Nota de abertura - IIAM
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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE<br />
Ministério da Agricultura<br />
<strong>Nota</strong> <strong>de</strong> <strong>abertura</strong><br />
Estimado leitor do Boletim do <strong>IIAM</strong>,<br />
Apraz-nos apresentar-lhe a nossa 12ª<br />
edição trimestral.<br />
Olhamos para esta publicação <strong>de</strong> forma<br />
especial, porque foi também especial<br />
o nosso principal enfoque assente no<br />
encontro entre o <strong>IIAM</strong> e a DNEA visando<br />
<strong>de</strong>finir plataformas para ultrapassar<br />
os principais constrangimentos na<br />
transferência e adopção <strong>de</strong> tecnologias.<br />
Destaca-se <strong>de</strong> igual modo o plano <strong>de</strong><br />
criação <strong>de</strong> base <strong>de</strong> dados para a cultura<br />
do arroz por parte do <strong>IIAM</strong> e do IRRI.<br />
Igualmente: o recinto do <strong>IIAM</strong> acolheu<br />
a assinatura do acordo triangular<br />
envolvendo Moçambique, Brasil e<br />
Japão. E toma-se nota que o nosso<br />
país já conta, efectivamente, com um<br />
programa <strong>de</strong> maneio integrado <strong>de</strong><br />
fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solos.<br />
O <strong>IIAM</strong> participou do fórum sobre<br />
inclusão digital no nosso pais.<br />
Na componente <strong>de</strong> investigação<br />
trazemos-lhe informação sobre o<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scasque mo<strong>de</strong>rno do<br />
arroz (concedida pelo IRRI).<br />
Em reportagens: Associações <strong>de</strong> Boane<br />
e Namaacha beneficiaram <strong>de</strong> formação<br />
na produção <strong>de</strong> horticolas.<br />
<strong>IIAM</strong> na 45 edição da FACIM.<br />
Em divulgação: o roteiro das activida<strong>de</strong>s<br />
que caracterizaram o segundo gran<strong>de</strong><br />
encontro internacional <strong>de</strong> especialistas<br />
<strong>de</strong> comunicação e informação agrária<br />
do mundo em Accra.<br />
Por fim a noticia <strong>de</strong> que o MCT<br />
organizou a VII mostra <strong>de</strong> ciência<br />
e tecnologia, tendo contado com a<br />
participação do <strong>IIAM</strong>.<br />
Gratos pela atenção dispensada.<br />
Até a próxima!<br />
O Editor:<br />
Feliciano Mazuze / DFDTT<br />
Edição Trimestral Julho - Outubro <strong>de</strong> 2009 Nº 12<br />
Em Maputo<br />
<strong>IIAM</strong> e DNEA Discutem os Principais Constrangimentos<br />
no Processo <strong>de</strong> Transferência e Adopção <strong>de</strong> Tecnologias<br />
Depois <strong>de</strong> um longo período <strong>de</strong><br />
recessão, a Revisão Periódica <strong>de</strong><br />
Tecnologias (REPETE) teve lugar<br />
nas instalações se<strong>de</strong> do Instituto <strong>de</strong><br />
Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />
(<strong>IIAM</strong>) entre os dias 17 e 18 <strong>de</strong> Setembro,<br />
na sequência <strong>de</strong> um esforço conjunto<br />
entre esta instituição pública <strong>de</strong> pesquisa<br />
agrária e a Direcção Nacional <strong>de</strong> Extensão<br />
Agrária (DNEA). O encontro aglutinou<br />
investigadores, extensionistas, produtores<br />
e parceiros.<br />
“Com esta iniciativa, preten<strong>de</strong>mos<br />
reactivar a REPETE, que não tem sido<br />
realizada há já algum tempo e, garantir<br />
que seja replicada ao nível provincial e<br />
distrital”, disse Eng.º José António Gaspar,<br />
Director Nacional da DNEA.<br />
A avaliação <strong>de</strong> algumas tecnologias<br />
agrárias e os principais constrangimentos<br />
Vista parcial da sala que acolheu o <strong>de</strong>bate.<br />
no processo <strong>de</strong> transferência e a sua<br />
adopção, são alguns dos principais<br />
objectivos do encontro da REPETE.<br />
De referir que a REPETE foi iniciada<br />
nos primeiros anos da década 90 pela<br />
DNEA (na altura Direcção Nacional <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Rural). Trata-se <strong>de</strong><br />
um evento nacional, regional, provincial<br />
ou distrital, em que vários actores,<br />
quer individuais quer institucionais,<br />
sobretudo das áreas <strong>de</strong> investigação e<br />
extensão, se reúnem numa base regular<br />
para em conjunto reflectirem sobre<br />
as tecnologias no campo, sobre os<br />
constrangimentos <strong>de</strong> produção agrária<br />
e finalmente propôr soluções concretas,<br />
atribuindo responsabilida<strong>de</strong>s nas acções<br />
<strong>de</strong> seguimento.<br />
O encontro foi bastante concorrido<br />
tendo trazido à plenária, representantes<br />
dos produtores, Directores e técnicos da
Boletim do <strong>IIAM</strong> DESTAQUES<br />
extensão e da ivestigação, provedores<br />
<strong>de</strong> insumos, compradores <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes<br />
agrícolas, empresas fomentadoras <strong>de</strong><br />
culturas <strong>de</strong> rendimento, doadores e ONGs<br />
em geral.<br />
Numa das suas intervenções, o Eng.º<br />
Gaspar apresentou a situação geral dos<br />
serviços <strong>de</strong> extensão, contemplando<br />
aspectos como a cobertura, o quinquénio<br />
e as mensagens disseminadas.<br />
Por seu turno, o Dr. Calisto Bias, Director<br />
Geral do <strong>IIAM</strong>, , proce<strong>de</strong>u à apresentação<br />
das principais tecnologias que estão sendo<br />
geradas para respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios da<br />
Revolução Ver<strong>de</strong>.<br />
À direita, Dr. Calisto Bias<br />
Foi um encontro catalogado como<br />
produtivo pela maioria dos presentes,<br />
tendo abrangido gran<strong>de</strong> parte dos<br />
aspectos que preocupam a extensão e a<br />
investigação.<br />
De <strong>de</strong>stacar que, <strong>de</strong>ntre as várias<br />
activida<strong>de</strong>s realizadas, o evento conseguiu<br />
trazer à plenária, uma análise SWOT sobre<br />
a ligação Investigação — Extensão, uma<br />
apresentação das tecnologias disseminadas<br />
o presente momento. As instituições<br />
convidadas e os produtores (parceiros)<br />
partilharam as suas experiências relativas<br />
ao acesso às tecnologias agrárias por via<br />
dos serviços <strong>de</strong> extensão.<br />
O segundo e último dia da REPETE<br />
foi reservado para o dia <strong>de</strong> campo. Os<br />
participantes foram divididos em dois<br />
grupos entre os quais, um escalou a<br />
Estação Agrária <strong>de</strong> Umbelúzi (EAU),<br />
numa iniciativa organizada pelo <strong>IIAM</strong>,<br />
com o propósito <strong>de</strong> partilhar in loco, o<br />
processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> tecnologias.<br />
O outro grupo teve a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> visitar os Serviços Distritais <strong>de</strong><br />
Activida<strong>de</strong>s Económicas (SDAE) em<br />
Marracuene, on<strong>de</strong> averiguou no terreno,<br />
o processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> tecnologias<br />
aos produtores, num esforço dos Serviços<br />
Provinciais <strong>de</strong> Extensão Rural (SPER).<br />
(Sostino Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/<br />
DDIC).<br />
<strong>IIAM</strong> e IRRI Vão Criar uma Base <strong>de</strong> Dados sobre a Cultura do Arroz<br />
em Moçambique<br />
Apresentação da proposta da estrutura da base<br />
O<br />
<strong>de</strong> dados.<br />
Instituto <strong>de</strong> Investigação<br />
Agrária <strong>de</strong> Moçambique (<strong>IIAM</strong>)<br />
e o Instituto Internacional para<br />
a Pesquisa no Arroz (IRRI)<br />
projectam instalar até Dezembro<br />
<strong>de</strong> 2009, uma base <strong>de</strong> dados sobre<br />
a cultura do arroz em Moçambique.<br />
Esta foi pretensão confirmada a 17<br />
<strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009, no <strong>de</strong>curso<br />
<strong>de</strong> um encontro na se<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />
instituição pública <strong>de</strong> pesquisa,<br />
reunindo técnicos e especialistas<br />
<strong>de</strong> ambas instituições.<br />
2<br />
Eng. Gaspar apresentado a situação geral da<br />
Extensão no pais.<br />
Este encontro acontece na<br />
sequência <strong>de</strong> um curso que teve<br />
lugar no <strong>IIAM</strong> que, a par <strong>de</strong>sta<br />
instituição <strong>de</strong> pesquisa, envolveu<br />
representantes <strong>de</strong> instituições<br />
que directa ou indirectamente<br />
participam no incremento da<br />
produção e difusão da cultura do<br />
arroz, tal é o caso das Direcções<br />
Nacional <strong>de</strong> Extensão Agrária e<br />
<strong>de</strong> Serviços Agrários, do Fundo<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento Agrário, do<br />
Centro <strong>de</strong> Promoção da Agricultura<br />
e do IRRI.<br />
Refira-se que na perspectiva do<br />
IRRI, estas instituições serão o<br />
alicerce para o funcionamento<br />
pleno da base <strong>de</strong> dados, uma vez<br />
que têm contacto directo com todas<br />
as fases que constituem a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
produção da cultura do arroz.<br />
A i<strong>de</strong>ia fundamental da referida<br />
base <strong>de</strong> dados é fornecer informação<br />
actualizada sobre a cultura do arroz<br />
à instituições e/ou organizações<br />
que preten<strong>de</strong>m ou já se encontram<br />
a trabalhar nesta área.<br />
Em geral, a base <strong>de</strong> dados irá conter<br />
informação sobre a cultura do arroz<br />
consi<strong>de</strong>rando a seca, a colheita, a<br />
medição, a nutrição, a qualida<strong>de</strong>,<br />
o armazenamento, a lavoura, o<br />
plantio, a semente e a água, o que<br />
será <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para os<br />
investigadores, os produtores, os<br />
financiadores e os extensionistas.<br />
Na hierarquia dos produtos<br />
alimentares dos moçambicanos,<br />
o arroz ocupa um lugar <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque, sobretudo, nas cida<strong>de</strong>s.<br />
Entretanto, o arros consumido é<br />
maioritariamente <strong>de</strong> produto <strong>de</strong><br />
origem estrangeira.<br />
Dada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estancar o<br />
crescente fenómeno <strong>de</strong> importação<br />
do arroz, o IRRI em parceria com<br />
o <strong>IIAM</strong> li<strong>de</strong>ram iniciativas que<br />
visam incrementar a produção e<br />
produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta cultura.
Em Moçambique, o distrito <strong>de</strong><br />
Chókwè, na província <strong>de</strong> Gaza,<br />
encontra-se numa fase avançada <strong>de</strong><br />
ensaios sobre diversas varieda<strong>de</strong>s da<br />
cultura <strong>de</strong> arroz, internacionalmente<br />
reconhecidas, <strong>de</strong> modo a i<strong>de</strong>ntificar<br />
as que mais se a<strong>de</strong>quam às<br />
condições agro-ecológicas do<br />
nosso país. Muitos <strong>de</strong>sses ensaios,<br />
já começam a apresentar resultados<br />
que vão <strong>de</strong> encontro aos objectivos<br />
O Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária <strong>de</strong><br />
Moçambique (<strong>IIAM</strong>) participou no Fórum<br />
sobre o Desafio <strong>de</strong> Inclusão Digital<br />
em Moçambique, realizado a 30 <strong>de</strong><br />
Julho <strong>de</strong> 2009, no Hotel VIP, Maputo,<br />
numa iniciativa li<strong>de</strong>rada pelo Centro <strong>de</strong><br />
Informática da Universida<strong>de</strong> Eduardo<br />
Mondlane (CIUEM).<br />
Este fórum realiza-se na sequência <strong>de</strong><br />
encontros semelhantes em Angola,<br />
Botswana, Lesotho, Namíbia e Suazilândia<br />
realizados em 2007, e faz parte <strong>de</strong><br />
uma série que este ano abrange também<br />
a Tanzânia, a Zâmbia e o Zimbabwe,<br />
numa iniciativa financiada pela Open<br />
Society Initiative for Southern Africa<br />
(OSISA) e pela Embaixada da Finlândia<br />
na África do Sul.<br />
Refira-se que o fórum reuniu instituições<br />
públicas e privadas, ONGs nacionais e<br />
internacionais e ainda, a socieda<strong>de</strong> civil,<br />
que directa ou indirectamente recorrem<br />
às Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação<br />
(TIC) no seu quotidiano.<br />
O CIUEM é parceiro no projecto “Fórum<br />
Regional <strong>de</strong> Discussão sobre Tecnologias<br />
<strong>de</strong> Informação e Comunicação”,<br />
coor<strong>de</strong>nado pela SANGONet da<br />
África do Sul e com enfoque nas TICs<br />
para Desenvolvimento (ICT4D).<br />
As TICs assumem um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />
no dia-a-dia dos indivíduos e instituições<br />
do mundo, confirmando a era da informação<br />
que se atravessa. A agricultura,<br />
particularmente, a Pesquisa Agrária actualmente,<br />
com recurso às TICs, caracterizado<br />
por um dinamismo significativo<br />
no que tange à troca e partilha <strong>de</strong> infor-<br />
DESTAQUES<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
<strong>IIAM</strong> Participa no Fórum sobre o Desafio <strong>de</strong> Inclusão Digital em<br />
Moçambique<br />
Vista parcial do Laboratório para Socieda<strong>de</strong> Civil<br />
e/ou motivações que levaram à<br />
efectivação <strong>de</strong>ssas pesquisas.<br />
Deste modo, as varieda<strong>de</strong>s<br />
seleccionadas serão transferidas<br />
para os produtores por via dos<br />
serviços provinciais <strong>de</strong> extensão<br />
agrária. O produtor, por sua vez,<br />
que após a colheita irá colocar<br />
o produto no mercado on<strong>de</strong>, o<br />
consumidor final, po<strong>de</strong>rá adquiri-lo<br />
para a alimentação, contribuindo,<br />
<strong>de</strong>ste modo, para a redução da fome<br />
em Moçambique.<br />
Com a base <strong>de</strong> dados preten<strong>de</strong>se<br />
partilhar toda a informação<br />
sobre o arroz com todos os actores<br />
que directa ou indirectamente,<br />
participam na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção<br />
da cultura do arroz. (Sostino<br />
Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC).<br />
mação <strong>de</strong> forma eficiente e eficaz.<br />
Entretanto, Moçambique a par <strong>de</strong> vários<br />
países em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
encontra-se numa fase <strong>de</strong> adopção e uso<br />
<strong>de</strong>ssas tecnologias aquém da <strong>de</strong>manda<br />
<strong>de</strong> informação produzida a todos os<br />
níveis. Deste modo, instituições como<br />
CIUEM e SANGONet uniram esforços<br />
no sentido <strong>de</strong> diagnosticar a actual situação<br />
do uso <strong>de</strong> TICs no nosso país.<br />
O trabalho iniciou com a criação <strong>de</strong> uma<br />
equipa <strong>de</strong> autores, juntando pesquisadores<br />
do próprio CIUEM e da Faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> Eduardo<br />
Mondlane (UEM), para realizar o estudo<br />
<strong>de</strong> base. Ao analisar os tópicos e<br />
priorida<strong>de</strong>s, a equipa optou por uma<br />
abordagem <strong>de</strong>stacando “O DESAFIO<br />
DE INCLUSÃO DIGITAL EM MO-<br />
ÇAMBIQUE”.<br />
Assim sendo, foram levadas à plenária<br />
as constatações e conclusões do estudo<br />
para uma discussão mais alargada, envolvendo<br />
gran<strong>de</strong> parte dos principais<br />
actores no que concerne ao uso das TICs<br />
em Moçambique.<br />
Nessa or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, os objectivos<br />
que nortearam o fórum foram os seguintes:<br />
juntar actores na área <strong>de</strong> TICs e da<br />
