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Como começar uma organização pela Liberdade - Students For ...

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<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

(VERSÃO RESUMIDA)<br />

Segunda Edição<br />

Por ALEXANDER MCCOBIN<br />

Tradução para português e adaptação de<br />

RAFAEL BORGES<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong>, 2009<br />

Uma Universidade Livre, <strong>uma</strong> Sociedade livre


Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Porque <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong>?<br />

Se estás a ler este livro de bolso, assumo que estejas interessado nos princípios da <strong>Liberdade</strong> e<br />

reconheças a importância de promover a <strong>Liberdade</strong> tanto na tua universidade, como na<br />

sociedade. É, ainda assim, possível que estejas a perguntar-te duas questões. Primeiro, é a<br />

<strong>Liberdade</strong> algo tão importante que mereça que a ela dedique o meu tempo? E, segundo, se a<br />

<strong>Liberdade</strong> for realmente <strong>uma</strong> causa meritória, será que <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de<br />

estudantes é a melhor forma de a promover? É fácil responder à primeira pergunta. A<br />

<strong>Liberdade</strong> está constantemente sob ataque no mundo moderno. Tanto na sociedade como no<br />

mundo académico, a crença na <strong>Liberdade</strong> é característica de <strong>uma</strong> minoria de indivíduos que<br />

têm de enfrentar <strong>uma</strong> maioria que deseja políticas opressivas e autoritárias que põem em<br />

causa os direitos individuais. É por isso que devemos lutar para que haja maior apoio à<br />

<strong>Liberdade</strong> e para proteger os direitos básicos de todos os indivíduos. A segunda questão é mais<br />

difícil, mas pode também ser facilmente respondida afirmativamente. Há três razões <strong>pela</strong>s<br />

quais formar <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> ao nível estudantil é importante.<br />

Primeiro, porque o ambiente académico é ideal para chegar a pessoas interessadas nas ideias<br />

da <strong>Liberdade</strong>. Durante a universidade, os estudantes devem desafiar as suas ideias préconcebidas<br />

- e, com isso, devem ou descobrir que as ideias que mantinham até lá estão<br />

incorrectas ou, por outro lado, defender a sua legitimidade das suas crenças frente a ideias<br />

antagónicas. Por mais que as ideias da <strong>Liberdade</strong> sejam silenciadas em outros ambientes, elas<br />

tendem a ser mais facilmente respeitadas num ambiente de livre pensamento como é o da<br />

universidade. Para além disso, é durante este período de aprendizagem que a maioria das<br />

pessoas descobre as ideias que manterá para o resto da vida. O período escolar tem <strong>uma</strong><br />

influência profunda sobre os indivíduos. Desenvolver <strong>uma</strong> presença clara da filosofia da<br />

<strong>Liberdade</strong> neste ambiente é essencial para a aceitação dessas ideias no futuro. Ainda que<br />

outros estudantes não abracem as ideias da <strong>Liberdade</strong>, é muito provável que se tornem muito<br />

mais receptivos e tolerantes a elas se tiveram contacto com <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de Estudantes<br />

<strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong>.<br />

Segundo, as organizações de estudantes permitem aos estudantes que explorem as ideias da<br />

<strong>Liberdade</strong> no que seria, não existissem tais organizações, feito num ambiente provavelmente<br />

hostil. O meu anterior ponto enfatizava o ideal de <strong>uma</strong> Universidade que existe como um<br />

fórum aberto de ideias em que o debate constante molda a sociedade do futuro, mas a<br />

realidade é, infelizmente, bem diferente. Os estudantes são tentados a sacrificar aquilo em<br />

que acreditam em prol da conformidade com outros estudantes e professores. Uma<br />

<strong>organização</strong> institucionalizada que promova a <strong>Liberdade</strong> na universidade, pelo contrário, pode<br />

providenciar tanto um apoio logístico como inspiracional aos estudantes que se revelem<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

interessados na <strong>Liberdade</strong>. É também um símbolo para o qual os estudantes podem olhar. O<br />

mero facto de que há outros que apoiam e lutam <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong> pode fazer toda a diferença<br />

no mundo.<br />

Terceiro: os estudantes podem fazer a diferença. Disse-me <strong>uma</strong> vez um estudante Venezuela<br />

que “os estudantes não são apenas o futuro. Eles são também o presente”. E essa é <strong>uma</strong> ideia<br />

incrivelmente poderosa. Preparar os estudantes para serem líderes <strong>pela</strong> liberdade no futuro é<br />

<strong>uma</strong> das razões mais óbvias <strong>pela</strong>s quais devemos trabalhar com estudantes. Mas organizá-los e<br />

trabalhar com eles hoje pode contribuir para mudar a sociedade muito mais rapidamente do<br />

que qualquer um poderia prever. Quando consideramos o impacto dos protestos de<br />

estudantes contra o serviço militar obrigatório nos anos 60, o apoio que os estudantes<br />

conseguiram atrair para os seus protestos contra o regime do apartheid na África do Sul nos<br />

anos 80 e o trabalho que os estudantes venezuelanos têm desenvolvido para combater o<br />

regime ditatorial de Hugo Chavez e promover a democracia, percebemos o quanto os<br />

estudantes podem alterar a sociedade.<br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Overview: os três tipos de organizações<br />

