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a janela do futebol se abriu para o craque - Jornal Hoje

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Esporte<br />

esporte@jhoje.com.br<br />

Cascavel, 06 de março de 2011 www.jhoje.com.br HOJE 21<br />

NA ZAGA VETERANO SE DESTACOU NO CASCAVEL ESPORTE CLUBE ATUANDO COMO ZAGUEIRO<br />

LORENA MARNARIN<br />

Relatos de um fominha em campo<br />

Da mesma maneira que a <strong>janela</strong><br />

<strong>se</strong> <strong>abriu</strong> <strong>para</strong> que o <strong>craque</strong><br />

Eduar<strong>do</strong> Cortina despontas<strong>se</strong><br />

<strong>para</strong> o <strong>futebol</strong>, outras <strong>janela</strong>s <strong>se</strong><br />

abriram <strong>para</strong> as histórias e os relatos.<br />

Edu conta que costumava<br />

<strong>se</strong>r fominha em campo. “Eu gostava<br />

de jogar individualmente, mas<br />

<strong>futebol</strong> é coletividade, espírito de<br />

equipe. Meus companheiros daquela<br />

época até hoje comentam<br />

sobre o fato de eu ter si<strong>do</strong> individualista<br />

nos grama<strong>do</strong>s”.<br />

Ele conta também que o presidente<br />

<strong>do</strong> Marcílio Dias (SC), nos<br />

anos 1990, costumava atrasar o<br />

salário <strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>res, da comissão<br />

técnica e <strong>do</strong> restante <strong>do</strong>s funcionários.<br />

“Certo dia, a lavadeira<br />

pediu R$ 100 a ele <strong>para</strong> pagar a<br />

conta de água <strong>do</strong> clube, que estava<br />

atrasada. Mais que ligeiro, o<br />

O veterano cascavelen<strong>se</strong><br />

Eduar<strong>do</strong> Cortina conta que foi<br />

por intermédio <strong>do</strong> treina<strong>do</strong>r português<br />

Eduar<strong>do</strong> Melo que deixou<br />

o Brasil <strong>para</strong> atuar naquele<br />

país. “O que diferencia o <strong>futebol</strong><br />

português <strong>do</strong> nosso é a<br />

velocidade. Aqui no Brasil é<br />

mais clássico”, com<strong>para</strong>. Edu<br />

atuou também no Paraguai.<br />

“Os <strong>para</strong>guaios eram receosos.<br />

São briguentos em campo<br />

e perdem a paciência com<br />

facilidade, além de terem mais<br />

força física. Os joga<strong>do</strong>res <strong>para</strong>guaios<br />

são também de marcar<br />

território. Toda vez que algum<br />

joga<strong>do</strong>r de outro país passa<br />

a jogar no time deles, ficam<br />

‘cabreiros’”, relata Cortina.<br />

O <strong>craque</strong> também conta<br />

DIVULGAÇÃO<br />

presidente dis<strong>se</strong> <strong>para</strong> a lavadeira que<br />

arrumaria o dinheiro <strong>se</strong> ela des<strong>se</strong><br />

R$ 30 e ele ficaria encarrega<strong>do</strong> de<br />

arrumar R$ 70 <strong>para</strong> completar a<br />

conta. A lavadeira lhe entregou R$<br />

30 e, além <strong>do</strong> presidente não pagar<br />

a conta, ainda ficou com o dinheiro<br />

da funcionária”, lembra aos risos.<br />

Os assuntos financeiros, inclusive,<br />

pairavam sobre Edu. “Em um<br />

determina<strong>do</strong> jogo em Santa Catarina,<br />

por es<strong>se</strong> mesmo time, tive que<br />

penhorar um cheque no hotel em que<br />

estávamos hospeda<strong>do</strong>s, pois não<br />

<strong>se</strong>ríamos libera<strong>do</strong>s. O motivo é que<br />

o clube não tinha o montante <strong>para</strong><br />

pagar a conta. Mesmo assim, os excompanheiros<br />

de Cortina dizem que<br />

o <strong>craque</strong> é pão-duro. Mas Edu <strong>se</strong><br />

defende: “eu pedia descontos em algumas<br />

contas que eu pagava, mas<br />

não que eu fos<strong>se</strong> avarento ao extre-<br />

Eduar<strong>do</strong> Cortina:<br />

a <strong>janela</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>futebol</strong> <strong>se</strong> <strong>abriu</strong><br />