Socieda<strong>de</strong> Civil para promover <strong>de</strong>bates<br />
e colher contribuições sobre os <strong>de</strong>safios<br />
i<strong>de</strong>ntificados no relatório e respectivas<br />
recomendações; consciencializar e advogar<br />
para a colaboração em torno <strong>de</strong><br />
inclusão digital; e i<strong>de</strong>ntificar priorida<strong>de</strong>s<br />
e produzir recomendações para a acção.<br />
(Sostino Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT)<br />
3
Boletim do <strong>IIAM</strong> DESTAQUES<br />
<strong>IIAM</strong> foi Palco da Assinatura do Acordo Triangular para o Desenvolvimento<br />
da Agricultura das Savanas Tropicais em Moçambique<br />
Foi assinado um Memorando <strong>de</strong><br />
Entendimento sobre a Cooperação<br />
Triangular para o Desenvolvimento da<br />
Agricultura das Savanas Tropicais no<br />
nosso país, no dia 17 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong><br />
2009, na sala Zambeze do Instituto <strong>de</strong><br />
Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />
(<strong>IIAM</strong>). Esta cerimónia bastante<br />
concorrida, envolveu o Governo<br />
<strong>de</strong> Moçambique, representado pelo<br />
Ministro da Agricultura, V. Excia.<br />
Soares B. Nhaca; a missão japonesa;<br />
li<strong>de</strong>rada pelo Vice-presi<strong>de</strong>nte Sénior<br />
da JICA, Sr. Kenzo Oshima e; a<br />
Missão brasileira, li<strong>de</strong>rada pelo<br />
Director da Agência Brasileira <strong>de</strong><br />
Cooperação-ABC, Ministro Marco<br />
Ferani.<br />
A par <strong>de</strong> altos quadros dos<br />
ministérios da Agricultura dos três<br />
países, a cerimónia foi assistida pelo<br />
Dr. Calisto Bias, Director Geral do<br />
<strong>IIAM</strong>, pelo Dr. Pedro António Arraes<br />
Pereira, Presi<strong>de</strong>nte da EMBRAPA<br />
e pelo Sr. Wilmar Luis da Silva,<br />
Secretário da Agricultura do Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral do Brasil, o Embaixador<br />
António J.M. Souza e Silva da<br />
4<br />
Da esquerda para a direita, os representantes do Brasil, <strong>de</strong> Moçambique e do Japão.<br />
Embaixada do Brasil e o Embaixador<br />
Susumu Segawa da Embaixada do<br />
Japão.<br />
“O objectivo <strong>de</strong>sta Cooperação é criar<br />
novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
agrícola sustentável na região da<br />
savana tropical <strong>de</strong> Moçambique”,<br />
assim afirmaram as partes envolvidas<br />
<strong>de</strong> forma unânime quando prestavam<br />
<strong>de</strong>poimentos à imprensa que afluiu<br />
em massa ao evento.<br />
Momento da assinatura.<br />
A área específica da activida<strong>de</strong><br />
é o Corredor <strong>de</strong> Nacala, norte<br />
<strong>de</strong> Moçambique, que por meio<br />
<strong>de</strong> cooperação triangular entre<br />
Moçambique, Japão e Brasil,<br />
promover-se-á o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
agrícola, rural e regional competitivo,<br />
levando em conta a preservação<br />
do meio ambiente e orientado ao<br />
mercado.<br />
O programa <strong>de</strong> Cooperação Brasil-<br />
Japão para o Desenvolvimento<br />
Agrícola dos Cerrados Brasileiros,<br />
iniciado na década <strong>de</strong> 1970,<br />
implementou durante 20 anos,<br />
projectos <strong>de</strong> Cooperação Técnica<br />
e <strong>de</strong> Cooperação Financeira,<br />
contribuindo enormemente não<br />
só para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
interior do Brasil, mas, também,<br />
para equilibrar a oferta e procura <strong>de</strong><br />
alimentos ao nível global através do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento agrícola sustentável<br />
em zonas <strong>de</strong> savanas tropicais.<br />
As três parte prestaram <strong>de</strong>poimentos a<br />
imprensa.<br />
Em Moçambique existe uma<br />
extensa área <strong>de</strong> terras cultiváveis<br />
não utilizadas, com uma taxa <strong>de</strong><br />
aproveitamento estagnada em cerca<br />
<strong>de</strong> 4%. A aplicação do conhecimento<br />
adquirido no <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
cerrado contribuirá para a melhoria<br />
da produtivida<strong>de</strong> agrícola da savana<br />
tropical em Moçambique.<br />
Aperto <strong>de</strong> mão em celebração o acordo.
Os três lados do acordo triangular<br />
administrarão conjuntamente as<br />
seguintes activida<strong>de</strong>s: melhoramento<br />
da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa<br />
em Moçambique por meio do<br />
programa <strong>de</strong> Cooperação Técnica<br />
Foi lançado oficialmente o programa<br />
<strong>de</strong> maneio integrado <strong>de</strong> solos entre os<br />
dias 30 <strong>de</strong> Setembro e 01 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />
2009, em Maputo, a ser implementado<br />
nas províncias da Zambézia e Nampula<br />
pelo Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária<br />
<strong>de</strong> Moçambique (<strong>IIAM</strong>) e Direcção<br />
Nacional <strong>de</strong> Extensão Agrária (DNEA).<br />
O projecto será financiado pela Aliança<br />
para a Revolução Ver<strong>de</strong> em Africa<br />
(AGRA), uma iniciativa do ex dirigente<br />
das Nações Unidas, o Dr. Kofi Annan.<br />
O projecto tem 4 componentes<br />
nomeadamente, (i) capacitação<br />
institucional que inclui apetrechamento<br />
dos laboratórios <strong>de</strong> solos do <strong>IIAM</strong>;<br />
(ii) Pesquisa aplicada e disseminação<br />
das técnicas <strong>de</strong> maneio integrado <strong>de</strong><br />
fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solos; (iii) melhoria <strong>de</strong><br />
acesso a mercado <strong>de</strong> insumos e <strong>de</strong><br />
produtos e (iv) aperfeçoamento das<br />
ligações entre os diferentes provedores<br />
<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> apoio aos camponeses.<br />
O “Programa para o Maneio Integrado<br />
<strong>de</strong> Solos” tem o objectivo <strong>de</strong> melhorar a<br />
produção no seio <strong>de</strong> 20. 000 produtores<br />
nas províncias férteis <strong>de</strong> Nampula e<br />
Zambézia.<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas<br />
<strong>de</strong> correcção <strong>de</strong> solo e selecção<br />
<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diferentes<br />
culturas introduzidas pelo <strong>IIAM</strong>;<br />
plano director integrado <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento agrícola da região<br />
DESTAQUES<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
do corredor <strong>de</strong> Nacala (master<br />
plan), e; criação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ao nível <strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong>s rurais (projecto<br />
<strong>de</strong>monstrativo). (Sostino Mocumbe/<br />
<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC).<br />
Lançamento do Programa <strong>de</strong> Maneio Integrado <strong>de</strong> Fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solos<br />
para as Províncias da Zambézia e Nampula<br />
Participantes do evento posando para à prosperida<strong>de</strong>.<br />
A AGRA foi criada em 2007 com o<br />
propósito <strong>de</strong> apoiar a luta contra a fome<br />
e mal nutrição em África e, é suportada<br />
pelo financiamento das Fundações Bill e<br />
Melinda Gates e Rockefeller.<br />
Esta organização preten<strong>de</strong> investir cerca<br />
<strong>de</strong> 800, 000 dólares norte americanos num<br />
período <strong>de</strong> 3 anos <strong>de</strong> projecto, cobrindo<br />
os distritos <strong>de</strong> Murrupula, Malema,<br />
Ribáuè e Monapo em Nampula, e Alto<br />
Molócue, na Zambézia.<br />
“Com este projecto nós preten<strong>de</strong>mos<br />
criar condições para que os produtores<br />
