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Circular nº 329/09 Brasília, 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />
Às seções sindicais, secretarias regionais e aos Diretores<br />
Companheiros e Companheiras:<br />
Estamos encaminhando o relatório da reunião do GT<br />
Fundações realizada em Santa Maria-RS, nos dias <strong>23</strong>, 24 e <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> do<br />
corrente ano.<br />
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais<br />
saudações sindicais e universitárias.<br />
Solange Bretas<br />
Secretária Geral<br />
Ensino Público e Gratuito: Direito <strong>de</strong> Todos: Dever do Estado.
RELATÓRIO DA REUNIÃO DO GT FUNDAÇÕES<br />
Santa Maria/RS, <strong>23</strong>, 24 e <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2009</strong><br />
Presentes<br />
Coor<strong>de</strong>nação: Solange Bretas e Maria Cecília <strong>de</strong> Paula Silva<br />
Seções Sindicais:<br />
Dia 24/10/09 - Tar<strong>de</strong>: SEDUFSM (Maristela Souza, Rondon <strong>de</strong> Castro e Hugo<br />
G. Blois Filho), APROFURG (Marlene Teda Pelzer), ADUFPEL (Neri Mauch).<br />
Dia <strong>25</strong>/10/09 - Manhã: SEDUFSM (Maristela Souza, Rondon <strong>de</strong> Castro e Hugo<br />
G. Blois Filho), APROFURG (Marlene Teda Pelzer), ADUFPEL (Neri Mauch).<br />
Outras Entida<strong>de</strong>s:<br />
Dia 24/10/09 – Tar<strong>de</strong>: DCE/UFRGS (Matheus Schnei<strong>de</strong>r, Pedro da Silva<br />
Silveira e Fabiano Elias Brunes)<br />
Dia <strong>25</strong>/10/09 – Manhã: DCE/UFRGS (Matheus Schnei<strong>de</strong>r, Pedro da Silva<br />
Silveira e Fabiano Elias Brunes), UNIPAMPA (Felipe R. Lima, Renato Pedro e<br />
Bruna Xavier da Silva)<br />
Pauta:<br />
Dia <strong>23</strong>/10 - 14h<br />
Debate com Representante do Ministério Público<br />
Dias 24 e <strong>25</strong><br />
9h<br />
Informes<br />
Discussão da minuta <strong>de</strong> Decreto do MEC e MCT que regulamenta a<br />
atuação das Fundações <strong>de</strong> Apoio no interior das IES públicas;<br />
Deliberações do 28º Congresso e 54º CONAD<br />
Preparação da Semana Nacional <strong>de</strong> Lutas, aprovada no 54º CONAD.<br />
Outros<br />
Desenvolvimento da reunião:<br />
A reunião convocada com a pauta acima, foi redimensionada em função das<br />
ativida<strong>de</strong>s do “V Encontro <strong>de</strong> GTs da Regional Rio Gran<strong>de</strong> do Sul” e da<br />
inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> um representante do Ministério Público no<br />
<strong>de</strong>bate previsto para o primeiro dia <strong>de</strong> reunião.<br />
Ensino Público e Gratuito: Direito <strong>de</strong> Todos: Dever do Estado.
Diante da não realização da ativida<strong>de</strong> prevista para o dia <strong>23</strong>/10, os docentes<br />
tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar do <strong>de</strong>bate sobre “O Processo <strong>de</strong><br />
Privatização do Estado Brasileiro e suas Conseqüências”, com a professora<br />
Rosa Maria Marques da PUC/SP e com o professor Luis Carlos Lucas da<br />
UFPEL.<br />
No dia 24/10, a pauta seguiu a or<strong>de</strong>m prevista tendo início com uma discussão<br />
ampla das conseqüências da relação das fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio<br />
com as IES públicas; os últimos movimentos do governo no sentido <strong>de</strong> legalizar<br />
o “ilegal”, entre outros pontos. Nesta discussão se levantou, entre outros, os<br />
seguintes aspectos <strong>de</strong>correntes da presença das fundações privadas ditas <strong>de</strong><br />
apoio no interior das instituições públicas <strong>de</strong> ensino:<br />
1. Precarização do público por ação do privado;<br />
2. O individualismo que se instalou nas IES;<br />
3. O direcionamento das pesquisas “via fundações <strong>de</strong> apoio” aos<br />
interesses privados e econômicos;<br />
4. A inversão dos papeis e a expressão <strong>de</strong>sta inversão;<br />
5. Fundações <strong>de</strong> apoio enquanto instrumento <strong>de</strong> corrupção;<br />
6. As fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio como legitimadoras do projeto do<br />
governo para as instituições públicas <strong>de</strong> ensino superior;<br />
7. Deturpação do conceito <strong>de</strong> pesquisa;<br />
8. Interferência na autonomia da universida<strong>de</strong>;<br />
9. Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resgatar o conceito <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> pública, seu papel<br />
e a indissociabilida<strong>de</strong> entre ensino, pesquisa e extensão;<br />
10. Fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio como instrumento <strong>de</strong> mudança na<br />
relação do docente com a instituição, que passa a ser exclusivamente<br />
econômica;<br />
11. Fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio como instrumento transformador do<br />
ambiente universitário: <strong>de</strong>, universida<strong>de</strong> como ambiente para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento social para um ambiente produtivo;<br />
12. Docentes das instituições públicas como pesquisadores <strong>de</strong> “baixo<br />
custo”;<br />
13. De certa forma a graduação se tornou um “peso” para uma parte<br />
consi<strong>de</strong>rável dos docentes;<br />
14. A utilização, cada vez maior, do patrimônio público para fins privados;<br />
15. Priorização <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços via fundações <strong>de</strong> apoio, ao invés<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver ensino, pesquisa e extensão <strong>de</strong> forma indissociável;<br />
Encaminhamentos:<br />
1. Reafirmar o acerto do sindicato na <strong>de</strong>nuncia do papel das fundações <strong>de</strong><br />
apoio e a relação <strong>de</strong>stas com as IES públicas;<br />
2. Denunciar que a inversão da lógica público X privado se dá também<br />
pelos contratos terceirizados;<br />
3. Reafirmar posição do ANDES-SN em relação às fundações privadas<br />
ditas <strong>de</strong> apoio;<br />
4. Produzir materiais sintéticos para ampla divulgação na comunida<strong>de</strong><br />
acadêmica;<br />
Ensino Público e Gratuito: Direito <strong>de</strong> Todos: Dever do Estado.
