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As “mulheres” do Odelmo - Revista Mercado

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CiênCia<br />

Macacos sentem<br />

e movem objetos<br />

virtuais só com a<br />

força <strong>do</strong> pensamento<br />

MaRketing<br />

Orienta<strong>do</strong> pela<br />

simplicidade, Steve<br />

Jobs criou desejos<br />

que beiram a <strong>do</strong>ença<br />

aLiMentaçãO<br />

Cercada de mitos, a<br />

carne suína não é a<br />

vilã da saúde como<br />

se imagina<br />

ano 6 número 46 Outubro 2011 | R$ 8,50<br />

<strong>As</strong> <strong>“mulheres”</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong><br />

Quase metade das secretarias municipais de Uberlândia é<br />

competentemente administrada por mulheres. Mas quem<br />

são elas e o que fazem? Conheça a tropa de elite<br />

<strong>do</strong> prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão que usa saia, batom e blush


merca<strong>do</strong><br />

expediente editorial<br />

www.revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Diretor geral Eduar<strong>do</strong> J. L. Nascimento<br />

diretorfinanceiro@gmbc.com.br<br />

Diretor Comercial Fernan<strong>do</strong> Martini<br />

comercial@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Conselho gestor Eduar<strong>do</strong> J. L. Nascimento<br />

Eval<strong>do</strong> Pighini<br />

Fernan<strong>do</strong> Martini<br />

Conselho editorial Paulo Sérgio Ferreira<br />

Janaina Depiné<br />

Analu Guimarães<br />

Dr. Joemilson D. Lopes<br />

Marconi Silva Santos<br />

Pedro Lacerda<br />

Marcelo Pra<strong>do</strong><br />

Dalira L. C. M. Carneiro<br />

editor Chefe Eval<strong>do</strong> Pighini<br />

e Jornalista Responsável MG 06320 JP<br />

editor@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Reportagens Eval<strong>do</strong> Pighini<br />

Margareth Castro<br />

Michele Borges<br />

Fabiana Barcelos<br />

Laura Pimenta<br />

Rosiane Magalhães<br />

Talita Nakamuta<br />

Alitéia Milagre<br />

Renata Tavares<br />

Lia Barbosa<br />

Revisão Lúcia Amaral<br />

Fotografia Mauro Marques<br />

(exceto as creditadas)<br />

Colabora<strong>do</strong>ra Márcia Amaral<br />

Vendas Maurício Ribeiro<br />

55 34 3239 5844<br />

comercial08@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Anderson Cabral<br />

comercial03@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Secretaria Edileusa Ribeiro<br />

secretaria@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Jurídico Thiago Alves<br />

OAB 107.533<br />

Capa/editoração Humpormil<br />

Pré-impressão Mídia Kit<br />

impressão<br />

tiragem 7.000 exemplares<br />

anúncio 55 34 3239 5844<br />

assinatura 55 34 3239 5844<br />

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Canal Livre<br />

redacao@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Cartas Rua Roosevelt de<br />

Oliveira, 345 Sl 14<br />

Bairro Aparecida<br />

CEP 38.400-610<br />

Uberlândia - MG - Brasil<br />

edições extras 55 34 3239 5844<br />

e reprints<br />

comercial@revistamerca<strong>do</strong>.com.br<br />

Artigos assina<strong>do</strong>s não refletem necessariamente<br />

a opinião desta revista, assim como declarações<br />

emitidas por entrevista<strong>do</strong>s.<br />

É autorizada a reprodução total ou parcial das<br />

matérias, desde que citada a fonte.<br />

A <strong>Revista</strong> MERCADO é uma publicação mensal <strong>do</strong><br />

Grupo de Mídia Brasil Central (GMBC).<br />

<strong>Revista</strong> MeRCaDO 55 34 3236 6112<br />

Rua Roosevelt de<br />

Oliveira, 345 Sl 14<br />

Bairro Aparecida<br />

CEP 38.400-610<br />

Uberlândia - MG - Brasil<br />

Copyright © 2008 - grupo gMBC<br />

To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s.<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

<strong>As</strong> <strong>“mulheres”</strong> <strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong><br />

Destaque entre as mais importantes cidades brasileiras, Uberlândia não para de<br />

se superar: é a segunda maior cidade <strong>do</strong> interior de Minas Gerais; primeira cidade <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> e segunda <strong>do</strong> Brasil em saneamento básico; eleita em 2009 o melhor transporte<br />

público <strong>do</strong> país; premiada com o “Destaque de Ouro” na performance aterro<br />

sanitário; detentora <strong>do</strong> Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar e <strong>do</strong> Selo Qualidade<br />

em Educação Infantil; única cidade das Américas escolhida para representar os<br />

países emergentes na exposição “Better City, Better Life” (melhor qualidade de vida<br />

da população); ganha<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> prêmio “Bibi Vogel” pela excelência em aleitamento<br />

materno e baixo índice de mortalidade infantil; citada no livro 1000 X Architecture of<br />

the Americas (Canadá) como modelo em transporte urbano; maior polo atacadista<br />

brasileiro; segun<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, enfim, são conquistas e mais<br />

conquistas que não deixam dúvida da força <strong>do</strong> município, que a cada dia progride<br />

mais e tem à sua frente uma administração extremamente compromissada com o<br />

desenvolvimento - e o melhor de tu<strong>do</strong>, sustentável.<br />

Mas chama a atenção o fato de que, liderada pelo prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão, a administração<br />

municipal de Uberlândia tem uma particularidade que a diferencia da<br />

maioria: quase metade <strong>do</strong> secretaria<strong>do</strong> é lidera<strong>do</strong> por mulheres. Isso reforça que a<br />

competência também pode andar de saia e usar batom e blush - e, como disse Guevara,<br />

“sem perder a ternura”. Ana, Marli, Iracema, Valkíria, Mônica e Raquel são mulheres<br />

que estão fazen<strong>do</strong> a diferença e ajudan<strong>do</strong> o prefeito na condução <strong>do</strong> município<br />

que vai pouco a pouco se transforman<strong>do</strong> e conquistan<strong>do</strong> números exponenciais<br />

no cenário nacional.<br />

É justamente para falar das mulheres <strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong> que pensamos e elaboramos<br />

a nossa matéria de capa desta edição. É para mostrar quem são e quais responsabilidades<br />

têm, pois não podem passar anônimas pessoas que, como diz o próprio<br />

prefeito, tão competentemente administram as secretarias municipais que lhes foram<br />

designadas. Afinal, estamos num momento de plena ascensão feminina em<br />

que, por exemplo, temos uma mulher ocupan<strong>do</strong> o cargo mais alto <strong>do</strong> país pela<br />

primeira vez na história.<br />

<strong>As</strong>sim, as secretárias municipais que integram o governo de <strong>Odelmo</strong> Leão são<br />

prova de que com o avanço e amadurecimento das gerações, o sexo feminino veio<br />

ganhan<strong>do</strong> maior credibilidade e espaço no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios e da política. Elas,<br />

as mulheres <strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong>, espelham o desejo da mulher moderna de se realizar profissionalmente<br />

e de desempenhar novos papéis sociais, papéis que vão além de<br />

mãe e esposa.<br />

Toda essa postura, muito além de ser uma forma de independência financeira,<br />

promoveu uma igualdade em relação ao homem.<br />

Portanto, ao nosso leitor, apresentamos as mulheres <strong>do</strong> prefeito <strong>Odelmo</strong>.<br />

Boa leitura!<br />

Eval<strong>do</strong> Pighini<br />

Editor


merca<strong>do</strong> 46<br />

índice<br />

Na prefeitura de Uberlândia,<br />

quase metade das secretarias<br />

são comandadas por mulheres<br />

que ajudam o prefeito <strong>Odelmo</strong><br />

Leão na administração de um<br />

<strong>do</strong>s municípios mais prósperos<br />

<strong>do</strong> Brasil. Elas são prova de que<br />

competência também pode usar<br />

saia, batom e blush<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Capa<br />

22<br />

28<br />

Ciência<br />

Nos EUA, brasileiro lidera<br />

pesquisa com macacos, que<br />

sentem e movem objetos<br />

virtuais usan<strong>do</strong> apenas o<br />

pensamento; estu<strong>do</strong> faz<br />

parte <strong>do</strong> Projeto Walk Again<br />

e foi publica<strong>do</strong> na revista<br />

Nature. Novas etapas ocorrem<br />

no Brasil, no Instituto de<br />

Canal Livre ...............................................8<br />

Artigo ..................................................... 10<br />

Conversa ............................................... 12<br />

Energia .................................................. 58<br />

Bazar ...................................................... 74<br />

Dica de Leitura ................................... 80<br />

Vem aí o novo Suzuki SX4, que<br />

deve ser lança<strong>do</strong> até o final <strong>do</strong> ano.<br />

O crossover também deve ganhar<br />

futuramente uma versão sedan. O<br />

motor e a potência <strong>do</strong> novo Suzuki<br />

SX4 2012 foram melhora<strong>do</strong>s em<br />

Neurociências de Natal<br />

Franchising .......................................... 14<br />

Literatura .............................................. 82<br />

relação à versão anterior<br />

36 Trabalho<br />

Política ................................................... 16<br />

Profissões em Filme ......................... 84<br />

Turismo 66<br />

Medicina ............................................... 20<br />

Sustentabilidade ............................... 86<br />

É normal as pessoas escolherem<br />

a área de atuação segun<strong>do</strong> as<br />

aptidões, aquilo que se chama<br />

de vocação. Mas, ao longo da<br />

vida, pode surgir o interesse<br />

por outra coisa. É o caso de<br />

um engenheiro que fez de um<br />

hobby a sua nova profissão<br />

Agronegócios ..................................... 26<br />

Gestão ................................................... 38<br />

Decoração ............................................ 42<br />

Comportamento ............................... 52<br />

40 46 54<br />

Inovação Marketing<br />

O Governo de Minas acaba de<br />

firmar parceria com a Federação<br />

das Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de<br />

Minas Gerais (FIEMG), visan<strong>do</strong><br />

estreitar mais a sua relação<br />

com o segmento empresarial e<br />

trabalhar por uma aproximação<br />

maior deste com a universidade e<br />

centros de pesquisa<br />

Ponto de vista ..................................... 88<br />

In Foco ................................................... 90<br />

Causos empresariais ........................ 92<br />

Geral ....................................................... 94<br />

Enquanto o mun<strong>do</strong> evolui<br />

tecnologicamente, o futuro<br />

e o passa<strong>do</strong> caminham la<strong>do</strong><br />

a la<strong>do</strong>. Marcas e design retrô<br />

ganham popularidade entre<br />

os consumi<strong>do</strong>res. Coca-Cola,<br />

Brastemp, Nestlé, Devassa, Mabel<br />

e Grana<strong>do</strong> apostam na tendência<br />

Veículos<br />

Apaixone-se por Curaçao. Situada<br />

no Caribe, a 53 Km da costa<br />

Venezuelana, essa ilha paradisíaca<br />

oferece uma boa estrutura<br />

turística, além de uma exuberante<br />

vida submarina. Curaçao celebrou<br />

neste mês o seu primeiro ano<br />

como país<br />

Alimentação<br />

<strong>As</strong>socia<strong>do</strong> a níveis eleva<strong>do</strong>s de<br />

colesterol no sangue, verminoses,<br />

alergias e obesidade, o consumo<br />

de carne suína é rechea<strong>do</strong> de<br />

preconceitos, contu<strong>do</strong>, ela não<br />

é a vilã da saúde, como muita<br />

gente imagina<br />

60<br />

Outubro 2011<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011


merca<strong>do</strong><br />

canal livre<br />

“Bons negócios”<br />

Sou de Belo Horizonte, mas moro e trabalho em Uberlândia<br />

há três anos, como representante comercial. Isso me<br />

leva a estar em trânsito quase que semanalmente entre<br />

as duas cidades. Portanto, me sinto à vontade em afirmar<br />

que Uberlândia hoje não deixa nada a desejar à nossa capital<br />

em vários quesitos; agora mais, quan<strong>do</strong> li a matéria<br />

da edição de setembro que focou o potencial e estrutura<br />

uberlandense para eventos de negócios.<br />

Alcides Nunes Shuttler<br />

Representante comercial<br />

________________________________________________<br />

Triângulo Mineiro<br />

Muito se tem fala<strong>do</strong> na divisão <strong>do</strong> Pará para criação <strong>do</strong>s<br />

esta<strong>do</strong>s de Carajás e Tapajós, cujo plebiscito está marca<strong>do</strong><br />

para dezembro. Pergunto: por que ninguém fala<br />

ou se movimenta em prol da criação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Triângulo?<br />

Afinal, trata-se de uma região que, sem dúvida<br />

alguma, reúne totais condições de ser independente,<br />

vide as duas matérias de capa desta revista, uma que<br />

fala de Araguari e Uberlândia e outra que fala só de<br />

Uberlândia. Especificamente, na última edição, a de setembro,<br />

outra reportagem mostrou investimentos que<br />

a Vale irá fazer em Patrocínio e Uberaba (R$ 3,8 bilhões)<br />

e que a British Petroleum planeja para Tupaciguara (R$<br />

1,14 bilhão). Enfim, creio que o Triângulo emancipa<strong>do</strong>,<br />

sem ter que recolher aos cofres de Minas, iria se tornar<br />

em pouco tempo uma das unidades mais desenvolvidas<br />

e progressistas deste país.<br />

Alaor Fagundes Figueira<br />

<strong>As</strong>sistente Administrativo<br />

________________________________________________<br />

Bom Portugal<br />

Como boa portuguesa que sou - vim para o Brasil aos 19<br />

anos e por cá fiquei -, gostei muito da matéria mostran<strong>do</strong><br />

a gastronomia <strong>do</strong> meu Portugal. Porém, particularmente,<br />

eu acrescentaria mais uma receita às que foram<br />

publicadas: o Coelho à Caça<strong>do</strong>r. É de dar água na boca.<br />

Com um vinho madeira então... Quem se interessar em<br />

experimentar, na internet é fácil encontrar receitas deste<br />

prato. Vale a pena.<br />

Maria Santa Conceição<br />

Professora aposentada<br />

Saudades de Amsterdã<br />

Li com prazer, mas também com certa tristeza, a reportagem<br />

sobre Amsterdã (Holanda) publicada por esta<br />

revista. Prazer por já ter i<strong>do</strong> lá e poder curtir as maravilhas<br />

daquela cidade, e tristeza por não ter mais previsão<br />

de quan<strong>do</strong> poderei voltar. Foi uma viagem fantástica e<br />

aconselho a quem puder, que faça. Vale a pena.<br />

Júlia Pinheiro Castellanni<br />

________________________________________________<br />

A<strong>do</strong>ção no Brasil<br />

É difícil entender e aceitar a existência de tantas crianças<br />

à espera de a<strong>do</strong>ção em nosso país, como foi mostra<strong>do</strong> em<br />

matéria publicada por esta revista. Esse grande número,<br />

a meu ver, está relaciona<strong>do</strong> à exigência <strong>do</strong>s candidatos a<br />

pais, que procuram mais por crianças brancas e perfeitas,<br />

com bem diz a reportagem. Com isso, as crianças de cor<br />

negra, muitas das vezes, passam a vida inteira, até alcançar<br />

a maioridade, privadas de uma família e viven<strong>do</strong> em<br />

abrigos. <strong>As</strong>sim, o que esperar <strong>do</strong>s adultos de amanhã? Sou<br />

branca e, eu e meu mari<strong>do</strong>, pela impossibilidade de ter<br />

filhos, a<strong>do</strong>tamos duas crianças lindas, uma parda e outra<br />

negra; e elas só nos trouxeram alegrias até hoje. Uma está<br />

se forman<strong>do</strong> médica e outra quer ser professora, assim<br />

com eu. Esse meu testemunho é para pedir aos candidatos<br />

a pais que não façam distinção, pois a satisfação e o<br />

sentimento não estão na pele, mas no amor e na intenção.<br />

Lucelaine Damásio Men<strong>do</strong>nça<br />

Uberaba<br />

________________________________________________<br />

Dinheiro público?!<br />

Por que é que no Brasil todas as obras que envolvem investimento<br />

público nunca são acabadas de acor<strong>do</strong> os valores<br />

previstos inicialmente? Só para citar alguns exemplos, a recém-inaugurada<br />

ponte sobre o Rio Negro, pela presidente<br />

Dilma, custaria inicialmente R$ 574,8 milhões, em novembro<br />

de 2007, mas, ao final, custou 90% mais, quase R$ 1,1<br />

bilhão de reais; outra obra que serve de exemplo, que assim<br />

como tantas outras tem a ver com a Copa de 2014 no<br />

Brasil, é a reforma <strong>do</strong> Maracanã que, inicialmente, custaria<br />

cerca de R$ 600 milhões, mas, agora, já se aproxima de R$<br />

1 bilhão. No caso da ponte, o Ministério Público Federal<br />

(MPF) está investigan<strong>do</strong> o caso, mas dá para imaginar que<br />

não vai dar em nada.<br />

A pergunta é, para onde vai, ou melhor, para quais bolsos<br />

vão tanto dinheiro?<br />

Eduar<strong>do</strong> Lopes<br />

Estudante de Direito<br />

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Mensagens, comentários, sugestões e críticas sobre o conteú<strong>do</strong> editorial da <strong>Revista</strong> MeRCaDO para o Canal Livre:<br />

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<strong>As</strong> correspondências poderão ser publicadas de forma reduzida. Envie, em anexo, nome completo, profissão e cidade de origem<br />

8 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011


merca<strong>do</strong><br />

artigo *Clésio andrade é sena<strong>do</strong>r por Minas Gerais e presidente da<br />

Confederação Nacional <strong>do</strong> Transporte (CNT).<br />

Código Florestal, equilíbrio<br />

entre produção e preservação<br />

Por Clésio Andrade*<br />

O<br />

atual Código Florestal em vigor, Lei 4.771,<br />

de 1965, em revisão pelo Congresso Nacional,<br />

exige a recomposição ambiental de<br />

57,4 milhões de hectares hoje destina<strong>do</strong>s<br />

à produção agrosilvopastoril. Para atender<br />

a essa exigência, seria necessário reduzir em aproximadamente<br />

um quarto a produção agropecuária nacional.<br />

Especificamente em relação ao café, a exigência em<br />

vigor imporia a redução de 24,7% da produção, o equivalente<br />

a 664 mil toneladas. Minas Gerais, que produz a metade<br />

<strong>do</strong> café brasileiro, teria que deixar de produzir 334,7<br />

mil toneladas <strong>do</strong> grão, ou seja, 12,5% da safra nacional.<br />

No Espírito Santo, seriam outras 234,7 mil toneladas.<br />

Vale ressaltar a contribuição <strong>do</strong> café para a balança<br />

comercial brasileira, US$ 5,8 bilhões, <strong>do</strong>s quais US$<br />

2,04 bilhões deixariam de se concretizar, caso houvesse<br />

o corte na produção. A estimativa de redução total nas<br />

exportações <strong>do</strong>s principais produtos chega aos US$ 36,3<br />

bilhões, sen<strong>do</strong> menos US$ 7,61 bilhões em soja; US$ 2,99<br />

bilhões em milho; US$ 9,39 bilhões em cana de açúcar;<br />

US$ 7,55 bilhões em bovinos; US$ 1,98 bilhão em suínos;<br />

e US$ 4,69 bilhões em frangos.<br />

Essas são estimativas da Confederação Nacional da Agricultura<br />

(CNA), com base em análise de da<strong>do</strong>s públicos forneci<strong>do</strong>s<br />

pelo IBGE e pelo INPE, que apontam apenas três unidades<br />

da federação que ainda não ultrapassaram o limite legal<br />

para exploração agropecuária: Distrito Federal, Piauí e Bahia.<br />

Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s às três comissões temáticas<br />

<strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> Federal que examinaram o assunto, no último<br />

dia 15, pela CNA e não contesta<strong>do</strong>s, podem ser ainda<br />

mais graves em relação ao café, pois a cultura típica de altitude<br />

ocupa historicamente terrenos classifica<strong>do</strong>s como<br />

Áreas de Preservação Permanente (APP), principalmente<br />

em pequenas e médias propriedades familiares.<br />

O principal argumento contra o cultivo <strong>do</strong> café nesse<br />

tipo de terreno é o perigo de erosão. Porém, o agricultor<br />

atual já aprendeu e aplica técnicas de contenção, como a<br />

correta a<strong>do</strong>ção das curvas de nível e cultivo em plataformas,<br />

pois se não fizer isso, ficará com o prejuízo de perder<br />

sua lavoura. Ele é o principal interessa<strong>do</strong> em manter um<br />

cultivo que já se faz presente há décadas.<br />

Pelas características, a quase totalidade de cafeicultores<br />

nessas condições são os pequenos produtores<br />

familiares, que querem ver seus plantios considera<strong>do</strong>s<br />

atividade agrícola consolidada para, com isso, terem segurança<br />

jurídica para continuar a produzir.<br />

É preciso, pois, ponderar com equilíbrio a exigência<br />

de recuperação ambiental de 57,5 milhões de hectares,<br />

diante da realidade de que 60% <strong>do</strong> território nacional já<br />

são cobertos por florestas e de que existem 85,8 milhões<br />

de hectares de matas nativas nos estabelecimentos rurais,<br />

estes ocupan<strong>do</strong> 38,7% <strong>do</strong> território nacional.<br />

O Brasil já é o país com o maior percentual de cobertura<br />

florestal no mun<strong>do</strong>. Para cumprir a exigência legal,<br />

teria de aumentar em 6,7% a cobertura florestal existente,<br />

o que contribuiria com 0,44% de cobertura florestal<br />

a mais no planeta. Um custo econômico e social que representa<br />

um sacrifício talvez desnecessário para o país,<br />

agrava<strong>do</strong> pelo fato de representar também a perda de<br />

mais de 1,13 milhão de empregos. B


merca<strong>do</strong><br />

conversa thiago Castro é Superintendente <strong>do</strong> Center Shopping Uberlândia<br />

Preza<strong>do</strong> leitor,<br />

Quero chamar a sua atenção para<br />

o atual momento da indústria <strong>do</strong>s<br />

Shoppings Centers no Brasil, com destaque<br />

para a cidade de Uberländia,<br />

que conta com um empreendimento<br />

de ponta no setor, o Center Shopping.<br />

De uns anos para cá, o aumento<br />

<strong>do</strong> poder de consumo da classe média<br />

emergente, a estabilidade econômica<br />

e a demanda cada vez maior<br />

por centros de compra que viabilizem,<br />

além de um mix diversifica<strong>do</strong><br />

de lojas, lazer e serviços como lotéricas,<br />

bancos e supermerca<strong>do</strong>s em um<br />

único lugar, sem dúvida potencializaram<br />

o crescimento da indústria de<br />

shoppings centers no país. Da<strong>do</strong>s da<br />

<strong>As</strong>sociação Brasileira de Shoppings<br />

Centers (Abrasce) indicam que o setor<br />

fechou 2010 com um faturamento<br />

de R$ 87 bilhões.<br />

Outro movimento importante sinaliza<strong>do</strong><br />

por este setor é a interiorização,<br />

<strong>do</strong> ponto de vista geográfico.<br />

Shoppings <strong>do</strong> interior se tornaram<br />

um grande atrativo para as grandes<br />

marcas até pouco tempo concentradas<br />

nas capitais e grandes centros.<br />

Seguin<strong>do</strong> essa tendência de merca<strong>do</strong>,<br />

o Center Shopping tornou-se referência<br />

para a região <strong>do</strong> Triângulo<br />

Mineiro e Alto Paranaíba. O empreendimento<br />

abrange uma extensa<br />

área de influência com mais de 2<br />

milhões de habitantes e registra um<br />

fluxo de mais de 1 milhão de consumi<strong>do</strong>res<br />

por mês.<br />

Considera<strong>do</strong> o 8º maior<br />

shopping <strong>do</strong> Brasil, o Center<br />

Shopping (,,,) é o maior<br />

centro de compras <strong>do</strong> interior<br />

de Minas e referência para<br />

consumi<strong>do</strong>res de toda a região<br />

Em pleno desenvolvimento por<br />

meio de projetos de revitalização e<br />

expansão, o Center Shopping conta<br />

atualmente com 300 lojas, ten<strong>do</strong><br />

a presença das principais redes <strong>do</strong><br />

varejo - Fast Shop, Renner, Saraiva,<br />

Etna, C&A, McDonald’s, Lojas Americanas,<br />

Ponto Frio, Ricar<strong>do</strong> Eletro,<br />

Riachuelo, Centauro, Siberian, Burger<br />

King, Magazine Luiza -, além<br />

de outras grandes marcas exclusivas,<br />

como Calvin Klein, Capodarte,<br />

Richard’s e Le Lis Blanc. Considera<strong>do</strong><br />

o 8º maior shopping <strong>do</strong> Brasil, o<br />

Center Shopping, que no segun<strong>do</strong><br />

semestre de 2010 passou a ser administra<strong>do</strong><br />

pela BRMALLS, maior<br />

opera<strong>do</strong>ra de shoppings centers da<br />

América Latina, é o maior centro de<br />

compras <strong>do</strong> interior de Minas e referência<br />

para consumi<strong>do</strong>res de toda a<br />

região. Uma estrutura que contempla<br />

to<strong>do</strong>s os benefícios que fazem<br />

<strong>do</strong>s shoppings centers um sucesso<br />

junto a consumi<strong>do</strong>res de todas as<br />

faixas etárias - opções diversificadas<br />

de compra, serviços e lazer com comodidade,<br />

praticidade, ambiente<br />

agradável e segurança.<br />

A última expansão, inaugurada<br />

no primeiro semestre de 2010,<br />

que significou um crescimento de<br />

89,3 mil m² na área <strong>do</strong> shopping,<br />

também vem atender à demanda<br />

crescente por novos espaços por<br />

parte de investi<strong>do</strong>res que veem no<br />

empreendimento e na cidade de<br />

Uberlândia um merca<strong>do</strong> altamente<br />

promissor. O projeto traz o que há<br />

de mais atual em arquitetura e as novidades<br />

aplicadas pelo segmento de<br />

shoppings centers, conceito que já<br />

está sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> às demais áreas<br />

<strong>do</strong> Shopping no projeto de revitalização<br />

das instalações mais antigas.<br />

Outro projeto que destaca o pleno<br />

crescimento <strong>do</strong> Center Shopping é<br />

a construção de uma nova Praça de<br />

Alimentação no piso 2, com previsão<br />

de inauguração em 2012.<br />

Dois outros grandes projetos<br />

também terão impacto na operação<br />

<strong>do</strong> Center Shopping: a inauguração<br />

da torre comercial e da torre 2 <strong>do</strong><br />

Plaza Shopping Hotel, previstas para<br />

o segun<strong>do</strong> semestre de 2012. <strong>As</strong><br />

duas torres, juntamente com o Plaza<br />

Shopping Hotel e o Center Convention,<br />

agregam mais serviços e oportunidades,<br />

aumentam o fluxo de<br />

consumi<strong>do</strong>res e potencializam o desempenho<br />

<strong>do</strong> Shopping, reforçan<strong>do</strong><br />

o conceito mixed use.<br />

Enfim, estamos trabalhan<strong>do</strong> para<br />

reafirmar o compromisso de oferecer<br />

o melhor para clientes e lojistas,<br />

além de consolidar o posicionamento<br />

<strong>do</strong> Center Shopping como<br />

o maior e mais completo shopping<br />

center de Uberlândia e região. B


merca<strong>do</strong><br />

franchising & negócios<br />

Administra<strong>do</strong>r de franquia<br />

“Produtos e preço são responsabilidade da marca.<br />

O franquea<strong>do</strong> tem de buscar resulta<strong>do</strong>s a partir da gestão de pessoa”<br />

Por Carlos Ruben Pinto*<br />

Ao aderir a uma franquia,<br />

o franquea<strong>do</strong>,<br />

normalmente, paga<br />

uma taxa inicial pelo<br />

know-how, pelos méto<strong>do</strong>s<br />

de trabalho, pelas experiências<br />

e pelos acertos <strong>do</strong> franquea<strong>do</strong>r.<br />

To<strong>do</strong> esse aprendiza<strong>do</strong> só terá valor<br />

se o franquea<strong>do</strong> se sentir realmente<br />

capacita<strong>do</strong> para administrar com<br />

eficiência a sua empresa, se for capaz<br />

de usar bem os novos conhecimentos<br />

adquiri<strong>do</strong>s.<br />

A empresa franqueada é, por lei,<br />

econômica e juridicamente distinta<br />

da empresa franquea<strong>do</strong>ra, porém<br />

cada franquia deve ter um bom<br />

planejamento e objetivos claros, de<br />

acor<strong>do</strong> com sua área de atuação,<br />

em sintonia com o que for defini<strong>do</strong><br />

pelo franquea<strong>do</strong>r para toda a rede.<br />

O franquea<strong>do</strong>r espera que cada um<br />

de seus franquea<strong>do</strong>s administre sua<br />

unidade com entusiasmo, de forma<br />

correta e disciplinada, para fazer<br />

frente à competição diária inerente<br />

ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios.<br />

O franquea<strong>do</strong> deve treinar bem<br />

sua equipe, motivar, exigir competências<br />

e cobrar resulta<strong>do</strong>s. To<strong>do</strong>s<br />

devem ter um alto grau de profissionalismo.<br />

Para isso, é preciso acompanhar<br />

diariamente as operações<br />

da unidade, com o objetivo de verificar<br />

se quem executa coopera com<br />

a empresa, e se o que faz tem a necessária<br />

qualidade. Senão, é preciso<br />

*Carlos Ruben Pinto é administra<strong>do</strong>r de Empresas,<br />

Consultor de Franquias e Varejo - (31) 3282-6688 -<br />

carlos@mdsfranchising.com.br<br />

decidir rápi<strong>do</strong> pela troca, dispensan<strong>do</strong><br />

de imediato, quan<strong>do</strong> for o caso,<br />

os indiferentes e preguiçosos, sem<br />

complacência. Se o franquea<strong>do</strong> não<br />

tiver coragem e agilidade para fazer<br />

a substituição necessária, é melhor<br />

desistir de ser empresário e procurar<br />

um emprego. É fundamental<br />

que to<strong>do</strong>s na equipe entendam que<br />

devem ser produtivos, que estão na<br />

empresa para vencer a batalha diária<br />

da competição, são eles é que<br />

têm que se pagar e fazer o negócio<br />

dar lucro.<br />

O franquea<strong>do</strong> precisa proteger<br />

o negócio, persistir sempre e administrar<br />

com entusiasmo, fazen<strong>do</strong><br />

sua empresa tornar-se cada vez mais<br />

competitiva. É importante saber cobrar<br />

<strong>do</strong> franquea<strong>do</strong>r a assistência<br />

necessária quan<strong>do</strong> sentir dificuldades<br />

na gestão operacional diária, incluin<strong>do</strong><br />

administração de estoques,<br />

preços, negociação com fornece<strong>do</strong>res,<br />

prospecção e/ou manutenção<br />

de clientes etc., visan<strong>do</strong> sempre a um<br />

resulta<strong>do</strong> operacional satisfatório.<br />

Toda empresa, independente <strong>do</strong><br />

tamanho e número de funcionários,<br />

pode e deve ser vista em três níveis:<br />

estratégico, tático e operacional. O<br />

franquea<strong>do</strong>, como to<strong>do</strong> empresário,<br />

tem papéis importantes em cada<br />

um destes níveis. No nível estratégico,<br />

ele precisa ver a empresa como<br />

um to<strong>do</strong>: produtos, serviços e merca<strong>do</strong>.<br />

No nível tático, prevalece sua<br />

(Alberto Oyama - <strong>do</strong>no de 15 unidades Contém 1g)<br />

capacidade de liderança, sua estrutura<br />

e racionalização <strong>do</strong>s trabalhos.<br />

E no nível operacional é preciso saber<br />

como a tecnologia é utilizada na<br />

empresa, na produção, organização,<br />

atendimento e vendas.<br />

O franquea<strong>do</strong> precisa entender<br />

que não basta comprar uma franquia,<br />

é preciso apaixonar-se pelo<br />

negócio, estar permanentemente<br />

inquieto, firme, alerta em relação às<br />

oportunidades <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, orienta<strong>do</strong><br />

para competir e, sobretu<strong>do</strong>,<br />

saber administrar bem a empresa<br />

nos três níveis cita<strong>do</strong>s, para tê-la<br />

em suas mãos. O fato de estar no<br />

franchising participan<strong>do</strong> de uma<br />

rede faz suas chances serem bem<br />

melhores! Basta olhar para o merca<strong>do</strong><br />

e ver as empresas independentes<br />

organizan<strong>do</strong>-se em centrais<br />

de negócio e a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> uma marca<br />

comum. Os independentes e experientes<br />

estão se unin<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong><br />

redes de farmácia, de lojas de móveis,<br />

de papelaria, de supermerca<strong>do</strong>s,<br />

de material de construção,<br />

Toda empresa, independente <strong>do</strong> tamanho e número de funcionários, pode e deve<br />

ser vista em três níveis: estratégico, tático e operacional<br />

14 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

entre outras. Eles sabem que é difícil<br />

competir sozinho, em rede têm<br />

muito mais poder de negociação e<br />

condições de divulgar mais e melhor<br />

sua marca, produtos e serviços.<br />

Portanto, cabe ao franquea<strong>do</strong> fazer<br />

a sua franquia dar certo, trabalhan<strong>do</strong><br />

firme, acreditan<strong>do</strong> em si mesmo,<br />

para realizar o seu sonho de ser um<br />

empresário bem-sucedi<strong>do</strong>. B<br />

Para uma boa impressão<br />

não basta só jogar tinta no papel...<br />

Tem que saber o que faz.<br />

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merca<strong>do</strong><br />

política<br />

Cidade das Águas<br />

Governo de Minas inaugura no Triângulo Mineiro um <strong>do</strong>s maiores complexos<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> para educação e pesquisa em águas<br />