tenham acesso a sementes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>, fertilizantes e assistência<br />
técnica ao ponto <strong>de</strong> serem capazes <strong>de</strong><br />
usar esses insumos <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada”,<br />
disse Ricardo Maria, Coor<strong>de</strong>nador do<br />
Projecto no <strong>IIAM</strong>.<br />
Noutro turno, Ricardo Maria informou<br />
que estes três anos previstos para o<br />
projecto já iniciaram e os primeiros<br />
resultados são esperados na campanha<br />
agrícola 2009/2010.<br />
Na sequência, o Director Geral do<br />
<strong>IIAM</strong>, Calisto Bias, explicou que o<br />
projecto inclui também o fortalecimento<br />
do laboratório <strong>de</strong> solos em termos <strong>de</strong><br />
equipamento a<strong>de</strong>quado, treinamento<br />
dos investigadores e extensionistas, e<br />
ainda, o financiamento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />
directamente relacionadas com o maneio<br />
<strong>de</strong> solos.<br />
De acordo com o Director Geral, os<br />
produtores terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r boas técnicas <strong>de</strong> maneio dos<br />
solos, particularmente para reduzir a<br />
crónica <strong>de</strong>pendência pelos fertilizantes<br />
inorgânicos e incrementar o seu<br />
conhecimento sobre rotação <strong>de</strong> culturas.<br />
“Preten<strong>de</strong>mos duplicar ou triplicar a<br />
produção dos nossos produtores. Agora,<br />
<strong>de</strong> certa forma, eles têm produzido cerca<br />
<strong>de</strong> 0.7 toneladas <strong>de</strong> milho por hectare,<br />
mas existe potencial para produzir quatro,<br />
ou até cinco toneladas por hectare”, disse<br />
Ricardo Maria.<br />
Por sua vez, o Director <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> dos<br />
Solos da AGRA, Bashir Jama afirmou<br />
que a AGRA tem financiado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007<br />
outro projecto que visa <strong>de</strong>senvolver<br />
varieda<strong>de</strong>s diferentes <strong>de</strong> milho e batata<br />
doce. Com o projecto <strong>de</strong> maneio <strong>de</strong><br />
solos a <strong>de</strong>correr em Moçambique, os<br />
dois projectos vão custar cerca <strong>de</strong> dois<br />
milhões <strong>de</strong> dólares norte americanos.<br />
A AGRA seleccionou quatro países<br />
como pontos focais da sua intervenção,<br />
nomeadamente: Moçambique, Tanzânia,<br />
Mali, e Gana, consi<strong>de</strong>rando o seu bom<br />
ambiente <strong>de</strong> governação e <strong>de</strong> políticas<br />
agrárias atractivas.<br />
“Os africanos vão ter que realizar a sua<br />
própria Revolução Ver<strong>de</strong>, obviamente,<br />
com o suporte dos seus parceiros actuais.<br />
Isso não significa excluir todos os outros<br />
que pretendam contribuir. Parcerias<br />
são e serão sempre bem vindas”, disse<br />
Ricardo Maria. (Sostino Mocumbe/<br />
<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC).<br />
5
Boletim do <strong>IIAM</strong> INVESTIGAÇÃO<br />
INTRODUÇÃO<br />
6<br />
Descasque Mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Arroz<br />
GUMMERT, M. 1 ; RICKMAN, J. 2 ; ZANDAMELA, C. 3<br />
1 Co-autor/IRRI-Filipinas; 2 Co-autor/IRRI-Moçambique; 3 Tradução/IRRI-Moçambique<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scasque <strong>de</strong> escala<br />
comercial faz uma combinação <strong>de</strong><br />
operações que resultam em melhor<br />
qualida<strong>de</strong> e rendimento industrial <strong>de</strong><br />
arroz branco <strong>de</strong>pois do <strong>de</strong>scasque.<br />
I. O PROCESSO DE DESCASQUE<br />
MODERNO<br />
1. Pré-limpeza<br />
Quando o arroz chega a fábrica<br />
contém material estranho tal como:<br />
palha, semente <strong>de</strong> ervas daninhas, torrões<br />
e outro material inerente. Se este<br />
material não for removido antes do<br />
<strong>de</strong>scasque, a eficiência do <strong>de</strong>scasque e<br />
o rendiemnto industrial são reduzidos.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pré-limpador é<br />
normalmente <strong>de</strong> 1.5 vezes a do <strong>de</strong>scascador.<br />
2. Remoção da casca (<strong>de</strong>scasque)<br />
Com a remoção da casca produz-se<br />
arroz castanho. A casca é removida<br />
através da fricção á medida que os<br />
Email: M.Gummert@cgiar.org ou J.Rickman@cgiar.org<br />
website: www.knowledgebank.irri.org/tropRice<br />
Descascadoras <strong>de</strong> passagens múltiplas<br />
grãos passam por superfícies abrasivas<br />
que se movem a velocida<strong>de</strong>s diferentes.<br />
Depois do <strong>de</strong>scasque, a casca<br />
é removida por sucção e transportada<br />
para um local fora da fábrica. A casca<br />
contribui com 20% do peso do grão<br />
e um <strong>de</strong>scacador eficiente <strong>de</strong>veria remover<br />
90% da casca numa única passagem.<br />
Componente <strong>de</strong> remoção da casca<br />
3. Separação do arroz<br />
O separador “separa” o arroz em casca<br />
do arroz castanho. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
arroz em casca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da eficiência<br />
da <strong>de</strong>scascadora e não <strong>de</strong>ve ser superior<br />
a 10%. Os separadores <strong>de</strong> arroz<br />
funcionam na base <strong>de</strong> diferenças <strong>de</strong><br />
gravida<strong>de</strong> específica e diferença <strong>de</strong><br />
tamanhos entre o arroz em casca e o<br />
<strong>de</strong>scascado.<br />
4. Branqueamento e polimento<br />
O arroz branco é produzido pela remoção<br />
da camada <strong>de</strong> farelo e do embrião<br />
do arroz em casca. A quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> farelo removida é geralmente entre<br />
8-10% do peso total do arroz em<br />
casca. Para reduzir o número <strong>de</strong> grãos<br />
partidos durante o branqueamento, o<br />
arroz normalmente <strong>de</strong>ve passar por<br />
quatro máquinas <strong>de</strong> branqueamento<br />
ligadas em série.<br />
Uma das quatro máquinas <strong>de</strong> branqueanto e<br />
polimento do arroz<br />
5. Separação do arroz branco<br />
Depois por um crivo oscilatório do<br />
polimento, o arroz branco é separado<br />
em arroz inteiro, partido-gran<strong>de</strong>, partido-pequeno<br />
e trinca. O arroz inteiro<br />
é normalmente classificado como<br />
grãos com 75-80% ou mais <strong>de</strong> arroz<br />
inteiro. Para um alto grau <strong>de</strong> precisão<br />
<strong>de</strong> classificação também são usados<br />
calibradores específicos.<br />
6. Mistura <strong>de</strong> arroz<br />
Uma boa máquina <strong>de</strong> <strong>de</strong>scasque <strong>de</strong>ve<br />
produzir 50-60% <strong>de</strong> arroz inteiro,<br />
5-10% <strong>de</strong> grão partido-gran<strong>de</strong> e 10-<br />
15% <strong>de</strong> grão partido-pequeno. Depen<strong>de</strong>ndo<br />
do padrão <strong>de</strong> cada país, os
padrões <strong>de</strong> classificação no mercado<br />
<strong>de</strong>vem conter 5-25% <strong>de</strong> grãos partidos.<br />
Se preten<strong>de</strong>r fazer uma mistura<br />
correctamente é necessário usar um<br />
misturador volumétrico.<br />
7. Polimento<br />
A mistura <strong>de</strong> uma pequena quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> água com o pó retido no grão após<br />
polimento ajuda a polir sem reduzir<br />
significativamente o rendimento industrial.<br />
Uma máquina <strong>de</strong> fricçãobranqueamento<br />
é usada para fazer o<br />
último branqueamento antes <strong>de</strong> levar<br />
o arroz ao mercado.<br />
8. Pesagem do arroz<br />
O arroz é normalmente vendido em<br />
sacos <strong>de</strong> 50 kg <strong>de</strong>vidamente pesados<br />
e etiquetados. Embora muitas fábricas<br />
usem sistemas mecânico-manuais existem<br />