5. Convocar reunião da Frente <strong>de</strong> lutas contra reforma universitária para<br />
discutir o papel das fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio e suas<br />
conseqüências;<br />
6. Recuperar o foco da discussão <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> pública: que instituição<br />
pública estamos preservando?<br />
7. Denunciar:<br />
7.1 O roubo da produção pela iniciativa privada;<br />
7.2 A <strong>de</strong>turpação do conceito <strong>de</strong> pesquisa;<br />
7.3 Que as “pesquisas” realizadas não aparecem na Instituição;<br />
7.4 Que na gran<strong>de</strong> maioria das vezes são feitos experimentos e não<br />
pesquisas;<br />
7.5 Que na gran<strong>de</strong> maioria das vezes o que está sendo feito, via fundações<br />
privadas ditas <strong>de</strong> apoio, é uma prestação <strong>de</strong> serviços e não pesquisa;<br />
8. Provocar as administrações das instituições públicas no sentido<br />
<strong>de</strong>:<br />
8.1 Publicização dos resultados das pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas pelas<br />
fundações <strong>de</strong> apoio;<br />
8.2 Divulgação do montante dos recursos financeiros que estão, ou foram,<br />
revertidos para as IES das “pesquisas“ <strong>de</strong>senvolvidas via fundações <strong>de</strong><br />
apoio;<br />
8.3 Publicização das “pesquisas” que estão sendo realizadas via fundações<br />
<strong>de</strong> apoio e quem serão beneficiados por estas pesquisas;<br />
8.4 Relação das pesquisas que tiveram, ou terão, papel social relevante;<br />
9. Para viabilizar os itens 8.1, 8.2, 8.3 e 8.4 tentar dialogar com o TCU e<br />
Ministério público;<br />
10. Provocar a seguinte discussão no interior das IES: As fundações<br />
privadas <strong>de</strong> apoio apóiam? Se apóiam, apóiam quem? As “pesquisas”<br />
são <strong>de</strong>senvolvidas prá quem?<br />
11. Encaminhar a minuta <strong>de</strong> Decreto para a análise da AJN;<br />
12. Denunciar que os laboratórios que são montados/equipados com<br />
recursos advindos dos projetos “<strong>de</strong>senvolvidos” via fundações <strong>de</strong> apoio,<br />
pra além <strong>de</strong> serem privativos <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> docentes, não servem à<br />
graduação, mas à pós graduação e exclusivamente para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> “pesquisas” voltadas para o mercado;<br />
13. Garantir a presença <strong>de</strong> representantes do Ministério Público em<br />
seminário a ser realizado por ocasião da semana <strong>de</strong> luta em <strong>de</strong>fesa da<br />
universida<strong>de</strong> pública, <strong>de</strong> preferência no inicio <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro/09;<br />
Ensino Público e Gratuito: Direito <strong>de</strong> Todos: Dever do Estado.
Discussão da Minuta <strong>de</strong> Decreto que regulamenta a Lei 8958/1994<br />
O encaminhamento para a análise e discussão da minuta <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto foi<br />
proce<strong>de</strong>r a leitura e analisar item a item. No entanto, após a leitura po<strong>de</strong>-se<br />
constatar que o <strong>de</strong>creto ao invés <strong>de</strong> regulamentar a Lei preten<strong>de</strong>, entre<br />
outros aspectos:<br />
1. Legalizar o que é praticado <strong>de</strong> forma ilegal pelas e para as fundações<br />
privadas ditas <strong>de</strong> apoio, no interior das IES públicas;<br />
2. que a construção <strong>de</strong>ve se dar na lógica do mercado ao dispor, já no<br />
parágrafo único do Art 1º, que “ A qualificação <strong>de</strong> uma fundação como<br />
<strong>de</strong> apoio visa primordialmente ao <strong>de</strong>senvolvimento da inovação e da<br />
pesquisa cientifica e tecnológica criando condições mais propicias a que<br />
a instituição apoiada estabeleça relações com o ambiente produtivo<br />
externo”;<br />
3. perpetuar as fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio no interior das IFES,<br />
<strong>de</strong>sta feita “regulamentadas”;<br />
4. respaldar o envolvimento dos servidores públicos na administração das<br />
fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio.<br />
Semana nacional <strong>de</strong> lutas contra as privatização da educação e o<br />
Seminário Nacional “Fundações Privadas ditas <strong>de</strong> Apoio e a<br />
Mercantilização”<br />
Dado a exigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, este ponto da pauta não foi discutido com<br />
profundida<strong>de</strong>, no entanto, foi sugerido que as seções sindicais se <strong>de</strong>brucem<br />
sobre a leitura da minuta <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto que “regulamenta” a relação das<br />
fundações privadas ditas <strong>de</strong> apoio com as IES públicas e <strong>de</strong>senvolvam<br />
seminários locais sobre o assunto.<br />
Santa Maria/ RS, <strong>23</strong> a <strong>25</strong>/10/<strong>2009</strong><br />
Ensino Público e Gratuito: Direito <strong>de</strong> Todos: Dever do Estado.