega os<br />

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