Da Redação com Agência Minas | Fotos: Carlos Alberto/Secom MG<br />

O<br />

vice-governa<strong>do</strong>r Alberto<br />

Pinto Coelho, acompanha<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ministro<br />

da Educação, Fernan<strong>do</strong><br />

Haddad, inaugurou,<br />

atriz Cleo Pires foi designada embaixa<strong>do</strong>ra<br />

das Águas da Unesco.<br />

Participaram da cerimônia os secretários<br />

de Esta<strong>do</strong>, Bilac Pinto (Desenvolvimento<br />

Regional de Política<br />

no final de setembro, em Frutal, Urbana) e Narcio Rodrigues (Ciên-<br />

no Triângulo Mineiro, a Cidade das cia, Tecnologia e Ensino Superior); o<br />

Águas, um <strong>do</strong>s maiores projetos <strong>do</strong> presidente <strong>do</strong> Unesco HidroEX, pro-<br />

mun<strong>do</strong> volta<strong>do</strong>s para a educação e fessor Otávio Elísio Alves de Brito; o<br />

pesquisa em águas. O complexo reu- presidente <strong>do</strong> Conselho Mundial das<br />

nirá instituições estaduais, federais e Águas, Loic Fauchon; o diretor da<br />

privadas, nacionais e internacionais, Unesco no Brasil, Lucien Muñoz; e a<br />

em um mesmo ambiente de convi- presidente da Fundação Cousteau,<br />

vência e interatividade. Na ocasião, a Francine Cousteau; além de depu-<br />

16 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Carlos Alberto/Secom<br />

MG) legenda: O vicegoverna<strong>do</strong>r,<br />

Alberto Pinto<br />

Coelho, na inauguração<br />

<strong>do</strong> prédio <strong>do</strong> HidroEx, na<br />

Cidade das Águas A atriz Cléo Pires, em destaque entre as autoridades presentes, foi escolhida embaixa<strong>do</strong>ra das<br />

Águas da Unesco<br />

ta<strong>do</strong>s estaduais e federais, representantes<br />

de instituições de ensino e<br />

lideranças locais.<br />

A criação da Cidade das Águas<br />

é uma iniciativa conjunta <strong>do</strong> Governo<br />

de Minas com o governo federal,<br />

apoiada pela Unesco. Já foram investi<strong>do</strong>s<br />

R$ 50 milhões na consolidação<br />

<strong>do</strong> conglomera<strong>do</strong>, com a previsão<br />

de mais R$ 80 milhões nos próximos<br />

<strong>do</strong>is anos, totalizan<strong>do</strong> R$ 130 milhões<br />

de investimento <strong>do</strong>s governos<br />

estadual e federal.<br />

Todas as instituições presentes<br />

na Cidade das Águas terão como<br />

eixo central a gestão, preservação e<br />

recuperação das águas, superficiais<br />

e subterrâneas. Outro objetivo será<br />

a formação de uma nova geração<br />

de líderes na gestão da água. Além<br />

de atender ao Brasil, a Cidade das<br />

Águas tem suas atividades voltadas<br />

também para a América Latina e<br />

para a África de Língua Portuguesa.<br />

Em pronunciamento, o vice-governa<strong>do</strong>r,<br />

Alberto Pinto Coelho, ressaltou<br />

o papel <strong>do</strong> Unesco HidroEX<br />

para o desenvolvimento sustentável<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong> país por meio da educação.<br />

“Cumpre-se o princípio complementar,<br />

o de ‘pensar localmente<br />

e agir globalmente’, pois o Centro<br />

Internacional de Educação, Capacitação<br />

e Pesquisa Aplicada em Água -<br />

Unesco/Hidroex será celeiro de uma<br />

nova geração de líderes na gestão<br />

da água e difundirá a educação ambiental<br />

no Brasil e no mun<strong>do</strong>”, disse.<br />

Já o ministro da Educação, Fernan<strong>do</strong><br />

Haddad, ressaltou a parceria<br />

com o Governo de Minas, já que a<br />

Cidade das Águas é um <strong>do</strong>s projetos<br />

estratégicos <strong>do</strong> Ministério da Educação.<br />

“Essa parceria entre o Governo<br />

de Minas e o governo federal é histórica,<br />

e nunca foi tão forte como nos<br />

últimos anos”, disse.<br />

Con<strong>do</strong>mínio<br />

Durante o evento, o vice-governa<strong>do</strong>r<br />

autorizou o Unesco HidroEX a<br />

se filiar como membro permanente<br />

<strong>do</strong> Conselho Mundial de Águas, sedia<strong>do</strong><br />

em Marselha, França, com o<br />

objetivo de fortalecer o compromisso<br />

das ações relacionadas à preservação<br />

da água.<br />

Alberto Pinto Coelho também<br />

anunciou a proposta de criação <strong>do</strong><br />

primeiro Con<strong>do</strong>mínio Temático de<br />

Instituições de Ensino Superior e de<br />

Pesquisa e Desenvolvimento, que<br />

terá sede na Cidade das Águas e reunirá<br />

universidades que se dedicarão<br />

à pesquisa e a projetos relaciona<strong>do</strong>s<br />

à água: Ufla (Lavras), UFV (Viçosa),<br />

Ufop (Ouro Preto), UFMG, UFTM (Triângulo<br />

Mineiro), UFU (Uberlândia) e<br />

PUC Minas.<br />

Visita às instalações<br />

Alberto Pinto Coelho foi recebi<strong>do</strong><br />

no aeroporto de Frutal pela prefeita<br />

Maria Cecília Marchi Borges (Ciça), ao<br />

som da Banda Municipal Major Lara.<br />

Ele estava acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> ministro<br />

da Educação, Fernan<strong>do</strong> Haddad,<br />

e <strong>do</strong> secretário de Esta<strong>do</strong> de Ciência,<br />

Tecnologia e Ensino Superior, Narcio<br />

Rodrigues. O vice-governa<strong>do</strong>r chegou<br />

ao auditório da Uemg de Frutal<br />

e, após os pronunciamentos, fez<br />

uma visita para conhecer as instalações<br />

<strong>do</strong> Unesco HidroEX. A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 17


merca<strong>do</strong><br />

política<br />

Alberto Pinto Coelho e o ministro da Educação, Fernan<strong>do</strong> Haddad, durante a assinatura <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento que oficializou a criação da Cidade das Águas, em Frutal, no Triângulo Mineiro<br />

A inauguração marca a entrada<br />

em funcionamento da nova<br />

sede <strong>do</strong> Centro Internacional de<br />

Educação, Capacitação e Pesquisa<br />

Aplicada em Águas (Unesco<br />

HidroEX). Ele foi cria<strong>do</strong> em 2009<br />

pelo Governo de Minas, com o<br />

objetivo de planejar, coordenar,<br />

executar, controlar e avaliar programas<br />

e projetos de defesa e<br />

preservação <strong>do</strong> meio ambiente,<br />

relativos à gestão das águas e <strong>do</strong>s<br />

recursos hídricos.<br />

Na nova sede <strong>do</strong> Unesco Hidro-<br />

EX, além da administração, funcionarão<br />

três laboratórios, duas salas<br />

de reunião, cinco salas para projetos,<br />

uma sala multimeios, entre<br />

outras dependências. Atualmente,<br />

17 projetos estão sen<strong>do</strong> executa<strong>do</strong>s<br />

pelo HidroEX em parceria com<br />

diversas instituições. Juntos, os<br />

projetos envolvem recursos de R$<br />

21 milhões.<br />

18 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Estu<strong>do</strong> das águas <strong>do</strong> Triângulo<br />

Durante o evento, também foi<br />

anunciada a parceria <strong>do</strong> Unesco HidroEX<br />

com a Sectes, Embrapa, UFV,<br />

Unifei (Itajubá), Companhia de Pesquisa<br />

de Recursos Minerais, UFMG,<br />

UFRJ, Copasa e instituições da Alemanha,<br />

dentre elas a University of<br />

Applied Science Weihenstephan-<br />

-Tries<strong>do</strong>rf e a Technische Universität<br />

Dresden, para estu<strong>do</strong>s das águas<br />

superficiais e subterrâneas <strong>do</strong> Triângulo<br />

Mineiro. O projeto de parceria<br />

custará R$ 2,5 milhões, custea<strong>do</strong>s<br />

pelas instituições alemãs.<br />

A Cidade das Águas terá unidades<br />

avançadas da Agência Nacional de<br />

Águas (ANA), Empresa Brasileira de<br />

Pesquisa Agropecuária (Embrapa),<br />

Instituto Federal <strong>do</strong> Triângulo Mineiro<br />

(IFTM), Universidade Federal <strong>do</strong> Triângulo<br />

Mineiro (UFTM), Universidade<br />

Federal de Minas Gerais (UFMG), Em-<br />

presa de <strong>As</strong>sistência Técnica e Extensão<br />

Rural (Emater), Instituto Mineiro<br />

de Gestão das Águas (Igam), Instituto<br />

Estadual de Florestas (IEF) e Instituto<br />

Nacional da Água (INA), instituição<br />

esta que ainda está sen<strong>do</strong> criada pelo<br />

governo federal. Novas entidades<br />

ainda podem participar <strong>do</strong> projeto.<br />

Espaço Cousteau<br />

A Cidade das Águas vai abrigar o<br />

Espaço Cousteau para as águas, projeto<br />

a ser desenvolvi<strong>do</strong> pelo Instituto<br />

Federal <strong>do</strong> Triângulo Mineiro (IFTM)<br />

em parceria com a HidroEX. Trata-se<br />

de moderna estrutura arquitetônica,<br />

dentro <strong>do</strong>s melhores padrões internacionais,<br />

para abrigar um amplo espaço<br />

de visitação com a exposição das atividades<br />

de pesquisa desenvolvidas pelo<br />

Comandante Cousteau pelos rios e<br />

mares <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> o material<br />

de expedição pela Amazônia. B


merca<strong>do</strong><br />

medicina<br />

Neuronavega<strong>do</strong>r faz<br />

sucesso em Uberlândia<br />

Além de ser utiliza<strong>do</strong> em cirurgias cerebrais complexas, o equipamento<br />

ajuda na fixação de parafusos em casos de intervenção na coluna<br />

Por Alitéia Milagres<br />

O objetivo da neuronavegação é ter imagens reais durante a cirurgia das estruturas <strong>do</strong> cérebro ou<br />

da coluna antes mesmo de iniciar o procedimento, permitin<strong>do</strong> que o médico vá direto ao ponto,<br />

minimizan<strong>do</strong>, assim, o risco de lesar outras estruturas próximas à área de interesse e retirar o máximo,<br />

ou toda a lesão com maior segurança<br />

20 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Imagem cedida pelo Hospital Santa Genoveva<br />

Uma equipe liderada<br />

pelos neurocirurgiões<br />

Samuel Caputo de Castro<br />

e Guilherme Duarte<br />

de Castro, <strong>do</strong> Hospital<br />

Santa Genoveva, de Uberlândia,<br />

realizou com sucesso uma neurocirurgia<br />

na cabeça de uma paciente,<br />

utilizan<strong>do</strong> um equipamento de<br />

neuronavegação para a remoção de<br />

uma lesão benigna, de localização<br />

profunda no lobo frontal. A tecnologia<br />

é de última geração e o procedimento<br />

foi inédito na história <strong>do</strong><br />

hospital. A cirurgia durou cerca de<br />

duas horas e meia e foi feita numa<br />

mulher de 28 anos, internada em<br />

decorrência de uma crise de <strong>do</strong>r de<br />

cabeça intensa, rigidez na nuca e<br />

crise epiléptica (quadro de hemorragia<br />

cerebral), ocasionada por uma<br />

má formação vascular <strong>do</strong> sistema<br />

nervoso central, conhecida pela<br />

classe médica como “cavernosa”.<br />

O que acontece<br />

é que, assim<br />

como o GPS<br />

orienta o<br />

motorista com<br />

relação ao<br />

seu destino, o<br />

equipamento<br />

orienta e indica o<br />

caminho (via de<br />

acesso) para o<br />

cirurgião atingir<br />

a estrutura a ser<br />

removida<br />

O médico Samuel Caputo explica<br />

que a tecnologia <strong>do</strong> neuronavega<strong>do</strong>r<br />

é de última geração e pode ser comparada<br />

a um Sistema Global de Posicionamento<br />

(GPS): “O que acontece é<br />

que, assim como o GPS orienta o motorista<br />

com relação ao seu destino, o<br />

equipamento orienta e indica o caminho<br />

(via de acesso) para o cirurgião<br />

atingir a estrutura a ser removida. A<br />

diferença é que com o GPS as coordenadas<br />

são postadas em um mapa<br />

Na prática, para o procedimento<br />

com o neuronavega<strong>do</strong>r, o cirurgião<br />

manuseia um instrumento<br />

que transmite um sinal capta<strong>do</strong><br />

pelo minissatélite. O satélite transmite<br />

para o computa<strong>do</strong>r. A ponta<br />

<strong>do</strong> instrumento - naturalmente estéril<br />

- é mostrada nas imagens da<br />

Ressonância Magnética (RM) nas<br />

três dimensões armazenadas no<br />

computa<strong>do</strong>r ao alcance da visão<br />

<strong>do</strong> neurocirurgião, direcionan<strong>do</strong>-o<br />

através <strong>do</strong> caminho a ser percorri<strong>do</strong><br />

na abertura da pele e <strong>do</strong> osso<br />

até atingir a lesão. “<strong>As</strong>sim, conseguimos<br />

atuar em áreas com lesões<br />

tumorais profundas <strong>do</strong> cérebro ou<br />

próximos a áreas nobres, porque<br />

a tecnologia é capaz de direcionar<br />

de forma exata os acessos por<br />

onde “o bisturi” pode entrar, a fim<br />

de chegar ao destino final”, disse o<br />

neurocirurgião Guilherme Duarte<br />

de Castro. Segun<strong>do</strong> ele, além de o<br />

procedimento tornar o trauma cirúrgico<br />

menor e a cirurgia mais precisa,<br />

ainda garante a qualidade no<br />

tratamento cirúrgico, sem contar<br />

que diminui o tempo da intervenção<br />

e a chance de lesões durante o<br />

ato cirúrgico.<br />

Além de ser utiliza<strong>do</strong> para tratar<br />

lesões no cérebro, o instrumento<br />

também pode ser manusea<strong>do</strong> em<br />

cirurgias de coluna para a fixação<br />

de parafusos, por exemplo, e em<br />

outras especialidades. “Nesse caso,<br />

além da precisão da cirurgia ser<br />

maior que a convencional, a recuperação<br />

também acaba sen<strong>do</strong> mais<br />

rápida”, esclarece Caputo.<br />

O procedimento<br />

que retrata a superfície <strong>do</strong> solo em<br />

duas dimensões - a estrada -, usan<strong>do</strong><br />

um satélite como referência. Já o<br />

neuronavega<strong>do</strong>r tem uma referência<br />

(como um minissatélite) dentro da<br />

sala de cirurgia e o alvo é localiza<strong>do</strong><br />

em três dimensões. O ponto a ser<br />

atingi<strong>do</strong> é mostra<strong>do</strong> “on time” na tela<br />

de um computa<strong>do</strong>r, nas imagens da<br />

ressonância magnética previamente<br />

realizada (vide imagem com o mapa<br />

da lesão, na abertura da reportagem).<br />

A intenção é<br />

simplificar o<br />

procedimento,<br />

tornan<strong>do</strong> a<br />

incisão e o<br />

trauma cirúrgico<br />

os menores<br />

possíveis para<br />

o paciente<br />

Em ambos os casos, os <strong>do</strong>is<br />

neurocirurgiões, Samuel Caputo e<br />

Guilherme Duarte, são objetivos ao<br />

afirmarem que o aparelho é utiliza<strong>do</strong><br />

em cirurgias eletivas ou aquelas<br />

que não se caracterizam como urgência<br />

ou emergência, e o paciente<br />

não corre risco imediato de morte.<br />

“O méto<strong>do</strong> não substitui a cirurgia<br />

convencional e a necessidade de<br />

um amplo conhecimento anatômico.<br />

É um complemento das técnicas<br />

habituais. No caso, a intenção é<br />

simplificar o procedimento, tornan<strong>do</strong><br />

a incisão e o trauma cirúrgico os<br />

menores possíveis para o paciente”,<br />

reforça Caputo. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 21


merca<strong>do</strong><br />

ciência<br />

Foto: AFP Photo/Duke University/Katie Zhuang<br />

A força da mente <strong>do</strong>s macacos<br />

Símios sentem e movem objetos virtuais usan<strong>do</strong> apenas o<br />

pensamento; estu<strong>do</strong> que faz parte <strong>do</strong> Projeto Walk Again é lidera<strong>do</strong><br />

por brasileiro e foi publica<strong>do</strong> na revista Nature. Novas etapas ocorrem<br />

no Brasil, no Instituto de Neurociências de Natal<br />

Da Redação com Agência<br />

A<br />

história de ficção <strong>do</strong> recém-lança<strong>do</strong><br />

filme “Planeta<br />

<strong>do</strong>s Macacos: A Origem”<br />

(Rise of the Planet<br />

of the Apes/ Twentieth<br />

Century-Fox Film Corporation/EUA-<br />

2011), que mostra uma rebelada raça<br />

de macacos superinteligentes, pode<br />

não estar assim tão distante da realidade,<br />

não no que depender da cada<br />

vez mais comprovada capacidade<br />

de raciocínio <strong>do</strong>s símios. No começo<br />

deste mês, o laboratório de neuro-<br />

22 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

ciências da Universidade de Duke,<br />

<strong>do</strong>s EUA, concluiu a segunda etapa<br />

<strong>do</strong> Projeto Walk Again, cuja meta é<br />

restaurar a mobilidade de pacientes<br />

tetraplégicos e paraplégicos e fazer<br />

um jovem paraplégico dar o pontapé<br />

inicial da Copa de 2014. Pela primeira<br />

vez, <strong>do</strong>is macacos conseguiram<br />

identificar a textura de objetos<br />

virtuais, além de mover um avatar<br />

usan<strong>do</strong> somente a atividade elétrica<br />

<strong>do</strong> cérebro. Essa demonstração<br />

aconteceu em via de mão dupla, ou<br />

No Projeto Walk Again, apenas com<br />

o poder <strong>do</strong> cérebro, os macacos<br />

aprenderam não só a como<br />

controlar um braço virtual, mas<br />

também a sentir texturas de objetos<br />

seja, entre o cérebro de um primata<br />

e um corpo virtual. O estu<strong>do</strong> foi publica<strong>do</strong><br />

no dia 5 de outubro, no site<br />

da revista científica Nature.<br />

O Projeto Walk Again, lidera<strong>do</strong><br />

pelo neurocientista Dr. Miguel Nicolelis,<br />

faz parte de um consórcio internacional<br />

sem fins lucrativos, cria<strong>do</strong><br />

por uma equipe de cientistas brasileiros,<br />

americanos, suíços e alemães,<br />

que visa a restaurar a mobilidade<br />

de corpo inteiro para os pacientes<br />

tetraplégicos. Para tanto, é utilizada<br />

uma interface cérebro-máquina, implementada<br />

em conjunto com um<br />

exoesqueleto robótico de corpo inteiro.<br />

A partir de 2012, o projeto será<br />

desenvolvi<strong>do</strong> no Brasil pela equipe<br />

<strong>do</strong> Instituto de Neurociências de Natal<br />

Edmond e Lilly Safra (IINN-ELS). A<br />

ideia é que o Walk Again se estenda<br />

no Brasil pela próxima década.<br />

A experiência, na prática<br />

Os macacos, sem mover nenhuma<br />

parte <strong>do</strong> seu corpo real, usaram<br />

a atividade elétrica de seus cérebros<br />

para dirigir as mãos virtuais de um<br />

avatar até a superfície de objetos<br />

virtuais. Uma vez que o contato com<br />

os objetos foi estabeleci<strong>do</strong>, os macacos<br />

foram capazes de diferenciar<br />

as texturas destes, expressas como<br />

padrões de sinais elétricos, transmiti<strong>do</strong>s<br />

continuamente para o cérebro<br />

desses animais. Três diferentes<br />

padrões elétricos correspondiam a<br />

cada uma das três texturas de objetos<br />

diferentes.<br />

(...) no futuro será possível a<br />

pacientes tetraplégicos aproveitar<br />

essa tecnologia não apenas para<br />

mover seus braços e mãos e<br />

voltar a andar, mas também para<br />

sentir a textura de objetos<br />

O neurocientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis é quem lidera o<br />

projeto Walk Again que, por meio de experiência com macacos, se<br />

propõe a restaurar a mobilidade de tetraplégicos e paraplégicos<br />

Pelo fato de nenhuma parte <strong>do</strong><br />

corpo real <strong>do</strong>s animais ter si<strong>do</strong> envolvida<br />

na operação dessa interface<br />

cérebro-máquina-cérebro, os experimentos<br />

sugerem que, no futuro,<br />

pacientes severamente paralisa<strong>do</strong>s<br />

devi<strong>do</strong> a uma lesão da medula espinhal<br />

poderão tirar proveito dessa tecnologia.<br />

E isso acontecerá não só para<br />

recuperar a mobilidade, mas também<br />

para ter o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> tato restaura<strong>do</strong>.<br />

“Com a nova etapa <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> concluída,<br />

no futuro será possível a pacientes<br />

tetraplégicos aproveitar essa tecnologia<br />

não apenas para mover seus<br />

braços e mãos e voltar a andar, mas<br />

também para sentir a textura de obje-<br />

Foto: Cristóbal Corral Vega<br />

tos coloca<strong>do</strong>s em suas mãos, ou perceber<br />

detalhes táteis das superfícies<br />

<strong>do</strong> terreno sobre o qual eles passeiam<br />

com a ajuda de um exoesqueleto robótico”,<br />

disse Nicolelis.<br />

Para o Dr. Nicolelis, o<br />

“sucesso notável com<br />

primatas é o que nos faz<br />

acreditar que os humanos<br />

poderão realizar a mesma<br />

tarefa com muito mais<br />

facilidade num futuro<br />

próximo”<br />

A interação entre o cérebro e um<br />

avatar virtual foi totalmente independente<br />

<strong>do</strong> corpo real <strong>do</strong> animal, pois<br />

os macacos não mexeram os braços<br />

nem as mãos de verdade. Eles sequer<br />

usaram sua pele real para tocar<br />

os objetos e identificar a sua textura.<br />

É quase como a criação de um novo<br />

canal sensorial, por meio <strong>do</strong> qual o<br />

cérebro pode continuar a processar<br />

a informação que até o experimento<br />

não era mais capaz de realizar.<br />

“O sucesso notável com primatas<br />

é o que nos faz acreditar que os humanos<br />

poderão realizar a mesma tarefa<br />

com muito mais facilidade num<br />

futuro próximo”, disse Nicolelis. “Esperamos<br />

que nos próximos anos essa<br />

tecnologia ajude a restaurar uma vida<br />

mais autônoma para muitos pacientes<br />

que estão atualmente bloquea<strong>do</strong>s,<br />

sem a capacidade de se mover<br />

ou de ter qualquer sensação tátil”,<br />

explica o neurocientista. A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 23<br />

Foto: Divulgação


merca<strong>do</strong><br />

ciência<br />

Avatar <strong>do</strong> macaco: resulta<strong>do</strong>s<br />

fornecem novas evidências<br />

de que é possível criar um<br />

exoesqueleto robótico, para que<br />

pacientes paralisa<strong>do</strong>s possam<br />

explorar e receber feedbacks <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> exterior<br />

Os resulta<strong>do</strong>s fornecem novas<br />

evidências de que é possível criar<br />

um exoesqueleto robótico, para que<br />

pacientes paralisa<strong>do</strong>s possam explorar<br />

e receber feedbacks <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

exterior. Tal exoesqueleto será diretamente<br />

controla<strong>do</strong> pela atividade<br />

cerebral voluntária <strong>do</strong> paciente, a<br />

fim de permitir que este se mova de<br />

forma autônoma. Simultaneamente,<br />

sensores distribuí<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o<br />

exoesqueleto geram um tipo de feedback<br />

tátil necessário para o cérebro<br />

identificar a textura, a forma e a tem-<br />

peratura <strong>do</strong>s objetos, assim como<br />

muitas características da superfície<br />

sobre a qual os pacientes andam.<br />

O estu<strong>do</strong> teve como autores,<br />

além <strong>do</strong> Dr. Miguel Nicolelis, Joseph<br />

E. O’Doherty, Mikhail A. Lebedev, Peter<br />

J. IFFT, Katie Z. Zhuang, to<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

nota<br />

Centro de Neurociência da Universidade<br />

de Duke, e Shokur Solaiman<br />

e Hannes Bleuler, da Escola Politécnica<br />

Federal da Lausanne (EPFL), em<br />

Lausanne, Suíça. Este trabalho foi financia<strong>do</strong><br />

pelo Instituto Nacional de<br />

Saúde <strong>do</strong>s EUA.<br />

Instituto Internacional de Neurociências de Natal (RN) Edmond<br />

e Lily Safra - Funda<strong>do</strong> em 2003, o IINN-ELS é um <strong>do</strong>s melhores<br />

exemplos <strong>do</strong> salto qualitativo na vida acadêmica e científica<br />

brasileira. Durante esse perío<strong>do</strong>, o Instituto tem da<strong>do</strong> sua<br />

contribuição e mostra<strong>do</strong> ao Brasil e ao mun<strong>do</strong> sua capacidade<br />

de produzir e disseminar conhecimento pela via da produção<br />

científica e pelo esforço desenvolvi<strong>do</strong> em vários níveis para<br />

transformar Natal em uma referência mundial de pesquisa<br />

biomédica, de educação científica infanto-juvenil e também num<br />

paradigma de desenvolvimento socioeconômico. B


merca<strong>do</strong><br />

agronegócios<br />

que farão parte da política. O trabalho<br />

conta com o apoio da Fundação<br />

de Amparo à Pesquisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de<br />

Minas Gerais (Fapemig)”, informa.<br />

Napoleão acrescenta que o manual<br />

será utiliza<strong>do</strong> por técnicos de<br />

campo da Emater-MG, Epamig e<br />

IMA, instituições vinculadas à Secretaria<br />

da Agricultura, bem como pelas<br />

secretarias municipais de Agricultura.<br />

“Os técnicos aproveitarão todas<br />

as oportunidades, especialmente<br />

os dias de campo, para repassar aos<br />

produtores as informações contidas<br />

na publicação”, diz o subsecretário.<br />

Produtores rurais mineiros serão orienta<strong>do</strong>s a desenvolver suas atividades baseadas na Política<br />

Estadual de Conservação <strong>do</strong> Solo e Água a partir de 2012 O subsecretário <strong>do</strong><br />

Agronegócio da Seapa,<br />

Bal<strong>do</strong>ne<strong>do</strong> Napoleão,<br />

diz que os agricultores e<br />

Negócios sustentáveis em<br />

campos mineiros<br />

Política de conservação <strong>do</strong> solo e da água vai orientar produção rural<br />

no esta<strong>do</strong><br />

Por Agência Esta<strong>do</strong><br />

A<br />

partir de 2012, os produtores<br />

rurais mineiros<br />

poderão desenvolver<br />

suas atividades ten<strong>do</strong><br />

como referência a Política<br />

Estadual de Conservação de<br />

Solo e Água, que está sen<strong>do</strong> estruturada<br />

sob a coordenação da<br />

Subsecretaria <strong>do</strong> Agronegócio da<br />

26 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Secretaria de Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento (Seapa). A elaboração<br />

da política - um conjunto de<br />

normas e orientações para a a<strong>do</strong>ção<br />

de boas práticas nas propriedades<br />

agrícolas e pecuárias - foi aprovada<br />

pelo Conselho Diretor das Ações de<br />

Manejo de Solos (CDSOLO) cria<strong>do</strong><br />

pela secretaria.<br />

Segun<strong>do</strong> o subsecretário Bal<strong>do</strong>ne<strong>do</strong><br />

Arthur Napoleão, a política é um<br />

passo indispensável para a criação <strong>do</strong><br />

Plano Estadual de Conservação de<br />

Solo e Água. “Atualmente, a subsecretaria<br />

está organizan<strong>do</strong> a publicação<br />

de um manual com informações<br />

legais, técnicas e gerenciais relacionadas<br />

à conservação de solo e água<br />

pecuaristas serão induzi<strong>do</strong>s<br />

a utilizar boas ações de<br />

conservação <strong>do</strong> solo e<br />

da água diante de um<br />

cenário com alto índice de<br />

degradação das áreas de<br />

produção rural<br />

Os contatos, conforme explica<br />

Napoleão, terão por objetivo induzir<br />

os agricultores e pecuaristas a utilizar<br />

boas ações de conservação <strong>do</strong> solo e<br />

da água diante de um cenário com<br />

alto índice de degradação das áreas<br />

de produção rural. Da<strong>do</strong>s da Emater<br />

mostram que, em Minas Gerais, estão<br />

degrada<strong>do</strong>s ou em processo de<br />

degradação entre 5 e 6 milhões de<br />

hectares, cerca de um terço da área<br />

de pastagem e produção agrícola.<br />

“Em alguns casos, como o <strong>do</strong> Vale<br />

<strong>do</strong> Rio Doce, há terras transformadas<br />

em deserto”, descreve o subsecretário.<br />

Uma das principais medidas para<br />

recuperar as pastagens é a a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>do</strong> sistema de Integração Lavoura,<br />

Pecuária e Floresta (ILPF) com o<br />

plantio direto, ou seja, sem aração e<br />

gradagem para preparo <strong>do</strong> solo destina<strong>do</strong><br />

ao cultivo.<br />

Em pastagens recuperadas por<br />

meio desse sistema, é possível a<br />

manutenção de <strong>do</strong>is a três animais<br />

por hectare, enquanto nas áreas<br />

degradadas a ocupação possível é<br />

da ordem de 0,3 a 0,5 cabeça por<br />

hectare. Além disso, na agricultura,<br />

estão sen<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>s, em Minas Gerais,<br />

de 120 a 130 sacos de 60 quilos<br />

de milho por hectare em lavouras<br />

com plantio direto em áreas de pastagens<br />

recuperadas.<br />

Suporte <strong>do</strong> conhecimento<br />

Com base no programa que será<br />

apresenta<strong>do</strong> no manual da Política<br />

de Conservação de Solo e Água de<br />

Minas Gerais, os técnicos vão orientar<br />

os agricultores sobre os princípios<br />

da erosão, como utilizar o solo,<br />

fazer o manejo da água e a<strong>do</strong>tar<br />

méto<strong>do</strong>s para recomposição das<br />

áreas degradadas.<br />

De acor<strong>do</strong> com o superintendente<br />

de Desenvolvimento Agropecuário<br />

e Silvicultura da Subsecretaria<br />

<strong>do</strong> Agronegócio, Bruno de<br />

Barros Ribeiro de Oliveira, em todas<br />

as etapas <strong>do</strong> trabalho os agricultores<br />

e pecuaristas vão receber informações<br />

gerais sobre a importância<br />

da preservação ambiental como fator<br />

indispensável à sustentabilidade<br />

de seus programas de produção.<br />

“<strong>As</strong> práticas de manejo <strong>do</strong> solo e<br />

uso da água a serem apresentadas no<br />

manual são básicas para o aumento<br />

da produção de alimentos com qualidade”,<br />

ressalta o superintendente.<br />

Ele ainda observa que a proposta é<br />

fazer uma publicação de referência,<br />

porque será elaborada com a participação<br />

de professores, técnicos e pesquisa<strong>do</strong>res<br />

da Universidade Federal<br />

de Viçosa (UFV), Universidade Federal<br />

de Lavras (Ufla) e Emater-MG. B<br />

Na região <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Rio Doce, no norte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, há<br />

terras que foram transformadas em deserto, segun<strong>do</strong> alerta<br />

Bal<strong>do</strong>ne<strong>do</strong> Napoleão<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 27


merca<strong>do</strong><br />

capa<br />

<strong>As</strong> <strong>“mulheres”</strong> <strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong><br />

