16.04.2013 Views

projeto dom quixote.cdr - Escala Educacional

projeto dom quixote.cdr - Escala Educacional

projeto dom quixote.cdr - Escala Educacional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROJETO PEDAGÓGICO<br />

escala<br />

educacional<br />

DOM QUIXOTE<br />

Miguel de Cervantes


Coleção Recontar<br />

Ensino Fundamental II<br />

Elaboração do Projeto: Maria Aparecida Cláudio<br />

Adaptação: Alexandre Barbosa de Souza<br />

Ilustração: Guazzelli<br />

Tema<br />

Dom Quixote de la Mancha:<br />

uma pluralidade de visões<br />

Modalidade:<br />

Projeto Interdisciplinar<br />

Disciplinas:<br />

História / Geografia / Relações Humanas<br />

Redação / Língua Portuguesa<br />

Artes / Teatro<br />

DOM QUIXOTE


Cushing Memorial Library<br />

Miguel de Cervantes, c. 1605<br />

Objetivando suscitar nos alunos a percepção<br />

da colossal importância histórico-cultural da<br />

obra de Miguel de Cervantes, o livro Dom<br />

Quixote será estudado de forma plena, já que<br />

se trata de um trabalho imortalizado com a<br />

simplicidade do fantástico literário e o paralelo,<br />

sempre atual, com a realidade.<br />

Esse estudo envolve docentes de várias disciplinas como também<br />

tarefas bastante diversificadas, às quais servirão de suporte<br />

para um perfeito entendimento do porquê da escritura<br />

da referida obra, assim como ampla assimilação<br />

da mensagem transmitida por ela.<br />

APRESENTAÇÃO


Principal<br />

Específicos<br />

Envolver os alunos em um trabalho que ostenta aventuras imaginárias<br />

relacionadas à realidade, distorcida pelo magnífico herói Dom Quixote,<br />

para fazê-los perceber como a fantasia é capaz de exaltar e glorificar o<br />

homem durante 400 anos.<br />

Estudar uma obra clássica da boa literatura.<br />

Retomar a memória de um autor consagrado.<br />

Encaminhar leituras relevantes procurando a satisfação<br />

através do texto.<br />

Atentar para a riqueza do aprendizado que se dá por<br />

meio da interdisciplinaridade.<br />

OBJETIVOS


Com objetivo precípuo de comemorar os 400 anos da narrativa de<br />

Dom Quixote, de Miguel Cervantes, estudaremos vida e obra deste<br />

célebre autor, que teve marcadas em sua própria vida muitas<br />

aventuras, às quais foram também vivenciadas pelo personagem<br />

Dom Quixote de la Mancha, o Cavaleiro da Triste Figura.<br />

É sabido que essa história, perpetuada durante estes quatro séculos,<br />

encantou muitas pessoas; dentre elas artistas ilustres como Salvador<br />

Dalí e Pablo Picasso e o brasileiro Cândido Portinari, que tencionou<br />

levar para a tela o modo aventureiro de Dom Quixote. Atualmente, ela<br />

tem suscitado interesse em áreas como poesia, teatro, pintura,<br />

sociologia e psiquiatria.<br />

Dom Quixote, Gustave Doré<br />

“Só para mim nasceu Dom Quixote e<br />

eu para ele: ele para praticar ações<br />

e eu para escrevê-las. Somos um só (...)”<br />

Miguel de Cervantes<br />

JUSTIFICATIVA


Dom Quixote<br />

Na Espanha, especificamente na província da Mancha, um nobre mistura fantasia e<br />

realidade. Isso deve-se ao fato de ele ter feito excessivas leituras sobre histórias de<br />

cavaleiros medievais e sai mundo afora acreditando ser um deles. Dom Quixote, em<br />

seus delírios, trava luta contra moinhos de vento porque vê neles gigantes cruéis;<br />

apaixona-se por Aldonza, rude camponesa, porque vê nela uma dama aristocrática.<br />

Mesmo tendo visão prática das coisas, seu fiel escudeiro, Sancho Pança, sente<br />

verdadeiro fascínio pela imaginação de seu amo. O que torna essas personagens<br />

bastante humanas é o fato de elas sonharem, terem esperanças e fracassarem.<br />

