16.04.2013 Views

PSÍQUICOS - Brasil 24/7

PSÍQUICOS - Brasil 24/7

PSÍQUICOS - Brasil 24/7

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Edição<br />

#91<br />

oásis . <strong>PSÍQUICOS</strong><br />

Comportamento<br />

Oásis<br />

SugAdorES dA<br />

EnErgiA vitAl<br />

VAMPIROS<br />

PoMBo<br />

CoRREio<br />

Mensageiro da<br />

paz e da guerra<br />

ALBERTA,<br />

CANADá<br />

Ao ver o vídeo,<br />

lembre-se de respirar<br />

A BATALHA DE<br />

ANGHiARi<br />

Maurizio Seracini revela a<br />

vida secreta das pinturas<br />

1/9<br />

divulgação


oásis . editorial<br />

por<br />

luis pellegrini<br />

Editor<br />

A mAior pArte dos vAmpiros psíquicos são inconscientes<br />

de suAs Ações vAmpirescAs. Agem quAse que por instinto<br />

de sobrevivênciA. como um fAminto que, sem pensAr,<br />

devorA o prAto que lhe está à frente<br />

Nossa matéria de capa é sobre o “vampirismo psíquico”,<br />

ou seja, a capacidade que muitos têm de sugar a energia<br />

vital das outras pessoas. trata-se, na verdade, da republicação<br />

de um antigo artigo de minha autoria que saiu na revista<br />

planeta na década de 1990, e fez verdadeiro furor entre o público<br />

leitor. Há pouco, ao reler este trabalho com vistas à criação de<br />

um novo livro, achei que ele merecia ser revitalizado e colocado<br />

novamente à disposição, agora dos leitores de oásis.<br />

o tema do vampirismo e dos vampiros está na moda. Basta<br />

lembrar o sucesso da saga cinematográfica “Crepúsculo”, que<br />

deu origem a uma enorme série de imitações mais baratas.<br />

aparecer na tela com caninos de morcego e um fio de sangue<br />

alheio a escorrer nos cantos da boca é certamente imagem que<br />

impressiona. mas, como tudo o mais nesses filmes e romances<br />

de vampiro, trata-se de imagens metafóricas. Símbolos visuais<br />

1/2


oásis . editorial<br />

por<br />

luis pellegrini<br />

Editor<br />

de uma forma de vampirismo muito mais real, frequente e perigosa:<br />

o “vampirismo psíquico”, também chamado de “vampirismo<br />

energético” e, por alguns, “vampirismo da alma”.<br />

Confesso que me diverti muito ao escrever esse artigo, sobretudo<br />

quando quis criar uma classificação dos tipos de vampiros<br />

psíquicos mais comuns. a maior parte deles são inconscientes<br />

de suas ações vampirescas. agem quase que por instinto de<br />

sobrevivência. Como um faminto que, sem pensar, devora o<br />

prato que lhe está à frente. todo vampiro é um faminto e um<br />

egocêntrico. explico isso no texto. dou algumas indicações para<br />

que possam ser reconhecidos e para que sua ação sugadora seja<br />

evitada. e alerto para que se preste muita atenção ao próprio<br />

comportamento em relação aos demais: ninguém está isento de<br />

um dia, sem o saber, e dependendo das circunstâncias, se transformar<br />

num vampiro psíquico.<br />

2/2


VAMPIROS<br />

<strong>PSÍQUICOS</strong><br />

Sugadores da<br />

energia vital<br />

oásis . Comportamento<br />

CoMPoRTAMENTo<br />

1/9


oásis . Comportamento<br />

vampiros não precisam se chamar<br />

drácula, ter caninos em ponta, nem<br />

vagar pelas madrugadas, vestindo capa<br />

preta, em busca de vítimas de sangue<br />

quente. É também vampiro aquele<br />

que suga a energia vital alheia. o que<br />

todos os vampiros têm em comum<br />

é o egocentrismo. saiba reconhecer<br />

um vampiro e a qual categoria ele<br />

pertence. Aprenda algumas regras<br />

básicas para se defender<br />

Por Luis PeLLegrini<br />

V ocê já se sentiu exausto depois<br />

de passar horas ouvindo<br />

um chato tagarela monologar,<br />

dizendo abobrinhas a<br />

respeito de si mesmo? Notou como o<br />

chato, ao encerrar o falatório, está tão<br />

bem disposto que parece ter recém chegado<br />

de maravilhosas férias no Caribe?<br />

Pois bem: esse chato ou chata pode muito<br />

bem ser um “vampiro de energias”.<br />

Talvez um vampiro inconsciente da sua<br />

condição. Mas sempre um vampiro. E a<br />

energia que ele acaba de sugar é a sua<br />

força vital, aquela mesma força que mantém<br />

você vivo, ativo, alegre e saudável.<br />

Obrigar as pessoas a ouvir blablablás<br />

intermináveis, em geral pouco ou nada<br />

interessantes, é uma das formas mais comuns<br />

de se sugar a vitalidade dos outros.<br />

E as vítimas, em geral por boa educação,<br />

ficam lá, passivas, deixando-se violentar<br />

pelos ouvidos.<br />

Várias vezes, no passado, caí em arapucas<br />

desse tipo. Feito um parvo, deixava-<br />

-me enredar pelos tentáculos falantes<br />

desses vampiros, a remoer minha muda<br />

revolta por dentro, a enviar mentalmente<br />

os piores insultos ao chato boquirroto,<br />

mas incapaz de por um basta na situação.<br />

E quando a tortura finalmente terminava,<br />

sentia-me tão esvaziado que só<br />

pensava numa coisa: arrastar-me para a<br />

cama.<br />

Aliás, tentáculo é realmente o termo<br />

certo para se entender como esses vampiros<br />

trabalham. Um dia, lendo o livro<br />

O destino criativo do homem, da já falecida<br />

psiquiatra inglesa Shafika Karagulla,<br />

entendi o problema e encontrei a<br />