<strong>para</strong> o <strong>craque</strong><br />

As cortinas da carreira <strong>futebol</strong>ística<br />

<strong>se</strong> abriram<br />

<strong>para</strong> Eduar<strong>do</strong> Cortina.<br />

Apesar de jovem, tem 39 anos,<br />

Edu, como é conheci<strong>do</strong>, traz<br />

em <strong>se</strong>u currículo esportivo inúmeros<br />

feitos e passagens por<br />

importantes equipes brasileiras<br />

e <strong>do</strong> exterior.<br />

O cascavelen<strong>se</strong> iniciou sua<br />

trajetória em 1989, no Cascavel<br />

Esporte Clube, aos 18 anos.<br />

“Eu nunca pen<strong>se</strong>i em <strong>se</strong>r joga<strong>do</strong>r<br />

de <strong>futebol</strong>. O treina<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Junior <strong>do</strong> Cascavel na época,<br />

Mário Bonatto, me viu jogan<strong>do</strong><br />

em um campo da cidade e me<br />

convi<strong>do</strong>u <strong>para</strong> treinar com ele.<br />

Logo em <strong>se</strong>guida comecei a fazer<br />

parte da equipe”, comenta.<br />

Cortina relata que em to<strong>do</strong>s<br />

os times pelos quais passou<br />

atuou como zagueiro ou volante<br />

e <strong>se</strong>mpre usou a perna canhota<br />

<strong>para</strong> fazer as jogadas.<br />

“O joga<strong>do</strong>r canhoto tem um diferencial<br />

em campo. Acredito<br />

que tem mais habilidade com<br />

a bola, além de a maioria <strong>do</strong>s<br />

canhotos saberem chutar com<br />

a perna direita também”,<br />

acrescenta o <strong>craque</strong>.<br />

Em 1993 o veterano despontou<br />

<strong>para</strong> o <strong>futebol</strong> profissional<br />

e foi convida<strong>do</strong> a integrar<br />

o time <strong>para</strong>guaio <strong>do</strong> Cerro Porteño.<br />

Apesar de jogar na equipe<br />

<strong>do</strong> país vizinho, Edu Corti-<br />

Experiência fora <strong>do</strong> País e campeonatos marcantes<br />

que, como exercia funções de<br />

zagueiro ou volante, não marcava<br />

muitos gols. “Não sou lembra<strong>do</strong><br />

com um joga<strong>do</strong>r que marcou<br />

inúmeros gols ou que tenha<br />

feito gols <strong>se</strong>nsacionais. Sou lembra<strong>do</strong><br />

pela versatilidade e pelas<br />

defesas que propiciei pelas<br />

equipes que pas<strong>se</strong>i”, ressalta.<br />

O <strong>craque</strong> conta que em<br />

1999, pelo Marcílio Dias, foi<br />

campeão catarinen<strong>se</strong>.<br />

O veterano comenta ainda<br />

sobre um jogo marcante. “Uma<br />

disputa que ficou <strong>para</strong> <strong>se</strong>mpre na<br />

minha memória foi um jogo entre<br />

Marcílio Dias e Figueiren<strong>se</strong> (SC).<br />

Nós ganhamos por 2 a 1 de virada<br />

com um gol marca<strong>do</strong> aos 44<br />

minutos <strong>do</strong> <strong>se</strong>gun<strong>do</strong> tempo, ninguém<br />

acreditava”, relata Edu.<br />

mo. Geralmente <strong>para</strong> que os joga<strong>do</strong>res<br />

fos<strong>se</strong>m libera<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s hotéis<br />

ou <strong>para</strong> desfrutarmos de <strong>se</strong>rviços<br />

es<strong>se</strong>nciais como contas atrasadas<br />

<strong>do</strong>s clubes, eu acabava pagan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