Literatura<br />

Apesar de ter sido publicada na época do Renascimento, esta obra mantém-se<br />

como uma das fontes de inspiração e de referência dos escritores e artistas de todas<br />

as épocas. A figura de Dom Quixote tornou-se um símbolo do artista moderno em<br />

suas lutas contra as amarguras de uma realidade desiludida. Ridicularizando,<br />

criticando a decadência dos valores nobres, revelados pelas façanhas<br />

cavaleirescas medievais, Miguel de Cervantes, além de noticiar as<br />

dificuldades da cultura moderna que surgia, revela o esgotamento da<br />

imaginação e da fantasia em um mundo cada vez mais <strong>dom</strong>inado pela<br />

rigidez da razão prática e dos proveitos materiais.<br />

Filosofia<br />

O confronto de valores que acompanhou o aparecimento da idéia<br />

moderna configura-se nas personagens Dom Quixote e Sancho Pança.<br />

Este reflete o realismo prático e servil, e aquele, o conflito entre o<br />

idealismo cheio de delírios e fantasias. Nessa perspectiva, a obra<br />

de Miguel de Cervantes sustenta uma autêntica ocasião presente,<br />

pois permite que se faça uma comparação dos níveis de<br />

desencontro entre um <strong>projeto</strong> nobre, magnífico e notável do<br />

mundo e outro voltado para os interesses mais imediatos<br />

e despretensiosos, singelos, para os pensamentos mais<br />

convencionais e as condutas mais adequadas,<br />

desde então até os nossos dias.<br />

DESENVOLVIMENTO


As relações no período do Renascimento<br />

Fale sobre o contexto:<br />

político - monarquia.<br />

social - divisão de classes (nobres, burgueses ascendentes, clero,<br />

resquícios de servos) e pouca mobilidade social.<br />

econômico - início do capitalismo comercial, renascimento das cidades, feiras...<br />

cultural - início do antropocentrismo.<br />

Divida a classe em equipes e peça que:<br />

destaquem do livro personagens que representem os grupos sociais.<br />

apresentem os grupos sociais da nossa sociedade atual.<br />

estabeleçam comparações entre condições econômicas na<br />

época do livro e as de hoje.<br />

expliquem por que nessa época não se discutiam questões<br />

sobre cidadania, principalmente, sobre direitos dos trabalhadores.<br />

HISTÓRIA


A localização da Espanha frente ao continente europeu e seu paisagismo<br />

Exiba<br />

mapas da Espanha e do continente europeu.<br />

Forneça informações de como o continente europeu é formado.<br />

Demonstre alguns aspectos de: Castilla La Mancha, Toboso e Barcelona.<br />

Divida a classe em equipes e peça que:<br />

identifiquem onde a história de Dom Quixote se passa.<br />

tracem o percurso feito por Dom Quixote durante sua aventura narrada no livro.<br />

localizem a cidade onde nasceu Miguel de Cervantes.<br />

exibam a paisagem típica e arquitetônica de Castilla La Mancha.<br />

apresentem a obra arquitetônica de Gaudí exibida em Barcelona.<br />

mostrem traços medievais que a província de Toboso ainda conserva.<br />

GEOGRAFIA


O que é pecado capital?<br />

Apresente aos alunos, de acordo com os registros bíblicos, os sete<br />

pecados capitais. Analise-os com eles.<br />

Divida a classe em grupos e distribua material para a elaboração de<br />

cartazes (ou peça na aula anterior que tragam de casa) e solicite que:<br />

elaborem receitas de como deve ser evitada a prática de tais pecados.<br />

observem no livro Dom Quixote como esses pecados aparecem,<br />

transcrevendo passagens que os identifiquem, narrando ou<br />

teatralizando atitudes de alguns personagens que os exemplifiquem.<br />

RELAÇÕES HUMANAS


O que é imaginação?<br />

Trabalhe a palavra imaginação. Sugestão: jogo de mímica.<br />

Solicite aos alunos dez palavras que se relacionem a personagens<br />

imaginários. Por exemplo: fadas, mula-sem-cabeça, saci-pererê, duendes, gnomos...<br />

Socialize as palavras e coloque-as na lousa, de forma que não haja repetição.<br />