solução. Shafika Karagulla era também<br />

estudiosa de parapsicologia e, segundo<br />

alegava, clarividente. Tinha a capacidade<br />

2/9


natural de “ver” os campos energéticos sutis - a tal<br />

aura - produzidos pelos seres humanos e por todas<br />

as criaturas vivas. Num dos capítulos do livro ela<br />

narra uma situação terrível que testemunhou com<br />

o uso da sua visão paranormal. Estava numa festa,<br />

sentada numa poltrona. No sofá, bem em frente,<br />

havia um casal. O homem, um tipo bem apessoado,<br />

falava sem parar de si mesmo, exibindo-se como<br />

um pavão de cauda aberta. A mulher colocara-se na<br />

posição de receptora passiva, fitando o sujeito com<br />

olhar lânguido, totalmente entregue ao seu palavrório.<br />

De repente, tentáculos de energia luminosa<br />

saíram da região do umbigo do homem - do seu<br />

plexo solar - e se lançaram em direção à mesma<br />

região da mulher. Fixaram-se ali e Shafika Karagulla<br />

pode perceber claramente o que acontecia:<br />

por aqueles canais sutis a energia da mulher começou<br />

a ser drenada em direção ao interlocutor. Até<br />

que a pobre, no início dona de uma aura luminosa<br />

e brilhante, ficou reduzida a um trapo energético.<br />

Sua aura tornou-se débil e opaca, olheiras escuras<br />

tinham se formado em seu rosto, e sua expressão<br />

oásis . Comportamento<br />

“Vampiros não são<br />

apenas aqueles literais,<br />

os dráculas que vão por<br />

aí, em busca de pescoços<br />

tenros onde fincar seus<br />

caninos pontiagudos”<br />

agora era a de uma pessoa bem mais idosa e cansada.<br />

Mas o homem parecia um sol radiante. Bem disposto<br />

e feliz da vida, despediu-se da vítima, levantou-se<br />

e foi gastar com outros participantes da festa<br />

toda a vitalidade que roubara.<br />

Claro, não se pode afirmar que a visão de Karagulla<br />

seja objetivamente verdadeira. Mas subjetivamente<br />

não há dúvida: ela observou um fenômeno<br />

real de vampirismo energético ou, como preferem<br />

alguns, “vampirismo psíquico”. O resultado é o<br />

mesmo. De um lado um ativo sugador de energia<br />

vital, e do outro uma vítima passiva.<br />

Desse episódio já podemos tirar uma primeira conclusão:<br />

vampiros não são apenas aqueles literais, os<br />

dráculas que vão por aí, pelas noites, em busca de<br />

pescoços tenros onde fincar seus caninos pontiagudos<br />

para sugar sangue. Embora muitos autores afirmem<br />

que eles existam de verdade, é mais provável<br />

que a imagem clássica do vampiro bebedor de sangue<br />

simbolize e represente, na verdade, o vampiro<br />

de energia vital.<br />

3/9


oásis . Comportamento<br />

“Nutre-se também de<br />

comida gasosa, através<br />

do ar que se respira, e<br />

de comida energética,<br />

representada pelas<br />

energias e vibrações<br />

que absorvemos”<br />

Não, não duvide. O assunto é sério. Há inclusive<br />

especialistas em psicologia e comportamento<br />

humano que dizem ser nossa sociedade moderna<br />

constituída em boa parte de vampiros. Essa boa<br />

parte é feita de gente que, por várias razões, perdeu<br />

a capacidade de se nutrir em fontes de energia natural<br />

e que, por isso, vive sugando a força de vida<br />

dos outros.<br />

O que é nutrir-se em fontes de energia natural?<br />

Todo ser vivo, seja ele humano, animal ou vegetal,<br />

não se alimenta apenas de comida sólida e líquida,<br />

aquele franguinho ao molho pardo e as bramas de<br />

cada dia. Nutre-se também de comida gasosa, através<br />

do ar que se respira, e de comida energética, representada<br />

pelas energias e vibrações que absorvemos<br />

e que são produzidas pelo telurismo do planeta<br />

terra; pela natureza - florestas, rios, mares, animais,<br />

minerais -; por outros corpos celestes como o<br />

Sol e demais planetas, e pelo próprio cosmo.<br />

Cada um de nós é um microcosmo químico-energético-psicológico,<br />

um complexo sistema de energias interagindo<br />

constantemente com uma miríade de outros<br />

sistemas. De forma permanente, trocamos energias<br />

com esses sistemas externos, absorvendo deles cargas<br />

energéticas necessárias à nossa subsistência, e descarregando<br />

neles cargas desnecessárias tais como nossos<br />

“detritos” energéticos. Ao mesmo tempo, cada um de<br />

nós interage com os outros seres humanos que de nós<br />

se aproximam, estabelecendo com eles as mais variadas<br />

combinações de campos energéticos, influenciando-os<br />

e por eles sendo influenciado.<br />

Para isso serve o nosso “corpo energético” ou “corpo<br />

de energia sutil”: para possibilitar todos esses<br />

enlaces de energia responsáveis pela manutenção e<br />

desenvolvimento da vida. De modo análogo ao corpo<br />

físico, feito de matéria densa, o corpo sutil possui<br />

também uma anatomia e uma fisiologia. Possui órgãos<br />

- os chacras - para captar e armazenar energias<br />

externas e eliminar energias internas espúrias,<br />

e para processar essas energias, da mesma forma que<br />

o aparelho digestivo absorve, processa e armazena o<br />

alimento sólido e líquido, e o aparelho respiratório<br />

capta, processa e armazena o alimento gasoso.<br />