Há três tipos de organizações que podem ser criadas por alunos dedicados à causa da<br />

<strong>Liberdade</strong>. Talvez isto seja difícil de entender para alg<strong>uma</strong>s pessoas, mas a verdade é que o<br />

primeiro objectivo que está subjacente à criação de <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong><br />

liberdade é ter um fórum em que estudantes favoráveis à liberdade possam juntar-se, discutir<br />

ideias e saber que não estão sozinhos. A partir deste ponto fundacional, há graus variáveis de<br />

actividade a que as organizações podem dedicar-se para assegurar a sua existência e, claro,<br />

alcançar o seu objectivo de serem um fórum pró-<strong>Liberdade</strong> na faculdade.<br />

O primeiro destes tipos é o Clube Social (en: Social Club). Este tipo de <strong>organização</strong> é o que<br />

menos trabalho envolve e é ideal para o estudante que quer ver formado um grupo em que<br />

estudantes possam conhecer-se e interagir, mas que não tem tempo para <strong>começar</strong> <strong>uma</strong><br />

<strong>organização</strong> no verdadeiro sentido da palavra. Este tipo de <strong>organização</strong> requer simplesmente<br />

que um evento de cariz social seja organizado de mês a mês. Para isso, basta convidar<br />

estudantes pró-liberdade para que se juntem num restaurante, num bar, no apartamento de<br />

um estudante e tragam comida e bebida para que possam socializar e falar sobre a <strong>Liberdade</strong>.<br />

Publicita esse tipo de eventos no facebook, cria fliers, fala deles e terás criado um espaço em<br />

que os estudantes que se revêem na causa da <strong>Liberdade</strong> se sintam confortáveis e apoiados.<br />

Quando vierem pessoas, dá-lhes fliers dos Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong> (EPL, SFL em Inglês), da<br />

Universidade CATO, de conferências do FEE e do IHS, etc.<br />

O segundo tipo é o de um grupo de discussão/leitura. Se, apesar de quereres algo mais<br />

envolvente que um clube social, mas não estiveres preparado para um amplo leque de<br />

actividades, o grupo de discussão e leitura é o passo a dar. Este tipo de <strong>organização</strong> reúne-se<br />

de semana a semana para discutir assuntos relacionados com a liberdade e apresentar<br />

questões a outros estudantes e debater com eles. Uma versão mais avançada deste grupo<br />

poderá discutir um artigo ou livro nas reuniões que todos tenham analisado previamente. Isto<br />

dá ao grupo <strong>uma</strong> vertente educacional assim como as actividades sociais promovem o<br />

conhecimento, pelos membros, daquelas que são as bases intelectuais da liberdade.<br />

O terceiro tipo é o de <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> baseada em actividades. Para os estudantes que<br />

estejam interessados em criar <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> completa que obtenha proeminência na<br />

defesa da causa da liberdade e consiga rivalizar com outras organizações de estudantes em<br />

actividade, tempo e energia, esta é a melhor opção. Esta <strong>organização</strong>, multifacetada por<br />

natureza, providencia não só um fórum aos estudantes pró-liberdade que queiram socializar e<br />

aprender, mas fá-lo através de <strong>uma</strong> variedade de meios como trazer oradores, debater outros<br />

grupos da universidade, organizar noites de cinema, manifestações, etc. Uma <strong>organização</strong><br />

baseada em actividades têm <strong>uma</strong> série de programas que projectam a causa da liberdade para<br />

a vanguarda da vida universitária.<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Este livro de mão serve primariamente para disponibilizar <strong>uma</strong> base de acção para o grupo de<br />

leitura e discussão e para o grupo baseado em actividades. Este livro de mão apresenta <strong>uma</strong><br />

simples, ainda que aprofundada, base geral sobre como se deve <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de<br />

estudantes. Criar um hub social pode ser <strong>uma</strong> actividade da maior importância, sim, mas não<br />

requer mutio trabalho. A publicidade é a chave para este grupo, e é isso que deve ocupar a<br />

maior parte do tempo que dedicares à tua <strong>organização</strong>. Todavia, criar <strong>uma</strong> grande <strong>organização</strong><br />

com actividades mais complexas irá requerer muito mais trabalho e necessitará de um manual<br />

de instruções com muito mais detalhes que um mero clube social. Se quiseres dedicar-te à<br />

liberdade, qualquer <strong>uma</strong> destas alternativas é um fantástico primeiro passo, e os EPL estão<br />

aqui para ajudar-te. Se precisares de alg<strong>uma</strong> coisa, contacta-nos, por favor, em<br />

info@studentsforliberty.org.<br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Sumário: dez passos para <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes<br />

1. Encontra outras pessoas: <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes define-se, sobretudo, pelos<br />

indivíduos que a compõem. Especialmente quando <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> está em processo<br />

de formação, contar com um grupo de pessoas que queiram dedicar tempo e energia à<br />

tua <strong>organização</strong> é crucial. Antes de fazer seja o que for, precisas de encontrar um<br />

grupo de 2-5 estudantes (incluindo tu próprio), que estejam dispostos a fazer um<br />

esforço sério para <strong>começar</strong> a <strong>organização</strong>.<br />