Reescreva as palavras em pequenos pedaços de papel e coloque-os dentro<br />

de um recipiente.<br />

Divida a classe em dois grupos meninos e meninas.<br />

Peça a um aluno de cada grupo para que retire uma palavra do recipiente<br />

e faça uma mímica - é válida apenas a feitura de gestos.<br />

Oriente que um menino faça a mímica da palavra para o grupo das meninas<br />

e estas terão que adivinhar. Se acertarem, as meninas marcam pontos;<br />

se errarem, os meninos marcam pontos.<br />

Inverta a ordem. As meninas fazem a mímica para os meninos acertarem.<br />

Cronometre o tempo permitido para adivinhar. Sugestão três minutos.<br />

Peça aos alunos que façam painéis com ilustrações, pequenos<br />

textos sobre imaginação e colagens.<br />

Leve o CD com a música Imagine de John Lenon e distribua<br />

a letra, em anexo, para a classe; analise-a com eles.<br />

Trabalhe o texto Jaqueline, em anexo.<br />

Solicite aos alunos que tomem como referência o texto<br />

Jaqueline e façam o que se pede:<br />

elaborem questões que envolvam as<br />

classes gramaticais estudadas por eles.<br />

justifiquem o emprego do acento gráfico<br />

das palavras no texto.<br />

LÍNGUA PORTUGUESA


É impossível viver apenas calcados em fatos reais. Além da realidade,<br />

uma vida imaginária e cheia de fantasias é criada por todos nós.<br />

Através do texto 1, vamos acompanhar o personagem que viajou no<br />

imaginário impalpável... e liberar a nossa própria imaginação.<br />

Fazer a apresentação aos alunos do texto 1,<br />

através de Data Show , Power Point etc.<br />

Texto 1<br />

BOM, É<br />

MELHOR<br />

EU IR<br />

FAZER A<br />

LIÇÃO!<br />

DROGA!<br />

BRO<br />

O M!<br />

REDAÇÃO


Divida a sala em equipes e peça aos alunos que:<br />

contem a história dos quadrinhos - texto 1 - empregando os elementos básicos<br />

de um texto narrativo.<br />

elaborem um texto estabelecendo comparações entre a personagem<br />

do texto 1 e Dom Quixote.<br />

façam um resumo da obra Dom Quixote.<br />

REDAÇÃO


Não é fácil colocar em palavras o mundo que imaginamos. Veja como<br />

a riqueza do imaginário humano pode ser expressa através de<br />

cores, nas obras de artistas famosos como Rafael e Piero Della Francesca.<br />

Escola de Atenas, Rafael<br />

Flagelação de Cristo, Piero della Francesca<br />

Peça às equipes que releiam as páginas 44 e 46 do livro em estudo,<br />

escolham uma passagem e retratem-na através de um trabalho de pintura.<br />

Introduza algumas noções sobre as convenções relativas às cores:<br />

Para criar clima de suspense, ruptura, pulsação, devem-se usar tons<br />

que contrastam: o branco e o preto e as cores complementares<br />

(laranja / azul, vermelho / verde, amarelo / violeta).<br />

Para retratar situações sombrias e dramáticas - a morte, o horror,<br />

lutas, medos, angústias - devem-se colocar cores escuras.<br />

Para expressar sentimentos fortes - paixão, ódio, inveja,<br />

violência - deve-se fazer uso das cores derivadas de<br />

vermelho e amarelo.<br />

Para representar sensações brandas - solidão,<br />

abandono, paz, quietude - devem-se utilizar<br />

cores derivadas de azul e verde.<br />

ARTES


A trajetória de Miguel de Cervantes<br />

Explicite dados sobre os acontecimentos da vida de Miguel de Cervantes.<br />

Forneça informações sobre o tipo de vestimenta usada na época.<br />

Divida a sala em equipes e peça que organizem a peça teatral.<br />

Oriente os alunos e solicite que façam a representação de ocasiões como:<br />

a participação da batalha de Lepanto, em que foi ferido e perdeu o movimento<br />