O processo de nutrição energética acontece em geral<br />

de modo inconsciente, automático, orientado e<br />

regulado pela inteligência instintiva do nosso corpo.<br />

Mas esse processo também pode ser incrementado<br />

de modo consciente e voluntário. Para isso existem<br />

muitos métodos desenvolvidos ao longo das eras<br />

pelas diferentes culturas e civilizações. Exemplos de<br />

métodos voluntários de nutrição energética são cer-<br />

4/9


tas iogas, como a hatha ioga indiana, certas artes<br />

marciais, como o tai chi chuan, certas técnicas de<br />

respiração como as do sistema oriental do pranaiama.<br />

Pessoas equilibradas, sadias - tanto no aspecto físico<br />

quanto, principalmente, no psíquico - nutrem-<br />

-se diretamente das fontes naturais de energia. Da<br />

energia das árvores, do ar, das águas doces e salgadas,<br />

do Sol, etc. Mas pessoas desequilibradas, que<br />

por terem perdido o contato com a sua própria natureza<br />

interna mais profunda perderam também<br />

a capacidade de absorver e processar o alimento<br />

energético natural, muitas vezes precisam, para<br />

sobreviver, lançar mão de um expediente horrível:<br />

sugar a energia vital de outras pessoas. São eles<br />

os “vampiros de energias”. Na nossa sociedade moderna<br />

seu número aumentou de modo alarmante<br />

devido a vários fatores, entre eles a perda do contato<br />

direto com o mundo natural.<br />

Os vampiros energéticos são de dois tipos principais:<br />

os conscientes e os inconscientes. Os primeiros<br />

são mais raros. Exatamente por serem conscientes,<br />

sabem das consequências nefastas que a<br />

prática do vampirismo energético acarreta para o<br />

próprio vampiro. Sabem que essa prática significará<br />

para eles uma angustiante situação de dependência,<br />

na qual não mais poderão viver distantes de<br />

suas vítimas. E muitos deles conhecem uma lei elementar<br />

da magia, a “lei do retorno”, pela qual todo<br />

aquele que rouba será, mais cedo ou mais tarde,<br />

roubado. Mas os segundos, os vampiros inconscien-<br />

oásis . Comportamento<br />

tes da sua condição, são numerosos. Na verdade,<br />

quase todos nós, num momento ou outro de nossas<br />

vidas, sobretudo quando nos encontramos num estado<br />

de desequilíbrio neurótico, acabamos nos comportando<br />

como vampiros da energia vital alheia.<br />

A principal característica psicológica de um vampiro<br />

é o egocentrismo. Quanto mais a pessoa estiver<br />

voltada para si mesma, concentrada em si mesma,<br />

mais terá dificuldade em estabelecer contato com<br />

fontes naturais de nutrição energética, e mais tenderá<br />

a sugar a energia vital das pessoas que lhe estão<br />

próximas.<br />

Todos nós, por outro lado, somos naturalmente<br />

dotados de mecanismos de defesa contra a perda<br />

de energia vital. De todos esses mecanismos o mais<br />

poderoso e eficaz é o da manutenção do equilíbrio<br />

interno. Quando nosso ponto de gravidade interior<br />

está em seu lugar certo - no centro do nosso ser<br />

biológico-psicológico-energético-mental -, isso cria<br />

um estado de harmonia no corpo sutil capaz de im-<br />

“Quanto mais a pessoa<br />

estiver voltada para<br />

si mesma, mais terá<br />

dificuldade em estabelecer<br />

contato com fontes naturais<br />

de nutrição energética”<br />

5/9


pedir e até mesmo rechaçar qualquer tentativa de<br />

invasão externa com finalidades predatórias. Mas,<br />

quando perdemos a posse do nosso centro de gravidade,<br />

quando o projetamos para fora de nós mesmos,<br />

isso altera e debilita a estrutura do corpo sutil,<br />

tornando-o permeável àquela invasão. “Fulano<br />

está fora de si”, diz a voz popular, significando que<br />

o sujeito está doido. Além de doido, torna-se presa<br />

fácil de vampiros de energia vital.<br />

Os vampiros são sagazes e sabem disso. De modo<br />

consciente, ou instruídos pelo seu instinto rapace,<br />

sabem que para melhor sugar alguém devem, antes,<br />

desestabilizar as defesas da vítima. Devem “tirar<br />

a vítima do seu eixo”. Lançam mão, para isso, de<br />

vários estratagemas, todos eles com o objetivo de<br />

fazer com que a vítima perca o contato com o seu<br />

centro interno e, dessa forma, escancare as portas<br />

de entrada do seu corpo sutil à sanha do predador.<br />

Quais são as técnicas dos vampiros para fazer você<br />

sair do seu eixo? Muitíssimas. Além daquela já descrita<br />

do vampiro grilo falante, as mais comuns são:<br />

VAMPIRO lAMentOSO - Ataca pelo lado emocional<br />

e afetivo. Faz tudo para despertar comiseração.<br />

Sua vida é um mar de lágrimas, gemidos e prantos.<br />

Cheio de mágoas, coloca-se sempre na posição de<br />

vítima sofredora para quem o mundo é um carrasco.<br />

DefeSA: diga logo a ele que você detesta lamentos<br />

porque queixumes nunca resolveram nenhum problema.<br />

Se ele insistir, diga que conhece um livro<br />

oásis . Comportamento<br />

onde o autor descreve vários métodos de suicídio e<br />

de eutanásia. Não dê moleza.<br />

VAMPIRO InQUIRIDOR - Dispara uma pergunta<br />

atrás da outra. Se você tenta responder, ele corta<br />