também sistemas electrónicos<br />
rápidos.<br />
A pesagem constitui uma das fases mais<br />
importantes no <strong>de</strong>scasque mo<strong>de</strong>rno do arroz<br />
II. SISTEMAS DE DESCASQUE<br />
O <strong>de</strong>scasque <strong>de</strong> arroz é o processo <strong>de</strong><br />
remoção da casca e da membrana para<br />
a produção <strong>de</strong> arroz branco.<br />
O processo po<strong>de</strong> ser feito como:<br />
• Processo com uma etapa on<strong>de</strong> a casca<br />
e o farelo são removidos numa passagem<br />
e o arroz branco é produzido<br />
directamente.<br />
• Processo <strong>de</strong> duas etapas on<strong>de</strong> a<br />
casca e o farelo são removidos separadamente<br />
para a produção <strong>de</strong> arroz<br />
castanho como um produto intermédio.<br />
• Processo <strong>de</strong> etapas múltiplas on<strong>de</strong> o<br />
arroz passa por um número <strong>de</strong> diferentes<br />
operações do arroz em casca até<br />
ao arroz branco.<br />
DESCASQUE DE UMA ETAPA<br />
Descasque manual<br />
O processo <strong>de</strong> pilar num pilão ainda é<br />
praticado em algumas áreas. O processo<br />
<strong>de</strong> pilar induz forças para cima<br />
e para baixo que removem a casca e<br />
algumas camadas <strong>de</strong> farelo. O processo<br />
<strong>de</strong> pilar também resulta em altas<br />
percentagens <strong>de</strong> grãos partidos. A limpeza<br />
final é feita através da peneiração<br />
manual e separação por gravida<strong>de</strong>.<br />
O recurso ao pilão ainda é prática comum no<br />
seio <strong>de</strong> muitas comunida<strong>de</strong>s<br />
Passagem metálica com uma única<br />
passagem<br />
A <strong>de</strong>scascadora <strong>de</strong> uma única passagem<br />
é uma adaptação da <strong>de</strong>scascadora<br />
<strong>de</strong> café “Engleberg”. Este tipo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scascadora ainda é muito popular<br />
em muitos países pobres on<strong>de</strong> se<br />
cultiva arroz para consumo doméstico.<br />
É uma <strong>de</strong>scascadora que usa fricção<br />
metálica para remover a casca e<br />
polir o grão. Resulta em muitos grãos<br />
partidos e baixo teor <strong>de</strong> arroz branco<br />
<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50-55% e os grãos inteiros<br />
resultantes são menos <strong>de</strong> 30% do<br />
total <strong>de</strong> arroz <strong>de</strong>scascado. As trincas<br />
são misturadas com o farelo para a alimentação<br />
animal.<br />
INVESTIGAÇÃO<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
DESCASQUE EM DUAS ETAPAS<br />
Descascadora compacta<br />
As <strong>de</strong>scascadoras <strong>de</strong> duas etapas são<br />
muitas vezes compactas e, em muitos<br />
países substituiram as <strong>de</strong>scascadoras<br />
Engleberg. A <strong>de</strong>scascadora <strong>de</strong> duas<br />
etapas tem duas operações, sendo uma<br />
para o <strong>de</strong>scasque e outra para o polimento.<br />
Os rolos <strong>de</strong> borracha removem<br />
a casca e o arroz castanho resultante é<br />
polido por um branqueador <strong>de</strong> fricção<br />
metálico. Estas <strong>de</strong>scascadoras têm<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0.5 a 1 tonelada por<br />
hora <strong>de</strong> arroz em casca e são geralmente<br />
usadas para servir clientes nas<br />
zonas rurais. O <strong>de</strong>sempenho das <strong>de</strong>scascadoras<br />
compactas é superior ao<br />
das <strong>de</strong> passagem única sendo o seu<br />
rendimento industrial acima <strong>de</strong> 60%.<br />
Prototipo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scascadora compacta.<br />
DESCASCADORAS DE PASSA-<br />
GENS MÚLTIPLAS<br />
Descacasdoras comerciais<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scasque em gran<strong>de</strong>s<br />
fábricas comerciais faz uma combinação<br />
<strong>de</strong> várias operações resultando<br />
numa melhor qualida<strong>de</strong> e alto<br />
rendimento industrial. O processo<br />
inclui:<br />
• Pré-limpeza do grão antes do <strong>de</strong>scasque.<br />
• Remoção da casca ou a parte exterior<br />
do grão <strong>de</strong> arroz.<br />
• Polimento ou branqueamento.<br />
• Separação <strong>de</strong> grãos partidos dos inteiros.<br />
• Embalagem do arroz <strong>de</strong>scascado.<br />
• Tratamento dos sub produtos.<br />
7
Boletim do <strong>IIAM</strong> REPORTAGEM<br />
25 <strong>de</strong> Setembro, Manguisa, Massaca e Mafuiane Beneficiam<br />
<strong>de</strong> Formação na Produção <strong>de</strong> Hortícolas<br />
Decorreu um curso <strong>de</strong> Formação em<br />
Produção <strong>de</strong> Hortícolas, <strong>de</strong> 12 à 23 <strong>de</strong><br />
Outubro <strong>de</strong> 2009, na Estação Agrária<br />
<strong>de</strong> Umbelúzi, para os produtores<br />
das Associações 25 <strong>de</strong> Setembro,<br />
Manguisa e Massaca do Distrito <strong>de</strong><br />
Boane e o mesmo curso, <strong>de</strong> 05 a 06<br />
<strong>de</strong> Novembro, na associação dos<br />
produtores <strong>de</strong> Mafuiane no distrito <strong>de</strong><br />
Namaacha.<br />
Esta iniciativa surge no âmbito das<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> impacto planificadas<br />
pela Direcção <strong>de</strong> Formação,<br />
Documentação e Transferência <strong>de</strong><br />
Tecnologias (DFDTT) para este ano.<br />
Pretendia-se que no final do curso<br />
os participantes fossem capazes <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>screver as técnicas <strong>de</strong> produção das<br />
hortícolas, aplicar correctamente as<br />
técnicas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a instalação<br />
da horta até a colheita das hortícolas,<br />
e, fazer o controlo integrado <strong>de</strong> pragas<br />
e doenças nas hortícolas.<br />
Para alcançar os objectivos <strong>de</strong>sta<br />
formação foram leccionados temas<br />
como: aspectos económicos na<br />
produção e comercialização, técnicas<br />
para a produção <strong>de</strong> plântulas, maneio<br />
<strong>de</strong> água e fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solos, maneio<br />
8<br />
O curso pretendia dotar os produtores <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s técnicas para produzir melhor.<br />
<strong>de</strong> pragas, doenças e trabalho <strong>de</strong><br />
campo.<br />
Beneficiaram <strong>de</strong>ste curso <strong>de</strong><br />
formação, 74 formandos (21 homens<br />
e 53 mulheres) sendo a maior parte<br />
com formação básica e média.<br />
No início do curso, a equipa <strong>de</strong><br />
formação fez avaliação geral que<br />
revelou que os participantes tinham<br />
como expectativas: (i) apren<strong>de</strong>r a<br />
elaborar um plano <strong>de</strong> produção; (ii)<br />
conhecer os métodos <strong>de</strong> controlo<br />
<strong>de</strong> pragas e doenças; (iii) conhecer<br />
as formas <strong>de</strong> conservação dos<br />
produtos pós colheita; (iv) ganhar<br />
conhecimento <strong>de</strong> como produzir<br />
hortícolas durante a época quente; (v)<br />
obter mais experiência no sistema <strong>de</strong><br />
rega e drenagem; (vi) e aumentar os<br />
níveis <strong>de</strong> produção pelo uso correcto<br />
dos conhecimentos adquiridos.<br />
Ainda <strong>de</strong>ntro do mesmo exercício<br />
foi diagnosticado que os participantes<br />
tinham receio <strong>de</strong>: (i) o tempo<br />
não ser suficiente para abordar<br />
com profundida<strong>de</strong> todos os temas<br />
planificados; (ii) abandonar o curso<br />
por coincidir com época da colheita <strong>de</strong><br />
batata reno e da campanha eleitoral;<br />
(iii) não haver muita participação<br />
por parte dos formandos; (iv) não se<br />
alcançar as expectativas levantadas;<br />