Sexo frágil, que nada. Na prefeitura de Uberlândia, quase metade das<br />

secretarias municipais são comandadas por mulheres que, alinhadas<br />

ao prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão, são prova de que competência também<br />

pode estar de saia, batom e blush<br />

Por Margareth Castro<br />

Uberlândia, no Triângulo<br />

Mineiro, é a segunda<br />

maior cidade <strong>do</strong> interior<br />

de Minas Gerais. Foi, em<br />

setembro, o quarto município<br />

que mais gerou emprego; é<br />

a primeira cidade <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e a segunda<br />

<strong>do</strong> país em saneamento básico;<br />

em 2009, foi eleita a cidade de<br />

melhor transporte público <strong>do</strong> Brasil;<br />

e recebeu também o prêmio “Destaque<br />

de Ouro”, na performance<br />

aterro sanitário. E esses são apenas<br />

alguns destaques <strong>do</strong> município, que<br />

28 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

está entre os que apresentam os melhores<br />

índices de desenvolvimento<br />

em território nacional. A conquista<br />

disso é o reflexo <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> prefeito<br />

<strong>Odelmo</strong> Leão (PP) que, em seu<br />

segun<strong>do</strong> mandato, procura dividir<br />

com o seu secretaria<strong>do</strong> os méritos<br />

<strong>do</strong> sucesso na sua administração.<br />

Mas chama a atenção o fato de que<br />

das 16 secretarias municipais, sete,<br />

quase a metade, são ocupadas por<br />

mulheres, escolhidas, principalmente,<br />

pela competência técnica, segun<strong>do</strong><br />

define o próprio prefeito.<br />

É perceptível a presença feminina<br />

na Administração Municipal de<br />

Uberlândia. Excluin<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> escalão,<br />

são seis as mulheres de <strong>Odelmo</strong><br />

- uma delas acumula a direção de<br />

duas secretarias - à frente de cargos<br />

estratégicos. Diferentemente <strong>do</strong> que<br />

ocorre em outras prefeituras <strong>do</strong> país,<br />

onde elas são escolhidas normalmente<br />

para exercer cargos relaciona<strong>do</strong>s<br />

ao social, em Uberlândia, as<br />

mulheres estão em secretarias estratégicas.<br />

São comandadas pelo sexo<br />

feminino as secretarias de Governo<br />

(Ana Paula Procópio Junqueira), Comunicação<br />

Social e Estratégia (Ana<br />

Paula Procópio Junqueira), Administração<br />

(Marli Vieira da Silva Melazo),<br />

Desenvolvimento Social (Iracema<br />

Barbosa Marques), Agropecuária e<br />

Abastecimento (Valkíria Borges Naves<br />

Lorena), Cultura (Mônica Debs<br />

Diniz) e Meio Ambiente (Raquel<br />

Mendes Carvalho).<br />

O prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão enfatiza<br />

que sua escolha foi puramente técnica,<br />

mas ressalta que é uma característica<br />

dele ter sempre mulheres<br />

desempenhan<strong>do</strong> funções estratégicas<br />

ao seu la<strong>do</strong>. “Desde o primeiro<br />

mandato, em 2005, tenho sempre<br />

trabalha<strong>do</strong> com as mulheres. Isso<br />

pela dedicação, competência, eficiência,<br />

zelo e responsabilidade delas<br />

na área profissional”, disse. <strong>Odelmo</strong><br />

Leão completou dizen<strong>do</strong> que reconhece<br />

esses predica<strong>do</strong>s femininos.<br />

“E onde pude contar com as servi<strong>do</strong>ras<br />

públicas, aproveitei para mostrar<br />

que há uma valorização <strong>do</strong> seu dia a<br />

dia. Das seis secretárias, três são servi<strong>do</strong>ras”,<br />

afirmou.<br />

Para todas elas, a escolha <strong>do</strong><br />

prefeito, muito mais <strong>do</strong> que estratégia<br />

política, é baseada na confiança<br />

e no respeito ao trabalho que<br />

elas realizaram ao longo de suas<br />

vidas. <strong>As</strong> secretárias concordam<br />

que é uma mudança revolucionária<br />

de comportamento, pois até 24<br />

de fevereiro de 1932 as mulheres<br />

não votavam, embora concordem<br />

também que a presença <strong>do</strong> sexo<br />

feminino nas instâncias de decisão<br />

política deveria ser maior. Até 2009,<br />

no Brasil, as mulheres representavam<br />

apenas 9% da Câmara Federal<br />

e cerca de 12% <strong>do</strong>s assentos nas<br />

<strong>As</strong>sembleias Legislativas. Já nas Câmaras<br />

Municipais, eram 12%; e nos<br />

executivos municipais, 9%.<br />

A primeira-dama, Ana Paula Junqueira,<br />

que acumula as secretarias<br />

de Governo e Comunicação Social<br />

e Estratégia, reforça que o prefeito<br />

sempre valorizou as mulheres e<br />

lembra que quan<strong>do</strong> <strong>Odelmo</strong> Leão<br />

foi líder <strong>do</strong> governo na Câmara <strong>do</strong>s<br />

Deputa<strong>do</strong>s, em Brasília, por oito<br />

anos consecutivos, o gabinete da<br />

liderança era chefia<strong>do</strong> por uma mulher.<br />

E no escritório particular dele,<br />

Leila Guimarães era a chefe de gabinete<br />

“Com o <strong>Odelmo</strong>, a mulher<br />

tem vez, voz e toma decisões. Não<br />

há imposições. Com ele, elas podem<br />

discutir”, ressaltou.<br />

No entanto, Ana Paula ressalta<br />

que a participação da mulher na política<br />

ainda precisa melhorar, já que<br />

elas são a maioria das eleitoras. No<br />

Brasil, nas últimas eleições, pouco<br />

mais de 70,3 milhões eram eleitoras,<br />

representan<strong>do</strong> 51.82% <strong>do</strong> total de<br />

135,8 milhões de eleitores. Em Minas,<br />

o porcentual de mulheres era<br />

de 51.33%, ou seja, 872,5 mulheres<br />

para um universo de 14,5 milhões<br />

de eleitores.<br />

A polivalente secretária diz ainda<br />

que é contra a lei que determina um<br />

percentual de participação feminina<br />

nos parti<strong>do</strong>s. Para ela, a mulher tem<br />

que ter consciência da importância<br />

de sua participação na política, sem a<br />

obrigatoriedade de participar. “É preciso<br />

gostar <strong>do</strong> que se faz, pois com<br />

amor faz-se bem feito”, acrescentou. A<br />

“Desde o primeiro mandato,<br />

em 2005, tenho sempre<br />

trabalha<strong>do</strong> com as mulheres.<br />

Isso pela dedicação,<br />

competência, eficiência, zelo<br />

e responsabilidade delas na<br />

área profissional”<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 29


merca<strong>do</strong><br />

capa<br />

Outras mulheres<br />

O reconhecimento pelo trabalho<br />

das mulheres em seu governo<br />

é tão verdadeiro, que durante<br />

Viviane Guimarães de Oliveira<br />

Ana Paula Junqueira,<br />

secretária municipal de<br />

Governo e de Comunicação<br />

Social e Estratégia<br />

30 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

a entrevista, o prefeito <strong>Odelmo</strong><br />

Leão citou duas mulheres cujas<br />

participações são relevantes para<br />

a administração municipal.<br />

Viviane Guimarães de Oliveira,<br />

chefe <strong>do</strong> controle interno e servi<strong>do</strong>ra<br />

municipal há 19 anos, é responsável<br />

pela arrecadação e execução<br />

da administração, ou seja,<br />

é o órgão fiscaliza<strong>do</strong>r interno. “Eu<br />

não faço nada sem ela aprovar”,<br />

disse <strong>Odelmo</strong> Leão.<br />

A outra mulher citada pelo<br />

prefeito é Leila Magalhães, diretora<br />

de Administração da Secretaria<br />

Municipal de Saúde. Servi<strong>do</strong>ra pública<br />

federal, ela está há 20 anos<br />

com o prefeito. Ela mu<strong>do</strong>u-se para<br />

Uberlândia há 18 meses, e é responsável<br />

pela área mais técnica<br />

da Secretaria de Saúde.<br />

Perfis: quem são as secretárias municipais<br />

Ana Paula Junqueira é esposa<br />

<strong>do</strong> prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão e<br />

tem uma filha de 19 anos desse<br />

relacionamento. Presidente <strong>do</strong><br />

Parti<strong>do</strong> Progressista (PP) em Uberlândia,<br />

tomou gosto pela política<br />

desde que começou a trabalhar<br />

na Federação de Agricultura de<br />

Minas Gerais (Faemg), já na área<br />

de assessoria de comunicação.<br />

“Gosto de política, <strong>do</strong>s basti<strong>do</strong>res,<br />

da organização. Mas trabalho apenas<br />

para quem gosto e em quem<br />

acredito”, disse.<br />

No ano passa<strong>do</strong>, surgiram comentários<br />

na cidade de que ela seria<br />

a sucessora <strong>do</strong> prefeito, o que<br />

ela descarta veementemente. “Não<br />

tenho pretensões políticas, não<br />

preten<strong>do</strong> ser candidata a nada.<br />

Gosto das articulações. Foi um assunto<br />

que surgiu talvez por eu estar<br />

à frente da secretaria de Governo,<br />

mas que já passou”, explicou.<br />

“Conheci o prefeito <strong>Odelmo</strong><br />

Leão em Brasília e gosto de trabalhar<br />

com ele porque ele tem senso<br />

de observação, deixa metas claras”,<br />

observa Leila Magalhães.<br />

Leila Magalhães<br />

Tímida e com um jeito simples,<br />

diz que acumular as funções de primeira-dama<br />

<strong>do</strong> município e duas<br />

secretarias para ela é normal e que<br />

vê este como um trabalho como<br />

qualquer outro, que exige responsabilidade,<br />

compromisso, dedicação.<br />

“Das três funções, a que exerço<br />

menos é a de primeira-dama”,<br />

avaliou. Para ela, cada área tem a<br />

sua importância e peculiaridades.<br />

“Das três<br />

funções, a que<br />

exerço menos<br />

é a de primeiradama”<br />

Na secretaria de Governo, Ana<br />

Paula é responsável por checar toda<br />

a <strong>do</strong>cumentação que chega à prefeitura<br />

antes de ir para o prefeito. A<br />

Secretaria é responsável ainda por<br />

integrar todas as outras secretarias,<br />

para que trabalhem em rede. “Faço<br />

a parte burocrática. O trabalho é<br />

uma rotina”, disse.<br />

Já na Secretaria de Comunicação<br />

e Estratégia, Ana Paula ajuda a<br />

organizar as pautas e a fazer o meio<br />

de campo com a imprensa. Ela assumiu<br />

a pasta há cerca de um ano e<br />

meio e para os servi<strong>do</strong>res que trabalham<br />

com ela, não poderia haver<br />

pessoa melhor para assumir a Secretaria.<br />

“Por ter acesso a to<strong>do</strong>s os<br />

papéis que chegam à prefeitura e<br />

estar ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> prefeito, ela, mais<br />

<strong>do</strong> que ninguém, sabe o que acontece<br />

dentro da prefeitura e o que<br />

deve e como deve ser divulga<strong>do</strong><br />

para a comunidade”, afirmou o jornalista<br />

Marden Rangel.<br />

Ana Paula Junqueira nasceu em<br />

Varginha e criou-se em Caxambu.<br />

Formou-se em Relações Públicas<br />

pela Faculdade Newton Paiva, em<br />

Belo Horizonte, e depois de trabalhar<br />

na Faemg e com vários políticos,<br />

como Tancre<strong>do</strong> Neves e Alísson Paulinelli,<br />

foi trabalhar com o prefeito<br />

<strong>Odelmo</strong> Leão, na época, deputa<strong>do</strong><br />

federal, em Brasília. Há 16 anos veio<br />

morar em Uberlândia.<br />

Mesmo com vários parentes na<br />

política, Ana Paula não acredita que<br />

isso a tenha influencia<strong>do</strong> a gostar<br />

de política e a trabalhar com ela.<br />

“Sempre fui uma pessoa futriqueira,<br />

inquieta, que gosta de aprender as<br />

coisas”, justificou. Faltan<strong>do</strong> pouco<br />

mais de um ano de mandato, ela<br />

diz que o principal desafio à frente<br />

das secretarias é concluir o que já<br />

está sen<strong>do</strong> feito da melhor maneira<br />

possível. Para quan<strong>do</strong> terminar<br />

o mandato, ela também já tem planos.<br />

“Vou cuidar <strong>do</strong>s meus cavalos”,<br />

concluiu com uma risada.<br />

Aos 72 anos, a uberlandense<br />

Marli Melazo sempre foi uma mulher<br />

à frente <strong>do</strong> seu tempo. Fez<br />

Marli Vieira da Silva Melazzo,<br />

secretária municipal de<br />

Administração<br />

curso técnico de Contabilidade em<br />

uma época em que as mulheres faziam<br />

apenas o Normal; depois cursou<br />

a faculdade de Ciências Econômicas<br />

da Universidade Federal de<br />

Uberlândia (UFU), sen<strong>do</strong> aluna da<br />

primeira turma <strong>do</strong> curso de Ciências<br />

Contábeis e Econômicas.<br />

Marli Melazo começou a trabalhar<br />

antes <strong>do</strong>s 18 anos, aposentou-<br />

-se como <strong>do</strong>cente em junho de<br />

1991, mas continuou sua rotina até<br />

decidir-se, em 2005, a ficar em casa<br />

e descansar. Mas, em 2006, recebeu<br />

o convite <strong>do</strong> prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão<br />

para assumir a Secretaria de Administração<br />

e topou mais esse desafio,<br />

mesmo não sen<strong>do</strong> da política<br />

partidária. “Não tenho pretensões<br />

políticas, sou técnica, gosto de trabalhar”,<br />

enfatizou.<br />

Apesar de ter desenvolvi<strong>do</strong> uma<br />

carreira acadêmica, Marli Melazo<br />

sempre atuou na área contábil e<br />

financeira. Exerceu cargos administrativos,<br />

como chefe de departamento,<br />

coordena<strong>do</strong>ra de curso,<br />

vice-diretora de faculdade, pró-reitora<br />

administrativa. Além da área<br />

pública, também tem experiência<br />

na iniciativa privada. Trabalhou<br />

por 15 anos em um laboratório de<br />

produtos farmacêuticos, 10 anos na<br />

Encol e 3 anos na faculdade Esamc,<br />

de Uberlândia. “O convite para assumir<br />

a Secretaria de Administração<br />

me pegou de surpresa, mas foi uma<br />

honra aceitá-lo”, disse.<br />

Marli Melazo foi nomeada secretária<br />

em 7 de dezembro de 2006, ainda<br />

no primeiro mandato <strong>do</strong> prefeito<br />

<strong>Odelmo</strong> Leão, e depois foi convidada<br />

a permanecer no segun<strong>do</strong> mandato.<br />

Ela diz que a Secretaria exige<br />

conhecimento técnico e é uma Secretaria<br />

“pesada”, que atende toda<br />

a prefeitura em determinadas áreas.<br />

“A prefeitura tem entre 12 e 13 mil<br />

servi<strong>do</strong>res, to<strong>do</strong>s sob a responsabilidade<br />

da Secretaria. São várias diretorias<br />

e núcleos”, contou.<br />

“Não tenho<br />

pretensões<br />

políticas, sou<br />

técnica, gosto<br />

de trabalhar”<br />

Apesar de ter fugi<strong>do</strong> aos padrões<br />

da época, Marli Melazo diz<br />

que não vê diferença de capacidade<br />

entre um homem e uma mulher, e<br />

enxerga o fato de ter si<strong>do</strong> escolhida<br />

para assumir a pasta com normalidade,<br />

pois isto se deu basea<strong>do</strong><br />

em suas experiências profissionais.<br />

“Não sou feminista. Acredito que<br />

temos como ocupar os nossos lugares.<br />

Sempre soube o que queria e<br />

fui atrás. Temos que buscar nossas<br />

competências”, disse.<br />

Além <strong>do</strong> número de servi<strong>do</strong>res<br />

e obrigações junto à Secretaria, um<br />

<strong>do</strong>s maiores desafios da secretária<br />

é administrar um orçamento de<br />

aproximadamente R$ 67 milhões e<br />

com previsão em 2012 para R$ 74<br />

milhões. Para ela, em to<strong>do</strong>s esses<br />

anos como secretária, foram vários A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 31


merca<strong>do</strong><br />

capa<br />

os desafios, entre eles regularizar,<br />

regulamentar e organizar o processo<br />

de gestão em várias áreas. Ao assumir,<br />

teve a liberdade para escolher<br />

as chefias de setores, mas preferiu<br />

manter as que já estavam e diz que<br />

o trabalho que realizou até agora só<br />

foi possível graças à equipe que tem,<br />

formada por pessoas de confiança,<br />

que têm ideais, objetivos. “Não tenho<br />

me<strong>do</strong> de propor, de discutir. Há<br />

liberdade para se chegar às melhores<br />

decisões”, completou.<br />

Até o fim <strong>do</strong> mandato, Marli Melazo<br />

tem como meta terminar os<br />

projetos já inicia<strong>do</strong>s, promover mais<br />

um concurso, que deve sair até fevereiro,<br />

fazer o reprojeto da área de<br />

compras, armazenagem e distribuição<br />

e ainda fazer o levantamento e<br />

organização de bens e imóveis da<br />

Diretoria de Patrimônio. “Quero deixar<br />

tu<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> para o próximo<br />

que assumir”, admitiu, completan<strong>do</strong><br />

que a partir de 2013 pretende ficar<br />

quieta, curtin<strong>do</strong> sua aposenta<strong>do</strong>ria.<br />

Mônica Debs Diniz, secretária<br />

municipal de Cultura<br />

Mônica Debs é natural de Araguari,<br />

mas sempre morou e estu<strong>do</strong>u<br />

em Uberlândia. Formada em licenciatura<br />

plena em Educação Artística<br />

e com bacharela<strong>do</strong> em Música, foi<br />

32 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

professora e diretora <strong>do</strong> Conservatório<br />

Estadual de Música Cora Pavan Capparelli<br />

por 10 anos e sempre esteve<br />

em contato com a cultura da cidade.<br />

À frente da Secretaria Municipal<br />

de Cultura desde o primeiro mandato<br />

<strong>do</strong> prefeito <strong>Odelmo</strong> Leão, filiou-<br />

-se ao Parti<strong>do</strong> Progressista (PP), mas<br />

afirma não ter nenhuma pretensão<br />

política, embora venha de uma família<br />

tradicional de políticos. “Sempre<br />

recebi convites para me filiar a<br />

vários parti<strong>do</strong>s e agora decidi fazer<br />

parte de um grupo em que tenho<br />

contato com as pessoas e gosto <strong>do</strong><br />

trabalho”, justificou.<br />

A Secretaria de Cultura tem 26<br />

anos de criação, e quan<strong>do</strong> Mônica<br />

Debs assumiu, ela tinha um orçamento<br />

de 0,6% e passava por uma<br />

estruturação. Hoje, o orçamento<br />

é de quase 1%, cerca de R$ 12 milhões,<br />

e a Secretaria tem 300 servi<strong>do</strong>res.<br />

Para Mônica Debs, o maior<br />

desafio em se trabalhar com cultura<br />

é estabelecer políticas públicas que<br />

tenham equilíbrio entre a classe artística<br />

e o poder público.<br />

“Uberlândia<br />

é (...) onde<br />

as pessoas<br />

têm sede de<br />

cultura”<br />

Entre as realizações de sua gestão,<br />

estão a criação <strong>do</strong> Conselho<br />

de Cultura, o estabelecimento de<br />

programas que abrigam uma série<br />

de projetos, a realização da Conferência<br />

Intermunicipal e Municipal<br />

de Cultura, a restauração da Casa da<br />

Cultura e <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Municipal, a<br />

digitalização <strong>do</strong> acervo da Biblioteca<br />

Municipal, a reforma <strong>do</strong> imóvel<br />

da Banda Municipal e vários outros.<br />

Além disso, ela destaca os <strong>do</strong>is ônibus-biblioteca<br />

e ressalta que Uber-<br />

lândia é a única cidade que tem<br />

duas bibliotecas volantes.<br />

Mesmo com todas essas realizações,<br />

os desafios até o fim <strong>do</strong> mandato<br />

não são poucos. Mônica Debs<br />

destaca o término das obras até novembro<br />

de 2012 <strong>do</strong> Teatro Municipal<br />

e a continuidade de projetos, como<br />

as Oficinas de Palco Móvel, que levam<br />

cultura aos bairros mais distantes<br />

da cidade, e o projeto Cinema<br />

para To<strong>do</strong>s. Segun<strong>do</strong> a secretária, o<br />

cenário cultural de Uberlândia é muito<br />

diferente <strong>do</strong> encontra<strong>do</strong> em 2005.<br />

“Uberlândia é uma colcha de retalhos<br />

dentro da área cultural, uma cidade<br />

surpreendente, onde as pessoas têm<br />

sede de cultura e onde a cultura ocupa<br />

espaços públicos”, concluiu.<br />

Iracema Barbosa Marques<br />

- secretária municipal de<br />

Desenvolvimento Social<br />

Formada em Comunicação Social<br />

pela Universidade Federal de Minas<br />

Gerais (UFMG), em Belo Horizonte,<br />

Iracema Barbosa teve contato com<br />

a área social ainda na faculdade, durante<br />

estágio na faculdade de Medicina<br />

e depois na Fundação Mendes<br />

Pimentel. Tomou gosto pelo social<br />

e mesmo ten<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong> alguns<br />

anos na sua área de formação, em veículos<br />

de comunicação, como o jornal<br />

Primeira Hora, onde foi repórter, e na<br />

TV Paranaíba, também como repórter<br />

e depois editora-chefe, foi na Secretaria<br />

de Desenvolvimento Social que se<br />

realizou profissionalmente.<br />

Servi<strong>do</strong>ra municipal, Iracema Barbosa<br />

diz que o convite para assumir a<br />

pasta de Desenvolvimento Social foi<br />

um reconhecimento <strong>do</strong> trabalho que<br />

ela vem realizan<strong>do</strong> há anos, já que<br />

atuou em todas as áreas da Secretaria.<br />

“É um reconhecimento e o que<br />

temos que fazer é devolver isso com<br />

trabalho”, completou.<br />

Filiada ao PP, a secretária diz que<br />

to<strong>do</strong> ser é essencialmente político e<br />

que é necessário participar da política<br />

partidária. Para ela, as mulheres precisam<br />

se conscientizar da força que<br />

têm, tanto na questão de população<br />

eleitoral quanto efetiva. Mesmo sen<strong>do</strong><br />

uma pessoa engajada na política,<br />

Iracema Barbosa afirma que não tem<br />

pretensões políticas, porque gosta de<br />

atuar nos basti<strong>do</strong>res.<br />

“É um<br />

reconhecimento<br />

e o que temos<br />

que fazer é<br />

devolver isso<br />

com trabalho”<br />

Entre os desafios da pasta, Iracema<br />

Barbosa ressalta que suprir as demandas<br />

que surgem em uma cidade<br />

que cresce em grandes proporções é<br />

o mais difícil, mas diz que to<strong>do</strong> o esforço<br />

é gratificante quan<strong>do</strong> se consegue<br />

mensurar os resulta<strong>do</strong>s. Exemplo<br />

disso são as mais de 30 mil pessoas<br />

que receberam qualificação profissional<br />

nestes seis anos de governo, por<br />

meio <strong>do</strong>s projetos sociais da Secretaria.<br />

Até o fim <strong>do</strong> mandato, pretende<br />

implementar outros três projetos, os<br />

quais não revelou, e diz que o maior<br />

desafio é concretizar e ampliar o trabalho<br />

que já está sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong><br />

com o objetivo de melhorar a qualidade<br />

de vida das pessoas menos favorecidas.<br />

Quer terminar o mandato<br />

com a certeza <strong>do</strong> dever cumpri<strong>do</strong>.<br />

Para ela, o fato de o prefeito <strong>Odelmo</strong><br />

Leão ter escolhi<strong>do</strong> tantas mulheres<br />

para administrar a cidade juntamente<br />

com ele mostra o quanto é<br />

uma pessoa sábia e sensível. “Ele sabe<br />

que as pessoas que estão com ele são<br />

as que poderão trabalhar e dar uma<br />

resposta para o que ele exige, independente<br />

<strong>do</strong> sexo. “É um exemplo de<br />

político para o Brasil”, elogiou.<br />

Walkíria Borges Naves<br />

Lorena, Secretária Municipal<br />

de Agropecuária e<br />

Abastecimento<br />

Walkíria Naves, Secretária Municipal<br />

de Agropecuária e Abastecimento,<br />

é o que se pode dizer a pessoa<br />

certa no lugar certo. Formada em<br />

Veterinária pela Universidade Federal<br />

de Uberlândia (UFU), natural de Indianópolis<br />

(MG) e filha de produtores<br />

rurais, ela sempre teve o pé na zona<br />

rural. E orgulha-se de conhecer e vivenciar<br />

as necessidades <strong>do</strong> homem<br />

<strong>do</strong> campo, o que, ela garante, ajuda<br />

muito no desenvolvimento de seu<br />

trabalho, no dia a dia e nas decisões<br />

que toma. “Sou técnica, política exige<br />

profissionalismo”, disse. Embora seja<br />

filiada ao PP há três meses, garante<br />

não ter pretensões de se candidatar a<br />

nenhum cargo político.<br />

Walkíria Naves também tem experiência<br />

na área política. Foi secretária<br />

de Obras e Fomento na área rural<br />

em Bom Jesus de Goiás. Em 1994, veio<br />

para Uberlândia e prestou concurso<br />

para o cargo de médica veterinária,<br />

no qual passou em primeiro lugar.<br />

Trabalhou em praticamente todas as<br />

áreas da Secretaria de Agropecuária<br />

e Abastecimento, como o Serviço de<br />

Inspeção Municipal (Sim), a Diretoria<br />

de Abastecimento e Inspeção e a <strong>As</strong>sessoria<br />

de Projetos. <strong>As</strong>sumiu o cargo<br />

em abril deste ano e acredita que o<br />

convite veio por trabalhar na área de<br />

projetos, ter conhecimento técnico e<br />

experiência na execução prática. “Na<br />

agricultura não se trabalha apenas<br />

com o produtor. Trabalha-se na cadeia<br />

produtiva”, disse.<br />

Em 2006, foi realiza<strong>do</strong> um levantamento<br />

rural para conhecer o<br />

público da Secretaria. Agora, esse levantamento<br />

está sen<strong>do</strong> refeito para<br />

atualizações. “Esse é um grande desafio<br />

para a área, porque Uberlândia<br />

tem um desenvolvimento ímpar e<br />

a política pública para a zona rural<br />

é diferente”, disse Walkíria Naves.<br />

Segun<strong>do</strong> ela, o setor rural é muito<br />

dinâmico, muda constantemente,<br />

porque depende de merca<strong>do</strong>. “Precisamos<br />

acompanhar o campo, porque<br />

o produtor rural precisa de geração<br />

de renda, infraestrutura, agilidade,<br />

modernidade. Para o produtor rural,<br />

é preciso criar oportunidades e<br />

mostrar-lhe que há caminhos para o<br />

desenvolvimento”, explicou.<br />

“O produtor<br />

rural precisa<br />

de geração<br />

de renda,<br />

infraestrutura,<br />

agilidade,<br />

modernidade” A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 33


merca<strong>do</strong><br />

capa<br />

Para conseguir implementar<br />

to<strong>do</strong>s os projetos propostos,<br />

Walkíria Naves precisa administrar<br />

um orçamento de pouco<br />

mais de R$ 9,4 milhões e cerca<br />

de 100 servi<strong>do</strong>res. Para o ano que<br />

vem, está previsto um orçamento<br />

de mais de R$ 11,2 milhões. Além<br />

das reestruturações que foram<br />

feitas e de fortalecer alguns projetos,<br />

como o resgate de parcerias<br />

com sindicatos, associações e<br />

conselhos comunitários, Walkíria<br />

Naves tem grandes desafios pela<br />

frente. Entre eles está a conclusão<br />

<strong>do</strong> levantamento rural e o<br />

plantio de um milhão de mudas<br />

de eucalipto, que inclui a <strong>do</strong>ação<br />

da muda, a preparação <strong>do</strong> solo e<br />

a assistência técnica ao produtor<br />

rural. Esse projeto tem um prazo<br />

de quatro meses para ser implanta<strong>do</strong><br />

em função <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso.<br />

Serão 600 hectares de eucalipto<br />

planta<strong>do</strong>s.<br />

Outro projeto é incentivar a<br />

produção e a venda de frango<br />

caipira no município, com requisitos<br />

da defesa sanitária e carac-<br />

Raquel Mendes Carvalho -<br />

Secretária Municipal de Meio<br />

Ambiente<br />

34 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

terísticas de segurança alimentar.<br />

Tem também o Programa<br />

de Inclusão Produtiva a partir de<br />

2012, cujo objetivo é dar oportunidade<br />

ao filho <strong>do</strong> produtor de<br />

estudar e de se qualificar e o projeto<br />

de turismo rural. O objetivo<br />

é despertar no produtor rural o<br />

empreende<strong>do</strong>rismo.<br />

Natural de Uberlândia, Raquel<br />

Mendes Carvalho formou-<br />

-se em Arquitetura na Universidade<br />

Estadual de Londrina (PR)<br />

e especializou-se na PUC de<br />

Campinas em Gestão e Desenho<br />

Urbano. Em 1991, entrou para a<br />

prefeitura em um cargo comissiona<strong>do</strong>,<br />

mas em 1995 prestou<br />

concurso para a área.<br />

No currículo profissional há<br />

algumas experiências, como assessora<br />

de planejamento, meio<br />

ambiente e trânsito, na área de<br />

urbanismo. Raquel Mendes participou<br />

de alguns projetos importantes<br />

na cidade, como o corre<strong>do</strong>r<br />

de ônibus da Avenida João<br />

Naves de Ávila, os projetos <strong>do</strong>s<br />

parques Siquierolli e Linear <strong>do</strong> Rio<br />

Uberabinha e ainda <strong>do</strong> replantio<br />

de árvores de grande porte, com<br />

aproveitamento de 78% das espécies<br />

transplantadas. Com todas<br />

as suas responsabilidades frente<br />

à Secretaria, Raquel Mendes precisa<br />

se des<strong>do</strong>brar para atender os<br />

clientes de seu escritório.<br />

Raquel Mendes assumiu a<br />

gestão da secretaria há 2 anos<br />

e 3 meses e confessa que ficou<br />

surpresa com o convite. “Sempre<br />

me vi muito técnica, mas parceira,<br />

independente <strong>do</strong> cargo que<br />

exercia”, disse. Com um orçamento<br />

em 2011 de aproximadamente<br />

R$ 5 milhões e com previsão para<br />

2012 de R$ 6,05 milhões, Raquel<br />

Mendes diz que muitos projetos<br />

são viabiliza<strong>do</strong>s por meio de parcerias.<br />

A secretaria tem 160 servi<strong>do</strong>res<br />

que, segun<strong>do</strong> ela, formam<br />

uma equipe integrada.<br />

“Sempre me vi<br />

muito técnica,<br />

mas parceira,<br />

independente<br />

<strong>do</strong> cargo que<br />

exercia”<br />

Entre os projetos viabiliza<strong>do</strong>s<br />

no perío<strong>do</strong> de sua gestão, a secretária<br />

destaca a implantação da<br />

coleta seletiva e o trabalho realiza<strong>do</strong><br />

com os cata<strong>do</strong>res de recicláveis.<br />

Outro desafio foi a gestão de<br />

pessoas. “Foi um grande aprendiza<strong>do</strong>,<br />

mas a equipe tem me ajuda<strong>do</strong><br />

a crescer”, disse.<br />

Empolgada com o trabalho e<br />

a profissão, Raquel Mendes, que<br />

é solteira, diz que sempre foi uma<br />

workaholic e, por isso, não teve<br />

muito tempo para se dedicar à<br />

vida pessoal. Ela mora com a mãe<br />

e conta que é ela que a tem ensina<strong>do</strong><br />

a estabelecer medidas.<br />

Para o próximo ano, Raquel<br />

Mendes tem como meta concluir a<br />

construção <strong>do</strong>s galpões da coleta<br />

seletiva e ainda terminar as obras<br />

<strong>do</strong> Parque Linear <strong>do</strong> Uberabinha<br />

e <strong>do</strong>s outros parques da cidade,<br />

além de dar andamento ao plano<br />

de arborização <strong>do</strong> município, que<br />

já foi aprova<strong>do</strong> pelo Codema.<br />

“Os desafios no poder público<br />

são diferentes. <strong>As</strong> obras são<br />

maiores, com recursos vultosos<br />

e avaliações a longo prazo. Mas<br />

é um trabalho extremamente<br />

gratificante. É bom andar pela cidade<br />

e ver que um projeto meu<br />

resultou em uma solução para a<br />

população. Sei de cada árvore<br />

que plantei nesta cidade”, disse<br />

Raquel Mendes. B


merca<strong>do</strong><br />

trabalho<br />

De hobby à profissão<br />

Geralmente, as pessoas escolhem a área de atuação de acor<strong>do</strong> com<br />