2. Define os teus objectivos: para seres eficiente, o propósito dos teus esforços – e da tua<br />

<strong>organização</strong> -, tem de estar claramente definido – só assim poderás saber exactamente<br />

aquilo por que estás a trabalhar. A discussão de se deves ou não <strong>começar</strong> <strong>uma</strong><br />

<strong>organização</strong> de estudantes deve culminar n<strong>uma</strong> clara exposição de objectivos de<br />

acordo com os quais podes avaliar a tua acção.<br />

3. Pensa num nome: assim que tiveres estabelecido a missão da tua <strong>organização</strong>, deverás<br />

pensar num nome adequado àquilo que queres atingir. O nome da <strong>organização</strong> é a<br />

forma como a tua estrutura será conhecida daqui para a frente, pelo que deves<br />

escolher com cuidado.<br />

4. Descobre quais são os procedimentos na tua faculdade: para conseguires liderar a tua<br />

<strong>organização</strong> universitária com sucesso, deves saber manobrar a burocracia da tua<br />

universidade. Aprende como reservar salas, obter financiamento da universidade,<br />

ganhar reconhecimento oficial, etc. Torna-te tão cultivado em como as organizações<br />

de estudantes funcionam na tua universidade quanto possível.<br />

5. Apresenta, e ratifica, <strong>uma</strong> constituição: a constituição – ou Estatutos – de <strong>uma</strong><br />

<strong>organização</strong> de Estudantes formaliza a existência da <strong>organização</strong> e estabelece as<br />

normas de acordo com as quais a estrutura operará. Leva o tempo de que precisares<br />

para escreveres este documento e ratifica-o de acordo com as regras que te forem<br />

apresentadas pelos responsáveis da universidade – só assim poderás estar certo de<br />

que o texto será aprovado pelos administradores da faculdade.<br />

6. Desenvolve um Plano Estratégico de Acção: com o estabelecimento da tua<br />

<strong>organização</strong>, tu e os teus colegas deverão pensar em objectivos tangíveis para o<br />

próximo semestre/ano e, com isso, preparar <strong>uma</strong> estratégia para os atingir. O<br />

documento que s<strong>uma</strong>rie esta informação é o teu Plano Estratégico de Acção.<br />

7. Prepara <strong>uma</strong> lista de contactos: todas as organizações precisam de <strong>uma</strong> lista de<br />

contactos. Usa-a para enviar informação a todos os estudantes sobre o que a tua<br />

estrutura está a preparar e para te manteres em contacto com os membros .<br />

8. Organiza eventos: organiza eventos regulares no campus que estejam abertos à<br />

comunidade universitária e publicita-os fortemente. O primeiro dever de <strong>uma</strong><br />

estrutura é organizar eventos e actividades que a ajudem a cumprir a sua missão, pelo<br />

que deves preparar tantos quanto possível.<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

9. Ganha o reconhecimento da tua faculdade: para fazer da tua <strong>organização</strong> algo oficial e<br />

conseguires institucionalizá-la, deves tentar obter reconhecimento da faculdade.<br />

Assim que o garantires, a tua <strong>organização</strong> terá direito a <strong>uma</strong> série de vantagens que<br />

ajudarão a proteger a sua existência.<br />

10. Treina novos líderes: a derradeira etapa de <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> estudantil é<br />

assegurar a sua sobrevivência a longo termo e assegurar que a <strong>organização</strong> é mais que<br />

os seus fundadores. Treinar estudantes mais novos que tu para te sucederem na<br />

liderança da <strong>organização</strong> é crucial para tornar um projecto de vários indivíduos n<strong>uma</strong><br />

<strong>organização</strong> com bases sólidas.<br />

Primeiro passo: encontrar outras pessoas.<br />

Assim que tiveres decidido que queres <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de Estudantes <strong>pela</strong><br />

<strong>Liberdade</strong>, há um problema que se levantará de imediato: <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> com apenas <strong>uma</strong><br />

pessoa não é <strong>uma</strong> <strong>organização</strong>. Antes de poderes fazer seja o que for, terás de procurar<br />

pessoas que estejam interessadas em associar-se aos teus esforços. Para além desta análise<br />

básica, há vários outros motivos pelos quais o teu primeiro passo deve ser encontrar outros<br />

estudantes. Prmeiro, <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> requer <strong>uma</strong> quantidade imensa de trabalho.<br />

Ter contigo outras pessoas que possam assumir responsabilidades por diferentes aspectos da<br />

fundação de <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> é a única forma de conseguires mesmo <strong>começar</strong> o teu grupo.<br />

