os arbustos para ver como 0 seu favorito ia <strong>de</strong> lic;6es e ficava <strong>de</strong> cabec;a recostada a urn tronco ouvindo-o repeti-las. 0 menino do jangal ja subia em arvores tao bem como nadava nas lagoas e nadava tao bem como corria pela floresta. Por isso estava Baloo a the ensinar a lei das aguas e a lei das arvores - como, <strong>de</strong> cima dum galho vivo, adivinhar urn galho morto adiante; como falar polidamente a uma colmeia quinze metros acima do chao; 0 que dizer a Mang, 0 Morcego, ao ter <strong>de</strong> incomoda-lo em seu galho, em pleno esplendor do sol; como avisar as serpentes aquaticas quando se vai dar urn mergulho na lagoa. Nenhuma das criaturas do jangal gosta <strong>de</strong> ser perturbada, nem <strong>de</strong> ser forc;ada a fugir com o subito aparecimento dum intruso. Por isso tambem the foi ensinado 0 grito do cac;ador forasteiro, que tern <strong>de</strong> ser repetido ate que venha resposta, sempre que uma criatura quer c~ar fora <strong>de</strong> sua zona. Esse grito e assim: "Licenc;a para cac;ar aqui, que estou com fome". E a resposta : "Cac;a, mas so para matares a fome, nao por prazer". Estes exemplos mostram 0 quanto Mowgli tinha <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> cor - coisas que 0 cansavam pelo gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> vezes que havia <strong>de</strong> repeti-las. - Mas, disse Baloo a Bagheera, certa vez em que na pre~ senc;a da pantera <strong>de</strong>u uns tapas no menino <strong>de</strong>satento, urn filhote <strong>de</strong> homem e urn filhote <strong>de</strong> homem e portanto tern <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r toda a lei do jangal. - Lembra-te <strong>de</strong> que ele e ainda muito pequenino, advertiu Bagheera, que 0 teria estragado <strong>de</strong> mimos se fosse a sua professora. Como po<strong>de</strong>ra esta coisinha guardar tantas lic;6esna cabec;a? - 0 tamanho <strong>de</strong>le acaso evita que seja morto? Certo que nao. Por isso the ensino tanta coisa para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, nele bato, sem 0 machucar, quando se mostra <strong>de</strong>satento no apren<strong>de</strong>r. - Sem 0 machucar! Que sabes tu <strong>de</strong> <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za, 0 pata <strong>de</strong> ferro? grunhiu Bagheera. Nao ves que a sua carinha esta toda arranhada, toda marcada com as cicatrizes da tua <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za <strong>de</strong> urso? Arre! ... - Melhor seja marcado da cabec;a aos pes por mim, que 0 amo, do que ficar lindo <strong>de</strong> pele, mas ignorante da <strong>de</strong>fesa, respon<strong>de</strong>u Baloo vivamente. Estou agora a ensinar-lhe as palavras mestras do jangal, que 0 hao. <strong>de</strong> proteger das aves e do povo serpentino. Breve po<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se <strong>de</strong> todo 0 jangal apenas repetindo as palavras que the ensinei. Nao vale uns tapas essa seguranc;a? - Bern, mas cuidado em nao ensina-lo <strong>de</strong>mais, matando-o. Ele nao e tronco <strong>de</strong> arvore on<strong>de</strong> se exercitem tuas pata~. Essas palavras quais sao? Delas nao necessito, bem sabes, porque sou
feita para ajudar~me a mim mesma e ainda para ajudar aos outros, nunca para pedir ajuda, disse Bagheera, espichando elasticamente as pata:; e olhando com orgulho para as garras <strong>de</strong>a