suas aptidões, aquilo que chamamos de vocação. Mas pode surgir o<br />

interesse por áreas distintas daquela escolhida anteriormente; assim,<br />

o que começa como um hobby pode tornar-se uma profissão<br />

Por Ana Paula Horta | Fotos: Henrique Gualtieri<br />

O<br />

dicionário define profissão<br />

como atividade<br />

desenvolvida em conformidade<br />

com a própria<br />

vocação. De fato,<br />

quan<strong>do</strong> alguém escolhe a área na<br />

qual vai trabalhar por um longo perío<strong>do</strong>,<br />

e quem sabe até a vida toda, a<br />

aptidão é a primeira coisa observada.<br />

Contu<strong>do</strong>, ao longo <strong>do</strong>s anos, as<br />

pessoas adquirem mais experiências<br />

e maior maturidade, e podem vir a<br />

descobrir interesses em outras áreas.<br />

<strong>As</strong>sim, surgem os hobbies, atividades<br />

que geralmente não visam ao retorno<br />

financeiro, mas à satisfação pessoal.<br />

O ex-engenheiro, e agora<br />

artista plástico, César Lins<br />

36 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Do <strong>do</strong>mínio da arte exata, nasceu<br />

o <strong>do</strong>m para a arte criativa. Foi assim<br />

que o engenheiro César Lins tornou-<br />

-se o artista plástico César Lins. O que,<br />

no começo, era um simples hobby, virou<br />

trabalho de verdade. E César não<br />

deixou de la<strong>do</strong> os conhecimentos da<br />

área de engenharia, pelo contrário,<br />

ele os usa para dar vida e forma à sua<br />

arte. “Como trabalho com esculturas<br />

em metal, os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s<br />

na engenharia me permitem criar<br />

e materializar minhas criações e projetos”,<br />

explica o artista.<br />

E não foram poucas as informações<br />

e os conhecimentos técnicos<br />

que o profissional buscou na sua primeira<br />

formação, a de engenheiro. “Do<br />

campo das ciências exatas, trouxe a<br />

visão concreta e objetiva que, unida à<br />

abstração da arte, me permite ter um<br />

espectro amplo e mais rico. <strong>As</strong> técnicas<br />

industriais, tal como usinagem,<br />

soldagem e pintura, assim como os<br />

conhecimentos de materiais, me permitem<br />

concretizar meus projetos com<br />

maior facilidade”, conta.<br />

Segun<strong>do</strong> o artista, para criar esculturas<br />

em aço sensíveis à decoração<br />

e à arquitetura, a técnica é essencial<br />

na hora de traduzir o que ele capta<br />

<strong>do</strong> ambiente ou da necessidade <strong>do</strong><br />

O que antes era apenas um hobby tornou-se uma profissão<br />

consolidada para César Lins<br />

Título: #98<br />

Dimensão: 55x27x27 cm<br />

Material: aço pinta<strong>do</strong> - amarelo<br />

Ano: 2009<br />

cliente: “A arte, na verdade, é a materialização<br />

da expressão humana, das<br />

suas emoções e percepções. Sen<strong>do</strong><br />

assim, a técnica é fundamental para<br />

recriar de forma fidedigna as necessidades<br />

e intenções <strong>do</strong> artista”.<br />

Para César, ter conhecimentos<br />

em outro campo é excelente para<br />

o pleno desenvolvimento <strong>do</strong> seu<br />

trabalho: “Esses conhecimentos<br />

agregam valor ao trabalho <strong>do</strong> artista,<br />

imprimin<strong>do</strong> nas obras determinadas<br />

características que as tornam<br />

mais ricas e completas. Como<br />

atuo em campos completamente<br />

opostos - engenharia e arte -, consigo<br />

ter uma visão mais completa<br />

das questões que permeiam, principalmente,<br />

o deslocamento entre<br />

o concreto e o abstrato, peculiaridade<br />

que proporciona equilíbrio e<br />

serenidade na hora de idealizar as<br />

esculturas”, encerra. B<br />

Série: 12<br />

Cod.: #98<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 37


merca<strong>do</strong><br />

gestão<br />

Você sabe o que é o BA<br />

(Business Analytcs)?<br />

Como o conceito de análises preditivas pode mudar a gestão de TI<br />

Da IT4CIO<br />

Após o crescimento e<br />

aceitação <strong>do</strong> BI (Business<br />

Intelligence) no<br />

merca<strong>do</strong> brasileiro,<br />

outro conjunto de técnicas<br />

e ferramentas desponta como<br />

méto<strong>do</strong> importante para a boa gestão<br />

organizacional: o BA (Business<br />

Analytics), que consiste na realização<br />

de análises preditivas, juntan<strong>do</strong> al-<br />

goritmos e mineração de da<strong>do</strong>s para<br />

gerar conhecimento futuro, tendências<br />

e previsões. A frase mais utilizada<br />

para demarcar a diferença entre<br />

BI e BA é “com o BI, olha-se para o<br />

passa<strong>do</strong>. Com o BA, para o futuro”.<br />

“Ainda não a<strong>do</strong>tamos nenhuma<br />

tecnologia de BA, mas com certeza<br />

será interessante pensar nisto num<br />

futuro próximo. O grande benefício<br />

que vislumbro é de passar o enfoque<br />

estratégico da produtividade para a<br />

competitividade, <strong>do</strong> “espelho retrovisor”<br />

(reação) para uma visão preditiva<br />

(pró-atividade)”, afirma Maurizio<br />

Calcopietro, CEO da Ferrero.<br />

Historicamente, o conceito de<br />

BA nasceu dentro de comunidades<br />

científicas que debatiam a necessidade<br />

de avaliar informações organi-<br />

zacionais em tempo real, baseadas<br />

em complexos modelos matemáticos,<br />

para tentar prever o futuro das<br />

empresas. O diferencial é que, com<br />

o BA, é possível analisar informações<br />

de diversas fontes externas, incluin<strong>do</strong><br />

as redes sociais.<br />

Uma das aplicações mais importantes<br />

<strong>do</strong> BA é que as análises, em<br />

vez de apenas ajudar na resolução<br />

de um problema histórico, podem<br />

servir para identificar oportunidades<br />

futuras de negócio, auxilian<strong>do</strong><br />

na tomada de decisões rápidas<br />

diante de um grande volume de da<strong>do</strong>s<br />

e informações.<br />

É o caso da Sicredi. “Neste momento,<br />

estamos aprimoran<strong>do</strong> nossas<br />

tecnologias, construin<strong>do</strong> uma<br />

arquitetura orientada a serviços, utilizan<strong>do</strong><br />

ferramentas de ponta para as<br />

camadas de Processos de Negócio,<br />

Workflow e Gestão de Documentos.<br />

Nosso objetivo será atingi<strong>do</strong> com<br />

a expansão <strong>do</strong> BA e as vantagens<br />

competitivas que essa técnica oferece”,<br />

observa Denilson Mascarenhas,<br />

diretor executivo de TI e Serviços <strong>do</strong><br />

Banco Cooperativo Sicredi.<br />

Denilson Mascarenhas, diretor executivo de TI da Sicredi,<br />

empresa que já utiliza o BA entre suas ferramentas de gestão<br />

CRM com BA: uma arma poderosa<br />

Outra aplicação nova e potente<br />

<strong>do</strong> Business Analytics é uni-lo às ferramentas<br />

de CRM (Customer Relationship<br />

Management) já usadas em<br />

larga escala dentro das organizações<br />

e responsáveis, muitas vezes, pelo<br />

armazenamento de grande quantidade<br />

de da<strong>do</strong>s de consumi<strong>do</strong>res e<br />

fornece<strong>do</strong>res.<br />

Se o CRM da empresa já for <strong>do</strong><br />

Um <strong>do</strong>s casos recentes de grande<br />

repercussão nacional é a utilização<br />

<strong>do</strong> conceito de BA pela BCBS<br />

(Blue Cross and Blue Shield System).<br />

A empresa atua no segmento de<br />

seguro saúde e acumulou grande<br />

quantidade de reclamações durante<br />

os anos.<br />

Foi então que, a partir de um<br />

enorme banco de da<strong>do</strong>s consolida<strong>do</strong>s<br />

com todas as informações<br />

O caso da BCBS<br />

tipo que capta informações de redes<br />

sociais, melhor ainda. <strong>As</strong>sim, a<br />

empresa consegue usar os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

CRM para melhorar a interação com<br />

os clientes. Outro benefício é que a<br />

movimentação pode ajudar a gerar<br />

vendas adicionais no caso de contato<br />

<strong>do</strong>s clientes, já que análises de<br />

da<strong>do</strong>s de clientes são recebidas e visualizadas<br />

em tempo real.<br />

sobre seus clientes (hoje ti<strong>do</strong> como<br />

um <strong>do</strong>s maiores de da<strong>do</strong>s de saúde<br />

no mun<strong>do</strong>, com informações de<br />

mais de 100 milhões de pessoas),<br />

a Blue Cross passou a gerenciar de<br />

mo<strong>do</strong> diferencia<strong>do</strong> e competitivo<br />

seus custos.<br />

Segun<strong>do</strong> a empresa, grande<br />

parte <strong>do</strong>s custos vinha <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s<br />

dispensa<strong>do</strong>s a porta<strong>do</strong>res<br />

de <strong>do</strong>enças crônicas. Cerca de 5%<br />

<strong>do</strong>s usuários <strong>do</strong>s seguros respondiam<br />

por 55% <strong>do</strong>s custos. Com<br />

as informações obtidas por ferramentas<br />

de BI e BA, a empresa,<br />

hoje, consegue identificar antes<br />

<strong>do</strong> contrato quais são os clientes<br />

mais predispostos a desenvolver<br />

uma <strong>do</strong>ença crônica.<br />

Agora, da<strong>do</strong>s anteriores mostram<br />

a probabilidade de se desenvolver<br />

algumas <strong>do</strong>enças, tais como o<br />

diabetes. <strong>As</strong>sim, a empresa utiliza os<br />

da<strong>do</strong>s para localizar médicos especializa<strong>do</strong>s<br />

em <strong>do</strong>enças crônicas mais<br />

próximos <strong>do</strong>s pacientes de alto risco,<br />

reduzin<strong>do</strong> o custo com tratamentos<br />

caros e de longo prazo.<br />

Merca<strong>do</strong><br />

Apesar de ainda estar nos estágios<br />

iniciais, analistas afirmam<br />

que o BA anda ganhan<strong>do</strong> cada<br />

vez mais espaço no merca<strong>do</strong><br />

brasileiro. Por aqui, os maiores<br />

desafios ainda são encontrar as<br />

melhores combinações de da<strong>do</strong>s<br />

e ferramentas. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 39


merca<strong>do</strong><br />

inovação<br />

Governo de Minas e FIEMG<br />

uni<strong>do</strong>s pela inovação<br />

Da Agência Minas<br />

O<br />

Governo de Minas<br />

pretende estreitar ainda<br />

mais a relação com o<br />

segmento empresarial<br />

e trabalhar por uma<br />

maior aproximação deste com a<br />

universidade e centros de pesquisa.<br />

Esse foi um <strong>do</strong>s compromissos<br />

firma<strong>do</strong>s pelo secretário de Esta<strong>do</strong><br />

de Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

40 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Superior, Narcio Rodrigues, junto à<br />

diretoria da Federação das Indústrias<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Minas Gerais (FIEMG),<br />

para que a inovação chegue à<br />

sociedade com mais rapidez. A<br />

reunião aconteceu este mês na sede<br />

da FIEMG, em Belo Horizonte.<br />

Com a presença de toda a diretoria<br />

da FIEMG, inclusive <strong>do</strong>s vice-<br />

-presidentes regionais, o secretário<br />

falou da plataforma <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> para os setores de tecnologia<br />

e inovação e da preocupação<br />

em fazer com que os projetos possam<br />

apresentar resulta<strong>do</strong>s efetivos.<br />

Ele citou a Cidade da Ciência e <strong>do</strong><br />

Conhecimento; a Rede de Inovação<br />

Tecnológica e Cidadania Digital; a<br />

Cidade das Águas e a expansão <strong>do</strong><br />

ensino superior, por meio da Uni-<br />

Foto: Divulgação<br />

versidade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Minas Gerais<br />

(Uemg), que deverá encampar seis<br />

fundações <strong>do</strong> interior que já utilizam<br />

a chancela Uemg.<br />

Narcio Rodrigues disse que<br />

há grande interesse <strong>do</strong> governo<br />

mineiro em continuar atrain<strong>do</strong><br />

centros de Pesquisa, Desenvolvimento<br />

e Inovação (P, D &<br />

I) para o esta<strong>do</strong>. Lembrou que<br />

Minas possui 84 Centros Vocacionais<br />

Tecnológicos (CVTs) em<br />

81 municípios. Apesar de ser<br />

a maior rede <strong>do</strong> Brasil, ela será<br />

ampliada para 104 CVTs, que<br />

serão transforma<strong>do</strong>s em polos<br />

de educação a distância para<br />

oferecer a to<strong>do</strong>s os cidadãos a<br />

possibilidade de fazer um curso<br />

superior e de ganhar espaço no<br />

merca<strong>do</strong> de trabalho.<br />

Minas possui 84 Centros<br />

Vocacionais Tecnológicos (CVTs)<br />

em 81 municípios e, apesar de<br />

ser a maior rede <strong>do</strong> Brasil, será<br />

ampliada para 104 CVTs<br />

De acor<strong>do</strong> com o secretário, a<br />

Sectes coordena quatro importantes<br />

Arranjos Produtivos Locais (APLs)<br />

foca<strong>do</strong>s em tecnologia e inovação:<br />

biotecnologia, eletroeletrônicos,<br />

bioenergia e software. Ele ressaltou<br />

a existência das incuba<strong>do</strong>ras e <strong>do</strong>s<br />

parques tecnológicos de Viçosa - já<br />

inaugura<strong>do</strong> - Belo Horizonte e Itajubá<br />

- que serão inaugura<strong>do</strong>s nos próximos<br />

meses -, além <strong>do</strong>s parques de<br />

O presidente da FIEMG, Olavo Macha<strong>do</strong>, prontificou-se em ser<br />

parceiro <strong>do</strong> Governo de Minas e em ampliar a relação com a Sectes<br />

Foto: Divulgação<br />

Uberaba, Juiz de Fora e Lavras.<br />

Narcio Rodrigues explicou ainda<br />

a importância <strong>do</strong>s polos de excelência<br />

<strong>do</strong> Leite, Café, Mineral e<br />

Metalúrgico, Florestas, Recursos<br />

Hídricos, Genética Bovina e Inovação<br />

Ambiental, este último recentemente<br />

lança<strong>do</strong> pelo Governo de<br />

Minas em parceria com Instituto<br />

Inhotim, em Brumadinho. E, por<br />

fim, falou sobre os Polos de Inovação<br />

e <strong>do</strong> Teia MG, que trabalha a<br />

construção da cidadania digital e a<br />

formação de empreende<strong>do</strong>res.<br />

O presidente da FIEMG, Olavo<br />

Macha<strong>do</strong>, colocou-se como parceiro<br />

<strong>do</strong> Governo de Minas e manifestou<br />

interesse em ampliar a relação<br />

com a Sectes, considerada pela<br />

entidade empresarial como fundamental<br />

no processo de inovação da<br />

indústria mineira. No que se refere<br />

à parceria estabelecida entre a Fundação<br />

Centro Tecnológico de Minas<br />

Gerais (Cetec) e o Serviço Nacional<br />

de Aprendizagem Industrial (Senai),<br />

Macha<strong>do</strong> antecipou que está<br />

conhecen<strong>do</strong> diversas experiências<br />

bem-sucedidas no exterior para<br />

implantá-las em Minas, levan<strong>do</strong> em<br />

consideração a realidade local.<br />

Outros pontos da agenda conjunta<br />

da Sectes e FIEMG foram coloca<strong>do</strong>s<br />

pelo secretário Narcio Rodrigues,<br />

como a bienal <strong>do</strong> design,<br />

que será sediada em Minas Gerais;<br />

o complexo aeronáutico, que integrará<br />

os polos de Itajubá, Tupaciguara<br />

e Lagoa Santa; e o aeroporto<br />

de Goianá, na Zona da Mata. A reestruturação<br />

da Uemg com uma vertente<br />

na inovação foi amplamente<br />

reconhecida como necessária pelo<br />

empresaria<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong> com investimentos<br />

em novos cursos para<br />

tecnólogos e engenheiros.<br />

O Sul e o Noroeste de Minas,<br />

por meio das regionais da FIEMG,<br />

pediram ao secretário que a Sectes<br />

esteja presente em ações de inovação<br />

nessas regiões. Narcio Rodrigues<br />

ressaltou a importância da articulação<br />

política para que o Governo de<br />

Minas possa chegar mais perto da<br />

sociedade e beneficie os segmentos<br />

interessa<strong>do</strong>s na inovação e na construção<br />

da cidadania. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 41


merca<strong>do</strong><br />

decoração<br />

Funcionalidade e beleza<br />

Os nichos são uma boa pedida para organizar os ambientes de forma<br />

fácil e prática. Esse recurso pode ser personaliza<strong>do</strong> e transmitir um clima<br />

moderno, extroverti<strong>do</strong> ou clássico, dependen<strong>do</strong> da intenção <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r<br />

Da Redação com Mão Dupla | Fotos Daniel Mansur<br />

42 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Otimizar os espaços. Eis<br />

o grande desafio da<br />

decoração atualmente.<br />

Mais <strong>do</strong> que nunca, o<br />

ambiente precisa ser<br />

bonito e funcional. E aproveitar cada<br />

cantinho com possibilidades de uso<br />

não é tarefa fácil. Para fazer direito o dever<br />

de casa, muitos profissionais estão<br />

apostan<strong>do</strong> nos nichos. Quem entende<br />

<strong>do</strong> assunto sabe que eles são uma opção<br />

inteligente, charmosa e prática.<br />

Os nichos podem ser usa<strong>do</strong>s em<br />

qualquer ambiente <strong>do</strong> lar para diversas<br />

funções. Seja para enfeitar<br />

ou acomodar objetos, essa é uma<br />

alternativa que confere maior liberdade<br />

na hora de decorar. E o melhor<br />

é que eles podem ser revesti<strong>do</strong>s com<br />

vários materiais, assim dá para inserir<br />

um tom romântico, moderninho ou<br />

clássico, a gosto <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r. “Os nichos<br />

podem ser revesti<strong>do</strong>s com to<strong>do</strong><br />

o material possível, como madeiras,<br />

vidros, espelho, papel de parede e<br />

muito mais”, explica a designer de<br />

interiores Iara Santos. A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 43


merca<strong>do</strong><br />

decoração<br />

Os nichos podem ser revesti<strong>do</strong>s<br />

por diversos materiais, como:<br />

madeira, vidro e espelho<br />

44 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

O merca<strong>do</strong> oferece uma variedade<br />

de opções de cores e formatos de nichos.<br />

“Os nichos em tons claros transmitem<br />

a ideia de amplitude. Boa opção<br />

para espaços muito aperta<strong>do</strong>s”, ensina<br />

Iara. Além disso, para aqueles que gostam<br />

de personalização, dá para ousar<br />

mais e aplicar um design criativo nos<br />

nichos. “Essas peças podem ter formas<br />

simétricas, assimétricas, re<strong>do</strong>ndas,<br />

ovais, quadradas e retangulares. Com<br />

A designer de interiores<br />

Iara Santos destaca a<br />

aplicabilidade <strong>do</strong>s nichos,<br />

que podem ficar em qualquer<br />

ambiente <strong>do</strong> lar e servem a<br />

diversas funções<br />

criatividade pode-se abusar bastante<br />

desse recurso e enriquecer a decoração”,<br />

destaca a designer.<br />

A profissional dá uma dica preciosa<br />

de como usar os nichos no ambiente<br />

de forma sofisticada: “Gosto muito<br />

de abrir vãos na parede para poder<br />

encaixar um nicho. Nesse caso, a sacada<br />

é inserir uma iluminação especial,<br />

principalmente em corre<strong>do</strong>res longos,<br />

no hall de circulação ou de entrada.<br />

O resulta<strong>do</strong> estético é muito bonito.<br />

O espaço fica chique e atraente”.<br />

Os nichos são modernos e a instalação<br />

e a manutenção deles é bem<br />

simples! Agora, de posse dessas informações<br />

e dicas, é hora de aproveitar<br />

todas as vantagens <strong>do</strong>s nichos e de<br />

organizar a casa de forma descontraída<br />

e criativa. B


merca<strong>do</strong><br />

marketing<br />

A hora de mudar de marca<br />

Sete anos é o tempo médio para uma marca envelhecer e começar a<br />

morrer. Especialistas ensinam como evitar isso<br />

Por Janaina Depiné (Lead)<br />

To<strong>do</strong> produto tem prazo<br />

de validade, mas será<br />

que essa prerrogativa<br />

vale também para uma<br />

marca? Essa é a pergunta<br />

que muitos empresários se fazem<br />

quan<strong>do</strong> percebem que estão fican<strong>do</strong><br />

para trás nos negócios. A resposta é<br />

46 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

sim, uma marca também envelhece<br />

e se desgasta. Promessas que ela traduzia<br />

deixam de ser significativas em<br />

determina<strong>do</strong> momento e o cliente<br />

parte em busca de quem possa lhe<br />

entregar o que ele deseja.<br />

Então, qual seria a hora de barrar<br />

essa ameaça? O diretor da Ovni<br />

A Coca-Cola, apesar de<br />

campeoníssima no gosto <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r, está sempre se<br />

reinventan<strong>do</strong><br />

Propaganda e especialista em arquitetura<br />

de marca, o publicitário<br />

Fauser Ramos, explica: “Uma marca<br />

é como uma pessoa: nasce, cresce<br />

e, antes que ela morra, temos que<br />

intervir nela. Do nascimento até o<br />

desgaste temos um perío<strong>do</strong> de cinco<br />

a sete anos”.<br />

O publicitário Fauser Ramos, especialista em arquitetura de marca,<br />

alerta que uma marca nasce, cresce e, antes que morra, é preciso<br />

intervir nela<br />

Nesse tempo, cada caso exige<br />

uma solução. Algumas vezes a marca<br />

pede uma cirurgia plástica completa,<br />

outras um pequeno lifting resolve.<br />

Veja o caso da Coca-Cola. Líder mundial<br />

no merca<strong>do</strong> de refrigerantes<br />

ela não para de se reinventar. Seja<br />

a logomarca (linha <strong>do</strong> tempo) ou<br />

slogan. A frase “A grande bebida da<br />

temperança nacional” (1906) foi sen<strong>do</strong><br />

adaptada a cada época. Nos anos<br />

60, virou “<strong>As</strong> coisas vão melhor com<br />

Coca-Cola”. Já em 70, na geração paz<br />

e amor, foi mudada para “Coca-Cola<br />

dá mais vida”. Nos anos 80: “Emoção<br />

pra valer”. Na década de 90: “Sempre<br />

Coca-Cola”. E um <strong>do</strong>s mais recentes:<br />

“Gostoso é viver”.<br />

Outro bom exemplo é o caso da<br />

Rider. Com o slogan “Dê férias para<br />

os seus pés” a sandália era um sucesso<br />

na década de 90. Entretanto,<br />

a Rider envelheceu junto com seu<br />

público, bem diferente das sandálias<br />

Havaianas, que eram consideradas<br />

de segunda linha e hoje, com um<br />

novo reposicionamento, são um sucesso<br />

mundial.<br />

Como mudar<br />

Quan<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> é constante,<br />

pequenos ajustes mantêm a logomarca<br />

sempre atual. É o caso <strong>do</strong><br />

Netviagem, primeiro e maior portal<br />

de vendas online de passagens ro<strong>do</strong>viárias<br />

<strong>do</strong> Brasil, cujas mudanças<br />

foram bem sutis, pois o objetivo<br />

era dar maior harmonia e equilíbrio<br />

aos seus componentes. A marca<br />

foi desenvolvida em 1999, mas<br />

tornou-se conhecida somente nos<br />

últimos seis anos, com a massificação<br />

da internet. Por isso, a direção<br />

da empresa decidiu que era hora<br />

de rejuvenescê-la. “Para melhor traduzir<br />

o bom momento da empresa,<br />

sem esquecer a sua história, foram<br />

dadas curvas mais leves à tipografia.<br />

<strong>As</strong> cores eram muito impactantes e<br />

foram suavizadas com um leve dégradé.<br />

Essa transição de cores revela<br />

o novo momento de crescimento<br />

da empresa e a transparência nos<br />

negócios. <strong>As</strong> fontes foram equilibradas<br />

com o traço azul, que liga <strong>do</strong>is<br />

pontos, para traduzir uma de nossas<br />

razões de existir, que é a de levar<br />

clientes de um lugar a outro, sem<br />

complicações, de forma clara e objetiva”,<br />

explica o analista de marketing<br />

da empresa, Fabiano Salvo. A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 47


merca<strong>do</strong><br />

marketing<br />

Algumas empresas resistem à<br />

mudança, mas não há dúvida de<br />

que é preciso rejuvenescer. Um bom<br />

exemplo é o caso <strong>do</strong> Colégio Atenas.<br />

A marca existe há mais de 30 anos.<br />

Quan<strong>do</strong> passou por uma reforma da<br />

estrutura física, a direção viu que era<br />

hora de mudar.<br />

Foram 30 dias de imersão no<br />

merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> cliente para encontrar<br />

os elementos que traduzissem com<br />

perfeição o conceito <strong>do</strong> colégio.<br />

O resulta<strong>do</strong> foi uma marca criada<br />

para o Colégio Atenas que possui<br />

<strong>do</strong>is elementos marcantes: o círculo<br />

azul e o lápis. O círculo representa<br />

o planeta Terra e o lápis simboliza<br />

o conhecimento. Juntos, significam<br />

que somente através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> é<br />

possível ter acesso a um novo mun<strong>do</strong><br />

e desbravar novos horizontes. Na<br />

junção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is elementos, é possível<br />

visualizar a letra ‘A’ vazada, que<br />

representa a inicial de ‘Atenas’.<br />

“A papelaria é bastante ousada<br />

e original. O papel de carta, por<br />

exemplo, é uma réplica de uma folha<br />

de caderno. Foi confeccionada uma<br />

faca digital para garantir um acabamento<br />

perfeito à peça”, explica<br />

Fauser Ramos. Tanta originalidade<br />

rendeu prêmio à agência. A papelaria<br />

levou o Ouro no Festgraf 2010 na<br />

categoria Identidade Visual.<br />

Ivan Batista da Silva, diretor <strong>do</strong><br />

Atenas, reconhece a demora em<br />

48 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Recauchutagem depois <strong>do</strong>s 30<br />

mudar a marca. “Por ser uma marca<br />

registrada, tínhamos a ideia de que<br />

não poderia ser modificada. Acreditávamos<br />

também que ao mudá-la<br />

perderíamos a propriedade da marca”,<br />

explica.<br />

Depois de perceber que a marca<br />

antiga já não causava mais im-<br />

pacto e buscar uma nova identidade<br />

visual por meio da agência, ele<br />

comemora. “A marca era muito antiga<br />

e já não despertava interesse.<br />

Hoje é muito significativa. Bem trabalhada,<br />

ficou com uma configuração<br />

leve, agradável, mais jovial. Foi<br />

muito elogiada e agora os alunos<br />

a colocam em tu<strong>do</strong> que fazem. Sinal<br />

de que agra<strong>do</strong>u realmente. Em<br />

suma, deu uma nova imagem ao<br />

colégio”, comemora.<br />

Uma marca bem posicionada e<br />

bem feita traduz o bom momento da<br />

empresa. “Quan<strong>do</strong> o cliente moderniza<br />

a marca passa, a ser percebi<strong>do</strong><br />

de forma diferente pelos seus clientes,<br />

colabora<strong>do</strong>res e concorrência. É<br />

o que chamamos de efeito <strong>do</strong>minó e<br />

isso pode se reverter em bons negócios”,<br />

diz Fauser Ramos.<br />

Às vezes, o empresário não é<br />

muito liga<strong>do</strong> ao design e mantém a<br />

mesma marca por muitos e muitos<br />

anos simplesmente por acreditar<br />

que ela funciona, “mas, certamente,<br />

se ele tivesse um reposicionamento,<br />

poderia gerar ainda mais negócios”,<br />

emenda o publicitário.<br />

Por fim, o que garante uma boa<br />

identidade visual é um bom conjunto.<br />

Clareza de informação, o trabalho<br />

de um especialista e um design<br />

com conteú<strong>do</strong>. Pesquise como os<br />

clientes percebem a sua marca.<br />

Avalie se o seu produto ou o público<br />

mu<strong>do</strong>u e mantenha um olhar<br />

atento constantemente. Afinal, antes<br />

que sua marca comece a envelhecer,<br />

é hora de agir! B


merca<strong>do</strong><br />

marketing<br />

<strong>As</strong> lições de Steve Jobs<br />

para o Marketing<br />

Inovação, design, experiência e excelência nortearam o cofunda<strong>do</strong>r da Apple<br />