Segundo, ter contigo um grupo de pessoas dá legitimidade ao que estás a fazer. Em vez de<br />

existir apenas <strong>uma</strong> pessoa a tentar mudar radicalmente o ambiente no campus, pode haver<br />

um grupo de pessoas a tentar trazer-lhe mudanças razoáveis.<br />

Assim sendo, torna-se esta a questão: como encontras pessoas que estejam interessadas em<br />

juntar-se a ti na incrível tarefa que é <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes? Aqui tens<br />

alg<strong>uma</strong>s recomendações.<br />

1. Amigos. Se tiveres amigos que, como tu, apoiam a liberdade, tenta envolvê-los no<br />

projecto.<br />

2. Facebook. Opta por postar informação em grupos associados à <strong>organização</strong> que<br />

queres fundar.<br />

3. Distribuição de fliers no campus. Dedica-lhe <strong>uma</strong>s 2 horas do teu tempo e assegura-te<br />

de que espalhas o teu nome pelo campus.<br />

4. Outras organizações. Há alunos pró-liberdade em todas as universidades. Fala das tuas<br />

actividades a organizações políticas de juventude presentes na tua faculdade - no caso<br />

português, à Juventude Socialista, à Juventude Social Democrata, à Juventude Popular,<br />

etc, ou, no caso brasileiro, a organizações próximas do PSDB, do PP, do PT -, ou com<br />

clubes de debate, entre outros. Tente recrutar novos membros entre alunos que<br />

frequentem – ou estejam associados – aos grupos supramencionados.<br />

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Segundo passo: define objectivos.<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Assim que tiveres um grupo de colegas dedicados à criação da <strong>organização</strong>, o grupo deve ter<br />

ter <strong>uma</strong> visão comum para a estrutura que quer criar. Isso inclui os valores-base da<br />

<strong>organização</strong>, assim como as actividades com que avançará. Os valores guiarão a <strong>organização</strong> e<br />

tudo o que for promovido pelo esforço organizacional. Determinem o quão variados ou<br />

específicos querem ser, mas assegura-te de que haverá sempre espaço suficiente para o<br />

debate.<br />

As actividades serão a melhor forma de promoverem os valoers que propugnam. Há três tipos<br />

gerais de actividade em que podem concentrar-se: estabelecer <strong>uma</strong> comunidade (ou network),<br />

educação e activismo. Estabelecer <strong>uma</strong> comunidade envolve criar um fórum em que pessoas<br />

de crenças parecidas possam conhecer-se <strong>uma</strong>s às outras. Ter <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> que promova a<br />

aproximação entre estudantes pró-<strong>Liberdade</strong> é <strong>uma</strong> óptima forma de as pessoas se<br />

encorajarem mutuamente a trabalhar <strong>pela</strong> causa da <strong>Liberdade</strong>. <strong>Como</strong> parte de <strong>uma</strong> instituição<br />

de aprendizagem, a vossa <strong>organização</strong> estará a perder <strong>uma</strong> fantástica oportunidade de ensinar<br />

outras pessoas sobre aquilo em que acreditam se não se esforçar por fazer de eventos<br />

educacionais parte fundamental da sua actividade. Activismo pode significar a preparação de<br />

protestos contra nova legislação ou regras com que não concordem. Isto pode significar<br />

protestar contra aquilo que te pareça ser um código de discurso abusivo, e consubstanciar-se<br />

em petições e artigos para o jornal da universidade. A intenção geral do activismo é causar<br />

algum nível de mudança de política num futuro próximo. Uma <strong>organização</strong> estudantil é mais<br />

que capaz de desenvolver estes três tipos de actividades ao mesmo tempo. Podem ter eventos<br />

essencialmente sociais, juntamente com séries de conferências e palestras sobre a liberdade, e<br />

protestar contra leis injustas. Porém, é possível que o teu grupo não queira fazer isso. Se<br />

houver algum problema tangível que queiram abordar na universidade, apresentar estudantes<br />

pró-<strong>Liberdade</strong> uns aos outros pode não ser tão eficiente como activismo. No entanto, se a tua<br />

universidade for tão politicamente apática que o activismo não tenha grande impacto, talvez<br />

seja melhor dar mais atenção à educação e à construção de <strong>uma</strong> comunidade de alunos que se<br />

revejam na causa. É importante pensar naquilo que queres/querem fazer da vossa <strong>organização</strong><br />

e o tipo de impacto que com ela querem causar.<br />

Terceiro passo: um nome<br />

O nome da <strong>organização</strong> é, literalmente, a sua forma de se tornar conhecido na univesidade. Os<br />

termos que incluíres no nome, assim como o acrónimo que dele resultar, levarão a conotações<br />

imediatas nas mentes de quem o ouvir – é por isso que deves assegurar-te de que o nome que<br />

apresentares não causa conotações indesejadas. Deve limitar-se a representar a missão da tua<br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

<strong>organização</strong>, ainda que da forma mais atractiva possível. Alguns termos que merecem a nossa<br />

consideração incluem:<br />

1. Libertário – Se a tua <strong>organização</strong> for libertária e não tiver vergonha de assumi-lo, este é<br />

um óptimo nome. Se, no caso do Brasil, a tua <strong>organização</strong> não estiver afiliada a partidos<br />

políticos como o Libertários ou o Novo, porém, a utilização deste tipo de expressão pode<br />

ser problemática. Isso pode levar a problemas de recrutamento e financiamento. A<br />

decisão, em todo o caso, recai somente sobre ti – é <strong>uma</strong> questão de avaliar as vantagens<br />

e desvantagens de cada <strong>uma</strong> das escolhas.<br />

2. <strong>Liberdade</strong> – <strong>Liberdade</strong> é <strong>uma</strong> palavra bem mais segura. É dos termos que só tem<br />

conotações positivas para as pessoas. <strong>Liberdade</strong> é aquilo que todos almejam. Para além<br />

disso, a palavra “<strong>Liberdade</strong>” deixa aberto um espaço de ambiguidade. Mas isso, embora<br />

bom, pode também apresentar um lado profundamente negativo. Quando advogas a<br />