(v) e não haver acompanhamento pósformação<br />
por parte da DFDTT.<br />
Para garantir que todos possam<br />
participar activamente nas sessões <strong>de</strong><br />
formação, recorreu-se ao trabalho em<br />
grupos e apresentações em plenárias,<br />
uma metodologia que na perspectiva<br />
do grupo dos formadores, reduz<br />
ao mínimo a técnica clássica do<br />
apontamento individual e privilegia<br />
a visualização das sessões permitindo<br />
uma melhor assimilação, possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> auto-correcção e memória colectiva<br />
da discussão.<br />
A aula expositiva e elaboração<br />
conjunta (mediante o método<br />
participativo) serviram também<br />
<strong>de</strong> suporte metodológico que veio<br />
assegurar uma formação sem<br />
sobressaltos.<br />
Por fim, o trabalho <strong>de</strong> campo on<strong>de</strong><br />
os participantes tiveram oportunida<strong>de</strong><br />
para compartilhar as experiências que<br />
traziam das suas associações.<br />
O primeiro dia do curso iniciou<br />
com um levantamento <strong>de</strong> como os<br />
participantes procediam ou então as<br />
etapas efectuadas por eles do início até<br />
ao produto final. Verificou-se que os<br />
participantes conheciam e possuíam<br />
conhecimento das etapas e estimação<br />
dos custos e lucros envolvidos numa<br />
<strong>de</strong>terminada produção. Igualmente<br />
foi notado que estavam preocupados<br />
com a minimização das <strong>de</strong>spesas<br />
para produzir um certo rendimento<br />
ou maximizar o rendimento com um<br />
certo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas.<br />
Foram discutidos aspectos ligados<br />
às técnicas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> plântulas<br />
que englobavam os diferentes tipos<br />
<strong>de</strong> viveiros, seu maneio e o modo do<br />
transplante.<br />
O segundo dia da formação foi
<strong>de</strong>dicado à discussão dos aspectos<br />
ligados ao maneio <strong>de</strong> água e fertilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> solo, on<strong>de</strong> foi apresentado o<br />
conceito <strong>de</strong> adubo, diferenciados os<br />
dois tipos <strong>de</strong> adubos, explicado on<strong>de</strong> e<br />
quando se <strong>de</strong>ve utilizar, e as diferentes<br />
formas <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> adubos.<br />
Falou-se ainda dos factores que<br />
influenciam na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />
necessária para as culturas tais<br />
como: clima, tipo <strong>de</strong> cultura e seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, sistema <strong>de</strong> rega,<br />
preparação do solo, tipo <strong>de</strong> solo,<br />
habilida<strong>de</strong> do agricultor no maneio<br />
da água e as pr áticas culturais.<br />
Igualmente, foram explicadas as<br />
sobre as principais causas do excesso<br />
<strong>de</strong> água e da salinização dos solos. No<br />
fim foi discutida a calendarização das<br />
regas.<br />
Abordaram-se aspectos ligados ao<br />
maneio <strong>de</strong> pragas e doenças, pelo<br />
que foram ilustradas várias imagens<br />
<strong>de</strong> culturas atacadas por principais<br />
doenças e pragas, dos vários métodos<br />
<strong>de</strong> controlo, nível <strong>de</strong> dano e métodos<br />
<strong>de</strong> prevenção dos mesmos.<br />
O terceiro dia foi <strong>de</strong>dicado à prática<br />
<strong>de</strong> campo. Esta sessão começou com<br />
a i<strong>de</strong>ntificação e o levantamento <strong>de</strong><br />
culturas atacadas e com sintomas <strong>de</strong><br />
doença, seguindo-se aos exercícios<br />
práticos em que os formandos tinham<br />
REPORTAGEM<br />
<strong>IIAM</strong> Marca Presença na 45ª Edição da FACIM<br />
O Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária<br />
<strong>de</strong> Moçambique (<strong>IIAM</strong>) evi<strong>de</strong>nciou<br />
os seus produtos e serviços, <strong>de</strong> 31<br />
<strong>de</strong> Agosto à 06 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong><br />
2009, em mais uma participação<br />
na Feira Internacional <strong>de</strong> Maputo<br />
(FACIM), um evento anual que já<br />
soma 45 edições na história da sua<br />
existência.<br />
Seguindo a prática dos últimos anos,<br />
a organização da FACIM ao nível do<br />
Ministério da Agricultura (MINAG),<br />
esteve a cargo do Centro <strong>de</strong> Promoção<br />
da Agricultura (CEPAGRI) que<br />
ostenta como suas atribuições, a<br />
promoção <strong>de</strong> programas e serviços<br />
<strong>de</strong> apoio aos agentes económicos<br />
que actuam no sector comercial<br />
agrário e agro-industrial assim como<br />
<strong>de</strong> outras instituições que apoiam o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da agricultura no<br />
país.<br />
No dia da <strong>abertura</strong> da FACIM o<br />
pavilhão da Agricultura foi visitado<br />
pela sua Excia. o Presi<strong>de</strong>nte da<br />
República Armando Emílio Guebuza,<br />
acompanhado pela Vice-Ministra<br />
da Agricultura, outros ministros e<br />
membros do governo. No stand do<br />
<strong>IIAM</strong> foi recebido pelas técnicas do<br />
<strong>IIAM</strong>, que explicaram sobre o que<br />
estava exposto e foi oferecido um<br />
livro “Nlhuvuku”.<br />
A participação cada vez mais<br />
regular do <strong>IIAM</strong> na FACIM<br />
afigura-se como <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
importância para aproximar o<br />
público em geral à realida<strong>de</strong> da<br />
pesquisa agrária.<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
que i<strong>de</strong>ntificar o tipo <strong>de</strong> doença e ou<br />
praga encontrada e que métodos <strong>de</strong><br />
controlo e ou prevenção empregar.<br />
De acordo com o sentimento expresso<br />
pelos participantes na avaliação oral,<br />
as expectativas dos participantes e os<br />
objectivos do curso traçados foram<br />
alcançados.<br />
A metodologia <strong>de</strong> facilitação<br />
adoptada permitiu um maior<br />
envolvimento dos participantes<br />
nas sessões <strong>de</strong> formação e<br />
consequentemente a compreensão dos<br />
temas abordados. (Sostino Mocumbe/<br />
<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DDIC e Ricardina<br />
Mujongo/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DF).<br />
Nesta feira, o <strong>IIAM</strong> esteve sob<br />
coor<strong>de</strong>nação da Direcção <strong>de</strong><br />
Formação, Documentação e<br />
Transferência <strong>de</strong> Tecnologias,<br />
representado pelas Direcções<br />
Técnicas <strong>de</strong> Agronomia e Recursos<br />
Naturais (DARN) e Ciências Animais<br />
(DCA) e ainda, pela Estação Agrária<br />
<strong>de</strong> Umbelúzi (EAU) do Centro Zonal<br />
Sul (CZSul).<br />
O <strong>IIAM</strong> participou nesta feira<br />
expondo tecnologias, produtos e<br />
serviços prestados e, resultados <strong>de</strong><br />
investigação tais como: posters,<br />
material bibliográfico, kit <strong>de</strong><br />
laboratório para análise <strong>de</strong> solo e<br />
amostras <strong>de</strong> diferentes estruturas <strong>de</strong><br />
solos, fruteiras enxertadas, produtos<br />
processados <strong>de</strong> frutas, hortícolas e<br />
mandioca e produtos <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />
uso medicinal.<br />
A presença massiva do público<br />
no stand do <strong>IIAM</strong> durante a feira<br />
<strong>de</strong>monstrou o valor e um interesse<br />
acrescido sobre as activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>senvolvidas por esta instituição<br />
na medida em que, a agricultura<br />
é fonte incontornável <strong>de</strong> renda<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da população<br />
moçambicana e a pesquisa no<br />