meu bolso”, diz o <strong>craque</strong>.<br />

Por falta de pagamento, Edu<br />

lembra que os joga<strong>do</strong>res decidiram<br />

não jogar mais e fazer greve. “Novamente<br />

na equipe <strong>do</strong> Marcílio<br />

Dias, o time resolveu não disputar<br />

mais as partidas pelo clube. Ficou<br />

combina<strong>do</strong> que não iríamos mais<br />

às partidas. Eu e o Nílson Holodinirck<br />

cumprimos com a promessa<br />

e não fomos jogar. Tiramos<br />

à tarde livre e fomos pescar, mas<br />

em meio à pescaria o ônibus <strong>do</strong><br />

clube passou por nós com o restante<br />

da equipe e foi só de<strong>se</strong>spero<br />

<strong>para</strong> <strong>se</strong> esconder”, lembra cain<strong>do</strong><br />

na gargalhada.<br />

Em 1993, o<br />

zagueirão Edu<br />

Cortina era um<br />

<strong>do</strong>s destaques<br />

<strong>do</strong> Cascavel<br />

Esporte Clube<br />

SANTOS SONDA LEVIR CULPI<br />

Com problemas <strong>para</strong> achar um treina<strong>do</strong>r no Brasil <strong>para</strong> assumir o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> time,<br />

o Santos agora procura um nome no exterior. Levir Culpi foi procura<strong>do</strong> e recebeu uma<br />

proposta oficial. O técnico está no Japão e trabalha no Cerezo Osaka. Para acertar com<br />

Culpi, o Peixe precisa convencer o Osaka, que tem contrato até o fim <strong>do</strong> ano co Levir, a<br />

liberar o profissional.<br />

<strong>Hoje</strong> o veterano trabalha na<br />

Cettrans (Companhia de<br />

Engenharia de Transporte e<br />

Trânsito), em Cascavel<br />

na não deixou a equipe <strong>do</strong><br />

Cascavel. No mesmo ano jogou<br />

também pelo Iraty, no<br />

Centro-Sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. “Eu<br />

<strong>se</strong>mpre me considerei um joga<strong>do</strong>r<br />

versátil em campo e<br />

con<strong>se</strong>guia atuar em até três<br />

equipes por ano”, diz o atleta<br />

que aponta o treina<strong>do</strong>r Carlos<br />

Diniz como o responsável por<br />

lançá-lo no <strong>futebol</strong> profissional.<br />

Em 1997, Edu foi mostrar<br />

<strong>se</strong>u <strong>futebol</strong> nos pampas. Em<br />

Erexim (RS), na equipe <strong>do</strong> Ypiranga,<br />

permaneceu durante um<br />

ano. Em 1998 retornou ao Paraná,<br />

porém, dessa vez <strong>para</strong> atuar<br />

na equipe <strong>do</strong> Prudentópolis.<br />

Nos anos <strong>se</strong>guintes, a troca<br />

de equipes parecia não acabar.<br />

No fim <strong>do</strong>s anos 1990 e início de<br />

anos 2000 o <strong>craque</strong> foi jogar no<br />

time gaúcho de Pelotas e na equipe<br />

catarinen<strong>se</strong> <strong>do</strong> Marcílio Dias.<br />

Em 2000, Edu passou a atuar<br />

novamente fora <strong>do</strong> País. “Nes<strong>se</strong><br />

ano joguei pelo time <strong>do</strong> Felgueiras,<br />

em Portugal. Fiquei até<br />

2002 e em <strong>se</strong>guida voltei <strong>para</strong> o<br />

Marcílio Dias”, lembra.<br />

O encerramento da carreira foi<br />

em 2005, aos 34 anos, na equipe<br />

onde tu<strong>do</strong> começou, o então CCR<br />

(Cascavel Clube Recreativo).<br />

Eduar<strong>do</strong> atuou ao la<strong>do</strong> de grandes<br />

nomes <strong>do</strong> CCR que permanecem<br />

no clube até hoje, como os<br />

irmãos Jean Carlo e Sidiclei.<br />

FOTOS: REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL<br />

A pre<strong>se</strong>nça<br />

marcante de Edu<br />

na zaga<br />

cascavelen<strong>se</strong><br />

lembrada nos<br />

jornais da época

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