<strong>Liberdade</strong>, as pessoas podem não saber exactamente aquilo que defender – e <strong>uma</strong><br />

clarificação pode ser necessária. Alguns grupos optaram, por isso, por adoptar o termo<br />

“liberdade individual”, de modo a explicitar o seu propósito, coisa que tu podes fazer<br />

também.<br />

Quarto passo: Aprende quais são os procedimentos na tua faculdade<br />

Com as fundações da tua <strong>organização</strong> finalizadas, é importante que dediques algum do teu<br />

tempo a aprender como é que as organizações de estudantes funcionam na tua faculdade e<br />

como trabalhar com a burocracia da universidade. Cada faculdade tem procedimentos<br />

próprios que regulam a existência de grupos estudantis e que, naturalmente, tu terás de<br />

aprender para que a tua estrutura sobreviva. A tua <strong>organização</strong> estará integrada na burocracia<br />

da tua universidade, pelo que terás de aprender a manobrá-la. Eis alg<strong>uma</strong>s coisas que deves<br />

aprender logo desde o início:<br />

Quais são os requerimentos para te tornares <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> estudantil reconhecida<br />

oficialmente?<br />

Quais são os benefícios que a tua <strong>organização</strong> tirará de ser reconhecida oficialmente<br />

enquanto tal?<br />

<strong>Como</strong> fazes para reservares salas de que precises para organizar eventos no campus?<br />

Há restrições ao aluguer de salas no campus?<br />

Que tipo de eventos são permitidos no campus?<br />

<strong>Como</strong> fazes para receber apoio financeiro da Universidade?<br />

O que podes fazer para fugir ao peso dos regulamentos, normas e burocracias?<br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Quinto passo: ratifica <strong>uma</strong> constituição/estatutos<br />

Para formalizares a tua <strong>organização</strong> e <strong>começar</strong>es o processo de institucionalização, o teu<br />

próximo passo será a ratificação de <strong>uma</strong> constituição/estatutos. O objectivo disto não é expor<br />

até ao pormenor cada detalhe da tua <strong>organização</strong>, mas reconhecer a sua existência e dar-lhe a<br />

moldura organizacional necessária. Alg<strong>uma</strong>s faculdades pura e simplesmente não têm<br />

qualquer regulação para os estatutos de grupos estudantis, enquanto que outras exigem que<br />

secções de textos normativos já existentes sejam incluídas nos estatutos do teu grupo. Eis<br />

alguns temas cuja inclusão nos estatutos queirás redigir é essencial:<br />

1. Nome<br />

2. Missão/Objectivos<br />

3. Direcção/Painel Executivo<br />

4. Estrutura da Direcção e distribuição de responsabilidades.<br />

5. Eleição da Direcção – o como e o quando<br />

6. Membros e participação<br />

7. Reuniões<br />

8. Emendas<br />

9. Ratificação<br />

Sexto passo: objectivos concretos<br />

Porque estás a <strong>começar</strong> esta <strong>organização</strong>? O que queres alcançar com ela? <strong>Como</strong> vais fazê-lo?<br />

São estas as principais questões que deves fazer e, ao mesmo tempo, responder. Isto guiar-teá<br />

quando delineares aqueles que serão os teus objectivos, tanto a médio como a longo prazo.<br />

A maioria dos teus objectivos de longo termo deveriam ter sido mencionados aquando da<br />

formulação da tua missão. Estes objectivos não têm, necessariamente, de ser escrito na secção<br />

em que falas da missão da <strong>organização</strong>, porque esse capítulo se refere, essencialmente, aos<br />

valores que tencionas defender. Mas deves, ainda assim, ter alg<strong>uma</strong> ideia daquilo em que<br />

queres que a tua <strong>organização</strong> se transforme daqui, por exemplo, a dez anos. Estes objectivos<br />

de longo prazo podem ser tão simples como a manutenção da presença do teu grupo na<br />

universidade. Por outro lado, o teu objectivo pode ser muito mais ambicioso, como, por<br />

exemplo, o estabelecimento de <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> com força suficiente para, na universidade,<br />

rivalizar com o autoritarismo.<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Exemplos de objectivos incluem:<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

O número de membros que participam regularmente em reuniões.<br />

O número de emails da tua list-serv.<br />

O número de eventos realizados durante o semestre.<br />

O dinheiro angariado <strong>pela</strong> tua <strong>organização</strong><br />

O número, ou relevância, das políticas mudadas na universidade como corolário<br />

directo dos teus esforços.<br />

Sétimo passo: desenvolve <strong>uma</strong> list-serve<br />

A list-serve deve ser das primeiras coisas a serem criadas, mas não deve ser um projecto<br />

imediato. O problema de preparar <strong>uma</strong> list-serve assim que souberes que estrutura queres dar<br />