Do Mun<strong>do</strong> Marketing<br />

Steve Jobs reinventou o<br />

merca<strong>do</strong> de telefonia<br />

móvel com o iPhone, o<br />

de comunicação com o<br />

iPad, o de entretenimento<br />

com o ipod e sua App Store, além<br />

da Pixar, criou uma experiência única<br />

com seus computa<strong>do</strong>res pessoais<br />

e forjou um <strong>do</strong>s mais bem acaba<strong>do</strong>s<br />

modelos de negócios na Apple<br />

ao orientá-la pela inovação e pelo<br />

design. É daqueles visionários que<br />

transformam o mun<strong>do</strong> para sempre<br />

e que nos deixa muitas lições.<br />

To<strong>do</strong>s os produtos de sucesso<br />

lança<strong>do</strong>s enquanto Jobs dava as<br />

cartas ganharam vida a partir de um<br />

pensamento orienta<strong>do</strong> pela simplicidade.<br />

Para muitos deles, não havia<br />

sequer uma demanda latente, mas<br />

criaram desejos que beiram a <strong>do</strong>ença.<br />

Filas de quase um dia inteiro<br />

para adquirir um produto são a prova<br />

disso. Steve Jobs mu<strong>do</strong>u a forma<br />

de fazer Marketing no mun<strong>do</strong>. Ou<br />

fez uso da forma mais inteligente<br />

vista até então.<br />

Jobs criou uma marca valiosa e<br />

principalmente amada e a<strong>do</strong>rada<br />

por milhares de pessoas em to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong>. Desde então, não se fala<br />

mais em Branding sem citar o exemplo<br />

da maçã mordida. O líder aclama<strong>do</strong><br />

pelas escolas de negócios <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> inteiro e também por seus<br />

pares no terreno da tecnologia levou<br />

até o último nível o conceito<br />

que transforma os produtos em experiências,<br />

o varejo em experiência,<br />

e um evento em algo espera<strong>do</strong>. Nenhuma<br />

loja no mun<strong>do</strong> vende mais<br />

por metro quadra<strong>do</strong> <strong>do</strong> que a Apple<br />

Store e nenhum evento na área de<br />

tecnologia chama mais atenção que<br />

os lançamentos de seus produtos.<br />

Mun<strong>do</strong> perde um gênio<br />

Steve Jobs morreu na quarta-<br />

-feira, 5 de outubro, em sua casa,<br />

em Palo Alto, na Califórnia, por volta<br />

das 15h. O atesta<strong>do</strong> indica ‘parada<br />

respiratória’ como a causa imediata<br />

da morte com ‘metástase de tumor<br />

neuroendócrino de pâncreas’ como<br />

a condição subjacente que provocou<br />

os problemas respiratórios. Não<br />

foi feita autópsia em Jobs, identifica<strong>do</strong><br />

como um empresário da indústria<br />

da alta tecnologia com educação<br />

‘universitária incompleta’ na certidão<br />

divulgada pelo Departamento<br />

de Saúde Pública <strong>do</strong> Conda<strong>do</strong> de<br />

Santa Clara.<br />

Jobs morreu aos 56 anos. A reconhecida<br />

figura <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tecnológico<br />

foi sepultada <strong>do</strong>is dias depois na<br />

mesma cidade onde morava. Quan<strong>do</strong><br />

faleceu, estava rodea<strong>do</strong> por sua<br />

esposa e família mais próxima.<br />

Ele lutou com problemas de saúde,<br />

mas disse muito pouco sobre<br />

sua batalha contra o câncer desde<br />

que se submeteu a uma cirurgia em<br />

2004. Quan<strong>do</strong> renunciou ao cargo<br />

de presidente-executivo da Apple,<br />

em agosto, entregan<strong>do</strong> o coman<strong>do</strong><br />

Pouquíssimas empresas no mun<strong>do</strong><br />

conseguem transportar seus valores,<br />

seu DNA, sua essência e seu propósito<br />

de marca de forma tão tangível<br />

e sensitiva em seus produtos e em<br />

suas lojas. Isso porque é muito difícil<br />

encontrar exemplos como o de Steve<br />

Jobs. Como bem disse Barack Obama,<br />

Jobs foi “bravo o suficiente para pensar<br />

diferente, bravo o suficiente para<br />

achar que podia mudar o mun<strong>do</strong> e talentoso<br />

o suficiente para fazê-lo”.<br />

Pensar diferente e ter coragem<br />

para mudar. Fácil no discurso, difícil<br />

na prática. Infelizmente, reserva<strong>do</strong> a<br />

poucos profissionais e a poucas empresas.<br />

Digamos que Jobs teve muita<br />

facilidade em se diferenciar e criar<br />

produtos que se transformaram em<br />

sinônimos de categoria. Afinal, está<br />

tu<strong>do</strong> igual. A inovação é cada vez<br />

da empresa ao chefe de Operações<br />

Tim Cook, Jobs disse simplesmente<br />

que já não podia cumprir com seus<br />

deveres à frente <strong>do</strong> cargo.<br />

Steve Jobs é o cria<strong>do</strong>r da Apple,<br />

maior empresa de capital aberto <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> estúdio de animação Pixar<br />

e pai de produtos como o Macintosh,<br />

o iPod, o iPhone e o iPad.<br />

I<strong>do</strong>latra<strong>do</strong> pelos consumi<strong>do</strong>res<br />

de seus produtos e por boa parte <strong>do</strong>s<br />

funcionários da empresa que fun<strong>do</strong>u<br />

em uma garagem no Vale <strong>do</strong> Silício,<br />

na Califórnia, aju<strong>do</strong>u a transformar a<br />

Pense diferente<br />

mais escassa. Poucos pensam diferente<br />

e têm coragem para mudar o<br />

status quo. Poucos têm a coragem de<br />

transformar um merca<strong>do</strong>, o mun<strong>do</strong>.<br />

Mas só terá um Steve Jobs nos<br />

livros de história. O que chama atenção<br />

é que ele não inventou nada,<br />

“apenas” reinventou. Para isso, teve<br />

como meta nada menos que a excelência,<br />

como disseram os funda<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Google. Não que seja uma tarefa<br />

menos árdua. Pelo contrário. Mas<br />

aqui também mora uma boa reflexão:<br />

a de que é possível transformar uma<br />

indústria pensan<strong>do</strong> diferente e de<br />

forma simples. O mun<strong>do</strong> já está complexo<br />

demais. Difícil demais. Simplificar<br />

as coisas nunca foi tão urgente. E<br />

Jobs fez isso como ninguém nos últimos<br />

anos. É uma pena não tê-lo mais<br />

entre a gente para nos ajudar.<br />

maior companhia de capital aberto<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em valor de merca<strong>do</strong>. Jobs<br />

foi um <strong>do</strong>s maiores defensores da popularização<br />

da tecnologia. Ele acreditava<br />

que computa<strong>do</strong>res e gadgets<br />

deveriam ser fáceis o suficiente para<br />

serem opera<strong>do</strong>s por qualquer pessoa,<br />

como gostava de repetir em um<br />

de seus bordões prediletos, que era:<br />

“simplesmente funciona” (em inglês,<br />

“it just works”). O impacto dessa visão<br />

foi além de sua companhia e aju<strong>do</strong>u<br />

a puxar a evolução de produtos como<br />

o Win<strong>do</strong>ws, da Microsoft. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 51


merca<strong>do</strong><br />

comportamento<br />

Como lidar com o bullying<br />

nas escolas<br />

Causas das agressões devem ser debatidas dentro e fora da sala de<br />

aula. Segun<strong>do</strong> psicóloga, o professor precisa repensar o seu lugar<br />

como educa<strong>do</strong>r<br />

Da Redação<br />

Tema recorrente no noticiário,<br />

o bullying apresenta<br />

consequências que<br />

trazem muito sofrimento<br />

para suas vítimas. Entre<br />

elas, me<strong>do</strong>, baixa autoestima, dificuldade<br />

de relacionamento e de<br />

concentração e diminuição <strong>do</strong> rendimento<br />

escolar. Por isso, é preciso<br />

que suas causas sejam debatidas<br />

dentro e fora da escola. Dentro desta<br />

problemática, a psicóloga Bruna Vaz,<br />

<strong>do</strong> CPPL (www.cppl.com.br), alerta<br />

para a necessidade de se modificar a<br />

forma de olhar para crianças e a<strong>do</strong>-<br />

52 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

lescentes. “Esse é um desafio para<br />

que o professor repense seu lugar<br />

de educa<strong>do</strong>r e passe a agir de forma<br />

atuante em sala de aula”, afirma.<br />

Na opinião da psicóloga, os profissionais<br />

devem prestar mais atenção<br />

em questões que estão além <strong>do</strong>s<br />

aspectos pedagógicos, mas que têm<br />

influência direta na escolaridade. Nas<br />

escolas, a maioria <strong>do</strong>s atos de bullying<br />

ocorre fora da visão <strong>do</strong>s adultos.<br />

Grande parte das vítimas não reage<br />

nem fala sobre a agressão sofrida. Por<br />

isso, a grande dificuldade no combate<br />

a esse tipo de ato. A omissão <strong>do</strong>s<br />

pais também é um fator que tem se<br />

mostra<strong>do</strong> favorável ao bullying, que<br />

passa a ser, nesse caso, uma forma<br />

negativa de atraí-los até a escola. O<br />

comportamento é observa<strong>do</strong> tanto<br />

em jovens como em crianças pequenas<br />

que não têm a vida escolar acompanhada<br />

pelos pais.<br />

O jovem que atua de forma<br />

agressiva, antissocial,<br />

muitas vezes está revelan<strong>do</strong><br />

um pedi<strong>do</strong> de ajuda<br />

Foto: Reprodução<br />

No entanto, além de ser um gera<strong>do</strong>r<br />

de grande sofrimento para a<br />

vítima, o bullying também é um indício<br />

de que se deve dar mais atenção<br />

ao autor das ofensas e agressões,<br />

uma vez que a agressividade<br />

pode configurar uma maneira de<br />

encobrir dificuldades vivenciadas<br />

dentro de casa. Ou seja, o jovem<br />

que atua de forma agressiva, antissocial,<br />

muitas vezes está revelan<strong>do</strong><br />

um pedi<strong>do</strong> de ajuda.<br />

Para ser considera<strong>do</strong> bullying,<br />

deve-se ter um conjunto de atitudes<br />

violentas intencionais, de caráter físico<br />

ou psicológico, e sem motivo<br />

aparente. Nessas agressões, existe<br />

níti<strong>do</strong> desequilíbrio de poder entre<br />

as partes envolvidas. Para Bruna,<br />

o termo geralmente é confundi<strong>do</strong><br />

dentro <strong>do</strong> âmbito escolar. Para ela,<br />

o bullying não pode ser associa<strong>do</strong> à<br />

violência propriamente dita. “Existe<br />

um aumento no requinte de crueldade<br />

em cada caso, o que pode levar<br />

a uma associação errônea entre casos<br />

de violência que não podem ser<br />

analisa<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s da mesma forma.<br />

Muitos deles nem sequer podem ser<br />

chama<strong>do</strong>s de bullying”, comenta.<br />

Existe um aumento no<br />

requinte de crueldade<br />

em cada caso, o que<br />

pode levar a uma<br />

associação errônea<br />

entre casos de violência<br />

que não podem ser<br />

analisa<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s da<br />

mesma forma. Muitos<br />

deles nem sequer<br />

podem ser chama<strong>do</strong>s de<br />

bullying”<br />

Para tentar reduzir os casos de<br />

bullying, a psicóloga Bruna Vaz indica<br />

que o fenômeno deve ser trata<strong>do</strong><br />

em conjunto pelos pais e a escola. A<br />

melhor saída para os pais é o estreitamento<br />

da relação com a escola,<br />

passan<strong>do</strong> a agir como participantes<br />

da vida escolar <strong>do</strong> filho. Já os professores,<br />

devem lidar com essa problemática<br />

abordan<strong>do</strong>-a de maneira<br />

delicada e propon<strong>do</strong> aulas mais participativas.<br />

A sugestão é propor trabalhos<br />

de compartilhamento de informação<br />

com a formação de equipes. B


merca<strong>do</strong><br />

alimentação<br />

Carne suína: de bandida<br />

a mocinha<br />

<strong>As</strong>socia<strong>do</strong> a níveis eleva<strong>do</strong>s de colesterol no sangue, verminoses, alergias<br />

e obesidade, o consumo de carne suína é rechea<strong>do</strong> de preconceitos,<br />

contu<strong>do</strong>, ela não é a vilã da saúde, como muita gente imagina<br />

Por Marina Franco (CDN) com imagens da ABCS<br />

Apesar <strong>do</strong> crescimento<br />

registra<strong>do</strong> nos últimos<br />

anos e <strong>do</strong>s constantes<br />

investimentos da cadeia<br />

produtiva em sanidade,<br />

o consumo de carne suína no Brasil<br />

54 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

ainda está envolto em uma série de<br />

tabus relaciona<strong>do</strong>s ao impacto desse<br />

tipo de proteína animal na saúde humana.<br />

No Brasil, o consumo per capita<br />

de carne suína ao ano é de apenas<br />

14,5 quilos, enquanto na União Eu-<br />

ropeia a média de consumo é de 45<br />

quilos. “Os cuida<strong>do</strong>s sanitários estão<br />

cada vez mais presentes na cadeia<br />

de suínos e são essenciais para a produção<br />

de uma carne segura, saborosa<br />

e de qualidade no país”, ressalta o<br />

team leader da unidade de Negócios<br />

Suínos da Pfizer Saúde Animal, Evandro<br />

Poleze.<br />

Tanto o processo de criação de<br />

suínos quanto o controle de <strong>do</strong>enças<br />

evoluíram muito nos últimos<br />

anos e têm possibilita<strong>do</strong> a profissionalização<br />

e o crescimento <strong>do</strong> segmento.<br />

“O risco de contaminação<br />

- no consumo da carne suína - por<br />

parasitoses, por exemplo, foi extremamente<br />

reduzi<strong>do</strong> com a a<strong>do</strong>ção<br />

de técnicas adequadas de manejo e<br />

alimentação, bem como com o controle<br />

sanitário rígi<strong>do</strong> nas granjas”,<br />

completa Poleze.<br />

Diante disse, vale a pena desmistificar<br />

os preconceitos mais comuns<br />

que envolvem o consumo da<br />

carne suína:<br />

1. Carne suína é mais rica em colesterol<br />

que outras carnes e seu consumo<br />

é prejudicial para quem tem<br />

colesterol eleva<strong>do</strong>.<br />

Por que é mito? O colesterol é<br />

um composto orgânico, um tipo<br />

de álcool presente em to<strong>do</strong>s os animais<br />

que se localiza nas membranas<br />

celulares e é transporta<strong>do</strong> pelo<br />

plasma sanguíneo. Todas as carnes<br />

têm níveis pareci<strong>do</strong>s de colesterol,<br />

que variam normalmente de acor<strong>do</strong><br />

com os cortes, pois esse composto<br />

concentra-se mais próximo às células<br />

de gordura. “A pele de frango e<br />

a casca <strong>do</strong> camarão, por exemplo,<br />

são riquíssimas em colesterol, ape-<br />

sar de não serem normalmente associadas<br />

ao risco de colesterol eleva<strong>do</strong><br />

pelos brasileiros. No caso da<br />

carne suína, o lombo é o corte com<br />

menor teor de gordura intramuscular<br />

e seu teor de colesterol chega<br />

a ser menor <strong>do</strong> que o <strong>do</strong> peito de<br />

frango sem pele (veja quadro com<br />

a comparação)”, salienta o médico<br />

veterinário e mestre em Agronegócios<br />

Fabiano Coser, diretor executivo<br />

da <strong>As</strong>sociação Brasileira <strong>do</strong>s<br />

Cria<strong>do</strong>res de Suínos (ABCS).<br />

teor de colesterol (mg/100 g)<br />

2. É grande o risco de contrair parasitoses<br />

ao se consumir carne suína.<br />

Por que é mito? É comum ouvirmos<br />

a recomendação de que a<br />

carne suína só deve ser consumida<br />

muito bem passada, caso contrário<br />

a contaminação por vermes é certa<br />

- principalmente a neurocisticercose,<br />

infecção <strong>do</strong> sistema nervoso central<br />

causada pela larva da Taenia solium.<br />

“Esse é um <strong>do</strong>s maiores absur<strong>do</strong>s ditos<br />

sobre a carne suína. A produção<br />

de suínos no Brasil há muitos anos é<br />

feita em sistema de confinamento,<br />

sem acesso a terra. E uma das condições<br />

fundamentais para o desenvolvimento<br />

de parasitoses é o contato<br />

com a terra, na qual os ovos caem<br />

Fonte 1 2 3 4 Média<br />

Lombo suíno cozi<strong>do</strong> 78 79 69 65 72,8<br />

Pernil suíno cozi<strong>do</strong> - - 82 65 73,5<br />

Peito de frango cozi<strong>do</strong>, sem pele 84 84,8 - - 84,4<br />

Filé mignon bovino cozi<strong>do</strong> 84 84 - - 84<br />

Fontes:<br />

1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board<br />

2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992<br />

3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993<br />

4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994<br />

e eclodem para contaminar os animais”,<br />

esclarece Coser. No caso da<br />

neurocisticercose, a confusão é ainda<br />

maior, pois a transmissão da <strong>do</strong>ença<br />

está associada à falta de sa- A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 55


merca<strong>do</strong><br />

alimentação<br />

neamento básico e não ao consumo<br />

de carne suína. Só é possível contrair<br />

a neurocisticercose pela ingestão de<br />

água contaminada com dejetos humanos<br />

ou alimentos irriga<strong>do</strong>s com<br />

essa água. Para Coser, o preconceito<br />

está liga<strong>do</strong> tanto à maneira como o<br />

porco era cria<strong>do</strong> antigamente (solto<br />

e se alimentan<strong>do</strong> de restos de comida)<br />

como à associação <strong>do</strong> animal<br />

com a sujeira comum no imaginário<br />

popular. Hoje as granjas possuem<br />

baias limpas e bem conservadas e<br />

os porcos alimentam-se de rações<br />

feitas de milho e farelo de soja.<br />

3. Carne suína tem mais gordura<br />

saturada que outras carnes.<br />

Por que é mito? O raciocínio é o<br />

mesmo <strong>do</strong> teor de colesterol: há cortes<br />

suínos com mais gordura saturada<br />

e outros mais magros. “<strong>As</strong> carnes,<br />

de uma forma geral, apresentam<br />

gordura saturada, porque se trata<br />

de um composto mais presente em<br />

gorduras de origem animal <strong>do</strong> que<br />

nos óleos, que são gorduras de origem<br />

vegetal. Além disso, a gordura<br />

também é um composto necessário<br />

ao organismo humano”, explica Co-<br />

teor de gordura saturada (mg/100 g)<br />

Fonte 1 2 3 4 Média<br />

Lombo suíno cozi<strong>do</strong> 7,5 7,12 5,9 6,2 6,7<br />

Pernil suíno cozi<strong>do</strong> - - 4,7 6,2 4,7<br />

Peito de frango cozi<strong>do</strong>, sem pele 3,5 3,5 3,5 - 3,5<br />

Filé mignon bovino cozi<strong>do</strong> 10 10 - - 10<br />

Fontes:<br />

1 - NPCC, National Pork Producers Council and National Pork Board<br />

2 - USDA, Agricultural Handbook 8-10, 1992<br />

3 - Bragagnolo, N., Departamento de Química da Unicamp, 1993<br />

4 - Universidad Nacional de Nutrición, México, 1994<br />

56 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

ser (veja quadro com a comparação).<br />

4. Carne suína é muito difícil<br />

de digerir.<br />

Por que é mito? O grau de digestibilidade<br />

da carne suína é pareci<strong>do</strong><br />

com o das demais carnes e<br />

varia de acor<strong>do</strong> com o teor de gordura,<br />

os cortes e a forma de preparo.<br />

“A carne suína é a que apresenta<br />

a melhor relação sódio x potássio<br />

entre as proteínas de origem animal.<br />

Porém, poucas pessoas sabem<br />

dessa característica. Os maiores níveis<br />

de potássio alia<strong>do</strong>s a menores<br />

níveis de sódio fazem com que a<br />

carne suína seja recomendada para<br />

pacientes com hipertensão arterial,<br />

problemas circulatórios e renais”,<br />

explica Coser.<br />

5. Carne suína provoca alergias.<br />

Por que é mito? “Bioquimicamente,<br />

os carboidratos são idênticos<br />

nas proteínas de origem animal.<br />

Portanto, a carne suína não pode ser<br />

considerada mais alergênica que as<br />

demais”, resume Coser.<br />

6. Carne suína é seca e difícil de<br />

ser temperada.<br />

Por que é mito? “Quem diz isso<br />

certamente entende pouco de cozinha.<br />

Há formas mais adequadas de<br />

se preparar cada um <strong>do</strong>s cortes. A<br />

gordura <strong>do</strong> porco concentra-se no<br />

toucinho. O lombo tem tão pouca<br />

gordura intramuscular que acaba<br />

realmente fican<strong>do</strong> resseca<strong>do</strong> de-<br />

penden<strong>do</strong> da forma de cozimento”,<br />

alerta Coser. Nesse caso, pode-se<br />

utilizar uma calda ou prepará-lo envelopa<strong>do</strong>,<br />

coberto com uma fatia de<br />

bacon no momento de assá-lo. Isso<br />

garante mais sabor à carne e protege<br />

<strong>do</strong> ressecamento. Já sobre o tempero,<br />

Coser garante que o churrasco de<br />

carne suína temperada apenas com<br />

sal grosso fica delicioso. Os cortes<br />

mais gordurosos são também mais<br />

saborosos (confira receitas com carne<br />

suína no final da reportagem, ou<br />

no site da ABCS: www.abcs.org.br/<br />

gastronomia/receitas<br />

7. A carne suína não é nobre.<br />

Por que é mito? Coser acredita<br />

que esse mito vem cain<strong>do</strong>, porque<br />

os brasileiros estão aprenden<strong>do</strong> que<br />

a carne suína é bastante versátil no<br />

preparo. “É a carne mais consumida<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e há redes de restaurantes<br />

que trabalham apenas com ela.<br />

Aos poucos estamos fugin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

pratos tradicionais e partin<strong>do</strong> para<br />

variações mais refinadas, como um<br />

filé mignon suíno com salada verde<br />

ou costelinha com molho barbecue”,<br />

enumera Coser.<br />

Steak au Poivre<br />

Filé Mignon Suíno<br />

Uma demonstração definitiva<br />

de que a carne suína visita os clássicos<br />

de forma nobre e instigante.<br />

Para 4 pessoas, limpe 1 kg de filé<br />

mignon suíno, retiran<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o<br />

resíduo de gordura. Numa frigideira<br />

antiaderente, refogue alho e<br />

cebola micropicadinhos. Para uma<br />

solução rápida e eficiente, junte a<br />

um copo de cal<strong>do</strong> de carne bastante<br />

pimenta <strong>do</strong> reino moída na<br />

hora. Leve ao fogo e deixe redu-<br />

Bolonhesa de Carne Suína<br />

Para a maioria <strong>do</strong>s brasileiros é<br />

sempre uma grande surpresa descobrir<br />

que a carne suína participa<br />

da receita original dessa fabulosa<br />

solução nascida em Bolonha, na<br />

Itália. Os italianos misturam carne<br />

suína e bovina na exata proporção<br />

de 50 por cento. Nesta receita, exploramos<br />

exclusivamente a carne<br />

suína moída duas vezes. Pode-se<br />

usar patinho, alcatra, lombo ou<br />

coxão mole. O importante é eliminar<br />

previamente toda a gordura<br />

superficial.<br />

Tempere com alho, sal, pimenta<br />

<strong>do</strong> reino, cebola e salsinha pica-<br />

Confira algumas receitas à base de carne suína<br />

zir. Acrescente <strong>do</strong>is copos padrão<br />

“americano” de creme de leite fresco.<br />

Corrija o sal. Sirva sobre medalhões<br />

de filé grelha<strong>do</strong>s em azeite<br />

de oliva, tempera<strong>do</strong>s com sal e pimenta<br />

<strong>do</strong> reino moída na hora. O<br />

ideal, no entanto, é preparar uma<br />

boa receita de molho espanhol<br />

corta<strong>do</strong> com um pouco de molho<br />

“rotie” - um cal<strong>do</strong> de carne prepara<strong>do</strong><br />

a partir de ossos assa<strong>do</strong>s<br />

primeiramente no forno e depois<br />

cozi<strong>do</strong>s longamente ao la<strong>do</strong> de<br />

aromáticos, como cebola, salsão,<br />

cenoura e um belo “buquê garni”<br />

dinhos. Reserve por duas horas na<br />

geladeira. Mergulhe em <strong>do</strong>is copos<br />

de água 100g de cogumelos secos.<br />

Refogue 800g de carne (para quatro<br />

pessoas) numa base de alho e<br />

cebola micropicadinhos. Cuida<strong>do</strong><br />

Guisa<strong>do</strong> de Coxão Suíno<br />

Estes cubos são ótimos para<br />

quem está com pressa e pretende<br />

fazer uma comida caseira saborosa,<br />

usan<strong>do</strong> o menor espaço de<br />

tempo possível.<br />

Tempere os cubos de coxão<br />

duro (1 kg para quatro pessoas)<br />

com sal, pimenta <strong>do</strong> reino moída na<br />

hora, alho em pasta, cebola picada<br />

e duas colheres de sopa de shoyu.<br />

Faça uma base de cebola e alho micropicadinhos<br />

e refogue. Coloque<br />

(maço reunin<strong>do</strong> tomilho, salsinha,<br />

sálvia e manjericão). Tu<strong>do</strong> isso é<br />

coa<strong>do</strong> e serve como base para cal<strong>do</strong>s<br />

de carne.<br />

para não gerar água. Acrescente 2<br />

pacotes de polpa de tomate, 4 colheres<br />

de sopa de salsinha e igual<br />

quantidade de hortelã picada. Adicione<br />

um copo padrão “americano”<br />

de cal<strong>do</strong> de carne. Em seguida<br />

acrescente os cogumelos pica<strong>do</strong>s<br />

e a água na qual eles foram hidrata<strong>do</strong>s.<br />

Cozinhe o penne conforme<br />

instrução <strong>do</strong> fabricante. Organize<br />

a pasta num prato fun<strong>do</strong> e coloque<br />

o molho bolonhesa na parte<br />

superior. Salpique folhas frescas<br />

de tomilho, lascas de queijo parmesão<br />

e regue com azeite de oliva<br />

extra-virgem. O prato, dessa forma,<br />

ganha estatura que o projeta<br />

para qualquer circunstância.<br />

os cubos quan<strong>do</strong> a cebola estiver<br />

<strong>do</strong>urada e refogue. Quan<strong>do</strong> a carne<br />

estiver bem refogada, acrescente<br />

500 ml de cal<strong>do</strong> de carne. Conte 20<br />

minutos depois de pegar pressão<br />

na panela. Abra a panela, acrescente<br />

o legume de sua preferência<br />

(abóbora, maxixe, chuchu, cenoura,<br />

to<strong>do</strong>s corta<strong>do</strong>s em cubos menores<br />

que o tamanho da carne) e corrija<br />

o sal. Cozinhe a carne até que fique<br />

macia. Depois, acrescente os legumes<br />

e deixe em fogo baixo até que<br />

fiquem cozi<strong>do</strong>s. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 57


merca<strong>do</strong><br />

energia<br />

Estamos no Horário<br />

de Verão<br />

Medida que vale para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, para o<br />

Distrito Federal e também para o esta<strong>do</strong> da Bahia se estende até a zero<br />

hora <strong>do</strong> dia 26 de fevereiro de 2012<br />

Por Eval<strong>do</strong> Pighini com Agência Minas<br />

Os relógios de quem<br />

mora nas regiões Sul,<br />

Sudeste e Centro-<br />

-Oeste <strong>do</strong> Brasil, além<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia,<br />

tiveram que ser adianta<strong>do</strong>s em 1<br />

hora a partir <strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo, dia 16.<br />

Foi quan<strong>do</strong> entrou em vigor, à zero<br />

hora, o Horário de Verão 2011/2012.<br />

O novo horário, que dessa vez terminará<br />

à zero hora <strong>do</strong> dia 26 de<br />

fevereiro de 2012, vai vigorar em<br />

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,<br />

Espírito Santo, Rio Grande <strong>do</strong><br />

Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás,<br />

Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul,<br />

Bahia e Distrito Federal, que irão<br />

participar novamente da medida.<br />

Em Minas, ao longo desses pouco<br />

mais de quatro meses, está prevista<br />

uma economia de energia de até<br />

0,5%, o equivalente a 110.000 MWh,<br />

o que seria suficiente para abastecer<br />

a capital mineira, Belo Horizonte,<br />

durante dez dias.<br />

De acor<strong>do</strong> com o engenheiro de<br />

Operação <strong>do</strong> Sistema da Companhia<br />

Energética de Minas Gerais (Cemig),<br />

Wilson Fernandes Lage, o principal<br />

benefício <strong>do</strong> Horário de Verão é o<br />

aumento da confiabilidade e segurança<br />

na operação <strong>do</strong> sistema elétrico,<br />

o que acaba reduzin<strong>do</strong> o risco de<br />

apagões. “Isso é alcança<strong>do</strong> pela re-<br />

dução da demanda máxima durante<br />

o horário de pico de carga <strong>do</strong> sistema<br />

elétrico brasileiro, que ocorre no<br />

perío<strong>do</strong> das 18 às 22 horas”.<br />

Ainda segun<strong>do</strong> o engenheiro, o<br />

Horário de Verão pode gerar uma<br />

série de outros ganhos. “Com a sua<br />

a<strong>do</strong>ção, é possível, por exemplo, facilitar<br />

a programação de manutenções,<br />

reduzir a necessidade de geração<br />

térmica para atendimento de ponta,<br />

O principal benefício <strong>do</strong> Horário de Verão é o aumento<br />

da confiabilidade e segurança na operação <strong>do</strong> sistema<br />

elétrico, o que acaba reduzin<strong>do</strong> o risco de apagões<br />

58 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

minimizar a necessidade de investimentos<br />

para atendimentos localiza<strong>do</strong>s<br />

e preservar o meio ambiente, já<br />

que a poluição que seria produzida<br />

pela queima de combustível fóssil é<br />

evitada”, explica Wilson.<br />

Previsão de economia<br />

Em Minas Gerais, está prevista<br />

uma redução na demanda diária<br />

máxima de energia de até 4%, o que<br />

corresponde a cerca de 300 MW. Essa<br />

potência equivale, por dia, a uma redução<br />

no horário de pico comparável<br />

à geração de 2,3 usinas <strong>do</strong> porte<br />

da Usina Térmica Igarapé (a plena<br />

carga) ou mesmo a 30% da carga de<br />

pico de Belo Horizonte.<br />

Durante esses pouco mais de<br />

quatro meses, espera-se uma economia<br />

de energia de até 0,5% (110.000<br />

MWh), o que seria suficiente para<br />

abastecer a capital mineira durante<br />

dez dias. Para o consumi<strong>do</strong>r residencial,<br />

por sua vez, a redução mensal<br />

pode chegar a 5%, caso sejam manti<strong>do</strong>s<br />

os hábitos de consumo.<br />

Segun<strong>do</strong> Wilson Lage, como nes-<br />

ta época os dias ficam mais longos, a<br />

economia registrada, principalmente<br />

nas regiões mais ao sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>,<br />

pode ser bastante significativa.<br />

“Quanto maior a distância da linha <strong>do</strong><br />

Equa<strong>do</strong>r, maior o efeito <strong>do</strong> horário”.<br />

Esta é a 41ª edição <strong>do</strong> Horário de<br />

Verão, que desde 2008 possui data fixa<br />

de início (terceiro <strong>do</strong>mingo de outubro)<br />

e término. Como a data de término<br />

prevista no ano que vem coincidirá B<br />

A energia economizada durante<br />

o Horário de Verão somente em<br />

Minas Gerais, por exemplo, pode<br />

não parecer muito, mas seria<br />

suficiente para abastecer a capital,<br />

Belo Horizonte, durante 10 dias


merca<strong>do</strong><br />

veículos<br />

Vem aí o novo<br />

Suzuki SX4<br />

Da Redação<br />

O<br />

Suzuki SX4 é o novo<br />

carro da Suzuki, que<br />

deve ser lança<strong>do</strong> até o<br />

final <strong>do</strong> ano. O modelo<br />

também deve ganhar<br />

futuramente uma versão sedan. O<br />

motor e a potência <strong>do</strong> Suzuki SX4<br />

2012 foi melhorada em relação à<br />

versão anteiror. O crossover ganhou:<br />

controle de estabilização, sistema de<br />

combustível econômico e transmissão<br />

automática.<br />

O Suzuki SX4 2012 no modelo básico<br />

vem equipa<strong>do</strong> com motor 2.0, 16<br />

V, potência máxima de 145 CV a 6.200<br />

rpm e torque máximo de 190 nm às<br />

4.000 rpm. O motor faz uso de 4 cilindros,<br />

câmbio manual e tanque de combustível<br />

de 50 litros, com um consumo<br />

médio de 7,3 L por 100 km; o modelo<br />

usa o sistema de injeção multiponto.<br />

Dentro <strong>do</strong>s itens tecnológicos, o<br />

novo Suzuki vem com Keyless, computa<strong>do</strong>r<br />

de bor<strong>do</strong> e o computa<strong>do</strong>r<br />

60 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

multifunção, direção assistida, vidros<br />

elétricos e espelhos, além de controle<br />

de cruzeiro. Nos itens de segurança,<br />

conta com 6 airbags, alarme e<br />

imobiliza<strong>do</strong>r de motor, rodas de liga<br />

leve, sistema de distribuição eletrônica<br />

da força de travagem e o brake<br />

assist. Conforto e luxo não poderiam<br />

ficar de fora, nem ar-condiciona<strong>do</strong> e<br />

direção multifunção.<br />

O resulta<strong>do</strong> “SportCross” combina<br />

a dinâmica de resposta de condução,<br />

capacidade de 4×4, altos níveis<br />

de praticidade e estilo, o que sugere<br />

um mo<strong>do</strong> livre de vida.<br />

O Suzuki SX4 Sportcross, foi<br />

fabrica<strong>do</strong> para agradar seus compra<strong>do</strong>res<br />

e aumentar a linha de<br />

veículos sofistica<strong>do</strong>s da marca<br />

Suzuki. Esse SportCross da Suzuki<br />

une conforto, segurança e uma excelente<br />

performance.<br />

Com capacidade para transportar<br />

5 pessoas, o Suzuki SX4 possui<br />

um belo acabamento Premium com<br />

luz de teto, oferta<strong>do</strong> por cortesia,<br />

porta malas, luz de leitura individual<br />

e ignição iluminada.<br />

Ainda em seu espaço interno,<br />

ele oferece o assoalho traseiro plano,<br />

bancos confortáveis, sen<strong>do</strong> os<br />

da parte de trás mais altos, valorizan<strong>do</strong><br />

assim a visão <strong>do</strong>s passageiros<br />

e acomodan<strong>do</strong> melhor acomo<strong>do</strong> as<br />

pernas, tornan<strong>do</strong> o trajeto muito<br />

mais confortável.<br />

Na parte externa, esse veículo<br />

conta com um estilo único, com<br />

designer muito moderno, um rack<br />

de teto como item de série, valorizan<strong>do</strong><br />

ainda mais a estética <strong>do</strong> veículo<br />

e pneus com roda em liga leve<br />

16″, com muita aderência. Ainda<br />

em seu exterior, ele oferece os para-<br />

-choques, maçanetas e retrovisores,<br />

to<strong>do</strong>s na mesma cor <strong>do</strong> veículo.<br />

O novo Suzuki SX4 deve ficar a<br />

partir de R$ 68.490. B


merca<strong>do</strong><br />

veículos<br />

Iveco prepara<br />

apresentação <strong>do</strong> Tector<br />

Caminhão da família Ecoline, o Iveco Tector ganha<br />

teto alto, interior novo e motores mais potentes<br />

Da Redação<br />

A<br />

Iveco revela a segunda<br />

de suas muitas novidades<br />

que serão apresentadas<br />

ao público na<br />

Fenatran e que fazem<br />

parte de sua nova linha Ecoline de<br />

caminhões: a família de semipesa<strong>do</strong>s<br />

Iveco Tector, que vem com nova<br />

cabine de teto alto, novo interior/<br />

painel e motores mais potentes. <strong>As</strong><br />

primeiras versões <strong>do</strong> modelo serão<br />

lançadas em 2012 e até 2014 a família<br />

completa estará no merca<strong>do</strong>.<br />

62 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Dentro da linha Ecoline, a cabine<br />