sua resposta fazendo outra pergunta, talvez de assunto<br />

completamente diverso. Esse vampiro não<br />

tem nenhum interesse em respostas. Quer apenas<br />

desestabilizar o equilíbrio da mente da vítima, perturbando<br />

o fluxo normal dos pensamentos dela.<br />

DefeSA: Corte-lhe as investidas reagindo com perguntas,<br />

de preferência idiotas, absurdas ou contundentes.<br />

Por exemplo: “Você já transou com pessoa<br />

6/9


do mesmo sexo?”<br />

VAMPIRO exIgente - Cada fala ou gesto desse vampiro<br />

contém uma reclamação implícita ou explícita.<br />

Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar.<br />

Mas como suas reclamações têm pouco ou nenhum<br />

fundamento, ele raramente dispõe de argumentos sólidos<br />

para defender e justificar os seus protestos.<br />

DefeSA: Mande logo ele parar de torrar a paciência.<br />

VAMPIRO CObRADOR - Cobra sempre, principalmente<br />

aquilo que não lhe é devido. Apresenta-se como<br />

credor do mundo; acha ter direito a tudo, sem nada<br />

dar em troca. Ao cruzar com você na rua, um vampiro<br />

desses não irá lhe dizer: “Oi, que bom te ver. Como<br />

vai, tudo bem?” Ele vai de imediato cobrar-lhe alguma<br />

coisa, tipo: “Você esqueceu que eu existo? Há meses<br />

espero um telefonema seu.”<br />

DefeSA: Não vista a carapuça de culpado de desatenção<br />

pessoal que o vampiro quer lhe enfiar na cabeça.<br />

Não fraqueje. Cobre de volta. Responda rápido: “Tinha<br />

decidido nunca mais lhe telefonar antes de você me<br />

ligar para saber se estou vivo”.<br />

VAMPIRO CRÍtICO - Seu lema é: maldizer sempre,<br />

elogiar sinceramente nunca. Critica negativamente a<br />

tudo e a todos. Transmite para a vítima uma visão feia<br />

e negativa das coisas, das pessoas e do mundo. A crítica<br />

impiedosa e negativa cria no ouvinte um estado de<br />

alma escuro e pesado, e isso é outro jeito fácil de abrir<br />

uma jugular energética e se banquetear com os fluidos<br />

oásis . Comportamento<br />

da vítima.<br />

DefeSA: Diga ao vampiro, sem medo de parecer<br />

ridículo: “Coitado, como você está infeliz! Veja que<br />

dia (ou noite) lindo! O Sol (a lua-cheia, as estrelas)<br />

brilha no céu e você só vê escuridão! Vá se benzer.”<br />

VAMPIRO PUxA-SACO - É um adulador. Amacia o<br />

ego da vítima, cobrindo-a de falsos elogios. Lembra-<br />

-se de O corvo e a raposa, fábula de La Fontaine?<br />

O corvo, no alto da árvore, carrega no bico um belo<br />

naco de queijo. A raposa esperta diz ao corvo que<br />

sua voz é magnífica, e pede a ele que cante. Lisonjeado,<br />

o corvo abre o bico, emite um triste grasnado<br />

e... deixa cair o queijo. A raposa abocanha o petisco,<br />

e ainda faz sermão ao tolo corvo: “Aprenda que todo<br />

adulador vive às custas de quem o escuta”. Cuidado<br />

com os aduladores. Dentro de cada um deles está<br />

7/9


um vampiro à espreita.<br />

DefeSA: Não caia na conversa de puxa-saco. Se<br />

ele insistir, conte-lhe a fábula de La Fontaine.<br />

VAMPIRO fUxIQUeIRO - A fofoca é uma das armas<br />

mais perversas dos vampiros de energia. Ele<br />

se achega, com ar sacana, e conta segredos da intimidade<br />

dos ausentes. Fala como quem lhe dá um<br />

presente. Mas na verdade planta na sua alma as<br />

sementes da maledicência, da traição e da calúnia,<br />

demônios perigosos para a sua estabilidade energética.<br />

DefeSA: não se divirta com as falsas prendas do<br />

fuxiqueiro. Diga que você vai conferir as informações<br />

com a pessoa ausente. Ou, se estiver com<br />

pouca paciêncvia, mande ele cantar em outra freguesia.<br />

VAMPIRO PegAjOSO - A porta de entrada que ele<br />

procura arrombar é a da sua sensualidade e sexualidade.<br />

Aproxima-se como se quisesse lamber você<br />

com os olhos, com as mãos, com a voz. Fuja rápido<br />

dessa situação. Esse vampiro é muito perigoso. Ele<br />

irá sugar suas energias seja conseguindo seduzi-lo<br />

com seu jogo perigoso, seja provocando em você<br />

repulsa e náusea. Em ambos os casos você estará<br />

desestabilizado e ele irá alcançar seu intento.<br />

DefeSA: Diga que você é uma pessoa neurótica e<br />

detesta ser tocada. Se ele insistir, diga algo capaz<br />

de cortar qualquer tesão indesejado: “Preciso ir<br />

oásis . Comportamento<br />

8/9


urgente ao banheiro”.<br />

VAMPIRO hIPOCOnDRÍACO - Cada dia aparece com uma<br />

doença nova. Diz que é vítima constante daquela dor que<br />

anda pelo corpo, e que cada hora está num lugar diferente.<br />

É o seu jeito de chamar a atenção dos outros, despertando<br />

neles preocupação e cuidados. Deleita-se em descrever nos<br />

mínimos detalhes os sintomas dos seus males e todo o seu<br />

penar. Quando termina o relatório está ótimo. E quem lhe<br />

deu ouvidos está péssimo.<br />

DefeSA: Dê a ele o telefone de um bom homeopata. Esses médicos<br />

têm uma paciência de Jó para tratar de hipocondríacos.<br />

VAMPIRO enCRenQUeIRO - Para ele, o mundo é um campo<br />

de batalha onde as coisas só podem ser resolvidas na base<br />

do tapa. Polemiza sobre tudo e qualquer coisa, mas não quer,<br />

oásis . Comportamento<br />