à tua <strong>organização</strong> é que, provavelmente, falhará no início. Se a list-serve não for activa, leva os<br />

teus membros a não darem grande importância ao correio que receberem da tua <strong>organização</strong><br />

e, por isso, a tratarem-na como algo inerte e amorfo. Começar <strong>uma</strong> list-serve apenas quando<br />

tiveres já as bases da tua <strong>organização</strong> preparadas tem muito melhor aspecto – e permitir-te-á<br />

manter as pessoas envolvidas no teu projecto. A list-serve deve ser um único email a que<br />

apenas tu, alguns responsáveis e, eventualmente, alguns membros tenham acesso – tudo com<br />

o objectivo de contactar grandes números de pessoas da forma mais fácil possível. Não deves<br />

escrever todos os endereços de email dos teus contactos na caixa “To” porque parece<br />

incrivelmente pouco profissional. Para além disso, é inevitável que venhas a errar nas pessoas<br />

a quem mandas a mensagem, o que pode vir a causar problemas: um bom exemplo disso é<br />

quando as pessoas começam a responder em reply-all, levando assim a que alguns dos<br />

contactos optem, pura e simplesmente, por se afastar do teu grupo. Dependendo daquilo que<br />

preferires, opta ou pelo Google Groups ou por <strong>uma</strong> list-serve da universidade. Ambos<br />

funcionam bem. (Muitas, para não dizer a maior parte, das organizações de estudantes usam<br />

list-serves do Google Groups para evitarem burocracia universitária, os custos de obter um<br />

endereço de list-serve e outros problemas associados a um endereço escolar.) Assim que<br />

tiveres <strong>uma</strong> listserve, tenta adicionar-lhe tantas pessoas quanto possível e assegura-te de que<br />

o manténs activo para que todos se apercebam da actividade da tua <strong>organização</strong>.<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Oitavo passo: realiza eventos<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

São os eventos que fazem <strong>uma</strong> <strong>organização</strong>. Deves realizar actividades divertidas e<br />

interessantes que os membros possam associar à tua <strong>organização</strong>. Se alguém te perguntar: “O<br />

que faz o teu grupo?”, os eventos que organizares deverão ser a resposta. O evento mais<br />

básico que podes realizar é <strong>uma</strong> reunião de tempo a tempo. Isto deve ser feito ou<br />

semanalmente ou bi-mensalmente, para manter os membros envolvidos e interessados.<br />

Aproveita para abordar assuntos administrativos e de trabalho nessas reuniões, mas não te<br />

esqueças de as fazer atractivas. Organiza um debate/discussão sobre a <strong>Liberdade</strong> após os<br />

detalhes administrativos Esta é <strong>uma</strong> fantástica forma de cativar os membros para a tua causa e<br />

interagir com eles – e tudo com um esforço mínimo. Outros eventos incluem:<br />

Trazer oradores à universidade;<br />

Noites de cinema;<br />

Debates com outras organizações universitárias (por exemplo, o núcleo da Juventude<br />

Socialista);<br />

Eventos sociais;<br />

Jantares da <strong>organização</strong>;<br />

Protestos/manifestações;<br />

Visitas a outras organizações estudantis dedicadas à causa da <strong>Liberdade</strong> n<strong>uma</strong><br />

universidade perto da tua;<br />

Idas a conferências do EPL (Ir a eventos fora da tua universidade é <strong>uma</strong> óptima forma<br />

de construir laços de amizade e camaradagem entre os membros. Para além disso,<br />

claro, as conferências do EPL são sempre incrivelmente divertidas).<br />

Nono passo: obtém reconhecimento da faculdade<br />

As vantagens que a tua <strong>organização</strong> poderá obter com reconhecimento oficial da universidade<br />

incluem financiamento, fácil acesso a espaços do campus, a possibilidade de participar em<br />

feiras de estudantes, etc. Alg<strong>uma</strong>s limitações para as quais deves estar preparado são a<br />

obrigação de participar em reuniões da Associação de Estudantes, dificuldades gerais em<br />

virtude de o teu núcleo ser <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> política, maior transparência em actividades na<br />

universidade e limitações para tua estratégia de marketing. Quanto a isso, convém dizer que o<br />

regulamento da tua faculdade poderá, por vezes, dificultar-te os planos.<br />

<strong>Como</strong> <strong>começar</strong> <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

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Décimo passo: prepara os próximos líderes<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Todo o trabalho que desenvolveres, todo o tempo que dedicares à tua <strong>organização</strong> será inútil<br />

se ela não conseguir sobreviver-te – ou seja, manter-se mesmo depois de abandonares a<br />

faculdade. Não deves estar apenas preocupado com o sucesso da tua <strong>organização</strong> durante o<br />

teu próprio período universitário, mas também com o que lhe sucederá quando de tornares<br />

um alumnus. Este tema não será abordado com profundidade neste pequeno livro, visto já ser<br />

analisado em outra obra da mesma série. Na verdade, o assunto é tão importante que pura e<br />

simplesmente não pode ser abordado tão levemente. Ainda assim, assim que a tua<br />

<strong>organização</strong> tiver bases sólidas, deverás imediatemente <strong>começar</strong> a olhar para o seu futuro.<br />