<strong>do</strong> novo Iveco Tector tem opção<br />

de teto alto que, visualmente,<br />

aumenta a imponência deste que<br />

é um <strong>do</strong>s mais bonitos caminhões<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Ela significa também<br />

mais espaço para motorista e ocupante.<br />

O painel é novo, ergonômico<br />

e elegante. Os indica<strong>do</strong>res de velocidade<br />

e rotação <strong>do</strong> motor (rpm)<br />

são analógicos, bem visíveis, e entre<br />

eles está o computa<strong>do</strong>r de bor<strong>do</strong>,<br />

que traz o econômetro e o indica<strong>do</strong>r<br />

de nível de Arla 32. Os bancos<br />

ganharam novas forrações e o interior<br />

ficou muito mais sofistica<strong>do</strong>: farol<br />

de neblina, espelhos retrovisores<br />

elétricos e nova suspensão da cabi-<br />

ne são novos itens que ampliam o<br />

já eleva<strong>do</strong> conforto <strong>do</strong> modelo. O<br />

tanque de combustível de alumínio<br />

é agora de série.<br />

Os novos motores Iveco-FPT<br />

NEF 6 de seis litros e commom rail<br />

atendem às normativas Proconve<br />

P7 (Euro V) e são mais potentes<br />

(220 e 280cv) e econômicos.<br />

Compara<strong>do</strong> ao modelo anterior,<br />

o consumo <strong>do</strong> novo Iveco Tector<br />

melhorou em até 4%. O câmbio<br />

ZF sincroniza<strong>do</strong> tem sistema “single<br />

H”. A gama vem com cinco<br />

opções de entre eixos, com melhor<br />

adequação às necessidades<br />

<strong>do</strong> transporta<strong>do</strong>r.<br />

A nova geração Ecoline signifi-<br />

ca, nos modelos Iveco, novas cabines,<br />

novos interiores, modificações<br />

mecânicas de chassi e suspensões e<br />

detalhes estéticos, que de uma forma<br />

ou de outra alcançam todas as<br />

famíias de produtos da marca. Das<br />

atuais 85 possibilidades de produtos<br />

Iveco (contan<strong>do</strong> família, cabine,<br />

powertrain e chassi, apenas), a<br />

nova geração Ecoline dá um salto<br />

para mais de 140 versões. Todas as<br />

famílias Ecoline serão produzidas<br />

no Brasil, na fábrica da empresa em<br />

Sete Lagoas (MG), o que significa<br />

que poderão ser financia<strong>do</strong>s pelo<br />

Finame. Serão importadas apenas<br />

algumas versões destinadas a aplicações<br />

especiais. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 63


merca<strong>do</strong><br />

veículos<br />

Trike Harley-Davidson é<br />

apresenta<strong>do</strong> ao público<br />

Da Redação<br />

A<br />

Harley-Davidson surpreende<br />

mais uma vez<br />

e trouxe ao Brasil o<br />

modelo Trike Tri Glide®<br />

Ultra Classic® para exibição<br />

no Salão Duas Rodas 2011.<br />

O pioneiro <strong>do</strong>s triciclos, prepara<strong>do</strong><br />

para ser uma máquina Touring imponente,<br />

concilia o máximo de conforto<br />

em um estilo único e exclusivo,<br />

cujo objetivo é fazer com que o<br />

piloto desfrute de cada quilômetro<br />

de seu passeio.<br />

O conforto é garanti<strong>do</strong> pelo assento<br />

em <strong>do</strong>is níveis com encosto<br />

64 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

para as costas <strong>do</strong> passageiro, piloto<br />

automático, plataforma integral para<br />

apoio <strong>do</strong>s pés, King Tour-Pak e porta-<br />

-malas para <strong>do</strong>is capacetes e sistema<br />

de áudio premium Harman-Kar<strong>do</strong>n<br />

com alto-falantes para o passageiro.<br />

O Trike Tri Glide Ultra Classic é<br />

um show de estilo com suas rodas<br />

de sete raios estiliza<strong>do</strong>s de alumínio<br />

e pintura premium especial em <strong>do</strong>is<br />

tons, o que certamente agradará aos<br />

fãs mais exigentes da marca.<br />

O motor Twin Cam 103 de 1700<br />

cc é capaz de gerar um torque de 13,8<br />

kgfm a 3250 rpm e o câmbio é de seis<br />

velocidades Six-Speed Cruise Drive®,<br />

com marcha reversa eletrônica.<br />

“Fizemos questão de trazer o<br />

Trike Tri Glide Ultra Classic ao Salão<br />

Duas Rodas. Este é um modelo que<br />

foi projeta<strong>do</strong> e testa<strong>do</strong> sob os mais<br />

rígi<strong>do</strong>s padrões Harley-Davidson,<br />

ou seja, atenden<strong>do</strong> aos rigorosos<br />

critérios de quem está nesta estrada<br />

há mais de 100 anos. Queremos<br />

Especificações Técnicas<br />

FLHtCUtg trike tri glide ® Ultra Classic ®<br />

Dimensões<br />

ver a aceitação <strong>do</strong> público brasileiro<br />

para esse produto”, afirmou<br />

o diretor-superintendente Comercial<br />

da Harley-Davidson <strong>do</strong> Brasil,<br />

Longino Morawski.<br />

Comprimento (mm) 2687<br />

Altura <strong>do</strong> assento (mm)1 734<br />

Ângulo <strong>do</strong> cáster (º)/ Trail (mm) 32/100<br />

Capacidade <strong>do</strong> tanque (litros) 22,7<br />

Peso seco (kg) 525<br />

Motorização<br />

Motor Twin Cam 103, refrigera<strong>do</strong> a ar<br />

Cilindrada (cm³) 1690<br />

Diâmetro x Curso (mm) 98,4 x 111,3<br />

Torque2 13,8 kgf.m @ 3250 rpm<br />

Transmissão<br />

6 velocidades Six-Speed Cruise Drive ® ,<br />

com marcha reversa eletrônica<br />

Transmissão primária Corrente, relação 34/46<br />

Dianteira<br />

Traseira<br />

Rodas 3 / Pneus<br />

Freios a disco<br />

Prata, 7 raios estiliza<strong>do</strong>s de alumínio<br />

MT90B16 72H<br />

Prata, 7 raios estiliza<strong>do</strong>s de alumínio<br />

P205/65R15<br />

4 pistões fixos na dianteira e 1 pistão flutuante na traseira Freio de estacionamento aciona<strong>do</strong> por alavanca<br />

Big Blue Pearl / Vivid Black<br />

Opções de cor 4<br />

Características <strong>do</strong> modelo<br />

<strong>As</strong>sento em <strong>do</strong>is níveis com encosto para as costas <strong>do</strong> passageiro, plataforma integral para apoio <strong>do</strong>s pés,<br />

estratégia de Gerenciamento da Temperatura em Marcha lenta (EITMS), sistema de áudio premium Harman/<br />

Kar<strong>do</strong>n ® com alto-falantes para o passageiro, piloto automático (Cruise Control),carenagem estilo “asa de<br />

morcego”, defletores escureci<strong>do</strong>s, carenagem inferior ventilada, King Tour-Pak ® , porta-malas e pintura premium<br />

especial com acabamento artesanal.<br />

Notas:<br />

1 - A medida reflete a altura <strong>do</strong> assento com a motocicleta sem carga.<br />

2 - Os valores apresenta<strong>do</strong>s são nominais. A performance pode variar por país e região.<br />

3 - Itens de série e opcionais podem variar de acor<strong>do</strong> com país e região.<br />

4 - A disponibilidade das cores pode variar de concessionária para concessionária e está sujeita a mudanças sem aviso prévio. Podem existir<br />

variações entre as cores impressas neste material e as cores <strong>do</strong> produto final. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 65


merca<strong>do</strong><br />

turismo<br />

Curaçao - fácil<br />

de se apaixonar<br />

Situada no Caribe, a 53 Km da costa Venezuelana, 64 Km a leste de<br />

Bonaire, e com 472 Km2 de área, Curaçao oferece uma boa estrutura<br />

turística, além de uma exuberante vida submarina. Essa ilha paradisíaca<br />

celebrou neste mês o seu primeiro ano como país<br />

Da Redação<br />

66 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Curaçao, ilha paradisíaca localizada no Caribe,<br />

comemorou no dia 10 de outubro o seu primeiro<br />

ano como país. Sua história começa<br />

em 1499, quan<strong>do</strong>, sob o coman<strong>do</strong> de Alonso<br />

Ojeda, os marinheiros europeus foram os primeiros<br />

a pisar em Curaçao. Na época <strong>do</strong> descobrimento,<br />

a ilha era habitada por índios altos e robustos e, por isso,<br />

Alonso Ojeda denominou o local de a “Ilha <strong>do</strong>s Gigantes”.<br />

Tempos depois, o nome da Ilha foi troca<strong>do</strong> para Curaçao,<br />

e três são as hipóteses: os marinheiros aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s na<br />

ilha curaram-se <strong>do</strong> escorbuto e passaram a chamá-la “Isla<br />

de Curación”; a segunda, a de que o nome seja proveniente<br />

da palavra portuguesa “coração”, porque merca<strong>do</strong>res<br />

portugueses consideravam a ilha o coração da região;<br />

e a última é a de que o nome talvez tenha si<strong>do</strong> da<strong>do</strong><br />

em homenagem ao Sagra<strong>do</strong> Coração de Maria.<br />

Logo após o descobrimento, Espanha, Holanda, França<br />

e Inglaterra começaram a disputar sua posse, pois consideravam<br />

a ilha um ponto comercial estratégico entre<br />

a Europa e a América. Em 1634, Curaçao transformou-se<br />

numa colônia holandesa. Em 1815, um trata<strong>do</strong> internacional<br />

deu a posse definitiva para a Holanda e, em 1954,<br />

o governo de Curaçao deixou de ser colônia. Finalmente,<br />

em 10 de outubro de 2010, com a extinção das Antilhas<br />

Holandesas, a ilha tornou-se um país autônomo.<br />

Com uma belíssima arquitetura colonial holandesa e<br />

anima<strong>do</strong> comércio, desde 1997, sua capital, Willemstad,<br />

que mais parece uma miniatura de uma cidade holandesa,<br />

é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da<br />

Humanidade pela Unesco. É dividida ao meio pela Baía<br />

de Santa Ana, e a ponte móvel, Rainha Emma, construída<br />

em 1888, une as duas partes: Otrobanda (residencial) e<br />

Punda (comercial e turística). Aliás, essa ponte móvel é<br />

um espetáculo à parte, abrin<strong>do</strong> e fechan<strong>do</strong> para dar passagem<br />

aos enormes transatlânticos de turismo, navios de<br />

guerra e de transporte que utilizam o porto.<br />

A ilha também é conhecida como a “Holanda <strong>do</strong> Caribe”,<br />

e compreende uma área de 472 km2, ou seja, praticamente<br />

o mesmo tamanho de Florianópolis. Ao to<strong>do</strong>,<br />

são 38 praias e 40 baías, que podem ser desfrutadas sob<br />

um sol que brilha praticamente o ano inteiro. <strong>As</strong> águas<br />

são cristalinas e azuis, com temperaturas que variam<br />

entre 25 e 27 graus centígra<strong>do</strong>s. A visibilidade atinge 40<br />

metros de profundidade.<br />

O holandês é a língua oficial, mas também se pode<br />

ouvir o inglês, espanhol e o “papiamento” - uma mistura<br />

de português, espanhol e inglês, devi<strong>do</strong> à mistura de povos<br />

diferentes (raízes judaicas, portuguesas, holandesas<br />

e africanas), proporcionan<strong>do</strong> uma rica diversidade cultural.<br />

O florim é a moeda oficial de Curaçao e vale cerca de<br />

1,75 em relação ao dólar, que também é aceito em todas<br />

as lojas e restaurantes.<br />

A temperatura média anual é de 27°C, com um índice<br />

pluviométrico muito baixo, crian<strong>do</strong> um clima semiári<strong>do</strong>,<br />

semelhante ao encontra<strong>do</strong> no deserto <strong>do</strong> Arizona ou no<br />

nordeste brasileiro. Faz sol quase o ano inteiro e fortes ventos<br />

alísios sopram constantemente. Felizmente, a ilha está<br />

fora da rota de furacões que assolam a região caribenha. A<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Setembro | Outubro 2011 | 67


merca<strong>do</strong><br />

turismo<br />

Destino para<br />

qualquer turista<br />

Curaçao conta com uma rede hoteleira<br />

muito bem estruturada. Existe,<br />

à disposição, uma variada gama<br />

de restaurantes e bares que servem<br />

desde massas italianas a frutos <strong>do</strong><br />

mar, sempre em porções generosas<br />

e a um preço razoável. A vida noturna<br />

não é das mais agitadas, mas<br />

sempre se pode ir a um cassino ou<br />

assistir a um show de música e dança<br />

típicas da região. Alguns barzinhos<br />

e danceterias mais movimenta<strong>do</strong>s<br />

completam a noitada.<br />

Um bom programa é visitar as<br />

cavernas existentes no la<strong>do</strong> oeste<br />

da ilha, no Parque Cristoffel, que<br />

contém pinturas <strong>do</strong>s primeiros habitantes<br />

da ilha. Conheça também o<br />

merca<strong>do</strong> flutuante <strong>do</strong> porto, onde se<br />

pode encontrar um pouco de tu<strong>do</strong>,<br />

desde frutas e legumes a peças de<br />

artesanato local.<br />

Outro passeio interessante é o<br />

Sea Aquarium, que contém exemplares<br />

exóticos da região. Eles fecharam<br />

um pedaço <strong>do</strong> mar e colocaram<br />

dentro algumas espécies de peixes,<br />

arraias, tartarugas e tubarões. O visitante<br />

pode ver o fun<strong>do</strong> através de<br />

um barco com vigias de vidro ou ainda<br />

mergulhar no local, acompanha<strong>do</strong><br />

de um guia <strong>do</strong> parque. Paredes<br />

de acrílico transparente separam o<br />

mergulha<strong>do</strong>r da área <strong>do</strong>s tubarões.<br />

Um pequeno buraco nessa parede<br />

permite passar comida para os peixes,<br />

que avançam velozmente contra<br />

o acrílico para pegar a comida. É<br />

uma sensação forte.<br />

Na ilha existem ainda opções para<br />

a prática de windsurf, esqui aquático<br />

e passeios de barco com fun<strong>do</strong> de vidro<br />

pelas áreas costeiras.<br />

Mergulhos em Curaçao,<br />

uma atração à parte<br />

A paisagem desértica da superfície<br />

contrasta com a exuberância da<br />

vida submarina <strong>do</strong> local. A visibilidade<br />

média é de 18 a 25 metros, chegan<strong>do</strong><br />

a 40 metros em alguns locais.<br />

A temperatura da água se mantém<br />

em torno de 26°C. <strong>As</strong> águas são calmas<br />

e oferecem uma rica variedade<br />

de corais, esponjas, algas e peixes tropicais.<br />

É incrível a diversidade de cores<br />

das esponjas, varian<strong>do</strong> em tons de<br />

vermelho, violeta, marrom e amarelo.<br />

Os recifes começam logo abaixo<br />

<strong>do</strong> nível da água e se estendem suavemente<br />

até os 10 ou 12 metros de<br />

profundidade, área conhecida como<br />

terraço. Nessa região, é possível encontrar<br />

enormes concentrações de<br />

peixes tropicais, que se aproximam<br />

sem me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s visitantes, excelente<br />

para tomadas de fotos e filmagens.<br />

É obrigatório fazer um mergulho noturno<br />

nesses terraços.<br />

Na extremidade <strong>do</strong>s terraços<br />

começa o paredão de coral, que cai<br />

abruptamente a várias dezenas de<br />

metros de profundidade. Suas magníficas<br />

formações são habitadas por<br />

interessantes e variadas formas de<br />

vida. É interessante levar alguma<br />

fonte de luz para enxergar o colori<strong>do</strong><br />

das esponjas, corais e peixes que<br />

habitam o local.<br />

Existem dezenas de points de<br />

mergulho em Curaçao, quase to<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> la<strong>do</strong> oeste da ilha, mais ou menos<br />

protegi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ventos fortes. Para os<br />

iniciantes, uma boa pedida é Makos<br />

Mountains, lugar raso com visibilidade<br />

acima de 30 metros e uma diversidade<br />

de vida fantástica.<br />

Ainda na costa oeste, encontra-se<br />

“The Car Pile”, um recife artificial forma<strong>do</strong><br />

por carros antigos afunda<strong>do</strong>s<br />

pelo pessoal da ilha para servir como<br />

atrativo turístico. É interessante ver o<br />

esta<strong>do</strong> em que se encontram os velhos<br />

calhambeques, totalmente cobertos<br />

de cracas e habita<strong>do</strong>s por uma infinidade<br />

de peixes, lagostas e moreias.<br />

Para os adeptos de um naufrágio,<br />

uma boa opção é “Superior Producer”,<br />

cargueiro que afun<strong>do</strong>u em<br />

1978, quase em frente à Willemstad,<br />

estan<strong>do</strong> a uma profundidade entre<br />

27 a 34 metros. O navio está inteiro e<br />

é possível entrar em várias partes <strong>do</strong><br />

seu interior sem maiores problemas.<br />

10 motivos para<br />

visitar Curaçao<br />

1 - Mergulhar em um <strong>do</strong>s mares mais<br />

lin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

Mesmo se você não é adepto <strong>do</strong><br />

mergulho autônomo (aquele que<br />

precisa de cilindros e em que a profundidade<br />

é maior), não precisa se<br />

preocupar. O mar em Curaçao é tão<br />

claro, que é possível ver os peixes<br />

passan<strong>do</strong> pelos seus pés no raso<br />

mesmo. Quem se aventurar com um<br />

cilindro, pode se maravilhar com cardumes<br />

colori<strong>do</strong>s, peixes de formatos<br />

varia<strong>do</strong>s e uma rica flora marinha. A


merca<strong>do</strong><br />

turismo<br />

2 - Experimentar Keshi Yena no Gouverneur<br />

O prato mais tradicional de Curaçao<br />

é uma grande mistura: carne bovina,<br />

de frango e de peixe desfiadas,<br />

com pimentão verde e vermelho,<br />

azeitona, tomate, um ligeiro toque<br />

agri<strong>do</strong>ce de uva passa, coberto por<br />

muito queijo <strong>do</strong> tipo Gouda. Não faça<br />

cara feia sem experimentar! É uma<br />

das grandes surpresas para o seu paladar.<br />

Com o calor que faz na ilha, o<br />

prato vai bem acompanha<strong>do</strong> de uma<br />

cerveja como a Amstel (normal ou<br />

Britght - que é mais suave). No local,<br />

a iluminação fica por conta de velas<br />

sobre a mesa e algumas lamparinas.<br />

A meia luz dá um clima especial ao<br />

ambiente informal, mas ao mesmo<br />

tempo chique <strong>do</strong> Gouverneur. Peça<br />

uma mesa perto da fonte ou nas janelas<br />

que dão para a baía e você poderá<br />

ver Punda à noite.<br />

3 - Conhecer a história e saborear o<br />

tradicional Curaçao Blue<br />

Quem nunca se fascinou com o<br />

azul intenso <strong>do</strong> licor Curaçao Blue? A<br />

bebida, como o nome indica, é feita<br />

no país e boa parte de sua produção<br />

ainda é artesanal. Como o solo da ilha<br />

não é muito fértil e o clima é muito<br />

seco, os pés de laranjas planta<strong>do</strong>s<br />

pelos coloniza<strong>do</strong>res espanhóis renderam<br />

frutas impróprias para o consumo.<br />

No século 19, uma família judia<br />

descobriu que podia extrair dessas<br />

frutas um licor saboroso: assim nasceu<br />

o Curaçao Blue.<br />

Em uma visita à fábrica, você pode<br />

ver o trabalho de engarrafamento da<br />

bebida, descobrir em um painel explicativo<br />

como ela é feita, conhecer<br />

os diversos formatos de garrafas e, o<br />

mais interessante, experimentar os<br />

diversos sabores. É uma ótima opção<br />

se você quer trazer presentes para<br />

amigos e familiares. Ah, se resolver<br />

experimentar to<strong>do</strong>s os sabores, vá de<br />

táxi para não sair de lá dirigin<strong>do</strong>!<br />

4 - Desejar Bom Bini para a sua dushid<br />

O papiamento é um idioma intrigante.<br />

Ao ouvi-lo, dá até a impressão<br />

de que você consegue distinguir algumas<br />

palavras, mas se os curaçolenhos<br />

dispararem a falar, com certeza<br />

você ficará perdi<strong>do</strong>. O papiamento é<br />

uma mistura de holandês (a ilha foi<br />

colonizada pelos holandeses), portu-<br />

guês, espanhol, inglês e a língua <strong>do</strong>s<br />

nativos. Embora o idioma ensina<strong>do</strong><br />

nas escolas seja o holandês, o papiamento<br />

é passa<strong>do</strong> de pai para filho e<br />

fala<strong>do</strong> em toda a ilha. O nome vem<br />

<strong>do</strong> verbo “papiar”, de papear mesmo,<br />

conversar. Algumas frases para se arriscar:<br />

“Bom Bini” (bom-dia), “Dushid”<br />

(queri<strong>do</strong>/a), “Con ta bai? (como está?),<br />

“Danki” (obrigada).<br />

5 - Praias paradisíacas, como Kenepa<br />

Grandi<br />

Se as férias <strong>do</strong>s seus sonhos<br />

têm sempre uma praia com areia<br />

branca e águas tranquilas, cristalinas<br />

e tão azuis que chegam a <strong>do</strong>er<br />

nos olhos, você não pode deixar<br />

de visitar Kenepa Grandi. Sem exageros,<br />

o local realmente dá senti<strong>do</strong><br />

à palavra “paraíso” e é o lugar perfeito<br />

para passar o dia relaxan<strong>do</strong>.<br />

Sem dúvida, será a lembrança mais<br />

linda que terá de Curaçao. A praia<br />

fica a aproximadamente meia hora<br />

da capital <strong>do</strong> país, a oeste, e vale<br />

cada minuto da viagem. Os hotéis<br />

geralmente levam e trazem seus<br />

hóspedes, mas alugar um carro é<br />

uma boa dica para quem não quer<br />

se preocupar com horários. Cerca<br />

de seis quiosques garantem sombra<br />

durante to<strong>do</strong> o dia, já que, mesmo<br />

no inverno, Curaçao é quente (muito<br />

quente mesmo!). Protetor solar é<br />

um item indispensável.<br />

6 - Museu Kura Hulanda<br />

Não é só pela beleza que Curaçao<br />

impressiona os turistas, mas também A


merca<strong>do</strong><br />

turismo<br />

pela riqueza cultural. Para conhecer<br />

melhor a história da ilha, uma visita<br />

ao museu Kura Hulanda é essencial.<br />

Entrar no local é uma viagem no tempo<br />

por meio de objetos, <strong>do</strong>cumentos,<br />

pinturas e esculturas. O tráfico de escravos<br />

é o tema principal. Na praça<br />

central, vista de frente, uma grande<br />

escultura mostra o rosto de um africano.<br />

Vista de la<strong>do</strong>, é o mapa da África,<br />

criação <strong>do</strong> artista Nel Simon. Vários<br />

jardins repletos de esculturas compõem<br />

o museu.<br />

O Kura Hulanda foi construí<strong>do</strong><br />

pelo holandês Jacob Gelt Dekker exatamente<br />

no local onde antes existia<br />

uma senzala (que ainda permanece<br />

de pé). Réplicas de navios negreiros<br />

em miniatura, objetos utiliza<strong>do</strong>s para<br />

tortura e roupas de diferentes épocas<br />

ajudam a contar a história da ilha.<br />

7 - Passeio pelas ruas coloridas da capital<br />

Willsmetad<br />

A capital <strong>do</strong> país, Willemstad, é<br />

tombada como patrimônio histórico<br />

da humanidade pela UNESCO. Dividida<br />

pela Baía de Santa Anna, cada la<strong>do</strong><br />

tem características próprias. Em Punda,<br />

por exemplo, chama a atenção a<br />

arquitetura típica europeia e as cores<br />

vibrantes com que são pinta<strong>do</strong>s os<br />

comércios, que mais parecem simpáticas<br />

casinhas de boneca. A construção<br />

mais charmosa, antiga (datada<br />

de 1708!) e também a mais conhecida<br />

é a loja de perfumes e cosméticos<br />

Penha. Pintada de amarelo escuro,<br />

quase mostarda, é impossível não vê-<br />

-la. Aproveite que você está por ali e<br />

não deixe de entrar para fazer umas<br />

compras, os preços são muito convi-<br />

dativos. Nas calçadas beiran<strong>do</strong> a baía,<br />

além de bares com mesinhas estrategicamente<br />

localizadas, você pode se<br />

deparar com alguns canhões, resquícios<br />

da época da colonização.<br />

Para ir de um la<strong>do</strong> a outro da capital,<br />

ou seja, de Punda a Otrobanda, e<br />

atravessar a Baía de Santa Anna, vale<br />

a pena esperar um tempinho e atravessar<br />

a Ponte Rainha Emma, uma das<br />

poucas pontes flutuantes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Ela é toda formada por pequenos barcos<br />

que ajudam a abrir o canal para<br />

navios gigantes, de carga ou de passageiros,<br />

passarem pela Baía. Chegan<strong>do</strong><br />

a Otrobanda, você vai encontrar o<br />

mesmo estilo de prédios baixos e colori<strong>do</strong>s.<br />

O forte desse la<strong>do</strong> da capital<br />

está na cultura, já que é nessa região<br />

que se localizam o Museu Kura Hulanda<br />

e a Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel.<br />

8 - Jantar no Fort Nassau<br />

A vista noturna mais linda de<br />

Curaçao, como o próprio nome já diz,<br />

o restaurante está localiza<strong>do</strong> em um<br />

forte que antigamente protegia a ilha.<br />

É possível optar entre as mesas localizadas<br />

ao ar livre ou no interior <strong>do</strong> restaurante,<br />

que tem uma janela panorâmica<br />

maravilhosa. É um lugar chique!<br />

A rainha Beatrix, da Holanda, costuma<br />

jantar lá quan<strong>do</strong> vai a Curaçao. Portanto,<br />

prepare-se para uma refeição digna<br />

de reis e rainhas. Peça o medalhão de<br />

carne com tomate rechea<strong>do</strong>. Vale cada<br />

pedaço! De sobremesa, peça o profiteroles,<br />

que vem com a massa crocante<br />

e o recheio macio e leve. Peca<strong>do</strong> é não<br />

experimentar. Um bom vinho e uma<br />

ótima companhia farão deste um jantar<br />

mais <strong>do</strong> que inesquecível.<br />

9 - Dançar a noite inteira no Mambo<br />

Beach ou no Ay Caramba<br />

Quan<strong>do</strong> anoitece, Curaçao é diversão<br />

na certa. Como o calor é intenso,<br />

a maioria das casas noturnas tem pista<br />

ao ar livre. O Mambo Beach reúne<br />

curaçolenhos e turistas em uma pista<br />

de dança e um bar à beira da praia.<br />

Além <strong>do</strong>s ritmos latinos, que fazem a<br />

pista ferver, o DJ toca muita música<br />

eletrônica. Cansou <strong>do</strong> bate-estaca?<br />

Basta sentar em uma das cadeiras estrategicamente<br />

localizadas na beira-<br />

-mar (dá até para descansar os pés na<br />

água). O Ay Caramba é uma balada<br />

um pouco mais eclética. Dentro <strong>do</strong><br />

local, sempre cheio, to<strong>do</strong>s os tipos de<br />

música latina fazem o pessoal rebolar.<br />

O espaço aberto, em geral, é reserva<strong>do</strong><br />

para diversos shows e apresenta-<br />

ções <strong>do</strong> local. E você não paga nada<br />

a mais por isso. Para aproveitar tu<strong>do</strong><br />

senta<strong>do</strong>, em um clima mais reserva<strong>do</strong>,<br />

você pode tentar um lugar no terraço<br />

(subin<strong>do</strong> as escadas) que tem vista<br />

para a baía e Punda. Juntos à Ponte<br />

Emma, iluminadas à noite, são uma<br />

visão imperdível, além de romântica.<br />

10 - Sea Aquarium<br />

Visitar o Sea Aquarium pode parecer<br />

um programa bati<strong>do</strong> e para lá<br />

de comum. Mas não em Curaçao.<br />

Você até pode assistir ao tradicional<br />

show de golfinhos, mas o que vale<br />

mesmo a pena neste passeio é o contato<br />

próximo com a vida marinha. Entre<br />

em um tanque repleto de arraias<br />

e as toque delicadamente; chegue<br />

perto de flamingos ou pegue estrelas<br />

marinhas gigantes nas mãos. Os<br />

mais corajosos podem até alimentar<br />

tubarões embaixo da água - claro<br />

que protegi<strong>do</strong>s por um vidro. Para<br />

os menos corajosos, há a opção (não<br />

menos emocionante) de alimentar<br />

tartarugas marinhas. B


merca<strong>do</strong><br />

bazar<br />

Agendas 2012 para quem quer estilo<br />

A Norma sai na frente mais uma vez e promete conquistar consumi<strong>do</strong>res apaixona<strong>do</strong>s por estilo, sofisticação<br />

e velocidade com o lançamento das agendas 2012 Ferrari e Lamborghini. Os modelos contam com a alta<br />

qualidade e o acabamento primoroso típicos da marca, além de diversos atrativos, entre eles, páginas personalizadas,<br />

pôsteres, separa<strong>do</strong>res de meses com imagens de carros históricos e detalhes em hot stamping ou<br />

verniz nas capas. Confira as principais características das agendas:<br />

Ferrari - Quem é apaixona<strong>do</strong> por velocidade vai a<strong>do</strong>rar a agenda disponível em duas lindas opções de<br />

capa com reservas de verniz. Outros atrativos são: régua clips, pôster personaliza<strong>do</strong>, bolsa plástica transparente,<br />

páginas diárias com marcação de horário e, entre os meses, textos sobre a história da escuderia e de<br />

seus carros, que despertam paixões no mun<strong>do</strong> inteiro.<br />

Lamborghini - A sofisticada escuderia ganha uma agenda para lá de inspirada da Norma. A linda capa tem<br />

papel especial similar a aço escova<strong>do</strong> e detalhes em hot stamping <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>. Internamente, há miolo diário com<br />

horário nas pautas, guarda decorada, fitilho amarelo, bolsa plástica transparente e separa<strong>do</strong>res de meses com<br />

imagens de carros históricos, informações de motor, ano de construção, lançamento, entre outros.<br />

O preço médio ao consumi<strong>do</strong>r final <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is produtos é de R$ 25,20. Para maiores informações, os consumi<strong>do</strong>res<br />

têm à disposição o SAC: 0800 701 9410 e o site www.produtosnorma.com.br. A


merca<strong>do</strong><br />

bazar<br />

Galaxy Tab 7.7 - Samsung anuncia novo tablet<br />

Como sempre, a Samsung consegue surpreender seus consumi<strong>do</strong>res. Dessa vez não foi diferente, ao<br />

lançar o Samsung Galaxy Tab 7,7″.<br />

O aparelho foi apresentan<strong>do</strong> na IFA 2011 agradan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os presentes, ainda mais quan<strong>do</strong> anunciaram<br />

uma atualização importante e necessária na nova versão.<br />

Sua tela com Super AMOLED Plus já era esperada. O Tab 7,7″ é o único no mun<strong>do</strong> com essa nova tecnologia,<br />

o que acabou agradan<strong>do</strong> com mais uma superinovação, além <strong>do</strong> seu sistema operacional ser nada mais<br />

que a versão mais recente <strong>do</strong> Android, o HoneyComb 3.2.<br />

Com tela de 7,7”, o Galaxy Tab possui o processa<strong>do</strong>r dual core 1.4GHz, o que torna o aparelho capaz de<br />

reproduzir vídeos em 1080p.<br />

Novidade também na sua capacidade de armazenamento interno, com a opção de 64GB de memória e<br />

expansão externa de até 32GB.<br />

O tablet possui internet 3G, Wi-Fi, além, claro, de GPS integra<strong>do</strong> e Bluetooth 3.0. Com duas câmeras (frontal<br />

com 2MP e traseira com 3MP e flash), o Galaxy Tab 7,7” proporciona uma qualidade impressionante de<br />

imagem, já que sua resolução é de 1280×800.<br />

Por dentro, temos uma bateria<br />

de 5.100mAh, que segun<strong>do</strong> a própria<br />

Samsung dura até 10 horas.<br />

E o mais impressionante é que<br />

toda essa tecnologia cabe dentro<br />

de um corpo superleve e fino, com<br />

7,89mm de espessura e 335g. A


merca<strong>do</strong><br />

bazar<br />

Yes! lança linha corporal Neon<br />

Cabelos e corpo ganham produtos especiais<br />

Motorola Mobility e TIM lançam o Milestone 3TM no<br />

Brasil<br />

Mais fino, mais rápi<strong>do</strong> e mais inteligente, o Milestone 3 reforça<br />

o poder da mobilidade para usuários <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> inteiro<br />