ao contrário do que possa parecer, minar as defesas da vítima<br />

insuflando nela os sentimentos do medo e da insegurança.<br />

Quer contaminar a alma da vítima com a raiva, a ira e a agressividade.<br />

Provoca para obter uma reação, para que a vítima compre<br />

a briga. Com isso a desestabiliza e pode sugar à vontade.<br />

DefeSA: Esse vampiro tem, sobretudo, uma personalidade<br />

infantil. Ofereça para ele um guaraná, um docinho, uma mamadeira.<br />

Ou conte-lhe uma piada de papagaio. Se ainda assim<br />

insistir em polemizar, ofereça-lhe um café adoçado com<br />

Lexotan.<br />

Sobretudo, não brinque com os vampiros. Eles são sagazes.<br />

E famintos. Melhor ficar longe deles. E não esqueça, para<br />

desencargo de consciência, de fazer uma autocrítica honesta<br />

para ver de que lado você está. Por que, em matéria de vampiros,<br />

toda vítima tem, de vez em quando, o seu dia de algoz...<br />

9/9


POMbO-CORReIO<br />

Mensageiro da<br />

paz e da guerra<br />

oásis . animal<br />

ANiMAL<br />

1/4


Por: equiPe oásis<br />

H<br />

oásis . animal<br />

o pombo-correio do dia-d<br />

lembra-nos da importância desses<br />

animais. pombos foram vitais para<br />

a comunicação através da história<br />

– para a guerra, as finanças e as<br />

notícias – e poderão voltar a ser<br />

http://goo.gl/8ce4Q<br />

á pouco, o esqueleto de um<br />

pombo-correio foi encontrado<br />

no fundo de uma chaminé em<br />

Surrey, Inglaterra. O pássaro<br />

carregava ainda uma mensagem em código<br />

escrita durante a segunda guerra mundial<br />

Decifradores de mensagens codificadas ainda<br />

trabalham no conteúdo da mensagem,<br />

tentando decifrá-la. Uma hipótese é de que<br />

ela contenha um relatório referente do desembarque<br />

das tropas aliadas na Normandia,<br />

a 4 de junho de 1944, o famoso Dia-D.<br />

Centenas de pombos-correio foram usados<br />

durante a segunda guerra para levar<br />

mensagens diretamente dos campos de<br />

batalha europeus para casas e quartéis<br />

localizados em território britânico. Um<br />

pombo chamado Paddy foi o primeiro a<br />

chegar à Inglaterra trazendo a notícia de<br />

que a invasão da Normandia tinha alcançado<br />

bom êxito. Paddy foi um dos 32<br />

pombos que receberam a Medalha Diockin<br />

– equivalente à Victoria Cross – por<br />

bravura. Com efeito, mais medalhas foram<br />

dadas a pombos do que a qualquer<br />

outro animal que tenha participado de<br />

combates. Um sem- número de pombos<br />

conseguiram atravessar o mar e entregar<br />

suas mensagens, salvando a vida de milhares<br />

de durante os tempos da guerra.<br />

É triste que hoje sua contribuição em<br />

ambas as guerras mundiais tenha sido<br />

largamente esquecida e que os pombos<br />

agora sejam vistos como uma praga a<br />

ser extirpada.<br />

Durante a guerra, pombos mensageiros<br />

enfrentaram muitos perigos e privações:<br />

2/4


oásis . animal<br />

foram levados para longe de suas casas,<br />

mortos por atiradores inimigos, tiveram<br />

de voar enormes distâncias às vezes durante<br />

tempestades e nevascas de inverno,<br />

foram fonte de alimento para muitos<br />

soldados famintos que não conseguiram<br />

resistir à falta de comida. Na Inglaterra,<br />

pelo menos, sabe-se que as autoridades<br />

mataram todos os falcões que encontraram,<br />

para que os pombos pudessem voar<br />

sem ter de enfrentar o perigo letal de<br />

predadores. tudo indica que o pombo de<br />

Surrey conseguiu superar todas as dificuldades,<br />

porém morreu de exaustão<br />

quando estava para chegar a seu destino.<br />

Muitos criadores e treinadores ingleses<br />

de pombos-correio que entregaram<br />

seus amados animais para servir a pátria<br />

nunca mais os viram.<br />

Ideias excêntricas relativas ao uso de<br />

pombos durante a guerra incluem o Project<br />

Pigeon (Projeto Pombo), que era uma<br />

tentativa de criar mísseis guiados por<br />

pombos. Algumas dessas aves eram colocadas<br />

dentro de mísseis, e lá bicavam uma<br />

tela que lhes mostrava imagens de alvos<br />

que podiam reconhecer graças a um treinamento<br />

prévio. Dessa forma, conseguiam<br />

dirigir o míssil diretamente para o alvo.<br />

Pombos também foram usados como espiões.<br />

Câmeras fotográficas automáticas<br />

eram presas a eles, e os pombos voavam<br />

com elas sobre áreas de interesse militar,<br />

captando imagens.<br />

na China pombos são usados até hoje<br />

pelo exército, que possui cerca de 10 mil<br />

pombos prontos para entrar em ação<br />

caso os meios de comunicação modernos<br />

colapsem. A utilidade dos pombos na comunicação<br />

não pode de nenhum modo ser<br />

subestimada. Uma treinadora inglesa os<br />

usa para transportar pen drives. Após uma<br />

dessas remessas, os cálculos foram<br />

“A utilidade<br />

dos pombos na<br />

comunicação não pode<br />

de nenhum modo ser<br />

subestimada”<br />

3/4


oásis . animal<br />

feitos: o pombo levou 39 minutos para<br />

transportar o pen drive; seu conteúdo,<br />

enviado através da Internet, levou 3 horas<br />

para ser baixado!<br />

Mas pombos não são úteis apenas em tempos<br />