sector tem contribuído oferecendo<br />
alternativas para produção agrária.<br />
(Sostino Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/<br />
DDIC e Isabel Lavo/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/<br />
DTT).<br />
9
Boletim do <strong>IIAM</strong> DIVULGAÇÃO<br />
10<br />
Gana Acolheu a 2 a Conferência da IAALD Africa Chapter<br />
Técnicos do <strong>IIAM</strong> posando ao lado <strong>de</strong> representantes da Africa Chapter (à esquerda) e da IAALD<br />
(à direita).<br />
Teve lugar em Gana, Accra, a<br />
segunda Conferência da Associação<br />
Internacional dos Especialistas <strong>de</strong><br />
Informação Agrária (IAALD) Africa<br />
Chapter, <strong>de</strong> 15 a 17 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009.<br />
A IAALD é uma associação <strong>de</strong><br />
especialistas <strong>de</strong> informação agrária a<br />
nível mundial e foi estabelecida com<br />
o propósito <strong>de</strong> criar oportunida<strong>de</strong>s<br />
para a produção, captação, acesso e<br />
disseminação <strong>de</strong> informação entre<br />
os seus membros, com o objectivo<br />
<strong>de</strong> promover o uso mais produtivo<br />
e sustentável dos recursos naturais<br />
renováveis, incluindo o uso sustentável<br />
da terra e água.<br />
A IAALD Africa Chapter foi<br />
estabelecida a 26 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2006,<br />
em Nairobi, Quénia, na sequência<br />
da <strong>de</strong>cisão tomada por participantes<br />
africanos na 11ª Conferência Mundial<br />
do IAALD/USAIN em Lexington,<br />
Kentucky, EUA, em Maio <strong>de</strong> 2005.<br />
Inspirado pela experiência das outras<br />
regiões como USAIN, Eastern Europe,<br />
China e Japão, o grupo africano na<br />
conferência, sentiu que já era tempo<br />
<strong>de</strong> lançar um Africa Chapter.<br />
De referir que na conferência<br />
principal, o ICART pagou a inscrição<br />
e anuida<strong>de</strong> para dois anos como<br />
membros associados da IAALD<br />
com todos os direitos associados,<br />
em benefício <strong>de</strong> todos os seus focal<br />
points ao nível da Comunida<strong>de</strong> para<br />
o Desenvolvimento da Africa Austral<br />
(SADC), sendo que para Moçambique<br />
o beneficiário foi o técnico <strong>de</strong><br />
Comunicação do <strong>IIAM</strong>, o Sr. Sostino<br />
Mocumbe, afecto ao DDIC/DFTT<br />
A participação na 2 a Conferência<br />
do IAALD – Africa Chapter <strong>de</strong>u aos<br />
participantes do <strong>IIAM</strong> a oportunida<strong>de</strong><br />
para assistir à apresentação <strong>de</strong> diversos<br />
papers e a discussão <strong>de</strong> diversos<br />
temas por vários Painéis constituídos<br />
por especialistas em gestão <strong>de</strong><br />
informação aos diferentes níveis. Os<br />
temas da Conferência bem como a<br />
<strong>de</strong>scrição dos principais resultados<br />
e conclusões são elucidativos da<br />
importante experiência que constituiu<br />
a participação neste encontro.<br />
A cerimónia <strong>de</strong> <strong>abertura</strong> foi orientada<br />
pelo Presi<strong>de</strong>nte do Conselho para a<br />
Investigação Cientifica e Industrial<br />
(CSIR) do Gana. Várias intervenções<br />
foram feitas (CTA, FAO, IAALD –<br />
Africa) sendo contudo <strong>de</strong> realçar o<br />
keynote address do Dr. Monty Jones,<br />
Director Executivo do FARA e a<br />
intervenção <strong>de</strong> S. Excia a Ministra <strong>de</strong><br />
Ciência e Tecnologia do Gana, Dra<br />
Sherry Ayitey.<br />
Participaram na Conferência 100<br />
participantes oriundos <strong>de</strong> 33 Países,<br />
na sua maioria africanos. Entretanto,<br />
participaram no evento representantes<br />
das várias iniciativas em gestão <strong>de</strong><br />
informação, comunicação e partilha<br />
<strong>de</strong> conhecimento, ao nível mundial<br />
(CIARD, CABI, ITOCA, FAO) ou<br />
para Africa, Caraíbas e Pacifico<br />
(Países ACP) como seja o CTA.<br />
Roll Up gigante do CIARD na sala <strong>de</strong><br />
conferências, mostrando ao centro uma foto da<br />
EAU durante o dia <strong>de</strong> Campo CGIAR e o Dr.<br />
Manuel Amane, do <strong>IIAM</strong>.<br />
A maioria dos participantes estão<br />
profissionalmente ligados a área<br />
<strong>de</strong> informação, comunicação,<br />
documentação e transferência <strong>de</strong><br />
conhecimento / tecnologias. Muitos<br />
dos participantes foram experientes<br />
bibliotecários dos Institutos <strong>de</strong><br />
Investigação Agrária (NARS), IARCs<br />
(CGIAR) ou Universida<strong>de</strong>s.<br />
A participação nesta Conferência<br />
permitiu interagir com um gran<strong>de</strong><br />
número <strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong> informação<br />
<strong>de</strong> diferentes instituições agrárias, na<br />
sua maioria <strong>de</strong> investigação, extensão<br />
e ensino (Universida<strong>de</strong>s).<br />
Igualmente, permitiu familiarização<br />
com a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios <strong>de</strong><br />
disseminação <strong>de</strong> informação
disponíveis, na sua maioria sem custos<br />
adicionais mas exigindo o uso <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> conectivida<strong>de</strong> (Internet)<br />
alargados e eficientes.<br />
A disseminação e acesso <strong>de</strong><br />
informação é um dos principais<br />
instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> da investigação.<br />
A Conferência da IAALD foi<br />
antecedida por vários eventos,<br />
<strong>de</strong>nominados “Pre-Conference<br />
Events”, sobre diferentes matérias<br />
e iniciativas no que diz respeito<br />
à promoção da disseminação <strong>de</strong><br />
conhecimento e informação agrária,<br />
nomeadamente: FARA Regional<br />
Agricultural Information and Learning<br />
System (RAILS) Meeting; e Coherence<br />
in Information for Agricultural<br />
Research for Development (CIARD)<br />
Africa Advocacy Consultation.<br />
RAILS<br />
O <strong>IIAM</strong> participou do workshop<br />
realizado pelo Fórum Africano para a<br />
Pesquisa Agrária (FARA), como um<br />
evento preparatório da 2ª Conferência<br />
da Associação Internacional dos<br />
Especialistas <strong>de</strong> Informação Agrária<br />
(IAALD) Africa Chapter, realizado<br />
<strong>de</strong> 12 a 17 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009, em<br />
Accra, Gana.<br />
O evento que estava previsto para<br />
ser oficialmente aberto pelo Doutor<br />
Monty Jones, Presi<strong>de</strong>nte em exercício<br />
do FARA, assim o foi pela Sra. Myra<br />
Wopereis-Pura, Directora do Programa<br />
do FARA <strong>de</strong>nominado “Acesso <strong>de</strong><br />
Conhecimento e Tecnologias”.<br />
Deste modo, a Sra. Myra proce<strong>de</strong>u<br />
à conceptualização do programa<br />
Regional Agricultural Information<br />
and Learning Systems (Rails), da<br />
criação e <strong>de</strong>senvolvimento da página<br />
web e-Rails e, da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> partilha <strong>de</strong><br />
experiências dos sistemas nacionais<br />
<strong>de</strong> pesquisa agrária (NARS) que, na<br />
verda<strong>de</strong>, era o foco das pretensões do<br />
FARA ao organizar um si<strong>de</strong>-event.<br />
Entretanto, o Doutor Jones, esteve no<br />
último dia do evento tendo procedido<br />
ao lançamento oficial da plataforma<br />
e-Rails.<br />
De referir que, em cada uma das<br />
sessões do evento, o assunto que<br />
norteava o <strong>de</strong>bate foi sendo subsidiado<br />
por apresentações ilustrando as<br />
experiências vividas em seus países<br />
ou regiões <strong>de</strong> origem.<br />
O tecnico <strong>de</strong> Comunicação e<br />
Marketing do <strong>IIAM</strong>, Sostino Mocumbe,<br />
apresentou o paper entitulado<br />