A Motorola Mobility Inc. e a TIM anunciam o lançamento, no Brasil,<br />

<strong>do</strong> Motorola Milestone 3. O mais novo membro da família Milestone<br />

tem como diferencial sua rápida velocidade de usabilidade e conexão,<br />

oferecen<strong>do</strong> ampla navegação na web no celular, acesso irrestrito<br />

a e-mails e serviços multimídia varia<strong>do</strong>s. Com o tecla<strong>do</strong> QWERTY, os<br />

usuários irão se tornar verdadeiros desbrava<strong>do</strong>res digitais, poden<strong>do</strong><br />

aproveitar o poder deste smartphone para turbinar suas vidas e estar<br />

sempre conecta<strong>do</strong>s.<br />

O Motorola Milestone 3 é o primeiro da família com um processa<strong>do</strong>r<br />

dual core, que garante a execução mais efetiva de múltiplas<br />

tarefas, navegação e carregamento mais rápi<strong>do</strong> de vídeos e jogos de<br />

melhor qualidade. Uma linha dedicada aos números e localizada acima<br />

<strong>do</strong> tecla<strong>do</strong> QWERTY superfino permite a digitação mais rápida e<br />

precisa de textos sem a necessidade de utilizar a tecla “ALT”. E, com o<br />

display touchscreen de 4,0 polegadas, o Milestone 3 oferece visualização<br />

de fotos, páginas de web e conteú<strong>do</strong> de vídeo mais nítida e clara<br />

<strong>do</strong> que qualquer um de seus antecessores.<br />

O Motorola Milestone 3 estará disponível a partir da próxima semana nas lojas da TIM por R$ 1.680. Para<br />

saber mais sobre o Milestone 3, acesse: www.motorola.com/mobility.<br />

Referência no segmento de cosméticos, a Yes! amplia a linha Neon<br />

lançada recentemente. Agora, as Deo Colônias ganham Sabonete<br />

Líqui<strong>do</strong> Esfoliante; Shampoo 3 em 1 e Hidratante Corporal.<br />

Sabonete Líqui<strong>do</strong> Esfoliante Neon Shock, com microesferas de<br />

polietileno e Aloe Vera - retira as células mortas da pele de forma<br />

suave, oferecen<strong>do</strong> ao mesmo tempo hidratação e refrescância. Possui<br />

fragrância feminina e levemente picante, com acordes de pimenta<br />

rosa. Disponível em frasco de cor pink, de 200ml, por R$ 22,90.<br />

Shampoo 3 em 1 Vibe - pode ser usa<strong>do</strong> como shampoo, sabonete<br />

líqui<strong>do</strong> e espuma para barbear. Leva em sua formulação extrato de<br />

algas marinhas, dan<strong>do</strong> aos cabelos volume, maciez e brilho. Seu perfume<br />

suave é energizante, com notas cítricas. Em frasco de cor verde,<br />

de 200ml, por R$ 19,90.<br />

Hidratante Corporal Deso<strong>do</strong>rante Neon Fever - de textura leve,<br />

hidrata e amacia, sen<strong>do</strong> rapidamente absorvi<strong>do</strong> pela pele. Com extrato<br />

de Aloe Vera na composição, proporciona sensação de frescor. Sua fragrância traz notas florais leves. Em<br />

embalagem de cor laranja, de 200ml, ao preço de R$ 22,90.<br />

Esses lançamentos já podem ser encomenda<strong>do</strong>s aos revende<strong>do</strong>res da marca em to<strong>do</strong> o Brasil e estarão<br />

disponíveis a partir de novembro. B<br />

78 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011


merca<strong>do</strong><br />

dica de leitura<br />

<strong>As</strong> Esganadas<br />

Da Redação<br />

Em <strong>As</strong> esganadas, o autor<br />

<strong>do</strong> best-seller O xangô de<br />

Baker Street, Jô Soares,<br />

explora mais uma vez um<br />

tema que lhe é caro: os assassinatos<br />

em série. No entanto, tal<br />

como Alfred Hitchcock, que desprezava<br />

os romances policiais cujo objetivo<br />

se resume a descobrir quem<br />

é o criminoso (o famoso “who<strong>do</strong>nit”),<br />

Jô Soares revela logo no início<br />

não somente quem é o desalma<strong>do</strong><br />

como sua motivação psicológica<br />

(melhor dizer, psicanalítica) para<br />

matar. O delicioso núcleo narrativo<br />

está nas tentativas aparvalhadas da<br />

polícia de encontrar um criminoso<br />

que, além de muito esperto e de<br />

não despertar suspeita nenhuma,<br />

possui uma rara característica física<br />

que dificulta sobremaneira a utilização<br />

<strong>do</strong>s novos “méto<strong>do</strong>s científicos”<br />

da polícia carioca.<br />

Para investigar os crimes, o famigera<strong>do</strong><br />

chefe de polícia Filinto Müller<br />

designa um delega<strong>do</strong> ranzinza,<br />

assessora<strong>do</strong> por um auxiliar obtuso<br />

e medroso, e que contará com a<br />

inestimável ajuda de um sofistica<strong>do</strong><br />

Ficha técnica<br />

Título: as esganadas<br />

Autor: Jô Soares<br />

Formato: 14x21 cm<br />

Peso: 372 gramas<br />

Nº de páginas: 264<br />

Capa: Brochura<br />

ISBN: 9788535919752<br />

Selo: Companhia das Letras<br />

80 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

e culto ex-inspetor. Na perseguição<br />

ao criminoso, os três investiga<strong>do</strong>res<br />

ganham a desejável companhia de<br />

uma jovem linda, destemida, viajada<br />

e moderna, que é repórter e fotógrafa<br />

da principal revista ilustrada<br />

<strong>do</strong> país.<br />

O leitor também pode se fartar<br />

aqui com uma outra faceta constante<br />

na obra literária de Jô Soares:<br />

a escolha de um momento <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />

para cenário de sua narrativa,<br />

o que lhe permite entrar em detalhes<br />

históricos curiosos enquanto<br />

desenvolve a trama. Desta vez, voltamos<br />

ao Rio de Janeiro <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Novo, ten<strong>do</strong> por pano de fun<strong>do</strong><br />

mais amplo o avanço <strong>do</strong> nazismo e<br />

as primeiras nuvens ameaça<strong>do</strong>ras<br />

que anunciam a Segunda Guerra<br />

Mundial. Entre os eventos da época<br />

que Jô resgata, estão uma corrida<br />

de automóveis no Circuito da Gávea<br />

(de que participam o cineasta Manoel<br />

de Oliveira e o lendário Chico<br />

Landi) e a transmissão pelo rádio da<br />

derrota <strong>do</strong> Brasil de Leônidas da Silva<br />

para a Itália na semifinal da Copa<br />

de 1938, na França.<br />

Seis anos depois de seu último<br />

livro, <strong>As</strong>sassinatos na Academia<br />

Brasileira de Letras, o apresenta<strong>do</strong>r<br />

e humorista Jô Soares,<br />

73 anos, volta à literatura com <strong>As</strong><br />

esganadas, em que explora o seu<br />

tema literário favorito: assassinatos<br />

em série<br />

Com a verve que lhe é característica,<br />

Jô consegue, neste <strong>As</strong> esganadas,<br />

realizar a façanha de narrar<br />

uma série de crimes brutais, com<br />

requintes inimagináveis de crueldade,<br />

e deixar o leitor com um sorriso<br />

satisfeito nos lábios. B


merca<strong>do</strong><br />

coluna literatura<br />

Quem quer viver 116 anos?<br />

Longa vida para a literatura<br />

e as artes<br />

Por Kenia Maria*<br />

Li, assombrada, em reportagem<br />

publicada na Folha<br />

de São Paulo, que o baiano<br />

Deral<strong>do</strong> Mag<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos<br />

é o homem mais velho <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> (a sua certidão, registrada<br />

em 1985, aponta o seu nascimento<br />

em 2 de novembro de 1894). Deral<strong>do</strong><br />

tem 116 anos de idade e a sua saúde,<br />

“meu rei”, vai bem, obriga<strong>do</strong>. É, Seu<br />

Deral<strong>do</strong>, são mais de 100 anos de<br />

muito vatapá, cururu e mungunzá!<br />

Seu Deral<strong>do</strong> vive num asilo para i<strong>do</strong>sos<br />

em Salva<strong>do</strong>r. Come bem, <strong>do</strong>rme<br />

bem e se alimenta seis vezes ao dia.<br />

Incrivelmente, ele não usa óculos<br />

para ler e ainda caminha sem a ajuda<br />

de bengala. A<strong>do</strong>ra rir e contar causos<br />

para alegrar os coleguinhas mais jovens,<br />

que têm entre 90 e 100 anos.<br />

Fico imaginan<strong>do</strong> Deral<strong>do</strong> dizen<strong>do</strong>,<br />

entre uma gargalhada e outra, que<br />

“ainda não morreu porque os defuntos<br />

não gostam dele, por ter nasci<strong>do</strong><br />

no Dia de Fina<strong>do</strong>s”. Esta é a arte de<br />

Deral<strong>do</strong>, provocar alegria e, por que<br />

não dizer, esperança em nós, pobres<br />

mortais, que não sabemos se vamos<br />

passar <strong>do</strong>s cinquenta.<br />

Também muito me assombra<br />

e encanta a lucidez intelectual <strong>do</strong><br />

arquiteto-artista Oscar Niemeyer.<br />

Aos 104 anos de idade, exercen<strong>do</strong><br />

seu ofício to<strong>do</strong>s os dias, de <strong>do</strong>mingo<br />

a <strong>do</strong>mingo, debruça<strong>do</strong> sobre seus<br />

projetos, ele afirma que não sabe<br />

quan<strong>do</strong> vai parar de trabalhar. Ele<br />

sempre acha que é ce<strong>do</strong> para pendurar<br />

as chuteiras. Em 2004, quan<strong>do</strong><br />

completou 98 anos, viúvo, com<br />

cinco netos, 13 bisnetos e 5 trinetos,<br />

Niemeyer foi alveja<strong>do</strong> pelas flechas<br />

de Cupi<strong>do</strong> e pediu em casamento<br />

82 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

sua secretária, Vera Lúcia Cabreira,<br />

de 60 anos.<br />

Se Niemeyer impregnou Brasília<br />

com sua arquitetura sedutora-curvilínea,<br />

projetan<strong>do</strong> a poesia concreta<br />

<strong>do</strong> côncavo e <strong>do</strong> convexo no Palácio<br />

da Alvorada, no Edifício <strong>do</strong> Congresso<br />

Nacional, na Catedral de Brasília,<br />

no Palácio <strong>do</strong> Planalto, também surpreendeu<br />

São Paulo com as ondulações<br />

<strong>do</strong> Edifício Copan e revestiu de<br />

espiritualidade o concreto arma<strong>do</strong><br />

da igrejinha da Pampulha, em Belo<br />

Horizonte. Também deixou de queixo<br />

caí<strong>do</strong> muita gente boa <strong>do</strong> outro<br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> projetou<br />

para o governo da Argélia a Universidade<br />

de Constantine e a belíssima<br />

mesquita de Argel.<br />

Aqui em Uberlândia, não há<br />

como ficarmos indiferentes à irreverência<br />

curvilínea de Oscar Niemeyer,<br />

quan<strong>do</strong> passamos pela avenida Ron<strong>do</strong>n<br />

Pacheco e de longe avistamos<br />

aquele cilindro branco, brilhante,<br />

banha<strong>do</strong> pelo sol. Projeta<strong>do</strong> pelo<br />

arquiteto em 1998, dizem que será<br />

o maior teatro de Minas Gerais, com<br />

capacidade para até 20 mil pessoas...<br />

Caros leitores, fico matutan<strong>do</strong><br />

com meus botões... Será que vamos<br />

conseguir fazer com que alguns milhares<br />

de uberlandenses desliguem<br />

a novela das oito, deixem de ver o<br />

Faustão e o Fantástico para se dirigirem<br />

àquele magnífico prédio a<br />

fim de experimentarem uma catarse<br />

teatral? De verdade, torço para que<br />

finalmente esta cidade introjete o<br />

hábito de ver peças teatrais. Espero<br />

não chegar aos cem anos de idade<br />

e penosamente ver mais uma casa<br />

de teatro aban<strong>do</strong>nada, esquecida,<br />

ignorada! Longa vida, também, à<br />

memória de Grande Otelo que, se<br />

estivesse vivo, estaria completan<strong>do</strong>,<br />

este ano, 96 anos.Já no que diz<br />

respeito ao cinema, quem seria o<br />

cineasta, na ativa, mais velho <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>? Acertou quem se lembrou<br />

<strong>do</strong> português Manoel de Oliveira.<br />

Com 103 anos, ele ainda dirige filmes<br />

primorosos como o último de<br />

2009, intitula<strong>do</strong> Singularidades de<br />

O baiano Deral<strong>do</strong> Mag<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos, de 116 anos O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos<br />

*Kenia Maria de Almeida Pereira é <strong>do</strong>utora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José <strong>do</strong> Rio Preto-SP e professora<br />

colabora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Mestra<strong>do</strong> em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros<br />

sobre literatura brasileira (kenia@triang.com.br)<br />

uma rapariga loura, basea<strong>do</strong> num<br />

conto de Eça de Queiroz. Mesmo<br />

ten<strong>do</strong> ganha<strong>do</strong> os principais prêmios<br />

da indústria cinematográfica,<br />

como Cannes, Veneza e Montreal,<br />

Manoel leva vida simples, tranquilo<br />

em sua casa, len<strong>do</strong> gostosamente<br />

por horas a fio, afinal, grande parte<br />

de sua inspiração para produzir<br />

bons filmes vem da literatura.<br />

E para quem nunca assistiu a um<br />

filme feito em Portugal, aconselho o<br />

intrigante Palavra e utopia, dirigi<strong>do</strong><br />

no ano 2000 por Manoel de Oliveira.<br />

O leitor pode confirmar a densidade<br />

poética das películas deste realiza<strong>do</strong>r<br />

centenário. Neste filme, o tema<br />

gira em torno <strong>do</strong> polêmico Padre<br />

Antônio Vieira, às voltas com a famigerada<br />

Inquisição que não per<strong>do</strong>ava<br />

um religioso disposto a lutar<br />

pela dignidade de negros e índios.<br />

O especta<strong>do</strong>r pode conferir também<br />

o ator brasileiro Lima Duarte,<br />

representan<strong>do</strong> magistralmente Padre<br />

Vieira.<br />

No que se refere à poesia, creio<br />

que talvez o cuiabano Manoel de<br />

Barros, com 98 anos, seja o mais velho<br />

poeta brasileiro, em plena forma,<br />

escreven<strong>do</strong>, publican<strong>do</strong>, dan<strong>do</strong><br />

entrevistas, len<strong>do</strong>, dialogan<strong>do</strong> com<br />

o mun<strong>do</strong>. To<strong>do</strong>s os dias esse encanta<strong>do</strong>r<br />

de palavras se tranca em sua<br />

biblioteca e trabalha das sete ao<br />

meio-dia, “desinventan<strong>do</strong>” vocábulos.<br />

Manoel não usa computa<strong>do</strong>r, já<br />

que, para ele, a criatividade nasce<br />

da ponta <strong>do</strong> lápis. Se o leitor nunca<br />

leu nada de Manoel de Barros, deve<br />

começar pelo “Livro das ignorãças”.<br />

Delícia de leitura! Tal qual Guimarães<br />

Rosa, Manoel cria neologismo,<br />

desmonta a língua portuguesa e<br />

reorganiza as palavras, como se elas<br />

fossem aqueles jogos antigos, chama<strong>do</strong>s<br />

de Lego. Este autor tem o<br />

<strong>do</strong>m de montar e desmontar, encaixar<br />

e desencaixar, de forma lúdica,<br />

brincalhona, a gênese de cada vocábulo.<br />

Para Manoel de Barros o “verbo<br />

tem que pegar delírio”, pois no<br />

“descomeço era o verbo”. “Poesia é<br />

voar fora da asa”, afirma este mato-<br />

-grossense que, a seu mo<strong>do</strong>, vai<br />

“desaprenden<strong>do</strong>” poesia, tiran<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s almanaques de Cuiabá “despesas<br />

para a sua ignorãça”. Se Manuel<br />

Bandeira dizia que “a poesia está<br />

em tu<strong>do</strong>, tanto nos amores como<br />

nos chinelos”, para este Manoel<br />

cuiabano a poesia é “escutar a cor<br />

<strong>do</strong>s passarinhos”, uma vez que, por<br />

mais que a gente procure, “to<strong>do</strong>s os<br />

caminhos levam à ignorância”.<br />

Aqui fica a pergunta para o leitor:<br />

Deral<strong>do</strong>, Niemeyer, Manoel de<br />

Oliveira e Manoel de Barros podem<br />

ser considera<strong>do</strong>s velhos? Deral<strong>do</strong>,<br />

fazen<strong>do</strong> seus companheiros de asilo<br />

dar risadas; Niemeyer, aman<strong>do</strong> e<br />

desenhan<strong>do</strong> curvas sinuosas numa<br />

arquitetura sedutora; Manoel de<br />

Oliveira, alquimista que transforma<br />

literatura em cinema; e Manoel de<br />

Barros, com sua poética das lesmas,<br />

<strong>do</strong>s palitos de fósforo, <strong>do</strong>s girassóis<br />

de Van Gogh: essa turma pode ser<br />

considerada como de vovozinhos<br />

carentes? O século XXI já exige de<br />

to<strong>do</strong>s nós que repensemos o significa<strong>do</strong><br />

da palavra velhice.<br />

Desejo longa vida a to<strong>do</strong>s e, também,<br />

muitos amores, afinal, “lugar<br />

sem comportamento é o coração”. B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 83


merca<strong>do</strong><br />

profissões em filme<br />

Cilada.com<br />

Por Kelson Venâncio*<br />

84 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Ultimamente, o cinema<br />

brasileiro tem entra<strong>do</strong><br />

na onda das comédias<br />

românticas, seguin<strong>do</strong><br />

a moda de produções<br />

norte-americanas na tentativa de<br />

ganhar dinheiro com os casais apaixona<strong>do</strong>s,<br />

que não são tão exigentes<br />

e querem apenas se divertir com<br />

os longas chama<strong>do</strong>s “mamão com<br />

açúcar”, sem maiores compromissos<br />

com a inteligência humana. É claro<br />

que existem muitos filmes bons<br />

nesse gênero que, mesmo com um<br />

roteiro básico, servem para dar risadas<br />

e termos a sensação de que o<br />

“amor é lin<strong>do</strong>”. Mas, em compensação,<br />

aparece cada um tão ruim que<br />

não dá para assistir nem se você for<br />

ao cinema apenas para curtir um filminho<br />

light.<br />

Mas, dessa vez, por incrível que<br />

pareça, uma produção para a qual<br />

eu nem tinha muitas expectativas<br />

me agra<strong>do</strong>u bastante. É o novo filme<br />

dirigi<strong>do</strong> por José Alvarenga Jr. e produzi<strong>do</strong><br />

por Augusto Casé.<br />

Cilada.com conta a história de<br />

Bruno, que foi flagra<strong>do</strong> train<strong>do</strong> sua<br />

namorada durante uma festa de casamento<br />

e levou um “pé na bunda”.<br />

Por vingança, ela publica na Internet<br />

um vídeo dela transan<strong>do</strong> com ele, que<br />

paga o maior mico por causa de uma<br />

ejaculação precoce. <strong>As</strong> imagens viram<br />

um sucesso e Bruno uma celebridade,<br />

só que da pior forma possível. Agora,<br />

sua única saída é tentar provar para<br />

to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que é bom de cama. Ele<br />

passa a recorrer a antigas namoradas,<br />

no intuito de registrar declarações<br />

delas em vídeo, ao mesmo tempo em<br />

que tenta encontrar novas parceiras.<br />

Paralelamente, Bruno tenta conseguir<br />

o perdão de Fernanda.<br />

Com um roteiro básico e simples<br />

assim, o filme consegue agradar por<br />

ter um conjunto de fatores que o ajudam<br />

nesse objetivo. O primeiro deles<br />

é ter como protagonista o ótimo ator<br />

Bruno Mazzeo. E, neste caso, o dita<strong>do</strong><br />

é verdadeiro: “filho de peixe peixinho<br />

é”. Chico Anísio ensinou bem o<br />

rapaz a fazer uma boa comédia. Ele é<br />

o responsável por levantar o filme e<br />

nos proporcionar boas gargalhadas.<br />

É claro que não é o único que nos faz<br />

rir bastante. Personagens secundários<br />

dão um ótimo suporte cômico ao<br />

elenco principal. É o caso da empregada<br />

de Bruno, <strong>do</strong> colega de trabalho<br />

dele, <strong>do</strong> melhor amigo, Sandro, das<br />

ex-namoradas e, especialmente, da<br />

prostituta que é a que “menos” aparece,<br />

mas rouba a cena em poucos<br />

minutos de atuação. Fernanda Paes<br />

Leme faz o básico, mas realiza um<br />

bom trabalho. Só não dá para aceitar<br />

o Sérgio Loroza, que está ali apenas<br />

para representar o gordão com uma<br />

conversa manhosa, com seu estilo<br />

malandro, mas força<strong>do</strong>.<br />

A direção de José Alvarenga Jr.<br />

também é eficaz e funciona muito<br />

bem. Como disse, apesar da história<br />

simples, ele consegue fazer com que<br />

o elenco encarne bem seus personagens.<br />

Além disso, explora detalhes<br />

que são comuns em uma situação<br />

como essa na vida real, como a ver-<br />

*Kelson Venâncio jornalista e diretor <strong>do</strong> Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br<br />

gonha de alguém que tem um vídeo<br />

publica<strong>do</strong> na Internet.<br />

Mas, como nem tu<strong>do</strong> é uma maravilha,<br />

como sempre aparecem as<br />

<strong>do</strong>ses exageradas de humor para<br />

forçar as risadas de qualquer maneira.<br />

Não basta que os personagens<br />

ou a história sejam engraça<strong>do</strong>s naturalmente.<br />

É preciso usar o estilo<br />

“The Force” e forçar situações que<br />

seriam ridículas na vida real. <strong>As</strong><br />

apresentações das campanhas publicitárias<br />

são absurdamente exageradas<br />

na burrice e na incompetência.<br />

Sem contar que, para tentar<br />

ser mais cômico ainda, tem sempre<br />

alguém que come algo diferente<br />

ou, no caso <strong>do</strong> filme, bebe remédios<br />

troca<strong>do</strong>s e fica <strong>do</strong>idão num<br />

momento importante. Tem a risada<br />

sarcástica, mas irreal, <strong>do</strong> colega de<br />

trabalho no meio de uma reunião<br />

de negócios, tem os palavrões <strong>do</strong><br />

mais baixo nível <strong>do</strong> pai para a filha<br />

de seis anos ao telefone, tem a discussão<br />

sobre sexo com frases obscenas<br />

em frente a uma família com<br />

um senhor de idade e uma criança.<br />

São detalhes desnecessários<br />

para a trama e que não acrescentam<br />

em nada no meu ponto de vista.<br />

Mas, felizmente, esses probleminhas<br />

não atrapalham Cilada.com, que<br />

mostra que o Brasil pode fazer boas<br />

comédias românticas sem precisar<br />

copiar filmes norte-americanos ou<br />

fazer micagens para que o público<br />

dê risadas. E olha que algumas situações<br />

dão a entender que pode vir<br />

uma continuação por aí. Será? B<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Filme: Cilada.com<br />

Origem: Brasil<br />

Ano: 2010<br />

Elenco: Bruno Mazzeo,<br />

Fernanda Paes Leme, Mauro<br />

Men<strong>do</strong>nça, Heloísa Perissé,<br />

Augusto Madeira, Telmo<br />

Fernandes, Anna Karenina,<br />

Serjão Lorozza<br />

Direção: José Alvarenga Jr.<br />

Gênero: Comédia<br />

Classificação: 14 anos<br />

Duração: 107 minutos<br />

Nota: 8<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 85


merca<strong>do</strong><br />

sustentabilidade<br />

Brasil recicla cerca de 20%<br />

<strong>do</strong>s plásticos pós-consumo<br />

Em 2010, o país registrou 738 recicla<strong>do</strong>ras de plásticos que faturaram<br />

juntas, em 2010, R$ 195 bilhões e geraram 18,3 mil empregos diretos<br />

Da Redação<br />

Pesquisa encomendada<br />

pela Plastivida Instituto<br />

Sócio Ambiental <strong>do</strong>s Plásticos,<br />

desenvolvida com<br />

base em 2010, aponta<br />

que, no perío<strong>do</strong>, foram recicla<strong>do</strong>s<br />

no Brasil 19,4% <strong>do</strong>s plásticos pós-<br />

-consumo, ou seja, 953 mil toneladas.<br />

No ano anterior, a marca foi de<br />

17,9%. Mostra também que a região<br />

Sudeste foi a que mais reciclou esse<br />

tipo de material em 2010 (60%), seguida,<br />

pela ordem, das regiões Sul<br />

(26%), Nordeste (11%), Centro-Oeste<br />

(2%) e Norte (1%).<br />

No ano, o Brasil registrou 738 recicla<strong>do</strong>ras<br />

de plásticos, sen<strong>do</strong> que<br />

44% no esta<strong>do</strong> de São Paulo, 12%<br />

no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, 9% em Minas<br />

Gerais, 7% no Rio de Janeiro, 7% em<br />

Santa Catarina, 5% no Paraná, 4%<br />

na Bahia e 3% em Goiás. Os 9% restantes<br />

foram registra<strong>do</strong>s nos demais<br />

esta<strong>do</strong>s brasileiros. Essas empresas<br />

faturaram juntas, em 2010, R$ 195 bilhões,<br />

5,2% a mais que em 2009. Elas<br />

geraram 18,3 mil empregos diretos<br />

no perío<strong>do</strong>.<br />

A pesquisa também apontou<br />

quais os segmentos que mais consumiram<br />

plásticos recicla<strong>do</strong>s no<br />

ano passa<strong>do</strong>. Os bens de consumo<br />

foram os maiores demandantes <strong>do</strong><br />

produto: os semiduráveis (utilidades<br />

<strong>do</strong>mésticas, segmento têxtil,<br />

brinque<strong>do</strong>s, descartáveis, limpeza<br />

<strong>do</strong>méstica, calça<strong>do</strong>s e acessórios),<br />

demandaram 49,5% <strong>do</strong>s plásticos<br />

recicla<strong>do</strong>s em 2010. Os bens de consumo<br />

duráveis (automobilístico, eletroeletrônico,<br />

móveis, entre outros)<br />

consumiram 19,6%. A construção<br />

civil absorveu 15,1% <strong>do</strong> total, a área<br />

86 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Industrial 2,6%, a Agropecuária 1,2%<br />

e outras aplicações 12%.<br />

O nível operacional médio da<br />

indústria brasileira de reciclagem<br />

de plásticos, em 2010, foi de 64,5%<br />

da capacidade instalada, que é de<br />

1,5 milhão de toneladas. A pesquisa<br />

mostra que esse fator é um reflexo<br />

da estrutura de coleta seletiva no<br />

Brasil. Dos 5.565 municípios brasileiros,<br />

apenas 443, ou seja, 8%, contam<br />

com coleta seletiva estruturada.<br />

O presidente da Plastivida, Miguel<br />

Bahiense, acredita que a educação<br />

- a disseminação <strong>do</strong>s conceitos<br />

de consumo responsável, reutilização<br />

<strong>do</strong>s produtos e destinação adequada<br />

<strong>do</strong>s resíduos, entre eles os<br />

plásticos - é o canal mais eficaz para<br />

que toda a sociedade (população, in-<br />

dústria, poder público) compreenda<br />

seu papel em prol da sustentabilidade.<br />

“É por meio da educação que vamos<br />

conseguir aproveitar melhor os<br />

recursos, gerar economia e garantir<br />

a preservação ambiental”, afirma o<br />

executivo.<br />

Em 2010, o Brasil ficou na nona<br />

posição mundial na reciclagem <strong>do</strong>s<br />

plásticos, atrás da Alemanha (34%),<br />

Suécia (33,2%), Bélgica (29,2%), Noruega<br />

(25,7%), Suíça (24%), Itália<br />

(23%), Eslovênia (21,4%) e Dinamarca<br />

(21%). A média da União Europeia<br />

no ano foi de 21%.<br />

A pesquisa anual sobre a reciclagem<br />

<strong>do</strong>s plásticos foi desenvolvida<br />

pela Maxiquim, consultoria especializada<br />

no segmento industrial, de<br />

acor<strong>do</strong> com meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> IBGE.<br />

Brasil joga fora energia que<br />

abasteceria 18 milhões de lares<br />

O número<br />

é absur<strong>do</strong>, mas<br />

consta <strong>do</strong> levantamento<br />

feito pela consultoria<br />

Andrade & Canellas. A<br />

cada ano, uma quantidade<br />

de energia suficiente para<br />

abastecer cerca de 18 milhões de<br />

residências é jogada no lixo. É que<br />

o Brasil deixa de gerar entre 3.050 e<br />

3.600 GWh de energia com origem<br />

na decomposição <strong>do</strong> lixo urbano.<br />

A afirmação foi feita com base<br />

nas estimativas divulgadas pela <strong>As</strong>sociação<br />

Brasileira de Empresas de<br />

Limpeza Pública e Resíduos Especiais<br />

(Abrelpe), que apontam que em<br />

2010 os lixões e aterros sanitários<br />

receberam cerca de 61 milhões de<br />

toneladas de resíduos provenientes<br />

de cidades de grande e médio porte.<br />

Consideran<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong><br />

biogás, composto principalmente<br />

por metano, cada tonelada<br />

poderia gerar entre 50 e 60 KWh<br />

de energia elétrica, desde que<br />

fossem armazenadas e aproveitadas<br />

corretamente.<br />

O metano é mais danoso para<br />

a atmosfera que o gás carbônico e<br />

pode amplificar o efeito em cerca de<br />

20 vezes se compara<strong>do</strong> com o CO2.<br />

Uma das soluções para reduzir o risco<br />

de explosões é instalar um sistema<br />

de captação de gás no terreno.<br />

Dessa forma, é possível encontrar<br />

<strong>do</strong>is destinos para o metano: a queima<br />

simples, que impede a liberação<br />

no ar, e a produção de energia.<br />

O grande entrave para a materialização<br />

desse sistema é o alto<br />

custo e o retorno em longo prazo.<br />

Ten<strong>do</strong> em vista o potencial <strong>do</strong> lixo<br />

gera<strong>do</strong> e com o objetivo de mudar<br />

o panorama, o governo oferece desconto<br />

de 100% na tarifa de transmissão<br />

para a energia gerada por<br />

usinas desse segmento, no entanto,<br />

a falta de políticas públicas para a<br />

área e a inexistência de linhas de<br />

financiamento continuam atrapalhan<strong>do</strong><br />

o desenvolvimento. B


merca<strong>do</strong><br />

ponto de vista<br />

Violência: esse mal tem cura?<br />

Recentemente, um secretário da Prefeitura de Aracaju fez o seguinte questionamento: “se os indica<strong>do</strong>res sociais melhoraram<br />

visivelmente no Brasil pós-Lula, por que a violência não para de crescer, ten<strong>do</strong> em vista, e com razão, que ela está<br />

associada à miséria”? Mas, ao que parece, isso não se verifica.<br />

Por exemplo, se forem analisa<strong>do</strong>s apenas casos de homicídios - que talvez seja a identificação mais forte da palavra violência<br />

-, na primeira semana deste mês, um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime apontou que o Brasil detém<br />

o terceiro maior índice de homicídios na América <strong>do</strong> Sul, atrás da Venezuela e da Colômbia. A agência afirma que houve,<br />

no Brasil, 43.909 homicídios em 2009 (ano mais recente para o qual há estatísticas), fazen<strong>do</strong> com que o país tenha uma taxa<br />

de 22,7 homicídios por 100 mil habitantes. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera endêmica a<br />

ocorrência de homicídios quan<strong>do</strong> ocorrem além de 10 (dez) casos a cada grupo de 100 (cem) mil habitantes.<br />

De maneira ampla, pesquisas revelam altos índices de violência de to<strong>do</strong>s os gêneros no Brasil, como a <strong>do</strong>méstica, assaltos,<br />

assassinatos, sequestros segui<strong>do</strong>s de morte, violência nas ruas, familiar, etc. E esses índices só vêm aumentan<strong>do</strong> a cada<br />

ano. Com 3% da população mundial, o Brasil concentra 9% <strong>do</strong>s homicídios cometi<strong>do</strong>s no planeta; os homicídios, por sua<br />

vez, cresceram 29% na década passada e entre os jovens esse crescimento foi de 48%.<br />

Diante dessa realidade, qual ou quais atitudes precisam ser tomadas para combater a violência nas cidades brasileiras?<br />

Com a palavra, o G7 (*)...<br />

A questão da violência é de alta complexidade. Apesar disso, o combate<br />

à criminalidade tem si<strong>do</strong> trata<strong>do</strong> pelas autoridades públicas de maneira isolada.<br />

Percebemos que é incipiente o intercâmbio entre a polícia judiciária,<br />

a polícia militar e o judiciário. De outro la<strong>do</strong>, a sociedade civil organizada e instituições não governamentais,<br />

que podem contribuir de maneira eficaz em face da capilaridade junto às comunidades, acabam por não participar<br />

intensamente nas discussões sobre segurança pública. Por fim, a sociedade, comodamente, atribui à<br />

responsabilidade ao poder público, deixan<strong>do</strong> de cumprir com seu papel cidadão. Enquanto toda a sociedade<br />

não compreender que a solução da criminalidade passa pela união e participação eficaz de to<strong>do</strong>s, os índices<br />

continuarão a aumentar. Para muitos, a paz é uma utopia, mas, para a OAB, é uma obsessão.<br />