de guerra. Sua habilidade para transportar<br />

mensagens, informação financeira e<br />

correio foram aproveitadas desde tempos<br />

muito remotos. Não esquecer que, na Bíblia,<br />

foi um pombo branco quem trouxe<br />

a Noé a informação de que o dilúvio tinha<br />

terminado! Os gregos os usaram para<br />

transportar informação sobre os jogos<br />

olímpicos: cada atleta que participava dos<br />

jogos na Antiguidade levava um ou mais<br />

pombos da sua própria cidade ou aldeia. O<br />

pássaro era solto para que voltasse a casa<br />

levando a mensagem com os resultados<br />

obtidos pelo atleta do lugar.<br />

No início do século 19, a família de banqueiros<br />

Rothschild criou uma rede de<br />

pombais em toda a Europa. A velocidade<br />

desses animais para transportar informações<br />

permitiram à família tomar decisões<br />

financeiras antes de todos os seus concorrentes.<br />

Veja no vídeo abaixo, produzido pela BBC<br />

de Londres, uma curta reportagem sobre a<br />

descoberta do “pombo do Dia-D”:<br />

4/4


AlbeRtA, CAnADÁ<br />

Ao ver o vídeo,<br />

lembre-se de respirar<br />

oásis . Viagem<br />

ViAGEM<br />

1/2


oásis . Viagem<br />

filmado em locação nos arredores<br />

de Alberta, no canadá, este<br />

vídeo mostra algumas das mais<br />

extraordinárias paisagens do mundo.<br />

filmadas com nova tecnologia que<br />

parece 3d, sem o ser<br />

Vídeo: TraVeL aLberTa Canada.<br />

MúsiCa: roaM, Por WiL MiMnaugh<br />

Q<br />

Travel alberTa<br />

http://goo.gl/XqTjg<br />

Quando, em 1882, o governo<br />

canadense batizou uma<br />

das suas dez províncias com<br />

o nome de Alberta, em homenagem<br />

a uma das filhas da Rainha<br />

Vitória, do Reino Unido, não imaginava<br />

que ela seria vista, no início do Terceiro<br />

Milênio, como um dos paraísos naturais<br />

mais bem preservados do mundo.<br />

A província possui apenas duas grandes<br />

cidades: Calgary, a maior delas e capital<br />

financeira, e Edmonton, capital política<br />

e industrial. O resto são extensões incríveis<br />

de florestas, vales, rios, montanhas<br />

nevadas e pradarias onde ainda pastam<br />

manadas de bisões. Quase tudo vazio em<br />

matéria de ocupação humana. O vídeo<br />

abaixo, produzido pelo governo provincial<br />

fala muito mais do que qualquer descrição<br />

em palavras. Aproveite e faça esse<br />

voo rasante sobre o território de Alberta.<br />

Mas, como aconselhamos no título, não<br />

se esqueça de respirar. As paisagens são<br />

de tirar o fôlego.<br />

2/2


A bAtAlhA De<br />

AnghIARI<br />

Maurizio Seracini<br />

revela a vida secreta<br />

das pinturas<br />

oásis . arte<br />

ARTE<br />

1/6


oásis . arte<br />

O<br />

A história da arte nem sempre está<br />

escrita em pedra. o engenheiro<br />

italiano maurizio seracini passou 30<br />

anos em busca do afresco perdido<br />

de leonardo da vinci “A batalha<br />

de Anghiari”. no processo, ele<br />

descobriu que diversas pinturas têm<br />

muitas histórias escondidas sob as<br />

camadas de tinta<br />

a vida secreta<br />

das pinturas<br />

http://goo.gl/oYXfX<br />

mundo da arte fervilhou há<br />

pouco com as notícias sobre<br />

a primeira fase das pesquisas<br />

feitas por Maurizio Seracini<br />

em busca de “A Batalha de Anghiari”,<br />

famoso afresco que Leonardo da Vinci<br />

teria feito no inicio de 1500 em uma das<br />

paredes do Salone de’ Cinquecento no<br />

Palazzo Vecchio de Florença.<br />

A primeira fase das pesquisas terminou.<br />

Os dados obtidos através de uma sonda<br />

endoscópica inserida através de aberturas<br />

já existentes numa pintura de Vasari<br />

confirmam a existência, atrás dessa pintura,<br />

de A Batalha de Anghiari.<br />

Neste vídeo da conferência promovida<br />

pelo TED-Ideas Worth Spreading, Maurizio<br />

Seracini explica os pontos mais importantes<br />

dessa descoberta: uma aventura<br />

digna de romance policial.<br />

2/6


Maurizio Seracini usa as mais<br />

modernas ferramentas de<br />

engenharia e técnicas de laboratório<br />

médico para desvendar segredos<br />

seculares das obras de arte<br />

oásis . arte<br />

3/6


oásis . arte<br />

tradução para o português: raissa Mendes.<br />

revisão: Wanderley Jesus<br />

Em 1975, encontrei em Florença o professor Carlo pedretti<br />

que me ensinou história da arte e hoje é um dos maiores<br />

experts em Leonardo da Vinci. Bem, ele me perguntou se eu<br />

poderia ajudar a encontrar um jeito tecnológico de desvendar<br />

um mistério de cinco séculos relacionado com uma obra<br />

prima perdida de Leonardo da Vinci, "A Batalha de Anghiari",<br />

que supostamente estava na Sala dos 500 no palazzo Vecchio,<br />

em Florença. Bom, em meados dos anos 70, não havia muitas<br />

oportunidades para um bioengenheiro como eu, especialmente<br />

na itália, então eu decidi, com alguns pesquisadores<br />

dos Estados Unidos e da Universidade de Florença, começar a<br />

procurar os murais decorados por Vasari nas grandes paredes<br />

da Sala dos 500 em busca do Leonardo perdido.<br />

infelizmente, naquela époica a gente não sabia que não era<br />

exatamente ali que devíamos procurar porque nós precisamos<br />