“Iniciativas para o Desenvolvimento<br />
da Gestão <strong>de</strong> Informação Agrária para<br />
Tomadores <strong>de</strong> Decisão — estudo <strong>de</strong><br />
caso <strong>de</strong> Moçambique”.<br />
Apresentação do técnico do <strong>IIAM</strong> no encontro.<br />
CIARD<br />
O Projecto ICART, da Food,<br />
Agriculture and Natural Resources<br />
(FANR) Directorate da SADC<br />
juntamente com o Programa RAILS<br />
do FARA, e a FAO, co-organizaram,<br />
no âmbito da Conferencia da IAALD<br />
em Accra, no Gana, a Pré-Conferência<br />
Workshop para a apresentação<br />
do Coherence Information for<br />
Agricultural Research and<br />
Development (CIARD), a 14 <strong>de</strong> Julho<br />
<strong>de</strong> 2009.<br />
O objectivo do CIARD consiste em<br />
assistir as Instituições e organizações<br />
nacionais e internacionais a alinharem<br />
e complementarem os esforços em<br />
curso para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> disseminação e partilha<br />
<strong>de</strong> informação, comunicação e<br />
conhecimento agrários <strong>de</strong> uma forma<br />
DIVULGAÇÃO<br />
mais compreensiva.<br />
Boletim do <strong>IIAM</strong><br />
Com o presente workshop o CIARD<br />
preten<strong>de</strong>u sensibilizar os participantes<br />
oriundos <strong>de</strong> vários países africanos (<br />
na sua maioria pontos focais e activos<br />
especialistas na área <strong>de</strong> comunicação<br />
e gestão <strong>de</strong> informação), sobre a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> partilha <strong>de</strong> valores<br />
e princípios, recursos e tecnologias<br />
por forma a promover uma maior<br />
divulgação <strong>de</strong> informação e<br />
conhecimento relevante aos vários<br />
níveis <strong>de</strong> stakehol<strong>de</strong>rs que compõem<br />
o sistema agrário.<br />
CIARD preten<strong>de</strong> trazer novas aboragens <strong>de</strong><br />
comunicação e informação agrária.<br />
O CIARD não <strong>de</strong>verá sobreporse<br />
às iniciativas regionais em curso<br />
<strong>de</strong> alinhamento da disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> informação agrária, levando a<br />
esforços adicionais dos profissionais<br />
<strong>de</strong> comunicação e informação.<br />
Assim sendo é importante que<br />
com os recursos disponíveis sejam<br />
fortalecidas todas as iniciativas e<br />
o ajuste «compreensivo» comece<br />
mesmo a esse nível.<br />
Os programas RAILS e ICART<br />
po<strong>de</strong>m prover importantes<br />
plataformas <strong>de</strong> implementação da<br />
iniciativa do CIARD na região e<br />
os caminhos neste sentido <strong>de</strong>verão<br />
ser potenciados. O CIARD <strong>de</strong>ve<br />
agregar valor a estas iniciativas<br />
e não parecer um outro sistema<br />
<strong>de</strong> informação. O CIARD <strong>de</strong>ve<br />
ser visto como uma plataforma<br />
mais global na disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
informação nacional e regional.<br />
(Paula Pimentel/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/DTT<br />
e Sostino Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/DFDTT/<br />
DDIC).<br />
11
Boletim do <strong>IIAM</strong> ÚLTIMAS<br />
<strong>IIAM</strong> Esteve na VII Mostra Moçambicana <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia<br />
Motivado pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> promover<br />
e divulgar a ciência, tecnologia,<br />
inovação e conhecimento local, o<br />
Ministério <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia<br />
(MCT) li<strong>de</strong>rou a organização e realização<br />
da VII mostra moçambicana<br />
<strong>de</strong> ciência e tecnologia <strong>de</strong> 17 à 22<br />
<strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009, no Pavilhão<br />
nº 2 nas instalações da Feira Internacional<br />
<strong>de</strong> Maputo (FACIM). O<br />
Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária<br />
<strong>de</strong> Moçambique (<strong>IIAM</strong>) participou<br />
com exposição dos seus produtos e<br />
serviços.<br />
Um evento que teve o patrocínio das<br />
Telecomunicações <strong>de</strong> Moçambique<br />
(TDM), Asdi SAREC, Petromoc,<br />
TELEDATA, SASOL, Tiger Center<br />
e Águas <strong>de</strong> Moçambique, participaram<br />
no evento escolas, institutos,<br />
ONGs, Universida<strong>de</strong>s, Ministérios,<br />
empresas privadas e públicas.<br />
O <strong>IIAM</strong> foi convidado a participar<br />
na exposição da VII Mostra <strong>de</strong> Ci-<br />
12<br />
Vista parcial do stand do <strong>IIAM</strong>.<br />
ência e Tecnologia sob a coor<strong>de</strong>nação<br />
da Direcção <strong>de</strong> Formação,<br />
Documentação e Transferência <strong>de</strong><br />
Tecnologias (DFDTT) e representado<br />
pela Direcção <strong>de</strong> Agronomia<br />
e Recursos Naturais (DARN), Direcção<br />
<strong>de</strong> Ciências Animais (DCA),<br />
Departamento <strong>de</strong> Documentação,<br />
Informação e Comunicação (DDIC)<br />
e Laboratório <strong>de</strong> Biotecnologia.<br />
A mostra procura respon<strong>de</strong>r a problemática<br />
dos jovens estudantes em<br />
Moçambique tais como: (i) a fraca<br />
orientação face às diferentes opções<br />
em Moçambique; (ii) falta <strong>de</strong> informação<br />
sobre vários cursos técnicos<br />
profissionais, superiores e tecnologias<br />
novas existentes no mercado;<br />
(iii) e a tímida intervenção da<br />
comunida<strong>de</strong> académica jovem nas<br />
questões politico-sociais do país.<br />
Para além da exposição dos produtos<br />
e serviços dos diferentes organismos<br />
representados, o evento<br />
acolheu palestras e mesas redondas<br />
sobre diversos temas <strong>de</strong> ciência,<br />
tecnologia e inovação e também relacionadas<br />
com o ensino.<br />
Nesta mostra, o <strong>IIAM</strong> contribuiu<br />
expondo: posters, material bibliográfico<br />
(manuais, brochuras, revistas,<br />
panfletos), kit <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />
solos e amostras <strong>de</strong> diferentes tipos<br />
<strong>de</strong> solos, plantas in vitro, vacina<br />
para bovinos e newcastle, maquetes<br />
<strong>de</strong> boi e fardo, sementes do banco<br />
<strong>de</strong> germoplasma <strong>de</strong> (milho, trigo,<br />
arroz, feijão vulgar), produtos <strong>de</strong><br />
plantas nativas para uso medicinal e<br />
alimentar, e ainda, frutos <strong>de</strong> plantas<br />
silvestres para uso alimentar.<br />
A VII mostra foi bastante concorrida,<br />
na medida em que, o Ministério<br />
da Educação (MINED) criou<br />
condições <strong>de</strong> trazer para o evento<br />
mais estudantes <strong>de</strong> várias escolas,<br />
incluindo os que se encontram ao<br />
redor da cida<strong>de</strong>. Os estudantes tiveram<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usufruir os<br />
conhecimentos expostos e <strong>de</strong> perto<br />
ver as inovações e tecnologias existentes.<br />
(Sostino Mocumbe/<strong>IIAM</strong>/<br />
DFDTT/DDIC).<br />
Director: Doutor Calisto Bias. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.<br />
Redacção: Sostino Mocumbe, Marta Francisco, Paula Pimentel, Isabel Lavo, Ricardina Mujongo e IRRI. Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze,<br />
Américo Humulane, Marta Celeste, Roseiro Moreira e João Bias.<br />
Maquetização: Alberto Zandamela. Fotografia: Jonas Malapen<strong>de</strong> e Sostino Mocumbe. Impressão: Reprografia do <strong>IIAM</strong>.<br />
Tiragem: 500 exemplares.<br />
Se<strong>de</strong>: Av. das FPLM, 2698.<br />
Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: info@iiam.gov.mz. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.<br />
Proprieda<strong>de</strong>: Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006.