do braço esquerdo em 1571;<br />

o regresso à Espanha, momento que registra seu aprisionamento pelos<br />

corsários e os cinco anos de cativeiro em Argel em 1575;<br />

a libertação pelos frades;<br />

o reencontro com a família arruinada em Madri;<br />

o casamento com Catalina de Salazar y Palacios;<br />

a ida a Sevilha como comissário de mantimentos e arrecadador de<br />

impostos;<br />

a prisão por irregularidades em suas contas;<br />

a publicação da primeira parte de Dom Quixote em 1605;<br />

Batalha de Lepanto, Gustavo Doré<br />

a morte de um homem diante de sua casa<br />

e novamente a ida ao cárcere;<br />

a ida a Madri, em 1606, e a publicação<br />

da segunda parte de Dom Quixote;<br />

a entrega à criação literária<br />

(publicação de outras obras);<br />

sua morte.<br />

TEATRO


O <strong>projeto</strong> proporciona ao corpo docente e discente a oportunidade não só de<br />

interagir mas de ampliar conhecimentos, estimular pesquisas, trabalhar em<br />

grupo, usar o lúdico como forma de assimilar informações, explorar a técnica<br />

audiovisual como recursos facilitadores de apreensão...<br />

Sendo assim, é perceptível a relevância da operacionalização do mesmo em<br />

toda a sua plenitude, para que haja, de fato, verdadeiro envolvimento com o<br />

fantástico universo imaginário de Dom Quixote e a conscientização do porquê<br />

da perpetuação de uma obra clássica.<br />

CONCLUSÃO


Jaqueline<br />

Pensando nessas coisas, eu cada vez mais baixo-astral. Baixo-astral de verdade.<br />

Me sentia sozinha... sem ninguém pra conversar... contar minhas coisas... Como<br />

será que Andréia arranja tanta amiga? Mas, pra falar a verdade, eu não queria um<br />

monte de amiga, que nem ela. O que eu queria era uma amiga de verdade. Uma<br />

pessoa especial. Uma amiga que fosse feito irmã... Mas não como Andréia. Uma<br />

irmã diferente... (...)<br />

Fiquei sonhando com isso. Viajando nessa idéia. Viajando tanto, que... - de repente<br />

olhei e ela estava ali, na minha frente! Outra irmã! Igualzinho eu tinha imaginado!<br />

Fiquei tão emocionada que nem conseguia falar.<br />

Ela foi que desandou a conversar, toda serelepe.<br />

O nome dela é Jaqueline. Nome chique, muito mais que Andréia.<br />

Jaqueline é um ano mais nova do que eu. Mas estamos na mesma sala do colégio,<br />

por causa daquela vez que quebrei a perna e tive que repetir o ano. Então ela<br />

me pegou. Pegou é modo de dizer, porque estamos na mesma série, mas<br />

eu sou mil vezes mais adiantada. Em casa, fazemos os deveres juntas, e<br />

eu tenho que explicar tudo pra ela. Ainda bem que ela aprende depressa.<br />

Ela é um bocado medrosa, tem pavor de escuro, por isso dorme no canto<br />

da minha cama. De noite me pede pra contar história. Eu conto bem baixo,<br />

com a luz apagada, pra não acordar Andréia. Conto até ela dormir, mas<br />

às vezes eu é que durmo no meio. Jaqueline não reclama, desconfio<br />

que ela dorme antes de mim.<br />

Ivana Versani<br />

ANEXO I


Imagine<br />

Imagine que não exista paraíso,<br />

é fácil se você tentar,<br />

nem inferno abaixo de nós,<br />

sobre nós só o céu,<br />

imagine todas as pessoas<br />

vivendo o presente...<br />

imagine que não haja nenhum país,<br />

não é difícil imaginar,<br />

nenhum motivo para matar ou morrer,<br />

nenhuma religião também,<br />

imagine todas as pessoas<br />

vivendo em paz...<br />

imagine que não haja posses,<br />

eu desejo saber se você pode,<br />

nenhuma necessidade para ganância ou para causar fome,<br />

uma fraternidade humana,<br />

imagine todas as pessoas<br />

compartilhando todo o mundo...<br />

você pode dizer que eu sou um sonhador,<br />

mas eu não sou o único,<br />

eu espero que algum dia você se junte a nós,<br />

e o mundo viverá como um só.<br />

John Lennon<br />

ANEXO II

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!