ir muito fundo e então a pesquisa foi suspensa e só foi retomada<br />

em 2000 graças ao interese e entusiasmo da família<br />

Guiness. desta vez nós focamos em tentar reconstruir a forma<br />

que a Sala dos 500 tinha antes da reforma e da então chamada<br />

Sala Grande, construída em 1494 e encontrar as portas e<br />

janelas originais, e para fazer isso, primeiro criamos um modelo<br />

em 3d e então, com leitores infravermelhos fomos em<br />

frente para revelar janelas escondidas. Estas eram as janelas<br />

originais da Sala Grande. Nós também fizemos descobertas<br />

sobre a altura do teto, e conseguimos reconstruir, assim todo<br />

o projeto original desta sala como era antes da chegada de<br />

Vasari, e reconstruímos tudo de novo, incluindo uma esca-<br />

Maurizio Seracini: a vida secreta das pinturas<br />

trAdUção iNtEGrAL dA pALEStrA dE MAUrizio SErACiNi<br />

daria que era muito importante para a localização precisa da<br />

"Batalha de Anghiari" numa área específica de uma das ferramentas.<br />

Bem, nós também descobrimos que Vasari, que foi contratado<br />

para reformar a Sala dos 500 entre 1560 e 1574 pelo Grâoduque<br />

Cosimo, da família Medici em pelo menos duas ocasiões<br />

salvou obras primas ao colocar uma parede de tijolos na frente<br />

delas e deixar um pequeno espaço com ar. Uma delas estava<br />

aqui, Masaccio, na igreja de Santa Maria Novella, em Florença,<br />

então, pensamos, talvez Vasari tenha feito algo parecido no<br />

caso desta grande obra de Leonardo, já que ele era um grande<br />

admirador de Leonardo da Vinci.<br />

Então, nós colocamos algumas antenas de rádio muito sofisticadas<br />

para pesquisar nas duas paredes e buscar pela fresta<br />

de ar E encontramos muitas no painel direito da parede leste,<br />

muitas frestas com ar e era ali que acreditávamos a "Batalha de<br />

Anghiari", ou pelo menos a parte que sabemos ter sido pintada,<br />

chamada "A Luta pelo padrão", deveria estar.<br />

deste ponto, infelizmente, em 2004, o projeto foi suspenso de<br />

novo por razões políticas. Então eu decidi voltar à minha alma<br />

mater, e, na Universidade da California, em San diego, propus<br />

a criação de um centro de pesquisas para engenharia científica<br />

em heranças culturais. E em 2007, criamos o CiSA3, um centro<br />

de pesquisas para herança cultural, especificamente arte,<br />

arquitetura e arqueologia. Então estudantes começaram a chegar,<br />

e começamos a construir novas tecnologias, porque isso é<br />

basicamente o que nós precisávamos para avançar e ir para o<br />

campo de trabalho.<br />

4/6


oásis . arte<br />

E voltamos à Sala dos 500 em 2011, e desta vez, com um<br />

grande grupo de estudantes, e meu colega, professor Falko<br />

Kuester, que é hoje diretor do CiSA3, e nós voltamos só porque<br />

nós já sabíamos onde procurar e descobrir se havia mais<br />

alguma coisa por lá. Nós estávamos restritos, limitados, eu<br />

prefiro dizer, por razões que não valem a pena explicar, só à<br />

endoscopia, de todas as opções que tínhamos, e com uma câmera<br />

de 4mm na sonda, conseguimos documentar e capturar<br />

alguns fragmentos do que se revelou ser uma cor avermelhada,<br />

preto e também alguns fragmentos de bege que depois<br />

quando usamos exames mais sofisticados, XrF, defração por<br />

raio-x e os resultados foram positivos até aqui. tudo parecia indicar<br />

que de fato nós encontramos alguns pigmentos e como<br />

tinhamos certeza que nenhum outro artista havia pintado naquela<br />

parede antes de Vasari chegar cerca de 60 anos antes,<br />

então aqueles pigmentos eram certamente relacionados a um<br />

mural e muito provavelmente a Leonardo.<br />

Bem, nós estavamos pesquisando a maior e mais elogiada<br />

obra de arte já produzida pela humanidade. E, de<br />

fato, esta é de fato a mais importante contratação que<br />

Leonardo jamais teve, e ao fazer esta grande obra prima,<br />

ele foi nomeado o maior artista daquele tempo.<br />

Eu também tive o privilégio de passar os últimos 37<br />

anos trabalhando em muitas obras primas, como vocês<br />

podem ver atrás de mim, mas fazendo o que? Bem,<br />

avaliando, por exemplo, o estado de conservação. Vejam<br />

aqui a face da Madonna na Cadeira que quando é<br />

exposta à luz UV você vê outra, uma mulher diferente,<br />

mais velha, devo dizer. Existem muitas camadas de verniz<br />

aqui, muitos retoques, e alguma limpeza. isso fica<br />

bem visível.<br />

Maurizio Seracini: a vida secreta das pinturas<br />

Mas, também, a tecnologia que ajudou a escrever novas<br />

páginas da nossa história, ou pelo menos a atualizar nossas<br />

páginas. Um exemplo é a "dama com o Unicórnio", outra<br />

pintura de rafael, bem, você vê o unicórnio. Muito já foi dito e<br />

escrito sobre o unicórnio, mas se você fizer um raio-x dele, ele<br />

se transforma em um filhote de cachorro. e (risos) sem problemas,<br />

mas, infelizmente, ao continuar com o exame científico<br />

desta pintura descobrimos que rafael não pintou o unicórnio,<br />

e não pintou o filhote, na verdade ele deixou a pintura sem<br />

terminar, então todos os estudos sobre o símbolo exótico do<br />