Não faças os teus pares pensar que o grupo terminará quando abandonares a universidade –<br />

caso contrário, terás desperdiçado anos da tua vida. Vai identificando potenciais líderes para o<br />

teu grupo à medida que o tempo for passando. Escreve aquilo que te parecer relevante,<br />

assegura-te de que conseguirás transferir todo o capital de conhecimento que obtiveres à<br />

próxima geração de estudantes <strong>pela</strong> liberdade com a maior facilidade possível. Fala do sucesso<br />

da tua estrutura a quem a ela se for juntando, lembra novos membros do quando te foi<br />

benéfica a experiência de liderar um grupo de jovens pró-<strong>Liberdade</strong>.<br />

Se fores fazendo este tipo de coisa e pensando sempre no futuro do teu grupo, poderás estar<br />

certo de que , quando daqui a vários anos voltares à tua universidade para rever os teus<br />

colegas de curso, a estrutura que fundaste permanecerá activa. Se – ou, melhor dizendo,<br />

quando – isso acontecer, poderás ter a certeza de que fizeste um grande trabalho na<br />

implantação do teu grupo – e de que a <strong>organização</strong> que ajudaste a criar e a fazer crescer teve<br />

um impacto real dezenas, senão centenas de estudantes como tu. E é precisamente por isso<br />

que estás a ler isto.<br />

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Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Conclusão: os dez erros mais importantes<br />

Quando cometeres um erro, não tenhas vergonha de o admitir. Na verdade, líderes estudantis<br />

que digam nunca ter cometido erros estão errados e são, muito provavelmente, maus líderes.<br />

Para conseguires <strong>começar</strong> e liderar <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de estudantes <strong>pela</strong> liberdade, tens de ser<br />

analítico e crítico de ti mesmo. Tens de ter a capacidade de aprender com os teus erros e de<br />

evitar voltar a cometê-los. Os erros abaixo mencionados são apenas alguns dos mais comuns<br />

erros cometidos por líderes estudantis pró-<strong>Liberdade</strong>:<br />

Erro #1: perder demasiado tempo com a constituição/estatutos.<br />

A maioria dos grupos de estudantes pensa que os Estatutos definem a <strong>organização</strong>. Isso está<br />

errado. São os membros, não um documento, quem dá vida a um grupo de estudantes.<br />

Quando comparados com a necessidade de recrutar as pessoas certas e organizar bons<br />

eventos, os Estatutos são algo absolutamente secundário. O mesmo sucede com todos os<br />

passos processuais que tenham a ver com a criação do teu grupo. Ser reconhecido pelos teus<br />

pares não significa que consigas organizar grandes eventos pelo fim do primeiro ano de<br />

actividade. Mas contar com membros activos e determinados que gostem de participar nas<br />

reuniões talvez signifique.<br />

Erro #2: especificar demasiados dos princípios da tua <strong>organização</strong>.<br />

Para estudantes apaixonados <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong>, é fácil <strong>começar</strong> a mencionar todos os princípios<br />

em que se acredita nos Estatutos. Isto é, porém, mau por dois motivos. Primeiro, porque a<br />

apresentação da tua missão, da raison d’être da tua <strong>organização</strong> deve ser simples e sucinta.<br />

Para conseguires explicar bem aquilo que pretendes fazer a novos membros e patrocinadores,<br />

convém que a exposição de objectivos não ocupe mais que 4 frases. Segundo, deves querer<br />

que haja espaço para debater e partilha de ideias: caso contrário, as reuniões serão<br />

aborrecidas e quem “só” concordar contigo em 99% dos assuntos, abster-se-á de se juntar ao<br />

teu grupo.<br />

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Erro #3: evitar parar projectos falhados.<br />

Estudantes <strong>pela</strong> <strong>Liberdade</strong><br />

Quando te encontras na fase inicial de criação da tua <strong>organização</strong>, não é difícil pensar que a<br />

própria sobrevivência do grupo está dependente da tua/vossa capacidade de cumprirem todo<br />

e qualquer compromisso que assumirem. Se, porventura, <strong>uma</strong> das vossas primeiras iniciativas<br />

tiver sido um jornal próprio, é plausível que aches que pará-lo será condenar todo o grupo ao<br />

falhanço. A verdade é, todavia, que se um projecto em que te envolveste estiver a consumir<br />

demasiado tempo, esforço e, potencialmente, dinheiro, sem te dar o retorno adequado, deves<br />

ter a coragem de o parar. É, naturalmente, verdade que, se parares todos os projectos em que<br />

estiveres envolvido, a <strong>organização</strong> acabará por morrer. Mas deves conseguir matar as<br />

iniciativas que se limitarem a consumir-te tempo.<br />

Erro #4: assumir que as pessoas sabem da existência da tua <strong>organização</strong>.<br />

Más notícias: quando ratificas os Estatutos do teu novo grupo, o céu não se abre em<br />

congratulatória celebração, o firmamento não é invadido por fogo de artifício com o seu<br />

acrónimo e não aparecem multidões a cantar o seu nome. Nesse momento, infelizmente,<br />

ninguém sabe da existência do teu grupo. É teu dever encontrar formas de espalhar a palavra<br />

e conseguir que os teus colegas oiçam falar da tua <strong>organização</strong>. Só grupos com bases sólidas –<br />

i.e., com vários anos de operação – são bem conhecidos <strong>pela</strong> comunidade escolar. Boas formas<br />

de fazer com que todos fiquem a saber da existência do teu grupo incluem participações no<br />

jornal da faculdade –e/ou universidade -, entregas de fliers e panfletos, <strong>uma</strong> conta no<br />

facebook e actividades que atraiam o interesse e a curiosidade de outros alunos.<br />