Sou pessoa de fé e, portanto, creio que podemos conter a escalada da violência<br />

neste país. Mas, para tanto, o Esta<strong>do</strong>, em todas as suas esferas - Executivo, Legislativo<br />

e Judiciário -, tem que atuar de forma mais ética, honesta e responsável no que<br />

se refere aos próprios deveres e obrigações para, assim, fazer o brasileiro acreditar<br />

que a justiça é de fato para to<strong>do</strong>s. Depois, buscar por modelos que funcionem<br />

noutros países, tais como o de Nova York (EUA), onde os índices de criminalidade foram alarmantes, por mais de trinta<br />

anos, deixan<strong>do</strong> a cidade à mercê da violência. Então, nos anos 1990, o competente prefeito Ru<strong>do</strong>lph Giuliani radicalizou<br />

e criou o “Programa de Tolerância Zero”, que impunha policiamento ostensivo nas ruas e bairros, através <strong>do</strong> combate<br />

ao tráfico de drogas e da apreensão de armas de fogo. Diante disso, to<strong>do</strong> e qualquer delito levava à prisão. Essa atitude<br />

abaixou radicalmente os índices de violência de Nova York e hoje serve de modelo a outras cidades <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, como a<br />

cidade <strong>do</strong> México, que a<strong>do</strong>tou medidas parecidas no combate à violência. Vamos agir uni<strong>do</strong>s nesse ideal que conseguiremos<br />

algo de positivo. É preciso que somemos esforços, trabalhan<strong>do</strong> pelo desenvolvimento sustentável.<br />

Falar em solução para acabar com a violência é demagogia, mas<br />

acredito que boas políticas públicas, a participação da sociedade e, em<br />

especial, o esporte podem ajudar. O esporte, além de auxiliar no desenvolvimento<br />

humano, ainda atua nas esferas cognitivas e afetivas, ensina<br />

a disciplina, o respeito ao próximo e a determinação de vencer não só no esporte, mas também na vida.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, os atuais Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, cumprem um papel relevante,<br />

porque, além de fomentar o consumo, ainda atraem a atenção de jovens que buscam acompanhar<br />

seus í<strong>do</strong>los e conquistas. Dentre tantas notícias que acompanhamos através da mídia, quero destacar<br />

os exemplos das emissoras que priorizam a divulgação das Olimpíadas e merecem nosso aplauso. Essas<br />

emissoras cumprem o papel cívico para com o cidadão brasileiro. Agora, nossas expectativas estão voltadas<br />

para as posições que destacam nossos jovens preparan<strong>do</strong>-os para as Olimpíadas de 2016.<br />

88 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Conselho<br />

Veneráveis<br />

<strong>do</strong> Triângulo<br />

É certo que se formos analisar o contexto “Violência”, nos termos em que é<br />

apresenta<strong>do</strong> no preâmbulo <strong>do</strong> tema, estaremos fada<strong>do</strong>s a concluir pelas estatísticas<br />

apresentadas. O Brasil é uma democracia jovem e com uma economia<br />

que somente agora mostra sua pujança e vigor. Somos grandes e vivemos uma<br />

transição em que uma maioria absoluta mal saiu da condição de miserabilidade para uma condição de classe média<br />

emergente. Conflitos sociais são peculiares nessas circunstâncias. Há, também, o desdém daqueles que querem tirar<br />

proveito deste momento. O tráfico de drogas cresce, porque ofertamos “rios de dinheiro” a abastecê-lo. A corrupção<br />

toma conta de nosso dia impunemente. A omissão de to<strong>do</strong>s que deveriam zelar pela moral, pela honra e pela<br />

integridade de nossas instituições, exemplos que deveríamos enaltecer, hoje se veem mancha<strong>do</strong>s em seus próprios<br />

<strong>do</strong>mínios. É chegada a hora não só de agirmos, mas também de reagirmos, antes que seja tarde demais.<br />

(*) a Ong g7 - Grupo <strong>do</strong>s Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região <strong>do</strong> Triângulo<br />

Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: aCiUB - <strong>As</strong>sociação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara<br />

de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVt - Conselho de Veneráveis <strong>do</strong> Triângulo, FieMg Regional Vale <strong>do</strong><br />

Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios <strong>do</strong> Triângulo, OaB/Mg 13ª Subseccional<br />

de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia.<br />

Empresário Herói 2011<br />

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merca<strong>do</strong><br />

in foco<br />

CME premia mulheres que fazem história<br />

O Conselho da Mulher Empresária (CME) realizou,<br />

durante a Feniub Logística 2011, a entrega <strong>do</strong> “Prêmio<br />

Mulheres que fazem história”. A premiação tem o<br />

objetivo de homenagear as mulheres que se destacaram<br />

como empreende<strong>do</strong>ras e contribuíram para a valorização<br />

da sociedade e a construção da história de<br />

<strong>As</strong>sociativismo: Alba Pereira Lima<br />

Mulher Uberlândia 2011: Bernadete M. Pinheiro Coury<br />

Designer: Edi Moreira Car<strong>do</strong>so (Luluza)<br />

Meio Ambiente: Juliana Siqueira Guimarães Neto<br />

Uberlândia, cuja trajetória de atos e conquistas foram<br />

relevantes para a comunidade, e que servirão de referência,<br />

incentivo e inspiração para outras mulheres.<br />

A entrega da premiação aconteceu no dia 6 de<br />

outubro, no Castelli Master. Veja em flashes as homenageadas<br />

por categoria.<br />

Serviço Público: Ana Paula Borges Mourão Lima<br />

Esportes: Christa Alice de Souza Coelho (Frida)<br />

Turismo: Françoise Mota<br />

Comércio: Kamila Pra<strong>do</strong><br />

Inovação: Leticia Gomides<br />

Saúde: Maria <strong>do</strong> Carmo Monte<br />

Arte e Cultura: Mônica Debs Diniz<br />

Educação: Normy Barbosa Firmino<br />

Ação Social: Regina Mercadante<br />

Mulher Destaque 2011: Shirlene Soares Campos<br />

Indústria: Maria Ifigênia Nunes<br />

Música: Nininha Rocha<br />

Moda: Patricia Bonaldi<br />

Comunicação: Rosane Lucho<br />

Serviços: Sirlene Nunes<br />

Obs: <strong>As</strong> vence<strong>do</strong>ras nas categorias “Terceiro Setor” e “Tecnologia”, Linda-Mar Peixoto Souza e Evelize Graboski Correia Lima,<br />

respectivamente, não puderam comparecer na noite das homenagens, por isso, suas fotos não estão entre as demais acima. B<br />

90 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 91


merca<strong>do</strong><br />

causos empresariais<br />

Tratamento VIP<br />

(Comunicação Eficaz III)<br />

Por Nege Calil*<br />

Eu a chamava de Margô, uma<br />

forma resumida e carinhosa de tratar<br />

Margareth, a secretária da Diretoria.<br />

Claro que essa intimidade era reservada<br />

a poucos. Afinal, sua fama se<br />

consoli<strong>do</strong>u por suas atitudes arredias.<br />

Não sei se a vida a fez geniosa<br />

ou se seu gênio difícil provocou<br />

tantas idas e vindas na carreira e nos<br />

relacionamentos pessoais. Quan<strong>do</strong><br />

estreitamos o relacionamento,<br />

descobri que se tornara mãe ainda<br />

a<strong>do</strong>lescente, com pouco mais de 15<br />

anos. Expulsa de casa pelo pai, optou<br />

por criar o filho sozinha, segun<strong>do</strong><br />

sua versão. Recebia apoio escondi<strong>do</strong><br />

da mãe e de uma tia e, mesmo<br />

assim, sua empreitada não foi fácil.<br />

92 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Os que a conheciam de perto, insistiam<br />

que o real motivo da solidão é<br />

que nenhum homem a tolerava por<br />

mais de seis meses. Era bonita; apesar<br />

<strong>do</strong> peso <strong>do</strong>s anos, atraía alguns<br />

olhares masculinos. No entanto,<br />

afugentava a muitos com sua forma<br />

direta de se expressar.<br />

O filho seguiu seu caminho na<br />

retidão, “pulava miudinho”, como se<br />

costuma dizer aqui nas Minas Gerais.<br />

Aos 23 anos formou-se em engenharia<br />

e ela afirmava categoricamente:<br />

“Ai dele se não se efetivar na empresa<br />

após o estágio! Vira picadinho<br />

nas minhas mãos.” Claro que ele se<br />

efetivou! Só aí ela se prontificou a<br />

correr atrás da própria formatura,<br />

concluin<strong>do</strong> o curso de Secretaria<strong>do</strong><br />

após os 40. Nara, sua colega de escola<br />

e de empresa, contava-nos pelos<br />

corre<strong>do</strong>res que Margô discutia feio<br />

com os professores quan<strong>do</strong> não concordava<br />

com algo e que nenhum se<br />

atrevia a sustentar o bate-boca. Para<br />

mim e outros colegas, era uma surpresa<br />

ela permanecer tanto tempo<br />

na organização! Ninguém duvidava<br />

de sua competência e confiança.<br />

Organizada, bilíngue com fluência,<br />

lidava com as contas bancárias pessoais<br />

<strong>do</strong> acionista majoritário e de<br />

seus dependentes, além de guardar<br />

a sete chaves os segre<strong>do</strong>s deste. Todavia,<br />

aquele temperamento de cão<br />

não era fácil de engolir.<br />

Eu era novo na empresa e, naturalmente,<br />

também “cheio de de<strong>do</strong>s”<br />

pra me dirigir a ela. Numa ocasião,<br />

fui à Diretoria a pedi<strong>do</strong> de meu chefe<br />

e pude testemunhar uma cena que<br />

me eluci<strong>do</strong>u qual era a melhor maneira<br />

de tratar a fera.<br />

- Bom dia, Margareth! - comecei.<br />

- Bom dia, garoto! - retrucou. O<br />

que você quer?<br />

- Preciso falar com o Dr. Alessandro<br />

(à época, um <strong>do</strong>s 4 acionistas).<br />

- Senta aí e espera! Ainda não<br />

chegou.<br />

Obedeci. A música que saía de<br />

seu rádio contrastava com a decoração<br />

clássica <strong>do</strong> ambiente. De gosto<br />

duvi<strong>do</strong>so, Margô carregava na<br />

maquiagem vermelha. A cabeleira<br />

grande tornava-a maior <strong>do</strong> que realmente<br />

era. Insistia em mascar um<br />

chiclete que, pelas minhas contas,<br />

estava em sua boca há pelo menos<br />

<strong>do</strong>is meses. Cantarolava a música e<br />

lixava as unhas, lançan<strong>do</strong>-me um<br />

olhar vez ou outra, sem puxar qualquer<br />

assunto. Eis que toca o telefone<br />

e, para não interromper seu trabalho<br />

com as mãos, atendeu com o viva-<br />

-voz liga<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong> que eu escutasse<br />

toda a conversa:<br />

- Alô!<br />

- Quantas vezes terei que dizer<br />

que é pra atender ao telefone dizen<strong>do</strong><br />

o nome da empresa e cumprimentan<strong>do</strong><br />

com um “bom-dia”?<br />

- Pelo identifica<strong>do</strong>r de chamadas,<br />

vi que era seu número.<br />

- E daí? Sou um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos dessa<br />

espelunca e exijo melhor tratamento.<br />

- Eu não trabalho em nenhuma<br />

espelunca, isso aqui é uma empresa<br />

de respeito e idônea em seus negócios.<br />

Vai dizer o que quer ou vai<br />

continuar a consumir meu tempo<br />

precioso?<br />

- Cadê o Alessandro? Não acho<br />

ele em casa, nem no celular!<br />

- Ainda não chegou!<br />

- <strong>As</strong>sim que ele pisar aí dentro,<br />

fala pra me ligar! Entendeu?<br />

- Claro. Não sou surda.<br />

E desligou o telefone. Com desdém,<br />

ela se dirigiu a mim:<br />

- Ouviu a conversa? Viu como ele<br />

me trata? É o menor <strong>do</strong>s acionistas e<br />

acha que manda. Grosso, mal educa<strong>do</strong>.<br />

Eu sei o que ele quer, os quatro<br />

acionistas vão a uma negociação importante<br />

no Rio de Janeiro depois de<br />

amanhã. Ele tá desespera<strong>do</strong> porque<br />

não conseguiu levantar uns da<strong>do</strong>s<br />

pra essa reunião e tá pedin<strong>do</strong> penico<br />

pro Dr. Alessandro. Ainda bem<br />

que respon<strong>do</strong> ao Dr. Lucas (à época,<br />

o acionista majoritário). Vai esperar,<br />

pra aprender a largar de ser trouxa.<br />

Além de incompetente, é soberbo.<br />

Escutei cala<strong>do</strong>. Eu o conhecia e<br />

sabia que era arrogante, mas não<br />

concordava com a incompetência.<br />

Pelo contrário, não seria sócio se não<br />

reunisse conhecimentos importantes<br />

para o negócio.<br />

O telefone tocou novamente. Era<br />

Dr. Lucas, que foi atendi<strong>do</strong> com um<br />

sonoro nome da empresa e um cordial<br />

bom-dia:<br />

*Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas<br />

negecalil@inthegrath.com.br<br />

- Bom-dia, Margô! Passou bem o<br />

final de semana?<br />

- Sim, obrigada!<br />

- Foi aniversário de sua mãe neste<br />

<strong>do</strong>mingo. Diga-lhe que man<strong>do</strong> meus<br />

parabéns, mesmo atrasa<strong>do</strong>. Tentei ligar<br />

ontem, mas estava no sítio e você<br />

sabe que o celular não pega lá.<br />

- O senhor nunca esquece essas<br />

datas. Obrigada!<br />

- Se essas datas são importantes<br />

para meus colabora<strong>do</strong>res, são importantes<br />

pra mim.<br />

Com o tempo, percebi que Dr.<br />

Lucas era verdadeiro nessas intenções.<br />

Importava-se de verdade com<br />

as pouco mais de 300 pessoas registradas<br />

na empresa e obtinha delas<br />

a percepção de que trabalhavam<br />

“com ele” e não “para ele”.<br />

- Liga pra ela hoje, ela vai gostar!<br />

- continuou Margô.<br />

- Farei isso! Margô, preciso falar<br />

urgente com Alessandro. É sobre<br />

nossa reunião no Rio.<br />

- Hoje ele chegará mais tarde,<br />

pois foi ao dentista.<br />

- Humm... Não sei se posso esperar.<br />

Você sabe da importância dessa<br />

reunião pra nós, o que pode fazer<br />

pra ajudar a empresa?<br />

Essa pergunta foi sábia - ele conseguiu<br />

envolvê-la no assunto e fazê-<br />

-la se sentir importante.<br />

- Vou localizá-lo agora no dentista.<br />

Qual o da<strong>do</strong> que o senhor precisa?<br />

- Sabia que podia contar com<br />

você. Anota aí.<br />

Ele passou os da<strong>do</strong>s de que precisava.<br />

A lixa de unha ficou de la<strong>do</strong><br />

e o comportamento de Margô mostrava<br />

comprometimento. A conversa<br />

finalizou:<br />

- Ligo já pra recepcionista <strong>do</strong><br />

dentista e pego essas informações.<br />

Em alguns minutos te retorno.<br />

- Ah, mais uma coisa: parabéns<br />

pelo atendimento ao telefone, exatamente<br />

como ensina<strong>do</strong> no treinamento<br />

da semana passada. Não podia<br />

desligar sem te dar esse feedback.<br />

- Obrigada! Já te ligo de volta.<br />

Dr. Lucas tinha esse cuida<strong>do</strong> de<br />

atentar-se aos detalhes e dar feedbacks<br />

pontuais de reforço positivo.<br />

Acreditava fielmente que o aprendiza<strong>do</strong><br />

é muito mais rápi<strong>do</strong> com esse<br />

tipo de comunicação.<br />

Encerrou o telefonema e, em minutos,<br />

conseguiu o que precisava. Rapidamente<br />

resolveram a pendência.<br />

Atento, percebi rapidamente<br />

que Margô era carente e, para quebrar<br />

sua rebeldia e conquistar sua<br />

parceria, bastava um pouco de bom<br />

trato. Incrível como as palavras adequadas<br />

a cada tipo de pessoa mudam<br />

seus comportamentos. Durante<br />

o tempo em que trabalhei nessa<br />

empresa, aprendi com Dr. Lucas que<br />

sempre precisamos envolver as pessoas,<br />

lançan<strong>do</strong> perguntas que as levam<br />

à reflexão. E que um pouco de<br />

polidez cabe em qualquer situação,<br />

por mais complicada que seja.<br />

A partir daí, tu<strong>do</strong> ficou mais fácil<br />

pra mim:<br />

- Margareth, pelo jeito Dr. Alessandro<br />

vai demorar. Meu assunto<br />

não é urgente como esse que você<br />

acabou de resolver, mas é de igual<br />

importância.<br />

Pode entregar esse relatório a ele<br />

por mim?<br />

- Claro! Deixe aqui sobre a mesa.<br />

- Posso abusar mais um pouco<br />

de você? Preciso de um parecer<br />

dele sobre esse relatório, tão logo<br />

volte <strong>do</strong> Rio. Como pode me ajudar?<br />

(Uma simples pergunta e ela já estava<br />

envolvida).<br />

- Fácil, já vou reservar na agenda<br />

dele pra falar com você. Dr. Alessandro<br />

é gente boa, mas é muito desorganiza<strong>do</strong>.<br />

Ou fico no pé dele, ou ele<br />

se perde to<strong>do</strong>!<br />

- Tô entenden<strong>do</strong> porque você foi<br />

contratada. Você resolve tu<strong>do</strong> “rapidim”.<br />

Bom demais chegar numa<br />

empresa e contar com uma colega<br />

como você.<br />

Ela sorriu, denuncian<strong>do</strong> que estava<br />

conquistada.<br />

- Obriga<strong>do</strong>, Margareth! - finalizei.<br />

Antes que eu saísse da sala, ela selou<br />

nossa parceira que nascia naquele<br />

momento e se mostrara fundamental<br />

para meus trabalhos durante<br />

o tempo em que permaneci com<br />

aquele time. Ainda com um sorriso<br />

estampa<strong>do</strong> no rosto, ela concluiu:<br />

- Garoto!<br />

- Sim? - respondi.<br />

- Pode me chamar de Margô! B<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 93


merca<strong>do</strong><br />

geral<br />

Oasis of the Seas é eleito o melhor<br />

navio de cruzeiros<br />

O Splen<strong>do</strong>ur of the Seas também foi homenagea<strong>do</strong> com o prêmio Top of Mind. O melhor de tu<strong>do</strong> é que<br />

essas duas pérolas da Royal Caribbean estão ao alcance <strong>do</strong>s brasileiros<br />

Da Redação<br />

Oasis, o melhor de to<strong>do</strong>s<br />

A Royal Caribbean está novamente comemoran<strong>do</strong> e dessa vez em <strong>do</strong>se dupla. Na eleição de 2011 <strong>do</strong>s Melhores<br />

da Viagem e Turismo, o Oasis of the Seas foi eleito pelos leitores da revista como o melhor navio de cruzeiros.<br />

Além da escolha <strong>do</strong> Oasis of the Seas, a companhia também comemora a premiação dada ao Splen<strong>do</strong>ur<br />

of the Seas, o prêmio Top of Mind, que significa um reconhecimento pelo grande número de prêmios recebi<strong>do</strong><br />

pelo navio.<br />

“Estamos muito orgulhosos pelo resulta<strong>do</strong>, pois oferecemos a nossos hóspedes o que há de mais moderno<br />

e inova<strong>do</strong>r em termos de produtos e serviços. O Oasis of the Seas revolucionou a indústria de cruzeiros com suas<br />

atrações, restaurantes e programação que tornam as férias de nossos hóspedes inesquecíveis; e o Splen<strong>do</strong>ur of<br />

the Seas, que já é o queridinho <strong>do</strong> público brasileiro, passará por uma revitalização antes da temporada brasileira,<br />

o que certamente significará ainda mais satisfação entre os hóspedes”, comemora Ricar<strong>do</strong> Amaral, diretor da<br />

Royal Caribbean para Brasil, América Latina e Caribe.<br />

O Oasis of the Seas, inaugura<strong>do</strong> em 2009, considera<strong>do</strong> o maior e mais inova<strong>do</strong>r navio de cruzeiros <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

foi eleito pelos leitores que viajaram durante este ano e puderam conferir a incrível estrutura oferecida pelo<br />

navio, assim como diferenciais exclusivos e inéditos na indústria.<br />

O Splen<strong>do</strong>ur of the Seas, um clássico nesta premiação há alguns anos, recebeu a menção honrosa Top of<br />

Mind após ter si<strong>do</strong> eleito o melhor navio de cruzeiros por seis vezes.<br />

94 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Candidatos de Uberlândia se<br />

dão bem no exame da OAB<br />

Alunos de Direito de Faculdades da cidade ocupam o primeiro lugar no Triângulo Mineiro<br />

no exame da Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil<br />

Da Redação<br />

A Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil (OAB) divulgou, no início deste mês, a lista final de aprova<strong>do</strong>s no 1º Exame<br />

da Ordem de 2011 (4º Unifica<strong>do</strong>). Segun<strong>do</strong> a relação divulgada, foram aprova<strong>do</strong>s 18.002 candidatos, o que<br />

representa 14,83% <strong>do</strong> total de inscritos, registran<strong>do</strong> um aumento em relação ao último exame, que foi de 9,74%,<br />

o pior índice da história. Para Ophir Cavalcante (Presidente Nacional da OAB), o resulta<strong>do</strong> tem duas causas: a<br />

melhora no ensino de Direito no país e o maior empenho <strong>do</strong>s alunos.<br />

No contexto <strong>do</strong>s aprova<strong>do</strong>s, a Faculdade Esamc, de Uberlândia, ficou em primeiro lugar na Região <strong>do</strong> Triângulo<br />

Mineiro, com 50% de aprovação, consideran<strong>do</strong> ainda que os alunos da instituição ainda estão cursan<strong>do</strong> o<br />

9º perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> curso, o que aumenta o mérito da conquista. Esse resulta<strong>do</strong> posiciona a ESAMC em 5º lugar entre<br />

as faculdades listadas em Minas Gerais, seguida pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com 48,93% de<br />

aprovação, com alunos já forma<strong>do</strong>s e/ou no último perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> curso.<br />

Contu<strong>do</strong>, a obrigatoriedade <strong>do</strong> exame divide opiniões e o formato da prova gera discussões entre os profissionais<br />

<strong>do</strong> meio jurídico. Em recente entrevista, o desembarga<strong>do</strong>r Sylvio Capanema, ex-vice-presidente <strong>do</strong> Tribunal<br />

de Justiça <strong>do</strong> Rio de Janeiro, revelou que as provas da OAB estão num nível de dificuldade absolutamente<br />

igual às da defensoria <strong>do</strong> Ministério Público e, talvez, da magistratura. “Posso dizer com absoluta sinceridade<br />

que eu, hoje, não passaria no exame de Ordem”, declarou.<br />

O melhor desempenho nacional foi <strong>do</strong>s bacharéis forma<strong>do</strong>s pela Universidade de São Paulo (71,05%), segui<strong>do</strong><br />

pela Universidade Federal <strong>do</strong> Sergipe (69,44%) e a Universidade Federal de Minas Gerais (64,71%). Entre os<br />

piores desempenhos, aparecem 30 instituições que não tiveram nenhum candidato aprova<strong>do</strong>. A<br />

Foto: Divulgação<br />

<strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011 | 95


merca<strong>do</strong><br />

geral<br />

Foto: Divulgação<br />

Rolls-Royce anuncia chegada à<br />

América <strong>do</strong> Sul<br />

Da Redação<br />

A Rolls-Royce Motor Cars anunciou neste mês que entrará no<br />

merca<strong>do</strong> sul-americano pela primeira vez na história da empresa.<br />

A Rolls-Royce está trabalhan<strong>do</strong> com futuras concessionárias<br />

no Brasil e no Chile e o CEO da empresa, Torsten Müller-Ötvös,<br />

está visitan<strong>do</strong> atualmente a região para se encontrar com estes<br />

futuros concessionários, assim como com potenciais clientes e<br />

membros da mídia.<br />

Em São Paulo, Torsten Müller-Ötvös disse estar muito feliz<br />

em anunciar os planos da empresa para entrar no merca<strong>do</strong> sul-<br />

-americano. Segun<strong>do</strong> ele, o Brasil e o Chile têm apresenta<strong>do</strong> um<br />

Sonho em breve ao alcance <strong>do</strong>s brasileiros. Rolls-Royce Ghost, o mais em impressionante crescimento econômico, com uma demanda<br />

conta da marca, a partir de R$ 2 milhões<br />

cada vez maior por parte de clientes perspicazes interessa<strong>do</strong>s em<br />

produtos de alto luxo. “A Rolls-Royce Motor Cars vem crescen<strong>do</strong><br />

com muito sucesso em vários merca<strong>do</strong>s emergentes e, portanto, é adequa<strong>do</strong> estabelecermos uma forte presença no<br />

Brasil e no Chile”, afirmou.<br />

O Grupo Via Italia, comanda<strong>do</strong> por Francisco Longo, é o futuro concessionário da Rolls-Royce Motor Cars no Brasil,<br />

enquanto no Chile é a Williamson Balfour Motors, um membro <strong>do</strong> Grupo Inchcape comanda<strong>do</strong> por Peter Aberle. Ambos<br />

estão trabalhan<strong>do</strong> com a data de março de 2012 para a abertura de suas concessionárias.<br />

Boa hora - A notícia chega em um momento empolgante para a Rolls-Royce, já que as vendas vêm manten<strong>do</strong> um<br />

ritmo acelera<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Entre janeiro e setembro, as vendas cresceram 41% em relação ao mesmo perío<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>. Tem havi<strong>do</strong> uma forte demanda, tanto por modelos Phantom quanto Ghost, com crescimento de <strong>do</strong>is<br />

dígitos em todas as regiões nos primeiros nove meses <strong>do</strong> ano. O Ghost continua a ampliar o segmento e é líder de merca<strong>do</strong>,<br />

com cerca de 80 por cento <strong>do</strong>s clientes ten<strong>do</strong> adquiri<strong>do</strong> um Rolls-Royce pela primeira vez. A empresa possui uma<br />

forte carteira de pedi<strong>do</strong>s que se estende 2012 adentro e os níveis de conteú<strong>do</strong> personaliza<strong>do</strong> atingiram valores recordes.<br />

A Rolls-Royce também anunciou recentemente que a fábrica e a matriz em Goodwood, West Sussex, devem ser ampliadas<br />

significativamente nos próximos meses para atender à crescente demanda global e ao maior interesse <strong>do</strong>s clientes<br />

por modelos Ghost e Phantom personaliza<strong>do</strong>s. O total de investimentos no projeto será de aproximadamente £10 milhões.<br />

Feniub 2011 fecha com sal<strong>do</strong> positivo<br />

Avaliação é <strong>do</strong> empresário Rogério Nery, presidente da Aciub,<br />

instituição organiza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> evento<br />

Da Redação<br />

A Feniub 2011 foi encerrada com um sentimento de dever cumpri<strong>do</strong>.<br />

Centenas de negócios foram concretiza<strong>do</strong>s durante os quatro dias de feira e<br />

vários outros foram prospecta<strong>do</strong>s pelos 76 expositores presentes no evento. “A Feniub Logística 2011 foi realmente<br />

um sucesso. Atingimos nosso objetivo principal, que era justamente fomentar negócios em um <strong>do</strong>s setores que<br />

movimentam a economia de Uberlândia, a logística”, disse o presidente da <strong>As</strong>sociação Comercial e Industrial de<br />

Uberlândia (Aciub), Rogério Nery.<br />

Em 2011, a Feniub trouxe muitas novidades, a começar pelo lançamento da Movimenta - Feira Internacional<br />

de Logística, prevista para acontecer bienalmente a partir <strong>do</strong> próximo ano. Isso sem falar das palestras e rodadas<br />

de negócios, que neste ano contou com a presença de empresas de diversas áreas ligadas ao setor logístico.<br />

Durante os quatro dias de evento, os visitantes puderam conhecer as últimas novidades em softwares, soluções<br />

em tecnologia, implementos, carrocerias, rastrea<strong>do</strong>res, peças para caminhões, soluções financeiras, entre<br />

outros produtos e serviços expostos na Feniub Logística 2011. Além disso, o conhecimento se fez presente através<br />

<strong>do</strong> seminário Desenvolven<strong>do</strong> Competências na Logística, que ofereceu ao público palestras gratuitas com grandes<br />

nomes <strong>do</strong> segmento logístico e especialistas em softwares e gestão de pessoas: Luis Arthur Bogiano (Totvs), Altamiro<br />

Carlos Borges (ABGroup e <strong>As</strong>log) e Cícero Domingos Penha (Algar). “Reunir aqui em Uberlândia, na Feniub, as<br />

melhores empresas e profissionais que fazem a logística no dia a dia é muito importante para to<strong>do</strong>s nós, porque<br />

começa a se criar um cluster, uma ideia de discussão <strong>do</strong> assunto fora das bases de São Paulo e Rio de Janeiro”, disse<br />

o empresário Altamiro Carlos Borges.<br />

Os números, em valores, de negócios gera<strong>do</strong>s na Feniub 2011 não foram divulga<strong>do</strong>s pela organização <strong>do</strong> evento. A<br />

96 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

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merca<strong>do</strong><br />

geral<br />

O subcontrola<strong>do</strong>r da CGE, Róbson Lucas da Silva, diz que a Controla<strong>do</strong>ria-Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> empresta to<strong>do</strong> o apoio de ordem técnica para que os auditores<br />

possam exercer as suas funções<br />

Controla<strong>do</strong>ria quer aprimorar a gestão pública<br />

Da Agência Minas<br />

Com ênfase na constante busca pelo aprimoramento <strong>do</strong>s mecanismos de transparência da gestão pública e, ainda,<br />

na integração entre os sistemas de controle interno e externo da administração estadual, a Controla<strong>do</strong>ria-Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

(CGE) realizou o 2º Encontro <strong>do</strong>s Auditores Setoriais e Seccionais Integrantes e Vincula<strong>do</strong>s ao Sistema de Controle<br />

Interno <strong>do</strong> órgão.<br />

O Controla<strong>do</strong>r-Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Moacyr Lobato Campos Filho, destacou, em suas palavras aos auditores <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

a importância <strong>do</strong> encontro. “É essencial que se dê continuidade ao trabalho inicia<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> ano, que representa<br />

o fortalecimento e a integração <strong>do</strong> sistema de controle”, destacou. “O primeiro encontro, realiza<strong>do</strong> em junho, foi um<br />

passo decisivo para a incorporação <strong>do</strong>s princípios de integração entre os sistemas de controle interno e externo da<br />

Controla<strong>do</strong>ria. Isso reforça o papel da CGE, que não é só de avaliar, mas, sobretu<strong>do</strong>, o de apoiar os auditores <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>”,<br />

completou Moacyr Lobato.<br />

“A CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade como um to<strong>do</strong>”<br />

Para o Controla<strong>do</strong>r-Geral Adjunto, Juliano Fisicaro Borges, “a CGE estará sempre aberta ao diálogo com a sociedade<br />

como um to<strong>do</strong>, para que os auditores e os correge<strong>do</strong>res possam receber to<strong>do</strong> o suporte técnico para resguardar<br />

os princípios de auditores em ocasiões que possam acontecer”. “Este trabalho é de extrema importância para que<br />

possamos avançar nos processos da controla<strong>do</strong>ria, da correição e da auditoria, sob a ótica da transparência”, ressaltou.<br />

Já o Subcontrola<strong>do</strong>r da CGE, Róbson Lucas da Silva, afirma que, “por se tratar de um órgão central, a CGE empresta<br />

to<strong>do</strong> o apoio de ordem técnica para que os auditores possam exercer as suas funções”. “Constantemente, mantemos<br />

encontros para que to<strong>do</strong> o trabalho realiza<strong>do</strong> pelos auditores setoriais e seccionais esteja sintoniza<strong>do</strong> com as orientações<br />

e diretrizes da CGE”, explicou.<br />

Em sua apresentação no evento, o Subcontrola<strong>do</strong>r de Auditoria e Controle da Gestão, Eduar<strong>do</strong> Fernandino, abor<strong>do</strong>u<br />

a meto<strong>do</strong>logia de avaliação <strong>do</strong> complexo operacional da CGE e o cronograma para elaboração <strong>do</strong> Plano Anual<br />

de Auditoria 2012. O encontro foi realiza<strong>do</strong> no auditório <strong>do</strong> BDMG, em Belo Horizonte. O terceiro encontro para 2011<br />

deverá ser realiza<strong>do</strong> em dezembro. B<br />

98 | <strong>Revista</strong> MERCADO | Outubro 2011<br />

Foto: Osval<strong>do</strong> Afonso/Secom MG

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