unicórnio (risos) infelizmente, não são muito confiável. (risos)<br />

Bem, também, autênticidade. pensem por um momento se<br />

a ciência realmente for para o campo da autenticidade das<br />

obras de arte. pode haver uma revolução cultural para dizer o<br />

mínimo, mas também, eu diria, uma revolução de mercado,<br />

eu adiciono. Veja este exemplo: otto Marseus, bela pintura,<br />

que é "Natureza Morta" na Galeria pitti, e coloquei uma câmera<br />

com infravermelho em sua direção e com sorte, para os historiadores<br />

da arte, ela confirmou que existe a assinatura de otto<br />

Marseus. Ela até diz quando ela foi feita e também a localização.<br />

Foi um bom resultado. Às vezes, não é assim tão bom, e<br />

então, de novo, autenticidade e ciência podem andar juntas e<br />

mudar a forma, se não as atribuições feitas, mas pelo menos<br />

criar bases para mais objetividade, ou, como eu prefiro dizer,<br />

menos subjetividade, como é feito hoje.<br />

Mas eu diria que a descoberta que realmente capturou a minha<br />

imaginação, minha admiração, é o desenho incrívelmente<br />

vivido sobre esta camada, uma camada marrom da "Adoração<br />

dos Magos". Aqui você vê um escaner feito a mão com uma<br />

câmera infravermelha e ao focalizar através da camada marrom<br />

desta obra de arte nos revela o que pode estar embaixo.<br />

5/6


oásis . arte<br />

Bem, esta é a pintura mais importante que temos na itália<br />

feita por Leonardo da Vinci, e veja as imagens maravilhosas<br />

de rostos que ninguém viu por cinco séculos. Veja estes retratos.<br />

Eles são magníficos. Você vê Leonardo trabalhando.<br />

Você vê a genialidade de sua obra, diretamente na camada<br />

de base deste painel, e vê esta coisa maravilhosa, este achado,<br />

eu diria, um elefante. (risos) por causa deste elefante, mais de<br />

70 novas imagens vieram à luz, nunca vistas por séculos. Foi<br />

uma epifania. Nós pudemos entender e provar que a camada<br />

marrom que vemos hoje não foi feita por Leonardo da Vinci,<br />

que nos deixou apenas o outro desenho que por cinco séculos<br />

não pudemos ver, só por conta da tecnologia.<br />

Bem, o tablet. pensamos, bem, se nós todos temos este prazer,<br />

este privilégio de ver tudo isso, de encontrar todos estes<br />

achados, e todos os outros? Então pensamos numa aplicação<br />

em realidade aumentada usando um tablet. Vou mostrar uma<br />

simulação do que poderíamos fazer, qualquer um de nós poderia<br />

fazer, num museu. Então, digamos que vamos ao museu<br />

com um tablet, ok? E apontamos a câmera do tablet para a<br />

pintura que queremos ver, assim. ok? E clique, pausa, e agora<br />

deixe-me virar para que vocês vejam o momento da imgem,<br />

ou, como diria, a câmera, que está focada na pintura, e então<br />

as imagens que vocês viram aqui no desenho são carregadas. E<br />

então, veja. Nós podemos aumentar a imagem, podemos rolar<br />

a tela. Então, vamos achar o elefante. E tudo o que você precisa<br />

é um dedo. Limpe e veja o elefante. (Aplausos) (aplausos) ok? E<br />

então se queremos, podemos continuar a rolar para descobrir,<br />

por exemplo, na escada, toda a iconografia que vai mudar. Existem<br />

muitas camadas de reconstrução das ruinas de um templo<br />

antigo até hoje, e muitas imagens aparecem. Veem?<br />

Maurizio Seracini: a vida secreta das pinturas<br />

isso não é apenas curiosidade, porque isto muda não apenas<br />

a iconografia, conforme você a vê, mas a iconologia o significado<br />

da pintura, e nós acreditamos que este é um jeito legal,<br />

fácil, para que todos tenham acesso e possam se tornar mais<br />

protagonistas de suas próprias descobertas e não apenas um<br />

ser passivo, como era quando íamos a um passeio através das<br />

salas intermináveis dos museus. (Aplausos)<br />

outro conceito é a carta clínica digital, que parece muito óbvia<br />

se vamos falar de pacientes reais, mas quando falamos de<br />

obras de arte, infelizmente, nunca foi uma ideia aceita. Nós<br />

acreditamos, e, de novo, isso pode ser apenas o começo o primeiro<br />

passo, para fazer uma conservação real, e permitir que o<br />

entendimento e exploração e tudo o que está relacionado ao<br />

estado da nossa conservação, a técnica, materiais e também<br />

se, quando e porque nós devemos restaurar, ou melhor, intervir<br />

no ambiente onde a pintura está.<br />

Bem, nossa visão é redescobrir o espírio da renascença, criar<br />

uma nova disciplina onde a engenharia para a herança cultural<br />

é na verdade um símbolo da união da ciência com a arte.<br />

Nós precisamos de uma nova raça de engenheiros que vão ao<br />

mundo para fazer este trabalho e redescubram estes valores<br />

para nós, estes valores culturais que nós precisamos tanto,<br />

especialmente nos dias de hoje.<br />

E se vocês quiserem resumir tudo em uma só palavra, bem, é<br />

isso que estamos tentando. Estamos tentando dar um futuro<br />

ao nosso passado para que tenhamos um futuro. Enquanto<br />

vivermos com curiosidade e paixão, existe um pouco de Leonardo<br />

em todos nós. obrigado.<br />

6/6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!