Erro #5: Incapacidade de definir objectivos.<br />

Quando são fundadas, muitas organizações estudantis não dispõem de mais que <strong>uma</strong> vaga<br />

ideia daquilo em que querem tornar-se. Poucos são os grupos que determinam objectivos<br />

concretos, sabem aquilo que querem atingir e apresentam metas objectivas – algo que,<br />

naturalmente, é essencial para <strong>uma</strong> <strong>organização</strong>e estável.<br />

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Erro #6: Usar apenas <strong>uma</strong> tática de marketing.<br />

Muitos grupos gostam de mostrar a sua habilidade com a internet e de utilizar os novos mídia<br />

para publicitar os eventos que organizam. Criar um evento no Facebook ou enviar um email<br />

para a tua list-serve não é suficiente para dar publicidade à tua <strong>organização</strong>. Há toda <strong>uma</strong><br />

miríade de tácticas que podem ser necessárias, desde o Facebook – em que convém,<br />

naturalmente, ter <strong>uma</strong> presença activa -, à entrega de fliers e informar as turmas através da<br />

forma mais tradicional: falar com elas. Utiliza todos os meios que te estejam disponíveis para<br />

promover a tua <strong>organização</strong>, e assegura-te de que todos os alunos que possam estar<br />

interessados em participar nas suas actividades sabem, efectivamente, dos teus eventos.<br />

Erro #7: Não delegar responsabilidades.<br />

Não é incomum que estudantes que começam <strong>organização</strong> sintam dificuldade em delegar<br />

responsabilidades. Afinal, foram eles quem começou a <strong>organização</strong>, são eles o catalisador,<br />

parecem ser eles quem está por detrás de tudo. Infelizmente, porém, esse modus operandi<br />

leva a toda <strong>uma</strong> quantidade de problemas, e pode mesmo acabar por pôr em causa a<br />

viabilidade do grupo: o líder é obrigado a assumir demasiadas tarefas e não consegue<br />

completar nenh<strong>uma</strong> delas com sucesso. Longe de consuguir ser, efectivamente, <strong>uma</strong><br />

<strong>organização</strong>, o grupo transforma-se em apenas um dos seus membros. Assegura-te de que<br />

outras pessoas completam tarefas, e não apenas tu próprio.<br />

Erro #8: Falhar n<strong>uma</strong> coordenação responsável dos vários membros do grupo.<br />

Quando novos líderes delegam responsabilidades, cometem comummente o erro de que as<br />

pessoas serão capazes de completar tarefas ambíguas sem qualquer coordenação ou<br />

harmonização. O resultado é normalmente falhanço e desapontamento. Quando incumbes<br />

outras pessoas com afazeres importantes para a tua <strong>organização</strong>, convém que vás vendo como<br />

o projecto vai avançando, os problemas que vai encontrando e, claro, se os responsáveis por<br />

ele permanecem motivados ou não. Coisas como ir verificando e-mails e fazer <strong>uma</strong>s chamadas<br />

tu próprio(a) não exigem muito tempo, mas asseveram-te de que tudo correrá pelo melhor.<br />

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Erro #9: Ignorar outros grupos de estudantes.<br />

Não é raro que quem começa um grupo de estudantes se convença de que as pessoas saberão<br />

dele por magia, assim como que o grupo poderá funcionar separadamente do resto da<br />

comunidade universitária. Pensam que ter <strong>uma</strong> pessoa para falar de política externa de<br />

semana em semana é suficiente. Parece-lhes que os outros grupos são maus e que, por isso,<br />

devem ser ignorados, ostracizados. Isso, infelizmente, leva a <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> estagnada e,<br />

eventualmente, a um grupo totalmente irrevelante. As boas organizações não só reconhecem<br />

a importância de outros grupos, como gostam até de cooperar e envolver-se com eles –<br />

mesmo quando eles pertencem ao lado oposto do espectro ideológico. Utilizar outras<br />

organizações para promover o teu próprio é essencial quando começas.<br />

Erro #10: olhar apenas para o amanhã, e não para como as coisas estarão daqui a um<br />

ano<br />

O derradeiro grande erro é o mais fácil de apontar tanto a quem começa a <strong>uma</strong> <strong>organização</strong><br />

como a quem deseja mantê-la: olhar apenas para o presente, ignorando o futuro. Não há líder<br />

de sucesso que não se abstenha de pensar apenas na conferência desta semana, ou do<br />

próximo mês. Pelo contrário, pensam em eventos que poderão organizar no próximo ano, no<br />

ano depois desse, e nas pessoas que os conduzirão. Se desejas criar <strong>uma</strong> <strong>organização</strong> de<br />

sucesso, terás de <strong>começar</strong> a fazer planos a 1, 2 e 5 anos a partir deste exacto momento.<br />

Pensam em quem te sucederá. Pensa no papel que queres que o teu grupo ass<strong>uma</strong> na vida do<br />

campus. Pensa em como será o teu grupo quando já não fores o seu líder. Ignorar estas<br />

questões significa que a tua <strong>organização</strong> está, inexoravelmente, votada ao fracasso.<br />

.<br />

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